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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ

BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS


MATÉRIAS PRIMAS CERÂMICO

DNILSON SILVA BRAGA


MARIO ANTONIO DE SENA JUNIOR

ORIGEM DA MATÉRIA PRIMA CERÂMICA

BELÉM – PA
2018
DNILSON SILVA BRAGA
MARIO ANTONIO DE SENA JUNIOR

ORIGEM DA MATÉRIA PRIMA CERÂMICA

Trabalho apresentado à disciplina matérias


primas cerâmicas, ministrada pela Profª.
Dra. Sandra Maria Santos de Oliveira
Araújo.

BELÉM – PA
2018
INTRODUÇÃO
Enquanto o homem evoluía em sua vivência primitiva, foram começando a ter
necessidades dos usos de materiais, como por exemplo, para a caça e para a produção de
materiais bélicos para as lutas territoriais. Na perspectiva da evolução física humana —
com os homens tendo cada vez menos pelos no corpo — foi tendo a necessidade do uso
de vestimentas e, com isso, foram sendo usadas a pele e ossos de animais para esse fim;
foi surgindo a necessidade do uso de matérias-primas para fins caseiros e, quanto mais a
sociedade evoluía, mais eficientes eram os equipamentos produzidos.
A utilização dos materiais sempre foi tão importante que os períodos antigos eram
denominados de acordo com os materiais utilizados pela sociedade primitiva, como a
Idade da Pedra, Idade do Bronze, Idade do Ferro, etc. Atualmente estamos na Era da
Nanotecnologia.

A Idade da Pedra abrange 98% da história da humanidade; desde 700.000/600.00


A.C. até o início da Era dos Metais. Nesse período já pode ser observado uma evolução
do uso das pedras e, com isso, existe a subdivisão dessa “era” de acordo com a
eficiência do uso da pedra. Os principais períodos foram o Paleolítico (Pedra Lascada) e
o Neolítico (Pedra Polida).
Com o favorecimento da agricultura, da arte, do transporte, do manejo com o solo
e outras coisas, foi surgindo a tecnologia dos materiais cerâmicos, sendo iniciada a Era
da Argila, tendo seu início em 14.600 A.C. segundo Stevanovic, em seu trabalho M. J.
of Anthropological Archaeology de 1997.
Marcando o fim da Idade da Pedra e o início da Idade dos Metais em 4.500 A.C.
surge o início da metalurgia, tendo seu período subdividido em três épocas de acordo
com o avanço tecnológicos dos materiais metálicos. Em 4.500 inicia-se a Era do Cobre,
sucedido, em 3.300 pela Era do Bronze, terminando em 1.200 pela Era do Ferro, que
perdurou até 586 A.C, marcando o início da Idade do Aço. A figura ao lado representa
artefatos originários da Era Final do Bronze.
O período compreendido entre 586 A.C. até 1918 D.C. apresenta um declínio no
avanço tecnológico provocado pelo pensamento religioso, mas foi marcado por diversas
descobertas importantes no ramo dos materiais, como a máquina a vapor (1698), os
avanços na tecnologia da porcelana, a descoberta do Silício por Lavoisier (1787), a
descoberta da Bauxita pelo geólogo Pierre Berthier (1821), entre outras coisas.
Atualmente os materiais são classificados em quatro categorias principais:
cerâmicos, metálicos, poliméricos e compósitos.

FORMAÇÃO DA TERRA

A Terra é uma unidade do sistema solar que se formou a partir de uma nebulosa
fria, com temperaturas pouco acima do zero absoluto. Sob essas condições, grande parte
da matéria, incluindo certos elementos que normalmente ocorrem como gases,
encontravam-se no estado sólido. Essa nuvem, formada por bilhões de pequenas
partículas sólidas e material gasoso, com composição aproximadamente igual à do Sol,
entrou em contração gravitacional há cerca de 4,7 bilhões de anos.
A contração causou aumento da densidade e resultou na agregação dessa
matéria, dando origem aos planetas. Esse processo de agregação da matéria para a
formação dos planetas é denominado de acresção e ocorreu em vários estágios,
originando gerações de corpos progressivamente maiores. Esses corpos são
denominados de planetesimais e suas dimensões variavam desde poucos metros a até
tamanhos semelhantes ao do planeta Marte. Nos primeiros estágios da acresção
formaram-se corpos de tamanhos centimétricos, os quais, por sucessivos processos de
colisão e aglutinação, originaram planetesimais com diâmetros de poucos quilômetros.
Esse processo prosseguiu até o ponto em que esses corpos apresentassem massa
suficiente para atrair uns aos outros, devido a forças gravitacionais, originando uma
outra geração de planetesimais, com diâmetros entre dezenas e centenas de quilômetros.
A partir desse momento, os planetesimais maiores começaram a atuar como grandes
“aspiradores”, atraindo todos os corpos menores e a matéria ainda remanescente que se
encontrava no campo de atuação dessas forças. Resultados de simulações efetuadas por
computador indicam que na zona em que se originaram os quatro planetas mais
próximos ao Sol (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) havia cerca de 100 planetesimais
com dimensões da Lua, 10 do tamanho de Mercúrio e de 3 a 5 com as dimensões de
Marte. Vênus e a Terra incorporaram a maioria deles, já que Marte e Mercúrio são bem
menores.
Embora o processo de acresção tenha sido muito mais intenso no passado, não
podemos afirmar que tenha cessado completamente. Uma prova disso é que meteoritos
caem freqüentemente na superfície terrestre, os quais, quando observados em queda, são
popularmente denominados de “estrelas cadentes”. Além disso, mesmo sendo
desprezível em comparação com a massa da Terra (6,0 x 1024 kg), a quantidade de
material extraterrestre, principalmente na forma de poeira cósmica, que cai diariamente
sobre a superfície do nosso planeta varia entre 100 e 1.000 toneladas.

