JULHO DE 2011
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2009/2010
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
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Autor.
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
AGRADECIMENTOS
Ao longo deste trabalho foram diversas as pessoas que directa ou indirectamente contribuíram para
que este se tornasse possível. Desta forma quero que fique aqui registado o meu mais sincero
agradecimento, particularmente:
− Ao Professor Hipólito Sousa, pelo modo cativante com que me transmitiu os seus conhecimentos,
pela sua constante disponibilidade, aconselhamento, pelo apoio demonstrado, e pela indicação de
inúmeros meios que me facultou.
− Ao grupo de Engenheiros da Martifer Inox, em especial à Engª Luísa Cruz pela consideração e
esforço demonstrado, contribuindo para que os dados introduzidos neste estudo fossem o mais
aproximados possível com a realidade.
− Aos meus amigos em geral, especialmente aos do ISEP, pela preocupação e disponibilidade
demonstrada ao longo da realização deste trabalho.
− Ao Costa e ao Pedro pela amizade, pelo companheirismo e espírito de equipa que desde o ingresso
na FEUP até ao último dia de conclusão deste trabalho sempre demonstraram.
− Aos meus Pais e Irmã, pela constante motivação, pelas palavras de conforto e pelo constante
empenho na minha formação pessoal e profissional. Essencialmente pelo exemplo de vida que
representam para mim e pela forma como sempre me apoiaram em todas as situações e barreiras da
vida.
− À Inês, pela ajuda incansável, pela dedicação, por todo tempo dispensado e compreensão nos
momentos de maior tensão. Essencialmente por a cada dia demonstrar ser uma pessoa fantástica,
brilhante e uma companheira para a vida.
i
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
RESUMO
O presente trabalho tem por objectivo o estudo de edifícios industriais e armazéns, particularmente as
soluções de coberturas leves. Pretende-se aprofundar, adoptando uma perspectiva exigencial, o
conhecimento dos aspectos mais condicionantes do comportamento das coberturas deste tipo de
edifícios.
No que concerne aos sistemas estruturais, descreve-se de uma forma geral os aspectos de carácter
geométrico e o tipo de soluções. Dá-se maior destaque a soluções de pórticos planos metálicos,
treliçados ou de alma cheia, mas também se discutem outras soluções como a madeira lamelada
colada, betão pré-fabricado ou estruturas mistas aço-betão.
No que diz respeito às soluções de revestimento, das coberturas são abordadas aquelas que melhor se
adequam aos edifícios de configuração industrial, nomeadamente as chapas metálicas, o
naturocimento, painéis sandwich, entre outras.
Além dos aspectos estruturais e de revestimento, analisa-se também aspectos que embora não
parecendo, de igual forma são importantes, tais como os processos de drenagem, de ventilação e os
sistemas de iluminação correntes.
Para além da exposição de soluções serão referenciadas todas as exigências funcionais aplicáveis ao
tema e que deverão ser cumpridas.
Por último aplica-se esta avaliação a um caso de estudo prático.
Existem diversos aspectos a levar em conta na definição dos edifícios de configuração industrial,
contudo a informação existente é por vezes dispersa, comercial, e nem sempre faz referência concreta
e sequencial às soluções vigentes.
Este estudo pretende então colmatar algumas dessas lacunas e contribuir para uma visão mais
integrada das soluções de cobertura como um sistema relacional entre estrutura e revestimentos, numa
perspectiva exigencial.
iii
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
ABSTRACT
The aim of this study is the analysis of industrial and storage buildings, with focus on the light cover
options. The intention is to deepen, from a requirement perspective, the knowledge of the most
relevant aspects of the behavior of these type of buildings covers systems.
In what structural systems are concerned, it is made a general description of the geometric nature
features and the type of solutions. More attention is granted to metallic flat portal solutions, of truss or
of steal profile, as well as other options are approached such as glued laminated wood, prefabricate
concrete or mixed structures of steel-concrete.
With regard to coating options, it is considered the ones that better adequate to buildings of industrial
configuration, which include metallic plates, the natural cement, sandwich panels, amongst others.
Besides of the structural and coating options, other issues are studied, which might not even look but
are the same way important, such as the characterization of the drainage processes, ventilation and the
continuing lighting systems.
Further to the exposition of solutions, it will be referred other functional demands applicable to the
theme and which shall be observed.
Finally this evaluation is applied to the case study.
There are several processes to consider for buildings of industrial configuration, however the existing
information is somehow disperse, commercial as not always accurate and sequential with regard to the
current existing options.
This study intends to suppress some of such lacunas and contribute to vision of the cover options as a
relational system between structure and coating, from a requirement perspective.
KEYWORDS: functional demands, structural cover systems, coating cover systems, industrial buildings,
cost-benefit analysis.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i
RESUMO ................................................................................................................................. iii
ABSTRACT ............................................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES............................................. 1
1.2. OBJECTIVOS..................................................................................................................................... 2
1.3. ESTRUTURAÇÃO DE CONTEÚDOS ................................................................................................... 3
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
5.3.2. ESTRUTURA COM VIGAS EM TRELIÇA E PILARES DE ALMA CHEIA (VÃO DE 22M) ................................. 93
5.3.3. ESTRUTURA COM VIGAS EM PERFIS DE ALMA CHEIA E PILARES DE BETÃO ARMADO (VÃO DE 22M)..... 94
5.3.6. ESTRUTURA COM VIGAS EM TRELIÇA E PILARES DE ALMA CHEIA (VÃO DE 44M) ................................. 99
5.3.7. ESTRUTURA COM VIGAS EM PERFIS DE ALMA CHEIA E PILARES DE BETÃO ARMADO (VÃO DE 44M)... 100
5.3.9. SÍNTESE GERAL DE CUSTOS DAS SOLUÇÕES (VÃO DE 22M E 44M) ................................................. 104
5.4. ANÁLISE DE SOLUÇÕES DE REVESTIMENTO.............................................................................. 105
5.4.1. AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS MAIS RELEVANTES PARA O USO A QUE DESTINA ....................... 105
5.5. COMBINAÇÃO DE CUSTOS PARA SOLUÇÕES ESTRUTURAIS E DE REVESTIMENTO ................ 106
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................107
6.1. CONCLUSÕES DO CASO EM ESTUDO ......................................................................................... 107
6.2. CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................................................ 110
6.3. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO ...................................................................... 111
7. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................112
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig.3.7 - Tipos de cobertura com vigas em alma cheia e vazada [12] ................................................... 25
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Fig.3.32 - Pórtico com consola, pilar escalonado ou coluna dupla para instalção de ponte rolante [30] 37
Fig.3.33 - Ponte rolante tipo [31] .......................................................................................................... 37
Fig.3.34 - Estrutura sem colunas intermédias em tesoura a duas águas [32] ..................................... 38
Fig.3.35 - Estrutura sem colunas intermédias, em treliça e a duas águas [32] ................................... 38
Fig.3.36 - Estruturas tipo “shed” apoiadas em treliças sem colunas intermediárias e a duas águas [32]39
Fig.3.37 - Pórticos apoiados em vigas rectas com vigas de pórticos intermédios [32] ......................... 39
Fig.3.41 - Elementos e dimensões standard das secções de lâmina colada (em milímetros) [43] ...... 45
Fig.3.44 - Exemplo de pavilhão realizado através de elementos planos em treliça [37] ...................... 47
Fig.3.47 - Madeira lamelada colada sob a forma de pórticos curvos ou arcos [44] ............................. 48
Fig.3.49 - Sistema estrutural de pórticos em betão para coberturas em duas e em múltiplas águas .. 51
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Fig.4.11 - Perfil de revestimento em chapa zipada e equipamento para realizar fixação das chapas
[65] .......................................................................................................................................................... 66
Fig.4.16 - pormenor de ligação do naturocimento ás madres metálicas através de grampos [66] ....... 71
Fig.4.17 - Sequência e sentido de montagem das chapas [55] ............................................................. 71
Fig.4.24 - Colector pluvial de águas para edifico a duas águas [67] ..................................................... 77
Fig.4.26 - Colector de águas pluviais para coberturas planas em edifício com platibanda [72] ............ 78
Fig.4.27 - Colector de águas pluviais para coberturas de grande vão e do tipo shed [72] ................... 78
Fig.4.30 - Vantagens do sistema “Geberit Pluvia” em relação aos sistemas convencionais [75] ......... 80
Fig.4.31 - valores médios anuais de precipitação por região registados em Portugal [76] ................... 81
xv
Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Fig.5.8 - Estrutura com Vigas em Perfis de Alma Cheia e Pilares de Betão Armado (Vão de 22m) ... 95
Fig.5.9 - Quadro resumo (Robot) .......................................................................................................... 95
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Quadro 3.2 – Tipos de ligações entre peças (betão pré-fabricado) [48] [49] ........................................ 51
Quadro 5.3 – Síntese de valores para vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado ....... 96
Quadro 5.6 – Síntese de valores para vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado ..... 102
Quadro 5.7 – Resumo Custos Finais para as três soluções ................................................................ 104
Quadro 5.8 – Quadro de Avaliação das Características Mais Relevantes .......................................... 105
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
xviii
Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
3D - Três dimensões
DL - Decreto de Lei
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
1
INTRODUÇÃO
1
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
soluções um pouco mais complexas, de que fazem parte as coberturas do tipo sandwich ou os sistemas
“Deck”.
As questões relacionadas com atravancamentos e possibilidades de expansão de espaços e
desobstrução dos mesmos são bastante importantes em edifícios industriais. Em geral, esta
importância é maior em edifícios com vãos mais elevados do que em situações de vãos mais
reduzidos.
Este tipo de soluções permite criar áreas internas maiores, facilitando a mobilidade e a liberdade que
este tipo de edifícios necessitam. Além do revestimento de coberturas é também importante a tipologia
das estruturas de suporte. Na actualidade, as soluções a adoptar assentam correntemente na aplicação
de estruturas metálicas, em pórticos de alma cheia ou treliçados, a par dos respectivos
contraventamentos.
Em termos estruturais além destas soluções, podem usar-se nomeadamente estruturas de betão pré-
fabricadas, madeira lamelado colada ou soluções mistas aço-betão. Estas soluções são menos vulgares,
mas poderão perfeitamente integrar o tipo de edifícios em estudo. Tal como nos revestimentos, a
melhor escolha estrutural deverá ter em consideração o factor económico e o desempenho dos mesmos
face ao uso a que se destina.
Um ponto importante a relevar será a exposição das diversas vantagens e desvantagens que
caracterizam todas as soluções anteriormente descritas.
Para além dos factores apresentados, aspectos como a iluminação, ventilação, drenagem de águas,
ligações entre elementos construtivos, entre muitos outros, são de extrema importância. São
aparentemente menos relevantes mas poderão condicionar o desempenho de qualquer edifício.
As exigências de construção a que os edifícios de configuração industrial devem respeitar são o ponto
de partida para que ao longo da sua vida útil todas as condições de utilização sejam garantidas. Assim
requisitos ligados aos materiais como a resistência mecânica e estabilidade, a segurança contra
incêndio, higiene, saúde e ambiente, segurança na utilização, conforto acústico e isolamento térmico
são factores a ter cada vez mais em consideração.
1.2. OBJECTIVOS
O objectivo essencial deste trabalho passa por apresentar diversas propostas referentes a soluções para
coberturas leves de armazéns e edifícios industriais, bem como o que directa ou indirectamente se
relaciona com as mesmas.
Os principais objectivos a abordar são:
• contextualizar e perceber a evolução do tema em estudo;
• enumerar as exigências funcionais que os armazéns e edifícios industriais com coberturas
leves devem satisfazer;
• discutir os aspectos de segurança estrutural e dimensionamento de forma mais aprofundada,
designadamente atendendo às acções actuantes, bem como as questões de pormenorização e
ligação;
• sintetizar vantagens e desvantagens de todas as soluções estruturais e de revestimento,
estabelecendo quando possível comparações;
• estabelecer considerações face ao efeito do vento, a eventualidade de ocorrência de sismos,
segurança contra incêndios, ventilação, disposições construtivas, entre outros, que passa
2
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
Com a realização de um caso prático pretende-se ter uma noção prática da realidade do tema deste
estudo. Através deste, demonstrar também a forma como se podem estudar as alternativas quanto aos
sistemas estruturais e de revestimento de coberturas que o mercado oferece.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
2
PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DE
DESEMPENHO DE COBERTURAS
LEVES DE ARMAZÉNS E EDIFÍCIOS
INDUSTRIAIS
2.1. INTRODUÇÃO
O programa de execução de um edifício de natureza industrial implica o cumprimento de diversos
parâmetros, de maneira a que todas as fases que envolvem o seu processo construtivo sejam cumpridas
de forma legal e regulamentar. É fundamental caracterizar aspectos que aparentemente podem ser
irrelevantes, mas que muitas vezes representam factores prioritários para o êxito de qualquer
construção. Assim, aspectos como o contexto físico/localização das edificações, os aspectos
ambientais existentes e o cumprimento de directrizes de zonamento são preponderantes. Deste a
localização geográfica do terreno, a vegetação existente, a topografia dos terrenos, o clima, a
orientação solar bem como a orientação dos ventos, são tudo factores que condicionam a definição da
forma e dos limites dos edifícios, auxilia o estabelecimento da relação entre a organização e a
implantação. Estas especificações encontram-se sintetizadas em regulamentos e normas que procuram
cobrir a generalidade das exigências que as construções têm que cumprir.
