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4 13 Sindromedeasperger
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Modalidade de Curso
Curso Livre de Capacitação Profissional
SÍNDROME DE ASPERGER
A síndrome de Asperger foi descrita pela primeira vez pelo médico pediatra
vienense Hans Asperger, em 1944. Nesse estudo, Asperger descreveu quatro casos
clínicos que denominou de Psicopatia Autística. Essa descrição aconteceu um ano
após o trabalho de Kanner sobre o autismo. Asperger realizou seu estudo sem
conhecer o trabalho de Kanner. Na década de 50, Asperger, tomando conhecimento
do que Kanner havia proposto, reconheceu certas semelhanças entre os casos
descritos. Porém, em 1979 afirmou tratar-se de dois quadros distintos
(SCHWARTZMAN, 1991; ROBALLO, 2001).
O estudo de Asperger não se tornou muito conhecido por ter sido publicado
na língua alemã. Em 1981, quase quarenta anos após a primeira publicação, Lorna
Wing, psiquiatra britânica, publicou um trabalho sistematizando o quadro,
chamando-o de síndrome de Asperger. Apenas em 1994 essa síndrome foi
reconhecida e incluída no DSM-IV.
Podemos perceber através desse caso que o sujeito encontrou uma maneira
de namorar, apesar da dificuldade na interação social. Ele elaborou uma espécie de
manual, utilizando para isso a leitura de um livro de auto-ajuda.
implícitos, interpretando tudo de forma literal. A frase ―vai chover canivete‖, por
exemplo, pode levá-los a se esconderem com medo de serem atingidos por um
canivete (SCHAWARTZMAN, 2009).
Tenho um menino de 8 anos que pôs fogo no porão da casa. Quando viu a
fumaça, saiu correndo, mas cruzou com o pai que lhe falou: ―Muito bem, veja só o
que você fez. Passada a confusão, o menino perguntou -lhe se havia gostado do
que tinha feito. O pai disse que não, pois ele poderia ter acabado com a casa. ―Por
que você falou muito bem, então?, indagou o garoto. O pai que estava bem a par da
dificuldade do filho explicou-lhe que, em português, a expressão ―muito bem pode
significar tanto ―muito bem, quanto ―muito mal. Meses mais tarde, esse garoto foi
ao consultório e eu lhe pedi que fizesse um desenho. Era a época do desastre de 11
de setembro, e ele desenhou as duas torres e os aviões. Quando me mostrou o que
havia feito eu disse ―Muito bem, João. Ao ouvir essas palavras, ele se levantou,
pôs as mãos na cintura e quis saber a qual muito bem eu estava me referindo. Sua
pergunta mostra que ele sabe que a expressão admite mais de um sentido, mas não
a contextualiza.
com a mesma água suja de tinta. Assim, que viu o copo a professora chegou a
pensar que ele não havia lavado os pincéis, porém, logo após percebeu o que havia
ocorrido. Perguntou se Rafael havia lavado os pincéis; ele disse que sim. Vendo que
Rafael havia lavado os pincéis, porém não havia colocado fora a água do copo
solicitou que assim o fizesse. Em seu primeiro pedido a professora não especificou
que gostaria que Rafael lavasse os pincéis e o copo, uma vez que considerou ser
essa uma atitude óbvia. Para Rafael não foi tão óbvio assim. Ele não havia
entendido que deveria lavar os pincéis, jogar fora a água e lavar o copo. Na semana
seguinte, novamente trabalhando com tinta, a professora solicitou que Rafael fosse
ao banheiro e lavasse os pincéis. Rafael já saindo da sala, voltou e perguntou:
―Lavar o copo também?
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