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Universidade de São Paulo

Escola de Engenharia de São Carlos


Departamento de Transportes

STT 5826
Projeto de pavimentos

Prof. Dr. Adalberto Leandro Faxina


Universidade de São Paulo
Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Transportes

Deformabilidade dos
1 O pavimento 5
materiais I

Deformabilidade dos
2 Tráfego 6
materiais II
STT 5826 – Projeto de Pavimentos
Dimensionamento de
3 Teorias de camadas I 7
pavimentos

4 Teorias de camadas II 8 Projeto de reforço


Universidade de São Paulo
Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Transportes

STT 5826 – Projeto de Pavimentos

Deformabilidade dos
1 O pavimento 5
materiais I

Deformabilidade dos
2 Tráfego 6
materiais II

Dimensionamento de
3 Teorias de camadas I 7
pavimentos

4 Teorias de camadas II 8 Projeto de reforço


1 O pavimento

Algumas reflexões iniciais...

O que é projetar?

O que é o pavimento e qual sua utilidade?

Se olharmos para as atividades de projetar, conservar


e restaurar pavimentos como problemas, quais
variáveis auxiliam no seu mapeamento?

Quanto custa não projetar, executar, conservar e restaurar


corretamente um pavimento?

As práticas vigentes no país indicam que estamos trilhando o caminho correto?


1 O pavimento
1 O pavimento

Quais as principais variáveis intervenientes na tarefa


de projetar um pavimento?

as solicitações impostas (tráfego e intemperismo)

as características dos materiais empregados

a estrutura do pavimento em si
(comportamento conjunto das camadas perante as solicitações)
1 O pavimento

Informações básicas para projetar um pavimento


(Croney & Croney, 1991)

condições climáticas (precipitação e temperatura) do local

conhecimento das condições do solo

constituição e volume do tráfego a ser servido


1 O pavimento

Definições

▪ Bernucci et al. (2008)


Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída
sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e economicamente a
resistir aos esforços oriundos do tráfego e do clima e a propiciar aos usuários melhoria
nas condições de rolamento, com conforto, economia e segurança.

▪ NBR 7207/82
O pavimento é uma estrutura construída após terraplenagem e destinada, econômica
e simultaneamente, em seu conjunto a
▪ resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego
▪ melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança
▪ resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a
superfície de rolamento
1 O pavimento

Definições

▪ Manual de Pavimentação do DNIT (1996)


Pavimento é a superestrutura, constituído por um sistema de camadas de espessuras
finitas, assentes sobre um semi-espaço considerado teoricamente como infinito – a
infraestrutura ou terreno de fundação, a qual é designada de subleito.
O subleito deve ser considerado até as profundidades em que atuam, de forma
significativa, as cargas impostas pelo tráfego, na prática, algo entre 0,60 e 1,50m.
▪ Balbo (2007)
O pavimento é uma estrutura não-perene, composta por camadas sobrepostas de
diferentes materiais compactados a partir do subleito do corpo estradal, adequada para
atender estrutural e operacionalmente ao tráfego, de maneira durável e ao mínimo
custo possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção
preventiva, corretiva e de reabilitação, obrigatórios.
1 O pavimento

Definições
▪ Material do curso de Projeto de Pavimentos do Prof. Manoel H. A. Sória
Do ponto de vista físico, o pavimento é uma estrutura em camadas, que recebe em sua
superfície solicitações do tráfego de veículos com rodas flexíveis (pneus) e se apoia
diretamente sobre sua fundação
Do ponto de vista funcional, o pavimento tem a tarefa de suportar o tráfego em
condições de velocidade, segurança, conforto e economia. Essa função está intimamente
relacionada com o estado da superfície do pavimento. A evolução das condições de
rolamento, por sua vez, dependem das intempéries, do tráfego e das características
estruturais do pavimento.
O pavimento, se comparado com outras estruturas usuais da engenharia civil, tem vida
curta. É, na realidade, construído para ser destruído pelo tráfego ao longo de 10, 20 ou,
no máximo, 50 anos. Por esse motivo, a compreensão dos processos de deterioração e
destruição do pavimento é de vital importância.
1 O pavimento

Como os “renomados” introduzem o assunto

▪ Huang – Pavement Analysis and Design (1993)


Although pavement design has gradually evolved from art to science, empiricism still plays
an important role even up to the present day. Prior to the early 1920s, the thickness of
pavement was based purely on experience. The same thickness was used for a section of
highway even though widely different soils were encountered. As experience was gained
throughout the years, various methods were developed by different agencies for
determining the thickness of pavement required.

▪ Yoder e Witczak – Principles of Pavement Design (1975)


The field of pavement design is dynamic in that concepts are continually changing as new
data become available. There are many methods of design available, since opinions regarding
suitability of designs vary from locale to locale. In particular, materials that are available for
construction of pavements have a major influence on design. There are, however, principles
of design that are commom to all problems irrespective of other extenuating circumstances.
1 O pavimento

Como os “renomados” introduzem o assunto

▪ Croney & Croney – Design and Performance of Road Pavements (1991)


Pavement is the structure which separates the tires of vehicles from the underlying
foundation material. The latter is generally the soil, bu it may be structural concrete or a steel
bridge deck. Pavements over soil are normally of multilayer construction with relatively weak
materials below and progressively stronger ones above. Such an arrangement leads to the
economic use of available materials.
1 O pavimento

Funções do pavimento (Balbo, 2007)

Proporcionar superfície mais regular


[garantia de maior conforto no deslocamento do veículo]

Proporcionar superfície mais aderente


[garantia de mais segurança em condições de pista molhada]

Proporcionar superfície menos ruidosa


[garantia de maior conforto ambiental em vias urbanas e rurais]

Suportar os esforços oriundos de cargas e de ações climáticas, sem


apresentar processos de deterioração de modo prematuro.

A pavimentação de uma via enseja a melhoria operacional para o tráfego.


1 O pavimento

Funções do pavimento (Balbo, 2007)

A pavimentação tem como meta propiciar um tráfego confortável e seguro, com


estruturas e materiais capazes de suportar os esforços decorrentes da ação do
tráfego combinados com as condições climáticas, a um mínimo custo, ou seja,
buscando, sempre que possível, o aproveitamento de materiais locais para as
obras, garantindo um bom desempenho em termos de custos operacionais e de
manutenção ao longo dos anos de serviço desta infraestrutura social.
1 O pavimento

Projetar pavimentos: um exercício de engenharia (Balbo, 2007)

O objetivo imediato na escolha do tipo de pavimento a ser empregado em


uma obra e, por conseqüência, dos materiais a serem empregados, é a
minimização de custos, mantidas as demais exigências técnicas.

Necessidade de pesquisar materiais disponíveis nas proximidades da obra,


considerando dificuldades de exploração e transporte.

