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Profissional atual deve saber lidar com

ferramentas de tecnologia
Não existe sobrevivência no mercado de trabalho
para o profissional que não souber lidar ou não se
interessar em dominar ferramentas da tecnologia. É
competência competitiva
LILIAN MONTEIRO / POSTADO EM 19/02/2017 16:33

Thiago Sampaio, gerente de RH de LafargeHolcim, diz que o grupo tem a


digitalização como um de seus pilares estratégicos (foto: Arquivo pessoal)
Era digital. Revolução tecnológica. Novas profissões, Carreiras extintas,
Demandas, habilidades e competências surgem a todo momento em
velocidade impressionante. Como lidar com o atual cenário do mercado de
trabalho? É preciso ser ágil, estar atento, focado e, acima de tudo, conectado.
para não se tornar desatualizado e defasado.

Victor Magnum, coordenador de recursos humanos da Gerdau Mineração,


explica que estamos em constante transformação e precisamos entender que
‘’ser digital’’ não se resume a usar tecnologia ou fazer parte de um determinado
departamento mais moderninho na empresa. ‘’Precisamos 0pensar de forma
digital. Buscar novas maneiras de resolver velhos problemas. Estabelecer
conexões mais horizontais, simples, rápidas e em rede, sem se preocupar com
a formatação-padrão que o modelo tradicional, marcado pela revolução
industrial, instituiu’’.
Quem sabe atuar em diversas áreas sai na frente no mercado de trabalho

O alerta de Victor Magnum é que a tão falada revolução digital, marcada pela
difusão da internet, já chegou faz um tempo e já está passando. ‘’Temos ouvido
cada vez mais sobre revolução genética, nanotecnologia, inteligência artificial,
e por aí vai. Este é o mundo que estamos vivendo e, como disse Alvin Toffler,
precisamos aprender, desaprender e reaprender’’.

Já Thiago Sampaio, gerente de recursos humanos da LafargeHolcim, afirma


que, apesar de a era digital ser algo que já vem sendo adotado há algum
tempo, sua visão é de que nos últimos dois anos a velocidade da mudança
cresce exponencialmente. ‘’Com isso, o desafio das empresas e seus
profissionais em promover essa transformação em produtos, processos, etc. e,
principalmente, nas pessoas, é ainda maior’’, ressalta.
O gerente conta que na LafargeHolcim não é diferente. O grupo em nível global
tem a digitalização como um de seus pilares estratégicos. ‘’Hoje, por exemplo,
a maioria de nossas reuniões é feita por plataformas digitais. Estamos
lançando um aplicativo para nos comunicar com nossos empregados, abolindo
os tradicionais murais de comunicação interna por TV corporativas, em que
gerenciamos todo o conteúdo on-line e remotamente’’. Para Thiago Sampaio,
ser digital deixou de ser moda, é questão de sobrevivência para as empresas e
empregados.
STARTUP Os criadores de startup são os profissionais mais desejados hoje
pelas empresas, são os mais procurados e disputados, já que têm a inovação
no DNA. São criativos, correm riscos e, claro, são digitais. Ao mesmo tempo,
eles têm no sangue a independências e a liberdade como pilares. Wescley
Pugliese, fundador da startup Marque.me, é formado e ciência da
computação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e atuou por três
anos na Falconi, uma respeitada consultoria gerencial. Ele conta que na
empresa teve a liberdade de conversar com renomados executivos e
presidentes para criticar seus processos e ações. ‘’Todavia, nunca me vi
totalmente satisfeito com essa posição e com a falta de flexibilidade que o
cargo me proporcionava. Isso acabou por gerar uma enorme frustração com o
meu futuro, não queria passar uma vida analisando processos e propondo
soluções para empresas tradicionais. Larguei a consultoria e comecei a
frequentar o mundo das startups.’’

Ao definir e planejar outro rumo, Wescley Pugliese, conta que


foi em busca de algo no qual pudesse produzir soluções para os próprios
problemas, tudo de maneira bem simples e objetiva. ‘’Queria trabalhar a
qualquer hora do dia e fora da rotina por um regime CLT, pois sabia
que meu processo criativo não se restringia somente às oito horas diárias
impostas’’, diz.

