Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
METROLOGIA
1
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior
2
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI
Departamento Regional de Minas Gerais
Centro de Excelência em Tecnologia e Manufatura: Maria Madalena Nogueira
METROLOGIA
Versão 1/2014
Elaboração:
Revisão e atualização:
Betim
2014
3
© 2014. SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais
SENAI/MG
Centro de Excelência em Tecnologia e Manufatura: Maria Madalena Nogueira
Ficha Catalográfica
N244m
1. Metrologia I. Título.
CDU- 006
SENAI FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Av. do Contorno, 4456
Industrial Bairro Funcionários
Departamento Regional de Minas Gerais 30110-916 – Belo Horizonte
Minas Gerais
4
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................................... 9
2. Instrumentos Primitivos de Medição .................................................................................... 10
2.1. A Jarda e o Metro ........................................................................................................... 11
3. Transformação de Medidas ................................................................................................... 12
3.1. Transformar polegada em milímetro .............................................................................. 12
3.2. Transformar milímetro em polegada decimal ................................................................ 13
3.3. Transformar milímetro em polegada fracionária ........................................................... 13
3.4. Transformar polegada fracionária em polegada decimal ............................................... 13
3.5. Transformar polegada decimal em polegada fracionária ............................................... 13
3.6. Exercício de transformação de medidas ......................................................................... 14
4. Noções Gerais de Medição ................................................................................................... 14
4.1. Evite ............................................................................................................................... 14
4.2. Método ........................................................................................................................... 15
4.3. Instrumento..................................................................................................................... 15
4.4. Operador ......................................................................................................................... 15
5. Tipos de Erros ....................................................................................................................... 15
5.1. Erros grosseiros ou enganos ........................................................................................... 15
5.2. Erros sistemáticos ou constantes .................................................................................... 15
5.3. Erros aleatórios ou ocasionais ........................................................................................ 16
6. Critérios de Seleção do Instrumento de Medição ................................................................. 16
7. Régua Graduada .................................................................................................................... 17
7.1. Sistema Métrico.............................................................................................................. 17
7.2. Exercícios de Leitura escala - Metrico: .......................................................................... 17
7.3. Sistema Inglês ................................................................................................................ 18
7.4. Exercícios de Leitura escala - Inglês: ............................................................................. 19
8. Paquímetro ............................................................................................................................ 20
8.1. Condições de um bom paquímetro ................................................................................. 20
8.2. Cuidados com o paquímetro ........................................................................................... 22
8.3. Medição de partes externas ............................................................................................ 26
8.4. Medição de dimensões internas...................................................................................... 28
8.5. Medição de profundidades ............................................................................................. 29
8.6. Medição de ressalto ........................................................................................................ 30
9. Alguns tipos de paquímetros:................................................................................................ 31
9.1. Paquímetro Universal (Quadrimensional):..................................................................... 31
9.2. Paquímetro Quadrimensional digital: ............................................................................ 31
9.3. Paquímetro Quadrimensional com Relógio: .................................................................. 31
5
9.4. Paquímetro de Bico: ....................................................................................................... 32
9.5. Paquímetro de bico Digital:............................................................................................ 32
9.6. Paquímetro para medir profundidade: ............................................................................ 33
9.7. Paquímetro de profundidade Digital: ............................................................................. 33
9.8. Paquímetro de profundidade com relógio: ..................................................................... 33
10. Conceito de resolução ou leitura ........................................................................................ 34
11. Leitura do Sistema Métrico:............................................................................................... 34
12. Resultado de uma medida .................................................................................................. 35
13. Exercícios Paquímetro Sistema Métrico ............................................................................ 36
14. Leitura do sistema Inglês-polegada Milesimal .................................................................. 39
14.1. Exercícios Paquímetro Polegada Milesimal ............................................................... 41
15. Leitura do sistema Inglês - Polegada Fracionária .............................................................. 42
16. Exercícios Paquímetro Polegada Fracionária .................................................................... 45
17. Micrômetro ........................................................................................................................ 48
17.1. Cuidados especiais com o micrômetro ....................................................................... 48
17.2. Recomendações especiais ........................................................................................... 50
17.3. Cálculo de aproximação do micrômetro ..................................................................... 50
17.1. Micrômetro Sistema Métrico ...................................................................................... 51
17.2. Leitura da bainha ........................................................................................................ 51
17.3. Leitura do tambor ....................................................................................................... 52
17.4. Micrômetro com vernier ............................................................................................. 53
17.5. Micrômetros para medições internas (Três contatos) ................................................. 54
17.6. Micrômetros de profundidade .................................................................................... 55
17.7. Micrômetro de bicos para medições internas (Tipo paquímetro) ............................... 55
17.8. Exemplos de leitura .................................................................................................... 57
18. Exercícios Micrômetro – Métrico ...................................................................................... 58
18.1. Micrômetro Sistema Inglês ......................................................................................... 62
18.2. Exercícios Micrometro Sistema Inglês ....................................................................... 63
19. Traçador de Alturas............................................................................................................ 65
19.1. Leitura ou resolução ................................................................................................... 66
19.2. Recomendações especiais para o uso do traçador ...................................................... 66
19.3. Cuidados especiais com o traçador ............................................................................. 69
20. Relógio Comparador .......................................................................................................... 70
20.1. Princípio de funcionamento e leitura .......................................................................... 71
20.2. Conceito de resolução ................................................................................................. 72
20.3. Recomendações especiais para uso dos relógios comparadores ................................ 73
20.4. Cuidados especiais com relógio comparador ............................................................. 76
6
20.5. Exercícios leitura relógio Comparador ....................................................................... 78
20.6. Princípio de funcionamento e resolução ..................................................................... 80
20.7. Conceito de resolução ................................................................................................. 80
20.8. Recomendações especiais para uso do relógio apalpador .......................................... 80
20.9. Cuidados especiais com o relógio apalpador .............................................................. 83
21. Blocos Padrão .................................................................................................................... 85
22. Goniômetro ........................................................................................................................ 86
22.1. Leitura do Goniômetro ............................................................................................... 88
22.2. Exercícios leitura do Goniômetro ............................................................................... 89
23. Efeitos de rugosidade ......................................................................................................... 90
23.1. Exercícios de indicação de estado de superfície ......................................................... 98
24. Tolerância dimensional .................................................................................................... 100
24.1. Ajustes recomendados – Sistema Furo-base H7*..................................................... 111
24.2. Ajustes recomendados – Sistema Eixo-base h6* ..................................................... 112
24.3. Exercícios de tolerância e ajuste ............................................................................... 113
25. Tolerância geométrica ...................................................................................................... 116
25.1. Exercícios de tolerância e ajuste ............................................................................... 123
26. Referências Bibliograficas ............................................................................................... 125
7
Apresentação
“O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e, consciente do seu
papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o
profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de
problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade,
empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.”
Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios do
SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se
concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder
às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão
importantes para sua formação continuada !
