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Andragogia – Aprendizagem de
Adultos

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Andragogia – Aprendizagem de Adultos

Unidade: Andragogia – Aprendizagem de Adultos


MATERIAL TEÓRICO

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Rita Maria Lino Tarcia

Conteúdo atualizado:
Profa. Ms. Geni Emília de Souza

Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota

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Andragogia – Aprendizagem de Adultos

Considerações Iniciais

Para auxiliar sua leitura, destacamos algumas ideias importantes do


texto, mas você também poderá fazer o registro de outras que julgar
interessantes, novas ou relevantes.

O objetivo da leitura é que encontre a definição de Andragogia e


identifique as especificidades da ação educativa com adultos e suas
implicações na prática docente.

Andragogia - Educação de adultos

No começo do século VII, tiveram início na Europa, as escolas para o


ensino de crianças, as quais deram origem à Pedagogia, dos quais,
pressupostos são utilizados até hoje para fundamentar a educação
independente da idade. Considerando que as crianças são dependentes,
necessitam de cuidados de terceiros; na adolescência iniciam-se os
questionamentos e na idade adulta, acumulam-se as experiências, o
aprendizado ocorre com os próprios erros, tendo-se a consciência de que ainda
é preciso aprender.

A educação é parte integrante de todas as culturas ao longo da história.


No entanto, desde o movimento da Industrialização, torna-se cada vez mais
evidente e necessária uma ação conjunta entre sociedade e governo no
sentido em que sejam criados diferentes mecanismos de acesso e
desenvolvimento de uma educação voltada para pessoas em idade adulta.

As experiências e pesquisas realizadas constatam que a educação de


adultos é complexa uma vez que envolve uma série de relações sociais e
culturais que se cruzam no processo educativo. Não se trata simplesmente de
combater o analfabetismo, oferecendo um ensino elementar em idade adulta,
para aqueles que não o tiveram quando crianças.

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Andragogia – Aprendizagem de Adultos

Em um sentido mais amplo, a educação de adultos é entendida como


um processo educativo que envolve o desenvolvimento de habilidades
que possibilitem o ato de aprender, perceber e interagir com e no
mundo.

Na história da educação, Manacorda (1992, p. 270) nos coloca que, com


a revolução industrial, a educação transita da conotação política para social,
visto que aquele “processo de transformação do trabalho humano desloca
massas inteiras da população não somente das oficinas artesanais para as
fábricas, mas também dos campos para a cidade, provocando conflitos sociais,
transformações culturais e revoluções morais”. Diante da rápida evolução
tecnológica, impõe-se a necessidade de instrução das massas operárias e, por
força da realidade, criam-se, então, as escolas científicas, técnicas e
profissionais. Até então, a educação formal destinava-se apenas às elites.

Com a democratização do acesso à educação ao longo do século XX,


retomaram-se as discussões a respeito da educação de adultos que era
denominada de Andragogia.

O termo Andragogia foi formulado originalmente por Alexander Kapp,


professor alemão, em 1833; caiu em desuso e reapareceu em 1921, no
relatório de Rosenstock, sinalizando que a educação de adulto requer
professores, métodos e filosofia diferenciados. Eduard Lindeman, em 1927,
adotou o termo de Rosenstock e usou-o poucas vezes nos Estados Unidos.

O vocábulo Andragogia foi utilizado amplamente, desde a década de


60, na França, Yugoslávia e Holanda para se referir à disciplina que estuda o
processo da instrução de adulto ou a ciência da educação de adulto
(NottinghanAndragogyGroup, 1983).

A Andragogia, enquanto teoria ou sistema de ideias, de conceitos e de


aproximações com a aprendizagem do adulto, foi introduzida e muito difundida
nos Estados Unidos por Malcolm Knowles, ao longo da segunda metade do
século passado.

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Em 1950, Malcolm Knowles começou uma tentativa de formular a Teoria


de Aprendizagem de Adultos e mais tarde, em 1960, pela primeira vez, teve
contato com a palavra Andragogia através de um educador iugoslavo, que
participava de um Workshop de Verão na Universidade de Boston. Foi quando
ele entendeu o significado da palavra e a adotou como a mais adequada para
expressar a "arte e ciência de ajudar adulto a aprender". Quando Professor Dr.
Knowles começou a construir o modelo andragógico de educação, ele o
concebeu como a antítese do modelo pedagógico: "Andragogia x Pedagogia".

Lembrando que a pedagogia se refere à educação de crianças (do grego


paidós = criança) e que todo o sistema educacional, incluindo a
educação de alto nível, ficou congelado dentro do modelo
pedagógico, que segundo a análise de Knowles, preconiza total
responsabilidade do professor para as decisões sobre o que será
ensinado, como será ensinado e se foi aprendido Malcolm
Knowles (1990), define a Educação de Adultos (Andragogia)
como as habilidades de manejar situações de ensino e
aprendizagem com adultos, tendo como pressupostos os
diferenciais biológicos, psicológicos, econômicos, jurídicos e
sociais que integram a dinâmica própria dos adultos.