É necessária maturidade para um estudo local profundo sobre as melhores


disponibilidades e alternativas de materiais de construção.
1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)

▪ Egito
▪ estradas pavimentadas destinadas a trenós para transporte de cargas para
construção das pirâmides (2600-2400 AC)
▪ vias com lajões justapostos em base com boa capacidade de suporte
▪ atrito amenizado com umedecimento constante (água, azeite, musgo molhado)

Imagem obtida do material do curso Pavimentação Asfáltica, do Programa Asfalto na Universidade


1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)

▪ Estrada de Semíramis (600 a.C.)


▪ cruzava o Rio Tigre e margeava o Eufrates, ligando a cidade da Babilônia
(região correspondente ao Iraque) e Ecbatana (planalto iraniano)
▪ Estrada Real (500 a.C.)
▪ ligando Iônia do Império Grego a Susa do Império Persa (atual Irã)
▪ postos de correio, pousadas e até pedágio, 2000 Km de extensão
▪ Estrada da Seda
▪ uma das rotas de comércio mais antigas da Ásia
▪ servia para transporte de seda, ouro, marfim, animais e plantas exóticas,
mas também para disseminação do budismo
1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)

Imagem obtida do material do curso Pavimentação Asfáltica, do Programa Asfalto na Universidade


1 O pavimento

Um pouco de história (Balbo, 2007)

▪ chineses: pioneiros na construção de estradas


▪ egípcios e gregos: vias restritas a serviços religiosos e desfiles militares e reais
▪ etruscos e cartagineses: estabeleceram as primeiras técnicas de pavimentação,
considerando seus objetivos, extensões e aspectos sociais
▪ romanos (início da era cristã), aproveitam experiência de etruscos e cartagineses
▪ 80 mil km de rodovias pavimentadas e com drenagem
▪ expansão militar e integração regional
▪ primeira a empregar a pavimentação como meio de alcançar objetivos
semelhantes aos buscados no mundo moderno
▪ aproveitamento de materiais locais era conceito da arquitetura romana
▪ havia o entendimento de que rodovias faziam parte de sociedades desenvolvi-
das, sofriam degradação ao longo dos anos e sua manutenção era imprescindível
1 O pavimento

Um pouco de história (Balbo, 2007)

▪ Via Appia, 312 a.C., construída por Claudio Appio Cieco, ligando Roma a Taranto
▪ plostrum: veiculo de carga romano, reboque apoiado em eixo ligado a rodas de
madeira maciça
▪ Baixa Idade Média: período de decadência econômica na Europa, vias romanas
foram abandonadas
▪ fim da Baixa Idade Média: ressurgimento da indústria artesanal, a construção
de vias foi retomada, empregando técnicas romanas
▪ técnicas romanas se estenderam até meados do século 18
▪ 1770: engenheiro francês Pier-Maria Jerolame Trésaguet apresentou novos
critérios de pavimentação
▪ 1820: engenheiro escocês John Loudon Mac-Adam publica notas técnicas
refutando os conceitos franceses
1 O pavimento

Camadas de um pavimento romano típico (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Processo construtivo dos pavimentos romanos (Corini, 1947)

execução do revestimento
summa crusta (vias urbanas e interregionais) – calcário dos Apeninos justapostas
glarea stratae (vias consulares) – saibros aglomerados com pasta de cal

execução do nucleus – pedras mais miúdas e pasta igual ao do indus


função impermeabilizante e espessura compactada de 30 a 50 cm

execução de camada de misturas com aglomerantes hidráulicos [indus]


mistura de pedra, entulho de construção civil, aglomerados por pasta de cal, areia, argila e
pozolanas, com espessura compactada de 25 a 30 cm

execução de lastro de pedra [stratumen]


espessura variando de 30 a 60 cm

preparação do terreno natural


escavações até encontrar material duro e compactação manual
1 O pavimento

Pavimentos romanos

Via Appia, Via urbana, Via Ostiense,


próximo a Roma em Pompéia Ligando Roma a Ostia

Imagem obtida do material do curso Pavimentação Asfáltica, do Programa Asfalto na Universidade


1 O pavimento

Processo construtivo de Trésaguet (Balbo, 2007)

camadas superiores
sobre a fundação, executava-se manualmente uma camada de 8 a 10 cm de pedras trituradas
e compactadas; na camada final deveriam ser utilizadas pedras de razoável resistência que
pudessem ser trituradas até atingir o diâmetro de uma noz (entre 7 e 8 cm)

fundação
seção transversal em forma de arco preenchida com camada de 30 cm de pedras cravadas,
visando a uniformização das condições de apoio
1 O pavimento

Camadas do pavimento de Trésaguet (Balbo,


Camadas do pavimento de Trésaguet (Balbo, 2007)
2007)
1 O pavimento

Processo construtivo de Mac-Adam (Balbo, 2007)

não haveria a necessidade de cravação de pedras na fundação para


uniformização das condições do terreno, como faziam os romanos

a camada de material granular não necessitaria de


confinamento, facilitando o escoamento da água

as pedras deveriam apresentar tamanho uniforme, com valor máximo de


4 cm (forma cúbica) e 5 cm (esféricas), sendo necessário peneiramento
para eliminação de detritos resultantes da lapidação e materiais terrosos

as pedras seriam então espalhadas em camadas sobrepostas, de


espessura crescente, sem aglomerantes, apenas água; a espessura final
poderia variar entre 15 e 25 cm, dependendo da fundação
1 O pavimento

Camadas do pavimento de Mac-Adam (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Um pouco de história (Balbo, 2007)


▪ Thomas Telford (engenheiro inglês) contestava Mac-Adam (também inglês)
▪ fundação robusta era conveniente para garantir comportamento
homogêneo do pavimento em zonas com variabilidade de solos de fundação
▪ a razão do sucesso obtidos por Mac-Adam estava no fato de os terrenos
de fundação apresentarem boas condições de suporte e de a intensidade
de tráfego ser pequena e que por isso não poderia generalizar seu método
▪ 1825 – 1895
▪ período de consolidação das teorias da elasticidade, de resistência dos
materiais, da geodésia e da geometria, que contribuíram para a consolidação
das normas de construção de vias
▪ consolidação da teoria clássica das placas isótropas por Kirchoff, que seria
aplicada 100 anos a frente na solução de pavimentos de concreto
plenamente apoiados sobre fundação elástica
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)

▪ a compactação de materiais granulares, no início do século 19, era feita pelo


próprio tráfego
▪ a compactação como parte do processo construtivo foi introduzida na França na
década de 1830 e logo em seguida na Inglaterra
▪ rolos eram puxados a cavalo
▪ rolo de 5 toneladas exigia 6 cavalos
▪ rolos a vapor surgiram na década de 1860
▪ exemplo: compactador Ross
▪ rolo duplo com um compactador por impacto com 5 soquetes comandados
por um sistema de pistões
1 O pavimento

Rolo Ross, a vapor (Croney & Croney, 1991)


1 O pavimento

Um pouco de história (Balbo, 2007)


