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1.

INTRODUÇÃO à URINÁLISE
O preparo do paciente para a coleta é decisivo para a obtenção de um material adequado
para o tipo de exame que será realizado. Muito frequentemente os erros em urinálise ocorrem antes
de a amostra entrar no laboratório.
O Laboratório Clínico deve possuir instruções escritas para o preparo do paciente, para a
coleta do material e, fornecer informações verbais ao paciente, sempre que necessário.
Existem diversos tipos de materiais com aspectos similares à urina humana e alguns deles
são capazes de reagirem com as tiras reagentes. Dentre estes materiais destacam-se as cervejas e
refrigerantes, como os contendo guaraná.

2. TIPOS DE AMOSTRAS
 Amostras aleatórias (ao acaso): é útil nos exames de triagem, para detectar anormalidades bem
evidentes.
 Jato médio da primeira amostra da manhã: embora seja necessário que o paciente vá ao
laboratório sem urinar após levantar-se pela manhã, trata-se da amostra ideal para o exame de urina
de rotina (EAS), por ser mais concentrada e normalmente ácida. Também é essencial para evitar os
resultados falsamente negativos nos testes de gravidez e para avaliar a proteinúria ortostática. Essa
amostra presta-se melhor à análise microscópica do que as outras amostras obtidas normalmente por
micção comum. Entretanto, é preciso orientar os pacientes sobre os métodos de higiene da genitália.
Para as mulheres, deve ser dada ênfase à separação dos lábios da vagina, enquanto para os
homens, nos casos em que não tiver sido feita a circuncisão, deve ser feita a retração do prepúcio,
para então ser realizada a higiene íntima. Após a higiene íntima deve ser coletado o jato médio.
Objetivo: eliminar contaminação vaginal e uretral.
 Amostra em jejum (segunda da manhã): resultado da segunda micção, após um período de jejum.
É recomendada para monitorização da glicosúria. Muitos laboratórios utilizam esta amostra para o
exame de urina de rotina.
 Amostra colhida duas horas após a refeição (pós-prandial): instrui-se o paciente para urinar
pouco antes de se alimentar normalmente e para colher uma amostra duas horas depois de comer.
 Amostra de 24 horas (ou com tempo marcado)
1o dia - 6 horas da manhã: o paciente urina e descarta a amostra. O paciente então colhe toda urina
nas próximas 24 horas.
2o dia - 6 horas da manhã: o paciente urina e junta esta urina com as outras micções colhidas.
Para a maioria das determinações a amostra é guardada no refrigerador durante a coleta.
 Amostra colhida por cateter: a finalidade mais comum desse tipo de amostra é a urocultura. Outra
indicação é a avaliação da função de cada rim isoladamente.
 Aspiração suprapúbica: urina colhida por introdução de uma agulha que, do exterior, atinge a
bexiga
 Amostras pediátricas: existem coletores de plástico transparente com adesivos que se prendem à
área genital de meninos e meninas, para a coleta de amostras.

 A URINA É UM MATERIAL BIOLOGICAMENTE PERIGOSO, O QUE EXIGE A


OBSERVÂNCIA DE PRECAUÇÕES UNIVERSAIS.
 As análises devem sempre ser feitas com luvas.
 Evite respingos ou formação de aerossóis quando manusear amostras de
urina.
 As amostras nunca devem ser centrifugadas sem tampas.
 O descarte da urina pode ser feito na pia, jogando-se depois grande
quantidade de água.
 O recipiente em que a amostra ficou deve ser descartado a modo de lixo
com risco biológico.
3. EXAME DE URINA DE ROTINA (EUR)
4.1. Recomendações para o recipiente da coleta
 Ser de uso único e descartável.
 Transparente e incolor.
 Deve ser de plástico resistente.
 É conveniente que tenha dimensões suficientes para conter 50ml de urina, com diâmetro interno de
pelo menos 5cm e que o mesmo ofereça condições de vedação que impeça o vazamento da urina.

