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LIÇÃO 10
SÓ O EVANGELHO MUDA A CULTURA HUMANA
Nessa aula, vamos ter que inverter a ordem das coisas. Como a explicação sobre o que
é cultura está no tópico 1 da lição, muita coisa do que iríamos falar antes de chegar lá
iria ficar sem a compreensão certa. Então, antes de mais nada, vamos definir o que é
cultura. Vou usar aqui uma definição um pouco diferente da que o comentarista trouxe.
Uma das características mais marcantes da cultura é a sua fácil adaptabilidade, ou seja,
ela se molda facilmente às mudanças de hábitos e de costumes. Por conta dessa
adaptabilidade, a cultura está em constante mudança, pois o ser humano está sempre
mudando, quer para o bem, quer para o mal.
Outro ponto importante a ser colocado é que apenas os seres humanos têm cultura. Os
animais têm apenas instintos.
TEXTO ÁUREO
“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e
como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro.”
(1Ts 1.9)
Aqui, Paulo apresenta o que chamamos de uma quebra de paradigma, que significa
uma mudança de um comportamento considerado “padrão” pela sociedade da época,
que era o de adorar ídolos, para a adoração e o serviço ao Deus verdadeiro. Esse
resultado, além de uma quebra de paradigma, também é uma mudança na cultura dos
convertidos que, abandonando a idolatria, passam a adorar o Deus Todo-Poderoso.
Na realidade, como veremos mais a frente, a Bíblia diz que o mundo jaz no maligno
conforme vemos em 1Jo 5.19 – NVT: “Sabemos que somos filhos de Deus e que o
mundo inteiro está sob o controle do maligno”. Isso significa que toda a cultura secular
está apoiada em princípios que são contrários à Palavra de Deus. Mas o Evangelho
de Cristo, que é o poder de Deus, pode mudar todas as coisas, inclusive a cultura de
um povo que se renda ao poder de Deus, como vemos em 1Ts 1.9 – ARC: “porque
eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como
dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro”. Glórias a
Deus.
1 Tessalonicenses 1.1-10
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A Bíblia relata que o ser humano foi atingido pelo pecado original. Por isso, suas ações
carregam essa herança negativa. Por causa do pecado, o homem está inclinado ao mal.
Entretanto, a Palavra de Deus mostra que o ser humano é “imagem de Deus”. Ainda
que a consequência do pecado fosse trágica, ele não perdeu essa imagem. Assim, é
possível ver homem produzir coisas boas. Nesse sentido, podemos afirmar que a
cultura que o ser humano produz traz consigo a herança do pecado, mas também a
herança da imagem divina, por isso, há aspectos positivos e negativos na cultura
humana. O Evangelho propõe restaurar o ser humano todo e, assim, como
consequência, fazer com que ele produza cultura que glorifique a Deus em todos os
aspectos humanos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
É importante nós deixarmos claro que, como regra de fé e prática, a Bíblia Sagrada tem
que ser nosso guia a respeito de todos os assuntos concernentes à vida humana. As
Sagradas Escrituras têm resposta para todas as situações da vida humana.
Nosso intento é mostrar que nenhuma cultura pode ser tida como neutra, ou inofensiva,
porque todas elas acham-se contaminadas pelo pecado de Adão.
Afastado de Deus, um povo tende fortemente a, cada vez mais, afundar no lamaçal do
pecado. Em 2Tm 3.13 – ARC, encontramos: “Mas os homens maus e enganadores irão
de mal para pior, enganando e sendo enganados”. E não é exatamente isso que temos
visto no mundo? O próprio Senhor Jesus nos ensinou que, no final dos tempos, haveria
uma crise profunda de amor. Vejamos o que diz em Mt 24.12 – NVI: “Devido ao aumento
da maldade, o amor de muitos esfriará”. Somado a tudo isso temos a atuação do deus
desse século, que cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça
a luz do Evangelho da glória de Cristo, conforme vemos em 2Co 4.4.
Mas a boa notícia é que o Evangelho de Cristo pode transformar qualquer cultura.
Quanto a nós, Igreja de Cristo, não nos conformemos com este mundo que jaz no
Maligno, como fez Israel e Judá. Por aceitar todas as impurezas das culturas vizinhas
e longínquas, ambos os reinos foram destruídos.
PONTO CENTRAL
I – O QUE É A CULTURA
De acordo com a Bíblia Sagrada, o ser humano foi criado para fazer e produzir cultura,
a partir da criação divina. Neste tópico, veremos, ainda, a cultura dos gentios e a cultura
do povo de Deus.
Aqui vemos, conforme o modelo de outras lições, um sumário do que será visto nesse
tópico da lição.
O comentarista fala que cultura pode ser considerada como a soma das realizações
humanas. Também cita outra definição, relacionada à interpretação das demandas
divinas. Porém, eu gosto da definição complementar do Pr Wagner Gaby, que
Na realidade, conforme diz esse texto de Romanos 1, quando a pessoa não quer saber
de Deus, Deus se afasta essa pessoa fica completamente sob a influência do inimigo
das nossas almas, que a leva a praticar atos completamente contrários à Palavra de
Deus.