A COMPOSIÇÃO DA TERRA

As informações extraterrestres foram fundamentais para a obtenção de


informações acerca da composição da Terra, especialmente dados de meteoritos. Esses
corpos geralmente são provenientes de uma região, denominada de Cinturão de
Asteróides, situada entre as órbitas de Marte e Júpiter. Os asteróides são por vezes
desviados de suas órbitas e acabam caindo na Terra, na Lua e em outros planetas e
satélites naturais do sistema solar, formando grandes crateras. Os estudos realizados nos
meteoritos permitiram identificar grupos com características químicas muito distintas.
Os corpos do grupo mais abundante são denominados de condritos e possuem
composição rochosa, ou seja, são compostos principalmente por ferro (34,5%), oxigênio
(24,5%), silício (15%), magnésio (12,7%), níquel (2,4%), enxofre (1,9%) e titânio
(0,05%). Além desses elementos químicos, esses meteoritos são caracterizados também
por apresentarem conteúdos relativamente elevados de água e carbono inorgânico, que
indicam que esse grupo não sofreu aquecimento superior a 180o C e que, portanto,
devem possuir a mesma composição do material primordial que originou a Terra e os
outros planetas mais próximos do Sol (Mercúrio, Vênus e Marte). Com base nas
informações dos meteoritos, admite-se, de uma maneira bem simplificada, que a Terra
primitiva era homogênea, formou-se em baixas temperaturas e possuía a mesma
composição dos condritos. Portanto, se a Terra era inicialmente homogênea, deve ter
ocorrido algum processo posterior que tenha gerado as camadas concêntricas e com
diferentes densidades presentes em seu interior, conforme evidenciado pelos estudos
sismológicos.
A ESTRUTURAÇÃO EM CAMADAS DA TERRA

Acredita-se que, nos primeiros 500 milhões de anos da história da Terra, havia
uma “chuva” contínua de planetesimais, gerando no impacto uma enorme quantidade de
calor e, conseqüentemente, provocando um aumento significativo da temperatura.
A cada choque formava-se uma camada de poeira e fragmentos de diversos
tamanhos que encobria as camadas anteriores. Como os materiais rochosos (silicatos)
possuem condutividade térmica baixa, uma parte significativa do calor produzido foi
sendo armazenado nas partes mais profundas da Terra, o que fez a sua temperatura
aumentar progressivamente.
A atmosfera terrestre atua hoje como uma espécie de blindagem contra a queda
de corpos extraterrestres, destruindo os menores e/ou diminuindo a velocidade de
impacto dos maiores. Como a Terra primitiva não possuía atmosfera, o grande número
de impactos em sua superfície provocou um aumento ainda maior da temperatura nas
fases iniciais do planeta.
Embora não haja mais registros superficiais desse processo, devido à dinâmica
interna e externa do planeta, o maior impacto sofrido pela Terra ocorreu logo após a
fase principal de acresção, quando um corpo com massa semelhante à do planeta Marte
colidiu com o nosso planeta e, nesse choque, foi originada a Lua. Na colisão esse corpo
praticamente foi pulverizado e sua matéria mais densa acabou sendo incorporada na
Terra, enquanto as menos densas acabaram sendo aglutinadas formando a Lua.
Esse processo promoveu também um aumento significativo da temperatura em
seu interior profundo. Estima-se que a acresção e o processo de compressão foram
responsáveis por um aumento de temperatura da ordem de 1.000 a 1.200°C na parte
mais interna da Terra.
CATÁSTROFE DO FERRO