4.2. Recomendações para a identificação do material do paciente


 A identificação do recipiente deve preceder à colocação do material do paciente.
 A etiqueta de identificação deve ser afixada na parte externa do recipiente para a coleta de urina.
 A etiqueta de identificação não deve ser afixada na tampa do recipiente.
 O material da etiqueta deve permitir a escrita e a manutenção do que foi escrito.
 O teor da escrita na etiqueta deve ser legível e indelével.
 A identificação do paciente deve ser feita, pelo menos, através do seu número de registro no
cadastro do paciente, seu nome, acrescentando a data e hora da coleta e do recebimento do
material.

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 A etiqueta de identificação deve conter as informações que permitam identificar o laboratório
clínico e o paciente.
 A amostra deve ser entregue imediatamente ao laboratório e analisada dentro de uma hora. A
amostra que não puder ser entregue ou analisada dentro de uma hora deverá ser refrigerada (até 4
horas), na faixa de temperatura de 2oC a 10oC.

Pergunta 01: Por que a refrigeração pode aumentar a turbidez de uma amostra?

Pergunta 02: Que alterações podem apresentar as amostras mantidas à temperatura ambiente por
mais de uma hora?

4.3. Recomendações para a coleta


A amostra para o EUR deve ser coletada preferencialmente nas dependências do Laboratório Clínico.

4.3.1. Coleta da primeira urina da manhã


 Habitualmente este material é caracterizado por um período de retenção urinária de
aproximadamente 8 horas.

 É preciso orientar os pacientes sobre os métodos de higiene da genitália (ver coleta estéril do jato
médio na página 2).
 Deve ser colhido o jato médio.
 Examinar a amostra com tempo limite de 1 hora.

3.3.2. Coleta da urina de qualquer hora


Este tipo amostra pode ser coletada quando entre duas micções for decorrido pelo menos 4 horas,
exceto para os pacientes portadores de anúria ou de poliúria. Neste caso o laboratório clínico deve
documentar o fato no cadastro do paciente e informar no laudo.

Pergunta 03: Por que a amostra deve permanecer na bexiga por 4 horas antes da realização do
EUR?

4.3.3. Procedimento técnico


Homogeneizar toda amostra de urina. Passar 10 ml para tubo cônico graduado. Realizar os
testes físicos, exames químicos, exame do sedimento e expressar os resultados.

A) Testes físicos

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1. Cor
 Incolor
 Amarelo pálido
 Amarelo claro
 Amarelo ouro
 Amarelo âmbar
 Amarelo esverdeado
 Marrom (amarelado ou esverdeado): bilirrubina ou biliverdina
 Laranja (avermelhado a marrom): urobilina
 Laranja brilhante (fenazopiridina)
 Vermelho (límpida): hemoglobina
 Vermelho (turva): hemácias
 Vermelho pardacento: mioglobina
 Vermelho escuro/púrpura: porfirinas
 Preto pardacento: melanina, ácido homogentísico, envenenamento por fenol
 Verde/azul: drogas, medicamentos e alimentos

2. Aspecto
 Límpido
 Ligeiramente turvo
 Turvo
 Muito turvo

3. Depósito
 Nulo ou insignificante
 Pequeno
 Moderado
 Abundante
Pergunta 04: Que elementos são responsáveis pelo aspecto e pelo depósito da urina?

4. Odor
 Sui generis
 Amoniacal (bactérias urease positivas)
 Fétido ou pútrico (ITU)
 Adocicado ou frutado (corpos cetônicos)

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5. Espuma
 Branca, em grande quantidade (presença de proteínas)
 Amarela (bilirrubina ou medicamentos)

6. Densidade
 1,015 a 1,025 (literatura)
 1,014 a 1,025 (trabalho de pesquisa do ACL, considerando três diferentes fitas reativas e o
refratômetro).

Pergunta 05: Quais os métodos disponíveis para a medida da densidade urinária?

Pergunta 06: Para que serve a medida da densidade urinária?

B) Exames químicos
1. Procedimento para utilização das tiras reagentes
 Utilizar urina recente, não centrifugada e bem homogeneizada.
 A amostra deverá estar à temperatura ambiente durante a análise.