Os adultos são conscientes de suas decisões de vida e


esperam ser tratados pelos demais como indivíduos capazes de se autogerir.
Engajando o educando em todas as etapas de sua formação e utilizando as
energias do grupo como tal, sua identidade se constrói a partir de sua
experiência e as pressões internas são seus maiores fatores de motivação.
Knowles (1980) apresenta os seguintes conceitos:

a) Conceito de aprendente: O aprendente (aquele que aprende) é


autodirigido; isto significa que é responsável pela sua aprendizagem e
estabelece e delimitam seu percurso educacional.

b) Experiência do aprendente: A Educação de Adultos assume que os


adultos entram num processo educativo com diferentes quantidades e
qualidades de experiências. Esta diversidade deve ser aceita, servir de base à
formação e ser considerada uma importante fonte de recursos a partilhar e
valorizar.

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c) Disponibilidade para aprender: O modelo andragógico assume que o


aprendente começa a estar disponível para aprender quando sente a
necessidade de conhecer ou quando pretende melhorar a sua performance em
determinado aspecto da sua vida. Knowles chama a atenção para a
possibilidade de induzir essa necessidade através da exposição a modelos
mais eficazes de aprendizagem como planejamento da carreira, por exemplo.

d) Orientação para aprender: O aprendente entra numa atividade educativa


quando centrada na vida, na tarefa ou no problema concreto a resolver; tem
uma orientação pragmática. Então, importa organizar as experiências de
aprendizagem (conteúdos) de acordo com unidades temáticas que tenham
sentido e sejam adequados às tarefas a realizar nos seus diversos contextos
de vida.

e) Motivação para aprender: Este modelo tem em conta as motivações


externas: trabalho melhor, aumento salarial; mas valoriza, particularmente, as
motivações internas: autoestima, reconhecimento, melhor qualidade de vida,
autoconfiança, atualização das potencialidades pessoais. Knowles (1984),
fornece outros conceitos de aplicação dos princípios da Educação de Adultos
para o modelo de formação continuada de adultos, conforme segue:

a) Para o adulto, as instruções precisam ser orientadas para o trabalho; em vez


de ser direcionada para a memorização, a atividade de aprendizado deve estar
no contexto de tarefas comuns a serem realizadas, ou problemas a serem
resolvidos.

b) As proposições de aprendizagem devem considerar a grande quantidade de


diferentes backgrounds dos aprendentes; os materiais e as atividades de
aprendizado devem levar em conta os diferentes níveis/tipos de experiência
anterior de cada um.

c) Como adultos são autodirecionados, as proposições educativas devem


permitir que descubram as coisas por si sós, fornecendo orientação e ajuda
quando erros são cometidos.

d) Adultos precisam estar envolvidos no planejamento e avaliação de sua


aprendizagem.

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e) A experiência (inclusive seus erros) fornece a base para as atividades de


aprendizado.

f) Adultos são mais interessados em aprender conteúdos que têm relevância


imediata para seu trabalho ou vida pessoal.

g) O aprendizado acadêmico é centralizado no processo de aprender, e não


somente orientado para conteúdos.

Nesse contexto, o papel do professor ou do formador deve ser de


mediador do processo de aprendizagem. Precisa ter sensibilidade e a
capacidade de identificar e articular elementos da vivência dos educandos aos
conhecimentos teóricos que necessitam apreender.

Para um ensino eficaz de adultos o conceito de currículo organizado em


disciplinas é inadequado porque uma vez que os adultos têm a orientação de
aprendizagem fundamentada em situações problemas. O mais adequado seria
um currículo organizado em sequência por áreas do problema. É importante
lembrar que o processo de elaboração e discussão do problema que será o
ponto de partida, precisa ser de interesse dos alunos e disso depende em boa
parte o sucesso do ensino seja ele presencial ou à distância.

É importante enfatizar ainda que a aprendizagem se dê na interação, na


relação entre o aprendente e o objeto a ser apreendido. Esta relação não se dá
de forma isolada, por meio da comunicação entre os pares também se criam
condições de aprendizado. O fato do ensino a distância ter a característica da
não presença física, não impede que ocorra a comunicação entre os adultos
aprendizes. O uso dos mecanismos e ferramentas de comunicação torna-se
indispensável para que o ensino de fato se torne significativo para os alunos.
Com isso, professor e alunos se aproximam e criam laços, trocam experiências
de vida, dialogam na realização de tarefas e desenvolvem argumentos teóricos.

A educação de adultos talvez nunca se fizesse tão necessária como


nesse momento histórico, onde a tecnologia, as mídias e as relações sociais,
de trabalho e culturais exigem do indivíduo o desenvolvimento de uma
competência peculiar: “aprender a aprender”.

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Assista ao vídeo acessando o link abaixo e aprenda um pouco mais sobre o tema
Andragogia

http://www.youtube.com/watch?v=HqFoR_vd0Kw&feature=results_video&playnext=1&
list=PL07AC5E289981C4E2

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Anotações

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Referências

KNOWLES, Malcolm et al. The Adult Learner: TheDefinitive Classic in Adult


Education and Human Resourse Development. 5ªed. Texas: Gulf Publishing
Company - Houston, 1977.

MANACORDA, M. A. História da educação: da antiguidade aos nossos


dias. 3. ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992. 382 p.

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