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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA


DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

Naiane Nascimento da Cruz


Naidson Figuereido Bittencourt
Thayná Almeida Nunes

PROJETO DE ELEMENTOS PROTENDIDOS: CONCEPÇAO ESTRUTURAL

Feira de Santana
2019
Naiane Nascimento da Cruz
Naidson Figuereido Bittencourt
Thayná Almeida Nunes

PROJETO DE ELEMENTOS PROTENDIDOS: CONCEPÇAO ESTRUTURAL

Trabalho apresentado como requisito para avaliação da


disciplina Concreto Protendido no curso de Engenharia
Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana.

Orientador: Prof. Marcelo Pedreira

Feira de Santana
2019
Sumário
1 OBJETIVO ......................................................................................................... 4

2 INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................ 4

3 REQUISITOS DO CLIENTE ............................................................................ 4

4 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ......................................................................... 4

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAS .................................................................... 5

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 12
1 OBJETIVO

O presente trabalho tem como finalidade de apresentar a concepção estrutural de um


projeto estrutural de vigotas pré-moldadas de seção “T” de concreto protendido para lajes com
enchimento de bloco EPS para construção de um centro de distribuição de um centro
industrial de Aratu (CIA).

2 INFORMAÇÕES GERAIS

• Utilização: Centro de Distribuição;

• Tipologia estrutural: Estrutura em concreto Protendido;

• Localização: Aratu- BA.

3 REQUISITOS DO CLIENTE

• Vão livre da laje igual a 10m.

• Utilizar escoras espaçadas a cada 3m, no mínimo.

• Área para depósito em um CD (Centro de Distribuição) com carga acidental


6kN/m².

4 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL

Segundo a NBR 6118:2014 elementos de concreto protendido são aqueles nos quais
parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de protensão, com a
finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da
estrutura, bem como propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência no estado-
limite último (ELU). A armadura de protensão, também chamada de armadura ativa, é
constituída por barras, fios isolados ou cordoalhas, destinada à produção de forças de
protensão, isto é, na qual se aplica um pré-alongamento inicial.
A referida norma, também apresenta três tipos de protensão: protensão com aderência
inicial, protensão com aderência posterior e protensão sem aderência.
a) Protensão com aderência inicial (concreto com armadura ativa pré-tracionada):
Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é feito utilizando-se
apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto, sendo
a ligação da armadura de protensão com os referidos apoios desfeita após o
endurecimento do concreto; a ancoragem no concreto realiza-se somente por
aderência.

b) Protensão com aderência posterior (concreto com armadura ativa pós-tracionada):


Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é realizado após o
endurecimento do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes do próprio elemento
estrutural, criando posteriormente aderência com o concreto, de modo permanente,
através da injeção das bainhas.

c) Protensão sem aderência (concreto com armadura ativa pós-tracionada sem


aderência): Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é
realizado após o endurecimento do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes do
próprio elemento estrutural, mas não sendo criada aderência com o concreto, ficando a
armadura ligada ao concreto apenas em pontos localizados.

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAS

Considerando os tipos de protensão citados anteriormente e a solicitação do cliente por


