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72 Revista Brasileira de Ensino de Fisica vol. 14 no. 2, 1992 - Materiais & Métodos MecAnica Classica e Espagos de Hilbert: uma Formulagao Algébrica da Mecanica Ondulatéria no Espago de Fase Classico (Classical mechanics and Hilbert spaces: an algebraic formulation of wave mechanics in the classical phase space) Ademir E. Santana, A. Mattos Neto Instituto de Fitica, Universidade Federal da Babi Campus Federagao, 40000, Salvador, BA, Drasit © J.D. M. Vianna Departamento de Fisica, Universidade de Brasilia 70910, Brasilia, DF, Brasit Campus Universitén Recebido para publicagio em 28 de Julho de 1989; Revisdes {citas pelos autores recebidas em 30 de Maio de 1990 ¢ 12 de Dezembro de 1990; Aceito para publicagio em 17 de Junho de 1991 Resumo Usando uma gencralizagio do principio de ago, ¢ apresentada uma formulagéo algébrica, da mecanica. Com a formulagio desenvolvida mostra-se que a descrigao de Shénberg da Mecainica Estatistica Clissica aparece como uma das realizagdes dessa estrutura algébrica Nessa realizagao as quantidades dinamicas sio operadores lineares operando sobre um espago de Hilbert-Koopman cujos vetores deserevem os estados do sistema. Abstract We present an algebraic formulation of mechanics using a gencralization of the action prin- ciple. Then we show that the Shénberg’s description of Statistical Mechanics is a realization of such an algebraic structure. In that realization the dynamical quantities are linear ope- rators acting on a Hilbert-Koopman space wich vectors describe the states of the physical system. I. Introdugio Um dos resultados matematicos referentes aos fun- damentos da mecanica! é que tanto a mecinica clissica como a mecinica quantica admitem uma estrutura de Algebra de Lie, usualmente conhecida como algebra de Heisenberg. O produto (ou parénteses) de Lie em mecanica clissica é 0 parénteses de Poisson entre as variiveis dindmicas ¢ em mecanica quintica é a relagio de comutagéo entre operadores que atuam no espaco de Hilbert. As relagdes de estruturas dinimicas abstratas com 8 meeinica clissica e a mecinica quantica foram dis- cutidas por varios autores: Rosen®, usando trans- formagées de Fourier, introduziu as chamadas fungées, caracteristicas ¢ estabeleceu uma mecanica estatatistica generalizada. Strocchi?, em um trabalho préximo a0 de Rosen, descreve a mecanica clissica em termos de coordenadas candnicas complexas, definindo para um sistema com n graus de liberdade os entes zy = (qx + ipa)/V2e 25 = (qe—ipe)/V2, k = 1,2,...,n; em seguida com um procedimento similar para.a mecinica quintica descreve 08 coeficientes complexes da expansio do ve- tor de estado |p >= Ly yelae > em termos de coordenadas reais; mostra entio, de forma transpa- rente, a ligacéo existente entre o parénteses de Pois- son clissico ¢ o comutador em mecinica quantica. Jor- dan ¢ Sudarshan‘, considerando a algebra de Lie abs- trata como estrutura matemitica comum a ambas as dindmicas, estabeleceram uma realizacéo por operado- Ademir E. Santana, A. Mattos Neto e J.D.M. Vianna res para a mecénica classica e de fungées reais para a mecdnica quantica. Garrido’, usando também a es- trutura de agebra de Lie propés uma generalizagéo do principio de aco, a partir do qual gera equagdes de movimento e teorias de perturbagao. No presente trabalho, nosso objetivo central é mos- trar que a formulagéo de Schénberg®”® da mecanica estatistica cldssica admite também uma interpretagio em termos de estrutura algébrica abstrata de Lie. Na formulagéo de Schénberg da mecanica classica, cha- mada por alguns autores? de Mecanica Ondulatéria no Espago de Fase Classica (MOEFC), as quantida- des dinamicas so operadores lineares operando sobre um espago de Hilbert-Koopman (H-K)!