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AUDITOR FISCAL DO TRABALHO

Contabilidade – Aula 02
Egbert Buarque

MÓDULO 2 Quando a perda, de fato, ocorre, deve-se baixar a


provisão contra os valores a receber. Nesta situa-
Conteúdo: ção, podem ocorrer três casos: (i) a PCLD é igual ao
valor da perda, (ii) maior que a perda ou (iii) menor
 Provisões que a perda.
 Provisões para contingências
 Obtenção e quitação de empréstimos 2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido-
 Duplicatas sa (PCLD)
 Depreciação
Se o valor da PCLD for igual ou maior que a per-
1. Provisões da a ser reconhecida, basta baixar a provisão contra
o direito a receber perdido.
São contas de natureza credora, que podem repre- Exemplo: perda de $ 150, com PCLD constituída em
sentar: $ 200.

(i) Perdas estimadas por eventos futuros (provisões D: PCLD


do ativo. Ex.: PCLD, PAVM..); C: Duplicatas a receber......................150
(ii) Reconhecimentos de despesas pelo regime de
competência (provisões do passivo. Ex.: provisão 2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido-
para férias, provisão para 13º salário); sa (PCLD)
ou
(iii) Prováveis desembolsos em decorrência de Na hipótese de a perda ser maior que a PCLD
eventos passados (provisão para contingências) constituída, deve-se complementar a perda do
ativo com um lançamento em conta de despesa.
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido-
sa (PCLD) Exemplo: perda de $ 300, com PCLD constituída no
valor de $200.
Esta provisão tem por finalidade ajustar as contas
de direitos a receber para o seu valor provável de D:
realização. Sendo assim, a empresa, com base no PCLD..................................................................200
seu histórico, estima, no exercício anterior, uma D: Baixa de duplicatas incobráveis (despe-
determinada taxa de inadimplência. sa).......................................................................100
C: Duplicatas areceber.....................................300
Esta taxa é aplicada ao total dos valores a receber e
o resultado é lançado como despesa em contrapar- 2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido-
tida à conta de Provisão para Créditos de Liquida- sa (PCLD)
ção Duvidosa (PCLD) ou Provisão para Devedores
Duvidosos (PDD). Importante: ao final do exercício, pode ser necessá-
ria a complementação da PCLD.
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido- Exemplo: PCLD constituída de $ 200. O histórico de
sa (PCLD) inadimplência da empresa indica a constituição de
provisão de 10% dos títulos a receber, que totalizam
Exemplo: o histórico da empresa ABC dos últimos $ 5.000.
três anos mostra que a inadimplência média das
duplicatas emitidas (duplicatas a receber) é de 10%. 2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido-
Determinar a provisão a constituir para um valor de sa (PCLD)
$ 2.000 de duplicatas a receber.
Solução
PCLD = 10% de $ 2000 = $ 200
Constituição da PCLD A PCLD a ser constituída para o exercício seguinte
deverá ser de $ 500 (10% de 5.000), entretanto já
D: Créditos de Liquidação Duvidosa (despesa) há $ 200 em PCLD remanescente do período ante-
C: PCLD (retificadora do ativo).....................$ 200 rior.

2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido- Neste caso, basta complementar a PCLD existente
sa (PCLD) em $ 300, para completar o total de $ 500.

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2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvido- 3. Provisão para ajuste a valor de mercado
sa (PCLD) (PAVM)

Contabilização O lançamento referente à constituição da PAVM


será:
D: Créditos de Liquidação Duvidosa (despesa)
C: PCLD.....................................................300 D: Despesa de PAVM
C: PAVM (retificadora do ativo)................400
3. Provisão para ajuste a valor de mercado
(PAVM) 4. Provisão para 13º salário

A Lei 6.404/76 disciplina assim este assunto: Trata-se de provisão destinada a reconhecer a des-
pesa de 13º salário que ocorrerá ao final do ano ou
“Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão quando da demissão de empregados, pelo regime
avaliados segundo os seguintes critérios: de competência.