Essas temperaturas foram o estopim para a catástrofe do ferro, que foi a fusão do
ferro metálico presente, o qual se tornou móvel e devido à sua alta densidade foi
deslocando-se progressivamente para o interior da Terra, enquanto os materiais menos
densos (silicatos e outros compostos contendo oxigênio, água e gases) migraram para as
regiões mais superficiais, sendo que boa parte de elementos e compostos voláteis foram
perdidos. E gerou também uma enorme quantidade de calor pela transformação da
energia potencial gravitacional do ferro, que migrou para o centro da Terra.
Cálculos demonstram que esse processo foi responsável pelo aumento de 1.500 a
2.000°C, fazendo com que uma boa parte do material dos silicatos que constituíam o
nosso planeta também entrasse em fusão. Após a catástrofe do ferro, a Terra, que
inicialmente era homogênea, tornou-se quimicamente estratificada, ou seja,
diferenciada. Uma vez que houve um episódio de alta temperatura na Terra, sua
composição, que era originalmente igual à dos meteoritos condríticos, foi modificada
devido à perda de gases através de intenso vulcanismo. Dessa forma, admite-se hoje que
a composição da Terra é condrítica, exceto no conteúdo de voláteis, como, por exemplo,
vapor de água, dióxido de carbono, metano e amônia. Esses gases deram origem à
atmosfera primitiva da Terra.
Os dados geofísicos mostram que a Terra possui um núcleo constituído
basicamente por ferro metálico, envolto por um material rochoso de menor densidade,
que constitui o manto e a crosta. A existência de ferro no núcleo terrestre é também
corroborada pela existência de um grupo de meteoritos, denominados de sideritos,
essencialmente constituídos por ferro e níquel metálicos, sendo que este último
representa cerca de 15% da liga.
Os sideritos representam porções do núcleo de planetesimais, com diâmetros
entre 140 e 400 km, que após sofrerem aquecimento e diferenciação foram
fragmentados e acabaram caindo na superfície terrestre. As densidades do núcleo
interno da Terra reforçam que o níquel deve estar também presente nessa região na
mesma proporção observada nos meteoritos.
Os dados geofísicos, especialmente informações provenientes das ondas
sísmicas que se propagam no interior terrestre, mostram também que o núcleo interno é
sólido e que o externo é líquido, sendo que neste último é gerado o campo
geomagnético. A geração do campo magnético terrestre requer energia e sabe-se hoje
que a principal fonte de energia é o movimento do fluido de baixa viscosidade e
condutor de eletricidade que compõe o núcleo externo. Esse movimento é denominado
de convecção gravitacional e é causado pelo próprio resfriamento do núcleo, com a
cristalização de ligas metálicas de ferro e níquel, que, por serem mais densas que o
fluido, mergulham em direção ao centro da Terra, enquanto o material menos denso,
que constitui o núcleo externo composto principalmente por ferro, níquel e enxofre,
migra para as regiões mais superficiais, junto à interface manto-núcleo, a qual é
denominada de Descontinuidade de Gutenberg.
É importante destacar que sulfetos de ferro e níquel apresentam menores
temperaturas de fusão que a liga metálica de ferro e níquel, explicando assim o fato de o
núcleo externo ser líquido e o núcleo interno, sólido. A indicação de que já havia campo
geomagnético há cerca de 3,5 bilhões de anos, conforme registro deixado em rochas
dessa idade, mostra que a convecção do núcleo externo é um processo que ocorre desde
as fases iniciais do planeta.
Através dele o núcleo externo está atualmente diminuindo, enquanto o núcleo
interno está aumentando. Ao mesmo tempo que a “catástrofe do ferro” estava
ocorrendo, com a liberação de grande quantidade de calor, houve intenso vulcanismo na
superfície da Terra, com a extrusão de grandes quantidades de lava, que após
resfriamento deram origem à crosta primitiva. Devido às características geoquímicas
dos elementos presentes no manto primitivo, a crosta primordial possuía densidade
menor que a do manto, apresentando maiores concentrações de silício, alumínio, sódio,
potássio, dentre outros.
A continuidade desse processo, incluindo também refusão da própria crosta, fez
com que ela fosse ficando cada vez mais distinta do manto ao longo do tempo
geológico, ou seja, cada vez mais diferenciada. Atualmente, os principais elementos que
constituem a crosta são: oxigênio (46%), silício (28%), alumínio (8%), ferro (6%),
magnésio (4%), cálcio (2,4%), potássio (2,3%) sódio (2,1%), sendo que os demais
elementos perfazem o total restante (< 1%).
Como a Terra é um sistema dinâmico e também pelo fato de ter sido muito
bombardeada por planetesimais em sua fase inicial, a crosta primitiva desapareceu
completamente. Datações radiométricas mostram que as rochas crustais mais antigas
possuem idade de 3,96 bilhões de anos. Entretanto, datações efetuadas em zircões, que
são minerais muito resistentes ao intemperismo, indicam que já havia crosta continental
há cerca de 4,1 a 4,2 bilhões de anos, ou seja, segmentos crustais formaram-se bem no
início da história da Terra.
Atualmente há uma diferença bem marcante entre a composição química e
mineralógica da crosta e do manto. O limite que separa essas duas regiões é
denominado de Descontinuidade de Mohorovicic, ou apenas Moho, sabemos hoje que a
crosta não é homogênea, podendo ser dividida em dois grandes domínios. A crosta
oceânica é constituída por rochas basálticas, apresentando densidades de 2,9 g/cm3 ,
espessura média em torno de 6 km e idades máximas de 180 milhões de anos, que são
muito pequenas em comparação com a idade da Terra.
Por outro lado, a crosta continental possui densidade de cerca de 2,7 g/cm3 e
espessura que varia de 20 a 80 km, e é constituída por diferentes tipos de rochas (ígneas,
sedimentares e metamórficas) que se formaram ao longo do tempo geológico, sendo as
mais antigas encontradas no Canadá (Gnaisse de Acasta), com idade de 3,96 bilhões de
anos. Abaixo da crosta encontra-se o manto, composto por silicatos mais densos devido
às maiores concentrações de ferro e magnésio, cujas rochas são denominadas de
peridotitos.

AS ROCHAS

Uma rocha é um agregado de sólidos minerais que ocorrem naturalmente,


algumas rochas como o mármore Branco são compostos por apenas um mineral, nesse
caso, a calcita. Outras rochas são compostas por materiais não-minerais, onde se
incluem materiais não-cristalinos rochas vulcânicas vitreas, obsidiana e pedra-pomes e
carvão. As rochas e os minerais são úteis para identificar várias partes do sistema Terra,
da mesma forma como o concreto, o aço e o plástico identificam a estrutura e
arquitetura de grandes edifícios.
Para contar com precisão a história da terra, os geólogos frequentemente usam as
evidências existentes para deduzir os processos e eventos que ocorreram em um
determinado local, em tempos passados. Por exemplo, os tipos de minerais presentes em
uma rocha vulcânica podem fornecer evidências de que as erupções trouxeram a
superfície terrestre rochas fundidas com temperatura chegando a 1000¤C. O
conhecimento da geologia permite-nos fazer previsões consistentes sobre os locais onde
há possibilidade de encontrarmos recursos minerais de importância econômica.

