Introdução aos Elementos de Máquinas II

CAP – 13
Cabos de Aço

Prof. Me. Guilherme Nascimento

 Introdução
Cabos são elementos de construção mecânica, utilizados em transporte de carga, tais
como: guindaste, elevador, ponte rolante, escavadeira, bate-estacas, etc. Quanto à composição,
classificam-se em três tipos:

Warrington Seale Filler

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 Torção dos cabos
• Pernas torcidas da esquerda para a direita:
"torção à direita"

• Pernas torcidas da direita para a esquerda:

"torção à esquerda"

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 Torção dos cabos
• Torção Regular: Os fios de cada perna são torcidos em sentido oposto à torção das pernas.

• Torção Lang: Os arames de cada perna são torcidos no mesmo sentido das pernas.

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 Alma dos cabos
Alma de Fibra:

São utilizadas fibras naturais (AF) de sisal

ou rami, ou fibras artificiais de polipropileno. As
fibras artificiais (AFA) são utilizadas em cabos
especiais, por seu custo ser superior ao da fibra
natural, porém, apresentam vantagens em Cabo com Alma de Cabo com Alma de Aço
relação às outras fibras, pois não se deterioram Fibra AF (Fibra Natural) formado por Cabo

em contato com a água ou substâncias ou AFA (Fibra Artificial) independente AACI

agressivas, não absorvendo umidade.

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 Alma dos cabos
Alma de Aço:

As almas de aço garantem maior resistência aos

amassamentos e aumentam a resistência à atração.

Cabo com Alma de Aço formado uma

perna AA

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 Classificação construtiva dos cabos
Cordoalhas:

Cordoalhas são cabos fabricados de arame de aço, possuem uma grande diferença no
tratamento térmico e químico dos arames e da máquina de origem: são produzidas com arames
de aço mais densos e com menos “fios” do que os cabos de aço.

Estes “fios”, que formam a construção da cordoalha também estão em uma formação helicoidal
distinta os fios que a do cabo de aço, pois, nos cabos de aço os arames formam “pernas” e
posteriormente estas pernas formam o cabo de aço. Já na cordoalha a formação da mesma é
totalmente helicoidal.

Por este motivo, as cordoalhas são mais rígidas e utilizadas geralmente para estais e tirantes. As
cordoalhas são também muito utilizadas para fins elétricos, tais como para-raios, e aterramentos.
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 Classificação construtiva dos cabos
Cordoalhas:

Classificação 7 fios:

AF = Alma de fibra
AA = Alma de aço de uma perna

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 Classificação construtiva dos cabos
Cabos: Classificação 8 ᵡ 19 fios:

AF = Alma de fibra
AACI = Alma de aço de cabo
independente
Filler = Arame de enchimento

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 Classificação construtiva dos cabos
Cabos: Classificação 6 ᵡ 37 fios:

Classificação 6 ᵡ 61 fios:

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 Classificação construtiva dos cabos
Não Rotativos:

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 Resistência dos cabos
Carga de Ruptura Teórica: É
determinada por meio do produto entre a
tensão de ruptura dos arames e a área total
da secção transversal de todos os arames.
Carga de Ruptura Efetiva: É menor
que a carga teórica, em virtude do
encablamento dos arames. Essa
constatação ocorre em laboratório, quando
o cabo é submetido a teste de ruptura.

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 Cargas de trabalho e fatores de segurança
A carga de trabalho para cabo, em casos Fatores de Segurança
gerais, não deve exceder 1/5 da carga de ruptura Aplicações F.S.
mínima efetiva especificada para ele. Cabos e cordoalhas estáticas 3a4
Cabo para tração horizontal 4a5
Fator de Segurança: Guinchos 5
Pás, guindastes, escavadeiras 5
A utilização do fator de segurança ideal
Pontes rolantes : 6a8
acarreta:
Talhas elétricas e outras 7
• Segurança da operação, evitando rupturas; Derriks (guindaste estacionário) 6a8
• Aumento da vida útil do cabo. Laços (slings) 5a6
Seguem os fatores de segurança, indicados Elevadores de baixa velocidade
8 a 10
para as diferentes aplicações. (carga)
Elevadores de alta velocidade
10 a 12
(passageiros)