Neste capítulo, pretende-se abordar as exigências funcionais para edifícios industriais com coberturas
leves, embora que a sua segurança estrutural assuma um papel de destaque neste ponto. Procurar-se-á
fazer referência às exigências e regras de qualidade que, directa ou indirectamente estejam
relacionadas com o tema, nomeadamente ao nível de coberturas planas ou inclinadas bem com os
materiais de revestimento dos mesmos.
Este ponto incorpora de forma relativa, regras de qualidade que derivam das exigências e referências
normativas. As regras de qualidade concretizam e classificam a filosofia exigencial dos edifícios e
estão, em geral, na base deste trabalho.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
Exigências Descrição
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
De acordo com a DPC estas exigências essenciais das obras devem ser satisfeitas durante um prazo
economicamente razoável, condição que impõe uma exigência adicional de durabilidade.
A marcação CE de um determinado produto da construção, quer através da declaração de
conformidade quer através de certificado de conformidade, só é possível desde que este evidencie a
sua conformidade com especificações técnicas aplicáveis.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
escolha das soluções construtivas e técnicas a adoptar, deve tomar em consideração um elevado
conjunto de exigências funcionais, as quais se encontram definidas e sistematizadas em normas,
regulamentos nacionais e especificações técnicas.
Através da consulta de bibliografia da especialidade e de catálogos de empresas que comercializam
revestimentos e estruturas para coberturas, verifica-se uma diversidade de materiais possíveis de ser
aplicados. Por outro lado, os parâmetros a avaliar neste tema estendem-se às estruturas base de
suporte, ligadas a edifícios de elevados vãos ou mesmo referentes aos materiais de revestimento, sendo
sobre este que incidirá maioritariamente a presente avaliação.
Será feita uma análise geral aplicável a qualquer tipo de cobertura de edifícios de natureza industrial,
quer seja destinado a pavilhões desportivos, pavilhões industriais, ou pavilhões para realização de
eventos. Serão portanto apresentadas as exigências a satisfazer pelas coberturas (planas e inclinadas) e
para os principais revestimentos de edifícios industriais, centrados na prática portuguesa. É importante
realçar, que a posição plana de coberturas torna-as mais susceptíveis aos efeitos dos agentes
atmosféricos, atendendo a que a sua incidência sob o plano da cobertura se concretiza de forma mais
intensa que em coberturas de vertentes inclinadas.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
• aumento do amortecimento;
• alteração da geometria.
Importa referir que as pressões internas são geralmente controladas pelos processos de ventilação.
Relativamente ao revestimento de coberturas, este deverá ser devidamente fixado à estrutura de base
pois é de extrema importância que não se verifique o risco de levantamento, de arrancamento ou de
rotura, quando submetido à acção do vento (sucção).
As exigências em relação à reacção ao fogo, devem ser fixadas não só consoante as características dos
locais em que serão aplicados, mas também em função do tipo, dimensões, altura e número de
ocupantes dos edifícios em que o local a revestir se insere.
As estruturas de aço quando expostas a altas temperaturas fazem degenerar as suas características
físicas e químicas.
O Quadro 2.2 apresenta uma estimativa de valores que relaciona a temperatura a que a estrutura está
sujeita com a resistência e com tempo de incêndio da mesma para elementos sem qualquer protecção.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
400 100 20
500 80 25
600 40 30
700 20 40
800 10 50
Como se pode comprovar, o aumento da temperatura provoca uma significativa redução da resistência
da estrutura e da sua rigidez, exemplificado que para uma temperatura de 500ºC, a estrutura apresenta
80% da resistência em estado normal e quando exposta a 700ºC, a resistência diminui para 20% da
inicial.
Além disso, o tempo para a estrutura atingir temperaturas mais elevadas é maior ou menor,
dependendo da robustez da estrutura.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
2.3.3.3. Permeabilidade ao ar
A permeabilidade ao ar não deve permitir desperdícios de energia excessivos, nem correntes de ar nos
locais sob a cobertura. Os dispositivos de ventilação deverão também estar em concordância com este
factor de modo a que os requisitos sejam cumpridos. Estes deverão contemplar factores como a
permanência de pessoas ou a geração de calor devido a equipamentos de produção.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
2.5.1. ACÇÕES
As acções a utilizar para uma análise estrutural encontram-se especificadas no Eurocódigo 1. As
acções permanentes e as sobrecargas especificamente num projecto de estruturas podem agrupar-se
segundo:
Acções Permanentes
• peso próprio da estrutura resistente;
• peso próprio do revestimento;
• peso próprio de elementos de iluminação ou suspensão de cargas.
Acções Variáveis
• sobrecarga na cobertura;
• efeito da variação da temperatura;
• acções devidas ao vento;
• acções devidas à neve;
• acções devidas ao sismo.
2.5.1.2. Sobrecarga
A sobrecarga a considerar varia consoante a categoria de utilização da cobertura, definida na Fig.2.2
(EC1).
As coberturas de edifícios industriais são classificadas na sua grande maioria como tendo categoria H.
Os valores referenciais recomendados apresentam-se na Fig.2.3 e adoptam-se geralmente para a carga
distribuída, qk=0,4 kN/m2 e para a carga concentrada, Qk=1,0 kN. Estas sobrecargas devem ser
aplicadas na projecção horizontal da cobertura em causa.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
RSA EC1
Escala de 2 níveis de rugosidade dos solos Escala de 5 níveis de rugosidade dos solos
Estruturas com altura mínima de 10 metros Incluído o factor de exposição para alturas
(rugosidade do tipo I) ou 15 metros inferiores e superiores a 10 metros e para os
(rugosidade do tipo II) 5 tipos de rugosidade do terreno
No cálculo dos coeficientes de pressão a A inclinação nula para o cálculo dos
inclinação nula da cobertura não é
coeficientes de pressão é considerada
contemplada (calculada por interpolação)
Considera um coeficiente de força, em função
das arestas das secções, da esbelteza da
Sem distinção
estrutura e da percentagem de vazios das
secções.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
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SISTEMAS ESTRUTURAIS DE
COBERTURAS LEVES PARA
EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS
3.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo é desenvolvido no sentido de clarificar algumas questões ligadas aos diferentes sistemas
estruturais de coberturas leves mais usuais na actualidade. Em coberturas de edifícios industriais, a
abordagem a este tema refere-se maioritariamente a estruturas de construção leve, existindo uma vasta
diversidade de soluções que poderão ser aplicadas. Estas podem passar por recurso à estrutura
metálica, à construção em madeira, à associação de materiais como o aço e o betão e a estruturas
mistas dos mesmos ou a elementos de betão pré-fabricado.
Todas as soluções apresentadas serão abordadas, dando especial relevo à estrutura metálica, uma vez
que para além de ser a solução mais corrente no mercado actual, existe uma vasta gama de alternativas
que merecem alguma relevância e maior pormenorização.
De uma forma geral, um sistema de cobertura em estrutura metálica não é mais do que um arranjo
estrutural composto de barras, formando um conjunto autoportante, tendo como característica
principal a sua pré-fabricação. A padronização dos elementos e dos detalhes construtivos que as
constituem, fazem com que o processo de fabrico e montagem seja mais simplificado e
consequentemente mais rápido.
Procurar-se-á enumerar as vantagens e desvantagens da utilização deste sistema, as soluções passiveis
de adoptar, bem como os seus métodos e detalhes construtivos. Este trabalho passará também por uma
análise estrutural, sendo apresentada diferentes configurações da estrutura, onde será explorado o
processo construtivo dos elementos que os constituem.
No que diz respeito a materiais como a madeira, será referenciado o típico caso da aplicação de
madeira lamelada colada, uma vez que é sobre esta configuração que usualmente é dimensionada os
edifícios ou pavilhões industriais de grande vão.
Relativamente, ao betão pré-fabricado, apesar de poder incorporar edifícios de natureza industrial,
actualmente não é tão vulgar que suceda. Este tipo de solução foi mais frequentemente utilizada no
passado, sendo que com o aparecimento de novas alternativas foi caindo em desuso. Assim será feita
uma análise mais superficial onde se perceberá na generalidade quais as aplicações desta solução, os
elementos que as constituem, processos de montagem, respectivas vantagens e desvantagens.
A associação de materiais como o aço e o betão, aplicados a pilares em betão representa uma solução
bastante viável e correntemente aplicada aos edifícios em estudo. Por outro lado, utilização de
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
estruturas mistas (aço-betão), representam cada vez mais uma alternativa aos tempos que correm, uma
vez que permite uma associação de vantagens dos dois materiais.
3.2.1. INTRODUÇÃO
Um sistema estrutural em estrutura metálica é geralmente constituído pela estrutura principal e pela
estrutura secundária (Fig.3.1). A primeira é formada por pórticos em alma cheia ou treliçada e a
estrutura secundária é constituída essencialmente pelas madres, tirantes e outros elementos que as
completam, sustentadas pela estrutura principal. O revestimento final será fixado à estrutura
secundária.
A estrutura principal é a que se desenvolve no sentido do maior vão, o que significa que se encontra no
plano transversal do edifício.
O desempenho estrutural está ligado à capacidade da estrutura em resistir a todas as acções que a
solicitarão durante a sua vida útil, sem apresentar deslocamentos desmedidos e perda de estabilidade,
eliminando a hipótese de ruína da estrutura.
Tal como em edifícios de outros materiais, nestas estruturas a ideia de economia na construção está
ligada não só ao dimensionamento eficaz de todos os elementos que constituem um edifício, mas
também, ao menor consumo de material e de mão-de-obra, sendo que estas dependem directamente
das condições de fabricação, transporte e de montagem de cada obra.
A pré-fabricação das estruturas metálicas para além de introduzir inúmeras vantagens no processo
construtivo, leva a uma padronização de dimensões, que para pavilhões desportivos, industriais ou
supermercados rondam dimensões dos 10 aos 30 metros. Quando são estudados grandes vãos,
superiores a 30 metros, será necessário prever soluções mais detalhadas de forma a garantir a
estabilidade destes, sendo que a dimensão do vão é definido pelas diferentes actividades que cada
sector produtivo poderá desenvolver.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
A tipologia mais correntemente utilizada em pavilhões é a que apresenta a estrutura principal formada
por pórticos planos transversais, estabilizados longitudinalmente por estruturas secundárias. Esta
solução é simples, económica e apresenta grande rapidez construtiva.
Em alternativa a coberturas planas e inclinadas, em pórticos treliçados ou de alma cheia, poderá
recorrer-se ao uso de coberturas em arco, em poligonal ou mesmo de configurações diversas.
Para além da configuração atrás citada, quando existe a necessidade de cobrir grandes áreas, os
edifícios industriais podem-se apresentar segundo estruturas de vãos simples ou vãos múltiplos. Este
conceito surge pela necessidade de ter vãos desprovidos de pilares que condicionam as actividades
desenvolvidas.
Para grandes superficies a cobrir, deve recorrer-se à utilização de pilares intermédios ou à construção
de coberturas em vãos consequentes. (Fig.3.2) As dimensões podem variar também segundo as
necessidades e requisitos locais, como sendo a altura requerida na construção ou as limitações dos
terreno envolvente ao edificio.
Os armazéns/edifícios industriais são construções que, por norma, são caracterizadas por terem apenas
um pavimento. Os pilares distribuem-se regularmente pelo espaço, estando presentes por todo o
perímetro que comtempla a construção deste, podendo também serem inseridos no seu sector central.