°, A MOEFC generaliza a mecanica classica, introduz o conceito de particulas clissicas indistingiifveis e permite que opera- dores classicos, multiplicativos ou nao, sejam tratados da mesma maneira. Este fato é significativo nas te- orias de transformacées “star-unitdrias” desenvolvidas por Prigogine e colaboradores!!}?, A segao I da presente comunicagao trata da notagéo ¢ preliminares; nesta segdo apresentamos um resumo da MOEFC. Na segao III serd introduzido o principio de ago algébrico baseado em Garrido®. Em IV apresen- tamos a mecanica classica e a mecdnica quantica como tealizagées de algebra de Lie. Na seco V mostramos que a MOEFC pode ser interpretada como uma rea- lizagéo de dlgebra de Lie no espago H-K. A seco VI contém nossas observagées finais. Il. Notagao e Preliminares Esta seco contém definigdes e um breve resumo de resultados bésicos da MOEFC. Para um tratamento de- talhado da MOEFC, o leitor poderé consultar as re- feréncias [6,7,9,11-13]. A formulagéo da mecdnica estatistica classica usando métodos da teoria quantica foi chamada por Della Riccia e Wiener® de MecAnica Ondulatéria no Espago de Fase Classico (MOEFC). Esta formulagéo da mecanica estatistica cléssica tem uma estrutura ma- temitica baseada no espago de Hilbert-Koopman. Ela foi empregada em diferentes versdes por: Schénberg®”, em trabalhos pioneiros sobre o assunto; Della Riccia e Wiener®, no estudo do movimento Browniano; Prigo- gine e colaboradores'!»!2.14, em varios trabalhos sobre problemas da mecanica estatistica de sistemas fora:do equilibrio. As regras de interpretagio fisica do formalismo da MOEFC so andlogas as da teoria quantica e le- vam a0s mesmos resultados da mecanica estatistica léssica'S. Em sua formulagdo original, fungdes 8(F;w1,W2,...,2n) = On definidas sobre o espaco de fase Tin = {u1, tempo 7 ¢ de quadrado integravel, satisfazem a equagdo 8,0, =i LO, , a=e (1) 73 onde o operador de Liouville Z é: : E=i(@w+%-vi) (2) mi 7 15> OV(Ini— al =—- So Oa a al) a) nD, Out ®) it € 0 operadores gradientes Vi ¢ Vi, dados por a ‘we * Oa 8 Ve=5- +” Ope Na relago (3), V(la: — gel) é & fungdo potencial que aparece no Hamiltoniano do sistema 2 =yyl a H= x cata » V(Igi — gel). (4) Impondo-se que a fungo densidade de probabilidade no espaco de fase de um sistema com n particulas, fy = F(T 0010725 oy Wn) S F(T 405 995 005 Ins Pls 2s --s Pra); 88° tisfaga a relagéo Fr (05 4150025 neyn) = [CD51 ,625-.Hn)1?, (5) segue que a cada solugio da Eq. (1) corresponde uma solug3o da equagiio de Liouville (6) uma vez que o quadrado do valor absoluto de toda solugdo da Eq. (1) também é sua solugao. Na MOEFC tem-se que: |0(7;1,w2,...,Wn)|? dw re- presenta a probabilidade de encontrar em um dado ins- tante 7, n particulas nos pontos de Tan situados no intervalo [(w1,W2,...,Wn), (w1 + dy, we + dwg, ...,Wy + dn)}; a5 