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Nome: Diogo Aurélio Gomes Figueiredo

Professor: Fernando Lopes

Disciplina: Filosofia

Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho

Ano Letivo 2018/2019

Tema: Problema da Gnosiologia


Tese:

A teoria do conhecimento foca-se em tentar resolver um grande problema:


será que os sentidos do tato, da visão, da audição, do olfato e do gosto são fontes
fiáveis e seguras para no dia-a-dia possibilitar o conhecimento, ou será que a razão
é mais fiável. Será que a razão pode ser resposta a esse problema ou será que a
resposta mais correta a esse problema é a experiência.
Argumentos:

Na minha opinião, a teoria explicativa do conhecimento que melhor consegue


resolver o problema sobre a fonte do conhecimento é o Empirismo, visto que, e
seguindo a ideia de um dos grandes defensores desta teoria, John Locke, as ideias
que formamos na nossa mente são o resultado dos fenómenos que os nossos
sentidos captam.

Provavelmente sem essas captações feitas pelos nossos sentidos, a nossa


mente seria apenas uma página em branco, e em vez de sermos seres com
emoções, seriamos provavelmente só mais uma espécie da natureza, contribuindo
apenas para a continuidade do ciclo da natureza, e não contribuindo para o
desenvolvimento da espécie.

Seguindo as ideias de Locke, possuímos, por um lado, a experiência externa


que é o conjunto das impressões que os nossos órgãos sensitivos captam. Não
obstante á experiência interna, que corresponde á reflexão feita pela nossa mente.

É partindo da experiência que se formam as ideias que podem ser: ideias


simples, se se referirem às qualidades e características das coisas; ou ideias
complexas, se forem resultado de associações de ideias simples.

Outro pensador que contribui para a sobreposição do empirismo em relação


ao racionalismo, como grande resolução ao problema da fonte do conhecimento é
David Hume. Hume também defende que as nossas ideias são o resultado da
experiência. E segundo Hume as ideias e as impressões são os constituintes
básicos de todo o nosso conhecimento. David Hume admite que todo o
conhecimento provém da experiência, não existindo possibilidade de conhecimento
que vá para além das impressões.

Em relação á fundamentação e justificação das ideias provenientes da


experiência, Hume considera que as nossas ideias estão expostas a 3 princípios de
associação: semelhança, visto que, se um objeto é semelhante a outro, então
vamos passar a ter a mesma ideia sobre o outro objeto; contiguidade, visto que se
dois objetos são contíguos no espaço e/ou no tempo, a ideia sobre um objeto vai ser
a mesma sobre o outro objeto; causalidade, porque se há uma relação de
causa/efeito entre dois objetos então a causa leva-nos a um objeto e esse objeto
leva-nos ao efeito.

Apesar disso a relação de causa/efeito não pode ser vista como uma ligação
fundamental, visto que os fenómenos não têm que estar necessariamente
associados.
Contra-argumentos:

Segundo Platão, e referindo a alegoria da caverna, existem 2 mundos: o


mundo sensível, que é o mundo ao qual acedemos pelos sentidos, e o mundo das
ideias, mundo ao qual acedemos pela razão. Platão afirma que o mundo sensível,
que é criado pelos nossos sentidos, não é fiável, visto que os objetos que recriamos
na nossa mente são munidos apenas, de uma cópia irreal dos objetos, e é por isso
que associado ao mundo sensível está o mundo das sombras, visto que as
sensações provenientes dos nossos sentidos podem ser enganosas.

Platão afirma que o mundo da verdadeira realidade, apenas é atingível pela


razão, visto que é a partir dela que é possível a recordação que a alma faz das
ideias no mundo sensível.

Outro dos defensores do racionalismo, René Descartes, afirma também que a


razão é a origem de todo o conhecimento e é a razão que possibilita o
conhecimento e o saber. Tal acontece porque, para Descartes, a razão é o objeto
que se caracteriza como sendo igual para todos os homens, sendo caracterizada
como substrato da subjetividade humana. Outra das razões que faz com que
Descartes, seja racionalista, é o facto de ele afirmar que a razão é a base da
qualidade da verdade e da universalidade em qualquer área das ciências, e
principalmente na matemática, que é a disciplina fundamental para se chegar á
verdade, é a disciplina que se pode aplicar a todas as outras ciências.

Segundo Descartes, é a matemática que nos permite distinguir o verdadeiro


do falso, visto que a matemática tem como fundamento as verdades universais
absolutas, que tem a possibilidade de serem aplicadas a todas as outras ciências e
saberes. Descartes diz também que se pode chegar a essas verdades a partir da
intuição, visto que é através dela que se passam a conhecer as primeiras verdades.

Para chegar á verdade, Descartes têm que efetuar uma investigação racional,
começando por criticar todo o saber. Descartes dúvida de todo o conhecimento
adquirido até então; com isto a dúvida passa a ser o 1º momento da busca da
verdade. Essa dúvida: é metódica, visto que tem por objetivo descobrir a verdade e
evitar o erro; é provisória, porque tem como objetivo atingir uma verdade indubitável;
e é universal, porque se pode aplicar a todo o conhecimento.

A dúvida que Descartes coloca é: nas opiniões, porque refletem uma


subjetividade que está longe da verdade; no erro dos sentidos, porque os sentidos
apenas nos dão a aparência da realidade, e não a verdadeira realidade; nos
sonhos, visto que apresentam uma realidade fictícia e ilusória; e no abuso da razão,
porque por vezes enganamo-nos no nosso raciocínio.

Após todas estas dúvidas, Descartes apercebe-se de que há uma coisa de


que ele não pode duvidar: da existência do individuo que dúvida. Descartes atinge
assim a primeira verdade: Penso, logo existo.

Após estas duas maneiras de pensar, Emanuel Kant apresenta uma síntese
entre o racionalismo e o empirismo, visto que para Kant, nós temos ideias inatas,
mas todo o conhecimento é proveniente da experiência. A partir disto, Kant admite a
existência de 2 tipos de conhecimento: conhecimentos à priori, que têm a sua base
na razão e não necessitam de recorrer à experiência; e conhecimentos á posteriori,
que tem a sua origem na experiência, não são universais, visto que admitem
exceções.

Posto isto, Kant afirma que existe a possibilidade de haver conhecimento,


pela aplicação dos conceitos à priori às impressões que provêm dos sentidos.

Aplicando esse saber à priori na geometria, nós temos como saber à priori
que a soma de todos os ângulos internos de um triângulo é sempre igual a 180
graus. Este tipo de conhecimento não depende da experiência com os fatos visto
que eles se formam através de um conhecimento baseado na demonstração.
Contudo, este mesmo não nos pode dar a certeza, visto que não interessa as vezes
que isso tenha ocorrido no passado, porque nada nos diz que isso vai continuar a

acontecer.
Conclusão:

Apesar de Kant sintetizar o racionalismo e o empirismo, concluo dizendo que


a experiência é a teoria que mais aceitos, visto que todo o conhecimento que
possuímos é proveniente dos sentidos, e por isso mesmo admito que não existam
ideias inatas. E que apesar de não podermos recorrer à experiência para justificar
acontecimentos que estão para vir no futuro, podemos recorrer a ela para justificar o
conhecimento do passado e do presente

Cumprimentos,

Diogo Aurélio Gomes Figueiredo

11ºA nº9 10/03/2019

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