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Governo do Estado do Maranhão

SEDUC/MA
Geografia

ÍNDICE
Conhecimentos Gerais
Atualidades referentes ao Estado do Maranhão ............................................................................................................................................... 01
Tópicos relevantes e atuais das áreas de política, economia, sociedade, educação, tecnologia, Energia, desenvolvimento sustentável,
responsabilidade social e ambiental, segurança pública, Combate à corrupção, ecologia e suas vinculações históricas. ............................ 06

Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos verbais, não-verbais, informativos, publicitários e literários. Textualidade: coesão e coerência.
Funções da linguagem. A intertextualidade na leitura e na produção de textos. Tipologia textual. ................................................................ 01
Variação linguística: emprego da linguagem formal e informal. ...................................................................................................................... 10
Aspectos morfossintáticos e semânticos da língua: emprego das Classes de palavras, concordância nominal e verbal, regência
nominal e verbal, ocorrência de crase, pontuação gramatical e estilística. ..................................................................................................... 10
A semântica e estilística da frase: noção de conotação, denotação, polissemia, sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia,
ambiguidade, figuras de linguagem. ................................................................................................................................................................. 30

Noções de Informática
Noções de operação de Microcomputadores. Noções hardware e de utilização de softwares........................................................................ 01
Sistema operacional Windows 7, 8 ou superior. ............................................................................................................................................... 05
Microsoft Office (Word, Excel, Access e PowerPoint) 2003, 2010 ou superior. .............................................................................................. 11
Conceitos browsers de internet. Correio Eletrônico. ......................................................................................................................................... 30
Conceitos de organização de arquivos e métodos de acesso. ......................................................................................................................... 42

Fundamentos da Educação
Paradigmas da Educação. A função social da escola ...................................................................................................................................... 01
O projeto político-pedagógico da escola ........................................................................................................................................................... 26
A sala de aula e a prática pedagógica: currículo escolar, planejamento e avaliação, interação professor/aluno, recursos didáticos ............. 08
Interdisciplinaridade e Transversalidade: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, cultura étnico-racial,
trabalho e consumo ........................................................................................................................................................................................... 85
Desafios da Educação Brasileira: analfabetismo, evasão, repetência, qualidade de ensino. Formação e valorização do professor ............. 31
Gestão Democrática da Educação ................................................................................................................................................................. 131
Evolução histórica da Educação Brasileira ..................................................................................................................................................... 135

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Legislação Básica da Educação
Princípios da Administração Pública ................................................................................................................................................................. 01
Emenda Constitucional nº 53/2006 ................................................................................................................................................................... 01
Lei nº 11.494/2007 ............................................................................................................................................................................................ 02
Lei 9394/96 e suas alterações (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).......................................................................................... 09
Decreto Federal nº 5.154/2004 ......................................................................................................................................................................... 19
Lei nº 6.107/94 Estatuto do Servidor Público Estadual; Direitos e Deveres dos Servidores Públicos e Responsabilidades dos
Servidores Públicos, Regime Disciplinar .......................................................................................................................................................... 20
Lei nº 9860/2013 – Estatuto do Magistério ....................................................................................................................................................... 36

Conhecimentos Específicos
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: Espaço, paisagem, lugar, região e território; O espaço geográfico
e a materialização dos tempos históricos; Noções de astronomia; Localização e orientação; Projeções cartográficas; Linguagem
cartográfica; O espaço e suas representações; Cartografia temática; Cartografia e a evolução tecnológica; Regionalização do espaço
geográfico ......................................................................................................................................................................................................... 01
AMBIENTE NATURAL E SEU REFLEXO NA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: O sistema Terra e as inter-relações entre
seus subsistemas – litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera; Tectônica das placas; A morfogênese do relevo terrestre e sua
ocupação pelo homem; As condições naturais do planeta e suas interações ambientais e sociais; Meio ambiente e sociedade;
Domínios morfoclimáticos e biomas: características, importância, aproveitamento e condições ambientais .................................................. 06
A RELAÇÕES SOCIOESPACIAISE A (RE)ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: Povoamento e expansão territorial
brasileira; A questão agrária e a organização do espaço no Brasil; O urbano e o rural: relações de interdependência; Dinâmica
populacional e a (re)estruturação sócio espacial; Desigualdades sócio espaciais; Urbanização e a estruturação do espaço geográfico;
Industrialização e seu reflexo no espaço geográfico; Setores produtivos e a organização da sociedade; Matriz energética as questões
ambientais; Comunicação e transportes no mundo globalizado ...................................................................................................................... 12
O IMPACTO DA EVOLUÇÃO TECNOLOGICA SOBRE O (RE)ORDENAMENTO GEOPOLÍTICO E ECONÔMICO DO ESPAÇO
GEOGRÁFICO: Ordenamento geopolítico mundial; Globalização; Comércio internacional; Mercados regionais; Os atuais fluxos de
informação ;As redes sociais e sua influencia nas relações econômicas, sociais e culturais atuais; A questão ambiental: conferências,
debate, acordos, protocolos e a política ambiental brasileira ........................................................................................................................... 20
ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO E MARANHENSE: Localização e situação. O ambiente natural: composição estrutura e dinâmica
dos elementos da paisagem: geologia, relevo, solos, clima, vegetação e hidrografia. Domínios morfoclimáticos. O ambiente humanizado:
composição, estrutura e dinâmica da população. Produção, circulação e consumo de bens e mercadoria. A urbanização,
a regionalização e as relações internacionais brasileiros e maranhenses ....................................................................................................... 29
PRODUÇÃO E GESTÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: o espaço rural e urbano: delimitação, diversidade, composição, formas de
ocupação e aproveitamento, evolução e modernização. Relações campo-cidade e cidade-campo. Atividades produtivas: agropecuária,
agroindústria, localização industrial, relações de trabalho no campo e na cidade ........................................................................................... 30

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Além da má prestação nos serviços bancários, responsável por inúme-
ras reclamações dos consumidores, o Procon-MA constatou outras irregula-
ridades como ausência de informação ao consumidor, publicidade engano-
sa, descumprimento de oferta, irregularidades em empréstimos consigna-
dos, negativação indevida; falha na prestação do serviço, como por exem-
plo, lançamentos indevidos na fatura do cartão de crédito e outras.
TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DAS ÁREAS DE POLÍ-
TICA, ECONOMIA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, TECNOLO- VALOR DAS MULTAS POR BANCO
GIA, ENERGIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,
RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL, SEGU- Bradesco R$ 7.340.000,00
RANÇA PÚBLICA, COMBATE À CORRUPÇÃO, ECOLOGIA
E SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS. ATUALIDADES Itaú R$ 4.030.000,00
REFERENTES AO ESTADO DO MARANHÃO
CEF (CAIXA) R$ 2.030.000,00

Maranhão registrou um caso de microcefalia este ano, diz governo


Banco do Brasil R$ 1.820.000,00
12/11/2015 13h00
O Maranhão registrou um caso de microcefalia em 2015 de acordo com Santander R$ 1.450.000,00
informação da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Os casos da doença
dimunuiram no estado nos últimos quatro anos. A microcefalia se caracteri- Liderprime R$ 1.510.000,00
za pela criança nascer com um crânio menor do que a média.
A região Nordeste registrou um aumento expressivo no número de cri- BV Financeira R$ 1.930.000,00
anças com microcefalia, segundo dados do Ministério da Saúde, o que fez
com que o órgão declarasse estado de emergência em saúde pública. Em
Pernambuco, foram registrados 144 casos da doença. O Ministério da BMG R$ 847.142,00
Saúde tem investigado, ainda, se há alguma relação entre a doença e o
Zika Vírus. TOTAL: R$ 20.957,142,00
Em uma coletiva de imprensa realizada em Brasília o Ministro da Saú-
de, Marcelo Castro, informou que a média anual de casos de microcefalia “Algumas melhorias já foram alcançadas, como o anúncio da instala-
era de dez casos por estado. No Maranhão, foram registrados quatro casos ção de novas agências em Codó e Buriticupu, entretanto, ainda, há um
em 2012, um em 2013 e nenhum em 2014. longo caminho a ser percorrido até que haja uma completa humanização
desse serviço”, afirmou o presidente do órgão, Duarte Júnior.
Também foram registrados aumentos dos casos de microcefalia nos
estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Em nota, a SES informou que Os bancos foram notificados, nos termos do artigo 46, § 2o do Decreto
está realizando o monitoramento recomendado pelo Ministério da Saúde Federal 2.181/97, para efetuarem o pagamento no prazo de 10 dias ou
para todos os estados da Região Nordeste apresentar recurso ao Procon. Caso não ocorra o pagamento da multa
aplicada, poderá haver inscrição do débito na Dívida Ativa do Estado do
NOTA Maranhão, para subsequente cobrança executiva (art. 55 do Decreto Fede-
Secretaria de Estado da Saúde (SES) presta os seguintes esclareci- ral 2.181/97).
mentos sobre os casos de microcefalia.Não houve aumento de casos de 92 bancos multados no 1º semestre
microcefalia no Maranhão. Pelo contrário, houve redução de 2012 para
2013. Até agora a doença vem mantendo-se estável. Em julho, o Procon divulgou o saldo da “Operação Paciência”, realiza-
da de janeiro a junho deste ano, em 92 agências bancárias em 13 cidades
De 2012 até 2015, os poucos casos da doença foram identificados nas maranhenses. A ação que tem o objetivo de fiscalizar a qualidade do aten-
cidades de São Luís, Imperatriz e Presidente Dutra.A Secretaria de Estado dimento ao consumidor de todo o estado rendeu a aplicação de R$ 400
da Saúde (SES) está realizando o monitoramento recomendado pelo Minis- mil em multas às instituições financeiras.
tério da Saúde (MS) para todos os estados da Região Nordeste. Já foi
formulado um protocolo de notificação e procedimentos, criado pelo MS, e Fornecedores, que objetiva equilibrar a relação e humanizar a
que a SES já recebeu e será executado em caso de necessidade. prestação de serviços. “As fiscalizações continuarão sendo realizadas
de forma intensiva para garantir a manutenção e melhoria do serviço”,
A pesquisa está sendo realizada pelo Ministério da Saúde. Os casos comentou Duarte.
recentes de microcefalia que surgiram no estado de Pernambuco estão
sendo objeto dessa pesquisa. De acordo com os protocolos do MS, essa Outro ponto que o órgão destaca é que na maioria dos casos, as
investigação aprofundada de relação com o Zika Vírus é realizada pelo propostas apresentadas em conciliações pelas instituições foram
próprio MS. Até o momento, o Maranhão não figura na pesquisa. Somente recusadas pelos consumidores, pois não os beneficiava.
o MS poderá confirmar alguma ligação entre as duas doenças.
No ranking de fornecedores no atendimento do Procon-MA, o
Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/11/maranhao- Banco do Brasil e o Itaú estão entre as 10 mais reclamadas, enquanto
registrou-um-caso-de-microcefalia-este-ano-diz-governo.html o Bradesco e a Caixa Econômica Federal estão entre as 15 fornecedoras
mais demandadas no órgão.
Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/11/agencias-
Agências bancárias são multadas em bancarias-sao-multadas-em-mais-de-r-20-milhoes-no-maranhao.html
mais de R$ 20 milhões no Maranhão
Irregularidades na saúde motivam ação civil pública em Imperatriz, MA
12/11/2015 05h00
06/11/2015
Os bancos em atuação no Maranhão, entre eles estão o Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander, Liderprime, BV Financeira, O 5ª Promotoria de Justiça do Ministério Publico do Maranhão (MP-MA)
Bradesco, Itaú e BMG foram multados pelo Instituto de Proteção e Defesa propôs nova ação civil pública de obrigação de fazer contra o município de
do Consumidor (Procon) no valor total de R$ 20.957,142,00. Imperatriz (MA) pedindo que a Justiça adote medidas para solucionar as

Conhecimentos Gerais 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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diversas irregularidades apontadas no relatório Serviço de Auditoria do Na variável sinalização, o estudo apontou que há problemas em 76,6%.
Sistema Único de Saúde (Denasus) relativas às áreas de atenção básica e Em 23,4%, a sinalização é "ótima" ou "boa". Em 60,9%, não foram localiza-
da assistência farmacêutica básica. das placas de limite de velocidade. Foram observadas a presença, a visibi-
lidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação
A ação foi motivada por relatório de auditoria realizada pelo Denasus, das faixas centrais e laterais.
em março de 2015, na Secretaria Municipal de Saúde. O documento aponta
que, no âmbito da atenção básica, os dados do Cadastro Nacional de Sobre a geometria da via, a pesquisa constatou que 59,0% da exten-
Estabelecimentos de Saúde (Cnes) referentes às unidades da estratégia são das rodovias pesquisadas no Maranhão não têm condições satisfató-
Saúde da Família e Saúde Bucal estão desatualizados e 12 equipes de rias de geometria. 41,0% tiveram classificação ótima ou boa. Foram obser-
Saúde da Família de Imperatriz possuem número de pessoas cadastradas vados o tipo de rodovia (pista simples ou dupla), a presença de faixa adici-
superior ao limite estabelecido pela legislação. onal de subida, de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acosta-
mento estão incluídos na variável geometria.
Também foram apontadas deficiência e desorganização da estrutura fí-
sica e material da estratégia Saúde da Família; ausência de vacina contra MP oferece denúncia contra secretária de Paço do Lumiar, MA
tuberculose (BCG) nas unidades de saúde; inexistência de instrumento
para os serviços de profilaxia; descumprimento de carga horária por médi- O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) ingressou com ação civil
cos, enfermeiros e cirurgiões dentistas. pública por improbidade e ofereceu denúncia contra a atual secretária
municipal de Desenvolvimento Social de Paço do Lumiar (MA), Ivone Silva
No que se refere à assistência farmacêutica básica, foi constatada a Oliveira, o pregoeiro Igor Mário Cutrim dos Santos, a empresária Francisca
falta de medicamentos básicos na Central de Abastecimento Farmacêutico Nediana Mesquita Pereira e a empresa RN de Lima e Cia Ltda., devido a
(CAF) e nas unidades de saúde e a ausência de registros no sistema da irregularidades em licitação, modalidade Pregão Presencial nº 10/2014, que
CAF de medicamentos discriminados em notas fiscais. resultou na contratação da referida empresa para o fornecimento de quenti-
nhas.
Caso o município de Imperatriz não cumpra as determinações, o MP-
MA sugere pagamento de multa no valor de R$ 10 mil. Conforme consta nos autos, não existe comprovante de divulgação do
resultado da licitação, também não há documento no processo licitatório
Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/11/irregularidades-na- qualificando a secretária municipal de Desenvolvimento Social, além da
saude-motivam-acao-civil-publica-em-imperatriz-ma.html publicação resumida do contrato no Diário Oficial, que deveria ocorrer até o
5º dia útil do mês seguinte ao da sua assinatura (7 de março de 2014), o
que ocorreu dois meses depois da celebração do contrato.
65,1% da extensão viária do MA apresenta alguma deficiência, diz CNT
Segundo as investigações,, houve fraude na pesquisa prévia de preços
05/11/2015 18h01
de mercado: a empresa ML Barbosa Santos, incluída na lista de participan-
Pelo menos 65,1% da extensão viária do Maranhão apresenta algum tes da licitação, não concorreu ao processo. Foi constatado ainda que outra
tipo de deficiência classificada como "regular", "ruim" ou "péssimo", de empresa que teria participado da cotação de preços, a J. Campos Turismo
acordo com a 19ª Pesquisa CNT de Rodovias 2015, divulgada na quarta- e Eventos Ltda., jamais funcionou no endereço constante em seu cadastro,
feira (4). A porcentagem corresponde a 2.198 km. conforme certidão do técnico ministerial, que atestou existir no local uma
residência, cuja moradora é a mesma desde a fundação do bairro da Cida-
O estudo mostra que somente 34,9% ou 1.599 km de extensão foram de Operária.
classificados como "ótimo" ou "bom" no estado maranhense, onde foi
avaliado um total de 4.577 km. Em todo o Brasil, mais de 100 km passaram A representante da empresa RN de Lima e Cia Ltda., Miriam do Nasci-
pela análise. mento, o valor do contrato de 12 meses correspondeu a R$ 81,4 mil, com
valor unitário de R$ 11 para cada quentinha, além de frutas, para o progra-
A pesquisa da CNT avaliou quesitos como pavimento, sinalização, ge- ma Bolsa-Família, Conselho Tutelar, Serviços de Convivência, Creas, Cras,
ometria da via e pontos críticos. O relatório conclui que são necessários Acolhimento Institucional e Semdes. O MP-MA constatou divergência de
investimentos de R$ 2,95 bilhões para a reconstrução, restauração e manu- valores pagos, quantidade de quentinhas e períodos de entrega nas tabelas
tenção dos trechos danificados. e documentos comprobatórios apresentados pela empresa e pela Secreta-
ria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes).
Na ação, o MP-MA solicita a condenação dos réus de acordo com o
Art. 12, II, da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), cujas
sanções são ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até
duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-
mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de cinco anos.
Na denúncia, a Promotoria requer ainda a condenação de Ivone Silva
Oliveira, Mário Cutrim dos Santos e Francisca Nediana Mesquita Pereira,
de acordo com o Art. 90 da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos
Administrativos), cujas penas previstas são detenção de dois a quatro anos
e pagamento de multa.
Fonte: G1-MA

Trecho da BR-135, no MA(Foto: Flora Dolores / O Estado) Em 26 anos, Maranhão destruiu 24,1 mil km² de Floresta Amazônica
Análise
Quase 130 mil Maracanãs de Floresta Amazônica foram destruídos nos
No quesito pavimento, o estudo classificou como "regular", "ruim" ou últimos 26 anos no Maranhão. Os dados são do Projeto de Monitoramento
"péssimo" 50,6% da extensão, enquanto que 49,4% foram considerados do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de
"ótimos" ou "bons". Foram consideradas as condições da superfície da pista Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o monitoramento da floresta por satéli-
principal e do acostamento. te. São, ao todo, 24.195 km² de área desmatada no período.

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De 1988 a 2014, desde que o projeto monitora o desmatamento na re-
gião, foram 407.675 km² de floresta devastados em toda a Amazônia Legal.
No ranking do período, o Maranhão fica em quarto lugar, atrás de Mato
Grosso (138.316 km²), Pará (137.981 km²) e Rondônia (55.455 km²).

A área desmatada é equivalente a pouco mais que o território do Esta-


do de Sergipe, que possui 21,9 mil km², como destaca Luis Eduardo Mau-
rano, tecnologista do Programa de Monitoramento de Queimadas da Divi-
são de Processamento de Imagens Programa Amazônia, ligado ao Inpe.

Nova estratégia do Ibama é destruir caminhões que transportam madei-


ra ilegal (Foto: Divulgação / Ibama)
O G1 solicitou do superintendente do Ibama no Maranhão, Pedro Leão
da Cunha Soares Filho, informações sobre a atuação do órgão no
PPCDAM, mas não houve retorno por parte do Ibama.
Região de conflito no Maranhão
As ações de madeireiros no Maranhão afetam não só a flora, mas a
fauna do Estado. No início do mês de setembro, policiais federais e agen-
tes do Ibama encontraram mortos uma mãe e um filhote de macacos
da espécie Guariba-de-Mãos-Ruivas – espécie típica do Maranhão, Piauí
e Ceará e com alto risco de extinção – na Reserva Biológica do Gurupi, no
município de Bom Jardim, a 275 km de São Luís. O Ibama acredita que os
animais fora mortos por caçadores para consumo. "Eles atiraram na mãe e
o filhote, que estava grudado com ela, morreu na queda", disse o agente
ambiental federal, Roberto Cabral Borges, ao G1.
A Rebio dos Gurupi é, atualmente, uma das regiões de maior conflito
no Maranhão por causa da disputa de territórios e a extração ilegal de
madeira, considerada pela Polícia Federal como zona vermelha por causa
do risco de emboscadas. Foi nessa região que, em 25 de agosto,
oambientalista e conselheiro da Rebio, Raimundo Santos Rodrigues,
foi assassinado em uma emboscada.
Tecnologia contra os madeireiros

Maurano explica ao G1 como os dados são obtidos. “Os dados são ob- Para tentar frear ainda mais o desmatamento no Maranhão, ao fim de
tidos através da interpretação de imagens do satélite americano Landsat, agosto, ativistas da organização não governamental (ONG) Greenpeace
considerando os dados de desmatamento gerados pelo Prodes, que forne- deram orientação a lideranças da etnia indígena Ka'apor e moradores da
ce a taxa de desmatamento na Amazônia Legal”, diz. Terra Indígena (TI) Alto Turiaçu, na região norte do Maranhão, em um
projeto pioneiro: os índios vão usar equipamentos de alta tecnologia –
“O Prodes é operado pelo Inpe desde 1988 para estimar a taxa anual com uso de câmeras fotográficas e restreadores via satélite – para registrar
do desmatamento por corte raso, quando ocorre a retirada total da cobertu- a atividade dos madeireiros dentro da terra indígena. O objetivo é fechar o
ra florestal. O Prodes identifica áreas de corte raso maiores que 6,25 hecta- ‘quebra-cabeça’ entre a origem e o destino dos veículos que transportam a
res. Não registra as derrubadas parciais da floresta resultantes de queima- madeira obtida de forma ilegal.
das e de extração seletiva de madeira”, completa o tecnologista.
Somente em 2014, foram 257 km² destruídos no Estado. Os dados re-
ferentes a 2015 só serão divulgados no próximo mês de dezembro.
Queda
Pelos dados do projetos, é possível verificar uma queda no índice de
desmatamento no Maranhão após 2008 (1.271 km²), com um único pico em
2013 (403 km²). De uma forma geral, o desmatamento registrou uma queda
nos últimos anos em toda a Amazônia Legal. “Na realidade as taxas come-
çaram a declinar em 2004. Na Amazônia Legal, em 2014, tivemos a segun-
da menor taxa da série histórica (5.012 km²)”, afirma Maurano.
O tecnologista do Inpe esclarece que a queda só foi possível após o
aumento do rigor nas fiscalizações e ações de combate do governo federal,
em especial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais Renováveis (Ibama). “Em 2004, foi instituído pelo governo federal o
Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAM), que representou um avanço nas questões relacionadas à
prevenção e combate ao desmatamento. Muito da queda pós-2004 se deu Terra indígena no Maranhão é alvo constante de madeireiros (Foto: Fábio
em virtude deste plano, onde a fiscalização, principalmente do Ibama, teve Nascimento / Greenpeace)
e tem papel preponderante”, conclui.
A TI é alvo de constantes invasões de madeireiros: segundo dados da
Parte da estratégia do Ibama, agora, é incendiar tratores e cami- ONG, até 2014, 8% (quase 41 mil hectares) dela foram desmatados. Com a
nhões usados na extração ilegal de madeira. iniciativa, a organização pretende, também, diminuir os conflitos na região
já que, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), quatro índios
Ka’apor foram mortos e outros 15 atentados registrados nos últimos quatro
anos.

Conhecimentos Gerais 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“A gente faz essas ações porque a nossa realidade é a floresta. É na As mulheres continuam a ser a maior parte do eleitorado, 2.309.955
floresta que está a nossa vida. Sem a floresta, nós não somos os Ka’apor. eleitoras (51,3%) aptas a votar. Já os homens são 2.185.201 eleitores
‘Ka’apor’ significa ‘moradores da floresta’ e por isso nós estamos defenden- (48,5%). Segundo o TSE, 75% dos eleitores maranhenses são solteiro,
do ela”, explica Miraté Ka’apor, liderança na TI em Alto Turiaçu. enquanto que apenas 23,1%, casados.
Fonte: G1-MA Fonte: G1-MA
Justiça determina reforma de hospital em São Vicente Férrer, MA Prefeito maranhense propõe redução de seu salário, do vice e se-
cretários
A Justiça do Maranhão determinou que a Prefeitura de São Vicente
Férrer, a 217 km de São Luís, reforme no prazo de 120 dias o Hospital Buscando cortar gastos, o prefeito de Paço do Lumiar Josemar So-
Municipal Agostinho dos Santos Jacinto. Pela decisão, o município também breiro (PSDB) quer reduzir em 30% o próprio salário e também o do vice.
está obrigado a concluir as obras em 240 dias. Ele também propôs cortar em 15% os salários dos 12 secretários munici-
pais O prefeito acredita que a economia será de R$ 2,5 milhões por ano. O
A sentença é resultado de uma Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pela pacote foi encaminhado à Câmara.
Promotoria de Justiça da Comarca com base em irregularidades verificadas
em inspeções sanitárias, realizadas em julho de 2010 e março de 2011. O gestor disse que o projeto faz parte da estratégia do município para
enfrentar a crise econômica nacional, “Diante da crise financeira que assola
De acordo com a decisão foram estabelecidas ainda um total de 35 o país, nós em Paço do Lumiar já sentimos a crise chegando. Então, para
medidas referentes aos serviços de urgência e emergência, radiologia, isso tem que tomar medidas drásticas no município”, explicou.
nutrição, farmácia hospitalar e básica do estabelecimento, que presta
serviços de média e alta complexidade. Com o corte, o salário do prefeito ficaria em R$ 13.300, sendo que,
atualmente, Josemar Sobreiro recebe R$ 19.600. O salário do vice cai de
A sentença também define a realização de modificações estruturais, R$ 14 mil para R$ 9.842, enquanto os secretários passam a receber R$
aquisição de equipamentos médicos e genéricos, além da obtenção de 7.590,50. A medida passa a valer assim que o projeto for aprovado na
documentos referentes ao funcionamento do hospital. Câmara de Vereadores.
Foi determinada, ainda, a obtenção de documentos para viabilizar o
funcionamento do hospital, como alvará sanitário junto à Superintendência
de Vigilância em Saúde do Maranhão (Suvisa-MA). O Hospital Municipal
Agostinho dos Santos Jacinto também deve elaborar e implantar seu Plano
de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde.
Em caso de descumprimento da sentença, o valor da multa ficou esti-
pulado em R$ 10 mil diários, até o limite de R$ 200 mil, cujo montante deve
ser revertido à reforma do hospital.
Fonte: G1-MA
Número de eleitores no Maranhão diminui 1,34%, diz TSE
O número de eleitores maranhenses diminuiu 1,34% em relação às úl-
timas eleições, segundo estatística divulgada no início da tarde desta terça-
feira (29), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Estão aptos a votar nas
eleições de 5 de outubro, 4.497.336, enquanto que em 2012, este número
era de 4.558.855.
A estatística maranhense é contrária à registrada no país. De acordo Moradores de Paço do Lumiar sofrem com falta de infraestrutura (Foto:
com o TSE, houve um aumento de 5,17% no eleitorado nacional, saindo de Reprodução/TV Mirante)
135.804.433 eleitores registrados na Justiça Eleitoral em 2012, para O presidente da câmara municipal Leonardo Bruno Silva disse que
142.822.046. houve “a manifestação do legislativo para que esses recursos sejam inves-
Em relação aos estados, o Maranhão ocupa o 11º lugar, atrás São tidos em obras de infraestrutura”, principal reclamação de moradores da
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará, Pará, cidade, que integra a região metropolitana de São Luís.
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Já em relação à região Nor- A população estranhou o posicionamento do prefeito. “Eu acho isso aí
deste, o colégio eleitoral maranhense é o quarto maior. meio estranho né? Dizer que vai cortar salário dele, diminuir, isso e aquilo.
A cidade com maior número de eleitores é São Luís, com 619.682 elei- Nada disso eu acho que vai acontecer”, disse a dona de casa Maria Dalva
tores, o que representa 13,7% do quantitativo estadual. Logo depois os dos Reis.
nove maiores colégio eleitorais são Imperatriz, com 164.503 eleitores Para o pedreiro José Benedito Silva, causa estranheza a atitude do
(3,6%); Caxias, 107.732 (2,39%); Timon, 107.676 (2,39%); Codó, 81.143 prefeito. “Eu não acredito. Ele vai fazer uma coisa dessas com ele mesmo?”
(1,85); São José de Ribamar, 80.943 (1,8%);Açailândia, 74.765 (1,6%); questionou.
Bacabal, 66.503 (1,4%), Santa Inês, 57.413 (1,27%) e Balsas, 55.154
(1,22%). Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/11/prefeito-
maranhense-propoe-reducao-de-seu-salario-do-vice-e-secretarios.html
A capital maranhense também possui o maior número de eleitores que
votarão pelo sistema biométrico, com 619.682 aptos a votar. Em São José Operação resgata 58 trabalhadores em condições degradantes no
de Ribamar esse número ficou em 80.943 eleitores; em Paço do Lumiar, MA
52.922; e em Barra do Corda, 48.657. As outras cidades maranhenses que
Cinquenta e oito trabalhadores foram resgatados em condições análo-
utilizarão o sistema são: Benedito Leite, Cajapió, Fernando Falcão,
gas à escravidão, na Vila Canaã, em Paço do Lumiar. A operação reali-
Jenipapo dos Vieiras, Nova Iorque, Pastos Bons, Raposa, São Domin-
zada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT),Polícia Federal (PF) e
gos do Azeitão, São João Batistae São Vicente Ferrer.
Superintendência Regional do Trabalho (SRT) foi iniciada no dia 8 de
Faixa etária outubro e encerrada na última sexta-feira (16) com o pagamento de R$ 374
mil reais em verbas trabalhistas aos trabalhadores.
A maior parte dos eleitores maranhenses está compreendida entre 25 a
34 anos, 1.167.064 eleitores. Logo depois aparecem os eleitores entre 45 a Segundo o MPT, eles são funcionários da Central Engenharia, empre-
59 anos, exatos 872.578 eleitores. O menor quantitativo é de 16 anos, sa responsável pelo asfaltamento em São Luís (MA). Durante a operação
34.208 (0,76%).

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foi constatada situação degradante no alojamento, no transporte e na usina
de asfalto da empresa.
De acordo com a procuradora do MPT-MA responsável pelo caso, Vir-
gínia de Azevedo Neves, a Central Engenharia será processada, assim
como o município de São Luís. O órgão vai ajuizar, nos próximos dias, uma
ação civil pública, cobrando a punição dos responsáveis e o pagamento de
indenização por dano moral coletivo.
Condições degradantes
Durante a operação, os fiscais constataram que os trabalhadores dor-
miam em redes com menos de um metro de distância umas das outras, o
que fere a legislação trabalhista. Sem espaço nos quartos, alguns operários
utilizavam caminhões e galpões abertos como dormitório, expostos à poei- As duas usinas de asfalto Central Engenharia já tinham sido interditadas,
ra, ao frio e outras intempéries. por falta de segurança (Foto: Divulgação / MPT)
A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) disse
por nota que cabe apenas à empresa as responsabilidades legais da exe-
cução do contrato e que abrirá procedimento para apurar responsabilida-
des. Confira a nota na íntegra:
NOTA
A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informa
que cabe à empresa o cumprimento das responsabilidades legais relativas
à regular execução do contrato. A Semosp informa que abrirá procedimento
administrativo para aplicação das penalidades cabíveis e que vai exigir da
Central o cumprimento do contrato em conformidade com as normas legais.

MPF recorre contra revogação da prisão de ex-prefeita no Maranhão


Trabalhadores dormiam em redes com menos de um metro de distância O Ministério Público Federal do Maranhão (MPF-MA) recorreu da deci-
umas das outras (Foto: Divulgação / MPT) são do juiz federal Magno Linhares, da 2ª Vara da Justiça Federal, que
Os quartos não tinham janelas, apenas elementos vazados, o que revogou a prisão preventiva da ex-prefeita de Bom Jardim (MA), Lidia-
comprometia a ventilação e o conforto térmico. No banheiro, além da com- ne Leite da Silva (sem partido), substituindo-a por medidas cautelares. Na
pleta falta de higiene, existiam apenas dois vasos sanitários e um chuveiro. ação, o procurador Galtiênio da Cruz Paulino pede à Justiça Federal a
Na área da lavanderia, foram improvisados outros três chuveiros para reconsideração da decisão.
banhos coletivos, sem qualquer privacidade. Lidiane é investigada pela Operação Éden, da Polícia Federal, por
A água para consumo no alojamento e nas frentes de trabalho não era comandar – com o ex-marido e secretário de Assuntos Político, Humberto
potável. Foi constatado o uso de copos coletivos pelos trabalhadores. Num Dantas dos Santos (Beto Rocha), e o ex-secretário de Agricultura, Antonio
dos dormitórios, a equipe de fiscalização encontrou um fogão com botijão Cesarino – um esquema de desvios de R$ 15 milhões dos recursos desti-
de gás. nados à educação no município do interior do Maranhão.
Além do alojamento, as equipes estiveram nas duas usinas de asfalto Galtiênio Paulino contesta alguns pontos da decisão que liberou a ex-
da Central Engenharia na Vila Canaã e na Vila Maranhão (área Itaqui- gestora, como a alegação de que ela não poderia interferir a instrução
Bacanga). processual por não estar mais no comando do município, conforme afirmou
em entrevista ao G1 na manhã desta quarta-feira (14). Ele acredita que ela
Interdição possa coagir testemunhas por causa do poder político e econômico do
Em agosto deste ano, as duas usinas de asfalto já tinham sido interdi- grupo ao qual está ligada. “Ela pode vir a atrapalhar nos futuros inquéritos”,
tadas, por falta de segurança. A interdição das duas usinas foi mantida diz.
pelos auditores e outros quatro autos de interdição foram lavrados, parali- Apresentação espontânea
sando todas as frentes de trabalho da empresa em São Luís, e proibindo o
uso da máquina de bloquetes, da furadeira de bancada, do conjunto moto A espontaneidade da apresentação da ex-prefeita também é questio-
esmeril e do bebedouro do alojamento. nada pelo MPF-MA. “Ela sabia que não iria para a prisão. Ela só se entre-
gou porque sabia que seria recolhida para o Corpo de Bombeiros”, explica
Segundo a equipe de auditores fiscais do trabalho, os operários esta- o procurador.
vam sendo transportados na carroceria de caçambas, junto com o asfalto
ou pinche, o que motivou a interdição de todas as frentes de trabalho da Segundo Paulino, por não possuir curso superior e estar afastada do
Central Engenharia. comando de Bom Jardim, ela deveria ter sido encaminhada para o Com-
plexo Penitenciário de Pedrinhas ou qualquer outro estabelecimento penal
Com o resgate, os trabalhadores terão direito a três meses de seguro- do Estado. A integridade física da ex-prefeita, motivo alegado pela defesa
desemprego, 13º salário e férias proporcionais, além do saldo de salário. para que ela fosse levada para o quartel do Corpo de Bombeiros Militar do
Cerca de 120 homens atuavam na informalidade, pois não tinha a carteira Maranhão (CBM-MA), deve ser garantida assim como a qualquer outro
profissional assinada pela empresa. cidadão comum, conforme destaca o procurador.
Um operador de máquinas sofreu um grave acidente de trabalho no Enquanto estava recolhida no CBM-MA, o MPF-MA havia pedido ao ju-
mês passado. Ele quebrou o braço e feriu a mão, após manipular o com- iz da 2ª Vara do Tribunal Regional Federal (TRF) José Magno Linhares que
pressor de ar. Há ainda relatos de trabalhadores que sofreram choques reconsiderasse a decisão por entender que ela estava tendo regalias
elétricos no acionamento das máquinas da usina. as quais não teria direito.
Justificativas Falta de denúncia contra Lidiane
O G1 tentou contato, por telefone, com a advogada Maria Dorismar, Paulino explicou também ao G1 que o MPF-MA ainda não teve acesso
que representa a Central Engenharia, mas não ninguém atendeu. aos autos do inquérito que investiga Lidiane Leite, porque tramitavam na
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instância superior, ou seja, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região Aprovação pessoal entre setembro e dezembro oscilou de 77% para
(TRF1), o que deve acontecer nos próximos dias. Com isso, falta denúncia 78%.
mesmo com o inquérito já concluído.
Pesquisa encomendada pela CNI ouviu 2.002 eleitores em 142
Esse havia um dos motivos que levaram à decisão do juiz federal Mag- municípios.
no Linhares. “Falta o Ministério Público oferecer a denúncia. Após a denún- A aprovação do governo Dilma Rousseff se manteve no nível recorde
cia, tem um prazo de defesa prévia e inicia-se prontamente a ação penal”, de 62% entre setembro e dezembro, de acordo com pesquisa Ibope
disse o magistrado encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada
Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/10/mpf-quer-ex- nesta sexta-feira (14) – veja no vídeo ao lado a avaliação de Cristiana Lôbo
prefeita-de-bom-jardim-lidiane-leite-de-volta-prisao.html e saiba no blog de Gerson Camarotti como o governo recebeu a pesquisa.
O percentual de 62% é o dos entrevistados que consideram o governo
"bom" ou "ótimo", de acordo com o levantamento. O Ibope ouviu 2.002
14/10/201308h47 eleitores com mais de 16 anos em 142 municípios entre os últimos dias 6 e
Vencedor do Nobel de Economia fez alerta 9. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
sobre bolha imobiliária no Brasil
Na última edição da pesquisa, em setembro, a parcela de "bom" ou
Do UOL, em São Paulo "ótimo" também foi de 62%, melhor percentual registrado desde o início do
governo, em 2011.
Um dos vencedores do prêmio Nobel de Economia, Robert Shiller,
afirmou no mês passado que o Brasil pode estar vivendo um bolha O índice dos que consideram o governo "regular" se manteve em 29%.
imobiliária semelhante a vivida pelos Estados Unidos, e que deu origem a O percentual dos que classificam o governo como "ruim" ou "péssimo"
crise econômica de 2008. também permaneceu o mesmo (7%).
Ele ganhou o prêmio Nobel de Economia junto com outros dois Aprovação pessoal
professores da universidade de Chicago.
A aprovação pessoal de Dilma, que nesta sexta completou 65 anos
Durante apresentação em evento no país, o economista levantou durante visita oficial à Rússia, passou de 77%, em setembro, para 78%,
suspeitas sobre uma alta sem explicação nos preços dos imóveis. variação dentro da margem de erro. O índice de quem desaprova Dilma
passou de 18% para 17%, também dentro da margem de erro.
"Suspeito que haja uma bolha imobiliária no Brasil. Os imóveis mais
que dobraram de preço no Rio de Janeiro e em São Paulo nos últimos Faixa etária
cinco anos [segundo números da pesquisa FipeZAP]. O que aconteceu em
cinco anos de tão dramático para os preços subirem assim? A inflação não Os jovens de 25 a 29 anos são os que mais desaprovam a presidente:
foi muito menor? Os preços caíram 25% em Los Angeles e Nova York no 20%. Na mesma faixa de idade, 76% aprovam. O maior índice de
mesmo período. E por que os preços no Brasil foram para cima aprovação por faixa etária é o dos entrevistados entre 30 e 39 anos (80%).
ininterruptamente?", disse. Índice de confiança
"Não posso cravar que exista uma bolha no Brasil" O índice de confiança na presidente Dilma Rousseff também se
Apesar dos indícios apontados, Shiller afirmou que não poderia ter manteve estável, em 73%, de acordo com o levantamento do Ibope. Não
certeza sobre uma bolha imobiliária em andamento no país. confiam em Dilma, segundo a pesquisa, 22% da população.

"Eu não posso cravar que exista uma bolha no Brasil porque não Dois últimos anos do governo
conheço a fundo as características do mercado local. Mas comparando os Consideram que os dois últimos anos do governo Dilma serão ótimos
dados brasileiros com os de outros países, posso dizer que a alta sugere ou bons 62% dos entrevistados, mesmo percentual verificado em setembro,
cautela. Os preços dos imóveis no Japão tiveram o mesmo movimento na na última pesquisa Ibope.
década de 1980 e depois, no início dos 1990, começaram a cair sem parar
e perderam dois terços do valor até agora. São pessoas que investem em Passou de 24% para 25% o índice dos que consideram que o restante
imóveis, não são "hedge funds". Você acha que os preços dobraram por do governo será regular, e permanece em 7% o percentual dos que
fundamentos econômicos ou por um movimento psicológico?" acreditam que os próximos dois anos serão ruins ou péssimos.

"Eu não investiria no mercado imobiliário brasileiro" Economia

Ainda de acordo com a apresentação feita no país no mês passado, o A pesquisa Ibope revela uma piora na avaliação da população com
professor de Yale afirmou que não investiria em imóveis no Brasil. relação às medidas econômicas do atual governo. O percentual dos que
aprovam a política de combate à inflação caiu de 50% para 45%,
"É preciso evitar ativos caros, seja nas ações ou no mercado ultrapassando a margem de erro. Desaprovam as ações do governo em
imobiliário. Eu não investiria no mercado imobiliário brasileiro. Os mercados relação ao controle da inflação 50% dos entrevistados. Os outros 5% não
financeiros são empurrados a comprar bolhas apesar de elas acontecerem souberam ou não quiseram responder.
com tanta regularidade e causarem tantos prejuízos. Sempre há novas
bolhas", declarou. Também houve queda na avaliação da população com relação aos
impostos. O índice de desaprovação subiu de 57% em setembro para 65%.
Economista previu bolha imobiliária nos EUA Apenas 30% dos brasileiros aprovam os impostos cobrados, contra 38%
Na década de 1980, Shiller ajudou a criar o índice S&P/Case-Shiller, o em setembro.
primeiro indicador de preços dos imóveis do mercado americano e ainda Aumentou ainda o descontentamento em relação à taxa de juros. O
hoje a principal referência dos valores praticados no país. índice de aprovação passou de 49% para 41%, enquanto o percentual de
A partir de 2005, Shiller começou a falar abertamente sobre a bolha no desaprovação passou de 43% para 51%.
mercado imobiliário americano – a crise do subprime eclodiu três anos O combate ao desemprego é bem avaliado por 56% dos entrevistados,
depois e ainda se faz sentir ao redor do mundo. contra 41%.
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/14/ganhador-do- Áreas sociais
nobel-de-economia-alertou-sobre-bolha-imobiliaria-no-brasil.htm
Em relação à área da saúde, a taxa de aprovação do governo passou
de 33% para 25%. Desaprovam as medidas do governo no setor 74% da
14/12/2012 11h08 população.
Aprovação do governo Dilma mantém recorde de 62%, diz Ibope

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A segurança pública sofreu queda de dez pontos percentuais na porque a maioria das ações são realizadas em cooperação com
aprovação em comparação com setembro - 40% para 30%. A universidades, que ficaram em greve durante mais de três meses em
desaprovação subiu de 57% para 68%. alguns estados.
A área mais bem avaliada do governo é a do combate à fome e à O coordenador do fundo afirma que a intenção é que, neste ano, a
pobreza, com 62% de aprovação e 36% de desaprovação, índices que se execução orçamentária do programa seja “muito melhor”, o que poderia ter
mantiveram estáveis, dentro da margem de erro em relação à pesquisa de acontecido já em 2012, não fossem as greves. “A execução não é linear,
setembro. pois gasta-se muito tempo planejando a ação para depois ocorrerem os
As medidas de proteção ao meio ambiente são aprovadas por 52% e dispêndios”, explica. “Porém, em 2013 já estaremos muito adiantados em
desaprovadas por 42%. relação ao que apresentamos ano passado.”
Com relação à educação, a aprovação é de 43%, menor que os 47% Histórico
registrados em setembro. Desaprovam as ações de educação do governo O histórico de execução do Funad mostra-se ineficiente. Nos últimos
56%. nove anos, a soma das dotações autorizadas para o fundo atingiu 590,6
Mensalão milhões de reais, porém apenas 143,1 milhões foram aplicados – 24,2% do
total.
De acordo com a pesquisa, as notícias mais lembradas em dezembro
pela população, citadas por 23% dos entrevistados, se referem ao A falta de recursos desembolsados para as ações do programa está
julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, que condenou 25 refletida nos resultados da última pesquisa do Instituto Nacional de
dos 37 réus. Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O Brasil perde apenas para
Em segundo lugar, está o noticiário sobre o anúncio do governo de os Estados Unidos em número de usuários de cocaína e crack. Foram 2,8
redução do custo de energia elétrica, com 14%. A Operação Porto Seguro, milhões de consumidores no país, contra 4,1 milhões registrados pelo
da Polícia Federal, que investiga um sistema de fraudes em pareceres primeiro colocado.
públicos para beneficiar empresas privadas, foi mencionada por 10% dos
entrevistados. Segundo a pesquisa, o Brasil é o maior mercado mundial do crack e o
segundo maior de cocaína. Coordenador do estudo, o médico Ronaldo
O mesmo percentual foi verificado quanto a notícias sobre a CPI do Laranjeira afirma que enquanto os países desenvolvidos diminuem o
Cachoeira, comissão criada por Câmara e Senado para investigar a relação consumo da droga, os emergentes, como o Brasil, estão na contramão,
do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. A posse do elevando o número de usuários. “Isso mostra que temos uma rede de
novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, relator do tráfico no Brasil inteiro que sustenta quase três milhões de usuários de
mensalão, foi mencionado por 5% dos entrevistados. 25% dos cocaína e crack.”
entrevistados não souberam ou não quiseram responder.
Outro ponto preocupante do relatório é a idade que os dependentes
Comparação com Lula começam a usar drogas. Quase metade dos entrevistados disse ter
De acordo com a pesquisa, 59% dos brasileiros consideram o governo experimentado cocaína antes dos 18 anos, e 78% deles consideraram fácil
Dilma igual ao governo Lula. Em setembro, esse índice era de 57%. encontrar drogas para comprar.
Teve leve queda, de 22% para 21% o percentual dos que consideram o Entre os usuários de crack e cocaína, a busca pelo tratamento fica
atual governo melhor do que o anterior, e subiu de 18% para 19% os que abaixo de 10%. “O acesso é muito difícil no Brasil e a qualidade do
consideram a gestão de Dilma melhor que a de Lula. As duas variações tratamento é muito precária. Então, temos que criar um sistema que
estão dentro da margem de erro. O restante dos entrevistados não realmente funcione”, disse Laranjeira
respondeu. Por Reinaldo Azevedo
A maior preferência pelo governo do ex-presidente é verificada no 10/06/2013 - 10h18
Nordeste (23%). Na região Sul, verifica-se o contrário: 23% consideram JBS vira líder global em aves com aquisição da Seara
Dilma melhor que Lula. Os entrevistados com maior poder econômico
TATIANA FREITAS. DE SÃO PAULO
também preferem o governo da presidente Dilma Rousseff.
A JBS se torna líder global na produção de carne de frango após a
14/01/2013
aquisição da Seara Brasil, divisão de aves, suínos e processados do grupo
Governo aplicou apenas 7% do Fundo Antidrogas em 2012
Marfrig, anunciada oficialmente nesta segunda-feira (10).
O problema das drogas no país nunca esteve tão evidente. Em 2012, a
A empresa, que já é a maior produtora de carne bovina do mundo,
ação na cracolândia paulistana e a ocupação de favelas no Rio de Janeiro
liderava o mercado de frango nos Estados Unidos e também tinha
mostraram tentativas de reduzir as consequências do tráfico nos grandes
operações no México e em Porto Rico.
centros. Porém, nesse mesmo ano, a execução orçamentária do principal
programa do governo federal para a questão das drogas não esteve de A companhia também dá um salto no segmento de alimentos
acordo com a proporção do problema. Segundo levantamento feito pela processados, de maior valor agregado, e passa a ocupar a posição de
ONG Contas Abertas, foram desembolsados 21,6 milhões de reais dos segunda maior companhia do Brasil nesse segmento, atrás apenas da
322,5 milhões previstos para o Fundo Nacional Antidrogas (Funad) – BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
apenas 7%. A expansão também impactará o seu faturamento, que deve subir para
Até o valor dos empenhos para as ações do programa foi baixo no ano perto de R$ 100 bilhões. Segundo Wesley Batista, presidente da JBS, a
passado. Dos 322,5 milhões de reais autorizados, apenas 21,6% foram Seara adicionará R$ 10 bilhões à receita global da JBS.
reservados em orçamentos para serem usados posteriormente, o que No ano passado, a JBS faturou R$ 76 bilhões, e a companhia estimava
equivalente a 69,5 milhões. um crescimento para algo entre R$ 88 bilhões e R$ 90 bilhões em 2013
O Funad é gerido pela Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas apenas com as unidades que já faziam parte do portfólio da empresa.
(Senad), vinculada ao Ministério da Justiça. Seu objetivo é o A JBS, que é líder mundial na produção de couros, também consolida a
desenvolvimento, a implantação e a execução de ações, programas e sua posição nesse mercado com a aquisição da Zenda, divisão de couros
atividades de repressão, prevenção, tratamento, recuperação e reinserção da Marfrig.
social de usuários de drogas. O dinheiro destinado ao fundo provém de Para a Marfrig, o negócio representa a redução do seu endividamento,
dotações específicas estabelecidas no orçamento da União, de doações, de que atingiu R$ 13 bilhões no primeiro trimestre, em mais de 60%.
recursos de qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência "Praticamente zeramos a nossa dívida bancária. Todo o endividamento da
do tráfico de drogas e de atividades ilícitas de produção ou comercialização Marfrig, a partir de agora, estará no mercado de capitais", disse Sergio Rial,
de entorpecentes, após decisão judicial ou administrativa tomada em presidente da Seara Foods.
caráter definitivo.
Segundo afirmou em novembro do ano passado o coordenador Ao mesmo tempo, no entanto, o faturamento global da Marfrig cai em
nacional de gestão do Funad, Mauro Costa, a execução foi prejudicada um terço, para R$ 16 bilhões. A empresa continuará na produção e venda

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de carne bovina, distribuição de alimentos e no mercado de "food service". Número dois na hierarquia,
A operação da Marfrig fora do Brasil não sofrerá mudanças. diretor-executivo da PF deixa o cargo
"A melhor decisão neste momento foi adequar a estrutura de capital da Do UOL*, em São Paulo
empresa para crescer nos segmentos que sabemos fazer bem. A
O Diário Oficial da União publicou nesta segunda-feira (10) a exoneração
companhia teve origem no mercado de bovinos e opera bem nessa área",
do diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira. Em seu
disse Rial. Segundo ele, a empresa também ganha fôlego para focar na sua
lugar, foi nomeado para a função Rogério Viana Galloro.
expansão internacional, especialmente na Ásia.
A diretoria-executiva é o segundo posto mais alto no escalão da PF –
A transação incluiu 30 fábricas e 21 centros de distribuição. A JBS
fica abaixo apenas da diretoria-geral, a cargo de Leandro Daiello Coimbra.
também absorverá os produtores integrados de frango e marcas que
pertenciam à Marfrig, como a Seara e outras adquiridas da BRF no ano Em nota, a Polícia Federal informou que Teixeira foi exonerado por ter
passado, entre elas Rezende, Confiança e Doriana. recebido convite, em setembro do ano passado, para ser adido
(representante) da PF em Portugal. Galloro, por sua vez, era adido da PF
A capacidade de abate de aves da Seara é de 2,6 milhões de aves por
nos Estados Unidos havia dois anos e foi convidado para assumir a função
dia, a de suínos é de 17 mil animais por dia e a capacidade de produção de
no lugar de Teixeira. O texto diz ainda que a troca nas diretorias da PF "é
alimentos processados, de 80 mil toneladas diárias.
prática comum dentro da normalidade administrativa do órgão".
DÍVIDA
É o diretor executivo quem assume a direção da PF quando o diretor-
A JBS pagará R$ 5,85 bilhões pelos ativos da Seara Brasil por meio de geral necessita se afastar do cargo ou é legalmente impedido de ocupá-lo.
assunção de dívidas que vencem entre 2013 e 2017. "Estamos em uma Com assento permanente no Conselho Superior de Polícia --entidade
posição bastante confortável para absorver esse endividamento", disse deliberativa que orienta as atividades policiais e administrativas e opina nos
Wesley Batista, afirmando não serem necessárias, neste momento, assuntos de relevância institucional-- compete ao diretor-executivo
captações adicionais para honrar esse endividamento. supervisionar as atividades das unidades descentralizadas da PF.
Ele admitiu, porém, que a JBS poderá tentar renegociar prazos e
Galloro também poderá propor --no âmbito da PF-- diretrizes para o
condições de pagamento com os bancos, já que possui um perfil melhor do
registro, controle e fiscalização de armas de fogo, explosivos, acessórios,
que o concorrente apresentava até a venda dos ativos.
munições e produtos químicos de uso controlado. Além disso, terá
O patrocínio da Seara à Fifa e à Copa do Mundo passa para a JBS. Já competência para aprovar planos de operações conjuntas com outras
o patrocínio da empresa à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), unidades ou órgãos governamentais, promovendo assim a integração de
segundo Rial, foi cancelado há cerca de um mês. missões policiais.
A divisão de aves da JBS será comandada por Gilberto Tomazoni,
As atribuições do cargo ainda preveem a responsabilidade por
executivo que trabalhou na Sadia por cerca de 30 anos, ocupando,
autorizar o credenciamento de empresas de transporte internacional e a
inclusive, a presidência da empresa.
concessão de licenças de funcionamento a empresas de segurança privada
As empresas esperam que a operação, que ainda precisa do aval do e de transporte de valores, autorizando que elas adquiriam armas e
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), seja finalizada ainda munições.
neste trimestre.
Galloro já chefiou a Superintendência da PF em Goiás e foi nomeado,
Editoria de Arte/Folhapress em dezembro de 2008, para o cargo de diretor de Administração e Logística
Policial (Delog), em Brasília.
Reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" de fevereiro de 2009
sobre os gastos de R$ 124 milhões do governo federal, em seis anos, com
remoções de servidores federais, apontou o Departamento de Polícia
Federal como um dos campeões de gastos com remoções.
À época, a reportagem destacou, pela PF, o caso de Galloro --que, da
PF em Goiás para o Delog, recebera R$ 161.521,06 em 22 meses. Antes
de Goiás, havia sido removido de Pernambuco.
A troca de comando na PF ocorre poucos dias após a saída da
diretora da Funai, órgão que, assim como a PF, é subordinado ao
Ministério da Justiça. Em meio à crise indígena, a presidente da Funai
(Fundação Nacional do Índio), Marta Azevedo, deixou o cargo na última
sexta (7).
Em entrevista ao UOL, o presidente da Associação Nacional dos
Delegados Federais, Marcos Leôncio Ribeiro, confirmou que a troca na
diretoria era prevista havia pelo menos seis meses.
"Na verdade, talvez tenha faltado comunicação melhor desse evento.
Não apenas estava prevista essa mudança há seis meses, como também
era esperada a vinda do delegado Rogério Galloro para a diretoria –ele era
adido em Washington", disse.
Conforme o presidente da entidade, "outros diretores passarão por
mudanças como essa", tendo em vista, explicou, que são atualmente 13
adidâncias, e que, "a cada dois anos, as diretorias são trocadas".
Sobre Galloro, o dirigente o classificou como "pessoa bastante
experiente", uma vez que "já foi superintendente em várias unidades", e
citou que é dele o projeto do novo modelo de passaporte, com chip. "Não
vemos nenhum tipo de risco à função, pois entendemos que ele preenche
os requisitos para ela", definiu.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1292597-jbs-vira-lider-
global-em-aves-com-aquisicao-da-seara.shtml
O servidor da PF que se torna adido no exterior passa a integrar a
embaixada brasileira no país para onde foi destinado. Lá, tem como missão

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atuar como uma espécie de facilitador entre as autoridades policiais daquele Depois de se reunir por mais de uma hora e meia com a presidente
país e as do Brasil em casos em que isso seja necessário –especialmente na Dilma Rousseff, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, anunciou
cooperação jurídica e policial entre os dois países. que a empresa investirá este ano R$ 17 bilhões, contra os R$ 13 bilhões do
ano passado.
Pela estimativa da associação dos delegados, Teixeira deverá assumir
a adidância em Lisboa no final deste mês, ou, no máximo, início do Disse ainda que "está otimista" em relação ao crescimento do País,
próximo. sem fazer, no entanto, qualquer tipo de previsão. Marcelo Odebrecht foi o
terceiro empresário a ser recebido pela presidente Dilma nesta quinta-feira
* Com reportagem de Janaina Garcia e informações da Agência Brasil
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/06/10/numero-dois-na- no Palácio do Planalto. "Ela está interessada em ouvir o setor empresarial
hierarquia-diretor-executivo-da-pf-e-exonerado.htm para saber a nossa opinião sobre o que pode ser feito para ajudar a
destravar o País, melhorar a questão dos investimentos e o crescimento do
País", disse o executivo, em entrevista após o encontro.
10/06/2013 - 09h24 O empresário ressalvou que "muita coisa" já está sendo feita no
Republicanos pedem extradição de delator de monitoramento nos direcionamento para ajudar no crescimento. "Mas, obviamente a gente,
EUA agora, precisa colocar em prática os direcionamentos que existem",
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS emendou. Segundo ele, "os gargalos são vários". "Energia é uma das
coisas que entrava. Vocês estão percebendo aí. Energia tem de ser muito
Os integrantes republicanos do governo americano pediram na noite de trabalhada, assim como a questão da infraestrutura, da competitividade, da
domingo a extradição de Edward Snowden, delator do monitoramento de produtividade. Acho que tem muita coisa a ser feita e existe esta
dados de telefone e internet feitos ilegalmente pelos serviços de inteligência consciência por parte do governo, dos empresários e dos trabalhadores.
dos Estados Unidos. Agora, precisa é pôr em prática tudo que está aí", comentou, descartando,
no entanto, na sua opinião, a possibilidade de racionamento de energia no
O ex-técnico da CIA assumiu a culpa pelo vazamento de informações
Brasil.
em entrevista publicada pelo jornal britânico "Guardian" na tarde de
domingo. Ele está há dez dias em Hong Kong, onde diz que pretende Ao falar dos travas no País, ele citou como uma delas a necessidade
buscar asilo em um outro país. de o governo fazer a efetiva fiscalização dos investimentos. "Quando o
governo anuncia uma licitação para o setor privado, há a necessidade de,
Um dos primeiros a reagir à revelação foi o chefe do Subcomitê de
depois, o governo cada vez mais fiscalizar para ter certeza de que aqueles
Segurança Nacional da Casa Branca, o republicano Peter King, que pediu o
investimentos de fato ocorreram. Isso é importante em todas as esferas,
início do processo de extradição do delator "o mais rápido possível".
federal, estadual e municipal porque, tem muita gente prometendo,
"Os Estados Unidos devem deixar claro que nenhum país pode lhe dar entrando, ganhando a licitação e depois não entregando aquilo que
asilo. Essa é uma situação que causou uma extraordinária consequência à promete. O governo precisa assumir o papel dele de fiscalizador junto às
inteligência americana". empresas que prometeram os investimentos e muitas vezes não cumprem",
declarou.
O porta-voz do diretor nacional de inteligência disse que o caso foi
entregue ao Departamento de Justiça e que está sendo avaliado o dano Este foi um ponto muito grifado por ele, no papel com sugestões que
causado por Snowden. "Qualquer pessoa que tem um certificado de levou à presidente. Sobre crescimento, disse que "espera o maior possível".
segurança tem a obrigação de proteger informação confidencial e cumprir a Para ele, a linha escolhida pelo governo de desonerações é "interessante"
lei", disse Shawn Turner. e "tem um aspecto positivo porque aumenta a competitividade do setor
privado, mas também força o setor público a gastar menos". Marcelo
Em comunicado, a empresa Booz Allen Hamilton, para a qual Snowden Odebrecht disse que entre os investimentos que interessam à empresa
trabalhava, disse que o vazamento é "chocante" e se colocou à disposição estão todos os da área de infraestrutura. "É saneamento, logística, portos,
das investigações. "Esta ação representa uma grave violação do código de aeroportos", listou, elogiando o pacote de portos anunciado pelo governo,
conduta e os maiores valores de nossa empresa". que considera que irá destravar o setor.
Mesmo com o pedido do governo americano, a extradição do delator Fontes: http://g1.globo.com
pode ser rejeitada por Hong Kong. O país e o território chinês terem exame.abril.com.br
contratos que permitem o retorno forçado de criminosos, mas há exceções
para casos de perseguição política. História
Quando os exploradores portugueses chegaram no século XV, as
tribos indígenas do Brasil totalizavam cerca de 2,5 milhões de pessoas, que
DEFENSORES praticamente viviam de maneira inalterada desde a Idade da Pedra. Da
Snowden, no entanto, conta com o apoio de ativistas a favor da colonização portuguesa do Brasil (1500-1822) até o final dos anos 1930, os
liberdade civil e de outras organizações. A ex-procuradora de Justiça elementos de mercado da economia brasileira basearam-se na produção
Jesselyn Radack disse que este é um dos maiores vazamentos de de produtos primários para exportação. Dentro do Império Português, o
informações da história americana feito por um só indivíduo. Brasil era uma colônia submetida a uma política imperial mercantil, que
tinha três principais grandes ciclos de produção econômica - o açúcar, o
Para ela, o caso pode ser tornar "um divisor de águas que pode mudar ouro e, a partir do início do século XIX, o café. A economia do Brasil foi
a política da guerra contra os delatores e aumentar o conflito pela fortemente dependente do trabalho escravizado Africano até o final do
informação" nos Estados Unidos. O ex-integrante da Agência Nacional de século XIX (cerca de 3 milhões de escravos africanos importados no total).
Segurança (NSA, em inglês) Thomas Drake disse que Snowden foi Desde então, o Brasil viveu um período de crescimento econômico e
"extremamente valente e corajoso". demográfico forte, acompanhado de imigração em massa da Europa
(principalmente Portugal, Itália, Espanha e Alemanha) até os anos 1930. Na
"É um ato extraordinário de desobediência revelar a Caixa de Pandora América, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá e a Argentina (em ordem
do Estado do Leviatã", disse o ex-agente, que também assumiu o decrescente) foram os países que receberam a maioria dos imigrantes. No
vazamento de diversas informações secretas do governo americano. caso do Brasil, as estatísticas mostram que 4,5 milhões de pessoas
emigraram para o país entre 1882 e 1934.
Odebrecht anuncia investimentos de R$ 17 bi neste ano Atualmente, com uma população de 190 milhões e recursos naturais
abundantes, o Brasil é um dos dez maiores mercados do mundo,
Presidente da empresa elogiou desonerações, que aumentariam produzindo 35 milhões de toneladas de aço, 26 milhões de toneladas de
competitividade, mas apontou que, com elas, o setor público é forçado a cimento, 3,5 milhões de aparelhos de televisão e 5 milhões de geladeiras.
gastar menos. Além disso, cerca de 70 milhões de metros cúbicos de petróleo estão sendo
processados anualmente em combustíveis, lubrificantes, gás propano e

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uma ampla gama de mais de cem produtos petroquímicos. Além disso, o Na pecuária bovina de sensibilização do setor, o "boi verde", que é
Brasil tem pelo menos 161.500 quilômetros de estradas pavimentadas e criado em pastagens, em uma dieta de feno e sais minerais, conquistou
mais de 108.000 megawatts de capacidade instalada de energia elétrica. mercados na Ásia, Europa e nas Américas, particularmente depois do
período de susto causado pela "doença da vaca louca". O Brasil possui o
Seu PIB real per capita ultrapassou US$ 8.000 em 2008, devido à forte maior rebanho bovino do mundo, com 198 milhões de cabeças,
e continuada valorização do real, pela primeira vez nesta década. Suas responsável pelas exportações superando a marca de US$ 1 bilhão/ano.
contas do setor industrial respondem por três quintos da produção industrial
da economia latino-americana. O desenvolvimento científico e tecnológico Pioneiro e líder na fabricação de celulose de madeira de fibra-curta, o
do país é um atrativo para o investimento direto estrangeiro, que teve uma Brasil também tem alcançado resultados positivos no setor de embalagens,
média de US$ 30 bilhões por ano nos últimos anos, em comparação com em que é o quinto maior produtor mundial. No mercado externo, responde
apenas US$ 2 bilhões/ano na década passada,evidenciando um por 25% das exportações mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado, é o
crescimento notável. O setor agrícola, também tem sido notavelmente líder mundial nas exportações de soja e é responsável por 80% do suco de
dinâmico: há duas décadas esse setor tem mantido Brasil entre os países laranja do planeta e, desde 2003, teve o maior números de vendas de
com maior produtividade em áreas relacionadas ao setor rural. O setor carne de frango, entre os que lidam no setor.
agrícola e o setor de mineração também apoiaram superávits comerciais
que permitiram ganhos cambiais maciços e pagamentos da dívida externa. Indústria

Com um grau de desigualdade ainda grande, a economia brasileira O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América.
tornou-se uma das maiores do mundo. De acordo com a lista de bilionários Contabilizando 28,5% do PIB do país, as diversas indústrias brasileiras
da revista Forbes de 2011, o Brasil é o oitavo país do mundo em número de variam de automóveis, aço e petroquímicos até computadores, aeronaves e
bilionários, à frente inclusive do Japão, com um número bastante superior bens de consumo duráveis. Com o aumento da estabilidade econômica
aos dos demais países latino americanos. fornecido pelo Plano Real, as empresas brasileiras e multinacionais têm
investido pesadamente em novos equipamentos e tecnologia, uma grande
Componentes da economia parte dos quais foi comprado de empresas estadunidenses.
O setor de serviços responde pela maior parte do PIB, com 66,8%,
seguido pelo setor industrial, com 29,7% (estimativa para 2007), enquanto a O Brasil possui também um diversificado e relativamente sofisticado
agricultura representa 3,5% (2008 est). A força de trabalho brasileira é setor de serviços. Durante a década de 1990, o setor bancário representou
estimada em 100,77 milhões, dos quais 10% são ocupados na agricultura, 16% do PIB. Apesar de sofrer uma grande reformulação, a indústria de
19% no setor da indústria e 71% no setor de serviços. serviços financeiros do Brasil oferece às empresas locais uma vasta gama
de produtos e está atraindo inúmeros novos operadores, incluindo
Agricultura e produção de alimentos empresas financeiras estadunidenses. A Bolsa de Valores, Mercadorias e
O desempenho da agricultura brasileira põe o agronegócio em uma Futuros de São Paulo está passando por um processo de consolidação e o
posição de destaque em termos de saldo comercial do Brasil, apesar das setor de resseguros, anteriormente monopolista, está sendo aberto a
barreiras alfandegárias e das políticas de subsídios adotadas por alguns empresas de terceiros.
países desenvolvidos.
Em 31 de Dezembro de 2007, havia cerca de 21.304.000 linhas de
Em 2010, segundo a OMC o país foi o terceiro maior exportador banda larga no Brasil. Mais de 75% das linhas de banda larga via DSL e
agrícola do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e da União Europeia. 10% através de modem por cabo.
No espaço de cinquenta e cinco anos (de 1950 a 2005), a população As reservas de recursos minerais são extensas. Grandes reservas de
brasileira passou de aproximadamente 52 milhões para cerca de 185 ferro e manganês são importantes fontes de matérias-primas industriais e
milhões de indivíduos, ou seja, um crescimento demográfico médio de 2% receitas de exportação. Depósitos de níquel, estanho, cromita, urânio,
ao ano. A fim de atender a essa demanda, uma autêntica revolução verde bauxita, berílio, cobre, chumbo,tungstênio, zinco, ouro, nióbio e outros
teve lugar, permitindo que o país criasse e expandisse seu complexo setor minerais são explorados. Alta qualidade de cozimento de carvão de grau
de agronegócio. No entanto, a expansão da fronteira agrícola se deu à exigido na indústria siderúrgica está em falta. O Brasil possui extensas
custa de grandes danos ao meio ambiente, destacando-se o desmatamento reservas de terras raras, minerais essenciais à indústria de alta tecnologia.
de grandes áreas da Amazônia, sobretudo nas últimas quatro décadas. De acordo com a Associação Mundial do Aço, o Brasil é um dos maiores
produtores de aço do mundo, tendo estado sempre entre os dez primeiros
A importância dada ao produtor rural tem lugar na forma do Plano da nos últimos anos.
Agricultura e Pecuária e através de outro programa especial voltado para a
agricultura familiar (Pronaf), que garantem o financiamento de O Brasil, juntamente com o México, tem estado na vanguarda do
equipamentos e da cultura, incentivando o uso de novas tecnologias e pelo fenômeno das multinacionais latino-americanas, que, graças à tecnologia
zoneamento agrícola. Com relação à agricultura familiar, mais de 800 mil superior e organização, têm virado sucesso mundial. Essas multinacionais
habitantes das zonas rurais são auxiliados pelo crédito e por programas de têm feito essa transição, investindo maciçamente no exterior, na região e
pesquisa e extensão rural, notadamente através da Embrapa. A linha fora dela, e assim realizando uma parcela crescente de suas receitas a
especial de crédito para mulheres e jovens agricultores visa estimular o nível internacional. O Brasil também é pioneiro nos campos da pesquisa de
espírito empreendedor e a inovação. petróleo em águas profundas, de onde 73% de suas reservas são
extraídas. De acordo com estatísticas do governo, o Brasil foi o primeiro
Com o Programa de Reforma Agrária, por outro lado, o objetivo do país país capitalista a reunir as dez maiores empresas montadoras de
é dar vida e condições adequadas de trabalho para mais de um milhão de automóvel em seu território nacional.
famílias que vivem em áreas distribuídas pelo governo federal, uma
iniciativa capaz de gerar dois milhões de empregos. Através de parcerias,
políticas públicas e parcerias internacionais, o governo está trabalhando Maiores companhias
para garantir infra-estrutura para os assentamentos, a exemplo de escolas
e estabelecimentos de saúde. A ideia é que o acesso à terra represente Em 2012, 33 empresas brasileiras foram incluídas na Forbes Global
apenas o primeiro passo para a implementação de um programa de 2000 - uma classificação anual das principais 2000 companhias em todo o
reforma da qualidade da terra. mundo pela revista Forbes.

Mais de 600 000 km² de terras são divididas em cerca de cinco mil Energia
domínios da propriedade rural, uma área agrícola atualmente com três O governo brasileiro empreendeu um ambicioso programa para reduzir
fronteiras: a região Centro-Oeste (cerrado), a região Norte (área de a dependência do petróleo importado. As importações eram responsáveis
transição) e de partes da região Nordeste (semiárido). Na vanguarda das por mais de 70% das necessidades de petróleo do país, mas o Brasil se
culturas de grãos, que produzem mais de 110 milhões de toneladas/ano, é tornou autossuficiente em petróleo em 2006. O Brasil é um dos principais
a de soja, produzindo 50 milhões de toneladas. produtores mundiais de energia hidrelétrica, com capacidade atual de cerca
de 108.000 megawatts. Hidrelétricas existentes fornecem 80% da
eletricidade do país. Dois grandes projetos hidrelétricos, a 15.900

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megawatts de Itaipu, no rio Paraná (a maior represa do mundo) e da acordo com o estado da federação em que o profissional vive. As carreiras
barragem de Tucuruí no Pará, no norte do Brasil, estão em operação. O de Direito, Administração e Medicina ficaram entre as mais bem pagas,
primeiro reator nuclear comercial do Brasil, Angra I, localizado perto do Rio seguidas por algumas Engenharias.
de Janeiro, está em operação há mais de 10 anos. Angra II foi concluído
em 2002 e está em operação também. Angra III tem a sua inauguração Infraestrutura
prevista para 2014. Os três reatores terão uma capacidade combinada de
Educação
9.000 megawatts quando concluídos. O governo também planeja construir
mais 17 centrais nucleares até ao ano de 2020. A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional (LDB) determinam que o Governo Federal, os Estados, o Distrito
Situação econômica
Federal e os municípios devem gerir e organizar seus respectivos sistemas
Somente em 1808, mais de trezentos anos depois de ser descoberto de ensino. Cada um desses sistemas educacionais públicos é responsável
por Portugal, é que o Brasil obteve uma autorização do governo português por sua própria manutenção, que gere fundos, bem como os mecanismos e
para estabelecer as primeiras fábricas. fontes de recursos financeiros. A nova constituição reserva 25% do orça-
mento do Estado e 18% de impostos federais e taxas municipais para a
No século XXI, o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo. educação.
Se, pelo menos até meados do século XX, a pauta de suas exportações era
basicamente constituída de matérias-primas e alimentos, como o açúcar, Segundo dados do IBGE, em 2011, a taxa de literária da população
borracha e ouro, hoje 84% das exportações se constituem de produtos brasileira foi de 90,4%, significando que 13 milhões (9,6% da população) de
manufaturados e semimanufaturados. pessoas ainda são analfabetas no país; já o analfabetismo funcional atingiu
21,6% da população. O analfabetismo é mais elevado no Nordeste, onde
O período de grande transformação econômica e crescimento ocorreu 19,9% da população é analfabeta. Ainda segundo o PNAD, o percentual de
entre 1875 e 1975. pessoas na escola, em 2007, foi de 97% na faixa etária de 6 a 14 anos e de
Nos anos 2000, a produção interna aumentou 32,3% . O agronegócio 82,1% entre pessoas de 15 a 17 anos, enquanto o tempo médio total de
(agricultura e pecuária) cresceu 47%, ou 3,6% ao ano, sendo o setor mais estudo entre os que têm mais de 10 anos foi, em média, de 6,9 anos.
dinâmico - mesmo depois de ter resistido às crises internacionais, que O ensino superior começa com a graduação ou cursos sequenciais,
exigiram uma constante adaptação da economia brasileira. que podem oferecer opções de especialização em diferentes carreiras
A posição em termos de transparência do Brasil no ranking acadêmicas ou profissionais. Dependendo de escolha, os estudantes
internacional é a 75ª de acordo com a Transparência Internacional. É igual podem melhorar seus antecedentes educativos com cursos de pós-
à posição da Colômbia, do Peru e do Suriname. graduação Stricto Sensu ou Lato Sensu. Para frequentar uma instituição de
ensino superior, é obrigatório, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
Controle e reforma concluir todos os níveis de ensino adequados às necessidades de todos os
Entre as medidas recentemente adotadas a fim de equilibrar a estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio, desde que o aluno
economia, o Brasil realizou reformas para a sua segurança social e para os não seja portador de nenhuma deficiência, seja ela física, mental, visual ou
sistemas fiscais. Essas mudanças trouxeram consigo um acréscimo auditiva.
notável: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla as despesas Ciência e tecnologia
públicas dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal. Ao mesmo
tempo, os investimentos foram feitos no sentido da eficiência da A produção científica brasileira começou, efetivamente, nas primeiras
administração e políticas foram criadas para incentivar as exportações, a décadas do século XIX, quando a família real e a nobreza portuguesa,
indústria e o comércio, criando "janelas de oportunidade" para os chefiadas pelo Príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom
investidores locais e internacionais e produtores. Com estas mudanças, o João VI), chegaram no Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército de
Brasil reduziu sua vulnerabilidade. Além disso, diminuiu drasticamente as Napoleão Bonaparte em Portugal, em 1807. Até então, o Brasil era uma
importações de petróleo bruto e tem metade da sua dívida doméstica pela colônia portuguesa (ver colônia do Brasil), sem universidades e organiza-
taxa de câmbio ligada a certificados. O país viu suas exportações ções científicas, em contraste com as ex-colônias americanas do império
crescerem, em média, a 20% ao ano. A taxa de câmbio não coloca pressão espanhol, que apesar de terem uma grande parte da população analfabeta,
sobre o setor industrial ou sobre a inflação (em 4% ao ano) e acaba com a tinham um número considerável de universidades desde o século XVI.
possibilidade de uma crise de liquidez. Como resultado, o país, depois de A pesquisa tecnológica no Brasil é em grande parte realizada em uni-
12 anos, conseguiu um saldo positivo nas contas que medem as versidades públicas e institutos de pesquisa. Alguns dos mais notáveis
exportações/importações, acrescido de juros, serviços e pagamentos no pólos tecnológicos do Brasil são os institutos Oswaldo Cruz, Butantan,
exterior. Assim, respeitados economistas dizem que o país não será Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, Empresa Brasileira de Pes-
profundamente afetado pela atual crise econômica mundial. quisa Agropecuária e o INPE.
Políticas O Brasil tem o mais avançado programa espacial da América Latina,
O apoio para o setor produtivo foi simplificado em todos os níveis; com recursos significativos para veículos de lançamento, e fabricação de
ativos e independentes, o Congresso e o Poder Judiciário procederam à satélites. Em 14 de outubro de 1997, a Agência Espacial Brasileira assinou
avaliação das normas e regulamentos. Entre as principais medidas um acordo com a NASA para fornecer peças para a ISS. Este acordo
tomadas para estimular a economia estão a redução de até 30% do possibilitou ao Brasil treinar seu primeiro astronauta. Em 30 de março de
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o investimento de US$ 8 2006 o Cel. Marcos Pontes a bordo do veículo Soyuz se transformou no
bilhões em frotas de transporte rodoviário de cargas, melhorando assim a primeiro astronauta brasileiro e o terceiro latino-americano a orbitar nosso
logística de distribuição. Recursos adicionais garantem a propagação de planeta.
telecentros de negócios e informações. O urânio enriquecido na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), de
A implementação de uma política industrial, tecnológica e de comércio Resende, no estado do Rio de Janeiro, atende a demanda energética do
exterior, por sua vez, resultou em investimentos de US$ 19,5 bilhões em país. Existem planos para a construção do primeiro submarino nuclear do
setores específicos, como softwares e semicondutores, farmacêutica e país. O Brasil também é um dos três países da América Latina com um
medicamentos e no setor de bens de capital. laboratório Síncrotron em operação, um mecanismo de pesquisa da física,
da química, das ciências dos materiais e da biologia. Segundo o Relatório
Renda Global de Tecnologia da Informação 2009–2010 do Fórum Econômico
O salário mínimo fixado para o ano de 2011 é de R$ 545,00 por mês, Mundial, o Brasil é o 61º maior desenvolvedor mundial de tecnologia da
totalizando R$ 7.085,00 ao ano (incluindo o 13º salário). O PIB per capita informação.
do país em 2010 foi de R$ 19.016,00.Um estudo da Fundação Getúlio O Brasil também tem um grande número de notáveis personalidades
Vargas, com base em dados do IBGE, elaborou uma lista das profissões científicas e inventores das mais diversas áreas do conhecimento, como os
mais bem pagas do Brasil em 2007. Os valores podem variar muito de
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padres Bartolomeu de Gusmão, Roberto Landell de Moura e Francisco às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso intermitente.
João de Azevedo, Santos Dumont, Manuel Dias de Abreu, César Lattes, Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos
Andreas Pavel, Nélio José Nicolai, Adolfo Lutz, Vital Brasil, Carlos Chagas, flex", que funcionam com etano ou gasolina, permitindo que o consumidor
Oswaldo Cruz, Henrique da Rocha Lima, Mauricio Rocha e Silva e Eurycli- possa abastecer com a opção mais barata no momento, muitas vezes o
des Zerbini. etanol.
Transportes Os países com grande consumo de combustível como a Índia e a Chi-
Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sen- na estão seguindo o progresso do Brasil nessa área. Além disso, países
do 96 353 km de rodovias pavimentadas (2004), as estradas são as princi- como o Japão e Suécia estão importando etanol brasileiro para ajudar a
pais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro. cumprir as suas obrigações ambientais estipuladas no Protocolo de Quioto.
Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América
década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos no do Sul e é um dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua pro-
governo Vargas e Gaspar Dutra. O presidente Juscelino Kubitschek (1956– dução nos últimos anos O país é um dos mais importantes do mundo na
1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro incentivador de produção de energia hidrelétrica. Da sua capacidade total de geração de
rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de grandes fabricantes eletricidade, que corresponde a 90 mil megawatts, a energia hídrica é
de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors chegaram ao responsável por 66.000 megawatts (74%). A energia nuclear representa
Brasil durante seu governo) e um dos pontos utilizados para atraí-los era, cerca de 3% da matriz energética do Brasil. O Brasil pode se tornar uma
evidentemente, o apoio à construção de rodovias. Hoje, o país tem instala- potência mundial na produção de petróleo, com grandes descobertas desse
dos em seu território outros grandes fabricantes de automóveis, como Fiat, recurso nos últimos tempos na Bacia de Santos.
Renault, Peugeot, Citroën, Chrysler, Mercedes-Benz, Hyundai e Toyota. O
Brasil é o sétimo mais importante país da indústria automobilística. Comunicação

Existem cerca de quatro mil aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo A imprensa brasileira tem seu início em 1808 com a chegada da família
721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país real portuguesa ao Brasil, sendo até então proibida toda e qualquer ativida-
tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás ape- de de imprensa — fosse a publicação de jornais ou livros. A imprensa
nas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, localiza- brasileira nasceu oficialmente no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808,
do na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimentado com a criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, pelo príncipe-
aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego regente dom João.
comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a A Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território
praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem 34 nacional, começa a circular em 10 de setembro de 1808. Atualmente a
aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais. imprensa escrita consolidou-se como um meio de comunicação em massa
O país possui uma extensa rede ferroviária de 28 857 km de extensão, e produziu grandes jornais que hoje estão entre as maiores do país e do
a décima maior rede do mundo.Atualmente, o governo brasileiro, diferente- mundo como a Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de S. Paulo, e
mente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo publicações das editoras Abril e Globo.
desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, um A radiodifusão surgiu em 7 de setembro de 1922, sendo a primeira
trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. Há 37 gran- transmissão um discurso do então presidente Epitácio Pessoa, porém a
des portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O país instalação do rádio de fato ocorreu apenas em 20 de abril de 1923 com a
também possui 50 000 km de hidrovias. criação da "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro". Na década de 1930 co-
Saúde meçou a era comercial do rádio, com a permissão de comerciais na pro-
gramação, trazendo a contratação de artistas e desenvolvimento técnico
O sistema de saúde pública brasileiro, o Sistema Único de Saúde para o setor. Com o surgimento das rádio-novelas e da popularização da
(SUS), é gerenciado e fornecido por todos os níveis do governo, sendo o programação, na década de 1940, começou a chamada era de ouro do
maior sistema do tipo do mundo. Já os sistemas de saúde privada atendem rádio brasileiro, que trouxe um impacto na sociedade brasileira semelhante
um papel complementar. Os serviços de saúde públicos são universais e ao que a televisão produz hoje. Com a criação da televisão o rádio passa
oferecidos a todos os cidadãos do país de forma gratuita. No entanto, a por transformações, os programas de humor, os artistas, as novelas e os
construção e a manutenção de centros de saúde e hospitais são financia- programas de auditório são substituídos por músicas e serviços de utilidade
das por impostos, sendo que o país gasta cerca de 9% do seu PIB em pública. Na década de 1960 surgiram as rádios FM's que trazem mais
despesas na área. Em 2009, o território brasileiro tinha 1,72 médicos e 2,4 músicas para o ouvinte.
camas hospitalares para cada 1000 habitantes.
A televisão no Brasil começou, oficialmente, em 18 de setembro de
Apesar de todos os progressos realizados desde a criação do sistema 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de
universal de cuidados de saúde em 1988, ainda existem vários problemas televisão no país, a TV Tupi. Desde então a televisão cresceu no país,
de saúde pública no Brasil. Em 2006, os principais pontos a serem resolvi- criando grandes redes como a Globo, Record, SBT e Bandeirantes. Hoje, a
dos foram as taxas de altos de mortalidade infantil (2,51%) e materna (73,1 televisão representa um fator importante na cultura popular moderna da
mortes por 1000 nascimentos). O número de mortes por doenças não sociedade brasileira. A televisão digital no Brasil teve início às 20h30min de
transmissíveis, como doenças cardiovasculares (151,7 mortes por 100 000 2 de dezembro de 2007, inicialmente na cidade de São Paulo, pelo padrão
habitantes) e câncer (72,7 mortes por 100 000 habitantes) também têm um japonês.
impacto considerável sobre a saúde da população brasileira. Finalmente, os
fatores externos, mas evitáveis, como acidentes de carro, violência e suicí- Cultura
dio causaram 14,9% de todas as mortes no país. O núcleo de cultura é derivado da cultura portuguesa, por causa de
Energia seus fortes laços com o império colonial português. Entre outras influências
portuguesas encontram-se o idioma português, o catolicismo romano e
O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o tercei- estilos arquitetônicos coloniais. A cultura, contudo, foi também fortemente
ro maior do hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá. A influenciada por tradições e culturas africanas, indígenas e europeias não-
matriz energética brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo a portuguesas. Alguns aspectos da cultura brasileira foram influenciadas
energia hidrelétrica e o etanol, além de fontes não-renováveis de energia, pelas contribuições dos italianos, alemães e outros imigrantes europeus
como o petróleo e o gás natural. que chegaram em grande número nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Os
ameríndios influenciaram a língua e a culinária do país e os africanos
Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar influenciaram a língua, a culinária, a música, a dança e a religião.
uma alternativa viável à gasolina. Com o seu combustível à base de cana-
de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste A arte brasileira tem sido desenvolvida, desde o século XVI, em dife-
momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta rentes estilos que variam do barroco (o estilo dominante no Brasil até o

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início do século XIX) para o romantismo, modernismo, expressionismo, sobre exportações, renda e consumo de qualquer natureza, nomear e
cubismo, surrealismo e abstracionismo. demitir interventores e, por meio destes, os prefeitos municipais, arrecadar
taxas postais e telegráficas etc. Firmou-se assim a tendência oposta à
O cinema brasileiro remonta ao nascimento da mídia no final do século estrutura antiga.
XIX e ganhou um novo patamar de reconhecimento internacional nos
últimos anos. Outra característica do processo foi o aumento progressivo da partici-
pação das massas na atividade política, o que corresponde a uma ideologi-
A música brasileira engloba vários estilos regionais influenciados por zação crescente da vida política. No entanto, essa participação era molda-
formas africanas, europeias e ameríndias. Ela se desenvolveu em estilos da por uma atitude populista, que na prática assegurava o controle das
diferentes, entre eles, samba, música popular brasileira, música nativista, massas pelas elites dirigentes. Orientadas pelas manobras personalistas
música sertaneja, choro, axé, brega, forró, frevo, baião, lambada, maracatu, dos dirigentes políticos, as massas não puderam dispor de autonomia e
bossa nova e rock brasileiro. organização suficientes para que sua participação pudesse determinar uma
Meio ambiente reorientação político-administrativa do governo, no sentido do atendimento
de suas reivindicações. Getúlio Vargas personificou a típica liderança
A grande extensão territorial do Brasil abrange diferentes ecossiste- populista, seguida em ponto menor por João Goulart e Jânio Quadros.
mas, como a Floresta Amazônica, reconhecida como tendo a maior diversi-
dade biológica do mundo, a Mata Atlântica e o Cerrado, que sustentam Sociedade moderna. O processo de modernização iniciou-se de forma
também grande biodiversidade, sendo o Brasil reconhecido como um país mais significativa a partir da década de 1950. Os antecedentes centraliza-
megadiverso. No sul, a Floresta de araucárias cresce sob condições de dores e populistas condicionaram uma modernização pouco espontânea,
clima temperado. marcadamente tutelada pelo estado. No espaço de três décadas, a fisiono-
mia social brasileira mudou radicalmente. Em 1950, cerca de 55% da
A rica vida selvagem do Brasil reflete a variedade de habitats naturais. população brasileira vivia no campo, e apenas três cidades tinham mais de
Os cientistas estimam que o número total de espécies vegetais e animais 500.000 habitantes; na década de 1990, a situação se alterara radicalmen-
no Brasil seja de aproximadamente de quatro milhões. Grandes mamíferos te: 75,5% da população vivia em cidades. A industrialização e o fortaleci-
incluem pumas, onças, jaguatiricas, raros cachorros-vinagre, raposas, mento do setor terciário haviam induzido uma crescente marcha migratória
queixadas, antas, tamanduás, preguiças, gambás e tatus. Veados são em dois sentidos: do campo para a cidade e do norte para o sul. Em termos
abundantes no sul e muitas espécies de platyrrhini são encontradas nas de distribuição por setores, verifica-se uma forte queda relativa na força de
florestas tropicais do norte. A preocupação com o meio ambiente tem trabalho empregada no setor primário.
crescido em resposta ao interesse mundial nas questões ambientais.
O segundo governo Vargas (1951-1954) e o governo Juscelino Kubits-
O patrimônio natural do Brasil está seriamente ameaçado pela pecuária chek (1956-1960) foram períodos de fixação da mentalidade desenvolvi-
e agricultura, exploração madeireira, mineração, reassentamento, extração mentista, de feição nacionalista, intervencionista e estatizante. No entanto,
de petróleo e gás, a sobre pesca, comércio de espécies selvagens, barra- foram também períodos de intensificação dos investimentos estrangeiros e
gens e infraestrutura, contaminação da água, alterações climáticas, fogo e de participação do capital internacional. A partir do golpe militar de 1964,
espécies invasoras. Em muitas áreas do país, o ambiente natural está estabeleceu-se uma quebra na tradição populista, embora o governo militar
ameaçado pelo desenvolvimento. A construção de estradas em áreas de tenha continuado e até intensificado as funções centralizadoras já observa-
floresta, tais como a BR-230 e a BR-163, abriu áreas anteriormente remo- das, tanto na formação de capital quanto na intermediação financeira, no
tas para a agricultura e para o comércio; barragens inundaram vales e comércio exterior e na regulamentação do funcionamento da iniciativa
habitats selvagens; e minas criaram cicatrizes na terra e poluíram a paisa- privada. As reformas institucionais no campo tributário, monetário, cambial
gem. e administrativo levadas a efeito sobretudo nos primeiros governos milita-
res, ensejaram o ambiente propício ao crescimento e à configuração mo-
Sociedade
derna da economia. Mas não se desenvolveu ao mesmo tempo uma vida
As bases da moderna sociedade brasileira remontam à revolução de política representativa, baseada em instituições estáveis e consensuais.
1930, marco referencial a partir do qual emerge e implanta-se o processo Ficou assim a sociedade brasileira marcada por um contraste entre uma
de modernização. Durante a República Velha (ou primeira república), o economia complexa e uma sociedade à mercê de um estado atrasado e
Brasil era ainda o país essencialmente agrícola, em que predominava a autoritário.
monocultura. O processo de industrialização apenas começava, e o setor Ao aproximar-se o final do século XX a sociedade brasileira apresenta-
de serviços era muito restrito. A chamada "aristocracia rural", formada pelos va um quadro agudo de contrastes e disparidades, que alimentavam fortes
senhores de terras, estava unida à classe dos grandes comerciantes. Como tensões. O longo ciclo inflacionário, agravado pela recessão e pela inefici-
a urbanização era limitada e a industrialização, incipiente, a classe operária ência e corrupção do aparelho estatal, aprofundou as desigualdades soci-
tinha pouca importância na caracterização da estrutura social. A grande ais, o que provocou um substancial aumento do número de miseráveis e
massa de trabalhadores pertencia à classe dos trabalhadores rurais. So- gerou uma escalada sem precedentes da violência urbana e do crime
mente nas grandes cidades, as classes médias, que galgavam postos organizado. O desânimo da sociedade diante dos sucessivos fracassos dos
importantes na administração estatal, passavam a ter um peso social mais planos de combate à inflação e de retomada do crescimento econômico
significativo. criavam um clima de desesperança. O quadro se complicava com a carên-
No plano político, o controle estatal ficava nas mãos da oligarquia rural cia quase absoluta nos setores públicos de educação e saúde, a deteriora-
e comercial, que decidia a sucessão presidencial na base de acordos de ção do equipamento urbano e da malha rodoviária e a situação quase
interesses regionais. A grande maioria do povo tinha uma participação falimentar do estado. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
insignificante no processo eleitoral e político. A essa estrutura social e Ltda.
política correspondia uma estrutura governamental extremamente descen-
tralizada, típica do modelo de domínio oligárquico. Meio Ambiente.
Durante a década de 1930 esse quadro foi sendo substituído por um O meio ambiente[a], comumente chamado apenas de ambiente,
modelo centralizador, cujo controle ficava inteiramente nas mãos do presi- envolve todas as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em
dente da república. Tão logo assumiu o poder, Getúlio Vargas baixou um alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É
decreto que lhe dava amplos poderes governamentais e até mesmo legisla- o conjunto de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física,
tivos, o que abolia a função do Congresso e das assembleias e câmaras química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
municipais. Ao invés do presidente de província, tinha-se a figura do inter- formas.
ventor, diretamente nomeado pelo chefe do governo e sob suas ordens.
Essa tendência centralizadora adquiriu novo ímpeto com o golpe de 1937. O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus
A partir daí, a União passou a dispor de muito mais força e autonomia em componentes:
relação aos poderes estaduais e municipais. O governo central ficou com  Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como
competência exclusiva sobre vários itens, como a decretação de impostos um sistema natural, mesmo com uma massiva intervenção humana e de

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outras espécies do planeta, incluindo toda avegetação, animais, Nos Estados Unidos um rio é classificado como tal se tiver mais de
microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem dezoito metros de largura. A água do rio geralmente está em um canal,
ocorrer em seus limites. formado por um leito entre bancos. Em rios mais largos há também muitas
 Recursos naturais e fenômenos físicos universais que não zonas sujeitas a inundações formadas pelas águas de enchente atingindo o
possuem um limite claro, como ar,água, e clima, assim como energia, canal. Essas zonas podem ser bem largas em relação ao tamanho do canal
radiação, descarga elétrica e magnetismo, que não são originados por do rio. Rios são parte do ciclo da água. A água do rio é geralmente coletada
atividades humanas. da precipitação através da bacia hidrográfica e por reabastecimento da
água subterrânea, nascentes e liberação da água armazenada nas geleiras
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente celebrada e coberturas de neve.
em Estocolmo, em 1972, definiu-se o meio ambiente da seguinte forma: "O
meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e Córrego
sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto Um córrego é um corpo de água fluindo com uma corrente, confinado
ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas." entre um berço e bancos. Em alguns países ou comunidades, um córrego
pode ser definido por seu tamanho. Nos Estados Unidos um córrego é
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) brasileira, estabelecida
classificado como um curso de água com menos que dezoito metros de
pela Lei 6938 de 1981, define meio ambiente como "o conjunto de
largura. Córregos são importantes corredores que conectam habitats
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
fragmentados e assim conservam a biodiversidade. O estudo de córregos e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".
caminhos de água em geral é conhecido como hidrologia de superfície. Os
Composição córregos incluem angras, os afluentes que não alcançam um oceano e não
As ciências da Terra geralmente reconhecem quatro esferas, a se conectam com um outro córrego ou rio, e os ribeiros que são pequenos
litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, correspondentes córregos geralmente originários de uma nascente ou escoam para o mar.
respectivamente às rochas, água, ar e vida. Alguns cientistas incluem, O lago (do latin lacus) é um acidente geográfico, um corpo de água que
como parte das esferas da Terra, a criosfera (correspondendo ao gelo) está localizado no fundo de uma depressão. O corpo de água é
como uma porção distinta da hidrosfera, assim como a pedosfera considerado um lago quando está cercado por terra, não faz parte de um
(correspondendo ao solo) como uma esfera ativa. oceano, é mais largo e mais profundo que uma lagoa e é alimentado por
Ciências da Terra é um termo genérico para as ciências relacionadas um rio.
ao planeta Terra. Lagos naturais da Terra são geralmente encontrados em áreas
montanhosas, riftes, e áreas com glaciação em andamento ou recente.
Há quatro disciplinas principais nas ciências da Terra: geografia,
Outros lagos são encontrados em bacias endorreicas ou ao longo do curso
geologia, geofísica e geodésia. Essas disciplinas principais usam física,
de rios maduros. Em algumas partes do mundo, há muitos lagos por causa
química, biologia, cronologia e matemática para criar um entendimento
do caótico padrão de drenagem deixado pela última Era do Gelo. Todos os
qualitativo e quantitativo para as áreas principais ou esferas do "sistema da
lagos são temporários em relação a escalas geológicas de tempo, pois eles
Terra".
são lentamente preenchidos com sedimentos ou são liberados da bacia que
Atividade geológica os contém.
A crosta da Terra, ou litosfera, é a superfície sólida externa do planeta Lagoa
e é química e mecanicamente diferente do manto do interior. A crosta tem
sido gerada largamente pelo processo de criação das rochas ígneas, no Uma lagoa é um corpo de água estagnada, natural ou criada pelo
qual o magma (rocha derretida) se resfria e se solidifica para formar rocha homem, que é geralmente menor que um lago. Uma grande variedade de
sólida. Abaixo da litosfera se encontra o manto no qual é aquecido pela corpos de água feitos pelo homem podem ser classificados como lagoas,
desintegração dos elementos radioativos. O processo de convecção faz as incluindo jardins de água criados para ornamentação estética, lagoas de
placas da litosfera se moverem, mesmo lentamente. O processo resultante pesca criadas para reprodução comercial de peixes, e lagoas solares
é conhecido como tectonismo. Vulcões se formam primariamente pelo criadas para armazenar energia térmica. Lagoas e lagos podem se
derretimento do material da crosta da zona de subducção ou pela ascensão diferenciar de córregos pela velocidade da corrente. Enquanto a corrente de
do manto nas dorsais oceânicas e pluma mantélica. córregos são facilmente observadas, lagos e lagoas possuem
microcorrentes guiadas termicamente e correntes moderadas criadas pelo
Água na Terra vento.
Oceanos
Atmosfera, clima e tempo
Um oceano é um grande corpo de água salina e um componente da
hidrosfera. Aproximadamente 71% da superfície da Terra (uma área de 361 A atmosfera da Terra serve como um fator principal para sustentar o
milhões de quilômetros quadrados) é coberta pelo oceano, um contínuo ecossistema planetário. A fina camada de gases que envolve a Terra é
corpo de água que é geralmente dividido em vários oceanos principais e mantida no lugar pela gravidade do planeta. O ar seco consiste em 78% de
mares menores. Mais da metade dessa área está numa profundidade maior nitrogênio, 21% oxigênio, 1% árgon e outros gases inertes como o dióxido
que três mil metros. A salinidade oceânica média é por volta de 35 partes de carbono. Os gases restantes são geralmente referenciados como "trace
por milhar (ppt) (3,5%), e praticamente toda a água do mar tem uma gases", entre os quais se encontram os gases do efeito estufa como o
salinidade de 30 a 38 ppt. Apesar de geralmente reconhecidos como vários vapor d'água, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio. O ar
oceanos 'separados', essas águas formam um corpo global interconectado filtrado inclui pequenas quantidades de muitos outros compostos químicos.
de água salina por vezes chamado de Oceano Global.[8][9] Esse conceito O ar também contém uma quantidade variável de vapor d'água e
de oceano global como um corpo contínuo de água com um intercâmbio suspensões de gotas de água e cristais de gelo vistos como nuvens. Muitas
relativamente livre entre suas partes é de fundamental importância para a substâncias naturais podem estar presentes em quantidades mínimas em
oceanografia. As principais divisões oceânicas são definidas em parte pelos amostras de ar não filtrado, incluindo poeira, pólen e esporos, maresia,
continentes, vários arquipélagos, e outros critérios: essas divisões são (em cinzas vulcânicas e meteoroide. Vários poluentes industriais também
ordem decrescente de tamanho) o Oceano Pacífico, o Oceano Atlântico, o podem estar presentes, como cloro (elementar ou em compostos),
Oceano Índico, o Oceano Antártico e o Oceano Ártico. compostos de flúor, mercúrio na forma elementar, e compostos de enxofre
como o dióxido de enxofre [SO²].
Rios
A camada de ozônio da atmosfera terrestre possui um importante papel
Um rio é um curso de água natural, geralmente de água doce, fluindo em reduzir a quantidade de radiação ultravioleta (UV) que atinge a
em direção a um oceano, lago, mar, ou outro rio. Em alguns poucos casos, superfície. Como o DNA é facilmente danificado pela luz UV, isso serve
o rio simplesmente flui para o solo ou seca completamente antes de como proteção para a vida na superfície. A atmosfera também retém calor
alcançar outro corpo de água. Rios pequenos podem ser conhecidos por durante a noite, assim reduzindo os extremos de temperatura durante o dia.
vários outros nomes, incluindo córrego, angra e ribeiro.

