Você está na página 1de 41

Limites de Funções de Várias Variáveis

LIMITES DE FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL


Revisão de Alguns pré-requesitos para a teoria dos limites
1) Módulo de um número real
Definição: Para todo número real x, tem-se que:

| | {

Exemplos: a) |5|=5 b) |0|=0 c) |-5| = 5


Exemplos modulares
Exemplo 1. Representar no eixo real os números x tais que:
a) | |
Resolução

Logo, a representação no eixo real é:

b) | |
Resolução

Logo, a representação no eixo real é:

c) | |
Resolução

| | | | .

Então,

1
Logo, a representação no eixo real é:

Exercícios
Represente no eixo real os números x tais que:
a) | |
b) | |
c) | |
Solução
a) | |

b) | | ( )

c) | | | |

2
LIMITES
Definição.
Seja f uma função real de variável real e seja , , tal que existe uma
vizinhança reduzida de contida no domínio de f.
O limite dos valores ( )para x tendendo a é o número real L se, e somente
se, para qualquer real positivo , existe algum real positivo , tal que:
| | | ( ) |
| ( ) | ( )
( )
| ( ) | para positivo e arbitrário.
Exemplo 1. Sendo tal que ( ) ,
Provar que ( ) , ou seja,
( )

Resolução
Devemos provar que para qualquer real positivo existe algum real positivo
tal que:
| | | ( ) |
Fase 1. análise para a escolha de .
O número depende do escolhido.
| | |( ) |
|( ) | | |
|( ) | | ( )|
|( ) | | |

|( ) | | |

Assim, dado , , basta escolhermos e

A demonstração poderá ser concluída.

3
Fase 2. Conclusão da demonstração.

Para qualquer real positivo , existe o real positivo , , tal que

| | | |

| | | | |( ) |

Logo, | | |( ) |

Portanto ( ) .
LIMITES DE FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL
Definição

Se ( )e ( ) forem dois pontos em , então a distância


entre P e A, denotada por || ||, será dada por

|| || √( ) ( ) ( )

O símbolo || || representa um número não-negativo, sendo lido como


“a distância entre P e A”.
Em ℝ,ℝ²,ℝ³, a fórmula da Definição torna-se, respectivamente
|| || | | em ℝ.

||( ) ( )|| √( ) ( ) em ℝ².

||( ) ( )|| √( ) ( ) ( ) em ℝ³.

Definição1

Seja uma função de duas variáveis que está definida em algum disco aberto
(( ) ), exceto possivelmente no próprio ponto ( ). Então, o limite de
( ) quando ( ) tende a ( ) é L, e escrevemos
( )
( ) ( )

se para todo , por menor que seja, existir um tal que se

√( ) ( ) então | ( ) |

4
Uma interpretação geométrica da definição está ilustrada na figura abaixo.

DEFINIÇÃO 2

Seja a função definida em um conjunto de pontos S em R², e seja ( ) um


ponto de acumulação de S. Então, o limite de ( )quando ( ) tende a
( ) em S é L, o que escrevemos na forma
( )
( ) ( )
( )

se para todo ,por menor que seja,existir um ,tal que se


||( ) ( )|| então | ( ) | e( ) está em S.

(Leithold,V.2 1994-pág.923)

5
TEOREMA 1: Suponha que a função esteja definida para todos os pontos do
disco aberto com centro em ( ), exceto talvez o próprio ( )e
( )
( ) ( )

Então, se S for um conjunto qualquer em R² tendo ( ) como um ponto de


acumulação,
( )
( ) ( )
( )

Existe e tem sempre o valor L.


(Leithold,V.2 1994-pág.924)

TEOREMA2: Se a função tiver diferentes limites quando ( ) tender a


( ) através de dois conjuntos de pontos tendo ( ) como um ponto de
acumulação, então
( )
( ) ( )

não existe.
(Leithold,V.2 1994-pág.924)

6
Exemplo 1 Vamos aplicar a definição1 para provar que

( ) ( )( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então │( ) -17│< ε


Desenvolvendo a 2ª parte, temos:
→│( ) -17│= │ │
→│( ) -17│=│ │
→│( ) -17│=│ ( ) ( )│

→│( ) -17│≤ │ ( ) ( )

→│( ) -17│≤ 3│
Como

│ √( ) ( ) e √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

3│
Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ

0< √( ) ( ) δ

│ e

3│

│ ( ) ( )

│ ( ) ( )
│ │

│( )
Portanto está provado que 𝐥𝐢𝐦 (𝟑𝒙 𝟒𝒚) 𝟏𝟕
(𝒙 𝒚) (𝟑 𝟐)

7
Exemplo 2 Dada a função

( )

ache 𝑓(𝑥 𝑦) se existir.