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e 5. Provisão para férias


produtos do comércio da companhia, assim como
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em Similar à provisão para 13º salário, representa o
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, reconhecimento da despesa de salários relativos às
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de férias.
mercado, quando este for inferior;”
6. Provisão para pagamento de tributos
3. Provisão para ajuste a valor de mercado
(PAVM) Os tributos são reconhecidos no resultado, porém
serão pagos em data futura. Enquanto não ocorre o
Exemplo: efetivo pagamento, estas despesas devem ser re-
As mercadorias A, B e C apresentavam os seguin- conhecidas, em obediência ao regime de compe-
tes valores de aquisição: tência, por meio de constituição de provisão do pas-
sivo.

Exemplos: Provisão para IR, Provisão para Contri-


buição Social sobre o Lucro Líquido.

7. Provisão para contingências


3. Provisão para ajuste a valor de mercado
Esta provisão corresponde ao reconhecimento de
(PAVM)
perdas que, de fato, ainda não ocorreram, mas que
apresentam grande probabilidade de se materializa-
Na data do balanço, o valor de mercado das merca-
rem. É o caso de ações judiciais ainda não transita-
dorias A, B e C era o seguinte:
das em julgado, mas que a empresa reconhece que
há grande chance de perder e, em consequência,
ter que efetuar pagamentos à outra parte.

7. Provisão para contingências (CPC 25)

Segundo o CPC 25, item 14, uma provisão deve


ser reconhecida (registrada no passivo) quando:
3. Provisão para ajuste a valor de mercado
(PAVM) (i) A entidade tem uma obrigação presente (legal ou
não formalizada) como resultado de evento passa-
Cálculo da provisão: do;
(ii) Seja provável que será necessária uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos
para liquidar a obrigação; e
(iii) Possa ser feita uma estimativa confiável do
valor da obrigação.

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7. Provisão para contingências (CPC 25)  duplicata é título de crédito emitido pelo credor.
Portanto, quem emite duplicata, registra no seu
ativo a conta “Duplicatas a receber” ou “Duplica-
tas emitidas”.
 Quem aceita a duplicata é devedor e registra no
seu passivo a conta “Duplicatas a pagar” ou
“Duplicatas aceitas”.

9. Desconto de Duplicata

Operação 1: venda de mercadorias com emissão de


duplicatas contra o comprador, no valor de $
20.000. As mercadorias vendidas estavam registra-
das no estoque por $ 12.000.
Lançamento da receita de vendas:
8. Obtenção de empréstimos D: Duplicatas a receber (ativo)
C: Receita de vendas (receita)............20.000
Exemplo: a empresa ABC obteve um empréstimo de
$ 100.000, para pagamento integral após 3 meses. 9. Desconto de Duplicata
A taxa de juros mensal é de 2% ao mês, capitaliza-
da em juros compostos. Lançamento da baixa do estoque das mercadorias
vendidas:
8. Obtenção de empréstimos
D: Custo das Mercadorias Vendidas (despesa)
Mês 1: capitalização dos juros: C: Estoque (ativo)...................................12.000
2% x 100.000 = $ 2.000 9. Desconto de Duplicata
D: juros passivos (despesa) Operação 2: o vendedor recebe a duplicata na data
C: Empréstimos (passivo)..................2.000 prevista:
8. Obtenção de empréstimos D: Caixa ou bancos
C: Duplicatas a receber.......................20.000
Mês 2: capitalização dos juros:
9. Desconto de Duplicata
2% x 102.000 = $ 2.040
Operação 3: o vendedor recebe a duplicata com
D: juros passivos (despesa) acréscimo de juros por atraso, no valor de $ 2.000.
C: Empréstimos (passivo)..................2.040
D: Caixa ou bancos.............................22.000
8. Obtenção de empréstimos C: Duplicatas a receber......................20.000
C: juros ativos (receita).......................2.000
Mês 3: capitalização dos juros:
9. Desconto de Duplicata
2% x 104.040 = $ 2.080,80
Operação 4: desconto (antecipação) da duplicata
D: juros passivos (despesa) emitida, recebendo $ 18.000 no ato.
C: Empréstimos (passivo).................. 2.080,80 Lançamento:
8. Obtenção de empréstimos D: Caixa ou bancos....................................18.000
D: encargos financeiros a transcorrer (passivo
Mês 3: pagamento do principal acrescido de juros ret.).................................................................2.000
C: Duplicatas descontadas (passivo)......20.000
D: Empréstimos (passivo)
C: caixa ou bancos (ativo)............106.120,80 9. Desconto de Duplicata
9. Desconto de Duplicata

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Operação 5: a duplicata descontada é quitada pelo de 5 anos e que o seu valor residual, ao final deste
cliente na data do seu vencimento. prazo, é estimado em $ 16.000, determine:

D: Duplicatas descontadas (passivo) a) A cota mensal de depreciação;


C: Duplicatas a receber........................20.000 b) A despesa total de depreciação ao final de 2012;
e
9. Desconto de Duplicata c) O valor contábil do veículo ao final de 2012.