▪ 1876
▪ primeira aplicação de concreto na construção de vias em Grenoble (França)
▪ primeiro pavimento urbano de concreto em Bellafontaine, Ohio, EUA
▪ 1870
▪ primeiro pavimento com revestimento betuminoso em Newark, New Jersey
▪ 1876
▪ primeiro revestimento betuminoso tipo sheet asphalt com asfalto natural
na cidade de Washington
▪ 1885
▪ Boussinesq publica artigo que é ponto de partida para o desenvolvimento
de diversos modelos analíticos para o estudo da resposta estrutural de
pavimentos e da formulação do critério de dimensionamento de pavimentos
do USACE
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)


▪ 1858
▪ primeira aplicação de asfalto na França, usando asfalto Val de Travers
▪ 1870
▪ primeira aplicação de asfalto em Londres, também com Val de Travers
▪ EUA (década de 1870)
▪ observações de campo indicaram que o sistema de duas camadas
betuminosas, a inferior com alcatrão e a superior com asfalto, proporcionou
pavimentos mais duráveis
▪ esta deve ter sido a origem da camada de base ou camada de ligação sob
▪ a camada de rolamento asfáltica
▪ ao longo do desenvolvimento dos pavimentos asfálticos no século 19,
admitia-se que a camada de rolamento não proporcionava contribuição
significativa para a rigidez do pavimento; esta seria a função da base
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)

▪ 1865-66
▪ primeiros trechos experimentais em concreto na Escócia
▪ nenhuma deterioração nos primeiros 3 anos
▪ após 10 anos, verificou-se muita deterioração e se chegou à conclusão de
que o pavimento em concreto sem revestimento asfáltico se torna
quebradiço com o tempo e não deveria ser usado a não ser para tráfego leve
▪ início da década de 1910, na Inglaterra
▪ primeiros pavimentos em concreto em áreas portuárias
▪ Primeira Guerra obrigou a expansão das áreas portuárias e algumas milhas
de pavimentos de concreto foram construídas
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)


▪ o século 20 será lembrado por muitos eventos, destrutivos e construtivos
▪ período em que o transporte mecanizado por rodovia nasceu e floresceu
▪ o transporte antes da Primeira Guerra era baseado no motor a vapor
▪ com a primeira guerra, os motores a explosão foram desenvolvidos, mudando
a realidade do transporte e os métodos tradicionais de construção e manutenção
rodoviária rapidamente se tornaram obsoletos
▪ Europa: possuía ampla rede de rodovias, mas a ênfase era mais reabilitar que
construir novas estradas
▪ inicialmente havia resistência ao crescimento do transporte motorizado
▪ isto levou ao famoso caso na Inglaterra no qual um município tentou banir os
veículos motorizados de sua área
▪ a ação chegou à Suprema Corte, que determinou: “as rodovias devem ser
adaptadas ao tráfego e não o tráfego às rodovias.”
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)

▪ 1909
▪ primeira reunião da PIARC (Permanent International Associoation of Road
Congresses, em Paris
▪ EUA
▪ posição distinta da européia em termos do desenvolvimento rodoviária,
especialmente pelo fato dos estados terem dimensões muito grandes
▪ 1898: fundação da American Society for Testing and Materials (ASTM)
▪ 1914: fundação da Association of State Highway Officials (AASHO)
▪ ambas assumiram a responsabilidade pela preparação de especificações
para materiais rodoviários e procedimentos de ensaio
▪ 1958-62: AASHO Road Test, o maior experimento rodoviário, relacionando
tráfego, materiais e projeto de pavimentos
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)

▪ década de 1920
▪ H. M. Westergaard introduz a teoria estrutural no projeto de pavimentos
▪ introduziu a análise de tensões em pavimentos de concreto
▪ o problema mais complexo da análise de tensões em pavimentos asfálticos
de múltiplas camadas não podia ser abordado até o desenvolvimento do
método de elementos finitos
▪ as propriedades estruturais de todos os materiais rodoviários, no entanto, são
muito complexas e variáveis, e é improvável que os métodos de projeto de
pavimento fundamentados exclusivamente em teoria sejam sempre praticáveis;
a combinação de teoria e experiência rodoviária parece ser o caminho
1 O pavimento

Um pouco de história (Croney & Croney, 1991)

▪ final da década de 1910 nos EUA


▪ a fim de chamar a atenção para o estado precário das rodovias
▪interestaduais, um comboio de veículos militares pesados tentou viajar
▪de Washington para San Francisco, em 1919
▪ em seguida, nas décadas de 1920 e 1930, foi deflagrado um enorme programa
de construção rodoviária nos EUA, incluindo pavimentos asfálticos e em
concreto, o que exigiu o desenvolvimento da mecanização em grande escala
▪ o desenvolvimento de máquinas para movimentação de terra e compactação e
de pavimentadoras para pavimentos em concreto e em asfalto ocorreu
principalmente nos EUA nesta época
1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)


▪ 1560
▪ Estrada do Mar ou Caminho do Mar: ligação entre São Vicente e o Planalto
Piratininga, à época do governador geral Mem de Sá
▪ passa a ser chamada calçada do Lorena a partir de 1790
▪ 1792
▪ estrada Santos – São Paulo, em laje de pedra
▪ 1726
▪ Caminho do Ouro ou Estrada Real, ligando Ouro Preto (MG) a Paraty (RJ)
e o Rio de Janeiro (RJ) a Diamantina (MG)
▪ 1841
▪ ligação Porto da Estrela (RJ) a Petrópolis, chamada Estrada Normal da
Serra da Estrela
1 O pavimento

Caminho do Ouro - Paraty

Imagem obtida do material do curso Pavimentação Asfáltica, do Programa Asfalto na Universidade


1 O pavimento

Resquícios do Caminho do Ouro - Paraty

Imagem obtida do material do curso Pavimentação Asfáltica, do Programa Asfalto na Universidade


1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)


▪ 1854
▪ primeira ferrovia do Brasil, ligando Porto Mauá à Raiz da Serra (RJ),
construída por Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá)
▪ 1860
▪ estrada Petrópolis (RJ) – Juiz de Fora (MG), chamada União e Indústria
▪ primeira estrada concessionada do Brasil
▪ inaugurada por D. Pedro II
▪ primeira estrada a usar macadame como base/revestimento
▪ início do século 20: 500 Km de estradas em macadame hidráulico
▪ 1896: primeiro veículo de carga chega ao Brasil vindo da Europa
▪ 1903: licenciamento dos primeiros carros particulares
▪ 1906: criado o Ministério da Viação e Obras Públicas
▪ 1919: Ford se instala no Brasil
1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)

▪ 1928: inauguração da Rio-Petrópolis e da Rodovia Rio-São Paulo (506 Km) e


que posteriormente (1949) passa a ser chamada de Rodovia Presidente Dutra
▪ Rodovia Presidente Dutra
▪ inaugurada pelo presidente Washington Luis (“governar é abrir estradas”)
▪ feita sem estudo geotécnico
▪ 20 cm de base de macadame hidráulico
▪ 15 cm de macadame betuminoso por penetração dosado pela regra “a
quantidade de ligante é a que o agregado pede”
▪ alguns trechos em concreto
▪ 1937: criação do DNER por Getúlio Vargas
▪ impulso na construção rodoviária nas décadas de 1940 e 1950 graças à criação
do Fundo Rodoviário Nacional, oriundo de impostos sobre combustíveis líquidos
1 O pavimento