A figura abaixo (Fig.3.3) representa o esquema estrutural tipo de um armazém industrial,
caracterizando-se por uma cobertura com duas meias-águas em estrutura treliçada ou de alma cheia.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
As vigas são um dos principais e mais importantes elementos estruturais dos edifícios. São
geralmente usadas para transferir os esforços verticais recebidos da cobertura para os pilares ou para
transmitir uma carga concentrada, caso sirva de apoio a um pilar. [15]
As vigas de cobertura suportam essencialmente as sobrecargas provenientes de acções climatéricas, o
peso do revestimento, os contraventamentos, entre outras, sendo estes os principais factores que
condicionam o dimensionamento dos seus restantes elementos. É habitual a utilização de soluções
como treliças ou perfis em alma cheia ou alma vazada.
Os pilares têm a função de transmitir as acções actuantes na estrutura para as fundações, estando
sujeitas à compressão, podendo ser introduzidos momentos flectores ou não. Por norma, os pilares
encontram-se solicitados por acções verticais e por momentos flectores, Estas acções são originárias
de cargas transversais, ou devido à ligação com as vigas, ou mesmo pela introdução de outros
elementos, nomeadamente, pontes rolantes que acrescentarão sobrecargas descentradas do centro dos
pilares. [11]
Existe uma necessidade extrema de encontrar uma solução que reúna o perfeito equilíbrio na relação
custo-qualidade, onde se satisfaçam as necessidades para as quais o edifício está a ser projectado de
uma forma económica. A escolha de um edifício de natureza industrial poderá então passar por uma
tomada de decisão acertada, nomeadamente ao nível da escolha correcta de secções dos vãos a
constituir, garantindo desta forma um bom desempenho estrutural dos mesmos e se possível da forma
menos onerosa possível.
Em edifícios de natureza industrial é comum optar-se por uma estrutura porticada, em que a análise da
estrutura é avaliada como um todo. Um pórtico não é mais do que uma estrutura reticulada cujos
elementos constituintes são todos complanares. As cargas admitidas neste são forças pertencentes a
esse plano e os momentos perpendiculares ao mesmo. É geralmente formado por dois pilares, e uma
ou duas vigas de cobertura, dependendo da tipologia das águas. A distinção particular entre as
soluções estruturais é verificada pela variação de alternativas para a composição dos pilares e vigas
que constituem a estrutura principal. [16]
O grau de continuidade entre os elementos estruturais condiciona o grau de transmissão de momentos
flectores na estrutura, consequência inerente que surge das várias combinações de ligação passíveis de
se realizar entre as vigas de cobertura e os pilares.
A distância entre pórticos transversais é também outro parâmetro importante a ter em consideração. A
sua maior ou menor distância, de forma a aumentar ou diminuir o número de pórticos, é sem dúvida
um factor que condiciona o comportamento estrutural dos edifícios. Na Fig.3.5 é visível a introdução
de um pórtico transversal (a tracejado) que podem ser introduzido na estrutura em questão, fazendo
diminuir para metade a distância, entre pórticos existentes (X/2).
23
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Os pórticos de alma cheia (Fig.3.6) são aqueles que mais são vistos na maioria dos edifícios de
configuração industrial.
A própria configuração do material, bem como os cuidados e a manutenção que este envolve,
apresenta grandes vantagens, tirando grande partido da relação custo-beneficio da sua aplicação.
Os perfis que as estruturas desta natureza contemplam na generalidade dos casos para o nosso país são
os perfis “U”, “I” e “H”, sendo que os pórticos em questão são economicamente competitivos para
vãos livres da ordem de 20 metros.
Podem ser com altura constante para vãos até 30 m, ou variáveis, normalmente usados em grandes
vãos (superiores a 30 m) para pavilhões sem ponte rolante (ver ponto 3.2.5). [17]
Vigas de alma cheia
As vigas em alma cheia são constituídas por perfis laminados, soldados ou vazados. Para o seu
dimensionamento é necessário ter em atenção pontos de união segundo duas perspectivas, ligação viga
com viga (normalmente em edifícios com duas ou mais águas) e ligação viga com coluna. Estas
poderão ter uma configuração de altura variável quando há a necessidade de vencer vãos de elevado
comprimento, podendo realizar-se segundo altura constante quando os vãos apresentarem medidas
inferiores a 25-30 metros.
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As vigas vazadas (Fig.3.7 (c) e 3.8) são peças com altura de alma significativa, executadas a partir de
um único perfil e com a mesma massa inicial de material, variando apenas o tipo de corte, castelar (em
losangos) ou alveolar (circulares).
Nestes casos, como os perfis podem aumentar a altura em aproximadamente 50%, sem aumentar a
massa linear, consegue-se vencer vãos até aproximadamente 60 m.
No caso de coberturas planas, podem ser utilizados perfis vazados, perfis laminados para vãos
menores e perfis soldados para vãos maiores. Nesta perspectiva é sabido que os tipos de perfis mais
adequados para estas vigas são aqueles que apresentarem maior inércia no plano da flexão, ou seja,
com massas mais afastadas do eixo neutro. As figuras 3.9 e 3.10, mostram os tipos de perfis
geralmente utilizados, embora que os da primeira seja aqueles que preferencialmente devam ser
utilizados, o que nem sempre poderá ser vantajoso. Os perfis representados na Fig.3.9 requerem
cuidados ligados ao dimensionamento e montagem, uma vez que necessitam de um cálculo
dimensional para combinação de perfis ou necessidade de recorrer a soldadura para união de perfis.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Contudo, a aplicação destes perfis em construções industriais terá também inconvenientes a ter em
consideração, como sendo:
• grandes comprimentos de soldadura e possibilidades de empenar;
• peso elevado e pouco aproveitamento da alma para a resistência do conjunto;
• para grandes vãos essa solução deixa de ser economicamente viável.
Os pórticos treliçados, são constituídos por perfis que compõe os elementos principais da estrutura.
Uma treliça é caracterizada por ser um conjunto de elementos de construção, interligados entre si, sob
forma geométrica triangular, com o objectivo de formar uma estrutura rígida, trabalhando
26
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predominantemente sob a acção de forças normais, sujeitos apenas a cargas aplicadas nas articulações
(nós). [20]
Vigas treliçadas
As figuras 3.13 e 3.14 mostram uma vasta gama de soluções mais comuns de vigas treliçadas para
coberturas planas, inclinadas ou em arco, passíveis de serem realizadas. Geralmente estes elementos
apresentam também vantagens económicas para vãos maiores do que aproximadamente 30 metros.
De referir que, por vezes é necessário cumprir exigências estruturais em função das solicitações
externas a que os edifícios estão sujeitos. Estas peças são dispostas de forma inclinada, com a
finalidade de melhorar o travamento da estrutura. Por outro lado se a condicionante a cumprir for
inclinações de 0 a 10º para a cobertura é preferencial o uso de soluções em treliças com cordões
paralelos. Se por acaso, existirem sobrecargas excessivas na estrutura, é comum reforçar os pilares de
modo a que estes adquiram maior rigidez.
27
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A forma da treliça e a disposição das peças são escolhidas em função dos requisitos estruturais,
económicos, estéticos e funcionais, dependendo muito da visão estrutural do projectista, uma vez que
não há um determinado tipo de treliça específico para cada condição particular. Geralmente para a sua
aplicação são usados perfis laminados e/ou formados a frio.
A escolha da melhor solução estrutural para estas vigas poderá estar relacionada, por exemplo, com a
passagem de tubagens das diferentes especialidades a integrar ou até mesmo com as condições de
iluminação a obter.
Quanto à sua constituição, são formadas por uma interligação de cantoneiras ou perfis, entre inúmeras
soluções existentes, ligados geralmente por solda, rebites, pinos ou parafusos. A Fig. 3.15 ilustra
algumas dessas soluções que mais se aplicam, como sendo cantoneiras simples, cantoneiras duplas,
perfis em “I” e “U” e perfis tubulares com secções circulares rectangulares.
Pilares treliçados
Os pilares treliçados têm a particularidade de serem contraventados segundo diversos perfis laminados
ligados por cantoneiras ou chapas.
Este tipo de pilares requer na sua construção um aumento significativo de mão-de-obra, quando
comparado com os perfis em alma cheia, resistindo a esforços muito similares.
Da mesma forma que cada viga em treliça pode ser aplicada, por exemplo, mediante condições a que o
edifício está sujeito também nos pilares assim acontece. Desta forma, para pilares correntes, é usual
aplicarem-se perfis como o representado na Fig.3.16(a), cumprindo este a sua função para as
condições de esforços normais a que os edifícios se expõem. Uma secção em duplo “I” poderá ser
outra solução a adoptar, especialmente quando se pretende dimensionar edifícios sujeitos a elevados
esforços. (Fig.3.16(b)).Quando estamos perante casos de edifícios de elevado pé direito, com
introdução de equipamentos auxiliares de produção como guindastes, gruas, entre outros a solução
poderá passar pela conjugação de quatro cantoneiras em “L”. (Fig.3.16(c)).
A Fig.3.17 mostra um exemplo de um pavilhão industrial tipo, construído segundo pórticos metálicos
totalmente treliçados.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Não é possível individualizar uma só geometria para este ou aquele caso. As estruturas espaciais são
de um modo geral superfícies de revolução cilíndrica, parabólica e hiperbólica, sendo que as suas
derivações são unidas por uma triangulação espacial de barras dispostas adequadamente.
As estruturas podem ser constituídas por uma só superfície, formada por uma triangulação no espaço,
ou por duas superfícies, uma inferior e outra superior, unidas por um sistema de barras, formando uma
triangulação espacial. A opção por um dos dois sistemas depende da estabilidade necessária para
suportar as solicitações a que está sujeita a estrutura, sendo mais utilizado o sistema de uma só
superfície em coberturas de pequenos vãos e o sistema de duas superfícies em cobertura de grandes
vãos.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
O facto de vencer grandes vãos livres (dimensões que podem alcançar os 100 metros) é a principal
vantagem da estrutura espacial, podendo realizar-se em aço ou alumínio.
As treliças espaciais mais comuns são formadas por malhas planas, podendo, também ser formadas
por malhas curvas cilíndricas (arqueadas) ou malhas curvas esféricas (cúpulas).
As dimensões e configuração das malhas espaciais são determinadas em função das particularidades
de cada edifício, sendo que os materiais do revestimento, as sobrecargas de utilização e os vãos livres
entre apoios condicionam totalmente a geometria da estrutura.
Os pórticos que sustentam as estruturas em questão são geralmente realizados em betão e
dimensionados para as sobrecargas transmitidas pela cobertura, tal como acontece no caso das vigas
em treliça de pórticos planos.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Relativamente às madres têm como principal função, suster o revestimento de cobertura além de
servirem como elemento estabilizador da estrutura. Estão situadas entre vigas principais e secundárias
de pórticos ou tesouras, estando sujeitas a esforços de flexão, justificados pela existência de
sobrecargas variáveis (chuva, etc). Por intermédio das madres, são também transferidos os esforços
resultantes de sobrecargas, do peso do revestimento e vento, para as treliças.
O espaçamento entre madres está intimamente ligado a factores como:
• tipo e espessura do revestimento;
• modo como o revestimento é apoiado na estrutura;
• flecha ou deformação admissível para o revestimento;
• carregamento actuante.
No que diz respeito às características geométricas destes elementos, na Fig.3.20 estão representados os
perfis que por norma se aplicam.
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As ligações aparafusadas, são mais vantajosas quanto à resistência pois resistem melhor às tensões de
fadiga, bem como à retracção do material. Por outro lado, são ligações que permitem obter mais
economia no consumo de energia, e não requerem o uso de mão-de-obra qualificada.
As ligações soldadas são usadas em aplicações de elevada responsabilidade solicitadas quer por cargas
estáticas, quer por cargas dinâmicas. O projectista tem que proceder a um adequado dimensionamento
dos cordões de soldadura, que constituem, muitas vezes, os pontos de ruína preferenciais da estrutura.
Perante um caso que se pretende juntar elementos de construção metálica, como vigas e pilares ao
betão é utilizada uma placa de inserção com pernos (Fig.3.23). Estes elementos metálicos são soldados
à placa e os esforços de corte são absorvidos pelo betão. Esta solução é vantajosa na medida em que
permite a transmissão de esforços consideráveis. Poderão ser usados em zonas traccionadas e
essencialmente, permite um ajuste optimizado nas ligações estrutura metálica/betão. [26]
32
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As placas de base (Fig.3.24) devem ser suficientemente capazes de resistir a esforços como momentos
e cargas normais concentradas provenientes das colunas e de reacções provenientes do encastramento
de vigas ou outros elementos. Um factor a ter em atenção é a forma como a placa de base está fixada à
fundação (por norma em betão) e qual a resistência desta.
