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)
Comissão Julgadora – Textos
André Kondo, Edgar Borges e Rodrigo Domit
Revisão
Estela Ramos de Souza Oliveira
Ilustração da Capa
Gustavo Simas da Silva
Diagramação
Rodrigo Domit
Esta obra foi publicada com financiamento
do Instituto Federal de Santa Catarina, através do
Edital 11/2016 – Mostra de Arte e Cultura
Didascálico, da Pró-Reitoria de Extensão e Relações
Externas, e não pode ser comercializada.
Publicado no Brasil
2017
Índice
Prefácio.....................................................................5
Caneta Nova..............................................................7
Miserável amor inimigo............................................8
Um condomínio esquisito..........................................9
Avesso: O lado de dentro.........................................10
Quaisquer coisas......................................................11
Língua elástica.........................................................12
Saudades.................................................................13
Tempo......................................................................14
Virar Poesia.............................................................15
Sobre amor..............................................................16
Escrevo....................................................................17
O Amanhã Sempre Morre.........................................18
Balanço do (a)mar...................................................19
Língua-mãe.............................................................20
Desde que perdi meu relógio....................................21
Mãos.......................................................................22
Olhos úmidos...........................................................23
Da Feitura de Amor.................................................24
Mente tecnológica...................................................25
O último ensaio de Susan........................................26
Canto do Rouxinol...................................................27
O cômodo................................................................28
noite o recinto.........................................................29
Era Uma Vez... Uma Casa….....................................30
Distância..................................................................31
Des (Amor)..............................................................32
O General................................................................33
Peixe de Escama-Brava............................................34
Barquinhos de Papel................................................35
Mito........................................................................36
Abominável.............................................................37
Marginalidade poética.............................................38
os gatos...................................................................39
A fila anda...............................................................40
As Bruxas estão à solta............................................41
Cópia.......................................................................42
Na Espreita da Vida.................................................43
Palavras e Atritos....................................................44
Pôr do sol................................................................45
Soneto a não existência...........................................46
Estudantes do IFSC
Metapoesia..............................................................47
A Poesia.................................................................48
Partiste Para Sempre – A Cantiga...........................49
Inferno....................................................................50
Medo........................................................................51
(sem título).............................................................52
Amor passageiro......................................................53
Dúvidas...................................................................54
Sensações................................................................55
Nostalgia Insular.....................................................56
Do outro lado de tudo..............................................57
Camadas da Reflexão..............................................58
Gotejar....................................................................59
Incógnita.................................................................60
Relógio....................................................................61
Servidores do IFSC
Loucura ou cura?.....................................................62
A vigília do mundo..................................................63
Estagiário monoglota..............................................64
A caixinha vermelha................................................65
Onde nascem os sonhos...........................................66
Fim..........................................................................67
Vamos tomar um café?............................................68
Uivando para a chuva..............................................69
Mais Um Dia Daqueles............................................70
No mesmo mar........................................................71
Erupção...................................................................72
Desabafos................................................................73
Controvérsias do amor............................................74
Fastio......................................................................75
Prefácio
5
Caneta Nova
7
Miserável amor inimigo
8
Um condomínio esquisito
9
Avesso: O lado de dentro
10
Quaisquer coisas
11
Língua elástica
12
Saudades
Eu sinto sua falta…
Falta de seus hipnóticos olhares,
Falta de sua doce voz,
Falta de seus calorosos abraços,
Falta de seu afrodisíaco aroma,
Falta de seus radiantes e loiros cabelos.
Eu sinto sua falta…
Mas não é uma saudade qualquer,
Não é uma saudade a qual nossos corpos estão
separados, mas sim nossas mentes e almas.
Mentes e almas divididas por um enorme muro
rebocado pelo medo, pela insegurança, pela pressão,
pelo amor…
Vivíamos uma guerra fria, onde os dois ameaçavam,
mas não atacavam; e parece que essa guerra se
congelou de vez.
Talvez os dois lados saíram vitoriosos,
Talvez os dois lados saíram derrotados.