 Retire uma tira teste do frasco. Feche imediatamente o tubo das tiras teste, para evitar que a
umidade descore ou produza reações nas mesmas, originando resultados incorretos.
 Mergulhe rapidamente a tira teste por não mais de 1 segundo.
 Ao retirar a tira, encoste a extremidade à parede do recipiente para eliminar o excesso de urina.
 Ler as reações químicas nos tempos indicados pelos fabricantes e registrar os resultados.
 As mudanças de cor que se manifestem apenas nas extremidades das zonas de teste ou passados
mais de 2 minutos não têm significado clínico.

2. Parâmetros avaliados pelas fitas reativas


2.1. pH: 5,0 a 6,5 (literatura e trabalho de pesquisa do ACL).

Pergunta 07: Qual a importância da determinação do pH urinário?

2.2. Proteinúria
Das análises químicas de rotina, a mais indicativa de doença renal é a determinação de proteínas. A
presença de proteinúria muitas vezes é indicativa de doença renal incipiente.
1. Métodos para determinação de proteínas na urina
1.1. Tiras reativas

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A análise de proteinúria com tiras reativas utiliza o princípio do erro dos indicadores
pelas proteínas para produzir uma reação colorimétrica visível. Contrariando a crença geral de que os
indicadores produzem determinadas cores em resposta a determinados níveis de pH, certos
indicadores mudam de cor devido a presença ou ausência de proteínas, embora o pH do meio
permaneça constante. A leitura é registrada como negativo, traços, positivo (+), positivo (++), positivo
(+++) e positivo (++++).
Pode-se obter resultados falsamente positivos depois de infusões com polivinilpirrolidina
(expansor de plasma) ou devido à presença de resíduos de desinfetantes com radicais de amônio
quaternário ou clorohexidina, no recipiente da urina.
Pelo fato de que as tiras reativas determinam principalmente a quantidade de albumina e
podem deixar de detectar proteínas tubulares e a proteína de Bence Jones, a maioria dos laboratórios
confirma os resultados utilizando os métodos de precipitação de ácidos.

1.2. Pelo ácido sulfossalicílico 20%


Em geral, colocam-se 5,0 ml do sobrenadante da urina (se necessário acidificar para pH
próximo a 5,0) e 5,0 gotas do ácido num tubo. Agitar por inversão. Aguardar 5 minutos. A precipitação
é determinada em graus:

Negativo = sem aumento de turvação


Traços = turvação observável
Positivo (+) = turvação visível, sem granulação.
Positivo (++) = turvação e granulação sem floculação
Positivo (+++) = turvação com granulação e floculação
Positivo (++++) = aglomerados protéicos.

Qualquer substância precipitada por ácidos evidentemente produzirá falsa turvação neste
teste. As substâncias encontradas com mais freqüência na urina são os corantes radiográficos, os
metabólitos da tolbutamida, as cefalosporinas, as penicilinas e as sulfonamidas. A urina muito alcalina
produzirá resultados falso-negativos.

2. Significado clínico
Lesão da membrana glomerular, comprometimento da reabsorção tubular, mieloma múltiplo,
nefropatia diabética, pré-eclâmpsia e proteinúria ortostática ou postural.

3. Microalbuminúria
Pergunta 08: O que você entende por microalbuminúria?

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2.3. Glicosúria
1. Métodos para determinação de glicose na urina
1.1. Tiras reativas (glicose-oxidase)
A glicosúria pode ser registrada como negativo, traços, positivo (+), positivo (++), positivo
(+++) e positivo (++++), mas as tabelas de cores também fornecem medidas quantitativas,
recomendadas pela American Diabetic Association.
1.2. Teste de redução do cobre (teste de Benedict)
Método inespecífico que também serve para outras substâncias redutoras.

2. Significado Clínico
Diabetes mellitus Tipos 1 e 2, reabsorção tubular deficiente, distúrbios da tireóide e diabetes
gestacional.

2.4. Corpos cetônicos


O termo engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras: acetona, ácido
acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico.
Normalmente, não aparecem quantidades mensuráveis de corpos cetônicos na urina, pois
toda a gordura metabolizada é completamente degradada e convertida em dióxido de carbono e água.