ROCHAS: REGISTROS DE PROCESSOS GEOLÓGICOS

A Terra é um planeta geologicamente ativo e em constante transformação; trocas


de matéria e energia mudam os limites entre as esferas terrestres, sua composição e suas
características. Os limites dos continentes modificam-se em dezenas de milhões de
anos, e as placas se movimentam gradualmente, movidas pelo calor interno. Em
paralelo, os agentes externos, movidos pela força da gravidade e pelo calor do Sol,
reduzem a amplitude do relevo à medida que mecanismos climáticos causam
transformações mecânicas e químicas, traduzidas nos processos de intemperismo, que
formam novos minerais e desagregam rochas, e de erosão e sedimentação, que esculpem
e moldam novas formas de relevo.
Os processos que fazem parte do Ciclo das Rochas são interconectados.
Materiais deslocados, como as rochas, os sedimentos e os solos, são os produtos do
ciclo. Cada etapa cumprida pode significar o ponto de partida de outra. O conjunto faz
parte de outros ciclos ainda mais vastos, como o ciclo de formação e evolução de
continentes e montanhas. Como não obteve resposta, supôs que o continente tivesse
sido levantado e os depósitos acumulados muito tempo atrás no fundo dos mares foram
erguidos de forma involuntária centenas de metros acima de onde teriam sido formados
fora igualmente mais atento do que seus contemporâneos em valorizar a erosão e os
mecanismos de rebaixamento do relevo, que seriam responsáveis pela acumulação de
materiais no fundo dos oceanos, ao lado dos continentes para, longo tempo depois,
serem empurrados para cima e formar novos continentes. Seu engenhoso esquema
cíclico de destruição e construção de continentes foi a pedra de toque explorada até hoje
em modelos muito mais complexos e detalhados.

TIPOS DE ROCHAS

Rochas Sedimentares

Para explicar como funciona o Ciclo das Rochas vamos começar pelo
intemperismo, o processo de transformação ou modificação das rochas quando expostas
à atmosfera e à hidrosfera. Alguns fatores determinam, ao longo do tempo, o tipo e a
intensidade do intemperismo, a saber: o clima, devido ao calor do Sol e à umidade das
intempéries (que por sinal lhe emprestam o nome), o crescimento de organismos (fauna
e flora), e os acidentes de relevo, devido à infiltração e drenagem da água ou sua
movimentação superficial, que pode ser mais ou menos rápida, dependendo da
inclinação das encostas. O último fator essencial a ser considerado é o tempo, pois
quanto mais longo o tempo que a rocha fica exposta a esses agentes, mais intensas e
profundas serão as transformações. O calor, a umidade, os organismos e o relevo
determinam o grau de atuação de cada um dos três processos básicos de intemperismo:
físico, químico e biológico.

O intemperismo físico, ou desagregação, altera o tamanho ou a forma dos


minerais sem mudar radicalmente a composição mineralógica. Denominamos
intemperismo químico, ou decomposição, toda ação que altera a composição química da
rocha, transformando os minerais primários da rocha em minerais secundários. A ação
dos seres vivos contribui para acentuar o intemperismo físico ou químico, tanto
mecânica quanto quimicamente, por meio de substâncias produzidas pelos organismos,
ou geradas a partir de sua decomposição. De uma região para outra da Terra,
dependendo das condições climáticas, de distribuição da vida e das formas de relevo,
acima citadas, há predomínio de modificações físicas, químicas ou bioquímicas.

A rocha, quando passa por processos intempéricos, forma camadas de materiais


desagregados onde se formam os solos, processo que recebe o nome de pedogênese. O
material solto torna possível desenvolver-se a vida de plantas e pequenos animais que
por sua vez contribuem para a decomposição, ao formar o húmus. A moderna
preocupação com uma Terra sustentável levou as Geociências a migrar do conceito de
solos como “materiais inertes e inconsolidados” utilizados na engenharia para a
ideiadinâmica dos solos como a pele viva do planeta, ou pedosfera. Essa visão, mais
próxima da dos ecologistas (Warshall 2000), reúne ainda os pontos-de-vista da
fertilidade, resistência à erosão e suporte físico, tão importantes para uma agricultura
sustentável.

A cadeia de processos de intemperismo pode atuar sobre qualquer rocha (ígnea,


metamórfica, sedimentar) exposta à superfície da Terra. O intemperismo faz com que as
rochas percam a coesão, fator que facilita o papel da erosão em promover desgaste
desses materiais e seu transporte. Ao serem deslocadas, as partículas recebem o nome
de sedimentos. Estes são transportados e depositados em depressões do relevo ou
levados até o fundo do mar (como James Hutton havia corretamente avaliado). O
principal agente de erosão são os rios e córregos que denudam os continentes. Na
superfície da Terra o processo de erosão tem início pelos chamados movimentos de
massa, que são deslocamentos de grandes volumes de materiais pelo efeito
gravitacional, em direção à base das encostas. Outro tipo de deslocamento muito
comum ao longo das encostas são os movimentos de partículas isoladas, levadas pela
água da chuva e pelas enxurradas. Os rios constroem canais, que podem ter tamanhos
grandes ou pequenos, dependendo da inclinaçãodo trecho de encosta e do volume de
água disponível. Ao longo desses canais os rios movimentam sedimentos, muitas vezes
com grande turbulência.

Nas montanhas cobertas pela neve, quando a capa é muito espessa, a geleira se
move para baixo, removendo partes dos solos ou sedimento. Esses seixos e pedaços de
rochas riscam a superfície das rochas resistentes abaixo da geleira, que faz, portanto,
uma autêntica “raspagem” superficial. O poder destrutivo do gelo não pode ser
comparado a qualquer outro agente superficial, como no caso das avalanches de neve,
um tipo de erosão glacial extremamente rápida, em que a neve despenca do alto das
montanhas, retira o material das encostas e destrói tudo que ficar no caminho. Por outro
lado, na maior parte da história da Terra os registros indicam que as áreas cobertas por
geleiras são muito restritas.

O vento, por sua vez, é capaz de selecionar cuidadosamente os sedimentos e ao


mesmo tempo remover partes menos resistentes da superfície das rochas. Sua ação,
sobretudo concentradanos desertos e em zonas litorâneas, onde as velocidades dos
ventos são maiores e o fluxo é relativamente contínuo, consegue nivelar a superfície das
encostas e formar dunas e outras feições muito características.