quantidades A(r;w1,102,...,Wn) 880 tepresen- tadas por operadores lineares Hermitianos A definidos Por sua ag&o sobre as fungdes 8,; 0 valor esperado da grandeza fisica A no estado 0(7;w1,W2,...,Wn) € dado por A pe LO (Tits 2) on) A(T 1 42) -nitn ee SO° (7501, 02, Wn) “(7503 02, «Wn do Em particular, se A for um operador multiplicativo, ter-se-4 com a Eq. (5), para o instante 7, que Ade Lf (titer toas ttn) A(T Wy ttn SF 01, 02, -.n) (8) que é 8 expresso usual da meciinica estatistica cldssica. 4 Revista Brasileira de Ensino de Fisica vol. 14 no. 2, 1992 ~ Materiais & Métodos IIL Principio de Agio Algébrico Como ponto de partida para obter um principio de ago abstrato consideremos C = {a,b,¢,...} um con- fo de entes abstratos isomorficamente associados a quantidades dinamicas de um sistema fisico. Suponha- mos que C tenha uma estrutura de algebra de Lie com produto denotado port { , ]. © produto [ , } por Uefinigao, satisfard as seguintes propriedades: {a,0] = ~(b, a) (9) (lo, He) + Uf ¢),a] + fle, a], 6} (10) quaisquer que sejam a,b,c em C. Admitamos também que C seja uma algebra associ- ativa com relagio a um segundo produto que denotare- 10s por ( , ); segue da associatividade que & possivel gerar, de modo univoco, poténcias dos elementos de oe Levando em consideragio as realizagdes usuais da meeanica, exijamos que (02,8) se] = (a, [6,€]) + ((a,e),0) (ay quaisquer que sejam a,b,c em C. Pela relagio (11) © produto de Lie [ , ] & uma derivagio na algebra associativa com produto ( , ). ‘Tendo C as propriedades acima citadas, postula-se © principio de ago algébrico impondo® que a varingio de qualquer elemento a € C é dada por b,a = (d- d),a = [6U(A), 0()], (12) onde a, 6,4 ¢ 6U sao elementos de C. Na Eq, (12) 844 representa a variagio infinitesimal de a com relagio ao parimetro A pertencente a classe de parimetros caracteristicos do sistema em estudo (2, por exemplo, pode ser o tempo r); a patcela dya re- presenta a variagio total de a; 84a é a varingio de a devido a sua dependéncia explicita em A e sera nula no caso em que a nao tenha esta dependéncia. O elemento U €Cé chamado® de ago e sua especificagio completa dependerd da mecinica a ser considerada, © fato do produto de Lie entre dois clementos de uma algebra de Lie ser expresso como uma combinagio linear dos elementos de algebra, via as constantes de estrutura!®, estabelece de acordo com a Eq. (12), que as constantes de estrutura de algebra governam a dinamica, No caso.em que A = r podemos escrever para U(r) U(r) = -h(r)Sr, (3) onde A(r) & um elemento de C. O elemento h(r) é es pecificado quando se considera a realizagio da algebra. Substituindo a relagio (13) na Eq. (12) temos $= le(),Mo), an que fornece a variagio do elemento a € C com relagio 20 tempo. Coneluindo esta seco devemos obscrvar que 0 principio de ago postulado pela Eq. (12) é compativel com as Eqs. (9, 10) satisfeitas pelo produto de Lie*. De fato, impondo a condigao fisica de que nenlum ele- mento de C possa produzir variagdes dindrmicas sobre si mesmo, seguird de (12) que (,a] = 0 para qual- quer a € C. Entio se a +6 estiver em C, teremos [a+b,a-+2] = 06, em conseqiiéncia fa,t] = —[2, a}, que é a anti-simetria do produto de Lie. Por outro Indo, impondo que se ¢ = [a,b] para um certo valor de 2, a mesma relagio deva