vigitas pré-moldadas, será adotado inicialmente o tipo de protensão com aderência inicial
(concreto com armadura ativa pré-tracionada).
Conforme Bastos (2019), a pré-tração é comumente aplicada na fabricação de peças
pré-moldadas, em pistas de protensão, com o estiramento da armadura de protensão antes do
lançamento do concreto (Figura 1). A pista de protensão consiste de uma base plana e reta,
geralmente com algumas dezenas de metros de comprimento, sobre a qual as peças são
fabricadas, em linha e sequencialmente. Nas extremidades da pista existem estruturas para a
ancoragem (fixação) da armadura de protensão, geralmente mistas aço/concreto, compostas
por blocos de reação de concreto enterrados, fixados ao solo por meio de elementos de
fundação, e componentes em aço onde os fios ou cordoalhas têm as pontas fixadas.
Os fios (ou cordoalhas) de protensão são posicionados ao longo da pista de protensão,
como na fabricação de lajes alveolares, e passando dentro das fôrmas das peças, como na
fabricação de vigas. Considerando a Figura 1a, os fios são fixados em uma das extremidades
(ancoragem passiva) da pista de protensão, e na outra (ancoragem ativa) os fios são estirados
(alongados), geralmente um a um, por meio de cilindro hidráulico apoiado na estrutura de
reação. A tensão de tração aplicada pelo cilindro é sempre inferior à tensão limite do regime
elástico do aço. Após o término da operação de estiramento, o fio é fixado nos dispositivos da
ancoragem ativa, e o cilindro é retirado para, sucessivamente, ir fazendo o estiramento dos
fios seguintes. Portanto, a extremidade onde o estiramento é feito é chamada ancoragem ativa,
e a extremidade em que não são estirados é a ancoragem passiva (Bastos, 2019).
Com todos os fios (ou cordoalhas) estirados e fixados nas ancoragens da pista de
protensão, o concreto é lançado na fôrma, envolvendo e aderindo ao aço de protensão. Após
decorrido um período de tempo necessário para o concreto adquirir resistência, os fios são
soltos (relaxados) das ancoragens. E é neste instante que ocorre a transferência da protensão
para as peças, pois os fios, ao tenderem elasticamente a voltar à deformação inicial zero, são
restringidos pelo concreto, e desse modo comprimem parte ou toda a seção transversal da
peça, ou seja, passa a atuar uma força de protensão que comprime a peça ao longo do seu
comprimento. Como a protensão é transferida ao concreto devido à aderência entre os dois
materiais, tem-se a pré-tensão com aderência inicial (Bastos, 2019).
Na sequência os fios podem ser cortados, de modo que as peças possam ser
desmoldadas e transferidas para o local de armazenamento, para o reinício de um novo ciclo
de produção (Bastos, 2019).

Figura 1: Esquema simplificado de pista de protensão para fabricação de peças protendidas com pré-tensão.
FONTE: Bastos (2019)
O método da pré-tensão é muito utilizado na produção de elementos pré-moldados,
porque o ambiente de fábrica possibilita a industrialização e a produção de grandes
quantidades de peças, com maior controle de qualidade de todo o processo de produção. A
cura natural, bem como a térmica com vapor aquecido, pode também ser utilizada a fim de
permitir a transferência da força de protensão em até 24 horas. A transferência da força de
protensão da armadura para o concreto da peça ocorre devido à aderência entre o concreto e a
armadura, de modo que a armadura de protensão e o concreto trabalham em conjunto, de
maneira integrada, e no caso de corte acidental ou ruptura de um fio, a perda de força de
protensão será localizada, porque a aderência permite que o fio mantenha a protensão no
comprimento restante. Devido à baixa idade e resistência do concreto no momento da
transferência da protensão para a peça, deformações por encurtamento elástico do concreto,
seguido de retração e fluência (deformação lenta), podem atingir valores elevados,
provocando uma redução na deformação de alongamento da armadura de protensão, ou seja,
pode ocorrer uma elevada perda da força protendida, essas perdas de força de protensão
podem ser diminuídas com a adoção de concretos de elevadas resistências à compressão,
superiores a 60 MPa.
As principais vantagens associadas ao uso das vigotas protendidas pré-moldadas para
lajes são:
• Menor custo em relação à laje treliçada;
• Redução do escoramento e do prazo de execução da obra;
• Menor consumo de concreto no capeamento;
• Menor consumo de armadura complementar;
• Resistência superior (utilização de aços e concretos especiais).

Como as vigotas pré-moldadas de concreto protendido serão de armadura pré-


tracionada, o traçado dos cabos em geral é retilíneo, em decorrência do próprio processo
construtivo.

Figura 2:Exemplo de distribuição de armadura pré-tracionada em vigas.


