Você está na página 1de 36

Matemática financeira aplicada a decisões

financeiras
Parte 2
Tópicos Abordados:
• Valor do dinheiro no tempo;
• Juros;
• Montante;
• Sistema de Capitalização dos Juros;
• Tipos de Taxas de Juros;
• Fluxo de caixa.
• Primeiro pilar das finanças
• Decisões financeiras envolvem custos e benefícios que
estão espalhados sobre o tempo.
• Tomadores de decisão financeira têm que avaliar se
investir o dinheiro hoje é justificado pelos benefícios
esperados no futuro
• Eles devem, então, comparar os valores das somas de
dinheiro em diferentes datas.
• se refere ao fato que dinheiro na mão hoje vale mais do
que a esperança dessa mesma quantia ser recebida no
futuro.
• Três razões do porquê isto é verdadeiro:
• Dinheiro na mão hoje pode ser investido, rendendo juros, de modo
que você terminará com mais dinheiro no futuro;
• O poder de compra do dinheiro pode mudar no tempo devido a
inflação;
• A receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral, incerta.
• Há dois momentos distintos que envolvem as decisões de
investimentos:
• Antes: Matemática Financeira;

• Depois: Contabilidade.

Antes Depois

Análise da Viabilidade Decisão de Análise dos Relatórios


Econômica de Projetos Investir Contábeis

Matemática
Contabilidade
Financeira
• se refere ao fato que dinheiro na mão hoje vale mais do
que a esperança dessa mesma quantia ser recebida no
futuro.
• Três razões do porquê isto é verdadeiro:
• Dinheiro na mão hoje pode ser investido, rendendo juros, de modo
que você terminará com mais dinheiro no futuro;
• O poder de compra do dinheiro pode mudar no tempo devido a
inflação;
• A receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral, incerta.
 A maioria das decisões financeiras envolve custos e benefícios que se
disseminam pelo tempo.
 Conceito básicos:
◦ Fluxos de caixa:
 Instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros todas
as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando
como será o saldo de caixa para o período projetado.
◦ Valor presente:
 Valor no início da Linha do tempo.
◦ Valor futuro:
 composição ou crescimento ao longo do tempo.
◦ Linhas de tempo:
 ajuda visualizar o que está acontecendo dentro de um problema específico.
Linha de Tempo
• Ferramenta muito valiosa na análise VDT.
• Exemplo:
• Investimento, no instante inicial zero, de R$ 5.000,00; no instante
1 e 2 receber, respectivamente, R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00; no
instante 3 investir R$ 1.000,0 e, no instante 4, receber R$
9.000,00.
• Fluxo de Caixa analítico:
Instantes Entradas Saídas

0 - 5.000

1 2.000

2 4.000

3 1.000

4 9.000
Linha de Tempo
• Exemplo: Instantes Entradas (+)
Saídas (-)
• Convencionando:
0 -5.000
• entradas de dinheiro são positivas; e
1 2.000
• as saídas negativas.
2 4.000
3 -1.000
4 9.000

2.000 4.000 9.000

T0 T3 Ts

T1 T2 T4
5.000 1.000
◦ É o dinheiro pago pelo uso do dinheiro emprestado ou como
remuneração do capital empregado em atividades produtivas.
 Fatores que determinam existência dos juros:
◦ Inflação (desgaste da moeda)
 diminuição do poder aquisitivo da moeda exige que o investimento produza
retorno maior que o capital investido.
◦ Utilidade
 investir significa deixar de consumir hoje para consumir amanhã, o que só é
atraente quando o capital recebe remuneração adequada
◦ Risco
 Havendo a possibilidade do investimento não corresponder às expectativas.
Então, quanto maior o risco, maior a taxa de juros inserida
◦ Oportunidade
 os recursos disponíveis para investir são limitados, motivo pelo qual ao se
aceitar determinado projeto perde-se oportunidades de ganhos em outros; e
é preciso que o primeiro ofereça retorno satisfatório.
 Para o investidor,
◦ o juro é a remuneração do investimento.
 Para o tomador,
◦ o juro é o custo do capital obtido por empréstimo.

 O capital inicialmente empregado (principal) pode crescer devido aos juros


segundo duas modalidades:
 Juros Simples: só o principal rende juros, ao longo da vida do investimento.