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Camadas atmosféricas Classification se focam na origem de massas de ar definindo o clima em
certas áreas.
Principais camadas
Tempo
A atmosfera terrestre pode ser dividida em cinco camadas principais.
Essas camadas são determinadas principalmente pelo aumento ou redução Tempo é o conjunto de fenômenos ocorrendo em uma dada atmosfera
da temperatura de acordo com a altura. Da mais alta a mais baixa, essas em um certo tempo. A maioria dos fenômenos de tempo ocorrem na
camadas são: troposfera,[18][19] logo abaixo da estratosfera. O tempo se refere,
geralmente, a temperatura e atividade de precipitação no dia-a-dia,
 Exosfera enquanto o clima é um tempo para as condição atmosférica média em um
 Termosfera longo período de tempo.[20] Quando usado sem qualificação, "tempo" é
 Mesosfera entendido como o tempo da Terra.
 Estratosfera
 Troposfera O tempo ocorre pela diferença de densidade (temperatura e mistura)
Outras camadas entre um local e outro. Essa diferença pode ocorrer por causa do ângulo do
 Ozonosfera sol em um local específico, que varia de acordo com a latitude dos trópicos.
 Ionosfera O forte contraste de temperaturas entre o ar polar e tropical dá origem a
 Homosfera e heterosfera correntes de ar. Sistemas de temperatura em altitudes medianas, como
ciclones extratropicais, são causados pela instabilidade no fluxo das
 Camada limite atmosférica
correntes de ar. Como o eixo da Terra é inclinado relativo ao seu plano de
Efeitos do aquecimento global
órbita, a luz solar incide em diferentes ângulos em diferentes épocas do
O aquecimento global está sendo estudado por um grande consórcio ano. Na superfície da terra, a temperatura normalmente varia de ±40 °C
global de cientistas, que estão cada vez mais preocupados com os seus anualmente. Ao passar de milhares de anos, mudanças na órbita da Terra
efeitos potenciais a longo prazo em nosso ambiente natural e no planeta. afetou a quantidade e distribuição de energia solar recebida pela Terra e
De especial preocupação é como a mudança climática e o aquecimento influenciou o clima a longo prazo.
global causados por fatores antropogênicos, como a liberação de gases do
A temperatura da superfície difere, por sua vez, por causa de diferença
efeito estufa, mais notavelmente o dióxido de carbono, podem interagir e ter
de pressão. Altas altitudes são mais frias que as mais baixas por causa da
efeitos adversos sobre o planeta, seu ambiente natural e a existência
diferença na compressão do calor. A previsão do tempo é uma aplicação da
humana. Esforços têm sido focados na mitigação dos efeitos dos gases de
ciência e tecnologia para predizer o estado da atmosfera da Terra em uma
estufa, que estão causando mudanças climáticas, e no desenvolvimento de
determinada hora e lugar. A atmosfera da Terra é um sistema caótico,
estratégias de adaptação para o aquecimento global, para ajudar homens,
então pequenas mudanças em uma parte do sistema podem causar
espécies de animais e plantas, ecossistemas, regiões enações a se
grandes efeitos no sistema como um todo. Os homens tem tentado
adequarem aos efeitos deste fenômeno. Alguns exemplos de colaboração
controlar o clima ao longo da história, e há evidências que atividades
recente em relação a mudança climática e aquecimento global incluem:
humanas como agricultura e indústria tenham inadvertidamente modificado
 O tratado e convenção da Convenção-Quadro das Nações os padrões climáticos.
Unidas sobre a Mudança do Clima sobre Mudança Climática, para
Vida
estabilizar as concentrações de gases estufa na atmosfera em um nível que
iria prevenir uma perigosa interferência antropogênica no sistema climático. As evidências sugerem que a vida na Terra tenha existido a 3.7 bilhões
de anos. Todas as formas de vida compartilham mecanismos moleculares
 O Protocolo de Quioto, que é o acordo internacional com o fundamentais, e baseando-se nessas observações, teorias sobre a origem
objetivo de reduzir os gases de estufa, em um esforço de prevenir da vida tem tentado encontrar um mecanismo explicando a formação do
mudanças climáticas antropogênicas. organismo de célula única primordial de onde toda a vida se originou. Há
 A Iniciativa Climática Ocidental, para identificar, avaliar, e muitas hipóteses diferentes sobre o caminho que pode ter levado uma
implementar meios coletivos e cooperativos para reduzir os gases de simples molécula orgânica, passando por vida pré-celular, até protocelular e
estufa, se focando em um sistema de mercado de captação-e-troca. metabolismo.
Na biologia, a ciência dos organismos vivos, "vida" é a condição que
Um desafio significante é identificar as dinâmicas do ambiente natural distingue organismos ativos da matéria inorgânica, incluindo a capacidade
em contraste com as mudanças ambientais que não fazem parte das de crescimento, atividade funcional e a mudança contínua precedendo a
variações naturais. Uma solução comum é adaptar uma visão estática que morte. Um diverso conjunto de organismos vivos (formas de vida) pode ser
negligencia a existência de variações naturais. Metodologicamente, essa encontrado na biosfera da Terra, e as propriedades comuns a esses
visão pode ser defendida quando olhamos processos que mudam organismos -plantas, animais, fungos, protistas, archaea e bactéria - são
lentamente e séries de curto prazo, apesar do problema aparecer quando formas celulares baseadas em carbono e água com uma complexa
processos rápidos se tornam essenciais no objeto de estudo. organização e informações genéticas hereditárias. Organismos vivos
Clima passam por metabolismo, mantém homeostase, possuem a capacidade de
crescimento, responder a estímulo, reprodução e, através da seleção
O clima incorpora as estatísticas de temperatura, umidade, pressão natural, se adaptar ao seu ambiente em sucessivas gerações.Organismos
atmosférica, vento, chuva, contagem de partículas atmosféricas e muitos de vida mais complexa podem se comunicar através de vários meios.
outros elementos meteorológicos em uma dada região por um longo
período de tempo. O clima pode se opor ao tempo, na medida em que esse Ecossistema
é a condição atual dos mesmos elementos em períodos de no máximo duas Um ecossistema é uma unidade natural consistindo de todas as
semanas. plantas, animais e micro-organismos (fatores bióticos) em uma área
funcionando em conjunto com todos os fatores físicos não-vivos (abióticos)
O clima de um local é afetado pela sua latitude, terreno, altitude, do ambiente.[25]
cobertura de gelo ou neve, assim como corpos de água próximos e suas
correntezas. O clima pode ser classificado de acordo com o valor média e Um conceito central do ecossistema é a ideia de que os organismos
típico de diferentes variáveis, as mais comuns sendo temperatura e vivos estão continuamente empenhados em um conjunto altamente
precipitação. O método mais usado de classificação foi desenvolvido interrelacionado de relacionamentos com cada um dos outros elementos
originalmente por Wladimir Köppen. O sistema Thornthwaite, em uso desde constituindo o ambiente no qual eles existem. Eugene Odum, um dos
1948, incorpora evapotranspiração em adição à informação sobre fundadores da ciência da ecologia, afirmou: "Any unit that includes all of the
temperatura e precipitação e é usado para estudar no estudo da organisms (ie: the "community") in a given area interacting with the physical
diversidade de espécies animais e os impactos potenciais das mudanças environment so that a flow of energy leads to clearly defined trophic struc-
climáticas. Os sistemas de classificação de Bergeron e o Spatial Synoptic ture, biotic diversity, and material cycles (ie: exchange of materials between
living and nonliving parts) within the system is an ecosystem."[26]

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O conceito humano de ecossistema é baseado na desconstrução da resta no ambiente natural, ou restaurar ou expandir o papel da natureza
dicotomia homem / natureza, e na promessa emergente que todas as nesse ambiente.
espécies são ecologicamente integradas com as outras, assim como os Objetivos geralmente expressos por cientistas ambientais incluem:
constituintes abióticos de seu biótipo.  Redução e limpeza da poluição, com metas futuras de poluição zero;
Um maior número ou variedade de espécies ou diversidade biológica  Reduzir o consumo pela sociedade dos combustíveis não-
de um ecossistema pode contribuir para uma maior resiliência do renováveis;
ecossistema, porque há mais espécies presentes no local para responder a  Desenvolvimento de fontes de energia alternativas, verdes, com
mudanças e assim "absorver" ou reduzir seus efeitos. Isso reduz o efeito pouco carbono ou de energia renovável;
antes da estrutura do ecossistema mudar para um estado diferente. Esse  Conservação e uso sustentável dos escarsos recursos naturais como
não é sempre o caso e não há nenhuma prova da relação entre a água, terra e ar;
diversidade de espécies em um ecossistema e sua habilidade para prover  Proteção de ecossistemas representativos ou únicos;
um benefício a nível de sustentabilidade. Florestas tropicais úmidas  Preservação de espécie em perigo ou ameaçadas de extinção;
produzem muito pouco benefício e são extremamente vulneráveis a  O estabelecimento de reservas naturais e biosferas sob diversos
mudança, enquanto florestas temperadas rapidamente crescem de volta tipos de proteção; e, mais geralmente, a proteção da biodiversidade
para seu estado anterior de desenvolvimento dentro de um lifetiome após e ecossistemas nos quais todos os homens e outras vidas na Terra
cair ou a floresta pegar fogo.[carece de fontes?]Algumas pradarias tem sido dependem.
exploradas sustentavelmente por milhares de anos (Mongólia, turfa Grandiosos projetos de desenvolvimento - megaprojetos - colocam
europeia, e mooreland communities).[carece de fontes?] desafios e riscos especiais para o ambiente natural. Grandes represas e
O termo ecossistema pode também ser usado para ambientes criados centrais energéticas são alguns dos casos a citar. O desafio para o
pelo homem, como ecossistemas humanos e ecossistemas influenciados ambiente com esses projetos está aumentando porque mais e maiores
pelo homem, e pode descrever qualquer situação na qual há uma relação megaprojetos estão sendo construídos, em nações desenvolvidas e em
entre os organismos vivos e seu ambiente. Atualmente, existem poucas desenvolvimento.
áreas na superfície da terra livres de contato humano, apesar de algumas
áreas genuinamente wilderness continuem a existir sem qualquer forma de Notas
intervenção humana. [a] ^ A expressão «meio ambiente» é pleonástica, no sentido de se
Biomas falar do ambiente natural, do meio natural. Isto é, uma ou outra palavra já
seria suficiente para dar sentido ao texto. Ainda, a palavra «meio», a
Bioma é, terminologicamente, similar ao conceito de ecossistemas, e despeito de seu uso como nome, adquire outras funções (adjetivo ou
são áreas na Terra climática e geograficamente definidas com condições advérbio) quando junta a um outro substantivo ou posição na frase quer
climáticas ecologicamente similares, como uma comunidades de plantas, significar a metade ou fração desse. Por exemplo, o adágio popular «meio
animais e organismos do solo, geralmente referidos como ecossistemas. pau, meio tijolo». Portanto, na expressão, a palavra meio é desnecessária
Biomas são definidos na base de fatores como estrutura das plantas (como ou, no mínimo, expletiva. É, contudo, muito difundida a forma e aceita sem
árvores, arbustos e grama), tipo de folha (como broadleaf eneedleleaf), e maiores questionamentos, mormente no Brasil, onde pouco se lê.
clima. Ao contrário das ecozonas, biomas não são definidos pela genética,
taxonomia, ou similaridades históricas. biomas são normalmente O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
identificados com padrões particulares de sucessão ecológicae vegetação
Nesta parte, vamos examinar as relações do desenvolvimento sócio-
clímax.
econômico com a chamada questão ambiental.
Ciclos biogeoquímicos
Um ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por Nos países “subdesenvolvidos industrializados”, onde se vive uma crise
um elemento químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada elemento é sócio-econômica de grande profundidade, que relações existiriam entre
absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e abióticos crise, desenvolvimento e meio ambiente?
(ar, água, solo) da biosfera e, às vezes, pode se acumular durante um Não são relações harmoniosas, já que numa sociedade moderna as
longo período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos ideias de necessidade de desenvolvimento econômico sempre apareceram
biogeoquímicos que os elementos químicos e compostos químicos são como incompatíveis com a “preservação” da natureza.
transferidos entre os organismos e entre diferentes partes do planeta.
Os mais importantes são os ciclos da água, oxigênio, carbono, Mas é possível que os conhecimentos sob domínio humano permitam
nitrogênio e fósforo.[27] compatibilizar modelos de desenvolvimento econômico e formas de uso
preservacionista da natureza, obtendo-se desse fato extraordinários avan-
 O ciclo do nitrogênio é a transformação dos compostos contendo ços para todos os povos.
nitrogênio na natureza.
Assim, podemos pressionar para que o patrimônio ambiental herdado
 O ciclo da água, é o contínuo movimento da água na, sobre e abaixo
do passado seja transferido às gerações futuras em melhores condições.
da superfície da Terra. A água pode mudar de estado entre líquido,
Ampliando-se o conhecimento científico dos ecossistemas naturais, viabili-
vapor e gelo em suas várias etapas.
za-se um aproveitamento e uma conservação racionais, de modo a garantir
 O ciclo do carbono é o ciclo biogeoquímico no qual o carbono é uma base material superior para a sobrevivência e bem-estar da humani-
passado entre a biosfera, pedosfera, geosfera, hidrosfera e a dade e do planeta.
atmosfera.
 O ciclo do oxigênio é o movimento do oxigênio dentro e entre os três Os movimentos de defesa do meio ambiente
maiores reservatórios: a atmosfera, a biosfera e a litosfera. O Consideram-se os anos 70 como o marco da tomada de consciência
principal fator do ciclo do oxigênio é a fotossíntese, que é quanto aos problemas ambientais. Nessa época apareceram muitos movi-
responsável pela composição atmosférica e pela vida na Terra. mentos sociais para combater a degradação ambiental. Grande parte deles
 O ciclo do fósforo é o movimento do fósforo pela litosfera, hidrosfera eram desdobramentos dos movimentos pacifistas que se constituíram nos
e biosfera. A atmosfera não possui um papel significativo no anos 60.
movimento do fósforo porque o fósforo e componentes fosfóricos são Os movimentos pacifistas, colocando-se contra a ameaça de destrui-
normalmente sólidos nos níveis mais comuns de temperatura e ção potencial do planeta, rapidamente incorporaram as bandeiras ecológi-
pressão na Terra. cas, ampliando o espectro de sua atuação. O melhor exemplo é o Green-
peace (Paz Verde), formado originalmente por ex-soldados americanos e
Ciclos biogeoquímicos canadenses. Tornou-se célebre por atitudes como impedir ações de gover-
Desafios nos ou empresas prejudiciais ao ser humano e ao ambiente natural, tais
O ambientalismo é um largo movimento político, social, e filosófico que como a pesca da baleia, os testes nucleares e o transporte irresponsável de
advoca várias ações e políticas com interesse de proteger a natureza que substâncias tóxicas. Hoje é uma organização mundial.

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Com um nível mais elaborado de atuação, muitos desses movimentos No entanto, a pequena utilização de energias renováveis, o que muitas
vão combater as práticas consumistas nas economias desenvolvidas e vezes podem ocorrer no local, reduz a necessidade de ter sistemas de
defender modelos alternativos de vida social e econômica. distribuição de eletricidade. Atuais sistemas, raramente e economicamente
rentáveis, revelaram que uma família média que tem um sistema solar com
A pressão política desses movimentos e o agravamento da situação armazenamento de energia, e painéis de dimensão suficiente, só tem que
dos recursos naturais no planeta levaram a ONU, em 1972, a organizar a I recorrer a fontes externas de energia elétrica em algumas horas por
Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Esto- semana. Portanto, aqueles que apóiam a energia renovável pensam que a
colmo, na Suécia. Era uma conferência oficial, com representantes de eletricidade dos sistemas de distribuição deveriam ser menos importantes e
Estado (mais de 100 países), o que não impediu que paralelamente compa- mais fáceis de controlar.
recessem ao evento cerca de 250 organizações não governamentais
(ONGs). A Integração na paisagem
Uma desvantagem óbvia da energia renovável é o seu impacto visual
A Conferência de Estocolmo de 1972 sobre o meio ambiente local. Algumas pessoas odeiam a estética de
A Declaração oficial de Estocolmo alinhou mais de vinte turbinas eólicas e mencionam a conservação da natureza quando se fala
princípios orientadores para as políticas nacionais ambientais. das grandes instalações solares elétricas fora das grandes cidades. No
Vejamos os principais: o direito a um ambiente sadio e equili- entanto, o mundo inteiro encontra charme à vista dos "antigos moinhos de
brado e à justiça social; a importância do planejamento ambien- vento", que em seu tempo, eram amostras bem visíveis da tecnologia
tal; os riscos dos altos níveis de urbanização; a busca de fontes disponível. No entanto a estética das turbinas eólicas está sendo revista
alternativas e limpas de energia; o uso dos conhecimentos cien- para não causar tanto impacto visual.
tíficos e da tecnologia para resolver problemas ambientais; e o Outros tentam utilizar estas tecnologias de forma eficaz e
papel relevante da educação ambiental. esteticamente satisfatória: os painéis solares fixos podem duplicar as
barreiras anti-ruído ao longo das rodovias, há trechos disponíveis e
A posição do Brasil tornou-se muito conhecida na época. Nosso repre- poderiam então ser completamente substituídos por painéis solares, células
sentante, o general Costa Cavalcanti, declarou que “a pior poluição é a da fotovoltaicas, de modo que podem ser empregados para pintar as janelas e
miséria”. Alegava que no Brasil não haveria condições de dispender recur- produzir energia, e assim por diante.
sos para a preservação sem antes resolver problemas sociais. Os jornais
Contraponto
europeus da época receberam informes publicitários do governo brasileiro
convidando empresas poluidoras para aqui se instalar. Nem sempre uma forma de energia renovável possui baixo impacto
ambiental. As grandes hidroelétricas acarretam em enorme impacto
Dessa conferência até hoje, produziram-se inúmeros estudos e docu- ambiental e social, como é o caso por exemplo da Barragem das Três
mentos envolvendo técnicos da ONU e de diversos países. Gargantas, que foi recentemente finalizada na China e que provocou o
Os mais conhecidos são o Estratégia mundial para a conservação e o deslocamento de milhões de pessoas e a inundação de muitos quilômetros
Nosso futuro comum, o primeiro de 1980 e o segundo de 1987. quadrados de terras.
Investimentos
Foi nesse contexto que surgiu a ideia de desenvolvimento “ecologica-
mente” sustentável. As entidades não governamentais e os “militantes Em 2009 a China aplicou US$ 34 bilhões na geração de energias
ambientalistas” de modo geral nunca simpatizaram muito com essa expres- renováveis. Com quase o dobro do investimento realizado pelos EUA, a
são. Alegam que o termo desenvolvimento refere-se ao desenvolvimento China passou a liderar o ranking de países que mais investem em energias
capitalista, que, por natureza, é incompatível com o uso equilibrado dos renováveis no mundo. O Brasil apareceu em 5º lugar com R$ 13,2 bi.
recursos. Relações internacionais
Diversos setores econômicos também viam na ideia de desenvolvimen- Exercícios militares frequentemente ajudam a incrementar cooperação
to “ecologicamente” sustentável nada mais do que um discurso para apla- estratégica entre países.[carece de fontes] Esta imagem mostra uma
car a ira dos jovens ambientalistas. formação de navios da Marinha da Índia, da Força de Auto-Defesa Marítima
do Japão e da Marinhados Estados Unidos, durante um exercício trilateral
Diversidade geográfica em 2007
A diversidade geográfica dos recursos é também significativa. Alguns As Relações Internacionais (abreviadas como RI ou REL) visam ao
países e regiões são significativamente melhores do que outros recursos, estudo sistemático das relações políticas, econômicas e sociais entre
nomeadamente no setor das energias renováveis. Alguns países têm diferentes países cujos reflexos transcendam as fronteiras de um Estado,as
recursos significativos perto dos principais centros de habitação em que a empresas, tenham como locus o sistema internacional. Entre os atores
procura de eletricidade é importante. A utilização desses recursos em internacionais, destacam-se os Estados, as empresas transnacionais, as
grande escala requer, no entanto, investimentos consideráveis no organizações internacionais e as organizações não-governamentais. Pode
tratamento e redes de distribuição, bem como na casa de produção. Além se focar tanto na política externa de determinado Estado, quanto no
disso, diferentes países têm diferentes potencialidades energéticas, este conjunto estrutural das interações entre os atores internacionais.
fator deve ser tido em conta no desenvolvimento das tecnologias a por em
Além da ciência política, as Relações Internacionais mergulham em
prática. Mas isso pode ser resolvido produzindo os biocombustíveis em
diversos campos como a Economia, a História, o Direito internacional, a
países tropicais, com maior incidência de luz solar, e os levando para os
Filosofia, a Geografia, a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia e estudos
países menos providos de Sol. Dessa maneira o problema de transporte de
culturais. Envolve uma cadeia de diversos assuntos incluindo mas não
energia seria resolvido.
limitados a: globalização, soberania, sustentabilidade, proliferação nuclear,
Administração das redes elétricas nacionalismo, desenvolvimento econômico,sistema financeiro, terrorismo,
Se a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis está crime organizado, segurança humana, intervencionismo e direitos
generalizada, os sistemas de distribuição e transformação não seriam tão humanos.
grandes distribuidores de eletricidade, mas funcionariam localmente, a fim Teoria das relações internacionais
de equilibrar as necessidades das pequenas comunidades. Os que
As Teorias das Relações Internacionais são instrumentos teórico-
possuem energia em excesso venderiam aos setores com déficit, quer
conceituais por meio dos quais podemos compreender e explicar os
dizer, o funcionamento da rede deverá passar de uma "gestão passiva",
fenômenos relativos à ação humana que transcende o espaço interno dos
onde alguns produtores estão ligados e que o sistema é orientado para
Estados, ou seja, que tem lugar no meio “internacional”. Teorias costumam
obter eletricidade "descendente" para o consumidor, para a gestão "ativa",
ter a intenção de tornar o mundo mais compreensível para seus
onde alguns produtores são distribuídos na rede que devem monitorar
interlocutores, e em alguns casos de explicar e desenvolver possíveis
constantemente as entradas e saídas para assegurar o equilíbrio do previsões para o futuro. É lícito falar, nas relações internacionais, de teorias
sistema local. Isso iria exigir grandes mudanças na forma de gerir as redes.
positivistas, isto é, que acreditam em verdades universais e científicas, e de
teorias pós-positivistas, ou seja, aquelas que duvidam da legitimidade do

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conhecimento científico e contestam as bases epistemológicas, desobedecer qualquer regra moral. A Realpolitik, do alemão “Política Real”,
metodológicas e teóricas dos discursos dominantes. Podemos ainda falar prática da política externa definida como maquiavélica, é normalmente
em meta-teorias, como algumas faces do construtivismo. O realismo e o associada a esse pensamento de cunho realista. Auto-ajuda é, para os
neo-realismo são as correntes dominantes de pensamento nas relações realistas, a noção de que os Estados só podem contar com a sua própria
internacionais ainda hoje embora possamos falar em descentralização e capacidade no que diz respeito às relações internacionais. Em suma, os
fragmentação no campo. realistas enxergam o sistema internacional como um espaço de disputa
Realismo e Neo-realismo pelo poder, motivada por um tema saliente em suas exposições: a
segurança.
A rigor, não se pode falar em origem das relações internacionais nem
em teorias absolutamente homogêneas. Tradicionalmente, porém, se Hans Morgenthau
considera que o primeiro esforço sistematizado em pensar as relações Hans Morgenthau, o pai do realismo clássico, circunscreveu alguns
internacionais ocorreu em 1917 com a fundação na Escócia do primeiro princípios que, em sua concepção, orientavam a política externa. Para ele,
departamento de Relações Internacionais da história. Pensando numa a natureza humana era a referência básica de qualquer análise política, os
forma de evitar os males da guerra (tendo em vista os desastres da Estados tinham como objetivo comum a busca pelo poder e a moralidade
Primeira Guerra Mundial) os cientistas dessa escola debateram formas de seria limitada e definida em termos particulares (ver: seis princípios do
normatizar as relações internacionais. Na véspera do início da Segunda realismo político[3]). O objetivo supremo de todo o Estado seria a
Guerra Mundial, contudo, um estudioso chamado Edward Carr criticou pela sobrevivência e o poder seria instrumentalizado para servir aos interesses
primeira vez os postulados desses primeiros cientistas em seu livro Vinte nacionais.O prestígio poderia ser, também, um objetivo dos Estados no
Anos de Crise, denominando-os como idealistas, por pensarem o mundo na sistema internacional.
forma como ele deveria ser ao invés de pensarem o mundo como ele
efetivamente era. O realismo se define, sobretudo, baseado na oposição John Herz
de Carr aos idealistas, ou seja, como uma teoria que vê o mundo da forma Contemporâneo de Morgenthau, John Herz trouxe importantes
como ele realmente é, desvinculado de princípios morais. Não obstante, a contribuições para o pensamento realista clássico. Embora partilhasse com
expressão mais consolidada do realismo toma forma apenas após a Morgenthau grande parte do núcleo da teoria realista, Herz admitia que a
Segunda Guerra Mundial, com a publicação do livro Política Entre as ética tivesse um papel importante dentro das relações internacionais. Além
Nações de Hans Morgenthau. Com as mudanças no campo das ciências disso, Herz introduziu no pensamento realista a ideia de dilema de
humanas e a transformação do meio internacional (guerra fria e degelo, segurança: quando um Estado se sente ameaçado, ele investe em armas, o
expansão das organizações internacionais e aceleração do processo de que faz, em determinado prazo, com os Estados ao seu redor se sintam
globalização, etc.), muitos autores, realistas ou não, começaram a criticar e igualmente ameaçados, de forma que eles também investem em
rever a obra de Morgenthau, oferecendo visões muito diversas de realismo, armamentos. Dessa forma, todos os Estados acabam numa situação pior
como o realismo estruturalista de Kenneth Waltz, cuja obra Teoria Da do que antes em termos de segurança, mesmo que o objetivo original de
Política Internacional, de 1979, teve um impacto profundo nas ciências determinado Estado tenha sido o de aumentar sua segurança.
políticas...
Liberalismo/ Pluralismo
Conceitos Realistas
Os realistas partilham algumas características que permitem que Nas relações internacionais o Liberalismo, ou Pluralismo, é uma
muitos autores os reúnam em um só grupo teórico. Nas teorias realistas corrente teórica alicerçada principalmente na obra de Immanuel Kant.
das relações internacionais, que reivindicam um caráter objetivo, empírico e Normalmente considerados como “idealistas” pelos expoentes das escolas
pragmático, o Estado é colocado no centro das discussões, pois se realistas, os liberais tem uma visão predominantemente positiva da
considera que o Estado é o ator principal das relações internacionais. Esse natureza humana, e vêem o Estado como um mal necessário. Para os
Estado sempre atua servindo ao interesse nacional, que em sua forma liberais, as relações internacionais podem envolver cooperação e paz,
mais básica é o desejo de sobreviver, mas que também se traduz no possibilitando o crescimento do comércio livre e a expansão dos direitos
acumulo e na manutenção do poder. O poder é tido como um instrumento universais dos homens. Os liberais enfatizam as relações internacionais
por meio do qual os Estados garantem sua sobrevivência no meio como um palco em que atua uma multiplicidade de personagens, como os
internacional, este último considerado, de acordo com os realistas, como Estados, as organizações internacionais, as empresas transnacionais e os
anárquico, isto é, na ausência completa de ordem. indivíduos, motivo pelo qual são chamados também de pluralistas. Eles
acreditam que as relações internacionais podem assumir um aspecto mais
Os realistas não se preocupam com a origem histórica dos Estados,
otimista e sem guerras, motivado basicamente pelo livre comércio.
mas os tomam como dados (“naturais”), além de homogêneos, e
geralmente pensam a natureza humana de forma pessimista, Conceitos Liberais
reivindicando como base de suas ideias as obras de Maquiavel, Hobbes e
até mesmo Tucídides. Embora os liberais tendam a concordar com os realistas no que diz
respeito á caracterização do sistema internacional como anárquico, suas
Nas ciências sociais, e também para os realistas, o Estado deve ser teorias normalmente enfatizam os aspectos desse sistema que privilegiam
definido a partir de sua capacidade de monopolizar a força coercitiva, ou a paz e a cooperação. Para os teóricos do liberalismo, herdeiros do
seja, o poder interno sem o qual não há ordem. iluminismo de Kant, Montesquieu e do liberalismo de Adam Smith, a
No plano internacional, contudo, não há “Estado” e, portanto, não há guerra seria desfavorável ao desenvolvimento do livre-comércio, de forma
monopólio do poder coercitivo, resultando disso os conflitos e guerras em que o crescimento do comércio em escala internacional favoreceria a
que mergulha a humanidade frequentemente. Dessa forma, o âmbito instauração de uma era de paz e cooperação nas relações internacionais.
internacional é perigoso, e os Estados devem pensar em estratégias de Um conceito particularmente importante desenvolvido pelos liberais é o de
segurança para impedir que sua soberania (autoridade legítima de cada interdependência. Num mundo cada vez mais integrado economicamente,
Estado sobre seu território e sua população) seja ameaçada, e para conflitos em determinadas regiões ou tomadas de decisões egoístas
assegurar sua sobrevivência. Encontramos essa descrição dos fenômenos poderiam afetar mesmo Estados distantes, a despeito de seus interesses. A
políticos em Hobbes, que caracteriza a sociedade sem Estados como uma crise do petróleo é um exemplo de impacto da interdependência. Nesse
disputa constante de todos contra todos. caso, os Estados tenderiam a cooperar visando evitar situações
Muitas vezes os Estados são obrigados a cooperar e fazer alianças desastrosas para a economia. A ideia de paz democrática também é muito
para sobreviverem, sobretudo em função de um equilíbrio de poder, isto é, importante para as relações internacionais hoje. Ela se funda na ideia
buscando manter um equilíbrio na distribuição de poder no plano Kantiana de que Estados com regimes em que prevalece a opinião pública
internacional. Logo, se um estado se torna muito poderoso, os outros não entrariam em guerra entre si. A opinião pública alteraria os interesses
podem formar um bloco para neutralizar seu poder e reduzir seu perigo dos Estados, colocando em pauta questões que interessam aos indivíduos,
para a segurança de cada nação. como liberdades, bem-estar social e outras questões de natureza moral.
No pensamento realista a ética ocupa espaço reduzido, uma vez que,
buscando a sobrevivência, os Estados podem quebrar qualquer acordo e

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Direito Internacional e Instituições vulnerabilidade (alternativas de contornar a sensibilidade). As
Entre os instrumentos preconizados pelos pensadores liberais como consequências desse processo de integração, segundo os teoristas, era a
forma de regular os conflitos internacionais estão o direito internacional e redução do uso da força nas relações entre nações. Nessa perspectiva, a
as instâncias supranacionais. Hugo Grotius, em seu Sobre o direito da melhor maneira de solucionar conflitos gerados pela interdependência seria
guerra e da paz, foi o primeiro a formular um direito internacional, pensando a instituição de instâncias supranacionais, por exemplo. Essa abordagem é
em princípios morais universais (derivados do “Direito Natural”) alcançados importante porque subverte a relação estabelecida pelos realistas de
por intermédio da razão que cada homem detém. Grotius desenvolveu a “baixa” e “alta” política: as questões comerciais pareciam ter grande
ideia de Guerra Justa, isto é, que existem circunstâncias em que a guerra importância para a política de poderes.
pode ter legitimidade no direito. O iluminista Immanuel Kant, por sua vez, Falência do Estado
pensava que a formação de uma Federação de Estados refletindo Como foi dito, os liberais vem o Estado de forma pessimista, em grande
princípios de direito positivo seria a melhor forma de conter as guerras que parte porque ele restringe em alguma medida as liberdades individuais. Na
assolavam a humanidade. Esses dois elementos, o direito e a instituição perspectiva liberal, o Estado tende a ter seu poder reduzido conforme a
internacional, são tidos como formas eficientes e legítimas de assegurar a globalização avança, uma vez que a soberania deixa de ser óbvia e uma
resolução de conflitos sem o uso da força. Certamente inspiradas pelo série de novos atores não-estatais adquirem papéis importantíssimos para
pensamento kantiano, uma série de entidades supranacionais foram a configuração das relações internacionais.
criadas durante o século XIX, como as entidades de cooperação técnica e
outras de conteúdo mais explicitamente político, como o Concerto Europeu. Neoliberalismo
Os Quatorze pontos de Wilson Keohane reelaborou seu pensamento institucionalista com novas bases
após severas críticas direcionadas às teorias da interdependência por parte
O discurso do dia 8 de janeiro de 1918 é um dos memoráveis episódios dos realistas. O neoliberalismo, como ficou conhecido, mais uma vez
da História da Primeira Guerra Mundial. Nesse dia, o presidente norte- tentava defender de forma científica que a formação de entidades
americano Woodrow Wilson apresentou uma proposta consistindo em supranacionais era o melhor caminho para a solução de conflitos
catorze pontos cardeais do que deveria ser a nova ordem mundial. As internacionais. Assim, o autor reiterou os postulados realistas, segundo os
interpretações da proposta de Wilson correspondem, de certa forma, às quais o sistema internacional é anárquico e os Estados são seus principais
questões vinculadas ao debate “realismo versus liberalismo”, já que os atores. No entanto, Keohane se esforçou por demonstrar que a falta de
primeiros consideram o presidente Wilson um idealista, enquanto os transparência e o egoísmo completo podem ter consequências pouco
segundos o consideram um brilhante precursor duma ordem mundial benéficas e, por conseguinte, menos lógicas, para as nações envolvidas.
cooperativa. O décimo quarto ponto das propostas wilsonianas pedia que As instituições internacionais teriam, portanto, a função de permitir uma
as nações desenvolvidas formassem uma associação com o objetivo de melhor transparência nas relações internacionais e, assim, garantiriam
garantir a integridade territorial e a independência política dos países. Essa resultados relativamente mais proveitosos do que aqueles que seriam
foi a fracassada Liga das Nações, que, não obstante, figura hoje como obtidos sem a sua existência. É importante ressaltar que a perspectiva de
modelo precursor das Nações Unidas e primeira experiência liberal do tipo. Keohane reconsidera o papel das instituições internacionais, inserindo-as
Embora Woodrow Wilson tenha se esforçado por convencer a população dentro de uma perspectiva de políticas de interesses, descartando a
americana da necessidade de se estabelecer uma Liga das Nações, o dimensão ética dessas instituições reivindicada por outros liberais.
presidente acabou sofrendo sérios problemas de saúde, sendo obrigado a
se retirar de cena, enquanto um congresso cético rejeitava o seu projeto de Segurança pública
paz perpétua.
O CONCEITO DE SEGURANÇA PÚBLICA
Funcionalismo
Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança
O funcionalismo foi uma corrente de pensamento liberal que tentavam pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno
colocar o pensamento liberal em patamar de igualdade com o conhecimento exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à
que era produzido pelos realistas. Em outras palavras, o funcionalismo foi liberdade e é condição para o seu exercício, fazendo parte de uma das
uma tentativa de atribuir tom científico às premissas liberais, estabelecendo inúmeras e complexas vias por onde trafega a qualidade de vida dos cida-
por meio de observações empíricas e análises científicas um conhecimento dãos.
que privilegiasse os elementos de cooperação do sistema internacional. Os
Quanto mais improvável a disfunção da ordem jurídica maior o senti-
principais expoentes dessa corrente foram Karl Deutsch e David Mitrany. Os
mento de segurança entre os cidadãos.
funcionalistas desenvolveram a ideia de spill-over effect, segundo a qual a
gradual obtenção de vantagens por meio da cooperação internacional faria As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis
com que os Estados, tomando consciência da escolha mais racional, que alcancem a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo
preferissem a paz à guerra. Um elemento importante colocado pelos respeito e à defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob esta óptica,
funcionalistas era o de que as instituições internacionais de desenvolvimento compete ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens na totalidade
técnico, em franca expansão, possibilitariam a conformação do mundo num do território brasileiro, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas
molde pacífico. O neofuncionalismo foi a tentativa deErnest Hass de corrigir o leis e a manutenção da paz e ordem pública.
que os realistas chamaram de dimensão “ingênua” do funcionalismo e mais Paralelo às garantias que competem ao Estado, o conceito de segu-
uma vez inserir o liberalismo no debate científico. Hass reconfigura a ideia de rança pública é amplo, não se limitando à política do combate à criminali-
spill-over, dizendo que a tal tomada de consciência aconteceria primeiramente dade e nem se restringindo à atividade policial.
por parte de determinados agentes dentro dos Estados, para só depois se A segurança pública enquanto atividade desenvolvida pelo Estado é
tornar convicção racional e moral do Estado, num processo de aprendizagem. responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos
Interdependência ativos para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se
Poder e Interdependência (1977), a obra liberalista de Robert divertir, protegendo-os dos riscos a que estão expostos.
Keohane e Joseph Nye, é um marco para a discussão de As instituições responsáveis por essa atividade atuam no sentido de
interdependência nas relações internacionais. Analisando as mudanças inibir, neutralizar ou reprimir a prática de atos socialmente reprováveis,
proporcionadas pela acelerada globalização no mundo contemporâneo, que assegurando a proteção coletiva e, por extensão, dos bens e serviços.
envolvia o surgimento de transnacionais, o crescimento do comércio e a
integração internacional intensiva, os autores defendiam que a tomada de Norteiam esse conceito os princípios da Dignidade Humana, da Inter-
decisões por atores estatais e não-estatais tendiam a ser recíprocos, isto é, disciplinariedade, da Imparcialidade, da Participação comunitária, da Lega-
a trazer consequências para muitos outros agentes do sistema lidade, da Moralidade, do Profissionalismo, do Pluralismo Organizacional,
internacional. Dessa forma, os efeitos econômicos de uma decisão tomada da Descentralização Estrutural e Separação de Poderes, da Flexibilidade
do outro lado do mundo poderiam ser muito prejudiciais para os países Estratégica, do Uso limitado da força, da Transparência e da Responsabili-
envolvidos. Para Keohane e Nye, a interdependência é um fenômeno dade.
custoso para os atores do sistema internacional, traduzida em termos de
sensibilidade (repercussão de uma decisão em um país sobre outro) e

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As Políticas de Segurança e Seus Impactos para Desestruturar o Crime que a indústria cultural juntamente com o processoa da globalização é
Há uma grande deficiência nas chamadas Políticas de Segurança apli- responsável por criar essa nova cultura internacional popular; segundo, a
cadas em nosso sistema e convém neste ponto, realçar que em todo o país ideologia ao se personificar nas próprias estruturas sociais torna-se essa
a manutenção da segurança interna, deixou de ser uma atividade monopo- nova cultura globalizada.
lizada pelo Estado. Quando Adorno cunhou o termo indústria cultural no seu livro “Dialética
Atualmente as funções de prevenção do crime, policiamento ostensivo do Esclarecimento” de 1947, ele já havia percebido que a cultura estava
e ressocialização dos condenados estão divididas entre o Estado, a socie- sendo deformada. Ele usou esse termo para substituir a expressão “cultura
dade e a iniciativa privada. de massas” cunhada pelos apologistas da comunicação, que afirmavam ser
porta-vozes de uma cultura que brotava espontaneamente das próprias
Entre as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do senti- massas, da forma que assumiria, atualmente, a arte popular. O termo
mento de insegurança, do sentimento de impunidade e o reconhecimento indústria cultural é um termo crítico e nos mostra que a cultura deixou de
de que o Estado apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer ser algo que surge espontaneamente do povo. “Tal denominação evoca a
um serviço de segurança básico, não atende sequer, às mínimas necessi- ideia, intencionalmente polêmica, de que a cultura deixou de ser uma
dades específicas de segurança que formam a demanda exigida pelo decorrência espontânea da condição humana, na qual se expressaram
mercado. tradicionalmente, em termos estéticos, seus anseios e projeções mais
Diversos acontecimentos têm-nos provado que é impossível pensar recônditos, para se tornar mais um campo de exploração econômica,
num quadro de estabilidade com relação à segurança pública de tal manei- administrado de cima para baixo e voltado apenas para os objetos supra
ra que se protegesse por completo dos efeitos da criminalidade em sentido mencionados de produzir lucros e de garantir adesão ao sistema capitalista
amplo. Porém, isso não significa que o Estado tenha de lavar as mãos e por parte do público.” (DUARTE, 2003, p.9).
conformar-se com o quadro, devendo, portanto, tomar medidas sérias e No mundo globalizado tudo se nivela, a cultura burguesa se universali-
rígidas de combate à criminalidade e à preservação da segurança nacional, za e torna-se totalitária, não há mais espontaneidade, necessidade e expe-
adotando novas soluções tanto no quadro jurídico e institucional como no riências profundas que eram passadas de pai para filho. Walter Benjamim,
operacional que estejam à altura da sofisticação da criminalidade. nos anos trinta, já havia detectado o empobrecimento das experiências
Não se pode sustentar em políticas de combate à criminalidade defici- humanas no mundo moderno. Em seu texto “O narrador – considerações
tária e que não atingem o bem comum, em procedimentos lentos e sem sobre a obra de Nicolai Leskov” ele nos mostra que o homem perdeu a
eficácia, pois não configuram respeito aos direitos fundamentais. capacidade de narrar suas experiências simples e reveladoras. Não existe
Os investimentos em segurança pública estão muitíssimo aquém do mais o típico camponês que narrava suas experiência sobre a terra e as
que seria necessário para se começar a pensar em oferecer segurança. histórias de seus antepassados para seus filhos; não existe mais as histó-
Uma grande prova, é o crescimento dos gastos dos estados e municípios rias dos mitos de um povoado que se perpetuava através da cultura oral;
para combater a violência em contraposição aos investimentos federais que não existe mais a narração do marinheiro viajante. Segundo Benjamim isso
caem paulatinamente. se deve as experiências que se empobreceram no mundo moderno com o
advento da técnica. Essa mudança é decorrente das experiências da pri-
A consequência é que o número de encarcerados cresce a cada dia, meira guerra mundial, onde o progresso técnico-científico tornou-se barbá-
de maneira assustadora sem que haja capacidade do sistema prisional de rie e regressão social. O homem que volta da guerra torna-se mudo, não há
absorver esses excluídos da sociedade. mais experiências a serem relatadas, pois o terror é grande e avassalador.
O déficit de nosso sistema prisional é titânico e, lamentavelmente o es- Todos nós, filhos da modernidade, somos espectadores de uma experiên-
tado não consegue disponibilizar novas vagas e, basta acompanhar os cia humana que melhor se conceitua como guerra, fome, miséria, repressão
jornais, para que nossas perspectivas tornem-se, ainda mais desanimado- e barbárie. Pode-se dizer seguramente que antes o homem era mais es-
ras. pontâneo, seus atos eram ainda vontade e necessidade. Hoje, presos a
Proporcionalmente, os Estados Unidos investem 70 vezes mais que o maquinaria moderna e sem poder produzir e poder transmitir experiências
Brasil no combate à violência, nossos índices nos apontam como um país simples e reveladoras, o homem é convidado a nada mais que compartilhar
88 vezes mais violento que a França. Emerson Clayton Rosa Santos da experiência brutal e uniforme da modernidade.
A cultura popular tem importância fundamental na identidade de um
BIBLIOGRAFIA povo. Um povo que não desenvolve a sua cultura, é um povo sem tradição,
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. sem valores e sem história. Um povo sem cultura é um povo sem passado
nem futuro. Um homem sem cultura é apático à criação e é permeável à
manipulação. Nós conhecemos o povo Grego graças a sua cultura, que
INDÚSTRIA CULTURAL: DA CULTURA POPULAR À CULTURA IN- muito se desenvolveu. Só podemos entender a Grécia, graças ao seu
TERNACIONAL POPULAR teatro, a sua arquitetura, a sua arte e a sua filosofia. Conhecemos a Grécia,
Michel Aires de Souza graças às peças de Sófocles e Ésquilo, ao pensamento de Sócrates e
Platão, aos poemas de Homero e Hesíodo. A cultura é, portanto, o espírito
A indústria cultural pode ser pensada através de duas perspectivas: de um povo.
podemos nos referir a ela enquanto instrumento de formação cultural, Na contemporaneidade há um holocausto cultural. Segundo Alfredo
assumindo fins pedagógicos ou podemos pensá-la em sua função deforma- Bosi, o patrimônio sócio-cultural perdeu-se ou encontra-se depositado em
tiva da cultura e da consciência. Infelizmente foi a segunda opção que ela bibliotecas e museus como relíquias; o que acontece é a destruição de
assumiu no mundo contemporâneo. “O conceito de cultura está intimamen- formas sociais de vida e de trabalho, modos de ser das coletividades, povos
te ligado às expressões da autenticidade, da integridade e da liberdade. Ela e culturas. Bosi critica ainda uma certa vertente culta, ocidentalizante, de
é uma manifestação coletiva que reúne heranças do passado, modos de fundo colonizador, que procura estigmatizar a cultura popular como fóssil
ser do presente e aspirações, isto é, o delineamento do futuro desejado. correspondente aos estados de primitivismo, atraso e subdesenvolvimento.
Por isso mesmo, tem de ser genuína, isto é, resultar das relações profun- Para Bosi, a cultura são os modos de existir de uma nação, é o cotidiano
das dos homens com o seu meio, sendo por isso o grande cimento que “físico e simbólico e imaginário dos homens” (BOSI; 1992, p.324). É a sua
defende as sociedades locais, regionais nacionais contra as ameaças de identidade, sua alma e sua história.
deformação ou de dissolução de que podem ser vítimas. Deformar uma A indústria cultural é a principal responsável pela deformação das cultu-
cultura é uma maneira de abrir a porta para o enraizamento de novas ras na medida em que seus veículos de comunicação tornaram-se meios
necessidades e a criação de novos gostos e hábitos” (Santos, 2000, p.18). de manipulação das massas, visando formar consciências passivas através
Em nossa época, a indústria cultural tem deformado a cultura. A cultura da divulgação de ideologias. Octávio Ianni nos diz que antigamente invadi-
entendida como o mundo físico e simbólico de um povo está desaparecen- am-se os mercados estrangeiros com mercadorias. Mas hoje se invadem
do. Em consequência disso tem surgido uma nova cultura internacional culturas inteiras com informações, entretenimentos e ideias. Formam-se
popular. O objetivo deste texto trata de especular sobre essa nova cultura. linguagens globais. Segundo Mcluhan “a cultura eletrônica da ideia global
O que ela é? Como ela surgiu e se desenvolveu? Que novas necessidades, coloca-nos ante uma situação na qual sociedades inteiras comunicam-se
gostos e hábitos ela tem criado? Duas ideias serão mostradas: primeiro, mediante uma espécie de gesticulação macroscópica, que não é em abso-

Conhecimentos Gerais 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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luto linguagem no sentido usual” (Ianni, 1994, p.42). O que é local, regional, vo: a ideia do homem”. (Horkheimer, 1976, p.06). As pessoas assistem,
nacional, entra no jogo das relações internacionais, ou propriamente glo- ouvem, sentem e deixam se orientar por anúncios e discursos dos meios de
bais. A cultura internacional popular nasce, circula e é consumida como comunicação. Os indivíduos são obrigados a viver numa realidade repressi-
mercadoria lançada simultaneamente em diferentes mercados nacionais. O va de luta e contradição, desintegração e mudança, onde o sujeito tornou-
padrão técnico e cultural dos países dominantes é até mesmo aperfeiçoado se genérico e se dissolveu como mero consumidor. “A indústria cultural
nos países dependentes. Como exemplo temos os programas da tv ameri- perfidamente realizou o homem como ser genérico. Cada um é apenas
cana, europeia e japonesa que são adotados pelos programas brasileiros, aquilo que qualquer outro pode substituir: coisa fungível, um exemplar. Ele
como “BigBrother”; “O aprendiz”; “Domingão do Faustão”; “Silvio Santos”, mesmo como indivíduo é absolutamente substituível, o puro nada (…)”.
onde são aperfeiçoados e até mudados. Há ainda anúncios de transnacio- (Adorno, 1986, p.136)
nais como Coca-cola, Nike, Phillips, McDonalts e muitos outros que circu-
lam como as mesmas propagandas em todos os continentes. Por sobre e OBAMA E OS NOVOS HORIZONTES DA POLÍTICA MUNDIAL
além da cultura nacional popular, toma lugar e generaliza-se a cultura
internacional popular que povoa o imaginário da audiência, público e mas- A posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos da
sa. Diverte, distrai, irrita, ilude, carrega padrões e ideias. Nesse sentido, nos América transcende a qualquer tipo de contextualização da política domés-
diz Ianni, é que a cultura internacional popular entra na construção e re- tica americana. Pela primeira vez na história a investidura de um presidente
construção da hegemonia dos grupos ou classes sociais que se articulam americano chamou a atenção mundial de tal modo que a tornou um evento
em escala global. para além de uma sucessão presidencial. Significou a retomada dos valores
A indústria cultural é responsável por inserir os indivíduos neste novo americanos que desde 1776 fomentam as diretrizes e os fundamentos da
mundo que se generaliza formando uma nova cultura que se nivela global- democracia e da soberania popular.
mente. Os valores dessa nova cultura são os valores da economia de Muito embora princípios como integridade, respeito e dignidade à pes-
mercado. Eles são apresentados como se fossem princípios naturais que soa humana tenham sido conspurcados na Presidência de George W.
devem ser seguidos, não há saída a não ser aceitar passivamente. A Bush, a personalidade de Barack Obama parece talhada não apenas para
indústria cultural oferece máximas de comportamento, desenvolve valores, recuperá-los, mas, sobremodo, para estendê-los ao redor do mundo sob o
normas e crenças que serviriam de referencial para todos conviverem de marco da imprescindível liderança americana, especialmente agora quando
forma pacífica. Ela tem ocultado os problemas, modificado a noticia, e a mácula do racismo parece ter recebido seu golpe mais incisivo nos Esta-
determinado o conteúdo da informação, gerando assim uma falsa consci- dos Unidos. A presente geração americana – multirracial, jovem e plural –
ência sobre esta nova sociedade. Os problemas da globalização parecem deixa para trás o modelo de segregação racial que manchava a reputação
ser atuais, importantes e substantivos, mas na verdade os verdadeiros americana no exterior e convertia o país numa ignomínia em matéria de
problemas são ocultos. A indústria cultural apresenta a ilusão no lugar da direitos humanos.
realidade. Ela cria a ilusão que os antagonismos da sociedade globalizada Por mais que as críticas queiram transformar Obama em marketing,
poderiam ser superados e solucionados no plano das relações interpesso- superficialidade e deslumbramento, não há como desprezar o fato de que o
ais. início do século 21 vem se caracterizando como aquele em que mais rapi-
A indústria cultural na sociedade globalizada modificou o próprio con- damente os paradigmas tradicionais da política são solapados por novos
ceito de ideologia. A ideologia não é somente um conjunto de normas, direcionamentos da sociedade civil em escala global. Um deles é o que faz
regras, valores e preceitos inculcadas nos indivíduos, gerando a falsa das oligarquias partidárias o alfa e o ômega dos projetos políticos nacionais
consciência. em detrimento de movimentos sociais que representam a complexidade, a
A ideologia hoje se personificou nos próprios produtos da economia dinâmica e os anseios dos cidadãos fora das estirpes partidárias. A eleição
global. O mundo tornou-se ideológico e a ideologia tornou-se cultura. A de Obama foi simplesmente uma mensagem bem dada: escutem-nos!
civilização contemporânea com seus edifícios luminosos, com suas ruas de Assim, a vitória de Obama ultrapassa o simples fato da sucessão pre-
rios metálicos, seus edifícios decorativos, sua arquitetura monumental, seus sidencial americana calçada na tradição de seus partidos políticos, de um
shoppings de mármores, seus apartamentos higiênicos são as imagens Congresso bem mais forte e atuante que seu congênere brasileiro e dos
perfeitas da ideologia globalizada, que nivela a tudo e a todos conferindo lobbies econômicos que sempre patrocinaram as campanhas eleitorais
um ar de semelhança a toda cultura contemporânea.O aparato produtivo e americanas. A alteração no comportamento político se deu antes da posse,
as mercadorias se impõem ao sistema social como um todo. O carro, o com a maior participação eleitoral dos jovens na história dos EUA, a doação
eletrodoméstico, a casa, os brinquedos, o alimento já trazem consigo voluntária de indivíduos, associações e empresas, a organização da cam-
atitudes, hábitos, emoções e formas de ser e pensar. A boneca Bárbie já panha através de blogs e sites de relacionamentos na internet, dentre
trás a ideia de que a mulher deve ser magra, alta, bonita, esbelta. Uma outros, podem ilustrar o diferencial da campanha eleitoral que levou Obama
Ferrari já demonstra o poder, o dinheiro, o status de quem a possui. Fumar à Presidência dos Estados Unidos. Ademais, a campanha se estendeu para
um cigarro é sinal de ser bonito e estar sempre livre. Usar um tênis Nike é fora das fronteiras americanas, numa demonstração de que a animosidade
ter bom gosto e ser playboy. Os produtos carregam representações, nor- mundial aos Estados Unidos não se dirigia ao seu povo, mas aos seus
mas e preceitos dizendo as pessoas como devem pensar, como devem líderes políticos personificados na presidência de George W. Bush.
agir, como devem sentir e como devem valorizar. Este é o diferencial de Obama em relação ao seu antecessor, qual seja
Por sobre e além da cultura nacional popular, a indústria cultural fo- o de que os Estados Unidos não podem mais se desligar do mundo. Enfim,
mentou uma nova cultura internacional popular, que é em sua essência a Obama é certamente uma personagem que, desde já, influencia o curso da
ideologia burguesa da sociedade do consumo. Foi ela que fomentou o história, por representar a mudança em escala global das concepções de
indivíduo idiotizado, que gosta dos entretenimentos bestializados, fúteis, Estado, política e liderança.
sendo dóceis, serviçais, responsáveis, cumpridores dos deveres e das
normas sociais. A indústria cultural no mundo globalizado tornou-se um
ECONOMIA INTERNACIONAL
instrumento de regressão psíquica gerando a perda da autonomia do
indivíduo. É ela que dá aos homens um critério de orientação num mundo
caótico, inculcando conceitos de dever e ordem. Ela cria a falsa impressão EUA voltarão a crescer no 2º semestre de 2009, prevê FED
que existe uma coesão social e uma harmonia entre os homens. A industria O Federal Reserve (FED) indicou que constata uma "evidente tentativa"
cultural é a personificação do anti-iluminismo. Para Adorno, ela impede a de recuperação da economia no segundo semestre e um crescimento
formação de indivíduos autônomos, independestes, capazes de julgar e se modesto, prevendo uma inflação de entre 0,6% e 0,9% neste ano. O Produ-
decidir conscientemente. O indivíduo perdeu o seu caráter crítico da reali- to Interno Bruto (PIB) da maior economia mundial cairia entre 1,3% e 2,0%
dade e tornou-se submisso aos fatos. Há apenas uma dimensão da reali- em 2009, antes de crescer de 2% a 3% em 2010 e de 3,5% a 4,8% em
dade que é a de trabalhar e consumir. “A autonomia do homem enquanto 2011, segundo as previsões econômicas do Comitê de Política Monetária
indivíduo, a sua capacidade de opor resistência ao crescente mecanismo do FED (FOMC) que acompanham as atas de sua última reunião, realizada
de manipulação da massa, o seu poder de imaginação e o seu juízo inde- em abril.
pendente sofreram aparentemente uma redução. O avanço dos recursos O Federal Reserve indicou que a atividade reduzida deverá manter um
técnicos de informação se acompanha de um processo de desumanização. aumento dos preços ainda inferior ao seu objetivo (1,7% a 2,0% ao ano) até
Assim, o progresso ameaça anular o que se supõe ser o seu próprio objeti- 2011.
A taxa de desemprego, atualmente em 8,9%, seu nível mais alto em 25
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anos, poderá atingir 9,6% em 2009 e 8,5% em 2011, superando o objetivo afinal os países já passaram por isso outras vezes e essa não vai ser a
de longo prazo do Fed, estimado antes entre 4,8% e 5%. primeira e nem a última vez que vão precisar superar seus limites. Thiago
As novas previsões do FED coincidem com o diagnóstico formulado no Augusto
início do mês por seu presidente Ben Bernanke, que havia anunciado uma
recuperação antes do final do ano, advertindo, no entanto, que esta seria
lenta e que o desemprego continuaria aumentando.
As atas da reunião do FOMC apresentam um tom levemente mais oti-
mista das autoridades do banco central americano, apesar de destacar uma
série de desafios financeiros e econômicos."Os participantes concordam
que as informações recebidas desde a reunião de março indicam uma
evidência preliminar de que o ritmo de contração da atividade econômica
real começa a diminuir", ressalta o documento.
"Os participantes notaram que, em geral, as condições dos mercados
financeiros se fortaleceram, e as pesquisas e relatórios parciais indicam um
aumento da confiança das famílias e das empresas, que, entretanto, man-
tém-se em um nível muito baixo", acrescentam as atas.
De maneira geral, "a maioria" dos membros do FOMC prevê que a
economia não atingirá seus objetivos de crescimento, desemprego e infla-
ção a longo prazo antes de cinco ou seis anos. Crise Mundial

CRISE MUNDIAL
A crise afetou o mundo todo a varias demissões no Japão devido a cri- ENTENDA A CRISE MUNDIAL DOS ALIMENTOS
se isso fez com que as empresas e lojas começassem a demitir funcioná-
rios e com isso aumentou muito o desemprego. Com a Crise Mundial Para especialistas, não é possível eleger um único 'vilão' para a crise.
empresas que estavam contratando mão de obra hoje estão demitindo
muitos funcionários toda semana. A crise afetou o câmbio oficial e a eco- Organismo de alimentos da ONU aponta principais fatores.
nomia de todos os países e as empresas estão tenteando passar por ela e Ligia Guimarães
isso está sendo bem complicado principalmente nas cidades pequenas do
interior.
Os alimentos estão mais caros e, no mundo todo, o tema deixa autori-
dades em alerta e esquenta debates em torno das possíveis causas para a
escassez de comida.
Para explicar a crise atual, no entanto, não é possível eleger um “vilão”
específico. Segundo especialistas, são muitos os fatores que culminaram
Atual Crise Mundial no cenário de inflação agravado desde o começo do ano.
Com a crise mundial até mesmo os alimentos aumentaram o preço e De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações
com isso muitas pessoas não conseguem fazer a compra. Especialistas Unidas, a falta de alimentos ameaça como um "tsunami silencioso", e pode
tentam entender o que esta acontecendo, mas não conseguem e se eles afundar na fome 100 milhões de pessoas.
não entendem imagine a população que esta sofrendo muito com tudo isso. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricul-
Combustíveis como álcool, gasolina, gás e outros aumentaram muito neste tura e Alimentação (FAO) os principais fatores que influenciam a alta dos
ano e tudo devido a crise mundial que deslanchou com a chagada do ano preços dos alimentos são o aumento da demanda, a alta do petróleo, a
de 2009. Muitas empresas com uma situação financeira muito boa estão especulação e condições climáticas desfavoráveis. Há controvérsias sobre
preocupadas com a crise e tendo que mandar embora muitos funcionários e a dimensão da responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-
o Brasil fosse também enfrentar essa crise, mas segundo informações do primas (cana, milho e outras) disputam espaço com culturas destinadas à
presidente do BC o país está preparado para contorná-la. Mas a falta de produção de comida. Saiba mais sobre cada um desses fatores:
emprego é visível e isso faz com que as pessoas passem necessidade
dentro de casa sem nada poder fazer. Mais demanda, menos oferta
Países como os Estados Unidos também estão sofrendo consequên- A população mundial está comendo mais. Especialmente nas econo-
cias por causa da crise, pois o dólar caiu bastante e com isso a economia mias que têm registrado maior expansão, como a da China, que tem 1,3
do país também cai. As demissões do Japão devido à crise mundial foram bilhão de habitantes. Com mais gente comprando, vale a lei da oferta e da
muitas e as pessoas que foram para o Japão para tentar um emprego em procura: os produtos se valorizam no mercado e ficam mais caros.
montadoras de carro importados da Honda estão retornando para o Brasil,
pois as demissões aumentam a cada dia e não estão contratando ninguém Alta do petróleo
por enquanto. As oportunidades de emprego no Japão são muito boas e O preço do barril de petróleo vendido em Nova York e em Londres tem,
somente foram afetadas pela crise mundial e tudo isso vai ser com certeza sim, relação direta com a escalada do valor dos alimentos, já que a agricul-
superado. tura demanda grandes quantidades do óleo, seja no maquinário, tratores,
uso de fertilizantes ou transporte, até esse produto chegar ao consumidor.
A falta de dinheiro em todos os setores causa muito desemprego e as “O aumento no petróleo também faz com que o preço final dos alimen-
pessoas estão preocupadas com isso e torcem para que tudo seja resolvido tos fique mais caro”, diz Francisco Carlos Teixeira, professor da Universi-
rapidamente. As cidades do interior do Brasil é que sofrem muito com tudo dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, o preço do barril influi
isso afinal já não possui muitas oportunidades de emprego, pois geralmente diretamente nas commodities agrícolas em duas pontas: na produção e na
possui uma única empresa e com a crise mundial a empresa não consegue distribuição.
segurar seus funcionários que são demitidos. Para conseguir passar pela
crise mundial com menos danos possível é preciso ter muita calma e agir “Hoje, a agricultura é totalmente industrializada e depende em boa me-
com bastante cuidado tentando economizar no que for possível usando dida do petróleo, usado como matéria-prima para uma série de produtos,
menos luz, não desperdiçando água do meio ambiente e nem alimentos e como defensivos agrícolas e químicas de preparação da lavoura. Além
fazendo com que os funcionários entendem que é preciso conter gastos disso, também movimenta os veículos que transportam as safras agrícolas”,
para poder economizar dinheiro para tentar segurara s demissões e manter diz Teixeira.
a empresa funcionando. Com certeza em meio a uma crise mundial é
complicado manter uma empresa funcionando e sem ter que dispensar Especulação
funcionários, mas não é impossível e com certeza tudo vai ser superado Com a queda do dólar, investidores que ganhavam dinheiro investindo
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na moeda norte-americana migraram para a aplicação em outras commodi- BRICs
ties, como os produtos agrícolas.
Entres demais países que constituem o chamado bloco dos BRICs
Muitos fundos têm usado as bolsas de mercadorias para especular com (formado pelas iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China), os russos contam
a antecipação da compra de safras futuras em busca de melhor rentabilida- com 2,7%; os chineses, com 3,7%; e a Índia, 1,9%.
de, o que também contribui para valorizar e o preço de commodities como o
trigo e o arroz. Em contrapartida, os Estados Unidos possuem 17,1% dos votos, e um
Segundo a FAO, os preços internacionais do arroz começaram uma país como a Suíça possui 1,6%.
escalada desde o início do ano, depois de subirem 9% em 2006 e 17% em O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, em Washington, que
2007. O preço do produto subiu 12% em fevereiro e mais 17% em março, os BRICs concordaram que não fariam novos aportes financeiros ao FMI a
segundo o índice All Rice Price, elaborado pela entidade. não ser que o fundo ofereça instrumentos flexíveis que confiram maior
poder aos emergentes.
Condições climáticas
Entre as mudanças que Mantega disse ter surgido da negociação com
O clima é outro fator que reduziu a quantidade de alimentos produzida os BRICs estava a de permitir que as nações que fizerem doações possam
no mundo, segundo relatório da ONU divulgado na semana passada. determinar que países ou regiões possam receber os novos empréstimos.
As condições climáticas desfavoráveis devastaram culturas na Austrália
e reduziram as colheitas em muitos outros países, em particular na Europa,
Ampliação
segundo a FAO.
Segundo as previsões da FAO, as reservas mundiais de cereais caíram O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, disse que os
para o seu nível mais baixo em 25 anos com 405 milhões de toneladas em Estados Unidos defendem a ampliação do papel dos emergentes dentro do
2007/08, 5 % (21 milhões de toneladas) abaixo do nível já reduzido do ano FMI, através da revisão do sistema de cotas até 2011 - o mesmo prazo
anterior. pretendido pelos BRICs.
Mas o ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, disse, em
Biocombustíveis? Washington, durante a reunião do Fundo e o Bird, que os países ricos ainda
resistem à ideia de ampliar a representação das economias ascendentes.
"Os biocombustíveis são apenas uma gota no oceano desse cenário de
aumentos”, diz a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ''Nós temos encontrado uma atitude fria e até de resistência. Os países
Suzana Kahn Ribeiro. que lideram não estão com pressa. Essa foi a principal discussão da reuni-
ão do FMI'', comentou Kudrin. BBC Brasil.
Segundo ela, o caso do biocombustível é particular do etanol fabricado
a partir do milho dos Estados Unidos. "O milho é uma cultura alimentar e,
Energia: Exploração de gás e petróleo de xisto deve mudar cenário
de fato, começou a haver um desvio da produção de milho com finalidade
global
para alimento para a produção do etanol", diz.
Carolina Cunha
Com a redução da oferta de milho subiu o preço dos derivados, o que
Da Novelo Comunicação
começou um processo em cadeia; aumentou o preço da ração dos animais
e, consequentemente, das carnes. "No Brasil (onde o etanol é feito a partir 21/01/2014
da cana-de-açúcar) a realidade é bem diferente; tanto que, no nosso histó-
rico dos últimos 30 anos, aumentamos a produção não só de etanol, mas O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e porosa, rica em material
também de alimentos", diz. orgânico. Em suas camadas, é possível encontrar gás natural semelhante
ao derivado do petróleo, que pode ser destinado para o uso como combus-
tível de carros, geração de eletricidade, aquecimento de casas e para a
BRASIL ESTÁ ENTRE MAIORES DA ECONOMIA MUNDIAL, DIZ FMI atividade industrial. Por se encontrar comprimido, o processo de extração
do gás é complexo e requer alta tecnologia para a perfuração de zonas
Da BBC Brasil em Washington profundas, geralmente a mais de mil metros de profundidade. Mas nos
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique últimos anos, os Estados Unidos, o maior consumidor de energia do mun-
Strauss-Kahn, acredita que o Brasil caminha para ser ''um dos maiores do, têm investido na melhoria da tecnologia de extração, o que promete
nomes da economia mundial'', e que o papel brasileiro junto à comunidade provocar uma revolução na matriz energética do país – e no mundo.
internacional é mais importante do que o fato de o país ainda contar com O movimento dos EUA em busca de outra fonte de energia no futuro
uma representação dentro do Fundo aquém do peso de sua economia. caminha na direção de estudos que apontam uma queda aguda na produ-
Os comentários de Strauss-Kahn foram feitos neste domingo, durante a ção mundial projetada de petróleo e um aumento na dependência das
entrevista coletiva realizada por ele e o presidente do Banco Mundial (Bird), fontes de combustíveis considerados fósseis não convencionais (areias
Robert Zoellick, para marcar o encerramento da reunião de primavera do oleosas, petróleo de águas ultra profundas, óleo de xisto) e não convencio-
Fundo e do Bird. nais renováveis, como os bicombustíveis.
''O Brasil está se tornando um dos maiores nomes da economia
mundial. E a importância do Brasil na cena internacional, o papel Em 2000, a produção norte-americana de gás de xisto era praticamen-
desempenhado pelo presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), são o que te zero. Desde 2006 as empresas começaram a usar a técnica da fratura
fazem do Brasil mais importante do que o tamanho das cotas'', afirmou hídrica, ou fracking, que consiste na injeção de toneladas de água, sob
Strauss-Kahn. altíssima pressão, misturada com areia e produtos químicos, com o objetivo
de quebrar a rocha e liberar o gás nela aprisionado. Com a nova tecnologia
As cotas destinadas aos países que integram o fundo determinam o
e investimentos, o gás hoje representa 16% da demanda de gás natural.
poder de voto de cada nação dentro do FMI. Inicialmente, as cotas visavam
Somente em 2008, os EUA ampliou a oferta em 50% e está investindo em
ser condizentes com o peso econômico de cada país, mas atualmente elas
novos poços e na produção em larga escala. Em 2035, o país pode tornar-
não refletem mais o crescente peso econômico das nações emergentes.
se autossuficiente com ajuda do xisto.
No início deste ano, o tamanho da cota brasileira aumentou de 1,4%
para 1,7%. A reserva americana de gás de xisto foi estimada em 2,7 trilhões de
''Isso não mudou muita coisa'', reconheceu o diretor do Fundo. Mas metros cúbicos pela agência de Informação Energética dos EUA. Essa
acrescentou: ''Não estou dizendo que as mudanças de cotas não sejam quantidade é suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos.
importantes, porque a cota tem que estar alinhada com a realidade da vida Os EUA também pretendem aumentar a produção de petróleo no fundo do
econômica, mas China, Índia e Brasil não estão esperando por uma nova mar. Isso graças ao avanço na técnica de extração a partir do xisto betumi-
mudança de cotas para ser ouvidas dentro do FMI''. noso, o chamado “shale oil” – hoje, a Rússia é o país que mais possui
reserva desse xisto, com 75 bilhões e barris.

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A extração também deve mudar o cenário global de energia. Há mais A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter
de 50 anos, o maior fornecedor de recursos petrolíferos do mundo é o pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição
Oriente Médio, fato que determinou em grande parte as relações políticas tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais
entre os países membros da Organização dos Países Exportadores de altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o contro-
Petróleo (Opep) e outros países árabes com alta produção de petróleo com le dos preços.
os EUA e Europa.
Câmbio, balança e investimentos
Essa nova realidade está barateando o preço dos combustíveis nos Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a ta-
EUA e já causa impacto nos mercados econômicos. A produção norte- xa de câmbio no fim de 2015 subiu de R$ 3,35 para R$ 3,40 por dólar. Para o
americana de petróleo de xisto fará com que o Brasil reduza em 60% as término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$
exportações da Petrobras para o país em dois anos. Em 2013, a empresa 3,49 para R$ 3,50.
vendeu mais para a China do que para os EUA, que durante anos foi seu
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de ex-
maior comprador.
portações menos as importações) em 2015 subiu de US$ 6,40 bilhões para US$
Riscos ambientais são altos 7,70 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit avançou de
US$ 14,79 bilhões para US$ 15 bilhões.
O xisto é considerado o combustível fóssil que menos emite dióxido de Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos
carbono. Mas, assim como o petróleo, a exploração do xisto também no Brasil caiu de US$ 66 bilhões para US$ 65 bilhões. Para 2016, a estimativa
oferece riscos ambientais e seus problemas ainda não são totalmente dos analistas para o aporte permaneceu em US$ 65 bilhões.
conhecidos. Embora pareça ser o caminho da autossuficiência energética
para os EUA, por exemplo, sua técnica de extração está proibida em países Contas públicas
como França, Bulgária e Irlanda.
Hoje um dos grandes problemas do Brasil é o equilíbrio das contas
A técnica de extração por fratura hídrica utiliza uma grande quantidade públicas, ou seja, a diferença entre as receitas e as despesas do governo
de água e gera resíduos poluentes. A atividade envolve uma fórmula con- federal. São essas contas nacionais que oferecem indicadores da “saúde”
tendo mais de 600 componentes químicos e emite gás metano (um dos da economia de modo geral.
causadores do efeito estufa e aquecimento global). Um dos riscos mais E como esse equilíbrio é alcançado? O Estado arrecada dinheiro por
graves é a contaminação do solo e da água subterrânea. meio da cobrança de impostos que incidem sobre a renda, a propriedade,
Neste processo, pode ocorrer vazamento e as toneladas de água utili- serviços e produtos. Existe ainda a receita de dividendos oriundos de
zadas podem retornar para a superfície contaminadas por metais e com- empresas públicas ou de alugueis do patrimônio público. Já as despesas
postos químicos usados para facilitar a extração. A ingestão de metano incluem gastos com obras, previdência, educação, saúde, funcionários,
diluído em água, por exemplo, pode causar sérios problemas de saúde. pagamento da dívida pública, entre outros.

Outros riscos são a possibilidade de abalos sísmicos, explosões e in- Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que hou-
cêndios. A controvérsia ambiental levou diversos países a proibir por lei o ve superávit primário.Quando as despesas superam as receitas, ou
uso do método, como a França, Bulgária, Irlanda, Irlanda do Norte e alguns seja, o governo gasta mais do que arrecada, temos um déficit primário.
estados norte-americanos. Números recentes das contas públicas do Brasil mostram um país à
beira de uma crise fiscal. Segundo dados do Tesouro Nacional, o ritmo de
Brasil avança na exploração de xisto
crescimento dos gastos do Estado é seis vezes maior que o das receitas.
No país, a técnica mais comum de extração de combustíveis fósseis é Entre janeiro e novembro de 2014, o governo federal gastou R$ 933,1
a perfuração de poços tradicionais em terra ou em alto-mar. A grande bilhões. No mesmo período do ano anterior, o valor foi de R$ 827,7 bilhões.
aposta brasileira para aumentar a oferta da matriz energética é a explora- Ou seja, as despesas cresceram 12,72%, enquanto as receitas avançaram
ção da camada de pré-sal no litoral, o que promete levar o país a autossu- apenas 2,8% no mesmo período, passando de R$ 890,3 bilhões (2013)
ficiência de petróleo e gás. para R$ 914,7 bilhões.
No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em pequena escala, pela A diferença entre as contas (receitas menos despesas, excluindo o pa-
técnica de fraturação. O país detém grandes reservas da camada de rocha gamento da dívida pública) foi de R$ 18,3 bilhões, o pior resultado de
e, segundo a agência de Informação Energética dos EUA, temos a 10ª janeiro a novembro desde 2001 (início da série histórica desse indicador).
maior reserva de gás xisto do mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos,
atrás da China, que tem as maiores jazidas globais, Argentina, Argélia, Para especialistas esse resultado se deve ao aumento dos gastos do
Estados Unidos, Canadá, México, Austrália, África do Sul e Rússia. Já a governo nas eleições, às concessões com desonerações de tributos e ao
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima baixo crescimento da economia que derrubou a arrecadação.
que o país tenha 14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de “shale oil”. Se por um lado os gastos do governo “injetam” mais dinheiro na eco-
Em novembro de 2013, a ANP leiloou blocos destinados ao mapea- nomia, por outro, também influenciam na inflação. Um dos mecanismos
mento e extração em 12 Estados (Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas, usados para “frear” os gastos excessivos de prefeituras, governos estadu-
Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Paraná e São Pau- ais e da União é a Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada em 2000.
lo). A arrecadação total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de explora- A Lei estipula o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL)
ção devem começar em 2014. O Governo Federal está avaliando o impacto nos gastos com o funcionalismo público. Na prática, ela também ajuda a
ambiental da tecnologia de fraturação. cumprir as metas de superávit, pois obriga o governo a economizar para
Uma das reservas brasileiras de maior potencial situa-se no Paraná, pagar juros.
próxima ao Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios subterrâneos Quem estoura o limite máximo fica proibido de contrair financiamentos,
de água potável do mundo. Enquanto a exploração de xisto no Brasil ainda de conseguir garantias de outras unidades da Federação para linhas de
está no começo, no curto prazo, especialistas no setor avaliam que a crédito e de obter transferências voluntárias.
exploração do pré-sal poderia ser afetada pela queda de preços produzida
pelo gás Devido ao aumento dos gastos públicos, em dezembro de 2014, o
Congresso aprovou um projeto de lei que poupa a gestão de ser responsa-
Taxa de juros bilizada por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2015.
Após o Banco Central ter subido os juros para 14,25% ao ano no fim de ju-
Contas externas
lho, o maior patamar em nove anos, o mercado manteve a estimativa de que não
devem ocorrer novos aumentos de juros em 2015. Para o fim de 2016, a estimati- A situação das contas externas ou da balança comercial é pautada
va ficou estável em 12% ao ano - o que pressupõe reduções da taxa Selic ao pela diferença entre importação e exportação (matérias-primas, produtos e
longo do ano que vem.
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transações de comércio, serviços e renda). O déficit ocorre quando existe prego deu sinais de desgaste, a inflação (em torno de 6,5%) e juros regis-
diferença no balanço de pagamentos em transações correntes. traram altas significativas e os brasileiros nunca estiveram tão endividados.
Em relação às contas externas, o Brasil está importando mais do que Levantamento feito pelo Banco Central mostra que 45,88% da renda
exportando. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e anual acumulada pelas famílias brasileiras é para o pagamento de dívidas,
Comércio Exterior, em 2014 a importação superou a exportação em US$ quase o dobro do registrado em 2005 (21,47%).
3,93 bilhões, sendo o primeiro saldo negativo anual desde 2000.
O novo ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, disse que fará
Segundo especialistas, o saldo negativo é devido à desvalorização do um ajuste fiscal e pretende cumprir a meta de superávit primário de 1,2%
preço de commodities (as matérias-primas que o país exporta, como miné- do PIB para 2015. Como sem crescimento será difícil cumprir essa meta, a
rio de ferro e soja), cenário internacional desfavorável (como a crise da tendência é que haja um maior rigor fiscal nas contas públicas.
Argentina) e ao baixo preço do petróleo.
Transpacífico: Riscos e metas do acordo de comércio global
Dívida pública
A existência do comércio livre entre as nações é uma das característi-
Quando falta dinheiro em caixa, o governo pode se endividar e pegar cas da economia contemporânea e ajudou a moldar o final do século 20
recursos emprestados de investidores para honrar compromissos. Em com a expressão “a era da globalização”.
troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção monetá-
ria. Para isso, ele costuma emitir títulos públicos que são vendidos no Com o fim da Guerra Fria, após queda do Muro de Berlim e o colapso
mercado financeiro. da União Soviética, começou um novo período da economia internacional,
capitaneado por novos tratados de comércio. Geralmente, esses acordos
A dívida bruta do Brasil saltou para 62% do PIB (produto interno bruto, buscam oferecer um maior dinamismo à economia internacional com a
ou seja, a soma de toda riqueza produzida pela sociedade). Em dez meses, redução de práticas protecionistas e barreiras alfandegárias entre os países
o endividamento total aumentou 8,4 pontos percentuais, já que, em dezem- signatários.
bro de 2013, a dívida representava 53,6% de todas as riquezas produzidas
pelo país. O avanço da fragmentação da produção em escala mundial, com a
formação de cadeias globais de valor que organizam os processos produti-
O dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as des- vos envolvendo vários países, vem aumentando consideravelmente a
pesas (exceto juros da dívida pública) é chamado de superávit primário. É interdependência econômica entre as nações.
esse dinheiro que o governo usa como poupança para pagar os juros da
dívida pública. Fatores como a redução dos custos do transporte internacional de bens
e mercadorias e tarifas, as revoluções tecnológicas, o aprofundamento da
Manter as contas públicas em dia é crucial para o mercado financeiro divisão internacional do trabalho e a expansão das empresas multinacionais
internacional. Quanto menor a dívida em relação ao PIB, mais o país mos- facilitaram esse avanço e levaram àquela que é considerada uma das
tra que é um “bom pagador”. Quanto maior a capacidade de pagamento do principais características do comércio no século 21: a dispersão das dife-
Brasil, menor é o risco de crédito e as chances de conseguir taxas de juros rentes etapas envolvidas na produção de um determinado bem em diferen-
mais baixas em empréstimos. tes países.
A dívida ainda pode aumentar se a cotação do dólar subir. Quanto mais Por essa lógica, insumos, partes, peças, serviços – ou seja, cada etapa
os encargos da dívida crescerem, pior ficará a situação fiscal. ou tarefa envolvida na produção de um bem final – são produzidos onde
quer que estejam disponíveis os materiais e as habilidades necessários,
Juros e inflação desde que tenham um preço e qualidade competitivos.
O gasto público também pressiona a alta dos preços em geral. Com a Com isso, a relação entre grandes e pequenas economias se intensifi-
inflação mais alta, o governo também sobe a taxa básica de juros (Selic). A cou – nem sempre da maneira mais justa devido a casos de exploração de
alta dos juros pelo Banco Central é uma forma de conter o consumo das mão de obra e a outras questões- e tornou-se importante estabelecer
famílias e frear a oferta de crédito pelos bancos. diferentes parcerias, acordos e negócios com determinados países, bus-
Apesar disso, os juros altos deixam famílias endividadas em alerta e cando sempre mais benefícios para os envolvidos.
“travam” financiamentos do setor produtivo, o que freia os investimentos Esse cenário permitiu, a partir dos anos 2000, um crescimento dos
que o país precisa para voltar a crescer. acordos regionais de comércio. Somente entre 2000 e 2010 foram assina-
Austeridade dos 241 acordos regionais de comércio, segundo a OMC (Organização
Mundial de Comércio). São exemplos desses acordos o NAFTA, Mercosul,
Numa situação de crise ou recessão, austeridade é o caminho escolhi- União Europeia, entre outros.
do por muitos governantes. Durante a crise econômica de 2008, a palavra
foi muito ouvida nos discursos dos novos ministros europeus que realiza- Esse fenômeno, conhecido como a “terceira onda de regionalismo” (ou
ram reformas em meio a déficits, desemprego, calotes em dívidas, entre acordos regionais), caracterizou-se pela pulverização de acordos com a
outras situações. A austeridade nada mais é do que controlar rigidamente criação de regras e mecanismos de integração que vão além do regime
os gastos públicos. multilateral de comércio e das regras impostas pela OMC.
E para reequilibrar as finanças públicas, a saída que os governos en- O diferencial desses novos acordos é que eles aprofundam ainda mais
contram é cortar gastos ou aumentar receitas (ou as duas coisas ao mesmo o conceito de comércio, incorporando padrões trabalhistas e ambientais à
tempo). Para ter mais dinheiro, ele pode aumentar impostos ou contar com agenda e tratando da regulação sobre investimentos e direitos de proprie-
o crescimento da economia do país. dade intelectual.
A carga tributária brasileira já é considerada alta. Hoje, quase 36% do O Acordo de Associação Transpacífico (TPP, em sua sigla em inglês)
PIB são destinados ao pagamento de impostos, que também podem vir nasce querendo ser a principal referência desse tipo de acordo comercial.
embutidos no preço de bens, produtos e serviços (como luz, água, carro, Acordo Transpacífico reúne 40% da riqueza do mundo
gasolina, transporte, imóveis etc).
Em 2015, mais um bloco econômico foi formado. Estados Unidos, Ja-
Quando a economia cresce pouco, o resultado é uma arrecadação de pão, México, Peru, Chile, Canadá, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei,
impostos menor do que o esperado. Quando a economia cresce muito, as Austrália e Nova Zelândia assinaram em outubro o Acordo de Associação
receitas avançam no mesmo ritmo, impulsionadas pela exportação ou Transpacífico (TPP, em sua sigla em inglês). Segundo o presidente norte-
consumo interno. americano Barack Obama, o tratado é “o marco comercial do século 21”.
O problema é que em 2014, a economia do Brasil cresceu cerca de Isso porque ele reúne 40% do PIB global, com números que podem equili-
1%. Além do crescimento do PIB abaixo do previsto no último ano, o em- brar ou desequilibrar a balança econômica mundial.