Um pouco de história (Bernucci et al., 2008)


▪ 1953: criação da Petrobras
▪ 1950: início da execução de pavimentos em escala industrial e da organização
de grandes firmas construtoras, mas ainda não havia procedimentos amplamente
aceitos para a aplicação das tecnologias rodoviárias
▪ 1955: entra em funcionamento a fábrica de asfalto da Refinaria Presidente
Bernardes da Petrobras
▪ 1956: indústria automobilística é implantada no país
▪ Jucelino Kubitschek (1956-1961)
▪ impulsionou o rodoviarismo
▪ criou o IPR (1958)
▪ criou a ABPv (1959)
▪ inaugurou Brasília em 1960
▪ Governo militar (1964-1984): Transamazônica e Ponte Rio-Niterói
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)

▪ final do século 19
▪ emprego crescente das vias por veículos tracionados mecanicamente
revelaram diversas deficiências dos pavimentos
▪ EUA produzem asfalto derivado de petróleo por refinamento
▪ 1890 na Alemanha e 1909 nos EUA
▪ uso freqüente dos pavimentos de concreto
▪ 1909
▪ fundação da Association Internationale Permanent des Congréss
de la Route (Piarc), atual World Road Association
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)

▪ década de 1920
▪ advento da Mecânica dos Solos
▪ Porter (1929), engenheiro do California Division of Highways, realizou
pesquisas que permitiram definir algumas das principais causas de ruptura
de pavimentos flexíveis
▪ Porter apresenta a primeira curva empírica para dimensionamento com
base em um critério de resistência ao cisalhamento do subleito indiretamente
obtido pelo ensaio de CBR
▪ contemporaneamente, estabelecia-se o ensaio de Proctor para a
compactação de solos
▪ tais trabalhos influenciaram os critérios de projeto de pavimentos do USACE
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)

▪ 1927
▪ Harold Malcom Westergaard, sueco, professor da Universidade de Illinois
publicava sua teoria para projeto de pavimentos de concreto no HRB,
propondo equações analíticas para o cálculo da espessura de placas de
concreto apoiadas sobre o subleito, baseadas no cálculo de deformações
e momentos fletores
▪ 1930
▪ Arlington Experimental Farm, coordenado pelo BPR, nos EUA, tinha por
objetivo verificar experimentalmente a adequação das equações de
Westergaard
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)

▪ década de 1940
▪ desenvolvimento de técnicas de estabilização química de solos, motivada
pela escassez de material de qualidade
▪ 1943
▪ engenheiro e professor da Universidade de Columbia, D. M. Burmister,
desenvolveu sua teoria de tensões e deslocamentos em sistemas de
camadas, resultante da extensão das equações de Boussinesq para sistemas
de múltiplas camadas
▪ ponto de partida para o desenvolvimento (década de 1960) de programas
computacionais para o cálculo de tensões e deformações em camadas de
pavimentos flexíveis (Dama 2, Bisar e Elsym 5)
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)

▪ década de 1940
▪ devido à Segunda Guerra Mundial, o USACE formalizou seu procedimento
para dimensionamento de pavimentos para aeroportos, baseado no trabalho
de Porter, consolidando o critério do CBR
▪ 1945
▪ o HRB publica a classificação de solos para fins rodoviários do Bureau of
Public Roads (BPR), conhecida como classificação HRB
▪ 1953
▪ A. C. Benkelmen introduz a viga Benkelmen para a medida de deformações
em pavimentos sob ação de carga de eixo de caminhão
▪ conceito da medida de deflexões como critério de avaliação estrutural,
incorporado a equipamentos mais modernos (FWD)
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)

▪ década de 1950
▪ concepção de grande plano de pavimentação nos EUA (Interstate System)
▪ culminou no planejamento dos experimentos da AASHO
▪ AASHO Road Test (1958-1961)
▪ pesquisa sobre o desempenho de pavimentos
▪ seis pistas experimentais
▪ 836 seções de pavimento (asfáltico e de concreto)
▪ diversos materiais
▪ conceito de ruptura do pavimento associado à opinião dos
usuários (conceito serventia-desempenho)
▪ estabelecimento de conceitos de equivalência entre cargas
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)


▪ 1966
▪ Portland Cement Association lança seu primeiro método de
dimensionamento de pavimentos de concreto simples sem barras de
transferência, baseado nos modelos analíticos de Westergaard
▪ 1984
▪ PCA lança novo método para cálculo de tensões de tração na flexão em
placas empregando MEF, considerando o uso de barras de transferência e
introduzindo o modo de danificação por erosão de camadas granulares
▪ década de 1970
▪ Banco Mundial financia estudos de gerência de pavimentos, posteriormente
empregados em análises técnico-econômicas de alternativas de pavimentação
▪ modelos de desempenho de pavimentos e de custos de operação de veículos
1 O pavimento

Últimos 100 anos no mundo (Balbo, 2007)


▪ 1990
▪ HDM-4: novos modelos de custos operacionais dos veículos e de degradação de
pavimentos, incluindo pavimentos de concreto, aspectos ambientais,
congestionamentos e acidentes em rodovias
▪ 1960 - Europa
▪ desenvolvimento de misturas asfálticas com matriz pétrea com elevada resistên-
cia ao cisalhamento, visando maior durabilidade, drenabilidade e aderência
▪ década de 1990
▪ expansão do uso de concreto de elevada resistência em pavimentação
▪ décadas de 1980/90 - EUA
▪ programa SHRP, que levou ao desenvolvimento de novos métodos de ensaio e
especificações para materiais e projeto de misturas asfálticas
1 O pavimento

Últimos 100 anos no Brasil (Balbo, 2007)


▪ início do século 20
▪ Caminho do Mar (São Paulo-Cubatão): empregando mistura asfáltica
▪ São Paulo-Santos: macadame hidráulico
▪ 1928: pavimento asfáltico ligando Santos a Cubatão (14 Km)
▪ cidade de São Paulo: macadame hidráulico na Avenida Paulista (1903), mistura
asfáltica na Rua 24 de Maio (1910) e concreto na Rua Vital Brasil (1913)
▪ 1925-26
▪ construção de trecho de 8 Km em concreto na estrada Caminho do Mar
▪ 1926
▪ Estrada Imperial (Rio de Janeiro-Petrópolis): concreto, macadame hidráulico e
betuminoso e outras alternativas mais baratas
▪ Estado de São Paulo no final da década de 1920
▪ 334 Km de estradas: pavimentos asfálticos, em concreto e paralelepípedos
▪ 357 Km de revestimentos primários com cascalho
▪ 1929: 1.385 Km de estradas revestidas com cascalho ou macadame hidráulico
1 O pavimento