8
1. Introdução
O homem é um animal que usa ferramentas. Fraco por natureza e de pequena estatura, ele fica
em pé sobre uma base quadrilátera de aproximadamente meio pé de quadrado, tem de se firmar
sobre suas pernas afim de que os ventos fortes não o derrubem.
Contudo, ele pode usar ferramentas, pode criá-las; com elas a montanha de granito se
transforma em poeira diante dele; os mares são sua rodovia lisa, os ventos e o fogo seus
infatigáveis corcéis.
Em parte alguma você o encontrará sem ferramentas. Sem ferramentas ele é nada, com
ferramentas tudo.
A tecnologia tem necessidade, a cada dia, de garantias que proporcionem qualidade, por isso é
que há uma constante preocupação em desenvolver cada vez mais os instrumentos de medição.
Essa apostila reúne instrumentos muito importantes no campo da metrologia, e é com eles que
vamos passar algum tempo agora.
Aproveite!
9
2. Instrumentos Primitivos de Medição
Precisão nem sempre foi associada à medição. Nos primórdios da civilização, o homem começou
a usar partes do seu corpo para estimar medidas, e por volta de 6.000 a.C. de tais medições
evoluiu-se finalmente para a polegada, mão, palmo, pé, cúbito, jarda e braça, os primeiros
padrões de medidas.
10
Cúbito = 18” Mão = 4”
Palmo = 9” Pé = 12”
O metro é a base do sistema métrico aceito como sistema padrão de medida na maioria dos
países, inclusive o Brasil.
A maioria das oficinas que lidam com instrumentos e trabalhos científicos bem como as de
produção de componentes, são equipadas com instrumentos calibrados no sistema métrico.
Ao longo dos anos o metro internacional tem sido definido de diferentes modos. Atualmente “o
metro corresponde à distância percorrida pela luz no vácuo durante o intervalo de tempo de 1 /
299.792.458 do segundo”.
Isto, naturalmente, não pode ser usado para medições regulares, de modo que a relação física é
traduzida pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia usando lasers e relógios atômicos e
transferidos para blocos padrão. Os blocos padrão são os instrumentos que trazem esta
tecnologia para o chão da fábrica, onde, diferentes tamanhos de blocos podem ser combinados
para oferecer qualquer dimensão necessária.
11
3. Transformação de Medidas
Múltiplos e submúltiplos do metro
3” x 25,4 = 76,2 mm
Quando o número for fracionário, multiplica-se o numerador da fração por 25,4 e divide-se o
resultado pelo denominador.
5" 5 x 25,4
x 25,4 15,875 mm
8 8
12
c) Transformar polegada inteira e fracionária em milímetro:
Quando o número for misto, inicialmente transforma-se o número misto em uma fração
imprópria e a seguir opera-se como no segundo caso.
19,05
0,75"
25,4
3.3. Transformar milímetro em polegada fracionária
- Faz-se a transformação normal, como mostrado anteriormente.
7
0,875"
8
3.5. Transformar polegada decimal em polegada fracionária
Para transformar polegada decimal em polegada fracionária, multiplica-se o valor decimal pela
fração 128/128, arredondar para n.º inteiro mais próximo, simplificando-se a fração quando
necessário.
13
128 40 5"
0,3125 x
128 128 16
- Tranquilidade; - Sensibilidade;
Recomendação: É dever de todos os profissionais zelar pelo bom estado dos instrumentos de
medição, mantendo-se assim por maior tempo sua real precisão.
4.1. Evite
- Choques, quedas, arranhões, oxidação e sujeira;
- Misturar instrumentos;
- Medir peças cuja temperatura, quer pela usinagem quer por exposição a uma fonte de
calor, esteja fora da temperatura de referência;
14
- Medir peças sem importância com instrumentos caros;
4.2. Método
a- Medição direta: consiste em avaliar a grandeza por medir, por comparação direta com
instrumentos, aparelhos e máquinas de medir.
b- Medição indireta por comparação: medir por comparação é determinar a grandeza de uma
peça com relação à outra, de padrão ou dimensão aproximada.
4.3. Instrumento
A exatidão relativa das medidas depende da qualidade dos instrumentos de medição empregados.
Portanto, para a tomada de uma medida, é indispensável que o instrumento esteja calibrado e
que sua aproximação, com precisão exigida permita avaliar a grandeza.
4.4. Operador
O operador é, talvez, dos três, o elemento mais importante. Ele é a parte inteligente na apreciação
das medidas. De sua habilidade depende, em grande parte, a precisão conseguida.
Deve, pois, o operador, conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza, ter iniciativa para
adaptar às circunstâncias o método mais aconselhável e possuir conhecimentos suficientes para
interpretar os resultados encontrados.
5. Tipos de Erros
5.1. Erros grosseiros ou enganos
Decorrem da falta de cuidado ou da falta de prática do observador:
Exemplos:
- Erros de cálculos;
- Erros de leitura;
- Erros de paralaxe.
15
Decorrem de imperfeições, sejam do operador, do instrumento ou do método usado.
Caracterizam-se por ocorrerem sempre em um mesmo sentido e conservarem, em medições
sucessivas, o mesmo valor.
Exemplos:
O instrumento ideal para cada caso deve ter uma leitura ou resolução de acordo com a medida a
ser verificada e sua tolerância. Assim, recomenda-se que o instrumento possua uma leitura no
mínimo igual à décima parte do campo de tolerância da peça ou, no pior dos casos, igual à quinta
parte.
Se considerarmos como exemplo uma peça com tolerância de ± 0,25 mm (campo de tolerância =
0,50 mm) podemos concluir que um instrumento com leitura de 0,05 mm seria satisfatória,
porém outro com leitura de 0,10 mm ainda poderia ser utilizado.
Este critério está fundamentado na existência de uma relação direta entre a precisão de um
instrumento e sua leitura ou resolução.
16
7. Régua Graduada
O mais elementar instrumento de medição utilizado nas oficinas é a régua graduada (escala). É
usada para tomar medidas lineares, quando não há exigência de grande precisão. Para que seja
completa e tenha caráter universal, deverá ter graduação do sistema métrico e do sistema inglês.
17
7.3. Sistema Inglês
Graduação em polegadas(‘’). 1” = 1/36 jarda
A escala ou régua graduada é construída de aço, tendo graduação inicial situada na extremidade
esquerda. É fabricada em diversos comprimentos:
18
7.4. Exercícios de Leitura escala - Inglês:
19
8. Paquímetro
O paquímetro é um instrumento de medição direta linear, conhecido também como calibre ou
cursor.
O cursor tem uma graduação especial que chamamos de nônio ou vernier que permite leituras em
décimos e centésimos de milímetros.
É construído basicamente de uma escala fixa onde desliza um cursor ajustado à haste.
20
Deve ser polido Não apresentar bolhas ou amassamentos
O cursor deve deslizar sem jogo excessivo As indicações dos traços devem ser nítidas.