FONTE: Veríssimo e César (1998)
Afim de definir as características iniciais da viga, foi verificado a classe de
agressividade ambiental, conforme previsto na tabela 6.1(Figura3) da NBR 6118:2014.
Como o centro é industrial, e a região é litorânea, a classe de agressividade ambiental
adotada será de grau IV, com agressividade muito forte e risco elevado de deterioração da
estrutura.

Figura 3: Classes de agressividade ambiental.


FONTE: ABNT:NBR 6118/2014

A partir de Classe de Agressividade IV, com base na Tabela 7.1 da NBR 6118 (Figura
4), foram definidos outros itens, relação de água cimento: a/c ≤ 0,45 e a classe do concreto CP
≥ C40.

Figura 3: Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto.


FONTE: ABNT:NBR 6118/2014

O cobrimento da armadura tem a função de proteger o elemento estrutural como um


todo, garantindo a conformidade do sistema de proteção e estando adequado com os esforços
internos de protensão no concreto. O cobrimento das vigotas foi determinado com base na
tabela 7.2 da NBR 6118 (Figura 5), de acordo com a classe do ambiente e o sistema
construtivo. Adotando-se assim, um cobrimento nominal de 55cm.

Figura 5: Correspondência entre a classe de agressividade e cobrimento nominal para ∆c = 10mm.


FONTE: ABNT: NBR 6118/2014

Segundo a tabela 13.4 (Figura 6), o tipo de protensão será completa, pois proporciona
melhores condições para a proteção da armadura contra corrosão e limita as flutuações de
tensões no aço a valores moderados. Dessa forma, na protensão completa não se admitem
tensões normais de tração no concreto, decorrentes da flexão, a não ser em casos
excepcionais. Para o dimensionamento com combinações frequentes, será utilizado o Estado
Limite de Serviço – Fissuras, sendo uma combinação rara especificamente usada para
ambientes com alto grau de agressividade. Já o Estado Limite de Serviço – Descompressão,
onde nenhuma parte é tracionada será utilizado para as combinações frequentes.
Figura 6: Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da
armadura em função das classes de agressividade ambiental.
FONTE: ABNT: NBR 6118/2014

Respeitando os critérios abordados na NBR 7482, o aço de protensão adotado


inicialmente será do tipo CP-175 RB 5 L (fio para concreto protendido, resistência mínima à
tração de 1750 MPa, relaxação baixa e diâmetro nominal de 5mm e acabamento superficial
Liso), cujas características estão representadas na Figura 7.

Figura 7: Características de fios com relaxação baixa.


FONTE: Catálogo da Belgo Bekaert Arames (2019)
Além disso, as dimensões da vigota, apresentadas na figura 8, foram pensadas de
acordo às condições pré-estabelecidas, objetivando a conformação das propriedades dos
materiais e geométricas. No entanto, tais valores ainda serão verificados com base na
combinação de cargas e estados limites utilizados no dimensionamento.

Figura 8: Dimensões da vigota durante o pré-dimensionamento.


FONTE: PRÓPRIA.

Enfim, a concepção foi pensada de modo a aumentar a eficiência do elemento


estrutural, maximizar o uso das propriedades mecânicas do aço e diminuir a probabilidade de
ocorrência de fissuras e deformações na peça, favorecendo a segurança e a durabilidade da
edificação.
REFERÊNCIAS

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118:2014.


Projeto de estrutura de concreto – Procedimento. 238 p.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7482:2008.
Fios de aço para estruturas de concreto protendido – Especificação. 12p.
BASTOS, P. S. Fundamentos do concreto protendido. Bauru, São Paulo. 2019. 265p.
BEKAERT. Fios e cordoalhas para concreto protendido. Arcelor Mittal. 2019. 12p.
VERÍSSIMO, G. S.; CÉSAR JR, K. M. L. Concreto Protendido: Fundamentos Básicos. 1998,
ed.4. Universidade Federal de Viçosa.

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