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A EVOLUÇÃO
do PENSAMENTO SOCIAL:
Comte, Durkheim, Weber e Marx
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Texto elaborado para fins didático e de uso exclusivo dos alunos da disciplina de Sociologia do Centro
Universitário UNA.
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Para Comte, a Europa, no século XIX, encontrava-se no Estágio Positivo e por isto
era desenvolvida, superior e evoluída.
Enfim, suas idéias acabaram incentivando e explicando várias ações dos países
capitalistas desde a segunda metade do século XIX e alguns traços de seu
pensamento encontram-se presente entre nós até os dias atuais. Talvez o
positivismo tenha influenciado no sentimento de inferioridade que até hoje
sentimos em relação à Europa e até na classificação dos países em termos de
desenvolvidos e não desenvolvidos. Outras influências são sentidas na percepção
sistêmica que ainda fundamenta análises sociais, políticas e organizacionais
presentes até hoje.
A contribuição de Durkheim
Em sua obra, Durkheim destacava que os Fatos Sociais são os objetos de estudo
da Sociologia. Na sua concepção, a ciência deveria ser pautada pela neutralidade
e objetividade científica. Estes fatos sociais são identificados por possuírem 3
características:
investigação sobre seu sentido histórico e social. Ele era indiferente em relação
ao Positivismo e seguiu a trajetória do pensamento alemão, que ainda não tinha
sido contagiado pela necessidade de teorias que explicavam a consolidação do
capitalismo. Weber enfatizava a perspectiva histórica para a compreensão da
realidade rejeitando a visão positivista que reduzia a história a uma lei geral
(Teoria da Evolução) que regia a evolução linear da humanidade rumo a
sociedade capitalista, considerada o ápice da evolução social. Weber não só
recusava a explicação do evolucionismo positivista como valorizava a história de
cada sociedade, ou seja o processo histórico particular vivido por cada uma.
Conceitos Fundamentais
Até os dias atuais notamos a utilização das teses weberianas nos estudos que
procuram definir traços de uma cultura ou uma identidade para os protestantes.
Karl Marx (1818-1883) e seu discípulo Friedrich Engels (1820-1895) elaboraram uma
doutrina sobre a realidade social que visava o fim da desigualdade social e da exploração
do homem pelo próprio homem. Marx se colocou abertamente contra a sociedade de
classes presente no capitalismo. Esta sociedade se caracterizaria pelo domínio e
exploração da classe burguesa sobre o proletariado. Marx partiu das idéias defendidas
pelos economistas ingleses, Adam Smith e Ricardo para compreender as leis que regiam
o mundo capitalista. Seu interesse em investigar o sistema capitalista tinha como intuito
conhecer o inimigo para destruí-lo. Ele utilizou também a filosofia de Hegel,
principalmente suas teses sobre a dialética para alcançar seus objetivos.
Marx destaca que os homens transformam a natureza através do trabalho e para isto
estabelecem relações entre si. É assim que eles produzem suas vidas e suas idéias. É
através do TRABALHO que os homens fazem a sua história e constroem a sociedade em
que vivem. Usando o Materialismo Histórico, Marx dividiu a estrutura da sociedade em 2
níveis: a) Infra-estrutura: base econômica da sociedade (esfera da produção); e b)
Superestrutura: base política e ideológica da sociedade. A INFRAESTRUTURA
engloba a relação entre proprietários e não proprietários dos meios de produção e a
SUPERESTRUTURA engloba a estrutura jurídico- política da sociedade. Aí se localizam
o ESTADO e o Direito. O ESTADO é apropriado pela classe dominante e utilizado por ela
para consolidar sua dominação. A cultura e o modo de vida de uma sociedade refletem os
valores da classe dominante. Para Marx, o existir humano decorre do agir, pois o homem
se auto produz através do trabalho. Mas a relação entre o homem e a natureza e entre o
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pensar e o agir é dialética. Marx chama de praxis a ação humana de pensar a realidade
(a união dialética entre a teoria e a prática). A ação do homem é sempre ação refletida.
Para compreender o conceito de classe social no pensamento de Marx temos que nos
recordar que em sua concepção os homens estabelece relações entre si durante o
processo de produção. Destas relações de produção e a partir da produção do
excedente, alguns indivíduos, mesmo não produtores, se apropriam de parcela do que é
produzido socialmente . Esta apropriação gera os conceitos de classe, de exploração, de
opressão e de alienação. Assim, o conceito de classe não está relacionado com o nível de
renda, o consumo, a escolaridade, a origem ou linhagem familiar dos indivíduos. Para
Marx só existem duas classes sociais significativas: de um lado, os proprietários dos
meios de produção e do outro lado, os que só possuem trabalho. Estes últimos passam a
constituir uma classe dominada pelos primeiros, pelos proprietários da capital. Estas duas
classes fundamentais, no caso do Modo de Produção Capitalista, são chamadas de
burguesia e proletariado. Os burgueses, que constituem a classe dominante, possuem
uma consciência de sua situação de classe proprietária e assim estabelecem seu
domínio, ou seja, pensam, agem, produzem idéias, regulamentam a produção e exercem
a exploração, a opressão e provocam a alienação da classe dos trabalhadores.
vende ao capital a mercadoria que é capaz de produzir, ou seja, sua força de trabalho. O
valor da força de trabalho é dado pela subsistência do trabalhador e a reprodução da sua
capacidade de trabalhar. Na concepção de Marx, o salário deveria ser capaz de manter
o trabalhador e sua família. Porém, Marx ressalta que, ao produzir mercadorias, o
trabalhador cria mais valor do que recebe em seu salário . Daí surgiu o conceito de Mais-
Valia. Na teoria de Marx existem dois tipos de Mais-Valia: a Mais-Valia Absoluta e a Mais-
Valia Relativa.
Para Marx, o Estado tem a função de perpetuar as relações de dominação. Ele situa-se
na chamada superestrutura social. Assim, só aparentemente o Estado visa o bem
comum. Na verdade, ele está a serviço da classe dominante. Ele foi apropriado pela
classe dominante e organiza-se e age conforme seus interesses.