Os chumbadores (Fig.3.24) são elementos metálicos com o objectivo principal de fixar as chapas de
base, fazendo a ligação aos pilares metálicos às fundações. Geralmente, são utilizadas barras redondas,
podendo ser soldadas na face inferior da chapa ou proceder à fixação usando porcas. Estes elementos
necessitam de ser previstos em situações que contemplem casos de bases rotuladas ou encastradas,
uma vez que estes dois casos introduzem esforços diversificados que requerem diferentes
dimensionamentos.
As juntas entre elementos estruturais funcionam como elementos complementares, de modo a permitir
que haja uma transmissão de esforços entre peças, sem que este se altere. Estes elementos fazem com
que a estrutura adquira maior resistência e segurança estrutural.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
No caso em que se recorre a rótulas, apesar de esta não ser a solução mais corrente no mercado,
importa referir que podem ser aplicadas em estruturas com os mais variados materiais existentes. Estas
poderão ser total ou parcialmente treliçadas, não apresentando qualquer restrição no que diz respeito à
sua forma geométrica, vinculação ou carregamento. Assim sendo:
Ligação de treliça simplesmente rotulada
Nesta solução, a rótula que se forma na ligação transfere aos pilares esforços horizontais e verticais
através de momentos flectores que por sua vez serão transmitidos até às fundações.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
A Fig.3.29 mostra o pormenor de ligação entre a treliça e o pilar para esta solução, recorrendo a
chumbadores:
Bases rotuladas
As bases rotuladas são responsáveis pela transmissão de esforços normais e esforços transversos da
estrutura para a fundação. Por norma, são formadas por uma placa soldada na ligação pórtico/fundação
com dois chumbadores ao centro. Estas bases são mais económicas para as fundações e mais indicadas
nos casos de locais com solos de reduzida capacidade de suporte, embora que, conduzam a estruturas
mais pesadas.
Bases encastradas
Este tipo de ligação é responsável pela passagem de esforços da estrutura para as fundações através da
transmissão de esforços normais e transversos como também de momentos flectores. Trata-se de
fundações mais dispendiosas do que as do ponto anterior embora levem a estruturas economicamente
mais vantajosas por haver uma melhor distribuição de esforços. Por norma os armazéns e os edifícios
industriais, contemplam na maior parte dos casos pilares rotulados na base, representando isto uma
diminuição de esforços nas fundações mas ao mesmo tempo uma majoração no dimensionamento dos
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
pórticos. Isto permite a que, por exemplo os estudos geotécnicos para avaliar a capacidade resistente
dos solos que vão suportar o edifício possam ser desvalorizados em parte.
Por outro lado, o deslocamento horizontal da estrutura é também influenciado pela forma como os
pórticos estão integrados nas fundações, devendo isto ter-se em consideração quando a construção é
realizada, por exemplo, em zonas de grande exposição ao vento. Assim, se as bases forem encastradas,
é sabido que os deslocamentos horizontais são menores quando comparados com os das bases que
usam rótulas.
Um exemplo comum de um pórtico encastrado, é o caso em que este se encontra soldado a uma placa
de base, através de chumbadores na periferia desta. A placa de base é colocada na ligação entre os
pórticos e a fundação, normalmente de betão, evitando-se assim o esmagamento do betão das
fundações, uma vez que o carregamento é distribuído.
Pontes rolantes são equipamentos destinados à movimentação horizontal e vertical de cargas dos mais
variados tipos, utilizadas nos diversos setores industriais. [29]
Os edifícios indústriais que necessitem de ponte rolante, introduzem, de certa forma, esforços que vão
condicionar em larga escala o seu dimensionamento estrutural. Assim, este factor para além de
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
acrescentar esforços verticais, horizontais e momentos à estrutura, introduz também impactos que os
pórticos têm de “absorver”. Por outro lado, requere que a estrutura em si se adapte a esta condição, já
que é necessário criar de uma forma segura um caminho de rolamento.
Cada solução é estudada em função das diferentes sobrecargas a que a ponte rolante introduz, sendo
necessário por vezes minorar ou majorar esforços e por consequência a configuração dos pilares.
Soluções comuns em perfis laminados ou soldados, em pórticos com consola, pilares escalonados ou
pilares duplos, são apresentadas na Fig.3.32. São apresentados da esquerda para a direita mediante
suportem pontes rolantes leves, médias ou pesadas.
Fig.3.32 – Pórtico com consola, pilar escalonado ou coluna dupla para instalção de ponte rolante [30]
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
As coberturas de vãos múltiplos como a representada na Fig.3.35 requerem apenas que haja uma altura
de construção satisfatória de modo a que a treliça de apoio do eixo central tenha espaço para ser
colocada. Trata-se de uma solução bastante vantajosa uma vez que é uma solução esteticamente
bastante agradável aliando uma boa razão custo-beneficio.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Fig.3.36 – Estruturas tipo “shed” apoiadas em treliças sem colunas intermediárias e a duas águas [32]
Fig.3.37 – Pórticos apoiados em vigas rectas com vigas de pórticos intermédios [32]
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
A utilização de estruturas metálicas tem vindo a ser uma aplicação cada vez mais corrente na
construção, sendo associado à ideia de modernidade e inovação.
As vantagens dos sistemas construtivos em aço vão muito para além dos aspectos estéticos. Assim,
aliado ao facto de a partir deste se obterem “construções limpas” e de baixo custo, esta solução
permite uma redução do tempo de construção quando comparado com outras, nomeadamente em
betão.
As desvantagens surgem muitas vezes por questões exteriores à própria construção, relacionadas com
o fabrico e o transporte do material.
A construção em aço apresenta vantagens significativas quando comparadas com os sistemas
construtivos convencionais, tais como:
• Redução do prazo de execução da construção;
• Desperdício mínimo de material e racionalização de mão-de-obra;
• Custos;
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
• Organização do estaleiro;
• Adaptabilidade;
• Menor dimensão dos pilares e da altura de vigas;
• Compatibilidade com outros materiais;
• Alívio de carga/ economia de fundações;
• Comportamento intrínseco do material;
• Comportamento sísmico;
• Facilidade de manutenção e reciclabilidade;
• Redução do prazo de execução da construção.
Recorrendo a este tipo de construção, será possível trabalhar em diversas frentes de obra em paralelo,
justificado pela independência da construção destas estruturas face ao processo construtivo, sem que
as condições climatéricas a condicionem e onde se verifica uma redução de escoramentos.
Uma vez que a estrutura metálica não carece de processos construtivos morosos como por exemplo, a
execução de cofragens, escoramentos ou armações de ferro, isto traduz-se num aumento de
produtividade. Além disso, há uma redução significativa dos desperdícios de materiais, uma vez que
estas estruturas são pré-dimensionadas em fábrica de acordo com o exigido especificamente na
montagem em obra.
Os custos de obra podem ser minorados, pela facto que o preço de material do aço, não supera o do
betão, pois possibilita a redução de custos indirectos da obra, tais como custos de estaleiro e uma
maior rapidez na execução da obra reduzindo honorários em obra a larga escala. A velocidade de
execução da obra, origina também um ganho adicional pela ocupação antecipada do edificio e pela
rapidez no retorno do capital investido.
Quando comparado com o betão estas estruturas são também vantajosas uma vez que não necessitam
de áreas para processos como por exemplo a realização de betão, que requerem zonas de
armazenamento de areia, brita, cimento e madeira para cofragens. Isto faz com que o estaleiro se torne
mais organizado e limpo, não obrigando a tão volumosas áreas de trabalho por vezes economicamente
muito desvantajosas.
Estas estruturas adaptam-se na perfeição aos edifícios industriais pela sua configuração que facilita em
grande escala a passagem de redes de especialidades tais como as redes informáticas, condutas de
ventilação, entre outras.
Reduzindo a dimensão dos pilares e da altura de vigas obtém-se um aumento significativo da área útil
dos edifícios, o que muitas vezes não é possível quando se realiza construções em betão. As estruturas
metálicas com dimensões mais reduzidas quando comparadas com o betão, sustentam maiores cargas
que o segundo, sendo que desta forma é possível fazer um aproveitamento mais rentável dos espaços
(factor preponderante em edifícios de configuração industrial).
Actualmente é cada vez mais comum a combinação de elementos construtivos a funcionar em
conjunto com o objectivo de optimizar as construções. Posto isto, o aço será mesmo o material que
hoje em dia é mais visível em termos de conjugação com outros materiais uma vez que facilmente
incorpora panos de alvenaria, lajes de betão, placas de variados metais, pavimentos, painéis sandwich,
entre outros.
O custo das fundações poderá ser reduzido por implementação de estruturas metálicas, que possuindo
características leves, levam a uma redução de peso próprio das estruturas e consequente ganho
económico pela equivalente redução de dimensão das fundações.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
As estruturas metálicas possuem grande ductilidade em relação a muitos outros materiais, e é esta
característica que faz com que elas possuam um comportamento sísmico bastante positivo, sendo esta
uma particularidade importante a ter em conta no dimensionamento de edifícios industriais. A
ductilidade consiste então na capacidade de um material sofrer deformação plástica sem rotura nem
fissuração. São reduzidos os esforços introduzidos por acção dos sismos, reduzindo deslocamentos
causados por efeitos de 1ª e 2ª ordem que o EC1 contempla. [35]
Salvo casos particulares, este tipo de estruturas apenas requerem manutenção muito pontualmente,
incidindo essencialmente sobre a renovação de pintura, representando assim custos baixos a médio-
longo prazo.
Por outro lado, estas estruturas podem ser facilmente desmontadas e aplicados em diversos meios uma
vez que o aço é um material reciclável na sua totalidade, podendo assim tirar-se rentabilidade em
futuras aplicações.
Contudo existem também condicionalismos que contemplam as construções desta natureza. Um factor
a ter em atenção é que determinadas situações de carregamento das estruturas podem ser irrelevantes
para o dimensionamento destas quando realizadas em betão, o que não acontece quando são realizadas
em estruturas metálicas. Assim, surge a necessidade de contabilizar de uma forma mais precisa todos
os esforços que poderão sobrecarregar uma estrutura metálica uma vez que esforços
sobredimensionados poderão dar origem a estruturas dispendiosas.
Por outro lado, estamos perante estruturas que necessitam de mão-de-obra e equipamento
especializado tanto para a sua fabricação como para a parte da montagem. O custo de transporte é
geralmente oneroso, sendo que este muitas das vezes condiciona a fabricação por razões ligadas à
disponibilidade de veículos especiais tanto para o seu transporte como para o seu acompanhamento
nas vias.
3.3. SISTEMAS ESTRUTURAIS DE COBERTURAS EM MADEIRA LAMELADA COLADA [36] [37] [38]
3.3.1. INTRODUÇÃO
As estruturas de madeira lamelada colada têm tido uma utilização crescente no nosso país,
representando uma alternativa viável, nomeadamente na substituição das estruturas de aço ou de betão
nos edifícios industriais ou desportivos de grandes proporções.
Torna-se importante referir que a madeira é um dos materiais estruturais mais antigos ligados ao sector
da construção, sendo que com o avanço tecnológico e construtivo deste sector foi gradualmente
substituído pelo betão armado e pelo aço, sendo actualmente mais aplicado a revestimentos ou
elementos secundários dos edifícios.
Contudo, e tendo em conta que o futuro do sector está inerentemente ligado a causas como a
preservação do ambiente e o desenvolvimento sustentável, o uso da madeira como material estrutural é
plenamente pertinente. Em comparação com outras alternativas é caracterizada por ser uma solução
que pelas suas características, diminui em grande escala o impacte ambiental, uma vez que é um
material oriundo de uma fonte de regeneração contínua, que pode ser transformado recorrendo a
consumos reduzidos de energia. Quando comparado com as restantes alternativas, é caracterizado por
ter baixo peso específico, facilitando a sua laboração, e um aproveitamento total de desperdícios.
Quando é necessário tomar uma decisão quanto à solução estrutural a escolher, apesar da madeira por
vezes não ser a mais económica ou mesmo a mais vantajosa, critérios ligados à conservação ambiental
e ao impacto ambiental ganham prioridade em função do preço ou da qualidade das soluções.
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Quanto às suas aplicações mais correntes, este tipo de material está bastante ligado à construção de
estruturas com cobertura de grande vão, como grandes industrias, centros comerciais e pavilhões
desportivos, sendo cada vez mais vulgar a sua aplicação em habitações, passagens pedonais ou
reabilitação de edifícios.