sor verificada para qualquer outro valor de A, teremos!? para A= r, por exemplo, que [laCr), 0(+)], W(7)] + (C+), WC), (7) + tIlh(r),a(7)],0(7)] = 0, (15) que & a identidade de Jacobi entre a,b,h € C. IV. Meeiinica Clissiea e Mecanica Quantica E resultado conhecido'® que a mecanica clissica e a mecanica quantica, em suas formulagées usuais, podem ser analisadas como realizagdes da estrutura algébrica resumida na segio III. Para obter este resultado, faz-s necessirio identificar 0 conjunto C, 0 produto de Lie [ + ho produto( , )eoclemento f(r) € C. Como estas realizagdes ajudarao na compreensio da formulagio da MOEFC, nés a apresentaremos, embora de forma re- sumida. Consideraremos um sistema nio relativistico com J graus de liberdade. IV.1 - Mecénica Clissiea Neste caso, C é © conjunto!? gerado por {ype 4esk = 1,2, f) onde pe © ge sio varisveis ca- nonicamente conjugadas. O produto ( , ) é0 produto usual de fungdes ¢ o produto de Lie é definido pelo parénteses de Poisson. Assim, se F e G sao quantida- des dinamicas definidas sobre Ty tem-se [AG] (AG. se (e002 <2r.00) Oa Ope ~ Op Ban)" ‘onde o indice ¢ indica que se trata do produto de Lie da mecanica clissica. O elemento h(r) é neste caso 0 Hamiltoniano H do sistema. Entio, das Eqs.(13-14), temos a = (as He = 5 oH bn Hhe=-3 que sio as conhecidas equagées de Hamilton. (16a) (168) Ademir E. Santana, A. Mattos Neto e J.D.M. Vianna IV.2. Meeainica Quin Na formulagio quintica de sistemas com anélogos clissicos, 0 conjunto! C é gerado pelos elementos I,Pesdesk = 1,2,nJ) que sio operadores lineares ianos, operando sobre um espaco de Hilbert I. produto (, ) 60 produto ordindrio entre operadores © 0 produto de Lie é realizado como 0 comutador en- tre operadores, a menos do fator de proporcionalidade 1/ih. Assim, para Ac B € C, temos (17a) [A,B], (178) onde © indice q indica que o produto se refere & mecinica quéntica, O elemento h(r) é 0 operador Hi obtido a partir do Hamiltoniano chissico H. Nestas condigées, as relagdes (13, 14) nos dio para os opera- dores de ¢ Pe (k= 12S). f= 1 HGO, HDA, (180) je = LG), 5(7)), FC com ~00< 7 < 00, (180) que sio as equagdes quinticas para os operadores em questo na formulagio de Heisenberg. V. Mecinica ondulatéria no espago de fase clissico Para mostrarmos que a MOEFC adimite uma des- crigo em termos algébricos é suficiente considerar: (i) para C, 0 conjunto formado pelos operadores Hermit anos {1,Pr dey F=i(P, }.,.-]) onde F, ..8i0 fungdes (quantidades dinamicas) diferencisveis definidas sobre Pan, A(x, Ge) s80 operadores obtidos das quantidades dinamicas A(p., qx) pela substituigso das varidveis classicas pj gu (k +2, +090) pelos ope- radores multiplicativos pr, dee [, X €0 produto de Lie da mecénica classica; (ii) para o produto ( , ), 0 pro- duto usual de operadores; (iii) para o produto de Lie, o comutador + [, ]y; (iv) para f(r), 0 operador i{H, Je, onde H é 0 hamiltoniano do sistema e o fator i assegura a hermiticidade de h(r); (¥) para espago vetorial onde 0s operadores atuam, o espaco Hilbert-Koopman'?, 0 qual denotaremos por K. De fato, das consideracées (i) - (v) segue que: (a) como 0 espaco de Hilbert-Koopman é por de- finigio o espaco de Hilbert das fungées de quadrado integrével definidas sobre T'2,, tomando como base 1% de Ko conjunto {qi 925.5 