(𝑥 𝑦) (𝑥 𝑦 )

Solução
A função f está definida em todos os pontos de R², exceto em (0,0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x: Neste caso teremos ;
Seja o conjunto de todos os pontos da reta .
Então

( ) ( )
( ) ( )
( )

( ) ( )
( ) ( )
( )

Como
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Segue do TEOREMA 2 que não


𝑓(𝑥 𝑦)
existe. (𝑥 𝑦) (𝑥 𝑦 )

Exemplo3 Dada a função

( )

ache 𝑓(𝑥 𝑦) se existir.


(𝑥 𝑦) (𝑥 𝑦 )

Solução
A função f está definida em todos os pontos de R², exceto em (0,0).
Seja o conjunto de todos os pontos da reta que passa pela origem; então se
( ) for um ponto em , .
Seja o conjunto de todos os pontos na parábola .

8
Então
( ) ( )
( ) ( )
( )

( )
( ) ( )

( ) ( )
( ) ( )
( )

( ) ( ) ( )
Como
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Suponhamos que ele exista. Vamos tentar provar que exista.


Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:
0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε

Fase 1. Análise para a escolha de δ.


0< √ δ, então
Como e | | √

| | ( )√

Assim uma escolha adequada é , isto é, .

Fase 2. Conclusão da demonstração


Com temos o seguinte argumento:
0< √ δ
( )√

| |

| |

Portanto está provado que ( )


( ) ( )

9
Exercícios

1-Calcule o limite dado, usando as propriedades de limite.


) ( )
( ) ( )
) ( )
( ) ( )

)
( ) ( )

)
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

)
( ) ( )

( )
)
( ) ( )

)
( ) ( )

)
( ) ( )

)
( ) ( )

2-Prove o limite, aplicando a definição sobre limites de funções de duas


variáveis.
) ( )
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

) ( )
( ) ( )

10
3- Prove que para a função f dada, ( ) ( ) ( ) não existe.

) ( )

) ( )

) ( )
( )

) ( )
( )

4-Prove que ( ) ( ) ( ) existe.

) ( )

) ( )

) ( )

) ( )

11
Resolução dos exercícios
1)
) ( )
( ) ( )

Solução

( ) ( ) + ( ) ( ) + ( ) ( )

( ) ( ) + ( ) ( ) + ( ) ( )

( ) ( ) + ( ) ( ) + ( ) ( )

( ) ( ) + ( ) ( ) + ( ) ( )

) ( )
( ) ( )

Solução
( ) ( ) + ( ) ( ) + ( ) ( )

( ) ( ) ( ) + ( ) ( ) ( ) + ( ) ( )

( ) ( ) + ( ) ( ) + ( ) ( )

)
( ) ( )

Solução

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( )
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

12
)
( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

) ( )
( ) ( )

O limite de uma função logarítmica é igual ao logaritmo do limite do


logaritmando.

Assim, temos:

( ) [ ( )]
( ) ( ) ( ) ( )

Calculando, temos:

[ ( )] [ ( )]
( ) ( ) ( ) ( )

)
( ) ( )

( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

A fração não é possível simplificar, então, o caminho será fazer a


mudança de variável para calcular o limite.
Fazendo
( ) ( )
Quando ( ) ( ) .
Faremos a substituição:

( ) ( ) ( )

13
Temos então

( )

( ) ( ) [ ( ) ]

Observando que

( )

Fazendo , quando , daí , temos:

[ ( ) ]

( )
)
( ) ( )

( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

)
( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Aqui temos o limite trigonométrico fundamental, onde

Como as propriedades do limite de uma variável é válida para o


limite de duas variáveis, aplicaremos.
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )

( )
( ) ( )

14
Prova do Limite Trigonométrico Fundamental

Para calcularmos o limite, consideremos a figura a seguir:

O ângulo central ̂ tem medida igual a x e .

Da figura, temos:

1.Área do Triângulo ̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅ .


2.Área do Setor ̅̅̅̅ ̂ .
3.Área do Triângulo ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ .
A

Assim,

Queremos obter a fração desejada para isso dividimos tudo por .

15
( )
Se , temos : ( )

Logo a desigualdade anterior é válida para .

Da desigualdade

Temos :

Portanto ,

Logo

)
( ) ( )

( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Vamos eliminar a indeterminação fatorando o numerador.


