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Nesse artigo estamos recebendo a participação do amigo Darcy Mendes do

blog site Tem Segurança.

Muitos colegas me perguntam sobre o preenchimento do PPP, e como ele sabe


muito mais do que eu nesse tema resolvi pedir para ele para responder, e ele
gentilmente atendeu nossa solicitação. Então já devidamente apresentado, deixo você
com o passo a passo de hoje.

O preenchimento do PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) tem gerado


muitas dúvidas e estamos sempre recebendo perguntas das mais variadas situações.

Quando o Nestor me convidou para escrever sobre esse assunto, solicitei a ele
que me enviasse as perguntas que já recebeu. Assim juntei com aquelas que também
já recebi dos leitores do meu blog e vi que muitas dúvidas são parecidas, porém
existem algumas bem específicas.

Importante: As respostas que colocarei aqui estão embasadas nas experiências vividas
por mim com essa atividade. Pode ser que alguém tenha pareceres ou opiniões
diferentes, porém nunca tive problemas ao fazer conforme estará nas respostas.

Quando devo preencher o PPP?


Resposta:

A empresa ou equiparada à empresa deve elaborar e manter atualizado o PPP para os


segurados referidos no caput, bem como fornecê-lo nas seguintes situações:

I – por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa,


sindicato ou órgão gestor de mão de obra, com fornecimento de uma das vias para o
trabalhador, mediante recibo;

II – sempre que solicitado pelo trabalhador, para fins de requerimento de


reconhecimento de períodos laborados em condições especiais;

III – para fins de análise de benefícios e serviços previdenciários e quando solicitado


pelo INSS;

IV – para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos uma vez ao ano,
quando da avaliação global anual do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA; e

V – quando solicitado pelas autoridades competentes.

Embasamento legal: Art. 266, § 7º, incisos I, II, III, IV e V da INSTRUÇÃO NORMATIVA
INSS/PRES Nº 77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 – DOU DE 22/01/2015

Quem assina o PPP?


Resposta:
O PPP deverá ser assinado pelo representante legal da empresa ou seu
preposto, que assumirá a responsabilidade sobre a fidedignidade das informações
prestadas quanto a:

a) fiel transcrição dos registros administrativos; e

b) veracidade das demonstrações ambientais e dos programas médicos de


responsabilidade da empresa.

Comentário:

Caso o PPP seja assinado por um preposto, deve ser entregue junto uma cópia
da procuração autorizando o mesmo a assinar o PPP.

Embasamento legal: Art. 264, § 1º da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº


77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 – DOU DE 22/01/2015

Preenchendo o campo 13 – Lotação e Atribuição


Estou começando por este item, pois não encontrei dúvidas quanto aos campos
1 ao 12.

13.1 – Deve ser preenchido todos os períodos de acordo com o prontuário do


funcionário (idêntico ao que está registrado na CTPS – Carteira de Trabalho e
Previdência Social), inclusive as mudanças de classificação.

Exemplo:

13.7 – para atividade exercida até 31 de dezembro de 1998, fica dispensado o


preenchimento do campo código de ocorrência GFIP;

Embasamento legal: Art. 268, Inciso IV da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES


Nº 77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 – DOU DE 22/01/2015

Preenchendo o campo 14 – Profissiografia


Todos os períodos do campo 13 devem estar presentes neste item.

Comentário:
Percebam que fiz a junção dos períodos com cargo igual, apesar da classificação
ser diferente não necessidade de separar esses períodos.

Importante: A descrição do cargo deve estar no Infinitivo Impessoal.

Fonte: http://www.inss.gov.br/forms/formularios/form009_instrucoes.html

Preenchendo o campo 15 – Profissiografia


Escrevi um texto específico sobre o campo 15 no meu blog.

Como preencher os campos 15 do PPP


Comentário:

Usando o mesmo exemplo da Profissiografia, aqui os períodos também podem


ser agrupados, desde que a exposição seja a mesma.

Se o cargo for o mesmo, mas em setor diferente, o período deve ser separado
mesmo que a exposição seja a mesma.

O período deve ser repetido para cada agente.

Para o lançamento dos EPIs eu repito as linhas e adiciono o novo EPI (veja o
agente Calor no exemplo abaixo).

Os períodos devem ser “quebrados”, conforme vemos no agente ruído do


exemplo abaixo.

Exemplo:

Embasamento legal: Art. 268, Inciso III da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES


Nº 77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 – DOU DE 22/01/2015

MAIS PERGUNTAS:

1 – Não tenho dados da época – Como faço para preencher o PPP?