As superfícies de contato dos bicos com o cursor fechado devem se encostar perfeitamente
quando colocado contra a luz.
21
8.2. Cuidados com o paquímetro
É bom saber que alguns cuidados muito simples podem aumentar a vida útil do paquímetro,
como:
22
Antes e após o uso, limpá-lo e lubrificar superfícies deslizantes com óleo fino.
Manter parafusos pressionados ajustados de maneira que o cursor deslize de forma suave:
23
Ao guardar o paquímetro, não Não deixe o cursor travado
exponha diretamente à luz do sol.
Guarde-o em ambiente de baixa
umidade, ventilado e livre de poeira.
24
Quando for selecionar o paquímetro, observe se ele atende à necessidade de sua medição.
25
8.3. Medição de partes externas
Seguramos o paquímetro pela escala principal e com o polegar sobre o cursor, imprimimos uma
ligeira pressão nos bicos que prendem a peça.
Se a peça for cilíndrica, será necessário ajustar os bicos sobre a peça através de pequenos
movimentos oscilatórios para obter uma boa pressão de fecho.
Outra recomendação é que se coloque a peça o mais profundo possível entre os bicos de
medição, para evitar desgastes nas pontas.
26
E lembre-se que essas pontas são chanfradas e destinadas à medição de aberturas estreitas.
Sempre que fizer qualquer medição, faça antes o zeramento do instrumento, ou seja, os traços do
zero devem coincidir.
27
8.4. Medição de dimensões internas
Para medições internas, vamos utilizar as orelhas da parte superior dos paquímetros.
Nessa situação, o posicionamento correto é muito importante para uma medição perfeita.
Quando dos furos estiverem menores que Ø 10 mm, o valor da leitura será sempre menor que o
real. Isso é devido à folga existente entre as orelhas e as faces planas de medição.
28
8.5. Medição de profundidades
Essa leitura é feita através da haste de profundidade.
Esteja atento! Assegure-se de que a haste, com o paquímetro fechado, esteja alinhada com a
extremidade do instrumento.
29
Existe ainda, outra forma de observar a precisão da haste de profundidade. É só colocar o
paquímetro verticalmente sobre um plano controle (mesa) empurrando o cursor para baixo com
ligeira pressão. A seguir, observe se o zero da escala principal coincide com o zero da escala do
cursor.
30
9. Alguns tipos de paquímetros:
9.1. Paquímetro Universal (Quadrimensional):
31
9.4. Paquímetro de Bico:
Alguns paquímetros com parafuso de aproximação não possuem orelhas para medidas internas.
Nesse caso, são usadas as partes externas dos bicos.
Tenha muita atenção no valor da leitura. É necessário somar, 10 mm à medida final, devido à
espessura das pontas. Por isso não é possível efetuar medições inferiores a 10mm.
32
9.6. Paquímetro para medir profundidade:
É também muito fácil de ser utilizado. Apoiamos o braço do paquímetro sobre a superfície de
referência da peça a ser medida e abaixamos a haste milimétrica.
Deixe tocar no fundo da peça a ser medida, feche o parafuso de fixação e faça a leitura.
33
10. Conceito de resolução ou leitura
A resolução ou leitura de um paquímetro está definida pelo resultado obtido ao dividir o valor do
menor traço gravado na escala principal pelo número de traços do nônio.
Assim temos:
a) Se o valor do menor traço da escala é 1 mm e o nônio está composto por 20 traços, a leitura
desse paquímetro será:
Este valor corresponde ao primeiro traço do nônio depois do “zero”; assim, o segundo traço vale
0,10 mm, o terceiro vale 0,15 mm e assim por diante até o último que vale 1 mm.
b) Da mesma forma, se o nônio estiver composto por 50 traços a leitura deste paquímetro será:
Assim, este será o valor do primeiro traço do nônio depois do “zero”; o segundo traço vale 0,04
mm, o terceiro vale 0,06 mm e assim por diante até o último que vale 1 mm.
c) Se o valor do menor traço da escala for 1/16” (polegada dividida por 16 partes) e o nônio
tiver 8 traços a leitura será:
E da mesma forma que no exemplo anterior, esse valor corresponde ao primeiro traço do nônio
depois do “zero”; assim o segundo vale 2/128”, o terceiro vale 3/128” e assim por diante até o
último que vale 1/16” (8/128”).
d) E por último, se o valor do menor traço da escala for 0,025” (1 polegada dividida em 40
partes) e o nônio tiver 25 traços a leitura será:
Leitura = 0,025” : 25 = 0.001”
Por analogia com os exemplos anteriores, este valor corresponde ao primeiro traço do nônio
depois do “zero”, o segundo vale 0.002”, o terceiro vale 0.003” e assim por diante até o último
que vale 0.025” (o mesmo valor do menor traço da escala, como em cada um dos casos acima).
34
Ao fazer a leitura, duas situações podem ocorrer. Na primeira, o traço zero do cursor coincide
com um traço da escala principal. Neste caso, o valor da medida é dado em números inteiros.
5mm
35
medida
Uma vez que o paquímetro está corretamente posicionado na peça a ser medida procede-se a
tomar uma parte da leitura na escala principal e o seu complemento no nônio.
a) Tomando como referência o primeiro traço do nônio (traço “zero”) conte todos os traços da
escala principal que ficam à direita.
b) Verifique qual dos traços do nônio coincide com outro da escala principal. Sempre haverá
um que fica, melhor alinhado, que o restante.
36
37
38
14. Leitura do sistema Inglês-polegada Milesimal
UEF .025"
Resolução = R= = .001”
NDN 25
Leitura:
Leitura:
Exemplos:
39
a) Leitura = .064"
b) Leitura =.471"
c) Leitura = 1.721"
40
14.1. Exercícios Paquímetro Polegada Milesimal
41
15. Leitura do sistema Inglês - Polegada Fracionária
1"
UEF 16 1 1 1 1
Resolução = = = R= 8 x
NDN 8 16 16 8 128
1"
Assim, cada divisão do nônio vale .
128
2"
Duas divisões corresponderão a e assim por diante.
128
Exemplo
42
3" 3"
Na figura a seguir, podemos ler na escala fixa e no nônio.
4 128
A medida total equivale à soma dessas duas leituras.
3" 5
Escala fixa 3 nônio
16 128
3 5 24 5
Portanto: 1 + 1 +
16 128 128 128
29"
Total: 1
128
43
1" 6"
Escala fixa nônio
16 128
1 6 8 6 14
Portanto: + + =
16 128 128 128 128
7"
Total:
64
1"
Leitura = 7
4
2º passo – Quando o zero (0) do nônio não coincidir, verifique qual dos
traços do nônio está nessa situação e faça a leitura do nônio.
44
3º passo – Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do
zero (0) do nônio.
3" 4"
Leitura do nônio fração escolhida da escala fixa
64 64
7" 8"
Leitura do nônio fração escolhida da escala fixa
128 128
45
46
47
17. Micrômetro
O micrômetro é um instrumento de dimensão variável que permite leitura direta com
aproximação de 0,001 mm.