Fig.3.39 – Edifício constituído estruturalmente por elementos de madeira lamelada colada [39]
Obtém-se portanto soluções estruturais como vigas rectas, pórticos e arcos sendo tecnicamente viável
a realização de estruturas de grandes vãos, acima de 100 metros, limitados apenas pela capacidade de
transporte e montagem e pela capacidade das fundações, dado que os grandes vãos são resolvidos
geralmente por estruturas em arco parabólico.
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As madeiras lameladas coladas podem ser produzidas a partir de várias espécies de árvores, sobretudo
resinosas, contudo, a mais utilizada é a Epicea, vulgarmente denominada casquinha, pouco comum em
Portugal, mas abundante nos países Nórdicos. Contudo actualmente já é possível optar por usar Pinho
Bravo Nacional. Estes elementos passam por um processo de selecção, sendo classificados segundo a
sua resistência mecânica aos vários tipos de solicitação.
Através desta técnica é possível atingir elementos estruturais de elevadas dimensões, uma vez que
verifica uma distribuição equilibrada de esforços entre lamelas. As tensões geradas por algumas são
então compensadas pela absorção de outras, evitando por exemplo a fendilhação dos elementos.
Para a sua aplicação é necessário dar especial atenção a processos como o corte do material, a sua
secagem, a uma correcta manutenção.
Para melhor compreensão das características deste material estrutural são apresentadas algumas
particularidades inerentes ao mesmo:
Características mecânicas:
• boa relação entre o peso e a resistência mecânica;
• perfeita homogeneidade e isotropia;
• grande estabilidade dimensional.
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Fig.3.41 – Elementos e dimensões standard das secções de lâmina colada (em milímetros) [43]
A ligação topo a topo das diferentes peças de madeira constituintes de uma lamela, é executada por
juntas em bisel ou pela utilização da técnica de entalhes múltiplos (finger joint), processo este muito
mais vulgar, por se adaptar bem à produção em série e reduzir o desperdício de madeira.
Para melhor perceber a forma como estes elementos funcionam, são apresentados de seguida os
principais cuidados a ter e fases do seu processo de execução.
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Juntas denteadas
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
A Fig.3.45 apresenta as formas standard das vigas mais comuns para estruturas recorrendo a madeira
lamelada colada sob a forma plana, indicando o vão, inclinação, o afastamento em apoios e o número
de águas (aos casos a que se aplica).
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Contudo, apesar de esta ser uma solução que abrange múltiplas vantagens, não deixa de ser uma opção
que acarreta bastantes encargos económicos, o que justifica o facto de correntemente só ser aplicada a
obras de elevada importância social ou de carácter público.
A Fig.3.47 apresenta as formas standard das vigas mais comuns para estruturas recorrendo a madeira
lamelada colada sob a forma de pórticos curvos ou arcos, indicando o número de articulações, vão a
vencer, inclinação e afastamento entre pórticos (aos casos a que se aplica).
Fig.3.47 – Madeira lamelada colada sob a forma de pórticos curvos ou arcos [44]
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Encaixe de madeira
com madeira
Órgãos
metálicos
Ligação de elementos
metálicos e cola
Do primeiro tipo têm-se as uniões por juntas dentadas que, se forem realizadas paralelas às fibras de
madeira lamelada, levam a uma eficiência da ligação de cerca de 80% para os momentos flectores. Se
as ligações forem executadas formando um certo ângulo com as fibras, a eficiência da união é
reduzida, devido à inferior resistência da madeira.
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• material mais homogéneo onde os defeitos que reduzem a resistência mecânica na madeira
maciça estão dispersos e limitados à espessura da lâmina onde ocorrem.
Contudo, na generalidade esta solução estrutural poderá também apresentar desvantagens
essencialmente quando comparada com estruturas em aço, nomeadamente ao nível de variações
dimensionais (ligadas à humidade), tendência para dilatar, ou mesmo por ser um elemento com maior
grau de combustibilidade. Está mais sujeito a ataques dos agentes biológicos, apresentando também
baixa durabilidade quando em contacto directo com água.
3.4.1. INTRODUÇÃO
De igual modo como os sistemas estruturais referidos anteriormente, os sistemas pré-fabricados têm
especial relevo em construções como os edifícios industriais, sendo que o betão pré-fabricado
representa uma solução viável na construção destes edifícios. Trata-se de uma solução que há vários
anos atrás era prioritária face a qualquer outra e que cumpre de modo satisfatório e eficaz as
exigências de qualidade técnica e económica, tão importantes em construções industriais.
Os elementos pré-fabricados são caracterizados sob a forma de pórticos planos usados como sistema
estrutural. Podem ser aplicados a edifícios com tipologia de duas ou múltiplas águas (Fig.3.49), tendo
já comprovado ser uma boa solução perante uma análise custo-beneficio. São caracterizadas por se
aplicarem em edifícios térreos, quando é necessário vencer grandes vãos (em média até 30 metros) e
sem apoios intermédios. Por vezes, em estruturas que exijam maior complexidade ou reforço
estrutural, poderão ser introduzidos contraventamentos entre pilares, geralmente na direcção
perpendicular à das vigas (Fig.3.49).
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Fig.3.49 – Sistema estrutural de pórticos em betão para coberturas em duas e em múltiplas águas
Quadro 3.2 – Tipos de ligações entre peças (betão pré-fabricado) [48] [49]
Tipo de ligação
Pormenor da ligação
Ligação em consolo e
chumbadouro
(Viga-Pilar)
Ligação de encaixe em
cunha estrutural para
pilar simples e duplo
(Viga-Pilar)
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Articulada
(Pilar-Fundação)
Em suma, o seu comportamento estrutural destes edifícios rege-se a grande escala pela
deformabilidade à flexão da ligação viga-pilar, bem como pela forma como esta condiciona a
distribuição de esforços solicitantes nas estruturas.
Neste tipo de construções é necessário estabelecer folgas e tolerâncias, dimensionando os elementos e
as ligações, tendo em consideração desvios de produção, de locação e verticalidade da obra e de
montagem dos elementos.
Torna-se importante referir que os vãos entre os pilares deverão ser mantidos constantes e a distância
entre pórticos, no sentido longitudinal da edificação, deverá estar compreendida entre 4 a 6 metros.
52
Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Os benefícios da associação de aço e betão estão actualmente a ser mais explorados, sendo que esta
conjugação sob a forma de perfis de aço e peças (pré- fabricadas ou moldadas in situ) encontram-se
hoje em dia mais vulgarizadas.
Para pavilhões industriais, mais precisamente sob a vertente de pilares, esta solução é mais uma
alternativa a ter em conta na sua construção. Trata-se de peças compostas de maneira a utilizar as
qualidades do betão à compressão associada a capacidade e esbelteza do aço. Para compatibilizar os
dois materiais são utilizados conectores. Uma das vantagens da utilização de pilares mistos é o facto
de estes dispensarem protecção contra fogo. A forma da secção transversal e o arranjo dos
componentes destes, são geralmente utilizados segundo três tipos de soluções, como sendo, pilares
mistos preenchidos (a), revestidos (b) ou parcialmente revestidos (c). (Fig.3.51)
Uma solução bastante comum para a ligação de vigas em perfis metálicos a pilares de betão, é a
introdução de pilares mistos a 0,5m da altura total do pilar.
O uso dos pilares mistos pode trazer diversas vantagens em relação ao pilares metálicos e/ou de betão
armado como:
• grande capacidade resistente com secção transversal de dimensões reduzidas;
• possibilidade de atingir deformações plásticas com comportamento dúctil;
• desempenho superior face ao fogo;
53
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4
REVESTIMENTO E IMPLICAÇÕES
CONSTRUTIVAS
4.1. INTRODUÇÃO
A construção tem sofrido uma grande transformação com a investigação de novos materiais e
desenvolvimento de novos sistemas construtivos.
As coberturas que actualmente são usadas em edifícios industriais são também o resultado disso
mesmo, sendo estas estruturas definidas pela forma e características mediante a função a que se
destinam e o estilo arquitectónico pretendido.
O revestimento de edifícios ou armazéns industriais têm a particularidade de ter como principal
objectivo, a protecção dos edifícios da acção das intempéries, a par das funções utilitárias e estéticas,
aliando cada vez mais, economia e funcionalidade de soluções.
De uma forma geral, as coberturas devem cumprir as seguintes condições:
• funções estéticas: forma e aspecto em harmonia com a linha arquitectónica envolvente,
dimensão dos elementos, textura e coloração dos elementos;
• funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e acústico;
• funções económicas: custo da solução adoptada, durabilidade e fácil conservação dos
elementos.
A crescente necessidade em cobrir edifícios com vãos elevados, fez com que a construção se fosse
adaptando segundo estruturas com grandes vãos livres entre apoios, e revestimentos de elevadas
dimensões, práticamente planos. Por consequência, a construção de edifícios industriais adaptou-se na
globalidade dos casos ao uso de materiais mais económicos, “limpos”, e portanto vantajosos. As
estruturas ficaram mais esbeltas e os revestimentos passaram a adquirir um papel preponderante neste
enquadramento, sob a forma de elementos resistentes que cobrem as áreas requeridas.
Apesar da têndencia da configuração de coberturas ir cada vez mais ao encontro de soluções planas,
existem muitas outras soluções alternativas que podem ser consideradas. De referir que as coberturas
planas apesar de o aparentarem ser, adquirem inclinações minima por forma a garantir a drenagem de
águas com sucesso, sem que hajam eventuais patologias justificadas pela concentração elevada de
água em qualquer ponto da cobertura.
Desta forma estas podem ser classificadas segundo quatro vertentes ligadas directamente à inclinação
dos elementos. Denominam-se por sistemas de revestimento de coberturas planas, inclinadas, curvas e
autoportantes.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Quando se faz a escolha do revestimento de coberturas, deve-se ter como factor de consideração
predominante, o estudo da região onde se insere o edifício. Uma boa solução de cobertura será aquela
que será compatível com os factores climatéricos, como a chuva, o vento, a neve, as amplitudes
térmicas, entre outros.
Deverá ter-se ainda em consideração os sistemas de drenagem de águas pluviais a implementar,
incluindo rufos, calhas, colectores, tubos de queda, caixas de derivação, entre outros, que irão garantir
o eficaz escoamento das águas pluviais.
Neste capítulo será realizada uma classificação das soluções mais correntes para revestimento de
cobeturas de edificos e armazéns industriais, descrevendo sucintamente essas mesmas soluções,
referindo o campo de aplicação, casos práticos de aplicação, bem como as suas vantagens e
desvantagens.
O revestimento lateral de fachadas é um aspecto importante a ter em consideração, embora não esteja
enquadrado directamente no âmbito deste estudo. Contudo, é importante referir que as alternativas que
se adaptam às fachadas vão muitas vezes ao encontro das soluções realizadas para as coberturas, com
o objectivo de proporcionar leveza e qualidade estetica aos edifícios.
Tipo de revestimento
Ondulado
aço 10%
galvanizado
Metálico
Ondulado
5%
alumínio
Ondulado 20%
Naturocimento
Modelado 10%
O tipo de revestimento deve ser então escolhido em função da inclinação base existente na estrutura do
edifício, uma vez que por norma cada material está vocacionado para ser aplicado segundo
56
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Contudo, com o avanço cada vez mais fugaz dos sistemas de cobertura, actualmente já é corrente
verificarem-se coberturas inclinadas recorrendo a formas bastante alternativas, como exemplo da
Fig.4.3.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Na sua constituição inclui por norma chapas perfiladas em aço zincado, justapostas e interligadas
através de parafusos galvanizados com arruelas de vedação e fixação.
As chapas são fixadas à estrutura de sustentação através de suportes de fixação A cobertura funcionam
então como uma casca metálica de configuração complexa, com funções estruturais e de protecção,
simultaneamente. Devido a forma geométrica da telha e às características do material que a constitui,
consegue-se maior resistência mecânica, o que permite vencer grandes vãos sem apoios intermédios.
A Fig. 4.4 trata-se de um pavilhão desportivo de vão livre com 42 metros de extensão recorrendo
telhas autoportantes curvas, que dispensou sustentação intermédia, tornando o pavilhão visualmente
agradável.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Os tirantes são por norma realizados em aço de alta resistência e representam um acessório essencial
que complementa este sistema de cobertura. Isto porque absorverem os impulsos horizontais nos
apoios devidos à curvatura da estrutura, fazendo com que apenas haja esforços verticais, como o peso
próprio, a ser transmitidos aos pilares.