Últimos 100 anos no Brasil (Balbo, 2007)


▪ 1927
▪ governo federal passa a investir na construção da malha rodoviária federal
▪ 1932
▪ construção da atual BR-232 (Recife-Caruaru)
▪ Estado de São Paulo
▪ 1934: criação do DER/SP e início dos estudos para construção de autoestradas
▪ 1939: início da construção da Via Anchieta
▪ 1940: início de construção da Via Anhanguera
▪ 1948: inauguração do primeiro trecho da Anhanguera (concreto)
▪ 1950: inauguração do trecho Jundiaí-Campinas (revestimento asfáltico)
▪ 1956: plano de pavimentação das rodovias, introduzindo a estabilização
de solos com cimento, estabilização granulométrica e uso de solos saprolíticos
▪ 1950: projeto da Via Dutra (parceria DNER e DER/SP)
▪ década de 1990: programas federais e estaduais de concessões rodoviárias
1 O pavimento

Infraestrutura rodoviária no Brasil (2007)

Rodovias
72 mil km de malha
58 mil km pavimentados
4.483 km concessionados

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Infraestrutura ferroviária no Brasil (2007)

Ferrovias
28 mil Km operados
pelo setor privado

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Extensão do sistema rodoviário nacional (2007)

jurisdição pavimentada não-pavimentada total

federal 74.982 22.054 97.036

estadual 98.377 109.963 208.340

municipal 22.735 1.281.965 1.304.700

total nacional 196.094 1.413.982 1.610.076

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Custo do transporte de carga no Brasil (2004)

ferroviário R$7,5 bi

aquaviário R$6,9 bi

dutoviário R$2,1 bi

aéreo R$1,9 bi

rodoviário R$104,3 bi

total R$122,5 bi

7,0% PIB

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Capacidades dos diversos meios de transporte

MODALIDADE HIDROVIÁRIO FERROVIÁRIO RODOVIÁRIO

capacidade 1 comboio duplo Tietê 2,9 comboios hopper 172 carretas


4 chatas + 1 empurrador graneleiras
de carga 86 vagões
6.000 t bitrem

26 km em
comprimento 150 m 1,7 Km movimento

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Comparativos de frete por modalidade (R$/t/1000km)

R$ 40,00

R$ 65,00

R$ 100,00

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Comparativo entre os modos de transporte

hidroviário ferroviário rodoviário

frete (US$/t/Km 0,025 0,064 0,084

eficiência energética (kg/HP) 4000 500 150

equipamentos para 1 empurrador 1 locomotiva 40 cavalos +


transportar 1000 t + 1 chata + 20 vagões 40 reboques

vida útil dos equipamentos 50 anos 30 anos 10 anos

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Custos de implantação de infraestrutura

hidroviário ferroviário rodoviário

extensão (km) 2.202 2.010 2.500

investimento (milhões US$) 115,7 1.827,0 625,0

relação US$/km 53 mil 909 mil 250 mil

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Emissão de poluentes

empurrador trem caminhão

hidrocarbonetos 0,09 0,46 0,63

monóxido de carbono 0,20 0,64 1,83

óxido nitroso 0,53 1,83 10,17

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Desmatamento para implementação

hidrovia ferrovia rodovia

extensão (km) 2.202 2.010 2.500

área desmatada (m2) 0,0 77.100.000 100.000.000

relação m2/km 0,0 38.358,2 40.000,0

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Matriz de transportes no Brasil

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Matriz de transportes no Brasil

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Matriz de transportes no Brasil

RÚSSIA 81% 8% 11%

CANADÁ 46% 43% 11%

AUSTRÁLIA 43% 53% 4%

EUA 43% 32% 25%

CHINA 37% 50% 13%

BRASIL 24% 62% 14%

Ferroviário Rodoviário Hidroviário

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Matriz de transportes no Brasil - conclusão

forte predominância do transporte rodoviário, principalmente quando


comparado o Brasil a países com dimensões continentais como
Rússia, Canadá, Austrália, China e EUA

como conseqüência, há custos logísticos mais altos e uma excessiva


dependência de um só modo de transporte, sem aproveitar o
potencial da integração entre os modos

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Problemas conjunturais na visão do governo federal

níveis dos gastos públicos em infra-estrutura são metade do que


eram na década de 1980

no caso de Transportes, a situação se agravou com o fim da vinculação


de recursos, com a extinção do Fundo Rodoviário Nacional pela
Constituição de 1988

parte da redução decorre da transferência de atividades


para o setor privado

outra parte reflete restrições fiscais que geraram atrasos na


conclusão de obras essenciais e em obras de manutenção

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Problemas conjunturais na visão do governo federal

Brasil aplicou menos de 1% do PIB nos últimos anos, pois as metas de


superávit primário implicam na redução da margem disponível para despesas
discricionárias, já que outras despesas são transferências obrigatórias ou
recursos vinculados de aplicação compulsória (educação e saúde)

déficit de investimentos, juntamente com “boom” da economia interna


e de exportações contribuem para aparecimento de gargalos que
interferem no potencial de crescimento

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Principais problemas na visão do governo federal

▪ rodovias
▪ infraestrutura degradada, com deterioração das condições operacionais
(aumento do número de acidentes e perda energética elevada)
▪ idade dos pavimentos
▪ até 5 anos: 5% da malha
▪ de 5 a 10 anos: 15% da malha
▪ mais de 10 anos: 80% da malha
▪ insuficiência de capacidade nas regiões desenvolvidas
▪ extensão e cobertura inadequadas da malha nas regiões com potencialidade
de desenvolvimento

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Principais problemas na visão do governo federal

▪ ferrovias
▪ invasão da faixa de domínio nos centros urbanos e nos acessos aos portos

▪ idade média elevada e número insuficiente de vagões e locomotivas

▪ integração operacional deficiente entre concessionários


▪ malha pouco extensa e com cobertura deficiente para o atendimento da

demanda, em especial nas novas zonas de produção agrícola

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Visão do governo federal

compreensão do papel estratégico da infra-estrutura e logística de


transportes como base para o desenvolvimento econômico

crescimento nos investimentos em infra-estrutura devem ser voltados à


superação de gargalos e à garantia de condições de competitividade e de
escoamento da produção nacional

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Premissa básica do governo federal

Um novo ciclo de desenvolvimento do País necessita de uma estratégia de


qualificação e ampliação da infra-estrutura de transportes destinada a
superar

• a perda de eficiência da infra-estrutura existente

• a falta de capacidade nas regiões mais desenvolvidas

• a insuficiência de cobertura nas regiões de expansão econômica

Fonte: http://www.transportes.gov.br/bit/inpalestras.htm1
1 O pavimento

Camadas do pavimento rodoviário (Balbo, 2007)


1 O pavimento

As camadas do pavimento (Balbo, 2007)