48
Não deixar o fuso travado
49
17.2. Recomendações especiais
Ao selecionar o instrumento cuide para que o mesmo atenda à necessidade de medição.
Considere para isso o local a ser medido e o campo de tolerância que será usado.
Poeiras abrasivas podem provocar desgastes prematuros, por isso limpe bem as partes móveis.
As medições de alta precisão devem ser feitas em ambientes com temperatura controlada
tomando o cuidado de esperar estabilizar a temperatura tanto da peça quanto do instrumento.
É muito fácil! Basta dividirmos o passo da rosca do parafuso micrométrico pelo número de
divisões do tambor
50
17.1. Micrômetro Sistema Métrico
Os micrômetros para esse fim se caracterizam de acordo com a capacidade de medida.
Quando as faces do batente e do fuso estiverem juntas, o zero da bainha deve coincidir com o
zero do tambor e com a reta longitudinal gravada na bainha.
deslocará 0,50 mm que é igual ao passo da rosca e aparecerá o primeiro traço da escala da
bainha.
51
17.3. Leitura do tambor
Se uma volta no tambor eqüivale a 0,50 mm e o mesmo possui 50 divisões então cada divisão
eqüivale a 0,01 mm.
52
17.4. Micrômetro com vernier
Esse tipo consegue uma aproximação mais rigorosa do que os micrômetros normais. Sua
aproximação é de 1/1000 de milímetro ou 0,001 mm.
Bainha = 7,500 mm
Tambor = 0,220 mm
Vernier = + 0,009 mm
53
17.5. Micrômetros para medições internas (Três contatos)
Instrumento de precisão para medição de diâmetros internos, especialmente em cilindros e
mancais.
54
17.6. Micrômetros de profundidade
Fornece medidas de profundidade em geral. Possui aproximação de 0,01 mm. Sua utilização é
simples. É só posicionar o instrumento sobre a peça que se quer medir e girar o anel de fricção
até que este rode em falso.
55
Nos rasgos e entalhes posicionamos o micrômetro até obter a mínima distância e nos furos, até
obter a maior medida.
Mas não pára por aí. Existem vários outros tipos especiais com funções diversas, para os mais
diferentes tipos de medições.
56
17.8. Exemplos de leitura
57
18. Exercícios Micrômetro – Métrico
58
59
60
61
18.1. Micrômetro Sistema Inglês
62
18.2. Exercícios Micrometro Sistema Inglês
63
64
19. Traçador de Alturas
Muito parecido com o paquímetro, porém realizando seu trabalho sobre uma base de apoio
horizontal, este instrumento é amplamente utilizado tanto em laboratórios de metrologia como
nos setores de fabricação, para medir, traçar, como auxiliar na verificação de nivelamento,
paralelismo, etc.
65
Consiste fundamentalmente de uma base plana com uma coluna perpendicular graduada
(escala principal) sobre a qual desliza um cursor para traçagem ou medição.
66
Limpe cuidadosamente o desempeno, a base do traçador e as outras partes móveis
antes de iniciar o trabalho. Use um pano embebido com benzina ou outro produto
similar.
67
Ajuste o zero da escala de referência com a ponta encostando suavemente no
desempeno de referência.
Ao utilizar ajuste fino, tome providências para evitar que uma pressão excessiva da
ponta na peça possa levantar a base do traçador prejudicando a medida.
68
Evite deixar o traçador nas bordas do desempeno, bem como aplicar excessiva força
ao movimentar o instrumento sobre o desempeno; isso poderá provocar queda
acidental.
69
Proteja o traçador ao guardar por longo tempo. Usando um pano macio embebido com óleo
anti -ferrugem, aplique suavemente uma fina camada em todas as faces do instrumento.
70
20.1. Princípio de funcionamento e leitura
Basicamente, o fuso que entra em contato com a peça possui uma cremalheira que aciona um
pequeno pinhão solidário com uma engrenagem, que por sua vez aciona outro pequeno
71
pinhão, chamado pinhão central, onde é montado o ponteiro de leitura. Outra engrenagem
entra em contato com o pinhão central com finalidade de eliminar folgas de engrenamento
pela ação de uma mola espiral chamada cabelo. Outros mecanismos utilizam sistema de
ampliação por alavancas ou fita de torção, entre outros.
Como exemplo, temos o relógio de leitura centesimal (0,01 mm) que é mais amplamente
utilizado e onde para 1 mm de deslocamento do fuso corresponde 1 volta de ponteiro, sendo
que esta é subdividida em 100 partes iguais; daí o valor de leitura 0,01 mm. Por outro lado, se
o cursor do fuso for maior do que uma volta do ponteiro, incorpora-se um ponteiro menor
com a finalidade de indicar o número de voltas do ponteiro maior.
72
20.3. Recomendações especiais para uso dos relógios comparadores
Selecione o relógio comparador mais adequado para atender plenamente os requerimentos da
medição pretendida. Leve em conta os seguintes aspectos:
Curso – Verifique qual será o campo de variação da medida a ser realizada e selecione um
relógio com um curso um pouco maior. Isso poderá evitar inclusive acidentes.
Tipo – Verifique qual será o ambiente de trabalho, a freqüência das medições, etc., e
selecione o tipo de construção mais adequado.
73
Limpe o relógio com um pano limpo e macio antes do uso. Tanto a peça a ser medida como a
base onde será apoiada deverão estar também livres de pó e de sujeiras.
Para fixar o relógio pelo canhão, introduza-o tanto quanto for possível. Assim, a fixação por
parafuso é mais eficiente e não deforma o canhão.
74
Exemplo: Se a leitura do relógio for 0,050 mm, calcular a medida real com 0 = 10º e 0 = 30º
(para se ter uma idéia do problema).
Use base rígida para montar o relógio e procure sempre deixá-lo o mais próximo possível da
coluna e da base. Isso evitará erros devido à flexão do suporte.
Evite o erro de paralaxe olhando o mostrador do relógio na posição frontal. Lembre-se que
deve olhar primeiramente o ponteiro menor (conta voltas) e a seguir, o maior.
75
20.4. Cuidados especiais com relógio comparador
Proteja o relógio de impactos ou forças excessivas. Não deixe o instrumento na beira da mesa
ou em lugares onde por descuido possa derrubado. Isso poderá danificá-lo seriamente.
Após o uso, limpe sujeiras e marcas deixadas pelos dedos no manuseio. Use um pano macio e
seco.
Proteja o relógio ao guardar por longos períodos. Usando o pano macio embebido em óleo
fino antiferrugem, aplique suavemente uma camada bem fina e uniforme em todas as faces,
exceto no visor, fuso e pontas de metal duro.
