Data: 15/11/19
Introdução (Mariana)
A globalização destaca-se como um dos grandes temas da atualidade cobrindo uma grande
variedade de temáticas distintas como a política, a economia, a cultura e o ambiente.
Dentro das diversas perspetivas é importante referir que a globalização não é um fenómeno
puramente económico e técnico, mas sim um processo complexo e multidimensional (envolvendo
diferentes atores e tocando diversos âmbitos da vida dos homens e mulheres contemporâneas),
insere-se na trajetória do capitalismo e da economia do mercado.
Por fim, a planificação do presente trabalho obedece assim, a três capítulos: 1. Impacto da
globalização; 2. vantagens da globalização; 3. desvantagens da globalização.
(VÍDEO)
O termo “globalização” surge a propósito de diversos factos, contextos e circunstâncias tais como:
deslocalização de uma fábrica; de grandes marcas e produtos desportivos, de cadeias alimentares,
entre outros; utilização da internet e/ou meios de comunicação; dos produtos num supermercado;
do funcionamento dos mercados (trabalho, capitais, bens e serviços); de problemas ambientais;
da competitividade das empresas; das migrações internais e do comercio internacional.
Embora o termo “globalização” (com o sentido que hoje conhecemos) seja relativamente recente
e só́ se tornou recorrente na última década do século 20 (anos 90), a origem do processo a que
chamamos globalização parece ser bastante mais remota.
Para alguns autores os primórdios da globalização remontam aos séculos 15 e 16 com as grandes
navegações e descobertas marítimas (expansão ultramarina empreendida pelo mundo Ocidental,
designadamente pelos portugueses e espanhóis). Neste contexto histórico, os europeus entraram
em contacto com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais.
Porém, a globalização tornou-se mais recorrente no final do século 20, logo após as
transformações sociopolíticas nos países do Leste Europeu e na União Soviética ao longo da
década de 80 que conduziram, por um lado, à abertura política e económica deste conjunto de
países ao modelo ocidental e, por outro lado, no plano ideológico, representaram um forte abalo
no modelo alternativo que constituíam. Por outras palavras, o neoliberalismo ganhou força na
década de 1970 e como tal, impulsionou o processo de globalização económica.
3. Impacto da globalização
Segundo Alexandre Melo (2002) muitos dos marcos da história dos povos podem ser conhecidos
como uma progressão da globalização cultural, nomeadamente, o surgimento da linguagem, da
escrita e da moeda.
Vantagem
A globalização cultural permite o fluxo de ideias, informações, valores, gostos, opiniões e práticas
culturais. Admitindo assim, desenvolvimentos culturais e transnacionais e ligam culturas que
anteriormente se encontravam isoladas.
Desvantagem
Perante o aumento de imigrantes que trazem novos costumes, muitas pessoas receiam que o seu
país esteja a tornar-se fragmentado, que os seus valores estejam a perder-se. Assim, gerir a
diversidade cultural tornou-se num dos principais desafios do mundo atual, não só́ para alguns
países, mas para a grande maioria (Castells, 2002; PNUD, 2004).
Por outro lado, atualmente verifica-se a estandardização, ou seja, a cultura é cada vez mais
investida de dinâmicas de ordem económica, sendo associado com aquilo que pode ser vendido e
comercializado. Os padrões de consumo tornaram-se mundiais (América do Norte): marcas como
a Adidas, Nike; cultura pop, etc.
Vantagem
Desvantagem
Por outro lado, verifica-se uma discrepância de acesso ainda muito grande: os países
industrializados, com cerca de 15% da população do planeta, representam 88% dos utilizadores
da internet (Castells, 2002; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 1999).
Vantagem
Desvantagem
Vantagens
Segundo Soros (2003), as empresas privadas são mais eficazes na criação de riqueza do que os
Estados. A livre competição global liberou incentivos e talento empreendedor, além de acelerar
inovações tecnológicas.
Igualmente, verificou-se uma descida no preço médio dos produtos (embora não seja uma
caraterística constante). Através da integração da política mundial, muitos produtos começaram
a serem produzidos em escala e com preços reduzidos, sendo largamente difundidos em todo o
lado.
Desvantagens
Por outras palavras, a expansão do fenómeno é desigual visto que beneficia os países
desenvolvidos ao contrário dos países em desenvolvimento que se tornaram dependentes
economicamente. Igualmente verifica-se uma má distribuição de recursos entre bens privados e
públicos.
No campo económico, uma das maiores desvantagens é a desigualdade. A expansão das empresas
multinacionais contribuiu para a diminuição dos preços, contudo, prejudica a livre concorrência
visto que as maiores instituições/empresas controlam a maior parte do mercado mundial. Além
disso, o deslocamento das fábricas permite a aquisição de matérias-primas e de mão-de-obra
barata verificando-se posteriormente uma redução dos salários, o que contribuiu para a
desregulamentação progressiva da lei do trabalho.
A relação entre o ser humano e o trabalho também sofreu alterações, tornou-se flexível nas
remunerações e condições de trabalho, mas desigual nas possibilidades de realizações pessoais
oferecidas ao trabalhar e também mais precária no sentir de menor garantia de estabilidade.
Por fim, no campo financeiro uma das maiores desvantagens é a forma como consegue disseminar
rapidamente crises económicas especulativas - “os mercados financeiros globais são propensos a
crises”, ou seja, os mercados servem para facilitar a livre troca de bens e serviços entre a
população, mas muitas das vezes não são capazes de cuidar de necessidades coletivas. Por
exemplo, a crise imobiliária dos EUA (2008), foi sentida no mundo inteiro, ou seja, provocou um
colapso dos sistemas de especulação, ampliando as taxas de desemprego e das dividas públicas.
Desvantagens
A evolução científica no fim do século 20 e o ritmo consumista cada vez mais intensificado
colocaram em risco o ambiente (desflorestação, desertificação, poluição dos oceanos, destruição
da camada do ozono). As perigosas alterações climáticas ameaçam produzir uma deslocação
humana em massa e o colapso dos meios de subsistência, com repercussões extensíveis para além
das localidades diretamente afetadas.
Vantagens
A população iniciou uma tomada de consciência e reflecção acerca dos problemas ambientais
ocorrentes (PNUD, 2007) – a chamada “world risk society” (Beck, 1992).
Na 2a metade do século 20, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano
(1972) iniciou-se um movimento ambientalista internacional e da ecologia política à escala
internacional (Deléage, 2000). Posteriormente foi criado o Protocolo Quioto e outras medidas de
prevenção relativas ao meio ambiente.
O Protocolo de Quioto consiste num acordo com a ONU, que determina que os países
industrializados certos limites que este tem de cumprir relativamente à emissão anual de gases
(diminuição das emissões) que contribuem para o aquecimento da atmosfera, isto é, o efeito de
estufa.
4. Antiglobalização (Ângela)
Surgiu nos anos 90, para descrever o movimento de oposição aos aspetos capitalistas-liberais da
globalização. A contestação e o desafio à globalização neoliberal traduziu-se num crescente
reconhecimento de identidades comuns, visões partilhadas e objetivos entre redes, organizações
e indivíduos envolvidos nos mais diversos movimentos sociais.
Este fenómeno deu início à mais de um século, desenvolveu-se nas últimas décadas, e tem sido
reconhecido e definido desde então. Tratando-se assim de um processo de mudança, que ocorre
de forma gradual nas diversas dimensões referidas anteriormente.
Assim pode-se afirmar que a globalização é, um processo moroso e incompleto que permite a
conexão entre diferentes pontos do mundo de modo a aproximar mercadorias, pessoas, costumes,
tradições, informação, entre muitas outras.