Sinto falta dessa guerra…
Sinto sua falta…
Sinto falta dos tempos em que vivíamos em sintonia,
em que vivíamos como dois cisnes apaixonados ou
como dois leões revoltados.
E por mais perto que seu corpo esteja do meu, ainda
sentirei sua falta…
Creio que esse é o pior tipo de saudade que existe no
mundo.
13
Tempo
Voltar a viver
viver de novo
Perder tempo acreditando no novo!
Perder tempo esperando o que vai vir
Sem ter a certeza que você está mesmo
Existindo aqui.
14
Virar Poesia
15
Sobre amor
16
Escrevo
17
O Amanhã Sempre Morre
Ele espera. Sentado em uma cadeira, os pés
saltitando, apenas espera.
A campainha toca. É agora!
– Chegou sua pizza.
– Hã?!
– Apartamento número 69.
– Aqui é o 66 – respondeu, virando o 9 e o trans-
-formando em um 6.
Voltou a sentar-se e notou uma barata no canto
da sala. Mas não podia levantar-se agora. E se chegasse
bem naquele momento?! Continuava aguardando.
A campainha mais uma vez toca. Será dessa vez?
– Olá garanhão. Pronto para a diversão?
– Como assim?
– Você ligou pedindo meus “serviços”, não ligou?
Número 66.
– Não, aqui é o 69 – disse ele, mais uma vez
invertendo o dígito na porta.
Ao virar-se, a barata ainda estava lá, imóvel.
Pegou o chinelo, apontou e jogou. Disparo certeiro. Um
tiro, uma morte. Levou o que sobrou até o banheiro.
Enquanto os restos mortais da barata rodo-
-piavam na descarga, ouviu um grito vindo da rua.
Olhou para fora e viu apenas as duas últimas letras do
luminoso do Clube Blergh.
A campainha toca novamente. Só pode ser agora!
Se não agora, quando então?
18
Balanço do (a)mar
19
Língua-mãe
20
Desde que perdi meu relógio
21
Mãos
22
Olhos úmidos
Acalma-te
Deixe-a flutuar
23
Da Feitura de Amor
Quero saber de ti
Como se ajeitam teus jeitos
Como exalam teus cheiros
Como tocam teus tatos…
Em nós
Que todos os sentidos espalhem-se
Subindo-nos um calor unânime
Por todos os lados
Ávido
A encontrar atalhos
Pela tua pele curvilínea
De horizonte orgástico
Cujas extremas soam
Tua voz em sons incógnitos...
24
Mente tecnológica
Olhe à janela!...
saciamos;
Olhe à janela!...
25
O último ensaio de Susan
“É esta a praia?”
“É,” ela respondeu, largando a coleira de Dipsie,
o cachorro. Me deu uma longa olhada.
“Não vai fazer o que deve?”
Preparei a câmera em silêncio. O mar rugia na
tarde cinza.
Se aproximou de mim e deu um lento beijo.
Senti vontade de impedir. Mas não.
Afagou de leve o cãozinho, sorrindo. Dipsie fazia
de tudo para pedir, pelo-amor-de-Anúbis, que eu não
deixasse Susan cometer aquela loucura. Ignoramos o cão
em silêncio.
Tirou as sandálias. Os outros seguiam na direção
contrária do mar, que tempestuava mais e mais pela
areia. De costas, sem chapéus, vestidos de verão ou
sorrisos.
A primeira imagem seria dela desnudando-se,
como o combinado. Cliquei.
Um relâmpago. Dipsie uiva. Suas pegadas
dirigem-se às ondas. Sem adeus, charminho ou
goodbyes.
Outra foto. O ensaio faria a cidade inteira amá-la,
lembrá-la, homenageá-la. Susan, a modelo mais sexy e
escultural daquela geração, na sua jornada pela
eternidade. Caminhando, clique a clique, em direção ao
suicídio.
26
Canto do Rouxinol
27
O cômodo
28
noite o recinto
29
Era Uma Vez... Uma Casa…
30
Distância
o ritmo
ou ao excesso de toque
na tecla
de estante
gestante
de poemas.