Os contraventamentos representam no fundo os elementos que asseguram a segurança da estrutura
pela correcta transmissão de esforços para as estruturas de suporte da cobertura quando se introduzem
esforços excessivos, devidos, por exemplo, à acção do vento. Encontram-se dispostos regularmente,
variando o seu espaçamento em função dos critérios estruturais.
Com base nestes elementos, estas coberturas permitem vencer vãos maiores quando comparadas com
as coberturas planas.
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- Telhas
- Membranas
- Chapas
- Feltros
- Soletos
- Telas.
- Cascas metálicas
- Placas betuminosas
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Importante referir também que a forma dos elementos está directamente ligada a factores com a
resistência dos materiais e por consequência com a inércia dos mesmos. Desta forma, para estes
elementos, quanto mais ondulada for a superfície das placas, mais estas resistem às cargas ou esforços
aplicados. Quando se passa de uma superfície lisa para uma ondulada ou corrugada dá-se um aumento
da inércia e assim o aumento da respectiva da resistência. A escolha de soluções é muitas vezes
condicionada por esta questão.
Geralmente os elementos ondulados são aplicados para estruturas em forma de arco, pois, devido à
baixa altura da onda, adapta-se facilmente a curvaturas. Já os trapezoidais, são aplicados em situações
em que há sobrecargas concentradas, sendo bastante utilizados em estruturas em duas águas, shed e
espacial.
Dimensões
- Telhas - Painéis
- Chapas - Canaletes
- Soletos
- Cascas
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perspectiva interna e externa de uma cobertura com alternância de chapas opacas, translúcidas
(revestimento superior) e transparentes (revestimento lateral).
- Telha cerâmica;
Pétreos
- Telhas de microbetão;
artificiais
- Placas de naturocimento
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Contudo, é importante referir que embora aqui explicitadas, nem todas as soluções se adequam à
aplicação em edifícios de configuração industrial. Assim sendo, analizar-se-á apenas aqueles que
correntemente são utilizados e que por norma são os mais indicados para tal fim.
Por outro lado, em caso de necessidade, e em complemento a este tipo de chapas existem os
componentes para efectuar o isolamento termoacústico dos edifícios. A lã mineral (lã-de-rocha e lã-de-
vidro), o EPS (Poliestireno) colado em telhas trapezoidais e painéis e o PU (Poliuretano rígido)
injectado em telhas trapezoidais e painéis são soluções que poderão ser adoptadas.
Quando confrontados com coberturas de elevadas dimensões, outra solução a ter em conta poderá
passar pela aplicação de revestimento em chapa zipada. Como complemento a esta, será necessário
recorrer à utilização de clips fixados às terças que sustentam o revestimento final. Os clips para além
do referido, evitam que haja a necessidade de perfurar as chapas e permitem que os elementos ganhem
margem de dilatação.
Esta hipótese é cada vez mais comum, e eficiente em casos em que a inclinação da cobertura seja
baixa (aproximadamente 3%), e vãos que poderão atingir dimensões de 60 a 80 metros.
Contudo, quando confrontados com elementos em chapa corrente, o processo de fixação recorrendo a
parafusos pode também constituir uma alternativa viável.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Fig.4.11 – Perfil de revestimento em chapa zipada e equipamento para realizar fixação das chapas [65]
Sob o ponto de vista do fabrico, as chapas na sua generalidade poderão ser perfiladas a partir de
bobinas naturais ou pré-pintadas em aço, alumínio e aço inox, em larguras que rondam geralmente os
0,5 metros e comprimento conforme o requerido. A chapa é então moldada a frio na forma desejada e
os formatos usados nas estruturas são obtidos por perfilagem. Estas peças variam tanto na secção
como na espessura conforme o fim a que se destina o elemento estrutural.
Aço galvanizado
Para além da proteção por barreira atrás referida, poderão realizar-se tratamentos quimicos com o
objectivo de aumentar a resistência e aderência dos revestimentos ás chapas.
66
Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Um dos processos utilizados mais comuns é a galvanização a quente, que não é mais do que um
processo de zincagem da chapa onde esta é banhada numa solução de zinco fundido, que faz com que
se crie uma pelicula anti-corrosiva.
O zinco tem a particularidade de usar as suas caracterisiticas, de forma a que quando sujeito a
oxidação, cria a sua própria protecção contra a corrosão. Após a oxidação, o zinco forma carbonato,
que por si só adquire caracteristicas de impermeabilização e aderência que garante a protecção do
material. A título de exemplo, este fenómeno ocorre frequentemente nas bordas, nos locais onde são
fixadas as chapas ou mesmo em eventuais arranhões que surjam na colocação destas e é denominada
correntemente por protecção catódica.
Para além do revestimento a zinco é comum em chapas de aço ser aplicado um tratamento final em
pré-pintura ou lacagem.
A Fig. 4.12 e 4.13 representa a sequência de aplicação dos processos de galvanização e lacagem.
A pintura final complementa assim as caracteristicas das chapas, baseando-se segundo aplicações
diversas, como sendo, pintura liquida, a pó e pré-pintura.
O tratamento da superfície adoptado na preparação de chapa metálica para aplicação da pintura, é um
factor decisivo para o resultado final da pintura, bem como para a sua durabilidade e estabilidade da
cor.
Para uma correcta aplicação do esquema de pintura é recomendado seguir os seguintes processos:
• analisar o tipo de estrutura e sua utilização;
• localização do edifício;
• analisar a agressividade do meio ambiente;
• estipular o período de vida útil do esquema de pintura.
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A liga do aço utilizada bem como a configuração das suas secções, espessuras e orifícios, espaçamento
entre peças e conexões, incluindo a quantidade de galvanização devem estar de acordo com a
legislação estabelecida pelos Eurocódigos em vigor.
Aço inox
O uso do aço inox tem crescido nas últimas décadas, muito devido à sua aparência e à agradabilidade
estética deste material. Por outro lado, a facilidade de manutenção, os baixos custos de ciclo de vida, a
alta resistência à corrosão, impacto, abrasão e durabilidade têm contribuído para o desenvolvimento
deste material.
O aço inoxidável é altamente resistente à corrosão na maior parte dos ambientes agressivos e por essa
razão tem sido utilizado em estruturas localizadas à beira mar, petrolíferas, na indústria e
armazenamento de alimentos. A sua resistência à corrosão resulta de uma camada transparente e bem
aderente de óxido, tendo por base o crómio que se forma à superfície na presença do ar ou de outro
qualquer ambiente oxidante. Este material, caso apresente alguma patologia, como sendo, quebras ,
risco ou cortes, a camada superficial regenera-se na presença de oxigénio.
Alumínio
A principal vantagem do alumínio como material estrutural é a sua relação resistência/peso, levando a
estruturas metálicas económicas. Outra vantagem do uso das chapas em alumínio é a sua grande
resistência à corrosão ambiental, sendo este menos reagente quando comparado com o aço.
Nos tempos que correm, já é possível aliar as qualidades do Zinco com as vantagens do Alumínio.
Desta forma, foi desenvolvida uma liga destes dois metais e pequenos teores de Silício, criando o
revestimento comercialmente conhecido como Aluzinco. Este revestimento, oferece excelente
resistência à oxidação, principalmente em ambientes industriais agressivos. Existem no mercado em
secção ondulada e trapezoidal, e por norma terão de adquirir inclinação minima de 10%.
Contudo, quando comparado com a chapa zincada comum esta solução poderá não ser tão vantajosa,
nomeadamente ao nível economico e de durabilidade.
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As referidas características fazem com que o naturocimento seja uma alternativa que cumpre com as
exigências requeridas nos edifícios, apresentado altos índices de durabilidade e ciclo de vida elevado,
embora que por norma está associado a construções de carácter provisório ou que apresentam menores
níveis de exigência.
Quando comparado com o aço ou alumínio, é consideravelmente mais pesado, embora a sua
impermeabilidade, o facto de ser incombustível e não corrosível podem ser determinantes para ser
uma opção viável para a generalidade dos edifícios. Por outro lado, a possibilidade de pintura faz com
que as coberturas se enquadrem cada vez melhor nos edifícios. Esta é efectuada a fresco, pela
projecção de pigmentos metálicos sobre a camada superior e acabamento com pintura final.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
A escolha das fixações depende das madres de suporte, da espessura total do revestimento (se existir
isolamento térmico) ou do material que constitui as vigas onde o revestimento assenta. Normalmente
são usados grampos metálicos para madres metálicas e buchas para madres em betão (Fig 4.16).
Relativamente à direcção de montagem das chapas, estas devem ser montadas do beirado para a
cumeeira e o sentido de montagem é o contrário à direcção dos ventos dominantes. As chapas são
fixadas directamente sobre a estrutura de suporte na perpendicular em relação à cumeeira. (Fig. 4.17)
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Fig.4.18 – Armazém com revestimento alternado em chapas de aço galvanizado e policarbonato alveolar
Em suma, existem três tipos de chapas de policarbonato no mercado, as compactas (Fig. 4.19 b)), as
alveolares (Fig. 4.19 a)), e as refletivas (Fig. 4.20), sendo que existem diversas opções quanto à
coloração destas. Quando se opta por uma cor deverá ter-se então em consideração que as cores
escuras, têm menor índice de luminosidade e conseqüentemente transmitem menos calor quando
utilizadas em coberturas. Por norma as chapas deixam passar claridade na ordem dos 60 a 90%,
dependendo da cor escolhida.
a) b)
Fig.4.19 – Chapas de policarbonato compactado e alveolar [70]
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Cada solução é adaptavél a diferentes casos de aplicação, sendo que para revestimento de coberturas
industriais, o mais vulgar será o policarbonato alveolar. Este, não é mais do que um elemento liso com
cavidades internas, denominados por alvéolos e adapta-se na perfeição a este sector da construção uma
vez que:
• são leves, de fácil transporte, manipulação e instalação e podem ser moldadas a frio;
• possui boa resistência à rotura, conjugada com a exigência de inalterabilidade durante anos
e um excelente isolamento térmico;
• apresentam um alta resistência aos impactos para amplitudes de temperatura diversas e para
uma prolongada exposição solar.
O elevado grau de resistência a impactos é justificada pela existência de polímeros de carbono na sua
constituição.
Relativamente aos painéis reflectivos, mostram-se vantajosos quando há a necessidade de cumprir
requisitos de temperatura no interior dos edifícios. Atinge-se uma melhor eficiência térmica na sua
aplicação, fazendo com que a temperatura interior não aumente mediante a exposição solar a que o
revestimento está sujeito. Os painéis compactos destinam-se normalmente a aplicação em clarabóias,
coberturas tipo shed ou enquadrados na iluminação lateral dos armazéns.
Na escolha do revestimento ideal para aplicação principalmente em coberturas, deve-se ter em conta,
para além dos factores como a luminosidade e o conforto térmico, o efeito estético criado e o preço.
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Quanto à sua aplicação, poderão ser adaptados processos de fabricação e montagem diferentes. Assim,
existem painéis realizados “in situ”, em que o processo de montagem é todo realizado no local (Fig.
4.22 (a)), ou por outro lado, painéis pré-fabricados (Fig. 4.22 (b)), que são directamente aplicados em
obra sem necessitarem de ser manipulados tecnicamente. Estas soluções oferecem preços
competitivos, mediante elementos leves com qualidade de isolamento térmico e acústico.
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Fig. 4.24 – Colector pluvial de águas para edifico a duas águas [67]
Normalmente, as caleiras são colocadas ao longo dos beirais e nos locais apropriados para receber a
água que corre das coberturas. Por outro lado, se a tipologia das construções incluir platibandas, ou
para armazéns de grandes vãos, a configuração da rede de drenagem de águas deverá ser repensada.
Actualmente, para fazer face a exigências ligadas à estética dos edifícios, procura-se “esconder” estes
elementos, sendo estes cada vez mais direccionados para locais estratégicos por meio de colectores
integrados nas coberturas de forma praticamente imperceptível. A Fig.4.25 e 4.26 representam
exemplos-tipo de soluções possíveis de remates de coberturas com fachadas incluindo colectores.
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Fig. 4.26 – Colector de águas pluviais para coberturas planas em edifício com platibanda [72]
Para coberturas do tipo “Shed”, a drenagem das águas deverá ser realizada perpendicularmente às
fachadas dos edifícios, sendo que o escoamento das águas será encaminhada para as laterais (Fig.
