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1.

Dispositivos de proteção e controle

1.1 Introdução aos dispositivos ---------------------------------------------


1.2 Fusíveis -----------------------------------------------------------------

1.2.1 O que é um fusível? --------------------------------------------------


1.2.2 Constituição ----------------------------------------------------------
1.2.3 Características dos fusíveis quanto ao tipo de ação
------------------
1.2.4 Características elétricas dos fusíveis
----------------------------------
1.2.5 Dimensionamento ---------------------------------------------------
1.2.6 Classificação dos fusíveis ----------------------------------------------
1.2.7 Simbologia e fotos ----------------------------------------------------
1.2.8 Fusível DIAZED ou Fusível tipo D -------------------------------------

1.3 Disjuntor -----------------------------------------------------------------------

1.3.1 Definição -------------------------------------------------------------


1.3.2 Classificações dos disjuntores ----------------------------------------

1.3.3 tipo de disjuntor -----------------------------------------------


1.4 Disjuntor motor --------------------------------------------------------------

1.4.1 O que é disjuntor motor --------------------------------------------


1.4.2 tipos de disjuntor motor --------------------------------------------

1.5 Dispositivos diferenciais residuais (DDR) ---------------------------------------

1.5.1 Definição -------------------------------------------------------------


1.5.2 Funcionamento ------------------------------------------------------

1.6 Interruptor diferencial residual – IDR ou DR ----------------------------------

1.6.1 Definição --------------------------------------------------------------


1.6.2 Função do IDR --------------------------------------------------------
1.6.3 Funcionamento do IDR -----------------------------------------------
1.6.4. Características construtivas ------------------------------------------
1.6.5 IDR na norma NBR-5410 ---------------------------------------------
1.7 Relé térmico -----------------------------------------------------------

1.7.1 Definição -------------------------------------------------------------


1.7.2 Simbologia -----------------------------------------------------------
1.7.3 Principio construtivo de um rele de sobrecarga
----------------------
1.7.4 Funcionamento -------------------------------------------------------
1.7.5 reles de sobrecarga com operação através de
transformadores de corrente
---------------------------------------------------------------------------
1.7.6 Características de disparo do rele de sobrecarga
--------------------
1.6.7 Condições de serviço ------------------------------------------------
1.7.8 Como dimensionar um relé térmico ---------------------------------
1.8 Contatores -------------------------------------------------------------
1.9 Botões de comando ---------------------------------------------------
1.10 Rele de tempo --------------------------------------------------------
1.11 Chave auxiliar tipo fim de curso ---------------------------------------
1.12 Sensores --------------------------------------------------------------
1.13 Motor de indução trifásico --------------------------------------------
1.14 Transformadores para comandos elétricos ---------------------------
1.15 Chaves seccionadoras ------------------------------------------------
1.16 Sinalização -----------------------------------------------------------
1.17 Terminais ------------------------------------------------------------
1.18 Bornes de conexão --------------------------------------------------
1.19 Soft Starter ----------------------------------------------------------
1.20 Inversores de frequência --------------------------------------------

1.1 Introdução aos dispositivos


Os equipamentos e maquinas industriais, como por exemplo: tornos,
impressoras, prensas, guilhotinas, entre outas, dependem fundamentalmente
da eletricidade para seu funcionamento. A maior parte desses equipamentos e
maquinas é controlada por dispositivos de comando para sua correta partida,
parada, controle, proteção, etc.
O que é comandos elétricos: Comandos elétricos é a parte do estudo de
eletricidade que utiliza dispositivos elétricos ou eletrônicos usados para acionar
motores elétricos, como também outros equipamentos elétricos. São
compostos de uma variedade de peças e elementos como contatores, botões
temporizadores, reles térmicos e fusíveis.

1.2 Fusíveis
1.2.1 O que é um fusível?
São dispositivos usados nas instalações elétricas, cuja função é
interromper o fluxo de corrente elétrica toda vez que esta corrente for
excessiva e puder causar danos ao sistema.
Fusível é um dispositivo utilizado para proteger um circuito elétrico de
um curto-circuito e sobrecarga de longa duração. O fusível é um corpo oco,
como um cano de vidro ou plástico muito pequeno. Dentro contém um elo
condutor metálico, feito de chumbo ou estanho.
A função do fusível é tornar um circuito elétrico seguro. A eletricidade
pode causar muitos danos e provocar acidentes se não for utilizada da maneira
correta. Eles protegem os circuitos contra os efeitos de curto-circuito ou
sobrecargas que podem, em algumas situações podem provocar incêndios e
explosões.
1.2.2 Constituição
Contatos
Servem para fazer a conexão dos fusíveis com os componentes das
instalações elétricas, são feitos de latão ou cobre prateado, para evitar
oxidação e mau contato.