A sedimentação é o processo de acumulação dos sedimentos em depressões,


chamadas bacias sedimentares, onde, dependendo das condições e da profundidade a
que os sedimentos são submetidos, o peso dos sedimentos acumulados e a
movimentação de fluidos provocam compactação e cimentação dos materiais. A
transformação de um sedimento em rocha sedimentar é chamada diagênese. As rochas
sedimentares são formadas pela deposição e diagênese de sedimentos provenientes de
outras rochas ou de materiais de origem biogênica, ou ainda da precipitação química de
minerais. Rochas sedimentares como calcários e diatomitos são formados por processos
químicos/bioquímicos.
Rochas Metamórficas

Quando as placas litosféricas se movimentam durante o Tempo Geológico, as


rochas sedimentares (assim como outras rochas metamórficas e ígneas) podem ser
levadas a ambientes muito diferentes daqueles sob os quais se formaram.

Qualquer rocha submetida à ação de altas pressões e temperaturas, além da


percolação de fluidos, passa por transformações dos minerais que as constituem, além
de modificar sua estrutura, tornando-se orientadas. Essas propriedades definem uma
rocha metamórfica. Rochas sedimentares, enterradas a profundidades suficientes e
submetidas ao calor extremo do interno da Terra e a pressões dirigidas, terá como
consequência a reorientação dos minerais, no processo denominado metamorfismo.
As rochas metamórficas são formadas por transformações na mineralogia,
química e estrutura de rochas já existentes, devido a mudanças nos parâmetros físicos
(pressão e temperatura principalmente) e químicos diferentes das condições
diagenéticas. As rochas resultantes do processo de metamorfismo dependem do tipo de
rocha e sua composição mineralógica, e as principais transformações são a
recristalização de minerais e, ou, formação de novos minerais e deformações na
estrutura das rochas (dobras, foliação, lineação etc.).
Durante a deposição, diagênese e metamorfismo progressivo de um sedimento
argiloso (tamanho do grão menor que 0,002 mm), ele passa por uma série de etapas. As
rochas envolvidas nessas transformações permanecem no estado sólido, e podem formar
rochas sedimentares, como o argilito ou folhelho, ou podem dar origem a rochas
metamórficas, como a ardósia, filito, xisto e gnaisse. Se as condições de metamorfismo
forem muito intensas, as rochas podem se fundir, parcial ou totalmente, e gerar magmas.
Estes, ao se solidificar, darão origem a novas rochas ígneas.

Rochas Ígneas

Somente rochas que tenham atingido alta temperatura, equivalente à dos


gnaisses, poderiam atingir condições extremas capazes de realizar a fusão parcial ou
total do material. O magma assim formado se for resfriado lentamente, dará origem a
uma rocha plutônica; caso contrário, se for extravasado na superfície da Terra, formará
uma rocha vulcânica.

Raríssimas vezes, sob condições naturais, um sedimento pode ser transformado,


repentinamente, em material fundido. Quando há impactos de corpos celestes de grande
porte, nas proximidades da área impactada pode haver fusão instantânea de rochas e
materiais, mas esse fenômeno tem distribuição extremamente limitada na Terra. Quando
ocorre intrusão de uma grande massa ígnea (magma), pode haver nas vizinhanças da
intrusão a fusão parcial do material adjacente. Mesmo sob tais condições extremas, um
eventual sedimento acabaria por sofrer algum tipo de metamorfismo.
O magma é um líquido parcial ou totalmente fundido, de alta temperatura, em
torno de 700 a 1200o C, proveniente do interior da Terra, resultante do aquecimento e
fusão das rochas sob altas temperaturas e em determinadas condições e locais da
litosfera ou astenosfera. Muitas vezes o magma carrega consigo metais valiosos e,
portanto, jazidas de vários metais como ouro, platina, cobre e estanho podem associar-
se a corpos de rochas ígneas.
As rochas ígneas têm sua origem no resfriamento do magma, nas quais o
tamanho dos cristais geralmente é proporcional ao tempo de resfriamento do magma:
quanto mais lenta a cristalização de um magma, maiores os tamanhos dos cristais
formados.
Existem dois tipos de rochas ígneas: plutônicas ou intrusivas (que se formam
abaixo da superfície) e vulcânicas ou extrusivas (que se formam sobre a superfície). O
magma pode migrar dos locais onde se originou para regiões da crosta terrestre onde a
pressão seja menor, alojando-se como intrusão magmática. Uma intrusão pode variar
em tamanho e forma; quando atinge grandes proporções constitui uma câmara
magmática.
Nessas condições o resfriamento lento do magma favorece o processo de
cristalização dos minerais, dando origem a rochas ígneas plutônicas como os granitos.
As rochas ígneas vulcânicas, também conhecidas como efusivas, se formam quando a
migração do magma alcança a superfície da Terra, por processos associados ao tipo de
vulcanismo atuante. Nos vulcões, o magma, que agora pode ser chamado de lava, atinge
a superfície da crosta e se resfria rápido ao entrar em contato com a temperatura
ambiente, com a consequente consolidação das rochas. Os basaltos são as rochas
vulcânicas mais comuns.
Devido à solidificação praticamente instantânea (consolidação), não há tempo
para os cristais se desenvolverem, sendo muito pequenos invisíveis a olho nu (<<1 mm).
Para situações em que o magma se cristaliza no interior da crosta, próximo à superfície,
mas com resfriamento um pouco mais lento que o das rochas vulcânicas, podem se
formar cristais de tamanho pequeno (~1 mm), visíveis a olho nu. Rochas deste tipo são
denominadas rochas subvulcânicas, como o diabásio. Os termos “extrusivo”,
“vulcânico”, “subvulcânico”, “hipoabissal”, “intrusivo” e “plutônico” devem ser
utilizados nas descrições geológicas de corpos ígneos (Motoki e Sichel 2006) sem,
entretanto, assumir correlação direta entre o modo de ocorrência geológica e a
profundidade de colocação de um corpo ígneo, porque muitas rochas ígneas formadas
em profundidade podem ter se cristalizado mais rapidamente e portanto podem
apresentar textura fina.

