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Cientistas descobrem como o coronavirus

infeta os humanos passo a passo


Um estudo publicado na revista Science descreveu da forma mais detalhada até agora a
forma como o novo coronavírus entra nas células humanas e causa uma infeção. É um
passo rumo à vacina.

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É mais uma descoberta vinda dos laboratórios chineses, que
está descrita passo a passo na revista Science. Uma equipa de
investigadores descreveu da forma mais detalhada até agora a forma
como o novo coronavírus entra nas células humanas e causa uma
infeção. É um passo importante para o desenvolvimento de vacinas e
outros medicamentos para combater a doença, embora possa demorar
longos meses ou mesmo anos até que estejam disponíveis para
tratamento em humanos.

O COVID-19, também chamado SARS-CoV-2 pelas semelhanças


genéticas com o vírus que provocou um surto de 2003, tem uma
proteína que, quando se aproxima de uma célula humana, une-se a
outra chamada ACE2. Quando isso acontece, o vírus introduz o seu
material genético (o ARN) dentro da célula humana, que, confundindo-
o com o próprio material genético, começa a produzir proteínas virais
por engano.

Uma vez dentro da célula, o material genético do vírus começa a


replicar-se e os novos exemplares ficam encapsulados por uma espécie
de “bolsa” proteica — algo que acontece com muita facilidade porque o
vírus toma como refém o sistema metabólico da célula para que
trabalhe apenas a seu favor. Depois, os novos coronavírus furam a
membrana celular e escapam para infetar novas células.

A proteína ACE2 existe nos pulmões, rins, coração e intestinos. É a


mesma à qual o vírus do SARS se ligava para contaminar os humanos.
Mas há uma diferença: o COVID-19 consegue fazer isso com ainda mais
eficiência do que o coronavírus de 2003, porque há uma maior
compatibilidade entre os aminoácidos que compõem estas proteínas, o
que pode justificar a facilidade com que o novo coronavírus se espalha.

Esta descrição não foi fácil de alcançar em laboratório. Os vírus são


agentes patogénicos extremamente difíceis de manter “vivos” — e
usamos as aspas porque os vírus não são considerados seres vivos, uma
vez que dependem de infetar outras células para sobreviver, fazendo
delas reféns. Normalmente, para conseguirem explorar durante mais
tempo um vírus, os cientistas infetam uma ou mais células vivas, como
uma bactéria ou um tecido vivo.

Neste caso, depois disso, os cientistas injetaram a célula com um


líquido que arrefece o sistema a temperaturas criogénicas (inferiores a
-150ºC), congelando a união entre o vírus e a proteína. A célula foi
depois atingida por eletrões, o que permitiu criar imagens do processo
numa técnica que se chama crio-microscopia eletrónica.

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