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Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

Orixás na Umbanda
Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Cumino
ICA - Instituto Cultural Aruanda I Bauru-SP

AULA 01 BLOCO 01 - Versão Digitada

Quem é Deus?

Olá meus irmãos esse é o nosso curso de orixás na umbanda, acredito que alguns
de vocês já estudaram comigo, alguns já fizeram outros cursos aqui na plataforma
Umbanda Ead e agora nós estamos trazendo essa nova proposta. Uma proposta de estudar
os orixás a partir de uma abordagem umbandista, de um olhar umbandista já que o culto
a Orixá tem uma origem cultural africana, passou por uma aculturação nos cultos afro
brasileiros como por exemplo o candomblé, e na umbanda Orixá ganha um novo
significativo, um novo valor, a forma de se relacionar com Orixá na umbanda não é a
mesma que no candomblé e não é mesma na África isso é muito comum em religião, nós
temos um relacionamento com Cristo na Igreja Católica que não é igual ao
relacionamento com Cristo no espiritismo, ou em uma religião evangélica tradicional ou
em uma evangélica pentecostal ou mesma a forma de se relacionar com Cristo na
umbanda.
Independente do elemento religioso da divindade, ou mesmo da forma de se
relacionar com Deus muda de uma religião para outra e aí nós vemos a importância e
necessidade de entender um pouco melhor como eu me relaciono com os orixás na
umbanda, quem são os Orixás? Não há como falar de Orixás não umbanda sem falar sobre
Deus ou sem entrar no mérito das sete linhas de umbanda, então essa proposta desse
curso é falar sobre orixás na umbanda de maneira muito simples, fácil, acessível.
Qualquer pessoa que queira aprender, queira conhecer um pouco mais sobre os Orixás na
umbanda terá esse acesso de uma forma muito direta, nós vamos procurar uma linguagem
fácil alguns exemplos que nos ajudem a visualizar quem são os Orixás e apresentar algo
que nós vivemos, então existe um bom motivo pra eu estar aqui ministrando esse curso,

eu sou umbandista e eu amo a umbanda, eu amo a religião de umbanda de uma forma


visceral, a umbanda corre nas minhas veias faz parte da minha alma, do meu coração é a
minha verdade, é o meu amor, é a minha prática, é a minha religião.
Então nós estaremos aqui o tempo todo falando de coisas que nós vivemos e não
apenas coisas que estão em mera teoria ou livros. Haverá e há uma leitura recomendada,
então nós recomendamos para esse curso por exemplo a leitura do livro "Deus, Deuses,
Divindades e Anjos"de um excelente autor Alexandre Cumino. Esse livro foi escrito por
ocasião do estudo que nós fazemos no curso de Teologia de umbanda sagrada, então o
Rubens Saraceni nos ensinou que os orixás são divindades cultuadas de formas diferentes
nas diversas culturas e aqui nós temos uma pesquisa sobre isso e nós vamos falar um
pouco mais durante o curso é importante nós entendemos que esse livro de referência
assim como o livro "Orixás - Teogonia de Umbanda" de Rubens Saraceni o livro "Orixás
Ancestrais" do mesmo autor e o livro "lendas da criação" também do Rubens. Há muitos
outros livros sobre os Orixás, muita outras literaturas sobre Orixás. Nós vamos falar sobre
orixás em uma perspectiva da umbanda sagrada, mas não apenas porque primeiro nós
devemos entender quem são os Orixás em um contexto geral, apresentar os orixás mais
conhecidos e mais cultuados na umbanda e definir a maneira como isso é abordado nesse
segmento da umbanda sagrada e que tem um aprofundamento no curso de Teologia de
umbanda sagrada onde há um aprofundamento em cada trono de Deus, em cada Orixá.
Aqui nesse curso nós vamos entender conceitos muito básicos e muito simples
como por exemplo o mais importante de tudo é o entendimento sobre Deus. Há coisas na
vida que são muito difíceis de nós explicarmos, conceitos, a vida em si é algo difícil
explicar muitas coisas inclusive não são exatamente para serem explicadas e não são
exatamente para serem racionalizadas, há coisas na vida e a própria vida em algumas
instâncias que são para nós sentirmos. Então Deus faz parte desse universo de coisas ou
questões entre elas as questões existenciais em que muitas vezes é mais importante
sentir do que exatamente explicar porque você pode ter mil explicações para Deus, você
pode ter conceitos bem formados sobre o que é ou quem é Deus, você pode ter uma
doutrina que lhe traz as respostas para os seus questionamentos sobre Deus, mas tudo
isso é vazio se você não sente Deus então nós temos a oportunidade de fazer parte de
uma religião a umbanda que é uma religião visceral. A umbanda possui algo muito