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A história desse acordo começa em 2005, com o objetivo de estreitar últimas décadas, o país priorizou a inserção multilateral em detrimento da
as relações econômicas entre Brunei, Chile, Cingapura e Nova Zelândia. Ao assinatura de acordos regionais e bilaterais de comércio, com exceção do
longo dos anos foi gerando interesse em outros países e passou a ter mais Mercosul. Em 2014, o Mercosul movimentou 55 milhões de dólares. Com a
membros, até chegar a um novo grupo com 12 países, numa tentativa de estagnação econômica e o baixo crescimento dos países-membros, o bloco
promover uma área de livre comércio entre países da região do Oceano ainda é visto como tímido na economia global.
Pacífico, tanto da Ásia como das Américas.
E quanto aos Brics? Ao contrário do que muitos pensam Brasil, Rússia,
O empenho dos EUA em aderir ao TPP é visto por muitos especialistas Índia, China e África do Sul não compõem um bloco econômico, mas sim
como uma tentativa indireta de enfraquecer a economia chinesa no conti- um bloco de países com índices de desenvolvimento e situações econômi-
nente asiático. Desde o início do século 21 a China se mostra um dos cas parecidas. Eles formam uma espécie de aliança que busca ganhar
maiores mercados consumidores e zonas de investimentos do cenário força no cenário político e econômico internacional defendendo interesses
internacional, embora esteja passando por um momento desaceleração comuns e buscando formalizar acordos e medidas.
econômica, e tornou-se o maior rival dos EUA na região.
Em entrevista à imprensa, Armando Monteiro, ministro do Desenvolvi-
Oficialmente, o TPP pretende eliminar ou reduzir as barreiras alfande- mento, Indústria e Comércio Exterior, disse que uma saída para Brasil em
gárias entre os países membros, facilitar o acesso a mercados de bens, relação aos impactos do TPP seria uma aproximação entre o Mercosul e a
serviços e investimentos, bem como criar um mecanismo de ajuste e ate- União Europeia. Conversas entre delegações dos dois blocos já estão
nuação de problemas comerciais. A princípio, não difere do objetivo de acontecendo para um novo acordo de cooperação acontecer.
outros acordos entre países.
Por outro lado, a convergência regulatória entre os membros do Trans-
No entanto, no papel, este novo bloco pretende ir além de outros acor- pacífico pode resultar em benefícios para países externos, especialmente
dos comerciais ao ser classificado como um megabloco e inserir em seu se vier acompanhado de simplificação das normas, aumento da transpa-
texto questões que vão desde convergência regulatória, intercâmbio de rência e redução de tarifas, inclusive o Brasil.
informações e de propriedade intelectual, estabelecimento de princípios
trabalhistas e medidas de conservação ambiental, além de pensar em uma BIBLIOGRAFIA
nova estrutura de governança para o funcionamento da produção fragmen- Parceria Transpacífico: Um acordo megarregional na fronteira da regu-
tada. lação do comércio internacional, de Flavio Lyrio Carneiro (Ipea, 2015).
A OMC é quem controla o funcionamento do sistema multilateral de Disponível online
comércio internacional. Essa estrutura visa garantir a livre competição entre O Brasil e as grandes tendências do comércio internacional no século
os países membros, eliminar os obstáculos ao comércio global e permitir o 21, de Rafael Henrique Dias Manzi. Boletim Meridiano 47, UnB (2014).
acesso cada vez mais amplo de empresas ao mercado externo de bens e Disponível online
serviços.
Acordos comerciais internacionais: o Brasil nas negociações do setor
Para quem defende mudanças, como os EUA, a organização não de serviços financeiros, de Neusa Maria Pereira Bojikian (Editora Unesp;
avança em novas questões e fica muito presa ao tema da agricultura e às 2009)
negociações levadas às Rodadas de Doha.
O Brasil e a economia internacional, de Paulo Nogueira Batista Junior
Mega-acordos como o TPP buscam aprofundar os compromissos as- (Elsevier Editora; 2005)
sumidos no plano multilateral ou que nunca foram objeto de disciplina neste
sistema. Nesse sentido, há quem avalie que o acordo pode bater de frente Agrotóxicos: Brasil é o maior consumidor mundial em 2014
com a OMC, e por isso as críticas ao TPP, que assim seria mais um negó- Os agrotóxicos são produtos químicos sintéticos usados para matar in-
cio político do que comercial, tentando impor novas regras ao comércio setos, pragas ou plantas no ambiente rural e urbano. Plantas absorvem
global. parte dessas substâncias e esses resíduos acabam parando na maioria da
Há ainda críticas sobre privacidade individual e patentes e serviços mesa dos brasileiros, em alimentos que comemos todos os dias.
prestados na internet, por exemplo. Uma cópia do que se alega ser uma Essas substâncias não estão presentes apenas em alimentos in natura
versão intermediária do texto do acordo sobre este tema foi publicado pelo como frutas, legumes e verduras, mas também em produtos alimentícios
site WikiLeaks em novembro de 2013. O fundador, Julian Assange, decla- industrializados, que têm como ingredientes o trigo, o milho e a soja, por
rou que pontos importantes do acordo vêm sendo negociados em segredo exemplo. Elas ainda podem estar presentes nas carnes e leites de animais
e que podem representar uma ameaça às liberdades individuais e à propri- que se alimentam de ração com traços de agrotóxicos e até no leite mater-
edade intelectual por trazer implicações especialmente no que se refere às no.
patentes da área farmacêutica e às normas de copyright de conteúdo
veiculado e transmitido via internet. Em abril de 2015, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou um re-
latório sobre o uso de agrotóxicos nas lavouras do país e seus impactos
A negociação de acordos regionais é quase sempre marcada por forte sob o meio ambiente e à saúde. Segundo o instituto, o Brasil é o maior
assimetria de poder entre as partes. No caso desse, chama atenção a consumidor mundial de agrotóxicos. O país é um dos maiores produtores
heterogeneidade entre os participantes. O receio é que os países mais agrícolas do mundo e utiliza agrotóxicos em larga escala. Para o agricultor,
fortes exerçam sua força para estabelecer regras de acordo com as suas os agrotóxicos são recursos para combater as pragas, controlar o apareci-
necessidades e interesses. mento de doenças e aumentar a produção.
O novo acordo de livre mercado para a região ainda deverá ser ratifi- Em dez anos, a venda de pesticidas no mercado agrícola brasileiro
cado pelo Congresso dos EUA. A ideia é formalizar completamente o TPP aumentou de R$ 6 bilhões para R$ 26 bilhões. Atualmente, o país ultrapas-
já no ano de 2016. sou a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo
Impacto sobre o Brasil e economias emergentes médio de 5,2 kg de agrotóxico ao ano por pessoa.

É provável que o TPP prejudique, por exemplo, as exportações de paí- Além de danos ambientais, a equipe do Inca alerta sobre os riscos de
ses que não pertencem ao bloco, como o Brasil. A Associação de Comércio doenças como o câncer. Segundo o relatório, o que faz um alimento saudá-
Exterior do Brasil (AEB) projetou um cenário futuro em que o Brasil poderá vel é sua composição. Os agrotóxicos na alimentação podem alterar o
perder competitividade na indústria. Porém, a exportação de commodities funcionamento normal das células do corpo humano, causando mutações e
(matérias-primas) não será prejudicada com o acordo. Atualmente produtos maior probabilidade do desenvolvimento de doenças no futuro.
agrícolas e minérios representam a maior fatia das exportações brasileiras. No Brasil, cerca de 450 substâncias são autorizadas para uso na agri-
Críticos avaliam que o acordo deixa o Brasil ainda mais isolado no pro- cultura. O Inca alerta ainda sobre o uso de muitos princípios ativos que já
tagonismo global. Ao contrário de outros países, os governos brasileiros foram banidos em outros países. Dos 50 produtos mais utilizados na agri-
não acompanharam a tendência de acordos comerciais regionais. Nas cultura brasileira, 22 são proibidos na União Europeia.

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Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um Uma das soluções para reduzir o uso dessas substâncias seria investir
levantamento com amostras de alimentos em todo o país. No estudo, 25% em projetos de larga escala de agroecologia, um meio ecologicamente
apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do permitido. O uso indiscri- correto e viável de se manejar e cultivar as plantas. Neste tipo de plantio,
minado e abusivo desses produtos e a falta de fiscalização em relação a podem ser usadas técnicas conhecidas por engenheiros agrônomos e que
níveis seguros de substâncias aumenta o risco para a saúde dos brasilei- não utilizam químicos, como sistemas de irrigação eficiente, biofertilizantes
ros. que agem como inseticidas biológicos, alternância de plantações e rotação
de espécies, adubação com restos orgânicos, compostagem, entre outros.
Para o Inca, antes de liberar a venda de defensivos agrícolas, o Brasil
precisa de pesquisas sobre os potenciais efeitos e riscos à saúde humana Países como a França, o maior produtor agrícola da Europa, já estão
decorrentes da exposição aos químicos, particularmente sua relação com desenhando planos para a promoção de um modelo agroecológico, que
determinados tipos de câncer. concilie os níveis de produtividade e o impacto ambiental.
A relação entre o consumo de agrotóxicos e o desenvolvimento de Violência contra a mulher: Opinião do brasileiro sobre estupro gera
câncer e outras doenças já é reconhecida pela Organização Mundial da protestos
Saúde (OMS). Uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet”,
em março deste ano, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Carolina Cunha
Câncer (Iarc), classifica cinco agrotóxicos como prováveis agentes cancerí- Da Novelo Comunicação
genos: tetraclorvinfós, parationa, malationa, diazinona e o glifosato. Esses
agentes são liberados no Brasil, mas apenas o glifosato possui registro de 07/04/2014
produto. Em abril de 2015, a Anvisa anunciou que vai revisar a liberação do Os resultados da pesquisa "Tolerância social à violência contra as mu-
uso do produto no país. lheres", divulgada em março de 2014 pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Em 2012, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrascp) divul- Aplicada (Ipea), provocou diversas reações nas redes sociais após apontar
gou um relatório com estudos que comprovam que agrotóxicos fazem mal à que 65,1% dos entrevistados concorda total ou parcialmente que
saúde e provocam efeitos nocivos com impactos sobre a saúde pública e a "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser ata-
segurança alimentar e nutricional da população. cadas”.

Segundo o relatório, as intoxicações agudas por agrotóxicos afetam Direto ao ponto: Ficha-resumo
principalmente os trabalhadores rurais que entram em contato com doses Poucos dias após a divulgação da pesquisa, o Ipea reconheceu que o
altas desses químicos via pele ou pelos pulmões. Eles podem apresentar resultado estava errado. O percentual correto para a questão é 26%. Mes-
problemas como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarrei- mo assim, a pesquisa levantou outros pontos que chamam atenção: Para a
as, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões, desregulação endó- maioria dos entrevistados (58,5%), "se mulheres soubessem se comportar,
crina e até a morte. haveria menos estupros" e para 65,1%, “mulher que é agredida e continua
Já as intoxicações crônicas podem afetar toda a população que con- com o parceiro gosta de apanhar”.
some os alimentos com resíduos de agrotóxicos. Os efeitos adversos Outros resultados apontaram que 22,4% concordam que a questão da
decorrentes da exposição crônica aos agrotóxicos podem levar vários anos violência contra as mulheres recebe mais importância do que merece; para
para aparecer, dificultando a correlação com o agente. 54,9% existe mulher que é para casar e mulher que é pra cama; e para
Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos 27,2%, a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando
de agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malfor- não tem vontade.
mações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema Repercussão
imunológico e câncer.
A conclusão de que a culpa pelo crime do estupro seria da própria víti-
Meio ambiente, transgênicos e agrotóxicos ma –resultado que depois se mostrou errado-- chocou a opinião pública e
Um fator que colaborou para colocar o Brasil no topo do ranking de gerou uma campanha nas redes sociais logo após a divulgação da pesqui-
consumo foi a liberação do uso de sementes transgênicas (geneticamente sa. Criado no Facebook pela jornalista Nana Queiroz, de Brasília, o movi-
modificadas) no país. O cultivo dessas sementes exige o uso de grande mento #eunãomerecoserestuprada propôs que o internauta tirasse uma
quantidade de agrotóxicos. foto de si mesmo com uma placa com o mote da campanha.

Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgêni- Apesar do efeito viral positivo, centenas de usuários postaram amea-
cos, atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de 42 milhões de hectares ças e agressões na página do evento, comprovando que o pensamento de
de áreas plantadas no país com esse tipo de semente, principalmente na parte da sociedade não está tão distante da pesquisa. Um dos agressores,
produção de soja e milho. por exemplo, segurava um cartaz com os dizeres "#eu já estuprei e estupro
de novo". Outros ameaçaram as manifestantes de estupro. Organizadores
Os agrotóxicos também contaminam o meio ambiente. A pulverização do evento procuraram a polícia, que vai identificar e tentar enquadrar os
dos químicos acontece em sua maior parte por avião, contaminando o ar da agressores por apologia e intenção ao crime.
região e áreas próximas, como cidades vizinhas que podem receber o
químico levado pelo vento. Isso afeta animais como abelhas e insetos, que A repercussão da pesquisa foi também reflexo de acontecimentos ante-
são importantes para o equilíbrio do ecossistema. No solo, os químicos riores. Na semana que antecedeu a divulgação da pesquisa, a violência
podem influenciar na falta de compostos orgânicos e microorganismos e contra o sexo feminino também ficou em evidência com os casos de vítimas
podem contaminar a água de córregos, rios, lençóis freáticos ou aquíferos. de abusos sexuais no metrô e nos trens de São Paulo. Páginas de internau-
tas que incentivam o assédio de mulheres no transporte público têm sido
Alimentos orgânicos são aqueles que não usam fertilizantes sintéticos, monitoradas pela polícia, como os autodenominados “encoxadores do
agrotóxicos ou pesticidas em seu método de cultivo. Os solos são enrique- metrô”, uma comunidade de 12 mil usuários no Facebook.
cidos com adubos naturais tornando esse tipo de alimento mais saudável e
nutritivo. Apesar dos benefícios, o alimento orgânico é mais caro no Brasil, Em fevereiro deste ano, quatro anos após ter sido produzido, um curta-
pois a produção é de baixa escala e a maior parte é proveniente da agricul- metragem da cineasta francesa Eléonore Pourriat fez sucesso na internet.
tura familiar, o que impacta no custo de distribuição e comercialização. No vídeo “Maioria Oprimida”, ela mostra como seria o mundo se os homens
fossem sistematicamente alvo de ofensas físicas e verbais por mulheres,
O uso de agrotóxicos se intensificou no Brasil na década de 1970, com situações que elas lidam no dia a dia. Em entrevista ao jornal britânico
quando o governo buscou fomentar a produção de agrotóxicos para estimu- The Guardian, a diretora criticou o sexismo e disse que o filme está mais
lar o crescimento do agronegócio e garantir alta eficiência produtiva. Nesta atual do que nunca. “Meu filme fez sucesso agora por que certos direitos
época, o financiamento bancário para compra de sementes era atrelada ao estão ameaçados. É como uma maré negra”.
adubo e o agrotóxico. Atualmente, a indústria química de defensivos agríco-
las é isenta de impostos.

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No Brasil, o site Think Olga promove a campanha “Chega de Fiu Fiu”, Refugiados: Com mais sírios buscando abrigo, número no Brasil
que pede o fim das cantadas e do assédio sexual às mulheres. Em pesqui- triplica entre 2012 e 2013
sa feita pelo site, 81% das mulheres já deixaram de fazer alguma coisa
(como passear) por medo do assédio masculino na rua. Maria Fernanda Moraes

Todos esses casos revelam como o estupro e o pensamento machista Da Novelo Comunicação
ainda estão presentes na nossa cultura e nos números de violência. 20/06/2014
Segundo dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os ca- Nos últimos anos, dois grupos de refugiados e imigrantes tiveram um
sos de estupros no Brasil superam os de homicídios dolosos. Em 2012, aumento expressivo no Brasil: os sírios e os haitianos. Tal fato se deve a
foram 50 mil casos registrados. Pelo Twitter, a presidente Dilma afirmou duas recentes crises humanitárias - a guerra civil da Síria, que arruinou o
que os dados são alarmantes e lembrou que muitas mulheres ainda não país em 2011 e ainda continua a fazer vítimas, e o terremoto do Haiti, que
denunciam a violência por medo e vergonha. deixou o país devastado em 2010 e aumentou a miséria da população.
Atualmente, somente uma pequena parcela dos estupros chega ao co- Esses dois grupos têm tratamento diferenciado na concessão de vistos.
nhecimento da polícia. A partir de estatísticas de atendimentos realizados Os sírios são considerados refugiados –em 2013, foi o 4º maior grupo a
em 2011 por postos de saúde e hospitais públicos, um levantamento do pedir refúgio no país--, pois o governo entende que existe uma situação de
Ministério da Saúde estima que no mínimo 527 mil pessoas sejam estupra- emergência e vulnerabilidade social. Já em relação ao Haiti, o Brasil tem
das por ano no Brasil. O estudo Estupro no Brasil: uma radiografia segundo papel importante no processo de reconstrução do país e possui um acordo
os dados da Saúde revela que 89% das vítimas são do sexo feminino e de cooperação com a ONU fornecendo as tropas para a Missão de Paz no
possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e Haiti, desde 2004.
adolescentes. Para essa parcela, o maior perigo está dentro de casa - 80%
dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou conhecidos das Direto ao ponto: Ficha-resumo
vítimas. Os haitianos não são elegíveis ao status de refugiados porque não so-
Onda de conservadorismo freram perseguição em seu país de origem por raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opinião pública, como definem as convenções internacio-
A luta das mulheres por direitos, ou o movimento feminista, pode ser nais. Apesar de solicitarem o reconhecimento da condição de refugiado no
dividida em três momentos: as reivindicações por direitos democráticos Brasil, seus pedidos são encaminhados ao Conselho Nacional de Imigração
como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho, nos séculos 18 e 19; (CNIg), que emite vistos de residência permanente por razões humanitá-
a liberação sexual, impulsionada pelo aumento dos contraceptivos, no fim rias. No total, mais de 7.000 haitianos já receberam esse tipo de visto.
da década de 1960; e a luta por igualdade no trabalho, iniciada no fim dos
anos 1970. Por essa razão, os haitianos ficam fora das estatísticas divulgadas pelo
Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que hoje contabiliza 5.208
Hoje, grupos feministas ainda buscam avanços no que diz respeito aos refugiados residindo no País. A maioria desses refugiados são imigrantes
direitos reprodutivos, uma briga já ganha em alguns países, mas que en- vindos da Colômbia, Angola, República Democrática do Congo (RDC) e
frenta o poder das alas conservadoras em outros. Síria.
A conquista destes e de outros direitos civis no Ocidente está direta- Segundo números divulgados no início de 2014 pelo órgão, a quanti-
mente relacionada a uma forte resposta conservadora contra o avanço dos dade de pedidos de refúgio no Brasil triplicou no período de um ano: em
mesmos. Nas ciências sociais, o termo usado para esse fenômeno é a 2012, foram expedidas 199 autorizações de refúgio, contra 649 em 2013.
palavra “backlash”. Se por um lado a sociedade está mudando, por outro,
uma parcela quer manter o que já é tradicional e se mobiliza para isso. Movimentos migratórios

No Brasil, no campo da política, esse efeito se reflete na aprovação de As situações enfrentadas pelos sírios e haitianos estão entre as que
novas leis no Congresso, principalmente em temas que discutem sexuali- geram movimentos, tema da redação do Enem em 2012. Estes movimen-
dade, saúde reprodutiva e vida familiar. Entre os exemplos estão propostas tos podem ser espontâneos ou forçados.
como a criação do Estatuto da Família, de autoria do pastor e deputado Por migração entende-se os deslocamentos de pessoas que se afas-
Anderson Ferreira (PR-PE), que reconhece como família apenas a união tam de suas residências habituais. Ela pode ser subdividida em emigração,
entre homem e mulher; o projeto da “cura gay”, do deputado João Campos quando pessoas saem do país, e imigração, quando pessoas entram no
(PSDB-GO); e o Estatuto do Nascituro, com o objetivo de proibir o aborto país de que se fala.
em caso de estupro – direito assegurado por lei -- e obrigar que o pai pague
pensão alimentícia às crianças concebidas mesmo em uma relação sexual As populações que migram de um país para outro buscam uma melhor
forçada. qualidade de vida e oportunidades de trabalho ou fogem de guerras, crises
econômicas e perseguição política.
Um dos principais motivos do aumento desses projetos é a ascensão
nos últimos anos da chamada bancada evangélica, que conta com um Nas décadas de 1980 e 1990 muitos brasileiros emigraram para o exte-
número expressivo de deputados que levam para o Congresso propostas rior, principalmente para os Estados Unidos, em busca de melhores oportu-
baseadas em valores e crenças religiosas. Embora o Brasil seja um Estado nidades de trabalho. Hoje, o movimento é inverso devido à instabilidade
laico, em que religião e o Direito teoricamente não se misturam, o processo política de países na África e Ásia, e os efeitos da crise econômica nos
democrático permite que o deputado tenha a liberdade de apresentar países da Europa.
qualquer tipo de proposta para votação.
Quem é considerado um refugiado?
No Brasil, muitas são as iniciativas de grupos de mulheres e coletivos
O refugiado é uma pessoa que teve que deixar seu país por questões
para diminuir a violência de gênero. No Governo Federal, quem trata do
humanitárias como conflitos armados, situações de emergência ou por
tema é a Secretaria de Política para Mulheres trabalha na ampliação de
perseguições étnicas, religiosas ou políticas.
campanhas para divulgar a Lei Maria da Penha, criada em 2006 e hoje o
principal instrumento jurídico para coibir e punir a violência doméstica A legislação brasileira reconhece o pedido de refúgio nesses casos e
contra mulheres. concede a essas pessoas o direito de ter um visto especial que permite a
permanência no país e garante aos refugiados documentos básicos, inclu-
Outra ação é o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra
indo carteira de identidade, CPF e carteira e de trabalho, além de prover
a Mulher, criado em 2007 para articular iniciativas contra esse tipo de
liberdade de movimento no território nacional e outros direitos civis. Porém,
violência. Além disso, a ONU Mulheres no Brasil tem tomado medidas para
a lei não prevê ajuda financeira.
acabar com a violência contra as mulheres. Entre elas, o Protocolo para a
Investigação das Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero, a Além disso, o Brasil é internacionalmente reconhecido como um país
campanha "O valente não é violento" e o aplicativo "SOS Mulher", que faz acolhedor e possui uma das leis mais modernas sobre o assunto, a lei de
parte de um projeto global por cidades seguras para mulheres e meninas. refúgio (nº 9.474/97), que adota a definição ampliada de refugiado estabe-

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lecida na Declaração de Cartagena de 1984, que considera a “violação A população iraquiana é dividida entre sunitas, xiitas e curdos. Os dois
generalizada de direitos humanos” para conceder status de refugiado a um primeiros seguem linhas religiosas diferentes do Islã e o último é uma etnia
estrangeiro, por entender que, nessa situação, sua vida e integridade física que vive em uma área autônoma. Atualmente, o governo é de maioria xiita.
estão em risco no país de origem.
Em julho, os insurgentes declararam a criação de um “califado sunita”
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) tem um acordo no território dominado no Iraque e no leste da vizinha Síria, país que está
com o Brasil para socorrer os refugiados no país. A organização deve em guerra civil.
repassar ao governo brasileiro US$ 8,08 milhões (R$ 18,74 milhões) em
2014 para investir em entidades de apoio ao imigrante. O califado é um antigo sistema político que foi abolido em 1924, após a
destituição do Império Otomano.
Os obstáculos iniciais que eles podem encontrar para se integrar à so-
ciedade brasileira estão relacionados ao idioma português e às questões Segundo o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Mohammed al-Adnani, o
culturais, bem como dificuldades no mercado de trabalho ou trabalhos califado se estenderá da região de Aleppo, no norte da Síria, até Diyala, no
precários, no acesso à moradia, à educação e a serviços públicos de saúde leste do Iraque, e terá como califa (líder político e espiritual) o chefe do
e enfrentam discriminação. EEIL, Abu al-Bagdadi.

Perfil dos refugiados no Brasil O grupo também pretende invadir a capital Bagdá para derrubar o atual
governo e milícias xiitas da cidade já se preparam para um possível ataque.
Segundo o levantamento feito pelo Conare, com dados de 2010 a Além de fundar um Estado islâmico transnacional, a luta armada do EEIL
2013, o Brasil tem hoje refugiados de mais de 80 nacionalidades diferentes. teria o objetivo de governar sob as seculares leis religiosas da sharia (Lei
Colombianos e angolanos representam quase metade do total de refugia- Islâmica baseada no Alcorão, livro sagrado do Islamismo).
dos no Brasil, seguidos de grupos oriundos de Angola, República Democrá-
tica do Congo (RDC) e Síria. Adeptos do jihadismo (guerra santa islâmica), os militantes do EEIL são
considerados uma dissidência da rede terrorista Al-Qaeada, responsável
O número total de pedidos de refúgio aumentou mais de 800% no perí- pelos atentados do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. O grupo
odo (de 566 em 2010 para 5256 até dezembro de 2013), e a maioria dos iraquiano é responsável por uma série de ataques terroristas no país que
solicitantes de vem da Ásia, África e América do Sul. Em 2013, Bangladesh alvejaram as forças de segurança, funcionários do governo e civis xiitas. O
foi o país com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil, seguido de EEIL também atua na guerra civil da Síria, apoiando jihadistas que se
Senegal, Líbano, Síria e República Democrática do Congo. infiltraram na revolta síria e lutam contra as tropas do governo de Bashar
Assad.
Em relação a gênero e idade, a maioria dos que solicitam refúgio são
homens (o percentual de mulheres diminuiu de 20%, em 2010 e 2011, para Com esse novo cenário de instabilidade, o Iraque pode caminhar para
10% em 2013) e adultos entre 18 e 30 anos (90%). a guerra civil e ter o risco de ser dividido entre territórios sunitas, xiitas e
curdos. Além disso, grupos fundamentalistas podem ter controle dos impor-
Em 2013, São Paulo figurou como o Estado com maior número de soli- tantes campos de petróleo do país e o processo democrático conquistado
citações de refúgio (23%), seguido pelo Paraná (20,7%), Distrito Federal pode ser eliminado.
(14%) e Rio Grande do Sul (9,3%).
Como retaliação, os EUA enviaram aviões para sobrevoos de reconhe-
Conflito no Iraque: Ataques de grupo radical islâmico reacende o cimento sobre Bagdá e afirmou que a intenção é proteger cidadãos e
perigo da guerra civil militares americanos na capital. Por enquanto, os norte-americanos estão
Carolina Cunha estimulando uma mudança no atual governo iraquiano, para que ele seja
Da Novelo Comunicação mais inclusivo e abra espaço aos opositores na administração do país. O
presidente Barack Obama ainda não autorizou bombardeios em locais
18/07/2014 tomados pelos rebeldes.
Quando os Estados Unidos deixaram de ocupar militarmente o Iraque, A fragilidade do governo iraquiano e a divisão entre sunitas e xiitas
em 2011, a perspectiva era a de um futuro estável para o país: havia um
governo democrático recém-eleito, uma nova constituição e um exército A disputa por território no Iraque reflete um problema antigo do país: o
treinado pelos militares norte-americanos. conflito entre diferentes etnias e identidades religiosas e seus territórios
físicos e políticos.
Mas a ofensiva armada de um grupo extremista sunita que pretende
derrubar o atual governo do primeiro-ministro, Nouri Al-Maliki, ameaça Os xiitas são maioria no Iraque e representam entre 60% e 65% da po-
deixar o país em colapso. Desde janeiro deste ano, o grupo radical sunita pulação. Já os sunitas representam entre 32% e 37% da população iraqui-
do Estado Islâmico (que antes era chamado de Estado Islâmico no Iraque e ana, embora sejam maioria no mundo árabe (correspondem a mais de 85%
Levante- EIIL) tem travado combates com o exército iraquiano, que não dos muçulmanos de todo o mundo).
está conseguindo conter o avanço dos extremistas. O governo do xiita Al-Maliki é acusado de colocar as minorias sunita e
Direto ao ponto: Ficha-resumo curda em uma posição de inferioridade e sem poder de participação nas
decisões. Por meses, integrantes da minoria sunita têm protestado contra
Os insurgentes já ocupam áreas no oeste e no norte do Iraque, como Maliki, o acusando de discriminação e corrupção.
as importantes cidades de Mosul e Tikrit, cuja população é de maioria
sunita. Mais de 500 mil pessoas foram forçadas a fugir dessas cidades e Em 2013, o Iraque viveu um ano marcado por conflitos. Por um lado,
procurar refúgio. As forças rebeldes também avançaram rapidamente nas militantes sunitas atacaram vizinhanças xiitas. Por outro, milícias xiitas
regiões que fazem fronteira com a Síria, Jordânia e Arábia Saudita e assu- iniciaram represálias violentas contra sunitas. Mais de 7.000 civis foram
miram o controle de usinas de eletricidade e campos de petróleo. mortos em ataques violentos.
Os rebeldes divulgaram imagens na internet que mostram centenas de Inicialmente, as ações do EEIL ganharam o apoio de muitos sunitas do
homens deitados de bruços em trincheiras e sob a mira de fuzis. Relatos noroeste do país, que estavam insatisfeitos e desejavam retomar seu
indicam que os insurgentes capturam a população com a intenção de soltar espaço político, enfraquecido desde a queda do sunita Saddam Hussein. O
os sunitas, enquanto os xiitas são separados para a execução. EEIL também se uniu a outras milícias que fazem oposição ao regime de
Maliki.
A organização não-governamental Human Rights Watch afirma que há
indícios de que centenas de homens foram executados e pede que autori- Já os curdos, que vivem na província semiautônoma do Curdistão,
dades investiguem esses crimes de guerra. Para a ONG, além do massa- possuem seu próprio exército e sonham com a independência. Nas últimas
cre, os ataques podem provocar uma onda de refugiados e são uma amea- semanas, lideranças curdas afirmaram que farão de tudo para proteger os
ça para a segurança de milhares de mulheres. vilarejos do norte de ataques. Para alguns analistas, as forças de seguran-
ça curdas num contexto de guerra civil poderiam retomar a bandeira pela
independência do Curdistão.

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A atual fronteira do Iraque é uma consequência do Tratado Sykes- a construção de um Estado islâmico, tendo a religião Islã como elemento
Picot, de 1916, quando o Reino Unido e a França fizeram um acordo para fundamental da política e da vida social.
dividir o Oriente Médio a partir dos interesses dos dois impérios. Os limites
traçados não levaram em conta o complexo sistema tribal e as identidades Desde o início do século 20, após a independência dos países árabes
étnicas de curdos e árabes e as diferenças religiosas entre os xiitas e da colonização europeia, diversos grupos fundamentalistas islâmicos
sunitas. surgiram e muitos se organizaram militarmente. Alguns deles são classifi-
cados pelos EUA como terroristas. No Egito, o movimento Irmandade
Antiga parte do Império Otomano e ex-colônia do Reino Unido, o Iraque Mulçumana, fundado em 1928, é considerado por muitos analistas como o
se tornou independente em 1932, tendo sofrido sucessivos golpes de precursor do islamismo militante moderno e disputou eleições legislativas.
Estado até a chegada do partido de Saddam Husseim, o Baath, ao poder,
em 1968. A política era dominada pelos sunitas desde então. Nos anos No Irã, a revolução xiita de 1979 levou o líder religioso Khomeini a se
1970 e 1980, o país viveu sob a ditadura de Husseim, que na época, era tornar o Líder Supremo de uma nação teocrática. No Líbano, em reação à
aliado dos EUA. Quando o ditador invadiu o Kwait, deu início à Guerra do invasão ao país por Israel nos anos 1980, o grupo armado xiita Hezbolhah
Golfo. fez uso de ataques suicidas e sequestros. Em 1996, no Afeganistão, a
milícia radical do Talibã utilizou táticas de guerrilha e ataques de homem-
Em 2003, o presidente norte-americano George W. Bush invadiu o Ira- bomba para tomar o poder.
que novamente, sob o pretexto de que ele teria armas de destruição em
massa. A invasão mudou o balanço de forças e os xiitas ascenderam ao Na Palestina, o grupo Hamas é reconhecido pelas práticas violentas
poder, polarizando ainda mais a disputa política com os sunitas. pela independência da região e foi considerado o primeiro grupo islâmico
no mundo árabe a conquistar o poder democraticamente. Outro grupo
da crise A influência iraquiana no Oriente Médio militante palestino é o Jihad Islâmico, apontado como o grupo armado
palestino mais radical e que cometeu diversos atentados terroristas contra
Para muitos analistas, o avanço do Estado Islâmico e sua influência vai Israel. Surgiu na década de 1970 e considera a luta contra os israelenses
impactar o Oriente Médio mais do que a Primavera Árabe. Os EUA teme como uma Guerra Santa.
que o conflito se espalhe para países vizinhos e estimule ataques terroris-
tas de jihadistas ao Ocidente. Apesar de táticas parecidas, esses grupos sempre tiveram uma atua-
ção mais local do que internacional. A partir da década de 1990, no contex-
Milicianos ligados ao EEIL já controlam os postos da fronteira do Iraque to da globalização, um novo tipo de fenômeno emerge: o terrorismo trans-
com a Jordânia, país que tem um exército institucionalizado. Analistas nacional, relacionado à ascensão da organização terrorista conhecida como
avaliam que os milicianos poderiam tentar desestabilizar o país por meio de Al-Qaeda, fundada por Osama Bin Laden e que pregava uma luta contra o
ataques terroristas. Ocidente. Os jihadistas ganharam maior visibilidade após os ataques de 11
O Irã, tradicional apoiador dos xiitas no Iraque, reforçou seu apoio ao de setembro de 2001, quando militantes da Al-Qaeda lançaram aviões
governo de Al-Maliki e disponibilizou ajuda militar. Para analistas do Oci- contra o World Trade Center, em Nova York, e com a posterior invasão do
dente, o apoio do Irã poderia ser fundamental para equilibrar o conflito. Iraque pelos EUA, em 2003.

Vizinha do Iraque, a Arábia Saudita posicionou 30 mil soldados na divi- O jihadismo


sa com a fronteira iraquiana. O rei saudita Abdullah disse à imprensa local Uma das correntes mais radicais e com maior visibilidade é a jihadista,
que tomará todas as medidas necessárias para proteger seu país contra que acredita que a sociedade mulçumana foi corrompida pela modernidade
potenciais ameaças terroristas. Maior exportador de petróleo do mundo, a e pelos valores morais do Ocidente e por isso é necessário um retorno ao
Arábia Saudita é uma tradicional aliada dos EUA e do Ocidente. Islã original da época de Maomé.
Na Síria, o presidente Bashar Assad atacou alguns alvos do EEIL em Ela não acredita na luta político-partidária ou na participação nas insti-
Raqqa e na fronteira iraquiana. O grupo Hezbollah (que é a favor de Assad) tuições políticas tradicionais, pois não estariam de acordo com a sharia, o
declarou que está preparado para lutar contra o EEIL conjunto de leis baseadas na interpretação do Alcorão (o livro sagrado do
Islamismo) e na vida do profeta Maomé, o fundador do Islã.
Estado Islâmico: Jovens ocidentais são atraídos para o terrorismo Os jihadistas consideram o jihad como uma obrigação de qualquer
na Síria e Iraque mulçumano, onde a violência e a luta armada seriam um recurso legítimo.
Carolina Cunha Na interpretação desses grupos, o jihad seria uma obrigação individual dos
militantes, uma revolução permanente contra os inimigos do Islã e os
Da Novelo Comunicação governantes infiéis.
26/09/2014 Os jihadistas do Jihad Islâmico do Egito, por exemplo, buscam derrubar
A ofensiva anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack o governo e formar um estado islâmico no país. Já os jihadistas do EI
Obama, contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque endossou a visão de buscam restaurar um califado (tradicional sistema de governo árabe) com
outros governos ocidentais a respeito do grupo extremista: eles são a maior caráter global e que unificaria as terras mulçumanas, tendo o Ocidente
ameaça à segurança nacional desde o surgimento da Al Qaeda, de Osama como inimigo. Também querem impor à sociedade o que consideram o
Bin Laden. O motivo? Pregam uma nova forma de terrorismo sem fronteiras modo de vida verdadeiramente islâmico.
e estão atraindo a atenção de muitos jovens muçulmanos ocidentais, dis- Existe uma corrente chamada “salafismo jihadista”, que foi idealizado
postos a se alistarem ao grupo. por Abu Muhammad al Maqdisi e por Abu Qatada al Filistani, na Londres
Em sua origem, o Estado Islâmico nasceu no Iraque, em 2003, e atua- islâmica dos anos 1990. Maqdisi a descreve como sendo um movimento
va como um braço da Al Qaeda. Após romperem relações, em 2013, o EI global que admite a existência de diversas frentes jihadistas, como no
se juntou a um grupo jihadista sírio, criando o Estado Islâmico do Iraque e Afeganistão, Bósnia e Chechênia. Ele foi mentor espiritual de Abu Musab al
Levante, ISIS (Islamic State of Iraq and the Levant) na sigla em inglês. Zarqawi, um dos fundadores da Al Qaeda no Iraque e que influenciou os
Presentes na Síria e Iraque, os militantes jihadistas buscam instalar um militantes do EI.
Estado pan-islâmico. O termo árabe “jihad” está presente no Alcorão e significa um esforço
Direto ao ponto: Ficha-resumo no caminho de Deus. Os teólogos mulçumanos dividem a jihad em dois
tipos: o esforço individual de luta contra si mesmo para conquistar um bom
Islamismo e grupos radicais caminho espiritual e a luta para levar o Islã para outras pessoas. Segundo o
Alcorão, quem entrar nessa luta participará da felicidade no paraíso.
O Islamismo se refere a diversos tipos de ativismo político do mundo
mulçumano. Existe uma variedade de correntes ideológicas islamistas A palavra é frequentemente associada à “Guerra Santa”. Isso porque
contemporâneas, entre moderadas, extremistas e religiosas. Todas buscam ao apelo do jihad, pode-se adotar a defesa ou o ataque militar para instau-

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rar a Lei de Deus contra os inimigos. É nessa corrente que o islamismo gado em agosto deste ano, o chocante vídeo mostra a decapitação do
violento se instaura. norte-americano James Foley. Segundo o serviço secreto britânico, o algoz
do jornalista seria um cidadão britânico.
Um termo muito usado pelos radicais é a palavra “mujahidin”, que se
refere a “aquele que busca o jihad”, combatentes dispostos ao sacrifício da A atuação radical do Estado Islâmico no Iraque não é reconhecida por
própria vida em nome de Deus. Segundo o Alcorão, o guerreiro que se países do Oriente Médio como Líbano, Jordânia, Irã e Arábia Saudita. O
entregasse ao martírio alcançaria a glória da morte em combate e seria autodeclarado Califado no território iraquiano é visto como uma ameaça à
recompensado com a benção e o paraíso. segurança por esses países e também por comunidades muçulmanas
moderadas.
A associação do termo à guerra pelos extremistas é criticada por mui-
tos mulçumanos como uma interpretação errada do conceito. Para alguns Embora alguns desses jovens estrangeiros tenham manifestado o de-
líderes religiosos, existem regras do que seria um jihad justo e ela também sejo de sair do grupo, os países temem que os combatentes que voltarem
poderia acontecer por meios pacíficos, sendo que o Islã jamais aceitaria a pra casa cometam atos terroristas.
morte de inocentes ou atos de crueldade.
No início de setembro, especialistas do King's College, em Londres,
Bin Laden e o jihadismo transnacional num mundo globalizado sugeriram que o governo britânico iniciasse um "programa de radicalização"
já que alguns cidadãos britânicos teriam se mostrado arrependidos de se
A segunda geração de jihadistas, dos anos 2000, foi inspirada pela juntar ao ISIS e manifestaram vontade de retornar ao seu país. No entanto,
ideologia terrorista de Bin Laden, mas eles não necessariamente fazem o primeiro-ministro britânico David Cameron propõe condenar por cerca de
parte da rede. Existem diversos grupos e células dispersas, muitas com 30 anos quem estiver ligado ao grupo extremista.
autonomia e sem qualquer ligação entre si, mas que têm como referência
comum o ideal do Jihad e a volta a um passado mítico. Existem também os Tribunal egípcio condena o presidente deposto Morsi à morte
jihadistas “solitários”, seduzidos pela ideologia, mas que não fazem parte
de nenhum grupo. New York Times

Hoje, os combatentes e militantes são formados por pessoas de dife- 16/maio/2015


rentes nacionalidades, atraídas pelo discurso antiocidental e que estão CAIRO – No sábado, um tribunal egípcio sentenciou à morte o presi-
dispostas a se colocarem a serviço de uma nova guerra santa em qualquer dente deposto, Mohammed Morsi, da Irmandade Islâmica, junto com outras
lugar do mundo. Na Chechênia, província da Rússia de maioria mulçumana 100 pessoas, por fugir da prisão durante as revoltas de 2011 contra o
sunita, durante o conflito das duas guerras para a separação (1996 e 1999), presidente Hosni Mubarak.
jihadistas islâmicos estrangeiros ligados à Al-Qaeda viajaram ao país em
apoio aos rebeldes, na tentativa de instaurar um estado islâmico. A condenação de Morsi é o sinal mais recente do desfazimento do le-
vante que derrubou Mubarak. Morsi, que foi o primeiro presidente eleito
A recente guerra civil da Síria, que se iniciou em 2011, com protestos livremente pelo Egito, agora enfrenta a pena de morte por escapar de uma
da população contra o regime do presidente Bashar al-Assad, ganhou o prisão extralegal – uma forma de detenção que muitos egípcios esperavam
apoio de milhares de jovens estrangeiros jihadistas. São homens (e tam- que fosse eliminada pela revolução.
bém mulheres) que entraram ilegalmente pela fronteira síria para lutar no
país ao lado dos rebeldes. Se cumprida, a sentença poderia fazer de Morsi um mártir para milhões
de islâmicos no Egito e ao redor do mundo. Em uma afirmação sobre a
Diversos grupos extremistas viram o conflito como uma oportunidade sentença, Amr Darrag, um líder da Irmandade Muçulmana que foi ministro
para derrubar o Estado e, posteriormente, impor a islamização a toda a do gabinete de Morsi, disse:
sociedade. Na Síria, grupos radicais islâmicos já cometeram inúmeras
atrocidades e controlam territórios onde governam através de tribunais da É um dos dias mais sombrios da história do Egito e um símbolo da es-
Sharia. cura sombra do autoritarismo que volta a assolar o Egito.

Muitos dos jihadistas estrangeiros que lutaram ao lado dos rebeldes sí- O juiz Shaaban el-Shami prolatou a decisão em uma sala de audiên-
rios foram para o Iraque e se juntaram às brigadas do Estado Islâmico, que cias transformada de um auditório de uma academia de polícia nos arredo-
tomou grande parte do território norte e oeste do país. O grupo extremista res de Cairo. Morsi, vestindo um macacão de preso azul, ficou em pé na
autoproclamou um Califado e aspira tomar o território de outros países sala dentro de uma cela de metal e vidro. Estavam com ele na cela outros
islâmicos, a começar pelo Oriente Médio. Outros possíveis alvos seriam os réus, incluindo líderes de alto escalão da Irmandade.
EUA e países da Europa. Em tom sonoro, o juiz leu a lista, de cerca de três páginas, dos nomes
Segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com dos condenados à morte. Seu pronunciamento disparou gritos de “Allahu
sede em Londres, o EI contaria hoje com um exército de 50.000 homens akbar!” (Deus é grande!) dos prisioneiros. Quando a sessão terminou, os
apenas na Síria. Desses, 20.000 seriam estrangeiros, principalmente de prisioneiros agitaram as mãos e gritaram “Abaixo o regime militar! ”.
outros países árabes, do Norte da África e da Europa. Outros 30.000 ho- Antes de serem cumpridas, as sentenças de morte devem ser aprova-
mens no Iraque completam o efetivo. das pela Autoridade Máxima Islâmica Sunni do Egito, o grande mufti, que
Os números são imprecisos. Os EUA calculam em cerca de 2 mil o está agendada para acontecer em 2 de junho. As condenações também
número de combatentes ocidentais na Síria, incluindo mais de 200 norte- estão sujeitas a recurso pelo sistema judiciário.
americanos. A França estima que mais de mil franceses tenham se juntado Horas depois do veredito, três juízes egípcios foram assassinados por
ao Estado Islâmico na Síria e Iraque. O Reino Unido contabiliza pelo menos atiradores em um ônibus na península do Sinai. O Egito foi sacudido por um
500 britânicos que viajaram para os dois conflitos e a Austrália, cerca de 60 aumento nos ataques por insurgentes do Sinai desde que Morsi foi deposto
cidadãos. A Alemanha relatou a ida de 60 alemães para o Egito depois de pelos militares em 2013. Não está claro ainda se os ataques de sábado
treinados na Somália. estão conectados com o veredito contra Morsi.
A maioria desses jovens ocidentais são filhos ou netos de mulçumanos. A acusação contra Morsi tem origem numa fuga da prisão que ocorreu
Analistas avaliam que o racismo, o desemprego e a crise de identidade no pico da revolução contra Mubarak. Morsi e outros membros da Irmanda-
influenciam jovens mulçumanos a buscar o jihadismo. Atraídos pela propa- de foram detidos, retirados de suas casas ou dos protestos nas ruas, junto
ganda dos militantes por um novo caminho de vida, eles são recrutados por com muitos outros egípcios varridos no redemoinho. Morsi foi detido por
amigos próximos e pela internet, em fóruns virtuais e redes sociais. Ingle- dois dias na prisão de Wadi Natroun, na rodovia entre Cairo e Alexandria.
ses chegaram a postar selfies e fotos do front de batalha na Síria, vanglori-
ando-se de seus “feitos” como se fossem atos heroicos. A fuga veio na noite de 28 de janeiro de 2011, depois de um dia de
conflitos nas ruas entre a polícia e os manifestantes. No caos do levante,
Foi justamente o reconhecimento do sotaque britânico de um jihadista alguns dos guardas de Wadi Natroun abandonaram seus postos. Homens
que aparece no vídeo da execução de um jornalista por militantes do EI que armados renderam os guardas restantes, liberando milhares de presos,
gerou o sinal de alerta sobre o alistamento de estrangeiros no grupo. Divul- incluindo Morsi e outros líderes islâmicos.

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Morsi revelou sua fuga em uma ligação telefônica via satélite para o A proposta aprovada define que a redução deve incidir sobre adoles-
canal de notícias Al Jazeera. Nem antes nem durante seu mandato como centes com mais de 16 anos que cometeram homicídio doloso, lesão
presidente ele sofreu acusações pelo episódio. corporal seguida de morte ou crimes hediondos, com exceção de tráfico. O
ponto que mais gera controvérsia no texto, no entanto, é a "criação" de
Entre os outros sentenciados no sábado estão 70 palestinos, incluindo locais de detenção que exclusivos para a aplicação dessas penas, já que o
vários que foram julgados à revelia [não estavam presentes]. O órgão de texto diz que esses adolescentes têm que ficar separados tanto dos adultos
acusação alega que palestinos armados auxiliaram na fuga de presos em como dos demais jovens.
estabelecimentos penais do Egito entrando no país por túneis construídos a
partir da vizinha Faixa de Gaza. A Constituição Brasileira estabelece dois caminhos para a responsabili-
zação no Brasil. No caso dos adultos, é determinado pelo Código Penal.
Também no sábado, o juiz sentenciou 16 pessoas à morte por espio- Para os menores de 18 anos, as normas são definidas por legislação
nagem na qual Morsi e outros líderes da Irmandade Islâmica são acusados especial, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê san-
de conspirar com grupos armados estrangeiros, como o Hamas e o grupo ções a pessoas com idade a partir de 12 anos. A proposta aprovada na
libanês Hezbollah, para desestabilizar o Egito. Morsi não está entre os Câmara dos Deputados determina que adolescentes com mais de 16 anos
condenados nesse caso. passem a ser responsabilizados pelo Código Penal dependendo do crime
Entre aqueles referidos pelo caso de espionagem está Emad Shahin, que cometeram.
um cientista político egípcio que agora vive nos Estados Unidos. No caso Por outro lado, o mesmo texto diz que a pena não pode ser aplicada
da fuga da prisão, o guia espiritual máximo da Irmandade, Mohamed Badie, em instituição para adolescentes nem nas cadeias comuns. Como solução
e um ex porta-voz do Parlamento, Mohamed Saad el-Katatni, também para o impasse, a emenda sugere a criação de um "estabelecimento"
foram condenados à morte. penitenciário independente que não está previsto no ordenamento jurídico
Pela lei egípcia, Shahin e os outros condenados à revelia poderão ser brasileiro.
julgados novamente se retornarem ao país. “O sistema brasileiro prevê pena ou sistema socioeducativo. Não existe
O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan, que cultivou estreitos outra modalidade”, critica a presidenta da Fundação Casa, Berenice Gianel-
laços com Morsi, criticou a sentença, chamando-a de retorno ao “antigo la, responsável pela aplicação de medidas socioeducativas para adolescen-
Egito”, e criticou os países ocidentais por não se esforçarem o suficiente tes em São Paulo. “A partir do momento em que a emenda constitucional
para evitar a deposição de Morsi. diz que ele responde como adulto, ele passa a ser imputável aos 16 anos.
Então, o juiz criminal é que vai julgar. Se ele vai aplicar uma pena, tem que
Morsi foi tirado do poder pelos militares em julho de 2013 depois de ser executada dentro do sistema penitenciário”, contraria.
protestos causados pelo divisionismo no governo. Ele foi mantido incomuni-
cável em um local secreto antes de reaparecer durante o início do julga- Se hoje vários estados brasileiros têm dificuldade até mesmo de man-
mento meses depois. Depois da queda de Morsi, o Estado começou uma ter instituições para adolescentes, o receio é que, na prática, os adolescen-
vasta repressão contra os islâmicos e vozes dissonantes, matando mais de tes fiquem juntos dos adultos, mas em alas separadas, o que não evitaria o
mil e prendendo dezenas de milhares. contato com presos de facções criminosas.

Mona El-Ghobashy, acadêmica visitante do Instituto de Religião, Cultu- “Quem conhece a realidade brasileira sabe qual vai ser a prática nes-
ra e Vida Pública da Universidade de Columbia, afirma que o julgamento de sas situações. Vão superlotar os outros pavilhões e reservar um outro para
Morsi é parte da ofensiva das autoridades egípcias contra as forças da colocar esses adolescentes de 16 e 17 anos”, lamenta o advogado e mem-
rebelião que derrubou Mubarak. Disse ela em um e-mail: bro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Con-
deca), Ariel de Castro Alves. “Jovens e adultos vão estar separados em
Autointitulados guardiões permanentes do Estado, judiciário e militares tese, mas os presos já se comunicam”, enfatiza.
estão transmitindo a mensagem que os resultados políticos da revolução
(eleições livres, presidente civil, direito ao protesto) foram antinaturais, Relator da Comissão Especial da Redução da Maioridade Penal, o de-
irreais e insustentáveis. Eles estão dizendo aos egípcios: tudo esse assunto putado Laerte Bessa (PR-DF) defende que os estados "têm que se virar",
de democracia e escolher seus governantes é uma fantasia. Não é assim mas deixou aberta a possibilidade de construção de unidades ou realoca-
que o poder funciona aqui. Em função do ambiente politicamente carregado ção em presídios já existentes. “Os estados têm que se virar para construir
no qual os processos contra Morsi estão ocorrendo, a percepção de muitos uma ala para eles onde for”, disse. “Agora, onde vão colocar? É do que eu
pode ser a de que esses julgamentos estão mais ligados a retaliação políti- estou falando. Às vezes, eles podem pegar um sistema socioeducativo aí,
ca do que atividade criminalística de boa-fé. um presídio, e fazer uma ala separada dos menores para novos integrantes
ocuparem. ”
O julgamento de sábado foi o segundo contra Morsi em menos de um
mês. Em abril, ele foi sentenciado a 20 anos de prisão pelas acusações de Adolescentes “enquadrados”
incitação à violência e vistas grossas às detenções ilegais e torturas de O texto que obteve maioria na Câmara coloca em debate também a vi-
manifestantes enquanto estava no governo. Esse caso se referia a um abilidade, sob o ponto de vista da gestão e do orçamento público, de um
violento conflito nas ruas entre simpatizantes da Irmandade e seus oposito- sistema prisional exclusivo para menores condenados por práticas de
res no Cairo em 2012. crimes graves.
Ele ainda enfrenta julgamentos isolados sobre vazamento de documen- Para simular o que pode vir a ser esse sistema penal exclusivo para
tos, fraude e ofensa ao Poder Judiciário. adolescentes, Carta Capital analisou o número de menores internados na
Fundação Casa, em São Paulo. O estado possui o maior número de ado-
lescentes envolvidos em atos infracionais do País. Exatamente 9.978
Redução da maioridade penal cria sistema incerto adolescentes, a partir de 12 anos, estavam cumprindo algum tipo de medi-
Renan Truffi da socioeducativa na instituição no mês de julho de 2015 divulgados pelo
governo do Estado.
Carta Capital
Do total de jovens em cumprimento de medida, 5.929 têm entre 16 e 18
22/07/2015 04h35 anos, faixa-alvo da proposta para a redução da maioridade penal. Entre
estes jovens, apenas 219, ou 3,69%, cometeram os crimes elencados pela
Há um longo caminho para que a redução da maioridade penal possa
Câmara: homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte ou crimes
ser aprovada de forma definitiva no Congresso. A proposta ainda precisa
hediondos, com exceção de tráfico.
ser referendada em segundo turno na Câmara antes de seguir para o
Senado. Mas já é possível analisar a aplicação da medida no Brasil com Se incluirmos também os jovens da Fundação que têm 18 anos com-
base no texto da emenda aglutinativa que recebeu apoio da maioria dos pletos ou mais (142 adolescentes), já que eles podem ter cometido os atos
parlamentares. infracionais na idade em questão, este número sobe para 361 adolescen-
tes. Ou seja, 4,52% dos menores envolvidos em prática de atos infracionais

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seriam atingidos pela redução da maioridade penal em São Paulo, se a lei Segundo o texto, o objetivo é “consolidar a participação social como
pudesse retroagir. método de governo” e, para isso, sugere que órgãos governamentais e
agências reguladoras e de serviços públicos promovam consultas popula-
Para a presidenta da instituição, Berenice Gianella, é “totalmente des- res.
cabido” criar um sistema exclusivo para o atendimento desses adolescen-
tes. “Do ponto de vista orçamentário, não faz nem sentido. Uma instituição Direto ao ponto: Ficha-resumo
só para isso ficaria vinculada a qual secretaria? Quer dizer, você precisaria
ter uma estrutura administrativa para cuidar de 300 adolescentes? Acho Entre os tipos de consultas populares que poderiam ser utilizadas, o
que é totalmente descabido”, diz a responsável pelo sistema que é “mode- decreto cita nove: conselhos de políticas públicas, comissão de políticas
lo” para o resto do País, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). públicas, conferência nacional, ouvidoria pública federal, mesa de diálogo,
fórum Inter conselhos, audiência pública, consulta pública e ambiente virtual
Uma pesquisa divulgada, em junho, pelo Instituto de Pesquisa Econô- de participação.
mica Aplicada (Ipea) sobre o perfil dos menores que cometem crimes no
Brasil mostra que o cenário no restante do País é parecido. Para a oposição, a proposta é "bolivarianista" e fere prerrogativas do
Congresso Nacional. Para o governo, a medida estimula a criação de
Dos 25.192 delitos praticados por adolescentes em 2013, 4.087 estruturas de participação social. Outros críticos alegam que o decreto é até
(16,23%) foram considerados graves e incluídos na proposta que está em “tímido” já que não traz muitas alterações em relação ao que está na Cons-
debate no Congresso. Isso não significa, no entanto, que o número de tituição de 1988. A polêmica levantou a necessidade de se debater a de-
adolescentes seja de pouco mais de 4 mil, já que cada jovem pode estar mocracia participativa e a forma como entendemos e de como deve ser, de
cumprindo medida de internação por mais de um delito. Mas, mesmo que fato, a participação social.
cada ato infracional grave representasse apenas um adolescente, a média
seria de 145 menores “enquadrados” na redução da maioridade penal por Democracia: da Grécia ao mundo moderno
estado brasileiro. Como regime político, a democracia é caracterizada pela participação
Maioridade penal e a “privatização” popular, que pode ser direta (quando todos os indivíduos manifestam sua
opinião sobre os assuntos relevantes para eles em assembleias, plebiscitos
Ainda assim, o líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), ou referendos) ou representativa (onde a coletividade vota em seus repre-
vê razão para essa parcela de menores ser alvo de projeto de lei. Para o sentantes a quem é delegado o poder para tomar as decisões).
parlamentar, a ideia de criar um sistema penitenciário exclusivo para essa
minoria de adolescentes é questão de “risco de investimento”. É que, Dizemos que uma sociedade é democrática quando, além de eleições,
enquanto se discute a viabilidade dessa lei, deputados favoráveis à redução partidos políticos, divisão dos três poderes, respeito à vontade da maioria e
da maioridade penal tentam pavimentar o caminho para uma “solução” das minorias, ela institui algo que é condição de seu próprio regime político:
alternativa: a “privatização” desses centros de detenção. direitos.

Algumas semanas antes de a Câmara aprovar a redução da maiorida- O berço do conceito de democracia é a Grécia antiga. Naquela socie-
de penal, com manobra do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rosso dade, criou-se a tradição democrática com a instituição de três direitos:
apresentou um projeto de lei que sugere a criação de “Centros de Resso- igualdade, liberdade e participação no poder.
cialização Juvenil” por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Quantos aos dois primeiros vale lembrar que as mulheres, os escravos
“Não é privatização”, rebate Rosso em entrevista a Carta Capital. “É e os estrangeiros não eram considerados cidadãos e, por isso, estavam
um novo conceito. Não é nem o ECA, nem a penitenciária tradicional. É excluídos das grandes decisões. No entanto, como observaram Aristóteles
novo mesmo. ~então as empresas que quiserem montar produtos e servi- e Karl Marx, embora a instituição desses direitos não os garantissem imedi-
ços vão poder entrar e o jovem vai gerar renda para a sociedade”, defende atamente, abria campo para a criação da igualdade e sua consolidação
o parlamentar que, coincidentemente, assina a emenda aglutinativa da real.
maioridade penal. Já quanto à participação, era dado a todos os cidadãos o direito de par-
Como mostrou reportagem da Agência Pública, em maio deste ano, ticipar das discussões e deliberações da cidade. A política era considerada
empresas que atuam na área de gestão prisional ajudaram a financiar as uma ação coletiva.
campanhas de pelo menos quatro deputados na Câmara: Bruno Covas A partir do século 18, as revoluções burguesas que derrubaram as mo-
(PSDB-SP), o pastor evangélico João Campos (PSDB-GO), Silas Câmara narquias absolutistas, como a Revolução Americana (1776) e Revolução
(PSD-AM) e Felipe Maia (DEM-RN). Já Rosso não recebeu doação, segun- Francesa (1789), foram dando novas bases para a criação de um conceito
do a prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de nenhuma moderno de democracia. O princípio básico dessa democracia moderna é o
dessas empresas. direito dos cidadãos de eleger seus representantes pelo voto.
Para o advogado Ariel de Castro Alves, que também foi fundador da Enquanto a democracia ateniense era direta, a moderna é representa-
Comissão da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da OAB, esse tiva, o que deixou o direito de participação mais limitado ao pleito, na visão
é um dos interesses por trás da redução da maioridade penal. “Muitos dos de boa parte dos cidadãos. Mas, por definição, a democracia espera uma
parlamentes que estão na Bancada da Bala são ligadas a empresas de participação social e popular que vá além do voto.
armamento e segurança privada”, afirma. “Empresas de segurança privada
querem migrar para a privatização do sistema penitenciário e explorar esse A participação social
novo filão. É um mercado bastante promissor. ” A definição de democracia no Dicionário de Políticas Públicas do
NUPPS (Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP) é “não existe
democracia sem democratas, isto é, pessoas comuns que aceitam conviver
Participação social: Brasil ainda enfrenta obstáculos para a demo- com as outras no ambiente de tolerância e cooperação que caracteriza a
cratização da gestão pública democracia e que alimentam, mesmo quando desejam aperfeiçoar o regi-
Andréia Martins me, sentimentos, atitudes e comportamentos favoráveis a ele; para isso, a
da Novelo Comunicação participação é fundamental, assim como a disposição de corrigir distorções
como a corrupção”.
28/11/201411h27
Com a Constituição de 1988, que veio após a ditadura militar, o direito
Logo após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), o Congresso à participação foi elevado a princípio constitucional, resultado da demanda
aprovou um projeto que veta o decreto 8.243/2014 proposto pela própria por uma maior participação e controle público, consolidando o que ficaria
petista e que criava novas instâncias de participação popular por meio da conhecido como “democracia participativa”.
instituição da Política Nacional de Participação Social (PNPS).
A democracia participativa tem como componente básico a defesa da
participação direta dos cidadãos na tomada de decisão dos políticos e

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órgãos públicos. Ela ganha força com a necessidade de novas formas de diálogo, fórum Inter conselhos, audiência pública, consulta pública e ambi-
diálogo entre o poder público e a sociedade, através de canais e mecanis- ente virtual de participação.
mos de participação social.
Para que elas sejam possíveis, deve haver diálogo para a sua criação,
A participação social se dá nos espaços e mecanismos do controle so- implantação e execução. E por outro lado, para fazer valer a democracia, é
cial como conferências, conselhos, ouvidorias, audiências públicas, entre preciso oferecer bases e oportunidades para que tais estruturas de partici-
outros, que atuam no controle, a fiscalização, o acompanhamento e imple- pação social existam.
mentação de políticas públicas, bem como para um diálogo mais frequente
entre os governos e a sociedade civil.
Os conselhos de políticas no Brasil têm sua origem nas lutas sociais Nanossatélites: eles estão reaquecendo o programa espacial bra-
travadas no período de democratização política brasileira, pós-ditadura sileiro
militar. Segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo, hoje há no Brasil Maria Fernanda Moraes
40 conselhos e comissões de políticas públicas, formados por 668 integran-
tes do governo e 818 representantes da sociedade. Da Novelo Comunicação

Eles reúnem representantes de entidades empresariais, organizações 01/08/2014 15h36


da sociedade e governo, eleitos por voto ou outro mecanismo, acordado Onze anos depois da última tentativa, o Brasil conseguiu lançar seu
com o grupo. Alguns têm décadas de funcionamento, como o Conselho primeiro nanossatélite ao espaço em junho de 2014. A iniciativa teve o
Nacional de Saúde, instituído em 1937. Outros foram institucionalizados em apoio da Rússia, de onde o NanosatC-Br1 foi lançado, na base de Yang.
1988.
O lançamento do NanoSatC-BR1 (nanossatélite científico brasileiro) foi
Sua atribuição não é de veto a uma lei ou decisão (um conselho não realizado a bordo de um foguete DNEPR, um antigo míssil nuclear soviéti-
pode vetar uma decisão do Congresso, por exemplo), mas de levar para co-ucraniano convertido em plataforma de lançamento comercial, junto com
diferentes setores e perfis o debate. mais outros 36 nanossatélites. O foguete abriga o satélite principal e os
Nessa linha, é importante diferenciar participação social de popular. A demais satélites, menores, são adicionados nos locais vagos.
participação popular corresponde a formas mais independentes e autôno- O sucesso do lançamento representa um marco nas pesquisas aero-
mas de atuação, organizadas em movimentos sociais, associações de espaciais brasileiras e os envolvidos na ação, ajuda a reativar o programa
moradores, entre outras. Aqui, as formas de luta são mais diretas, com a espacial brasileiro, formando novos especialistas e pesquisadores. A mis-
realização de marchas, ocupações, protestos (os de junho de 2013, por são anterior, o Unosat-1, falhou após o acidente com o veículo lançador
exemplo), ente outros. VLS-1 na base de Alcântara, no Maranhão, em 2003, que destruiu o nanos-
No Brasil, embora tenhamos visto avanços, como orçamento participa- satélite e vitimou 21 cientistas.
tivo (que permite que a população participe da decisão dos investimentos Direto ao ponto: Ficha-resumo
em obras e serviços a serem realizados a cada ano na cidade, com os
recursos do orçamento da prefeitura) e o congresso das cidades, bons Conhecidos como cubistas, os nanossatélites foram criados em 1999
exemplos da participação social, a democratização da gestão pública ainda como ferramenta educacional por Bob Twists e Jordi Puig-Suari, professo-
apresenta muitos desafios. res das universidades de Stanford e Politécnica da Califórnia. Desde então,
as finalidades a que se destinam são múltiplas: podem ser usados para a
“De fato, constatamos uma participação restrita a poucos segmentos detecção de sinais eletromagnéticos que antecedem os terremotos, em
sociais com capacidade de organização e expressão política, cujo risco é sistemas de sensoriamento de condições atmosféricas, em testes de siste-
exatamente reforçar o círculo vicioso de produção e reprodução das enor- mas biológicos, como a produção de proteínas bacterianas no espaço, ou
mes desigualdades já existente, em razão da crescente dificuldade de ainda para a observação de fenômenos no solo.
organização e expressão política dos segmentos sociais em situação de
vulnerabilidade ou exclusão social”, escreve o sociólogo Orlando Alves dos Eles fazem parte de uma categoria de satélites artificiais minúsculos.
Santos Jr. no texto "Dilemas e desafios da governança democrática". Na sua estrutura, os nanossatélites têm todas as partes dos grandes satéli-
tes: antenas, comunicação por rádio, sistema de controle de energia, painel
Este é um dos desafios da participação social. Estaríamos preparados solar, estrutura, computador de bordo, sistemas de posicionamento e de
para participar desse debate? O número de pessoas ligadas a associações propulsão, tudo em tamanho menor. Possuem formato de um cubo, medem
civis representa a diversidade de indivíduos e necessidades? As práticas até 10 centímetros de aresta ou até 10 centímetros de altura se forem de
são éticas e desvinculadas de partidos e figuras políticas? Ou seja, outras formato cilíndrico e pesam pouco mais de 1 kg.
questões também estão ligadas a essa participação.
Os nanossatélites são ideais para a realização de experimentos sim-
No entanto, ela abre caminho para um diálogo mais próximo entre so- ples e possuem um custo relativamente baixo, já que a estrutura deles é
ciedade e governo. Cabe a essas estruturas serem idôneas, éticas, repre- montada a partir de componentes de prateleira. O NanoSatC-Br1, por
sentarem diferentes setores, e ao governo (federal, municipal ou estadual), exemplo, custou R$ 800 mil, incluindo os gastos com o lançamento. Para
cabe oferecer possibilidades para que tais estruturas participativas sejam se ter uma ideia, um satélite da série Cbers, feito em parceria com a China
criadas e não seja apenas “uma cidadania por decreto”, onde a voz do para sensoriamento remoto, custa cerca de US$ 270 milhões (quase R$
povo, chamado ao debate, de nada vale. 600 milhões). A viagem tripulada ao espaço feita pelo astronauta brasileiro
DIRETO AO PONTO Marcos Pontes, em 2006, custou US$ 10 milhões.
Há um número crescente hoje em dia de missões espaciais que utili-
A polêmica em torno do veto por parte do Congresso brasileiro ao decreto zam como plataforma os cubesats. A Nasa (agência espacial norte-
8.243/2014 proposto pela presidenta Dilma Rousseff, em maio deste ano, e americana), por exemplo, em novembro do ano passado, colocou em órbita
que criava novas instâncias de participação popular levantou a necessidade 29 satélites em uma única missão. O baixo custo faz com que os cubesats
de se debater o status da democracia participativa e a forma como enten- sejam explorados por países como Argentina, Equador, Peru e a Colômbia,
demos e de como deve ser, de fato, a participação social. que entre os latinos tem o nanossatélite mais antigo em operação.

A participação social se dá em espaços como conferências, conselhos, No Brasil, o programa para construção de satélites de pequeno porte
ouvidorias, audiências públicas, entre outros. Essa forma de atuação orga- foi iniciado em 2003 por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
nizada é fundamental para o controle, a fiscalização, o acompanhamento e Espaciais (INPE), com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB). Além do
implementação de políticas públicas, bem como para um diálogo mais NanoSatC-BR1, a previsão é de que mais três minissatélites sejam lança-
frequente entre os governos e a sociedade civil. dos até o final de 2014.

Poder ser no formato de conselhos de políticas públicas, comissão de


políticas públicas, conferência nacional, ouvidoria pública federal, mesa de
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Missão do NanoSatC-BR1 Direto ao ponto: Ficha-resumo
O NanoSatC-BR1 foi desenvolvido pelo INPE em parceria com a Uni- Para compensar a perda do volume de água fornecido pela empresa
versidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul, e apoio Sabesp, municípios abastecidos pelo sistema adotaram medidas de dimi-
da AEB e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Em Santa Maria nuição do consumo. No futuro, a situação pode piorar. Na Região Metropoli-
(RS) e em São José dos Campos (SP) ficam as duas estações terrenas de tana de São Paulo, por exemplo, a demanda por água será 27% maior em
rastreio e controle de nanossatélites que irão monitorar o cubesat BR1 em 2035.
órbita, rastreando e baixando os dados que o satélite enviará do espaço.
Além do uso doméstico (em Nova York, um cidadão chega a gastar
Em sua estrutura, o nanossatélite brasileiro carrega uma placa com três 2.000 litros de água potável por dia) e público, os recursos hídricos são
cargas úteis. Uma delas traz o magnômetro, um sensor que irá estudar o utilizados na agricultura, pecuária, indústria (para fabricar 1 kg de aço são
campo magnético terrestre e sua interação com a radiação ionizante prove- necessários 600 litros de água) e na geração de energia nas usinas hidrelé-
niente do Sol e das estrelas. O objetivo é analisar o fenômeno conhecido tricas.
como Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Sama, em inglês), sobre a
região costeira sul do Brasil. A geração de energia hidrelétrica, nuclear e térmica precisa de água.
No Brasil, as usinas hidrelétricas são responsáveis por mais de dois terços
Segundo os pesquisadores, o Sama provoca uma falha na magnetosfe- da energia gerada no país. Assim, a falta de chuvas e a escassez de água
ra terrestre que permite que a radiação ionizante espacial chegue mais afetam o fornecimento de luz, gerando apagões, racionamento entre outras
perto da superfície. O resultado disso é o aumento da presença de partícu- medidas. Uma recente decisão do ONS (Operador Nacional do Sistema
las de alta energia, o que pode afetar as comunicações, os sinais de satéli- Elétrico) foi aumentar a capacidade de geração das termoelétricas, que
tes de posicionamento global (GPS), as redes de distribuição de energia e custam mais caro. Esse custo adicional será repassado ao consumidor
até causar falhas em equipamentos eletrônicos. Enviar informações sobre brasileiro na hora de pagar a conta de luz.
esse distúrbio, suas causas e efeitos mais concretos é a principal missão
do NanoSatC-BR1. Com o crescimento da população, o inchaço desordenado das cidades
e o desenvolvimento econômico que aumenta a demanda por recursos
Outros nanossatélites brasileiros hídricos, a água de qualidade é cada vez mais escassa.
Com expectativa de lançamento para 2015, o NanoSatC-BR2 está em Escassez de água
fase de finalização, tem o dobro do tamanho do primeiro e maior capacida-
de de carga útil. Os outros três nanossatélites brasileiros com previsão de A necessidade de um consumo consciente e a escassez da água levou
lançamento para 2014 (AESP-14, Serpens e o CanSat Tancredo-1) deve- a ONU(Organização das Nações Unidos) a criar em 2004 o Dia Mundial da
rão ser lançados da ISS, plataforma espacial que fica em órbita a uma Água, em 22 de março.
altura de 370 quilômetros. O lançamento será feito por meio de um braço A água é um elemento fundamental a todo ser vivo. Mas o acesso à
robótico operado pelo módulo espacial japonês Kibo. água potável sempre foi um problema para as populações do mundo. A
Desses três, o Tancredo-1 tem uma peculiaridade: foi construído por Terra é composta de 70% de água, a maior parte localizada nos oceanos.
estudantes do ensino fundamental da escola municipal Tancredo de Almei- Desse percentual, cerca de 3% é formado por água doce. E grande parte
da Neves, de Ubatuba, em São Paulo. O nanossatélite pesa 750 gramas, dela se encontra congelada nas calotas polares ou embaixo da superfície
tem cerca de 9 centímetros de diâmetro e 12 centímetros de altura, com do solo.
formato de cilindro. A possibilidade da escassez de água futura alerta o Brasil para a ne-
Há ainda outros satélites de pequeno porte em construção no país, cessidade de reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas. Um
como o Itasat 1, projeto conjunto entre o INPE e o ITA, que pesa cerca de 6 relatório recente produzido pela Coppe/UFRJ, área de engenharia da
kg e mede 10 por 22,6 cm e 34 cm de altura, o equivalente a seis unidades universidade, e financiado pelo Banco Mundial, aponta para a possibilidade
do cubesat BR1. A previsão de lançamento do Itasat 1 é para o segundo das hidrelétricas em construção Santo Antonio, Jirau e Belo Monte não
semestre de 2015. gerarem a energia esperada devido à falta de chuvas na Amazônia.

O Centro Regional do Nordeste (CRN) do Inpe, em Natal, no Rio Gran- Dados da ONU de 2006 estimam que até 2050 mais de 45% da popu-
de do Norte é um dos parceiros desse projeto e foi o responsável por lação mundial não terá acesso à água potável. Segundo a previsão dos
desenvolver o transponder utilizado pelo Itasat 1. O CRN de Natal, além de organismos internacionais, quase todos os três bilhões de habitantes que
responsável pelo sistema brasileiro de coleta de dados ambientais, também devem ser adicionados à população mundial até 2050 nascerão em países
colabora com o movimento de expansão dos cubesats brasileiros. que já sofrem com a escassez desse recurso. As áreas mais atingidas
serão a África, a Ásia Central e o Oriente Médio. Num futuro não muito
Desde o início de 2011, pesquisadores de lá trabalham no projeto Co- distante, o cenário desenhado é de países brigando mais por água e menos
nasat. Trata-se de uma constelação de seis nanossatélites para coleta de por petróleo.
dados ambientais, em que cada um deles é um cubo com aresta de 20
centímetros e 8 quilos de peso. O projeto tem como objetivo garantir a Vários problemas afetam a qualidade da água e agravam o seu des-
continuidade da coleta de dados ambientais, já que dos dois satélites do perdício. No campo, as técnicas inadequadas de irrigação e o uso abusivo
Inpe em operação atualmente, o SCD1 e 2, apenas está suprindo essa de produtos químicos afetam o meio ambiente. O problema se agrava com
demanda. o desmatamento e remoção de áreas de vegetação e matas ciliares que
protegem os rios. Nas cidades, o lançamento de lixo e esgoto sem trata-
mento podem poluir os mananciais que abastecem a região. Sem contar
ações cotidianas, como fechar a torneira enquanto escovar os dentes,
Falta de água: com alto consumo, problema afeta a geração de economizar o tempo no banho, ensaboar a louça com a torneira fechada,
energia entre outras.
Carolina Cunha Brasil, uma potência hídrica
Da Novelo Comunicação Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), o Brasil é considerado
18/03/2014 17h58 a maior potência hídrica do planeta – dados estimam que o país detenha
aproximadamente 12% da água doce do mundo.
Basta uma redução na quantidade de chuvas que as notícias logo che-
gam: vai faltar água na sua cidade. Em março, após uma longa estiagem no O maior potencial hídrico do Brasil é a Amazônia. No entanto, o uso da
verão, o nível do reservatório do Sistema Cantareira, que abastece a Regi- água para gerar energia a partir de uma hidrelétrica implica inundar grandes
ão Metropolitana de São Paulo, chegou a 15%, o mais baixo patamar desde áreas, o que é visto como um problema socioambiental.
que o sistema foi construído, em 1974. O normal para essa época seria de A riqueza de volume de água é garantida pelas chuvas tropicais e por
60%. três grandes bacias: Amazônica, São Francisco e Paraná. Além disso, o

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Brasil possui a maior reserva de água doce subterrânea do mundo, o _______________________________________________________
aquífero Guarani, que abrange parte dos territórios da Argentina, do Brasil,
do Paraguai e do Uruguai e cruza a fronteira de oito Estados brasileiros _______________________________________________________
(Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Para- _______________________________________________________
ná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), e já abastece cidades próximas.
_______________________________________________________
O aquífero é uma formação geológica rochosa capaz de armazenar e
ceder água subterrânea, abastecendo poços artesanais e fontes de água _______________________________________________________
doce. Para especialistas, os aquíferos poderiam ser uma alternativa para _______________________________________________________
atender necessidades futuras de consumo de água. No entanto, essa não é
uma solução simples. _______________________________________________________
O problema é que em quase todos os continentes, importantes aquífe- _______________________________________________________
ros estão sendo esgotados de forma mais rápida que o tempo de recarga,
como é o caso da Índia, China, Estados Unidos, norte da África e Oriente
_______________________________________________________
Médio, causando um déficit hídrico mundial de cerca de 200 bilhões de _______________________________________________________
metros cúbicos por ano.
_______________________________________________________
Além do risco de contaminação, cidades que estão sob estas águas
subterrâneas podem afundar com o uso indiscriminado, com aconteceu na _______________________________________________________
Cidade do México (México) e na Califórnia (EUA). Ou seja, são exemplos _______________________________________________________
do desperdício da água e de uma possível solução para um dos principais
desafios mundiais do século 21. _______________________________________________________
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Conhecimentos Gerais 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VER- será mais consciente e segura.
BAIS, NÃO-VERBAIS, INFORMATIVOS, PUBLICITÁRIOS E Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
LITERÁRIOS. TEXTUALIDADE: COESÃO E COERÊN- 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
CIA.FUNÇÕES DA LINGUAGEM. A INTERTEXTUALIDADE 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
NA LEITURA E NA PRODUÇÃO DE TEXTOS. TIPOLOGIA até o fim, ininterruptamente;
TEXTUAL. 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos
umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
necessitar de um bom léxico internalizado. ensão;
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um respondente;
confronto entre todas as partes que compõem o texto. 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
diante de uma temática qualquer. perguntou e o que se pediu;
Denotação e Conotação 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- exata ou a mais completa;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- lógica objetiva;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada resposta;
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- definindo o tema e a mensagem;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
diferenciadas em seus leitores. 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- simos na interpretação do texto.
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do Ex.: Ele morreu de fome.
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste do fato (= morte de "ele").
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim Ex.: Ele morreu faminto.
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
esclareçam o sentido. quando morreu.
Como Ler e Entender Bem um Texto 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e as estão coordenadas entre si;
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Cunegundes
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça TEXTO NARRATIVO
a memória visual, favorecendo o entendimento. • As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim dos fatos.
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto heroína, personagem principal da história.
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designíos do prota-
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen- gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui contracena em primeiro plano.
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-
da fonte e na identificação do autor. sas, são os figurantes de influência menor, indireta, não decisiva na narra-
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de ção.
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce- O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa- pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto.
Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
uma outra alternativa mais completa. alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- Exemplo:
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
perante os acontecimentos. verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a No discurso direto é frequente o uso dos verbos de locução ou descen-
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. di: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e
No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou
quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.
complicação, o clímax, o desenlace ou desfecho.
• Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
as personagens e certas circunstâncias. Exemplo:
Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no meio dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complicação quan- que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
do ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens. nos sombrios por vir”.

O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Exemplo:
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
nero do texto. lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma que estivesse doido.
crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim Como poderia andar um homem àquela hora, sem fazer nada de
por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só
caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao princi- sendo doido mesmo”.
pal. (José Lins do Rego)
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- TEXTO DESCRITIVO
gares, ou mesmo em um só lugar. Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literá- As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
rios, essas informações são extensas, fazendo aparecer textos tanto na descrição literária quanto na descrição técnica.
descritivos no interior dos textos narrativo. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, formando uma imagem unificada.
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem pouco.
cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
diz que antes de um fato que aconteceu depois. nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela através dos sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a sub-
natureza ou pelo relógio. jetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas prefe-
O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele rências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito. vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- • Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pe-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o la enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento,
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social
zado por: e econômico.
- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo o que diz respeito às • Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- partes mais típicas desse todo.
tiva que é feito em 1a pessoa. • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- típicos.
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. • Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
qual a história está sendo contada. • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores.
Formas de apresentação da fala das personagens É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há convencendo.
três maneiras de comunicar as falas das personagens. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenôme-
• Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra- nos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
vés do diálogo.

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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TEXTO DISSERTATIVO Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
tão, e pressupõe um exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
do o contexto. ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
são).
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em:
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
jetiva da definição do ponto de vista do autor. propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias dão tornem esta produção altamente evocativa.
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
sencadeia a conclusão. texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
em uma dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipóte- rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
se e opinião. junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
a obra ou ação que realmente se praticou. bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente autoexplicativo, daí
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- uma relação interdiscursiva e intertextual.
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
respeito de algo. utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
O TEXTO ARGUMENTATIVO oposição, tudo isto em forma de piada.
Baseado em Adilson Citelli
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte- Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de conceitos pré-estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
tipo de texto solicitado. capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...

Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de Editora .Scipione, 1994 - 6ª edição.
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do RECONHECIMENTO DE TIPOS E GENÊROS TEXTUAIS
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi- A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, verbais e não verbais.
ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a
soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores.
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
do ponto de vista de algo/alguém. texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
falamos sozinhos.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de existem tipos textuais e gêneros textuais.
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se- ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti- É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis Dissertação.
pela unidade da formação textual.

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo A Novela
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
prosa. complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
conceituam como gêneros textuais as diversas situações converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma A Obra Teatral
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
das personagens.
O Conto
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí- tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
os turnos de palavras.
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona- e os atores orientam sua interpretação.
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen-
tação das características destes personagens, assim como para as indica- Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
futuro). Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
bimembres de predicado não verbal.
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de O Poema
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeitos e o perfeito predo- relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri- uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
ções e nos diálogos. riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para
captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó- versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo,
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre-
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono-
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida- ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte
de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém dade depende desta distribuição.
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
anos 40." Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma
que não intervém nem como ator nem como testemunha. palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pon- h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também
tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro-
as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fa- xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma
zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
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A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen- pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
são considerados dissílabos. que não aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
informativa vinculada ao tema central. o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- nosso país ou minha cidade).
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu- Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
TEXTOS JORNALÍSTICOS tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
tador (jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em dos Deputados durante a próxima semana.
que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade,
condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o por um patrulheiro.
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
dado. quem? como? quando? por quê e para quê?
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns O Artigo de Opinião
são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as
crônicas, as resenhas de espetáculos. Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua-
lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à considerado, ou merece ser, objeto de debate.
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi-
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui-
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
referiremos a eles em outro momento. posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa- Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli- organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
cações do texto. ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu- tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos início do texto.
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
textos. argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
a posição adotada pela redação. as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
A Notícia e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
pessoas. estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os
As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que argumentos usados na validade da tese.
contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de
não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus
ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações respectivos comentários.
similares. Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen-
tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam,
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com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábu-
argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor los a que possam ser atribuídos uma multiplicidade de significados, isto é,
da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem
o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao
artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais termo polissêmico nesse contexto.
para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, con-
cessivas e condicionais. A Definição

Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados através de um processo de sinonímia.
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
cenas e opiniões como positivas ou negativas. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
A Reportagem mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma antes de terminar o inverno.
figura-chave para o conhecimento deste tópico.
Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu- Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
atenção dos leitores. traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
A Entrevista te antes de terminar o inverno".
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi- As definições contêm, também, informações complementares relacio-
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve Essas informações complementares contêm frequentemente
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário:
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási-
sobre as declarações do entrevistado. cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra-
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa- fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median-
conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas te barras paralelas e /ou números.
destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas
derivados. Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe continuar em exercício; adiar o término de.
uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo A Nota de Enciclopédia
de propostas e de réplicas.
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama
TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-
tude desta expansão.
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci-
ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam- A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os
ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia,
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân- exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
das palavras. dades: terrestres e aquáticos.

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Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lin- gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
guagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
responde às exigências de concisão e de precisão. esta valorização fique explícita.
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra- Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o
vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
qualidades próprias daquilo a que se referem. tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de que regem a apresentação da bibliografia.
ligação - ser, estar, parecer, etc.
O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
O Relato de Experimentos texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em construções de discurso direto ou de discurso indireto.
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-
que descrevem experimentos. ções, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da econo-
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para consta- incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
tar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos
uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate- auxiliares, etc.
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo nutrem-se do liberalismo’
observado.
Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co- pensamento nutriam -se do liberalismo'
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
planta crescerá mais rápido. enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a emissor.
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o au-
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classi-
tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é ficação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipóte-
essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apre- se, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das
senta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência
das etapas do processo. estabelecida entre os fatos e a conclusão.
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo Os conectores lógicos oracionais e extra oracionais são marcas linguís-
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente ticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, entre os dados e para avaliar sua coerência.
do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
A Biografia
A Monografia
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia.
determinado tema é recolhida em diferentes fontes. Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresen-
tar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens
Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados cuja ação foi qualificada como relevante na história.
com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado
fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em
qualificados ou de especialistas no tema. sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec-
As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe- tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial
rente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua
como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições
exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos
aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona- da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida-
de), etc.
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A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta- Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apre- momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
sentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de pode intervir outro membro da equipe.
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados TEXTOS EPISTOLARES
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
importância que a eles atribui. crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeça-
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - lho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma carac- uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos
terística que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
altamente reprovados pela opinião pública. das características contidas no texto.
TEXTOS INSTRUCIONAIS Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di- ção espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabe-
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou lece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culi- em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
nárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendi- relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
da. formal.

A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio- A Carta


nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e ar-
estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de coproprieda- gumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
de; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste expressiva e apelativa).
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para
introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto
deveres das partes envolvidas. é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru- tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes dimensão expressiva da mensagem.
textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego
frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda- Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co-
gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpare-
instruções. cer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências
habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las;
As Receitas e as Instruções perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de
para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas
fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.

Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun-
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
a outra, desenvolve as instruções. diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom- A Solicitação
panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo emprego, uma vaga em uma escola, etc.
(misturar a farinha com o açúcar). Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce-
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que
construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente
acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que para a abertura e encerramento (atenciosamente. com votos de estima e
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente. ../ Saúdo-vos com
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto
em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre- As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: singular.
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As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor através Função metalinguística
da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identificam-no Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A
no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-se a...). poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalingua-
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o gem.
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da lingua-
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados gem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos defini-lo.
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi-
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua Variação linguística
apelação. Uma variação de uma língua é uma forma que difere de outras formas
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram da linguagem sistemática e coerentemente. Variedade é um conceito maior
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão do que estilo de prosa ou estilo de linguagem.
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto, aparentemente
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como um processo de criação de palavras para termos específicos como dialeto e
de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o idioleto.
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta Exemplos de variações são:
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio • dialetos, isto é, variações faladas por comunidades
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). geograficamente definidas.
• idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma- usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que
neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem)
solicitação de bolsas de estudo, etc. quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS geral);
• socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente
definidas
FUNÇÕES DA LINGUAGEM NO TEXTO; NÍVEIS DE LINGUAGEM NO
• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da
TEXTO;
comunicação pública e da educação
• idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se neces- • registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a
sário o estudo dos elementos da comunicação. gramática de certas atividades ou profissões
Elementos da comunicação • etnoletos, para um grupo étnico
• emissor - emite, codifica a mensagem • ecoletos, um idioleto adotado por uma casa
• receptor - recebe, decodifica a mensagem
• mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos
• código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da não apenas por seu vocabulários, mas também por diferenças na
mensagem gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de
• referente - contexto relacionado a emissor e receptor palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos
• canal - meio pelo qual circula a mensagem dialetos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da
e exercem influência sobre a comunicação linguagem.
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
Funções da linguagem variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou
Função emotiva (ou expressiva) advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela pre- modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros
valece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. termos (veja jargão).
Função referencial (ou denotativa) É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informa- como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e
ções da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico,
do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. e de, portanto, estilo.
Função apelativa (ou conativa) VÍCIOS DE LINGUAGEM
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comporta- 1) Ambiguidade ou anfibologia - defeito da frase que apresenta du-
mento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso plo sentido. Exemplos: Convence, enfim, o pai o filho amado,
de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. [quem convence?]
Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente - Jacinto, vi a Célia passeando com sua irmã. [sua: de quem?
ao consumidor. 2) Barbarismo - emprego de palavras erradas relativamente à pro-
núncia, forma ou significação: pégada, em vez de pegada; carra-
Função fática manchão, em vez de caramanchão', ânciã, em vez de ânsia; cida-
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato dões, por cidadãos; proporam, em lugar de propuseram; bizarro no
com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefô- sentido de esquisito (galicismo)
nicas, saudações e similares. Obs: Ao erro de acentuação tônica chama-se vulgarmente silaba-
da: rubrica, em vez de rubrica; íbero, em vez de ibero; côndor, em
Função poética vez de condor, etc.
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados 3) Cacofonia ou cacófato - som desagradável ou palavra de sentido
pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se ridículo ou torpe, resultante da sequência de certos vocábulos na
as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em frase:cinco cada um; a boca dela; mande-me já isso; vai-a seguin-
obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. do; por cada mil habitantes; nunca Brito vem aqui; não vi nunca
Juca aqui.

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4) Estrangeirismo - uso de palavras ou construções próprias de lín- Observe que o primeiro exemplo segue as regras gramaticais de con-
guas estrangeiras. Conforme a proveniência, o estrangeirismo se cordância e pontuação, enquanto o segundo não segue as normas da
denomina: galicismo, ou francesismo (do francês), anglicismo (do língua culta, ou seja, apresenta um texto com erros gramaticais, ortográfi-
inglês), germanismo (do alemão), castelhanismo (do espanhol), ita- cos, destituído de pontuação.
lianismo (do italiano). Exercícios Resolvidos
Exemplo de anglicismo condenável: “O desenvolvimento da nossa 1. Utilizamos a linguagem coloquial em qual situação:
Marinha Mercante é um dos pontos fundamentais para o boom da a. Durante uma entrevista de emprego
exportação." (Jornal do Brasil, 7/11/73) b. Durante uma conversa com os amigos
5) Hiato - sequência antieufônica de vogais: Andreia irá ainda hoje ao c. Numa palestra para o público
oculista, d. Na sala de aula com a professora
6) Colisão - sucessão desagradável de consoantes iguais ou idênti- Resposta: Letra b (a linguagem coloquial representa a linguagem in-
cas: o rato roeu a roupa; o que se, sabe sobre o sabre; viaja já; formal, ou seja, aquela que utilizamos em contextos de informalidade com
aqui caem cacos familiares, amigos e vizinhos).
7) Eco - concorrência de palavras que têm a mesma terminação (rima
na prosa): A flor tem odor e frescor. Com medo, Alfredo ocultou-se 2. Transforme os discursos abaixo, apresentados na linguagem infor-
no arvoredo. mal, para a linguagem formal:
8) Obscuridade - sentido obscuro ou duvidoso decorrente do emara- Doeu pra caramba a injeção. (Doeu muito a injeção.)
nhado da frase, da má colocação das palavras, da impropriedade Fui na casa da Mariana porque tava rolando uma festa manera. (Fui até a
dos termos, da pontuação defeituosa ou do estilo empolado. casa de Mariana porque estava acontecendo uma festa divertida.)
9) Pleonasmo - redundância, presença de palavras supérfluas na O Filipe ficô babando na Cíntia. (O Filipe ficou admirando muito a Cíntia.)
frase: entrar para dentro; sair para fora; a brisa matinal da manha Tem uma galera muito sem noção. (Tem muito gente que não compreende
10) Solecismo - erro de sintaxe (concordância, regência, colocação): as coisas.)
falta cinco alunos; eu lhe estimo; revoltarão-.se E aê Brother, como cê tá? (Olá amigo, como você está?)
11) Preciosismo, rebuscamento - linguagem afetada, artificial, cheia Fonte:http://www.todamateria.com.br/linguagem-formal-e-informal/
de sutilezas e vazia de ideias, fuga ao natural, maneirismo.

