Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO A FILOSOFIA

PROF. FRANCISCO VENCESLAU DE OLIVEIRA JALES

LAUANE MOREIRA SILVA

CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO – XI LIVRO:

MEDITAÇÃO SOBRE O PRIMEIRO VERSÍCULO DE GÊNESIS “NO PRINCÍPIO


DEUS CRIOU...”

FORTALEZA - CEARÁ

2019
1 – Finalidade da confissão de Agostinho a Deus

Uma vez, que Deus é um ser onisciente, Agostinho deixa claro, que narra os
acontecimentos a seguir, não para que Deus os conheça por meio dele, mas sim para despertar
o amor por Ele, nos leitores das confissões e em si próprio.

2 – Agostinho quer fazer a meditação sistemática da Sagrada Escritura

Agostinho realiza uma prece, pedindo para que Deus lhe dê a graça de entender as
palavras e mistérios implícitos na Sagrada Escritura, pois está à procura dos tesouros da
sabedoria e conhecimento.

3 – Prece para compreender as palavras da Sagrada Escritura

Aqui, da continuidade a sua prece, mais uma vez rogando à Deus, para que Ele o faça
compreender as palavras descritas na Bíblia, assim como diz nas primeiras linhas deste
tópico: “Concede-me que ouça e compreenda como no principio criastes o céu e a terra”.

4 – Existência e criação do mundo

Agostinho trás o exemplo do céu e da terra, estes que existem, e por meio de suas
mudanças, “proclamam que foram criados”. Todas as coisas criadas não se fizeram por si
mesmas, sendo assim evidência daqueles que as criaram, o Senhor.

5 – Criação de Deus e trabalho do homem

O autor vai discorrer sobre de que forma Deus criou o céu e a terra, uma vez que não
tinha onde o criar, ou ainda não havia matéria para modela-los. Assim, conclui que Deus disse
uma palavra e tudo foi criado, a partir destas palavras.

6 – As palavras humanas passam, a palavra de Deus permanece eternamente

Agostinho conclui, que antes do céu e da terra, já existia uma criatura material que
transmitiu a voz que disse a palavra da criação no tempo, uma voz transitória. Mas então de
que palavra Deus teria se utilizado para criar esta criatura que transmitiu sua palavra?

7 – Eternidade do Verbo

Agostinho nos leva a refletir sobre o Verbo, que é eternamente pronunciado, e que por
meio dele, todas as coisas são ditas. Afirma que na palavra de Deus, nada aparece ou
desaparece, pois é imortal e eterna, assim com Ele, enunciando tudo o que diz em um só
tempo.
8 – A palavra de Deus dirige-se a nós no Evangelho

Afirma que Deus se comunica conosco, por meio do Evangelho, com voz humana
para que Sua palavra repercuta nos ouvidos humanos, assim os levando a encontrar Jesus na
verdade eterna.

9 – Deus fala no nosso íntimo

Agostinho aconselha aqueles que puderem, a escuta a voz do Senhor em seu íntimo,
uma vez que a Sabedoria de Deus, é o princípio em que o céu e a terra foram criados.

10 – Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?

O autor cita questões como a do título e ainda indagações sobre a vontade divina,
porém afirma que a vontade de Deus não é uma criatura, mas algo que as antecede todas elas,
algo pertencente à própria substância divina.

11 – Diferença entre tempo e eternidade?

A duração do tempo é composta de movimentos passageiros que não se alongam


simultaneamente, e, por isso é longa. Enquanto que, na eternidade, nada passa. No tempo nem
tudo é presente, já na eternidade sim.

12 – Antes de criar, Deus nada fazia

Agostinho responde a pergunta feita no 10° tópico dizendo que Deus nada fazia antes
de criar o céu e a terra, pois caso contrário, o que seria senão ima criatura?

13 – O tempo começou com a criação

Sendo o Senhor o criador de todos os tempos como se poderia dizer que Ele nada
fazia? Acontece que foi Deus quem criou o tempo, junto ao céu e a terra, logo, este não
poderia decorrer antes disto. Deus existiu antes de todos os tempos e criou-os todos.

14 - O conceito de tempo

Se ninguém perguntasse, Agostinho saberia responder o que é tempo. Porém, ao ser


perguntado, não o consegue. Para Agostinho, o presente deve se tornar passado, para ser
tempo, logo sua razão de ser é a mesma pela qual deixa de existir. Assim, não se pode falar
verdadeiramente da existência do tempo.
15 – Passado, presente e futuro

O passado não existe mais, o futuro ainda não existe. Logo, deveríamos dizer que o
passado foi longo e o futuro será longo. Já o tempo presente, não tem extensão alguma.