76
O relógio comparador pode ser utilizado para:
Circularidade
Concentricidade
Centragem
77
20.5. Exercícios leitura relógio Comparador
78
Relógio Apalpador
Trata-se de um instrumento de pequeno curso de trabalho e de baixa pressão de contato. Foi
especialmente desenvolvido para trabalhos de verificação geométrica (planicidade,
paralelismo, conicidade, excentricidade, etc.), controle dimensional por transferência de
medidas etc. O relógio apalpador transforma (se amplia) o movimento angular de uma ponta
de medição em circular de um ponteiro montado em um mostrador graduado.
79
Este instrumento permite múltiplas aplicações, porém, sempre acoplado a algum meio de
fixação e posicionamento como suportes de transferência, traçadores de altura, bases
magnéticas, eixos e mandris de máquinas, etc.
20.6. Princípio de funcionamento e resolução
Basicamente, o movimento da ponta de contato origina um movimento angular de braço, que
em sua extremidade possui um setor dentado que aciona um pequeno pinhão solidário com
uma engrenagem que por sua vez aciona outro pequeno pinhão, chamado pinhão central, onde
é montado o ponteiro de leitura. Outra engrenagem entra em contato com o pinhão central
com a finalidade de eliminar folgas de engrenamento pela ação de uma mola espiral chamada
cabelo
20.7. Conceito de resolução
Similar ao relógio comparador, guardadas as proporções quanto ao curso de medição.
20.8. Recomendações especiais para uso do relógio apalpador
Selecione o relógio apalpador mais adequado para atender plenamente os requerimentos da
medição pretendida. Leve em conta os seguintes aspectos:
Tipo – De acordo com a posição do mostrador em relação ao corpo, existem os tipo normal,
paralelo, vertical, universal, redondo, etc.
Curso – Verifique qual será o campo de variação da medida a ser realizada e selecione um
relógio com curso um pouco maior. Isso poderá evitar inclusive acidentes.
Limpe o relógio com um pano e macio antes do uso. Tanto a peça a ser medida como a base
onde será apoiada deverão estar também livres de pó e de sujeiras.
80
Tome providências para montar o relógio na posição mais paralela possível com a superfície a
ser verificada. isto evitará erros de leitura. Teoricamente, deveria aplicar-se a um fator de
compensação do erro, ou seja, deveria multiplicar-se a leitura do relógio pelo coseno do
ângulo formado.
Use uma base rígida para montar o relógio e procure sempre deixá-lo o mais próximo possível
da coluna e da base. Isso evitará erros devido à flexão do suporte
Ao medir um objeto de rotação, evite que a peça gire em direção à ponta de contato. Isso
evitará vibrações e acidentes.
81
Ao medir um objeto plano, evite movimentar o relógio para frente ou a peça em direção à
ponta de contato, pela mesma razão anterior.
Evite o erro de paralaxe olhando o mostrador do relógio na posição frontal. Preste atenção à
relação entre a direção de deslocamento da ponta e o sentido de movimento do ponteiro do
mostrador.
82
20.9. Cuidados especiais com o relógio apalpador
Proteja o relógio de impactos ou forças excessivas. Não deixe o instrumento na beira da mesa
ou em lugares onde, por descuido, possa ser derrubado. Nunca tente aproximar ou retirar o
relógio pelo movimento motorizado de uma máquina. Assim, evitará acidentes lamentáveis.
Substitua a ponta de contato gasta somente por outra do mesmo comprimento, pois a distância
do centro da esfera de contato ao centro de articulação é fundamental para manter a relação de
ampliação do relógio apalpador.
Proteja o relógio ao guardar por longos períodos. Usando o pano macio embebido em óleo
fino antiferrugem, aplique suavemente uma camada bem fina e uniforme em todas as faces,
exceto no visor, fuso e pontas de metal duro.
83
Não o exponha diretamente a luz do sol
Guarde-o em ambiente de baixa umidade, com boa ventilação e livre de poeira
Nunca deixe o relógio diretamente no chão
Guarde-o sempre em seu estojo (ou em saco plástico)
84
21. Blocos Padrão
85
22. Goniômetro
86
87
22.1. Leitura do Goniômetro
88
22.2. Exercícios leitura do Goniômetro
89
23. Efeitos de rugosidade
A rugosidade desempenha um papel muito importante no comportamento das peças
mecânicas, onde condiciona:
O acabamento superficial é medido através de rugosidade superficial que, por sua vez,
é expressa em mícrons (micrômetro – milionésima parte do metro).
90
percebida.
91
O valor ou os valores definindo a característica principal da rugosidade deve estar
colocado sobre os símbolos das figuras a seguir, na qual um estado de superfície será
indicado:
Significa que pode ser obtido por um processo de fabricação qualquer.
92
Se um processo específico de fabricação é exigido para o estado final de superfície,
este deve ser indicado em linguagem não abreviada sobre o traço horizontal complementar do
símbolo.
A série de símbolos que caracteriza as direções das estrias está mostrado na tabela
abaixo.
93
Símbolo Indicação Interpretação
Perpendicular ao plano de proteção da vista sobre o
Muitas direções
M
Notas:
a) Se for necessário definir uma direção das estrias que não esteja claramente definida por um
destes símbolos, ela deve estar descrita no desenho por uma nota adicional;
b) A direção das estrias é a direção predominante das irregularidades da superfície,
geralmente resultante do processo de fabricação utilizado.
94
Este valor deve estar em consonância com o sistema de medidas utilizado para a
cotagem do desenho.
Onde:
95
Se necessário o símbolo pode ser interligado com a superfície por meio de uma linha
de indicação.
A linha de indicação deve ser provida com uma seta na extremidade junto à superfície.
O vértice do símbolo ou da seta deve tocar pelo lado externo, o contorno da peça ou uma linha
de extensão como prolongamento do contorno.
Segundo a regra geral de cotagem, o símbolo deve ser indicado uma vez para cada
superfície, e se possível sobre a vista que leva a cota ou representa a superfície, como
mostrado a seguir:
96
a) Junto à vista da peça, próximo a legenda do desenho ou no lugar
previsto dentro da mesma, para os dados gerais; ou
Quando o mesmo estado de superfície é exigido pela maioria das superfícies de uma
peça elas devem ser indicadas como mostrado, com os seguintes acréscimos:
Símbolos definidos para estados que representam exceção em relação ao estado geral
de superfície, devem ser indicados nas respectivas superfícies.
A fim de evitar repetições de uma indicação complexa, ou onde o espaço for limitado,
uma representação simplificada pode ser usada.
Neste caso deverá constar o significado da representação próximo à peça, ou dentro da
legenda como mostrado a seguir.
97
Se um mesmo estado de superfície for exigido para superfícies da peça um dos
símbolos básicos de rugosidade, pode ser indicado nestas superfícies, e seu significado
explicado em outro local do desenho, como nos exemplos a seguir:
N8 = 3,2µm
b)
_____________, _____________
c)
98
2) Analise o desenho técnico e responda às perguntas a seguir.