ASPECTOS MORFOSSINTÁTICOS E SEMÂNTICOS DA


VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: EMPREGO DA LINGUAGEM LÍNGUA: EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS,
FORMAL E INFORMAL CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL, REGÊNCIA NO-
MINAL E VERBAL, OCORRÊNCIA DE CRASE, PONTUA-
A linguagem formal e informal representa duas variantes linguísticas,
ou seja, são dois tipos de linguagem (visual, oral ou escrita) utilizadas em
ÇÃO GRAMATICAL E ESTILÍSTICA.
contextos e/ou situações distintas com o intuito de comunicar.
Assim, enquanto a linguagem formal ou culta está pautada no uso cor- SUBSTANTIVOS
reto das normas gramaticais bem como na boa pronúncia das palavras, a Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
linguagem informal ou coloquial representa a linguagem cotidiana, ou seja, me aos seres em geral.
espontânea, regionalista e despreocupada com as normas gramaticais. São, portanto, substantivos.
Muito importante diferenciar essas duas variantes posto suas utiliza- a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
ções em determinadas situações, ou seja, quando falamos com amigos e Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
familiares utilizamos a linguagem informal, entretanto, se estamos numa b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
reunião na empresa, uma entrevista de emprego ou escrevendo um texto, lho, corrida, tristeza beleza altura.
devemos utilizar a linguagem formal.
Note que no âmbito da linguagem escrita podemos cometer erros gra- CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
ves entre as linguagens formal e informal, por exemplo, quando os estudan- a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
tes produzem um texto e não conseguem se distanciar da linguagem mais rio, cidade, pais, menino, aluno
espontânea e coloquial, ou por não dominarem as regras gramaticais. b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
Nesse sentido, fique atento à essas variações, para não cometer erros Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
graves. cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
Nesse caso, duas dicas bem importantes para não escrever um texto c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
repleto de erros e expressões coloquiais, é primeiro, conhecer as regras priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
gramaticais e segundo, possuir o hábito da leitura, que auxilia na compre- que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
ensão e produção dos textos, uma vez que amplia o vocabulário do leitor. creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
Se quiser saber mais sobre a variante informal da linguagem: Lingua- fada, bruxa, saci.
gem Coloquial d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
Exemplos existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
Para melhor entender essas duas modalidades linguísticas, vejamos os pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
exemplos abaixo: portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
Exemplo 1 trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
Doutor Armando seguiu até a esquina para encontrar o filho que che-
gava da escola, enquanto Maria, sua esposa, preparava o almoço. Quando Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
chegaram em casa, Armando e seu filho encontraram Dona Maria na tivos
cozinha preparando uma das receitas de família, o famoso bolo de fubá trabalhar - trabalho
cremoso, a qual aprendera com sua avó Carmela. correr - corrida
Exemplo 2 alto - altura
O Dotor Armando foi até a esquina esperá o filho que chegava da es- belo - beleza
cola. Nisso, a Maria ficou em casa preparando o almoço. Quando eles
chegarão em casa a Maria tava na cozinha preparando a famosa receita FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
da família boa pra caramba o bolo de fubá cremoso. Aquele que ela a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
aprendeu cum a senhora Carmela anos antes da gente se casâ. portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
De acordo com os exemplos acima fica claro distinguir o texto formal b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
(exemplo 1) do texto informal (exemplo 2). florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.

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c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, revoada - de pássaros
tempo, sol. súcia - de pessoas desonestas
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- vara - de porcos
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras Gênero
alcateia - de lobos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
álbum - de fotografias, de selos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra Podemos classificar os substantivos em:
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
arquipélago - de ilhas para o masculino, outra para o feminino:
assembleia - de parlamentares, de membros de associações aluno/aluna homem/mulher
atilho - de espigas de milho menino /menina carneiro/ovelha
atlas - de cartas geográficas, de mapas Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
banca - de examinadores pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios padrinho/madrinha bode/cabra
bando - de aves, de pessoal em geral cavaleiro/amazona pai/mãe
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cáfila - de camelos forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves em:
cancioneiro - de poemas, de canções 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
caravana - de viajantes animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
cardume - de peixes Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
clero - de sacerdotes mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
colmeia - de abelhas mea
concílio - de bispos 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congregação - de professores, de religiosos go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
congresso - de parlamentares, de cientistas estudante, este dentista.
conselho - de ministros 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
consistório - de cardeais sob a presidência do papa pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
constelação - de estrelas tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
corja - de vadios juge, a pessoa, a criatura.
elenco - de artistas Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxame - de abelhas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
enxoval - de roupas
esquadra - de navios de guerra AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
esquadrilha - de aviões São masculinos São femininos
falange - de soldados, de anjos o anátema o grama (unidade de a abusão a derme
farândola - de maltrapilhos o telefonema peso) a aluvião a omopla-
fato - de cabras o teorema o dó (pena, compai- a análise ta
fauna - de animais de uma região o trema xão) a cal a usuca-
feixe - de lenha, de raios luminosos o edema o ágape a cataplasma pião
flora - de vegetais de uma região o eclipse o caudal a dinamite a bacanal
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o lança- o champanha a comichão a líbido
girândola - de fogos de artifício perfume o alvará a aguardente a sentine-
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o fibroma o formicida la
junta - de bois, médicos, de examinadores o estratagema o guaraná a hélice
júri - de jurados o proclama o plasma
legião - de anjos, de soldados, de demônios o clã
malta - de desordeiros
manada - de bois, de elefantes Mudança de Gênero com mudança de sentido
matilha - de cães de caça Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
ninhada - de pintos
nuvem - de gafanhotos, de fumaça Veja alguns exemplos:
panapaná - de borboletas o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
pelotão - de soldados o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
penca - de bananas, de chaves o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
pinacoteca - de pinturas o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, con-
plantel - de animais de raça, de atletas o lotação (veículo) clusão)
quadrilha - de ladrões, de bandidos o lente (o professor) a lotação (capacidade)
ramalhete - de flores a lente (vidro de aumento)
réstia - de alhos, de cebolas
récua - de animais de carga Plural dos Nomes Simples
romanceiro - de poesias populares 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
resma - de papel casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.

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2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
corações; grandalhão, grandalhões. caras-pálidas.
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
guardiães. São invariáveis:
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. desocupa-o-copo;
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. perde-ganha, os perde-ganha.
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
fens (ou hífenes). marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. Adjetivos Compostos
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil, Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
fósseis; réptil, répteis. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- americanos; cívico-militar, cívico-militares.
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni- amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. dos-mudos > surdas-mudas.
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
os ônix. Graus do substantivo
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs- Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri- podem ser: sintéticos ou analíticos.
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi- Analítico
tos. Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
Substantivos só usados no plural Sintético
afazeres anais Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados.
arredores belas-artes Principais sufixos aumentativos
cãs condolências AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,
confins exéquias ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
férias fezes povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça.
núpcias óculos Principais Sufixos Diminutivos
olheiras pêsames ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes) ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
Plural dos Nomes Compostos pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
1. Somente o último elemento varia: homúncula, apícula, velhusco.
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara- Observações:
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; • Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão- rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo • É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda- tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem- • Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela- mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques) ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
2. Somente o primeiro elemento é flexionado: minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite; zinho, pequenito.
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
rabo, burros-sem-rabo; Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos- diferentes para designar o sexo:
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; bode - cabra genro - nora
banana-maçã, bananas-maçã. burro - besta padre - madre
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos- carneiro - ovelha padrasto - madrasta
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc. cão - cadela padrinho - madrinha
cavalheiro - dama pai - mãe
3. Ambos os elementos são flexionados: compadre - comadre veado - cerva
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves- frade - freira zangão - abelha
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- frei – soror etc.
compromissos.

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ADJETIVOS - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
FLEXÃO DOS ADJETIVOS Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
Gênero Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- - Superlativo absoluto
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Esta cidade é poluidíssima.
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- Esta cidade é muito poluída.
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem - Superlativo relativo
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
outros seres:
Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Este rio é o mais poluído de todos.
melhante a dos substantivos. Este rio é o menos poluído de todos.

Número Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:


a) Adjetivo simples - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
substantivos simples: - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
pessoa honesta pessoas honestas quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
regra fácil regras fáceis
homem feliz homens felizes Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
variáveis: NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO ABSOLUTO RELATI-
blusa vinho blusas vinho VO
camisa rosa camisas rosa bom melhor ótimo
b) Adjetivos compostos melhor
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- mau pior péssimo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: pior
acordos sócio-político-econômico grande maior máximo
acordos sócio-político-econômicos maior
causa sócio-político-econômica pequeno menor mínimo
causas sócio-político-econômicas menor
acordo luso-franco-brasileiro
acordo luso-franco-brasileiros Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
lente côncavo-convexa acre - acérrimo ágil - agílimo
lentes côncavo-convexas agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
camisa verde-clara amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo
camisas verde-claras amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
sapato marrom-escuro áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
sapatos marrom-escuros audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
Observações: benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica inva- célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
riável: cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariá- incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
veis: íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
blusa azul-marinho blusas azul-marinho livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os ele- manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
mentos variam: negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
menina surda-muda meninas surdas-mudas possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
Graus do Adjetivo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
pressas em dois graus: salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
- o comparativo simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
- o superlativo terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
Comparativo voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, Adjetivos Gentílicos e Pátrios
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: Argélia – argelino Bagdá - bagdali
- Comparativo de igualdade: Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Bóston - bostoniano Braga - bracarense
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
- Comparativo de superioridade: Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. bucarestense Campos - campista
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. Cairo - cairota Caracas – caraquenho

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Canaã - cananeu Ceilão - cingalês • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
Catalunha - catalão Chipre - cipriota terrogativas.
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense PRONOMES PESSOAIS
bricense Cuiabá - cuiabano Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho curso:
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Egito - egípcio capixaba Eu sai (eu)
Equador - equatoriano Évora - eborense Nós saímos (nós)
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês Convidaram-me (me)
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano Convidaram-nos (nós)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Gabão - gabonês Galiza - galego Tu saíste (tu)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino Vós saístes (vós)
Goiânia - goianense Granada - granadino Convidaram-te (te)
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco Convidaram-vos (vós)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Ele saiu (ele)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense Eles saíram (eles)
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita Convidei-o (o)
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense Convidei-os (os)
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macapá - macapaense Macau - macaense Os pronomes pessoais são os seguintes:
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
Madri - madrileno Manaus - manauense NÚMERO PESSOA CASO CASO OBLÍQUO
Marajó - marajoara Minho - minhoto RETO
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco singular 1ª eu me, mim, comigo
Montevidéu - montevideano Natal - natalense 2ª tu te, ti, contigo
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Pequim - pequinês Pisa - pisano plural 1ª nós nós, conosco
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro 2ª vós vós, convosco
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense 3ª eles, elas se, si, consigo, os, as,
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca lhes
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano PRONOMES DE TRATAMENTO
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
Veneza – veneziano Vitória - vitoriense você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.

Locuções Adjetivas Veja, a seguir, alguns desses pronomes:


As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs- PRONOME ABREV. EMPREGO
tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
ser substituídas por um adjetivo correspondente. Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral
PRONOMES Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
Vossa Santidade V.S. papas
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre- Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
substantivo. São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
• Ele chegou. (ele) cês.
• Convidei-o. (o)
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
Considera-se errado seu emprego como complemento:
• Esta casa é antiga. (esta) Convidaram ELE para a festa (errado)
• Meu livro é antigo. (meu) Receberam NÓS com atenção (errado)
EU cheguei atrasado (certo)
Classificação dos Pronomes ELE compareceu à festa (certo)
Há, em Português, seis espécies de pronomes: 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
pronomes retos:
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas Convidei ELE (errado)
de tratamento: Chamaram NÓS (errado)
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; Convidei-o. (certo)
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; Chamaram-NOS. (certo)
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- reto seu emprego como complemento:
trem, nada, cada, algo. Informaram a ELE os reais motivos.

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Emprestaram a NÓS os livros. construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Eles gostam muito de NÓS. verbos transitivos diretos:
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se Eu lhe vi ontem. (errado)
errado seu emprego como complemento: Nunca o obedeci. (errado)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo)
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
MIM e TI: sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
Ninguém irá sem EU. (errado) finitivo:
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Deixei-o sair.
Ninguém irá sem MIM. (certo) Vi-o chegar.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) Sofia deixou-se estar à janela.

Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam vendo as orações reduzidas de infinitivo:
como sujeito de um verbo no infinitivo. Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
A mim, ninguém me engana.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri- A ti tocou-te a máquina mercante.
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
sujeito. mo vicioso e sim ênfase.

5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em exercendo função sintática de adjunto adnominal:
que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Querida, gosto muito de SI. (errado) Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo) 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
Preciso muito falar com você. (certo) uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia:
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Vós sois minha salvação, meu Deus!
Ele feriu-se
Cada um faça por si mesmo a redação 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
O professor trouxe as provas consigo nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
falamos dessa pessoa:
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais Vossa Excelência já aprovou os projetos?
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com- pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
binações possíveis são as seguintes: pronomes de terceira pessoa:
me+o=mo me + os = mos Você trouxe seus documentos?
te+o=to te + os = tos Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
lhe+o=lho lhe + os = lhos
nos + o = no-lo nos + os = no-los COLOCAÇÃO DE PRONOMES
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
lhes + o = lho lhes + os = lhos NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
1. Antes do verbo - próclise
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos Eu te observo há dias.
a, as. 2. Depois do verbo - ênclise
me+a=ma me + as = mas Observo-te há dias.
te+a=ta te + as = tas 3. No interior do verbo - mesóclise
- Você pagou o livro ao livreiro? Observar-te-ei sempre.
- Sim, paguei-LHO.
Ênclise
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
representa o livreiro) com O (que representa o livro). ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto.
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como O pai esperava-o na estação agitada.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas Expliquei-lhe o motivo das férias.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
indiretos: Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O menino convidou-a. (V.T.D ) ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) 1. Quando o verbo iniciar a oração:
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as Como eu achasse muito breve, explicou-se.

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3. Com o imperativo afirmativo: Eis as formas dos pronomes possessivos:
Companheiros, escutai-me. 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
4. Com o infinitivo impessoal: 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
destino na mesa. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
franco. você).

Próclise Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Na linguagem culta, a próclise é recomendada: dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
interrogativos e conjunções. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
Quem lhe ensinou esses modos? Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-
Quem os ouvia, não os amou. nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
Que lhes importa a eles a recompensa? Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. suas mãos).
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Não me respeitava a adolescência.
Papai do céu o abençoe. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
A terra lhes seja leve. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
Em se animando, começa a contagiar-nos. Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. 1. Cálculo aproximado, estimativa:
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
pausa entre eles. 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. O nosso homem não se deu por vencido.
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. Chama-se Falcão o meu homem
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Mesóclise Eu cá tenho minhas dúvidas
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente Cornélio teve suas horas amargas
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam 4. Afetividade, cortesia
precedidos de palavras que reclamem a próclise. Como vai, meu menino?
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
Dir-se-ia vir do oco da terra.
Mas: No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. tes de família.
Jamais se diria vir do oco da terra. É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
Lembrarei-me (!?) Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade.
Diria-se (!?) Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando
não sabia o que dizer.
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou PRONOMES DEMONSTRATIVOS
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Podemos contar-lhe o ocorrido. coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Podemos-lhe contar o ocorrido.
Não lhes podemos contar o ocorrido. Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
O menino foi-se descontraindo. de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
O menino foi descontraindo-se. longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
O menino não se foi descontraindo. livro está longe de ambas as pessoas.
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. Os pronomes demonstrativos são estes:
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
cartes ." ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
Tenho-me levantado cedo. AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Não me tenho levantado cedo. MESMO (e variações), próprio (e variações)
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da Emprego dos Demonstrativos
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
gem escrita. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
fala).
PRONOMES POSSESSIVOS Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- Isto que carregamos pesa 5 kg.
indo-lhes a posse de alguma coisa. b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Este coração não pode me trair.
livro pertence a 1ª pessoa (eu) Esta alma não traz pecados.
Tudo se fez por este país..

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) Para indicar o momento em que falamos: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Neste instante estou tranquilo. ISSO ou AQUELE (e variações).
Deste minuto em diante vou modificar-me. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
momento em que falamos: A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. homens superiores.
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
Um dia destes estive em Porto Alegre. A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos: 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Nesta semana não choveu. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Neste mês a inflação foi maior. Tal era a situação do país.
Este ano será bom para nós. Não disse tal.
Este século terminará breve. Tal não pôde comparecer.
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Tudo isto que estou dizendo já é velho. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. ou OUTRO TAL:
Suas manias eram tais quais as minhas.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: A mãe era tal quais as filhas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Os filhos são tais qual o pai.
quem se fala): Tal pai, tal filho.
Esse documento que tens na mão é teu? É pronome substantivo em frases como:
Isso que carregas pesa 5 kg. Não encontrarei tal (= tal coisa).
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Não creio em tal (= tal coisa)
Esse teu coração me traiu.
Essa alma traz inúmeros pecados. PRONOMES RELATIVOS
Quantos vivem nesse pais? Veja este exemplo:
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
jamos distância: Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
O povo já não confia nesses políticos. A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
Não quero mais pensar nisso. casa é um pronome relativo.
d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
O que você quer dizer com isso? feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
falamos: No exemplo dado, o antecedente é casa.
Um dia desses estive em Porto Alegre. Outros exemplos de pronomes relativos:
Comi naquele restaurante dia desses. Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
f) Para indicar aquilo que já mencionamos: O lugar onde paramos era deserto.
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Traga tudo quanto lhe pertence.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan- Leve tantos ingressos quantos quiser.
te. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?

3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: Eis o quadro dos pronomes relativos:


a)Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á 3ª
Aquele documento que lá está é teu? VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. Masculino Feminino
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. o qual a qual quem
Naquele instante estava preocupado. os quais as quais
Daquele instante em diante modifiquei-me. cujo cujos cuja cujas que
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele quanto quanta quantas onde
século, para exprimir que o tempo já decorreu. quantos
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, Observações:
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
variações) para a primeira: vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso O médico de quem falo é meu conterrâneo.
e aquela tranquila. 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
sempre um substantivo sem artigo.
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Com um frio destes não se pode sair de casa. Tenho tudo quanto quero.
Nunca vi uma coisa daquelas. Leve tantos quantos precisar.
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
reforçativo: EM QUE.
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Quem avisa amigo é. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Encontrei quem me pode ajudar. adormece.
Ele gosta de quem o elogia. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA adormecem.
CERTAS. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Cada povo tem seus costumes. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certas pessoas exercem várias profissões. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. A cachorra Baleia corria na frente.
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
PRONOMES INTERROGATIVOS Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. pedido
Exemplos: Corra na frente, Baleia.
Que há? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Que dia é hoje? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Reagir contra quê? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Por que motivo não veio? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Quem foi? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Qual será? em que se fala:
Quantos vêm? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Quantas irmãs tens? c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
VERBO O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
presente.
CONCEITO
“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- Veja o esquema dos tempos simples em português:
as no tempo. Presente (falo)
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re- INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e Imperfeito (falava)
gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Mais- que-perfeito (falara)
Assim fiz. Morreram.” Futuro do presente (falarei)
(Clarice Lispector) do pretérito (falaria)
Presente (fale)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
a) Estado: Futuro (falar)
Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
b) Mudança de estado: se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
Meu avô foi buscar ouro. dos tempos simples.
Mas o ouro virou terra. Infinitivo impessoal (falar)
c) Fenômeno: Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
Chove. O céu dorme. FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
Particípio (falado)
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
estado e fenômeno, situando-se no tempo. 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
a) agente do fato expresso.
FLEXÕES O carroceiro disse um palavrão.
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle- (sujeito agente)
xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em O verbo está na voz ativa.
si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: b) paciente do fato expresso:
• a ação de cantar. Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). (sujeito paciente)
• o número gramatical (plural). O verbo está na voz passiva.
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). c) agente e paciente do fato expresso:
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no O carroceiro machucou-se.
passado (indicativo). (sujeito agente e paciente)
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa). O verbo está na voz reflexiva.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: Falo - Estudam.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). fora do radical.
Falamos - Estudarei.

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7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, pessoa do singular:
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- Vai haver eleições em outubro.
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Começou a haver reclamações.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Não pode haver umas sem as outras.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Parecia haver mais curiosos do que interessados.
tado - morto - enxugado - enxuto. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
gação. A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ser: sou - fui construída de três modos:
verbo ir: vou - ia Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista aos livros desse autor.

1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
explícito. Quase todos os verbos são pessoais. Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
O Nino apareceu na porta. sentido da frase.
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- Exemplo:
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
etc.
Garoava na madrugada roxa. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Houve um espetáculo ontem. vando o mesmo tempo.
Há alunos na sala.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos Outros exemplos:
claros. Os calores intensos provocam as chuvas.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Fazia dois anos que eu estava casado. Eu o acompanharei.
Faz muito frio nesta região? Ele será acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Serias louvado por todos.
Prejudicaram-me.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na Fui prejudicado.
3ª pessoa do singular - quando significa: Condenar-te-iam.
1) EXISTIR Serias condenado.
Há pessoas que nos querem bem.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. a) Presente
2) ACONTECER, SUCEDER Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Houve casos difíceis na minha profissão de médico. - um fato que ocorre no momento em que se fala.
Não haja desavenças entre vós. Eles estudam silenciosamente.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. Eles estão estudando silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: - uma ação habitual.
Há meses que não o vejo. Corra todas as manhãs.
Haverá nove dias que ele nos visitou. - uma verdade universal (ou tida como tal):
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. O homem é mortal.
O fato aconteceu há cerca de oito meses. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
pretérito imperfeito, e não no presente: maior realce à narrativa.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. É o chamado presente histórico ou narrativo.
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava. Amanhã vou à escola.
4) REALIZAR-SE Qualquer dia eu te telefono.
Houve festas e jogos. b) Pretérito Imperfeito
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. - um fato passado contínuo, habitual, permanente:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e Ele andava à toa.
seguido de infinitivo): Nós vendíamos sempre fiado.
Em pontos de ciência não há transigir. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
Não há contê-lo, então, no ímpeto. por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Não havia descrer na sinceridade de ambos. Era uma vez...
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. - um fato presente em relação a outro fato passado.
E não houve convencê-lo do contrário. Eu lia quando ele chegou.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.

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c) Pretérito Perfeito AGUAR
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais,
ocorrido, concluído. águam
Estudei a noite inteira. Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis,
momento presente. águem
Tenho estudado todas as noites.
MAGOAR
d) Pretérito mais-que-perfeito Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos,
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em magoais, magoam
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes,
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. magoaram
e) Futuro do Presente Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos,
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato magoeis, magoem
futuro em relação ao momento em que se fala. Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Irei à escola.
f) Futuro do Pretérito APIEDAR-SE
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apieda-
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. mo-nos, apiedais-vos, apiadam-se
- Eu jogaria se não tivesse chovido. Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiede-
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. mo-nos, apiedei-vos, apiedem-se
- Seria realmente agradável ter de sair? Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia. MOSCAR
- Daria para fazer silêncio?! Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, mos-
cais, muscam
Modo Subjuntivo Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos,
a) Presente mosqueis, musquem
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Talvez eles estudem... não sei. RESFOLEGAR
- um desejo, uma vontade: Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos,
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. resfolegais, resfolgam
b) Pretérito Imperfeito Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfolegue-
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma mos, resfolegueis, resfolguem
hipótese, uma condição. Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
Se eu estudasse, a história seria outra.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. NOMEAR
e) Pretérito Perfeito Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos,
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar nomeais, nomeiam
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, no-
características do modo subjuntivo). meáveis, nomeavam
Que tenha estudado bastante é o que espero. Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes,
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito nomearam
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos,
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: nomeeis, nomeiem
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui- Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
lamente. Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
e) Futuro
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu- COPIAR
ído em relação a outro fato futuro. Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais,
Quando eu voltar, saberei o que fazer. copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copia-
ram
VERBOS IRREGULARES Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos,
copiáreis, copiaram
DAR Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis,
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão copiem
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem ODIAR
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais,
dessem odeiam
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odia-
vam
MOBILIAR Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiá-
mobiliais, mobiliam reis, odiaram
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis,
mobilieis, mobiliem odeiem
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
mobiliem

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CABER Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, Gerúndio podendo
cabem Particípio podido
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo
couberam nem no imperativo negativo
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
coubéreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, PROVER
caibam Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, prove-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubés- des, provêem
semos, coubésseis, coubessem Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, prove-
couberem ram
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos,
nem no imperativo negativo provêreis, proveram
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis,
CRER proverão
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis,
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, proveriam
creiam Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos,
Conjugam-se como crer, ler e descrer provejais. provejam
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, pro-
DIZER vêsseis, provessem
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes,
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram proverem
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, Gerúndio provendo
disséreis, disseram Particípio provido
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam QUERER
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissés- querem
seis, dissesse Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disse- Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos,
rem quiséreis, quiseram
Particípio dito Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, quei-
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer rais, queiram
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisés-
FAZER seis, quisessem
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quise-
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram rem
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis,
fizeram REQUERER
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos,
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam requereis. requerem
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requeres-
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam te, requereram
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requere-
fizésseis, fizessem ramos, requerereis, requereram
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos,
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer requerereis, requererão
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos,
PERDER requereríeis, requereriam
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
perdem Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos,
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. requeirais, requeiram
percam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêsse-
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam mos, requerêsseis, requeressem,
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, reque-
PODER rerdes, requerem
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, Gerúndio requerendo
podem Particípio requerido
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, REAVER
pudéreis, puderam Presente do indicativo reavemos, reaveis
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais,
possam Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes,
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudés- reouveram
seis, pudessem Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reou-
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, pude- véreis, reouveram
rem

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvés- Imperativo negativo não há
semos, reouvésseis, reouvessem Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Infinitivo impessoal abolir
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouver- Gerúndio abolindo
des, reouverem Particípio abolido
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical
apresenta a letra v há E ou I.

SABER AGREDIR
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis,
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, agridem
souberam Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agri-
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, dais, agridam
soubéreis, souberam Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substi-
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubés- tuído por I.
semos, soubésseis, soubessem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, COBRIR
souberem Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris,
cobrem
VALER Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais,
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem cubram
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
valham Particípio coberto
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir

TRAZER FALIR
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, tra- Presente do indicativo falimos, falis
zem Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis,
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, faliram
trouxeram Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
trouxéreis, trouxeram Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Presente do subjuntivo não há
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, Imperativo afirmativo fali (vós)
tragam Imperativo negativo não há
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
trouxésseis, trouxessem Gerúndio falindo
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, Particípio falido
trouxerem
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem FERIR
Gerúndio trazendo Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Particípio trazido Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
VER
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem MENTIR
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis,
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram mentem
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais,
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam mintam
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Particípio visto
FUGIR
ABOLIR Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, IR
aboliram Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, aboli- Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
rão Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
aboliriam Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Presente do subjuntivo não há Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
abolissem Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem vão
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais,
sumam
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir,
Gerúndio indo cuspir
Particípio ido
ADVÉRBIO
OUVIR
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais,
vérbio, exprimindo uma circunstância.
ouçam
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Os advérbios dividem-se em:
Particípio ouvido
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
PEDIR
te, através, defronte, aonde, etc.
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais,
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
peçam
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
POLIR
mal, quase, apenas, etc.
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
6) NEGAÇÃO: não.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
provavelmente, etc.
REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redi-
Há Muitas Locuções Adverbiais
mis, redimem
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos,
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
redimais, redimam
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
RIR
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Gerúndio rindo
Advérbios Interrogativos
Particípio rido
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Conjuga-se como rir: sorrir
Palavras Denotativas
VIR
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis,
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
vieram
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais,
Você lá sabe o que está dizendo, homem...
venham
Mas que olhos lindos!
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Veja só que maravilha!
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Gerúndio vindo NUMERAL
Particípio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
O numeral classifica-se em:
SUMIR - cardinal - quando indica quantidade.
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, - ordinal - quando indica ordem.
somem - multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento.

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplos: Emprego do Numeral
Silvia comprou dois livros. Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
Antônio marcou o primeiro gol. empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
O galinheiro ocupava um quarto da quintal. Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Algarismos Numerais Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
Roma- Arábi- Multiplica-
Cardinais Ordinais Fracionários Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
nos cos tivos
I 1 um primeiro simples - XX Salão do Automóvel (vigésimo)
duplo VI Festival da Canção (sexto)
II 2 dois segundo meio lV Bienal do Livro (quarta)
dobro
III 3 três terceiro tríplice terço XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
Não é aconselhável iniciar período com algarismos
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
IX 9 nove nono nônuplo nono
X 10 dez décimo décuplo décimo A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
décimo nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
XI 11 onze onze avos
primeiro (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
décimo caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um,
XII 12 doze doze avos
segundo página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a
décimo folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
XIII 13 treze treze avos
terceiro numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
décimo quatorze
XIV 14 quatorze
quarto avos ARTIGO
décimo
XV 15 quinze quinze avos
quinto
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
décimo dezesseis los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
XVI 16 dezesseis
sexto avos
décimo dezessete Dividem-se em
XVII 17 dezessete
sétimo avos • definidos: O, A, OS, AS
décimo • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
XVIII 18 dezoito dezoito avos
oitavo Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
dezenove Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
XIX 19 dezenove décimo nono
avos
XX 20 vinte vigésimo vinte avos Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos geral.
quadragé- quarenta Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
XL 40 quarenta
simo avos terminado).
quinquagé- cinquenta
L 50 cinquenta
simo avos lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
sessenta
LX 60 sessenta sexagésimo
avos CONJUNÇÃO
septuagési-
LXX 70 setenta setenta avos
mo Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
noventa Coniunções Coordenativas
XC 90 noventa nonagésimo
avos 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
C 100 cem centésimo centésimo 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo senão, no entanto, etc.
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
quatrocen- quadringen- quadringen- etc.
CD 400
tos tésimo tésimo 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
quinhen- quingenté- quingenté- consequência.
D 500 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo
sexcentési- sexcentési- pois, etc.
DC 600 seiscentos
mo mo
setecen- septingenté- septingenté- Conjunções Subordinativas
DCC 700
tos simo simo
octingenté- octingenté- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
DCCC 800 oitocentos 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
simo simo
novecen- nongentési- nongentési- 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
CM 900 4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
tos mo mo
M 1000 mil milésimo milésimo 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
etc.
Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
6) INTEGRANTES: que, se, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. tivo:
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
forma que, de modo que, etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, (Jorge Amado)
etc. Conjunções subordinativas
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
Examinemos estes exemplos: hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. Abrangem as seguintes classes:
2º) Os livros ensinam e divertem. 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
3º) Saímos de casa quando amanhecia. que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é efeito).
uma conjunção. Como estivesse de luto, não nos recebeu.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando Desde que é impossível, não insistirei.
orações: são também conjunções.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
mesma oração. quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
(= como).
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
conjunção E é coordenativa. "Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
(Paulo Mendes Campos)
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção (Antônio Olavo Pereira)
QUANDO é subordinativa. "E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós)
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. "Por que ficou me olhando assim feito boba?"
(Carlos Drummond de Andrade)
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
As conjunções coordenativas podem ser: Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas Os governantes realizam menos do que prometem.
também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
Não aprovo nem permitirei essas coisas. quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Os livros não só instruem mas também divertem. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam (= embora não).
as flores. Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com- A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Beba, nem que seja um pouco.
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Ficaremos sentidos, se você não vier.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Hoje não atendo, em todo caso, entre. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. que os mosquitos se opusessem."
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. (Ferreira de Castro)
Ou você estuda ou arruma um emprego.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. são como (ou conforme) dizem.
"Já chora, já se ri, já se enfurece." "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
(Luís de Camões) (Machado de Assis)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
As árvores balançam, logo está ventando. tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. forma que, de maneira que, sem que, que (não).
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
causar incêndios. Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Afastou-se depressa para que não o víssemos. (sem que = que não)
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Fiz-lhe sinal que se calasse.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto PREPOSIÇÃO
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
À medida que se vive, mais se aprende. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. segundo, um subordinado ou consequente.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Exemplos:
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de você.
Observação: Fui até a esquina.
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Casa de Paulo.
que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Preposições Essenciais e Acidentais
(Maria José de Queirós) As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre ATRÁS.
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
etc. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
Venha quando você quiser. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
Não fale enquanto come. conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. segundo, senão, tirante, visto, etc.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
INTERJEIÇÃO
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
cânti)
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
10) Integrantes: que, se. ser:
Sabemos que a vida é breve. - alegria: ahl oh! oba! eh!
Veja se falta alguma coisa. - animação: coragem! avante! eia!
- admiração: puxa! ih! oh! nossa!
Observação: - aplauso: bravo! viva! bis!
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o - desejo: tomara! oxalá!
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, - dor: aí! ui!
porém, não consigna esta espécie de conjunção. - silêncio: psiu! silêncio!
Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, - suspensão: alto! basta!
por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por- LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex- valor de uma interjeição.
to. Assim, a conjunção que pode ser: Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
1) Aditiva (= e): Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A nós que não a eles, compete fazê-lo. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
2) Explicativa (= pois, porque):
Apressemo-nos, que chove. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
3) Integrante: Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
Diga-lhe que não irei. se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
4) Consecutiva:
Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Principais Casos de Concordância Nominal
Não vão a uma festa que não voltem cansados. 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
Onde estavas, que não te vi? gênero e número com o substantivo.
5) Comparativa (= do que, como): As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
A luz é mais veloz que o som.
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
Ficou vermelho que nem brasa.
normalmente para o plural.
6) Concessiva (= embora, ainda que):
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
Beba, um pouco que seja. 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
7) Temporal (= depois que, logo que): para o masculino plural.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
8) Final (= pare que): 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. próximo:
9) Causal (= porque, visto que): Trouxe livros e revista especializada.
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
Coaraci) mo.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
disse. (sem que = embora não) 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. sujeito.
(sem que = se não,caso não) Meus amigos estão atrapalhados.

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7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. verbo para a 3ª pessoa do singular.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. Precisa-se de funcionários.
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
vão para o singular ou para o plural. singular e o verbo no singular ou no plural.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
Já estudei o primeiro e segundo livros. Mais de um jurado fez justiça à minha música.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a no singular.
que se referem. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
Ela mesma veio até aqui. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Eles chegaram sós. sujeito.
Eles próprios escreveram. Deu uma hora.
Deram três horas.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
Bateram cinco horas.
Muito obrigado. (masculino singular)
Naquele relógio já soaram duas horas.
Muito obrigada. (feminino singular).
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
invariável quando é advérbio. Ela é que faz as bolas.
Quero meio quilo de café. Eu é que escrevo os programas.
Minha mãe está meio exausta. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
É meio-dia e meia. (hora) um pronome relativo.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
tivo a que se referem. Fui eu que fiz a lição
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
A expressão em anexo é invariável. veis.
Trouxe em anexo estas fotos. • que: Fui eu que fiz a lição.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- • quem: Fui eu quem fez a lição.
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. • o que: Fui eu o que fez a lição.
Vocês falaram alto demais. 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
O combustível custava barato. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Você leu confuso. este sua impessoalidade.
Ela jura falso. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
sofrem variação normalmente. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
Esses pneus custam caro.
Conversei bastante com eles. 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
Conversei com bastantes pessoas. pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
Estas crianças moram longe. RECER concordam com o predicativo.
Conheci longes terras. Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
CONCORDÂNCIA VERBAL Aquilo é ilusão.
CASOS GERAIS 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
O menino chegou. Os meninos chegaram. Que são florestas equatoriais?
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. Quem eram aqueles homens?
O pessoal ainda não chegou.
A turma não gostou disso. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Um bando de pássaros pousou na árvore. a expressão numérica.
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao São oito horas.
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. Hoje são 19 de setembro.
Os Estados Unidos são um grande país. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Os Lusíadas imortalizaram Camões.
Os Alpes vivem cobertos de neve. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. fica no singular.
Flores já não leva acento. Três batalhões é muito pouco.
O Amazonas deságua no Atlântico. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Maria era as flores da casa.
temente. O homem é cinzas.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o concorda com o predicativo.
sujeito paciente. Dançar e cantar é a sua atividade.
Vende-se um apartamento. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Vendem-se alguns apartamentos.

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7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
concorda com o pronome. • exigem na sua regência a preposição EM
A ciência, mestres, sois vós. O armazém está situado na Farrapos.
Em minha turma, o líder sou eu. Ele estabeleceu-se na Avenida São João.

8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
apenas um deles deve ser flexionado. Essas tuas justificativas não procedem.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. • no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. com a preposição DE.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL. Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmen- O secretário procedeu à leitura da carta.
te do outro.
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e 14. ESQUECER E LEMBRAR
adjetivos). • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
Exemplos: Esqueci o nome desta aluna.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Lembrei o recado, assim que o vi.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
PARA = passagem Esqueceram-se da reunião de hoje.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. Lembrei-me da sua fisionomia.

ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pretender (transitivo indireto) • pagar - Pago o 13° aos professores.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • dar - Daremos esmolas ao pobre.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
2. OBEDECER - transitivo indireto • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. • pedir - Pedi um favor ao colega.

3. PAGAR - transitivo direto e indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Já paguei um jantar a você. O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. COM:
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido

6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Informei-lhe o problema. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente. como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto dificuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito. Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Crase é a fusão da preposição A com outro A.
Atenderam o freguês com simpatia. Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.

9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto EMPREGO DA CRASE


A moça queria um vestido novo. • em locuções adverbiais:
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto à vezes, às pressas, à toa...
O professor queria muito a seus alunos. • em locuções prepositivas:
em frente à, à procura de...
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto • em locuções conjuntivas:
Todos visamos a um futuro melhor. à medida que, à proporção que...
• APONTAR, MIRAR - objeto direto • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. Fui ontem àquele restaurante.
• pör o sinal de visto - objeto direto Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. Refiro-me àquilo e não a isto.
A CRASE É FACULTATIVA
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto • diante de pronomes possessivos femininos:
Devemos obedecer aos superiores. Entreguei o livro a(à) sua secretária .
Desobedeceram às leis do trânsito. • diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia.

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CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE Nos casos comuns ele é chamado de simples.
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo A:
Viajaremos à Colômbia. Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri,
Veneza, etc. PONTO DE INTERROGAÇÃO
Viajaremos a Curitiba. É usado para indicar pergunta direta.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Onde está seu irmão?
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
modifique. A mim ?! Que ideia!
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
Às 8 e 15 o despertador soou. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo- Ó jovens! Lutemos!
da” ou "maneira":
Aos domingos, trajava-se à inglesa. VÍRGULA
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: sa na fala. Emprega-se a vírgula:
Referia-se à Casa Gebara. • Nas datas e nos endereços:
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Largo do Paissandu, 128.
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. • No vocativo e no aposto:
Voltou à terra onde nascera. Meninos, prestem atenção!
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. Termópilas, o meu amigo, é escritor.
Mas: • Nos termos independentes entre si:
Os marinheiros vieram a terra. O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
O comandante desceu a terra. • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o caso é usado o duplo emprego da vírgula:
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
Vou até a (á ) chácara. droeira.
Cheguei até a(à) muralha • Após alguns adjuntos adverbiais:
• A QUE - À QUE No dia seguinte, viajamos para o litoral.
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
ocorrerá crase: da vírgula:
Houve um palpite anterior ao que você deu. Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
Houve uma sugestão anterior à que você deu. • Após a primeira parte de um provérbio.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não O que os olhos não vêem, o coração não sente.
ocorrerá crase. • Em alguns casos de termos oclusos:
Não gostei do filme a que você se referia. Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
Não gostei da peça a que você se referia.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo RETICÊNCIAS
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
de: Não me disseste que era teu pai que ...
Meu palpite é igual ao de todos • Para realçar uma palavra ou expressão.
Minha opinião é igual à de todos. Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
NÃO OCORRE CRASE Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
• antes de nomes masculinos:
Andei a pé. PONTO E VÍRGULA
Andamos a cavalo. • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
• antes de verbos: alguma simetria entre si.
Ela começa a chorar. "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
Cheguei a escrever um poema. cido, guardando consigo a ponta farpada. "
• em expressões formadas por palavras repetidas: • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
Estamos cara a cara. interior.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. calmo, resolveu o problema sozinho.
Escrevi a Vossa Excelência.
Dirigiu-se gentilmente à senhora. DOIS PONTOS
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: • Enunciar a fala dos personagens:
Não falo a pessoas estranhas. Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
Jamais vamos a festas. • Para indicar uma citação alheia:
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as que".
pausas da linguagem oral. • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
or:
PONTO Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- • Enumeração após os apostos:
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TRAVESSÃO BARRA
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
palavras ou frases abreviaturas.
– "Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria? A SEMÂNTICA E ESTILÍSTICA DA FRASE: NOÇÃO DE
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). CONOTAÇÃO, DENOTAÇÃO, POLISSEMIA, SINONÍMIA,
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra ANTONÍMIA, HOMONÍMIA, PARONÍMIA, AMBIGUIDADE,
vez.
FIGURAS DE LINGUAGEM.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
coisa". (M. Palmério).
Semântica
• Usa-se para separar orações do tipo: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
– Avante!- Gritou o general.
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.

Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam


uma cadeia de frase:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói.
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.

ASPAS
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria. Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro de
sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica
Há quem goste de “jazz-band”. incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal,
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. e semiótica.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
• Para enfatizar palavras ou expressões:
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
• Em casos de ironia: Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. consideração:
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado,
PARÊNTESES remoto.
Empregamos os parênteses: Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
• Nas indicações bibliográficas. que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
"Sede assim qualquer coisa. Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
serena, isenta, fiel". Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: ou seja, os homônimos:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos As homônimas podem ser:
fora das órbitas. Amália se volta)".
(G. Figueiredo)  Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
fome." singular presente indicativo do verbo consertar);
(C. Lispector)  Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
• Para isolar orações intercaladas: Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
"Estou certo que eu (se lhe ponho (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Minha mão na testa alçada)  Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
Sou eu para ela." cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
(M. Bandeira) (verbo) - cedo (advérbio);
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
COLCHETES [ ] palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
ASTERISCO (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
alguma nota (observação). (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas

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de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido seco molhado
(desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
Grosso fino
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, Duro mole
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / doce amargo
onicolor - unicolor. grande pequeno
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de soberba humildade
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de louvar censurar
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida. bendizer maldizer
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e ativo inativo
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - simpático antipático
São (santo)
progredir regredir
Conotação e Denotação:
rápido lento
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra. sair entrar
 Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. sozinho acompanhado
Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. concórdia discórdia
Sinônimo pesado leve
Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico quente frio
ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem presente ausente
repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem escuro claro
enfadonhos. inveja admiração
Eufemismo
Homógrafo
Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
pronúncia.
conhecida como eufemismo).
Exemplos
Exemplos:
• rego (subst.) e rego (verbo);
• gordo - obeso
• colher (verbo) e colher (subst.);
• morrer - falecer
• jogo (subst.) e jogo (verbo);
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos • Sede: lugar e Sede: avidez;
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos. • Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Sinônimos Perfeitos Homófono
Se o significado é idêntico. Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
Exemplos: tipos de palavras homófonas, que são:
• avaro – avarento, • Homófonas heterográficas
• léxico – vocabulário, • Homófonas homográficas
• falecer – morrer, Homófonas heterográficas
• escarradeira – cuspideira, Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
heterográficas (diferentes na escrita).
• língua – idioma
Exemplos
• catorze - quatorze cozer / coser;
cozido / cosido;
Sinônimos Imperfeitos censo / senso
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. consertar / concertar
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso conselho / concelho
paço / passo
Antônimo noz / nós
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário hera / era
(também oposto ou inverso) à outra. ouve / houve
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso voz / vós
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que cem / sem
chame atenção do leitor ou do ouvinte. acento / assento
Palavra Antônimo Homófonas homográficas
aberto fechado Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
homográficas (iguais na escrita).
alto baixo
Exemplos
bem mal Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, janta é
bom mau inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que deriva do substantivo
bonito feio jantar, e está classificado como neologismo.
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
demais de menos (substantivo).
doce salgado
forte fraco Parônimo
Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
gordo magro
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
salgado insosso palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
amor ódio diferentes.

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O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a f) Partícula expletiva ou de realce (junto a verbos intransitivos)
pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas Ele riu-se e foi-se embora.
são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida. Passam-se as horas.
Exemplos
Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
acender. verbo - ascender. subir g) Pronome
acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa - Reflexivo:
comprimento. extensão - cumprimento. saudação O presidente matou-se.
coro (cantores) - couro (pele de animal)
Ele feriu-se gravemente.
deferimento. concessão - diferimento. adiamento
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
descrição. representação - discrição. reserva - Recíproco:
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir Os noivos abraçaram-se.
despensa. compartimento - dispensa. desobriga Mãe e filho deram-se as mãos.
destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência Funções sintáticas
emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar Como pronome, o se pode exercer as seguintes funções sintáticas:
enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar a) Objeto direto
enformar. meter em fôrma - informar. avisar "Martinho se trancou por dentro, calado, esperando."
entender. compreender - intender. exercer vigilância
b) Objeto indireto
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para "O chefe reservou-se um objetivo ambicioso: a chaminé."
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo c) Sujeito (de uma oração infinitiva)
recrear. divertir - recriar. criar de novo "Sofia deixou-se estar à janela."
se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho FIGURAS DE LINGUAGEM.
vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressi-
Funções do que e do se. vas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de cons-
trução, figuras de pensamento e figuras de palavras.
Funções morfológicas
Figuras de som
a) Conjunção subordinativa
- Integrante: a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons con-
sonantais.
Não sei se vocês já leram Guimarães Rosa.
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

- Condicional:
b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos
Se você pretende ser universitário, estude. idênticos.
“Sou um mulato nato no sentido lato
- Concessiva: mulato democrático do litoral.”
"Se não teceu o Próprio enxoval, ganhou-o, fio a fio, no tear."
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons pare-
- Causal: cidos, mas de significados distintos.
"Se a morte sabes dar com fogo e ferro, sabe também dar vida com “Eu que passo, penso e peço.”
clemência."
Figuras de construção
b) Conjunção coordenativa alternativa a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável
Se há lágrimas, se há risos, o amor brilha nos seus lábios. pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)
c) Pronome (ou partícula) apassivador
Alugam-se apartamentos. b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Nota-se que eles estão animados. Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)
c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos
d) Partícula (ou índice) de indeterminação do sujeito da oração ou elementos do período.
Vive-se bem. “ E sob as ondas ritmadas
Precisa-se de operários especializados. e sob as nuvens e os ventos
Admira-se a estes poetas. e sob as pontes e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito (...)”
e) Parte integrante de verbo
Queixa-se sempre de sua falta de sorte. d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na
Ele se arrependeu do tempo perdido. frase.
“De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco.”
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e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo
mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode comparativo fica subentendido.
ser: “Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
• De gênero b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de sig-
Vossa Excelência está preocupado. nificado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa
a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significa-
• De número dos não é mais feita com base em traços de semelhança, como na
metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os
Os Lusíadas glorificou nossa literatura. termos. Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)
• De pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para
comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido
ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normal- em sentido figurado.
mente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintáti- O pé da mesa estava quebrado.
ca e depois se opta por outra.
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por
uma expressão que o identifique com facilidade:
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)
a mensagem.
“E rir meu riso e derramar meu pranto.” e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações per-
cebidas por diferentes órgãos do sentido.
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
de versos ou frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; Vícios de linguagem
É ferida que dói e não se sente; A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determina-
É um contentamento descontente; do uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece
É dor que desatina sem doer” que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são
obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se
Figuras de pensamento da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade,
refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de pala-
conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.
vras que se opõem pelo sentido.
a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em
“Os jardins têm vida e morte.”
desacordo com a norma culta.
pesquiza (em vez de pesquisa)
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao prototipo (em vez de protótipo)
usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção
sintática.
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra me-
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na
nos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagra-
sintaxe de concordância)
dável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)
c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um
modo tal que ela apresente mais de um sentido.
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) guarda ou do suspeito?)

e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres ina- d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de pala-
nimados predicativos que são próprios de seres animados. vras.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. Paguei cinco mil reais por cada.
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão
ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma
“Um coração chagado de desejos ideia.
Latejando, batendo, restrugindo.” O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático,
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma este não é considerado vicioso.
coisa personificada).
“Senhor Deus dos desgraçados! f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo
Dizei-me vós, Senhor Deus!” som.
O menino repetente mente alegremente.
Figuras de palavras Por Marina Cabral
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado di- Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
ferente do habitual, com base numa relação de similaridade
entre o sentido próprio e o sentido figurado.

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PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS Lista de vícios de linguagem
(faculdades, funções, estados, doenças, etc) Ambiguidade
algos = dor nevralgia, mialgia Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem admitir mais de um
sentido. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na
bios = vida biologia, biopsia frase.
crásis = temperamento compleição, idiossincrasia Ex:
átron = articulação disartria, artralgia  "A mãe encontrou o filho em seu quarto." (No quarto da mãe ou
afé = tato disafia, anafilaxia do filho?)
bulé-vontade abúlico, abulia  "Como vai a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? a mãe ou a
cáris = graça eucaristia, carisma cadela criada pela mãe?)
Barbarismo
crátos = poder, força democracia, plutocracia Barbarismo, peregrinismo ou estrangeirismo (para os latinos
dipsa = sede dipsomania, dipsético qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou
doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
edema = inchação edematoso, edemaciar De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem
éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia diferentes nomes:
 galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de
éros, érotos = amor erótico, erotofobia
Gália, antigo nome da França);
étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete  anglicismo, quando do inglês;
foné = voz áfono, fonógrafo  castelhanismo, quando vindos do espanhol;
fobos = medo, horror,  etc.
aversão fobia, acrofobia Ex:
frén, frenós = mente esquizofrenia, frenologia  Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado
seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente");
genos = nascimento eugenia, genética
 Todos os dois estavam errados (galicismo; o mais adequado
horama = visão panorama, cosmorama seria "ambos estavam errados");
hedoné = prazer hedonismo, hedonista  Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria
hipnos = sono hipnotismo, hipnose "comeu um rosbife");
icon = imagem iconoteca, iconoclasta  Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria
gnósis = conhecimento diagnóstico, agnóstico "Havia ligações (ou vínculos) para sua página".
lalia = fala eulalia, dislalia
 Vou estar disponibilizando o material (anglicismo; o mais
adequado seria "Deixarei o material à disposição").
logos = palavra, discurso logomaquia, logorreia  Eu love Jesus! (anglicismo; o mais adequado seria "Eu amo
lépsis = convulsão epilepsia, catalepsia Jesus").
léxis, léxeos = dicção dislexia léxico OBS: Há quem considere barbarismo também erros de pronúncia,
lete = esquecimento letargia, letargiar grafia, morfologia etc, tais como "adevogado" ou "eu fazi", pois seriam
mania = loucura megalomania, manicômio atitudes típicas de estrangeiros, por não conhecerem a língua.
Cacofonia
manteia (mancia) =
A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união
adivinhação quiromancia, oniromancia das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando
mísos - aversão, ódio misógino, misantropia falamos sobre algo para não estarmos ofendendo a pessoa que ouve. São
mneme = menória amnésia, mnemônico exemplos desse fato:
nárce = entorpecimento narcótico, narcotizar  "A boca dela é linda!"
nósos = doença nosocômio, nosofobia  "Dê-me uma mão, por favor."
 "Ela se disputa para ele."
óneiros (oniros) = sonho onírico, oniromancia
 "Vou-me já, pois estou atrasado."
oréxis = fome anorexia, cinorexia Plebeísmo
paidéia (pedia) = instrução, correção ortopedia, enciclopédia O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e
pépsis = digestão dispepsia, péptico outras deste mesmo tipo. É tido[?] pela norma culta como sendo o mais
peretós = febre antipirético, piretoterapia odiado e repulsivo de todos os vícios de linguagem existentes.
Ex:
plegé = paralisação paraplégico, hemiplegia
 "Ele era um tremendo mané!"
pneuma, pneumatos = respiração pneumática, pneumoplegia
 "Tô ferrado!"
pseudos = mentira  "Tá ligado nas quebradas, meu chapa?"
falsidade pseudônimo, pseudófobo Pleonasmo
psiqué = alma psicologia, psiquiatria O pleonasmo geralmente é considerado uma figura de linguagem.
ragé = corrimento hemorragia, blenorragia Existe, porém, um tipo de pleonasmo que consiste numa repetição inútil e
desnecessária de termos em uma frase, e por isso considerado um vício
spasmós = convulsão espasmo, espasmofilia
de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos "Pleonasmo Vicioso ".
sfignós = pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo Diferentemente do pleonasmo tradicional, esse deve ser sempre
terapéia(terapia) = evitado.
tratamento, cura terapeuta, hidroterapia Ex:
timós = mente ciclotimia, lipotimia  "Ele vai ser o protagonista principal da peça".
 "Meninos, entrem já para dentro!"
VÍCIOS DE LLINGUAGEM Prolixidade
Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida, Prolixidade é a comunicação com excesso de palavras, antônimo da
palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a concisão.
manifestação do pensamento. Solecismo
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com
relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
De concordância:

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 "Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que CONDICIONAIS (indicam condição): se, caso. Também as locuções:
não vou ao médico.) contanto que, desde que, dado que, a menos que, a não ser que, exceto
 "Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.) se...
De regência: Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação.
 "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um Finais (indicam finalidade): As locuções para que, a fim de que, por
filme de época.) que...
 "Eu namoro com Fernanda." (Eu namoro Fernanda.)
É necessário estudar com dedicação,para que se obtenha aprovação.
De colocação: TEMPORAIS (indicam circunstância de tempo): quando, apenas, en-
 "Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou quanto...Também as locuções: antes que, depois que, logo que, assim que,
contente.) desde que, sempre que...
 "Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu não lhe Ela deixou de estudar com dedicação,quando foi aprovada.
respondi nada do que perguntou.) CONSECUTIVAS (indicam conseqüência): que (precedido de tão, tan-
N.B: as regras de colocação do português falado em Portugal diferem to, tal) e também as locuções: de modo que, de forma que, de sorte que, de
em alguns casos daquelas do português falado no Brasil. maneira que...
CONECTIVOS Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se à família.

Por Sandra Macedo BIBLIOGRAFIA/PORTUGUÊS


Conectivos são conjunções que ligam as orações, estabelecem a co- ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
nexão entre as orações nos períodos compostos e também as preposições, ALMANAQUE ABRIL CULTURAL – Editora Abril/São Paulo
que ligam um vocábulo a outro. CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora
O período composto é formado de duas ou mais orações. Quando es- ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
sas orações são independentes umas das outras, chamamos de período J. João Campagnaro - http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-
composto por coordenação. Essas orações podem estar justapostas (sem br/pg_18.html
conectivos) ou ligadas por conjunções (= conectivos).
Vários artigos foram extraídos da Internet: Provedores: uol, ig, bol, terra,
google
CONECTIVOS coordenativos são as seguintes conjunções coordenadas: NOVÍSSIMA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA – Domingos
ADITIVAS (adicionam, acrescentam): e, nem (e não),também, que; e as Paschoal Cegalla
locuções: mas também, senão também, como também...
PORTUGUÊS, teoria e prática – Walter Rossignoli – Editora Ática/SP
BIBLIOTECA INTEGRADA – Claudinei Flores – Editora Lisa S.A.
Ela estuda e trabalha.
Celso Cunha - Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC-FENAME.
ADVERSATIVAS (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo,
http://www.portugues.com.br/sintaxe/regenomi.asp
entretanto, senão, que. Também as locuções: no entanto, não obstante,
ainda assim, apesar disso. Pciconcursos.com.br
Ela estuda, no entanto não trabalha. Luiz Antonio Sacconi - Nossa Gramática – Teoria e Prática. Editora Atual,
1994.
ALTERNATIVAS (alternância): ou. Também as locuções ou...ou,
http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/verbos.asp
ora...ora, já...já, quer...quer...
Português - GUIA INTENSIVO DE ENSINO GLOBALIZADO - 1º E 2º
Ou ela estuda ou trabalha. GRAU E VESTIBULARES – INDÚSTRIA GRÁFICA E EDITORA LTDA -
CONCLUSIVAS (sentido de conclusão em relação à oração anterior): ERECHIM – RS
logo, portanto, pois (posposto ao verbo).Também as locuções: por isso, por http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/conjugacoes.asp
conseguinte, pelo que...
Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada.
EXPLICATIVAS (justificam a proposição da oração anterior): que, por- PROVA SIMULADA
que, porquanto...
Vamos estudar, que as provas começam amanhã. 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
Quando as orações dependem sintaticamente umas das outras, cha- (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
mamos período composto por subordinação. Esses períodos compõem-se (C) O processo foi julgado em segunda estância.
de uma ou mais orações principais e uma ou mais orações subordinadas. (D) O problema passou despercebido na votação.
CONECTIVOS subordinativos são as seguintes conjunções e locuções (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
subordinadas:
CAUSAIS (iniciam a oração subordinada denotando causa.): que, co- 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
mo, pois, porque, porquanto. Também as locuções: por isso que, pois que, (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
já que, visto que... (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
(C) A colega não se contera diante da situação.
Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
COMPARATIVAS (estabelecem comparação): que, do que (depois de (E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
mais, maior, melhor ou menos, menor, pior), como...Também as locuções:
tão...como, tanto...como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem 03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
como, que nem... (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
CONCESSIVAS (iniciam oração que contraria a oração principal, sem (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também as locuções: (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
mais que, por menos que...
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação. conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do

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interior da concha de moluscos reúne outras características interes- mações.
santes, como resistência e flexibilidade. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de cultura.
componentes para a indústria. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
ponentes para a indústria.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
componentes para a indústria. cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
componentes para a indústria. ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema res.
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que (Texto adaptado)
ele está empregado conforme o padrão culto. Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. (A) seus ... lhes ... los ... lhes
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. (B) delas ... a elas ... lhes ... deles
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. (C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está (E) seus ... lhes ... eles ... neles
correta em:
(A) As características do solo são as mais variadas possível. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. com o padrão culto.
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada. (A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
flexão de grau.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran- direto e indireto em:
te as férias. (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
estatal ciência e tecnologia. (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(A) à ... sobre o ... do ... para (B) a ... ao ... do ... para (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) à ... do ... sobre o ... a (D) à ... ao ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(E) a ... do ... sobre o ... à (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(A) ao ... a ... à (B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a (D) ao ... à ... à Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(E) àquele ... a ... a urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
norma culta. Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso programar e participar do referido evento.
trarão grandes benefícios às pesquisas. Atenciosamente,
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando Assistente de Gabinete.
com o meio ambiente. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol- são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
vendo projetos na área médica. (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre- (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
sentadas pelos economistas. (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
litoral ou aproveitam férias ali. (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos

11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.

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(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e 25. Felizmente, ninguém se machucou.
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
te, apenas a: Considere:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. modo;
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava Está correto o contido apenas em
sobre o balcão. (A) I, II e III. (B) I, II e IV.
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V.
(A) processo e livro. (B) livro do processo.
(C) processos e processo. (D) livro de registro. 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
(E) registro e processo. indicando concessão, é:
(A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto.
acima: (E) apesar do preço muito elevado.
I. há, no período, duas orações;
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; 27. É importante que todos participem da reunião.
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; O segmento que todos participem da reunião, em relação a
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. É importante, é uma oração subordinada
Está correto o contido apenas em (A) adjetiva com valor restritivo.
(A) II e IV. (B) III e IV. (B) substantiva com a função de sujeito.
(C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV. (C) substantiva com a função de objeto direto.
(D) adverbial com valor condicional.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do (E) substantiva com a função de predicativo.
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura lecida pelo termo como é de
pelo Juiz; (A) comparatividade. (B) adição.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (C) conformidade. (D) explicação. (E) consequência.
te ao da palavra mas;
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór- 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
Está correto o contido apenas em contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) II e IV. (B) III e IV. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV. possíveis franqueados.
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- (A) digo ... portanto ... mas (B) como ... pois ... mas
to, a alternativa correta é: (C) ou seja ... embora ... pois (D) ou seja ... mas ... portanto
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (E) isto é ... mas ... como
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- da, sem alterar o sentido da frase, é:
dos galhos da velha árvore. (A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
(A) Quem podou? e Quando podou? (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
(C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Que vizinho? e Que galhos? RESPOSTAS
(E) Quando podou? e Podou o quê? 01. D 11. B 21. B
02. A 12. A 22. A
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. 03. C 13. C 23. C
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- 04. E 14. E 24. E
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento 05. A 15. C 25. D
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- 06. B 16. A 26. E
ção em: 07. D 17. B 27. B

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08. E 18. E 28. C _______________________________________________________
09. C 19. D 29. D
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10. D 20. A 30. B
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Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Trocar o disco rígido por um mais espaçoso, instalar mais memória
RAM ou mesmo uma placa de vídeo mais robusta são tarefas bem mais
fáceis do que em outros tipos de computador. Os notebooks (termo cuja
tradução literal é cadernos), são a versão móvel dos desktops. E este é o
seu grande trunfo: poder ser levado para tudo quanto é lado. E com o
aprimoramento dos processadores voltados para esse tipo de equipamento,
muitos notebooks – também conhecidos como laptops ou computadores de
NOÇÕES DE OPERAÇÃO DE MICROCOMPUTADORES. colo – não perdem em nada para os desktops quando o assunto é desem-
NOÇÕES HARDWARE E DE UTILIZAÇÃO DE penho. Aliás, há modelos portáteis tão poderosos e grandes que até foram
SOFTWARES. classificados em outra categoria de computador: a dos desknotes, notebo-
oks com telas de 17 polegadas ou mais, que mais servem para ficar na
Definição mesa do que na mochila. O lado ruim dos notes tradicionais é que são mais
A informática é a ciência que tem como objetivo estudar o tratamento limitados em termos de upgrade, já que além de não contarem com a
da informação através do computador. Este conceito ou esta definição é mesma diversidade de componentes que os seus irmãos de mesa, uma
ampla devido a que o termo informática é um campo de estudo igualmente expansão de funções em um notebook é bem mais cara.
amplo.
A informática ajuda ao ser humano na tarefa de potencializar as capa- All-in-one ou Tudo-em-um
cidades de comunicação, pensamento e memória. A informática é aplicada Como o próprio nome diz, esse computador de mesa – ou desktop –
em várias áreas da atividade social, e podemos perfeitamente usar como traz tudo dentro de uma única peça. Nada de monitor de um lado e CPU do
exemplo as aplicações multimídia, arte, desenho computadorizado, ciência, outro: tudo o que vai neste último foi incorporado ao gabinete do monitor, o
vídeo jogos, investigação, transporte público e privado, telecomunicações, que inclui placa-mãe, disco rígido, drive óptico, portas USB e por aí vai. Já
robótica de fabricação, controle e monitores de processos industriais, teclado e mouse continuam de fora. Mas o bom é que diversos modelos de
consulta e armazenamento de informação, e até mesmo gestão de negó- computador AIO vêm com modelos sem fios desse acessório. Ou seja, se
cios. A informática se popularizou no final do século XX, quando somente você for o felizardo comprador de um PC do tipo com uma tela de 20 pole-
era usada para processos industriais e de uso muito limitado, e passou a gadas ou superior, mais placa sintonizadora de TV (digital, de preferência)
ser usada de forma doméstica estendendo seu uso a todo aquele que poderá usá-lo com um televisor turbinado. Imagina poder assistir TV, gravar
pudesse possuir um computador. A informática, à partir de essa época a programação, dar stop na transmissão de TV ao vivo e, ainda por cima,
começou a substituir os costumes antigos de fazer quase tudo a mão e dar uma “internetada” na hora do intervalo? E, pra completar, sem ver a
potencializou o uso de equipamentos de música, televisores, e serviços tão bagunça de cabos típica dos desktops convencionais e ainda contar com
essenciais nos dias atuais como a telecomunicação e os serviços de um tela touschscreen – como o modelo ao lado, o HP TouchSmart? Os pontos
modo geral. negativos desse equipamento são o custo, bem mais alto do que o de um
O termo informática provém das palavras de origem francesa “informa- desktop convencional.
tique” (união das palavras “information”, Informática e “Automatique”, auto-
mática. Se trata de um ramo da engenharia que tem relação ao tratamento Tablet PC
da informação automatizada mediante o uso de máquinas. Este campo de Há anos que a indústria aposta nos tablets PCs, computadores portá-
estudo, investigação e trabalho compreende o uso da computação para teis que contam com tela sensível ao toque rotacionável. A possibilidade de
solucionar problemas vários mediante programas, desenhos, fundamentos torcer a tela e dobrá-la sobre o teclado faz com que seja possível segurá-lo
teóricos científicos e diversas técnicas. com uma mão (o que pode ser um pouco penoso por causa do peso) e
A informática produziu um custo mais baixo nos setores de produção e escrever ou desenhar na tela com a outra por meio de uma canetinha
o incremento da produção de mercadorias nas grandes indústrias graças a conhecida como stylus. Os ancestrais diretos dos tablets atuais já viveram
automatização dos processos de desenho e fabricação. dias melhores no mercado. No entanto, ainda são lançados modelos do tipo
Com aparecimento de redes mundiais, entre elas, a mais famosa e co- todos os anos, como o netbook conversível Asus EeePC Touch T101MT
nhecida por todos hoje em dia, a internet, também conhecida como a rede que testamos há alguns dias. Voltados principalmente para o mercado
das redes, a informação é vista cada vez mais como um elemento de corporativo, dificilmente você, usuário doméstico, verá um desses sendo
criação e de intercâmbio cultural altamente participativo. usado por aí.
A Informática, desde o seu surgimento, facilitou a vida dos seres hu-
manos em vários sentidos e nos dias de hoje pode ser impossível viver sem Netbook
o uso dela.queconceito.com.Br Versão reduzida e bem mais econômica dos notebooks, os netbooks
surgiram como a mais nova sensação do mercado – mas não conseguiram
Tipos De Computadores manter o pique. A queda do preço dos notebooks e o surgimento de outros
Emerson Rezende tipos de computador reduziram o alcance desses pequenos. Como contam
Podemos dizer com tranquilidade que vivemos atualmente um verda- com pouquíssimos recursos computacionais, são voltados para o usuário
deiro “boom” no que se refere à diversidade de formas, preços, tamanhos e que vive em trânsito e só precisa acessar a internet para baixar e-mails,
cores de computadores pessoais. A variedade é tão grande que o consumi- visitar um site ou outro e só. Nem com drive óptico eles vêm, o que obriga o
dor pode se sentir perdido em meio a tantas opções ou, na pior das hipóte- proprietário a comprar um drive externo ou depender de arquivos que
ses, até mesmo enganado ou prejudicado. Afinal, já pensou adquirir deter- possam ser rodados a partir de pen drives caso necessite instalar mais
minado equipamento e descobrir que poderia ter comprado outro? E que programas. E como são equipados com telas de até 10 polegadas e pro-
ele só não fez isso porque não havia sido informado, seja pela imprensa cessadores da família Intel Atom, dificilmente o usuário conseguirá rodar
especializada, pelos “amigos que manjam de informática” ou, pior, pelo algum programa diferente do que os que já vêm com ele. Por outro lado,
vendedor da loja? em matéria de consumo de bateria, os netbooks são imbatíveis: há modelos
Quem detém a informação, detém o poder, caro leitor internauta. Va- que aguentam até 10 horas longe da tomada em uso normal.
mos mostrar aqui alguns exemplos do quanto o formato dos computadores
pessoais (PCs) pode variar. E detalhe: com exceção do tablet, todos os Nettop
modelos estão à venda por aí. Eis um dos formatos (ou fatores de forma, para os mais técnicos) de
computador mais surpreendente que você pode encontrar. Trata-se da
Desktops e notebooks versão de mesa dos netbooks. Ou seja, pegue um desses, tire a tela, o
Vamos dar uma repassada nos tipos básicos de computador. Os teclado e coloque tudo isso em um gabinete do tamanho de uma caixa de
desktops são os computadores de mesas. Compostos por monitor, mouse, DVD (ok, um pouco maior, vai) e você terá um glorioso nettop. Feitos
teclado e a Unidade de Processamento Central (CPU), aquele módulo onde inicialmente para serem uma versão econômica de PCs para uso comercial
ficam o drive óptico, disco rígido e demais componentes, é o formato mais – como caixas de lojas e supermercados, por exemplo – logo surgiram
tradicional dos PCs. A maior vantagem dos desktops é maior possibilidade modelos para serem conectados à TV, como o aparelho produzido pela
de se fazer upgrade no hardware. Positivo Informática ao lado.

Noções de Informática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Com saída HDMI, leitor de disco Blu-Ray e um processador Intel Atom A tecnologia é mais usada na indústria telefônica e seu uso em monito-
que trabalha em conjunto com um chip gráfico poderoso, esse computador res de computadores ainda está em fase de expansão.
ainda traz o poder do Windows Media Center para dar mais inteligência à
sua TV. O lado ruim do nettop é que ainda há pouquíssimos modelos no Secure Digital Card
mercado e, os que já foram lançados, não são nada baratos. No básico, cartões SD são pequenos cartões que são usados
popularmente em câmeras, celulares e GPS, para fornecer ou aumentar a
Dispositivos de Entrada e Saída do Computador memória desses dispositivos. Existem muitas versões, mas a mais
Dispositivos de entrada/saída é um termo que caracteriza os tipos de conhecida, sem dúvida é o micro-SD, o cartão de memória que funciona na
dispositivo de um computador. maioria dos celulares.
Imput/Output é um termo da informática referente aos dispositivos de
Entrada e Saída. Os cartões de memória Secure Digital Card ou SD Card são uma
Quando um hardware insere dados no computador, dizemos que ele é evolução da tecnologiaMultiMediaCard (ou MMC). Adicionam capacidades
um dispositivo de entrada. Agora quando esses dados são colocados a de criptografia e gestão de direitos digitais (daí oSecure), para atender às
mostra, ou quando saem para outros dispositivos, dizemos que estes exigências da indústria da música e uma trava para impedir alterações ou a
hardwares são dispositivos de saída. exclusão do conteúdo do cartão, assim como os disquetes de 3½".
Saber quais são os dispositivos de entrada e saída de um computador Se tornou o padrão de cartão de memória com melhor custo/benefício
é fácil. Não pense que é um bicho de sete cabeças. Listarei neste artigo os do mercado (ao lado do Memory Stick), desbancando o concorrente
principais dispositivos de entrada e saída do computador. Compact Flash, devido a sua popularidade e portabilidade, e conta já com a
adesão de grandes fabricantes como Canon,Kodak e Nikon que
Dispositivo de Entrada do Computador anteriormente utilizavam exclusivamente o padrão CF (sendo que seguem
Teclado – Principal dispositivo de entrada do computador. É nele que usando o CF apenas em suas câmeras profissionais). Além disso, está
você insere caracteres e comandos do computador. No início da computa- presente também em palmtops, celulares (nos modelos MiniSD, MicroSD e
ção sua existência era primordial para que o ser humano pudesse interagi Transflash), sintetizadores MIDI, tocadores de MP3 portáteis e até em
com o computador. O inserimento de dados eram feitos através dos prompt aparelhos de som automotivo.
de comandos.
Mouse – Não menos importante que os teclados os mouses ganharam
grande importância com advento da interface gráfica. É através dos botões
do mouse que interagirmos com o computador. Os sistemas operacionais
de hoje estão voltados para uma interface gráfica e intuitiva onde é difícil
imaginar alguém usando um computador sem este periférico de entrada.
Ícones de programas, jogos e links da internet, tudo isto é clicado através
dos mouses.
Touchpad – É um dispositivo sensível ao toque que na informática tem
a mesma função que o mouse. São utilizados principalmente em Notebo-
oks.
Web Cam – Câmera acoplada no computador e embutida na maioria
dos notebooks. Dependendo do programa usado, sua função e capturar
imagens que podem ser salvos tanto como arquivos de imagem ou como
arquivos de vídeo. Hardware
O hardware pode ser definido como um termo geral para
Scanner – Periférico semelhante a uma copiadora, mas com função equipamentos como chaves, fechaduras, dobradiças, trincos, puxadores,
contraria. O escâner tem a função de capturar imagens e textos de docu- fios, correntes, material de canalização, ferramentas, utensílios, talheres e
mentos expostos sobre a sua superfície. Estes dados serão armazenados peças de máquinas. No âmbito eletrônico o termo "hardware" é bastante
no próprio computador. utilizado, principalmente na área de computação, e se aplica à unidade
Microfone – Periférico de entrada com a função de gravação de voz e central de processamento, à memória e aos dispositivos de entrada e
testes de pronuncias. Também podem ser usados para conversação online. saída. O termo "hardware" é usado para fazer referência a detalhes
específicos de uma dada máquina, incluindo-se seu projeto lógico
Dispositivo de Saída do Computador pormenorizado bem como a tecnologia de embalagem da máquina.
Monitor – Principal dispositivo de saída de um computador. Sua função O software é a parte lógica, o conjunto de instruções e dados
é mostrar tudo que está sendo processado pelo computador. processado pelos circuitos eletrônicos do hardware. Toda interação dos
usuários de computadores modernos é realizada através do software, que é
Impressora – Dispositivo com a função de imprimir documentos para a camada, colocada sobre o hardware, que transforma o computador em
um plano, folha A4, A3, A2, A1 e etc. Este documento pode ser um dese- algo útil para o ser humano.
nho, textos, fotos e gravuras. Existem diversos tipos de impressora as mais O termo "hardware" não se refere apenas aos computadores pessoais,
conhecidas são a matricial, jato de tinta, a laser e a Plotter. mas também aos equipamentos embarcados em produtos que necessitam
Caixas de Som – Dispositivo essencial para quem desejar processar de processamento computacional, como os dispositivos encontrados em
arquivos de áudio como MP3, WMA e AVI. equipamentos hospitalares, automóveis, aparelhos celulares (em Portugal
telemóveis), entre outros.
Dispositivos de Entrada e Saída Na ciência da computação a disciplina que trata das soluções de
O avanço da tecnologia deu a possibilidade de se criar um dispositivo projeto de hardware é conhecida como arquitetura de computadores.
com a capacidade de enviar e transmitir dados. Tais periféricos são classifi- Para fins contábeis e financeiros, o hardware é considerado um bem de
cados como dispositivos de entrada e saída. São eles: capital.
Pen Drives – Tipo de memória portátil e removível com capacidade de História do Hardware
transferir dados ou retirar dados de um computador.
A Humanidade tem utilizado dispositivos para auxiliar a computação há
Impressora Multifuncional - Como o próprio nome já diz este tipo im- milênios. Pode se considerar que o ábaco, utilizado para fazer cálculos,
pressora poder servir tanto como copiadora ou scanner. tenha sido um dos primeiros hardwares usados pela humanidade. A partir
Monitor Touchscreen – Tela de monitor sensível ao toque. Através do século XVII surgem as primeiras calculadoras mecânicas.
dela você recebe dados em forma de imagem e também enviar dados e Em 1623 Wilhelm Schickard construiu a primeira calculadora mecânica.
comandos ao computador através do toque. APascalina de Blaise Pascal (1642) e a calculadora de Gottfried Wilhelm
von Leibniz (1670) vieram a seguir.

Noções de Informática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Em 1822 Charles Babbage apresenta sua máquina diferencial e em No entanto, nesse tipo de arquitetura, o utilizador está restringido a
1835 descreve sua máquina analítica. Esta máquina tratava-se de um escolher de entre os produtos da empresa e não pode montar o seu próprio
projeto de um computador programável de propósito geral, empregando computador.
cartões perfurados para entrada e uma máquina de vapor para fornecer Neste momento, a Apple não pertence exatamente a uma arquitetura
energia. Babbage é considerado o pioneiro e pai da computação. 8Ada fechada, mas a ambas as arquiteturas, sendo a única empresa que produz
Lovelace, filha de lord Byron, traduziu e adicionou anotações ao Desenho computadores que podem correr o seu sistema operativo de forma legal,
da Máquina Analítica. mas também fazendo parte do mercado de compatíveis IBM.
A partir disto, a tecnologia do futuro foi evoluindo passando pela Principais componentes
criação de calculadoras valvuladas, leitores de cartões perfurados,  1 Microprocessador (Intel, AMD e VIA)
máquinas a vapor e elétrica, até que se cria o primeiro computador digital
 2 Disco rígido (memória de massa, não volátil, utilizada para escrita
durante a segunda guerra mundial. Após isso, a evolução dos hardwares
e armazenamento dos dados)
vem sendo muita rápida e sofisticada. A indústria do hardware introduziu
novos produtos com reduzido tamanho como um sistema embarcado,  3 Periféricos (impressora, scanner, webcam, etc.)
computadores de uso pessoal, telefones, assim como as novas mídias  4 Softwares (sistema operativo, softwares específicos)
contribuindo para a sua popularidade.  5 BIOS ou EFI
 6 Barramento
Sistema binário  7 Memória RAM
Os computadores digitais trabalham internamente com dois níveis de  8 Dispositivos de multimídia (som, vídeo, etc.)
tensão (0:1), pelo que o seu sistema de numeração natural é o sistema
 9 Memórias Auxiliares (hd, cdrom, floppy etc.)
binário (aceso, apagado).
 10 Memória cache
Conexões do hardware
Uma conexão para comunicação em série é feita através de um cabo  11 Teclado
ou grupo de cabos utilizados para transferir informações entre a CPU e um  12 Mouse
dispositivo externo como o mouse e o teclado, um modem, um digitalizador  13 Placa-Mãe
(scanner) e alguns tipos de impressora. Esse tipo de conexão transfere um
bit de dado de cada vez, muitas vezes de forma lenta. A vantagem de Redes
transmissão em série é que é mais eficaz a longas distâncias. Existem alguns hardwares que dependem de redes para que possam
Uma conexão para comunicação em paralelo é feita através de um ser utilizados, telefones, celulares, máquinas de cartão de crédito, as placas
cabo ou grupo de cabos utilizados para transferir informações entre a CPU modem, os modems ADSL e Cable, os Acess points, roteadores, entre
e um periférico como modem externo, utilizado em conexões discadas de outros. A criação de alguns hardwares capazes de conectar dois ou mais
acesso a rede, alguns tipos de impressoras, um disco rÍgido externo dentre hardwares possibilitou a existência de redes de hardware, a criação de
outros. Essa conexão transfere oito bits de dado de cada vez, ainda assim redes de computadores e da rede mundial de computadores (Internet) é,
hoje em dia sendo uma conexão mais lenta que as demais. hoje, um dos maiores estímulos para que as pessoas adquiram hardwares
Uma conexão para comunicação USB é feita através de um cabo ou de computação.
um conjunto de cabos que são utilizados para trocar informações entre a
CPU e um periférico como webcams, um teclado, um mouse, uma câmera Overclock
digital, um pda, um mp3 player. Ou que se utilizam da conexão para Overclock é uma expressão sem tradução (seria algo como sobre-pulso
armazenar dados como por exemplo um pen drive. As conexões USBs se (de disparo) ou ainda aumento do pulso). Pode-se definir o overclock como
tornaram muito populares devido ao grande número de dispositivos que o ato de aumentar a frequência de operação de um componente (em geral
podiam ser conectadas a ela e a utilização do padrão PnP (Plug and Play). chips) que compõe um dispositivo (VGA ou mesmo CPU) no intuito de obter
A conexão USB também permite prover a alimentação elétrica do ganho de desempenho. Existem várias formas de efetuar o overclock, uma
dispositivo conectada a ela. delas é por software e outra seria alterando a BIOS do dispositivo.
Exemplos de hardware
Arquiteturas de computadores  Caixas de som
A arquitetura dos computadores pode ser definida como "as diferenças  Cooler
na forma de fabricação dos computadores".  Dissipador de calor
Com a popularização dos computadores, houve a necessidade de um  CPU ou Microprocessador
equipamento interagir com o outro, surgindo a necessidade de se criar um
 Dispositivo de armazenamento (CD/DVD/Blu-ray, Disco Rídido
padrão. Em meados da década de 1980, apenas duas "arquiteturas"
(HD), pendrive/cartão de memória)
resistiram ao tempo e se popularizaram foram: o PC (Personal Computer ou
 Estabilizador
em português Computador Pessoal), desenvolvido pela empresa IBM e
Macintosh (carinhosamente chamado de Mac) desenvolvido pela empresa  Gabinete
Apple Inc..  Hub ou Concentrador
Como o IBM-PC se tornou a arquitetura "dominante" na época, acabou  Impressora
tornando-se padrão para os computadores que conhecemos hoje.  Joystick
 Memória RAM
Arquitetura aberta  Microfone
A arquitectura aberta (atualmente mais utilizada, criada inicialmente  Modem
pela IBM) é a mais aceita atualmente, e consiste em permitir que outras  Monitor
empresas fabriquem computadores com a mesma arquitetura, permitindo  Mouse
que o usuário tenha uma gama maior de opções e possa montar seu  No-Break ou Fonte de alimentação ininterrupta
próprio computador de acordo com suas necessidades e com custos que se  Placa de captura
enquadrem com cada usuário.  Placa sintonizadora de TV
 Placa de som
Arquitetura fechada  Placa de vídeo
A arquitetura fechada consiste em não permitir o uso da arquitetura por  Placa-mãe
outras empresas, ou senão ter o controle sobre as empresas que fabricam  Scanner ou Digitalizador
computadores dessa arquitetura. Isso faz com que os conflitos de hardware
 Teclado
diminuam muito, fazendo com que o computador funcione mais rápido e
 Webcam
aumentando a qualidade do computador.

Noções de Informática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Dispositivo de armazenamento Tipos de dispositivos de armazenamento:
 Por meios magnéticos. Exemplos: Disco Rígido, disquete.
 Por meios ópticos. Exemplos: CD, DVD.
 Por meios eletrônicos (SSDs) - chip - Exemplos: cartão de
memória, pen drive.
Frisando que: Memória RAM é um dispositivo de armazenamento
temporário de informações.
Dispositivos de armazenamento por meio magnético
Os dispositivos de armazenamento por meio magnético são os mais
antigos e mais utilizados atualmente, por permitir uma grande densidade de
informação, ou seja, armazenar grande quantidade de dados em um
pequeno espaço físico. São mais antigos, porém foram se aperfeiçoando no
decorrer do tempo.
Para a gravação, a cabeça de leitura e gravação do dispositivo gera um
campo magnético que magnetiza os dipolos magnéticos, representando
assim dígitos binários (bits) de acordo com a polaridade utilizada. Para a
leitura, um campo magnético é gerado pela cabeça de leitura e gravação e,
quando em contacto com os dipolos magnéticos da mídia verifica se esta
atrai ou repele o campo magnético, sabendo assim se o pólo encontrado na
molécula é norte ou sul.
Como exemplo de dispositivos de armazenamento por meio magnético,
podemos citar os Discos Rígidos .
Os dispositivos de armazenamento magnéticos que possuem mídias
removíveis normalmente não possuem capacidade e confiabilidade
equivalente aos dispositivos fixos, pois sua mídia é frágil e possui
Dispositivo de armazenamento é um dispositivo capaz de armazenar capacidade de armazenamento muito pequena se comparada a outros tipos
informações (dados) para posterior consulta ou uso. Essa gravação de de dispositivos de armazenamento magnéticos.
dados pode ser feita praticamente usando qualquer forma de energia,
desde força manual humana como na escrita, passando por vibrações Dispositivos de armazenamento por meio óptico
acústicas em gravações fonográficas até modulação de energia Os dispositivos de armazenamento por meio óptico são os mais
eletromagnética em fitas magnéticas e discos ópticos. utilizados para o armazenamento de informações multimídia, sendo
amplamente aplicados no armazenamento de filmes, música, etc. Apesar
Um dispositivo de armazenamento pode guardar informação, processar disso também são muito utilizados para o armazenamento de informações
informação ou ambos. Um dispositivo que somente guarda informação é e programas, sendo especialmente utilizados para a instalação de
chamado mídia de armazenamento. Dispositivos que processam programas no computador.
informações (equipamento de armazenamento de dados) podem tanto
acessar uma mídia de gravação portátil ou podem ter um componente Exemplos de dispositivos de armazenamento por meio óptico são os
permanente que armazena e recupera dados. CD-ROMs, CD-RWs, DVD-ROMs, DVD-RWs etc.
A leitura das informações em uma mídia óptica se dá por meio de um
Armazenamento eletrônico de dados é o armazenamento que requer feixe laser de alta precisão, que é projetado na superfície da mídia. A
energia elétrica para armazenar e recuperar dados. A maioria dos superfície da mídia é gravada com sulcos microscópicos capazes de
dispositivos de armazenamento que não requerem visão e um cérebro para desviar o laser em diferentes direções, representando assim diferentes
ler os dados se enquadram nesta categoria. Dados eletromagnéticos informações, na forma de dígitos binários (bits). A gravação das
podem ser armazenados em formato analógico ou digital em uma variedade informações em uma mídia óptica necessita de uma mídia especial, cuja
de mídias. Este tipo de dados é considerado eletronicamente codificado, superfície é feita de um material que pode ser “queimado” pelo feixe laser
sendo ou não armazenado eletronicamente em um dispositivo do dispositivo de armazenamento, criando assim os sulcos que
semicondutor (chip), uma vez que certamente um dispositivo semicondutor representam os dígitos binários (bits).
foi utilizado para gravá-la em seu meio. A maioria das mídias de
armazenamento processadas eletronicamente (incluindo algumas formas Dispositivos de armazenamento por meio eletrônico (SSDs)
de armazenamento de dados de computador) são considerados de Este tipo de dispositivos de armazenamento é o mais recente e é o que
armazenamento permanente (não volátil), ou seja, os dados permanecem mais oferece perspectivas para a evolução do desempenho na tarefa de
armazenados quando a energia elétrica é removida do dispositivo. Em armazenamento de informação. Esta tecnologia também é conhecida como
contraste, a maioria das informações armazenadas eletronicamente na memórias de estado sólido ou SSDs (solid state drive) por não possuírem
maioria dos tipos de semicondutores são microcircuitos memória volátil, partes móveis, apenas circuitos eletrônicos que não precisam se
pois desaparecem com a remoção da energia elétrica. movimentar para ler ou gravar informações.

Com exceção de Códigos de barras e OCR, o armazenamento Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico podem ser
eletrônico de dados é mais fácil de se revisar e pode ser mais econômico encontrados com as mais diversas aplicações, desde Pen Drives, até
do que métodos alternativos, devido à exigência menor de espaço físico e à cartões de memória para câmeras digitais, e, mesmo os discos rígidos
facilidade na troca (re-gravação) de dados na mesma mídia. Entretanto, a possuem uma certa quantidade desse tipo de memória funcionando como
durabilidade de métodos como impressão em papel é ainda superior à buffer.
muitas mídias eletrônicas. As limitações relacionadas à durabilidade podem A gravação das informações em um dispositivo de armazenamento por
ser superadas ao se utilizar o método de duplicação dos dados eletrônicos, meio eletrônico se dá através dos materiais utilizados na fabricação dos
comumente chamados de cópia de segurança ou back-up. chips que armazenam as informações. Para cada dígito binário (bit) a ser
armazenado nesse tipo de dispositivo existem duas portas feitas de
material semicondutor, a porta flutuante e a porta de controle.

Noções de Informática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Entre estas duas portas existe uma pequena camada de óxido, que Nota-se a diferença entre os processadores. O CPU 8086 tem frequên-
quando carregada com elétrons representa um bit 1 e quando cia de 8 MHz, enquanto que o i7 tem uma frequência de 3,2 GHz (3200
descarregada representa um bit 0. Esta tecnologia é semelhante à MHz), lembrando que o i7 tem 8 núcleos, cada um com estas especifica-
tecnologia utilizada nas memórias RAM do tipo dinâmica, mas pode reter ções.
informação por longos períodos de tempo, por isso não é considerada uma
memória RAM propriamente dita. Processadores bons são indispensáveis para as mais simples aplica-
ções no dia a dia. Tarefas como abrir um arquivo, até rodar os games mais
Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico tem a vantagem atuais, o processador é quem faz tudo isso acontecer. A Tecnologia dos
de possuir um tempo de acesso muito menor que os dispositivos por meio processadores está evoluindo cada vez mais. Atualmente temos processa-
magnético, por não conterem partes móveis. O principal ponto negativo dores domésticos com 8 núcleos, e cada vez aumenta mais a capacidade
desta tecnologia é o seu custo ainda muito alto, portanto dispositivos de de processamento dos novos produtos lançados no mercado. Yuri Pacie-
armazenamento por meio eletrônico ainda são encontrados com pequenas vitch
capacidades de armazenamento e custo muito elevado se comparados aos
dispositivos magnéticos. Memória RAM e ROM

Processador De uma forma bastante simplificada, memória é um dispositivo que


possui a função de guardar dados em forma de sinais digitais por certo
O processador, também chamado de CPU (central processing unit), é tempo. Existem dois tipos de memórias: RAM e ROM.
o componente de hardware responsável por processar dados e transformar
em informação. Ele também transmite estas informações para a placa mãe, A memória RAM (Random Access Memory) é aquela que permite a
que por sua vez as transmite para onde é necessário (como o monitor, gravação e a regravação dos dados, no entanto, se o computador for
impressora, outros dispositivos). A placa mãe serve de ponte entre o pro- desligado, por exemplo, perde as informações registradas. Já a memória
cessador e os outros componentes de hardware da máquina. Outras fun- ROM (Read Only Memory) permite a gravação de dados uma única vez,
ções do processador são fazer cálculos e tomar decisões lógicas. não sendo possível apagar ou editar nenhuma informação, somente aces-
sar a mesma.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 7, 8 OU SUPERIOR.

