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POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO NO ESTADO DO BRASIL NA

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVII: UMA REFLEXÃO SOBRE AS


FONTES E AS POSSIBILIDADES DE PESQUISA.1

Lindiamara Jaqueline Gonçalves de Azevedo – UFV 1


Hugo André Flores Fernandes Araújo – UFV 2

RESUMO: FOCALIZANDO A ANÁLISE DO GOVERNO GERAL, PROPOMOS-NOS A


TIPOLOGIZAR A DOCUMENTAÇÃO, MOSTRANDO OS TIPOS DE INFORMAÇÃO
QUE A MESMA APRESENTA, PERMITINDO ASSIM UM VISLUMBRE DA
DIMENSÃO SOBRE OS ESTUDOS DAS AÇÕES DE GOVERNO DESSES OFICIAIS DA
MONARQUIA. PARA ISSO UTILIZAMOS UMA VASTA DOCUMENTAÇÃO:
DOCUMENTOS HISTÓRICOS E MANUSCRITOS DA BIBLIOTECA NACIONAL;
PROJETO RESGATE (AVULSOS DA BAHIA, CÓDICE LUIZA DA FONSECA). DESTA
FORMA BUSCAMOS REFLETIR SOBRE A DOCUMENTAÇÃO E SUA UTILIZAÇÃO.

Palavras chave: Política; Administração; Estado do Brasil; século XVII; Fontes; Documentos
Históricos; Projeto Resgate.

Introdução:

O presente trabalho busca sintetizar as recentes discussões historiográficas aliando-as


com uma reflexão sobre as possibilidades de pesquisa nos fundos documentais dos
Documentos Históricos e Projeto Resgate.
A análise tipológica da documentação existente no Projeto Resgate Barão do Rio
2
Branco apresenta uma miríade de tipos de fontes. Delimitamos a nossa reflexão para os
fundos dos Avulsos da Bahia e o Códice Luiza da Fonseca, que apresentam alguns tipos de
fonte mais regulares como consultas do Conselho Ultramarino, provisões, decretos, alvarás,

1
Aluna da graduação do curso de História da Universidade Federal de Viçosa (DHI-UFV). Bolsista do CNPq no
projeto “Governação e carreiras no Estado do Brasil: os governadores gerais (1684-1702)”, integrante do Núcleo
de Estudo e Pesquisa “Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura”.
2
Aluno da graduação do curso de História da Universidade Federal de Viçosa (DHI-UFV). Bolsista da
FAPEMIG no projeto “Governação e carreiras no Estado do Brasil na segunda metade do século XVII: os
governadores gerais”, integrante do Núcleo de Estudo e Pesquisa “Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política,
sociedade e cultura”.
cartas régias, cartas patentes e cartas particulares (trocadas entre membros de um lado e outro
do Atlântico que não necessariamente possuem modelo como as anteriores).
Selecionamos parte da documentação presente nos Documentos históricos 3, sobretudo
a documentação referente às correspondências dos governadores gerais, remetidas para
autoridades no Estado do Brasil e no Reino. Trataremos, portanto, de caracterizar essas
fontes, partindo da definição apresentada por D. Raphael Bluteau. Carta para este é um
“Papel, escrito a pessoa ausente.” (BLUTEAU, v.VII, s/d, p. 166) Sendo o principal veículo
de transmissão de informações no período estudado, Fernado Bouza acredita que entre os
séculos XVI e XVII “la presencia de las cartas, no importa si aisladas o transformadas em
correspondência regular, alcanzó tales dimensiones sociales, políticas y econômicas que sería
posible considerar a la alta Edad Moderna como uma cultura epistolar.” (BOUZA, 2005, p.
11.) Desde já salientamos que as fontes referidas permitem identificar e caracterizar os
4
poderes e funções presentes nas diversas jurisdições da América portuguesa, bem como as
relações entre as mesmas.

Por que discutir política e administração para o Estado do Brasil?