31
Des (Amor)
32
O General
33
Peixe de Escama-Brava
Vai,
Segue teu curso
Deságua teu drama
Usa todo o feminino recurso,
Sonhei, confesso,
Quis dar-te o anel,
Maliciosa,
Tu foste tão cruel,
Nunca a verei sob o véu,
35
Mito
Ser é um quebra-cabeças
Os menores erros nas escolhas
O até breve ao adeus
Pronomes nossos em vez de seus.
36
Abominável
entre
frestas
atravessa
horroroso
o olho
invernal
a matéria
fria fica
sob a janela
pra dizer que
tudo é humano
37
Marginalidade poética
Ora caóticas,
almas circulares
desencaixam
Formam ondas
planares
e somem
na espuma
Ora melancólicas,
almas espiraladas
cerram
Como flores
noturnas
se escondem
na lua
Mergulhadas
no marinho azul
emergem
Bolhas marginais
flutuam
poéticas
38
os gatos
passeiam matreiramente
39
A fila anda
40
As Bruxas estão à solta
41
Cópia
42
Na Espreita da Vida
43
Palavras e Atritos
nos dizem.
desgastando afetos
no atrito da convivência.
à mesa de jantar,
44
Pôr do sol
45
Soneto a não existência
46
Metapoesia
Feliz é o poeta
Que um prato cheio faz da literatura,
Que alimenta a alma com a ternura,
Que a partir dela traça sua meta.
47
A Poesia
48
Partiste Para Sempre – A Cantiga
49
Inferno
Quando pequeno, eu era religioso, nunca
entendi o porquê de minha mãe fazer-me ir à igreja
todos os domingos. Ela dizia que, se não fôssemos,
iríamos pagar pelos nossos pecados no Inferno.
E aqui estou eu, enterrado até meu queixo de
mármore chamado Prestações e enxofre chamado
Desamor, à espera dos demônios para que venham
logo me atormentar.
Existem vários demônios aqui, ninguém me
faz sofrer tanto quanto eles, formados por partes de
mim que me consomem todos os dias. Dei a eles
nomes baseados nos aspectos que me atormentam:
Responsabilidade, Aparência, Caráter, Notas e
Medo são alguns deles.
Sinto como se este local fosse composto por
átomos que vibram negativamente para formar estes
meus pensamentos mais profundos. Curiosamente,
inferno significa profundezas.
Hoje entendo o que é o inferno, e que todos
têm por natureza o poder de criar seus próprios
demônios. Então me pergunto: Será que todo este
tormento é apenas por causa de alguns Domingos?
50
Medo
Eu tenho medo
Medo de ceder com esse seu sorriso logo cedo
que me faz derreter
Eu tenho medo
Medo do seu toque
que acaba com o estoque de orgulho que há em
mim
Eu tenho medo
de que nada disso se resolva,
e eu me iluda toda te querendo feito boba
Eu tenho medo
Medo que eu me perca nessa ida
e esqueça de restaurar a minha vida
Eu tenho medo
Medo que seja em vão
a minha tentativa de reconstruir tudo, depois
dessa confusão
51
...
Sabe o que é?
Eu mudo de endereço
Não de confusão
52
Amor passageiro
53
Dúvidas
54
Sensações
55
Nostalgia Insular
56
Do outro lado de tudo
A porta!
Cadê o sol, lua, estrelas e as pessoas, cadê
todo mundo?
Não ouço mais o som dos instrumentos, nem o
sino.
Horrores na penumbra de uma chona eterna! E
este barulho, o que é? É o passar da carruagem que
se vai ao longe, descendo a serra! A luz torna-se cada
vez mais tênue e o desbrilho tende a só aumentar.
Além das rodas não mais ouço. Espera! Tenho coisas
a fazer, amigos e meus familiares não se fazem
presentes neste devoluto. Pra onde vamos? Não me
pediste pra subir e sem esforços e sem mãos já estou
aqui! Por que o silêncio presente num momento sem
compreensão e lágrimas maçadas, estranho tudo isso,
preciso voltar! Agora já posso acordar! Preferia que
fosse somente um sonho, vejo que não o é! E que a
sombra da negreira nuvem culminante e atraente da
obscuridade, não fosse além da incerteza, e do vazio
da alma sem lágrimas. Assim sigo a viagem sem
querer, e sem querer descer, prosseguir e mais do
que isso, sem sentir ou sem sentimentos. Este é o
caminho além da porta.