▪ função: transmitir as cargas do tráfego e do ambiente à fundação


▪ pavimento é estrutura concebida para receber e transmitir esforços de maneira
a aliviar pressões sobre as camadas inferiores
▪ as camadas devem sofrer deformações compatíveis com sua natureza e
capacidade portante
▪ revestimento
▪ receber cargas, estáticas ou dinâmicas, sem sofrer grandes deformações
elásticas ou plásticas ou desagregação de componentes
▪ materiais bem aglutinados/justapostos: pedras (romanos), paralelepípedos,
blocos pré-moldados de concreto, placas de concreto, concreto compactado
com rolo, tratamentos superficiais asfálticos e misturas asfálticas
1 O pavimento

Camadas do pavimento com revestimento asfáltico (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Pavimento com revestimento asfáltico (Bernucci et al., 2008)


1 O pavimento

Camadas do pavimento de concreto simples (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Pavimento de concreto (Bernucci et al., 2008)


1 O pavimento

Perfis dos pavimentos rígido e flexível (Medina e Motta, 2005)

rígido

flexível
1 O pavimento

Camadas do pavimento rodoviário (Bernucci et al., 2008)


1 O pavimento

Diferenças entre revestimento e pavimento sobre ponte (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Termos aplicáveis a camadas de revestimento asfáltico (Balbo, 2007)

designação do
definição associações
revestimento

camada de camada superficial, diretamente em contato camada de desgaste,


rolamento com esforços do tráfego e do intermperismo capa de rolamento
revestimento

camada de camada intermediária, em mistura asfáltica, entre camada de binder,


ligação a camada de rolamento e a base do pavimento ou somente binder

camada de primeira camada empregada na execução de camada de reperfilagem,


nivelamento recapeamentos, função é nivelar o greide para ou somente reperfilagem
execução da camada final de revestimento

camada de camada de rolamento nova, executada por recapeamento


reforço razões funcionais ou estruturais ou ambas
1 O pavimento

As camadas do pavimento (Balbo, 2007)

▪ subleito
▪ constituído de material natural consolidado e compactado
▪ aliviar os esforços do tráfego e do intemperismo transmitidos pelas
camadas superiores
▪ reforços do subleito
▪ camada de solo de melhor qualidade que serve de reforço sobre sua
superfície, de forma que a fundação receba pressões de menor magnitude
▪ vantagem econômica: redução das espessuras das camadas de
base/subbase (seriam mais espessas na ausência dos reforços)
1 O pavimento

As camadas do pavimento (Balbo, 2007)

▪ bases e subbases
▪ proporciona alívio das pressões sobre as camadas de solo inferiores e
também têm papel importante na drenagem subsuperficial do pavimento
▪ quando a espessura da camada de base é muito grande, procura-se por
razões de ordem construtiva e econômica, dividi-la em duas camadas
▪ empregam-se solo estabilizado naturalmente, misturas de solos e
agregados, BGS, BGTC, solo estabilizado quimicamente, concretos, etc.
▪ imprimações entre camadas (filmes asfálticos)
▪ pintura de ligação: aderir uma camada à outra (emulsões asfálticas)
▪ imprimação impermeabilizante: impermeabiliar uma camada de solo ou
granular antes do lançamento da camada superior (asfaltos diluídos)
1 O pavimento

Nomenclatura para materiais asfálticos (Balbo, 2007)

nomenclatura abreviatura

camada porosa de atrito CPA


concreto asfáltico usinado a quente/frio CAUQ/CAUF
stone matrix (ou mastic) asphalt SMA
concreto asfáltico modificado (polímeros, pó de pneu, PPA) CAM
lama asfáltica LA
macadame betuminoso MB
microconcreto asfáltico MCA
pré-misturado a frio/quente PMF/PMQ
solo-betume SB
tratamento superficial simples/duplo/triplo TSS/TSD/TST
pintura de ligação LIG
imprimação impermeabilizante IMP
tratamento antipó TAP
1 O pavimento

Nomenclatura para concretos de cimento Portland (Balbo, 2007)

nomenclatura abreviatura

blocos pré-moldados de concreto BLO


concreto autonivelante CAN
concreto compactado com rolo CCR
concreto de cimento Portland CCP
concreto de alto desempenho CAD
concreto de elevada resistência CER
placas de concreto pré-moldadas CPM
concreto armado CAR
concreto protendido CPT
1 O pavimento

Nomenclatura para materiais cimentados (Balbo, 2007)

nomenclatura abreviatura

brita graduada tratada com cimento BGTC


solo melhorado com cimento SMC
solo-brita-cimento SBC
solo-cimento SC
solo-cal SCA
1 O pavimento

Nomenclatura para materiais granulares e solos (Balbo, 2007)

nomenclatura abreviatura

bica corrida BC
grita graduada simples BGS
escória ESC
macadame hidráulico MH
macadame seco MS
paralelepípedo PAR
solo arenoso fino laterítico SAFL
solo argiloso laterítico SAL
solo laterítico concrecionado SLC
solo-brita ou solo-agregado SB
solo saprolítico SS
agregado reciclado de entulho de construção e de demolição RCD
camada final de terraplenagem CFT
1 O pavimento

Aplicações dos materiais em revestimentos (Balbo, 2007)

asfálticos concretos cimentados granulares e solos

CAUQ BLO não se aplicam PAR


CAUF CAN tratamento primário
com cravação de brita
CAMP CCR ou cascalho sem controle
CAMB CCP de granulometria
CPA CER
LA CPM
MCA CAD
PMF CAR
PMQ CPT
SMA
TSD
TSS
TST
1 O pavimento

Aplicações dos materiais em bases (Balbo, 2007)

asfálticos concretos cimentados granulares e solos

MB CCR BGTC BC
PMF CCP SBC BGS
PMQ CAR SC MH
SB CPT SCA MS
CAUQ SAFL
CAUF SAL
CAMP SLC
SS
SB
RCD
1 O pavimento

Aplicações dos materiais em subbases (Balbo, 2007)

asfálticos concretos cimentados granulares e solos

SB nao se aplicam BGTC BC


MB SMC BGS
CAUQ SBC MH
CAMP SC MS
CAUF SCA SAFL
SAL
SLC
SS
SB
RCD
1 O pavimento

Aplicações dos materiais em reforços de subleito (Balbo, 2007)

asfálticos concretos cimentados granulares e solos

não se aplicam não se aplicam SMC SAFL


SCA SAL
SLC
SS
SB
RCD

Aplicações dos materiais em subleito (Balbo, 2007)

asfálticos concretos cimentados granulares e solos

não se aplicam não se aplicam não se aplicam CFT


1 O pavimento

Classificação dos pavimentos (DNIT, 1996)

▪ flexíveis
▪ é uma estrutura constituída de uma ou mais camadas de espessura finita,
assente sobre um semiespaço infinito, cujo revestimento é betuminoso
▪ o dimensionamento é comandado pela resistência do subleito
▪ rígido
▪ é formado, predominantemente, por camadas que trabalham
sensivelmente à tração
▪ o dimensionamento é comandado pela resistência do próprio pavimento
▪ não sendo nem um nem outro, surgem as expressões simi-rígido ou semiflexível
▪ quando uma das camadas subjacentes ao revestimento asfáltico for
cimentada, o pavimento é semi-rígido
1 O pavimento