O LTCAT e os laudos mencionados nos incisos de I a IV do caput deste artigo
emitidos em data anterior ou posterior ao período de exercício da atividade do
segurado poderão ser aceitos desde que a empresa informe expressamente que não
houve alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo,
observado o § 4º deste artigo.

Embasamento legal: Art. 261, § 3º da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº


77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 – DOU DE 22/01/2015

Comentário:

Se realmente não existir nenhuma avaliação, preencha apenas os períodos e


coloque NA nos outros campos.

2 – O TST pode ser o responsável pelos registros ambientais?


Sim. O TST é um Profissional Legalmente Habilitado para responder pelo
preenchimento dos registros ambientais (informações) do PPP (Perfil Profissiográfico
Previdenciário).

Entendamos que o Técnico de Segurança do Trabalho aqui não é responsável


pelo LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho); este só Engenheiro
de Segurança ou Médico do Trabalho pode ser responsável.

3 – O funcionário ficou um longo período afastado e solicitou o PPP –


Devo colocar a exposição?
Serão considerados como período de trabalho sob condições especiais o
período de férias, os afastamentos por incapacidade acidentária, afastamento por
licença maternidade.

Embasamento legal: art. 164, da IN 84/02.

Vou descrever o um caso que tenho conhecimento:

O funcionário ficou dois anos afastado por doença sem nexo causal com suas
atividades e após retornar solicitou o PPP. Preenchi com todas as exposições normais,
porém o INSS solicitou que fosse retirado a exposição desses dois anos. Preenchi um
novo PPP sem as exposições!!!

Conclusão:

O assunto é bastante extenso e o artigo ficaria muito longo se fôssemos


responder todas as perguntas que recebemos. Sendo assim, as dúvidas pontuais que
não foram aqui respondidas, poderão ser solicitadas via comentário ou formulário de
contato.

Neste artigo não tratamos das cartas e declarações que muitas vezes
recebemos da Previdência Social, solicitando esclarecimentos e/ou documentos
comprobatórios pertinentes às informações constantes no PPP (Perfil Profissiográfico
Previdenciàrio).

Todavia, em um momento oportuno poderemos escrever um artigo sobre tais


documentos.

Fiquem à vontade para sugestões, críticas e correções!


Procuramos acertar sempre, mas sabemos que ninguém é perfeito!

Abraços, / Darcy Mendes / www.temseguranca.com

PPP – Erros que as pessoas cometem na hora de preencher


Vamos lá senhores! Sou o Mário Sobral do jornal Segurito e estou em mais uma
edição do SST é o canal,

E hoje eu vou responder à pergunta do Osiel Santos ele perguntou se eu


poderia comentar alguma coisa sobre PPP e como esse assunto é um pouco mais
extenso eu vou ficar só com essa pergunta mesmo.

PPP - Erros que as pessoas cometem na hora de preencher


O PPP é o Perfil Profissiográfico Previdenciário, e o que é principal ao saber
sobre o PPP é qual o objetivo dele?

Objetivo é saber se o funcionário tem ou não tem direito a aposentadoria


especial, basicamente é isso, só que ele deveria ser elaborado com base no LTCAT
Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho, mas muitas pessoas fazem com
base no PPRA.

É errado preencher o PPP com base no PPRA?


Vamos ver se está errado. Na verdade não é que esteja errado, legalmente isso
é possível você pode utilizar o PPRA para substituir o LTCAT, o problema é que o LTCAT
é com base no Anexo 4 do Decreto 3048 de 1991 e o PPRA é com base na NR 15, e o
que acontece?

Acontece que tenho alguns de riscos ambientais que fazem parte do PPRA e
que não deveriam fazer parte do LTCAT e você acaba colocando esses riscos
elementares no PPP, por exemplo, se houver um caso de umidade elevada em que a
pessoas trabalhe molhado o dia todo, isso deve entrar no PPRA? Sim, mas deve entrar
no PPP? Não.

Outro exemplo mais comum é calor por fonte natural, você está no galpão
quente, mas por causa da reação solar, ou você está em área aberta exposto ao calor,
isso deve estar no PPRA? Sim está lá no Anexo 3 dizendo que deve fazer parte do
PPRA. Deve fazer parte do LTCAT ou no PPP? Não!

A previdência só considera o calor por fontes artificiais (o calor do sol é natural.


Não entra), por máquinas, então se percebe que os documentos não são exatamente
iguais, e muita gente acaba colocando dados no PPP que não deveriam colocar, então
dêem uma olhada no Anexo 4 o decreto 3048 de 1991, para ver o que realmente
precisa ser colocado no PPP.