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 Cargas de trabalho e fatores de segurança
Deformação Elástica: Área Metálica Construção do Cabo Fator
de Aço "𝝆"
A deformação elástica é medida A área metálica do cabo 6x7 0,380
6 x 19 (2 operações) 0,395
pela Lei de Hooke, ou seja: é definida por meio de: 6 x 19 Warrington 0,395

Pl 6 x 19 Seale 0,395

l  Am  .d 2 6 x 21 Filler 0,395
Am  E 6 x 25 Filler 0,405
6 x 31 WS 0,405
Onde: 𝑃 = carga aplicada (N); Onde: 𝐴𝑚 = área metálica 6 x 36 WS 0,405
𝐿 = comprimento do cabo (mm); (mm²); 6 x 37 Warrington 0,400
6 x 41 Filler 0,405
𝐴𝑚 = área metálica (mm²); 𝜌 = fator de construção 6 x 41 WS 0,405
𝐸 = módulo de elasticidade (N/mm²); do cabo (Tabela); 8 x 19 Warrington 0,352
8 x 19 Seale 0,352
Δ𝐿 = alongamento (mm). 𝑑 = diâmetro nominal do
18 x 7 não rotativo 0,426
cabo ou cordoalha (mm). 1x7 cordoalha 0,596
1 x 19 cordoalha 0,580
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 Cargas de trabalho e fatores de segurança
Observação:

Para cabos de 6 pernas com AACI, adicionar 15% à área metálica, com AA adicionar 20% e para cabos
de 8 pernas com AACI adicionar 20% a sua área metálica.

De uma maneira geral, pode-se estimar em 0,25% a 0,50% a deformação elástica de um cabo de aço,
quando ele for submetido a uma tensão correspondente a 1/5 de sua carga de ruptura, dependendo de sua
construção.

Nota:

A deformação elástica é proporcional à carga aplicada, desde que ela não ultrapasse o valor do limite
elástico do cabo. Esse limite para cabos de aço usuais é de aproximadamente 55% a 60% da carga de ruptura
mínima efetiva dele.

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 Módulos de elasticidade de cabos de aço
O módulo de elasticidade de um cabo de aço aumenta durante a sua vida em serviço, dependendo de
sua construção e condições sob as quais é operado, como intensidade das cargas aplicadas, cargas
constantes ou variáveis, dobragens e vibrações às quais ele é submetido.
O módulo de elasticidade é menor nos cabos sem uso, sendo que para cabos usados ou novos pré-
esticados o módulo de elasticidade aumenta cerca de 20%.
Em seguida, apresentamos os módulos de elasticidade aproximados de construções usuais de cabos de
aço novos:

Cabos de Aço com Alma de Fibra Cabos de Aço com Alma de Aço Cordoalhas Galvanizadas
Classificação E (N/mm²) Classificação E (N/mm²) Classificação E (N/mm²)
6x7 90000 a 100000 6x7 105000 a 115000 7 fios 145000 a 155000
6 x 19 85000 a 95000 6 x 19 100000 a 110000 19 fios 130000 a 140000
6 x 37 75000 a 85000 6 x 37 95000 a 105000 37 fios 120000 a 130000
8 x 19 65000 a 75000
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Escolha da composição em vista da aplicação
A flexibilidade de um cabo de aço está em proporção inversa ao diâmetro dos seus arames externos,
enquanto a resistência à abrasão é diretamente proporcional a esse diâmetro. Em consequência, escolher-se-á
uma composição com arames finos quando prevalecer o esforço à fadiga de dobramento, e uma composição
de arames externos, mais grossos, quando as condições de trabalho exigirem grande resistência à abrasão.
Em regra geral, vale o quadro seguinte:

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 Diâmetros indicados para polias e tambores
Diâmetro da Polia do Tambor
• Existe uma relação entre o diâmetro do Composição do Cabo
Recomendado Mínimo
cabo e o diâmetro da polia ou tambor 6x7 72 42 vezes o Ф do cabo
que deve ser observada, a fim de 6 x 19 Seale 51 34 vezes o Ф do cabo
18 x 7 não rotativo 51 34 vezes o Ф do cabo
garantir uma duração razoável do cabo.
6 x 21 Filler 45 30 vezes o Ф do cabo
6 x 25 Filler 26 vezes o Ф do cabo
• A tabela seguinte indica a proporção 39
6 x 19 (2 operações) 39 26 vezes o Ф do cabo
recomendada e a mínima entre o 8 x 19 Seale 39 26 vezes o Ф do cabo
diâmetro da polia ou do tambor e o 6 x 36 Filler 34 23 vezes o Ф do cabo
6 x 41 Filler ou Warrington- Seale 31 21 vezes o Ф do cabo
diâmetro do cabo, para as diversas
8 x 25 Filler 31 21 vezes o Ф do cabo
composições de cabos. 6 x 37 (3 operações) 27 18 vezes o Ф do cabo
6 x 43 Filler (2 operações) 27 18 vezes o Ф do cabo
6 x 61 Warrington (3 operações) 21 14 vezes o Ф do cabo
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Ângulo de desvio máximo de um cabo de aço
Esse ângulo não deve exceder 1°30' quando o enrolamento é feito em um
tambor liso (sem canais) e 2° quando tiver canais (ver a figura ao lado).
No caso de o ângulo de desvio ser maior do que o máximo recomendado e
o tambor tiver canais, teremos dois inconvenientes:
1. O cabo raspa na flange da polia, aumentando o desgaste de ambos;
2. Durante o enrolamento, o cabo raspa na volta adjacente já enrolada no
tambor, aumentando o seu desgaste.
No caso de o tambor ser liso e o ângulo de desvio maior do que o
recomendado, teremos o inconveniente de o cabo deixar vazios entre as voltas de
enrolamento no tambor, fazendo com que a camada superior entre nesses vazios,
proporcionando um enrolamento desordenado com todas suas más
consequências para a vida do cabo.

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 Inspeção e substituição dos cabos de aço
Inspeção
Os cabos de aço, quando em serviço, devem ser inspecionados periodicamente, a fim de que a sua
substituição seja determinada sem que o seu estado chegue a apresentar o perigo de uma ruptura.
Em geral, uma inspeção correta compreende as seguintes observações:

1) Número de Arames Rompidos

Deve-se anotar o número de arames rompidos em um passo ou em cinco passos do cabo. Observar se
as rupturas estão distribuídas uniformemente, ou se estão concentradas em uma ou duas pernas apenas.
Nesse caso, há perigo de essas pernas se romperem antes do cabo. É importante também observar a
localização das rupturas; se são externas, internas ou no contato entre as pernas.

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
 Inspeção e substituição dos cabos de aço
2) Arames Gastos por Abrasão

Mesmo que os arames não cheguem a se romper, podem atingir um ponto de desgaste tal, que diminua
consideravelmente o coeficiente de segurança do cabo de aço, tornando o seu uso perigoso.
Na maioria dos cabos flexíveis, o desgaste por abrasão não constitui um motivo de substituição, se não
apresentarem arames partidos. Quando se observa uma forte redução da seção dos fios externos e,
consequentemente, do diâmetro do cabo, deve-se verificar periodicamente o coeficiente de segurança, para
que ele não atinja um mínimo perigoso.