4.27). De igual forma, para armazéns múltiplos de duas águas, é previsto um colector de união entre
coberturas que, como na Fig. 4.28, escoa as águas para uma rede de drenagem interior que
posteriormente é encaminhada para o exterior.
Fig. 4.27 – Colector de águas pluviais para coberturas de grande vão e do tipo shed [72]
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Outra solução a ter em consideração, será o sistema “Geberit Pluvia”, bastante comum a nível nacional
e internacional, em edifícios industriais de grande vão. Trata-se de um sistema de drenagem de águas
pluviais de coberturas sem pendentes concebido para funcionar por depressão induzida pela gravidade.
[75]
Este, assegura uma drenagem eficaz, a secção cheia, sem pendentes nos ramais e colectores. O
enchimento completo das tubagens é obtido por ralos específicos e pelo dimensionamento adequado
das tubagens. O sistema assegura a sua auto-limpeza dadas as velocidades elevadas de drenagem
sendo que os ralos têm a capacidade de drenar de 1 a 100 l/s. No contexto da temática abordado, este
sistema adequa-se perfeitamente a coberturas metálicas e de madeira (lamelados colados).
A Fig.4.30 permite perceber as vantagens deste sistema em relação aos sistemas convencionais
anteriormente abordados.
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Fig.4.30 – Vantagens do sistema “Geberit Pluvia” em relação aos sistemas convencionais [75]
De uma forma geral, o fundo dos referidos colectores deverá ter sempre uma inclinação mínima de
aproximadamente 0,5% para favorecer a limpeza interna e o escoamento da água até às caixas que
alimentam os tubos de descida.
No caso de grandes coberturas, onde o volume de água a ser escoado através do colector é
significativo, a secção transversal aumentará, havendo a necessidade de ser projectada com chapas
mais espessas e configurações diversas.
Independentes do caso considerado, as cargas provenientes dos colectores (peso próprio, carga devido
à água, etc) devem ser levadas em conta no cálculo da estrutura e dos seus apoios.
Para a construção de um pavilhão ou armazém é fundamental o dimensionamento de um sistema de
drenagem de águas pluviais capaz de dar vazão ao nível de pluviosidade registado na região de
implantação do mesmo. A Fig.4.31 apresenta os valores médios anuais de precipitação por região
registados em Portugal, sendo possível através destes, retirar valores referenciais.
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Fig.4.31 – Valores médios anuais de precipitação por região registados em Portugal [76]
Em função dos referidos valores será portanto possível dimensionar qualquer rede de escoamento de
águas, majorando ou minorando ou elementos de drenagem que a constituem.
4.6. VENTILAÇÃO
Ventilação é o processo natural ou mecânico de fornecimento e remoção de ar de um recinto
fechado. Essa troca, quando causada por condições naturais, é denominada ventilação natural e,
quando promovida por equipamentos mecânicos, é denominada mecânica. O objectivo fundamental
da ventilação é controlar a pureza do ar, auxiliando também no controle da temperatura e humidade
de um ambiente.
A ventilação industrial trata das aplicações da ventilação em ambientes industriais.
A movimentação de ar natural, através dos ventos, é responsável pela troca de temperatura e
humidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região. Por outro lado, a movimentação
do ar por meios não naturais trata-se do principal objectivo dos equipamentos de ventilação, ar
condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou mesmo
transportando material. A forma pela qual se processa a transferência de energia e que dá ao ar a
capacidade de desempenhar determinada função, pelas suas características de pressão, velocidade,
temperatura e humidade, envolve mudanças nas condições ambientais, tornando-as propícias ao bem-
estar do trabalhador.
A ventilação industrial tem sido e continua a ser a principal medida de controlo efectivo para
ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene e segurança no trabalho, a
ventilação tem como objectivo evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial, bem como
diluir concentrações de gases, vapores e promover conforto térmico ao homem. Assim sendo, a
ventilação é um método para se evitarem doenças profissionais oriundas da concentração de pó em
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suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, vapores, entre outros. O controlo adequado da poluição
do ar ajusta-se a uma adequada ventilação das operações e processos industriais, como máquinas e
equipamentos, procedendo-se consequentemente à correcta entubação de poluentes. Contudo, para a
implementação de um sistema eficaz de ventilação numa indústria, é necessário pré-verificar as
condições das máquinas, equipamentos, bem como o processo existente.
Para a classificação dos sistemas de ventilação, é necessário ter em consideração a finalidade a que se
destinam. Dessa forma, os principais objectivos da ventilação são:
a) manutenção da saúde e segurança do homem;
• reduzir concentrações no ar de gases e vapores prejudiciais ao homem, até que baixe a
níveis compatíveis com a saúde;
• manter a concentrações de gases, vapores e poeiras controladas face ao risco de inflamação
ou explosão.
b) controlo do conforto térmico;
• equilibrar as condições atmosféricas em ambientes alterados pela presença do homem;
• refrigerar o ambiente no verão e aquecer o ambiente no inverno.
c) conservação de materiais e equipamentos (por imposição tecnológica).
• reduzir aquecimento de motores eléctricos, máquinas, etc;
• isolar cabines eléctricas, não permitindo entrada de vapores, gases ou poeiras inflamáveis, de
modo a evitar-se explosões, por meio de faíscas eléctricas;
• manter produtos industriais em armazéns ventilados, com o objectivo de se evitar a deterioração
dos mesmos.
Em tempo calmo, sem vento, é o efeito chaminé o único responsável pela renovação do ar dos
edifícios não dotados de sistemas mecânicos de ventilação. Esse efeito tem sua origem na diferença de
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Em suma, os efeitos da corrente de ar num ambiente dependem de factores como, o movimento devido
aos ventos externos, movimento devido à diferença de temperatura e devido ao efeito de aberturas
desiguais.
De uma maneira geral, para o dimensionamento eficaz de um sistema de ventilação deverá ter-se em
conta factores como:
• aberturas como portas e janelas não devem ser obstruídas;
• edifícios e equipamentos em geral devem ser projectados para ventilação natural, independente
da direcção do vento;
• com áreas iguais de aberturas de ar de entrada e de saída, obtém-se uma maior quantidade de ar
por área total de abertura.
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espalhar pelo recinto, permitindo dentro de certos limites, o controle da temperatura, da humidade e
da velocidade do ar.
A lógica deste método passa por se introduzir ar limpo ou não poluído num ambiente contendo uma
certa massa de um determinado poluente, fazendo com que esta massa seja dispersada ou diluída num
volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes.
A ventilação geral diluidora, além de não interferir com as operações e processos industriais, é mais
vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de trabalho sujeitos a modificações constantes e
quando as fontes geradoras de poluentes se encontrarem distribuídas no local de trabalho, mas, pode
não ser vantajosa, pelo elevado custo de operação, sobretudo quando há necessidade de aquecimento
do ar, nos meses de inverno; contudo, seu custo de instalação é relativamente baixo quando
comparado com o da ventilação local exaustora. É conveniente a instalação de sistemas de ventilação
geral diluidora quando há interesse na movimentação de grandes volumes de ar na estação quente.
Diversas razões levam à não utilização frequente da ventilação geral diluidora para poeiras e fumos. A
quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e sua dissipação pelo ambiente é
desaconselhável. Além disso, o material pode ser muito tóxico, requerendo, portanto, uma excessiva
quantidade de ar de diluição.
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Contudo, dependendo da orientação solar, bem como da qualidade da circulação de ar, uma elevação
indesejada da temperatura poderá ocorrer, podendo levar a um aumento do consumo de energia
eléctrica devido à necessidade de usar sistemas de refrigeração do ar.
A iluminação natural pode ser zenital ou lateral, sendo que a primeira consiste em aberturas
localizadas na cobertura dos edifícios (cobertura translúcida, clarabóias, domos, lanternim, sheds, etc).
A iluminação lateral transmite maior uniformidade e maior iluminação média sobre a área de trabalho,
e surge sob a forma de janelas, paredes translúcidas, cortinas de vidro, entre outros.
A iluminação zenital é indicada para locais profundos e grandes espaços contínuos. Porém não se deve
ter uma área de iluminação zenital muito elevada, pois poderão surgir problemas térmicos, devido à
concentração de calor que pode ser evitada através de uma boa orientação solar e boa circulação de ar.
Devido à dependência das condições externas, tanto a iluminação zenital quanto a lateral, não se tem
luz suficiente para todo o tempo diário de iluminação, além de que em dias nublados e chuvosos a
quantidade de luz reduzir consideravelmente, fazendo com que se utilize iluminação artificial. Já que
não é possível dominar o Sol, realiza-se o controle deste através da sua transmissão e distribuição.
Assim sendo, como a luz directa deve ser evitada no plano de trabalho, a luz proveniente de fonte
zenital pode ser redireccionada (através de placas sombreadoras) e reflectida, tirando partido de
elementos reflectores da luz, como as paredes.
As principais desvantagens da iluminação zenital é o seu alto custo inicial, assim como a necessidade
de manutenção adequada. Isto porque os elementos utilizados neste tipo de iluminação pela sua
localização e forma, tendem a acumular detritos diminuindo ao longo do tempo a transmissão da luz.
Os exemplos mais comuns de soluções para iluminação natural em pavilhões industriais apresentam-se
no Quadro 4.6.
Sistemas de
Descrição Esquema
Iluminação
Sistema de
Actualmente é a solução mais comum.
iluminação
Deve ter-se especial atenção ás áreas
plano com
que podem ser aplicadas, de modo a não
telhas
condicionar a térmica do edifício.
translúcidas
Sistema de
Utilizada quando a iluminação de
iluminação
cobertura é insuficiente ou não existem
com telhas
janelas directas para o exterior.
venezianas
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CASO PRÁTICO -
ANÁLISE ECONÓMICA E CUSTO-BENEFICIO
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estruturais e a necessidade da sua substituição. Contudo, estes parâmetros não têm valores fixos,
variando conforme a utilização, condições climatéricas, etc. Para esta análise estes factores
consideram-se portanto irrelevantes.
No final pretende-se cruzar dados referentes à parte estrutural e revestimento dos edifícios e com esta
conjugação de simulações e alternativas, atingir a melhor solução em termos económicos não
desprezando a relação custo beneficio.
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De maneira a chegar a conclusões o mais aproximadas possível com a realidade é necessário recorrer
ao pré-dimensionamento estrutural do edifício.
Desta forma, partindo da solução existente (estrutura em perfis de alma cheia), com afastamento entre
pórticos de 5 metros, tipo de aço S275, procurará perceber-se se a opção tomada será a mais vantajosa
para o fim a que se destina.
A análise a realizar, é feita por pórtico, sendo depois multiplicada pelos 19 pórticos que o edifício
contempla atingindo desta forma o custo final para a totalidade do edifício. Os elementos a considerar
longitudinalmente (madres, contraventamentos e tirantes) não são incluídos nesta análise uma vez que
são iguais para ambas as soluções, o que para a confrontação de valores se torna irrelevante.
A empresa responsável pelo dimensionamento do edifício disponibilizou os valores iniciais de
referência para a contabilização e cálculo de esforços e cargas actuantes, nomeadamente ao nível dos
valores das cargas relativas à sobrecarga, neve e ao vento. O peso próprio do revestimento, baseado
nos elementos que normalmente se aplicam também foi contabilizado através de um valor médio,
também este fornecido.
Posto isto tem-se:
• Sobrecarga regulamentar: 0,4 kN/m2
• Neve: 0,7 kN/m2
• Vento: wk = 1,08 kN/m2
• Peso próprio do revestimento: 0,15kN/m2
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Recorrendo ao programa de cálculo estrutural (Robot), foram consideradas duas combinações para
ELU (neve e vento) e considerou-se que a sobrecarga não é condicionante. Assim o cálculo
contabiliza:
• 1,35pp+1,5neve
• 1,0pp+1,5vento
Posto isto, a análise a efectuar passa por estudar três alternativas em termos estruturais. Consideram-se
então as alternativas:
• estrutura com perfis em alma cheia (Fig.5.2 (a));
• estrutura com vigas em treliça e pilares de alma cheia (Fig.5.2 (b));
• estrutura com vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado (Fig.5.2 (c)).
A análise destas soluções procurará esclarecer o estado de deformação a que cada solução está sujeita,
o respectivo peso que envolve e o seu custo final.
Numa segunda fase, serão estudadas novamente as alternativas anteriores, mas desta vez com o dobro
da vão considerado. A análise para 22 e posteriormente para 44 metros permite tirar conclusões
relativas a soluções a considerar quando é necessário vencer maiores vãos. Quanto se está perante o
segundo caso, área duplica relativamente ao primeiro caso, atingindo assim os 4000 m2.