Software, logiciário ou suporte lógico é uma sequência de instruções


a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou
modificação de um dado/informação ou acontecimento. Software também é
o nome dado ao comportamento exibido por essa sequência de instruções
quando executada em um computador ou máquina semelhante além de um
produto desenvolvido pela Engenharia de software, e inclui não só o
Algumas características do processador em geral: programa de computador propriamente dito, mas também manuais e
especificações. Para fins contábeis e financeiros, o Software é considerado
• Frequência de Processador (Velocidade, clock). Medido em hertz, um bem de capital.
define a capacidade do processador em processar informações ao mesmo Este produto passa por várias etapas como: análise econômica, análise
tempo. de requisitos, especificação, codificação,teste, documentação,
• Cores: O core é o núcleo do processador. Existem processadores- Treinamento, manutenção e implantação nos ambientes.
core e multicore, ou seja, processadores com um núcleo e com vários Software como programa de computador
núcleos na mesma peça. Um programa de computador é composto por uma sequência de
instruções, que é interpretada e executada por um processador ou por uma
• Cache: A memória Cache é um tipo de memória auxiliar, que faz máquina virtual. Em um programa correto e funcional, essa sequência
diminuir o tempo de transmissão de informações entre o processador e segue padrões específicos que resultam em um comportamento desejado.
outros componentes
O termo "software" foi criado na década de 1940, e é um trocadilho
• Potência: Medida em Watts é a quantia de energia que é consumi- com o termo hardware. Hardware, em inglês, significa ferramenta física.
da por segundo. 1W = 1 J/s (Joule por segundo) Software seria tudo o que faz o computador funcionar excetuando-se a
A Evolução dos processadores é surpreendente. A primeira marca no parte física dele.
mercado foi a INTEL, com o a CPU 4004, lançado em 1970. Este CPU era
Um programa pode ser executado por qualquer dispositivo capaz de
para uma calculadora. Por isto, muitos dizem que os processadores come-
interpretar e executar as instruções de que é formado.
çaram em 1978, com a CPU 8086, também da Intel.
Alguns anos mais tarde, já em 2006, é lançado o CORE 2 DUO, um Quando um software está representado como instruções que podem
super salto na tecnologia dos processadores. ser executadas diretamente por um processador dizemos que está escrito
em linguagem de máquina. A execução de um software também pode ser
Para comparar: intermediada por um programa interpretador, responsável por interpretar e
• CPU 8086: executar cada uma de suas instruções. Uma categoria especial e o notável
o Numero de transistores 29000 de interpretadores são as máquinas virtuais, como a máquina virtual Java
o Frequência máxima 8 Mhz (JVM), que simulam um computador inteiro, real ou imaginado.
o Tamanho do registro da CPU 16 bits O dispositivo mais conhecido que dispõe de um processador é o
o Tamanho da BUS externa 16 bits computador. Atualmente, com o barateamento dos microprocessadores,
• Core i7 existem outras máquinas programáveis, como telefone celular, máquinas de
o Suporte: Socket LGA 1366 automação industrial, calculadora etc.
o Frequência (MHz): 3,2 GHz
o Bus processador: 4,8 GTps A construção de um programa de computador
o Gravação: 32 nm Um programa é um conjunto de instruções para o processador
o Tamanho Cache L1: 6 x 64 KB (linguagem de máquina). Entretanto, pode-se utilizar linguagens de
o Tamanho Cache L2: 6 x 256 KB programação, que traduza comandos em instruções para o processador.
o Tamanho Cache L3: 12 MB
o Arquitetura: Core i7 Westmere

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Normalmente, programas de computador são escritos em linguagens  ferramentas de Correção e Otimização
de programação, pois estas foram projetadas para aproximar-se das  Servidores
linguagens usadas por seres humanos.
Raramente a linguagem de máquina é usada para desenvolver um
 Software de programação: O conjunto de ferramentas que
permitem ao programador desenvolver programas de computador usando
programa. Atualmente existe uma quantidade muito grande de linguagens
diferentes alternativas e linguagens de programação, de forma prática.
de programação, dentre elas as mais populares no momento são Java,
Inclui, entre outros:
Visual Basic, C, C++, PHP, dentre outras.
Alguns programas feitos para usos específicos, como por exemplo  Editores de texto
software embarcado ou software embutido, ainda são feitos em linguagem  Compiladores
de máquina para aumentar a velocidade ou diminuir o espaço consumido.  Intérpretes
Em todo caso, a melhoria dos processadores dedicados também vem  linkers
diminuindo essa prática, sendo a C uma linguagem típica para esse tipo de
projeto. Essa prática, porém, vem caindo em desuso, principalmente devido  Depuradores
à grande complexidade dos processadores atuais, dos sistemas Ambientes de Desenvolvimento Integrado : Agrupamento das ferramentas
operacionais e dos problemas tratados. Muito raramente, realmente apenas anteriores, geralmente em um ambiente visual, de modo que o programador
em casos excepcionais, é utilizado o código de máquina, a representação não precisa digitar vários comandos para a compilação, interpretação,
numérica utilizada diretamente pelo processador. depuração, etc. Geralmente equipados com uma interface de usuário
O programa é inicialmente "carregado" na memória principal. Após gráfica avançada. Fonte Wikipedia
carregar o programa, o computador encontra o Entry Point ou ponto inicial
de entrada do programa que carregou e lê as instruções sucessivamente MICROSOFT WINDOWS 7: BARRA DE TAREFAS, MENUS DO SISTE-
byte por byte. As instruções do programa são passadas para o sistema ou MA, ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA, PROGRAMAS
processador onde são traduzidas da linguagens de programação para a E APLICATIVOS BÁSICOS DO SISTEMA OPERACIONAL. CONCEITOS
linguagem de máquina, sendo em seguida executadas ou diretamente para DE ARQUIVOS, PASTAS, SUBPASTAS E ATALHOS. MANIPULAÇÃO
o hardware, que recebe as instruções na forma de linguagem de máquina. DE PASTAS E ARQUIVOS, COMPACTAR E DESCOMPACTAR PASTAS
E ARQUIVOS. PROPRIEDADES DE ARQUIVOS (NOME, TIPO, TAMA-
Tipos de programas de computador
NHO). COMPARTILHAMENTO DE PASTAS E ARQUIVOS.
Qualquer computador moderno tem uma variedade de programas que
fazem diversas tarefas.
Como Criar Contas de Usuário com as Ferramentas Administrati-
Eles podem ser classificados em duas grandes categorias:
vas do Windows
1. Software de sistema que incluiu o firmware (O BIOS dos
Na plataforma Windows a tarefa de criar contas de usuário não se deve
computadores pessoais, por exemplo), drivers de dispositivos, o sistema
apenas ao item Contas de Usuário do Painel de Controle. Existe um outro
operacional e tipicamente uma interface gráfica que, em conjunto, permitem
caminho que permite a mesma funcionalidade, porém com mais detalhes,
ao usuário interagir com o computador e seus periféricos.
este caminho é através das Ferramentas Administrativas do Windows.
2. Software aplicativo, que permite ao usuário fazer uma ou mais Para que você entenda com mais clareza veja o tutorial abaixo realizado no
tarefas específicas. Aplicativos podem ter uma abrangência de uso de larga Windows 7.
escala, muitas vezes em âmbito mundial; nestes casos, os programas
tendem a ser mais robustos e mais padronizados. Programas escritos para
um pequeno mercado têm um nível de padronização menor. Acesse o Painel de Controle e entre no item Ferramentas Adminis-
trativas, em seguida acesse as ferramentas do item Gerenciamento do
Ainda é possível usar a categoria Software embutido ou software
Computador.
embarcado, indicando software destinado a funcionar dentro de uma
máquina que não é um computador de uso geral e normalmente com um
destino muito específico.
 Software aplicativo: é aquele que permite aos usuários executar
uma ou mais tarefas específicas, em qualquer campo de atividade que
pode ser automatizado especialmente no campo dos negócios. Inclui, entre
outros:
 Aplicações de controle e sistemas de automação industrial.
 aplicações de informática para o escritório.
 Software educacional. Acessando o Gerenciamento do Computador você visualizará o me-
 Software de negócios. nu de navegação localizado a esquerda do painel e no painel central todas
 Banco de dados. as contas disponíveis para acesso ao Windows. Para criar uma nova conta
utilize o painel de navegação, em Ferramentas do Sistema expanda o
 Telecomunicações.
item Usuários e Grupos Locais para visualizar a pasta Usuários.
 video games. Clique com o botão direito do mouse na pasta Usuários e selecione
 Software médico. Novo Usuário.
 Software de calculo numérico e simbólico.
Atualmente, temos um novo tipo de software. O software como serviço,
que é um tipo de software armazenado num computador que se acessa
pela internet, não sendo necessário instalá-lo no computador do usuário.
Geralmente esse tipo de software é gratuito e tem as mesmas
funcionalidades das versões armazenadas localmente.
Outra classificação possível em 3 tipos é:
 Software de sistema: Seu objetivo é separar usuário e programador
de detalhes do computador específico que está sendo usado. O software do Em seguida observamos a janela Novo Usuário, onde você digitará as
sistema lhe dá ao usuário interfaces de alto nível e ferramentas que informações pertinentes do novo usuário para o Windows onde apenas o
permitem a manutenção do sistema. Inclui, entre outros: campo Nome de Usuário é obrigatório.
 Sistemas operacionais A senha deve ser inserida, quanto maior e mais complexa melhor para
 Drivers sua segurança, caso não deseje colocá-la apenas deixe em branco.
 ferramentas de diagnóstico
Noções de Informática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Os itens restantes podem ser configurados de acordo com as necessi- Como personalizar a barra de tarefas do Windows 7
dades do administrador do computador e do novo usuário. No Windows 7 a barra de tarefas apresenta alguns novos recursos que
o Windows Vista não possui, uma das principais novidades é a combinação
de telas quando utilizadas do mesmo programa. Na imagem abaixo você
poderá enxergar como configurar e personalizar ao seu gosto. Para acessá-
la clique com o botão direito no menu Iniciar e clique em Propriedades.

Após criar a nova conta é necessário realizar o logoff (via menu Inici-
ar) da conta atual, e automaticamente o novo usuário aparecerá na tela de
boas-vindas do Windows 7. Lembrando que todo este procedimento só
poderá ser realizado pelo usuário administrador ou pela própria conta de
administrador padrão do sistema assim como toda e qualquer alteração só
poderá ser feita via administrador.

Como criar um slide para a área de trabalho do Windows 7


No Windows 7 os planos de fundo da área de trabalho estão mais per-
sonalizados do que no Windows vista. Agora você pode selecionar várias
imagens ao mesmo tempo com o objetivo de criar um slide, e configurá-las
para que mudem aleatoriamente.
No Painel de controle acesse o ícone Personalização, e em seguida
você poderá escolher dentre alguns pacotes de imagens para criar um slide
para o plano de fundo da sua área de trabalho. Dentre essas imagens é
possível escolher fotos, imagens da internet, enfim, que ficará ao seu
critério. Na imagem abaixo você pode escolher dentre vários pacotes de Primeiro vamos ás caixinhas de seleção, nelas você poderá aplicar os
planos de fundo. Basta selecionar o desejado e partir para configurá-los. seguintes recursos:

- Bloquear barra de tarefas (Para fixá-la obrigatoriamente na parte in-


ferior da área de trabalho)

- Ocultar Automaticamente a barra de tarefas (Para usá-la somente


quando passar o mouse)

- Usar ícones pequenos (Ajuda a diminuir o tamanho total da barra de


tarefas)

No recurso de seleção a seguir você poderá definir o local dessa barra


para as posições: Superior, Direita, Esquerda ou Inferior.

E o mais novo recurso é o da combinação de janelas, perfeito para


aqueles que utilizam muitos programas ao mesmo tempo, pois agora você
não se preocupará de ter que ficar olhando para um monte de janelas.
Nos itens Plano de fundo da área de trabalho é possível configurar o
tempo em que um slide muda para outro e cor de janela. Isso você verá na As opções são:
tela abaixo.
- Sempre combinar, ocultar rótulos (Não importando a quantidade de
programas a barra combinará as janelas somente pelo ícone do programa,
ou seja, sem rótulos)

- Combinar quando a barra de tarefas estiver cheia (Exibirá nor-


malmente as janelas do modo tradicional com os rótulos até o quanto a
barra suportar, quando ultrapassar combinará os rótulos sumirão)

- Nunca combinar (As janelas serão exibidas tradicionalmente como


nos sistemas anteriores)

E por último as notificações dos ícones da parte direita da barra de ta-


refas que também não são novidades para nós usuários das versões ante-
riores do Windows.

Após configurar á seu gosto clique em Aplicar e Ok.


Depois de personalizar ao seu gosto clique em Salvar alterações para
aplicar as configurações.

Noções de Informática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Como ajustar efeitos visuais no Windows 7 Como Configurar Grupo Doméstico no Windows 7
Um novo recurso no sistema Windows 7 é a possibilidade de criar gru-
No Windows 7 você também pode configurar alguns recursos visuais pos domésticos que facilita todo um processo para realizar o compartilha-
para melhorar o desempenho. Para acessar rapidamente utilize as teclas mento de impressora e arquivos. Muito útil para Administradores de redes.
Windows + Pause Break, clique em Configurações avançadas do sis- É uma forma mais simples de se configurar uma "rede" lógica. Tendo uma
tema e entre na aba avançado, na guia Desempenho clique no botão estrutura física que garanta o interligamento de máquinas é possível criar
Configurações para visualizar as Opções de desempenho. um grupo doméstico em uma única máquina e distribuir para as outras com
Windows 7. Siga o tutorial abaixo.
Para criar o grupo acesse a Central de Rede e Compartilhamento do
Windows 7 pelo Painel de controle.

Em seguida clique em Escolher o que você deseja compartilhar.

Na janela opções de desempenho você verá as opções de ajuste de


efeitos visuais. Onde 2 são contraditórias, Ajustar para obter uma melhor
aparência e Ajustar para obter um melhor desempenho. Pois a 1°
opção citada define cada item da lista marcado para utilizar todos os recur-
sos visuais do sistema de vídeo otimizando a aparência a todo vapor, e a
2° opção desmarcar todos os itens da lista definindo o sistema de vídeo
para a configuração mínima, porém otimizando o desempenho do sistema
operacional justificando que quanto mais recursos visuais menor é o de-
sempenho do computador e vice-versa.
Mas com a opção Personalizar você poderá escolher o item a qual de- Marque as bibliotecas desejadas para o compartilhar e clique em
seje que o sistema de vídeo utilize, dessa maneira haverá um maior equilí- Avançar.
brio entre a aparência e o desempenho. Após escolher os itens clique em
Aplicar e Ok para que a configuração desejada entre em vigor no Windows
7.

Como utilizar as Notas autoadesivas do Windows 7


Dentre os programas novos que acompanham no novo sistema Win-
dows 7 temos as Notas Autoadesivas que simula uma espécie de etiqueta
adesiva de anotação. É um novo recurso que permite a inserção de peque-
nos textos que servem para avisos, recados, etc.
Para utilizá-las, basta clicar sobre Notas Autoadesivas na lista de pro-
gramas no menu Acessórios do menu Iniciar. Ao executar uma nova nota
será inserida na área de trabalho pronta para receber textos. Você também
poderá modificar a cor clicando com o botão direito sobre a nota e selecio-
nar dentre as cores disponíveis.
Para adicionar uma nova nota posicione a seta do mouse em sua área
superior e clique no botão +. Para fechá-la clique no botão x na outra
extremidade da nota, mas lembre-se que dessa maneira o texto digitado
não será salvo. O programa salva as notas automaticamente se for fecha-
do, sendo que as notas só aparecerão na área de trabalho com o programa O próximo passo é anotar a senha gerada pelo grupo e repassar para
em execução, você poderá checar que estará minimizado na barra de as outras máquinas (usuários) se conectarem ao grupo doméstico criado.
tarefas e as notas estarão sendo exibidas.

Noções de Informática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ao estar conectados poderão compartilhar tudo que foi configurado para o Para acioná-la clique na setinha ao lado do botão Verificar, em segui-
grupo. da clique em Verificação Personalizada.

Para que outro usuário se conecte ao grupo basta entrar no Centro de


Rede e Compartilhamento, clicar em Disponível para ingressar, inserir a
senha gerada e pronto. Depois de ingressar o usuário poderá acessar os
arquivos compartilhados pelo Windows explorer.

Clique no botão Selecionar e marque as unidades desejadas para rea-


lizar a verificação e clique em Ok e você voltará para a janela anterior.

Como utilizar o Windows Defender no Windows 7


Uma combinação interessante e razoavelmente eficaz de proteção no
Windows 7 é a utilização manual do Windows Defender aliado a um bom
antivírus. A execução contínua de um bom programa antivírus constante-
mente atualizado ajuda muito a proteger o seu computador de vírus, spywa-
res, etc. No caso do Windows Defender é aconselhável sua ativação manu-
al a cada período prolongado do seu computador. Para executá-lo rapida-
mente faça o seguinte:
Abra o menu Iniciar, no campo Pesquisar programas e arquivos, di- Em seguida clique no botão Verificar agora e aguarde o término da
gite Windows defender. O ícone do programa surgirá no painel superior do verificação.
campo de pesquisa do menu Iniciar.

Ao executá-lo pela primeira vez o programa mostrará uma mensagem


indicando a necessidade de verificação, na imagem acima a mensagem se Lembre-se que o Windows Defender não é um Antivírus, e que deve
refere que a verificação já foi realizada com sucesso e sem detecção ne- ser utilizado juntamente com qualquer antivírus legítimo para que seu
nhuma. Windows 7 mantenha-se protegido.
Quanto ao escaneamento você poderá realizar 3 tipos: Verificação
Rápida, Completa ou Personalizada. Criando Ponto de Restauração no Windows 7
As 2 primeiras verificações são iniciadas automaticamente ao se clicá- Durante o uso do computador, instalamos e removemos dezenas de
las, quanto a verificação Personalizada será possível selecionar os diretó- programas do sistema operacional. Estas mudanças podem causar falhas e
rios do seu sistema para ser scaneado. problemas sérios ao Windows, em especial quando lidamos com desenvol-
vedores ruins e certas aplicações específicas, como antivírus e temas para
a Área de Trabalho.

Noções de Informática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Muitas vezes instalamos o aplicativo e tudo parece correr bem, até que possa apresentar. O processo é tão fácil quanto o primeiro e em boa parte
algumas funções passam a apresentar erros e outras simplesmente não dos casos gera resultados satisfatórios para os usuários.
funcionam mais. Tudo o que queremos nessa hora é voltar no tempo, o que Restaure o sistema
pode ser feito graças à Restauração do Sistema. 1. Abra novamente o Menu Iniciar e digite Restauração para encontrar
A função também serve como tentativa de solucionar qualquer compor- o processo:
tamento diferente que o Windows passe a apresentar, o que pode ser
causado por diversos fatores – falhas inexplicadas do sistema, atualizações
feitas de modo errado, vírus.

Como funciona
Ao criarmos um ponto de retorno dentro da Restauração do Sistema,
fazemos com que o computador memorize todas as configurações ineren-
tes ao funcionamento da máquina, o que em geral acontece no registro do
Windows.
Desta forma, temos a segurança de poder voltar atrás quando instala-
mos um aplicativo danoso à saúde do sistema operacional. Criar um ponto
de restauração no Windows 7 é muito fácil e demanda poucos segundos de
atenção. Siga os seguintes passos para realizar o processo:

Crie o ponto de restauração


2. Caso a restauração recomendada não seja a que você criou, marque
1. Clique no botão Iniciar e digite Criar ponto na lacuna de pesquisa a seleção Escolher um outro ponto de restauração:
para encontrar a função, como indicado na figura:

2. Selecione a função Criar, localizada na parte inferior da janela: 3. Escolha o ponto de sua preferência e clique para avançar:

4. Salve seus arquivos importantes e somente após ter certeza de que


tudo está correto clique em Concluir para começar a restauração.

3. Digite um nome para identificar o ponto e evitar enganos posterior-


mente:

Em alguns casos podem ser necessários diversos minutos para retor-


nar o seu Windows 7 a um ponto anterior no tempo.
4. Clique em criar e aguarde o término do processo. Para problemas causados por aplicativos instalados e danos feitos ao
Fácil assim, seu primeiro ponto de restauração do sistema está criado! registro, a tarefa recupera o bom funcionamento do computador na grande
Agora vamos ensiná-lo a reverter situações complicadas que o Windows 7 maioria dos casos.
Fonte: computerdicas

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Em alguns casos podem ser necessários diversos minutos para retor-
nar o seu Windows 7 a um ponto anterior no tempo. Para problemas
causados por aplicativos instalados e danos feitos ao registro, a tarefa
recupera o bom funcionamento do computador na grande maioria dos
casos.

MICROSOFT OFFICE (WORD, EXCEL, ACCESS E POWERPOINT) 2003, 2010 OU SUPERIOR.

• MICROSOFT WORD 2010: EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS, CABEÇALHOS, RODAPÉS, PARÁGRAFOS, DIVISÃO EM COLUNAS, ESTRUTU-
RA BÁSICA DE DOCUMENTOS, FORMATAÇÃO DE FONTES, TABULAÇÃO, MARCADORES NUMÉRICOS E MARCADORES SIMBÓLICOS, FORMA-
TAÇÃO DE TABELAS, IMPRESSÃO, VERIFICAÇÃO E CORREÇÃO ORTOGRÁFICA, VERIFICAÇÃO E CORREÇÃO GRAMATICAL, NUMERAÇÃO DE
PÁGINAS, QUEBRA DE SEÇÕES, ÍNDICES, INSERÇÃO E FORMATAÇÃO DE OBJETOS, LEGENDAS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO,
MALA DIRETA E TECLAS DE ATALHO.
1. Seguido os passos teremos a seguinte tela inicial: Botões de
Barra de Título Controle
Barra de
Menus

Régua

Barra de Rolagem

Área de
Trabalho

Barra de
Status

INTRODUÇÃO
O Office Word está com um novo formato, uma nova interface do usuário que substitui os menus, as barras de ferramentas e a maioria dos painéis de ta-
refas das versões anteriores do Word com um único mecanismo simples e fácil de aprender.
A nova interface do usuário foi criada para ajudá-lo a ser mais produtivo no Word, para facilitar a localização dos recursos certos para diversas tarefas,
para descobrir novas funcionalidades e ser mais eficiente.
A principal substituição de menus e barras de ferramentas no Office Word é a Faixa de Opções. Criada para uma fácil navegação, a Faixa de Opções
consiste de guias organizadas ao redor de situações ou objetos específicos.
Os controles em cada guia são organizados em diversos grupos. A Faixa de Opções pode hospedar um conteúdo mais rico que o dos menus e das bar-
ras de ferramentas, incluindo botões, galerias e caixas de diálogo.
SALVANDO O DOCUMENTO
Definição: salvar um documento significa guardá-lo em algum lugar no computador para quando você quiser utilizá-lo novamente é só abri-lo que tudo o
que você fez estará lá intacto do jeito que você deixou

1º Salvando clique em e escolha Salvar como (CTRL+B)


2º Nesta tela é que você define onde será salvo e o nome desse arquivo depois clique em salvar

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Diferença entre salvar e salvar como


1. Salvar como: é usado sempre que o documento for salvo pela primeira vez, mesmo se for clicado em salvar aparecerá à tela do salvar como.
2. Salvar: É usado quando o documento já esta salvo e você o abre para fazer alguma alteração nesse caso usa-se o salvar.

ABRINDO DOCUMENTO
1º Colocar o botão clique na seta ao lado do Refazer digitação vai aparecer
um submenu marque a opção visualização de impressão
1º Clique em e escolha Abrir (CTRL+A)
2º Nesta tela é só procurar o arquivo onde foi salvo

2º clique sobre

DESFAZER
Definição: Desfaz a digitação, supomos que você tenha digitado uma linha
por engano é só clicar no botão desfazer que ele vai desfazendo digitação.

A opção desfazer é localizado no topo da tela


(CTRL+Z)

REFAZER
Definição: supõe-se que você tenha digitado dez linhas a apagou por
engano nove linhas, para você não ter que digitar as nove linhas tudo de
novo clique no Botão Refazer ou (CTRL+Y)
A opção refazer digitação esta localizada no topo da tela

VISUALIZAR IMPRESSÃO Obs. Coloque o cursor do mouse sobre a tela branca vai aparecer uma lupa
Definição: visualiza o documento como ele vai ficar quando for impresso. com um sinal de + significa que você pode aumentar o zoom quando dentro
da lupa aparecer um sinal de – significa para reduzir o zoom
A opção visualizar impressão esta localizada no topo da tela por pa-

drão o botão visualizar impressão não aparece.


3º Sair da Visualização aperte a tecla ESC ou
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Definição: O criar um novo documento em branco
VISUALIZAR DUAS PÁGINAS 1º Clique no Botão Microsoft Office e, em seguida, clique em Novo ou
Definição: Serve para quando for necessário visualizar mais de uma pagina CTRL+O
ao mesmo tempo em que esta localizada na mesma tela anterior

MUDANDO DE PAGINA
Definição: Essas opções PRÓXIMA PÁGINA e PÁGINA ANTERIOR que
aparecem quando você visualiza impressão elas permitem que você visua-
lize todas as páginas de seu documento sem precisar sair do visualizar
impressão.
2º Escolha Documento em Branco e Criar
1º clique
Navega para a próxima página do documento
Navega para página anterior do documento
ZOOM
Definição: Zoom significa Aumentar ou diminuir a visualização do documen-
to você define o zoom em porcentagem quando o zoom é aumentado você
consegue visualizar o seu documento mais próximo da tela, quando ele é
diminuído você consegue visualizar o documento mais distante da tela.

1º Aba Exibição clique


2º Nesta tela que é definido o tamanho do zoom

IMPRESSÃO RÁPIDA
Definição: imprime em folha
Por padrão esse botão não aparece no topo para colocá-lo

Noções de Informática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Existe também outro erro quando a palavra aparece com um risco vermelho
este tipo de erro aparece quando a palavra digitada não existe no dicionário
1º clique sobre a Impressora do Word.
Obs. Um exemplo utilizando os dois erros o Verde e o Vermelho
IMPRIMIR
Definição: Outro modo de imprimir um documento aqui poderá escolher 1º O primeiro erro é o verde esta entre Carga e o do contém entre essas
quais páginas, quantas cópias serão impressas, enquanto na impressão duas palavras um excesso de espaço, ou seja, ao invés de se colocar
rápida ele imprime o documento inteiro se tiver 10 páginas as 10 serão apenas um espaço foi colocado dois.
impressas. Ex: Carga do Sistema Operacional
2º O Segundo erro é o vermelho o ocasionamento deste erro foi que no
1º clique sobre ou (CTRL+P) dicionário do Word a palavra que existe é ortográfico e não ortogra-
fio.
Ex:Verifique a ortografio

Corrigindo o erro: Existem duas formas de se corrigir erros ortográficos


1º forma:
a) Clique com o botão direito sobre o erro verde
b) Olha que beleza o Word acusou o erro, esta mostrando que existe
excesso de espaço entre as palavras em questão para corrigi-la clique
sobre a opção que lhe é mostrada que é verificar o excesso de
espaço entre as palavras que o erro é corrigido automaticamente.

Clique com o botão direito sobre o erro vermelho


2º Clique em imprimir a caixa de diálogo abaixo é onde é definida a impres- O Word mostra várias opções que ele encontrou em seu dicionário basta
são escolher a correta e clicar em cima, no nosso caso a primeira opção é a
correta clique-a, caso nenhuma das opções que o Word mostrar fosse a
correta clique na opção Ignorar que o Word não corrigirá a palavra em
questão se em seu texto tiver 10 palavras Ex: “ortografio” caso você queira
ignorar este erro, ou seja, mantê-lo não precisa ignorar um por um, clique
na opção Ignorar tudo que todas as palavras “ortografio “serão ignoradas”.

Definição:
Em Intervalo de Página
• Todos: Significa que todas as páginas do documento serão
impressas
• Página Atual: Significa que apenas a página que tiver o cursor
nela será impressa
• Paginas: Neste campo são definidas quais páginas serão
impressas ex: 1, 2,3 coloque a vírgula como separador Em
Cópias
• Numero de Cópias: escolha a quantidade de cópias que você
irá querer clicando na setinha pra cima para aumentar e setinha 2º Forma: é usar o Corretor ortográfico
pra baixo para diminuir a quantidade de cópias

ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA 1º Aba Revisão ou (F7)


Definição: a verificação de ortografia permite a correção de erros ortográfi- Observe a tela abaixo: o Word acusou excesso de espaço entre as duas
cos e de palavras digitadas erradas, existe o erro que aparece com um palavras caso esteja correto, clique no botão Ignorar uma vez caso esteja
risco verde em baixo da palavra significando que aquela palavra tem erro errado escolha a sugestão do corretor que é Verifique o excesso de
ortográfico, ou seja, excesso de espaço, conjugação do verbo errado, erro espaço entre as palavras clique no botão Alterar no nosso caso o exces-
de crase, etc. so de espaço esta errado, clique em Alterar.

Noções de Informática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Você pode alterar o tipo da fonte, o tamanho da fonte, aplicar o negrito,


itálico ou sublinhado ao texto selecionado, desenhar uma linha no meio do
texto selecionado, criar letras pequenas abaixo ou acima da linha do texto,
alterar todo o texto selecionado para maiúsculas, minúsculas ou outros
usos comuns de maiúsculas/minúsculas, fazer o texto parecer como se
tivesse sido marcado com um marca-texto e alterar a cor do texto. Você
pode também abrir a caixa de diálogo Fonte, pressionando CTRL+ D.

Próximo erro: O Word acusou outro erro e mostra várias opções para que
você escolha procure a palavra que é correta e clique em Alterar no nosso
caso a correta é a primeira que ele mostra selecione-a e clique em Alterar

Formate o texto abaixo utilizando as ferramentas da seção Fonte.

1. Para o título, colocamos negrito e a cor da fonte vermelha.


2. Para o parágrafo, colocamos a cor da fonte azul escuro.
3. Para o trecho Roberto Oliveira Cunha, colocamos itálico e a cor da fonte
vermelha.
Você pode também limpar toda a formatação da seleção, deixando o texto
sem formatação.
SELECIONANDO TEXTO
Definição: Para selecionar um texto coloque o cursor do mouse antes da
Negrito
primeira palavra do texto quando o cursor virar um I clique com o botão
Definição: O negrito geralmente é utilizado para destacar uma letra, uma
esquerdo e o segure arrastando-o, olhe no exemplo abaixo a parte roxa é a
palavra que você acha muito importante quando o negrito é colocado a letra
parte do texto selecionada.
fica mais grossa que as normais.
Ex:
1º Selecione o texto a ser negritado
2º Aba início clique em Negrito ou (CTRL+N)
COPIANDO TEXTO Ex: Carro
Definição: Quando é necessário utilizar um determinado texto em outro Obs. Para retirar o negrito do texto selecione o texto que foi negritado e
documento não é necessário digitar tudo novamente faça o seguinte. desmarque a opção
1º selecione parte do texto a ser copiado
2º Na Aba Inicio clique sobre Copiar ou (CTRL+C) Sublinhado
Definição: O sublinhado faz com que o texto fique com um risco em baixo
1º Selecione o texto a ser sublinhado
COLAR O TEXTO
Definição: Colar significa pegar o texto que foi copiado e colocá-lo em outro
lugar. 2º Aba Início clique em Sublinhado ou (CTRL+S)
1º Após ter copiado o texto no exemplo anterior Ex: Office
Obs. Para retirar o sublinhado do texto selecione o texto que foi sublinhado
e desmarque a opção
2º Na Aba Início clique em Colar ou (CTRL+V)
Itálico
RECORTAR TEXTO Definição: A letra com itálico fica tombada
Definição: Recortar um texto é o ato de se transferir de um lugar para outro, 1º Selecione o texto a ter o itálico
sendo diferente do copiar que copia o texto e mantém o texto no lugar,
enquanto que o recortar arranca-o daquele lugar onde está para outro que 2º Aba Início clique em Itálico ou (CTRL+I)
você escolher. Ex: Office

1º selecione o texto a ser recortado Tachado


2º na Aba Inicio clique sobre Recortar Definição: A letra tachada fica com um risco no meio dela
ou (CTRL+X) 1º Selecione o texto a ser Tachado
2º Aba Início clique em Tachado
Formatando o Texto Ex: Carro
Para mudar o visual do texto, selecione o texto, clique na guia Início e Obs. Para retirar o tachado do texto selecione o texto que tem o Tachado e
utilize as ferramentas da seção Fonte, da seção Parágrafo e da seção desmarque a opção
Estilo. Cor da fonte
Seção Fonte Definição: Cor da fonte é utilizada quando se deseja alterar a cor do texto

Noções de Informática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ou de uma palavra Ex:
1º Selecione o texto a ser mudada a cor • Vectra
2º Aba Início clique em Cor da Fonte • Corsa
Obs. Para que a próxima linha tenha um marcador aperte ENTER para
Obs. Quando falar fonte significa letra pular para linha de baixo

Tipo da fonte Símbolos


Definição: Tipo da fonte permite ao usuário a mudança do estilo da letra.
1º Selecione o texto a ser mudado o tipo da fonte
2º Aba Início clique em Tipo da Fonte ou (CTRL+SHIFT+F)
Ex: Carro

Tamanho da fonte
Definição: Tamanho da fonte permite que a letra seja aumentada ou diminu-
ída
1º Selecione o texto a ser mudado o tipo da fonte (letra) Ações possíveis:
2º Aba Início clique em Tipo da Fonte ou (CTRL+SHIFT+P) inserir equações matemáticas ou desenvolver suas próprias equações
usando uma biblioteca de símbolos matemáticos.
Aumentar Fonte inserir símbolos que não constam do teclado, como símbolos de copyright,
Definição: Aqui é outro modo de se aumentar a letra símbolos de marca registrada, marcas de parágrafo e caracteres Unicode.
1º Selecione o texto a ser mudado
2º Aba Início clique em Aumentar Fonte ou (CTRL+SHIFT+>) Numeração
1º Aba Inicio clique em Numeração
Reduzir Fonte Ex:
Definição: outro modo de se diminuir o tamanho da letra 1. Vectra
1º Selecione o texto a ser mudado 2. Corsa
2º Aba Início clique em Reduzir Fonte ou (CTRL+SHIFT+<)
Aumentar Recuo
Primeira letra da sentença em maiúscula
1º Coloque o cursor no início do parágrafo na Aba Início clique em Au-
Definição: faz com que a primeira letra do parágrafo selecionado fique em
mentar Recuo ele vai criar um espaço entre a margem esquerda e o
maiúscula
parágrafo é o mesmo que apertar a tecla TAB
1º Aba Início
2º Coloque o curso no início da palavra e na Aba Início clique em Dimi-
Ex: Convertendo a primeira letra para maiúscula
nuir Recuo ele vai diminuir o espaço entre o seu parágrafo e a mar-
Minúscula
gem esquerda é o mesmo que apertar o BACKSPACE
Definição: faz com que todo texto selecionado fique em minúscula
1º Aba Início
Espaçamento entre as linhas
Ex: convertendo todo texto para minúscula
Definição: Espaçamento é um espaço dado entre uma linha e outra
Maiúsculas
Definição: Faz com que todo texto selecionado fique em maiúscula
1º Aba Início 1º Na Aba Início clique em Espaçamento entre linhas escolha
Ex: CONVERTENDO TODO TEXTO SELECIONADO PARA MAIÚSCULA 1,5

Colocar cada palavra em maiúscula Localizar


Definição: faz com que toda inicial das palavras passem para maiúscula Definição: Serve para localizar qualquer palavra em seu documento.
1º Aba Início
Ex: Convertendo A Inicial De Cada Palavra

Alinhar à Esquerda
1º na Guia Início ou (CTRL+L)
Definição: Faz com o alinhamento do texto fique a esquerda.
1º Selecione o texto a ser alinhado Ex: País decide ampliar o programa nuclear
2º Aba Início clique em Alinhar Texto a Esquerda ou (CTRL+Q) 2º Digite a palavra a ser procurada no campo Localizar digite neste campo
“programa” que lhe será mostrado o resultado.
Centralizar
Definição: Faz com que o texto digitado fique no centro da página
1º Selecione o texto a ser alinhado
2º Aba Início clique em Centralizar ou (CTRL+E)
Alinhar à Direita
Definição: Faz com o texto fique alinhada a sua direita
1º Selecione o texto a ser alinhado
2º Aba Início clique em Alinhar texto à Direita
Justificar
Definição: Alinha a margem direita e esquerda, adicionando espaços extras
entre as palavras conforme o necessário
1º Selecione o texto a ser alinhado Substituir
2º Aba Início clique em Justificar ou (CTRL+J) Definição: Serve para substituir uma palavra por outra
Ex: A memória ROM significa Memória apenas de leitura. Esta memória Ex: País decide ampliar o programa nuclear
que esta fixa ao computador, não pode ser ampliada e vem com instruções 1º Na Guia Inicio ou (CTRL+U)
que fazem a checagem geral. No instante inicial quando se liga o computa- No campo Localizar é palavra que vai ser localizada no texto
dor for encontrado algum problema é emitido um sinal com um código de
No Campo Substituir por é pela palavra que será trocada
alerta.
No exemplo, será procurada, no texto, a palavra “programa” e será substitu-
Obs. Olhe como a margem esquerda e direita ficaram retas
ída por “projeto”
Marcadores
1º Aba Inicio clique em Marcador

Noções de Informática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Obs.
Substituir: A palavra encontrada é substituída
Substitui Tudo: A palavra encontrada e todas iguais a ela serão substituídas
Ficará: País decide ampliar o projeto nuclear Inserindo o Rodapé
Definição: O conteúdo do Rodapé será exibido na parte inferior de cada
INSERIR NÚMERO DE PÁGINA página impressa
Definição: Numerar pagina significa numerá-las sequencialmente. 1º Aba Inserir
Ex: Digite: Apostila Office
1º Guia inserir temos as seguintes opções: Data e Hora no Rodapé
1. Início da Página: a numeração ficará no início da Página
2. Fim da Página: Será colocada a numeração no fim da página
1º Aba Inserir Editar Cabeçalho clique em
INSERIR NÚMERO DE PÁGINA Escolha o modelo de data e hora a serem exibidos
Definição: Numerar pagina significa numerá-las sequencialmente.
Letra Capitular
1º Guia inserir temos as seguintes opções: Definição: Cria uma letra maiúscula no início de um parágrafo
1. Início da Página: a numeração ficará no início da Página 1º Selecione a letra que vai receber o capitular
2. Fim da Página: Será colocada a numeração no fim da página 2º Aba Inserir escolha Capitular
Obs. Para retirar o capitular selecione a letra capitulada e escolha a opção
INSERIR CABEÇALHO E RODAPÉ nenhum
COLUNAS
Definição: Divide o texto em duas ou mais colunas
1º Selecione o texto a ser dividido em coluna
2º Aba layout da Página

Controle de quebra
Descrição: Quando uma página chega ao fim é necessário pular para a
Inserindo Cabeçalho
próxima página é através
Definição: O conteúdo do cabeçalho será exibido no alto de cada página
de quebras de páginas que se consegue
impressa
1º Aba Layout Da Pagina escolha Quebra De Página
1ºAba Inserir
ou (CTRL+ENTER)
Ex: Digite: Apostila Office
IMAGEM
Data e Hora no Cabeçalho
Definição: Permite que o usuário possa adicionar figuras ao documento
Inserção de objetos
1º Aba Inserir Editar Cabeçalho clique em
Escolha o modelo de data e hora a serem exibidos
1º Aba Inserir/Imagem
2º Localize a figura e clique em inserir

Noções de Informática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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CLIPART
Definição: são desenhos que são inseridos no documento

1º Aba Inserir
2º Na tela abaixo clique em Organizar Clipes

2º Escolha o pergaminho que esta com a seleção em amarelo, em segui-


da a seta do mouse vai ficar parecido + clique segure e arraste forman-
do um pergaminho.
3º Depois que o pergaminho foi inserido vai aparecer uma aba chamada
formatar clique editar texto e clique dentro da forma que foi criada e di-
gite Microsoft Office
4º Colocar a sombra Aba Formatar

3º Na tela abaixo clique sobre a coleção do Office/ na pasta Esporte esco-


lha o Carrinho, clique na seta ao lado e clique em copiar depois colar

FORMAS
Definição: Inserir formas prontas como círculo, retângulos, setas, linhas,
símbolos de fluxograma e textos explicativos

1º Aba Inserir

Noções de Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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GRÁFICO Definição: Inserir equações matemáticas ou desenvolver suas próprias
equações
Ex:

1º Aba Inserir escolha a Equação

Índice
Use esse procedimento se criou um documento usando os estilos de títulos.
1º Aba Inserir/Gráfico 1 Clique no local que deseja inserir o índice analítico, normalmente no
2º é nesta tela que é definido o que vai aparecer no gráfico início de um documento.
2 Na guia Referências, no grupo Sumário, clique em Sumário e, em
seguida, clique no estilo de sumário desejado.

Mudando o Tipo de Gráfico


Neste exemplo será trocado o tipo de gráfico o anterior é um gráfico de Excluir um índice analítico
barras agora colocaremos um do tipo pizza usando o mesmo dado da • Na guia Referências, no grupo Índice Analítico, clique em Índice
tabela anterior Analítico.

Usaremos o gráfico anterior para transformá-lo em gráfico de pizza

1º Coloque a seta do mouse em cima do gráfico quando a seta do mouse


Legenda
virar uma cruz
2º clique com o Botão Direito Uma legenda é um rótulo numerado, como Figura 1, que pode ser adicio-
nado a uma figura, uma tabela, uma equação ou outro objeto.

Rótulo selecionado por você


Número que Microsoft Office Word insere para você

Você pode variar o rótulo da legenda e o formato do número para tipos
de itens diferentes — por exemplo, Tabela II e Equação 1-A. Você também
pode criar um novo rótulo da legenda, como Foto.
Se, posteriormente, você adicionar, excluir ou mover as legendas, po-
derá atualizar os números de uma só vez com facilidade.
Você pode adicionar legendas a figuras, equações ou outros objetos.
Também é possível usá-las na criação de um índice dos itens por exemplo,
um índice de ilustrações ou de equações.
Se os objetos do documento estiverem formatados como objetos flutu-
antes (objeto sobreposto: um elemento gráfico ou outro objeto inserido na
camada de desenho para que você possa posicioná-lo com precisão na
página, ou na frente ou atrás do texto ou de outros objetos.), siga as instru-
ções para a adição de legendas a objetos flutuantes.
Adicionar uma legenda
EQUAÇÃO Selecionar o objeto (tabela, equação, figura ou outro objeto) ao qual
você deseja adicionar uma legenda.

Noções de Informática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na guia Referências, no grupo Legendas, clique em Inserir Le- que o cursor do mouse quando virar uma cruz de um clique
genda. 4º para colocar a Borda clique com o botão direito em cima da tabela e
escolha Bordas e Sombreamento

Na lista Rótulo, selecione o rótulo que descreva melhor o objeto,


como uma imagem ou equação. Se a lista não contiver o rótulo correto,
clique em Novo Rótulo, digite o novo rótulo na caixa Rótulo e clique
em OK.
Digite qualquer texto, incluindo a pontuação, que você deseja exibir
depois do rótulo. Selecione outras opções desejadas.
TABELA

1º Aba Inserir
5º Escolha a Borda

Mesclando Célula
Definição: Mesclar uma célula significa tirar a divisão da linha no exemplo
abaixo mesclaremos a primeira linha.
1º Crie uma tabela com Duas linhas e Duas colunas
2º Selecione a primeira linha coloque o cursor do mouse à borda esquer-
da da tabela quando o cursor do mouse virar uma seta preta de um cli-
que

3º Aba Layout clique


Dividir célula
Definição: O ato de dividir uma célula é quando tem apenas uma linha e
2º Definindo a quantidade de linhas e colunas que irão aparecer você a dividi em várias colunas
1º Selecione-a
2º Na Aba Layout clique em
3º É na tela abaixo que você escolhe o numero de colunas para uma
determinada quantidade de linha
No exemplo abaixo dividiremos apenas uma linha em duas colunas

Inserindo linha
3º Selecione a Tabela Como: do lado esquerdo no início da tabela colo- Definição: supomos que precisássemos incluir uma linha entre a primeira e

Noções de Informática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a linha que esta escrito gasolina como você faria apagaria tudo e fazia
novamente, claro que não basta inserir uma linha entre elas por exemplo
nós queremos colocar essa linha a cima da linha que tem a gasolina e seu
preço faça o seguinte.
Excluindo Linha
Neste exemplo excluiremos a linha que esta em branco

1º De um clique em gasolina com o Botão Direito Inserir Linhas Acima

1º selecione a linha
2º na Aba Layout

3º Ficará assim

Vai ficar assim

Auto Ajuste
Definição: Ajustando a tabela de acordo com as necessidades são 3 os
ajustes que dão para ser feito em uma tabela no nosso exemplo será
escolhido AutoAjuste de Conteúdo cuja tabela será ajustada de acordo
com o seu conteúdo.
Inserindo coluna
Definição: Agora será adicionada uma coluna ao lado da coluna gasolina 1º Selecione a Tabela e na aba layout escolha

1º de um clique com o Botão Direito na coluna gasolina Inserir Colunas à


Esquerda
Excluir Tabela
Aqui será excluída a tabela inteira
1º Selecione a tabela
2º Aba Layout Excluir/ Excluir Tabela

Parágrafo

Vai ficar assim


Ações possíveis:

Noções de Informática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• iniciar uma lista com marcadores, iniciar uma lista numerada ou
iniciar uma lista de vários níveis.
• diminuir ou aumentar o nível do recuo do parágrafo.
• colocar o texto selecionado em ordem alfabética ou classificar
dados numéricos.
• mostrar marcas de parágrafo e outros símbolos de formatação
ocultos.
• alinhar o texto à esquerda, centralizar o texto, alinhar o texto à Em geral, informações da mesma categoria são digitadas em uma co-
direita e alinhar o texto às margens esquerda e direita, adicionando luna (no exemplo, a coluna B é a descrição do produto vendido; a coluna C
espaço extra entre as palavras conforme necessário. é o valor unitário), mas essa estrutura não é rígida: você pode agrupar as
• personalizar a quantidade de espaço adicionado antes e depois informações por linha ou por outras formas mais convenientes para o seu
dos parágrafos. caso.
A possibilidade de usar fórmulas é o que diferencia um programa de
• colorir o plano de fundo atrás do texto ou parágrafo selecionado e
planilha de uma calculadora. Quando colocamos uma fórmula em uma
personalizar as bordas do texto ou das células selecionadas.
célula, dizemos que o conteúdo dessa célula deve ser calculado em função
dos valores contidos em outras células.
Formate o texto abaixo utilizando as ferramentas da seção Parágrafo.
Na planilha abaixo, o preço total de uma venda é calculado multiplican-
1. Centralizamos o título.
do- se o preço unitário pela quantidade vendida de produtos do mesmo tipo.
2. Justificamos o parágrafo.
Em nosso exemplo, a coluna A registra a quantidade de produtos e a
3. Alinhamos à direita.
coluna C traz o preço unitário do produto. A coluna D mostra o preço total.
4. Colocamos o sombreamento laranja para o documento inteiro.
O conteúdo de cada célula é calculado multiplicando-se os valores da
coluna A pelos valores da coluna C. Para que esse cálculo seja feito auto-
Inserindo caixa de texto
maticamente, devemos digitar a fórmula =A4*C4 na célula D4.
Quando modificamos o valor de A4, o valor de D4 é recalculado auto-
maticamente de acordo com a fórmula registrada na célula.

a) Dê um clique no Menu Inserir Caixa de Texto;


b) Faça em qualquer local da tela uma Caixa de Texto e digite:
OPÇÃO, como mostra a Figura a seguir:

OPÇÃO

• MICROSOFT EXCEL 2010: CONCEITOS: CÉLULAS, LINHAS, COLU-


NAS, PASTAS E GRÁFICOS; ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFI- Normalmente, uma planilha é criada em duas etapas. Primeiro você de-
COS, ESTRUTURA BÁSICA DE PLANILHAS, FÓRMULAS, FUNÇÕES, termina os itens que deseja calcular e as fórmulas a serem usadas para
MACROS, IMPRESSÃO, NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, IMPORTAÇÃO DE fazer esse cálculo. Depois, na fase de utilização da planilha, é preciso
DADOS EXTERNOS, CLASSIFICAÇÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS E digitar os valores correspondentes a cada item; os resultados serão calcu-
CONTROLE DE QUEBRAS. lados automaticamente.
Aqui mostraremos como criar uma planilha, usando o programa Micro-
soft Office Excel, mas o procedimento descrito aplica-se a qualquer pro-
Estrutura Básica das planilhas
grama de planilha. Como exemplo, vamos fazer uma planilha para controlar
Conceitos de células, linhas e colunas
o faturamento de uma empresa que vende apenas quatro produtos. Embora
Efetue cálculos, analise informações e visualize dados em planilhas
as fórmulas sejam diferentes para cada planilha, o procedimento será
usando
sempre o mesmo.
Para executar o Microsoft Office Excel, clique em Iniciar Todos os pro-
gramas Microsoft Office Microsoft Office Excel.

Quando você cria uma planilha nova, a tela do computador é dividida


em linhas e colunas, formando uma grade. A interseção de uma linha e de
uma coluna é chamada de célula. As linhas são numeradas sequencialmen-
te, as colunas são identificadas por letras também sequenciais e cada Quando abrimos o Microsoft Office Excel, já aparece um desenho bási-
célula pela linha e coluna que a forma. co de planilha na tela. Precisamos, então, organizar as informações em
Uma célula pode conter números, texto ou fórmulas. Por exemplo, a cé- linhas e colunas e determinar uma região para cada tipo de informação. No
lula A4 (na tela abaixo) contém o valor 10 e a célula D2 contém o texto layout, apenas definimos onde cada informação será colocada, mas ainda
“Valor total”. não a digitamos. No nosso exemplo, vamos registrar o faturamento de cada
um dos quatro produtos, mês a mês. A partir dessas informações, calcula-
remos:
- O faturamento mensal de cada produto.
- O faturamento anual de cada produto.

Noções de Informática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A planilha tem espaços reservados tanto para as informações que se-
rão digitadas quanto para as que serão calculadas automaticamente.
As informações serão digitadas da célula B4 até a célula E15. Por
exemplo, na célula B4 digitaremos o faturamento do mês de janeiro corres-
pondente a engrenagens; na célula C4, o faturamento de janeiro de parafu-
sos; na célula B5, o faturamento de fevereiro de engrenagens, e assim por
diante, até o faturamento de dezembro de arruelas na célula E15.
As informações da coluna F, sobre faturamento mensal total, e as in- Trabalhando com Linhas e Colunas
formações da linha 17, sobre o faturamento anual por produto, serão calcu- Inserindo e Excluindo Linhas e Colunas
ladas automaticamente. Imagine que, durante a digitação de uma sequência de dados, alguns
Primeiro, vamos escrever as fórmulas para calcular o faturamento total dados foram esquecidos, ficando a tabela incompleta. Os dados podem ser
mensal (coluna F). Esse faturamento é a soma dos valores vendidos de introduzidos posteriormente nos locais corretos, bastando para isso fazer a
cada produto. escolha adequada entre as opções de inserção, encontradas na guia Início:
Assim, o faturamento total de janeiro (célula F4) será a soma do fatu- Selecione o local adequado e clique na ferramenta Inserir, Inserir Linhas na
ramento de cada produto nesse mês (da célula B4 até a E4). Portanto, na Planilha ou Inserir Colunas na Planilha.
célula F4 digitaremos a seguinte fórmula:

Isso indica para o programa de planilha que o valor de F4 será a soma


dos valores das células B4, C4, D4 e E4.

Pastas e Gráficos
Inserindo e Excluindo Planilhas
Uma pasta de trabalho padrão apresenta, inicialmente, 3 planilhas. Ca- De modo semelhante é possível fazer a exclusão de colunas ou linhas
so necessite de mais planilhas, você pode incluí-las, utilizando o seguinte que tenham sido introduzidas equivocadamente ou que não sejam mais
comando: Inserir Planilha (SHIFT + F11). necessárias.
O comando de exclusão de linhas ou colunas pode ser encontrado na
guia Início, na ferramenta Excluir, Excluir Linhas da Planilha ou Excluir
Colunas da Planilha.

Uma pasta de trabalho padrão apresenta, inicialmente, 3 planilhas. Ca-


so não necessite de todas, você pode excluir as desnecessárias, selecio-
nando-as e utilizando os comandos: Clique com o botão direito do mouse
sobre a planilha e clique na opção Excluir.
Alterando a Altura e Largura de Linhas e Colunas
Renomeando Planilhas
A definição de tamanho é extremamente comum para as linhas e colu-
No Microsoft Office Excel, um arquivo, ou seja, uma pasta, pode conter
nas.
várias planilhas diferentes, sendo, portanto, fundamental nomeá-las de
Porém, no Microsoft Office Excel, as linhas e colunas da planilha que
maneira a distingui-las. A nomeação não grava a planilha, por isso é neces-
contêm títulos ou aquelas que contêm células de conteúdo formatado com
sário utilizar o comando Salvar (CTRL + B).
um tipo de letra diferente podem ter a altura aumentada ou diminuída. Para
Para nomear a planilha, utilize um dos seguintes comandos: Clique du-
alterar a altura de uma linha ou largura de uma coluna, faça o seguinte:
plamente na guia da planilha que deseja renomear.
aponte o mouse entre as linhas 1 e 2, clique e arraste para alterar a altura
Digite o nome da planilha e pressione a tecla ENTER.
da linha ou aponte o mouse entre as colunas A e B, clique e arraste para
Inserindo e Excluindo Gráficos
alterar a largura da coluna.
O Microsoft Office Excel apresenta um excelente recurso para a criação
dos gráficos: a guia Inserir. Com esse recurso, o programa orienta o usuá-
Formatação da planilha
rio a construir um gráfico.
Formatando a Tabela
Para inserir um gráfico, selecione a área com os dados que deseja
Seção Fonte
apresentar nele. Selecione, inclusive, os dados que serão apresentados
como legenda e como gráfico.

Você pode mudar o visual das letras, números ou outros caracteres di-
gitados das células selecionadas.

Seção Alinhamento

O Microsoft Office Excel identifica dentro da área selecionada o que irá


ser apresentado como legenda e como gráfico, porque o programa “enten- Você pode modificar o alinhamento das letras, números ou outros ca-
de” que, na maioria das vezes, a área selecionada está disposta segundo racteres digitados das células selecionadas.
padrões que facilitam a identificação dos elementos. Seção Número

Noções de Informática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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valor da célula que representam. Você pode comparar o desempenho total
ou mês a mês dos vendedores.
No lado esquerdo do gráfico, o Excel criou uma escala de números se-
gundo a qual é possível interpretar a altura das colunas.
Agora, os títulos das colunas da planilha estão na parte inferior do grá-
fico. Esses títulos tornam-se as categorias nas quais os valores das linhas
Você pode formatar os números das células selecionadas. da planilha são organizados.
Gráficos - Elaboração de tabelas e gráficos Como você pode observar por meio de uma análise geral, o gráfico in-
dica que Suyama vendeu mais geleia em janeiro e fevereiro, mas seu
desempenho caiu em março, quando Peacock saiu-se melhor.

Os gráficos transformam dados em imagens.


Vamos supor que você esteja vendo uma planilha que mostra quantas
caixas de geleia do Sir Rodney foram vendidas por três vendedores durante
três meses. Como você criaria um gráfico para fazer uma análise compara- As linhas da planilha tornam-se colunas do gráfico. Os rótulos das linhas tor-
tiva do desempenho desses vendedores a cada mês? nam-se o texto da legenda do gráfico, e os rótulos das colunas tornam-se os nomes
Para começar, selecione os dados desejados para o gráfico, além dos das categorias na parte inferior do gráfico. Atualizar e posicionar gráficos
títulos de coluna e de linha.
As alterações feitas aos dados da planilha serão mostradas instanta-
Em seguida, clique no botão Assistente de Gráfico na barra de neamente no gráfico.
ferramentas para abrir o Assistente de Gráfico. O assistente posicionou o gráfico como um objeto na planilha, junto
Quando o assistente for aberto, o tipo de gráfico de Colunas será sele- com os dados, conforme mostrado na imagem. Também é possível posici-
cionado. Você poderá selecionar facilmente outro tipo de gráfico para onar um gráfico em uma outra planilha de uma pasta de trabalho. Esse
comunicar suas ideias, mas nesse caso, aceite o tipo de Colunas que é procedimento será mostrado na próxima lição.
geralmente usado para a comparação de itens. Quando o gráfico é um objeto, é possível movê-lo e redimensioná-lo.
Em seguida, clique no botão Concluir na parte inferior do assistente. Você verá como fazer isso nesta sessão prática.
Basta seguir esse procedimento para criar um gráfico rapidamente. Também é possível imprimi-lo junto com os dados de origem.

O assistente posicionou o gráfico na mesma planilha que os dados.


Você pode mover o gráfico na planilha arrastando-o para qualquer lugar.
Clique no botão Assistente de Gráfico na barra de ferramentas para Diga ao assistente o que você deseja
abrir o Assistente de Gráfico.
Como os dados da planilha aparecem no gráfico
A linha de dados de cada vendedor recebeu uma cor no gráfico. A le-
genda do gráfico, criada com base nos títulos das linhas na planilha, infor-
ma qual cor representa os dados de cada vendedor. Os dados de Peacock,
por exemplo, são representados pela cor lavanda. Os dados de cada ven-
dedor aparecem em três colunas separadas do gráfico, uma para cada
mês.
A célula B2 da planilha torna-se a coluna de gráfico janeiro de Pea-
cock, C2 torna-se a coluna fevereiro e D2 torna-se a coluna março de
Peacock. Todas as colunas do gráfico atingem uma altura proporcional ao

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É uma boa ideia adicionar títulos descritivos ao gráfico, para que os lei-
tores não tenham que adivinhar seu conteúdo. A guia Títulos na Etapa 3 do
assistente possui caixas para três títulos: um para o gráfico, na parte supe-
rior, e um para cada eixo do gráfico, vertical e horizontal. Após a inserção
dos títulos, eles serão mostrados na visualização da guia.
Você pode adicionar um título ao gráfico digitando-o na caixa Título do
gráfico. Por exemplo: Geleia do Sir Rodney.
Em seguida vem a caixa de título do Eixo das categorias (X). Esta é a
designação do Excel para as categorias na parte inferior do gráfico (janeiro
etc.). Você pode denominar esse eixo como Vendas do Primeiro Trimes-
tre.
Em seguida vem a caixa de título do Eixo dos valores (Y). A escala de
números que indicam a quantidade de caixas vendidas fica neste gráfico.
Você pode denominar esse eixo como Caixas Vendidas.

Você pode definir como o Assistente de Gráfico compara os dados.


Vamos supor que você queira comparar o desempenho dos vendedo-
res individualmente, para que possa analisar como eles se saíram ao longo
do tempo. Novamente, selecione os dados da Geleia do Sir Rodney e abra
o Assistente de Gráfico clicando no botão Assistente de Gráfico .
Mas dessa vez, clique no botão Avançar, em vez de clicar em Conclu-
ir. Isso fará com que seja exibida a guia Intervalo de Dados como a Etapa
2 do Assistente de Gráfico.

Guia Intervalo de Dados


É possível alterar a estrutura do gráfico nesta guia.
O gráfico da primeira lição (à esquerda na imagem) compara os vende-
dores entre si, a cada mês. Para fazer isso, o Excel agrupou pelas colunas Inserir títulos de gráficos e eixos no Assistente de Gráfico.
e comparou as linhas da planilha. Se o Excel agrupasse por linhas e com- Há mais guias no Assistente de Gráfico e você poderá ver as opções
parasse as colunas, o gráfico mostraria algo completamente diferente. de cada uma na sessão prática. Cada guia oferece uma visualização para
Indicaria o melhor ou o pior desempenho de cada vendedor, mensalmente, que seja possível observar a aparência do gráfico, caso você mude alguma
conforme exibido à direita na imagem. de suas escolhas. Vários tipos de gráficos oferecem diversos conjuntos de
Você poderia escolher a comparação a ser feita selecionando Linhas opções. No caso de um gráfico de colunas agrupadas, as guias são:
ou Colunas na opção Séries em. A opção recebeu esse nome porque os 1. Eixos Onde é possível ocultar ou exibir as informações
valores da planilha usados no gráfico são chamados séries de dados. mostradas ao longo dos eixos.
Você decide se deseja comparar e agrupar a série em linhas ou colunas. 2. Linhas de Grade Onde é possível ocultar ou exibir as linhas que
Veja o resultado da sua escolha na visualização da guia. se estendem pelo gráfico.
Você mesmo testará essa escolha na sessão prática. 3. Legenda Onde é possível colocar a legenda do gráfico em
locais diferentes no mesmo.
Guia Série 4. Rótulos de Dados Onde você pode definir o rótulo do gráfico
Você pode usar essa guia para excluir ou adicionar uma série de dados com os títulos de linha e de coluna para cada valor, e com os
ao gráfico. Por exemplo, talvez você decida colocar no gráfico somente dois próprios valores numéricos. No entanto, tenha cuidado: é fácil
dos vendedores, em vez dos três selecionados na planilha. A guia permite a truncar um gráfico e tornar sua leitura difícil.
realização dessa alteração, sem que você volte à planilha, além de oferecer 5. Tabela de Dados Onde é possível exibir uma tabela contendo
a visualização das alterações. todos os dados usados na criação do gráfico. Você poderá fazer
isso se colocar um gráfico em uma planilha separada na pasta
Observação A exclusão ou a adição de uma série de dados nessa de trabalho e quiser que os dados fiquem visíveis com esse
guia não altera os dados na planilha. gráfico. Esse é o próximo passo.
6. Local do Gráfico A Etapa 4 do assistente oferece a você a
opção de posicionar o gráfico Como nova planilha ou Como
objeto em. Se optar por uma nova planilha, você poderá
escolher um título para ela. Se decidir posicionar o gráfico como
objeto, ele aparecerá na mesma planilha com os dados usados
em sua criação. Se você criar o gráfico da maneira rápida
clicando em Concluir assim que vir esse botão no assistente,
ele será posicionado automaticamente Como objeto em.

De acordo com o modo que você escolher,


selecione Linhas ou Colunas na opção Séries em.

Adicionar títulos

Noções de Informática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Célula Fórmula
F3 =Média(B3:E3)
Fórmula SE
Para que o programa indique se um aluno foi aprovado ou não, a mé-
dia obtida por esse aluno deve ser comparada com 5. Isso é feito digitando-
se a fórmula =Se(F3<5;”Reprovado”;”Aprovado”) na célula G3.
O conteúdo da célula G3 é determinado pela condição de teste F3<5.
Linhas de Grade Ela exibirá o “Reprovado” caso a condição F3<5 seja verdadeira, ou
Legenda seja, se o aluno obtiver média inferior a 5. Mostrará o valor “Aprovado” no
Tabela de Dados caso de a condição F3<5 ser falsa, ou seja, se o aluno obtiver uma média
igual ou maior que 5.
Uso de fórmulas
Funções de uma planilha são comandos mais compactos e rápidos pa-
ra se executar fórmulas. Com elas é possível fazer operações complexas
com uma única fórmula. As funções são agrupadas em categorias, para
ficar mais fácil a sua localização. As funções também facilitam o trabalho O uso da função soma:
com planilhas especializadas. Uma função é uma fórmula especial, predefinida, que toma um ou mais
Um engenheiro pode utilizar funções matemáticas para calcular a resis- valores (os parâmetros), executa uma operação e produz um valor ou
tência de um material. Um contador usará funções financeiras para elaborar valores. As funções podem ser usadas isoladamente ou como bloco de
o balanço de uma empresa. Entre as diversas funções, destacam-se: construção de outras fórmulas. O uso de funções simplifica as planilhas,
Funções financeiras - Para calcular juros, rendimento de aplicações, especialmente aquelas que realizam cálculos extensos e complexos. Por
depreciação de ativos etc. exemplo, ao invés de digitar a fórmula =A1+A2+A3+A4+...+A200, você
Funções matemáticas e trigonométricas - Permite calcular raiz qua- pode usar a função SOMA(A1:A200), para calcular a soma das células do
drada, fatorial, seno, tangente etc. intervalo entre a célula A1 e a célula A200.
Funções estatísticas - Para calcular a média de valores, valores má- Se uma função aparecer no início de uma fórmula, anteceda-a com um
ximos e mínimos de uma lista, desvio padrão, distribuições etc. sinal de igual, como em qualquer fórmula. Os parênteses informam ao
Funções lógicas - Possibilitam comparar células e apresentar valores Excel onde os argumentos iniciam e terminam; lembre-se de que não pode
que não podem ser calculados com fórmulas tradicionais. haver espaço antes ou depois dos parênteses. Os argumentos podem ser
A escolha de um ou outro tipo de função depende do objetivo da plani- números, textos, valores lógicos ou referências.
lha. A sintaxe de uma função começa com o nome da função, seguido de
Por isso, a Ajuda do programa de planilha é um valioso aliado. Ela con- um parêntese de abertura, os argumentos da função separados por ponto-
tém a lista de todas as funções do programa, normalmente com exemplo. e-vírgula (;) e um parêntese de fechamento. Se a função iniciar uma fórmu-
Para ilustrar, usaremos a função estatística MÉDIA e a função lógica la, digite um sinal de igual (=) antes do nome da função. Essa sintaxe não
SE em uma planilha que controla a nota dos alunos de uma escola. Se a possui exceções, ou seja:
média for superior a 5, o aluno é aprovado; caso contrário, é reprovado. Em primeiro lugar vem o nome da função e uma abertura de parênte-
Na tela abaixo, as notas foram digitadas nas colunas de B até E e suas ses. Por Ex.
médias colocadas na coluna F, com o auxílio da função MÉDIA. Essa =Soma(
função calcula a média das células indicadas. Para aplicá-la: Em seguida, vem uma lista de parâmetros separados por ponto-e-
vírgula (;). O número de parâmetros varia de função para função. Algumas
possuem um único parâmetro, outras possuem dois ou mais, e assim por
diante. Por exemplo, a função soma pode conter, no mínimo, um parâmetro
e, no máximo, trinta parâmetros. Por Ex.
=Soma(A1;C3;F4). Essa fórmula retorna o valor da soma dos valores
das células passadas como parâmetros, ou seja, essa fórmula é equivalen-
te à: =A1+C3+F4.
Após a lista de parâmetros, fechamos os parênteses. Por Ex. =Soma
(A1;C3;F4).
Agora nossa fórmula está completa.
Na a seguir temos mais alguns exemplos de utilização da função SO-
MA().

Primeiro efetuaremos a fórmula para calcular a média do aluno =SOMA(A1:A20) Soma dos valores no intervalo de células de A1 até
Digite a fórmula =Média(B3:E3) na célula F3. Ela indica o próximo pas- A20.
so a ser dado: o cálculo da média das células de B3 a E3 (a média de B3, =SOMA(A1:A20;C23) Soma dos valores no intervalo de células de A1
C3, D3 e E3). até A20, mais o valor da célula C23.
=SOMA(A1:A20;C23;235) Soma dos valores no intervalo de células de
A1 até A20, mais o valor da célula C23, mais o valor 235, o qual foi passa-
do diretamente como parâmetro.
=SOMA(A1:A20;C10:C50) Soma dos valores no intervalo de células
de A1 até A20 mais os valores do intervalo de C10 até C50.

Noções de Informática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Função média NOTA: o critério deve vir sempre entre aspas, mesmo que seja um
=MÉDIA( ) teste numérico. Por exemplo, para contar quantos valores maiores do que
Essa função produz a média (aritmética) dos argumentos. Ela aceita 20 existem na faixa de A1 até A50, utilizamos a seguinte fórmula:
de 1 a 30 argumentos, e os argumentos devem ser números, matrizes ou =CONT.SE(A1:A50;">20").
referências que contenham números. =SOMASE( )
Importante: o nome da função deve ser escrito com o acento; caso Essa função procura em uma coluna por determinados valores
contrário será gerado um erro. (por exemplo, procura em uma coluna pela Seção do funcionário) e, caso
Sintaxe: =MÉDIA(núm1;núm2;intervalo 1;intervalo 2;...) encontre o valor procurado, utiliza os valores de outra coluna para ir so-
Por ex.: =MÉDIA(5;6;7) irá retornar o valor 6. mando. Por exemplo, em uma planilha com dados sobre os funcionários,
=MÉDIA(A1:A20) irá retornar a média dos valores na faixa de A1 até podemos querer somar o total de salários para todos os funcionários que
A20 estão locados para o departamento de Contabilidade. Podemos usar a
=MÁXIMO( ) função SOMASE() para, a partir da coluna Seção, verificar os funcionários
Essa função retorna o maior número da lista de argumentos, ou seja, que pertencem a Contabilidade (CONTAB) e somar os respectivos salários
fornece o valor do maior número que estiver dentro do intervalo de células na coluna de Salários.
passado como parâmetro. A função MÁXIMO( ) aceita até 30 argumentos. Sintaxe:
Os argumentos devem ser números ou matrizes ou referências que conte- =SOMASE(FAIXA_DE_TESTE;Critério;FAIXA_VALORES_A_SOMAR)
nham números. Exemplo:
Importante: o nome da função deve ser escrito com o acento; caso Se na faixa de B2 até B50 tivermos 10 vezes a palavra CONTAB, indi-
contrário será gerado um erro. cando que o funcionário é da Contabilidade, e na coluna F, de F2 até F50,
Sintaxe: =MÁXIMO(núm1;núm2;intervalo 1;intervalo 2;...) tivermos as informações sobre o salário, então:
São usados argumentos que sejam números, células vazias, valores =SOMASE(B2:B50;"CONTAB";F2:F50)
lógicos ou representações de números em forma de texto. Argumentos que Retorna a soma dos salários dos 10 funcionários da Contabilidade. Em
sejam valores de erro ou texto que não possa ser traduzido em números resumo, procura na faixa de B2:B50 pela palavra CONTAB; ao encontrar,
causarão erros. desloca-se para a coluna F (onde está o valor dos salários) e vai somando
Exemplo: os valores dos salários para os funcionários do departamento de Contabili-
Se o intervalo A1:A5 contiver os números 10, 7, 9, 27 e 2, então: dade.
=MÁXIMO(A1:A5) resultado 27
=MÁXIMO(A1:A5;30)resultado 30 Impressão
Clique na planilha que deseja visualizar antes de imprimi-la.
=MÍNIMO( ) Clique no Botão do Microsoft Office , clique na seta ao lado de Im-
Essa função é bem parecida com a função MÁXIMO(), só que retorna o primir e, em seguida, clique em Visualizar Impressão.
menor número de uma lista de argumentos, ou que esteja dentro do interva- Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL+F2.
lo de células. Essa função também aceita até 30 argumentos que devem Na guia Visualizar Impressão, siga um destes procedimentos:
ser números, ou matrizes ou referências que contenham números. Para visualizar as páginas anterior e posterior, no grupo Visualizar, cli-
Sintaxe: =MÍNIMO(núm1;núm2;intervalo 1;intervalo2;...) que em Próxima Página e Página Anterior.
=MÍNIMO( ) Para exibir as margens da página, no grupo Visualizar, marque a caixa
Essa função é bem parecida com a função MÁXIMO(), só que retorna o de seleção Mostrar Margens.
menor número de uma lista de argumentos, ou que esteja dentro do interva- Isso exibirá as margens no modo de exibição Visualizar Impressão. Pa-
lo de células. Essa função também aceita até 30 argumentos que devem ra alterar as margens, você pode arrastá-las para a altura e largura deseja-
ser números, ou matrizes ou referências que contenham números. das.Você também pode alterar a largura das colunas arrastando identifica-
Sintaxe: =MÍNIMO(núm1;núm2;intervalo 1;intervalo2;...) dores no topo da página de visualização de impressão.
Exemplo:
Se A1:A5 contiver os números 10, 7, 9, 27 e 2, então: Imprimir várias planilhas de uma vez
=MÍNIMO(A1:A5) resultado 2 Selecione as planilhas que você deseja imprimir.
=MÍNIMO(A1:A5;0) resultado 0 Para selecionar Faça o seguinte
Uma única planilha Clique na guia da planilha.
Funções e Macros Caso a guia desejada não esteja exibida, clique nos botões de rolagem
Essa função conta a quantidade de valores contida na lista de argu- de guias para exibi-la e clique na guia.
mentos ou no intervalo das células especificadas como argumento. Essa Duas ou mais planilhas adjacentes Clique na guia da primeira planilha.
função aceita de 1 a 30 argumentos. Os argumentos devem ser números, Em seguida, mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto clica na guia
ou matrizes ou referências que contenham números. da última planilha que deseja selecionar.
Sintaxe: =CONT.VALORES(valor1;valor2;intervalo1;...) Duas ou mais planilhas não adjacentes Clique na guia da primeira pla-
nilha. Em seguida, mantenha pressionada a tecla CTRL enquanto clica nas
Exemplo: guias das outras planilhas que deseja selecionar.
Se todas as células em A1:A10 contiverem dados, quer sejam núme- Todas as planilhas de uma pasta de trabalho Clique com o botão direito
ros, textos ou qualquer outro dado, exceto a célula A3, então: do mouse em uma guia de planilha e clique em Selecionar Todas as Plani-
=CONT.VALORES(A1:A10) --> resulta 9 lhas no menu de atalho (menu de atalho: um menu que mostra uma lista de
=CONT.SE( ) comandos relevantes a um item específico. Para exibir um menu de atalho,
clique com o botão direito do mouse em um item ou pressione
Essa função conta de acordo com um critério definido. Por exemplo, SHIFT+F10.).
em uma planilha com dados sobre os funcionários, podemos querer contar Dica Quando várias planilhas estão selecionadas, aparece [Grupo] em
quantos funcionários estão locados para o departamento de Contabilidade. uma barra de título na parte superior da planilha. Para cancelar uma sele-
Podemos usar a função CONT.SE, para, a partir da coluna Seção, contar ção de várias planilhas em uma pasta de trabalho, clique em qualquer
quantos funcionários pertencem ao departamento de Contabilidade. planilha não selecionada. Se não houver uma planilha não selecionada
Sintaxe: =CONT.SE(FAIXA;Critério) visível, clique com o botão direito do mouse na guia de uma planilha seleci-
onada e clique em Desagrupar Planilhas no menu de atalho.
Exemplo: Clique no Botão do Microsoft Office e clique em Imprimir.
Se na faixa de B2 até B50 tivermos 10 vezes a palavra CONTAB, indi- Atalho do teclado Também é possível pressionar CTRL+P.
cando que o funcionário é da Contabilidade, então: Dica Para imprimir rapidamente ou visualizar a impressão antes de
=CONT.SE(B2:B50;"CONTAB") --> Retorna 10 executá-la, clique no Botão do Microsoft Office , na seta próximo a Imprimir
e, em seguida, clique em Impressão Rápida ou Visualizar Impressão.
Imprimir uma tabela do Excel

Noções de Informática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para ativar a tabela, clique em uma de suas células. Para especificar onde pretende que apareça o número de página, cli-
Clique no Botão do Microsoft Office e em Imprimir. que dentro da caixa Secção esquerda, Secção central ou Secção direita.
Atalho do teclado Também é possível pressionar CTRL+P.
Em Imprimir, selecione Tabela.
Inserção de objetos Clique no botão do número de página e, em seguida, clique em OK.
Podemos incorporar tabelas, figuras, cliparts do Word dentro no Excel, Será apresentada uma imagem de pré-visualização do cabeçalho ou
objetos do Power Point, clip multimidia etc, ou seja poderemos adicionar rodapé na caixa de diálogo Configurar Página.
ferramentas de outros aplicativos do Office dentro de uma planilha do Sugestão: Para começar a numerar páginas com um número diferente
Excel. do 1, clique no separador Página da caixa de diálogo Configurar Página e,
Inserir um objeto vinculado ou um objeto incorporado a partir de em seguida, escreva o número na caixa Número da Primeira Página.
um arquivo do Excel
3. Abra o documento do Word e a planilha do Excel que contém os Obtenção de dados externos falta tela
dados a partir dos quais você deseja criar um objeto vinculado Muitas vezes os dados que você precisaria digitar para criar uma plani-
ou um objeto incorporado. lha estão prontos em outro arquivo. O Excel pode importar informações da
4. Alterne para o Excel e, em seguida, selecione toda a planilha, Internet, de bancos de dados e de arquivos de texto:
um intervalo de células ou o gráfico que deseja. Da Internet
5. Pressione CTRL+C. Para importar dados de uma página de Internet você deve informar o
6. Alterne para o documento do Word e clique no local que você endereço da página e quais dados serão importados. Faça assim:
deseja que as informações sejam exibidas. No menu Dados clique em Obter dados externos e em Criar consulta à
7. Na guia Início, no grupo Área de Transferência, clique na seta Web. Surgirá a caixa de diálogo Nova consulta à Web:
abaixo de Colar e, em seguida, clique em Colar Especial. De bancos de dados
8. Na lista Como, selecione objeto do Microsoft Office Excel . O Excel pode importar dados de vários tipos de bancos de dados. Para
9. Clique em Colar para inserir um objeto incorporado ou clique em isso ele conta com o auxílio do programa Microsoft Query, que faz a tarefa
Colar vínculo para inserir um vínculo ao objeto. de se conectar a um banco de dados. Para importar dados de um banco de
dados faça assim:
Controle de quebras Escolha o tipo de banco de dados desejado e siga as instruções do Mi-
Para imprimir o número exato de páginas desejadas, use Visualizar crosoft Query. Para cada banco de dados a sequência a seguir é diferente.
Quebra de Página para ajustar rapidamente as quebras de página (quebra De arquivos de texto
de página: divisor que separa as páginas de uma planilha para impressão. Arquivos de texto podem ser importados para o Excel. Lembre-se que o
O Excel insere quebras de página automáticas com base no tamanho do texto precisa estar dividido em partes, cada parte será inserida numa célula.
papel, nas configurações de margem, nas opções de escala e nas posições O Excel procura os separadores de texto para saber como colocar cada
de qualquer quebra de página manual inserida por você.). Nesse modo de parte do texto numa célula. Os separadores comuns são tabulação, vírgula,
exibição, as quebras de página inseridas manualmente são exibidas como ponto-e-vírgula ou espaço. Devemos definir um separador na hora de
linhas sólidas. As linhas tracejadas indicam onde o Microsoft Office Excel importar os dados.
insere quebras de página automaticamente. Para importar dados de um arquivo de texto faça assim:
O modo de exibição Visualização da Quebra de Página é especialmen- 1. No menu Dados, escolha Obter dados externos e clique em Importar
te útil para ver de que forma outras alterações feitas por você (como altera- arquivo de texto;
ções na orientação de página e na formatação) afetam as quebras de 2. Selecione o arquivo na lista de pastas do computador;
página automáticas. Por exemplo, alterar a altura da linha e a largura da 3. Responda às perguntas do assistente e clique em Concluir.
coluna pode afetar o posicionamento das quebras de página automáticas.
Também é possível fazer alterações nas quebras de página afetadas pelas Importação de dados:
configurações da margem do driver da impressora atual. Para importar dados de um banco de dados externo basta seguir os
1 .Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição da Planilha, clique em seguintes passos:
Visualização da Quebra de Página. 1. passo: Clique no menu dados e escolha a opção obter dados exter-
nos:
Escolha a opção Criar nova consulta como na figura abaixo:

Classificação
Em uma classificação crescente, o Microsoft Office Excel usa a ordem
a seguir. Em uma classificação decrescente, essa ordem é invertida.
Números Os números são classificados do menor número negativo ao
Siga um destes procedimentos: maior número positivo. Datas As datas são classificadas da mais antiga
Para mover uma quebra de página, arraste a quebra de página para para a mais recente. Texto O texto alfanumérico é classifico da esquerda
um novo local. para a direita, caractere por caractere.
Observação Mover uma quebra de página automática a transforma
em uma quebra de página manual.
Para inserir uma quebra de página horizontal ou vertical, selecione uma
linha ou coluna abaixo ou à direita do local no qual deseja inserí-la, clique
com o botão direito do mouse e clique em Inserir Quebra de Página no
menu de atalho.
Para remover uma quebra de página manual, arraste-a para o exterior
da área de visualização de quebra de página.
Para remover todas as quebras de página manuais, clique com o botão
direito do mouse em qualquer célula na planilha e, em seguida, clique em
Redefinir Todas as Quebras de Página no menu de atalho.
Para retornar ao modo de exibição Normal depois de concluir o traba-
lho com as quebras de página, na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição
da Pasta de Trabalho, clique em Normal.
Numeração de páginas
No menu Ver, clique em Cabeçalho e Rodapé. Use o AutoFiltro para ver apenas o que deseja, por exemplo, o nome
Clique em Personalizar Cabeçalho ou Personalizar Rodapé. de um produto entre vários.

Noções de Informática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pronto para Filtrar? Primeiro, você decide o que deseja ver. Vamos su-
por que tenha uma planilha de registros de vendas que inclua vendedores,
produtos e região de cada venda. Você deseja concentrar-se nas vendas
de um vendedor, de uma região ou de um produto? A escolha é sua.
Você pode usar filtros para várias finalidades diferentes. Ver os produ-
tos mais ou menos vendidos, identificar os funcionários com mais ou menos
tempo de férias ou localizar os alunos com as maiores ou menores notas.
Você também pode criar seus próprios filtros. Deseja localizar dois itens ao
mesmo tempo? Números em um intervalo específico? Números acima ou
abaixo de um determinado valor? O Excel pode fazer tudo isso para você.

Clique na seta de AutoFiltro na coluna Fornecedor para ver uma lista


alfabética dos nomes nessa coluna. Na lista, clique em Biscoitos
Especiais Ltda. para ocultar todos os dados, com exceção de Biscoitos
Especiais.

Planilhas bem organizadas são fáceis de filtrar.

Títulos de coluna que descrevem o respectivo conteúdo.


Uma coluna contendo apenas números.
Uma coluna contendo apenas texto.
Será mais fácil filtrar dados nessa planilha, pois ela está bem organiza- Depois de filtrar a coluna Fornecedor, você verá na coluna Nome do
da. Se os dados da planilha ainda não estão organizados, o ideal é organi- Produto apenas os produtos distribuídos pela Biscoitos Especiais.
zá-los antes de filtrar. Lembre-se destas diretrizes ao preparar dados da Vamos supor que uma planilha contenha dados de vários produtos ali-
planilha para filtrar: mentícios diferentes, distribuídos por 28 fornecedores diferentes. Digamos
1. Use títulos A primeira linha de cada coluna deve ter um título que você queira ver apenas os produtos fornecidos pela Biscoitos Especiais
que descreva o conteúdo, como "Nome do Produto" ou "Nome Ltda.
do Funcionário". Você ativou o AutoFiltro e as setas foram exibidas. O Excel está pronto
2. Não misture Os dados de cada coluna devem ser apenas de para você selecionar os dados que deseja ver.
um tipo. Não misture texto em uma coluna com números nem Para ver apenas os dados desse fornecedor, filtre por fornecedor e, pa-
números em uma coluna com data. ra isso, clique na seta de AutoFiltro na coluna Fornecedor.
3. Não interrompa Os dados não devem ser interrompidos por Quando você clica em uma seta de AutoFiltro, é exibida uma lista. A lis-
linhas ou colunas vazias. Não há problema quanto a células ta contém todos os itens da coluna, em ordem alfabética ou numérica, para
individuais vazias. que você possa localizar rapidamente o item desejado. Neste exemplo,
4. Mantenha separado Os dados a serem filtrados deverão estar você pode rolar para Biscoitos Especiais Ltda. e clicar.
em sua própria planilha. Se isso não for possível, deverão ser Quando você clica em Biscoitos Especiais Ltda., o Excel oculta todas
separados dos outros dados por uma linha ou coluna vazia. as linhas da planilha, com exceção daquelas que contêm esse texto nessa
Primeiro, preparar-se para filtrar coluna.
Você pode ver os produtos fornecidos pela Biscoitos Especiais na co-
luna Nome do Produto. Como as linhas de todos os outros fornecedores
estão ocultas, os produtos dos outros fornecedores também estão. Na
imagem, você pode ver os quatro produtos fornecidos pela Biscoitos Espe-
ciais.
Aplicar mais de um filtro

Clique em uma célula nos dados que deseja filtrar. No menu Dados, Clique em Biscoitos de Chocolate para Chá para aplicar outro filtro e
aponte para Filtrar e clique em AutoFiltro. As setas de AutoFiltro são ver dados apenas desse produto.
exibidas à direita do título de cada coluna.
O comando AutoFiltro mostrado como selecionado pela marca de
seleção.
Setas de AutoFiltro na planilha.
Clique em qualquer célula nos dados que deseja filtrar. No menu Da-
dos, aponte para Filtrar e clique em AutoFiltro.
As setas de AutoFiltro são exibidas à direita do título de cada coluna.
É isso. Você está pronto para filtrar.
Crie outro filtro clicando na seta de AutoFiltro na coluna Cidade e clicando
em Boston.

Noções de Informática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Clique na seta de AutoFiltro ao lado da coluna e clique em (Personalizar...).

Na coluna Quantidade, você vê todos os pedidos desse produto em


Boston cronologicamente.
Depois de filtrar uma coluna, se você quiser se concentrar em informa-
ções ainda mais específicas, poderá filtrar em outras colunas sucessiva-
mente. Você pode clicar na seta ao lado de qualquer título de qualquer
coluna e aplicar um filtro.
Por exemplo, depois de filtrar por fornecedor, você pode clicar na seta
de AutoFiltro da coluna Nome do Produto e filtrar essa coluna para ver
apenas um dos quatro produtos fornecidos pela Biscoitos Especiais. Na
imagem, você pode ver a coluna Nome do Produto com sua lista de Auto- Crie um filtro personalizado usando a caixa de diálogo
Filtro. Personalizar AutoFiltro.
Depois de filtrar por produto, você pode filtrar por local se desejar, cli- Ao filtrar escolhendo na lista ao lado de uma seta de AutoFiltro, você
cando na seta de AutoFiltro da coluna Cidade e clicando em Boston. oculta tudo com exceção da escolha feita. Para ver mais do que uma sele-
Depois disso, você verá, na coluna Quantidade, todos os pedidos de ção em uma coluna, você pode criar filtros personalizados.
biscoitos em Boston no trimestre. É possível também usar AutoFiltros personalizados para localizar itens
Observação Você pode filtrar colunas em qualquer ordem escolhida. não disponíveis na lista ao lado da seta, como:
Os filtros são aplicados progressivamente, na ordem em que são aplicados. 1. Valores em um intervalo, como todos os números entre dois
Cada filtro limita os dados aos quais é possível aplicar o próximo filtro. números específicos.
Usar 10 Primeiros para localizar os maiores ou menores 2. Valores fora de um intervalo, como todas as datas anteriores
ou posteriores a um par de datas específico.
3. Valores iguais a outro valor ou diferentes.
4. Especificar texto que faz parte de outro texto.
5. E você verá muitas outras opções no Cartão de Referência
Rápida no final do curso.
Clique na seta de AutoFiltro ao lado da coluna e clique em (10 Primei- Para criar um filtro personalizado, clique na seta de AutoFiltro e clique
ros...). em (Personalizar...) para abrir a caixa de diálogo AutoFiltro.
Ver se os dados foram filtrados

Filtre os primeiros ou últimos itens ou porcentagens usando a caixa de


diálogo AutoFiltro - 10 Primeiros.
Selecione Primeiros ou Últimos.
Selecione um número de 1 a 500.
Selecione Itens ou Por cento.

Outro filtro versátil é o 10 Primeiros. Você pode usá-lo em colunas de Os resultados do filtro são exibidos na barra de status.
números ou datas. Modo de Filtro é exibido na barra de status.
O filtro 10 Primeiros faz muito mais do que o nome indica. Com esse fil- Os números das linhas mostram que há algumas ocultas e os
tro, você pode localizar os primeiros itens ou os últimos itens (os menores números das linhas visíveis mudam de cor.
ou maiores números ou datas). E, apesar do nome, você não está limitado A seta de AutoFiltro na coluna filtrada muda de cor.
a localizar os 10 primeiros ou os 10 últimos itens. É possível escolher
quantos itens deseja ver: apenas um ou até 500. Os filtros ocultam dados. É para isso que eles servem. Mas se você
O filtro 10 Primeiros também pode filtrar pela porcentagem do total das não souber que os dados foram filtrados, talvez queira saber por que eles
linhas de uma coluna. Se uma coluna contém 100 números e você deseja não são exibidos. Você pode ter aberto a planilha filtrada de outra pessoa
ver os 15 maiores, pode selecionar 15%. Para ver os 50 últimos, selecione ou até mesmo ter esquecido que aplicou um filtro. Portanto, o Excel infor-
50%. ma, de várias maneiras, quando uma planilha contém filtros.
Você pode usar o filtro 10 Primeiros para localizar os produtos de maior 1. Barra de status Logo após a filtragem dos dados, você verá
ou menor preço, para identificar funcionários com as datas de contratação os resultados do filtro no canto inferior esquerdo da barra de
mais recentes ou para ver as maiores ou menores notas do aluno. status: "126 de 2155 registros localizados" ou algo
Para usar o filtro 10 Primeiros em uma coluna de dados, clique na seta semelhante. Depois de um tempo, os números
AutoFiltro da coluna. Você verá (10 Primeiros...) ao lado do início da lista desaparecerão e, no lugar deles, Modo de Filtro será
exibida quando faz isso. Clicar na lista abre a caixa de diálogo AutoFiltro - exibido na barra de status.
10 Primeiros. Na caixa de diálogo, selecione Primeiros ou Últimos. Em 2. Números das linhas Você pode dizer pelos números das
seguida, selecione um número. Finalmente, selecione Itens ou Por cento. linhas descontínuos que algumas estão ocultas e os
Você experimentará isso na sessão prática no final da lição. números das linhas visíveis mudam de cor para indicar que
Criar filtros personalizados estão filtradas.
3. Cor da seta As setas de AutoFiltro de cada coluna filtrada

Noções de Informática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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mudarão de cor para mostrar que a coluna está filtrada. lar. As ferramentas Web colocam quase todas as informações a seu alcan-
ce mediante alguns cliques no mouse. Quando você da um clique em uma
Remover filtros
página da Web, tem acesso a informações de um outro computador, que
pode estar em um país distante. Não importa onde a informação esteja:
você só precisa apontar e dar um clique para obtê-la. Um procedimento
simples e poderoso.

Pelo fato de as Intranets serem de fácil construção e utilização, tornam-


se a solução perfeita para conectar todos os setores da sua organização
para que as informações sejam compartilhadas, permitindo assim que seus
funcionários tomem decisões mais consistentes, atendendo melhor a seus
clientes.