Como um bom hiperativo que é, Wescley Pugliese revela que se via com a
cabeça cheia de ideias e soluções normalmente fora dos eu horário de
trabalho, durante uma corrida ou encontro com amigos. ‘’Tinha vontade
de agir mais, e não apenas identificar problemas. Comecei criando soluções
para meus problemas e acabei descobrindo que existe uma gama enorme de
pessoas passando pelos mesmos problemas e sedentas por soluções. Foi
assim que surgiu me primeiro aplicativo para solicitar serviços mecânicos e
logo em seguida minha atual startup para facilitar o agendamento de serviços,
o Marque-me. A partir daí não parei mais, sem me incomodar de trabalhar por
16 horas por dia, de segunda a segunda-feira, em busca de uma
solução para o mercado. Sinto-me muito mais comprometido em saber que
preciso resolver o problema, mas logo depois coloco uma mochila nas costas e
vou fazer o que mais gosto, que é colocar o pé na estrada em busca de novas
experiências.’’
Dicas úteis

Noberto Chadad, CEO da Thomas Case & Associados, engenheiro


metalurgista, mestre em alumínio, economista pela FGV e máster em business
administration pela Los Angeles University, dá dicas de como se transformar
em um profissional competitivo:

1 – Atualizar-se em relação às novas ferramentas em gestão de negócios. O


segredo não está apenas em fazer o trabalho diário que é pedido, mas,
também, em apurar exemplos e dados que possam ajudar a dar propostas
interessantes para a organização.

2 – Ter uma visão moderna e digital é relevante. Quanto menos burocráticos


forem os procedimentos, melhor para a fluidez dos fluxogramas das atividades.
Usufrua de uma mente aberta a inovações para romper ‘’papéis’’ e rotinas
tradicionais e superadas, O fato de a política da empresa e da metodologia nos
departamentos sempre terem dado certo não significa que não se possa inovar
nas estratégias para minimizar custos e potencializar os benefícios: os seus
colegas de empresa podem estar mais dinâmicos e disponíveis do que você a
novos processos.

3 – Seja um profissional diferenciado. Procure agregar valor ao trabalho que


oferece e tenha flexibilidade para mudanças, estando apto a executar outros
trabalhos de outros setores, além dos que já produz.

4 – Procure fomentar sua criatividade. Incertezas são habituais em época de


crise. Aprenda a lidar com elas; tire proveito da crise para crescer
profissionalmente. Seja um bom observador, procure conhecer bem os seus
parceiros, e analise,
em caso de corte de pessoal, qual o perfil dos que foram demitidos.

5 – Adquira novas competências: a) A primeira é dedicar algum tempo no


comportamento que envolve a inteligência emocional. Dedique tempo ao
autoconhecimento e planejamento pessoal; b) Aprenda novas línguas, seja
para fazer algum intercâmbio ou para usar no seu atual trabalho; c) Procure
adquirir conhecimentos técnicos, como alguns softwares de gestão
empresarial. O domínio dessas ferramentas pode tornar seu trabalho ou seu
currículo eficiente, tornando-o um profissional mais versátil e competitivo.
ANÁLISE DA NOTÍCIA

Inovação em risco
Mais uma vez, o Brasil fica fora do ranking anual das 50 Empresas Mais
Inovadoras, desenvolvido pelo The Boston Consulting Group (BCG) com base
nas respostas de 1.500 executivos de todo o mundo. O ranking é apresentado
no estudo The Most Innovative Companies 2016, que também mostra que,
embora a inovação seja uma prioridade para 75% das empresas brasileiras,
houve declínio de 12% em relação ao ano anterior (85%).

Apesar da queda e de não apresentar empresas em destaque desde 2010,


quando a Petrobras foi incluída no ranking pela última vez, o Brasil acompanha
algumas tendências globais de inovação, como o uso de ferramentas e fontes
de dados para identificar oportunidades externas de inovação. De acordo com
a pesquisa do BCG, enquanto a média global para uso de big data é de 55%,
no Brasil, de 63% das companhias utilizam grande escala de dados. Contudo,
apenas 47% das empresas brasileiras usam esses dados para fornecer
insumos para inovar, enquanto no mundo a média para o uso dessas
informações é de 57%.

O estudo aponta ainda que as empresas daqui aumentarão só 56% dos


investimentos em inovação, enquanto na China a taxa é de 81%, e de 94% na
Índia. Ao redor do mundo, cerca de 45% das empresas fazer parcerias
estratégicas com outras instituições, enquanto 54% das companhias brasileiras
adotam essa estratégia. Já a inovação com apoio de fornecedores no Brasil
mantém a média global de 40%. Com 34 companhias americanas, o ranking é
composto por 68% de empresas da América do Norte. O restante é composto
por 10 empresas da Europa e seis da Ásia. Apple, Google, Tesla e Microsoft
mantêm os quatro primeiros lugares, Amazon é a quinta (subiu quatro
posições), com Netflix e Facebook entrando pela primeira vez no top 10.

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