A pesquisa que estamos desenvolvendo tem a preocupação de dialogar com as


recentes contribuições propostas pela historiografia política renovada, uma vez que
entendemos que a história política não pode ser entendida como meramente factual e
descritiva, assim sendo, realizar uma reflexão sobre as diversas jurisdições da América
Portuguesa é romper com essa visão estereotipada acerca da dimensão política. Dessa forma
percebemos que a produção historiográfica vem assumindo essa preocupação com a relação
entre as diversas dimensões da sociedade.
Xavier Gil Pujol há muito levantou preocupações para historiografia política que
estuda a atuação das monarquias européias e sua relação com seus territórios, uma em
especial norteia nossa discussão,

É preciso, portanto, estudar o impacto do Estado moderno no microcosmos


da vida local e fazê-lo não só em direcção descendente desde a capital até o
território. A comunidade local nunca foi passiva. Pelo contrário, teve sempre
uma influência sensível em qualquer situação. (PUJOL, 1991, p.132.)

A fim de uma discussão sobre a administração no Estado do Brasil na segunda


metade do século XVII, identificamos três grandes campos de atuação da esfera de poder
administrativo dos governadores gerais, sejam eles, defesa, oeconomia e justiça 5; essas zonas
de atuação como indica Francisco Cosentino, são resultados de delegação do poder do
monarca, o que constituí a regalia 6. Atentamos para as proposições de António Manuel
Hespanha e Maria Catarina Santos, segundos esses autores o pluralismo administrativo
verificado nas conquistas ultramarinas é um sintoma de que “o império português não se
estrutura sobre um modelo único de administração, antes fazendo conviver instituições muito
variadas (...) em territórios também eles múltiplos, de acordo com as intenções e
oportunidades de ocupação”. (HESPANHA, 1998, p.353.) Dessa forma, acreditamos que uma
reflexão sobre a administração no Estado do Brasil deve impreterivelmente, debruçar-se sobre
os mecanismos utilizados pela Monarquia Portuguesa para o estabelecimento do poder régio
nos seus diversos territórios. Nas palavras de Pujol

Por vezes, o fortalecimento do Estado não ficou a dever-se tanto a


progressos institucionais, a melhorias administrativas ou à aplicação da
força, como à resposta interessada dos dirigentes locais. Mais uma vez
verificamos que entre o poder central e o poder local havia uma densa rede
de relações. (PUJOL, 1991, p.127.)

Ressaltamos que ao tratar dessas questões é preciso ter em mente a forma pela qual
essa sociedade pensa a representação do poder, sobre isso António Manuel Hespanha e
Angela Barreto Xavier afirmam que

O Poder era, por natureza, repartido; e, numa sociedade bem governada, esta
partilha natural deveria traduzir-se na autonomia político-jurídica
(iurisdictio) dos corpos sociais, embora esta autonomia não devesse destruir
a sua articulação natural (cohaerentia, ordo, dispositio naturae) – entre a
cabeça e a mão deve existir o ombro e o braço, entre o soberano e os oficiais
executivos devem existir instâncias intermédias. (XAVIER, HESPANHA,
1998, p. 114-115)

Em meio a uma sociedade de Antigo Regime, cabe destacar que as hierarquias


existentes eram ordenas, em alguma medida, pela prestação de serviços. Essa possibilitava a
“ascensão” e distinção social, em função da remuneração concedida pelo monarca, na maioria
das vezes em forma de mercê 7.
Os benefícios e privilégios advindos da concessão de mercês, eram uma forma de
manutenção dos laços de fidelidade, deste modo notou-se que

Disponibilidade para o serviço, pedir, dar receber e manifestar


agradecimento num verdadeiro círculo vicioso, eram realidade a que grande
parte da sociedade deste período se sentia profundamente vinculada, cada
um segundo a sua condição e interesses. Eis o que designamos por economia
de mercê. (OLIVAL, 2001:18)

Inferimos que o exercício do ofício de governador geral é um claro exemplo deste


sistema de recompensas, comprovando a vasta trajetória de serviços prestados a coroa 8.
Portanto a nomeação para um cargo significava distinção e representava a remuneração típica
e própria da dinâmica administrativa do Império Ultramarino Português. 9
Entendemos essas práticas como exemplos da concepção de justiça, que sob a ótica do
Antigo Regime, corresponde

ao principio ‘de dar a cada hum o que he seu’, quer no repartir do prêmio e
do castigo (justiça distributiva), quer no cumprimento dos contratos (justiça
comutativa). (...) Premiar e punir eram dois atributos essenciais do domínio,
da capacidade para governar súbditos, ao lado do poder para ordenar,
proibir, autorizar e decidir. (OLIVAL, 2001, p.20.)