HISTÓRIA DAS INTRANETS


De onde vêm as Intranets? Vamos começar pela história da Internet e
da Web, para depois abordar as Intranets.
Para remover um filtro de uma coluna, clique na seta de AutoFil-
tro ao lado da coluna e clique em (Tudo). Primeiro, a Internet
Para remover todos os filtros de uma vez, no menu Dados, O governo dos Estados Unidos criou a Internet na década de 70, por
aponte para Filtrar e clique em Mostrar Todos. razões de segurança nacional. Seu propósito era proteger as comunicações
Para remover as setas de AutoFiltro das colunas, no menu Da- militares, caso ocorresse um ataque nuclear. A destruição de um computa-
dos, aponte para Filtrar e clique em AutoFiltro. dor não afetaria o restante da rede. Na década seguinte, a Fundação
A maneira de remover um filtro depende de quantos filtros foram apli- Nacional de Ciência (Nacional Science Foundation — NSF) expandiu a
cados e de quantos você deseja remover. rede para as universidades, a fim de fornecer aos pesquisadores acesso
• Uma coluna Para remover um filtro de uma única coluna, clique aos caros supercomputadores e facilitar a pesquisa.
na seta de AutoFiltro ao lado da coluna e clique em (Tudo). Isso exibirá os
dados ocultos pelo filtro. No começo da década de 90, a NSF permitiu que a iniciativa privada
• Todas as colunas Para remover todos os filtros de uma vez, assumisse a Internet, causando uma explosão em sua taxa de crescimento.
aponte para Filtrar no menu Dados e clique em Mostrar Todos. Isso A cada ano, mais e mais pessoas passam a usar a Internet, fazendo com
exibirá todos os dados ocultos mas manterá o AutoFiltro ativado. que o comércio na Web continue a se expandir.
• AutoFiltro Para desativar o AutoFiltro, aponte para Filtrar no
menu Dados e clique em AutoFiltro. A INTRANET
Lembre-se: a filtragem não muda os dados de forma alguma. Assim Com a introdução do Mosaic em 1993, algumas empresas mostraram
que você remover o filtro, todos os dados voltarão a ser exibidos da mesma interesse pela força da Web e desse programa. A mídia noticiou as primei-
maneira que antes. ras organizações a criar webs internas, entre as quais a Lockheed, a
Hughes e o SÃS Instituto. Profissionais provenientes do ambiente acadêmi-
co sabiam do que as ferramentas da Internet eram capazes e tentavam
CONCEITOS BROWSERS DE INTERNET. CORREIO ELE- avaliar, por meio de programas pilotos, seu valor comercial. A notícia se
espalhou, despertando o interesse de outras empresas.
TRÔNICO.
Essas empresas passaram a experimentar a Internet, criando gateways
O que é uma Intranet? (portal, porta de entrada) que conectavam seus sistemas de correio eletrô-
Vamos imaginar que você seja o diretor de informática de uma compa- nico com o resto do mundo. Em seguida, surgiram os servidores e navega-
nhia global. A diretora de comunicações precisa de sua ajuda para resolver dores para acesso à Web. Descobriu-se então o valor dessas ferramentas
um problema. Ela tem de comunicar toda a política da empresa a funcioná- para fornecer acesso a informações internas. Os usuários passaram a
rios em duas mil localidades em 50 países e não conhece um meio eficaz colocar seus programas e sua documentação no servidor da web interna,
para fazê-lo. protegidos do mundo exterior. Mais tarde, quando surgiram os grupos de
1. O serviço de correio é muito lento. discussão da Internet, percebeu-se o valor dos grupos de discussão inter-
2. O correio eletrônico também consome muito tempo porque exige nos. Este parece ser o processo evolutivo seguido por muitas empresas.
atualizações constantes dos endereços dos funcionários.
3. O telefone é caro e consome muito tempo, além de apresentar o Antes que pudéssemos perceber, essas ‘internets internas’ receberam
mesmo problema do caso anterior. muitos nomes diferentes. Tornaram-se conhecidas como webs internas,
4. O fax também é muito caro e consome tempo, pelas mesmas ra- clones da Internet, webs particulares e webs corporativas. Diz-se que em
zões. 1994 alguém na Amdahl usou o termo Intranet para referir-se à sua Internet
5. Os serviços de entrega urgente de cartas e pacotes oferecido por interna. A mídia aderiu ao nome e ele passou a ser usado. existiam outras
algumas empresas nos Estados Unidos não é prático e é bastante pessoas que também usavam isoladamente esse termo. Acredito que esta
dispendioso em alguns casos. seja uma daquelas ideias que ocorrem simultaneamente em lugares dife-
6. A videoconferência também apresenta um custo muito alto. rentes. Agora é um termo de uso geral.
Você já agilizou a comunicação com pessoas fora da empresa disponi- CRESCIMENTO DAS INTRANETS
bilizando um site Web externo e publicando informações para a mídia e A Internet, a Web e as Intranets têm tido um crescimento espetacular.
analistas. Com essas mesmas ferramentas, poderá melhorar a comunica- A mídia costuma ser um bom indicador, a única maneira de não ouvir falar
ção com todos dentro da empresa. De fato, uma Internei interna, ou Intra- do crescimento da Internet e da Web é não tendo acesso a mídia, pois
net, é uma das melhores coisas para proporcionar a comunicação dentro muitas empresas de pequeno e praticamente todas de médio e grande
das organizações. porte utilizam intranets. As intranets também são muito difundidas nas
escolas e nas Faculdades.
Simplificando, trata-se de uma Internet particular dentro da sua organi-
zação. Um firewall evita a entrada de intrusos do mundo exterior. Uma QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DAS INTRANETS?
Intranet é uma rede interna baseada no protocolo de comunicação TCP/IP, A aplicabilidade das Intranets é quase ilimitada. Você pode publicar in-
o mesmo da Internet. Ela utiliza ferramentas da World Wide Web, como a formações, melhorar a comunicação ou até mesmo usá-la para o groupwa-
linguagem de marcação por hipertexto, Hypertext Markup Language re.
(HTML), para atribuir todas as características da Internet à sua rede particu- Alguns usos requerem somente páginas criadas com HTML, uma lin-

Noções de Informática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
guagem simples de criação de páginas, mas outras envolvem programação escritório ou do outro lado do mundo.
sofisticada e vínculos a bancos de dados. Você pode fazer sua Intranet tão
simples ou tão sofisticada quanto quiser. A seguir, alguns exemplos do uso A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para a
de Intranets: localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages dão
• Correio eletrônico acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, imagem,
• Diretórios som e/ou vídeo.
• Gráficos
• Boletins informativos e publicações Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al-
• Veiculação de notícias guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super-
• Manuais de orientação computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA),
• Informações de benefícios da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da
• Treinamento Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na
• Trabalhos à distância (job postings) Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para
• Memorandos seus computadores; a partir daí, a Web decolou.
• Grupos de discussão
• Relatórios de vendas INTERNET
• Relatórios financeiros Computador e Comunicação
• Informações sobre clientes O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais impor-
• Planos de marketing, vídeos e apresentações tante para a comunicação. Isso ocorre porque todos eles, independente-
• Informações de produto mente de marca, modelo, tipo e tamanho, têm uma linguagem comum: o
• Informações sobre desenvolvimento de produto e esboços sistema binário.
• Informações sobre fornecedores
• Catálogos de insumos básicos e componentes Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre
• Informações de inventario computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de
• Estatísticas de qualidade redes, até o surgimento da Internet, que hoje pode interligar computadores
• Documentação de usuários do sistema de todo o planeta.
• Administração da rede
• Gerência de ativos É claro que, além do custo da conexão, o candidato a internauta preci-
• Groupware e workflow sa ter um computador e uma linha telefônica ou conexão de banda larga. O
software necessário para o acesso geralmente é fornecido pelo provedor.
COMO SE CONSTITUEM AS INTRANETS?
Cada Intranet é diferente, mas há muito em comum entre elas. Em al- Da Rede Básica à Internet
gumas empresas, a Intranet é apenas uma web interna. Em outras, é uma A comunicação entre computadores torna possível desde redes sim-
rede completa, que inclui várias outras ferramentas. Em geral, a Intranet é ples até a Internet. Isso pode ser feito através da porta serial, uma placa de
uma rede completa, sendo a web interna apenas um de seus componentes. rede, um modem, placas especiais para a comunicação Wireless ou as
Veja a seguir os componentes comuns da Intranet: portas USB ou Firewire. O backbone – rede capaz de lidar com grandes
• Rede volumes de dados – dá vazão ao fluxo de dados originados deste forma.
• Correio eletrônico 1. A porta serial é um canal para transmissão de dados presente em
• Web interna praticamente todos os computadores. Muitos dispositivos podem
• Grupos de discussão ser conectados ao computador através da porta serial, sendo que o
• Chat mais comum deles é o mouse. A porta serial pode também ser
• FTP usada para formar a rede mais básica possível: dois computadores
• Gopher interligados por um cabo conectado a suas portas seriais.
• Telnet
c) Para que uma rede seja realmente útil, é preciso que muitos com-
Rede putadores possam ser interligados ao mesmo tempo. Para isso, é
Inicialmente abordaremos a rede, que é a parte mais complexa e es- preciso instalar em cada computador um dispositivo chamado pla-
sencial de uma Intranet. Ela pode constituir-se de uma ou de várias redes. ca de rede. Ela permitirá que muitos computadores sejam interliga-
As mais simples são as locais (local área network — LAN), que cobrem um dos simultaneamente, formando o que se chama de uma rede lo-
único edifício ou parte dele. Os tipos de LANs são: cal, ou LAN (do inglês Local Area Network). Se essa LAN for ligada
- Ethernet. São constituídas por cabos coaxiais ou cabos de par à Internet, todos os computadores conectados à LAN poderão ter
trançado (tipo telefone padrão) conectados a um hub (eixo ou pon- acesso à Internet. É assim que muitas empresas proporcionam
to central), que é o vigilante do tráfego na rede. acesso à Internet a seus funcionários.
- Token Ring. Também compostas de cabos coaxiais ou de par tran-
çado conectados a uma unidade de junção de mídia (Media Atta- 3. O usuário doméstico cujo computador não estiver ligado a nenhu-
chment Unit — MAU), que simula um anel. Os computadores no ma LAN precisará de um equipamento chamado modem. O mo-
anel revezam-se transmitindo um sinal que passa por cada um de dem (do inglês (modulator / demodulator) possibilita que computa-
seus dispositivos, permitindo a retransmissão. dores se comuniquem usando linhas telefônicas comuns ou a ban-
- Interface de fibra para distribuição de dados (Siber Distributed Data da larga. O modem pode ser interno (uma placa instalada dentro
Interface). Essas redes usam cabos de fibra ótica em vez dos de do computador) ou externo (um aparelho separado). Através do
par trançado, e transmitem um sinal como as redes Token Ring. modem, um computador pode se conectar para outro computador.
LANs sem fio (wireless) são uma tecnologia emergente, porém caras e Se este outro computador for um provedor de acesso, o usuário
indicadas apenas para casos em que haja dificuldade de instalação de uma doméstico também terá acesso à Internet. Existem empresas co-
rede com cabos. merciais que oferecem esse serviço de acesso à Internet. Tais em-
presas mantêm computadores ligados à Internet para esse fim. O
SURGE A WEB usuário faz uma assinatura junto a um provedor e, pode acessar o
A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo- computador do provedor e através dele, a Internet. Alguns prove-
ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o dores cobram uma taxa mensal para este acesso.
acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos A História da Internet
entre informações. Quando você dá um clique em uma frase ou palavra de Muitos querem saber quem é o “dono” da Internet ou quem ou quem
hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o administra os milhares de computadores e linhas que a fazem funcionar.
computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu Para encontrar a resposta, vamos voltar um pouco no tempo. Nos anos 60,

Noções de Informática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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quando a Guerra Fria pairava no ar, grandes computadores espalhados Site - Um endereço dentro da Internet que permite acessar arquivos e
pelos Estados Unidos armazenavam informações militares estratégicas em documentos mantidos no computador de uma determinada empresa, pes-
função do perigo de um ataque nuclear soviético. soa, instituição. Existem sites com apenas um documento; o mais comum,
porém, principalmente no caso de empresas e instituições, é que tenha
Surgiu assim a ideia de interconectar os vários centros de computação dezenas ou centenas de documentos. O site da Geocities, por exemplo, fica
de modo que o sistema de informações norte-americano continuasse no endereço http://www.geocities.com
funcionando, mesmo que um desses centros, ou a interconexão entre dois
deles, fosse destruída. A estrutura de um site
Ao visitar o site acima, o usuário chegaria pela entrada principal e esco-
O Departamento de Defesa, através da ARPA (Advanced Research lheria o assunto que lhe interessa. Caso procure informações sobre móveis,
Projects Agency), mandou pesquisar qual seria a forma mais segura e primeiro seria necessário passar pela página que fala dos produtos e só
flexível de interconectar esses computadores. Chegou-se a um esquema então escolher a opção Móveis. Para facilitar a procura, alguns sites colo-
chamado chaveamento de pacotes. Com base nisso, em 1979 foi criada a cam ferramentas de busca na home page. Assim, o usuário pode dizer qual
semente do que viria a ser a Internet. A Guerra Fria acabou, mas a herança informação está procurando e receber uma relação das páginas que falam
daqueles dias rendeu bastante. O que viria a ser a Internet tornou-se uma daquele assunto.
rede voltada principalmente para a pesquisa científica. Através da National As ligações entre as páginas, conhecidas como hyperlinks ou ligações
Science Foundation, o governo norte-americano investiu na criação de de hipertexto, não ocorrem apenas dentro de um site. Elas podem ligar
backbones, aos quais são conectadas redes menores. informações armazenadas em computadores, empresas ou mesmo conti-
nentes diferentes. Na Web, é possível que uma página faça referência a
Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares, praticamente qualquer documento disponível na Internet.
todos interligados. A eles são conectadas redes menores, de forma mais ou Ao chegar à página que fala sobre os móveis da empresa do exemplo
menos anárquica. É nisso que consiste a Internet, que não tem um dono. acima, o usuário poderia encontrar um link para uma das fábricas que
fornecessem o produto e conferir detalhes sobre a produção. De lá, poderia
Software de Comunicação existir uma ligação com o site de um especialista em madeira e assim por
Até agora, tratamos da comunicação entre computadores do ponto de diante.
vista do equipamento (hardware). Como tudo que é feito com computado-
res, a comunicação requer também programas (software). O programa a Na Web, pode-se navegar entre sites diferentes
ser utilizado depende do tipo de comunicação que se pretende fazer. O que faz essa malha de informações funcionar é um sistema de ende-
Os sistemas operacionais modernos geralmente são acompanhados de reçamento que permite a cada página ter a sua própria identificação. Assim,
algum programa básico de comunicação. Por exemplo, o Internet Explorer desde que o usuário saiba o endereço correto, é possível acessar qualquer
acompanha o Windows. arquivo da rede.
Na Web, você vai encontrar também outros tipos de documentos além
Com programas desse tipo é possível acessar: dessas páginas interligadas. Vai poder acessar computadores que mantém
- Um computador local utilizando um cabo para interconectar as por- programas para serem copiados gratuitamente, conhecidos como servido-
tas seriais dos dois computadores; res de FTP, grupos de discussão e páginas comuns de texto.
- Um computador remoto, através da linha telefônica, desde que os
dois computadores em comunicação estejam equipados com mo- URL - A Web tem um sistema de endereços específico, tamém chama-
dens. do de URL (Uniform Resource Locator, localizador uniforme de recursos).
Com ele, é possível localizar qualquer informação na Internet. Tendo em
Além desses programas de comunicação de uso genérico, existem ou- mão o endereço, como http://www.thespot.com, você pode utilizá-lo no
tros mais especializados e com mais recursos. Geralmente, quando você navegador e ser transportado até o destino. O endereço da página, por
compra um computador, uma placa fax modem ou um modem externo eles exemplo, é http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm
vêm acompanhados de programas de comunicação. Esses programas Você pode copiá-lo e passar para um amigo.
podem incluir também a possibilidade de enviar e receber fax via computa- Cada parte de um endereço na Web significa o seguinte:
dor. http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm
Resumo Onde:
Uma rede que interliga computadores espalhados por todo o mundo. http://
Em qualquer computador pode ser instalado um programa que permite o É o método pelo qual a informação deve ser buscada. No caso, http:// é
acesso à Internet. Para este acesso, o usuário precisa ter uma conta junto a o método utilizado para buscar páginas de Web. Você também vai encon-
um dos muitos provedores que existem hoje no mercado. O provedor é o trar outras formas, como ftp:// (para entrar em servidores de FTP), mailto:
intermediário entre o usuário e a Internet. (para enviar mensagens) e news: (para acessar grupos de discussão),
entre outros.
MECANISMOS DE CADASTRAMENTO E ACESSO A REDE www.uol.com.br
Logon É o nome do computador onde a informação está armazenada, tam-
Significado: Procedimento de abertura de sessão de trabalho em um bém chamado de servidor ou site. Pelo nome do computador você pode
computador. Normalmente, consiste em fornecer para o computador um antecipar que tipo de informação irá encontrar. Os que começam com www
username (também chamado de login) e uma senha, que serão verificados são servidores de Web e contém principalmente páginas de hipertexto.
se são válidos, ou não. Pode ser usado para fins de segurança ou para que Quando o nome do servidor começar com ftp, trata-se de um lugar onde
o computador possa carregar as preferências de um determinado usuário. pode-se copiar arquivos. Nesse caso, você estará navegando entre os
Login - É a identificação de um usuário para um computador. Outra diretórios desse computador e poderá copiar um programa imediatamente
expressão que tem o mesmo significado é aquele tal de "User ID" que de para o seu micro.
vez em quando aparece por aí. /internet/fvm/
Username (Nome do Usuário) ou ID É o diretório onde está o arquivo. Exatamente como no seu computa-
• Significado: Nome pelo qual o sistema operacional identifica o dor a informação na Internet está organizada em diretórios dentro dos
usuário. servidores.
• usenet - Conjunto dos grupos de discussão, artigos e computado- sistema _enderecos.htm
res que os transferem. A Internet inclui a Usenet, mas esta pode É o nome do arquivo que será trazido para o seu navegador. Você de-
ser transportada por computadores fora da Internet. ve prestar atenção se o nome do arquivo (e dos diretórios) estão escritos
• user - O utilizador dos serviços de um computador, normalmente em maiúsculas ou minúsculas. Na maior parte dos servidores Internet, essa
registado através de um login e uma password. diferença é importante. No exemplo acima, se você digitasse o nome do
• Senha é a segurança utilizada para dar acesso a serviços privados. arquivo como URL.HTM ou mesmo Url.Htm, a página não seria encontrada.
PROTOCOLOS E SERVIÇOS DE INTERNET Outro detalhe é a terminação do nome do arquivo (.htm). Ela indica o tipo

Noções de Informática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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do documento. No caso, htm são páginas de Web. Você também vai encon- informações; porém nem todos funcionam da mesma maneira Vistos de
trar documentos hipertexto como este com a extensão htm, quando se trata uma forma simplificada, os mecanismos de busca têm três componentes
de páginas produzidas em um computador rodando Windows. Outros tipos principais:
de arquivos disponíveis na Internet são: txt (documentos comuns de texto), 1. Um programa de computador denominado robot, spider, crawler,
exe (programas) zip, tar ou gz (compactados), au, aiff, ram e wav (som) e wanderer, knowbot, worm ou web-bot. Aqui, vamos chamá-los
mov e avi (vídeo). indistintamente de robô. Esse programa "visita" os sites ou páginas
armazenadas na web. Ao chegar em cada site, o programa robô
e-mail, correio: "pára" em cada página dele e cria uma cópia ou réplica do texto
• Significado: local em um servidor de rede no qual ficam as men- contido na página visitada e guarda essa cópia para si. Essa cópia
sagens, tanto enviadas quanto recebidas, de um dado usuário. ou réplica vai compor a sua base de dados.
• e-mail - carta eletrônica. 2. O segundo componente é a base de dados constituída das cópias
• Grupos - Uma lista de assinantes que se correspondem por correio efetuadas pelo robô. Essa base de dados, às vezes também de-
eletrônico. Quando um dos assinantes escreve uma carta para um nominada índice ou catálogo, fica armazenada no computador,
determinado endereço eletrônico (de gestão da lista) todos os ou- também chamado servidor do mecanismo de busca.
tros a recebem, o que permite que se constituam grupos (privados) 3. O terceiro componente é o programa de busca propriamente dito.
de discussão através de correio eletrônico. Esse programa de busca é acionado cada vez que alguém realiza
• mail server - Programa de computador que responde automatica- uma pesquisa. Nesse instante, o programa sai percorrendo a base
mente (enviando informações, ficheiros, etc.) a mensagens de cor- de dados do mecanismo em busca dos endereços - os URL - das
reio eletrônico com determinado conteúdo. páginas que contém as palavras, expressões ou frases informadas
na consulta. Em seguida, os endereços encontrados são apresen-
HTTP (Hypertext Transfer Protocol) tados ao usuário.
Significado: Este protocolo é o conjunto de regras que permite a trans- Funções básicas de um sistema de busca.
ferência de informações na Web e permite que os autores de páginas de Esses três componentes estão estreitamente associados às três fun-
hipertextos incluam comandos que possibilitem saltos para recursos e ções básicas de um sistema de busca:
outros documentos disponíveis em sistemas remotos, de forma transparen- ♦ a análise e a indexação (ou "cópia") das páginas da web,
te para o usuário. ♦ o armazenamento das "cópias" efetuadas e
HTML - Hypertext Markup Language. É uma linguagem de descrição ♦ a recuperação das páginas que preenchem os requisitos indicados
de paginas de informacao, standard no WWW, podendo-se definir páginas pelo usuário por ocasião da consulta.
que contenham informação nos mais variados formatos: texto, som, ima- Para criar a base de dados de um mecanismo de busca, o programa robô
gens e animações. sai visitando os sites da web. Ao passar pelas páginas de cada site, o robô
HTTP - Hypertext Transport Protocol. É o protocolo que define como é anota os URL existentes nelas para depois ir visitar cada um desses URL.
que dois programas/servidores devem interagir, de maneira a transferirem Visitar as páginas, fazer as cópias e repetir a mesma operação: cópia e
entre si comandos ou informacao relativos a WWW. armazenamento, na base de dados, do que ele encontrar nesses sites. Essa
Newsgroup - Um grupo de news, um fórum ou grupo de discussão. é uma das formas de um mecanismo de busca encontrar os sites na web.
A outra maneira de o mecanismo de busca encontrar os sites na web é
NOVAS TECNOLOGIAS o "dono" do site informar, ao mecanismo de busca, qual o endereço, o URL,
Cabo de fibra ótica – Embora a grande maioria dos acessos à internet do site. Todos os mecanismos de buscas têm um quadro reservado para o
ainda ocorra pelas linhas telefônicas, em 1999 começou a ser implantada cadastramento, submissão ou inscrição de novas páginas. É um hiperlink
no Brasil uma nova tecnologia que utiliza cabos de fibra ótica. Com eles, a que recebe diversas denominações conforme o sistema de busca. Veja
conexão passa a se realizar a uma velocidade de 128, 256 e 512 kilobites alguns exemplos.
por segundo (kbps), muito superior, portanto, à feita por telefone, a 33 ou
56 kps. Assim, a transferência dos dados da rede para o computador do Nome do hiperlink Mecanismos de busca
usuário acontece muito mais rapidamente.
Internet2 –Voltada para projetos nas áreas de saúde, educação e ad- Acrescente uma URL RadarUol
ministração pública, oferece aos usuários recursos que não estão disponí-
veis na internet comercial, como a criação de laboratórios virtuais e de Cadastre a sua página no Radix Radix
bibliotecas digitais. Nos EUA, já é possível que médicos acompanhem
cirurgias a distância por meio da nova rede. Esta nova rede oferece veloci- Inserir site Zeek
dades muito superiores a da Internet, tais como 1 Megabites por segundo e Nos sites de língua inglesa, usam-se, geralmente, hiperlinks denomina-
velocidades superiores. Sua transmissão é feita por fibras óticas, que dos List your site, Add URL ou Add a site.
permitem trocas de grandes quantidades de arquivos e informações de uma Resumindo: num mecanismo de busca, um programa de computador
forma mais rápida e segura que a Internet de hoje em dia. visita as páginas da web e cria cópias dessas páginas para si. Essas cópias
No Brasil, a internet2 interliga os computadores de instituições públicas vão formar a sua base de dados que será pesquisada por ocasião de uma
e privadas, como universidades, órgãos federais, estaduais e municipais, consulta.
centros de pesquisas, empresas de TV a cabo e de telecomunicação. Alguns mecanismos de busca:
FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS DE NAVEGAÇÃO, DE Radix RadarUol
CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA E
PESQUISA AltaVista Fast Search
MECANISMOS DE BUSCA
As informações na internet estão distribuídas entre inúmeros servido- Excite Snap
res, armazenadas de formas diversas. As páginas Web constituem o recur-
so hipermídia da rede, uma vez que utilizam diversos recursos como hiper- HotBot Radix
textos, imagens, gráficos, sons, vídeos e animações.
Buscar informações na rede não é uma tarefa difícil, ao contrário, é Google Aol.Com
possível encontrar milhões de referências a um determinado assunto. O
problema, contudo, não é a falta de informações, mas o excesso.
Os serviços de pesquisa operam como verdadeiros bibliotecários, que Northern Light WebCrawler
nos auxiliam a encontrar as informações que desejamos. A escolha de um
“bibliotecário” específico, depende do tipo de informações que pretendemos
encontrar. Todos os mecanismos de busca têm a mesma função, encontrar COMO EFETUAR UMA BUSCA NA INTERNET

Noções de Informática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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to ao Comitê Gestor.
4. com – indica que a empresa é comercial.
As categorias de domínios existentes na Internet Brasil são:

UTILIZANDO LINKS
A conexão entre páginas da Web é que caracteriza o nome World Wide
Web (Rede de Amplitude Mundial).
Basicamente, as páginas da Web são criadas em HTML (Hyper Text
Markup Language). Como essas páginas são hipertextos, pode-se fazer
links com outros endereços na Internet.
NAVEGADOR INTERNET Os links podem ser textos ou imagens e quando se passa o mouse em
Histórico da Internet cima de algum, o ponteiro torna-se uma “mãozinha branca espalmada”,
A Internet começou no início de 1969 sob o nome ARPANET (USA). bastando apenas clicar com o botão esquerdo do mouse para que se façam
Abreviatura Descrição links com outras páginas.
Gov.br Entidades governamentais
Org.br Entidades não-governamentais INTERNET EXPLORER 7
Com.br Entidades comerciais
Mil.br Entidades militares A compilação Internet Explorer 7 inclui melhoramentos de desempe-
Composta de quatro computadores tinha como finalidade, demonstrar nho, estabilidade, segurança e compatibilidade de aplicações. Com esta
as potencialidades na construção de redes usando computadores dispersos compilação, a Microsoft também introduziu melhoramentos estéticos e
em uma grande área. Em 1972, 50 universidades e instituições militares funcionais à interface de utilizador, completou alterações na plataforma
tinham conexões. CSS, adicionou suporte para idiomas e incluiu uma função de auto-
desinstalação no programa de configuração, que desinstala automatica-
Hoje é uma teia de redes diferentes que se comunicam entre si e que mente versões beta anteriores do Internet Explorer 7, tornando a desinsta-
são mantidas por organizações comerciais e governamentais. Mas, por lação da nova compilação ainda mais fácil.
mais estranho que pareça, não há um único proprietário que realmente
possua a Internet. Para organizar tudo isto, existem associações e grupos
que se dedicam para suportar, ratificar padrões e resolver questões opera-
cionais, visando promover os objetivos da Internet.
A Word Wide Web
A Word Wide Web (teia mundial) é conhecida também como WWW, Clicando na setinha você verá o seguinte menu
uma nova estrutura de navegação pêlos diversos itens de dados em vários
computadores diferentes. O modelo da WWW é tratar todos os dados da
Internet como hipertexto, “Link” isto é, vinculações entre as diferentes
partes do documento para permitir que as informações sejam exploradas
interativamente e não apenas de uma forma linear.

Programas como o Internet Explorer, aumentaram muita a popularidade


da Internet graças as suas potencialidades de examinador multimídia,
capaz de apresentar documentos formatados, gráficos embutidos, vídeo,
som e ligações ou vinculações e mais, total integração com a WWW. Note que os que estão em cima do que está marcado são as “próximas
Este tipo de interface poderá levá-lo a um local (site) através de um de- páginas” (isso ocorre quando você volta várias páginas), e os que estão em
terminado endereço (Ex: www.apostilasopcao.com.br) localizado em qual- baixo são as páginas acessadas. E o Histórico é para ver o histórico,
quer local, com apenas um clique, saltar para a página (home page) de um últimos sites acessados.
servidor de dados localizado em outro continente.
Barra de endereço e botões atualizar e parar

BOTÕES DE NAVEGAÇÕES

Voltar
Navegação
Para podermos navegar na Internet é necessário um software navega- Abaixo as funções de cada botão de seu navegador Internet Explorer
dor (browser) como o Internet Explorer ou Netscape (Estes dois são os 7.0 da Microsoft.
mais conhecidos, embora existam diversos navegadores).
Endereços na Internet O botão acima possibilita voltar na página em que você acabou de sair
Todos os endereços da Internet seguem uma norma estabelecida pelo ou seja se você estava na página da Microsoft e agora foi para a da aposti-
InterNic, órgão americano pertencente a ISOC (Internet Society). lasopcao, este botão lhe possibilita voltar para a da Microsoft sem Ter que
No Brasil, a responsabilidade pelo registro de Nomes de Domínios na digitar o endereço (URL) novamente na barra de endereços.
rede eletrônica Internet é do Comitê Gestor Internet Brasil (CG), órgão
responsável. De acordo com as normas estabelecidas, o nome do site, ou
Avançar
tecnicamente falando o “nome do domínio”, segue a seguinte URL (Univer-
O botão avançar tem a função invertida ao botão voltar citado acima.
sal Resource Locator), um sistema universal de endereçamento, que permi-
te que os computadores se localizem na Internet:
Parar
Exemplo: http://www.apostilasopcao.com.br O botão parar tem como função obvia parar o download da página em
Onde: execução, ou seja, se você está baixando uma página que está demorando
1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo padrão que muito utilize o botão parar para finalizar o download.
permite que os computadores se comuniquem. O http:// é inserido
pelo browser, portanto não é necessário digitá-lo. O botão atualizar tem como função rebaixar a página em execu-
2. www – padrão para a Internet gráfica. ção, ou seja ver o que há de novo na mesma. Geralmente utilizado para
3. apostilasopcao – geralmente é o nome da empresa cadastrada jun- rever a página que não foi completamente baixada, falta figuras ou textos.

Noções de Informática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Download
Home É nada mais que baixar arquivos da Internet para seu computador
O botão página inicial tem como função ir para a página que o seu na- Upload em português significa carregar – é a transferência de um arquivo
vegador está configurado para abrir assim que é acionado pelo usuário, do seu computador para outro computador.
geralmente o Internet Explorer está configurado para ir a sua própria página Como efetuar download de uma figura na Internet.
na Microsoft, caso o usuário não adicionou nenhum endereço como página a) Clique com o botão direito do mouse sobre a figura desejada;
principal. b) Escola a opção Salvar figura como;
c) Escolha o nome e a pasta onde o arquivo será baixado;
Pesquisar d) Clique em Salvar.
Este botão, é altamente útil pois clicando no mesmo Internet Explorer
irá abrir uma seção ao lado esquerdo do navegador que irá listar os princi- Como efetuar download de arquivos na Internet
pais, sites de busca na Internet, tal como Cadê, Google, Altavista etc. A Alguns arquivos como jogos; músicas; papéis de parede; utilitários co-
partir daqui será possível encontrar o que você está procurando, mas mo antivírus etc.; são disponibilizados na Internet para download a partir de
veremos isto mais a fundo nas próximas páginas. links (texto destacado ou elemento gráfico), e o procedimento é parecido
com o download de figuras.
Favoritos a) Clique no respectivo link de download;
O botão favoritos contem os Websites mais interessantes definidos pe- b) Aparecerá uma tela com duas opções, Abrir arquivo ou Salvar ar-
lo usuário, porém a Microsoft já utiliza como padrão do IE 6 alguns sites quivo em disco;
que estão na lista de favoritos. c) Escolha Salvar arquivo em disco;
Para você adicionar um site na lista de favoritos basta você clicar com d) Escolha a pasta de destino e logo em seguida clique em Salvar.
o botão direito em qualquer parte da página de sua escolha e escolher e) Observa-se a seguir uma Janela (de download em execução) que
adicionar a favoritos. Geralmente utilizamos este recurso para marcar mostra o tempo previsto e a porcentagem de transferência do ar-
nossas páginas preferidas, para servir de atalho. quivo. O tempo de transferência do arquivo varia de acordo com o
ser tamanho (byte, kilobyte, megabyte).

Histórico MOZILLA FIREFOX


O botão histórico exibe na parte esquerda do navegador quais foram os
sites visitados nas últimas semanas, ou dias com isso você pode manter O Firefox da Fundação Mozilla, é um programa gratuito e de código
um controle dos sites que você passou nas últimas semanas e dias. Bas- aberto, e constitui-se em uma alternativa viável de navegador ("browser"
tante útil para usuários que esqueceram o nome do site e desejam acessar para acessar a Internet).
novamente. Como outros programas freeware conta, no seu desenvolvimento, com
o auxílio de muitas pessoas, em todo o mundo, que contribuem para o
Página controle de qualidade do navegador, que o copiam, testam as principais
versões e sugerem melhorias.
O botão tem várias funções: Recortar O Firefox pode ser usado sozinho, mas nada impede que seja usado
Copiar – Colar - Salvar Página - Enviar esta página através de e-mail simultaneamente com outro navegador, pois as suas configurações são
- Zoom Esta ferramenta aumenta o zoom da página fazendo com que ela independentes. Note-se que no caso de usar dois programas, a escolha de
possa ficar ilegíve. Esta outra ferramenta só precisa ser utilizada se você qual navegador deve ser o padrão do sistema fica a critério do usuário.
não conseguir enxergar direito a letras ou imagens de um site - Tamanho
do texto, configura o tamanho da fonte da página - Ver código fonte, Algumas características
visualiza o código fonte da página - Relatório Da Segurança, verifica se a Desde a versão 1.5 houve várias melhorias no sistema de atualização,
página contem diretivas de segurança ou certificadas digitais - Privacidade navegação mais rápida, suporte a SVG ("Scalable Vector Graphics"), novas
da página, verifica se a página esta configurada de acordo com a sua versões de CSS (3), JavaScript na versão 1.6, uma nova janela de Favori-
política de privacidade. tos, e melhorias no bloqueio de pop-ups, e várias correções de bugs.
Nota-se que a velocidade de abertura das páginas aumentou, tanto pa-
ra novas páginas quanto para as já visitadas. Mesmo páginas complexas,
Impressão desenvolvidas com diversos recursos em Flash, DHTML e Shockwave,
Botão utilizado para imprimir a página da internet . carregam em tempo sensivelmente menor. E a tecnologia de recuperação
de páginas recentemente visitadas permite que, assim que você clicar no
Alternar entre as abas botão Voltar (Back), o site seja carregado quase que instantaneamente.
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas. Uma das alterações na interface é a possibilidade de reorganizar as
Clicando no ícone abre-se uma página mostrando todas as abas e su- abas de navegação usando o recurso de arrastar e soltar, o que é útil para
as respectivas páginas quem abre muitas abas e quer deixar juntos sites relacionados entre si.
Com relação ao sistema de busca integrado, além dos mecanismos já
Alternar entre as abas presentes em versões anteriores (Google, Yahoo! e Amazon, por exemplo),
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas é possível adicionar o sistema da Answers.com como padrão.
Clicando no ícone abre-se uma página mostrando todas as abas e su-
as respectivas páginas Segurança
Com relação à segurança,
1. A partir da versão 1.5 as atualizações para o Firefox são automáti-
cas, liberando o usuário de prestar atenção a alertas de segurança
e aviso de novas correções para o navegador.
2. Foi criado um atalho para apagar rapidamente as informações
pessoais do usuário, incluindo o histórico de sites navegados, da-
dos digitados em formulários da web, cookies, senhas que foram
gravadas, entre outros. O atalho está acessível clicando-se no me-
nu "Ferramentas" - "Limpar dados pessoais" mas também pode ser
Alternar entre as abas acionado pela combinação de teclas <Ctrl> <Shift> <Del>. E, para
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas os esquecidos, o Firefox pode ser configurado para remover esses
Clicando no ícone abre-se uma página mostrando todas as abas e su- dados automaticamente sempre que for fechado.
as respectivas páginas A instalação do Firefox cria ícones novos: na tela, (uma raposa
com cauda em fogo) ao lado do "Botão Iniciar".

Noções de Informática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tos e "ç" apareçam como "?" ou outros códigos. (Por exemplo: Sua codifi-
Extensões ca&ccedil;&atilde;o de caracteres est&aacute; errada).
O Firefox admite dezenas de "extensões", ou seja de programas que se Deve-se ressaltar que existem protocolos padrão que determinam a
fundem a ele e que adicionam novos recursos ao navegador. Portanto, codificação dos caracteres que devem ser respeitados pelas pessoas que
cada internauta pode adicionar novos recursos e adaptar o Firefox ao seu criam páginas para serem visualizadas na Internet.
estilo de navegar. Ou seja, quem escolhe como o Firefox deve ser é o
usuário. Mas, se a página ou a mensagem de e-mail não informar a codificação
Como abrir o Navegador em que foi escrita, o texto pode aparecer não formatado corretamente.
Para abrir o programa deve-se clicar duplo no novo atalho que aparece Duas das mais importantes codificações são:
ao lado do botão "Iniciar" ou no ícone que aparece na tela, Ou clicar em - ISO: "International Standardization Organization". É o padrão oci-
Botão Iniciar - Programas - Mozilla Firefox - Mozilla Firefox dental, utilizado também no Brasil. Cada caractere só possui 1 byte
(8 bits), gerando um máximo de 256 caracteres.
Navegação com abas - UTF-8: Padrão mundial, que pode ser usado em quase todos os
O Firefox possibilita abrir várias páginas na mesma janela, em diferen- idiomas.
tes abas ou “orelhas” que aparecem logo abaixo da barra de navegação. Cada caractere possui 2 bytes (16 bits), o que permite um valor máxi-
Assim o navegador não é carregado a cada vez que se abre uma página mo bem maior que o anterior: 65.536 caracteres.
em outra janela e o sistema economiza memória e ganha em estabilidade.
Portanto, para acessar a outra página basta clicar na sua respectiva Como determinar a codificação
aba. Ou seja: - um "site", pode ficar, inteiro, dentro de uma única janela, No menu "Exibir" clicar em "Codificação" Selecionar Ocidental (ISO-
cada página em uma aba, ou - várias páginas, cujos endereços são diferen- 8859-1) e ver a página. Se ainda não estiver correta, selecionar Unicode
tes, podem ficar em várias abas, na mesma janela. (UTF-8) e, novamente, e ver a página. Essas são as codificações mais
frequentes atualmente, mas há outras opções presentes que podem ser
testadas.

Como bloquear janelas de propagandas


Como adicionar o botão “Nova aba” na barra de ferramentas O Firefox continua com um recurso excelente: a possibilidade de blo-
Clicar em Exibir - Barras de ferramentas - Personalizar. quear o aparecimento de janelas de propagandas, ou seja, a não permissão
Na janela de personalização arraste e solte o botão "Nova aba" em al- do surgimento de propagandas no formato pop, janelas que abrem automa-
guma barra de ferramentas. ticamente, estourando na tela em sequência, por cima (pop up) ou por
baixo (pop under) da janela que ocupa o "site" que está sendo visualizado.
Como abrir uma nova aba Evidentemente, em alguns sites é importante aparecerem janelas ex-
Para abrir um link em uma nova aba: - clicar nele com o botão direito tras com informações relevantes (por exemplo, os sites dos bancos que
do mouse e, no menu que aparece, selecionar “Abrir em nova aba”. ou - usam janelas pop para informar os horários de funcionamento das agên-
Clicar no link mantendo pressionada a tecla Ctrl ou - Selecionar “Nova aba” cias, em dias próximos a feriados).
no "Arquivo" (ou pressionar as teclas <CTRL> e <T>) ou - Clicar no link Mas, é muito difícil (e chato, e oneroso) ter de aturar janelas pop gigan-
com o botão do meio (ou clique na rodinha do mouse). ou - Usar o botão tes aparecendo em qualquer "site", apenas com objetivo de propagandear
"Nova aba" na barra de ferramentas. ou - Dar um duplo clique em uma artigos ou serviços nos quais não se está interessado.
região vazia da barra de abas. Há muitos programas para evitar tais anúncios, mas o Firefox já tem
uma opção interna para bloquear essas janelas.
Como trocar de aba utilizando o teclado Clicar em "Ferramentas" - "Opções"
- Ir para a aba da esquerda: <CTRL> <Shift> <Tab> ou <CTRL> Abrir o item "Conteúdos"
<PgUp> - Ir para a aba da direita: <CTRL> <Tab> ou <CTRL> <PgDo> E selecionar "Bloquear janelas popup"

Como verificar a versão

Abrir o Firefox. Clicar em "Ajuda" - "Sobre o Mozilla Firefox". Na janela Quando uma janela popup for bloqueada, um ícone novo pode ser
que se abre verificar o número da versão. exibido na barra de status, informando o bloqueio. Para visitar esse site,
deve-se clicar no ícone para desbloquear a popup.
Codificação de caracteres
Ao visualizar um "site", a acentuação pode aparecer toda confusa e ca- Como alterar o tamanho do texto, ao visualizar um "site"
racteres estranhos podem estar presentes. É comum que letras com acen- Se um determinado "site" tiver um tamanho de letra muito grande ou
muito pequeno, pode-se controlar a sua visualização:

Noções de Informática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Clicar em "Exibir" - Tamanho do texto e em Aumentar ou Diminuir ou precisará ativá-lo apenas se estiver desativado.
Clicar em <Ctrl> + para aumentar ou em <Ctrl> - para diminuir o tamanho O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras:
da fonte. • Sob solicitação.
Lembrar que <Ctrl> 0 retorna pra o tamanho normal • No menu Ferramentas.
Ordenar lista de sites favoritos • A partir das Opções da Internet.
Para colocar a lista de favoritos em ordem alfabética, clicar em: Favori- Sob solicitação
tos - Organizar - Exibir - "Ordenar pelo nome" Você pode ativar o Bloqueador de pop-ups ao ser solicitado a fazer is-
Como permitir Java e Java Script so antes que a primeira janela pop-up apareça.
Clicar em "Ferramentas" - "Opções" Abrir o item "Configurações" e se-
lecionar "Permitir Java" e "Permitir JavaScript" No menu Ferramentas
Como salvar uma página visitada
Vá no Menu Favoritos > Adicionar Página > OK

DOWNLOAD E UPLOAD
Download (significa descarregar, em português), é a transferência de Para configurar o Bloqueador de pop-ups no menu Ferramentas, exe-
dados de um computador remoto para um computador local, o inverso de cute as seguintes etapas:
upload. Por vezes, é também chamado de puxar (ex: puxar o arquivo) ou 6. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em
baixar (baixar o arquivo). Tecnicamente, qualquer página da Internet que Internet Explorer.
você abre consiste em uma série de descarregamentos. O navegador 4. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e
conecta-se com o servidor, descarrega as páginas HTML, imagens e outros clique em Habilitar Bloqueador de Pop-ups para ativar o
itens e as abre, confeccionando a página que você vê. Mas o termo descar- Bloqueador de pop-ups ou em Desabilitar Bloqueador de Pop-
regar tornou-se sinônimo de copiar arquivos de um servidor remoto para o ups para desativá-lo.
seu, porque quando o navegador não pode abrir um arquivo em sua janela
(como um executável por exemplo) ele abre a opção para que o mesmo Como definir as configurações do Bloqueador de pop-ups
seja salvo por você, configurando um descarregamento. As seguintes definições do Bloqueador de pop-ups podem ser configu-
radas:
Permitir lista de sites
Você pode permitir que as janelas pop-up abram em um site, adicio-
nando esse site à lista de Sites permitidos. Para fazer isso, execute as
seguintes etapas:
1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em
Internet Explorer.
Benefícios 2. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e cli-
Eles trazem arquivos favoráveis ao cotidiano e à diversão. que em Configurações do Bloqueador de Pop-ups.
Prejuízos 3. Na caixa Endereços do site a ser permitido, digite o endereço do
Assim como podem favorecer, eles também podem danificar o compu- site e clique em Adicionar.
tador, trazendo vírus, spams e outras pragas virtuais. Por isso, é preciso 4. Clique em Fechar.
cuidado. Legalmente é proibido descarregar qualquer coisa que viole os
Direitos Autorais (como musicas, imagens, videos, etc).Embora haja sem- Gerenciamento de Cookies
pre exceções, o que deve ser analisado caso a caso. Problemas com spam Um cookie é um grupo de dados trocados entre o navegador e o servi-
e vírus não são exclusividade do ato de fazer um download, alguns deles dor de páginas, colocado num arquivo (ficheiro) de texto criado no compu-
espalham-se automaticamente por redes locais. tador do utilizador. A sua função principal é a de manter a persistência de
sessões HTTP. A utilização e implementação de cookies foi um adendo ao
Dicas para maior segurança HTTP e muito debatida na altura em que surgiu o conceito, introduzido pela
Utilizar um antivirus é crucial, quanto maior poder maior segurança. É Netscape, devido às consequências de guardar informações confidenciais
recomendável também que se tenha um firewall e um antispyware num computador - já que por vezes pode não ser devidamente seguro,
Upload como o uso costumeiro em terminais públicos.
Upload é a transferência de dados de um computador local para um Um exemplo é aquele cookie que um site cria para que você não preci-
servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar um servidor de FTP, se digitar sua senha novamente quando for ao site outra vez. Outros sites
HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a transferência. podem utilizá-los para guardar as preferências do usuário, por exemplo,
Definição quando o sítio lhe permite escolher uma cor de fundo para suas páginas.
Caso o servidor de upload esteja na Internet, o usuário do serviço pas-
sa a dispor de um repositório de arquivos, similar a um disco rígido, dispo- Para excluir cookies específicos:
nível para acesso em qualquer computador que esteja na Internet.Upload é 1– Na guia ferramentas clique em Opções de Internet
parecido com Download, só que em vez de carregar arquivos para a sua 2– Guia Geral, clique no botão Configurações e logo após no botão
máquina, você os envia para o servidor. Exibir Arquivos.
3 – Na próxima janela, que será a unidade de disco rígido que está
Características sendo armazenado os cookies, localize o cookie que deseja excluir.
Os provedores gratuitos de upload variam bastante na sua política, ca- 4 – Se desejar excluir mais de um cookie pressione CTRL à medida que
pacidades e prazo de validade das transferências. Mas em geral todos for clicando em cada cookie (esta operação faz com que você seleci-
funcionam da seguinte forma: o usuário que envia o arquivo fornece o one um grupo de cookies).
endereço de e-mail (ou correio eletrônico) de um destinatário. Este recebe 5 – Aperte a tecla Delete.
uma mensagem de e-mail do servidor de upload, informando a disponibili- 6 – Ao terminar clique Ok.
dade do arquivo, junto com uma URL. Basta que ele então clique nessa Lembrete: Determinados sites da Internet armazenam seu nome de
URL para receber o arquivo. membro, senha e outras informações pessoais. Assim ao excluir todos os
Gerenciamento de pop-ups e cookies cookies o usuário deverá redigitar as senhas e outras informações dos sites
O pop-up é uma janela extra que abre no navegador ao visitar uma pá- visitados.
gina ou clicar em um link específico.
A pop-up é utilizada pelos criadores do site para abrir alguma informa- O QUE SÃO "GRUPOS DE DISCUSSÃO" (NEWSGROUPS)
ção extra ou como meio de propaganda. Grupos de discussão, Grupos de Notícias ou Newsgroups, são espé-
Como ativar o Bloqueador de pop-ups
cies de fóruns, como estes que você já conhece. As comunidades do Orkut
Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você
Noções de Informática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
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também seguem um molde parecido com os newsgroups, porém com CONFIGURAÇÃO DE UMA CONTA DE NEWSGROUP
muitas limitações. São incomparavelmente inferiores aos newsgroups. MICROSFT OUTLOOK EXPRESS
Tanto os fóruns da web como as comunidades do Orkut, você acessa pelo Para configurar o acesso aos newsgroups, siga os passos referidos em
seu navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, etc.), através de um baixo:
endereço de uma página. No Microsoft Outlook Express, seleccionar Tools / Accounts
Entretanto, para acessar os newsgroups, você precisa de um leitor,
chamado newsreader (Leitor de Notícias). Um popular leitor de newsgroup,
é o Outlook Express, esse mesmo que vem com o Internet Explorer e você
usa para acessar seus e-mails, pois além de ser cliente de e-mail, ele tem
capacidade de acessar servidores de newsgroups, mas com algumas
limitações.
Em alguns casos, também é possível acessar os mesmos grupos de
discussão via navegador, mas isso se o administrador do servidor disponibi-
lizar esse recurso. Porém, acessando via navegador, estaremos deixando
de usar o serviço newsgroup de fato, passando a utilizar um simples fórum
da Internet.
Operação Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-
Basicamente, um newsgroup funciona assim: groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
1. Alguém envia uma mensagem para o grupo, posta ela. co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
2. Essa mensagem fica armazenada no servidor do news, e qualquer servidor de newsgroups: news.iol.pt.
pessoa que acessar o servidor e o grupo onde essa mensagem foi postada,
poderá visualizá-la, respondê-la, acrescentar algo, discordar, concordar,
etc. A resposta também fica armazenada no servidor, e assim como a
mensagem original, outras pessoas poderão "responder a resposta" da
mensagem original. Para entender melhor, veja um exemplo da estrutura de
um newsgroup, veja o exemplo na figura abaixo.

Cada servidor possui diversos grupos dentro dele, divididos por tema.
Atualmente, a maior rede brasileira de newgroups é a U-BR (http://u-br.tk).
A U-BR foi criada após o UOL ter passado a não disponibilizar mais acesso
via NNTP (via Gravity, Outlook Express, Agent, etc.) para não-assinantes.
De certa forma, isso foi bom, pois acabou "obrigando" os usuários a buscar
uma alternativa. Eis então que foi criada a U-BR.
A grande vantagem da U-BR, é que ela não possui um servidor central,
ou seja, se um dos servidores dela ficar "fora do ar", você pode acessar
usando um outro servidor. Os temas (assuntos) disponíveis nos news-
groups em geral, variam desde Windows XP até Política, passando por
hardware em geral, sociologia, turismo, cidades, moutain-bike, música,
Jornada nas Estrelas, futebol, filosofia, psicologia, cidades, viagens, sexo,
humor, música e muito mais. É impossível não achar um tema que lhe
agrade.

Instalação configuração e criação de contas


Para acessar um news, você precisa usar um programa cliente, o
newsreader. Um dos mais populares é o Outlook Express, da Microsoft,
mas não é o melhor. Existem inúmeros programas disponíveis na Internet,
que possibilitam, a criação de grupos de discurções, entre eles destacam-
se o Gravity, da MicroPlanet.
Para usários do Linux, recomendo o Pan Newsreader (também dispo-
nível para Windows).
Clique em "Yes" para obter as mensagens dos newsgroups.
Para configurar uma conta de acesso no Outlook Express, vá no menu
Ferramentas > Contas > Adicionar > News. Siga os passos exibidos na
Tela, informando o servidor de sua preferência quando solicitado, veja no
exemplo:

Noções de Informática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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zar, acompanhar e localizar emails com mais eficiência do que antigamen-
te. O novo layout da janela exibe mais informações na tela de uma só vez,
mesmo em monitores pequenos. A lista de mensagens foi reprojetada para
utilizar o espaço de forma mais inteligente. Como resultado disso, você
perderá menos tempo com a navegação e dedicará mais tempo à realiza-
ção de suas tarefas. O agrupamento automático de mensagens ajuda o
usuário a localizar e a ir para emails em qualquer lugar da lista com mais
rapidez do que antes. E você ainda pode mover ou excluir todas as mensa-
gens em um grupo de uma vez.
Filtro de Lixo Eletrônico. O novo Filtro de Lixo Eletrônico ajuda a evi-
tar muitos dos emails indesejáveis que você recebe todos os dias. Ele usa a
tecnologia mais avançada desenvolvida pelo Centro de Pesquisa da Micro-
soft para avaliar se uma mensagem deve ser tratada como lixo eletrônico
com base em vários fatores como, por exemplo, o horário em que a men-
sagem foi enviada e o seu conteúdo. O filtro não identifica nenhum reme-
Nesta janela, poderá escolher quais pretende ver, clicando no "News" tente ou tipo de email específico; ele se baseia no conteúdo da mensagem
desejado e posteriormente em "Subscribe". Depois de ter selecionado e faz uma análise avançada da estrutura da mensagem para determinar a
todos os newsgroups que pretende visualizar, deverá clicar em "OK". probabilidade de ser ou não lixo eletrônico. Qualquer mensagem detectada
pelo filtro é movida para a pasta Lixo Eletrônico, de onde ela pode ser
recuperada ou revisada posteriormente. Você pode adicionar emails à Lista
de Remetentes Confiáveis para garantir que as mensagens desses reme-
tentes nunca sejam tratadas como lixo eletrônico e pode ainda bloquear
mensagens de determinados endereços de email ou nomes de domínio
adicionando o remetente à Lista de Remetentes Bloqueados.
Painel de Navegação. O Painel de Navegação é mais do que uma
simples lista de pastas: ele combina os recursos de navegação principal e
compartilhamento do Outlook em um local de fácil utilização. Em Email,
você encontrará mais pastas de email do que antigamente. Além disso,
poderá adicionar suas pastas favoritas ao início da lista. Em Calendário,
você poderá exibir os calendários compartilhados de outras pessoas lado a
lado com o seu próprio calendário. Em Contatos, você verá a lista de todas
as pastas de contatos que poderá abrir (estejam elas armazenadas no seu
computador ou em um local da rede), bem como maneiras aperfeiçoadas
de exibir os contatos. Todos os oito módulos do Outlook possuem uma
interface de usuário criada para ajudá-lo a encontrar rapidamente o que
Depois de selecionados, poderá encontrar os newsgroups escolhidos você está procurando, na forma como você gosta de ver essa informação.
na pasta news.iol.pt. Painel de Leitura. O Painel de Leitura é o local ideal para ler emails,
sem a necessidade de abrir uma janela separada para cada mensagem.
Como um pedaço de papel, o Painel de Leitura é posicionado verticalmen-
te. Esse layout é mais confortável e, em conjunto com a nova lista de
mensagens de várias linhas, significa que você pode ver quase o dobro do
conteúdo de um email em um monitor do mesmo tamanho, se comparado
com o Painel de Visualização das versões anteriores do Outlook.
Sinalizadores Rápidos. Se você precisar responder a um email, mas
não tiver tempo agora, clique no ícone do sinalizador ao lado da mensagem
para marcá-la com um Sinalizador Rápido. Os diversos sinalizadores colo-
ridos facilitam a categorização das mensagens. A pasta denominada – Para
Acompanhamento" sempre contém uma lista atualizada de todas as men-
sagens marcadas com sinalizadores rápidos em cada pasta da caixa de
correio.
Organizar por Conversação. Se você receber muitos emails diaria-
mente, poderá se beneficiar da opção de agrupamento denominada Orga-
nizar por Conversação. O modo de exibição Organizar por Conversação
mostra a lista de mensagens de uma forma orientada a conversação ou
Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news- "segmentada". Para que você leia os emails com mais rapidez, esse modo
groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni- de exibição mostra primeiro apenas as mensagens não lidas e marcadas
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de com Sinalizadores Rápidos. Cada conversação pode ser ainda mais ex-
servidor de newsgroups: news.iol.pt. pandida para mostrar todas as mensagens, inclusive os emails já lidos.
Para organizar as mensagens dessa forma, clique em Organizar por Con-
CORREIO ELETRÔNICO versação no menu Exibir.
Pastas de Pesquisa. As Pastas de Pesquisa contêm resultados de
MICROSOFT OFFICE OUTLOOK pesquisa, atualizados constantemente, sobre todos os itens de email cor-
Envie e receba email; gerencie sua agenda, contatos e tarefas; e regis- respondentes a critérios específicos. Você pode ver todas as mensagens
tre suas atividades usando o Microsoft Office Outlook. não lidas de cada pasta na sua caixa de correio em uma Pasta de Pesquisa
Iniciando o Microsoft Office Outlook denominada "Emails Não Lidos". Para ajudá-lo a reduzir o tamanho da
Clique em Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft Offi- caixa de correio, a Pasta de Pesquisa "Emails Grandes" mostra os maiores
ce Outlook. emails da caixa de correio, independentemente da pasta em que eles estão
Esta versão do Outlook inclui novos recursos criados para ajudá-lo a armazenados. Você também pode criar suas próprias Pastas de Pesquisa:
acessar, priorizar e lidar com comunicação e informações, de forma a escolha uma pasta na lista de modelos predefinidos ou crie uma pesquisa
otimizar o seu tempo e facilitar o gerenciamento do fluxo crescente de com critérios personalizados e salve-a como uma Pasta de Pesquisa para
emails recebidos. uso futuro.
Experiência de Email Dinâmica. O Outlook ajuda você a ler, organi- Calendários Lado a Lado,.Agora você pode exibir vários calendários

Noções de Informática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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lado a lado na janela Calendário do Outlook.Todos os calendários podem
ser vistos lado a lado: calendários locais, calendários de pastas públicas,
calendários de outros usuários ou lista de eventos da equipe do Microsoft
Windows® SharePoint™ Services. Os calendários são codificados por
cores para ajudá-lo a distingui-los.
Regras e Alertas. O Outlook o alertará da chegada de novos emails na
sua Caixa de Entrada exibindo uma notificação discreta na área de traba-
lho, mesmo quando você estiver usando outro programa. É possível criar
rapidamente regras para arquivar emails com base na mensagem, selecio-
nando a mensagem e clicando em Criar Regra.
Modo de Transferência em Cachê. Se você usa o Microsoft Exchange
Server não precisa mais se preocupar com problemas causados por redes
lentas ou distantes. O Outlook pode baixar a caixa de correio para o seu
computador, reduzindo a necessidade de comunicação com o servidor de
email. Se a rede ficar indisponível, o Outlook continuará utilizando as infor-
Logo a seguir visualizaremos o assistente de configuração do Outlook,
mações já baixadas — e talvez você nem perceba a queda da rede. O
posteriormente clique no botão adicionar- Email.
Outlook se adapta ao tipo de rede disponível, baixando mais itens de email
em redes mais rápidas e oferecendo mais controle sobre os itens baixados
em redes lentas. Se usar o Outlook com o Microsoft Exchange Server,
você se beneficiará de uma redução significativa no tráfego da rede, que o
ajudará a obter as informações com mais rapidez.

Ícones de listas de mensagens do Outlook Express


Os ícones a seguir aparecem nos e-mails e indicam a prioridade das
mensagens, se as mensagens possuem arquivos anexados ou ainda se as
mensagens estão marcadas como lidas ou não lidas. Veja o que eles
significam:

Clique em Email e o Assistente para conexão com a Internet irá se


abrir. Basta seguir as instruções para estabelecer uma conexão com um
servidor de e-mail ou de notícias e ir preenchendo os campos de acordo
com seus dados.

Observação:
Cada usuário pode criar várias contas de e-mail, repetindo o procedi-
mento descrito acima para cada conta.

Compartilhar contatos
Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pesso-
as) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um contato
fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos
compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de
endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook. O
catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identida-
des: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o
Como criar uma conta de e-mail compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos
Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte: compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode
1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato
administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor de existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos comparti-
e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails. lhados.
2. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office 1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços.
Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visuali-
(Hypertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da zando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exi-
conta e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para bir de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos.
POP3 e IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geral-
mente SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)

Vamos à configuração:
3. No menu Ferramentas, clique em Contas.

Na lista de contatos, selecione o contato que deseja compartilhar.


Arraste o contato para a pasta Contatos compartilhados ou para uma
de suas subpastas.
Salvar um rascunho
Para salvar um rascunho da mensagem para usar mais tarde, faça o
seguinte:
1. Com sua mensagem aberta, clique em Arquivo.
2. A seguir, clique em Salvar.
Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma mensagem
de e-mail em outros arquivos de seu computador no formato de e-mail
(.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html).

Noções de Informática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Abrir anexos (Cópia Carbono).
Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte: Convém ressaltar que existe um outro campo que pode utilizado para
1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de papel no ca- enviarmos uma cópia para outra pessoa, de modo que não seja exibido o
beçalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do arquivo. endereço em questão: é o campo CCO (Cópia Carbono Oculta).
Às vezes, recebemos um e-mail com uma lista enorme de destinatá-
Ou apenas clique no símbolo de anexo rios, o que não é nada recomendável. Se quisermos enviar uma mesma
mensagem para um grande
Veja o exemplo:
Posteriormente basta clicar no botão enviar

Na parte superior da janela da mensagem, clique duas vezes no ícone


de anexo de arquivo no cabeçalho da mensagem.
(Quando uma mensagem tem um arquivo anexado, um ícone de clipe
de papel é exibido ao lado dela na lista de mensagens.)
Salvar anexos Para grupos de endereços, é preferível colocarmos todos eles no cam-
po CCO e apenas um endereço no campo Para. Estaremos fazendo um
favor a quem recebe, além de não estarmos divulgando o endereço de
outras pessoas desnecessariamente.
3. É importante indicar no campo Assunto qual é o tema a ser tratado.
Uma indicação clara nessa linha ajuda na recepção da mensagem. Lembre-
se de que seu destinatário pode receber muitas mensagens e não presuma
que ele seja um adivinho. Colocar, por exemplo, apenas a palavra “informa-
Para salvar um anexo de arquivo de seu e-mail, faça o seguinte: ções” no campo assunto, não ajuda em nada. Especifique claramente o
1. Clique na mensagem que tem o arquivo que você quer salvar. conteúdo. Por exemplo: Informações sobre novo curso.
2. No menu Arquivo, clique em Salvar anexos. 4. No espaço reservado à mensagem, especifique logo no início o
emissor e o receptor. Exemplo:
Prezado Cliente
Agradecemos aquisição de nossos produtos.
Grato.

Podemos sintetizar assim:


1. Sempre colocar o assunto.
3. Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer sal- 2. Indique o emissor e o destinatário no corpo da mensagem.
var. 3. Coloque apenas uma saudação.
4. Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa abai- 4. Escreva a mensagem com palavras claras e objetivas.
xo é onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique em 5. Coloque em destaque (negrito, sublinhado, ou itálico) os aspectos
"Procurar" e escolha outra pasta ou arquivo.) principais do e-mail.
5. Clique em Salvar. 6. Digite o seu nome completo ou nome da empresa.
7. Abaixo digite o seu e-mail (no caso do destinatário querer respon-
Como redigir um e-mail der para você, ou guardar seu endereço).
A competitividade no mundo dos negócios obriga os profissionais a 8. Envie a mensagem.
uma busca cada vez maior de um diferencial em sua qualificação. Sabe-se
da importância de uma boa comunicação em nossos dias. Quantos não Verificar novas mensagens
vivem às voltas com e-mails, atas, cartas e relatórios? Para saber se chegaram novas mensagens, faça o seguinte:
A arte de se comunicar com simplicidade é essencial para compor Com seu Outlook aberto, clique em Enviar/receber na barra de ferra-
qualquer texto. Incluímos aqui todas e quaisquer correspondências comer- mentas.
ciais, empresariais ou via Internet (correio eletrônico). Os e-mail serão recebidos na caixa de entrada do Outlook, caso houver
Uma correspondência tem como objetivo comunicar algo. Portanto, é algum e-mail a ser enviado, o mesmo será enviado automaticamente.
fundamental lembrar que a comunicação só será eficiente se transmitir ao
destinatário as ideias de modo simples, claro, objetivo, sem deixar dúvidas Pastas Padrões
quanto ao que estamos querendo dizer. As pastas padrões do Outlook não podem ser alteradas. Você poderá
O e-mail é uma forma de comunicação escrita e, portanto, exige cuida- criar outras pastas, mas não deve mexer nas seguintes pastas:
do. A maior diferença entre um e-mail e uma correspondência via correio 1. Caixa de Entrada: local padrão para onde vão as mensagens que
tradicional está na forma de transmissão, sendo a primeira, indubitavelmen- chegam ao seu Outlook. (Você pode criar pastas e regras para
te, mais rápida e eficiente. mudar o lugar para o qual suas mensagens devam ser encaminha-
Ao escrevermos um e-mail, sobretudo com finalidade comercial ou em- das.).
presarial, devemos observar alguns pontos: 2. Caixa de Saída: aqui ficam os e-mails que você já escreveu e que
1. A forma como você escreve e endereça o e-mail permite que o des- vai mandar para o(s) destinatário(s).
tinatário interprete seu interesse e o quanto ele é importante para você. 3. Itens Enviados: nesta pasta ficam guardados os e-mails que você
O bom senso deve sempre prevalecer de acordo com o tipo de mensa- já mandou.
gem a ser transmitida. A natureza do assunto e a quem se destina o e-mail 4. Itens Excluídos: aqui ficam as mensagens que você já excluiu de
determinam se a mensagem será informal ou mais formal. Em qualquer um outra(s) pasta(s), mas continuam em seu Outlook.
dos casos, os textos devem ser curtos, bastante claros, objetivos. 5. Rascunhos: as mensagens que você está escrevendo podem ficar
O alinhamento à esquerda facilita a leitura. guardadas aqui enquanto você não as acaba de compor definitiva-
2. Quando vamos enviar um e-mail em nome de uma empresa ou or- mente. Veja como salvar uma mensagem na pasta Rascunhos.
ganização, é conveniente deixar em destaque que se trata de uma comuni-
cação institucional, o que não se faz necessário na correspondência tradici- Criar novas pastas
onal, uma vez que esse aspecto é evidenciado pelo timbre, nome ou marca Para organizar seu Outlook, você pode criar ou adicionar quantas pas-
já impresso no papel. tas quiser.
No caso dos e-mails, temos apenas os campos Para ou To e, para en- 1. No menu Arquivo, clique em Pasta.
viarmos com uma cópia para outra pessoa, preenchemos o campo CC 2. Clique em Nova.
3. Uma nova janela se abrirá.
Noções de Informática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
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pastas no Windows:
Na caixa de texto Nome da pasta, digite o nome que deseja dar à pasta Exemplo de estrutura de pastas do Windows
e, em seguida, selecione o local para a nova pasta.
Lembre-se de que o Outlook Express vai criar sua pasta nova dentro
daquela que estiver selecionada no momento. Se você selecionar, por
exemplo, "Caixa de Entrada" e solicitar uma nova pasta, esta será posicio-
nada dentro da Caixa de Entrada.

No lado esquerdo da tela acima, vemos o diretório-raiz, designado co-


mo “arquivos de programas:” e as pastas que estão abaixo dele, como
“Acessórios” e “Adobe”. Note como a estrutura de pastas permite, por
exemplo, que a pasta “Adobe” contenha inúmeras outras pastas e, dentro
destas,
Entretanto, ambas estão vinculadas à pasta “Arquivos e Programas”.
Estando a pasta (ou diretório) “Arquivos de Programas” selecionada, como
Se o que você quer é uma nova pasta, independente das que você já na figura anterior, você pode ver o seu conteúdo do lado direito: ela contém
criou, selecione sempre o item Pastas Locais outros arquivos.
Dê um nome e selecione o local onde quer que fique esta nova pasta
que você acabou de criar.
2. Utilizando o ícone “Meu Computador”
Em todas as áreas de trabalho (desktop) dos computadores que ope-
ram com o Windows há um ícone chamado “Meu Computador”. Esse ícone
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS E MÉTO- é um atalho para um gerenciador de arquivos armazenados no micro.
DOS DE ACESSO.
Vamos verificar alguns dos comandos básicos nele existentes.

A capacidade de armazenamento dos computadores pessoais aumen- Ao clicar duas vezes no ícone “Meu computador”, surgirá uma nova ja-
tou muito, desde os tempos áureos da década de 80, em que 16Kb de nela com outros ícones para se acessar os arquivos do drive A: (para
memória eram um verdadeiro luxo para máquinas deste porte, até os dias disquetes de 3½), do drive C: (disco rígido), do drive D (CD-ROM ou DVD)
atuais, em que temos de lidar com mega, giga e até terabytes de informa- e finalmente do Painel de Controle.
ção. Administrar tanta coisa requer prática, bom senso, e muita, mas muita
paciência.
Conceitos de organização de arquivos e método de acesso
O que é, afinal, um arquivo de dados? Imagine o seu computador como
um grande gaveteiro. As gavetas principais contêm pastas que, por sua
vez, contêm as folhas de papel com as informações. Estes são os arquivos
à moda antiga. Mas a lógica de organização de arquivos no computador
guarda uma diferença essencial: as pastas dos micros podem conter outras
pastas!
Os arquivos podem ser classificados mediante a sua colocação em di-
ferentes pastas e as próprias pastas podem ser classificadas do mesmo
modo. Dessa forma, pastas podem conter arquivos, junto com outras pas-
tas, que podem conter mais arquivos e mais pastas, e assim por diante.
Mas onde termina (ou começa) isso tudo??
Há pastas que não estão contidas em outras pastas e sim no que cha-
mamos de diretório-raiz. Esses são os caminhos básicos.
Esse diretório representa um disco do computador que pode estar visí- Eventualmente haverá outros ícones, dependendo da configuração do
vel, como um disquete de pequena capacidade, ou um CD-ROM (disco computador, como um drive de Zip (D:), por exemplo.
compacto de média capacidade) nele embutido, como um HD (hard-disk –
disco rígido, fixo no computador) de alta capacidade, no qual normalmente Ao clicar apenas uma vez nos ícones de qualquer drive, vamos poder
ficam armazenados o sistema operacional e os programas (softwares) visualizar quanto de espaço está ocupado por arquivos e quanto ainda está
instalados. livre para gravarmos mais conteúdo.
Observe na imagem seguinte uma estrutura típica de organização de

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É pelo Explorer também que se organiza arquivos gravados em outros
computadores ligados a uma rede local. Por exemplo, nos Infocentros
(salas de acesso público à Internet para pessoas que não possuem micros
próprios) os computadores estão ligados uns aos outros pela rede interna.
Um usuário do Infocentro pode escrever, de qualquer computador, o seu
currículo e salvá-lo no Micro 01. Desse computador, o usuário pode salvar
seu documento em um disquete – sempre pelo Windows Explorer, já que o
Micro 01 é o único da sala com drive de disquete. Portanto, esse aplicativo
do Windows serve tanto para manipular arquivos do computador que esta-
mos operando quanto de algum outro da rede local.
Fazer uma busca pelo Windows para procurar um arquivo que você
não sabe ao certo em que pasta está gravado é um recurso interessante.
Clique no ícone “Pesquisar”, no alto da tela. A parte da tela à esquerda
mudará e você terá duas opções de pesquisa: escrevendo o nome ou parte
do nome do arquivo ou então um trecho do texto contido no documento.
Caso você não se lembre do nome do arquivo ou de uma palavra específica
do texto, mas sabe que é arquivo do Word, pode escrever “*.doc” no campo
“Procurar por Arquivos Chamados:”. O sinal de asteriscos (*) indica que o
Essas informações ficam visíveis por um gráfico em forma de pizza que
aplicativo deve procurar todos os arquivos com essa extensão, não impor-
o “Meu Computador” exibe automaticamente. Veja o exemplo: disco rígido e
tando o que estiver escrito antes. Para concluir a pesquisa, escolha o
em nossos disquetes e CDs.
diretório onde o arquivo poderia estar.
Com o botão esquerdo do mouse podemos executar vários comandos
Como fazer
para o determinado arquivo. Entre eles: abrir, imprimir, examinar com o
anti-virus, abrir com um determinado aplicativo, enviar para outro diretório O compartilhamento de pastas e arquivos em micros ligados em uma
ou outra pasta. Também é possível escolher a opção “enviar para destina- rede interna é bem simples. Basta habilitar que determinada pasta seja
tário de correio” e anexar o documento em uma mensagem do nosso compartilhada. Para isso, clique na pasta desejada com o botão esquerdo
gerenciador de e-mails. Além desses comandos, pode-se também copiar, do mouse. Escolha “Compartilhamento”. Na tela que se abrir, marque a
recortar, criar um atalho, renomear, excluir e verificar as propriedades – opção “Compartilhar esta Pasta”. Você ainda pode determinar quantas
como o tamanho do arquivo, a data de criação e a data da última alteração. pessoas poderão abrir a pasta e se poderão modificar ou não os arquivos
abertos.
O ícone mais diferente do “Meu Computador” é o “Painel de Controle”.
Como o próprio nome já diz, é por ele que se gerencia várias modificações
nas configurações do computador. É por esse painel, por exemplo, que
acessamos os aplicativos gerenciadores de instalação e remoção de
hardwares (placas de vídeo, som etc.) e softwares.
Tela do “Painel de Controle”. As características do micro são mo-
dificadas por aqui. Podemos adicionar e remover softwares, entre
outras coisas.

Para permitir que a pasta seja aberta por outros micros da rede interna,
selecione “Compartilhar esta pasta” Defina também qual será o tipo de
compartilhamento.
Caso não se lembre do diretório, escolha o drive C: para pesquisar por
Pelo “Painel de Controle” ainda é possível mudar as configurações do todo o disco rígido do micro. Clicando no botão “Pesquisar”, o sistema
vídeo, determinar como o mouse deve funcionar (para pessoas destras ou começará a procurar por todos os arquivos de Word gravados no computa-
canhotas), configurar o teclado, adicionar ou remover tipos de fontes e dor.
muitas outras aplicações. GERENCIANDO SEUS ARQUIVOS COM O TOTAL COMMANDER
Clicando duas vezes sobre um ícone do drive, vamos visualizar todas O Total Comander é um aplicativo shareware que pode ser baixado
as pastas, subpastas e arquivos gravados nessa unidade. Para abrir as pela rede.
pastas ou os arquivos, basta clicar duas vezes sobre eles. O ícone “Meu Além de gerenciar arquivos, o Total Commander é um programa de
Computador” é o principal meio para verificar o espaço disponível no nosso FTP e compactador de arquivos.
Seus comandos para gerenciamento de arquivos são bastante intuiti-
3. Conhecendo os comandos do Windows Explorer vos, permitindo que organizemos nossas pastas muito facilmente. Além dos
O Windows Explorer é um aplicativo de gerenciamento de arquivos já recursos básicos de um gerenciador padrão, ele possui outros bastante
instalado nos computadores com sistema Windows. Sua utilização é bas- sofisticados.
tante simples. Por ele pode-se organizar os arquivos de dados e de pro- E bom saber
gramas do seu computador, movê-los de uma pasta para outra, copiá-los, As ações de abrir e renomear um arquivo são iguais no Windows
excluir, compactar etc. Explorer e no Total Commander. Em ambos utilize os seguintes comandos:
O principal atalho para abrir o Windows Explorer é apertar ao mesmo 1. Para abrir um arquivo, selecione-o, posicionando o cursor sobre ele e
tempo as teclas do Windows e da letra “E”. dê um duplo dique, automaticamente ele se abrirá.

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2. Paro renomeá-lo, selecione-o e dique uma vez sobre ele. Espere Muitas vezes, porém, precisamos fazer isso manualmente. Isso
alguns instantes para que se torne editável e escreva o novo nome. acontece quando um programa de instalação não completou sua execução,
Atenção! Ao renomear um arquivo, mantenha a sua extensão, caso registrando erradamente extensões de um aplicativo que não instalou.
contrário poderá não conseguir abri-lo novamente! O arquivo deve Para efetuar esse registro manual, você pode usar o Windows Explorer.
estar Fechado, pois não é possível renomear documentos abertos. Selecione a opção de menu “Ferramentas”, “Opções de Pasta”. Dentro
Vamos conhecer alguns comandos básicos como: visualizar, abrir, dessa opção, selecione a última aba, “Tipos de Arquivo”.
renomear, copiar, e apagar arquivos e diretórios. Para registrar uma extensão, basta clicar em “Novo”, preencher o
No Total Commander é possível visualizar os arquivos por meio de du- campo com a extensão desejada, clicar em “Avançado” e escolher que
as janelas diferentes, o que nos possibilita ver, ao mesmo tempo, o conteú- aplicativo abrirá os arquivos com a extensão registrada: no nosso exemplo,
do do diretório-raiz C:, do drive A: ou D: (letras normalmente atribuídas aos a extensão fictícia “XYZ”, como na figura 1.
drives de disquete e CD-ROM, respectivamente) e de outros diretórios raiz Escolhido o aplicativo, basta clicar em “0K” e pronto. De acordo com nosso
ou drives que o micro possa ter. Para essa operação, basta selecionar a exemplo, o sistema operacional passará a reconhecer arquivos do tipo
letra do drive ou diretório no menu principal. “XYZ” como um arquivo de áudio do Windows Media Player.
Visualizando simultaneamente arquivos de drives e diretórios por meio Ganhe tempo e espaço: aprenda a compactar e descompactar arqui-
do Total commander vos
Com este aplicativo você pode copiar arquivos de dois modos: No passado, para guardar arquivos em nosso computador
selecionando o arquivo com o mouse e arrastando-o para o local em que se precisávamos que ele tivesse muita memória e isso exigia investimento.
deseja copiá-lo ou selecionando o arquivo e clicando na opção “F5 Copy” Alguns arquivos não podiam ser copiados para disquetes, pois eles não
(ou clicando na tecla F5 do seu teclado). tinham memória suficiente para armazená-los. Esses e outros problemas
Nos dois casos, aparecerá uma janela para confirmar a ação. Basta motivaram programadores a desenvolver formas de se trabalhar os
clicar em “0k”. arquivos alterando seu formato, tomando-os menores. Hoje, com as
Para apagar um arquivo é necessário selecioná-lo com o mouse e técnicas adotadas, consegue-se reduzir um arquivo de texto em 82% ou
clicar na tecla “Delete/Del”. Você também pode apagá-lo, após a seleção, mais de seu tamanho original, dependendo do conteúdo. Isso é feito com
clicando na opção “F8 Delete” (ou apertando a tecla F8 do teclado). Nesse programas chamados compactadores.
momento também aparecerá uma janela para confirmar a ação. Basta E bom saber: E aconselhável compactar grandes arquivos para armazená-
então clicar em “Sim”. los, otimizando espaço de armazenagem em seu HD. Esse procedimento
também é recomendado para enviá-los por e-mail, pois assim o tempo de
Apagando arquivos com o Total Commander download e upload desses arquivos é bem menor.
Finalmente, para criar pastas ou diretórios, selecione o local em que a Há diversos softwares para compactar e descompactar arquivos
pasta ou o diretório será criado. dique no botão “F7 New Folder” (ou aperte disponíveis no mercado. Eles reduzem diferentes arquivos em formato .zip,
a tecla F7). Logo em seguida aparecerá uma caixa de diálogo para digitar o .arj e outros.
nome do novo diretório ou pasta. Depois é só clicar em “0k”.
E bom saber: Se você necessita ler apenas algumas informações de um
documento compactado, não é necessário descompactá-lo para isso o
Associando programas a seus respectivos Formatos
aplicativo Zip Peeker permite que o usuário leia o conteúdo dos arquivos
Você já sabe que um arquivo armazena dados. Dados, na linguagem mas sem a inconveniência de descompactá-los. E possível também
da informática, pode significar desde uma receita de bolo a um videoclipe remover, copiar ou mover os arquivos escolhidos.
do Olodum. Uma receita de bolo pode ser feita utilizando um editor de texto
como o Word, por exemplo, enquanto um videoclipe pode ser visualizado Um dos softwares mais utilizados pelos usuários é o Winzip. Se esse
pelo Windows Media Player. aplicativo estiver devidamente instalado, para se compactar um arquivo
Se tivermos os devidos programas aqui citados instalados em nosso pelo Windows Explorer, basta clicar nele com o botão direito e escolher a
computador, um duplo dique em cada um dos arquivos do exemplo anterior opção “Add to Zip”. Isso pode ser feito com conjuntos de arquivos e até
faz com que o Word ou o Media Player iniciem-se automaticamente, mesmo com pastas. Ao se escolher essa opção, uma janela se abrirá
carregando e mostrando o arquivo no formato desejado. perguntando o nome do novo arquivo a ser criado com o(s) arquivo(s)
devidamente compactado(s) e outras informações. Após o preenchimento
Como o sistema operacional, no caso o Windows, consegue distinguir
dessas informações, o arquivo compactado estará pronto.
entre os dois arquivos, o de texto e o de filme, sabendo qual aplicativo
chamar, para cada um deles? Em versões mais recentes do Winzip, ao se clicar com o botão direito
sobre um arquivo, automaticamente se habilita a opção de se criar o
Isso é possível graças à extensão dos arquivos. A extensão é
arquivo compactado (ou zipado, como se costuma dizer) já com o mesmo
simplesmente a parte final do nome do arquivo. Quando clicamos duas
nome do arquivo original, trocando-se somente a extensão original do
vezes sobre um arquivo, o sistema operacional olha primeiramente para a
arquivo para “.zip”.
extensão do arquivo.
Para se descompactar um arquivo, basta que se dê duplo dique nele.
Se for uma extensão que já está registrada, o sistema chama o
Uma janela se abrirá com todos os arquivos armazenados dentro de um
aplicativo que é capaz de carregar aquele tipo de arquivo, a fim de exibi-lo
arquivo compactado e pode-se optar por descompactar todos, clicando-se
corretamente.
no botão “Extrair”, ou apenas alguns deles, selecionando-os com um dique
Importante e usando novamente o botão “Extrair”. Vale lembrar que como é possível
A extensão é tudo o que vai depois do ponto, no nome do arquivo. compactar diretórios inteiros, quando estes são descompactados, o Winzip
Portanto, todos os arquivos que terminam em .doc reconhecidos pelo e outros programas compactadores reconstroem a estrutura original das
sistema para serem visualizados por meio do Word e ou do Open Writer. Já pastas.
a extensão .avi indico que o arquivo é visualizável através do Media Player O Freezip é um descompactador freeware. Veja na seção “Links na
e assim por diante. lnternet” o endereço para efetuar o download desse aplicativo. Sua
Mas o que significa “registrar uma extensão”? Registrar é avisar para o instalação é bastante simples, basta clicar duas vezes sobre o ícone do
Windows que aplicativo ele deve chamar quando precisar abrir arquivos arquivo executável, aceitar o contrato de licença e pronto: a instalação
daquela extensão. Assim, o sistema operacional guarda a informação de seguirá sem transtornos.
quais aplicativos abrem os arquivos, livrando você de ter de se preocupar Para usar esse aplicativo, inicie o Windows Explorer, escolha a pasta a
com isso.O registro das extensões é normalmente feito durante a instalação ser compactada (preferencialmente no lado esquerdo da tela, onde apenas
de cada aplicativo. Cada programa de instalação cuida de registrar, auto- as pastas são mostradas) e clique com o botão direito do mouse sobre ela.
maticamente, a extensão dos arquivos com os quais o aplicativo que está Ao aparecer o menu suspenso, você deverá escolher a opção “Add to
sendo instalado trabalha. Por exemplo, é o instalador do Office que registra Zip”. Um arquivo com todo o conteúdo da pasta selecionada compactado
as extensões .doc, .dot (associando-as ao Word), assim como associa as será gerado. Como na imagem ao lado, o conteúdo de uma pasta será
extensões .xls e .xlt ao Excel; .ppt ao PowerPoint e assim por diante. compactado e colocado no arquivo Free.zip.

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Para fazer a operação inversa, basta clicar duas vezes no arquivo Importante: A Ferramenta do Scandisk só pode ser usada em discos que
compactado e os arquivos serão retirados do arquivo zip e colocados em aceitam nova gravação de dados, como os disquetes e os HDs. Assim, CD-
suas respectivas pastas. ROMs que só podem ser gravados uma única vez não podem ser
Como dissemos, o Total Commander também tem função de corrigidos, caso haja algum problema no processo de gravação.
compactação de arquivos. Basta selecionar o arquivo que desejamos
compactar e clicar no menu “Arquivos”, “Compactar”.
Faça uma faxina em seu computador
Para descompactar um arquivo, basta selecioná-lo, clicar no menu
“Arquivo” e escolher a opção “Descompactar”. Em seguida você verá uma O sistema operacional Windows, à medida de trabalha, faz uso de uma
caixa de diálogo, semelhante à da imagem anterior, para escolher a pasta área de rascunho que usa para guardar dados temporariamente. Quando
em que o arquivo será descompactado. você navega pela web, por exemplo, as páginas que você visitou são
armazenadas em uma área temporária, para que possam ser visualizadas
Amplie sua segurança: Faça cópias de seus arquivos
rapidamente, caso você retome a elas. Tudo isso consome espaço em seu
Ë muito importante que você faça a cópia de segurança (backup) dos disco rígido, o que, como veremos no tópico seguinte, toma seu
seus arquivos, principalmente daqueles com os quais você trabalha todos computador mais lento.
os dias.
Para ficar livre desses arquivos temporários, de tempos em tempos,
Para isso, tenha sempre à mão um disquete. lnsira-o no drive de mídia utilize a opção “Limpeza de Disco”. Para isso, faça o seguinte caminho: na
flexível, geralmente representado pela letra A:. Abra o Windows Explorer e, área de trabalho do Windows, dique na barra “Iniciar”, “Programas”,
do lado direito da tela, selecione os arquivos (ou pastas) que você quer “Acessórios”, “Ferramenta do Sistema”, “Limpeza de disco”. Ao acionar
copiar. Para selecionar mais de um arquivo, basta manter a tecla “CTRL” essa opção, uma janela aparecerá para que você escolha a unidade de
pressionada enquanto você clica sobre os arquivos. Depois dique no menu disco a ser limpa. Faça a escolha e dique em “0K”. O Windows calculará
“Editar”, “Copiar”. quanto de espaço pode ser liberado no disco e após esse processo abrirá
Essa ação cria uma cópia temporária dos arquivos em um lugar uma janela como a ilustrada ao lado.
especial chamado “Área de Transferência”. Depois, dique sobre o ícone A:, Ao optar, por exemplo, em apagar os arquivos ActiveX e Java baixados
que indica a unidade de disquete, e selecione “Editar”, “Colar”. Os arquivos da lnternet, você impedirá a execução offline dos mesmos. Mas ainda
armazenados na Área de Transferência serão copiados no disquete. ficarão rastros de navegação como os cookies, por exemplo.
A utilização de um disquete limita o processo de cópia de arquivos ou Há outros modos de apagar arquivos desnecessários, cookies e outras
conjuntos de arquivos até o tamanho total de 1.44Mb. Para a cópia de pistas deixadas em nosso micro todas as vezes que abrimos um arquivo,
grandes quantidades de informação, o ideal é utilizar discos virtuais, acionamos um programa ou navegamos na lnternet. Existem, inclusive,
oferecidos por alguns servidores, ou uma mídia compacta como o CD- programas especializados nessa tarefa. Essa limpeza torna a navegação
ROM. mais rápida.
Importante: E essencial utilizar antivírus no seu computador. Deixe sempre Para apagar seus rastros de navegação, por exemplo, abra o Windows
ativada a função “Proteção de Arquivos”. Essa função possibilita a Explorer e selecione no disco C: as pastas “Arquivos de Programas
verificação automática à medida que eles são copiados. ‘Windows”, ‘Tempo”, “Temporary lnternet Files”. Ao lado direito da tela você
poderá ver todos os arquivos e cookies recentemente baixados da Internet
para o seu computador. Basta selecioná-los e teclar os comandos
É bom saber: Há outros modos de copiar arquivos. Um deles é selecionar “shiftldel”.
aqueles que se deseja copiar, clicar e sobre eles e, sem soltar o botão do
mouse, arrastá-los até o drive A:.
WINDOWS EXPLORER GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS E PASTAS
O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Computador: Orga-
Detectando e corrigindo problemas: Scandisk
nizar o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exemplo,
Sabemos que os arquivos são guardados em setores de disco (rígido cópia, exclusão e mudança no local dos arquivos. Enquanto o Meu Compu-
ou flexível). Muitas vezes, porém, esses setores podem apresentar defeitos, tador traz como padrão a janela sem divisão, você observará que o Win-
provocando perda de dados. Outras vezes, processos de gravação não dows Explorer traz a janela dividida em duas partes. Mas tanto no primeiro
concluídos podem levar o sistema de arquivos a um estado inconsistente. como no segundo, esta configuração pode ser mudada. Podemos criar
Quando você começara se deparar com erros do tipo: “Impossível pastas para organizar o disco de uma empresa ou casa, copiar arquivos
ler/gravar a partir do dispositivo”, fique certo de que as coisas não estão para disquete, apagar arquivos indesejáveis e muito mais.
como deveriam.
O primeiro passo para tentar uma solução é executar o Scandisk para
detectar e corrigir problemas no sistema de arquivos.
É bom saber: O Scandisk elimina setores marcados erroneamente como
se pertencessem a mais de um arquivo, e setores órfãos, que estão
marcados como usados, mas não pertencem a nenhum arquivo. Ele
também tenta ler os dados de setores deFeituosos, transferindo-os para
setores bons, marcando os defeituosos de modo que o sistema operacional
não os use mais.
Para executar o Scandisk, entre no Windows Explorer e dique com o
botão direito do mouse sobre a unidade de disco a ser diagnosticada (A:,
B:, C: ou D:). Selecione a opção “Propriedades” e, dentro da janela “Propri-
edades”, selecione a opção “Ferramentas”. Clique sobre o botão “Verificar
Agora” e o Scandisk será iniciado. Selecione a opção teste “Completo” e
marque a opção de correção automática. dUque em “Iniciar” para realizar a
verificação e correção.
A primeira opção procura ler os dados, buscando setores defeituosos. Janela do Windows Explorer
A segunda procura fazer sua transferência para setores bons, corrigindo No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu
automaticamente os setores ambíguos e órfãos. Em qualquer caso, os computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta seleci-
setores defeituosos eventualmente encontrados são marcados para não onada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos. Ele é com-
serem mais utilizados pelo sistema operacional. Dependendo do tamanho posto de uma janela dividida em dois painéis: O painel da esquerda é uma
em megabytes da unidade de disco a ser diagnosticada, esse processo árvore de pastas hierarquizada que mostra todas as unidades de disco, a
pode ser demorado. Lixeira, a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta);

Noções de Informática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e ⇒ Renomear arquivos
funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu ⇒ Copiar arquivos
Computador, como padrão ele traz a janela sem divisão, é possível dividi−la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para abrir o ⇒ Mover arquivos
Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os Progra- Entendendo como as pastas funcionam
mas / acessórios e clique sobre Windows Explorer ou clique sob o botão As pastas contêm arquivos, normalmente arquivos de um tipo relacio-
iniciar com o botão direito do mouse e selecione a opção Explorar. nado. Por exempIo, todos os documentos utilizados para criar um livro,
Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da esquerda como esta apostila por exemplo, residem em uma pasta chamada Apostila.
na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que Cada matéria é um arquivo. E cada arquivo da área de informática é colo-
contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal de – (menos) indi- cado dentro de uma pasta chamada informática, dentro da pasta Apostila.
cam que já foram expandidas (ou já estamos visualizando as sub−pastas). Estas pastas mantêm esses arquivos específicos separados de outros
Painel de controle arquivos e pastas no disco rígido.
O Painel de controle do Windows XP agrupa itens de configuração de Meus Documentos
dispositivos e opções em utilização como vídeo, resolução, som, data e Seu disco rígido do PC tem uma grande quantidade de espaço onde
hora, entre outros. Estas opções podem ser controladas e alteradas pelo pode ser feita uma pasta - e então se esquecer do lugar onde você a colo-
usuário, daí o nome Painel de controle. cou. Então o Windows facilita as coisas para você fornecendo uma pasta
pessoal, chamada Meus Documentos. Essa é a localização principal para
todo o material que você criará e usará enquanto estiver no Windows.
Não há nenhuma regra sobre excluir arquivos e pastas até se falar de
Meus Documentos. Você não pode excluir a pasta Meus Documentos. A
Microsoft quer que você a tenha e você irá mantê-la. Então, você deve
conviver com isso! Se clicar com o botão direito do mouse na pasta Meus
Documentos em sua área de trabalho, notará que há uma opção Excluir.
Essa opção é para excluir o atalho, que é realmente o que você vê na área
de trabalho, mas você não está eliminando a pasta Meus Documentos.
Você pode renomear Meus Documentos se quiser. Clique com o botão
direito do mouse na pasta e escolha Renomear. Digite o novo nome. Embo-
ra não seja recomendado.
Você pode compartilhar a pasta Meus Documentos com outros compu-
tadores conectados ao seu computador e com aqueles que estão configu-
rados como um usuário diferente em seu computador. Siga exatamente os
passos.
Compartilhar Meus Documentos
1. Clique com o botão direito do mouse na pasta Meus Documentos.
Para acessar o Painel de controle
2. Escolha Propriedades.
1. Clique em Iniciar, Painel de controle.
3. Clique a guia Compartilhamento.
2. Inicialmente o Painel de controle exibe nove categorias distintas.
Isto traz a guia Compartilhamento para frente -onde você deci-
Painel de controle de quem consegue compartilhar, quem não, e quanto controle
3. Clique na opção desejada. essas pessoas têm sobre sua pasta.
4. Na próxima tela escolha a tarefa a ser realizada. 4. Escolha Compartilhar Esta Pasta.
Utilize os botões de navegação: Tudo agora ganha vida e você tem todo tipo de opção:
Voltar Para voltar uma tela. Criando uma pasta (DIRETÓRIO)
A pasta Meus Documentos pode ficar facilmente desorganizada se vo-
Avançar Para retornar a tarefa. cê não se antecipar e criar pastas adicionais para organizar melhor seu
material. Lembre-se: Meus Documentos é como um grande gabinete de
Acima Para ir ao diretório acima. arquivos. Quando precisar de um novo arquivo, digamos para um novo
Para localizar arquivos, imagens, sons, vídeos, assunto, você prepara uma pasta para ele. Conforme continuar a trabalhar,
Pesquisar você preencherá cada pasta com arquivos diferentes.
etc.
Criar uma pasta (DIRETÓRIO)
Pastas Para exibir o conteúdo de uma pasta. 1. Dê um clique duplo em Meus Documentos.
2. Clique em Arquivo > Novo, ou
PASTAS E ARQUIVOS 1. Em Meus Documentos clique com o botão direito do mouse
Uma unidade de disco pode ter muitos arquivos. Se todos eles estives- 2. Novo > Pasta
sem em um mesmo lugar, seria uma confusão.
COMO ABRIR ARQUIVOS E PASTAS
Para evitar esse caos, você pode colocar seus arquivos de computador
Tudo no Windows se abre com um clique duplo do mouse. Abra uma
em pastas. Essas pastas são utilizadas para armazenar arquivos e ajudar a
pasta para exibir os arquivos (e talvez até outras pastas) armazenados
mantê-Ios organizado assim como as prateleiras e cabides ajudam você a
nessa pasta. Abra um arquivo para iniciar um programa, ou abra um docu-
manter suas roupas organizadas
mento para editar.
Os destaques incluem o seguinte:
Abrir um arquivo ou pasta
⇒ Meus Documentos 1. Dê um clique duplo em um ícone da unidade de disco.
4. Digite o nome e tecle ENTER O ícone da unidade (C:) é uma boa escolha. Há sempre material aí
5. Pronto! A Pasta está criada. dentro. Um clique duplo no ícone abre unidade (C:) e permite que
⇒ Fazer uma pasta você veja que arquivos e pastas residem lá.
⇒ Excluir arquivos 2. Dê um passeio.
⇒ Recuperar arquivos Dê um clique duplo em uma pasta. Isso abre a pasta, e você vê ou-
tra janela cheia de arquivos e talvez ainda mais pastas.