9ni Puy P2, {[e1,02, 44m >), teremos <0(r)|0'(r) >= [or rieiie, sen) O'(Fyunywn on Jes com (F504, 0225 ney) =< 4 625 -ns Wn] O(T) > onde usamos para os vetores |9(r) > de Ka notagio usual de bra e ket!. Segue com esta notagio, que <0 >=< O(r)|O(r)10(r) > / < O(r)|A(r) > (19) dard o valor esperado da observavel O no estado {0(r) >; (b) a aplicagio do principio de ago algébrico nos dara para qualquer elemento O(r) em C, O(z) = ~ [0H }-6], = ~((H, Je O- O[H, }.). (20) Notando que mee (e- Be On One ville L, teremos da Eq. (20) ono Ope Oe, € 0 operador de (7) = 2,0},, (21) que € a cquagao de evolugio do operador O na for- mulagao algébrica da MOEFC. A relagéo dessa formulagio algébrica da MOEFC. com a descrigio usada por Schénberg (vide segio Il) & estabelecida notando que a formulagio algébrica corres- ponde descrigio de Heisenberg Classica’?! (DHC) cade Schénberg & desericio de Schrondiger Clissica (DSC). De fato, para passarmos da DIC para DSC, utilizamos®!3 6 operador de evolugio temporal em K, ou seja, O(r,7) = e~!4("-"*), onde estamos supondo que L no depende explicitamente do tempo, Entio, pondo-se: Orisa, ren) Le 9(ry 5644 Wa) msn) G(r) P(t) = (=, 70)-*x0(r,70) e usando (G9) (70,621,625 +05 Wn) = GeO( TO, W1,W2)-04n) (22a) (Fe) (ro, 01, wo, 4m) (228) pois G_ © Px 880 operadores multiplicativos sobre K, teremos de forma direta on) = p20 (r,s 1B, 0(7 5004 6025 --y Wn) = LO(T; 404,94 04m) (1), 76 Revista Brasileira de Ensino de Fisica vol. 14 no. 2, 1992 - Materiais & Métodos que é a Eq. (1) de Liouville-Schéuberg. Notemos que a Eq. (19) gencralizn 0 conceito de valor esperado para observiveis do tipo iF, J. ¢ coi cidiré com a Eq. (7) nos casos em que o operador O for do tipo A(ps, 4), isto é, multiplicative pois, neste caso, com as Eqs. (22 a,b), teremos da Eq. (19) Devemos observar também que a formulagio algébrica da MOEFC torna evidente que a Eq. (1) pode ser escrita numa forma independente da base (repre- sentagiio) usada no espago X’, obtendo-se® neste caso, Para os vetores |0(r) >€ XC, a equagio de evolugio, 19, |0(r) >= Lo(r) >, (23) ‘onde denotamos 0 operador de Liouville por L, para ‘que nio estamos usando uma representagio es- pecifica, Em particular, se tomarmos como base de Ko conjunto de estados {Jkt 2, -knsPtsP2y-1Pa > } onde as coordenadas (91,93,-.-g4) so substituidas wlices de Fourier ou “vetores. de onda” (kiya, yk), obtemos da Eq. (23) a equagio usada por Prigogine, Balescu © colaboradores'* na ‘Teoria Dinamica de Correlagées. VI. Observagées Finis ‘este trabalho, usando uma generalizagéo do principio de agio, apresentamos uma formulacio algébrica da mecinica. Com a formulagio desenvolvida mostramos que a descrigio de Schénberg da Mecanica Estatistica Clissien (MEC) aparece como uma das rea- lizagées dessa estrutura algébrica; esta realizagio co dera.o espago de Hilbert-Koopman como espago vetorial cutjos elementos descrevem os estados do sistema e onde atuam seus operadores. A formulagio algébrica apre~ sentada possibilita imaginar outras realizagoes possiveis para a MEC; por exemplo, fica aberta a possibilidade de descrever sistemas clissicos com 0 espaco de Hilbert- Schmidt?! e introduzir 0 conceito de super-operadores classicos. Finalizando, gostariamos de registrar 0 fato expli- citado neste artigo, que a estrutura