Corpo isolante
É feito de material isolante de boa resistência mecânica, que não
absorve umidade, geralmente de cerâmica, porcelana ou esteatita. Dentro do
corpo isolante se aloja o elo fusível e, em alguns casos, um elo indicador de
queima, imerso em material granulado extintor – areia de quartzo – de
granulometria adequada.

Elo de fusão
Material condutor de corrente elétrica com baixo ponto de fusão. É feito
em forma de fios ou lâminas.
Tipos de elos:
1° Em forma de fio (a forma de fusão pode ocorrer em qualquer ponto do
elo(fio)).
Imagem abaixo mostra o elo dentro do fusível.

2° Em forma de lâmina
Elo constante – (a fusão pode ocorrer em qualquer ponto do elo).
Elo fusível com seção reduzida normal - (a fusão sempre ocorre na parte onde a
seção é reduzida)

Elo fusível com seção reduzida por janelas – (a fusão sempre ocorre na parte
entre as janelas de maior seção).

Elo fusível com seção reduzida por janelas e um acréscimo de massa no centro
– (a fusão ocorre sempre entre as janelas).
Elo indicador de queima (espoleta)
Facilita a identificação da queima de um fusível, pois, se desprende em
caso de queima.
É constituído de um fio muito fino. que está ligado em paralelo com o elo
fusível. No caso de fusão do elo fusível, o fio do indicador de queima não
suportara a corrente e também se fundirá, provocando o desprendimento da
espoleta (imagem abaixo explicando)

1.2.3 Características dos fusíveis quanto ao tipo de


ação
Fusível de ação rápida ou normal
Neste caso a fusão do elo ocorre logo após receber uma sobrecarga ou
curto circuito. São próprios para proteger circuitos com cargas resistivas, como
lâmpadas incandescentes e resistores em geral.

Fusível de ação ultrarrápida


Neste caso, a fusão do elo é imediata, quando recebe uma sobrecarga
ou curto circuito mesmo sendo de curta duração. São próprios para proteger
circuitos eletrônicos, pois os semicondutores são muito sensíveis e precisam
ser protegidos contra sobrecargas, mesmo de curta duração.

A fusão do elo só acontece quando houver sobrecargas de longa duração ou


curto-circuito. São próprios para proteger circuito com cargas indutivas e/ou
capacitivas, como motores, transformadores, capacitores e indutores em geral.

1.2.4 Características elétricas dos fusíveis


Corrente nominal (In): é o valor da corrente que o fusível aguenta sem
se fundir. A principal característica de um fusível é a sua corrente nominal. É o
valor da máxima corrente que o fusível suporta em regime continuo, sem se
queimar. Corrente maiores que a nominal irão provocar a ruptura do elo fusível
após algum tempo e esta relação tempo x corrente de ruptura é a curva
característica do fusível. O valor de corrente vem impresso no corpo do
componente. Existem, porém, fusíveis nos quais a corrente nominal vem
identificada por código de cores.
Corrente de ruptura: é o maior valor de uma corrente que o fusível tem
capacidade para interromper.
Corrente convencional de atuação: é o valor exato de uma corrente que
faz o fusível atuar em um tempo definido.
Curva característica: é a apresentação da relação entre o tempo
necessário para a interrupção devido a corrente. Essa curva determina se o
fusível é rápido ou retardado, dependendo do tempo de atuação.
Elo fusível: o elo do fusível pode ser feito de chumbo ou estanho. O
chumbo se funde a 327ºC e o estanho a 232ºC.
Tensão nominal (Un): é o valor da máxima tensão de isolação do corpo
isolante do fusível.
Resistencia de contato: a resistência de contato entre a base e o fusível
pode causar aquecimento, podendo até causar a queima do fusível.
Capacidade de ruptura: é a capacidade que um fusível possui de
proteger com segurança um circuito, fundindo apenas seu elo de fusão, não
permitindo que a corrente elétrica continue a circular, seu valor é dado em kA
(quilo ampere).
Característica TEMPO X CORRENTE: Esta característica é representada
em diagrama tempo x corrente em escala logaritma. A curva característica
tempo de fusão x corrente desenvolve-se partir da corrente mínima de fusão
que serie capaz de fundir o elemento.
Substituição: Quando houver a queima de um fusível, em nenhuma
hipótese deverá haver o recondicionamento do mesmo, devendo ser
substituído por outro de mesma capacidade de corrente e características.
1.2.5 Dimensionamento
É a escolha de um fusível adequado para fazer proteção de um
determinado circuito. A escolha do fusível deve ser feita de tal modo que uma
anormalidade elétrica fique restrita a um setor, sem atingir as demais partes
do mesmo.
Para dimensionar um fusível é necessário levar em consideração as
seguintes grandezas elétricas.