3) Qual é o tipo de acabamento utilizado nas superfícies indicadas pelas letras no desenho
abaixo?
Letras
A: _______________________________ D: _______________________________
B: _______________________________ E: _______________________________
99
C: _______________________________ F: _______________________________
Intercambialidade
Para que não surjam dificuldades durante a montagem de peças é preciso que as
mesmas se ajustem perfeitamente bem nos seus lugares, sem retoque; elas precisam, portanto,
ser intercambiáveis.
Intercambialidade é então a propriedade que as peças produzidas em série ou em
cadeia têm de poder ser montadas sem retoque e ser substituídas entre si sem prejuízo do seu
funcionamento.
100
Esse sistema é constituído de uma série de princípios, regras e tabelas que permite a
escolha racional de tolerâncias para a produção econômica de peças mecânicas
intercambiáveis.
Para tornar mais fácil o entendimento desse sistema, seus principais pontos serão a
seguir estudados em detalhes.
Tolerância (T)
É a variação permitida na dimensão da peça, dada pela diferença entre as dimensões
máxima e mínima. A tolerância é um valor absoluto, sem sinal.
A unidade de tolerância adotada é o micrometro (milésimo de milímetro).
101
Convencionou-se considerar positivos os valores dos afastamentos que se encontram
sobre a linha zero e negativos aqueles situados abaixo da mesma.
Campo de Tolerância
Conjunto dos valores compreendidos entre os afastamentos superior e inferior.
Corresponde também ao intervalo que vai da dimensão máxima à dimensão mínima.
O sistema de tolerância ISO prevê a existência de 28 grupos representados por letras
do alfabeto latino, sendo as maiúsculas para furos (característica interna de uma peça,
incluindo também elementos não cilíndricos) e as minúsculas para eixos (característica
externa de uma peça, incluindo também elementos não cilíndricos).
102
Representação esquemática das posições dos afastamentos fundamentais
FUROS:
A – B – C - CD - D - E - EF - F - FG - G - H - J - JS - K - M - N - P - R - S - T - U - V - X - Y
- Z - ZA - ZB – ZC
EIXOS:
a – b – c - cd - d - e - ef - f - fg - g - h - j - js - k - m - n - p - r - s - t - u - v - x - y - z - za - zb –
zc
103
Grupo de tolerância considerado como correspondente ao mesmo nível de precisão
para todas as dimensões nominais. Os graus de tolerância-padrão são designados pelas letras
IT e por um número, por exemplo IT7. Quando o grau de tolerância é associado a um campo
de tolerância para formar uma classe de tolerância, as letras IT são omitidas, por exemplo h7.
O sistema prevê um total de 20 graus de tolerância-padrão, dos quais os graus IT1 a IT18 são
de uso geral. Os graus IT0 e IT01 não são de uso geral e são dados para fins de informação.
Grupos de Dimensões
O sistema de tolerância ISO foi estudado para a produção de peças mecânicas
intercambiáveis com dimensões compreendidas entre 1 e 3150 mm.
Para simplificar o sistema e facilitar a sua utilização prática esses valores foram
reunidos basicamente em 21 grupos de dimensões:
Grupos de Dimensões em Milímetros
Até 3 >3 >6 >10 >18 >30 >50 >80 a >120 >180 >250
a a a a a a 120 a a a
6 10 18 30 50 80 180 250 315
>315 >400 >500 >630 >800 >1000 >1250 >1600 >2000 >2500
a a a a a a a a a a
400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
Escolha da Qualidade
A escolha da qualidade depende do tipo de construção ou da função desempenhada
pelas peças.
Como regra geral pode-se dizer que:
104
A qualidade 7, indica mecânica de precisão. É particularmente prevista para furos que se
ajustam com eixos de qualidade 6.
A qualidade 8, é de média precisão. Indicada para eixos que se ajustam com qualidade 7.
Presta-se também para a execução de peças de máquinas que não exigem muita precisão
nos ajustes.
A qualidade 9, designa a mecânica corrente. É indicada para execução de certos órgãos de
máquinas industriais que se podem ajustar com folgas consideráveis.
As qualidades 10 e 11, indicam mecânica ordinária.
As qualidades que vão de 12 a 18 são empregadas em mecânica grosseira.
Ajuste Mecânico
É o encaixe obtido entre duas peças de forma inversa (macho e fêmea), sem que,
entretanto, durante sua usinagem, uma tenha sido verificada com a outra.
É a relação resultante da diferença, antes da montagem, entre as dimensões dos dois
elementos a serem montados, os dois elementos em um ajuste têm em comum a dimensão
nominal.
Tipos de Ajustes
Os diferentes tipos de ajustes mecânicos dependem da função que a peça vai
desempenhar na máquina.
105
Ajuste no qual ocorre uma interferência entre o furo e o eixo quando montados, isto é,
a dimensão máxima do furo é sempre menor ou, em caso extremo, igual à dimensão mínima
do eixo.
Ajuste incerto
Ajuste no qual pode ocorrer uma folga ou uma interferência entre o furo e o eixo
quando montados, dependendo das dimensões efetivas do furo e do eixo, isto é, os campos de
tolerância do furo e do eixo se sobrepõem parcialmente ou totalmente.
Sistemas de ajuste
Se na execução de uma máquina houvesse vários furos com a mesma dimensão, nos
quais os eixos devessem, alguns girar, outros deslizar e outros ficar presos, todos os furos
poderiam ser executados dentro da mesma tolerância, dando-se, entretanto para os eixos
tolerâncias diferentes de acordo com a função de cada um.
A este sistema de ajuste se deu o nome de FURO BASE.
106
Neste sistema a dimensão mínima do furo é idêntica à dimensão nominal, isto é, o
afastamento inferior é zero.
107
EIXOS: Peças machos, medidas externas.
Há peças que podem ter partes que são machos e partes que são fêmeas.
Os desenhos das peças com indicação de tolerância deverão ser cotados do modo
seguinte: escreve-se a dimensão nominal seguida de uma letra que, como vimos, indica o
campo de tolerância adotado e um número que determina a qualidade.
Para peças fêmeas a letra é maiúscula, para peças machos a letra é minúscula, e pode
variar conforme o tipo de ajuste desejado.
108
Nos desenhos de conjunto, onde as peças aparecem montadas a indicação da tolerância
poderá ser do seguinte modo:
109
T ip o d e Exemplo de Exemplo de
Ajustes recomendados
ajuste ajuste aplicação
H7–
e7 Peças cujo funcionamento
H6- H8– H11- necessitam de folga por
Livre
e7 e9 a11 força de dilatação, mau
(uma com relação à outra)
com facilidade. e8
H10-
Peças que giram ou
d10
H6- H7- H8- deslizam com boa
Rotativo
f6 f7 f8 lubrificação.
Montagem à mão, H11-
Ex.: eixos, mancais, etc.
podendo girar sem d11
esforço.
