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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Se parece um embate desleal na percepção cultural dos sentidos e dos valores, por
que também não produzir e usar as ferramentas da comunicação como o rádio, o jornal,
a internet, a fotografia, o podcast, o blog e o audiovisual para dinamizar o processo de
ensino-aprendizagem? Essas mídias instigam a criatividade no processo de produção de
narrativas, ampliam a socialização, a dinâmica e o desenvolvimento de novas
habilidades e competências, atua na ampliação de estruturas de linguagens, inspira o
embate subjetivo e, em conseqüência, os caminhos para o pensar.
O desafio, hoje, portanto, para os professores, é como lidar com este binômio
comunicação e educação, porque, nem sempre, são preparados em suas formações à
respeito. Para isso, existem alternativas que se podem mobilizar. Além disso – e
fundamentalmente – nos seus processos de formação, os professores não são formados
para entender como decodificar esses mecanismos da construção da informação e as
ferramentas das mídias, nem tampouco, em como trabalhar uma pedagogia voltada para
a leitura crítica da mídia, para a educação para os meios e para o uso dessas ferramentas
como alternativas pedagógicas.
Diante dessa polêmica que emerge a interface destes campos e do fato de que não
se pode mais negar a aproximação existente entre a comunicação e educação, o objeto
proposto para investigação faz-se urgente. E são nas proposições educomunicativas que
encontramos caminhos para os debates sobre a modernização e contextualização do
sistema pedagógico.
“O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa se apropriar dessa
tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia de forma pessoal e
profissional, da mesma forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro
numa escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento – sem
deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a
aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e
escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo
real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às nossas vistas (...).
(GOUVÊA, 2001, p.139).
Para melhor decodificar este processo, esta ampla pesquisa desenvolvida pela
Escola de Comunicação e Artes e que configura este novo paradigma interdiscursivo
transverso, sistematizou ao se pensar a abrangência da educomunicação, quatro áreas
específicas de intervenção social. São elas: Educação para a Comunicação; Mediações
Tecnológicas na Educação; Gestão Comunicativa e a área da Reflexão Epistemológica.
Adilson Citelli justifica que estas ações efetivas são emergenciais e que
experiências vêm sendo feitas em várias cidades brasileiras, junto a instituições de
ensino fundamental com o intuito de cruzar os discursos da escola e das comunicações.
“Nelas, grupos de alunos e professores – muitas vezes assessorados por docentes
universitários – montam, por exemplo, pequenas estações de rádio que passam a
funcionar seja como estimuladoras de uma educação integrada, interdisciplinar,
transversal, seja como instâncias sociabilizadoras que permitem o diálogo mais direto
entre os alunos da instituição(...), servindo com o estímulo para colocar em circulação
vozes normalmente obliteradas ou que se manifestam apenas nos momentos formais das
aulas. Trata-se, pois, de uma forma dinamizadora dos fluxos que ligam o mundo
cotidiano das crianças às razões dos currículos e programas escolares que, como
sabemos, nem sempre estabelecem seus diálogos em registros próximos (CITELLI,
1999).
6. REFERENCIAL TEÓRICO
Kaplún (2010) nos possibilita, com sua visão progressista, refletir sobre a
educação permeada pelas metodologias dinâmicas, inter-relacionadas com a ampliação
dialógica e as novas tecnologias, especialmente, o uso do rádio como ferramenta
educativa. O psicólogo e linguista russo Lev Vygotsky (1991), que também permeia
pela educação pautada na ampliação do coeficiente comunicacional, aprofunda o
conceito de aprendizagem como processo social, enquanto o sujeito aprende na
interação com o outro.
7. CONCLUSÃO
O desafio da educação no século 21 é proporcionar ferramentas que dizamizem
os ecossistemas comunicacionais nos espaços múltiplos do saber e do pensar. Ensinar
língua portuguesa, a língua materna, nesta perspectiva contemporânea, requer algumas
quebras de paradigmas importantes, entre as quais, a proposição de novas ferramentas
que modernizem o sistema dialógico, o fluxo informacional e o desenvolvimento das
habilidades. Mas é claro que, para isso, faz-se necessário ensinar o aspirante a professor
a decodificar os processos de construção da comunicação, para, em sequencia, poder
usar estes novos mecanismos em seus planos de aula.
Mais do que apenas aprender a fazer um video, uma foto, um blog, um podcast,
um jornal, o professor precisa aprender quais aspectos orbitam em torno deste binômio
comunicação – educação. Também há uma outra perspectiva de expectativa: o
enriquecimento dos coeficientes comunicacionais democráticos dentro destes cenários
educativos. E, isso, não é elemento paupável, mas, de intenso valor, quando falamos
sobre possibilitar recursos que, além do conteúdo programático, proprocione cidadania,
direito a voz, emancipação.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Moran, José, Manoel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21.ed. Papirus, 2013.
12-14 p.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 6. ed. São Paulo
: Cortez. Brasília, DF: UNESCO, 2002.