 Corrente nominal do circuito;

 Corrente de curto circuito;

 Tensão nominal;
Como dimensionar um fusível?
Vamos supor que você mediu um circuito com um multímetro e deu 1 ampere
de consumo, qual o valor que devemos dimensionar para esse circuito? Seria
1A? 2A?
Sempre como regra de projeto é aconselhável dimensionar o fusível para 3
vezes o consumo total do circuito. O Porque disto? Porque algumas cargas ao
serem acionadas demandam mais correntes.

P=I*V
12w=I*220v
I=0,054A
O fusível para esse caso é: 0.054*3= 160mA
E se o fusível for do outro lado do transformador?

É só seguirmos o mesmo exemplo, se a carga que estiver entre 3 e 4 estiver


consumindo 2A, é só multiplicar por 3.
Assim temos: 2A de carga *3= 6A no Fusível.

1.2.6 Classificação dos fusíveis


1.2.7 Simbologia e fotos

1.2.8 Fusível DIAZED ou Fusível tipo D


Existem diversos tipos de fusíveis usados para proteção dos circuitos
elétricos (cartucho, diazed, de vidro, NH e outros). Dar-se-á ênfase ao estudo
dos fusíveis diazed e NH, por serem os sistemas de proteções mais utilizados
nas áreas industriais.

Segurança Diazed
A segurança Diazed é composta de um conjunto de componentes, onde
se encontra alojado o fusível. Este conjunto é composto de base, parafuso de
ajuste, fusível, tampa, anel de proteção e cobertura da base.
Características do fusível diazed:

Como identificar a corrente nominal do fusível diazed:


Identifica-se a corrente nominal do fusível de alguns jeitos
1° identificando as cores na espoleta do fusível

Outra foto abaixo mostrando como fica o fusível diazed depois de instalado na
base, parafuso de ajuste tampa, anel de proteção e cobertura da base.

2° forma de identificar o fusível


Identificando pelo diâmetro da parte metálica e pelo o que vem escrito no
corpo do fusível (Imagem abaixo).

Outras características do fusível DIAZED


1° Existem três tipos de fusíveis diazed, os retardados e o ultra rápido.
Ultra rápido: indicado para equipamentos eletrônicos na indústria, atua muito
rápido para equipamentos que não aceitam uma variação de corrente muito
alta.
Retardados: Cargas indutivas. Como motores e transformadores. Ou para
equipamentos que tem um pico de corrente muito alto na partida.
Rápido: cargas resistivas. Como fornos, luminárias e resistência de
aquecimento.
Fusíveis ultra rápidos se rompem mais fácil, já os retardados demoram mais
para se romper.
2° Para cada fusível existente, existe um parafuso de ajuste diferente. Na
imagem abaixo mostra dois tipos de parafusos de ajuste, o verde para fusíveis
de 4A a 6A. já o vermelho é para fusíveis de 10A.
3° Espoleta de acionamento do fusível, quando o fusível se rompe ele irá
demonstrar que foi rompido através do acionamento de espoleta mostrado na
imagem abaixo.

4° Como energizar um fusível diazed da forma correta.


O correto de se ligar um fusível diazed é descrito na imagem abaixo. Se você
ligar ele diferente corre o risco de você tomar um choque elétrico.

4° Para cada fusível existente existe uma base diferente, percebesse na


imagem abaixo que cada classe de fusível existe um bocal de base diferente.
Fusíveis de 2A até 30A usasse uma base do tipo DII.
Fusíveis de 35A até 63A usasse uma base do tipo DIII.
Fusíveis de 80A até 100A usasse uma base do tipo DIV.
1.3 Disjuntor
1.3.1 Definição
É um equipamento de comando e proteção de circuitos elétricos, cuja
finalidade é conduzir continuamente a corrente de carga sob condições
nominais e interromper correntes anormais de sobrecarga e de curto circuito.
Um disjuntor é um dispositivo eletromecânico, que funciona como
um interruptor automático, destinado a proteger uma determinada instalação
elétrica contra possíveis danos causados por curtos-circuitos e sobrecargas
elétricas. A sua função básica é a de detectar picos de corrente que
ultrapassem o adequado para o circuito, interrompendo-a imediatamente antes
que os seus efeitos térmicos e mecânicos possam causar danos à instalação
elétrica protegida.
Uma das principais características dos disjuntores é a sua capacidade de
poderem ser rearmados manualmente, depois de interromperem a corrente em
virtude da ocorrência de uma falha. Diferem assim dos fusíveis, que têm a
mesma função, mas que ficam inutilizados quando realizam a interrupção. Por
outro lado, além de dispositivos de proteção, os disjuntores servem também de
dispositivos de manobra, funcionando como interruptores normais que
permitem interromper manualmente a passagem de corrente elétrica.
O disjuntor unipolar (monopolar) é constituido por um único polo. O
disjuntor multipolar (bipolar ou tripolar) é contituido por dois ou mais polos
ligados mecanicamentee entre si de modo a atuarem em conjunto.