matemitica de espagos de Hilbert comumente associada apenas & des- ctigio de fenémenos quanticos, também aparece de modo natural em descrigdes clissicas. Desta forma, Pelo menos no que se refere A estrutura matemitica Utilizada, ha indicios de que Salviati?? pode ter razio quando, em sua discussio com Simplicio, se diz incli- nado a deslocar a fronteira entre as fisicas quintica e clissica de modo que a fisica se torne essencialmente quiintica, em principio. Agradecimentos Umm dos autores (AES) agradece ao CNPq pelo su- porte financeiro e a0 Departamento de Fi versidade Federal de Goids onde foi realizado parte deste trabalho. Os autores agradecem ao arbitro pe- has sugestées de notas didaticas e elucidativas como por cexemplo {8}, [15] ¢ (16). Notas © Referéncias 1. PL A.M. Dirac. Principles of Quantuin Mechanics Clarendon Press, Oxford, 1958. 2. G. Rosen, J. Franklin. Inst. 279, 1045 (1969). A. Strocchi, Rev. Mod. Phys. 38, 36 (1966). T. P. Jordan et C. G. Sudarshan. Rev. Mod. Phys 93, 515 (1961). L.M. Garrido. J. Math. Phys. 10, 1045 (1969). . M. Schinberg, . Cimento 9, 1139 (1952). Schénberg, V. Cimento 10, 419 (1953), 10, 697 (1953). 8. M. Schénberg é conhecido na comunidade ci brasileira sob o nome de Mario Sclemberg, 9. G. Della Riccia et N. Wiener, J. Math. Phys. 7, 1372 (1966). 10. B.. Koopman, Proc. Natl Acad. Sci, USA 17, 315 (1931), AL. C. George ot I. Prigogine, Physica 99, 369 (1979). 12. L. Prigogine, From Being to Becoming. Freeman, San Francisco, 1980; 1. Prigogine et al. Proc. Natl Acad. Sei. USA 74, 4152 (1977). 13. A. Matos Netoet J. D. M. Vianna, N. Cimento 86B, 117 (1985). 14. R Baleseu, Equilibrium and Nonequilibrium Statis. tical Mechanics. J. Wiley, New York, 1975, 15. No que segue, por simplicidade de notagio, conside- raremos cada particula com um grau de liberdade. 16. De acordo com a tcoria de algebras de Lie, se 41,43, dy 80 08 elementos-base da ilgebra entio, para todo par aj, aj pertencente a algebra, tem-se (ai, 43] = Chay, com Ch anti-simétrico nos indices constantes de estrutura da dlgebra sio os co- eficientes Ch. 17. Para demonstrar a Eq. (15) considere e(r) = {o(r),8(r)), e(r + dr) = [ar + dr), &(r + dr)} © ex- panda cada um dos elementos ealculados em (r-+dr) usando a expressio de Taylor. 18. R. Herman. Lie Algebras and Qi W. A. Benjamin, New York, 1970. 19. Para aniilise de questdes técnicas tais como 0 con- ceito de “enveloping algebra” da algebra de Lie das observiveis fisicas, veja, por exemplo, G. Rosen Formulations of Classical and Quantum Dynamical ‘Theory- Acad. Press., New York (1969) eT. M. Ro- cha Filho “Generalizacio Algébrica do Parénteses de Dirac Simétrico - Aplicacio & Teoria de Campo” - ntifics tum Mechanics. Ademir E. Santana, A. Mattos Neto ¢ J.D.M. Vianna 20. a. ‘Tese de Mestrado, Departamento de Fisica, Univer- sidade de Brasilia (1987). AE. de Santana, A. Matos Neto etJ. D. M. Vianna. Int. J. Theor. Phys. 28, 787 (1980). P.O. Lowdin. “Some Aspects on the Hamiltonian and Liouvillian - The Special Propagator Methods 7 and the Equation of Motion Approach”. Uppsala Tech. Note No. 739 (1984). 22. J. M, Jauch. “Sio os Quanta Reais? Um Diilogo Galileano”. Trad. J. D. M. Vianna (Nova Stella Editora ¢ EDUSP, Sio Paulo, 1986) pg. 52.

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