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Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

Orixás na Umbanda
Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Cumino
ICA - Instituto Cultural Aruanda I Bauru-SP

AULA 03 BLOCO 02 - Versão Digitada


Orixá Exu, Pomba Gira e Exu Mirim

Aula três bloco dois continuando nosso assunto sobre a gênese na criação. Então nós comentamos
uma gênese judaico cristã, existem Genesis em todas as culturas que falam de formas diversas sobre a
origem das coisas. Nós temos uma gênese nagô Iorubá que é uma gênese mitológica que fala sobre esse
mito de Olorum, oxalá, de Exu, de Ododua, então eles estão sempre na origem. Olorum que é Deus,
principalmente oxalá e Exu estão sempre nessa origem porque a qualidade desses orixás, aquilo que eles
trazem, o seu fator, a sua energia, a sua ação está muito ligada isso, a dar base para alguma coisa. Agora
nós temos um olhar umbandista, um olhar mais umbandista quer dizer a princípio que tem algumas lendas
psicografadas pelo Rubens que fala dessa criação de uma maneira um pouco mais umbandista e que vai
abordar a origemdos Orixás, a criação dos Orixás também esse olhar que privilegia a nossa religião, a
umbanda. Nesse livro lendas da criação que é um livro incrível, de uma leitura muito gostosa, muito
bacana, mas antes de ler o livro lendas da criação é importante que você já tenha um entendimento sobre
quem são os orixás, então o livro Orixás Teogonia de umbanda, o livro Deus, Deuses, Divindades e Anjos,
para quem quiser se aprofundar não é uma leitura obrigatória e tem um livro fininho chamado Orixás
ancestrais também, para primeiro você ter um entendimento sobre os Orixás. Em lendas da criação o
Rubens começa abordar uma questão muito interessante, que na origem das coisas nada existia a única
coisa que existia era Deus, Olorum.
Então se você crê que existe Deus e Deus é aquele que criou todas as coisas antes das coisas serem
criadas só existia Ele e todas essas coisas que foram criadas existiam dentro dele, estavam nele então tudo
aquilo estava em Olorum e não existe, o mundo, não existia os mundos, não existia universo, não existia
nada porque tudo ainda estava em Olorum, dentro de Olorum em seu interno. Então isso na obra do Rubens
vai se chamar o lado interno da criação, aquilo que está em Olorum é o lado interno da criação então no
momento em que ele vai criar os mundos universo, o céu, as estrelas, o mar, a água no momento em que
ele vai criar tudo isso ele vai se exteriorizar, então vai surgir no lado externo da criação, algo que está
dentro de Olorum no lado interno da criaçãovai se exteriorizar então vai surgir o lado externo da criação
aquilo que aqui é chamado de lado externo da criação é o mundo material, o mundo manifesto, os mundos,
universos, as galáxias é o lado externo da criação. Então tudo está em Deus e Deus está em tudo. No
começo, no início não havia nada então quando nós dizemos "não havia nada" na obra do Rubens isso é um
estado da criação, então tenta absorver o conceito para nós estudarmos um negócio novo é importante
esvaziar o copo, então por favor observe que para a maioria de nós eu estou trazendo conceitos novos que
você ainda não tinha recebido, então a primeira vez que nós ouvimos falar de um conceito aquilo pode soar
estranho "o que ele está falando?". Então por favor abaixa um pouquinho o ânimo, abaixa um pouquinho a
crítica e entenda uma coisa muito importante ninguém aprende nada de novo se não estiver receptivo,
então não entre em questionamentos, não entre na crítica, não entre no combate "ah, mas eu aprendi
assim, mas eu aprendi assado", não, nós estamos falando de um conceito novo e estamos afirmando com
todas as letras para quem quiser ouvir que antes dessa literatura não havia uma genese existencialmente e
originalmente umbandista, não estou falando que essa é a verdade, não estou falando que nós somos os
donos da verdade, não estou falando que nós somos os detentores do conhecimento, é uma proposta esteja
aberto a uma proposta nova, porque você pode se surpreender, mas isso só vai acontecer se você estiver
aberto, receptivo.
Então no início não havia nada, na obra do Rubens diz que esse é o estado da criação, é o estado do
nada então, tudo que está em Olorum representa uma divindade, uma força, um poder, toda vez que
Olorum se manifesta ele se manifesta por meio de uma divindade, então não há nada, e uma divindade em
Olorum ligada ao estado do nada, ao nada, quando você fala aqui não tem nada então não tem nada
daquilo que você conhece, não tem nada porque você olha e não vê nada, mas isso é um estado da criação
então em Olorum há um mistério, uma divindade que está relacionada ao Nada, ao estado do nada porque
não há nada mas, há uma intenção, nós estamos falando sobre gênese e eu disse que não há nada, mas
você sabe que as coisas virão, então não há nada mas já há uma intenção. Isso pertence a uma divindade
em Olorum, essa divindade é desconhecida, é um Orixá desconhecido, nós não sabemos quem é esse Orixá,
mas pai Benedito de Aruanda diz "esse Orixá do nada, esse Orixá das intenções, esse Orixá, essa divindade