Por definição do dicionário brasileiro de eletricidade, da ABNT tem-se:


Dispositivo de manobra: dispositivo elétrico destinado a estabelecer ou
interromper corrente, em um ou mais circuitos elétricos.

Os valores nominais de corrente do disjuntor são impressos


externamente em sua carcaça, seja em alto-relevo, seja na forma de uma
placa. Esses valores são obtidos segundo as normas de ensaio que se aplicam
ao dispositivo, na forma individual, ou seja; é ensaiado uma unidade de
disjuntor, seja unipolar ou multipolar perante condições de temperatura e
altitude estabelecidas em norma.
Os disjuntores são normalmente dotados de relés de sobrecarga e de
curto-circuito, cada um tendo a sua curva característica, que devem ser
adequadamente coordenadas entre si.
Disjuntor tripolar:
1.3.2 Classificações dos disjuntores
Oque é Corrente nominal do disjuntor e qual a curva de atuação do disjuntor?
Essas curvas definem, basicamente o tipo de carga elétrica que o disjuntor irá
proteger e o tempo de atuação do disjuntor. Analisando de outra forma, as
cargas elétricas resistivas têm comportamentos diferente das cargas indutivas,
e uma das principais características que as diferem é a corrente Instantânea
(que surge no momento do acionamento destas cargas). Esta corrente
instantânea é que vai definir qual é a curva do disjuntor.
Primeiramente devemos saber que existem 3 tipos de curvas em um disjuntor,
B, C e D.
B É um disjuntor bem sensível, se a corrente passar da corrente nominal
(corrente nominal é a corrente que o equipamento é projetado) o disjuntor é
automaticamente desarmado.
No disjuntor de curva B, a corrente instantânea suportada será de 3 a 5 vezes
a corrente nominal, logo, se tivermos um disjuntor de 10A, ele irá suportar uma
corrente instantânea de no máximo 50A. Este disjuntor é utilizado para realizar
a proteção de cargas resistivas como os chuveiros elétricos, aquecedores,
proteção de tomadas de Uso Geral as TUGs e assim por diante.

C A curva Tipo C será mais robusto em relação a capacidade de suportar


esta corrente instantânea, ele irá suportar de 5 a 10 vezes a corrente
nominal da carga.

Utilizando o exemplo anterior, um disjuntor de 10A suportar á uma corrente


instantânea de até 100A.

Estes disjuntores serão utilizados em proteção de cargas indutivas que


exijam correntes de partidas “medianas” é o caso de motores, outro
exemplo prático é o ar condicionado, motor de bomba de piscina, reatores
de lâmpadas fluorescentes bombas de poço artesiano e cargas indutivas
similares.

D A curva Tipo D terá por sua vez uma maior capacidade de suportar estas
correntes instantâneas, que neste caso poderá ser entre 10 e 20 vezes a
corrente nominal, utilizando novamente nosso exemplo teremos que um
disjuntor de 10A suportará então até 200A de corrente instantânea.

Estes disjuntores serão utilizados por sua vez na proteção de grandes


cargas indutivas onde como motores de grande porte e transformadores
mais robustos, um exemplo são as máquinas de solda.

