Introdução aos Elementos de Máquinas II

CAP – 12
Eixos e Eixos Árvore

Prof. Me. Guilherme Nascimento

 Introdução
Eixos são elementos de construção mecânica que se destinam a suportar outros
elementos de construção (polias, engrenagens, rolamentos, rodas de atrito etc.), com a
finalidade de transmitir movimento.

São classificados em dois tipos:

• Eixos (trabalham fixos). Exemplo: o eixo dianteiro de um veículo com tração traseira.

• Eixos árvore (trabalham em movimento). Exemplo: eixos que compõem a caixa de

mudanças de um veículo.

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 Classificação
• Eixos (trabalham fixos).

• Eixos árvore (trabalham em movimento).

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 Fabricação
Os eixos árvore com d < 150
mm são torneados ou trefilados a
frio. Os materiais indicados são:

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Tabela-1: Tensões (DIN 1611)

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 Tensões (DIN 1611)
Aços para construção de máquinas (eixos e eixos árvores).

• Para St 5011 (ABNT 1035), recomenda-se a utilização das tensões admissíveis:

𝜎𝑎𝑑𝑚 = 40 𝑎 50 𝑁/𝑚𝑚² (flexão)

𝜏𝑎𝑑𝑚 = 30 𝑎 50 𝑁/𝑚𝑚² (torção)

• Para os demais aços, utilizar os seguintes coeficientes de segurança (k):

5 ≤ 𝑘 ≤ 7 (flexão) Obs.: Fatores que serão aplicados em relação

6 ≤ 𝑘 ≤ 9 (torção) à tensão de escoamento do material a 𝜎𝑒

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 Esforços nas Transmissões
Engrenagens cilíndricas de dentes retos:

A força transmitida no nas engrenagens de dentes retos pode

ser decomposta em um componente de força tangencial (𝐹𝑡 ) e um
componente de força radial (𝐹𝑟 ). Ambas atuantes nos eixos.

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 Esforços nas Transmissões
Força Tangencial ( 𝑭𝒕 ): A força tangencial que atua na
transmissão é a carga responsável pelo movimento, sendo definida
por meio de:

2MT P
FT  FT 
do Vp

Onde:
𝐹𝑇 = força tangencial (N)
𝑀𝑇 = torque (Nmm)
𝑑𝑜 = diâmetro primitivo (mm)
P = potência (W)
𝑉𝑝 = velocidade periférica (m/s)

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 Esforços nas Transmissões
30000 P  d on
Torque: MT  Velocidade Periférica: Vp 
n 60 1000
Onde: vp = velocidade periférica (m/s);
Onde: 𝑀𝑇 = torque (Nmm);
do = diâmetro primitivo (mm).
𝑃 = potência (W);
𝑛 = rotação (rpm).

Força Radial ( 𝑭𝒓 ): O acionamento da engrenagem motora da origem a uma carga radial na

engrenagem movida que reage na motora com uma carga de mesma intensidade e sentido contrário.
A relação entre a carga radial e a tangencial resulta na tangente do ângulo de pressão a.

Onde: 𝐹𝑟 = carga radial (N);

Fr
 tg  Fr  Ft  tg 𝐹𝑡 = força tangencial (N);
Ft
𝛼 = ângulo de pressão (graus).

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 Esforços nas Transmissões
Força Resultante (𝑭𝒏 ): É a resultante das cargas radial e
axial, que se obtém por meio de:

FT F
F n FT2  Fr2 F n ou Fn  r
cos sen
Onde: 𝐹𝑛 = força resultante (N);
𝐹𝑟 = força radial (N);
𝐹𝑡 = força tangencial (N);

𝛼 = ângulo de pressão (graus).

Obs.: Esquematização dos esforços nas engrenagens e

Mancais, como mostra a figura ao lado:

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Esforços nas Transmissões

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Diagramas de esforço – plano xy

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Diagramas de esforço – plano xz

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 Esforços nas Transmissões
Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais:
Quando se utilizam engrenagens helicoidais, cónicas
ou parafuso sem fim, surge outro esforço na transmissão que
é a carga axial, originada pela inclinação do ângulo da hélice.
Tem-se então:

Fa
Esforço axial (Fa):  tgo Fa  FT  tgo
FT

2MT
Esforço tangencial (Ft): FT 
do
Onde: 𝐹𝑎 = Carga axial (N);
𝛽 = ângulo de inclinação da hélice. 𝐹𝑡 = Carga tangencial (N);
Esforço radial (Fr): Fr  FT tg 𝛼 = ângulo de pressão. 𝐹𝑟 = Carga Radial (N);
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Esforços nas Transmissões

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Esforços nas Transmissões

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Diagramas de esforço – plano xy

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Diagramas de esforço – plano xz

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 Dimensionamento
Para dimensionar uma árvore sujeita ao efeito
6) Momento ideal ( 𝑀𝑖 ) que equivale a um
de flexo-torção, utiliza-se a sequência apresentada
momento interno resultante ou momento torçor
em seguida:
resultante.
2
Mi  M    MT 
1) Determinam-se os esforços: a2

2 
r
1) Torque no eixo (𝑀𝑇 );

2) Esforços na transmissão (𝐹𝑡 e 𝐹𝑟 ); Sendo que o coeficiente de Bach (𝑎) é a razão

entre a tensão normal e a tensão de cisalhamento
3) Momento fletor no plano 𝑥𝑦 (𝑀𝑧 );
admissíveis, referente a flexão e a torção
4) Momento fletor no plano 𝑥𝑧 (𝑀𝑦 );
respectivamente.
5) Momento fletor resultante (𝑀𝑟 );
 fadm 𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = tensão admissível de flexão;
a
Mr  M z 2  M y 2  tadm 𝜏𝑡𝑎𝑑𝑚 = tensão admissível na torção.