O derradeiro processo que nos resta expor são os movimentos da litosfera que
promovem o aparecimento das rochas na superfície. Quando partes das cadeias de
montanhas são erodidas, o alívio de peso da parte superior da crosta faz com que exista
um “empuxo” da parte inferior e a superfície da crosta seja soerguida. Os processos
erosivos revigoram sua atuação e o Ciclo das Rochas é realimentado.

O Ciclo Das Rochas

O Ciclo das Rochas constitui um modo sintético de representar as inúmeras


possibilidades pelas quais, ao longo do Tempo Geológico, um tipo de rocha pode
transformar-se em outro. Podemos considerá-lo um conjunto de processos permanentes
de reciclagem, uma vez que a quantidade de matéria do planeta é a mesma há milhões
de anos. Pensemos em alguns átomos de carbono: em milhões de anos, eles já podem ter
feito parte de vários ciclos (do ar, da água, das rochas, dos seres vivos). Seguindo esse
raciocínio, podemos imaginar que os próprios átomos que compõem o nosso corpo já
foram muitas outras coisas, inclusive estrelas e rochas.

Figura 1: Esquema do ciclo das rochas


RECICLAGEM PERMANENTE

As rochas são uma espécie de memória inanimada do planeta, porque guardam


registros das alterações e dos fenômenos ocorridos ao longo da história geológica. Por
meio das rochas podemos deduzir as condições atuantes no Sistema Terra na época em
que foram geradas. Tomemos um exemplo: areias de deserto são muito particulares.
Seus grãos bem arredondados e foscos de tanto colidir uns com os outros acabam
acumulados em dunas. Dessa maneira, podemos reconhecer como os climas do passado
foram muito distintos do que os do presente.

O MOTOR DO CICLO DAS ROCHAS

As rochas dos continentes e dos fundos dos oceanos constituem registros das
transformações relacionadas ao Ciclo das Rochas, que funciona desde os primórdios da
história geológica da Terra, e acompanham a evolução do planeta. Para entender qual é
o motor que realiza as transformações, é preciso tratar das fontes de energia dos
processos terrestres. As fontes são, essencialmente, três: a energia proveniente do Sol, a
energia (calor) proveniente do interior do planeta e a gravidade. O ciclo envolve, pois,
as três fontes de energia mencionadas.
Os materiais terrestres estão continuamente sob a ação de um ou mais agentes
que provocam desequilíbrios. As transformações, por sua vez, representam respostas a
fluxos de energia na Terra. Se por um lado é bem aceita a constatação de que o Sol
constitui a fonte primária de energia dos processos intempéricos, erosivos e de
sedimentação, o reconhecimento da fonte dos processos internos do planeta não foi uma
tarefa assim tão simples.
Admitindo a influência do calor interno da Terra, Hutton introduziu o conceito
de plutonismo (de Plutão, deus do fogo na mitologia greco-romana) a partir de
observações de metamorfismo de contato entre rochas ígneas e sedimentares, bem como
detalhadas descrições de amostras examinadas ao microscópio. A relação dinâmica
entre os agentes e as configurações da parte mais externa do planeta, interligadas
naturalmente à Tectônica Global, constitui o motor do Ciclo das Rochas.
As relações envolvidas no Ciclo das Rochas são mais complexas do que a
concepção simplificada dos modelos acima. Diversos produtos não foram
representados, como, por exemplo, as variações de tipos de rochas formadas por
precipitação química, as inúmeras possibilidades de composição mineralógica dos
magmas (basáltico, granítico, alcalino etc.) e os variados tipos de rochas metamórficas
que podem ser geradas, de acordo com a natureza da rocha original. Abordar em
pormenores as amplas relações envolvidas no Ciclo das Rochas depende de
conhecimentos geológicos específicos que ultrapassamos objetivos do presente artigo.

Minerais Formadores De Rochas

Os minerais são classificados em oito grupos de acordo com sua composição


química. Alguns minerais, como cobre, ocorrem naturalmente como elementos puros
não-ionizados e são classificados como elementos nativos. Os demais minerais são
classificados de acordo com seus anions. A Olivia, por exemplo, é classificada como
silicato por causa de seu anion, que tem a fórmula (SiO44-). A habita (NaCl) e sua
parente próxima, a silvita, que é o cloreto de potássio (KCl), são ambas classificadas
como haletos por causa de seu anion, o Cl-. Ao todo são conhecidos mais de mil
minerais. A classificação dos principais grupos de minerais segundo sua composição
química nas rochas é da seguinte forma.

Composição química dos minerais nas rochas

FELDSPATO 59,5%

QUARTZO 12%

PIROXÊNIOS E ANFIBÓLIOS 16,8%

MICAS 3,8%

OUTROS 7,0%

• Silicatos:Os minerais mais abundantes da crosta terrestre, formados por


combinações de oxigênio (O) e silício (Si) com cations de outros elementos,
Olivina.
• Carbonatos:São minerais construídos de carbono e oxigênio na forma de anion
carbonato (CO32-). combinados com cálcio e magnésio, Calcita.
• Óxidos: São compostos de anions oxigênio (O2-) e cations metálicos, hepatita.
• Sulfeto:São compostos de anions Sulfeto (S2-) é cations metálicos, pirita.
• Sulfatos: São compostos de anions sulfato (SO42-) e cations metálicos.