Noções de Informática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3. Para abrir outra pasta, dê um clique duplo em seu ícone. Utilizar Enviar Para
4. Feche a pasta quando tiver terminado. 1.Localize seu arquivo (ou pasta).
Clique no botão fechar (x) da janela da pasta localizado no canto 2.Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
superior direito da janela. 3.Escolha Enviar Para.
Só para lembrá-Io de onde você está com todos estes arquivos e pas- 4.Clique em uma das quatro opções:
tas abertos, o nome da pasta atual que está vendo aparece na parte supe-
⇒ Disquete -Você deve ter um disco na unidade A: (ou sua unidade
rior da janela, na barra de título.
de disquete).
Excluindo arquivos
⇒ Área de trabalho - Cria um atalho na área de trabalho para o arqui-
1. Selecione o arquivo destinado a ser destruído. vo ou pasta selecionado.
Clique no arquivo uma vez com o mouse para selecioná-lo. ⇒ Destinatário de correio - Abre o programa de correio eletrônico Out-
2. Escolha Excluir a partir do menu Arquivo. look Express. Digite o endereço na caixa Para, ou clique no Catá-
Aparecerá a mensagem: Você tem certeza de que quer enviar o logo de Endereços ao lado da palavra Para e escolha um endereço
arquivo para a Lixeira? de e-mail. Clique no botão Enviar quando tiver terminado
3. Clique em Sim. ⇒ Meus Documentos - Faz uma cópia do arquivo ou pasta na pasta
Se você mudar de ideia, você pode sempre clicar em Não. Se você es- Meus Documentos.
colher Sim, talvez tenha uma breve animação gráfica representando papéis Movendo arquivos
voando para um balde. Isso significa que seu arquivo está sendo jogado
fora. Mover arquivos é como copiar arquivos, embora o original seja excluí-
do; apenas a cópia (o arquivo "movido") permanece. É como recortar e
Recuperação de arquivos colar em qualquer programa. Lembre-se de que toda a questão em torno de
OK, você exclui o arquivo. Pensando bem, você não está tão seguro se mover, copiar e excluir arquivos é para manter as coisas organizadas de
deveria ter excluído este arquivo. Não se preocupe. Há um ícone em sua modo que seja fácil localizar seus arquivos.
Área de trabalho chamado Lixeira. Você pode mover arquivos de duas maneiras: recortando e colando ou
Recuperando um arquivo arrastando.
1. Dê um clique duplo no ícone Lixeira. Recortando e colando
2. Localize o arquivo que você excluiu Recortar e colar um arquivo ou uma pasta é a opção para se mudar um
3. Clique uma vez no arquivo. arquivo ou pasta para o seu local correto.
4. Clique em Arquivo. Recortar e colar um arquivo
5. Escolha Restaurar. 1. Localize o arquivo que você quer utilizar.
Renomear um arquivo Novamente, este arquivo pode ser localizado em qualquer lugar. Abra Meus
1. Localize o arquivo que quer renomear Documentos, utilize o Explorer, ou uma pasta qualquer.
Você pode utilizar o Explorer, ou se estiver abrindo um arquivo a 3. Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
partir de qualquer pasta e encontrar aí um arquivo que quer reno- 4. Escolha Recortar.
mear, você pode seguir os passos abaixo para alterar o nome de 4. Localize e abra a pasta onde você quer colar o arquivo.
arquivo. 5. Selecione Editar do menu.
2. Pressione a tecla F2. 6. Selecione Colar.
Depois de pressionar a tecla F2, o texto do nome de arquivo já está Pronto!
selecionado para você. Você pode substituir inteiramente o nome
existente, simplesmente começando a digitar ou mover o cursor pa- Arrastando arquivos
ra editar partes do nome. Arrastar arquivos é a maneira mais rápida e fácil de mover um arquivo.
3. Digite um novo nome. É especialmente conveniente para aqueles arquivos que você deixou um
pouco largados por aí sem uma pasta para acomodá-los.
4. Pressione Enter.
Arrastar um arquivo
E aí está: você tem um novo nome.
1. Selecione o arquivo e arraste
Copiando arquivos
Não solte o arquivo depois de clicar nele. Você está literalmente
No Windows, copiar um arquivo é como copiar informações em um agarrando o arquivo, e irá arrastá-lo.
programa: você seleciona o arquivo e então escolhe Copiar do menu Editar.
Para fazer a cópia, você localiza uma nova pasta ou unidade de disco para 2. Paire o ícone sobre a pasta desejada.
o arquivo e então escolhe o comando Colar do menu Editar. Isso é copiar e Essa é a pasta onde você quer que o arquivo resida.
colar! 3. Solte o ícone.
Copiar um arquivo Agora seu arquivo reside seguramente em sua nova casa.
1. Localize o arquivo que quer copiar Localizando arquivos e pastas
2. Clique com o botão direito do mouse no arquivo. Por mais que tente se manter organizado, há momentos em que você
3. Selecione Copiar. não pode se lembrar de onde colocou um arquivo ou uma pasta. Embora o
4. Localize o lugar onde você quer colar essa nova cópia. Windows tente mantê-lo organizado com a pasta Meus Documentos, as
5. Selecione Editar da barra de menus. coisas podem ficar confusas.
6. Escolha Colar da lista.
Felizmente, o Windows fornece um recurso Pesquisar. Esse recurso
Para ser realmente eficiente, você deve fazer isso a partir do Windows
procura arquivos e pastas com base em vários tipos de critérios.
Explorer. Todos os seus arquivos estão listados e disponíveis para serem
manuseados. Apenas selecione o arquivo que quer copiar, escolha Editar
do menu e então clique em Copiar. Agora, vá para a nova localização do INSTALAÇÃO DE PERIFÉRICOS
arquivo, clique em Editar novamente no menu e clique em Colar. PAINEL DE CONTROLE > WINDOWS
Enviar Para O Painel de Controle foi projetado para gerenciar o uso dos recursos
A opção Enviar Para permite enviar uma cópia de um arquivo ou de de seu computador.
uma pasta para uma das muitas localizações: um disquete (normalmente Abrir o Painel de Controle
na unidade A:), sua área de trabalho, um destinatário de correio (por correio
1. Clique no botão de menu Iniciar
eletrônico) ou a pasta Meus Documentos.

Noções de Informática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2. Escolha Configurações. PROVA SIMULADA
3. Clique no Painel de Controle, como mostra a Figura
Ou, você pode... 01. Formatar significa:
1. Dar um clique duplo em Meu Computador. a) dar forma
b) transformar o texto em formato carta
2. Dar um clique duplo no ícone Painel de Controle. c) transformar o texto em formato ofício
d) nenhuma das anteriores

02. A formatação funciona como


a) enfeite
b) alternativa de programação
c) alternativa de espaçamento
d) nenhuma das anteriores

03. As fontes representam


a) programas do computador
b) as letras apresentadas no texto
c) os arquivos
d) nenhuma das anteriores
O Painel de Controle contém ícones que fazem uma variedade de fun-
04. Subscrito significa:
cionalidades (todas as quais supostamente ajudam você a fazer melhor seu
a) utilizar a letra “itálico”
trabalho), incluindo mudar a aparência de sua área de trabalho e configurar
b) utilizar a letra “sript”
as opções para vários dispositivos em seu computador.
c) rebaixar o texto
O que você vê quando abre o Painel de Controle talvez seja ligeira- d) nenhuma das anteriores
mente diferente da Figura. Certos programas podem adicionar seus pró-
prios ícones ao Painel de Controle e você talvez não veja alguns itens 05. Para copiar e remover um texto podemos
especiais, como as Opções de Acessibilidade. a) selecionar o texto e usar Ctrl V – Ctrl C
b) selecionar o texto e usar Ctrl X – Ctrl V
HARDWARE c) selecionar o texto e usar Ctrl – Alt – Insert
O primeiro componente de um sistema de computação é o HARDWA- d) nenhuma das anteriores
RE, que corresponde à parte material, aos componentes físicos do sistema;
é o computador propriamente dito.
O hardware é composto por vários tipos de equipamento, caracteriza- 06. A Mediatriz serve para
dos por sua participação no sistema como um todo. Uma divisão primária a) calcular o meio da página
separa o hardware em SISTEMA CENTRAL E PERIFÉRICOS. Tanto os b) calcular o cabeçalho da página
periféricos como o sistema central são equipamentos eletrônicos ou ele- c) adicionar espaço extra nas margens para encadernação
mentos eletromecânicos. d) nenhuma das anteriores

ADICIONAR NOVO HARDWARE 07. A Orientação define


Quando instalamos um hardware novo em nosso computador necessi- a) o tamanho da impressão
tamos instalar o software adequado para ele. O item Adicionar Novo b) define se a impressão deve ser feita na horizontal ou vertical
Hardware permite de uma maneira mais simplificada a instalação deste c) o tipo de papel a ser usado
hardware, que pode ser um Kit multimídia, uma placa de rede, uma placa d) nenhuma das anteriores
de fax modem, além de outros.
Na janela que surgiu você tem duas opções: 08. O zoom nos permite
1) Sim - deixar que o Windows detecte o novo hardware. a) reduzir ou ampliar a apresentação da tela
2) Não - dizer ao Windows qual o novo hardware conectado ao seu b) negritar todo o texto
micro. c) formar o texto parcialmente
d) nenhuma das anteriores
Ao escolher a opção Sim e pressionar o botão AVANÇAR, o Windows
iniciará uma busca para encontrar o novo hardware e pedirá instruções
09. Para salvar um documento em pasta ou disquete devemos clicar
passo a passo para instalá-lo.
a) salvar + o lugar onde salvar
Ao optar por Não e pressionar o botão AVANÇAR, surgirá uma janela
b) salvar como + o lugar onde salvar
onde você deverá escolher o tipo de hardware.
c) salvar + arquivo + locar onde alvar
Clique sobre o tipo de hardware adequado e o Windows solicitará pas- d) nenhuma das anteriores
so a passo informações para instalá-lo.
10. Para criar um novo documento devemos clicar
ADICIONAR OU REMOVER PROGRAMAS a) Arquivo + Novo
Você pode alterar a instalação do Windows e de outros aplicativos, adi- b) Meus documentos + Arquivo + Novo
cionando ou removendo itens, como Calculadora, proteção de tela, etc. c) Meus documentos + Novo + Arquivo + local
Para remover um aplicativo não basta deletar a pasta que contém os d) Nenhuma das anteriores
arquivos relativos a ele, pois parte de sua instalação pode estar na pasta do
Windows. Para uma remoção completa de todos os arquivos de um deter- 11. A imagem de uma página criada, por uma luz brilhante refletida,
minado programa você pode utilizar o item Adicionar/ Remover Programas, medida e quantificada, de cada ponto de uma página original, caracte-
que além de apagar o programa indesejado, remove todos os arquivos riza o princípio de funcionamento de
relacionados a ele, independente do local onde se encontrem, e remove o a) um plotter, somente.
ícone que está no menu Programas do botão INICIAR. b) um scanner, somente.
c) uma impressora laser, somente.
d) um plotter ou uma impressora laser.
e) um scanner ou uma impressora laser.
Noções de Informática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização
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12. A criação de cópias de segurança para restaurar ou recuperar arqui- c) Teclado, vídeo e impressora.
vos perdidos, em casos de defeito no disco rígido do computador, po- d) Discos magnéticos e memória RAM.
de ser realizada por programas e) Scanner, plotter e leitora de cartão perfurado.
a) fontes.
b) aplicativos. 22 - São periféricos somente de saída:
c) compiladores.
a) Teclado, scanner e leitora de código de barras.
d) de editar, copiar e colar.
e) de backup. b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
c) Vídeo, impressora laser e plotter.
13. O Acessório do Windows utilizado para desenhar é o d) Discos magnéticos e memória RAM.
a) Paint. e) Scanner, plotter e leitora de cartão perfurado.
b) WordPad.
c) ScanDisk. 23 - São periféricos magnéticos de entrada/saída:
e) Mídia Player. a) Teclado, scanner e leitora de código de barras.
e) Microsoft Exposition. b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
c) Vídeo, impressora laser e plotter.
14. Os comandos comuns que podem ser usados em qualquer item do d) Discos magnéticos e memória RAM.
Windows, clicando-se o botão direito do mouse sobre o item desejado,
e) Scanner, plotter e leitora de cartão perfurado.
estão contidos
a) na barra de tarefas.
24 - Genericamente pode-se classificar os computadores em:
b) na barra de propriedades.
c) no menu Iniciar. a) Grande porte, minis e mainframes.
d) no menu de atalho. b) Minicomputadores e estações de trabalho.
e) no Windows Explorer. c) Analógicos e microcomputadores.
d) Mainframes, minis e microcomputadores.
15. A criação de um arquivo, a partir de um documento digitado no Word, e) Transistorizados, digitais e híbridos.
é realizado através da caixa de diálogo denominada
a) Novo. 25 - A definição de um microcomputador é:
b) Editar. a) Equipamento com grande capacidade de memória principal (256
c) Arquivo. Megabytes), vários processadores, alta velocidade de processamento.
d) Salvar tudo. b) Equipamento usado geralmente em controle de processos, com
e) Salvar como. potência e capacidade menor que os mainframes.
16. A unidade central do computador é composta de: c) Equipamento baseado em um único processador, com média capaci-
a) Unidade Central de Processamento e Memória de Massa. dade de armazenamento em disco fixo (10 a 80 Gigabytes), com di-
b) Dispositivos ou Unidades de Entrada. mensões reduzidas.
c) Unidade Central de Processamento e Memória Principal. d) Equipamento com ou sem unidades de disquetes, com velocidade de
d) Unidade de Controle e Unidade de Lógica e Aritmética. processamento de 10 MIPS.
e) Periféricos ou Unidades de Entrada/Saída e) Equipamento com três processadores em paralelo e média
capacidade de armazenamento em disco fixo.
17. A unidade central de processamento (UCP) é composta de:
a) Unidade Central de Processamento e Memória de Massa.
b) Dispositivos ou Unidades de Entrada.
c) Unidade Central de Processamento e Memória Principal. RESPOSTAS
d) Unidade de Controle e Unidade de Lógica e Aritmética.
01. A 09. B 18. E
e) Periféricos ou Unidades de Entrada/Saída
02. A 10. A 19. C
03. B 11. B 20. B
18 - Os periféricos do computador são as/os: 04. C 12. E 21. A
a) Unidade Central de Processamento e Memória de Massa. 05. B 13. A 22. C
b) Dispositivos ou Unidades de Entrada. 06. C 14. D 23. B
c) Unidade Central de Processamento e Memória Principal. 07. B 15. E 24. D
d) Unidade de Controle e Unidade de Lógica e Aritmética. 08. A 16. C 25. C
e) Dispositivos ou Unidades de Entrada/Saída 17. D

19 - A memória principal divide-se basicamente em:


a) Memória Volátil e Memória de Massa.
b) Memória Magnética e Memória Secundária. ___________________________________
c) Memória RAM e Memória ROM.
d) Memória de Bolha e Memória de Massa. ___________________________________
e) Memória Alta e Memória Baixa. ___________________________________
___________________________________
20 - São memórias auxiliares:
a) Discos magnéticos e Memória EPROM. ___________________________________
b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
_______________________________________________________
c) Memória RAM e Memória ROM.
d) Memória de Bolha e Memória Principal. _______________________________________________________
e) Memória Alta e Memória Baixa. _______________________________________________________

21 - São periféricos somente de entrada: _______________________________________________________


a) Teclado, scanner e leitora de código de barras. _______________________________________________________
b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.

Noções de Informática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pleiteia-se, antes de tudo, a liberdade individual, dela decorrendo todas as
outras: liberdade econômica, intelectual, religiosa e política. Para essa
doutrina, a liberdade é condição necessária para a defesa da ação e das
potencialidades individuais, enquanto a não-liberdade é um desrespeito à
personalidade de cada um. O liberalismo usa do princípio da liberdade para
combater os privilégios conferidos a certos indivíduos em virtude de nasci-
mento ou credo. O princípio da liberdade presume que um indivíduo seja
tão livre quanto outro para atingir uma posição social vantajosa, em virtude
PARADIGMAS EDUCACIONAIS. de seus talentos e aptidões.
A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA. Assim, o progresso geral da sociedade como um todo está condiciona-
do ao progresso de cada indivíduo que obtém êxito econômico e, em última
CUNHA, Luiz Antônio. Educação e Desenvolvimento Social no Brasil, Rio de instância, à classe (grupo de indivíduos) que alcança maior sucesso mate-
Janeiro, F. Alves, 1989. rial.
A educação e a construção de uma sociedade aberta Outro elemento fundamental da doutrina liberal é a propriedade. Esta é
A uma crença muito difundida, atualmente, de que a educação escolar entendida como um direito natural do indivíduo, e os liberais negam autori-
é um meio eficaz e disponível para que as pessoas possam melhorar sua dade a qualquer agente político para usurpar seus direitos naturais.
posição na sociedade. Se as pessoas em pior posição puderem ingressar Uma vez que a doutrina liberal repudia qualquer privilégio decorrente
na escola pública e tiverem motivação para utilizar construtivamente as do nascimento e sustenta que o trabalho e o talento são os instrumentos
aquisições intelectuais por ela propiciadas, será certa a melhoria da sua legítimos de ascensão social e de aquisição de riquezas, qualquer indivíduo
posição. pobre, mas que trabalha e tenha talento, pode adquirir propriedade e rique-
Os ideais de uma escola pública, universal e gratuita, apesar de já con- zas.
cretizados em quase todos os países chamados desenvolvidos, são perse- A igualdade, outro valor importante para a compreensão da doutrina li-
guidos, ainda hoje, principalmente pelos países da América Latina. beral, não significa igualdade de condições materiais. Assim como os
Estes ideais educacionais não são novos. Mas, ao contrário, têm raízes homens não são tidos como iguais em talentos e capacidades, também não
no passado. Houve um momento histórico em que princípios como igualda- podem ser iguais em riquezas.
de de direitos e de oportunidades, destruição de privilégios hereditários, Para a doutrina liberal, como os homens não são individualmente
respeito às capacidades e iniciativas individuais e educação universal para iguais, é impossível querer que sejam socialmente iguais. Pelo contrário, a
todos constituíram-se nas diretrizes fundamentais de uma doutrina: o igualdade social é nociva, pois provoca uma padronização, uma uniformiza-
liberalismo. ção entre os indivíduos, o que é um desrespeito à individualidade de cada
Entretanto, podemos constatar que o papel atribuído à educação pela um.
doutrina liberal, como sendo o instrumento para a construção de uma A verdadeira posição liberal exige a “igualdade perante a lei”, igualdade
sociedade aberta, está presente, também, em outros discursos no Brasil: na de diretos entre os homens, igualdade civil. Tal posição defende que todos
pedagogia e no plano do Estado. têm, por lei, iguais direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à proteção
A educação no pensamento liberal das leis.
O liberalismo é um sistema de ideias elaborado por pensadores ingle- Dessa forma, a doutrina liberal reconhece as desigualdades sociais e o
ses e franceses no contexto das lutas de classe da burguesia contra a direito que os indivíduos mais talentosos têm de ser materialmente recom-
aristocracia. E foi mais precisamente no século XVIII, na França, que essa pensados.
doutrina se corporificou na bandeira revolucionária de uma classe, a bur- Os princípios do individualismo, da propriedade, da liberdade e da
guesia, e na esperança de um povo que a ela se uniu. igualdade exigem a democracia, outro importante princípios da doutrina
A seguir são comentados as origens ideológicas do papel social que é liberal. Consiste no igual direito de todos de participarem do governo atra-
atribuído à educação na construção do progresso individual e geral. vés de representantes de sua própria escolha. Cada indivíduo, agindo
livremente, é capaz de buscar seus interesses próprios e, em consequên-
O liberalismo é um sistema de crenças e convicções, isto é, uma ideo- cia, os de toda a sociedade.
logia. Todo sistema de convicções tem como base um conjunto de princí-
pios ou verdades, aceitas sem discussão, que formam o corpo de sua É verdade que nem todos os teóricos do liberalismo são democratas,
doutrina ou o corpo de ideias nas quais ele se fundamenta. Abordaremos como é o caso de Voltaire, que faz restrições à participação popular no
alguns princípios, os mias gerais, os que constituem os axiomas básicos ou governo. Seu interesse reside mais na garantia da segurança dos interes-
os valores máximo da doutrina liberal. São eles: o individualismo, a liberda- ses dos indivíduos bem sucedidos do que na dos interesses gerais. Rous-
de, a propriedade, a igualdade e a democracia. seau, o fundador da moderna doutrina democrática, ao contrário, dá espe-
cial importância à instauração de um governo popular, um governo da
O individualismo é o princípio que considera o indivíduo enquanto sujei- maioria.
to que deve ser respeitado por possuir aptidões e talentos próprios, atuali-
zados ou em potencial. O papel social da educação
A função social da autoridade (do governo) é a de permitir a cada indi- O exame de vários teóricos liberais possibilitou-nos sintetizar uma posi-
víduo o desenvolvimento de seus talentos, em competição com os demais, ção que é mais ou menos comum entre eles.
ao máximo da sua capacidade. O individualismo acredita terem os diferen- O principal ideal de educação é o de que a escola não deve estar a
tes indivíduos atributos diversos e é de acordo com eles que atingem uma serviço de nenhuma classe, de nenhum privilégio de herança ou dinheiro,
posição social vantajosa ou não. Daí o fato de o individualismo presumir de nenhum credo religioso ou político. A instrução não deve estar reservada
que os indivíduos tenham escolhido voluntariamente (no sentido de fazerem às elites ou classes superiores, nem ser um instrumento aristocrático para
aquilo que lhes interessa e de que são capazes) o curso que os conduziu a servir a quem possui tempo e dinheiro. A educação deve estar a serviço do
um certo estágio de pobreza ou riqueza. Se a autoridade não limita nem indivíduo, do “homem total”, liberado e pleno.
tolhe os indivíduos, mas, ao contrário, permite a todos o desenvolvimento A escola assim preocupada com o Homem, independente da família,
de suas potencialidades, o único responsável pelo sucesso ou fracasso classe ou religião a que pertença, irá revelar e desenvolver, em cada um,
social de cada um é o próprio indivíduo e não a organização social. seus dotes inatos, seus valores intrínsecos, suas aptidões, talentos e
Com este princípio (o individualismo), a doutrina liberal não só aceita a vocações.
sociedade de classes, como fornece argumentos que legitimam e sancio- O que é importante lembrar de Rousseau é a sua ideia de educação do
nam essa sociedade. É verdade que ela rejeita os estratos sociais “conge- “homem total” e pleno, independente da função ou profissão para as quais
lados” ou “cristalizados”, mas não a divisão da sociedade em classes. se quer moldá-lo ou destiná-lo, e a sua ideia de educação para a vida. A
Outro princípio da doutrina liberal que lhe empresta o próprio nome: a influência de Rousseau sobre os educadores da época deve-se aos seus
liberdade. Este princípio está profundamente associado ao individualismo.

Fundamentos da Educação 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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pressupostos políticos-democráticos, daí a importância da análise de seus Entretanto, não é necessário que seja assim. A educação escolar tem
discípulos, no estudo do pensamento liberal sobre educação. uma certa independência dessa ordem iníqua, vale dizer, dos setores da
Já François Marie Arouet Voltaire (1964-1778), grande expoente da te- sociedade que se beneficiam dessa ordem iníqua. Assim, a escola pode
oria política liberal, era um defensor da discriminação social. Apesar de organizar-se para produzir pessoas que vivam, na sociedade abrangente,
Voltaire ser um liberal (enciclopedista), seu pensamento ainda revela res- segundo relações, concepções e atitudes congruentes com uma sociedade
quícios de uma fase em que a educação era vista como privilégios de aberta, isto é, onde haja cada vez mais igualdade de oportunidades.
alguns. O que torna isso possível é o poder do Estado, necessário para enfren-
Denis Diderot (1713-1784) fazia parte, assim como Voltaire, do mesmo tar as resistências dos “consumidores privilegiados da vida”, dos “produto-
grupo de pensadores associados ao movimento liberal na França. No res industriais” e da inércia dos próprios educadores. É preciso frisar que a
entanto, Diderot difere de Voltaire em sua antipatia pelo lixo e na sua recu- necessidade do poder do Estado não é clara em Dewey, talvez pela grande
sa em acreditar que a pobreza e felicidade sejam facilmente compatíveis. descentralização da autoridade educacional nos Estados Unidos, onde o
Desfechou mesmo alguns ataques virulentos contra a injustiça da ordem poder de decisão sobre o funcionamento da escola está no local, no board
social do seu tempo, os quais refletiam quase o espírito de Rousseau. of education de cada couty.
Um dos mais importantes teóricos da educação liberal foi Jean Antoine Implantada e generalizada a escola nova, a sociedade irá se tornando,
Nicolas de Caritat, Marquês de Condorcet (1743-1794). Este pensador não gradativamente aberta. Isso não significa que não existirão mais diferenças
foi um profissional da educação, mas devido ao movimento lógico de seu entre indivíduos, que as classes deixarão de existir. Significa, isto sim, que
pensamento filosófico, foi levando a se ocupar dela, propondo soluções as classes sociais serão abertas, que haverá amplas possibilidades de que
práticas, através de um importante plano de ensino que visava a um siste- um indivíduo nascido em uma classe passe para outro, conforme suas
ma público e gratuito de educação com a finalidade de estabelecer a igual- qualidades intrínsecas manifestadas pelo processo educacional, suas
dade de oportunidades. Mas, para ele, não é suficiente que o Estado res- motivações e as possibilidades objetivas (como mercado de trabalho, por
peite aos direitos naturais do homem. Ele deve assegurar a cada cidadão o exemplo). É a reconstrução social pela escola.
gozo dos seus direitos, intervindo na supressão das desigualdades artifici- Educação e equalização no plano do Estado
ais ou sociais, consequência da reunião dos homens em sociedade. São O estudo das metas do Estado brasileiro deixa claro o papel atribuído à
três as desigualdades sociais, para Condorcet: a desigualdade de riqueza, educação no desenvolvimento. O objetivo é a construção de uma socieda-
a desigualdade de profissão e a desigualdade de instrução. O Estado de aberta no país, definida como sendo aquela onde inexistam barreiras
atenuará a desigualdade de fortuna abolindo as leis que favorecem a objetivas que impeçam qualquer indivíduo de realizar suas potencialidades
“riqueza adquirida”. Combaterá a segunda, pela instituição de seguros para pessoais. E definida, também, pela institucionalização de um caminho
velhos, viúvas e crianças. E destruirá a terceira, organizando um ensino adequado para a realização dessas potencialidades, que é a educação
público, livremente aberto a todos, que, ao mesmo tempo que assegurará o escolar.
reino da verdadeira igualdade, aperfeiçoará indefinidamente o espírito
humano. A educação profissional passa a ter uma grande importância. Ela é en-
carada como meio de se resolverem problemas graves como, por exemplo,
Embora entre os teóricos liberais, preocupados com a educação, hou- o desemprego. Como disse um alto funcionário do Ministério do Trabalho,
vesse alguns que defendessem uma posição elitista ou classista com “no Brasil não existe desemprego e sim falta de qualificação profissional
relação à educação popular, havia também outros, como Condorcet, Lepel- que causa o subemprego”. Visto assim, o emprego deixa de seu uma
letier e Horace Mann, que viam a educação como um direito a ser garantido consequência dos mecanismos impessoais, complexos, estruturais da
pelo Estado a todos, sem distinção de fortuna e justamente para diminuí-la. economia, e se transforma numa carência de indivíduos. na medida em que
Os primeiros, intérpretes especialmente da alta burguesia e da aristo- haja uma ação do Estado no sentido da superação dessa carência, o
cracia ilustrada, num certo sentido, eram fiéis ao antigo dualismo liberdade- desemprego, ou melhor, o subemprego, deixa de existir. Desta maneira,
igualdade. Todos têm liberdade para se educar, mas não têm, igualdade, as fica eliminada mais uma barreira à igualdade de oportunidades no país.
mesmas condições, porque a realidade socioeconômica das diversas A profissionalização do ensino médio mais a extensão da escolaridade
classes dentro da sociedade burguesa não lhes permite uma mesma instru- obrigatória de 4 para 8 anos foram encaradas como medidas que resultari-
ção. Foram então simplesmente coerentes ao separar os tipos de escolas e am numa abertura de oportunidades.
até mesmo os tipos de instrução “adequadas” a cada classe.
O planejamento do sistema de ensino, orientado pelo Estado, fará com
A reconstrução social no pensamento pedagógico que a educação escolar produza aquilo que espontaneamente (por si só)
O pensamento pedagógico sempre esteve impregnado da ideia de re- não poderá fazer: a equalização de oportunidades educacionais, logo
construção individual no sentido do aperfeiçoamento moral. Foi somente a sociais, até o limite das potencialidades de cada indivíduo.
partir da ascensão da burguesia como classe, na Europa Ocidental, que o Ideologia e realidade
pensamento pedagógico passou a orientar-se para a reconstrução social.
O exame do papel atribuído à educação para a construção de uma so-
O caminho foi muito longo. Talvez tenha se iniciado com Comenius ciedade aberta, pela doutrina liberal, pela pedagogia da escola nova e pelo
que, no século XVII, postulo a possibilidade de se ensinar todas as coisas a plano do Estado revela fortes traços comuns e algumas diferenças relevan-
qualquer pessoa. E seu termo foi, provavelmente, o pensamento do John tes.
Dewey, professor universitário norte-americano que exerceu grande in-
fluência na pedagogia contemporânea. Seu pensamento, denominado Observa-se que os discursos sobre este assunto, constata-se que eles
“pedagogia da escola nova”, apresentava um modelo de escola (uma referem a uma mesma realidade: a ordem econômica capitalista, isto é, a
escola nova) que se destinava à reconstrução da sociedade. uma sociedade onde os recursos produtivos (ou a maior parte deles) é de
propriedade privada (de certos setores da sociedade) e cujo móvel funda-
O pensamento de Dewey foi trazido para o Brasil por Anísio Teixeira, o mental é a acumulação desses recursos para apropriação também privada
maior dos educadores brasileiros e seu discípulos nos Estados Unidos. (desses mesmos setores).
Desde o início da década de 30 até o início da de 60 (à exceção do período
do Estado Novo, 1937-1946), Anísio Teixeira trabalhou intensamente dentro Essa ordem econômica, pelos seus mecanismos próprios, produz e re-
do Estado para que ele assumisse a tarefa de reconstrução social, utilizan- produz quotidianamente as desigualdades entre as classes sociais.
do para isso a escola pública, obrigatória e gratuita. Sua vasta obra peda- É comum imaginar-se que os mecanismos de discriminação existentes
gógica é toda voltada para a aplicação do pensamento de Dewey. no sistema educacional são conjunturais, acessórios, produtos de carências
Segundo o Texto de Anísio Teixeira permite evidenciar a semelhança momentâneas: falta de recursos para construir mais escolas, para treinar
de seu pensamento com o de Dewey. Explicitaremos isso apresentando o mais professores, para melhorar a qualidade do pessoal docente, para
modelo subjacente a ambos. melhorar o material didático, para das bolsas de estudos e, finalmente, para
escolarizar mais cedo as crianças da classe trabalhadora, a fim de diminuir
A tendência da presente ordem econômica é estabelecer uma socieda- os efeitos danosos da educação familiar “insuficiente”.
de organizada em classes onde algumas são privilegiadas e outras não.
Aquelas organizam a educação escolar de modo que ela reforce e sancione Essa crença constitui mias um aspecto da função dissimuladora do
essa “iniquidade”. pensamento educacional a respeito da verdadeira natureza dos seus pró-

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prios mecanismos. A análise da realidade educacional do Brasil não permi- margem de dúvida quanto à sua situação de benefício para as camadas de
te essa crença. Havendo mais recursos (materiais, humanos e financeiros), renda mais elevada.
eles serão redistribuídos de um modo tal que se reeditem os mecanismos Basta atentarmos para o fato de que cerca de metade dos matriculados
de discriminação, como vem ocorrendo na política educacional. Acontece na primeira série consegue atingir a segunda. Além disso, uma grande
que a discriminação vai ficando, a cada passo, mais dissimulada. Para o parte dos gastos públicos em educação, talvez a maior, é aplicada no
observador desavisado fica muito difícil perceber esses mecanismos, ainda ensino superior, gratuito e destinado às camadas de mais alta renda. Não
mais quando, como no caso brasileiro, as matrículas crescem a níveis se conhecem dados a respeito da distribuição de recursos públicos em
extremamente altos e tanto mais intensamente quanto mais elevado o grau educação, segundo níveis desta. No entanto, alguns dados podem sugerir
de ensino. que eles se encaminham com mais intensidade para o ensino superior:
Toda essa argumentação nos leva a perceber que é essencial à nossa O custo médio do aluno do ensino superior é muito maior do que o dos
sociedade a função ideológica que tem a educação de dissimular os seus outros graus;
próprios mecanismos discriminadores e os da ordem econômica. Portanto,
imaginar uma sociedade onde a educação não tenha essa função significa O ritmo de crescimento das matrículas no ensino superior é bem maior
imaginar uma sociedade onde a ordem econômica não produza e reprodu- do que o do ensino primário, do ginasial e do colegial. Assim, o produto de
za, quotidianamente, as desigualdades sociais. um custo médio mais alto pela maior intensidade de crescimento das matrí-
culas resulta em aumento relativo do dispêndio. Portanto, cremos que, se
A análise do papel atribuído à educação de instrumento de equalização fosse possível medir o efeito redistribuitivo dos gastos públicos em educa-
de oportunidades, pela doutrina liberal, pela pedagogia da escola nova e ção, encontraríamos, muito provavelmente, um resultado que mostra um
pelo Estado, mostrou ter essa atribuição a função ideológica de disseminar benefício líquido maior às camadas de rendas mais altas, justamente o
os mecanismos de discriminação da própria educação, bem como os da oposto da argumentação mencionada.
ordem econômica.
Os dados, mostram que a população de mais baixa renda tem diminuí-
As desigualdades entre as classes sociais bem como a dissimulação da sua participação no total. O mesmo não acontece com a população de
daquilo que as produz (pela educação) são produto da ordem econômica mais alta renda que, além de ter aumentada sua participação no total.
capitalista. O Estado que regulamenta, dirige e empreende a educação é o
mesmo Estado que regulamenta, dirige (em parte, pelo planejamento) e A economia brasileira apresentou um intenso processo de concentra-
empreende (em parte, através das empresas públicas e dos aportes de ção da renda na década de 60. A concentração não se deveu a diferentes
capital) a ordem econômica. “velocidades” de crescimento da renda real dos diversos níveis de ingresso
da população ativa, mas à manutenção (na hipótese mais otimista) da
Deste modo, verificamos que a advertência feita por Luiz Pereira a res- renda da metade inferior da escala e à elevação substancial da renda do
peito do uso da expressão “educação para o desenvolvimento” é válida quinto superior e, especialmente, dos 5% mais ricos.
para a expressão “educação para a construção de uma sociedade aberta”,
podendo este lema Não foi uma insuficiência na oferta de mão-de-obra com nível escolar
médio e superior o principal fator determinante do processo de concentra-
“(...) tornar-se vazio de significação concreta e vir, por isso mesmo e ção de renda. Do mesmo modo, não será o aumento da sua oferta um meio
por paradoxal que pareça, a desempenhar funções ideológicas, como mais de redistribuição da renda que pode, inclusive, resultar num efeito recon-
um dos recursos manipuláveis para retardamento de outras e profundas centrador pela diminuição dos salários de algumas categorias profissionais.
mudanças indispensáveis”.
O processo de concentração foi determinado por uma série de meca-
nismos intrínsecos à economia brasileira, reforçados por medidas de políti-
Educação e distribuição de renda ca econômica e fatos conjunturais como os seguintes: crescimento da
O conceito de renda, na teoria econômica, é formulado com base em produtividade conseguido por inovações tecnológicas e economia de esca-
um esquema simples onde a produção se faz pelo emprego, na unidade la; manutenção de baixos níveis salariais, possibilitada pela oferta ilimitada
produtiva, dos seguintes fatores econômicos: terra (ou instalações), traba- de força de trabalho, pela contenção do movimento sindical e por outras
lho, capital e capacidade empresarial. Cada um dos fatores é remunerado medidas trabalhistas; estrutura oligopolística da produção; montagem de
sob diferentes formas: aluguel para terra (ou instalações), salários para o um sistema de financiamento de bens de consumo duráveis; e, finalmente,
trabalho, juros para o capital e lucro para a capacidade empresarial. Desse aumento da demanda de profissionais para algumas ocupações de setor
modo, o processo de produção compreende dois fluxos. Um, de fatores de terciário “moderno”. Este último fenômeno, no entanto, tem sido superesti-
produção, num sentido; outro, em sentido contrário, de valores monetários. mado em algumas análises.
A renda gerada pelo processo produtivo é a soma de todos os valores do Parece-nos que a omissão de certos dados é tão ou mais importante
seu fluxo monetário, auferidos pelos proprietários dos fatores de produção do que aqueles que são apresentados oficialmente. É o caso das apura-
empregados (isto é, salários, aluguéis, juros e lucros) durante um período ções de dados que omitem, acreditamos que não casualmente, a distribui-
convencionado, geralmente um ano. ção funcional da renda, impedindo a verificação de modo direto e inequívo-
Os principais problemas que se apresentam ao estudo da distribuição co da sua repartição nos componentes salários, juros, lucros e aluguéis ou,
da renda podem ser resumidos nas seguintes perguntas: as pessoas que então, qual o montante de renda realizada por empregados, empregadores,
são proprietárias dos fatores de produção estão auferindo rendas diferen- autônomos, etc. Devido a essa omissão, os analistas são forçados a lançar
tes? Quais as pessoas (ou os fatores) que estão auferindo mais renda? (ou: mão de artifícios mais ou menos complicados para medir o fenômeno da
qual a distribuição funcional da renda?); por que razão alguns fatores distribuição da renda, simples em si mesmo.
auferem mais do que outros? Quais as determinantes desse processo? Em consequência disto, alguns caem, intencionalmente ou não, em er-
Quais as tendências do processo de distribuição da renda? ros que distorcem a natureza dos processos econômicos e sociais. Foi o
Segundo pesquisas realizadas sobre o assunto “educação e distribui- caso da atribuição à oferta dos sistemas escolares o poder de provocar um
ção da renda” há uma subestimação das rendas das camadas mais pobres efeito concentrador de renda de grandes proporções, como o ocorrido no
por dois motivos: não inclusão dos serviços públicos gratuitos ou subsidia- Brasil durante a década de 60.
dos, como educação, saúde e transporte, e omissão das rendas provenien- A escolarização desigual
tes da produção doméstica não comercializada (como a agricultura de Definida apenas pelos seus componentes formais, a escola existiu em
subsistência, por exemplo). Argumenta-se que, se fosse possível computar quase todas as sociedades. Assim compreendida, a escola é a instituição
os benefícios não monetários dos serviços públicos e da produção para onde se reúnem pessoas definidas como imaturas e especialistas em
autoconsumo, as rendas das camadas mais pobres seriam mais elevadas educação que desenvolvem as atividades previstas por um currículo pree-
do que as que aparecem nos censos, resultando, assim, em diminuição da xistente, sujeitas aquelas à avaliação e sanção por esses especialistas.
concentração real.
Foi na sociedade capitalista que se concebeu uma nova função para a
Acredita-se que a situação dos serviços públicos de educação, saúde e escola: a de reclassificar as pessoas oriundas das diferentes classes soci-
transporte apontam justamente na direção contrária à da argumentação ais conforme suas motivações e potencialidades inatas. Entretanto, elabo-
acima. A precariedade dos serviços de educação pública não deixa muita rada essa concepção nova de escola, e mesmo tendo ela passado a inte-
grar a ideologia oficial, os sistemas escolares não estavam, sempre, orga-

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nizados da mesma forma conforme esse alvo. Também não fora, sempre, ir prédios, contratar e treinar professores, montar uma rede de supervisão,
suficientemente extensos de modo a escolarizar toda a população. melhorar o material didático, etc. 2) do lado da clientela, a maior quantidade
Na sociedade capitalista há três modos típicos de conexão entre a prá- relativa de alunos das camadas médias e, portanto, socializados (ou pro-
tica da escola (aquilo que ela efetivamente faz) e a ideologia vigente a pensos a serem socializados) segundo a cultura dominante, permitirá uma
respeito da sua função social (as consequências dela esperadas). taxa de progressão relativamente mais elevada. Essa combinação de
fatores determinados pela concentração industrial explica a maior ou menor
A abertura da educação escolar distância das barreiras escolares do “piso” do sistema educacional.
O Governo Federal tem realizado diagnósticos educacionais em várias Há poucos estudos que medem a renda sacrificada decorrente da es-
oportunidades. O mais famoso deles foi preparado pelo Ministério do Plane- colarização. A maioria deles atribuem arbitrariamente um certo valor à
jamento como instrumento de trabalho do Plano Decenal de Desenvolvi- renda sacrificada, como faz Samuel Levy, onde imputa o valor zero à renda
mento Econômico e Social para o período 1967-1976. Mais recentemente, sacrificada pela escolarização primária.
em 1974, o Movimento Brasileiro de Alfabetização realizou um Diagnóstico
do Ensino Fundamental de modo a prever a quantidade de pessoas não Os dados disponíveis das pesquisas realizadas, embora fragmentados,
atendidas pelo ensino regular que fariam parte da sua clientela virtual. permitem-nos verificar a importância que assume a renda familiar na de-
terminação das possibilidades de escolarização, importância tanto maior
Os governos estaduais, na sua maioria, realizam planos onde há sem- quanto mais elevado o nível escolar. E essa determinação é independente
pre um capítulo destinado à educação contendo frequentemente um diag- da existência de vagas nas escolas.
nóstico.
Os dados nos permitem ver, também, que não se eliminam os fatores
Todos os planos contêm diagnósticos, isto é, a constatação de proble- restritivos da demanda apenas pela instalação de escolas gratuitas, embora
mas do sistema de ensino e, às vezes, terapêuticas, visando a sua solução. esta providência possa, obviamente, atenuá-los, resultando em aumento da
Esses diagnósticos “fazem os dados falarem”, trazendo ao conheci- taxa de escolarização.
mento dos planificadores a existência (e o dimensionamento) de problemas
às vezes insuspeitados.
A qualidade do ensino
Os problemas ligados ao acesso à escola têm constantemente apare-
A Constituição de 1969 estabelece que cido como tema político. A qualidade do ensino ministrado, entretanto, não
“O ensino primário é obrigatório para todos, dos sete aos quatorze teve a mesma projeção dado o caráter urgente de qualquer escola que
anos, e gratuito nos estabelecimentos oficiais”. surge para a maioria da população dela carente.
Posteriormente, a Lei n° 5.692/71 especificou a ligação entre idade e No entanto, em outros países, onde há taxas de escolarização muito al-
grau de ensino, esclarecendo que tas, esse problema tem merecido mais atenção, como nos Estados Unidos.
“Para efeito do que dispõem os Arts. 176 e 178 da Constituição, enten- No Brasil, infelizmente, não há um estudo que mostre, claramente, que
de-se por ensino primário a educação correspondente ao ensino de primei- as crianças da classe trabalhadora (de um segmento etnicamente distinto)
ro grau (...). frequentam escolas de qualidade mais baixa e são mais intensamente
Pode-se concluir, então, que o Estado estabeleceu para si próprio o afetadas por ela no seu desempenho educacional.
dever de garantir a escolarização obrigatória e gratuita (pelo menos nos Não dispomos de dados refinados sobre as diferenças de qualidade no
seus estabelecimentos) para toda a população a partir dos sete anos de ensino primário e no ginasial. No entanto, não é difícil aceitar a existência
idade. A duração da escolarização deveria ser de quatro anos, no mínimo, de grandes diferenças na qualidade do ensino primário, principalmente
conforme a Constituição de 1946, e dobrada para oito anos, segundo Lei n° entre as escolas públicas que atendem parte dos filhos dos trabalhadores, e
5.692/71. A consequência disso, pelo menos no plano das leis, é o estabe- as escolas privadas, muitas delas experimentais, que servem às crianças
lecimento de, no mínimo, uma parte aberta a todos, de entrada acessível, das camadas médias e aos filhos da classe dominante.
obrigatória e, principalmente, de permanência compulsória. As escolas públicas têm, geralmente, turmas de 40 alunos, e as aulas
O conteúdo do ensino não é algo que existe desligado das classes so- duram 3 horas diárias; as atividades dos alunos consistem em ouvir e
ciais. Tanto o conteúdo quanto a disciplina são familiares à classe dominan- anotar, sempre sentados, quase nunca falam; o material pedagógico con-
te e às camadas médias, mas absolutamente estranhos à classe trabalha- siste em quadro-negro, giz, caderno, lápis e livro-texto; a atividade educati-
dora. va é toda ela acionada apenas pela professora e é avaliada somente por
Este fato objetivo é dissimulado pelo pensamento pedagógico que pos- esta. As escolas experimentais privadas, ao contrário, têm turmas de 12 a
tula a “naturalidade” da educação (geralmente difusa). essa dissimulação é 20 alunos, no máximo, com aulas que duram de 4 a 5 horas diárias; as
necessária para que o ensino possa existir sem suscitar resistências maio- atividades consistem em manipular, produzir e se expressar através de
res. Quando as crianças oriundas das classes dominantes e da camadas jogos, dança, teatro, modelagem, pintura, recortes, etc.; o material pedagó-
médias vão à escola, têm no ensino um prolongamento da primeira sociali- gico é abundante e diversificado; a atividade educativa não se restringe à
zação, difusa, doméstica. Entretanto, para os filhos dos trabalhadores, a que é acionada pela professora, mas resulta, também, do trabalho da
experiência escolar é algo traumatizante. orientadora educacional e da psicóloga.
A escola organizada para uma elite recebia crianças educadas, perfei- A distribuição desigual da qualidade do ensino reforça as disposições
tamente equipadas para, imediatamente, aprenderem a ler, escrever e desfavoráveis à escolarização da classe trabalhadora.
contar, ou melhor, para vencerem o programa preconizado. Os alunos O sistema escolar desempenha a dupla função de discriminar e de dis-
provindos das classes sociais menos afortunadas não recebem, em casa simular essa discriminação. A discriminação se faz pela exclusão de certas
ou na classe social a que pertencem o preparo requerido pelos programas classes sociais do sistema escolar, pela destinação de “partes” distintas do
escolares preconizados para as escolas da elite que perduram no sistema sistema escolar, com ensino de conteúdo específico para cada classe ou,
escolar nacional. Daí as reprovações em massa, a escola primária do então, através de um sistema educacional unificado e homogêneo, mas de
“salve-se quem puder”, a escola organizada para atender aos portadores de distintos padrões de qualidade conforme as classes sociais que frequentam
um cabedal de experiências que lhes permitem usufruir dos benefícios cada escola ou cada grupo de escolas. Esta última forma é a que permite o
escolares que oferece. exercício da função de discriminação social de forma mais eficaz justamen-
te porque a dissimula mais; as diferenças de escolaridade entre as crianças
e jovens das diversas classes passa a ser explicada por razões individuais
A progressão na escola
como “falta de habilidade”, falta de “potencialidade inata”, falta de “motiva-
As altas taxas de reprovação e evasão somam-se à oferta limitada de ção”, etc.
vagas e resultam num afunilamento da distribuição dos alunos pelas diver-
Partimos da atribuição que o próprio Estado faz ao sistema educacional
sas séries e graus.
para estudá-lo. O Estado atribui ao ensino primário (na nomenclatura
A concentração econômica vai determinar, então um desempenho antiga) o caráter de aberto. Construímos, então, um esquema de análise
maior do sistema escolar por duas vias: 1) do lado dos recursos, o estado para medir o grau de abertura do ensino primário. Utilizamos uma grande
(principal responsável pelo ensino primário) tem mais dinheiro para constru-

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quantidade de dados oficiais e verificamos que o ensino primário está longe co de como a “ciência” pode estar a serviço da dissimulação da fome e,
de ser aberto e que esta situação não tem sofrido melhoria substancial nos assim, contribuir para a continuação das causas pelo seu não questiona-
últimos anos. mento.
Os setores de mais baixa renda da sociedade brasileira têm menos Na linguagem médica, como na linguagem do quotidiano, quando a
chances de entrar na escola; quando entram, fazem mais tardiamente e em fome chegar a ser percebida, é como um fenômeno natural, como o bom ou
escolas de mais baixa qualidade. Isso faz com que seu desempenho seja mau tempo. Ela não é percebida como sendo produzida pelos homens,
mais baixo e, em consequência, sejam reprovados mais frequentemente. pelas relações por eles próprios engendradas. Desde modo, mesmo sendo
Por isso, e devido, também, à migração e ao trabalho “precoce, evadem percebida, o é de um modo tal que encobre a sua verdadeira natureza, que
com maior frequência. Todos esses fatores determinam uma profunda fica, então, a salvo de críticas.
desigualdade no desempenho escolar das crianças e de jovens das diver- As causas da fome
sas classes sociais.
1) A política econômica empreendida a partir de 1964 e, principalmen-
Os argumentos oficiais utilizados para explicar essa contradição partem te, a partir de 1967, produziu, como um dos efeitos, a intensificação da
da existência de uma carência conjuntural, em vias de superação pelo concentração da renda, em benefício das parcelas de rendimentos mais
desenvolvimento do país, através do duplo efeito de ampliação dos recur- elevados. A política salarial fez com que o valor do salário mínimo decres-
sos do Estado, disponíveis para a educação, e a melhoria das condições de cesse em termos reais. Essa queda de rendimento vai repercutir diretamen-
vida da população em geral, principalmente da classe trabalhadora. Entre- te nos índices sanitários, principiando pela incapacidade de comprar os
tanto, há uma necessidade estrutural que faz com que o sistema educacio- alimentos indispensáveis.
nal escolar seja um meio de discriminação social e, ao mesmo tempo, de
dissimulá-la, apesar do desenvolvimento econômico existente e justamente 2) Os efeitos da concentração da renda sobre a fome não terminam aí.
para que ele tenha condições de se processar. O acúmulo de renda nas mãos de uma minoria gera uma capacidade de
consumo orientada para bens conspícuos importados (como artefatos
A conjuntura atual faz com que essa situação de carência prevaleça. luxuosos, alimentos e bebidas refinadas), empregada, também, em viagens
Mas, superada a falta de recursos materiais e humanos, a discriminação ao exterior. Isso exige uma quantidade crescente de divisas em moeda
persistirá através dos distintos níveis de qualidade da escola oferecida às estrangeira, destinadas a pagar essas importações e viagens. Aumentou-se
diferentes classes sociais. A cultura oficial da escola continuará sendo a as exportações, principalmente da carne bovina e da soja, elevando os
cultura da classe dominante e das camadas médias com os efeitos já preços destes produtos, dificultando muito seu consumo pela população de
comentados. Desta maneira, o processo de discriminação social via educa- baixa renda. Aumentou-se o consumo de soja no Brasil, porém sabe-se que
ção escolar assumirá uma forma ainda mais eficiente, porque a possível o valor nutricional da soja em relação as proteínas, não deve-se comparar
eliminação da “profissionalização precoce” e a generalização do ensino com as proteínas das carnes bovina. Além disso, o papel da produção de
elementar gratuito fornecerão uma base “objetiva” para que os jovens soja, no Brasil, é gerar divisas em moeda estrangeira para pagar as impor-
oriundos da classe trabalhadora reconheçam que a culpa do seu fracasso tações de bens de consumo de luxo para as camadas de altas rendas e
escolar (e social) se deve às suas próprias insuficiências; e correlativamen- suas viagens ao exterior.
te, para que os jovens provenientes da classe dominante e das camadas
médias festejam o seu sucesso, resultante dos seus “méritos próprios”. 3) A destruição de parte das colheitas é uma prática comum que objeti-
va a elevação dos preços dos produtos agropecuários. A destruição de
produtos vai desde a queima de grãos, o abandono de produtos ao apodre-
O desempenho desigual cimento, o lançamento de leite nos rios à matança de aves. Seu efeito, a
A língua portuguesa tem uma palavra que é comumente utilizada para curto prazo, é um só: a elevação dos preços devido à redução da oferta. A
descrever um dos componentes das condições de vida da classe trabalha- longo prazo, a continuação da situação de fome da classe trabalhadora.
dora: fome. Esta classe participa da renda nacional num montante que não 4) Deixamos para o fim o comentário do fator da fome que mais tem si-
permite a aquisição de alimentos na quantidade e na qualidade suficientes do apontado como importante pelos analistas oficiais: a ignorância e os
para a sua existência. Não se trata aqui das calamidades que atingem tabus alimentares vigentes na produção de baixa renda. É comum o des-
grandes áreas da terra e que, frequentemente, são manchetes dos jornais e prezo dos legumes, das verduras e das frutas, bem como da carne de
nos noticiários da TV. Também não é o caso da possível ausência de peixe, além da proibição da ingestão de certos alimentos na mesma refei-
recursos para a compra de caramelos para crianças sobrevivam, cresçam e ção. Esse fato é apontado como sendo o principal responsável pela fome.
atinjam a idade adulta com um organismo sadio, de modo a poderem Na medida em que houvesse “educação do povo”, ele procuraria os alimen-
usufruir de uma das condições necessárias à vida humana. tos de alto valor nutritivo, supostamente a seu alcance, e a fome deixaria de
A realidade da fome tem, na linguagem corrente, e na científica, um existir, ou na pior das hipóteses, diminuiria bastante de intensidade.
dos mais eficientes mecanismos de sua dissimulação. Esses são alguns dos motivos das causas da situação de fome que
A fome, tal como indicamos acima, é denotada pela mesma palavra atinge a população de baixa renda no Brasil, integrante da classe trabalha-
com que nos referimos à mera vontade de comer, ao apetite. O apetite é dora.
uma sensação que deriva de estados psicológicos (compensações, por
exemplo) e do hábito. As pessoas que têm recursos fartos para comprar a As consequências educacionais da fome
quantidade de comida de que necessitam sentem apetite. Mas não estão A situação de fome prejudica a educação (escolar) não apenas porque
em situação de fome tal como a definimos. Por isso, dizemos que empregar a criança com fome(= apetite) tenha dificuldade de aprender, como é co-
um único vocábulo para denotar o apetite e a fome tem a função ideológica mum se pensar, embora isso possa influir de modo conjuntural. O prejuízo
de encobrir a realidade desta, reduzindo-a ao problema imediato do apetite. ocorre pelo retardo na aprendizagem e no desempenho psicológico, mesmo
É claro que a situação de fome pode produzir apetite, que não deve ser que a fome só ocorra antes de a criança ingressar na escola, e principal-
confundido, entretanto, com a situação geradora, sob pena de descaracteri- mente nestes casos.
zá-la pela confusão com um dos seus efeitos, o menos relevantes em Segundo Cravioto, são três os mecanismos que interferem sobre a
termos sociais. aprendizagem, como decorrência da situação de fome. São eles:
A linguagem médica contribui, a seu modo, para que a realidade da 1) A perda no tempo de aprendizagem. Cravioto mostrou que, durante
fome seja confundida, camuflada, dissimulada. Os médicos tratam, em os períodos de subnutrição, a criança é menos responsiva ao ambiente
geral, do doente e não da doença. Isolam o doente do seu contexto, diag- físico e social e, em consequência disso, tem menos oportunidade de
nosticam a sua “doença”, tratam-no e devolvem-no ao seu ambiente. Fa- aprender. Na melhor das hipóteses, mesmo que a subnutrição seja supera-
zem assim com muitas crianças oriundas da classe trabalhadora, em situa- da por um reforço alimentar, a criança tem seu processo de aprendizagem
ção de fome. Diagnosticam a sua “doença” como sendo “desnutrição” ou reduzido alguns meses, apresentando, então, a longo prazo, uma lacuna no
outro nome semelhante e medicam-nas. Para os médicos, uma pessoa em seu desenvolvimento.
situação de fome e outra, sem comer devido a um trauma psíquico ou a
uma decisão voluntária, têm a mesma doença, desnutrição, pois apresen- 2) A interferência durante os períodos críticos da aprendizagem. Este
tam igual quadro clínico. Deste modo, os médicos confundem os problemas autor mostra que aquela perda de tempo não é alguma coisa que possa ser
(diferentes) com os seus efeitos de igual aparência. É um exemplo dramáti- superada pela intensificação do processo de aprendizagem.

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3) Mudanças de motivação e na responsividade. Cravioto parte do fato burocratas do Estado, como os da escola (pessoal docente e administrati-
amplamente reconhecido de que as reações da criança determinam as vo), são provenientes da “classe média” e identificam-se, na maioria das
respostas das mães que, por sua vez, estimulam a criança. Diz este autor vezes, com os objetivos das suas respectivas burocracias. Mas isso não
que durante os estados de subnutrição a responsabilidade à estimulação quer dizer que os objetivos foram assumidos pelas burocracias porque seus
materna fica diminuída, aparecendo um quadro de apatia, um dos primeiros burocratas são da “classe média” e a “classe média” tem tais e quais objeti-
efeitos desses estados. Essa apatia pode reduzir a capacidade de a criança vos. O que acontece, na realidade, é que o Estado tem como seus objetivos
funcionar como estimuladora da mãe e, em consequência, da responsivida- os da classe dominante, que, para isso, o instituiu. Mas as camadas médias
de desta. assumem como um dos seus objetivos (conscientes ou não) o ingresso na
Esses três mecanismos não ocorrem isoladamente, mas se combinam classe dominante, daí o seu esforço cotidiano para investir-se do capital
na determinação da interferência sobre a aprendizagem, retardando-a e necessário para isso e, também, ou, na falta deste, pelo menos, da cultura
prejudicando-a de modo duradouro. elaborada por esta classe ou por intelectuais a seu serviço (conscientemen-
te ou não). Decorre daí que, ao se dizer que os padrões da escola são os
Mas os efeitos da situação de fome, na educação escolar, não se re- “padrões da classe média”, deixa-se de dizer que os padrões da escola são
sumem aos mecanismos mencionados acima. Ela produz, também, uma os da classe dominante assumidos pela “classe média” como parte de sua
deficiência mais ou menos permanente nos comportamentos adaptativo e estratégia (acreditamos, inconsciente) de ascensão social.
motor das crianças, que dificultará muito o aprendizado das técnicas ele-
mentares de leitura, escrita e cálculo. A escola desempenha a função social de reprodução da estrutura de
classe, mas de um modo tal que a reposição dos filhos no lugar dos pais
A constatação da fome como um elemento “perturbador” da aprendiza- seja percebida como um resultado de desempenho escolar e não das
gem escolar não é nova no Brasil. Já na Primeira República havia uma posições prévias; e, ainda mais, de modo que a discriminação que se
“distribuição de sopa ao meio-dia” para os alunos das escolas industriais processa dentro da escola não seja percebida como tal, mas como algo
que, segundo os observadores da época, fez aumentar sensivelmente o “natural”.
comparecimento às aulas, bem como o preenchimento das vagas disponí-
veis. Concluindo, a situação da fome da classe trabalhadora é devida a um
conjunto de efeitos da política econômica necessários, por sua vez, à
Além da constatação da insuficiência do programa de alimentação es- existência da sociedade na sua estrutura atual.
colar, outras críticas têm surgido, mostrando que há outras necessidades
tão ou mais prementes. É o caso das crianças menores de 6 anos que, não Daí decorre que a situação de fome da classe trabalhadora não é ape-
sendo escolarizadas, não podem se beneficiar da merenda escolar. nas um acidente lamentável, mas algo necessário ao funcionamento da
sociedade baseada nas formas de dominação em vigor.
Além disso, tem-se mostrado que a boa alimentação da mãe, durante a
gestação e a amamentação, é um requisito indispensável para a produção O Estado assumiu, recentemente, a gerência das medidas de combate
de uma criança sadia. Pouco adiantaria, segundo essas críticas, alimentar á fome sem que, entretanto, suas causas sejam postas em questão. São
as crianças oriundas da população de baixa renda, na escola primária, se o propostas, então, medidas paliativas que não alterarão o quadro geral da
seu desenvolvimento já estivesse comprometido pela fome da mãe e da situação de fome da classe trabalhadora.
sua própria, antes que pudesse frequentar a escola. A situação de fome determina que o desempenho escolar das crianças
As medidas de doação de alimentos são meros paliativos que, sem dú- da classe trabalhadora seja muito baixo, comparativamente ao das crianças
vida, beneficiarão um certo número de crianças e adultos da classe traba- das camadas médias e da classe dominante. Desta maneira, a escola pode
lhadora. Mas o principal beneficiário será, certamente, a classe dominante, excluir aquelas crianças de um modo “legítimo”, sem que o seu papel
em proveito da qual a situação de fome existe e, mais particularmente, no discriminador apareça.
caso brasileiro recente, à qual interessa a intensificação da fome produzida Mas podemos argumentar que a situação de fome possa eventualmen-
pela concentração da renda. Esse benefício se dá, também, pelo efeito te ser superada por um mecanismo qualquer, inclusive que haja interesse
ideológico que as medidas paliativas podem ter, dissimulando as causas da da classe dominante pela melhor saúde da classe trabalhadora, de modo
fome e a sua necessidade na atual modelo de desenvolvimento. que seu trabalho seja mais produtivo. Poder-se-ia imaginar que, como isso,
O fracasso de muitas crianças na escola primária, principalmente as da a discriminação social via escola (caso ela viesse a ser abundante e de
classe trabalhadora, é um fato conhecido no Brasil há muito tempo. As qualidade homogênea) tendesse a desaparecer. Entretanto, é dentro da
causas deste fato foram sempre atribuídas às insuficiências das escolas escola, através de mecanismos propriamente educacionais, que se proces-
que essas crianças frequentavam, seja em termos de recursos humanos sa (ou se completa) a discriminação de modo mais sutil, dissimulado e
(professores escassos e mal preparados) seja em termos de recursos eficaz.
materiais (falta de livros e outros objetos auxiliares do ensino e de espaço A cultura da classe trabalhadora, compreendendo sua fala, seus hábi-
apropriado). tos, seus valores e aspirações, é distinta da cultura da classe dominante
Em verdade, as pessoas das camadas mais desfavorecidas da popula- devido às suas diferentes condições de vida. a classe dominante tem o
ção possuem um subcultura que é uma transformação da cultura da classe poder de impor a sua cultura como sendo a cultura, abrangendo a fala, os
dominante; esta chega com atraso aos grupos menos participantes e domi- hábitos e as aspirações “naturais” próprias da “civilização” e da “humanida-
nados da sociedade, não possuindo, dessa forma, viabilidade para sua de”. A escola é a instituição que executa, como mandatária, o papel de
plena execução. Devido a tal defasagem, a subcultura desses grupos, que discriminar as pessoas que são portadoras da cultura, ou que conseguem
é bem rica, não é a mesma dos grupos dominantes da sociedade onde interiorizá-la rapidamente, e de conferir-lhes um sinal distintivo disso: o
vivem e onde terão que competir. diploma. As outras pessoas são aparadas das demais e a ausência do
diploma (ou o diploma inferior) é sinal da sua “pobreza cultural”.
O papel da escola é o de funcionar como mecanismo de produção da
marginalidade cultural. Afora a escola, as (sub) culturas dos diferentes Os efeitos da produção da marginalidade cultural são tais que suas ví-
grupos (ou classes) são apenas diferentes. É a escola que vai transformar a timas são compelidas a se imaginarem as culpadas pela sua própria margi-
diferença em marginalidade e, em decorrência produzirá juntamente com nalizarão, ficando, assim, escondidas as relações de dominação que a
outras agências a discriminação social. Tudo começa quando as crianças determinaram. Agindo nesse sentido, a escola produz a incapacidade de as
oriundas das “camadas mais desfavorecidas” ingressam na escola. pessoas serem educadas.
É o Estado a instituição que, na sociedade capitalista, mantém, organi- O corpo docente-administrativo do sistema escolar, responsável, em
za e rege a escola. Ele pode fazer isso de modo mais ou menos centraliza- primeira instância, pela condução desse processo, é constituído de pessoas
do (mais no Brasil, menos nos EUA), mais ou menos diretamente (mais no das camadas médias. Enquanto tais, definem-se em função da expectativa
Brasil, menos na Holanda). De qualquer forma, e na “melhor” das hipóte- e da prática cotidiana de luta pelo ingresso na classe dominante, para o que
ses, a educação escolar somente será possível com a concordância do já dispõem de razoável “quantidade” de capital cultural. Assim, a cultura da
Estado, ainda que tácita; na “pior” hipótese, o Estado planeja, executa, classe dominante é aceita oficialmente pelo sistema escolar como “natural”
financia e obriga ao ensino que julga conveniente. Mas esse controle exer- e indiscutível, e a cultura da classe trabalhadora, rejeitada como indecente,
cido pelo Estado sobre a escola não é feito “conforme os padrões da classe primitiva, grosseira. Os mecanismos cotidianos da prática escolar expres-
média”. Aqui se dá justamente o contrário: é a “ilusão do funcionalismo”. Os sam de modo “científico” esses estereótipos e concorrem “objetivamente”

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para a exclusão das crianças dessa origem da escola, logo nas primeiras posse de um requisito educacional, a oferta de força de trabalho, incorpo-
séries. rando ao mercado urbano as massas rurais e as que forem expulsas do
Essa é a principal razão que explica as grandes taxas de evasão e re- campo.
petência na 1a. série da escola primária brasileira. Entretanto, é possível Nas cidades, incorporará ao setor industrial do mercado, bem como ao
prever-se que, à medida em que o sistema escolar se aperfeiçoe, isto é, do terciário moderno, os contingentes subempregados do setor serviços, da
passe a desempenhar de modo mais eficaz e dissimulado sua função construção civil, dos transportes e os biscateiros. Com isso, ampliará o
discriminadora, essas taxas tendam a decrescer. Na medida em que isso exército industrial de reserva que, por sua vez, permitirá a continuação do
acontecer essas taxas serão “distribuídas” por várias séries (e, mesmo, por processo de acumulação de capital e a queda, a manutenção ou, na pior
vários graus) de modo a tornar o processo menos perceptível, logo mais das hipóteses, a lenta elevação dos salários relativamente ao ritmo de
eficaz. crescimento da taxa de lucro.
Atualmente são cada vez mais populares certas medidas supostamen- Essa função não é manifesta em qualquer dos textos que tratam do
te tendentes a eliminar (ou, pelo menos, a minorar) os efeitos da marginali- programa de alfabetização de massa e foi colocada aqui, como uma hipóte-
dade cultural, “compensando” as “desvantagens” culturais das crianças da se, de verificação extremamente difícil. Mas o crescimento do número de
classe trabalhadora através do ensino pré-primário. As propostas neste concluintes do ensino elementar regular, somado aos atingidos pelo cursos
sentido proclamam a necessidade de o Estado promover essa “educação de “alfabetização funcional” e de “educação integrada” certamente induzirá
compensatória” como já vem fazendo em pequena escala. Essas propostas a elevação dos requisitos educacionais, um processo de seleção utilizado
não levam em consideração a função do Estado de promover as condições pelas empresas para facilitar a seleção de candidatos aos seus quadros.
para que a dominação exercida pela classe dominante possa se fazer de Este tornará inelegíveis, para as ocupações pretendidas, trabalhadores
modo cada vez mais completo, supondo, ao contrário, que seu objetivo é a de nível educacional primário (ou a ele correspondente) que, em conse-
promoção do “bem-estar coletivo”. Medidas baseadas nessas suposições quência, passarão a demandar maiores ofertas de oportunidades educacio-
serão, certamente, bem aceitas e assumidas pelo Estado, na medida em nais de nível mais elevado através de cursos regulares e supletivos como
que desloca para a área dos “problemas resolvíveis administrativamente” a os do Projeto Minerva e das TVEs. E o processo continua, numa escalada
discussão em torno das relações de dominação e o papel, nele, da escola. entre as demandas de escolarização adicional e a elevação dos requisitos
Ao invés de se falar na marginalidade cultural como um produto dessas educacionais, vigiada de perto pela necessidade objetiva de manutenção
relações, ela será entendida (ou melhor, desentendida) como uma “carên- do exército industrial de reserva num volume apropriado ao desempenho de
cia” de pessoas que sofrem “privações”, superadas tão logo se mobilizem sua “função”.
recursos humanos e materiais dentro dos parâmetros existentes do sistema 3) As funções econômicas atribuídas manifestamente ao programa de
educacional. alfabetização de massa são a modernização dos hábitos de consumo, a
A análise das medidas de política educacional, bem como dos proces- ampliação do mercado consumidor através da suposta elevação dos salá-
sos sociais que se situam na confluência do produto da escola com o rios dos alfabetizados e o aumento do lucro das empresas através de um
desempenho da ocupação, permite que cheguemos às seguintes conclu- esperado incremento da produtividade não apropriada pelos trabalhadores.
sões: O processo objetivo da elevação dos requisitos educacionais permite
1) A reforma de ensino superior, de 1968, e do ensino médio, de 1971, que se levantem dúvidas quanto ao possível efeito da alfabetização fazer
têm a função de conter o crescente contingente de jovens das camadas elevar os salários, se válida a hipótese da sua função econômica básica de
médias que buscam, cada dia mais intensamente, o ensino superior como unificar a oferta de força de trabalho, aumentando, então, o volume do
meio de obtenção de um requisito cada vez mais necessário, mas não exército industrial de reserva.
suficiente, de ascensão nas burocracias ocupacionais. Entretanto, apesar 4) A definição do analfabetismo como um “vergonha nacional” ou uma
das tentativas de contenção, as matrículas no ensino superior têm crescido “mancha” tem a função ideológica de desviar para a área educacional a
muito, o que resultou numa perda relativa do poder de discriminação do discussão sobre as causas do atraso e do progresso, assim como das
diploma comum de graduação. A institucionalização das pós-graduação causas da pobreza. Do mesmo modo, a atribuição à reduzida duração da
desempenha, então, a função de restabelecer o valor econômico e simbóli- escolaridade obrigatória de ser causadora de deficiências na formação dos
co do diploma, agora em um nível mais elevado, acessível apenas a uma trabalhadores.
parte seleta (em termos intelectuais e de renda) dos graduados.
5) As medidas que compõem a política educacional liberadora, todas
O deslocamento de parcela dos jovens que procuram o ensino superior implementadas em termos massivos, têm se constituído num veículo privi-
para um mercado de trabalho supostamente carente de profissionais de legiado para que essa política desempenhe mais uma das funções a ela
nível médio foi a função atribuída ao novo ensino de 2º grau, generalizada e atribuídas: a de controle social. O conteúdo dos cursos de alfabetização e
compulsoriamente profissional. Mas as escolas privadas, que atendem aos dos curso supletivos às últimas séries de 1° grau, via rádio e TV, estão
setores de mais alta renda das camadas médias (e das classes dominan- repletos de mensagens que legitimam o Estado e apresentam, a cada
tes) têm disfarçado seu propósito propedêutico através de currículos falsa- passo, o discurso da grandeza.
mente profissionais. Assim, seus alunos terão, provavelmente, um diferen-
cial de preparo para os exames vestibulares, em relação aos demais, ainda Seu objetivo é fazer os trabalhadores (clientela dominante) crerem na
maior do que o existente antes da reforma do ensino médio. Se for genera- legitimidade das medidas de política econômica que excluem, sistematica-
lizada a tentativa observada em uma grande empresa estatal, de formar ela mente, e, em decorrência disso, servirem para a sedimentação do poder
própria profissionais de nível médio a partir de jovens recrutados no interior político através do apoio eleitoral ao partido do governo. Entretanto, os
do país, com modestos alvos de ascensão social, haverá, certamente, mais resultados eleitorais de 1974 sugerem fortemente que a função de controle
um obstáculo a se opor à prática recente de jovens das camadas médias. social, embora atribuída, não foi desempenhada, pelo menos na intensida-
de esperada.
Esta consiste na realização de um curso técnico como um caminho
mais longo e mais seguro de atingir o ensino superior, pois um futuro possí- 6) As aparências das medidas de política educacional, em todos os ní-
vel emprego é visto como fonte de recursos para o financiamento de novas veis, sugerem a existência de uma tentativa de redistribuir os “benefícios
tentativas de ultrapassar a barreira dos exames vestibulares. E é justamen- educacionais” em proveito dos trabalhadores, já que contêm as demandas
te o profissional de nível médio, aspirante à universidade, que a empresa (e logo, a oferta) ao ensino de 2° e 3° graus, disputados pelas camadas
em questão quer substituir em seus quadros pelos satisfeitos e motivados médias e pela classe dominante, e os libera no 1° grau, justamente o que
jovens interiorandos agradecidos pela “oportunidade”, e vacinados contra interessa, de imediato, à classe trabalhadora.
os efeitos nocivos de ascensão escolar/ocupacional/social. Entretanto, os pontos comentados acima permitem que possamos veri-
2) As medidas liberadoras de política educacional compreendem um ficar a convergência das políticas educacionais contenedora e liberadora no
programa de alfabetização de massa para adolescentes, pré-adolescentes sentido do alcance de uma mesma e única meta: a reprodução das classes
e adultos, e a implementação de programas de tele-educação com o uso sociais e das relações de dominação que as definem, sustentam e dão
dos recursos rádio e TV. Compreende, também, a extensão da escolarida- vida.
de mínima obrigatória de 4 para 8 anos. A alfabetização de grandes mas-
sas de trabalhadores terá a função econômica de unificar, em termos de

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A SALA DE AULA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: organizadas, embora influam na formação humana. Como exemplo, o autor
cita as formas econômicas e políticas de organização da sociedade.
CURRÍCULO ESCOLAR, PLANEJAMENTO E Já a educação intencional, segundo o autor, refere-se a influências em
AVALIAÇÃO, INTERAÇÃO PROFESSOR/ALUNO, que há intenções e objetivos definidos conscientemente, como é o caso da
RECURSOS DIDÁTICOS. educação escolar e extraescolar. São muitas as formas de educação inten-
cional e, conforme o objetivo pretendido, variam os meios. Segundo Libâ-
neo, podemos falar de educação não formal quando se trata de atividade
CAPÍTULO 1 educativa estruturada fora do sistema escolar convencional e da educação
PRÁTICA EDUCATIVA, PEDAGOGIA E DIDÁTICA formal que se realiza nas escolas ou outras agências de educação e instru-
O autor inicia este estudo de Didática situando-a no conjunto dos co- ção implicando ações de ensino com objetivos pedagógicos explícitos,
nhecimentos pedagógicos e esclarecendo seu papel na formação profissio- sistematização, procedimentos didáticos.
nal para o exercício da carreira docente. Para o autor as formas que assume a prática educativa se interpene-
Libâneo coloca no início deste capítulo os objetivos do mesmo, que tram, sejam elas não-intencionais ou intencionais, formais ou não-formais,
são: compreender a Didática como um dos ramos de estudo da Pedagogia, escolares ou extra-escolares. Também, segundo ele, o processo educativo,
justificar a subordinação do processo didático a finalidades educacionais e onde quer que se dê, é sempre contextualizado social e politicamente; há
indicar os conhecimentos teóricos e práticos necessários para orientar a uma subordinação à sociedade que lhe faz exigências, determina objetivos
ação pedagógico-didática na escola. e lhe provê condições e meios de ação.
O autor considera, primeiramente, que o processo de ensino, que é ob- Libâneo afirma que dizer que a educação é um fenômeno social quer
jeto de estudo da Didática, não pode ser tratado como atividade restrita ao dizer que ela é parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas
espaço da sala de aula, uma vez que o trabalho docente é uma das moda- e culturais de uma determinada sociedade. No caso da sociedade brasileira
lidades específicas da prática educativa mais ampla que ocorre na socieda- atual, a estrutura social se apresenta dividida em classes e grupos sociais
de e, para que se possa compreender a importância do ensino na formação com interesses distintos e antagônicos; esse fato repercute tanto na organi-
humana, é preciso considerá-lo no conjunto das tarefas educativas exigidas zação econômica e política quanto na prática educativa. Assim, as finalida-
pela vida em sociedades. des e meios da educação subordinam-se à estrutura e dinâmica das rela-
O autor define Pedagogia como sendo a ciência que investiga a teoria ções entre as classes sociais, o que quer dizer que são socialmente deter-
e prática da educação nos seus vínculos com a prática social global, e minados, o que significa dizer, segundo o autor, que a prática educativa, e
salienta que a Didática é uma disciplina pedagógica porque estuda os especialmente os objetivos e conteúdos do ensino e o trabalho docente,
objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino estão determinados por fins e exigências sociais, políticas e ideológicas.
tendo em vista finalidades educacionais, que são sempre sociais, funda- Segundo o autor, as relações sociais no capitalismo são marcadas for-
mentando-se na Pedagogia. temente pela divisão da sociedade em classes, onde capitalistas e traba-
A Pedagogia, segundo Libâneo, recorre à contribuição de outras ciên- lhadores ocupam lugares opostos e antagônicos no processo de produção.
cias como a Filosofia, por exemplo, ao estudar a educação nos seus aspec- A classe social proprietária dos meios de produção retira seus lucros da
tos sociais, políticos, econômicos, psicológicos, para descrever e explicar o exploração do trabalho da classe trabalhadora, sendo que esta última, à
fenômeno educativo. Continua ele, dizendo que esses estudos acabam por qual pertencem 70% da população brasileira, é obrigada a trocar sua capa-
convergir na Didática, uma vez que esta reúne em seu campo de conheci- cidade de trabalho por um salário que não cobre as suas necessidades
mentos objetivos e modos de ação pedagógica na escola. vitais e fica privada, também, às satisfações de suas necessidades espiritu-
Dentro do conjunto de estudos indispensáveis à formação teórica e ais e culturais.
prática dos professores, destaca-se a Didática como Teoria do Ensino, isto O autor afirma que a desigualdade entre os homens, que na origem é
porque a atividade principal do profissional do magistério é o ensino, que uma desigualdade econômica no seio das relações entre as classes soci-
consiste em dirigir, organizar, orientar e estimular a aprendizagem escolar ais, determina não apenas as condições materiais de vida e de trabalho dos
dos alunos, e é em função da condução do processo de ensinar, de suas indivíduos mas também a diferenciação no acesso à cultura espiritual, à
finalidades, modos e condições, que se mobilizam os conhecimentos peda- educação. Nesta nossa sociedade capitalista a classe social dominante não
gógicos gerais e específicos. só retém os meios de produção material como também os meios de produ-
ção cultural e da sua difusão, tendendo a colocá-la a serviço de seus inte-
PRÁTICA EDUCATIVA E SOCIEDADE resses.
Para Libâneo, o trabalho docente é parte integrante do processo edu- O autor define ideologia como sendo o conjunto dos valores, ideias e
cativo mais global pelo qual os membros da sociedade são preparados para práticas, que apresentado pela minoria dominante como representativo dos
a participação na vida social e a educação é um fenômeno social e univer- interesses de todas as classes sociais, e o sistema educativo, incluindo as
sal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento escolas, as igrejas, as agências de formação profissional, os meios de
de todas as sociedades. comunicação de massa, é um meio privilegiado para o repasse da ideologia
Através da ação educativa, segundo ele, o meio social exerce influên- dominante.
cias sobre os indivíduos e estes, ao assimilarem e recriarem essas influên- Para ilustrar, Libâneo cita, no texto, algumas afirmações que são pas-
cias, tornam-se capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora sadas nas conversas, nas aulas, nos livros didáticos, entre elas:
em relação ao meio social. • “O Governo sempre faz o que é possível; as pessoas é que não
Para o autor, em sentido amplo, a educação compreende os processos
colaboram”;
formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão
• “A educação é a mola do sucesso, para subir na vida”.
envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem
Continua ele, dizendo que, essas e outras opiniões mostram ideias e
socialmente; isto quer dizer que a prática educativa existe numa grande
valores que não condizem com a realidade social, o que dá a impressão
variedade de instituições e atividades sociais decorrentes da organização
que o governo se põe acima dos conflitos entre as classes sociais e das
econômica, política e legal de uma sociedade, da religião, dos costumes,
desigualdades, fazendo recair os problemas na incompetência das pesso-
das formas de convivência humana.
as, e que a escolarização pode reduzir as diferenças sociais, porque dá
Por outro lado, em sentido estrito, a educação ocorre em instituições
oportunidade a todos. Assim, problemas que são decorrentes da estrutura
específicas, escolares ou não, com finalidades explícitas de instrução e
social são tomados como problemas individuais.
ensino mediante uma ação consciente, deliberada e planificada, embora
Não se pode esquecer, segundo o autor, que as relações existentes
sem separar-se daqueles processos formativos gerais.
em nossa sociedade não são estáticas, imutáveis, estabelecidas para
O autor coloca no texto que os estudos que tratam das diversas moda-
sempre, isto porque elas são dinâmicas, uma vez que se constituem pela
lidades de educação costumam caracterizar as influências educativas como
ação humana na vida social. Isso significa que as relações sociais podem
não-intencionais e intencionais. Segundo o autor, a educação não-
ser transformadas pelos próprios indivíduos que a integram. Portanto, na
intencional refere-se às influências do contexto social e do meio ambiente
sociedade de classes, não é só a minoria dominante que põe em prática os
sobre os indivíduos e essas influências também são chamadas de educa-
seus interesses, mas também as classes trabalhadoras podem elaborar e
ção informal. São situações e experiências casuais, espontâneas, não
organizar concretamente os seus interesses e formular objetivos e meios do

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processo educativo alinhados com as lutas pela transformação do sistema como os meios apropriados para a formação do indivíduos, tendo em vista
de relações sociais vigente. prepará-los para as tarefas da vida social.
É importante lembrar, segundo Libâneo, que são os seres humanos O autor coloca que se pode dizer que processo de ensino-
que, na diversidade das relações recíprocas que travam em vários contex- aprendizagem é um trabalho pedagógico no qual se conjugam fatores
tos, dão significado às coisas, às pessoas, às ideias; é socialmente que se externos e internos. De um lado, atuam na formação humana como direção
formam ideias, opiniões, ideologias. consciente e planejada, através de objetivos/conteúdos/métodos e formas
O autor coloca que o campo específico de atuação profissional e políti- de organização propostas pela escola e pelos professores; de outro, essa
ca do professor é a escola, à qual cabem tarefas de assegurar aos alunos influência externa depende de fatores internos, tais como as condições
um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de físicas, psíquicas e sócio-culturais dos alunos.
suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e Diz Libâneo que a Pedagogia, sendo ciência da e para a educação, es-
criativo. tuda a educação, a instrução e o ensino, para o que compõe-se de ramos
Tais tarefas representam uma significativa contribuição para a forma- de estudo próprios como a Teoria da Educação, a Didática, etc.; ao mesmo
ção de cidadãos ativos, criativos e críticos, capazes de participar nas lutas tempo que busca em outras ciências, como a Psicologia da Educação, por
pela transformação social. exemplo, os conhecimentos teóricos e práticos que concorrem para o
Assim, continua ele, vê-se que a responsabilidade social da escola e esclarecimento do seu objeto, o fenômeno educativo.
dos professores é muito grande, pois cabe-lhes escolher qual concepção de Afirma o autor que o conjunto desses estudos permite aos futuros pro-
vida e de sociedade deve ser trazida à consideração dos alunos e quais fessores uma compreensão global do fenômeno educativo, especialmente
conteúdos e métodos lhes propiciam o domínio dos conhecimentos e a de suas manifestações no âmbito escolar.
capacidade de raciocínio necessários à compreensão da realidade social e A Didática é o principal ramo de estudos da Pedagogia. Ela investiga
à atividade prática na profissão, na política, nos movimentos sociais. os fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensi-
Educação, instrução e ensino no.
O autor considera, antes de prosseguir, importante esclarecer o signifi-
cado dos termos educação, instrução e ensino. A Didática e a formação profissional do professor
Educação corresponde a toda modalidade de influências e inter- A formação profissional do professor é realizada nos cursos de Habili-
relações que convergem para a formação de traços de personalidade social tação ao Magistério a nível de 2º grau e superior. Compõe-se de um con-
e do caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos junto de disciplinas coordenadas e articuladas entre si, cujos objetivos e
de agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, conteúdos devem confluir para um unidade teórico-metodológica do curso.
princípios de ação frente a situações reais e desafios da vida prática. Nesse Dessa maneira, segundo o autor, a formação do professor abrange du-
sentido, educação é instituição que se ordena no sistema educacional de as dimensões: a formação teórico-científica, incluindo a formação acadêmi-
um país, num determinado momento histórico; é um produto, significando ca específica nas disciplinas em que o docente vai especializar-se e a
os resultados obtidos da ação educativa conforme propósitos sociais e formação pedagógica, que envolve os conhecimentos da Filosofia, Sociolo-
políticos pretendidos; é processo por consistir de transformações sucessi- gia, entre outras, que contribuem para o esclarecimento do fenômeno
vas tanto no sentido histórico quanto no de desenvolvimento da personali- educativo no contexto histórico-social; e a formação técnico-prática consul-
dade. tar Educação visando à preparação profissional específica para a docência,
Para o autor a instrução se refere à formação intelectual, formação e incluindo a Didática, as metodologias específicas das matérias, entre ou-
desenvolvimento das capacidades cognoscitivas mediante o domínio de tras.
certo nível de conhecimentos sistematizados. E o ensino corresponde a Não se pode esquecer que essa formação profissional do professor
ações, meios e condições para realização da instrução; contém, pois, a implica um contínua interpenetração entre teoria e prática, a teoria vincula-
instrução. da aos problemas reais postos pela experiência prática e ação prática
O autor salienta que há uma unidade entre educação e instrução, em- orientada teoricamente.
bora sejam processos diferentes; pode-se instruir sem educar, e educar Nesse entendimento, a Didática se caracteriza como mediação entre as
sem instruir; conhecer os conteúdos de uma matéria, conhecer os princí- bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente.
pios morais e normas de conduta não leva necessariamente a praticá-los,
isto é, a transformá-los em convicções e atitudes efetivas frente aos pro- SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
blemas e desafios da realidade. Ou seja, objetivo educativo não é um O autor cita algumas perguntas para o trabalho independente dos alu-
resultado natural e colateral do ensino, devendo-se supor por parte do nos, entre elas: “Por que a educação é um fenômeno e um processo soci-
educador um propósito intencional e explícito de orientar a instrução e o al?” e “Que significa afirmar que o ensino tem um caráter pedagógico?”.
ensino para objetivos educativos. O autor coloca, entretanto, que o ensino é O autor também cita alguns temas para aprofundamento do estudo e
o principal meio e fator da educação e, por isso, destaca-se como campo temas para redação, por exemplo:
principal da instrução e educação. Neste sentido, quando o autor menciona • Consultar dois ou três livros indicados pelo professor para obter um
o termo educação escolar, está se referindo ao ensino. conceito de ideologia - como tema de estudo;
• Educação como ato político - como tema de redação.
Educação Escolar, Pedagogia e Didática
Segundo o autor, a educação escolar constitui-se num sistema de ins- BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
trução e ensino com propósitos intencionais, práticas sistematizadas e alto Entre outras, Libâneo cita: GHIRALDELLI JR., Paulo. O que é Pedago-
grau de organização, ligado intimamente às demais práticas sociais. Pela gia. São Paulo. Brasiliense, 1988 e IANNI, Octávio. Dialética e Capitalismo.
educação escolar democratizam-se os conhecimentos, sendo na escola Petrópolis. Vozes, 1988.
que os trabalhadores continuam tendo a oportunidade de prover educação
formal aos seus filhos, adquirindo conhecimentos científicos e formando a CAPÍTULO 2
capacidade de pensar criticamente os problemas e desafios postos pela DIDÁTICA E DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
realidade social. Segundo o autor, ao realizar suas tarefas básicas, a escola e os pro-
Libâneo coloca que o processo educativo que se desenvolve na escola fessores estão cumprindo responsabilidades sociais e políticas, isto porque,
pela instrução e ensino consiste na assimilação de conhecimentos e expe- ao possibilitar aos alunos o domínio dos conhecimentos culturais e científi-
riências acumulados pelas gerações anteriores no decurso do desenvolvi- cos, a educação escolar socializa o saber sistematizado e desenvolve
mento histórico-social. capacidades cognitivas e operativas para a atuação no trabalho e nas lutas
Segundo o autor, para tornar efetivo o processo educativo, é preciso sociais pela conquista dos direitos de cidadania, efetivando, assim, a sua
dar-lhe uma orientação sobre as finalidades e meios da sua realização, contribuição para a democratização social e política da sociedade.
conforme opções que se façam quanto ao tipo de homem que se deseja Após esta breve introdução, o autor começa a falar sobre os problemas
formar e o tipo de sociedade a que se aspira. Esta tarefa pertence à Peda- da escola pública brasileira questionando se ela tem sido capaz de atender
gogia como teoria e prática do processo educativo. o direito social de todas as crianças e jovens de receberem escolarização
Para ele, a Pedagogia é um campo de conhecimentos que investiga a básica e se o governo tem cumprido a sua obrigação social de assegurar as
natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem condições necessárias para prover um ensino de qualidade ao povo. Assim,

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colocando estas perguntas o autor inicia a discussão sobre escola pública e Para Libâneo, se realmente se deseja uma escola pública democrática,
fracasso escolar. é preciso enfrentar e derrotar o fracasso escolar, para o que se faz neces-
sário rever a concepção de qualidade de ensino, que é inseparável das
A ESCOLARIZAÇÃO E AS LUTAS DEMOCRÁTICAS características econômicas, sócio-culturais e psicológicas da clientela
O autor enfatiza que a escolarização é um dos requisitos fundamentais atendida.
para o processo de democratização da sociedade, entendendo por demo- Outra importante colocação de Libâneo é que o ensino contribui para a
cratização a conquista, pelo conjunto da população, das condições materi- superação do fracasso escolar se os objetivos e conteúdos são acessíveis,
ais, sociais, políticas e culturais que lhe possibilitem participar na condução socialmente significativos e assumidos pelos alunos, isto é, capazes de
de decisões políticas e governamentais. suscitar sua atividade e suas capacidades mentais, seu raciocínio, para que
A escolarização tem um finalidade muito prática, pois ao adquirirem um assimilem consciente e ativamente os conhecimentos, ou seja, o trabalho
entendimento crítico da realidade através do estudo das matérias escolares docente consiste em compatibilizar conteúdos e métodos com o nível de
e do domínio de métodos pelos quais desenvolvem suas capacidades conhecimentos, experiências, desenvolvimento mental dos alunos.
cognoscitivas e formam habilidades para elaborar independentemente os O autor também coloca que a escola e os professores têm sua parte a
conhecimentos, os alunos podem expressar de forma elaborada os conhe- cumprir na luta contra o fracasso escolar. E, sem dúvida, o ponto vulnerável
cimentos que correspondem aos interesses majoritários da sociedade e a ser atacado nesse combate é a alfabetização, que se for bem conduzida
inserir-se ativamente nas lutas sociais. instrumentaliza os alunos a agirem socialmente, a lidarem com as situações
Porém, a escola pública está longe de atender essas finalidades e o e desafios concretos da vida prática: é meio indispensável para a expres-
Poder Público não tem cumprido suas responsabilidades na manutenção do são do pensamento, da assimilação consciente e ativa de conhecimentos e
ensino obrigatório e gratuito. Libâneo cita dados recentes do Ministério da habilidades, meio de conquista da liberdade intelectual e política.
Educação que mostram que, ainda hoje, na maioria das regiões do país,
AS TAREFAS DA ESCOLA PÚBLICA DEMOCRÁTICA
cerca de 50% das crianças matriculadas na 1ª série repetem ou deixam a
Libâneo coloca que as tarefas da escola pública democrática são as
escola antes de iniciar a 2ª série.
seguintes:
Um outro problema, ainda, é que dentro da própria escola há grandes
1) Proporcionar a todas as crianças e jovens a escolarização básica
diferenças no modo de conduzir o processo de ensino conforme a origem
gratuita de pelo menos oito anos, assegurando a todos as condições de
social dos alunos, ocorrendo a discriminação dos mais pobres.
assimilação dos conhecimentos sistematizados e a cada um o desenvolvi-
Pode-se verificar, segundo Libâneo, que a proposta de um ensino de
mento de suas capacidades físicas e intelectuais.
qualidade, voltado para a formação cultural e científica que possibilite a
2) Assegurar a transmissão e assimilação dos conhecimentos e
ampliação da participação efetiva do povo nas várias instâncias de decisão
habilidades que constituem as matérias de ensino.
da sociedade, defronta-se com problemas de fora e de dentro da escola. As
O autor salienta que a democratização do ensino supõe um sólido do-
forças sociais que detêm o poder econômico e político na sociedade, repre-
mínio das matérias escolares, com especial destaque à leitura e à escrita,
sentadas pelos que governam e legislam, ao mesmo tempo que se mos-
como pré-condição para a formação do cidadão ativo e permanente.
tram omissas e negligentes com relação à escola pública, difundem uma
3) Assegurar o desenvolvimento das capacidades e habilidades intelec-
concepção de escola como ajustamento à ordem social estabelecida. Por
tuais, sobre a base dos conhecimentos científicos, que formem o pensa-
outro lado, há uma tarefa a ser realizada dentro da escola que é de assegu-
mento crítico e independente, permitam o domínio de métodos e técnicas
rar uma organização pedagógico-didática e administrativa para um ensino
de trabalho intelectual, bem como a aplicação prática dos conhecimentos
de qualidade associado às lutas concretas das camadas populares.
na vida escolar e na prática social
Para que se efetive os vínculos entre a escolarização e as lutas pela
4) Assegurar uma organização interna da escola em que os processos
democratização da sociedade, segundo o autor, se faz necessária uma
de gestão e administração e os de participação democrática de todos os
atuação em duas frentes, a política e a pedagógica, entendendo-se que a
elementos envolvidos na vida escolar estejam voltados para o atendimento
atuação política tem caráter pedagógico e que a atuação pedagógica tem
da função básica da escola, o ensino.
caráter político. A atuação política implica, segundo Libâneo, o envolvimen-
Libâneo afirma que os processos de gestão e administração da escola
to dos educadores nos movimentos sociais e organizações sindicais e,
implicam uma ação coordenada da direção, coordenação pedagógica e
particularmente, nas lutas organizadas em defesa da escola unitária, demo-
professores, cada um cumprindo suas responsabilidades no conjunto da
crática e gratuita.
ação escolar.
O autor coloca que, para a realização dessas tarefas a escola organiza,
O FRACASSO ESCOLAR PRECISA SER DERROTADO
com base nos objetivos e conteúdos das matérias de ensino, seu plano
Segundo o autor, um dos mais graves problemas do sistema escolar
pedagógico-didático. O núcleo de conhecimentos básicos da 1ª fase do
brasileiro é o fracasso escolar, principalmente das crianças mais pobres,
ensino de 1º grau compõe-se das matérias: Português, Matemática, História
este fracasso se evidencia pelo grande número de reprovações nas séries
e Geografia, Ciências, Educação Artística e Educação Física e Lazer.
iniciais do ensino de 1º grau, insuficiente alfabetização, exclusão da escola
ao longo dos anos, dificuldades escolares não superadas que comprome- O COMPROMISSO SOCIAL E ÉTICO DOS PROFESSORES
tem o prosseguimento dos estudos. O autor considera como a característica mais importante da atividade
Libâneo cita uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas, de São Paulo, profissional do professor a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as
que em 1981 investigou as causas mais amplas da repetência escolar, cuja condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel
finalidade foi de explicar a repetência não só pelas deficiências dos alunos, que cumpre provendo as condições e os meios que assegurem o encontro
mas por outros fatores como: características individuais dos alunos, as do aluno com as matérias de estudo. Para isso, planeja, desenvolve suas
condições familiares, o corpo docente, a iteração professor-aluno e aspec- aulas e avalia o processo de ensino.
tos internos e estruturais da organização escolar. Libâneo considera também importante o compromisso social dos pro-
Após os estudos dos dados coletados chegou-se à conclusão de que a fessores, expresso na competência profissional e exercido no âmbito da
reprovação não pode ser atribuída a causas isoladas, sejam as deficiências vida social e política. Sendo que o magistério é um ato político porque se
pessoais dos alunos, sejam os fatores de natureza socioeconômica ou da realiza no contexto das relações sociais onde se manifestam os interesses
organização escolar. Porém, entre as causas determinantes da reprovação, das classes sociais. Ainda, o compromisso ético-político é uma tomada de
a mais decisiva foi o fato de a escola, na sua organização curricular e posição frente aos interesses sociais em jogo na sociedade. Assim, segun-
metodológica, não estar preparada para utilizar procedimentos didáticos do o autor, quando o professor se posiciona, consciente e explicitamente,
adequados para trabalhar com as crianças pobres. do lado dos interesses da população majoritária da sociedade, ele insere
O autor afirma que, a inadequada organização pedagógica, didática e sua atividade profissional na luta ativa por esses interesses: a luta por
administrativa face às características sociais da maioria dos que frequen- melhores condições de vida e de trabalho e a ação conjunta pela transfor-
tam a escola pública, tem levado à marginalização e, assim, ao fracasso mação das condições gerais da sociedade.
escolar das crianças mais pobres. Por não conseguirem avaliar com clareza O autor finaliza dizendo que as considerações feitas neste tópico justi-
os efeitos da estrutura social sobre o trabalho pedagógico, as escolas e ficam a necessidade de uma sólida preparação profissional face às exigên-
professores podem tornar-se, mesmo sem o saber, cúmplices da discrimi- cias colocadas pelo mercado docente. Esta é a tarefa, segundo ele, do
nação e segregação das crianças social e economicamente desfavorecidas. curso de habilitação ao magistério e, particularmente, da Didática.