Contudo, quando o uso de carboidratos como principal fonte de energia fica comprometido e os
estoques de gordura do organismo precisam ser metabolizados para suprimento de energia pode-se
detectar corpos cetônicos na urina.
Os três compostos não se apresentam em quantidades iguais na urina. A acetona e o ácido
beta-hidroxibutírico são produzidos a partir do ácido acetoacético, sendo relativamente constantes em
todas as amostras as proporções de 78% de ácido beta hidroxibutírico, 20% de ácido acetoacético e
2% de acetona.

1. Métodos para determinação de corpos cetônicos


1.1.Tiras reativas
As provas com tiras reativas utilizam a reação do nitroprussiato de sódio para medir corpos
cetônicos. Nessa reação, o ácido acetoacético em meio alcalino reage com o nitroprussiato de sódio
para produzir cor púrpura. Esse teste não mede o ácido beta-hidroxibutírico e é pouco sensível à
acetona. Contudo, uma vez que esses compostos são derivados do ácido acetoacético, suas
presenças podem ser pressupostas, não sendo necessário realizar testes específicos
Corpos cetônicos podem ser registrados como negativo, positivo (+), positivo (++), positivo
(+++) e positivo (++++).

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A reação com nitroprussiato está sujeita a um mínimo de interferência externa. A
presença de levodopa em grandes concentrações pode provocar falsas reações positivas, e as
amostras colhidas após procedimentos diagnósticos com corantes de ftaleína podem produzir cor
vermelha, que interfere no meio alcalino da prova. A presença de fenilcetonas na urina também pode
distorcer a reação cromática.
Em amostras mal conservadas observam-se valores falsamente baixos, devido a volatização
da acetona e a degradação do ácido acetoacético por bactérias.

1.2. Testes em tubo de ensaio: prova de Legal, prova de Rothera, prova de Gerhardt e prova de
Hart.

2. Significado Clínico
Acidose diabética, controle da dosagem de insulina, carência alimentar e perda excessiva de
carboidratos.

2.5. Hematúria, hemoglobinúria e mioglobinúria


O sangue pode estar presente na urina em forma de eritrócitos íntegros (hematúria) ou de
hemoglobina (hemoglobinúria). Quando em grande quantidade, o sangue pode ser detectado a olho
nu; a hematúria produz urina vermelha e opaca e a hemoglobinúria em forma de urina vermelha e
transparente. A mioglobina, proteína encontrada no tecido muscular, não só reage positivamente com

a análise química para detecção de sangue como também produz coloração vermelha na urina
transparente.

1. Métodos para determinação de sangue


1.1.Tiras reativas

A hemoglobina e a mioglobina catalisam a oxidação do indicador pelo peróxido de


hidrogênio contido na zona do teste. Estão indicadas escalas cromáticas separadas para os eritrócitos
e para a hemoglobina. Pontos verdes dispersos ou concentrados na zona amarela de teste indicam
eritrócitos intactos. A hemoglobina, eritrócitos hemolisados ou mioglobina são revelados por coloração
verde homogênea da zona do teste.

1.2. Solução alcoólica de piramido

Pergunta 09: Como diferenciar hemoglobinúria de mioglobinúria?

2. Significado Clínico

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Hematúria: Cálculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite, tumores, trauma, exposição a produtos
ou drogas tóxicas e exercício físico intenso.
Hemoglobinúria: Reações transfusionais, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções e
exercício físico intenso.
Mioglobinúria: Traumatismo muscular, necrose do miocárdio (IAM) e coma prolongado.

2.6. Bilirrubinúria
A presença de bilirrubina na urina pode ser a primeira indicação de hepatopatia. Esta prova
permite fazer a detecção precoce de hepatite, cirrose, doenças da visícula biliar e câncer.
1. Produção de bilirrubina
A bilirrubina é um produto da degradação da hemoglobina. Em condições normais, o tempo
de vida de um eritrócito é de aproximadamente 120 dias. A hemoglobina liberada é decomposta em
ferro, proteína e protoporfirina. O ferro e a proteína são reutilizados pelo organismo e a protoporfirina é
convertida em bilirrubina pelas células do retículo endotelial. A bilirrubina é então liberada para a
circulação, onde se liga à albumina e é transportada para o fígado.
Neste ponto, a bilirrubina circulante não pode ser excretada pelos rins, por estar ligada à
albumina e também por ser insolúvel em água. No fígado, a bilirrubina conjuga-se com o ácido
glicurônico pela ação da glicoronil-transferase, formando o diglicuronídio de bilirrubina, que é
hidrossolúvel. Geralmente, essa bilirrubina conjugada não aparece na urina porque passa diretamente

do fígado para o ducto biliar e daí para o intestino.