Operação 6: o cliente do vendedor não quita a du- 10. Depreciações do ativo imobilizado
plicata descontada na data do vencimento e o ban-
co deduz o valor da conta do vendedor. Solução usando o método linear (método da linha
reta)
D: Duplicatas descontadas (passivo)
C: bancos.............................................20.000 a) Cálculo da cota mensal de depreciação:

10. Depreciações do ativo imobilizado

Depreciação: perda de valor de um ativo imobilizado


por:

- Uso ou desgaste
- Obsolescência 10. Depreciações do ativo imobilizado
- Intempéries (ação do tempo)
Apropriação mensal dos encargos de depreciação:
10. Depreciações do ativo imobilizado
D: encargos de depreciação (despesa)
Definições: C: depreciação acumulada (ativo retificado-
ra)...............400
 Custo ou valor de aquisição: valor pago para
adquirir o ativo ou gasto na sua produção. 10. Depreciações do ativo imobilizado
 Vida útil: prazo durante o qual se espera que o
ativo produza os benefícios dele esperados. Representação no balanço:

10. Depreciações do ativo imobilizado

Definições:

 Valor residual: valor que se espera obter pelo


ativo ao final da sua vida útil.
 Método de depreciação: forma como será calcu-
lada a cota periódica de depreciação.
 Valor contábil: custo deduzido de depreciação
acumulada e de perda por desvalorização (im-
pairment).
Prazos de depreciação admitidos pela legislação
do Imposto de Renda (IR)
b) Cálculo da despesa total de depreciação ao final
de 2012:

10. Depreciações do ativo imobilizado

Exemplo: um veículo foi adquirido, em março de C) Cálculo do valor contábil do veículo ao final de
2012, por $ 40.000. Sabendo-se que sua vida útil é 2012:

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10. Depreciações do ativo imobilizado

Observações

 Bens que, normalmente, aumentam de valor


(terrenos, obras de arte) não depreciam; b) Soma dos dígitos crescente:
 A depreciação se inicia quando o bem está no Soma dos dígitos dos anos: 1 + 2 + 3 + 4 = 10
local e nas condições de uso pretendidas pela
administração;
 Todos os custos necessários para colocar o
bem no local e nas condições de uso pretendi-
das pela administração devem ser adicionados
ao valor de aquisição ou produção do bem;

10. Depreciações do ativo imobilizado

Observações

 Ainda que o bem tenha se tornado disponível


para uso ao longo de determinado mês, este 11. O método das cotas decrescentes é melhor
mês será contado por inteiro para fins de depre-
ciação.  Reflete com maior realidade a perda de valor de
um ativo, que costuma ser maior nos primeiros
10. Depreciações do ativo imobilizado anos da sua vida útil.
 A redução dos encargos de depreciação ao
Outros métodos de depreciação: longo dos anos tende a ser compensado pelo
aumento das despesas de manutenção do ativo,
 Soma dos dígitos dos anos; fazendo com que a despesa total tenda a ser
 Horas trabalhadas; e constante.
 Unidades produzidas
11. O método das cotas decrescentes é melhor
10. Depreciações do ativo imobilizado

Método da soma dos dígitos

Exemplo: equipamento adquirido por $100.000 e


com valor residual de $20.000. A vida útil é de 4
anos. Calcular os encargos de depreciação pelo
método da soma dos dígitos:

a) Decrescente; e
b) Crescente

10. Depreciações do ativo imobilizado


12. Amortização e exaustão
a) Soma dos dígitos decrescente:
Soma dos dígitos dos anos: 1 + 2 + 3 + 4 = 10  Amortização: perda de valor de um ativo em
decorrência de prazo de utilização limitada por
lei ou contrato.

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12. Amortização e exaustão

 Exaustão: perda de valor de um ativo em decor-


rência da exploração de recursos naturais ou
minerais.

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