1.3.3 tipo de disjuntor


Disjuntor magnético
Uma corrente elétrica que percorre um condutor elétrico gera um campo
magnético essa lei do eletromagnetismo nos permite dimensionar uma bobina
que quando atingida por uma forte corrente elétrica desloca um contato
seccionando assim um circuito, esse é o princípio de funcionamento do
disjuntor magnético, esse efeito é instantâneo o que garante uma incrível
precisão a este disjuntor.
Esta velocidade de interrupção instantânea é o que nos permite proteção
contra curto circuitos e neste caso é possível substituir um fusível.
Sua maior vantagem é a precisão e a possibilidade de proteger contra curtos
circuitos em contrapartida tem um preço mais elevado.
Disjuntor térmico
Os disjuntores térmicos funcionam através da deformação de uma
lâmina bi metálica, quando ocorre uma sobre carga e a corrente elétrica neste
disjuntor é maior que a aceitável, a lâmina bi metálica se aquece por efeito
joule e começa a se deformar, este deformamento age diretamente em um
contato que em determinado nível de deformação abre o contato seccionando
o circuito protegido por este disjuntor.
A vantagem do disjuntor térmico é ser um componente mecanicamente
simples e robusto, desta maneira é um componente relativamente barato, em
contrapartida sua desvantagem é não possuir uma grande precisão de corrente
de seccionamento e ser usada apenas para aquecimentos de longo prazo, não
sendo possível o seu uso para proteção contra curto circuitos.
Disjuntor termo magnético
Denominação dada aos disjuntores que combinam ambas as formas de
proteção.
Os símbolos abaixo referem-se a disjuntores monofásicos. A manobra
através de um disjuntor é feita manualmente – geralmente por meio da
alavanca – ou pela ação de seus reles de sobrecarga (bi metálico) e de curto-
circuito (eletromagnético).
1.4 Disjuntor motor

1.4.1 O que é disjuntor motor


O disjuntor motor ou também guarda motor, é um dispositivo de
manobra mecânico utilizado para estabelecer, conduzir e interromper
correntes sobre condições normais do circuito, e interromper correntes
sob condições anormais do circuito, como: curto-circuito, sobrecarga ou
sobtensão.
O disjuntor motor é um disjuntor que foi desenvolvido especialmente
para o acionamento e proteção de motores elétricos.
O disjuntor motor tem algumas vantagens, e a principal vantagem dele
é que ele consegue reunir todas as características de fusível, de relé
térmico e de contator.
Ele faz a função de todos estes três equipamentos, o que traz uma
vantagem maior é que com um pequeno espaço você consegue fazer a
união de três equipamentos: fusível, contator e relé térmico.

L1, L2, L3 Entradas


T1, T2, T3 Saídas
E porque tem 1,3,5 em cima e 2,4,6 em baixo?
Isso indica que 1,3,5 são as entradas de alimentação e 2,4,6 são as
saídas para alimentar o motor.

A Seta acima indica um mecanismo de teste da chave, indica se o


mecanismo de desarme está funcionando.
A seta abaixo indica uma chave seletora de ajuste fino de corrente.
1.4.2 tipos de disjuntor motor

Disjuntor-motor magnético
Segundo informações do fabricante este disjuntor possui as seguintes
características:
Proteção contra curto-circuito e seccionamento com possibilidades de
bloqueio mecânico por circuito individual de motores;
Disparador térmico ajustável para proteção contra sobrecargas e
dotado de mecanismo diferencial com sensibilidade a faltas e fase,
incorporado no relé de sobrecarga;
Disparador magnético fixo e calibrado em 12 vezes a corrente
nominal do disjuntor.

Disjuntor-motor termomagnético
Características:
Proteção contra curto-circuito e seccionamento com possibilidades
de bloqueio mecanismo por circuito individual de motores;
Disparador térmico ajustável para proteção contra sobrecargas e
dotado de mecanismo diferencial com sensibilidade a faltas de fase,
incorporando no disjuntor-motor;
Disparador magnético fixo e calibrado em 12 vezes a corrente
nominal do disjuntor;
(a) Disjuntor motor magnético
(b) Disjuntor motor termomagnético
1.5 Dispositivos diferenciais residuais (DDR)
1.5.1 Definição
São dispositivos contra fuga de corrente elétrica, permitem otimização
de energia e evitam choques elétricos. Eles asseguram o comando e
seccionamento dos circuitos elétricos.
A utilização deste tipo de dispositivo é obrigatória nas edificações
segundo a norma NBR 5410/97, que define seu uso nas áreas frias ou sujeitas a
umidade, como banheiros, áreas de serviço e áreas externas.
Na foto abaixo vemos um ddr bipolar e um ddr tetra polar.