H8- H10- Peças que deslizam ou
g8 h10 giram com grande
H6- H7-
Deslizante precisão.
g5 g6
Montagem à mão, H8- H11- Ex.: anéis de rolamentos,
com leve pressão. h8 h11 corrediças, etc.
Encaixes fixos de
precisão, órgãos
Deslizante H6- H7-
lubrificados deslocáveis à
justo Montagem à mão, h5 h6
mão.
porém, necessitando Ex.: punções, guias, etc.
de algum esforço.
Órgãos que necessitam de
(uma com relação à outra)
Aderente
H6- freqüentes desmontagens.
forçado H7-j6
j5 Ex.: polias, engrenagens,
PEÇAS FIXAS
Peças impossíveis de
À pressão
H6- H7- serem desmontadas sem
com
p5 p6 deterioração.
esforço Montagem com
Ex.: buchas à pressão, etc.
auxílio de balancim
ou por dilatação.
110
24.1. Ajustes recomendados – Sistema Furo-base H7*
Tolerâncias em milésimos de milímetros = 1m
Furo
Dimensão af. inf. Eixos (afastamento inferior e afastamento superior)
nominal af. sup.
(mm)
acima
Até H7 f7 g6 h6 j6 k6 m6 n6 r6 s6
de
+10 -6 -2 0 +4 +6 +8 +10 +16 +22
0 3
0 -16 -8 -6 -2 0 +2 +4 +10 +14
+12 -10 -4 0 +6 +9 +12 +16 +23 +27
3 6
0 -22 -12 -8 -2 +1 +4 +8 +15 +19
+15 -13 -5 0 +7 +10 +15 +19 +28 +32
6 10
0 -28 -14 -9 -2 +1 +6 +10 +19 +23
+18 -16 -6 0 +8 +12 +18 +23 +34 +39
10 18
0 -34 -17 -11 -3 +1 +7 +12 +23 +28
+21 -20 -7 0 +9 +15 +21 +28 +41 +48
18 30
0 -41 -20 -13 -4 +2 +8 +15 +28 +35
+25 -25 -9 0 +11 +18 +25 +33 +50 +59
30 50
0 -50 -25 -16 -5 +2 +9 +17 +34 +43
+60 +72
50 65
+30 -30 -10 0 +12 +21 +30 +39 +41 +53
0 -60 -29 -19 -7 +2 +11 +20 +62 +78
65 80
+43 +59
+73 +93
80 100
+35 -36 -12 0 +13 +25 +35 +45 +51 +71
0 -71 -34 -22 -9 +3 +13 +23 +76 +101
100 120
+54 +79
+88 +117
120 140
+63 +92
+40 -43 -14 0 +14 +28 +40 +52 +90 +125
140 160
0 -83 -39 -25 -11 +3 +15 +27 +65 +100
+93 +133
160 180
+68 +108
+106 +151
180 200
+77 +122
+45 -50 -15 0 +16 +33 +46 +60 +109 +159
200 225
0 -96 -44 -29 -13 +4 +17 +31 +80 +130
+113 +169
225 250
+84 +140
+126 +190
250 280
+52 -56 -17 0 +16 +36 +52 +66 +94 +158
0 -108 -49 -32 -16 +4 +20 +34 +130 +202
280 315
+98 +170
+144 +226
315 355
+57 -62 -18 0 +18 +40 +57 +73 +108 +190
0 -119 -54 -36 -18 +4 +21 +37 +150 +244
355 400
+114 +208
+166 +272
400 450
+63 -68 -20 0 +20 +45 +63 +80 +126 +232
0 -131 -60 -40 -20 +5 +23 +40 +172 +292
450 500
+132 +252
(*) Reprodução parcial de Tabela ABNT/ISO NBR 6158
111
24.2. Ajustes recomendados – Sistema Eixo-base h6*
Tolerâncias em milésimos de milímetros = 1m
Eixo
Dimensão af. inf. Furos (afastamento inferior e afastamento superior)
nominal af. sup.
(mm)
acima
Até h6 F6 G7 H7 J7 K7 M7 N7 P7 R7
de
0 +6 +2 0 -6 -10 -16 -20
0 3 - -
-6 -12 +12 +10 +4 0 -6 -10
0 +10 +4 0 -6 -9 -12 -16 -20 -23
3 6
-8 +18 +16 +12 +6 +3 0 -4 -8 -11
0 +13 +5 0 -7 -10 -15 -19 -24 -28
6 10
-9 +22 +20 +15 +8 +5 0 -4 -9 -13
0 +16 +6 0 -8 -12 -18 -23 -29 -34
10 18
-11 +27 +24 +18 +10 +6 0 -5 -11 -16
0 +20 +7 0 -9 -15 -21 -28 -35 -41
18 30
-13 +33 +28 +21 +12 +6 0 -7 -14 -20
0 +25 +9 0 -11 -18 -25 -33 -42 -50
30 50
-16 +41 +34 +25 +14 +7 0 -8 -17 -25
-60
50 65 0 +30 +10 0 -12 -21 -30 -39 -51
-30
-62
65 80 -19 +49 +40 +30 +18 +9 0 -9 -21
-32
-73
80 100 0 +36 +12 0 -13 -25 -35 -45 -59
-38
-76
100 120 -22 +58 +47 +35 +22 +10 0 -10 -24
-41
-88
120 140
0 +43 +14 0 -14 -28 -40 -52 -68 -48
-90
140 160
-50
-25 +68 +54 +40 +26 +12 0 -12 -28 -93
160 180
-53
-106
180 200
0 +50 +15 0 -16 -33 -46 -60 -79 -60
-109
200 225
-63
-29 +79 +61 +46 +30 +13 0 -14 -33 -113
225 250
-67
-126
250 280 0 +56 +17 0 -16 -36 -52 -66 -88
-74
-130
280 315 -32 +88 +69 +52 +36 +16 0 -14 -36
-78
-144
315 355 0 +62 +18 0 -18 -40 -57 -73 -98
-87
-150
355 400 -36 +98 +75 +57 +39 +17 0 -16 -41
-93
-166
400 450 0 +68 +20 0 -20 -45 -63 -80 -108
-103
-172
450 500 -40 +108 +83 +63 +43 +18 0 -17 -45
-109
(*) Reprodução parcial de Tabela ABNT/ISO NBR 6158
112
24.3. Exercícios de tolerância e ajuste
1) O que é intercambialidade?
2) O que é tolerância?
5) Quantos campos de tolerância são previstos pela ISO? Como se distinguem para furo e
para eixo?
8) Procure na tabela os afastamentos e a partir deles, responda o que é solicitado de cada uma
das seguintes dimensões:
113
Afastamento superior: ________________
Afastamento inferior: ________________
b) 35 J7 Dimensão máxima: ________________
Dimensão mínima: ________________
Dimensão nominal: ________________
Tolerância: ________________
114
Dimensão nominal: ________________
Tolerância: ________________
b) Dentre as medidas abaixo, assinale com um X as cotas que podem ser dimensões efetivas
deste ressalto:
( ) 20,5 ( ) 20,04 ( ) 20,06 ( ) 20,03
11) Analise as cotas com indicação de tolerância ISO e escreva F para as que se referem a
furos e E para as que se referem a eixos.