Acreditamos que uma reflexão sobre as várias jurisdições presentes na América


portuguesa esteja intimamente ligada com as proposições acima citadas, uma vez que a
complexidade das relações sociais, políticas e econômicas existentes no interior do Estado do
Brasil, e na relação entre a Monarquia Bragantina e suas diversas conquistas, fogem a
modelos explicativos, e necessitam de estudos que investiguem suas dimensões e
repercussões.

Fontes: a riqueza das possibilidades

A documentação organizada no Projeto Resgate é rica em diversidade, uma parte deste é


constituída pelo

fundo do Conselho Ultramarino reúne documentação de várias instituições


da administração central portuguesa que superintenderam nos negócios
ultramarinos, principalmente o Conselho Ultramarino e a Secretaria de
Estado da Marinha e Ultramar, e contém documentos avulsos e códices,
desde o século XVI até 1833. (MARTINHEIRA(Org.), 2000, p.10.)

10
Em um artigo escrito por Edval de Souza Barros , percebemos que a documentação
do projeto apresenta uma grande riqueza de análise, pois esse analisa as relações entre as
diversas jurisdições presentes tanto no reino como na América portuguesa, notadamente as
relações entre o Conselho Ultramarino, entre as câmaras, os governadores e a Companhia
Geral de Comércio do Brasil.
A documentação digitalizada presente tanto nos Avulsos como no Códice Luiza da
Fonseca, fundos documentais do Projeto Resgate, nos viabilizam o acesso as ações das
diversas jurisdições do império Ultramarino Português, tais como as correspondências dos
governadores gerais, as consultas do conselho ultramarino, pedidos de particulares e
manifestações das câmaras ultramarinas, entre outros tantos tipos.
Alguns dos tipos mais comuns de fontes encontradas no Projeto Resgate são: cartas,
cartas patentes, cartas régias, alvarás, regimentos, consultas, petições, provisões, decretos,
avisos, ofícios entre outros.
Entendemos que o império português buscou meios de organizar a administração de
suas conquistas e para tanto se valia das correspondências com instrumento de transmissão de
ordens. Nesse sentido concordamos com Marília Nogueira Santos quanto está diz que

mesmo em se tratando de uma sociedade altamente hierarquizada em que


cabia a cada hum a representação de determinado papel, ainda assim, vivia
constantemente sob a égide do conflito. Eram as tensões que davam a tônica
a essas sociedades. Logo se conclui que a negociação se fazia necessária.
Com isto, pode-se começar a pensar numa espécie de “dominação
negociada” ou quem sabe, “dominação consentida.”
Neste caso, as cartas para alem de tornar pública esta dominação, também
serviam com instrumento essencial desta negociação, principalmente quando
esta envolvia o ultramar e o reino. Separados por uma distância considerável,
era através delas que os conflitos eram resolvidos, ou mesmo criados.
(SANTOS, 2009, p. 173-174)

Tomando as cartas patentes como exemplo, percebemos que estas têm algumas
regularidades no tocante a forma, sendo que o conteúdo é bem diverso. Estas destinam se a
conceder títulos e a nomear patentes militares. Segundo Bluteau: “Patente: O papel em que o
Superior declara, que da licença ao seu súbdito para passar de huma casa, ou Convento a
outro, ou para exercitar algum officio” (BLUTEAU, v. VI, s/d, p.316). Através destas
percebemos a trajetória do remunerado: os cargos que este exerceu; o motivo da remuneração
e a especificação da remuneração.
As cartas patentes ganham dimensão quando confrontados com os regimentos. Estes
especificam os poderes do ofício, especificam as jurisdições e indicam maneiras de se
proceder. Segundo Bluteau “Regimento. Certo, modo de proceder, instituído por aquelles, que
tem authoridade para esta instituiçaõ (...) Fazer um regimento para este, ou aquelle effeyto”
(BLUTEAU, v. VII, s/d, p. 199.) Podemos observar a estrutura básica de um regimento, em
alguns dos itens do Regimento do g.ov. do Brazil:

Eu el Rey mando a vos Antonio Telles da Sylva do meu Cons. de guerra q.


bem envio por g.ov. e Capitão geral do estado do Brazil q. no governo delle
guardeis Regimento seguinte. (...)
Logo q. vos for entregue o governos ireis pessoalm.te. ver as fortalezas da
Cidade e os meus Armazens, tercenas e ordenareis q. se faça inventario pello
escrivão de minha faz.a. de todas as couzas q. nelle estiverem, e dos navios e
Artilharia q. ouver de q. me enviareis copia. (...)
Porcurareis com particular cuidado guardar e conservar paz com o gentio
vizinho daquelle estado e principalm.te. com os Aymores encaminhando q.
tenhão com os Portugueses m.ta.comonicacão e castigando com m.to. rigor a
qualquer mao tratam.to. q. se lhes fizer porq. (se) hum dos meyos mais
convenientes q. se podem usar para a conservação da paz com este gentio, e
o dosmesticar com os Portugueses he o entenderse a sua língua e dareis
ordem para q. se faça della vocabulário e se imprima para com mais
facilidade se poder aprender se já não estiver feito feito em comprim.to. do q.
se ordenou aos g.ores. vossos antecessores. (...)
(Jurisdição da faz.a) E para saberdes como vos havereis de aver na matéria
das despezas mandareis cada anno fazer folha da Receita e despeza ordinária
daquelle estado e por ella se farão os pagam.tos. sendo primeiro por vos
assinada com vosso Alvará e com vista de provedor da fazenda e nas
ocazioes de guerra ou em outras extraordinárias se farão as despezas por
vossos Alvarás passados pello escrivão da fazenda com vista do provedor
mor della. (Documentos avulsos da Bahia, 16 de junho de 1642.
AHU_ACL_CU_005.Cx.1; D.40)

Sobre a coleção dos Documentos Históricos da Biblioteca Nacional temos um


grande volume de informações a respeito das ações de governo, por parte dos
governadores gerais e a relação destes com os demais oficiais aqui presentes. Os volumes
da coleção a qual nos referimos é composta por uma série de correspondências que tratam
das questões administrativas no seu sentido mais amplo. Podemos perceber essas ações de
governo em correspondências como a carta para o Capitão-mor Manuel de Abreu Soares
sobre a guerra do Gentio do Rio Grande, escrita por Mathias da Cunha em 14 de Março
de 1688:

Da Patente que com esta remetto ficará Vossa Mercê entendendo os motivos
que tive para lh’a mandar passar, e fiar de seu valor, e disposição o soccorro
que de Pernambuco mando ir á sua ordem o qual consta de 200 infantes
escolhidos com quatro Capitães 400 Indios com o seu Capitão-mor Camarão,
e cem soldados pretos com o seu Governador. (...) por contribuição do Povo
que assim lh’o ordeno: e ao Governador João da Cunha Sottomaior envie a
Vossa Mercê com a dita gente todas as armas e munições necessarias. Vossa
Mercê dirija a entrada e guerra que ha de fazer aos Barbaros como entender
que possa ser mais offensiva degollando-os, e seguindo-os até os extinguir,
de maneira que fique exemplo deste castigo a todas as mais nações que
confederadas com elles não temiam as armas de Sua Magestade que
considero victoriosas. (...)Vossa Mercê deve fazer em não consentir que
deixem de degollar os Barbaros grandes só por os captivarem, o que
principalmente farão aos pequenos, e ás mulheres de quem não pode haver
perigo, que ou fujam ou se levantem. (DH-BN. Correspondência dos
governadores geraes. 1671 – 1692.Volume X da série VIII. p.275-276.)

Podemos perceber que esta correspondência trata de mais de um assunto: o socorro as


populações, as ordens de procedimento na guerra com os bárbaros na capitania do Rio
Grande, deste modo notamos que o governador geral, Mathias da Cunha, viabiliza a guerra,
ou seja, a coleção dos Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, fornece aos
pesquisadores subsídios ricos de informações sobre a administração do Estado do Brasil.