 Juros Compostos: após cada período, os juros são incorporados ao capital e


passam, por sua vez, a render juros. O período de tempo considerado é,
então, denominado período de capitalização.
 É o regime segundo o qual os juros produzidos no final de cada período,
têm sempre como base de cálculo o Capital Inicial empregado

 Calculado a partir da seguinte expressão:

J=Pxixn
 Onde:

◦ J = valor dos juros expresso em unidades monetárias

◦ P = valor ou quantidade de dinheiro

◦ i = taxa de juros (do inglês, interest rate, taxa de juros)

◦ n = prazo
Juros Simples
• Exemplo:
• Um investidor aplica $ 100,00 a juros simples durante quatro
meses à taxa de 10% ao mês.
• A incorporação dos juros ao principal ocorre em progressão
aritmética
Mês Base Juros Montante

0 100 0 100

1 100 10 110

2 100 10 120

3 100 10 130

4 100 10 140
 considera que os juros formados em cada período são acrescidos ao
capital, formando, assim, o montante (capital + juros) do período.
 Este montante, por sua vez, passará a render juros no período seguinte
formando um novo montante, e assim por diante
 Simbologia
◦ VP = Valor presente (PV = Present Value)
◦ VF = Valor futuro (FV = Future Value)
◦ i = taxa de juros
◦ n = período de tempo
 Fórmulas:
Fator de
capitalização
Valor Futuro Valor Presente

Fator de
descapitalização
Juros Compostos
• Exemplo:
• Um investidor aplica $ 100,00 a juros compostos durante quatro
meses à taxa de 10% ao mês.
• A incorporação dos juros ao principal ocorre em progressão
geométrica
Mês Base Juros Montante

0 100 0 100

1 100 10 110

2 110 11 121

3 121 12,1 133,1

4 133,1 13,31 146,41


Payback
Payback consiste no período (anos ou meses) em que ocorre a
recuperação do investimento inicial, ou seja, é o tempo necessário para
que o fluxo de caixa fique positivo (ou, atinja o breakeven). No nosso
exemplo, temos o seguinte fluxo...

O payback se dá antes do final do 4º. Ano.

Admitindo-se que as entradas líquidas


ocorrem de maneira uniforme durante o ano,
fazemos:

220.000
12  10,1meses
260.000

O payback é, portanto, de 3 anos e 10


meses.
Payback
• É um método muito simples de avaliação e muito fácil de se calcular.
• No caso de uma anuidade, pode ser encontrado dividindo-se o
investimento inicial pela entrada de caixa anual
• Para uma série mista, as entradas de caixas devem ser
acumuladas até que o investimento inicial seja recuperado
• Porém, tem limitações para tomada de decisão por não considerar:
• o valor do dinheiro no tempo;
• o fluxo de caixa após o payback, o que não permite a avaliação ao
longo de todo o período do projeto.
• Entretanto, esse método permite avaliar a velocidade com que ocorre
o retorno do investimento, particularmente importante quando o foco
é a liquidez.
 Exemplo:
 Calcular o valor presente de duas alternativas possíveis para a aquisição
de um equipamento
 Custo do Dinheiro: 3% ao mês.
 Fornecedor A
◦ valor total do equipamento = $ 6.500,00
◦ 30% no pedido
◦ 30% na entrega (após 6 meses)
◦ Saldo em 4 parcelas iguais a partir do 7º mês
 Fornecedor B
◦ valor total do equipamento = $ 6.700,00
◦ 20% no pedido
◦ 40% na entrega (após 6 meses)
◦ 40% 120 dias após a entrega
• Fluxo de Caixa

Mês A B

0 1.950 1.340
1 0 00
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
6 1.950 2.680
7 650 0
8 650 0
9 650 0
10 650 2.680
Total 6.500 6.700
1.950 1.950 1.950 1.950 1.950
VP(a)  1.950     
1  (0,03) 6
1  (0,03) 7
1  (0,03) 8
1  (0,03) 9
1  (0,03) 10

VP(a)  5.606,55

2.680 2.680
VP(b)  1.340  
1  (0,03) 6
1  (0,03) 10

VP(b)  5.578,60
VF(a)  1.950  (1  0,03) 10  1.950  (1  0,03) 4  650  (1  0,03) 3  650  (1  0,03) 2  650