Simbologia:
1.5.2 Funcionamento
O dispositivo mede permanentemente a soma vetorial das correntes que
percorrem os condutores de um circuito. Enquanto o circuito mantiver
eletricamente equilibrado, a soma das correntes em seus condutores é
praticamente nula. Se houver falha de isolação no equipamento ou alguma
pessoa tocar na parte viva do circuito protegido pelo DR, surgira uma corrente
de fuga à terra. Isso ocorrendo, a soma vetorial das correntes nos condutores
monitorados pelo DR não será mais nula.
O dispositivo detecta exatamente essa diferença de corrente. Quando a
intensidade de corrente de fuga atinge um determinado valor, o Rele R é
ativado e por sua vez desativa os contatos principais do próprio dispositivo ou
outro dispositivo – contator ou disjuntor – a ele associado.
LEGENDA:
R Rele de disparo;
A Unidade de medição e comparação para correntes residuais continuas
lisas;
T Botão de teste;
W1 Sensor de correntes senoidais e correntes continuas pulsantes;
W2 Sensor de correntes continuas puras;

1.5.5 Tipos
Disjuntor com proteção DDR
Os DDR’s são disjuntores com proteção diferencial, onde já estão
incorporados em um único produto as funções do DR (Diferencial residual) e do
mini-disjuntor. O DDR possui proteção diferencial contra contatos diretos e
indiretos e proteção contra sobrecarga e curto-circuito. Normalmente são
disponíveis nas curvas B e C e sensibilidade de 30 e 300mA. Sendo assim o
DDR protege as pessoas dos efeitos maléficos de um choque elétrico (corrente
até 30mA) e os equipamentos patrimoniais (correntes entre 100 e 500mA).
Apresenta um custo maior em relação ai IDR.

1.6 Interruptor diferencial residual – IDR ou DR


1.6.1 Definição
IDR é a sigla para Interruptor Diferencial Residual, DR é a sigla para
Diferencial Residual, o que demonstra que DR é outra maneira de nomear o
IDR. DDR é a sigla para Disjuntor Diferencial Residual. O IDR se diferencia o
DDR, pois ele não funciona como disjuntor, o que é o caso do DDR. IDR atua
somente em casos de corrente de fuga, não de curtos circuitos. Já o DDR
funciona como disjuntor e também em casos de corrente de fuga.
IDR é o dispositivo que acusa a fuga de corrente e desarma o circuito, seja por
uma instalação malfeita, desgastes do cabo ou até mesmo uma pessoa
levando um choque. O uso do IDR não dispensa o uso do disjuntor, já que ele
não faz a função dos disjuntores.

1.6.2 Função do IDR


O Interruptor Diferencial Residual tem a função de desligar automaticamente o
circuito caso exista uma corrente de fuga que ultrapasse 30 mA, ou seja, caso
ocorra uma fuga de corrente maior que 30 mA, o IDR reconhece e desliga
automaticamente o circuito. O IDR tem essa característica para proteção
contra choques elétricos. Esse valo de 30 mA é justamente escolhido para
proteção dos seres humanos, pois está é a intensidade máxima que um ser
humano pode suportar. Alguns IDRs também podem apresentar este valor com
variações, não exatamente 30 mA, pois são específicos para proteção de
máquinas ou equipamentos, e este de 30mA é exclusivo para proteção de
seres humanos contra choques elétricos.

1.6.3 Funcionamento do IDR


O IDR tem um funcionamento simples. Internamente ele possui um Núcleo
Toroidal onde são enrolados os cabos que se deseja monitorar. Nos polos de
entrada do IDR são conectados os cabos fase e neutro (dependendo do modelo
usado). Entres esses cabos existe uma diferença de potencial (voltagem ou
tensão) e é a partir dela que flui a energia elétrica. Se pelo cabo fase entra 10
A e estes mesmo saem pelo cabo neutro, o IDR permanece armado, mas caso
isso não aconteça, o IDR entende que existe uma fuga de corrente, a partir daí
os dispositivos internos do IDR calculam este valor de fuga, caso ele seja maior
que 30 mA o IDR desarma o circuito. O neutro serve para fazer a leitura, para
entender se está sendo perdido em algum instante e por algum motivo o valor
de corrente que entrou pelo cabo fase.

1.6.4 Características construtivas


O IDR possui o que chamamos de polos, por onde são conectados os cabos que
se deseja monitorar. A quantidade de polos do IDR pode variar de acordo com o
modelo, que pode ser tetrapolar, bipolar e etc.
Algo peculiar do IDR é a existência de um botão para teste, ele simula uma
fuga de corrente para testar se o desarme vai ser realizado, é uma forma de
verificar e também prevenir acidentes pois, se no teste o desarme não foi
realizado em uma situação real isso também não iria acontecer. No IDR
também existe o botão de liga e desliga, com sinalização verde para desligado
e vermelho para ligado.
Algumas informações são dispostas na superfície do IDR, tais como:

 In = corrente de trabalho, quantificada em amperes;

 Corrente de desarme, quantificada em amperes;