Considerações finais:

Com este artigo, pretendemos apontar algumas possíveis direções de pesquisa, no


sentido de valorizar esses fundos documentais que ainda hoje são pouco explorados. Assim
sendo, consideramos que estas fontes permitem que seja possível entender o funcionamento
da administração portuguesa através das ações de governo, percebe-se a existência de um
acordo entre membros da nobreza, e a Corte, modificando uma visão de uma administração
centralizadora e absolutista. Enquanto que os governantes deviam buscar zelar pelos
interesses da Coroa e eram recompensados à medida que o faziam com a conquista de novas
mercês régias, os mesmos se aventuravam em carreira pelo ultramar em busca de riqueza e
prestígio social, sendo súditos destacados pelos poderes que lhes eram concedidos pelo Rei e
que emanavam do mesmo, constituindo assim uma monarquia polissinodal, ou seja, se por um
lado, alguns autores contemporâneos ressaltam a renovação dos estudos sobre o político e
reavaliam as interpretações sobre as monarquias modernas com conseqüências evidentes para
os estudos sobre a administração do império português.
Referências bibliográficas:

BARROS, Edval de Souza. “Um triangulo de quatro lados: o Conselho Ultramarino e as


relações entre câmaras, governadores e a Companhia Geral do Comércio do Brasil” In:
ALMEIDA, Carla Maria Carvalho; OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de. (Orgs.) Nomes e
números: alternativas metodológicas para a história econômica e social. Editora UFJF, 2006.
BLUTEAU, D. Raphael. Vocabulario Portuguez e Latino, , Rio de Janeiro, Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, s/d, cd-rom
BOUZA, Fernando. “Introcción.” In: Cultura epistolar en la alta Edad Moderna. Cuadernos
de Historia Moderna. Publicaciones Universidad Complutense de Madrid. Anejo IV, 2005
COSENTINO, Francisco Carlos C. Governadores Gerais do Estado do Brasil Séculos (XVI-
XVII): Ofício, regimentos, governação e trajetórias. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte:
Fapemig. 2009.
HESPANHA, António Manuel; SANTOS, Maria Catarina.” Os Poderes num Império
Oceânico”. In: HESPANHA, Antonio Manuel (coord.). História de Portugal. Vol. 4. Lisboa:
Editorial Estampa, 1998.
MARTINHEIRA, José Sintra (org.) Catálogo dos códices do fundo do Conselho Ultramarino
relativos ao Brasil existentes no Arquivo Histórico Ultramarino. Real Gabinete Português de
Leitura, Rio de Janeiro,Brasil. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 2000.
MONTEIRO, Nuno Gonçalo, CUNHA, Mafalda Soares. Governadores e capitães-mores do
Império atlântico português nos séculos XVII e XVIII. In: CARDIM, Pedro, MONTEIRO,
Nuno Gonçalo, CUNHA, Mafalda Soares. Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime.
Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005.
OLIVAL, Fernanda. As Ordens Militares e o Estado Moderno. Lisboa: Estar Editora, 2001.
PUJOL, Xavier Gil. “Centralismo e Localismo? Sobre as Relações Políticas e Culturais entre
Capital e Territórios nas Monarquias Européias dos séculos XVI e XVII” In: Penélope. Fazer
e Desfazer a História. nº 5, Lisboa, 1991.
RAU, Virgínia. Estudos sobre a História Econômica e Social do Antigo Regime. Lisboa:
Editorial Presença, 1984.
SANTOS, Marília Nogueira dos. “A escrita do império: notas para uma reflexão sobre o papel
da correspondência no império português no século XVII” In:SOUZA, Laura de Mello e;
FURTADO, Júnia Ferreira; BICALHO, Maria Fernanda. O governo dos povos. São Paulo:
Alameda, 2009.
SUBTIL, José. Os Poderes do Centro. In: HESPANHA, António Manuel (coord.). História de
Portugal. Vol. 4. Lisboa: Editorial Estampa, 1998
XAVIER, Ângela Barreto & HESPANHA, António Manuel. “A representação da Sociedade e
do Poder.” In: HESPANHA, António Manuel (org.). História de Portugal. O Antigo Regime.
4º vol. Lisboa: Editorial Estampa, 1998