115
a) ( ) 21H6 b) ( ) 485E9 c) ( ) 150h7
d) ( ) 30h5 e) ( ) 18f7 f) ( ) 500M8
1) Tolerância de Forma;
2) Tolerância de Orientação;
3) Tolerância de Posição;
4) Tolerância de Batimento.
1) Tolerância de Forma
Para garantir a montagem de peças não é necessário apenas que as dimensões estejam dentro
da tolerância. É necessário que as formas também estejam garantidas com intervalos de
tolerâncias.
Após a peça ser fabricada, observa-se que o eixo se encontra dentro das tolerâncias para o
diâmetro; no entanto, não possui perpendicularismo entre as arestas das projeções das faces
cilíndricas com as faces planas da barra. Dessa maneira, verificamos que deveria ter sido
garantido a forma da peça para a execução correta do eixo.
116
Conheça alguns dos tipos de tolerância de forma, a fim de garantir a montagem correta
das peças resumidas na tabela a seguir.
Tolerância de Forma
Planeza
Cilindricidade
Superfície qualquer
Retilineidade _______
Circularidade
Contorno qualquer
Planeza:
É a combinação pela qual toda superfície deve estar limitada pela zona de tolerância “t”,
compreendida entre dois planos paralelos, distantes de “t”, compreendida entre dois planos
paralelos, distantes de “t”. Nos desenhos técnicos, a tolerância de planeza é indicada pelo
símbolo: .
Cilindricidade:
A tolerância de forma de cilindricidade é o intervalo entre duas superfícies cilíndricas
ideais e cncêntricas, na qual se encontra a superfície do cilindro a ser fabricado. Nos desenhos
técnicos, a tolerância de cilindricidade é indicada pelo símbolo: .
Superfície qualquer:
A superfície de uma peça pode apresentar uma forma qualquer. A tolerância de forma de
uma superfície qualquer é definida por uma esfera de diâmetro t, cujo centro movimenta-se por
uma superfície que tem a forma geométrica ideal. O campo de tolerância é limitado por duas
superfícies tangentes à esfera t, como mostra o desenho a seguir. Nos desenhos técnicos, a
117
Retilineidade:
A tolerância de forma de Retilineidade mede o quão afastado está de uma linha reta ideal
imaginária, por exemplo, a linha longitudinal central de um eixo. Nos desenhos técnicos, a
tolerância de retilineidade de linha é indicada pelo símbolo: ____.
Circularidade:
A tolerância de forma de circularidade avalia o intervalo entre dois círculos ideais, nos
quais a circunferência executada da peça se encontra. Nos desenhos técnicos, a tolerância de
cilindricidade é indicada pelo símbolo: .
Contorno qualquer:
Há casos em que é necessário determinar a tolerância de forma de uma linha qualquer. A
tolerância de um contorno qualquer ou um perfil é determinada por duas linhas envolvendo uma
118
circunferência de diâmetro t cujo centro se desloca por uma linha que tem o perfil geométrico
desejado. Nos desenhos técnicos, a tolerância de contorno qualquer é indicada pelo símbolo: .
2) Tolerância de orientação
As tolerâncias de orientação estão resumidas na tabela a seguir.
Tolerância de Orientação
Paralelismo
Perpendicularidade
Inclinação
Paralelismo:
O paralelismo mede as variações de uma reta, que pode ser o eixo longitudinal de uma
peça em relação a uma reta ideal tomada como referência. Nos desenhos técnicos, a tolerância de
paralelismo é indicada pelo símbolo: .
Perpendicularidade:
A perpendicularidade é quando dois eixos estão afastados num ângulo de 90º. Nos
desenhos técnicos, a tolerância de perpendicularidade é indicada pelo símbolo: .
119
Inclinação:
A inclinação avalia o quanto afastado do desejado a inclinação real se encontra. Nos
desenhos técnicos, a tolerância de inclinação é indicada pelo símbolo: .
3) Tolerância de posição
Para que uma peça conjugada possa ser montada sem necessidade de ajustes é necessário
determinar a tolerância de posição.
As tolerâncias de posição estão resumidas na tabela a seguir.
Tolerância de Posição
Localização
Concentricidade
Simetria
Localização:
Essencial para o funcionamento de mecanismos com partes móveis ou ajustáveis,
mutável na maioria dos casos. Como por exemplo, coluna guia de um molde de injeção de peças
plásticas, que deverá ter sua posição deslocada em relação às outras colunas, a fim de garantir a
correta montagem do molde. Nos desenhos técnicos, a tolerância de localização é indicada pelo
símbolo: .
Normalmente representado conforme figura abaixo, seguido da tolerância de localização
do elemento cotado, sua representação.
Concentricidade ou coaxialidade:
120
A concentricidade ou coaxialidade é utilizada para casos onde uma mesma peça, com
partes geometricamente diferentes, tenha os centróides das sãs seções transversais coincidentes.
Simetria:
Simetria é a tolerância em relação ao plano longitudinal de simetria da peça. Essa
tolerância é, na verdade, uma região limitada por dois planos paralelos, que contenham a
superfície indicada. Dessa forma, cada superfície plana do eixo deve estar compreendida nesta
região para estar dentro da tolerância. Nos desenhos técnicos, a tolerância de simetria é indicada
pelo símbolo: .
4) Tolerância de batimento
O batimento representava qualquer perturbação nas dimensões de uma peça quando ela é
rotacionada numa volta inteira (360º). Pode apresentar dois tipos de distorção: axial e radial.
O batimento axial é a distorção de superfícies perpendiculares ao eixo longitudinal da
peça, quando ela é rotacionada em torno desse eixo.
121
No batimento radial, a tolerância é delimitada por um plano perpendicular ao eixo de giro
que define dois círculos concêntricos de raios diferentes. A diferença t dos raios diferentes. A
diferença t dos raios corresponde à tolerância radial.
122
A letra identifica o elemento de referência, que, neste exemplo, é o eixo do furo
horizontal. Esta mesma letra A aparece no terceiro quadrinho, para deixar clara a associação
entre o elemento tolerado e o elemento de referência. O símbolo no quadrinho da esquerda,
refere-se à tolerância de perpendicularidade. Isso significa que, nesta peça, o furo vertical, que é
b) ( ) Superfície qualquer
c) ( ) Cilindricidade
d) ( ) Concentricidade
e) ( ) Batimento
f) ____ ( ) Simetria
g) ( ) Paralelismo
123
h) ( ) Circularidade
( ) Localização
i)
j) ( ) Planeza
( ) Perpendicularidade
k)
l) ( ) Retilineidade
m) ( ) Contorno qualquer
2) Analise o desenho técnico e complete as frases.
124
26. Referências Bibliograficas
125