Camadas do pavimento (DNIT, 1996)


▪ revestimento
▪ camada destinada a resistir diretamente às ações do tráfego, a impermea-
bilizar o pavimento, a melhorar as condições de rolamento, no que se refere
ao conforto e à segurança, e a transmitir, de forma atenuada, as ações do
tráfego às camadas inferiores
▪ base
▪ camada destinada a resistir diretamente às ações dos veículos e a
transmiti-las, de forma conveniente, ao subleito
▪ subbase
▪ camada complementar à base, com as mesmas funções desta, e executada
quando, por razoes de ordem econômica, for conveniente reduzir a espessura
da base
1 O pavimento

Camadas do pavimento (DNIT, 1996)

▪ reforço do subleito
▪ camada existente, no caso de pavimentos muito espessos, executada com
o objetivo de reduzir a espessura da própria subbase
▪ regularização do subleito
▪ camada de espessura variável, executada quando se torna necessário
preparar o leito da estrada para receber o pavimento
▪ a regularização não constitui propriamente uma camada do pavimento,
pois tem espessura variável, podendo ser nula em um ou mais pontos da
seção transversal
1 O pavimento

Bases e subbases flexíveis e semi-rígidas (DNIT, 1996)


1 O pavimento

Revestimentos (DNIT, 1996)


1 O pavimento

A dificuldade em classificar pavimentos (Balbo, 2007)

▪ a classificação de “rígido” e “flexível” é suficientemente abrangente?


▪ rígido: resposta estrutural similar a material de comportamento rígido
ou revestimento é de concreto de cimento Portland
▪ flexível: resposta estrutural similar a material de comportamento flexível
ou revestimento é asfáltico
▪ como classificar um pavimento com revestimento asfáltico e base de
solo-cimento?
▪ como cada tipo de pavimento distribui os esforços sobre si aplicados para a
fundação?
1 O pavimento

Resposta mecânica do pavimento flexível (Balbo, 2007)

campo de tensões concentrado nas proximidades do ponto de aplicação da carga


1 O pavimento

Resposta mecânica do pavimento rígido (Balbo, 2007)

campo de tensões disperso ao longo das dimensões da placa


1 O pavimento

A dificuldade em classificar pavimentos (Balbo, 2007)

▪ rígido: pavimento que impõe pressões reduzidas ao subleito em virtude da


melhor distribuição das tensões ao longo de suas dimensões
▪ flexível: aquele que impõe pressões mais concentradas ao subleito
▪ exemplo: full depth asphalt pavement
▪ todas as camadas são asfálticas, da subbase ao revestimento
▪ desconhecido no Brasil mas muito utilizado nos EUA nas décadas de 70/80
▪ módulo de 3 GPa a 25°C sobe para 25 GPa próximo de 0°C (equivalente
ao da brita graduada tratada com cimento ou do solo-cimento)
▪ enrijecimento devido à redução da temperatura provoca retrações
▪ pavimento “flexível” apresenta resposta estrutural de pavimento “rígido”
▪ atualmente denominado pavimento asfáltico perpétuo (Newcomb et al., 2001)
1 O pavimento

Full-depth asphalt pavement (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Full-depth asphalt pavement (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Pavimentos semi-rígidos (Balbo, 2007)


▪ constituído de revestimento asfáltico e pelo menos uma camada composta de
material estabilizado com ligante hidráulico, excluindo-se camadas de concreto
▪ estabilização de solos/britas com ligantes hidráulicos não proporcionam rigidez
similar à do concreto, mas podem produzir módulos de elasticidade semelhantes aos
do concreto e algumas vezes superiores aos das camadas asfálticas
▪ experimento da PCA (Childs e Nussbaum, 1962): tensões transmitidas ao subleito,
por cargas idênticas, eram equivalentes para as espessuras de 25 cm de material
granular não-estabilizado e as de 10 cm de misturas cimentadas
▪ consumo de cimento em estabilização é inferior ao do concreto: BGTC, máximo de
70 kg/m³, e CCR, mínimo de 110 kg/m³
▪ misturas estabilizadas com ligantes hidráulicos sofrem rápido processo de fadiga,
então o pavimento semi-rígido de hoje apresentará resposta de pavimento flexível
com o tempo
1 O pavimento

Pavimento semi-rígido (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Whitetopping ultradelgado (Balbo, 2007)

▪ pavimento resultante do processo de restauração de um pavimento asfáltico


existente, que não apresente fissuramento por fadiga considerável, com a
aplicação de uma camada de concreto de elevada resistência, de espessuras
entre 50 e 100 mm, sobre a superfície asfáltica fresada
▪ objetivo é obter uma ação composta quando ambas as camadas estarão
sujeitas a esforços de tração na flexão, dividindo entre si a tarefa de difundir
os esforços oriundos do tráfego
▪ espaçamento entre juntas inferior a 1 m, sem transferência de carga nas
juntas, sistema com comportamento próximo de pavimento em blocos
▪ ausência de aderência entre revestimento existente e camada de concreto
▪ apenas camada de concreto resiste aos esforços de flexão
▪ as duas camadas apresentam linhas neutras independentes, tornando a
contribuição da camada asfáltica inócua
1 O pavimento

Whitetopping ultradelgado (Balbo, 2007)

placa de concreto não-aderida placa de concreto aderida


sem ação composta sem ação composta
1 O pavimento

Whitetopping ultradelgado (Balbo, 2007)


1 O pavimento

Pavimentação em blocos intertravados

Estrada Real, região da Serra do Cipó, MG


1 O pavimento

Pavimento em blocos intertravados (Balbo, 2007)

▪ resposta estrutural do pavimento dependerá do tipo de base


▪ base de concreto compactado ou vibrado: rígido, com baixas deflexões e
baixas pressões na fundação

▪ base de brita graduada, macadame hidráulico, bica corrida, solo brita:


flexível, com pressões altas na fundação
1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

asfáltico e flexível

camadas de misturas asfálticas sobre base granular


ficam sujeitas à presença de linha neutra

camadas de base granulares estão sempre


submetidas à compressão por confinamento
1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

semi-rígido convencional ou híbrido, blacktoppings, asfálticos rígido-híbridos

camadas de misturas asfálticas sobre base rígida


ficam sujeitas a esforços de compressão
1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

concreto sobre base granular (rígido)


1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

concreto sobre base cimentada ou em concreto não-aderida (rígido)