Veja; se fazendo , o numerador fica
e o denominador .
Então temos ( )( )
Resolvendo o limite, temos:
( )( )
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )
( ) ( )

16
)
( ) ( )

Cálculo de limites tendendo para o infinito, colocaremos o termo de maior


expoente em evidência sem a parte numérica.

( )
( ) ( ) ( ) ( )
( )

( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Resolução dos exercícios 2.


2-Prove o limite, aplicando a definição sobre limites de funções de duas
variáveis.
a) ( ) ( )( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então ( ) Desenvolvendo a


2ª parte, temos:

→ ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( )
Como

│ √( ) ( ) e │ √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

17
Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ

│ e

( ) ( )

( ) ( ) ⟶

⟶ ( )
Portanto está provado que ( )
( ) ( )

b) ( ) ( )( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então ( ) Desenvolvendo a


2ª parte, temos:

→ ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( )
Como

│ √( ) ( ) e │ √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ

18
│ e

( ) ( )

( ) ( ) ⟶

⟶ ( )
Portanto está provado que ( )
( ) ( )

c) ( ) ( )( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então ( ) Desenvolvendo a


2ª parte, temos:

→ ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( )
Como

│ √( ) ( ) e │ √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ

│ e

( ) ( )

19
( ) ( ) ⟶

⟶ ( )
Portanto está provado que ( )
( ) ( )

d) ( ) ( )( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então ( ) Desenvolvendo a


2ª parte, temos:

→ ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( )
Como

│ √( ) ( ) e │ √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ

│ e

( ) ( )

( ) ( ) ⟶

⟶ ( )
Portanto está provado que ( )
( ) ( )

20
e) ( ) ( )( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então ( ) Desenvolvendo


a 2ª parte, temos:

→ ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( ) ( ) ( )

→ ( )
Como

│ √( ) ( ) e │ √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração


Para qualquer real positivo , existe o real positivo tal que:

0< √( ) ( ) δ

│ e

( ) ( )

( ) ( )

( )
Portanto está provado que ( )
( ) ( )

21
) ( )
( ) ( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então │( ) -17│< ε


Desenvolvendo a 2ª parte, temos:
→│( ) -17│= │ │
→│( ) -17│=│ │
→│( ) -17│=│ ( ) ( )│

→│( ) -17│≤ │ ( ) ( )

→│( ) -17│≤ 3│
Como

│ √( ) ( ) e √( ) ( )

Segue que 0< √( ) ( ) δ, então

│ e

3│
Então uma escolha adequada para

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ

│ e

3│

│ ( ) ( )

│ ( ) ( )
│ │

│( )
Portanto está provado que ( ) ( )( )

22
) ( )
( ) ( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √( ) ( ) δ, então ( ) Desenvolvendo a


2ª parte, temos:
( )

( ) ( )

( )( )

( )||( )| |( )| ①

Como √( ) ( ) e

√( ) ( )

Segue que se 0< √( ) ( ) δ então

δ e δ

Como aparece o termo na expressão ① , para isso escolhemos


o raio do disco igual a 1 , ou seja δ .

→ δ

Agora, teremos:

δ e δ

( )||( )| |( )|

Como a meta é ter devemos exigir δ= e


δ

23
Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √( ) ( ) δ , δ=( )

→ δ δ

e e

e e

( )

Portanto está provado ( )


( ) ( )

Resolução dos exercícios 3


3- Prove que para a função f dada, ( ) ( ) ( ) não existe.

a) ( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y, então se (x,y) for um
ponto , x =0.

→ ( ) ( ) ( )→
( )

→ ( ) ( ) ( )→
( )

Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Logo ( ) ( ) ( )não existe.

24
b) ( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y, então se (x,y) for um
ponto , x =0.

→ ( ) ( ) ( )→
( )

( ) ( ) ( )→
( )

Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Logo ( ) ( ) ( )não existe.

c) ( )
( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos da reta .

→ ( ) ( ) ( )→
( )
( )

( ) ( ) ( )→
( ) ( )
( )

Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Logo ( ) ( ) ( ) há possibilidade de existir .

25
Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε

Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √ δ, então ( )

Como ( ) (√ ) e ( ) (√ )
Logo e
( ) ( )
( ) ( ) ( )
Assim uma escolha adequada é δ= √ .

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √ δ
( ) ( )
( )

( )

Portanto está provado que


( ) ( )( )

Logo ( ) ( ) ( ) existe.

26
d) ( )
( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos da reta .

→ ( ) ( ) ( )→
( ) ( )
( )

( )

( ) ( ) ( )→
( ) ( )
( )

( )
Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Logo ( ) ( ) ( )não existe.

Resolução dos exercícios 4


‘4-Prove que ( ) ( ) ( ) existe.

a) ( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y, então se ( ) for um
ponto , x =0.