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 Dimensionamento
7) Determinação do diâmetro da O fator de forma será igual a 1 para o projeto de eixos

árvore: maciços (𝑏 = 1). Para o projeto de eixos vasados é definido

como segue:
b  Mi
d  2,17 3
 fadm b
1
d
 d
4
b  1.065quando  0,5
1   D
𝑑 = diâmetro interno para o caso de eixos  D
vasados e diâmetro externo para o caso de
eixos maciços; 𝐷 = diâmetro externo da árvore vazada;

𝑏 = fator de forma; 𝑑 = diâmetro interno para o caso de

eixos vasados e diâmetro externo para
𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = tensão admissível de flexão.
o caso de eixos maciços.

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 Exercício – 1
A transmissão representada na figura é movida por um motor elétrico, assíncrono, de indução, trifásico,
com potência 𝑃 = 3 𝑘𝑊 (~ 4 cv) e rotação 𝑛 = 1730 𝑟𝑝𝑚. Dimensionar o diâmetro da árvore I da transmissão,
sabendo-se que o material a ser utilizado é o ABNT 1035 (st 5011).
As engrenagens são cilíndricas e de dentes retos e possuem as seguintes características geométricas:
• Pinhão-1: 𝑍1 = 25 dentes;
• Coroa-2: 𝑍2 = 64 dentes;
• Ângulo de pressão: 𝛼 = 20°;
• Módulo: 𝑚 = 2 𝑚𝑚

Para o ABNT 1035 (st 5011) são indicadas as

seguintes tensões admissíveis:
𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = 50 MPa e 𝜏𝑡𝑎𝑑𝑚 = 40 MPa.
Desprezar perdas

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 Exercício – 2
A transmissão representada na figura é movida por um motor elétrico, assíncrono, de indução, trifásico,
com potência 𝑃 = 3,7 𝑘𝑊 (~ 5cv) e rotação 𝑛 = 1140 𝑟𝑝𝑚. Dimensionar o diâmetro da árvore II, sabendo-se
que a árvore é maciça e o material utilizado é o ABNT 1045 (st 60.11).
As engrenagens são cilíndricas e de dentes retos e possuem as seguintes características geométricas:
𝑍1 = 23 dentes; 𝑍2 = 49 dentes;
𝑍3 = 28 dentes; 𝑍4 = 47 dentes.
Ângulo de pressão 𝛼 = 20° e módulo:
𝑚 = 2,5 𝑚𝑚.
São indicadas as seguintes tensões
admissíveis:
𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = 60 MPa e 𝜏𝑡𝑎𝑑𝑚 = 50 MPa
Desprezar as perdas.

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 Exercício – 3
Dimensionar o eixo árvore (II) da
transmissão representada na figura. O material a
ser utilizado é o ABNT 1035 (st 5011). As
engrenagens são cilíndricas, de dentes retos
(ECDR) e possuem as seguintes características
geométricas: 𝑍1 = 21; 𝑍2 = 49; 𝑍3 = 25; 𝑍4 = 57;
𝑚 = 3 𝑚𝑚 ; 𝛼 = 20° . As polias possuem as
seguintes características geométricas: 𝑑1 =
200 𝑚𝑚 ; 𝑑2 = 500 𝑚𝑚 . O motor que aciona a
transmissão possui potência 𝑃 = 15 𝑘𝑊 (~20 CV) e
rotação 𝑛 = 1140 𝑟𝑝𝑚 . As tensões admissíveis
indicadas são: 𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = 50 𝑀𝑃𝑎 e 𝜏𝑡𝑎𝑑𝑚 = 40 𝑀𝑃𝑎.
Desprezar as perdas.
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 Exercício – 4
Dimensionar o eixo-árvore de entrada I da transmissão representada na figura; o acionamento será
efetuado por meio de um motor elétrico de potência 𝑃 = 7,5 𝑘𝑊 (~ 10 cv) e rotação 𝑛 = 1150 𝑟𝑝𝑚. As
engrenagens são cilíndricas de dentes helicoidais (ECDH) e possuem as seguintes características geométricas:
𝑍1 = 21; 𝑍2 = 49
𝑚𝑛 = 3 𝑚𝑚 (ferramenta)
𝛼 = 20° (ângulo de pressão)
𝛽 = 20° (ângulo de hélice)

Para o ABNT 1035 (st 50-11) são

indicadas as seguintes tensões admissíveis:
𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = 50 MPa e 𝜏𝑡𝑎𝑑𝑚 = 40 MPa
Desprezar as perdas.

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 Exercício – 5
Dimensionar o eixo árvore (II) da transmissão representada na figura. O material a ser utilizado é o
ABNT 1035 (st 5011). As engrenagens são cilíndricas helicoidais (ECDH) e possuem as seguintes
características geométricas: 𝑍1 = 25; 𝑍2 = 51; 𝑍3 = 27; 𝑍4 = 63; 𝑚𝑛 = 4 𝑚𝑚; 𝛼 = 20° e 𝛽 = 20°. O motor que
aciona a transmissão possui potência 𝑃 = 18,5 𝑘𝑊 (~25 CV) e rotação 𝑛 = 1740 𝑟𝑝𝑚. As tensões admissíveis
indicadas são: 𝜎𝑓𝑎𝑑𝑚 = 50 𝑀𝑃𝑎 e 𝜏𝑡𝑎𝑑𝑚 = 40 𝑀𝑃𝑎. Desprezar as perdas.

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