, é reduzida pelas bactérias intestinais e convertida em urobilinogênio e, finalmente, excretada nas


fezes na forma de urobilina.

2. Métodos para determinação de bilirrubina


2.1.Tiras reativas
A bilirrubina combina-se com o sal de diazônio 2,4-dicloroanilina ou 2,6-diclorobenzeno-
diazônio-tetrafluorborato em meio ácido, produzindo cores que variam do bronze ou rosado ao violeta,

respectivamente. As reações coloridas das tiras reativas para a bilirrubina são mais difíceis de
interpretar porque são facilmente influenciadas por outros pigmentos presentes na urina. É freqüente
observar reações coloridas atípicas a olho nu.
2.2. Ictotest
2.3. Provas de oxidação

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A ocorrência de resultados falso-negativos, em virtude do tempo transcorrido depois de
coleta, é a causa mais freqüente de erro. Sua exposição ao ar provoca oxidação e conversão em
biliverdina.

3. Significado clínico
Hepatite, cirrose, outras doenças hepáticas e obstrução biliar (Tabela 1).

Tabela 1 - Presença de bilirrubina e urobilinogênio na urina de paciente com icterícia


Causa Bilirrubina Urobilinogênio
Obstrução do ducto biliar +++ Normal
Lesão hepática + ou - ++
Doença hemolítica Negativo +++

2.7. Urobilinogênio
O urobilinogênio é produzido no intestino a partir da redução da bilirrubina pelas bactérias
intestinais. Aproximadamente a metade é reabsorvida pelo intestino, caindo no sangue, circula e volta
para o fígado sendo mandado de volta para o intestino através do ducto biliar. O urobilinogênio que
fica no intestino é excretado nas fezes, onde é oxidado, convertendo-se em urobilina, pigmento
responsável pela característica cor marrom das fezes.
Observa-se grande quantidade de urobilinogênio na urina nas hepatopatias e nos distúrbios
hemolíticos. As disfunções hepáticas diminuem a capacidade de processamento hepático do
urobilinogênio que a circulação sangüínea traz do intestino, e o urobilinogênio que fica no sangue é
filtrado pelos rins.

1. Métodos para determinação de urobilinogênio na urina


1.1. Tiras reativas
Um sal estável de diazônio produz com o urobilinogênio um corante azóico vermelho.
1.2. Reação de Ehrlich
1.3. Prova diferencial de Watson-

2. Significado clínico
Detecção precoce de doenças hepáticas e distúrbios hemolíticos.

2.8. Nitrito (leitura complementar)

2.9. Esterase de leucócitos (leitura complementar)

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2.10. Ácido ascórbico (leitura complementar)

C) Exame do sedimento
►Contagem entre lâmina e lamínula
1. Centrifugar o tubo contendo 10 mL de urina a 1.500-2.000 rpm, durante 5 minutos.
2. Passar o sobrenadante para outro tubo e diluir o sedimento até 0,5 ml com o próprio
sobrenadante ou com soro fisiológico. Homogeneizar o sedimento.
3. Colocar 20 l do sedimento entre lâmina e lamínula (20x20).
4. Observar ao microscópio inicialmente em pequeno aumento (10x) para observar a distribuição dos
elementos e visualizar cilindros. Realizar a contagem em 40x. Contar no mínimo 10 campos
microscópicos.
Elementos que devem ser contados: leucócitos, eritrócitos e cilindros (cada tipo
separadamente). Observar toda a lâmina para contar os cilindros.
Resultado: expressar os resultados como número de elementos por campo microscópico (por
campo):
 < 1 por campo
 1 a 39 por campo
 40 a 100 por campo – Muitos
 > 100 por campo - Numerosos

► Contagem em câmara de Neubauer ( nos 5 quadrantes usados para leucócitos):


- Centrifugar o tubo cônico de 15 mL contendo 10 mL de urina a 1.500-2.000 rpm, durante 5 minutos;
- deixar 0,5 ml do sedimento e desprezar o sobrenadante;
- Passar o sobrenadante para outro tubo e diluir o sedimento até 1,0 ml com o próprio sobrenadante
ou com soro fisiológico. Homogeneizar o sedimento.