16 – Pode-se medir o tempo?

Podemos perceber os intervalos de tempo passando, afirmando que alguns são mais
longos e outros mais breves. Pode-se perceber e medir o tempo que está passando, mas o que
é passado não se pode medir pois não existe.

17 – A existência do passado e do futuro

Agostinho conclui que tanto passado como futuro existem. Uma vez que, tomando o
exemplo de quem prediz o futuro não se pode ver o que não existe e aqueles que relatam
coisas passadas as percebem na mente, uma vez que as viram.

18 – Como se faz para falar do passado ou para predizer o futuro?

Por meio da memória narramos acontecimentos verdadeiros do passado. Não os fatos


em si, mas as palavras que exprimem imagens impressas no espírito. Quanto ao futuro, da o
exemplo da aurora, pois quando a vemos, podemos predizer que o Sol está para nascer, não
estamos vendo o fato em si, mas sabemos que vai acontecer.

19 – O mistério da profecia

Quanto as profecias, e a forma como Deus revela os fatos futuros aos profetas,
Agostinho não o sabe como o explicar, pois admite ser algo longe de sua capacidade de
compreensão.

20 – Só de maneira imprópria de fala de passado, presente e futuro

Com uma mudança em sua opinião, Agostinho afirma que passado e futuro não existe,
e que é incorreto falar de três tempos (passado, presente e futuro). Para ele, seria mais justo
dizer que existem o presente dos fatos passados (a memória), o presente dos fatos futuros (a
visão) e o presente dos fatos futuros (a espera).

21 – A medida do tempo

O tempo vem do futuro, passa pelo presente e acaba no passado. Se afirmamos que há
tempos simples, duplos, triplos, ou até iguais entre si, é porque consideramos como espaço de
tempo.
22 – Agostinho deseja ardentemente entender esse problema

Agostinho afirma que seu espírito arde de desejo para compreender o mistério acima, e
então faz uma prece á Deus, para que seu pedido seja atendido.

23 – O tempo e o movimento dos astros

O autor não concorda que o tempo é o movimento dos astros, pois apesar de servirem
de indicadores para fatores como anos e estações, não o servem para medir o tempo, segundo
Agostinho. Toma argumento a passagem bíblica em que o Sol parou a pedido de um homem
(Js 10, 12) mas o tempo continuou passando. Para Agostinho o tempo seria uma espécie de
extensão.

24 – O tempo não é o movimento dos corpos

Reafirma sua opinião, ao dizer que o tempo não é o movimento dos corpos, uma vez
que o movimento de um corpo é diferente da medida de sua duração.

25 – Confissão e invocação

Agostinho confessa que, apesar de estar escrevendo no tempo, e de já ter se


expressado tanto sobre, não sabe o que é tempo ainda, e pede ao Senhor, que ao ver que não
mentes, o guie.

26 – Será o tempo simplesmente extensão?

Agostinha começa a refletir sobre o que está medindo quando se exprime. Sabe que
mede o tempo, mas não o futuro, nem um presente, nem o passado, já que, simultaneamente
um não existe, o outro não tem extensão e o último não existe mais.

27 – A medida do tempo realiza-se em nossa mente

Apesar de não medirmos, nem futuro, nem passado, nem presente e nem o tempo que
está passando, medimos o tempo. Ao medir o tempo de algumas sílabas ditas, e compara-las,
por exemplo, não estamos as medindo, porque não mais existem, mas estamos medindo algos
delas que ficou gravado em nossa memória.

28 – Expectativa do futuro, atenção ao presente, lembrança do passado

Agostinho usa o exemplo da recitar uma canção conhecida, antes de começar uma
expectativa se estende por toda ela. Ao começar, a atividade se volta para parte que já foi
recitada, e para a expectativa do que ainda há para recitar. A atenção, porém, está presente.
NO decorrer da canção, a espera diminui e lembrança aumenta, e ao acabar, o ato passa
totalmente ao domínio da memória.

29 – Aspiração ao eterno, depois da dissipação do tempo

Agostinha fala sobre sua relação com o tempo, aqui na terra e como seria no céu.

30 – Inutilidade da pergunta: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?”

Quase concluindo, Agostinho afirma não mais tolerar perguntas como estas acima, e
pede para que Deus faça quem as faz entender que não existia tempo antes da criação e que
Deus existe antes de todos os tempos, e ainda que não existe tempo eterno.

31 – Ciência humana e ciência divina

Agostinho conclui com mais uma prece ao Senhor, destacando a profundidade de seus
mistérios e segredos.

Você também pode gostar