57
Camadas da Reflexão
58
Gotejar
O gotejo da vida me parece lágrimas
Os segundos escorrem, tornam-se monótonos
Voam anos ligeiros ainda mais rápidos
Amontoam-se horas ainda mais lânguidas
E o futuro pinga tornando pretérito
Revelando o fim de um destino mórbido
Sinto, a cada gota, a morte mais próxima
As falsas ilusões quebram-se e desfazem-se
A vida dá as caras e entro em pânico
Porém, ergo os olhos diante das lástimas
E vejo um cintilar que embora tímido
Destrói a enclausura que o breu confina-me
O brilhante retorna aos meus olhos trêmulos
Sinto o sol me banhar com dourado mágico
Flores me sorriem com suas cores vívidas
O verde e o azul nos morros abraçam-se
Melodias fagueiras me cantam os pássaros
Feixes de alegria partem de meu cérebro
Viver com o sorriso me parece lógico
Eu enxergo agora esperanças sólidas
Felicidades bárbaras
Sorrisos esplêndidos
Prazeres inúmeros
Amores recíprocos
E o futuro próspero
59
Incógnita
60
Relógio
61
Loucura ou cura?
62
A vigília do mundo
E, num intervalo,
onde há música,
retiro o refrão de seu eco,
que já não é mais refrão,
apenas um som dismórfico
exilado da palavra.
63
Estagiário monoglota
64
A caixinha vermelha
65
Onde nascem os sonhos
66
Fim
67
Vamos tomar um café?
68
Uivando para a chuva
69
Mais Um Dia Daqueles
Despertador toca.
Sair da cama dói.
Dor nas costas, nos pés, na cabeça, na alma.
Chove lá fora. Pior, chove dentro de mim.
Trânsito infernal, batida, buzina, motocicleta, espelho.
Estresse.
Trabalho, demanda, retorno, reunião.
Mais uma reunião e nenhuma decisão.
Almoço rápido. A comida? Engoli. Sabor? Não tinha.
Agora faltam só mais quatro horas.
Planilhas para preencher, relatório entregue.
Chefe. Injustiça! A culpa nem era minha.
Vingança. Meia hora na rede social, internet, baboseiras.
Bate cartão. Volta para casa.
Mais trânsito. Trânsito pior.
Enfim... casa.
Casa, não. Apartamento, pequeno, bem pequeno,
minúsculo.
Queria mais janelas. Queria mais ar.
Cuidado! Cocô no tapete. Pisei. Cachorro maldito.
Limpar, lavar.
Banho, jantar.
Morar sozinho é lavar a louça.
Ou talvez não, afinal morar sozinho é deixar para
amanhã.
Deitar. Programar despertador.
Ufa. Esse foi só mais um dia daqueles.
Tatuei
Sua tara
Impetuosa
Em meu
Impulso
Sinuoso.
Transbordamos
Em espasmos
Monstruosos
Sobre a grama
Sob a chuva
Preguiçosa
De outubro.
Fomos tudo.
72
Desabafos
73
Controvérsias do amor
Ah, o amor!
Por que é tão complicado?
Se eu só quero te amar,
de alma e coração!
74
Fastio
75
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Stika Text e Stika Subheading
Diretor de Extensão
André Dala Possa
Diretor-Geral do Câmpus
Eduardo Evangelista
Coordenador de Extensão
Josué Vogel
Equipe do Projeto
Alesandra Oriente; Daniel Augustin Pereira; Estela
Ramos de Souza Oliveira; Fabiana Alves dos Santos
Schrodi; Karla Viviane Garcia de Moraes; Luan
Hubner, Mara Leatrice Mayer; Miriam Hennig;
Rodrigo Domit; Suelen dos Passos; Thaline Martins
de Oliveira e Thayna Schmidt Kosloski.
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