1. Realizar a contagem em câmara de Neubauer, contando 4 retículos da câmara (usados para


leucócitos).
2. Contar hemácias, leucócitos e cilindros (cada tipo separadamente).
Em trabalho de pesquisa realizado no ACL, para urinas normais, não foi observado diferença
estatisticamente significativa (P<0,05), entre os dois tratamentos utilizados para a quantificação do
sedimento urinário (diluição para 0,5ml e 1,0ml). A diluição do sedimento até 0,5ml aumenta a
sensibilidade do teste.

Cálculo: N°elementos/mL = NCC x


0,0004 V

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Onde:
d = diluição final do sedimento (de 1,0ml a 10,0ml dependendo da concentração dos elementos).
V = 0,0004 ml = capacidade da câmara de Neubauer em ml nos 4 retículos.
1 = resultado expresso por 1 ml de urina.
V = volume centrifugado (10,0ml ou menos).
n = número de cada elemento contada nos 4 retículos (hemácias, leucócitos ou cilindros).
N = número total de cada elemento

N= d x 1 xn
0,0004 V

N= 1 x 1 xn
0,0004 10

N = n x 250

Recalcular o fator caso seja alterado o volume centrifugado e/ou diluição do sedimento. Não
aumentar a diluição do sedimento, antes de observar o sedimento diluído para 1,0 ml. O
aumento da diluição do sedimento pode comprometer a sensibilidade do método para
detecção de cilindros ou de outros elementos encontrados em menor concentração.
Resultado: por ml.
Demais elementos, em ambas as contagens, expressar da seguinte forma:
1. Células epiteliais: três tipos de células são encontrados no trato urinário:
1.1. Células escamosas, pavimentosas ou planas que cobrem a vagina, a uretra e o trígono vesical.
Caracterizam-se pelo grande tamanho, núcleo pequeno e citoplasma com pequenos grânulos. Sua
presença não tem maior significado, podendo indicar contaminação vaginal da amostra.

1.2. Células de transição cobrem a pelve renal, ureter e bexiga. Sua presença, em grande número,
pode indicar inflamação da via urinária descendente, se associada a leucocitúria. Freqüentemente são
redondas, com núcleo também redondo e relativamente grande. É difícil sua separação do epitélio
renal.
1.3. Células tubulares renais: são células oriundas do epitélio tubular que aparecem ocasionalmente
no sedimento urinário normal. São um pouco maiores do que os leucócitos e apresentam um núcleo
grande, geralmente excêntrico, muitas vezes com membrana nuclear espessada e com inclusões
citoplasmáticas. Como representa esfoliação renal, a presença de mais do que uma dessas células
por campo de grande aumento (400x) sugere dano tubular renal.

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Resultado:
1. Células epiteliais pavimentosas e de transição: poucas, moderadas e muitas.Células epiteliais
tubulares e corpúsculos gordurosos ovais: resultado por campo ou ml, de acordo com a
metodologia empregada.
2. Cristais: identificar e quantificar como poucos, moderados e muitos. O cristal mais comumente
encontrado nas urinas de participantes do trabalho de pesquisa realizado no ACL foi o oxalato de
cálcio.
3. Muco: pouco, moderado e muito.
4. Microrganismos, parasitas e espermatozóides (relatar apenas em urinas masculinas): poucos,
moderados e muitos.

Exercício 1: Um paciente conseguiu coletar apenas 7,0 ml de urina. Qual o fator que deve ser
utilizado no cálculo?

Exercício 2: Considerando o volume anterior, como proceder para não alterar o fator 250?

Exercício 3: Considerando que o volume centrifugado foi 10,0ml e que o sedimento foi diluído para
5,0 ml, qual é o fator?
Diluição e cálculos
O número de células contado não é o seu resultado final. Você terá que multiplicar o número de
células contadas por fatores, dependendo da sua diluição. Geralmente é utilizada a técnica de
Thomas Addis Modificada.
Exemplo:

Urina

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