→ ( ) ( ) ( )→
( )

→ ( ) ( ) ( )→
( )

27
Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Como há possibilidade de o Limite existir, vamos prová-lo:

( ) ( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √ δ, então

Como √ e √

(√ ) (√ )

( ) (√ )

Assim uma escolha adequada é δ= .


Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √ δ

(√ ) (√ )

Portanto está provado que ( )


( ) ( )

28
b) ( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y, então se ( ) for um
ponto , x =0.

→ ( ) ( ) ( )→
√ √
( )

→ ( ) ( ) ( )→
√ √
( )

Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Como há possibilidade de o Limite existir, vamos prová-lo:

( ) ( ) √
Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε

Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √ δ, então

Como √ e √

(√ ) (√ )
→ √
√ √ √

Assim uma escolha adequada é δ= .

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √ δ

(√ ) (√ )

29

Portanto está provado que ( )


( ) ( ) √

c) ( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y, então se ( ) for um
ponto , x =0.

→ ( ) ( ) ( )→
( )

→ ( ) ( ) ( )→
( )

Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Como há possibilidade de o Limite existir, vamos prová-lo:

( ) ( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √ δ, então

Como √ e √

(√ ) (√ ) ( ) (√ )

Assim uma escolha adequada é δ= .

30
Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √ δ

( ) (√ )

(√ ) (√ )

Portanto está provado que ( )


( ) ( )

d) ( )

Solução
A função está definida em todos os pontos em , exceto em (0;0).
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x, então se (x;y) for um
ponto , y =0.
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y, então se ( ) for um
ponto , x =0.

→ ( ) ( ) ( )→
( )

→ ( ) ( ) ( )→
( )

Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Como há possibilidade de o Limite existir, vamos prová-lo:

( ) ( )

Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε


Fase 1. Análise para a escolha de δ.

0< √ δ, então

31
Como ( ) (√ ) e ( ) (√ )
Logo e
( )( )

Assim uma escolha adequada é δ= √ .

Fase 2. Conclusão da demonstração

0< √ δ
( )( )

Portanto está provado que ( )


( ) ( )

32
LIMITE E CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DEVÁRIAS VARIÁVEIS
DEFINIÇÃO3:

Suponha que seja uma função de n variáveis e A, um ponto de . Então,


dizemos que será contínua em um ponto A se e somente se as seguintes
condições forem satisfeitas:
I. ( ) existe;
II. ( ) existe;
III. ( ) ( ).
Se uma ou mais dessas condições não for satisfeita no ponto A, então será
descontínua em A. (Leithold,V.2 1994-pág.928)

DEFINIÇÃO4:

Dizemos que a função de duas variáveis x e y é contínua em um ponto


( ) se e somente se as seguintes condições forem satisfeitas:
i. ( ) existe;
ii. ( ) ( ) ( ) existe;

iii. ( ) ( ) ( ) ( ).

(Leithold,Cálculo,V.2 1994-pág.928)

Exemplo1.Determine se f é contínua em (0,0) se

( ) ( )
( ) {
( ) ( )
Solução
Vamos verificar as três condições da Definição2 no ponto (0,0).
i. ( ) . Logo, a condição i está satisfeita.
ii. Seja o conjunto de todos os pontos sobre uma reta que passa pela
origem;
Então, se (x,y) for um ponto em , .Seja o conjunto de todos os
pontos na parábola .
Então, temos

33
( )
( )
(
⏟ ) ( ) ( )
( )

( ) ( )
( )
( )
( )
(
⏟ ) ( ) ( )
( )

( )
Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε

√ então | |

Fase 1. análise para a escolha de


Observemos no numerador!

Como e| | √
| | ( )√
| | √

Assim, uma escolha adequada é ,isto é, .

Fase 2. Conclusão da demonstração


Com temos o seguinte argumento:
0< √ δ
( )√

| |

| |

Portanto está provado que ( )


( ) ( )

iii. ( ) ( ) ( ) ( ).

Logo, f é contínua em (0,0).

34
Exemplo 2. Determine se f é contínua em (0,0) se

( ) ( )
( ) {
( ) ( )

Solução
Vamos verificar as três condições da Definição2 no ponto (0,0).
i. ( ) . Logo, a condição i está satisfeita.
ii. Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x ;
Então, se (x,y) for um ponto em , .Seja o conjunto de todos os pontos
da reta .

( ) ( )
( ) ( )
( )

( ) ( )
( ) ( )
( )

Como
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )

Segue do TEOREMA 2 que não


𝑓(𝑥 𝑦)
existe. (𝑥 𝑦) (𝑥 𝑦 )

Logo, a condição ii não está satisfeita. Portanto, f é descontínua em (0,0).