1
O seguinte artigo apresenta resultados parciais dos projetos: “Governação e carreiras no Estado do
Brasil na segunda metade do século XVII: os governadores gerais” financiado pelo Edital Universal da
FAPEMIG e “Governação e carreiras no Estado do Brasil: os governadores gerais (1684-1702)”
financiado pelo CNPq.
2
Projeto aprovado em 1995 pelo Ministério da Cultura, visando disponibilizar os documentos
manuscritos sobre a história colonial do Brasil do século XVI ao XIX, presentes em arquivos europeus
e norte-americanos.
3
Inicialmente a coleção foi editada pelo Arquivo Nacional (AN), em 1928. A partir de seu terceiro
volume passou a ser organizada pela Biblioteca Nacional (BN). Dos 110 volumes existentes na
coleção indicamos que as nossas considerações são referentes aos volumes III, IV, V, VI, VII, VIII,
IX, X, XI, XII, XIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX,
XXX, XXXI, XXXII, XXXIII, XXXIV, XXXIX, LVI, LVII, LVIII, LIX, LXVI, LXVII, LXVIII,
LXXVIII, LXXIX, LXXX, LXXXIII, LXXXIV, LXXXVII, LXXXVIII, LXXXIX, XC, XCII e
XCIII.
4
Esse termo esta presente na documentação, portanto inferimos a importância da apreensão de seu
significado, buscando aproximar de seu sentido no século XVII, assim Bluteau indica que “Jurisdiçam,
ou jurisdição. He hum poder que o publico concede, & que o bom governo introduzio para a decisaõ
das causas. (...) Geralmente se faltando, jurisdição he a authoridade de officio de justiça, ou de outra
dignidade.” BLUTEAU, v. IV., s/d, p. 230-231.
5
Cf:COSENTINO, Francisco Carlos C. Governadores Gerais do Estado do Brasil Séculos (XVI-
XVII): Ofício, regimentos, governação e trajetórias. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte:
Fapemig. 2009. P. 271. – José Subtil classificará da mesma forma porém com outros nome: “É certo
que desde o século XVI, se podem identificar grandes zonas de actuação dos agentes da coroa
nomeadamente a <<justiça>>, a <<fazenda>> e a <<milícia>>.” SUBTIL, José. Os Poderes do
Centro. In: HESPANHA, António Manuel (coord.). História de Portugal. Vol. 4. Lisboa: Editorial
Estampa, 1998, p.141.
6
“Regalia: Geralmente fallando, he hum sinal exterior, demonstrativo da autoridade, & Magestade
Real. As Regalias essenciaes são fazer leys, investir Magistrados, eleger Ministros dignos, &
beneméritos, biter moeda, por tributos, & a seus tempos publicar guerra, & fazer pazes.” BLUTEAU,
v. VII. , s/d, p .193.
7
Segundo Bluteau: “na sua genuína significação quer dizer paga do mercenário, ou galardão &
recompensa, que se dá ao merecimento de alguém, (...) Mas na língua portuguesa não se costuma nesta
significação de salário, prêmio ou remuneração, se não de graça, ou benefício, como os que Deos faz
às suas creaturas, ou os senhores aos seos criados.” BLUTEAU, v. V, s/d, p. 430-431.
8
Encontramos um exemplo de trajetória pelo Ultramar no trabalho de Virgínia Rau em: RAU,
Virgínia. Estudos sobre a História Econômica e Social do Antigo Regime. Lisboa: Editorial Presença,
1984.
9
Nos cargos e jurisdições presentes na administração portuguesa, segundo a proposição de Nuno
Gonçalo Monteiro e Mafalda Soares da Cunha. “O reconhecimento da existência de uma
hierarquização dos territórios constitutivos do império português fica ainda patente em outros
indicadores como o dos ordenados ou nos referentes à remuneração de serviços estabelecida pela
monarquia.” MONTEIRO, CUNHA. 2005, p. 206.
10
Cf:BARROS, Edval de Souza. “Um triangulo de quatro lados: o Conselho Ultramarino e as relações
entre câmaras, governadores e a Companhia Geral do Comércio do Brasil” In: ALMEIDA, Carla
Maria Carvalho; OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de. (Orgs.) Nomes e números: alternativas
metodológicas para a história econômica e social. Editora UFJF, 2006.

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