 Tensão de trabalho, quantificada em volts;


1.6.5 IDR na norma NBR-5410
A NBR-5410 estipula as condições mínimas necessárias para um
funcionamento adequando e seguro das instalações de baixa tensão. A NBR-
5410 no item 5.1.2.2 fala sobre a obrigatoriedade do uso de IDRs em:

 Em circuitos que sirvam de ponto de utilização situados em locais que


contenham chuveiro ou banheira;

 Em circuitos que alimentem tomadas situadas em áreas externas à


edificação;

 Em circuitos que alimentem tomadas em áreas internas que possam vir


a alimentar equipamentos nas áreas externas;
 Em circuitos que sirvam de pontos de utilização situados em cozinhas,
copas, lavanderias, áreas de serviço, garagem e demais dependências
internas molhadas ou sujeitas à lavagem;

 Os circuitos que, em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de


tomada situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens e no geral, em áreas internas molhadas em uso normal
ou sujeitas a lavagens.

A norma não especifica a obrigatoriedade deste dispositivo por ponto, por


circuito ou por grupo de circuito. Mas não é recomendada a utilização de
apenas um IDR para toda instalação elétrica residencial.

1.7 Rele térmico de sobrecarga

1.7.1 Definição
São dispositivos que atuam pelo efeito térmico provocando pelas
sobrecorrentes de longa duração, ou quando ocorre sobrecarga que
superaquecem o circuito ou partes do circuito a níveis inadmissíveis. Este
superaquecimento pode ocorrer, por exemplo, em função de:
 Sobrecarga mecânica na ponta do eixo do motor;

 Falta de uma fase;

 Tempo de partida prolongado de um motor;

Outros nomes encontrados para Rele térmico:


Rele Bimetálico;
Rele de Sobrecarga;

1.7.2 Simbologia

1.7.3 Principio construtivo de um rele de


sobrecarga
Contatos Auxiliares
Geralmente o relé térmico de sobrecarga possui dois contatos, um
normalmente fechado NF (abridor) e outro normalmente aberto NA (fechador).
O contato NF é responsável pela interrupção de funcionamento do circuito
elétrico em caso de sobrecarga, podendo retornar à posição inicial de forma
automática ou manual. Já o contato NA normalmente é utilizado na sinalização
de relé atuado.
Botão de Rearme
Têm a função de rearmar os contatos auxiliares do relé de sobrecarga.
Lâmina Bimetálica Auxiliar
Tem a função de fazer a compensação do ajuste, de acordo com a
variação da temperatura ambiente.
Lâminas Bimetálicas Principais
Tem a função de acionar o dispositivo mecânico quando sofrem uma
dilatação e consequente deflexão devido à elevação da corrente elétrica,
comutando os contatos móveis do relé.
Mecanismo de Regulagem (Ajuste de Corrente)
Permite efetuar a regulagem da corrente solicitada pela carga, que
poderá circular no circuito.

1.7.4 Funcionamento
Funcionamento Os relés de sobrecarga foram desenvolvidos para operar
baseados no princípio de pares termoelétricos. O princípio de operação do relé
é baseado nas diferentes dilatações que os metais apresentam, quando
submetidos a uma variação de temperatura. Duas ou mais lâminas de metais
diferentes (normalmente ferro e níquel) são unidas através de soldas, sob
pressão ou eletroliticamente. Quando aquecidas elas se dilatam
diferentemente e se curvam. Esta mudança de posição é usada para
comutação de um contato.
Durante o esfriamento, as lâminas voltam à posição inicial. O relé está, então,
novamente pronto para operar, desde que não exista no conjunto um
dispositivo mecânico de bloqueio. O relé térmico permite que o seu ponto de
atuação seja ajustado com o auxílio de um dia. Isto possibilita ajustar o valor
de corrente que para a atuação do relé.
Deve-se calibrar a corrente de ajuste do rele em função da corrente nominal do
componente a ser protegido, por exemplo, um motor.

Ação da corrente nas lâminas

As lâminas do rele de sobrecarga bimetálico podem ser aquecidas de


diversa formas pela corrente:
1. Aquecimento direto
As lâminas estão no circuito principal e são percorridas pela corrente
total ou parte dela. O aquecimento, neste caso, é função da intensidade
de corrente e da resistência das lâminas.