35
Definição5.
Uma função é contínua num ponto se são satisfeitas as três condições
seguintes:
i. é definida num intervalo aberto contendo .
ii. ( )existe.
iii. ( ) ( ).
(SWOKOWSKI,Cálculo v. I pág.76)
Definição 6
Se uma função é definida em um intervalo fechado , então é contínua
em se é contínua em ( ) e se, além disso,
( ) ( )e ( ).
(SWOKOWSKI,Cálculo v. I pág.78)

Exemplo3. Se ( ) √ esboce o gráfico de e prove que é contínua


no intervalo fechado [-3,3].
Solução
O gráfico de f é:
Se , então, aplicando o Teorema1

( ) √ √ ( ).
Logo, pela Definição1, é contínua em c.
De acordo com a Definição2, tudo que resta verificar são os extremos do
intervalo, utilizando limites laterais. Como

( ) √ √ ( )
é contínua em -3. Temos também

( ) √ √ ( )
Logo f é contínua à esquerda em 3.Isto completa a demonstração de que f é
contínua em [-3,3].
Exemplo 4-Mostre que a função f é contínua no ponto dado.

a) ( ) √ ,

i. ( ) √ √

ii. ( ) √ √
( ) √ √

36
Portanto ( ).
iii. ( ) ( )
Logo, a função f é contínua em x=4.

b) ( ) ,

i. ( )

ii. ( ) .

( )

Portanto ( ).
iii. ( ) ( )
Logo, a função f é contínua em x=3.
EXERCÍCIOS

1.Dada a função ( ) , diga se f(x) é contínua nos pontos:

a) b)
Solução
)

i. ( )

ii. ( ) .

( )

Como ( ) ( ) então ( ).
iii. ( ) ( )
Logo, a função f é contínua em x=5.
)

i. ( ) ( ) .

Logo, a função f é descontínua em x=2.

37
2. Determine se a função f, definida por:

( ) {

é descontínua nos pontos:


a) b)
Solução
)
Calcularemos ( ) usando a primeira sentença por apresentar
o sinal de desigualdade que comprova a existência da função para .
i. ( )
ii. ( ) .
( )

Como ( ) ( ) então ( ).
iii. ( ) ( )
Logo, a função f é contínua em x=1.
Solução
)
Calcularemos ( ) usando a terceira sentença por apresentar o
sinal de desigualdade que comprova a existência da função para .
i. ( )
ii. ( ) .
( )

Como ( ) ( ) então ( ).

Logo, a função f é descontínua em x=3.

38
3- Determine se f é contínua em (0,0) se

( ) ( )
( ) {
( ) ( )

Solução

( ) ( )
( ) {
( ) ( )
Solução
Vamos verificar as três condições da Definição2 no ponto (0,0).
i. ( ) . Logo, a condição i está satisfeita.
ii. Seja o conjunto de todos os pontos sobre uma reta que passa pela
origem;
Então, se (x,y) for um ponto em , .
Seja o conjunto de todos os pontos na parábola .
Então, temos
( )
( )
(
⏟ ) ( ) ( )
( )

( ) ( )
( )
( )
( )
(
⏟ ) ( ) ( )
( )

( )
Devemos mostrar que para todo ε>0 existe um δ>0 tal que se:

0< √( ) ( ) δ, então │f(x,y) -L│< ε

√ então | |

Fase 1. análise para a escolha de


Observemos no numerador!

39
Como e| | √
| | ( )√
| | √

Assim, uma escolha adequada é .


Fase 2. Conclusão da demonstração
Com temos o seguinte argumento:
0< √ δ
( )√

| |

| |

Portanto está provado que ( )


( ) ( )

iii. ( ) ( ) ( ) ( ).

Logo, f é contínua em (0,0).

40
4. Determine se f é contínua em (0,0) se

( ) ( )
( ) {
( ) ( )

Solução
Vamos verificar as três condições da Definição2 no ponto (0,0).
i. ( ) . Logo, a condição i está satisfeita.
ii. ii. Seja o conjunto de todos os pontos do eixo x ;Então, se (x,y) for
um ponto em , .
Seja o conjunto de todos os pontos do eixo y.Então, se ( ) for
um ponto em , .
( ) ( )
( ) ( )
( )

( ) ( )
( ) ( )
( )
Como os resultados dos limites foram infinito então o limite não existe.

Logo, ( ) é descontínua em (0,0).

41

Você também pode gostar