VF(a)  7.534,74

VF(b)  1.340  (1  0,03) 10  2.680  (1  0,03) 4  2.680

VF(b)  7.497,20
 O VPL (Valor Presente Líquido) ou o NPV (Net Present Value) é a
diferença entre o valor descontado do fluxo de caixa para a data do
investimento inicial (I.I.) e o valor do investimento inicial de um projeto
I.I Linha do tempo

0 1 2 3 4 5 6

VP1

VP2

VP3

VP4
VP5

VP6

VPL   I.I  VP


 Se:

VPL  I.I  VP


 Então, o VPL pode ser calculado por meio da seguinte
equação:

FC 1 FC 2 FC 3 FCn
VPL   I .I     ... 
(1  k ) (1  k )
1 2
(1  k ) 3
(1  k ) n
• Exemplo:
• A empresa Rio Grande S.A . decidirá, com base no VPL, entre dois
projetos mutuamente excludentes, A e B, cujos fluxos de caixa são
apresentados no quadro a seguir. O custo de capital para esses
projetos é de 18% ao ano

Ano A B

0 -140.000 -180.000
1 40.000 50.000
2 40.000 55.000
3 45.000 60.000
4 45.000 65.000
5 50.000 70.000
6 60.000 70.000
 Calculando...

40 .000 40 .000 45 .000 45 .000 50 .000 60 .000


VPL (a)  140 .000      
(1  0,18 )1 (1  0,18 ) 2 (1  0,18 )3 (1  0,18 ) 4 (1  0,18 )5 (1  0,18 ) 6

VPL(a)  140.000  157.306  17.306,00

50 .000 55 .000 60 .000 65 .000 70 .000 70 .000


VPL (b)  180 .000      
(1  0,18 )1 (1  0,18 ) 2 (1  0,18 )3 (1  0,18 ) 4 (1  0,18 )5 (1  0,18 ) 6

VPL(b)  180.000  208.445 28.445,00


A empresa deve optar pelo Projeto B, pois apresenta VPL maior.
 Também chamada de IRR (Internal Rate of Return)
 É uma taxa de desconto que iguala o valor presente do fluxo de caixa ao
valor do investimento inicial de um projeto.

 Se utilizarmos a TIR para descontar o fluxo de caixa, o VPL de um projeto


se iguala a zero.
 A taxa interna de retorno pode ser calculada com o emprego da seguinte
equação:

FC 1 FC 2 FC 3 FCn
0   I .I     ... 
(1  Tir ) (1  Tir ) (1  Tir )
1 2 3
(1  Tir ) n

Um projeto somente é atrativo quando sua TIR for maior ou igual a seu
custo de capital. Quando um projeto apresenta TIR menor que seu custo
de capital, ele deixa de ser atrativo.
 De acordo com Gitman (2002) a TIR pode ser calculada tanto por
tentativa e erro como se recorrendo a uma calculadora financeira
sofisticada ou a um computador.
 Exemplo: empresa Rio Grande S.A., decidirá, com base na TIR, entre dois
projetos mutuamente excludentes, X e Y, cujos fluxos de caixa são
apresentados no quadro a seguir. O custo de capital para esses projetos é
de 22% ao ano.
Ano X Y

0 -180.000 -150.000
1 50.000 30.000
2 60.000 50.000
3 70.000 70.000
4 80.000 90.000
5 90.000 110.000
 Calculando por tentativa e erro:
50 .000 60 .000 70 .000 80 .000 90 .000
VPL (Xi  0,22)  180 .000     
(1  0,22 )1 (1  0,22 ) 2 (1  0,22 )3 (1  0,22 ) 4 (1  0,22 )5
VPL(X)  180.000  189.256,69 - 9.256,69
50 .000 60 .000 70 .000 80 .000 90 .000
VPL (Xi  0,23)  180 .000     
(1  0,23)1 (1  0,23) 2 (1  0,23)3 (1  0,23) 4 (1  0,23)5
VPL(X)  180.000  184.846,12  - 4.846,12
50 .000 60 .000 70 .000 80 .000 90 .000
VPL (Xi  0,24)  180 .000     
(1  0,24 )1 (1  0,24 ) 2 (1  0,24 )3 (1  0,24 ) 4 (1  0,24 )5