Dados administrativos e ambientais


PPP - Erros que as pessoas cometem na hora de preencher
No formulário do PPP, ele vai pedir dados administrativos, ambientais… Em
relação aos administrativos o CNPJ, nome do trabalhador, data de nascimento, exames
do fator de risco, mas uma coisa que pode te dar problema hoje ou algum dia são as
perguntas que estão no item 15.9, vou explicar para você:

Atendimento dos requisitos da NR 6 á NR 9 do Ministério de trabalho e


emprego o uso dos EPI’s informados e aí ele faz 5 perguntas, essas perguntas
atualmente não são fiscalizadas, mas no dia em que fizerem isso tem muita empresa
que vai estar enrolada.

Foi tentada a implantação de medidas de proteção coletiva?


Primeira pergunta: Foi tentada a implantação de medidas de proteção coletiva
de caráter administrativo ou de uma organização do trabalho optando-se pelo EPI por
inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade ou ainda em caráter complementar
ou emergencial?

Olha o que está falando aqui, você já tentou de tudo antes de indicar o EPI? E
ainda tem agente cara de pau que ainda coloca “sim”. Na maioria das vezes não! Não
fizemos não por culpa da segurança do trabalho, a própria empresa não teve esse
interesse.

O que acontece é que a partir de momento que colocamos no PPP podemos ter
que provar. E se um fiscal do INSS pedir para comprovar se realmente tentou proteção
coletiva ou outras e caráter administrativo, será que você teria como provar? Está tudo
documentado aí? Eu acho que não.

Segunda pergunta: Foram observadas as condições de um funcionamento e do


uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo conforme a especificação técnica do
fabricante ajustadas as condições de campo?

O uso ininterrupto do EPI tem como provar que o trabalhador usa


continuamente. Na verdade tem como comprovar que agente entregou, porque tem
cautela (ficha de EPI), tem que comprovar que treinou porque tem a frequência do
treinamento, mas nem toda empresa tem registro de inspeção de avaliação se o
trabalhador estava ou não usando o EPI.

Todo profissional ou a maioria dos profissionais fazem essa inspeção, mas nem
todo profissional registra, mesmo que não seja diário é interessante ter alguns
registros de inspeção dos EPI’s.

erceira pergunta: Foi observado o prazo de validade conforme o certificado de


avaliação do Ministério do trabalho? Isso aqui até que é feito, não é um problema tão
sério.

E quanto a periodicidade de troca do EPI?


Quarta pergunta: Foi observado a periodicidade de troca definida pelos
programas ambientais comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em época
própria?

Boa parte das empresas em função de ser difícil definir um prazo, por exemplo,
quanto tempo dura uma bota, quanto tempo dura um protetor auricular, fica difícil
saber isso. Como pode durar um pouquinho mais um pouquinho menos a empresa
acaba definindo “A bota aqui na empresa é trocada de 6 em 6 meses”, a pergunta é
estão seguindo o que foi estabelecido? É isso que está sendo perguntando, tem como
comprovar?

Então me dá a ficha de EPI do funcionário João… Ele trocou a botina há seis


meses e vocês disseram no PPP que a botina só dura 5…

A última pergunta é: Foi observada a higienização do EPI?


Higienização é responsabilidade da empresa, quando oriento isso ao
trabalhador preciso verificar se ele aprendeu, mesmo assim, continua sendo
responsabilidade da empresa, mas ele, o trabalhador está realmente fazendo essa
higienização? A empresa tem fiscalizado para saber se realmente o trabalhador está
fazendo corretamente?

Tome cuidado!

Percebe que se houver uma fiscalização em cima dessas perguntas podemos


ficar bem enrolados?

E quanto as assinaturas do PPP?

Outra coisa em relação ao PPP em que nos complicamos é em relação à


assinatura. Lá está:

Responsável pelos riscos ambientais, e responsável pela monitoração biológica.


As pessoas acreditam que precisam da assinatura de quem elaborou o documento,
mas na verdade não é. O documento teoricamente o LTCAT e o PCMSO lá vai ter o
nome do profissional que o elaborou e aqui só vai indicar a assinatura, mas lá vai estar
a assinatura o PPP só pegou os dados de lá.

E o último é o responsável pela informação, quem assina o PPP geralmente não


somos nós (mas, nada impede que seja desde que sejamos responsável legal da
empresa) é um representante legal da empresa, ou seja, alguém que possa assinar
pela empresa que dificilmente é o Técnico ou o Engenheiro de Segurança. Essa
assinatura não é nossa, mas geralmente quem preenche é o setor de segurança do
trabalho com o RH. Temos que tomar bastante cuidado com relação às informações.

Então é isso, busquei pegar os principais aspectos sobre o tema, espero que
tenha gostado.

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