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
 Inspeção e substituição dos cabos de aço
3) Corrosão

Durante a inspeção, deve-se verificar cuidadosamente se o cabo de aço não está sofrendo corrosão. É
conveniente também uma verificação no diâmetro do cabo em toda sua extensão, para investigar qualquer
diminuição brusca. Essa redução pode ser devido à decomposição da alma de fibra por ter secado e
deteriorado, mostrando que não há mais lubrificação interna no cabo e, consequentemente, poderá existir
também uma corrosão interna do cabo.

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
Escolha o cabo de aço ideal para seu trabalho

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
 Informações complementares e recomendações
Os cabos de aço apresentam diversas construções. A construção do
cabo é determinada pelo nú mero de pernas que o compõem e pelo número de
fios de cada perna. O cabo 6 x 19, por exemplo, é composto de seis pernas de
19 fios cada. Já a alma do cabo pode ser identificada pelas seguintes siglas: AF
(alma de fibra natural), AFA (alma de fibra artificial), AA (alma de aço formada
por uma perna) e AACI (alma de aço de cabo independente).
O passo de um cabo é a distancia em que uma perna dá uma volta
completa em torno da alma do cabo. Veja o exemplo:

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
Informações complementares e recomendações
Como medir o diâmetro de um cabo?
O diâmetro de um cabo é aquele de sua circunferência máxima. Assim, atenção quando for medi-lo:

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
Informações complementares e recomendações
Cuidado ao enrolar:

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Informações complementares e recomendações
Cuidado com nós: Lubrificar:

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
 Colocação dos grampos (clipes)
Lembre-se: use apenas grampos do tipo pesado!
Confira abaixo os erros mais comuns na aplicação de grampos aos cabos de aço. Observe que a
maneira correta é com a base colocada no trecho mais comprido do cabo, ou seja, aquele que vai em direção
ao outro olhal. Para cabos de diâmetro até 5/8 (16 mm) use, no mínimo, três grampos. Este número deve ser
aumentado para cabos de diâmetros maiores.

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Introdução aos Elementos de Máquinas II
 Exercício – 1
A ponte rolante da figura será projetada para transportar carga
máxima P = 200 kN (≈ 20 tf). Determinar o diâmetro do cabo que irá
levantar a carga. O projeto prevê o levantamento de cargas frias. O
cabo deve possuir 30 m de comprimento.
Para pontes rolantes (cargas frias) o tipo de cabo indicado é o 6
x 41 Warrington-Seale + AF, torção regular, pré-formado, IPS, polido
(catálogo CIMAF).

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 Exercício – 2
Dimensionar o cabo (C), utilizado para segurar a lança do guindaste representado na figura. A carga
máxima que atuará no cabo é F = 30 kN (≈ 3 tf). O cabo deve ter o comprimento de 5 m.
Para guindastes a norma recomenda utilização do cabo 6 x 25 Filler AACI ou 19 x 7 torção regular, EIPS,
polido.

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 Exercício – 3
A figura dada representa um elevador de carga utilizado
na construção de edifícios. A carga máxima de elevação
prevista para transporte é P = 12 KN (≈ 1,2 tf).
Determinar:
a) O diâmetro do cabo
b) O diâmetro do tambor

O cabo indicado para elevador de obra é o 6 x 25 Filler

AACI, torção regular, EIPS, polido.

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 Exercício – 4
Dimensionar o cabo do guincho do transportados de toras de madeira,
representado na figura. A carga máxima que atuará no cabo é 𝐹𝑐𝑎𝑏𝑜 = 30 𝑘𝑁.

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 Exercício – 5
Dimensionar o cabo de elevação do transportador de minério
representado na figura. A carga máxima que atua no cabo é 𝐹𝑐𝑎𝑏𝑜 =
20 𝑘𝑁. Dimensionar também o tambor a ser usado.

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 Exercício – 6
Dimensionar o cabo de elevação da caçamba (A) da escavadeira, representada
na figura. A carga máxima que atuará no cavo é 𝐹𝑐𝑎𝑏𝑜 = 100 𝑘𝑁. Dimensionar também o
tambor a ser usado.

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