VPL(X)  180.000  180.596,13  - 596,13

50 .000 60 .000 70 .000 80 .000 90 .000


VPL (Xi  0,25)  180 .000     
(1  0,25 )1 (1  0,25 ) 2 (1  0,25 )3 (1  0,25 ) 4 (1  0,25 )5

VPL(X)  180.000  176.499,20 3.500,80


A TIR situa-se entre 24% e 25%. São os mais próximos de zero, com sinais opostos
 Acabou? nãããããão.....
 Temos que achar a taxa que iguala a zero.

i  0,24 0,25  i
 i  0,24  3.500,80 0,25  i  596,13
596 ,13 3.500,80

i  24,14 0 0

 Calcule agora a taxa interna de retorno da opção Y


• Limitações:

• TIR não representa uma medida correta do retorno do investimento.

• Somente nos casos onde ocorrem fluxos convencionais, que se


caracterizam por um desembolso inicial e um recebimento final, a
TIR representaria o retorno sobre o capital investido.

• Estes fluxos são típicos de certas aplicações financeiras, mas raros


no âmbito dos projetos das áreas de produção e operações.

• Os fluxos de caixa intermediários, que ocorrem com muita


frequência em projetos dessas áreas, retiram da TIR a condição de
medida de retorno sobre o investimento
• Forma alterada da taxa interna de retorno que procura corrigir
problemas como raízes múltiplas enfrentados pelo cálculo da TIR.
• Cálculo:
• Os valores de cada fluxo de caixa (exceto do ano zero) devem ser
capitalizados para a data final do projeto, empregando seu custo de
capital.
• Próximo passo é encontrar a taxa de desconto que iguala esse
montante capitalizado com o valor do investimento inicial.
• Exemplo:
• projetos P e Q
• custo de capital de 18%
• TIRs são 25,75% e 20,76%, respectivamente.
• •
Ano P Q

0 -200.000 -250.000
1 60.000 85.000
2 70.000 85.000
3 80.000 85.000
4 90.000 85.000
5 100.000 85.000
200.000 70.000 80.000 90.000 100.000
60.000

Projeto P 100.000

106.200
111.392
115.012
116.327
VPL = -200 + 200 = 0 FV = 548.931
548.931
VF  PV (1  i ) n  (1  i )5
200.000

VF
 (1  i ) n 1
PV
 548.931  5

  i
 200.000 
548.931
 (1  i )5
200.000

22 ,38 %  i
• Taxa Anual Nominal:
• taxa anual de juros contratada e cobrada por um credor ou prometida
por um tomador.
• Taxa Anual Efetiva (TAE):
• taxa anual de juros efetivamente paga ou recebida.
• Em geral, a taxa efetiva > taxa nominal sempre que a composição
ocorrer mais de uma vez ao ano.

n
 i 

TAE  1   1

 m 
• Sendo:
• TAE = Taxa Anual Efetiva
• m = Período
• i = Taxa de juros nominal
• São aquelas taxas que aplicadas ao mesmo capital P, durante o
mesmo intervalo de tempo, produzem o mesmo montante S.
• Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia .
• O montante S ao final do período de 1 ano será igual a
• S = P(1 + i a )
• Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado por 12 meses a uma
taxa mensal im.
• O montante S’ ao final do período de 12 meses será igual a
• S’ = P(1 + im)12
• Pela definição de taxas equivalentes vista acima, deveremos ter
• S = S’
• Portanto, P(1 + i a ) = P(1 + im)12

1  ia  1  im 
12
• Generalizando a Conclusão:
• Se:
• ia = taxa de juros anual
• is = taxa de juros semestral
• im = taxa de juros mensal
• id = taxa de juros diária
• As conversões das taxas podem ser feitas de acordo com as
seguintes fórmulas:
• 1 + im = (1 + id)30 [porque 1 mês = 30 dias]
• 1 + ia = (1 + im)12 [porque 1 ano = 12 meses]
• 1 + ia = (1 + is)2 [porque 1 ano = 2 semestres]
• 1 + is = (1 + im)6 [porque 1 semestre = 6 meses]
• 1 + ia = (1 + iq)3 [porque 1 ano = 3 quadrimestres]

Você também pode gostar