3. A cultura do povo de Deus. A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como
fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus (2Tm
3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta proposição: a Terra
é do Senhor (Sl 24.1).
Aqui precisamos olhar com mais atenção para esse conceito. Conforme mencionamos
anteriormente, cultura é a visão de mundo de uma sociedade e é formada pela própria
sociedade. Para o cristão, a visão de mundo que devemos ter é aquela que glorifica ao
nome do Senhor. Como assim? Temos a responsabilidade de apresentar Deus para as
pessoas, através de nosso testemunho, seja através da pregação, do ensino ou mesmo
do exemplo de vida. E a nossa visão de mundo deve ser aquela que a Bíblia ensina:
amar a Deus sobre todas as coisas e nosso próximo como a nós mesmos; aperfeiçoar
nossa vida através da santificação; sermos sal e luz nesse mundo corrompido, entre
outras coisas. Essa postura faz grande diferença na vida daquele que a pratica.
Haja vista os filhos de Israel. Eles consagravam ao Senhor até mesmo suas colheitas
(Lv 23.10). Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser aferido por este mandamento
apostólico: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei
tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).
O homem foi posto no Éden, para lavrar a terra e fazer cultura, a partir da criação divina
(Gn 1.26; 2.5). Mas, devido ao pecado, toda a cultura humana pôs-se contra Deus.
Conforme comentamos, a cultura humana é influenciada pelo inimigo das nossas almas
e, por conta disso, está se afastando cada vez mais do Criador.
1. A cultura original. Se a Terra é do Senhor, todos deveriam saber que, neste mundo,
não passamos de servos de Deus (Sl 24.1). Logo, tudo quanto produzimos deveria ser
um reflexo da glória do Criador.
Se não tivéssemos caído em pecado, nossa cultura seria uma extensão da divina. Mas,
por causa da Queda, a humanidade passou a trabalhar contra Deus (Ec 7.29).
Aqui, meus irmãos, eu gostaria de comentar algo que eu tenho visto, mas que não
podemos considerar doutrina. Qual seria o motivo para o homem matar outro homem?
Em primeiro lugar, precisamos levar em consideração que Satanás é inimigo de Deus
e da Igreja, conforme podemos inferir em Mt 13.39 – ARC: “O inimigo que o semeou é
o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos”. Porém, mesmo sendo
inimigo do Criador, o diabo não pode fazer nada contra Ele diretamente, muito menos
matá-lO, o que, certamente, deve ser o seu desejo em relação a Deus. Segundo essa
teoria, pelo fato de o Criador estar numa posição inalcançável, Satanás decidiu matar
o homem, que foi feito imagem e semelhança de Deus. Levando as pessoas a
praticarem homicídio, o inimigo tenta atingir o Todo-Poderoso indiretamente. Conforme
eu disse, não podemos considerar essa teoria como doutrina, mas vemos esse conceito
nas Sagradas Escrituras, em relação à Igreja de Cristo. Em Ap 12.13-17 vemos uma
passagem em metáfora, onde encontramos o episódio em que o dragão, que simboliza
Satanás, perseguindo a descendência da mulher que gerou o menino, que irá reger as
nações com cetro de ferro. Vejam aqui o mesmo conceito sendo aplicado. Satanás, não
podendo tocar na mulher, nem no seu filho, foi fazer guerra aos descendentes da
mulher, que no caso seríamos nós, os servos de Deus. Outro ponto a ser considerado
é que vemos um esforço gigantesco, no reino espiritual, para macular, cada vez mais,
A fraqueza moral, iniciada pelo homicida Lameque, fez-se cultura (Gn 4.23). A
promiscuidade precisou apenas de um exemplo, a fim de espalhar-se. Que Deus tenha
misericórdia de nossa geração.
Hoje, gasta-se exageradamente naquilo que não satisfaz; é o consumo pelo consumo
(Is 55.2).
A cultura hoje valoriza o que a pessoa tem, não o que ela é. É a cultura consumista que
está imperando na sociedade. Mas nós, salvos em Cristo Jesus, temos que manter e
desenvolver a cultura do Reino de Deus. E que cultura é essa? A cultura do ser ao invés
de ter. Paulo nos ensina em Fp 4.12,13 – ARC: “Sei estar abatido e sei também ter
abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura
como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as
Eis o resultado de toda essa gastança: famílias endividadas e muita gente à beira da
miséria. Sejamos próvidos e não pródigos.
Nesse tópico veremos que, através do Evangelho, pode-se mudar a cultura de uma
região ou de uma comunidade, pois o Evangelho é o poder de Deus. Mas que fique
claro que a Bíblia nos diz que a maioria das pessoas iria rejeitar a salvação oferecida
por Deus. Mesmo numa situação como essa, ainda é possível a igreja exercer seu papel
influenciador na sociedade. O Senhor diz que somos o sal da terra e a luz do mundo.