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Síntese de valores
Quadro 5.1 – Síntese de valores para perfis de alma cheia
Peso Pórtico Peso Edifício Peso Edifício Custo Custo Edifício Custo Total
[kg] [kg] [kg/m2] [€/kg] [€] [€/m2]
5.3.2. ESTRUTURA COM VIGAS EM TRELIÇA E PILARES DE ALMA CHEIA (VÃO DE 22M)
Para fazer face às acções e hipóteses anteriores, dimensionou-se um novo pórtico em que os elementos
que o constituem estão definidos na Fig.5.5.
Fig.5.5 – Estrutura com Vigas em Treliça e Pilares de Alma Cheia (Vão de 22m)
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Síntese de valores
Quadro 5.2 – Síntese de valores para vigas em treliça e pilares de alma cheia
Peso Edifício
Peso Pórtico [kg] Peso Edifício [kg] Custo [€/kg] Custo Edifício [€]
[kg/m2]
Perfis
Custo Custo
Perfis Perfis Perfis IPE Perfis Perfis Perfis Perfis
Perfis IPE Total Total
IPE tubulares Tubulares + IPE Tubulares IPE Tubulares
[€] [€/m2]
Tubulares
1085 2035 20615 38665 29,64 2,5 2,5 51537,5 96663 148200 74,10
5.3.3. ESTRUTURA COM VIGAS EM PERFIS DE ALMA CHEIA E PILARES DE BETÃO ARMADO (VÃO DE 22M)
Em função das considerações anteriormente definidas, dimensionou-se os elementos que constituem o
actual pórtico, sendo representados na Fig.5.8.
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Fig.5.8 – Estrutura com Vigas em Perfis de Alma Cheia e Pilares de Betão Armado (Vão de 22m)
O valor das ligações (“Bracket”) será neste caso distribuído em metade para os perfis HEA e outra
metade para os perfis IPE. Desta forma este resultado representará uma média que não condiciona uma
ou outra solução.
O pilar utilizado, realizado em betão, tem secção 0,3x0,3m e altura 9,5m. Aos 9,0m é incorporado o
perfil IPE360 com 1m de comprimento (0,5m no interior do pilar e o restante fora, de maneira a
realizar a ligação com os perfis IPE 330 das vigas). Até ao 9m o pilar apresenta armadura longitudinal
e cintas transversais.
A secção transversal do pilar a uma altura de 9,5m é representado na Fig.5.10.
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Para os perfis IPE 330 e 360 é considerado o preço de 2,50 €/kg. Este valor tem por base a média de
preços que o mercado nacional oferece.
Relativamente ao betão que constitui cada pórtico adoptou-se um preço de 250€/m3.
Síntese de valores
Quadro 5.3 – Síntese de valores para vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado
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Conclusões gráficas
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É considerado o preço de 2,60 €/kg para os perfis IPE e 2,65 €/Kg para os perfis HEA que fazem parte
da solução. Este valor tem por base a média de preços que o mercado nacional oferece.
O valor das ligações (“Bracket”) será neste caso distribuído em metade para os perfis HEA e outra
metade para os perfis IPE. Este resultado representará uma média que não condiciona uma ou outra
solução.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Síntese de valores
Quadro 5.4 – Síntese de valores para perfis de alma cheia
Peso Pórtico [kg] Peso Edifício [kg] Custo [€/kg] Custo Edifício [€]
Peso Custo
Perfis Perfis Peso Perfis Perfis Perfis Perfis Perfis Perfis Custo
Peso
Edifício Total
IPE HEA Total IPE HEA IPE HEA
Total IPE HEA Total
[kg/m2] [€/m2]
3601 5687 9288 68419 108053 176472 44,1 2,60 2,65 177889 286340 464230 116,06
5.3.6. ESTRUTURA COM VIGAS EM TRELIÇA E PILARES DE ALMA CHEIA (VÃO DE 44M)
Em função das acções e hipóteses anteriores, dimensionou-se um novo pórtico em que os elementos
que o constituem estão definidos na Fig.5.15.
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Síntese de valores
Quadro 5.5 – Síntese de valores para vigas em treliça e pilares de alma cheia
Peso Pórtico [kg] Peso Edifício [kg] Custo [€/kg] Custo Edifício [€]
Peso Peso
Perfis Perfis Perfis Peso Total Perfis Perfis Perfis Perfis Custo Custo Total
Perfis IPE Total Edifício
tubulares IPE tubulares [kg] IPE tubulares IPE tubulares Total [€] [€/m2]
[kg] [kg/m2]
1724 6729 8453 32756 127851 160607 40,15 2,55 2,5 83528 319628 403155 100,79
5.3.7. ESTRUTURA COM VIGAS EM PERFIS DE ALMA CHEIA E PILARES DE BETÃO ARMADO (VÃO DE 44M)
Em função das considerações anteriormente definidas, dimensionam-se os elementos que constituem o
actual pórtico, sendo representados na Fig.5.18.
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Fig.5.18 – Estrutura com Vigas em Perfis de Alma Cheia e Pilares de Betão Armado (Vão de 44m)
O valor das ligações (“Bracket”) será neste caso distribuído em metade para os perfis HEA e outra
metade para os perfis IPE. Desta forma este resultado representará uma média que não condiciona uma
ou outra solução.
O perfil IPE 600 tem 1m de comprimento sendo que 0,5m deste são no interior do pilar e o restante
fora de maneira a realizar a ligação com os perfis HEA 550 das vigas.
O pilar utilizado, realizado em betão, tem secção 0,3x0,7m e altura 9,5 m. Aos 9,0m é incorporado o
perfil HEA550 com 1m de comprimento (0,5m no interior do pilar e o restante fora de maneira a
realizar a ligação com os perfis IPE 330 das vigas). Até ao 9m o pilar apresenta armadura longitudinal
e cintas transversais.
A secção transversal do pilar a uma altura de 9,5m é representado na Fig.5.20.
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Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Para os perfis que IPE 600 e HEA 550 são considerados os preços de 2,60 €/kg para o primeiro e
2,65€/kg para o segundo. Estes valores têm por base a média de preços que o mercado nacional
oferece.
Relativamente ao betão que constitui cada pórtico adoptou-se um preço de 250€/m3, em conformidade
com o ponto 5.3.3.
Síntese de valores
Quadro 5.6 – Síntese de valores para vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado
Custo Custo
Custo Edifício
[€/kg] [€/m3]
Custo
Betão Custo
Aço Betão Aço [€] Total
[€] Total [€]
[€/m2]
Perfis Perfis Perfis Perfis Custo
IPE HEA 250 IPE HEA Total 18962 322104 80,53
2,60 2,65 280938 22204 303142
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Conclusões gráficas
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5.4.1. AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS MAIS RELEVANTES PARA O USO A QUE DESTINA
O quadro 5.8 procura fazer a confrontação de características mais relevantes para as três alternativas
em estudo. Apesar desta análise não apresentar valores concretos, é realizada com base nas
propriedades dos materiais.
Admitindo que o edifício em questão é destinado para o fabrico e montagem de materiais metálicos,
necessita de ocupação permanente de trabalhadores. Em função deste parâmetro e de muitos outros
procura-se atingir a melhor solução das apresentadas com o objectivo de saber qual delas trás mais
benefícios.
Quadro 5.8 – Quadro de Avaliação das Características Mais Relevantes
Painel
Características Naturocimento Chapa metálica
Sandwich
Qualidades térmicas -
Qualidades Acústicas -
Complexidade de montagem - -
Sustentabilidade e reciclabilidade -
Comportamento mecânico -
Comportamento ao vento
Conforto visual
Reacção ao fogo - -
Formação condensações -
Corrosibilidade -
Esfoliação/Escamação/Destaque
Desagregação/ Oxidação
-
(Envelhecimento)
105
Análise Exigencial Comparada de Soluções de Coberturas Leves de Armazéns e Edifícios Industriais
Estrutura
A B C
Revestimento
VÃO 22M
VÃO 44M
106
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6
CONCLUSÃO
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• o vão considerado inviabiliza esta solução quando se pretende atingir estruturas com
menor peso (kg/m2);
• em termos de custo para o vão em análise, representa uma solução mais dispendiosa
quando comparada com as restantes soluções;
• por considerações feitas ao longo deste trabalho sabe-se que as estruturas em treliça
englobam maiores custos de mão-de-obra que levam a um aumento dos custos finais de
construção;
• em relação às restantes alternativas, esta solução requer mão de obra mais especializada na
montagem do que as restantes, sendo este também um processo mais moroso em relação
às alternativas.
Estrutura porticada com vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado
• o grande inconveniente desta solução surge pelo facto do betão condicionar um elevado
número de actividades e parâmetros intermédios a cumprir, tais como, o fabrico do
mesmo, o tempo de cura, a realização de cofragens, a montagem de armaduras, etc;
• requer grande percentagem de mão-de-obra e um intervalo de tempo extenso de montagem
e consequente utilização do espaço;
• representa uma solução que em termos de custos poderá ser a preferencial relativamente
às estudadas, embora não possa ser comparada directamente com as restantes face ao peso
uma vez que possui uma configuração de pilares completamente distinta.
• é cada vez mais uma solução a ponderar na actualidade;
Quando se considera a utilização de vãos maiores (44m) pode-se concluir que as considerações atrás
citadas (vão 22m) se alteram. Posto isto, em função das diversas soluções condicionadas pelo aumento
do vão chega-se à conclusão que:
Estrutura porticada com perfis em alma cheia
• a solução muda totalmente as características vantajosas demonstradas para o vão de 22m;
• o peso desta estrutura duplica, superando o peso da solução de vigas em treliça e pilares de
alma cheia. Em termos percentuais, o peso aumenta 98,6%, enquanto para a solução em
treliça o aumento é de apenas 35%;
• passa a ser a solução mais onerosa das três apresentadas.
Estrutura porticada com vigas em perfis de alma cheia e pilares de betão armado
• passa de uma solução a ter em conta para vãos mais reduzidos, a uma proposta a rejeitar
economicamente para maiores vãos.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
• o valor da deformação mais elevado é superior à solução em treliça, mas face à solução
em pórticos de alma cheia é bastante similar.
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
O avanço do sector construtivo nesta área encontra-se cada vez mais a maximizar a pré-fabricação dos
diversos elementos estruturais, sendo que as ligações entre os diversos elementos tendem a ser
realizadas de forma a poderem ser divididas sem perda dos elementos de modo a serem reutilizáveis.
O principal factor de caracterização tanto dos sistemas estruturais como os de revestimento é avaliado
face às vantagens e desvantagens de cada solução e quanto ao uso a que se destinam. Actualmente, em
termos de promoção da eficiência e sustentabilidade na construção promove-se a utilização de novos
materiais e sistemas construtivos com menores consumos energéticos associados (produção, aplicação
e utilização). Por outro lado, admite-se uma diminuição dos custos de construção, pela via dos
materiais (custo de produção), mas fundamentalmente, pela via da redução da carga humana
necessária ao desenvolvimento das variadas operações (associada a novos materiais com múltiplas
funcionalidades). Pela análise dos edifícios industriais foi possível constatar a forte ligação da
tipologia com os avanços da tecnologia da construção.
No que diz respeito ao sistema de coberturas de armazéns e edifícios industriais, após a consulta de
bibliografia referente aos mesmos e de catálogos de empresas, foi possível verificar que as principais
exigências funcionais a serem satisfeitas encontram-se agrupadas em quatro grupos principais.
Exigências de segurança, aptidão ao uso, conservação das características e de manutenção. Cada grupo
engloba uma série de parâmetros a cumprir com o objectivo de viabilizar o desempenho e sucesso
construtivo destes edifícios. No caso em estudo procurou-se relacionar os sistemas de revestimento e
estruturais que melhor se comportavam face às exigências a serem cumpridas, obtendo portanto
soluções com uma boa relação custo-beneficio.
111
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
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ANEXOS
Planta
Corte
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
A2.6. ESTRUTURA COM VIGAS EM PERFIS DE ALMA CHEIA E PILARES DE BETÃO ARMADO (VÃO DE 22M)
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
Custo
Características
A3.2. PAINÉIS SANDWICH
Custo
Características
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais
A3.3. PAINÉIS DE NATUROCIMENTO
Custo
Características
Análise exigencial comparada de soluções de coberturas leves de armazéns e edifícios industriais