1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

compostos, concreto aderido em base cimentada ou em concreto


(rígido), whitetoppings aderidos

há comportamento composto entre revestimentos


de concreto e bases cimentadas ou de concreto
aderidas, bem como entre revestimentos de
concreto e camadas de base asfálticas aderidas

quando ocorre comportamento composto entre


duas camadas, a superior tem sua face inferior
tracionada e a inferior sofre tração em todas as
fibras horizontais
1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

blocos de concreto sobre base granular (concreto e flexível)

a natureza dos esforços de tração e compressão


é decorrente do comportamento em flexão sob
ação de cargas dos materiais tratados com
ligantes asfálticos ou hidráulicos
uma exceção é o pavimento em blocos sobre
base granular, onde, embora ocorra um efeito de
arqueamento entre os blocos do revestimento
pelo atrito nas juntas , deslocando-os
monoliticamente, não surgem os efeitos típicos
de comportamento à tração na flexão
1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

blocos de concreto sobre base cimentada ou em concreto (concreto e rígido)


1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

asfáltico perpétuo (rígido)

o comportamento composto é evidente entre a


camada de base e de subbase nos pavimentos
perpétuos, pois há aderência entre ambas, o que
naturalmente obriga a igualdade de deformações
na interface aderida
1 O pavimento

Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

semi-rígido invertido

nos pavimentos semi-rígidos invertidos, há


ocorrência de duas linhas neutras, uma no
revestimento asfáltico e outra na subbase
cimentada
as duas camadas trabalham em flexão, enquanto
a camada de base granular encontra-se em forte
condição de confinamento, contida por duas
camadas em flexão e com deformações bastante
distintas – a camada superior deforma mais
1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Estruturas típicas de pavimentos asfálticos (Bernucci et al., 2007)


1 O pavimento

Características das pistas e dos veículos de rodovias e aeródromos


(Medina e Motta, 2005)
1 O pavimento

Características das pistas e dos veículos de rodovias e aeródromos


(Medina e Motta, 2005)
1 O pavimento

O pavimento ferroviário (Medina e Motta, 2005)

▪ superestrutura ferroviária ou via permanente


▪ trilhos, dormentes, lastro e sublastro
▪ lastro e sublastro, por estarem diretamente sujeitos às intempéries, devem

ser permeáveis e resistentes

▪ metrô: dormentes assentes sobre lajes de concreto ou presos a vigas de


concreto longitudinais

▪ socaria: área compactada sob o dormente


1 O pavimento

O pavimento ferroviário (Medina e Motta, 2005)


1 O pavimento

Materiais empregados na pavimentação

▪ cursos de solos e misturas asfálticas do Profs. Glauco/Ana/Leomar


▪ capítulo 4 do livro do Prof. Balbo: materiais de insumo para pavimentação
▪ capítulo 5 do livro do Prof. Balbo: materiais preparados para pavimentação
▪ camadas granulares e de solos estabilizados granulometricamente
▪ misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento
▪ revestimentos por tratamentos superficiais e penetração de asfaltos
▪ misturas asfálticas a frio
▪ imprimações e pinturas asfálticas
▪ materiais estabilizados com cimentos
▪ concreto compactado com rolo (CCR)
▪ materiais alternativos
1 O pavimento

Princípios do projeto de pavimentos (Croney & Croney, 1991)

▪ pavimentos flexíveis
▪ após a abertura ao tráfego, deformação permanente começará a se formar
▪ em pavimentos bem-projetados, a deformação permanente é distribuída de
forma aproximadamente linear entre os materiais asfálticos, a base e a subbase
▪ nos materiais asfálticos, a deformação permanente pode surgir por
compactação adicional devida ao tráfego (pós-compactação) e por deslocamentos
laterais (expulsão)
▪ nos materiais granulares da base e no subleito, a deformação permanente
se deve a compactação do tráfego e apenas em pavimentos muito
subdimensionados surgirá cisalhamento no subleito
1 O pavimento

Princípios do projeto de pavimentos (Croney & Croney, 1991)

▪ pavimentos flexíveis
▪ as cargas das rodas submetem todas as camadas a tensões verticais de
compressão
▪ a camada de rolamento, a camada de ligação (binder) e qualquer material
betuminoso de base também estará sujeito a tensão de tração sob a passagem
das rodas
▪ a magnitude desta tensão de tração em cada camada será determinada
pelo módulo de elasticidade efetivo da camada e será máxima na parte
inferior da camada
▪ camadas asfálticas inferiores estarão sujeitas a tensões de tração menores
▪ materiais granulares usados em bases e subbases na podem sofrer tensões
de tração substanciais e a estrutura de tais camadas relaxará sob carregamento,
reduzindo o módulo elástico efetivo dos materiais
1 O pavimento

Princípios do projeto de pavimentos (Croney & Croney, 1991)

▪ pavimentos flexíveis
▪ a deflexão transiente (passageira, momentânea) do pavimento sob a passagem
de uma carga de roda é dividida entre as camadas do pavimento e o subleito
▪ a viscosidade do ligante asfáltico usado nos pavimentos flexíveis aumenta
substancialmente com o tempo, isto significa que a rigidez ou o módulo de
elasticidade efetivo da camada de rolamento, da camada de ligação e de
qualquer outro elemento betuminoso aumentará com o tempo, provocando
um substancial redução da deflexão transiente sob ação do tráfego
▪ em um pavimento bem-dimensionado, a deflexão pode ser metade da original
depois de em torno de 5 anos
▪ como os elementos betuminosos de um pavimento flexível enrijecem, os
materiais atrairão maiores tensões de tração do tráfego
1 O pavimento

Princípios do projeto de pavimentos (Croney & Croney, 1991)

▪ pavimentos flexíveis
▪ a falência estrutural normalmente terá início por trincamento por fadiga na
camada de rolamento, seguido por trincamento similar na camada de ligação e
em qualquer outra camada betuminosa
▪ segue que qualquer forma de teste acelerado de pavimentos asfálticos ou de
materiais betuminosos provavelmente indicará tempos de vida muito mais curtos
que os que ocorreriam na prática
▪ ao aplicar a teoria estrutural para o projeto de pavimentos também segue que
ensaios de propriedades estruturais, isto é, módulo elástico e vida de fadiga
efetuados em amostras virgens, serão irrelevantes, o que questiona testes
acelerados realizados em pistas circulares ou em rodovias
1 O pavimento

Princípios do projeto de pavimentos (Croney & Croney, 1991)

▪ pavimentos de concreto
▪ pavimentos de concreto não são suscetíveis a deformação superficial sob
tráfego e o processo de deterioração estrutural é indicado pelo trincamento
▪ a carga de rodas provoca o surgimento de tensões de tração na parte inferior
dos cantos das placas, o que em um pavimento subdimensionado, leva ao
trincamento por fadiga
▪ tanto a resistência à compressão quanto à flexão do concreto aumentam
substancialmente com o tempo
▪ o aumento na rigidez implicará no aumento das tensões de tração
▪ ensaios indicaram, no entanto, que a vida de fadiga aumenta muito mais rápido
com o tempo que a tensão de tração, seguindo que tanto com concreto quanto
▪ assim, tanto para pavimentos flexíveis quanto de concreto, testes acelerados
provavelmente subestimam a vida do pavimento sob condições de tráfego normal

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