Se exercermos nossa função conforme encontramos nas Escrituras Sagradas, o
Espírito Santo pode nos usar para influenciar as pessoas à nossa volta de forma
positiva. Em Mt 5.13-16 – NAA: “Vocês são o sal da terra; ora, se o sal vier a ser
insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora,
ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
situada no alto de um monte. Nem se acende uma lamparina para colocá-la debaixo de
um cesto, mas num lugar adequado onde ilumina bem todos os que estão na casa.
Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras
que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus”. Essa influência que
a Igreja exerce sobre a sociedade pode ser chamada de iniciativa para mudança da
cultura popular, em prol do Reino de Deus.
1. Jesus nasceu num contexto cultural. Nenhum homem é capaz de viver à parte de
uma cultura; somos seres culturais.
Isso se dá pois estamos inseridos nessa cultura, pois vivemos em sociedade. Mas isso
não significa que devemos acompanhar todos os costumes defendidos por essa cultura.
Nós, como Igreja, devemos desenvolver e defender a cultura do Reino que nos
comissionou como seus embaixadores. Em 2Co 5.20 – NVT, temos: “Agora, portanto,
somos embaixadores de Cristo; Deus faz seu apelo por nosso intermédio. Falamos em
nome de Cristo quando dizemos: Reconciliem-se com Deus!”. Paulo nos dá a entender,
nesse texto, que precisamos defender a cultura do Reino de Deus, do qual somos
embaixadores, ou seja, um representante legal desse Reino.
Cristo sempre foi e sempre será o exemplo perfeito a ser seguido por nós. Se levarmos
em conta apenas os seus ensinos, veremos o quanto preciso Ele foi nas suas palavras.
Cristo nos deixou um legado de fé, esperança e santidade. Não se impressionava com
a aparência, de quem quer que fosse, mas sempre agiu de forma equilibrada e assertiva
em toda a sua vida. Ele não se deixou influenciar pela cultura judaica da sua época,
mas foi muito além, estabelecendo os fundamentos para o Reino de Deus. No chamado
Sermão do Monte, ele trabalhou nos alicerces desse Reino, mostrando àqueles que
queriam segui-lo, que seria necessário ir mais adiante para poder fazer parte desse
Reino. Ele disse várias vezes: “ouvistes o que foi dito”, apontando para a cultura
desenvolvida a partir dos mandamentos de Êxodo 20. Mas, logo em seguida, o Senhor
Jesus fazia o ajuste necessário: “mas eu vos digo que”. Vejam que quebra de
paradigmas nosso Senhor provocou naquela geração!
2. O Evangelho transforma a cultura. Conquanto não nos seja possível converter toda
uma sociedade, podemos influenciá-la com a mensagem do Evangelho. Haja vista o
que aconteceu em Éfeso, durante a terceira viagem missionária de Paulo, quando
praticantes de artes mágicas queimaram seus livros em público (At 19.19). Se
quisermos, de fato, transformar o nosso país, devemos evangelizá-lo de acordo com o
modelo de Atos dos Apóstolos (At 1.8).
O ministério de Paulo em Éfeso, que durou, pelo menos, dois anos, segundo vemos em
At 19.10, causou profunda mudança na vida da cidade, por conta do grande número de
pessoas que se converteu. Quando uma pessoa aceita a Cristo como Salvador e inicia
sua caminhada com Ele, é necessário que haja uma mudança no seu comportamento
pois, a partir desse momento, essa vida se transforma em uma nova criatura diante de
Deus. E essa transformação nos motiva a abandonar a cultura secular e abraçar a
cultura celestial. Paulo diz, em Cl 3.2,3 – ARC: “Pensai nas coisas que são de cima e
não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com
Cristo em Deus”.
• Crentes carnais: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como
a carnais, como a meninos em Cristo” – 1Co 3.1;
• Imoralidade sexual na família: “Comenta-se por toda parte que há imoralidade
sexual em seu meio, imoralidade que nem mesmo os pagãos praticam. Soube
de um homem entre vocês que mantém relações sexuais com a própria
madrasta” – 1Co 5.1 – NVT;
• Injustiça entre os irmãos: “Em vez disso, vocês mesmos cometem injustiças e
causam prejuízos até contra os próprios irmãos” – 1Co 6.8 – NVT;
• Imoralidade sexual em geral: “Os alimentos foram feitos para o estômago, e o
estômago para os alimentos. É verdade, mas um dia Deus acabará com os dois.
Vocês, contudo, não podem dizer que nosso corpo foi feito para a imoralidade
sexual. Ele foi feito para o Senhor, e o relacionamento que o Senhor tem conosco
inclui nosso corpo” – 1Co 6.13 – NVT.
Tudo isso nos mostra que a mudança de cultura não é automática. Depende de muito
esforço por parte de quem ensina e também de quem aprende, pois o processo de
santificação e instrução precisa se desenvolver na vida daquele que aceita a Cristo,
caso contrário, como diz o adágio: “a pessoa entra no Evangelho mas o Evangelho não
entra na pessoa”. Que o Senhor nos guarde de sermos negligentes com a sua obra e
nos ajude a nos esforçar por alcançar, com a ajuda do Espírito Santo e do ministério da
Igreja, a medida da estatura completa de Cristo Jesus, conforme encontramos em Ef
4.13 – ARC.
CONCLUSÃO