especial e que poucas religiões hoje em dia conseguem trazer para sua prática que é o
transe, entrar no estado de transe, ou estado de incorporação mediúnica, estado
alterado de consciência ele se caracteriza como um estado de experiência mística,
espiritual ou religiosa. No transe mediúnico em especial aquilo ao qual nós estamos
rezando, aquilo que nós chamamos de sagrado desce e vem até nós. Então nesse
momento o adepto ou o médium Umbandista ele vive uma experiência religiosa, ele sente
aquilo ao qual ele cultua, ele reverencia, ele venera venha até ele. Naquele momento se
confunde quem é ele e quem é entidade, divindade. Então nessa presença de um ser que
incorpora no médium você tem a experiência religiosa com aquilo que é sagrado, divino.
Então não umbanda há uma experiência religiosa praticamente uma experiência mística
com Deus porque no momento em que eu vivo sagrado eu estou vivendo algo que faz
parte da minha maneira de me relacionar com Deus. Então eu sinto a presença de Deus
na incorporação do Preto Velho, na incorporação do caboclo eu sinto presença de Deus
quando estou incorporado e aquela entidade está rezando ou falando com Deus. Eu sinto
Deus na manifestação de Ogum, de Oxóssi, de xangô, de Iemanjá eu sinto Deus no
momento que eu firmo uma vela e eu vejo aquela chama da vela crepitando e o meu
corpo inteiro se arrepia e então quando meu corpo se arrepia eu sei que tem alguma
coisa aqui que não é só matéria. Quando meu corpo se arrepia eu sei que eu estou
acompanhado aquilo que me acompanha é sagrado para mim, aqui está Deus.
Já definiram ou melhor no seio da Igreja Católica uma das definições para religião
é religar então podemos dizer que um dos maiores teólogos de todos os tempos primeiro
grande teólogo erudito da igreja católica São Tomas de Aquino que escreveu a suma
teológica de todas as culturas ele define que religião é religar a Deus e a maioria das
religiões ocidentais têm isso como proposta, religar a Deus. Não é uma verdade absoluta
porque o budismo não tem proposta de religar a Deus e nem afirma se Deus existe ou não
e é também uma religião no entanto, é forte esse conceito e vai se tornar forte na
umbanda porque a umbanda tem uma base cristã. Nós encontraremos na maioria das
religiões a ideia de buscar Deus, encontrar Deus, religar a Deus de formas diferentes,
com visões diferentes e culturas diferentes. Aquele, aquilo ou isto que eu chamo Deus
aparece com diferentes nomes, formas diferentes, com vestimentas culturais diferentes
em cada religião e assim que o muçulmano que segue o Islã disse para Deus Alá, assim

que o judeu se refere a Deus como Adonai. Na cultura indígena se referir a Deus pode vir
por meio do nome Tupã. Na umbanda nós usamos muito nome Olorum ou Zambi, Olorum
da cultura na Nagô Iorubá é o nome de Deus, Zambi da cultura Bantu é o nome de Deus
então nós temos muitos nomes para se referir ao mesmo Deus ao mesmo e único Deus, no
entanto já houve muita polêmica no momento em que alguém diz "só o meu deus é
verdadeiro". Alá é Deus e o seu Deus não é Deus e o outro diz "não só existe um Deus e o
nome dele é Adonai" "o nosso Deus e Tupã ele é o criador de tudo e de todos". No
momento em que nós conseguimos abaixar os ânimos desarmar o preconceito e assumir
uma atitude de alteridade, de entendimento do outro você compreende que Ala, Adonai
você compreende que, Alá, Adonai, Iavé, Tupã, Olorum, Zambi são o mesmo Deus,
manifesto e culturas diferentes. A umbanda reconhece isso de uma maneira muito clara e
muito simples no momento em que um caboclo se refere a Deus como Tupã e um preto
Velho se refere a Deus como Zambi, e um baiano ou boiadeiro se refere a Deus como
Olorum e eles vamos dizer filho é o mesmo Deus, com nome diferentes. É lógico que o
índio no meio da Mata Atlântica na Amazônia, quando olha seu redor ele vê toda aquela
abundância ele diz "Deus que criou tudo e todos ele é assim, ele é abundante, colorido e
traz fartura para nós". Então olhar para Deus de alguém que nasce no deserto geralmente
não é igual ao olhar para Deus de alguém que nasce em uma mata atlântica porque nós
cremos que o criador ele traz em si toda sua criação e na criação está marca do criador,
mas hoje em que nós vivemos em um mundo globalizado, hoje que nós vivemos em uma
cultura pós-moderna nós temos a oportunidade de ver que Deus é Senhor de toda essa
diversidade e que ele está tanto na mata, quanto no deserto, quanto na mente do
religioso ou do ateu. Ele é a origem, destino, a vida, onipotência, onisciência,
onipresença ele é o sustentador de tudo e de todos é Deus.
Não importa por qual nome você chama Deus estamos falandoda mesma coisa na
umbanda não seria diferente. Não importa por qual nome você indentifica-se Deus
estamos falando do mesmo Deus, não há nome mais importante que o outro, não adianta
dizer que só Zambi é o nome de Deus, só Olorum é o nome de Deus, apenas Tupã deve ser
o nome de Deus não importa o nome de Deus porque para os nossos guias não importa
porque para mim deveria importar algo se não importa para o caboclos, preto velho para
o baiano e para o boiadeiro? Então vamos aprender a primeira lição Deus é o Senhor do

mil nomes no sentido figurado e não importa por qual nome você o identifique estamos
falando do criador de tudo de todos.
Esse é o nosso curso de Orixás na Umbanda e esse foi o nosso primeiro bloco da
primeira aula. Muito obrigado eu estou muito feliz, muito satisfeito por essa oportunidade
e agradeço ao umbanda EAD, agradeço ao meu irmão ao meu parceiro Rodrigo Queiroz e
agradeço a todos vocês por nós estarmos juntos aqui nesse curso. Axé, Saravá, Mukuiu,
Shalom que Deus os abençõe.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD


Este documento é uma transcrição literal do conteúdo da vídeo-aula

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