Em seguida, apresentamos detalhes de cada grupo de minerais:

Silicatos

O constituinte básico de todas as estruturas dos minerais silicáticos é o íon silicato. É


um tetraedro composto de um íon central de silício (Si4+ ) circundado por quatro íons
oxigênio (02-), que configuram a fórmula Si044-, na figura 1 Como o íon silicato tem
uma carga negativa, freqüentemente se liga a cátions para formar minerais eletricamente
neutros. °íon silicato liga-se tipicamente a cátions como sódio (Na+), potássio (K+),
cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), e ferro (Fe2+).

Figura 1 : Ions de silicato. (Fonte: PRESS, 2006)

Alternativamente, ele pode compartilhar íons oxigênio com outros tetraedros de


silício-oxigênio. Os tetraedros podem estar isolados (ligados somente a cátions), como
também podem ligar-se a outros tetraedros de sílica, formando anéis, cadeias simples,
cadeias duplas, folhas ou redes, alguns dos quais mostrados na Figura 2.

Figura 2: Arranjos caracteristicos dos silicatos. (Fonte: PRESS, 2006)


PROPRIEDADE IMPORTANTE PARA IDENTIFICAÇÃO MINERAL

A clivagemé a forma com que muitos minerais se quebram segundo planos


relacionados com a estrutura molecular interna e paralelos às possíveis faces do cristal.
A clivagem é descrita em cinco modalidades: desde pobre, como na bornita, moderada,
perfeita até proeminente, como nas micas. Os tipos de clivagem são descritos pelo
número e pela direção dos planos de clivagem. A clivagem auxilia na identificação do
mineral. A clivagem é pobre se as ligações na estrutura cristalina forem fortes, e é boa
se as ligações forem fracas. Ligações covalentes geralmente resultam em clivagens
pobres ou em ausência de clivagem. Ligações iônicas são fracas e, portanto, originam
excelentes clivagens.

Participantes Do Grupo Dos Silicatos

Quartzo:Por ser um dos últimos minerais a se formar no decurso da consolidação de


um magma, geralmente é irregular, disforme (anédrico), adaptando-se aos interstícios
deixados entre os demais minerais. Só forma cristais bem desenvolvidos quando cresce
em cavidades ou fraturas. Geralmente, incolor, translúcido ou leitoso. Brilhoso vítreo.
Sem clivagem, com fratura irregular. De dureza = 7. Não se decompõe, só entra em
solução em meio alcalino. Dessa maneira, dos minerais mais comuns em uma rocha é o
único a resistir ao intemperismo.

Feldspato: São os constituintes mais importantes na formação de rochas ígneas e os


minerais mais abundantes na crosta terrestre. Bom sistema de clivagem e um outro
apenas regular. Na terceira apresentam apenas fratura. A coloração é sempre clara:
branca, cinza, rosa. Dureza = 6, não riscam o vidro. Muito suscetível à alteração,
perdendo gradualmente a cor e o brilho, tornando-se foscos e menos duros, facilitando a
clivagem para dar lugar inicialmente a um produto pulpulverulento, friável e, depois a
uma massa argilosa.

Existem dois tipos de Feldspato, os alcalinos (K) e os plagioclásios (Na\Ca), a distinção


por meios macroscópicos nem sempre é fácil. De modo geral, os alcalinos normalmente
formam prismas curtos quadráticos, têm dimensões normalmente maiores que os
plagioclásios e coloração cinza ou rósea, com o ortoclásio.

Piroxênios, anfibólios:A distinção macroscópica dessas famílias e, principalmente, das


várias espécies que integram não é tarefa fácil, normalmente, constituem a maior parte
dos componentes escuros (= máficos) das rochas (minerais pretos, verde-escuros, azuis
ect.) Pela presença de cátions como Fe, Mg etc., também são mais densos que os
minerais anteriormente descritos. São mais suscetíveis à alteração em clima úmido, com
a formação de minerais argilosos, micas, cloritas, talco, serpentinas e liberação de
hidróxidos de ferro e manganês. A liberação de hidróxidos de ferro confere
imediatamente uma coloração avermelhada ao mineral ou à rocha em alteração (ou aos
solos deles derivados). Esse processo acaba por contaminação outros minerais (como
feldspato e argilas) que, de outra forma, seriam claros.

Piroxênios: Geralmente formam prismas curtos, de tonalidade verde-escura, quase preta,


hábito não acicular, e não apresentam estriações segundo o prisma. Clivagem em dois
sistemas, quase formando ângulos retos (90o) entre si.

Anfibólios: Geralmente formam prismas alongados, com frequente desenvolvimento de


hábito acicular, cores de tonalidades claras: verde-claro, cinza, azulado-claro, branco
etc. Clivagem em dois sistemas, quase formando ângulos perto de (120o) entre si.
Frequentemente apresentam arranjo paralelo ou radial nas rochas, o qual aparece
sobretudo nas rochas metamórficas.

Mica: inclui diversos minerais proximamente relacionados, do grupo dos filossilicatos,


que têm a divisão basal altamente perfeita. Todos são cristais monoclínicos, com
tendência para pseudo-hexagonal, e são similares na composição química. A divisão
altamente perfeita, que é a característica mais proeminente da mica, é explicada pela
disposição hexagonal de seus átomos ao longo de planos sucessivamente paralelos.