que não é conhecida na cultura nagô Iorubá, portanto, não é um Orixá conhecido, esse Orixá é responsável
pela energia, pela vibração é responsável por aquilo que você vê no mistério Exu Mirim." Então nós
adotamos o nome Exu Mirim foi adotado para nomear, nós nos apropriamos do nome Exu Mirim para nomear
um Orixá desconhecido e aí ficou Orixá Exu Mirim. Orixá que responsável por esse mistério de Exu Mirim na
umbanda. Entenda que não é uma invenção, entenda que não é "ah, estão começando inventar Orixás",
não, ele já existia, não tinha um nome, é desconhecido então tem um regente do mistério, então por isso
se apropriou do nome porque fica fácil. Quem é o Orixá Exu mirim? É o Orixá que tem aqui a energia que
você vê no Exu Mirim quando incorpora na umbanda isso represento que? Na criação, na gênese, na
cosmogênese representa o nada, quando o nada existia, existe a intenção e Olorum há um mistério que
pertence a uma divindade que se relaciona com Exu Mirim, vamos chamar isso de orixá Exu Mirim. Existe
um livro do Rubens só sobre o Orixá Exu Mirim.
Então é o Nada para que as coisas comecem a ser criadas, ou seja, ali onde antes era nada agora
haverá os mundos, os universos, os planetas, os sistemas, as galáxias, as formas de vida, os sóis, os planetas
essa beleza da criação toda, mas não tem nada, nada, absolutamente nada, então agora vai existir um
estado posterior ao Nada que é quando você olha e vê o vazio. Então aqui eu posso dizer que não tem nada?
não, aqui tem um espaço que está vazio. Então o segundo estado da criação, o próximo estado da criação é
o vazio, o vazio é o que já define, o lado interno da criação e o lado externo da criação. No lado interno
está tudo dentro de Olorum, no lado externo está o vazio, então esse vazio ele envolve vamos dizer, ele
está entorno de todo lado interno da criação, tudo está dentro no lado interno e aí há o limite, o limite do
interno para o externo, agora o limite é o vazio, pertence a uma divindade, a um Orixá, todos os estados da
criação pertence a alguma divindade. Então esse vazio, esse limiar entre o lado interno da criação e o lado
externo, o limiar que é o vazio pertence a Exu Mirim, orixá Exu Mirim e isso é a encruzilhada. Esse vazio
será preenchido, esse vazio vai se tornar um espaço onde haverá os mundos, os planetas, as realidades, as
dimensões todas elas. Então esse vazio vai se expandir e entre o vazio e o lado interno da criação estará o
lado externo da criação e o vazio recobrindo. Então você tem lado interno, lado externo que agora é o
espaço e entorno o vazio. Esse espaço que estará pleno e aonde surgiram todos os mundos, as vidas e as
realidades é o próximo estado da criação, primeiro estar da criação é o nada, Exu Mirim, segundo estado da
criação é o vazio Orixá Exu, terceiro estado da criação é o estado do espaço, da plenitude é o estado aonde
existem os mundos, as realidades, a base da criação onde surgirão todas as realidades que pertencem ao
Orixá oxalá então essa uma maneira de falar da gênese, essa é uma Cosmogênese que não está usando o
mito como recurso está usando uma linguagem que aborda os estados da criação e agora que você tem esse
estado da plenitude, esse estado que é o espaço será preenchido então viram os outros orixás e cada um
responsável por alguma coisa na criação. Oxalá é responsável por dar a base, oxalá é responsável por criar
um espaço onde todas as coisas serão criadas, por isso mesmo Exu está em todos os lugares porque ele é o
vazio em torno de tudo e oxalá está em todos os lugares porque ele é o espaço onde tudo foi criado.
Exu e oxalá são primordiais para criação, oxalá é o primeiro Orixá que ocupa o espaço, mas Exu é
anterior porque ele é o vazio. Então esteja aberto se você está ouvindo isso e está pensando "meu Deus,
que doideira, que viagem o que esse cara está falando? Que vazio? Que nada? Que espaço?" É um conceito,
isso não faz a menor diferença, crer ou não crer, entender ou não entender, não faz a menor diferença no
momento que você acende uma vela para oxalá e reza, no momento que você acende uma vela para Exu e
reza, não faz a menor diferença, mas é um conceito de cosmogênese porque se você entende esse conceito
você vai começar a entender outros conceitos práticos. Por exemplo, porque é que oxalá pede para Exu sair
da sua casa, porque ele é vazio e enquanto Exu está na casa de oxalá ela vai ficar vazia. Exu sai da casa de
oxalá, que é o vazio, que é o mundo e passa estar fora da casa oxalá. Essa uma forma de entender porque
que Exu é firmado do lado de fora da casa, porque a casa represento meu universo, o meu mundo e o vazio
eu coloco para fora para preencher o meu mundo, o meu universo, minha casa, com amor, com
conhecimento, justiça, evolução, com os meus amigos, com as pessoas que eu amo.
Esse foi segundo bloco da nossa terceira aula falando de um negócio maluco que é a gênese, e a
Cosmogênese. Muito obrigado por essa oportunidade.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD


Este documento é uma transcrição literal do conteúdo da vídeo-aula

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