2. Aquecimento indireto
Neste caso, as lâminas ou são envolvidas ou recebem calor de um
elemento resistivo.

3. Aquecimento Semidireto
As Lâminas são aquecidas pela passagem de corrente e, adicionalmente,
por um elemento resistivo. O elemento resistivo pode ser ligado em série
ou paralelo com as lâminas. Este tipo de relé é usado para pequenas
correntes de atuação para se conseguir a dilatação necessária.
1.7.5 reles de sobrecarga com operação através de
transformadores de corrente
Utilizam-se dois tipos de transformadores de correntes:
Os que operam linearmente até aproximadamente 10 vezes a corrente nominal
primária;
Os que operam em sobrecorrente de sobrecarga a partir da corrente nominal

1.7.6 Características de disparo do rele de sobrecarga


A característica de disparo do rele de sobrecarga indica os vários tempos
de atuação em função de múltiplos ajustes e devem ser definidas sob a forma
de curvas fornecidas pelo fabricante, conforme mostra a figura abaixo.

1.7.7 Condições de serviço


Influência da Temperatura Ambiente:
As características de disparo correspondem a um valor determinado da
temperatura ambiente, e são baseadas na ausência de carga prévia do relé de
sobrecarga (ou seja, estado frio). Este valor de temperatura ambiente deve ser
claramente indicado nas curvas de disparo; os valores preferenciais são de +
20°C ou + 40° C.
Compensação de Temperatura:
Os relés de sobrecarga térmicos possuem compensação de temperatura
ambiente, exemplificando:
Com uma temperatura ambiente de + 30 C, as lâminas bimetálicas principais
se dilatar o, curvarão e terão deslocado através do cursor, uma parte do
percurso e, para um determinado valor de corrente, resultaria um tempo de
disparo menor Para que isto seja evitado, o cursor atua sobre a lâmina
bimetálica auxiliar Esta lâmina não e, contudo, percorrida pela corrente. Ela é
aquecida somente pela temperatura ambiente e se curvara na proporção das
lâminas principais. Desta forma as lâminas aquecidas pela corrente
determinarão um mesmo tempo de disparo para qualquer temperatura
ambiente. este tipo de compensação de temperatura satisfaz na faixa de 20° a
+ 50°C
 Proteção contra Religamento Involuntário:
Após um disparo por sobrecarga, as lâminas bimetálicas necessitam resfriarem
e retornar à sua posição inicial até que o relê esteja novamente em condições
de serviço. Assim, o intervalo de repouso necessário ao motor fica
obrigatoriamente assegurado
Relés de sobrecarga em rearme automático são utilizados com contatores
comandados por botão de impulso. Após o tempo de resfriamento, o contato
auxiliar do relé retorna à sua posição inicial não ativando o circuito de
comando.
Relés de sobrecarga em rearme manual são utilizados em contatores
comandados por chave de posição fixa. O contato auxiliar do relé permanece
aberto após o tempo de resfriamento, impedindo ativar-se o circuito de
comando.
 Proteção contra Falta de Fase:
A curva característica de disparo de um relé de sobrecarga trifásico é dada na
condição de que todas as três lâminas são percorridas por correntes
equilibradas. No caso de falta de fase, apenas duas lâminas são aquecidas e
devem produzir. sozinhas, o deslocamento/força necessários para atuação do
mecanismo de disparo.
Os Relés de sobrecarga trifásicos, com proteção contra falta de fase, oferecem
a vantagem de atuação mais rápida quando sob carga bifásica, ou seja, falta
de uma fase.

1.7.8 Como dimensionar um relé térmico


Antes de você dimensionar um rele térmico como mostraremos abaixo, lembre-
se que cada marca de relé térmico tem suas especificações de
dimensionamento. O dimensionamento que mostraremos abaixo é de um rele
térmico da marca ALTRONIC.
 Dimensionamento por corrente nominal e por CV.
 Dimensionando por tamanho de rele térmico que encaixa no
contator
Como já foi dito acima sobre os reles térmicos, cada marca tem suas
especificações e tamanho diferentes. (formas de encaixe, tamanho de
terminais elétricos). Lembrando, se você for comprar um contator de
uma marca e comprar um rele térmico de outra marca, na maioria dos
casos um não vai se encaixar no outro.
O ideal quando você comprar um contator e rele térmico é que sejam da
mesma marca, que os encaixes do rele térmico se acople na saída do
contator, assim evitando erros de dimensionamento.
A imagem abaixo mostra os diferentes tipos de encaixes de um rele
térmico da marca AlTRONIC.
(Lembrando cada marca possui tamanhos diferentes de encaixes e
saídas para contatores e reles térmicos).
(Na imagem abaixo podemos ver o rele térmico 3us50 tem terminais
menores que os demais, isso implica em que quanto maior os terminais
de acoplamento no contator, maior é a corrente de ajuste do rele
térmico).

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