Piroxênios

Iopsídio (Mg, Ca) Si2 O6

Augita (Mg, Fe, Ca) Si2 O6

Enstatita MgSi03

Hiperstenia (Mg, Fe) SiO3


Composição Química Dos Minerais Formadores De Rocha

Grupo do quartzo

Quartzo Si02

Tridimita Si02

Cristobalita Si02

Opala Si02*NH20

Grupo dos feldspatos

Ortoclásio KAISi3O8

Microclínio KAISi3O8

Albita KAISi3O8

Oligoclásio (Na, Ca)(AI,Si)4 O8

Andesina (Na, Ca)(AI,Si)4 O8

Labradorita (Na, Ca)(AI,Si)4 O8


Série dos plagioclásios

Bytownita (Na, Ca)(AI,Si)4 O8

Anortita (Na, Ca)(AI,Si)4 O8


Anfibólios

Tremolitas Ca2 Mg5 SiO8 O22

Actinolita Ca2 (Mg, Fe)5 SiO8 O22

Hornblenda Ca2 Na (Mg, Fe)4 (AI, Fe, Ti) (AI, Si)8 O22 (O, OH)2

Carbonatos

A caleita (carbonato de cálcio, CaC03) é um dos minerais não-silicáticos mais


abundantes da crosta terrestre, sendo o constituinte principal de um grupo de rochas, os
calcários. constituinte básico da calcita, o íon carbonato (C032-), consiste em um íon
carbono circundado por três íons de oxigênio, em um triângulo. O átomo de carbono
compartilha elétrons com os átomos de oxigênio. Os grupos de íons carbonato são
dispostos em folhas, sendo, de celta forma, similares à estrutura dos silicatos com
estrutura foliácea, e são ligados por camadas de cátions.

As folhas de íons carbonato na calcita são separadas por camadas de íons cálcio,
como é o caso do mineral dolomita, cuja fórmula é CaMg(CO3)²

Figura 4: (A) Calcario (B) Constituinte básico do carbonato, que é constituído por um íon
carbono circundado, em um triângulo, por três íons oxigênio, (C) Carbonato de Calcio (Fonte:
PRESS, 2006).
Óxidos

Os minerais do grupo dos óxidos são compostos nos quais o oxigênio é ligado a
átomos ou cátions de outros elementos, normalmente íons metálicos como o ferro
(Fe2+ou Fe3+). A maioria dos óxidos tem ligações iônicas e suas estruturas são
variáveis de acordo com o tamanho dos cátions metálicos. A hematita (Fe203),
mostrada na Figura 5, é o principal minério de ferro.

Figura 5: Minerais que fazem parte do grupo dos oxidos : hematita (esquerda); espinélio
(direita). (Fonte: PRESS, 2006).

Sulfetos

Os principais minérios de algumas substâncias importantes (cobre, zinco e


níquel) são membros do grupo dos sulfetos. Esse grupo é formado pelos compostos do
Íon sulfeto (S2-) com cátions metálicos. No íon sulfeto, um átomo de enxofre recebeu
dois elétrons em sua camada mais externa. Muitos dos sulfetos parecem metais e quase
todos são opacos. O sulfeto mais comum é a pirita (FeS2), também chamada de "ouro de
tolo".

Figura 6: pirita. (Fonte: PRESS, 2006)


Sulfatos

A unidade básica de todos os sulfatos é o íon sulfato (SO42-). Trata-se de um


tetraedro composto por um átomo central de enxofre (S) circundado por quatro íons de
oxigênio (02-). Um dos minerais mais abundantes desse grupo é a gipsita, o componente
primário do gesso. A gipsita forma-se quando a água do mar evapora. Durante a
evaporação, o Ca2+ e o SO42-, dois Íons abundantes na água do mar, combinam-se e
precipitam como camadas de sedimento, formando sulfato de cálcio (CaS04.2H20).

Outro sulfato de cálcio, a anidrita (CaS04), difere da gipsita por não conter água.
Seu nome é derivado da palavra anidro, que significa "sem água". A gipsita é estável
nas baixas temperaturas e pressões na superfície terrestre, enquanto a anidrita é estável
em temperaturas e pressões mais elevadas.

Figura 7: gipsita

Resumo Das Propriedades Dos Minerais

Propriedade está relacionada com a composição e com a estrutura cristalina.

• Dureza: Fortes ligações químicas resultam em alta dureza. Minerais com


ligações covalentes são geralmente mais duros que minerais com ligações
iônicas.
• Fratura: O tipo de fratura é produto da distribuição das forças de ligação ao
longo de superfícies irregulares não-correspondentes a planos de clivagem.
• Brilho: Tende a ser vítreo nos cristais com ligações iônicas e mais variável nos
cristais com ligações covalentes.
• Cor: Determinada pelos tipos de átomos e por traços de impurezas. Muitos
cristais com ligações iônicas são incolores. A presença de ferro tende a produzir
forte coloração.
• Traço: A cor do pó é mais característica que a do mineral maciço, pois o pó é
formado por grãos de pequeno tamanho.
• Densidade: Depende do peso atômico dos átomos ou Íons e da proximidade do
seu empacotamento na estrutura cristalina. Minerais de ferro e de metais têm alta
densidade; minerais com ligações covalentes têm empacotamento mais aberto e,
portanto, densidade mais baixa.
• Hábito cristalino: Depende dos planos de átomos ou Íons presentes na estrutura
cristalina do mineral e da velocidade e direção de crescimento específicas de
cada cristal.
REFERÊNCIAS

CARNEIRO, C. D. R.; GONÇALVES, P. W. e LOPES, O. R., O Ciclo das Rochas na


Natureza. TERRÆ DIDATICA 5(1):50-62, 2009.

CARNEIRO C.D.R., TOLEDO M.C.M.DE, ALMEIDA F.F.M.,. Dez motivos para a


inclusão de temas de Geologia na Educação Básica. Rev. Bras. Geoc., 34(4):553-560.
2004.

WARSHALL, P. Four ways to look at earth. In: R.L.. Earth matters: the Earth
Sciences, phylosophy and the claims of community. Upper Saddle River, Prentice
Hall, Frodeman, ed. 2000.

REVISTA USP, São Paulo, n.71, p. 20-29, setembro/novembro 2006

PENA, Rodolfo F. Alves. "Ciclo das Rochas"; Brasil Escola. Disponível em


<https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ciclo-das-rochas.htm>. Acesso em 30 de
novembro de 2018.

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