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LICENCIATURA EM HISTÓRIA
FORTALEZA - CEARÁ
2019
1 – Finalidade da confissão de Agostinho a Deus
Uma vez, que Deus é um ser onisciente, Agostinho deixa claro, que narra os
acontecimentos a seguir, não para que Deus os conheça por meio dele, mas sim para despertar
o amor por Ele, nos leitores das confissões e em si próprio.
Agostinho realiza uma prece, pedindo para que Deus lhe dê a graça de entender as
palavras e mistérios implícitos na Sagrada Escritura, pois está à procura dos tesouros da
sabedoria e conhecimento.
Aqui, da continuidade a sua prece, mais uma vez rogando à Deus, para que Ele o faça
compreender as palavras descritas na Bíblia, assim como diz nas primeiras linhas deste
tópico: “Concede-me que ouça e compreenda como no principio criastes o céu e a terra”.
Agostinho trás o exemplo do céu e da terra, estes que existem, e por meio de suas
mudanças, “proclamam que foram criados”. Todas as coisas criadas não se fizeram por si
mesmas, sendo assim evidência daqueles que as criaram, o Senhor.
O autor vai discorrer sobre de que forma Deus criou o céu e a terra, uma vez que não
tinha onde o criar, ou ainda não havia matéria para modela-los. Assim, conclui que Deus disse
uma palavra e tudo foi criado, a partir destas palavras.
Agostinho conclui, que antes do céu e da terra, já existia uma criatura material que
transmitiu a voz que disse a palavra da criação no tempo, uma voz transitória. Mas então de
que palavra Deus teria se utilizado para criar esta criatura que transmitiu sua palavra?
7 – Eternidade do Verbo
Agostinho nos leva a refletir sobre o Verbo, que é eternamente pronunciado, e que por
meio dele, todas as coisas são ditas. Afirma que na palavra de Deus, nada aparece ou
desaparece, pois é imortal e eterna, assim com Ele, enunciando tudo o que diz em um só
tempo.
8 – A palavra de Deus dirige-se a nós no Evangelho
Afirma que Deus se comunica conosco, por meio do Evangelho, com voz humana
para que Sua palavra repercuta nos ouvidos humanos, assim os levando a encontrar Jesus na
verdade eterna.
Agostinho aconselha aqueles que puderem, a escuta a voz do Senhor em seu íntimo,
uma vez que a Sabedoria de Deus, é o princípio em que o céu e a terra foram criados.
O autor cita questões como a do título e ainda indagações sobre a vontade divina,
porém afirma que a vontade de Deus não é uma criatura, mas algo que as antecede todas elas,
algo pertencente à própria substância divina.
Agostinho responde a pergunta feita no 10° tópico dizendo que Deus nada fazia antes
de criar o céu e a terra, pois caso contrário, o que seria senão ima criatura?
Sendo o Senhor o criador de todos os tempos como se poderia dizer que Ele nada
fazia? Acontece que foi Deus quem criou o tempo, junto ao céu e a terra, logo, este não
poderia decorrer antes disto. Deus existiu antes de todos os tempos e criou-os todos.
14 - O conceito de tempo
O passado não existe mais, o futuro ainda não existe. Logo, deveríamos dizer que o
passado foi longo e o futuro será longo. Já o tempo presente, não tem extensão alguma.
Podemos perceber os intervalos de tempo passando, afirmando que alguns são mais
longos e outros mais breves. Pode-se perceber e medir o tempo que está passando, mas o que
é passado não se pode medir pois não existe.
Agostinho conclui que tanto passado como futuro existem. Uma vez que, tomando o
exemplo de quem prediz o futuro não se pode ver o que não existe e aqueles que relatam
coisas passadas as percebem na mente, uma vez que as viram.
19 – O mistério da profecia
Quanto as profecias, e a forma como Deus revela os fatos futuros aos profetas,
Agostinho não o sabe como o explicar, pois admite ser algo longe de sua capacidade de
compreensão.
Com uma mudança em sua opinião, Agostinho afirma que passado e futuro não existe,
e que é incorreto falar de três tempos (passado, presente e futuro). Para ele, seria mais justo
dizer que existem o presente dos fatos passados (a memória), o presente dos fatos futuros (a
visão) e o presente dos fatos futuros (a espera).
21 – A medida do tempo
O tempo vem do futuro, passa pelo presente e acaba no passado. Se afirmamos que há
tempos simples, duplos, triplos, ou até iguais entre si, é porque consideramos como espaço de
tempo.
22 – Agostinho deseja ardentemente entender esse problema
Agostinho afirma que seu espírito arde de desejo para compreender o mistério acima, e
então faz uma prece á Deus, para que seu pedido seja atendido.
O autor não concorda que o tempo é o movimento dos astros, pois apesar de servirem
de indicadores para fatores como anos e estações, não o servem para medir o tempo, segundo
Agostinho. Toma argumento a passagem bíblica em que o Sol parou a pedido de um homem
(Js 10, 12) mas o tempo continuou passando. Para Agostinho o tempo seria uma espécie de
extensão.
Reafirma sua opinião, ao dizer que o tempo não é o movimento dos corpos, uma vez
que o movimento de um corpo é diferente da medida de sua duração.
25 – Confissão e invocação
Agostinha começa a refletir sobre o que está medindo quando se exprime. Sabe que
mede o tempo, mas não o futuro, nem um presente, nem o passado, já que, simultaneamente
um não existe, o outro não tem extensão e o último não existe mais.
Apesar de não medirmos, nem futuro, nem passado, nem presente e nem o tempo que
está passando, medimos o tempo. Ao medir o tempo de algumas sílabas ditas, e compara-las,
por exemplo, não estamos as medindo, porque não mais existem, mas estamos medindo algos
delas que ficou gravado em nossa memória.
Agostinho usa o exemplo da recitar uma canção conhecida, antes de começar uma
expectativa se estende por toda ela. Ao começar, a atividade se volta para parte que já foi
recitada, e para a expectativa do que ainda há para recitar. A atenção, porém, está presente.
NO decorrer da canção, a espera diminui e lembrança aumenta, e ao acabar, o ato passa
totalmente ao domínio da memória.
Agostinha fala sobre sua relação com o tempo, aqui na terra e como seria no céu.
Quase concluindo, Agostinho afirma não mais tolerar perguntas como estas acima, e
pede para que Deus faça quem as faz entender que não existia tempo antes da criação e que
Deus existe antes de todos os tempos, e ainda que não existe tempo eterno.
Agostinho conclui com mais uma prece ao Senhor, destacando a profundidade de seus
mistérios e segredos.