Fundamentos da Educação 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO O currículo expressa os conteúdos da instrução, nas matérias de cada
Como sugestão de perguntas para o trabalho independente dos alunos grau do processo de ensino. Em torno das matérias se desenvolve o pro-
Libâneo sugere, entre outras: “Analisar os efeitos dos fatores externos e cesso de assimilação dos conhecimentos e habilidades.
dos fatores intra-escolares no fracasso escolar das crianças” e “Quais são E a metodologia compreende, segundo Libâneo, o estudo dos méto-
as tarefas da escola pública democrática?”. dos, e o conjunto dos procedimentos de investigação das diferentes ciên-
Como tema para redação ele sugere, entre outros: “democratização do cias quanto ao seus fundamentos e validade, distinguindo-se das técnicas
ensino e fracasso escolar”. que são a aplicação específica dos métodos. No campo da Didática, há
uma relação entre os métodos próprios da ciência que dá suporte à matéria
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR de ensino e os métodos de ensino.
Entre outras, o autor cita: AUSUBEL, David P. et alii. Psicologia Educa- Segundo o autor, técnicas, recursos ou meios de ensino são comple-
cional. Rio de Janeiro, Interamericana, 1980 e ROSENBERG, Lia. Educa- mentos da metodologia, colocados à disposição do professor para o enri-
ção e Desigualdade Social. São Paulo, Loyola, 1984. quecimento do processo de ensino
O autor sintetiza dizendo que são temas fundamentais da Didática: os
CAPÍTULO 3 objetivos sócio-políticos e pedagógicos da educação escolar, os conteúdos
DIDÁTICA: TEORIA DA INSTRUÇÃO E DO ENSINO escolares, os princípios didáticos, os métodos de ensino e de aprendiza-
Neste capítulo, o autor retoma algumas questões, com a finalidade de gem, as formas organizativas do ensino, o uso e aplicação de técnicas e
aprofundar mais os vínculos da Didática com os fundamentos educacionais recursos, o controle e a avaliação da aprendizagem.
proporcionados pela teoria pedagógica, explicitar o seu objeto de estudo e
seus elementos constitutivos para, em seguida, delinear alguns traços do OBJETO DE ESTUDO: O PROCESSO DE ENSINO
desenvolvimento histórico dessa disciplina. O autor aponta como sendo o objeto de estudo da Didática o processo
de ensino, campo principal da educação escolar.
A DIDÁTICA COMO ATIVIDADE PEDAGÓGICA ESCOLAR Para o autor, na medida em que o ensino viabiliza as tarefas da instru-
Libâneo afirma que, sendo a educação escolar uma atividade social ção, ele contém a instrução. Pode-se assim, segundo ele, delimitar como
que, através de instituições próprias, visa à assimilação dos conhecimentos objeto da Didática o processo de ensino que, considerado no seu conjunto,
e experiências humanas acumuladas no decorrer da história, tendo em inclui: os conteúdos dos programas e dos livros didáticos, os métodos e
vista a formação dos indivíduos enquanto seres sociais, cabe à Pedagogia formas organizativas do ensino, as atividades do professor e dos alunos e
intervir nesse processo de assimilação, orientando-o para finalidades as diretrizes que regulam e orientam esse processo.
sociais e políticas e criando um conjunto de condições metodológicas e O autor faz a pergunta: Por que estudar o processo de ensino?
organizativas para viabilizá-lo no âmbito da escola. Segundo ele, nesse E reponde que a educação escolar é uma tarefa eminentemente social
sentido, a Didática assegura o fazer pedagógico na escola, na sua dimen- pois a sociedade necessita prover as gerações mais novas daqueles co-
são político-social e técnica; é, por isso, uma disciplina eminentemente nhecimentos e habilidades que vão sendo acumulados pela experiência
pedagógica. social da humanidade; e não sendo suficiente dizer que os alunos precisam
Segundo o autor, a Didática é uma das disciplinas da Pedagogia que dominar os conhecimentos, é necessário dizer como fazê-lo, isto é, investi-
estuda o processo de ensino através dos seus componentes - os conteúdos gar objetivos e métodos seguros e eficazes para a assimilação dos conhe-
escolares, o ensino e a aprendizagem - para, com o embasamento numa cimentos. Esta é a função da didática ao estudar o processo de ensino.
teoria da educação, formular diretrizes orientadoras da atividade profissio- Segundo Libâneo, pode-se definir processo de ensino como uma se-
nal dos professores. Libâneo diz que ela é, ao mesmo tempo, uma matéria quência de atividades do professor e dos alunos, tendo em vista a assimila-
de estudo fundamental na formação profissional dos professores e um meio ção de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, através dos quais
de trabalho do qual os professores se servem para dirigir a atividade de os alunos aprimoram capacidades cognitivas (pensamento independente,
ensino, cujo resultado é a aprendizagem dos conteúdos escolares pelos observação, análise-síntese, e outras).
alunos. Libâneo diz que, quando menciona que a finalidade do processo de
Definindo-se como mediação escolar dos objetivos e conteúdos do en- ensino é proporcionar aos alunos os meios para que assimilem ativamente
sino, a Didática investiga, segundo o autor, as condições e formas que os conhecimentos, é porque a natureza do trabalho docente é a mediação
vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos, da relação cognoscitiva entre o aluno e as matérias do ensino. Isto quer
culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre a docência e a dizer que o ensino não é só transmissão de informações, mas também o
aprendizagem. Ou seja, destacando a instrução e o ensino como elementos meio de organizar a atividade de estudo dos alunos. O ensino somente é
primordiais do processo pedagógico escolar, traduz objetivos sociais e bem sucedido quando os objetivos do professor coincidem com os objetivos
políticos em objetivos de ensino, seleciona e organiza os conteúdos e de estudo do aluno, e é praticado tendo em vista o desenvolvimento das
métodos e, ao estabelecer as conexões entre ensino e aprendizagem, suas forças intelectuais.
indica princípios e diretrizes que irão regular a ação didática. Assim, afirma Libâneo, ensinar e aprender, pois, são duas facetas do
mesmo processo, e que se realizam em torno das matérias do ensino, sob
Por outro lado, com o está colocado no texto de Libâneo, esse conjunto
a direção do professor.
de tarefas não visa a outra coisa senão o desenvolvimento físico e intelec-
tual dos alunos, com vistas à sua preparação para a vida social. Em outras
OS COMPONENTES DO PROCESSO DIDÁTICO
palavras, o processo didático de transmissão/assimilação de conhecimen-
Tradicionalmente, segundo Libâneo, se consideram como componen-
tos e habilidades tem como culminância o desenvolvimento das capacida-
tes da ação didática a matéria, o professor e os alunos. No entanto, para o
des cognoscitivas dos alunos, de modo que assimilem ativa e independen-
autor, o ensino é uma atividade complexa que envolve tanto condições
temente os conhecimentos sistematizados.
externas como condições internas das situações didáticas.
Aqui o autor faz as seguintes perguntas: Que significa teoria da instru- Segundo ele, internamente a ação didática se refere à relação entre o
ção e do ensino?, Qual a relação da Didática com o currículo, metodologias aluno e a matéria, com o objetivo de apropriar-se dela com a mediação do
específicas das matérias, procedimentos de ensino, técnicas de ensino? professor. Entre a matéria, o professor e o aluno ocorrem relações recípro-
Ele responde à primeira pergunta dizendo que a instrução se refere ao cas. O professor tem propósitos definidos no sentido de assegurar um
processo e ao resultado da assimilação sólida de conhecimentos sistemati- encontro direto do aluno com a matéria, mas essa atuação depende das
zados e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas, sendo seu núcleo condições internas dos alunos alterando o modo de lidar com a matéria.
o conteúdo das matérias. Já o ensino, segundo o autor, consiste no plane- Cada situação didática, porém, vincula-se, segundo o autor, a determinan-
jamento, organização, direção e avaliação da atividade didática, concreti- tes econômico-sociais, sócio-culturais, a objetivos e normas estabelecidos
zando as tarefas da instrução; o ensino inclui tanto o trabalho do professor conforme interesses da sociedade e seus grupos, e que afetam as decisões
como a direção da atividade de estudo dos alunos. Tanto a instrução como didáticas. O autor considera, então, que a inter-relação entre professores e
o ensino se modificam em decorrência da sua necessária ligação com o alunos não se reduz a sala de aula, implicando relações bem mais abran-
desenvolvimento da sociedade e com as condições reais em que ocorre o gentes. Entre as relações citadas pelo autor, citamos como exemplo:
trabalho docente. Nessa ligação é que a Didática se fundamenta para • Escola, professor, aluno, pais, estão inseridos na dinâmica das re-
formular diretrizes orientadoras do processo de ensino. lações sociais. A sociedade não é um todo homogêneo, onde rei-

Fundamentos da Educação 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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nam a paz e a harmonia. Ao contrário, há antagonismos e interes- através da direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das
ses distintos entre grupos e classes sociais que se refletem nas fi- formas de intervenção mais ou menos espontâneas de antes. Estabelecen-
nalidades e no papel atribuídos à escola, ao trabalho do professor do-se uma intenção propriamente pedagógica na atividade de ensino, a
e dos alunos. escola se torna uma instituição, o processo de ensino passa a ser sistema-
• As teorias da educação e as práticas pedagógicas, os objetivos tizado conforme níveis, tendo em vista a adequação às possibilidades das
educativos da escola e dos professores, os conteúdos escolares, a crianças, às idades e ritmo de assimilação dos estudos.
relação professor-alunos, as modalidades de comunicação docen- A formação da teoria didática, segundo Libâneo, para investigar as li-
te, nada disso existe isoladamente do contexto econômico, social e gações entre ensino e aprendizagem e suas leis ocorre no século XVII,
cultural mais amplo e que afetam as condições reais em que se re- quando João Amós Comênio (1592-1670), um pastor protestante, escreve a
alizam o ensino e a aprendizagem. primeira obra clássica sobre Didática, a Didacta Magna . Ele foi o primeiro
O autor considera, assim, que o processo didático está centrado na re- educador a formular a ideia da difusão dos conhecimentos a todos e criar
lação fundamental entre o ensino e a aprendizagem, orientado para a princípios e regras de ensino.
confrontação ativa do aluno com a matéria sob a mediação do professor. Libâneo salienta que Comênio desenvolveu ideias avançadas para a
Com isso, pode-se identificar entre os seus elementos constitutivos: os prática educativa nas escolas, numa época em que surgiam novidades no
conteúdos das matérias que devem ser assimilados pelos alunos de um campo da Filosofia e das Ciências e grandes transformações nas técnicas
determinado grau; a ação de ensinar em que o professor atua como media- de produção, em contraposição às ideias conservadoras da nobreza e do
dor entre o aluno e as matérias; a ação de aprender em que o aluno assimi- clero. O sistema de produção capitalista, ainda incipiente, já influenciava a
la consciente e ativamente as matérias e desenvolve suas capacidades e organização da vida social, política e cultural.
habilidades. Contudo, para Libâneo, estes componentes não são suficien- A DIDÁTICA DE COMÊNIO SE ASSENTAVA NOS SEGUINTES
tes para ver o ensino em sua globalidade. PRINCÍPIOS:
Ele coloca que, como foi visto, não é uma atividade que se desenvolve 1) A finalidade da educação é conduzir à felicidade eterna com
automaticamente, restrita ao que se passa no interior da escola, uma vez Deus, pois é uma força poderosa de regeneração da força humana. Todos
que expressa finalidades e exigências da prática social, ao mesmo tempo os homens merecem a sabedoria, a moralidade e a religião, porque todos,
que se subordina a condições concretas postas pela mesma prática social ao realizarem sua própria natureza, realizam os desígnios de Deus. Portan-
que favorecem ou dificultam atingir objetivos. Entender, pois o processo to a educação é um direito natural de todos.
didático como totalidade abrangente implica vincular conteúdos, ensino e 2) Por ser parte da natureza, o homem deve ser educado de acordo
aprendizagem objetivos sócio-políticos e pedagógicos e analisar criteriosa- com o seu desenvolvimento natural, isto é, de acordo com as característi-
mente o conjunto de condições concretas que rodeiam cada situação cas de idade e capacidade para o desenvolvimento. Consequentemente, a
didática. Em outras palavras, o ensino é um processo social, integrante de tarefa principal da Didática é estudar essas características e os métodos de
múltiplos processos sociais, nos quais estão implicadas dimensões políti- ensino correspondentes, de acordo com a ordem natural das coisas.
cas, ideológicas, éticas, pedagógicas, frente às quais se formulam objeti- 3) A assimilação dos conhecimentos não se dá instantaneamente,
vos, conteúdos e métodos conforme opções assumidas pelo educador, cuja como se o aluno registrasse de forma mecânica em sua mente a informa-
realização está na dependência de condições, seja aquelas que o educador ção do professor, como o reflexo num espelho. No ensino, ao invés disso,
já encontra seja as que ele precisa transformar ou criar. tem um papel decisivo a percepção sensorial das coisas. Os conhecimen-
Assim, segundo o autor, os objetivos gerais e específicos são não só tos devem ser adquiridos a partir da observação das coisas e dos fenôme-
um dos componentes do processo didático como também determinantes nos, utilizando e desenvolvendo sistematicamente os órgãos dos sentidos.
das relações entre os demais componentes. Além disso, a articulação entre 4) O método intuitivo consiste, assim, da observação direta, pelos
estes depende da avaliação das condições concretas implicadas no ensino, órgãos dos sentidos, das coisas, para o registro das impressões na mente
tais como objetivos e exigências postos pela sociedade e seus grupos e do aluno. Primeiramente as coisas, depois as palavras. O planejamento de
classes, o sistema escolar, os programas oficiais, a formação dos professo- ensino deve obedecer ao curso da natureza infantil; por isso as coisas
res, as forças sociais presentes na escola ( docentes, pais, etc.), os maios devem ser ensinadas uma de cada vez. Não se deve ensinar nada que a
de ensino disponíveis, bem como as características sócio-culturais e indivi- criança não possa compreender. Portanto, deve-se partir do conhecido para
duais dos alunos, as condições prévias dos alunos para enfrentar o estudo o desconhecido.
de determinada matéria, as relações professor-alunos, a disciplina, o prepa- Libâneo comenta que, apesar das grande novidade destas ideias, prin-
ro específico do professor para compreender cada situação didática e cipalmente dando um impulso ao surgimento de uma teoria do ensino,
transformar positivamente o conjunto de condições para a organização do Comênio não escapou de algumas crenças usuais na época sobre ensino.
ensino. Embora partindo da observação e da experiência sensorial, mantinha-se o
Para o autor, o processo didático, assim, desenvolve-se mediante a caráter transmissor do ensino; embora procurando adaptar o ensino às
ação recíproca dos componentes fundamentais do ensino: os objetivos da fases do desenvolvimento infantil, mantinha-se o método único e o ensino
educação e da instrução, os conteúdos, a aprendizagem, os métodos, as simultâneo a todos. Além disso, sua ideia de que a única via de acesso dos
formas e meios de organização das condições da situação didática, a conhecimentos é a experiência sensorial com as coisas não é suficiente,
avaliação. Tais são, também, os conceitos fundamentais que formam a primeiro porque nossas percepções frequentemente nos enganam, segun-
base de estudos da Didática. do, porque já há uma experiência social acumulada de conhecimentos
sistematizados que não necessitam ser descobertos novamente.
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DIDÁTICA E TENDÊNCIAS Entretanto segundo o autor, Comênio desempenhou uma influência
PEDAGÓGICAS considerável, não somente porque empenhou-se em desenvolver métodos
Segundo o autor a história da Didática está liga ao aparecimento do de instrução mais rápidos e eficientes, mas também porque desejava que
ensino - no decorrer do desenvolvimento da sociedade, da produção e das todas as pessoas pudessem usufruir dos benefícios do conhecimento.
ciências - como atividade planejada e intencional dedicada à instrução. O autor comenta que no século XVII, em que viveu Comênio, e nos sé-
Desde os primeiros tempos existem indícios de formas elementares de culos seguintes, ainda predominavam práticas escolares da Idade Média:
instrução e aprendizagem. Sabe-se, por exemplo, que nas comunidade ensino intelectualista, verbalista e dogmático, memorização e repetição
primitivas os jovens passam por um ritual de iniciação para ingressarem mecânica dos ensinamentos do professor. Nessas escolas não havia
nas atividades do mundo adulto. Pode-se considerar esta uma forma de espaço para ideias próprias dos alunos, o ensino era separado da vida,
ação pedagógica, embora aí não esteja o “didático” como forma estruturada mesmo porque ainda era grande o poder da religião na vida social.
de ensino. Enquanto isso, porém, foram ocorrendo intensas mudanças nas formas
Na chamada Antiguidade Clássica (gregos e romanos) e no período de produção, havendo um grande desenvolvimento da ciência e da cultura.
medieval também se desenvolvem formas de ação pedagógica, em esco- Foi diminuindo o poder da nobreza e do clero e aumentando o da burgue-
las, mosteiros, igrejas, universidades. Entretanto, até meados do século sia. Na medida em que esta se fortalecia como classe social, disputando o
XVII não podemos falar de Didática como teoria de ensino, que sistematize poder econômico e político com a nobreza, ia crescendo também a neces-
o pensamento didático e o estudo científico das formas de ensinar. sidade de um ensino ligado às exigências do mundo da produção e dos
Coloca o autor que o termo “Didática” aparece quando os adultos co- negócios e, ao mesmo tempo, um ensino que contemplasse o livre desen-
meçam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens volvimento das capacidades e interesses individuais.

Fundamentos da Educação 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Libâneo cita Jean Jacques Rousseau (1712-1778) que foi um pensador Segundo o autor, as ideias pedagógicas de Comênio, Rousseau, Pes-
que procurou interpretar essas aspirações, propondo uma concepção nova talozzi e Herbart - além de muitos outros - formaram as bases do pensa-
de ensino, baseada nas necessidades e interesses imediatos da criança. mento pedagógico europeu, difundindo-se depois por todo o mundo, de-
marcando as concepções pedagógicas que hoje são conhecidas como
AS IDEIAS MAIS IMPORTANTES DE ROUSSEAU SÃO AS SEGUINTES: Pedagogia Tradicional e Pedagogia Renovada.
1) A preparação da criança para a vida deve basear-se no estudo das A Pedagogia tradicional, segundo o texto, em suas várias correntes,
coisas que correspondem às suas necessidades e interesses atuais. Antes caracteriza as concepções de educação onde prepondera a ação de agen-
de ensinar as ciências, elas precisam ser levadas a despertar o gosto pelo tes externos na formação do aluno, o primado de conhecimento, a trans-
seu estudo. Os verdadeiros professores são a natureza, a experiência e o missão do saber constituído na tradição e nas grandes verdades acumula-
sentimento. O contato da criança com o mundo que a rodeia é que desperta das pela humanidade e uma concepção de ensino como impressão de
o interesse e suas potencialidades naturais. Em resumo: são os interesses imagens propiciadas, ora pela palavra do professor, ora pela observação
e necessidades imediatas do aluno que determinam a organização do sensorial. A Pedagogia Renovada, segundo ele, agrupa correntes que
estudo e seu desenvolvimento. advogam a renovação escolar, opondo-se à Pedagogia Tradicional. Entre
2) A educação é um processo natural, ela se fundamenta no desenvol- as características desse movimento destacam-se: a valorização da criança,
vimento interno do aluno. As crianças são boas por natureza, elas têm uma dotada de liberdade, iniciativa e de interesses próprios e, por isso mesmo,
tendência natural para se desenvolverem. sujeito da sua aprendizagem e agente do seu próprio desenvolvimento;
O autor salienta que Rousseau não colocou em prática suas ideias e tratamento científico do processo educacional, considerando as etapas
nem elaborou uma teoria de ensino. Essa tarefa coube a um outro pedago- sucessivas do desenvolvimento biológico e psicológico; respeito às capaci-
go suíço, Henrique Pestalozzi (1746-1827), que viveu e trabalhou até o fim dades e aptidões individuais, individualização do ensino conforme os ritmos
da vida na educação de crianças pobres, em situações dirigidas por ele próprios de aprendizagem; rejeição de modelos adultos em favor da ativi-
próprio. Deu uma grande importância ao ensino como meio de educação e dade e da liberdade de expressão da criança.
desenvolvimento das capacidades humanas, como cultivo do sentimento, O movimento de renovação da educação, inspirado nas ideias de Ros-
da mente e do caráter, e atribuía grande importância ao método intuitivo, seau, recebeu diversas denominações, como educação nova, escola nova,
levando os alunos a desenvolverem o senso de observação, análise dos pedagogia ativa, escola do trabalho. Desenvolveu-se como tendência
objetos e fenômenos da natureza e a capacidade da linguagem, através da pedagógica no início do século XX, embora nos séculos anteriores tenham
qual se expressa em palavras o resultado das observações. Nisto consistia existido diversos filósofos e pedagogos que propugnavam a renovação da
a educação intelectual. Também atribuía importância fundamental à psico- educação vigente, tais como Erasmo, Rabelais, Montaigne à época do
logia da criança como fonte do desenvolvimento do ensino. Renascimento e os já citados Comênio (séc. XVII), Rosseau e Pestalozzi
Segundo o autor, as ideias de Comênio, Rousseau e Pestalozzi influ- (no séc. XVIII). A denominação Pedagogia Renovada se aplica tanto ao
enciaram muitos outros pedagogos. Sendo que o mais importante deles foi movimento da educação nova que inclui a criação de “escolas novas”, a
Johann Friedrich Herbart (1766-1841), pedagogo alemão que teve muitos disseminação da pedagogia ativa e dos métodos ativos, como também a
discípulos e que exerceu influência relevante na Didática e na prática outras correntes que adotam certos princípios de renovação educacional,
docente. Foi e continua sendo inspirador da pedagogia conservadora, mas mas sem vínculo direto com a Escola Nova; o autor cita, como exemplo, a
suas ideias precisam ser estudadas por causa da sua presença constante pedagogia científico-espiritual desenvolvida por W. Dilthey e seus seguido-
nas salas de aula brasileiras. Junto com uma formulação teórica dos fins da res, e a pedagogia ativista-espiritualista católica.
educação e da Pedagogia como ciência, desenvolveu uma análise do Segundo o texto, dentro do movimento escolanovista, desenvolveu-se
processo psicológico-didático de aquisição de conhecimentos, sob a dire- nos Estados Unidos uma de suas mais destacadas correntes, a Pedagogia
ção do professor. Pragmática ou Progressivista, cujo principal representante é John Dewey
Segundo Herbart, o fim da educação é a moralidade, atingida através (1859-1952). O autor considera que as ideias desse brilhante educador
da instrução educativa. Educar o homem significa instruí-lo para querer o exerceram uma significativa influência no movimento da Escola Nova na
bem, de modo que aprenda a comandar a si próprio. A principal tarefa da América Latina e, particularmente, no Brasil. Com a liderança de Anísio
instrução é introduzir ideias corretas na mente dos alunos. O professor é Teixeira e outros educadores, formou-se no início da década de 30 o Movi-
um arquiteto da mente. Ele deve trazer à atenção dos alunos aquelas ideias mento dos Pioneiros da Escola Nova, cuja atuação foi decisiva na formula-
que deseja que dominem suas mentes. Controlando os interesses dos ção da política educacional, na legislação, na investigação acadêmica e na
alunos, o professor vai construindo uma massa de ideias na mente, que por prática escolar.
sua vez vão favorecer a assimilação de ideias novas. O método de ensino Segundo Libâneo, Dewey e seus seguidores reagem à concepção her-
consiste em provocar a acumulação de ideias na mente da criança. bartiana da educação pela instrução, advogando a educação pela ação. A
Herbart estava atrás também da formulação de um método único de escola não é uma preparação para a vida, é a própria vida; a educação é o
ensino, em conformidade com as leis psicológicas do conhecimento. Esta- resultado da interação entre o organismo e o meio através da experiência e
beleceu, assim, quatro passos didáticos que deveriam ser rigorosamente da reconstrução da experiência. A função mais genuína da educação é a de
seguidos: o primeiro seria a preparação e apresentação da matéria nova de prover condições para promover e estimular a atividade própria do orga-
forma clara e completa, que denominou clareza; o segundo seria a associa- nismo para que alcance seu objetivo de crescimento e desenvolvimento.
ção entre as ideias antigas e as novas: o terceiro, a sistematização dos Por isso, a atividade escolar deve centrar-se em situações de experiência
conhecimentos, tendo em vista a generalização: finalmente, o quarto seria a onde são ativadas as potencialidades, capacidades, necessidades e inte-
aplicação, o uso dos conhecimentos adquiridos através de exercícios, que resses naturais da criança. O currículo não se baseia nas matérias de
denominou método. estudo convencionais que expressam a lógica do adulto, mas nas ativida-
Posteriormente, os discípulos de Herbart desenvolveram mais a pro- des e ocupações da vida presente, de modo que a escola se transforme
posta dos passos formais ordenando-os em cinco: preparação, apresenta- num lugar de vivência daquelas tarefas requeridas para a vida em socieda-
ção, assimilação, generalização e aplicação, fórmula esta que ainda é de. O aluno e o grupo passam a ser o centro de convergência do trabalho
utilizada pela maioria dos nossos professores. escolar.
O autor salienta que o sistema pedagógico de Herbart e seus seguido- O movimento escolanovista no Brasil, segundo o autor, se desdobrou
res - chamados de herbatianos - trouxe esclarecimentos válidos para a em várias correntes, embora a mais predominante tenha sido a progressis-
organização da prática docente, como por exemplo: a necessidade de ta. Cumpre destacar a corrente vitalista, representada por Montessori, as
estruturação e ordenação do processo de ensino, a exigência de compre- teorias cognitivas, as teorias fenomenológicas e especialmente a teoria
ensão dos assuntos estudados e não simplesmente memorização, o signifi- interacionista baseada na psicologia genética de Jean Piaget. Em certo
cado educativo da disciplina na formação do caráter. Entretanto, Libâneo sentido, pode-se dizer também, segundo Libâneo, que o tecnicismo educa-
faz uma ressalva para o fato de o ensino ser entendido como repasse de cional representa a continuidade da corrente progressista, embora retempe-
ideias do professor para a cabeça do aluno; os alunos devem compreender rado com as contribuições da teoria behaviorista e da abordagem sistêmica
o que o professor transmite, mas apenas com a finalidade de reproduzir a do ensino.
matéria transmitida. Com isso, segundo ele, a aprendizagem se torna Uma das correntes da Pedagogia renovada que não tem vínculo direto
mecânica, automática, associativa, não mobilizando a atividade mental, a com o movimento da Escola Nova, mas que teve repercussões na Pedago-
reflexão e o pensamento independente e criativo dos alunos. gia brasileira, é a chamada Pedagogia Cultural. Trata-se de uma tendência

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ainda pouco estudada entre nós. Sua característica principal é focalizar a somente exercícios repetitivos, impor externamente a disciplina e usar
educação como fato da cultura, atribuindo ao trabalho docente a tarefa de castigos. Trata-se de uma prática escolar que empobrece até as boas
dirigir e encaminhar a formação do educando pela apropriação de valores intenções da Pedagogia Tradicional que pretendia, com seus métodos, a
culturais. A Pedagogia Cultural a que o autor se refere tem sua afiliação na transmissão da cultura geral, isto é, das grandes descobertas da humani-
pedagogia científico-espiritual desenvolvida por Guilherme Dilthey (1833- dade, e a formação do raciocínio, o treino da mente e da vontade. Os
1911) e seguidores como Theodor Litt, Eduard Spranger e Hermann Nohl. conhecimentos ficaram estereotipados, insossos, sem valor educativo vital,
Tendo-se firmado na Alemanha como uma sólida corrente pedagógica, desprovidos de dignificados sociais, inúteis para a formação das capacida-
difundiu-se em outros países da Europa, especialmente na Espanha, e daí des intelectuais e para a compreensão crítica da realidade. O intento de
para a América Latina, influenciando autores como Lorenso Luzuriaga, formação mental, de desenvolvimento do raciocínio, ficou reduzido a práti-
Francisco Larroyyo, J. Roura-Parella, Ricardo Nassif e, no Brasil, Luís Alves cas de memorização.
de Mattos e Onofre de Arruda Penteado Junior. Numa linha distinta das A Pedagogia Renovada inclui várias correntes: a progressista (que se
concepções escolanovistas, esses autores se preocupam em superar as baseia na teoria educacional de John Dewey), a não-diretiva (principalmen-
oposições entre o psicológico e o cultural. De um lado, concebem a educa- te inspirada em Carl Rogers), a ativista-espiritualista (de orientação católi-
ção como atividade do próprio sujeito, a partir de uma tendência interna de ca), a culturalista, a piagetiana, a montessoriana e outras. Todas, de algu-
desenvolvimento espiritual; de outro, consideram que os indivíduos vivem ma forma, estão ligadas ao movimento da pedagogia ativa que surge no
num mundo sócio-cultural, produto do próprio desenvolvimento histórico da final do século XIX como contraposição à Pedagogia Tradicional. Entretan-
sociedade. to, segundo estudo feito por Castro (1984), os conhecimentos e a experiên-
A educação seria, assim, um processo de subjetivação da cultura, ten- cia da Didática brasileira pautam-se, em boa parte, no movimento da Esco-
do em vista a formação da vida interior, a edificação da personalidade. A la Nova, inspirado principalmente na corrente progressista. Destacaremos,
pedagogia da cultura quer unir as condições externas da vida real, isto é, o aqui, apenas a Didática ativa inspirada nessa corrente e a Didática Moder-
mundo objetivo da cultura, à liberdade individual, cuja fonte é a espirituali- na de Luís Alves de Mattos, que incluímos na corrente culturalista.
dade, a vida interior. Segundo o autor, a Didática da Escola Nova ou Didática ativa é enten-
O estudo teórico da Pedagogia no Brasil passa um reavivamento, prin- dida como “direção da aprendizagem”, considerando o aluno como sujeito
cipalmente a partir das investigações sobre questões educativas baseadas da aprendizagem. O que o professor tem a fazer é colocar o aluno em
nas contribuições do materialismo histórico e dialético. Tais estudos con- condições propícias para que, partindo das suas necessidades e estimu-
vergem para a formulação de uma teoria crítico-social da educação, a partir lando os seus interesses, possa buscar por si mesmo conhecimentos e
da crítica política e pedagógica das tendências e correntes da educação experiências. A ideia é a de que o aluno aprende melhor o que faz por si
brasileira. próprio. Não se trata apenas de aprender fazendo, no sentido de trabalho
manual, ações de manipulação de objetos. Trata-se de colocar o aluno em
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO BRASIL E A DIDÁTICA situações em que seja mobilizada a sua atividade global e que se manifesta
Segundo o autor, nos últimos anos, diversos estudos têm sido dedica- em atividade intelectual, atividade de criação, de expressão verbal, escrita,
dos à história da Didática no Brasil, suas relações com as tendências plástica ou outro tipo. O centro da atividade escolar não é o professor nem
pedagógicas e à investigação do seu campo de conhecimentos. Os auto- a matéria é o aluno ativo e investigador. O professor incentiva, orienta,
res, em geral, concordam em classificar as tendências pedagógicas em organiza as situações de aprendizagem, adequando-as às capacidades de
dois grupos: as de cunho liberal - pedagogia Tradicional, pedagogia reno- características individuais dos alunos. Por isso, a Didática ativa dá grande
vada e tecnicismo educacional; as de cunho progressista - pedagogia importância aos métodos e técnicas como o trabalho de grupo, atividades
Libertadora e Pedagogia Crítico social dos Conteúdos. Certamente existem cooperativas, estudo individual, pesquisas, projetos, experimentações etc.,
outras correntes vinculadas a uma ou a outra dessas tendências, mas bem como aos métodos de reflexão e método científico de descobrir co-
essas não são as mais conhecidas. nhecimentos. Tanto na organização das experiências de aprendizagem
Na pedagogia Tradicional, a Didática é uma disciplina normativa, um como na seleção de métodos, importa o processo de aprendizagem e não
conjunto de princípios e regras que regulam o ensino. A atividade de ensi- diretamente o ensino. O melhor método é aquele que atende às exigências
nar é centrada no professor que expõe e interpreta a matéria. Às vezes, são psicológicas do aprender. Em síntese, a Didática ativa dá menos atenção
utilizados meios como a apresentação de objetos, ilustrações, exemplos, aos conhecimentos sistematizados, valorizando mais o processo da apren-
mas o meio principal é a palavra, a exposição oral. Supõe-se que ouvindo e dizagem e os meios que possibilitam o desenvolvimento das capacidades e
fazendo exercícios repetitivos, os alunos “gravam” a matéria para depois habilidades intelectuais dos alunos. Por isso, os adeptos da Escola Nova
reproduzi-la, seja através das interrogações do professor, seja através das costumam dizer que o professor não ensina; antes, ajuda o aluno a apren-
provas. Para isso, é importante que o aluno “preste atenção”, porque ouvin- der. Ou seja, a Didática não é a direção do ensino, é a orientação da
do facilita-se o registro do que se transmite, na memória. O aluno é assim, aprendizagem, uma vez que esta é uma experiência própria do aluno
um recebedor da matéria e sua tarefa é decorá-la. Os objetivos, explícitos através da pesquisa, da investigação.
ou implícitos, referem-se à formação de um aluno ideal, desvinculado da Esse entendimento da Didática tem muitos aspectos positivos, princi-
sua realidade concreta. O professor tende a encaixar os alunos num mode- palmente quando baseia a atividade escolar na atividade mental dos alu-
lo idealizado de homem que nada tem a ver com a vida presente e futura. A nos, no estudo e na pesquisa, visando à formação de um pensamento
matéria de ensino é tratada isoladamente, isto é, desvinculada dos interes- autônomo. Entretanto, é raro encontrar professores que apliquem inteira-
ses dos alunos e dos problemas reais da sociedade e da vida. O método é mente o que propõe a Didática ativa. Por falta de conhecimento aprofunda-
dado pela lógica e sequência da matéria, é o meio utilizado pelo professor do das bases teóricas da pedagogia ativa, falta de condições materiais,
para comunicara matéria e não dos alunos para aprendê-la. É ainda forte a pelas exigências de cumprimento do programa oficial e outra razões, o que
presença dos métodos intuitivos, que foram incorporados ao ensino tradici- fica são alguns métodos e técnicas. Assim, é muito comum os professores
onal. Baseiam-se na apresentação de dados sensíveis, de modo que os utilizarem procedimentos e técnicas como trabalho de grupo, estudo dirigi-
alunos possam observá-los e formar imagens deles em sua mente. do, discussões, estudo do meio etc., sem levar em conta seu objetivo
Segundo o texto, muitos professores ainda acham que “partir do con- principal que é levar o aluno a pensar, a raciocinar cientificamente, a de-
creto” é a chave do ensino atualizado. Mas esta ideia já fazia parte da senvolver sua capacidade reflexão e a independência de pensamento. Com
Pedagogia Tradicional porque o “concreto” (mostrar objetos, ilustrações, isso, na hora de comprovar os resultados do ensino e da aprendizagem,
gravuras etc.) serve apenas para gravar na mente o que é captado pelos pedem matéria decorada, da mesma forma que se faz no ensino tradicional.
sentidos. O material concreto é mostrado, demonstrado, manipulado, mas o Em paralelo à Didática da Escola Nova, conta Libâneo, que surge a
aluno não lida mentalmente com ele, não o reelabora com o seu próprio partir dos anos 50 a Didática Moderna proposta por Luís Alves de Mattos.
pensamento. A aprendizagem, assim, continua receptiva, automática, não Seu livro sumário de Didática Geral foi largamente utilizado durante muitos
mobilizando a atividade mental do aluno e o desenvolvimento de suas anos nos cursos de formação de professores e exerceu considerável in-
capacidades intelectuais. fluência em muitos manuais de Didática publicados posteriormente. Con-
Libâneo coloca que a Didática tradicional tem resistido ao tempo, conti- forme sugerimos anteriormente, a Didática Moderna é inspirada na peda-
nua prevalecendo na prática escolar. É comum nas nossas escolas atribuir- gogia da cultura, corrente pedagógica de origem alemã. Mattos identifica
se ao ensino a tarefa de mera transmissão de conhecimentos, sobrecarre- sua Didática com as seguintes características: o aluno é fator pessoal e
gar o aluno de conhecimentos que são decorados sem questionamento, dar decisivo na situação escolar; em função dele giram as atividades escolares,

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para orientá-lo e incentivá-lo na sua educação e na sua aprendizagem, ram apenas pela crítica e pela denúncia do papel ideológico e discriminador
tendo em vista desenvolver-lhe a inteligência e formar-lhe o caráter e a da escola na sociedade capitalista. Outros, no entanto, levando em conta
personalidade. O professor é o incentivador, orientador e controlador da essa crítica, preocuparam-se em formular propostas e desenvolver estudos
aprendizagem, organizando o ensino em função das reais capacidades dos no sentido de tornar possível uma escola articulada com os interesses
alunos e do desenvolvimento dos seus hábitos de estudo e reflexão. A concretos do povo. Entre essas tentativas destacam-se a Pedagogia Liber-
matéria é o conteúdo cultural da aprendizagem, o objeto ao qual se aplica o tadora e a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos. A primeira retomou as
ato de aprender, onde se encontram os valores lógicos e sociais a serem propostas de educação popular dos anos 60, refundindo seus princípios e
assimilados pelos alunos; está a serviço do aluno para formar as suas práticas em função das possibilidades do seu emprego na educação formal
estruturas mentais e, por isso, sua seleção, dosagem e apresentação em escolas públicas, já que inicialmente tinham caráter extra-escolar, não
vinculam-se às necessidades e capacidades reais dos alunos. O método oficial e voltadas para o atendimento de clientela adulta. A segunda, inspi-
representa o conjunto dos procedimentos para assegurar a aprendizagem, rando-se no materialismo histórico dialético, constituiu-se como movimento
isto é, existe em função da aprendizagem, razão pela qual, a par de estar pedagógico interessado na educação popular, na valorização da escola
condicionado pela natureza da matéria, relaciona-se com a psicologia do pública e do trabalho do professor, no ensino de qualidade para o povo e,
aluno. especificamente, na acentuação da importância do domínio sólido por parte
Esse autor destaca como conceitos básicos da Didática o ensino e a de professores e alunos dos conteúdos científicos do ensino como condição
aprendizagem, em estreita relação entre si. O ensino é a atividade mental para a participação efetiva do povo nas lutas sociais ( na política, na profis-
intensiva e propositada do aluno em relação aos dados fornecidos pelos são, no sindicato, nos movimentos sociais e culturais).
conteúdos culturais. Ele escreve: “A autêntica aprendizagem consiste Trata-se de duas tendências pedagógicas progressistas, propondo uma
exatamente nas experiências concretas do trabalho reflexivo sobre os fatos educação escolar crítica a serviço das transformações sociais e econômi-
e valores da cultura e da vida, ampliando as possibilidades de compreen- cas, ou seja, de superação das desigualdades sociais decorrentes das
são e de interação do educando com seu ambiente e com a sociedade. (...) formas sociais capitalistas de organização da sociedade. No entanto,
O autêntico ensino consistirá no planejamento, na orientação e no controle diferem quanto a objetivos imediatos, meios e estratégias de atingir essas
dessas experiências concretas de trabalho reflexivo dos alunos, sobre os metas gerais comuns.
dados da matéria ou da vida cultural da humanidade” (1967, pp.72-73). A Pedagogia Libertadora não tem uma proposta explícita de Didática e
Definindo a Didática como disciplina normativa, técnica de dirigir e ori- muitos dos seus seguidores, entendendo que toda didática resumir-se-ia ao
entar eficazmente a aprendizagem das matérias tendo em vista os seus seu caráter tecnicista, instrumental, meramente prescritivo, até recusam
objetivos educativos, Mattos propõe a teoria do Ciclo docente, que é o admitir o papel dessa disciplina na formação dos professores. No entanto,
método didático em ação. O ciclo docente, abrangendo as fases de plane- há uma didática implícita na orientação do trabalho escolar, pois, de alguma
jamento, orientação e controle da aprendizagem e suas subfases, é defini- forma, o professor se põe diante de uma classe com a tarefa de orientar a
do como “o conjunto de atividades exercidas, em sucessão ou ciclicamente, aprendizagem dos alunos. A atividade escolar é centrada na discussão de
pelo professor, para dirigir e orientar o processo de aprendizagem dos seus temas sociais e políticos; poder-se-ia falar de um ensino centrado na reali-
alunos, levando-o a bom termo. É o método em ação”. dade social, em que professor e alunos analisam problemas e realidades do
Quanto ao tecnicismo educacional, embora seja considerada como meio socioeconômico e cultural, da comunidade local, com seus recursos e
uma tendência pedagógica, inclui-se, em certo sentido, na Pedagogia necessidades, tendo em vista a ação coletiva frente a esses problemas e
Renovada. Desenvolveu-se no Brasil na década de 50, à sombra do pro- realidades. O trabalho escolar não se assenta, prioritariamente, nos conte-
gressivismo, ganhando nos anos 60 autonomia quando constituiu-se espe- údos de ensino já sistematizados, mas no processo de participação ativa
cificamente como tendência, inspirada na teoria behaviorista da aprendiza- nas discussões e nas ações práticas sobre questões da realidade social
gem e na abordagem sistêmica do ensino. Esta orientação acabou sendo imediata. Nesse processo em que se realiza a discussão, os relatos da
imposta às escolas pelos organismos oficiais ao longo de boa parte das experiência vivida, a assembleia, a pesquisa participante, o trabalho de
duas últimas décadas, por ser compatível com a orientação econômica, grupo etc., vão surgindo temas geradores que podem vir a ser sistematiza-
política e ideológica do regime militar então vigente. Com isso, ainda hoje dos para efeito de consolidação de conhecimentos. É uma didática que
predomina, nos cursos de formação de professores, o uso de manuais busca desenvolver o processo educativo como tarefa que se dá no interior
didáticos de cunho tecnicista, de caráter meramente instrumental. A Didáti- dos grupos sociais e por isso o professor é coordenador ou animador das
ca instrumental está interessada na racionalização do ensino, no uso de atividades que se organizam sempre pela ação conjunta dele e dos alunos.
meios e técnicas mais eficazes. O sistema de instrução se compõe das A pedagogia Libertadora, segundo o autor, tem sido empregada com
seguintes etapas: a) especificação de objetivos instrucionais operacionali- muito êxito em vários setores dos movimentos sociais, como sindicatos,
zados; b) avaliação prévia dos alunos para estabelecer pré-requisitos para associações de bairro, comunidades religiosas. Parte desse êxito se deve
alcançar os objetivos; c) ensino ou organização das experiências de apren- ao fato de ser utilizada entre adultos que vivenciam uma prática política e
dizagem; d) avaliação dos alunos relativa ao que se propôs nos objetivos onde o debate sobre a problemática econômica, social e política pode ser
iniciais. O arranjo mais simplificado dessa sequência resultou na fórmula: aprofundado com a orientação de intelectuais comprometidos com os
objetivos, conteúdos, estratégias, avaliação. O professor é um administra- interesses populares. Em relação à sua aplicação nas escolas públicas,
dor e executor do planejamento, o meio de previsão das ações a serem especialmente no ensino de 1º grau, os representantes dessa tendência
executadas e dos meios necessários para se atingir os objetivos. Boa parte não chegaram a formular uma orientação pedagógico-didática especialmen-
dos livros didáticos em uso nas escolas são elaborados com base na te escolar, compatível com a idade, o desenvolvimento mental e as caracte-
tecnologia da instrução. rísticas de aprendizagem das crianças e jovens.
As tendências de cunho progressista interessadas em propostas peda- Para a Pedagogia Crítico-Social dos conteúdos a escola pública cum-
gógicas voltadas para os interesses da maioria da população foram adqui- pre a sua função social e política, assegurando a difusão dos conhecimen-
rindo maior solidez e sistematização por volta dos anos 80. São também tos sistematizados a todo, como condição para a efetiva participação do
denominadas teorias críticas da educação. Não é que não tenham existido povo nas lutas sociais. Não considera suficiente colocar como conteúdo
antes esforços no sentido de formular propostas de educação popular. Já escolar a problemática social quotidiana, pois somente com o domínio dos
no começo do século formaram-se movimentos de renovação educacional conhecimentos, habilidades e capacidades mentais podem os alunos
por iniciativa de militantes socialistas. Muitos dos integrantes do movimento organizar, interpretar e reelaborar as suas experiências de vida em função
dos pioneiros da Escola Nova tinham real interesse em superar a educação dos interesses de classe. O que importa é que os conhecimentos sistemati-
elitista e discriminadora da época. No início dos anos 60, surgiram os zados sejam confrontados com as experiências sócio-culturais e a vida
movimentos de educação de adultos que geraram ideias pedagógicas e concreta dos alunos, como meio de aprendizagem e melhor solidez na
práticas educacionais de educação popular, configurando a tendência que assimilação dos conteúdos. Do ponto de vista didático, o ensino consiste na
veio a ser denominada de Pedagogia Libertadora. mediação de objetivos-conteúdos-métodos que assegure o encontro forma-
Na segunda metade da década de 70, com a incipiente modificação do tivo entre os alunos e as matérias escolares, que é o fator decisivo da
quadro político repressivo em decorrência de lutas sociais por maior demo- aprendizagem.
cratização da sociedade, tornou-se possível a discussão de questões A Pedagogia Crítico-Social dos conteúdos atribui grande importância à
educacionais e escolares numa perspectiva de crítica das instituições Didática, cujo objeto de estudo é o processo de ensino nas suas relações e
sociais do capitalismo. Muitos estudiosos e militantes políticos se interessa- ligações com a aprendizagem. As ações de ensinar e aprender formam

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uma unidade, mas cada uma tem a sua especificidade. A Didática tem BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
como objetivo a direção do processo de ensinar, tendo em vista finalidades Como bibliografia complementar, o autor cita, entre outras: CANDAU,
sócio-políticas e pedagógicas e as condições e meios formativos; tal dire- Vera M. (org.). A Didática em Questão. Petrópolis, Vozes, 1984 e FAZEN-
ção, entretanto, converge para promover a auto-atividade dos alunos, a DA, Ivani C. A . (org.). Encontros e Desencontros da Didática e Prática de
aprendizagem. Com isso, a Pedagogia Crítico-Social busca uma síntese Ensino. Cad. Cedes, n.º 21, São Paulo, Cortez/Cedes, 1988.
superadora de traços significativos da Pedagogia Tradicional e da Escola
Nova. CAPÍTULO 4
Postula para o ensino a tarefa de propiciar aos alunos o desenvolvi- O PROCESSO DE ENSINO NA ESCOLA
mento de suas capacidades e habilidades intelectuais, mediante a trans- O autor coloca que há uma relação recíproca e necessária entre a ati-
missão e assimilação ativa dos conteúdos escolares articulando, no mesmo vidade do professor (ensino) e a atividade de estudo dos alunos (aprendi-
processo, a aquisição de noções sistematizadas e as qualidades individuais zagem). Segundo ele, a unidade ensino-aprendizagem se concretiza na
dos alunos que lhes possibilitam a auto-atividade e a busca independente e interligação de dois momentos indissociáveis - transmissão/assimilação
criativa das noções. ativa de conhecimentos e habilidades, dentro de condições específicas de
Mas trata-se de uma síntese superadora. Com efeito, se a Pedagogia cada situação didática.
define fins e meios da prática educativa a partir dos seus vínculos com a
dinâmica da prática social, importa um posicionamento dela face a interes- AS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE ENSINO
ses sociais em jogo no quadro das relações sociais vigentes na sociedade. O autor inicia este tópico falando que o tipo de ensino existente na
Os conhecimentos teóricos e práticos da Didática medeiam os vínculos maioria de nossas escolas é o ensino tradicional, que têm como limitações
entre o pedagógico e a docência; fazem a ligação entre o “para quê” (op- pedagógicas e didáticas, entre outras:
ções político-pedagógicas) e o “como” da ação educativa escolar (a prática - O aluno tem um mínimo de participação na construção do conheci-
docente). mento e uma atividade limitada, já que o professor é o elemento ativo,
A Pedagogia Crítico-Social toma o partido dos interesses majoritários aquele que transmite os conteúdos. Assim, subestima-se a atividade mental
da sociedade, atribuindo à instrução e ao ensino o papel de proporcionar dos alunos privando-os de desenvolverem sua potencialidades cognitivas,
aos alunos o domínio de conteúdos científicos, os métodos de estudo e suas capacidades e habilidades, de forma a ganharem independência de
habilidades e hábitos de raciocínio científico, de modo a irem formando a pensamento.
consciência crítica face às realidades sociais e capacitando-se a assumir no - O trabalho docente fica restrito às paredes da sala de aula, sem preo-
conjunto das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de transforma- cupação e sem ligação com a prática da vida cotidiana dos alunos fora da
ção da sociedade e de si próprios. O autor coloca que esta corrente peda- escola.
gógica forma a base teórico-metodológica dos estudos organizados no livro O autor coloca que se deve entender o processo de ensino como um
em questão. conjunto de atividades organizadas do professor e dos alunos, visando a
alcançar determinados resultados, tendo como ponto de partida o nível
A DIDÁTICA E AS TAREFAS DO PROFESSOR atual de conhecimentos, experiências e de desenvolvimento dos alunos. O
Segundo o autor, o trabalho docente, entendido como atividade peda- autor considera como sendo característica desse processo, entre outras,
gógica do professor, busca os seguintes objetivos primordiais: que o ensino tem um caráter bilateral em virtude de combinar a atividade do
• assegurar aos alunos o domínio mais seguro e duradouro possível professor (ensinar) com a atividade do aluno (aprender), portanto, fazer
dos conhecimentos científicos; interagir dois processos indissociáveis: a transmissão e a assimilação ativa
• criar as condições e meios para que os alunos desenvolvam capa- de conhecimentos e habilidades.
cidades e habilidades intelectuais de modo que dominem métodos
de estudo e de trabalho intelectual visando a sua autonomia no PROCESSOS DIDÁTICOS BÁSICOS: ENSINO E APRENDIZAGEM
processo de aprendizagem e independência de pensamento; Segundo o autor, ensino e aprendizagem são duas facetas de um
• orientar as tarefas de ensino para objetivos educativos de forma- mesmo processo.
ção da personalidade. I - A APRENDIZAGEM
Segundo o autor, em sentido geral, qualquer atividade humana pratica-
O autor coloca que, para que o professor possa atingir efetivamente os da no ambiente em que vivemos pode levar a uma aprendizagem.
objetivos, é necessário que realize um conjunto de operações didáticas Segundo ele, pode-se distinguir a aprendizagem casual, que é quase
coordenadas entre si, que são o planejamento, a direção do ensino e da sempre espontânea, e a aprendizagem organizada, que tem por finalidade
aprendizagem e a avaliação. específica aprender determinados conhecimentos, habilidades, normas de
O autor faz uma lista de requisitos que são necessárias ao planejamen- convivência social.
to, por parte do professor, entre elas: conhecimento dos programas oficiais No caso da aprendizagem escolar, segundo Libâneo, ela é um proces-
para adequá-lo às necessidades reais da escola e da turma de alunos, e so de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física
conhecimento das características sociais, culturais e individuais dos alunos, e mental, organizados e orientados no processo de ensino.
bem como o nível de preparo escolar em que se encontram.
Segundo o autor, quanto à direção do ensino e da aprendizagem, re- 1 - O PROCESSO DE ASSIMILAÇÃO ATIVA
quer-se, entre outras: conhecimento das funções didáticas ou etapas do O autor entende por assimilação ativa ou apropriação de conhecimen-
processo de ensino, e saber formular perguntas e problemas que exijam tos e habilidades o processo de percepção compreensão, reflexão e aplica-
dos alunos pensarem por si mesmos, tirarem conclusões próprias. ção que se desenvolve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudi-
O autor salienta que os requisitos apontados são necessários para que nais do próprio aluno, sob a orientação do professor.
o professor possa desempenhar suas tarefas docentes e que formam o Para o autor, o processo de assimilação ativa é um dos conceitos fun-
campo de estudo da Didática. damentais da teoria da instrução e do ensino.
Para o autor, a Didática oferece uma contribuição indispensável à for- Para sintetizar, o autor coloca que temos nas situações didáticas fato-
mação dos professores, sintetizando no seu conteúdo a contribuição de res externos e internos, mutuamente relacionados. O professor propõe
conhecimentos de outras disciplinas que convergem para o esclarecimento objetivos e conteúdos, tendo em conta características dos alunos e da sua
dos fatores condicionantes do processo de instrução e ensino, intimamente prática de vida. Os alunos, por sua vez, dispõem em seu organismo físico-
vinculado com a educação e, ao mesmo tempo, provendo os conhecimen- psicológico de meios internos de assimilação ativa, meios que constituem o
tos específicos necessários para o exercício das tarefas docentes. conjunto de suas capacidades cognoscitivas, tais como: percepção, motiva-
ção, compreensão, memória, atenção, atitudes, conhecimentos já disponí-
SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO veis.
O autor sugere como perguntas para o trabalho independente dos alu-
nos, entre outras: “Que significa dizer que a Didática é uma atividade de 2 - OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM
cunho pedagógico?” e “Por que se afirma que a Didática é a teoria da O autor coloca que, esquematicamente, pode-se dizer que existem dois
instrução e do ensino?”. níveis de aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. O nível reflexo se
refere às nossas sensações pelas quais desenvolvemos processos de

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observação e percepção das coisas e nossas ações motoras (físicas) no Destaca o autor que a aprendizagem é uma forma do conhecimento
ambiente. humano - relação cognitiva entre aluno e matéria de estudo - desenvolven-
Estas aprendizagem são responsáveis pela formação de hábitos sen- do-se sob as condições específicas do processo de ensino.
sório-motores e são as que predominam na fase inicial de desenvolvimento É importante que o processo de ensino estabeleça exigências e expec-
da criança. tativas que os alunos possam cumprir, e com isso mobilizem suas energias
Entrelaçado com o nível reflexo, o nível cognitivo se refere à aprendi-
zagem de determinados conhecimentos e operações mentais, caracteriza- Estrutura, componentes e dinâmica do processo de ensino
da pela apreensão consciente, compreensão e generalização das proprie- Para Libâneo, o processo didático se explicita pela ação recíproca de
dades e relações essenciais da realidade, bem como pela aquisição de três componentes - os conteúdos, o ensino e a aprendizagem - que operam
modos de ação e aplicação referentes a essas propriedades e relações. em referência a objetivos que expressam determinadas exigências sócio-
políticas e pedagógicas e sob um conjunto de condições de uma situação
3 - MOMENTOS INTERLIGADOS DO PROCESSO DE ASSIMILAÇÃO didática concreta.
ATIVA Segundo ele, os conteúdos de ensino compreendem as matérias nas
Segundo o autor, o desenvolvimento das forças cognoscitivas na sala quais são sistematizados os conhecimentos, formando a base para a
de aula se verifica no processo de assimilação ativa de conhecimentos. concretização de objetivos. O ensino é a atividade do professor de organi-
Frente a determinados objetivo de ensino a primeira atividade é a observa- zação, seleção e explicação dos conteúdos, organização das atividades de
ção sensorial. estudo dos alunos, encaminhando objetivos, métodos, formas organizativas
A transformação da percepção ativa para um nível mais elevado de e meios mais adequados em função da aprendizagem dos alunos. A apren-
compreensão implica a atividade mental de tomar os objetos e fenômenos dizagem é a atividade do aluno de assimilação de conhecimentos e habili-
estudados nas suas relações com outros objetos e fenômenos, para ir dades.
formando ideias e conceitos mais amplos. Neste processo, segundo o Para o autor, o processo de ensino, efetivado pelo trabalho docente,
autor, a atividade mental evolui da apreensão do conteúdo da matéria na constitui-se de um sistema articulado dos seguintes componentes: objeti-
sua forma visível, exterior, para a ideia do conteúdo, de modo que o conte- vos, conteúdos, métodos e condições.
údo visível se transforma num conteúdo do pensamento. Ele coloca que o processo de ensino é impulsionado por fatores ou
Segundo ele, o processo se completa com as atividades práticas em condições específicas já existentes ou que cabe ao professor criar, a fim de
várias modalidades de problemas e exercícios, nos quais se verifica a atingir os objetivos escolares, isto é, o domínio pelos alunos de conheci-
consolidação e a aplicação prática de conhecimentos e habilidades. mentos, habilidades e hábitos e o desenvolvimento de suas capacidades
Para o autor, o aspecto fundamental a considerar é que o processo in- cognoscitivas.
terno de desenvolvimento mental é um todo que não pode ser decomposto Segundo o autor, pode-se dizer que o essencial do processo didático é
em elementos isolados. coordenar o movimento de vaivém entre o trabalho conduzido pelo profes-
O autor, salienta que nem sempre é necessário começar o processo de sor e a percepção e o raciocínio dos alunos frente a esse trabalho.
assimilação pelo concreto, pois há situações de ensino em que os alunos já
possuem conceitos e operações mentais, bastando avivá-los e recordá-los. A ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE
Segundo o autor, a estruturação da aula deve refletir o seguinte enten-
4 - CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM ESCOLAR dimento sobre o processo de ensino: um trabalho ativo e conjunto do pro-
O autor cita como características da aprendizagem escolar, entre ou- fessor e dos alunos, tendo em vista a assimilação consciente e sólida de
tras: conhecimentos, habilidades e hábitos pelos alunos e, por esse mesmo
a - A aprendizagem escolar é uma atividade planejada, intencional e di- processo, o desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas.
rigida, e não algo casual e espontâneo. Aprendizagem e ensino formam A estruturação da aula é, segundo ele, a organização, sequência e in-
uma unidade, mas não são atividades que se confundem uma com a outra. ter-relação dos momentos do processo de ensino.
A atividade cognoscitiva do aluno é a base e o fundamento do ensino, e
este dá direção e perspectiva àquela atividade por meio dos conteúdos, A estruturação do trabalho docente tem uma ligação estreita, segundo
problemas, métodos, procedimentos organizados pelo professor em situa- o autor, com a metodologia específica das matérias, porém não se identifica
ções didáticas específicas. com ela. Tendo em conta o grau escolar, as idades dos alunos, as caracte-
b - Os conteúdos e as ações mentais que vão sendo formados depen- rísticas do desenvolvimento mental, as especificidades de conteúdo e
dem da organização lógica e psicológica das matérias de ensino. A organi- metodologia das matérias, o autor identifica cinco momentos da metodolo-
zação lógica se refere à sequência progressiva dos conteúdos, ideias, gia do ensino na aula que são articulados entre si, são eles:
habilidades, em nível crescente de complexidade e a organização psicoló- 1 - Orientação inicial dos objetivos de ensino e aprendizagem.
gica se refere à adequação ao nível de desenvolvimento físico e mental 2 - Transmissão/assimilação da matéria nova.
que, por sua vez, é condicionado pelas características socioculturais dos 3 - Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos, habilidades e
alunos. hábitos.
4 - Aplicação de conhecimentos, habilidades e hábitos.
II - O ENSINO 5 - Verificação e avaliação dos conhecimentos e habilidades.
Segundo o autor, o ensino é uma combinação adequada entre a con-
dução do processo de ensino pelo professor e a assimilação ativa como O CARÁTER EDUCATIVO DO PROCESSO DE ENSINO E O ENSINO
atividade autônoma e independente do aluno. Em outras palavras, segundo CRÍTICO
ele, o processo de ensino é uma atividade de mediação pela qual são Segundo o autor, o caráter educativo do ensino está relacionado com
providas as condições e os meios para os alunos se tornarem sujeitos os objetivos do ensino crítico.
ativos na assimilação de conhecimentos. Falando da ligação entre Didática e Pedagogia, o autor afirma que os
O autor aponta três funções do ensino, que são inseparáveis: vínculos dos princípios, condições e meios de direção e organização do
a) Organizar os conteúdos para a sua transmissão, de forma que ensino com as finalidades sócio-políticas e pedagógicas da educação,
os alunos possam ter uma relação subjetiva com eles. fornecem as bases teóricas de uma Didática crítico-social.
b) Ajudar ao alunos a conhecerem as suas possibilidades de O autor fala em ensino crítico quando as tarefas de ensino e aprendi-
aprender, orientar suas dificuldades, indicar métodos de estudo e atividades zagem, na sua especificidade, são encaminhadas no sentido de formar
que os levem a aprender de forma autônoma e independente. convicções, princípios orientadores da atividade prática humana frente a
c) Dirigir e controlar a atividade docente para os objetivos da problemas e desafios da realidade social.
aprendizagem.
SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
III - A UNIDADE ENTRE ENSINO E APRENDIZAGEM O autor sugere como perguntas para o trabalho independente dos alu-
Segundo o autor, a relação entre ensino e aprendizagem é uma rela- nos, entre outras: “O que se deve entender como conteúdos de ensino?” e
ção recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a “Definir aprendizagem e dar exemplos” .
atividade dos alunos.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Pode-se dizer que a motivação influi na aprendizagem e a aprendiza-
Como bibliografia complementar, entre outras, o autor cita: SOARES, gem influi na motivação, segundo o autor.
Magda B. Linguagem e Escola - Uma Perspectiva Social. São Paulo, Ática, O autor salienta que é importante a organização do trabalho do profes-
1986 e SAVIANI, Dermeval. O Ensino Básico e o Processo de Democrati- sor na direção e no provimento das condições e modos de incentivar o
zação da Sociedade Brasileira. Revista Ande, (7): 9-13, São Paulo, 1984. estudo ativo.

CAPÍTULO 5 2 - O CONHECIMENTO DAS CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM DO


O PROCESSO DE ENSINO E O ESTUDO ATIVO ALUNO
O autor coloca que, neste capítulo, vai estudar mais detalhadamente O autor coloca que a incentivação como condição de incitamento das
como o professor pode dirigir, estimular e orientar as condições externas e forças cognoscitivas dos alunos depende do conhecimento das característi-
internas do ensino, de modo que pela atividade dos alunos os conhecimen- cas individuais e sócio-culturais dos alunos.
tos e habilidades façam progredir seu desenvolvimento mental. A essa Libâneo acredita que o ensino não pode deixar de apoiar-se na experi-
atividade, cujo fim direto e específico é favorecer a aprendizagem ativa, o ência e no senso comum das crianças, cultivando-o e livrando-o dos equí-
autor denomina de estudo ativo. vocos e dos conhecimentos não-científicos; mas sua tarefa fundamental é
assegurar o trânsito do senso comum aos conhecimentos científicos.
O ESTUDO ATIVO E O ENSINO
Segundo o autor o ensino ativo consiste de atividades dos alunos nas 3 - A INFLUÊNCIA DO PROFESSOR E DO AMBIENTE ESCOLAR
tarefas de observação e compreensão de fatos da vida diária ligados à Segundo o autor, é de extrema importância a personalidade e a atitude
matéria, no comportamento de atenção à explicação do professor, na profissional do docente.
conversação entre professor e alunos da classe, nos exercícios, no trabalho A seriedade profissional do professor, segundo o autor, manifesta-se
de discussão em grupo, etc. Tais atividades possibilitam a assimilação de quando compreende o seu papel de instrumentalizar os alunos para a
conhecimentos e habilidades e, por meio destes, o desenvolvimento das conquista dos conhecimentos e sua aplicação na vida prática; incute-lhes a
capacidades cognoscitivas como a percepção das coisas, o pensamento, importância do conhecimento das lutas dos trabalhadores; orienta-os positi-
etc. vamente para as tarefas da vida adulta.
O autor afirma que todo estudo ativo é sempre precedido do trabalho Tais propósitos devem ser concretizados na prática, através de aulas
do professor. planejadas onde se evidenciem: a segurança nos conteúdos e nos métodos
de ensino, a constância e firmeza no cumprimento das exigências escolares
A ATIVIDADE DE ESTUDO E O DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL pelos alunos; o respeito no relacionamento com os alunos.
Para Libâneo o trabalho docente somente é frutífero quando o ensino Também o ambiente escolar pode exercer, segundo o autor, um efeito
dos conhecimentos e dos métodos de adquirir e aplicar conhecimentos se estimulador para o estudo ativo dos alunos. Assim, os professores devem
convertem em conhecimentos, habilidades, capacidades e atitudes do unir-se à direção da escola e aos pais para tornar a escola um lugar agra-
aluno. Para ele, o objetivo da escola e do professor é formar pessoas dável e acolhedor.
inteligentes, aptas para desenvolver ao máximo possível suas capacidades
mentais. SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
Segundo ele, o trabalho de planejar as aulas, traçar objetivos, explicar Como sugestão de perguntas para o trabalho independente dos alunos,
a matéria, escolher métodos e procedimentos didáticos, dar tarefas e o autor cita, entre outras: “Quais são as características do estudo ativo?” e
exercícios, controlar e avaliar o progresso dos alunos destina-se, acima de “Quais as relações entre o trabalho docente e o estudo ativo?”.
tudo, a fazer progredir as capacidades intelectuais dos educandos. Segun-
do ele, para enfrentar essa tarefa o professor se defronta com algumas BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
dificuldades, tais como: não dominar o conteúdo da matéria que ensina, ter Como bibliografia complementar, o autor cita, entre outras: FREIRE,
muita pressa em vencer o programa, dificuldades em tratar os conteúdos de Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo, Cortez/Autores Associados,
uma forma viva, entre outras. 1978 e LUCKESI, Cipriano C. et alii. Fazer Universidade: Uma Proposta
Para superar estas dificuldades, Libâneo afirma que há várias manei- Metodológica. São Paulo, Cortez, 1986.
ras, são elas:
CAPÍTULO 6
1ª - É necessário que o professor domine o conteúdo da matéria; OS OBJETIVOS E CONTEÚDOS DE ENSINO
2ª- Cada aula, cada assunto, cada exercício, cada situação didática Neste capítulo o autor trata dos seguintes assuntos: importância dos
dever ser uma tarefa de pensamento para o aluno; objetivos educacionais, objetivos gerais e objetivos específicos, os conteú-
3ª - Não colocar como sendo o mais importante terminar o livro; dos do ensino e critérios de seleção dos conteúdos.
4ª - O ensino deve ser dinâmico e variado; A IMPORTÂNCIA DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS
5ª - O ensino das matérias e o desenvolvimento das capacidades cog- O autor afirma que a prática educacional se orienta, necessariamente,
noscitivas dos alunos devem ir possibilitando a formação da atitude crítica e para alcançar determinados objetivos, por meio de uma ação intencional e
criadora frente à realidade e ao cotidiano da vida social. sistemática. Os objetivos educacionais, segundo o autor, então, expressam
propósitos definidos e explícitos quanto ao desenvolvimento das qualidades
ALGUMAS FORMAS DE ESTUDO ATIVO humanas que todos os indivíduos precisam adquirir para se capacitarem
Para o autor, o estudo ativo envolve uma série de procedimentos que para as lutas sociais de transformação da sociedade. Segundo ele, pode-
visam a despertar nos alunos habilidades e hábitos de caráter permanente, mos dizer que não há prática educativa sem objetivos.
tais como: fazer anotações no caderno durante a aula; procedimentos de Segundo Libâneo, os objetivos educacionais têm pelo menos três refe-
observação de objetos, etc. rências para sua formulação:
Além disso, segundo Libâneo, o estudo ativo diz respeito a: exercícios • os valores e ideais proclamados na legislação educacional e que
de reprodução, tarefas de preparação para o estudo, tarefas na fase de expressam os propósitos das forças políticas dominantes no siste-
assimilação da matéria e tarefas na fase de consolidação e aplicação. ma social;
• os conteúdos básicos das ciências, produzidos e elaborados no
FATORES QUE INFLUENCIAM NO ESTUDO ATIVO decurso da prática social da humanidade;
1 - A INCENTIVAÇÃO (OU ESTIMULAÇÃO) PARA O ESTUDO • as necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela
O autor coloca que o incentivo à aprendizagem é o conjunto de estímu- população majoritária da sociedade, decorrentes das condições
los que despertam nos alunos a sua motivação para aprender, de forma concretas de vida e de trabalho e das lutas pela democratização.
que as suas necessidades, interesses, desejos, sejam canalizados para as O autor considera, no texto, dois níveis de objetivos educacionais, são
tarefas de estudo. eles: objetivos gerais e objetivos específicos. Os objetivos gerais expres-
O autor define motivação como o conjunto das forças internas que im- sam, segundo o autor, propósitos mais amplos acerca do papel da escola e
pulsionam o nosso comportamento para objetivos e cuja direção é dada do ensino diante das exigências postas pela realidade social e diante do
pela nossa inteligência. desenvolvimento da personalidade dos alunos. Definem, em grandes

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linhas, perspectivas da prática educativa na sociedade brasileira, que serão As habilidades são qualidades intelectuais necessárias para a atividade
depois convertidas em objetivos específicos de cada matéria de ensino, mental no processo de assimilação de conhecimentos e os hábitos são
conforme os graus escolares e níveis de idade dos alunos. Os objetivos modos de agir relativamente automatizados que tornam mais eficaz o
específicos de ensino determinam exigências e resultados esperados da estudo ativo e independente.
atividade dos alunos, referentes a conhecimentos, habilidades, atitudes e As atitudes e convicções se referem a modos de agir, de sentir e de se
convicções cuja aquisição e desenvolvimento ocorrem no processo de posicionar frente a tarefas da vida social.
transmissão e assimilação ativa das matérias de estudo. Segundo o autor, os elementos constitutivos dos conteúdos convergem
para a formação das capacidades cognoscitivas.
OBJETIVOS GERAIS E OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Segundo o autor, os objetivos gerais são explicitados em três níveis de 3 - QUEM DEVE ESCOLHER OS CONTEÚDOS DE ENSINO
abrangência, do mais amplo ao mais específico: São três as fontes, segundo o autor, que o professor utilizará para se-
a) pelo sistema escolar, que expressa as finalidades educativas de lecionar os conteúdos do plano de ensino e organizar as suas aulas: a
acordo com ideais e valores dominantes na sociedade; programação oficial na qual são fixados os conteúdos de cada matéria; os
b) pela escola, que estabelece princípios e diretrizes de orientação próprios conteúdos básicos das ciências transformadas em matérias de
do trabalho escolar com base num plano pedagógico-didático que represen- ensino; as exigências teóricas e práticas colocadas pela prática de vida dos
te o consenso do corpo docente em relação à filosofia da educação e à alunos, tendo em vista o mundo do trabalho e a participação democrática
prática escolar; na sociedade.
c) pelo professor, que concretiza no ensino da matéria a sua pró-
pria visão de educação e de sociedade. 4 - A DIMENSÃO CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS
O autor cita alguns objetivos educacionais gerais que podem auxiliar ao Segundo o autor, a dimensão crítico-social dos conteúdos corresponde
professores na seleção de objetivos específicos e conteúdos de ensino, à abordagem metodológica dos conteúdos na qual os objetos de conheci-
entre eles estão: mento (fatos, leis, etc.) são apreendidos nas suas propriedades e caracte-
a) colocar a educação escolar no conjunto das lutas pela democratiza- rísticas próprias e, ao mesmo tempo, nas suas relações com outros fatos e
ção da sociedade, que consiste na conquista, pelo conjunto da população, fenômenos da realidade, incluindo especificamente as ligações e nexos
das condições materiais, sociais, políticas e culturais através das quais se sociais que os constituem como tais (como objetos conhecimento). O
assegura a ativa participação de todos na direção da sociedade. conhecimento é considerado, nessa perspectiva, como vinculado a objeti-
b) assegurar a todas as crianças o máximo de desenvolvimento de su- vos socialmente determinados, a interesses concretos a que estão implica-
as potencialidades, tendo em vista auxiliá-las na superação das desvanta- das as tarefas da educação escolar.
gens decorrentes das condições socioeconômicas desfavoráveis. A dimensão crítico-social dos conteúdos é uma metodologia de estudo
Libâneo coloca que os objetivos específicos particularizam a compre- e interpretação dos objetos de conhecimento - explicitados nas matérias de
ensão das relações entre escola e sociedade e especialmente do papel da ensino - como produtos da atividade humana e a serviço da prática social.
matéria de ensino. Eles expressam, assim, as expectativas do professor Segundo o autor, a dimensão crítico-social dos conteúdos, tendo como
sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do processo de ensino e base para sua aplicação no ensino a unidade e a relação objetivos-
têm um caráter pedagógico por explicitarem o rumo a ser imprimido ao conteúdos-métodos, possibilita aos alunos a aquisição de conhecimentos
trabalho escolar, em torno de um programa de formação. que elevem o grau de compreensão da realidade (expressa nos conteúdos)
Segundo o autor, a cada matéria de ensino correspondem objetivos e a formação de convicções e princípios reguladores da ação na vida
que expressam resultados a obter: conhecimentos, habilidades e hábitos, prática.
atitudes e convicções, através dos quais se busca o desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas dos alunos. 5 - OS CONTEÚDOS E O LIVRO DIDÁTICO
Segundo Libâneo, na sociedade atual, há uma distinção dos conteúdos
OS CONTEÚDOS DE ENSINO de ensino para diferentes grupos sociais: para uns, esses conteúdos refor-
O autor coloca que o ensino dos conteúdos deve ser visto como a ação çam os privilégios, para outros fortalecem o espírito de submissão e con-
recíproca entre a matéria, o ensino e o estudo dos alunos. formismo.
Para o autor, os livros didáticos se prestam a sistematizar e difundir co-
1 - O QUE SÃO OS CONTEÚDOS nhecimentos mas servem, também, para encobrir ou escamotear aspectos
Para Libâneo, conteúdos de ensino são o conjunto de conhecimentos, da realidade, conforme modelos de descrição e explicação da realidade
habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudinais de atuação social, consoantes com os interesses econômicos e sociais dominantes na socie-
organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a assimilação dade.
ativa e aplicação pelos alunos na sua prática de vida. Englobam, assim: Ressalta Libâneo que, ao recorrer ao livro didático para escolher os
conceitos, ideias, fatos, processos, etc. e são expressos nos programas conteúdos, elaborar o plano de ensino e de aulas, é necessário ao profes-
oficiais, nos livros didáticos, nos planos de ensino e de aula, entre outros. sor o domínio seguro da matéria e bastante sensibilidade crítica. De um
Segundo o autor, pode-se dizer que os conteúdos retratam a experiên- lado, os seus conteúdos são necessários e, quanto mais aprofundados,
cia social da humanidade no que se refere a conhecimentos e modos de mais possibilitam um conhecimento crítico dos objetos de estudo, pois os
ação, transformando-se em instrumentos pelos quais os alunos assimilam, conhecimentos sempre abrem novas perspectivas e alargam a compreen-
compreendem e enfrentam as exigências teóricas da vida social. são do mundo. Por outro lado, esses conteúdos não podem ser tomados
Os conteúdos são organizados em matérias de ensino e dinamizados como estáticos, imutáveis e sempre verdadeiros, por isso é preciso confron-
pela articulação objetivos-conteúdos-métodos e formas de organização do tá-los com a prática de vida dos alunos e com a realidade.
ensino, nas condições reais em que ocorre o processo de ensino.
A escolha dos conteúdos de ensino, segundo o autor, parte deste prin- CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
cípio básico: os conhecimentos e modos de ação surgem da prática social e 1 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE OBJETIVOS GERAIS E CONTEÚ-
histórica dos homens e vão sendo sistematizados e transformados em DOS
objetos de conhecimento; assimilados e reelaborados, são instrumentos de Segundo o autor, os conteúdos devem expressar objetivos sociais e
ação para atuação na prática social e histórica. pedagógicos da escola pública sintetizados na formação cultural e científica
para todos. Se a educação escolar deve exercer a sua contribuição no
2 - OS ELEMENTOS DOS CONTEÚDOS DE ENSINO conjunto das lutas pela transformação da sociedade, deve-se ter em mente
Segundo o autor, os conteúdos de ensino se compõem de quatro ele- que os conteúdos sistematizados visam a instrumentalizar as crianças e
mentos: conhecimentos sistematizados; habilidades e hábitos; atitudes e jovens das camadas populares para a sua participação ativa no campo
convicções. econômico, social, político e cultural.
Os conhecimentos sistematizados são a base da instrução e do ensino,
os objetos de assimilação e meio indispensável para o desenvolvimento 2 - CARÁTER CIENTÍFICO
global da personalidade. Segundo o autor, os conhecimentos que fazem parte do conteúdo refle-
tem os fatos, conceitos, métodos decorrentes da ciência moderna. No

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processo de ensino, trata-se de selecionar as bases das ciências, transfor- Estão listadas a seguir essas indicações:
madas em objetos de ensino necessárias à educação geral. 1) Ter caráter científico e sistemático;
2) Ser compreensível e possível de ser assimilado;
3 - CARÁTER SISTEMÁTICO 3) Assegurar a relação conhecimento-prática;
Para o autor, o programa de ensino deve ser delineado em conheci- 4) Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem;
mentos sistematizados e não em temas genéricos e esparsos, sem ligação 5) Garantir a solidez dos conhecimentos;
entre si. O sistema de conhecimentos de cada matéria deve garantir uma 6) Levar à vinculação trabalho coletivo - particularidades individu-
lógica interna, que permita uma interpenetração entre os assuntos. ais;

4 - RELEVÂNCIA SOCIAL CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO


Para o autor, a relevância social dos conteúdos significa incorporar no Segundo o autor, em função do critério, no qual a direção do ensino se
programa as experiências e vivências das crianças na sua situação social orienta para a ativação das forças cognoscitivas do aluno, pode-se classifi-
concreta, para contrapor as noções de uma sociedade idealizada e de um car os métodos de ensino segundo os seus aspectos externos (método de
tipo de vida e de valores distanciados do cotidiano das crianças que, fre- exposição pelo professor, método de trabalho relativamente independente
quentemente, aparecem nos livros didáticos. do aluno, método de elaboração conjunta e método de trabalho em grupos)
e seus aspectos internos (passos ou funções didáticas e procedimentos
5 - ACESSIBILIDADE E SOLIDEZ lógicos e psicológicos de assimilação da matéria).
O autor coloca que acessibilidade significa compatibilizar os conteúdos
com o nível de preparo e desenvolvimento mental dos alunos. Segundo ele, 1 - MÉTODO DE EXPOSIÇÃO PELO PROFESSOR
se os conteúdos são acessíveis e didaticamente organizados, sem perder o Neste método, os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresenta-
caráter científico e sistematizado, haverá mais garantia de uma assimilação das, explicadas ou demonstradas pelo professor. A atividade dos alunos é
sólida e duradoura, tendo em vista a sua utilização nos conhecimentos receptiva, embora não necessariamente passiva.
novos e a sua transferência para as situações práticas. Entre as formas de exposição, o autor cita a exposição verbal, a de-
SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO monstração, a ilustração e a exemplificação.
Como sugestão de perguntas para o trabalho independente dos alunos,
o autor cita, entre outras: “Como se articulam objetivos gerais e objetivos 2 - MÉTODO DE TRABALHO INDEPENDENTE
específicos?” e “Quais são as relações básicas entre objetivos e conteú- O autor coloca que o método de trabalho independente dos alunos
dos?”. consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que os
alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR O autor considera como sendo o aspecto mais importante do trabalho
Como bibliografia complementar o autor cita, entre outros: NIDEL- independente a atividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalida-
COFF, Maria T. As Ciências Sociais na Escola. São Paulo. Brasiliense, de de tarefa planejada pelo professor para estudo individual.
1987 e SAVIANE, Dermeval, entrevista concedida ao jornal La Hora, de
28.02.87, de Montevidéu (Uruguai). 3 - MÉTODO DE ELABORAÇÃO CONJUNTA
Segundo o autor, a elaboração é uma forma de interação ativa entre o
CAPÍTULO 7
professor e os alunos visando à obtenção de novos conhecimentos, habili-
OS MÉTODOS DE ENSINO
dades, atitudes e convicções, bem como a fixação e consolidação de
Segundo o autor, os métodos são determinados pela relação objetivo-
conhecimentos e convicções já adquiridos. A forma mais típica do método
conteúdo, e referem-se aos meios para alcançar objetivos gerais e específi-
de elaboração conjunta é a conversação didática, sendo que a forma mais
cos do ensino.
usual de sua organização é a pergunta.
Neste capítulo ele trabalha com os temas: conceito de método de ensi-
no; a relação objetivo-conteúdo-método; os princípios básicos do ensino e a
4 - MÉTODO DE TRABALHO EM GRUPO
classificação dos métodos de ensino.
Este método de trabalho em grupos ou aprendizagem em grupo consis-
te basicamente em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a grupos
CONCEITO DE MÉTODO DE ENSINO
fixos ou variáveis, compostos de 3 a 5 alunos.
Segundo Libâneo, o método de ensino expressa a relação conteúdo-
5 - ATIVIDADES ESPECIAIS
método, no sentido de que tem como base um conteúdo determinado.
O autor destaca entre as atividades especiais, que são aquelas que
O autor coloca que se pode dizer que os métodos de ensino são as
complementam os métodos de ensino e que concorrem para a assimilação
ações do professor pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos
ativa dos conteúdos, o estudo do meio.
alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo
específico. Eles regulam as formas de interação entre ensino e aprendiza-
MEIOS DE ENSINO
gem, entre professor e os alunos, cujo resultado é a assimilação consciente
O autor chama de meios de ensino todos os meios e recursos materiais
dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e
utilizados pelo professor e pelos alunos para a organização e condução
operativas dos alunos.
metódica do processo de ensino e aprendizagem.
A RELAÇÃO OBJETIVO-CONTEÚDO-MÉTODO
SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
Segundo o autor, a relação objetivo-conteúdo-método tem como carac-
O autor cita algumas perguntas para o trabalho independente dos alu-
terística a mútua interdependência. O método de ensino é determinado pela
nos, entre elas: “Por que não pode existir um método único de ensino?” e
relação objetivo-conteúdo, mas pode também influir na determinação de
“Explicar o princípio da atividade consciente e autônoma do aluno e o papel
objetivos e conteúdos. Segundo ele, a matéria de ensino é o elemento de
dirigente do professor”.
referência para a elaboração dos objetivos específicos que, uma vez defini-
dos, orientam a articulação dos conteúdos e métodos, tendo em vista a
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
atividade de estudo dos alunos. Por sua vez, os métodos, à medida que
Como bibliografia complementar o autor cita, além de outras: MAR-
expressam formas de transmissão e assimilação de determinadas matérias,
TINS, José do Prado. Didática Geral. São Paulo. Ática, 1986 e NERICI,
atuam na seleção de objetivos e conteúdos.
Imídeo. Didática - Uma Introdução. São Paulo. Atlas, 1986.
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ENSINO
CAPÍTULO 8
Segundo o autor, os princípios do ensino são aspectos gerais do pro-
A AULA COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO
cesso de ensino que expressam os fundamentos teóricos de orientação do
Segundo Libâneo, deve-se entender a aula como o conjunto dos meios
trabalho docente.
e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino
Segundo o autor, as exigências práticas da sala de aula requerem al-
em função da atividade própria do aluno no processo da aprendizagem
gumas indicações que orientam a atividade consciente dos professores no
escolar, ou seja, a assimilação consciente e ativa dos conteúdos.
rumo dos objetivos gerais e específicos do ensino.
Fundamentos da Educação 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AULA
Segundo o autor, cada aula é uma situação didática específica, na qual 4 - A APLICAÇÃO
objetivos e conteúdos se combinam com métodos e formas didáticas, Segundo o autor, a aplicação é a culminância relativa do processo de
visando fundamentalmente a propiciar a assimilação ativa de conhecimen- ensino. Ela ocorre em todas as demais etapas, mas aqui se trata de prover
tos e habilidades pelos alunos. Na aula se realiza, assim, a unidade entre oportunidades para os alunos utilizarem de forma mais criativa os conheci-
ensino e estudo, como que convergindo nela os elementos constitutivos do mentos, unindo teoria e prática, aplicando conhecimentos, seja na própria
processo didático. prática escolar, seja na vida social. O objetivo da aplicação é estabelecer
Continua ele, dizendo que a aula é toda situação didática na qual se vínculos do conhecimento com a vida, de modo a suscitar independência
põem objetivos, conhecimentos, problemas, desafios, com fins instrutivos e de pensamento e atitudes críticas e criativas expressando a sua compreen-
formativos, que incitam as crianças e jovens a aprender. são da prática social.

ESTRUTURAÇÃO DIDÁTICA DA AULA 5 - CONTROLE E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ESCOLARES


Segundo o autor, o trabalho docente, sendo uma atividade intencional Segundo o autor, a verificação e controle do rendimento escolar para
e planejada, requer estruturação e organização, a fim de que sejam atingi- efeito de avaliação é uma função didática que percorre todas as etapas do
dos os objetivos do ensino. ensino, e abrange a consideração dos vários tipos de atividades do profes-
O autor salienta que a estruturação da aula é um processo que implica sor e dos alunos no processo de ensino. A avaliação do ensino e da apren-
criatividade e flexibilidade do professor, isto é, a perspicácia de saber o que dizagem deve ser visto como um processo sistemático e contínuo, no
fazer frente a situações didáticas específicas, cujo rumo nem sempre é decurso do qual vão sendo obtidas informações e manifestações acerca do
previsível. desenvolvimento das atividades docentes e discentes, atribuindo-lhes
Libâneo coloca que se deve entender as etapas ou passos didáticos juízos de valor.
como tarefas do processo de ensino relativamente constantes e comuns a
todas as matérias, considerando-se que não há entre elas uma sequência TIPOS DE AULAS E MÉTODOS DE ENSINO
necessariamente fixa, e que dentro de uma etapa se realizam simultanea- Segundo Libâneo, em princípio, a programação de aulas correspon-
mente outras. dentes a cada passo didático ou a utilização de todos os passos numa só
Os passos didáticos apresentados pelo autor são: preparação e intro- aula depende dos objetivos e conteúdos da matéria, das habilidades e
dução da matéria; tratamento didático da matéria nova; consolidação e capacidades mentais exigidas nas tarefas, do número de aulas semanais e
aprimoramento dos conhecimentos e habilidades; aplicação; controle e da própria duração da aula, conforme o sistema adotado em cada escola.
avaliação. Na concepção de ensino que o autor propõe, as tarefas docentes vi-
sam a organizar a assimilação ativa, o estudo independente dos alunos, a
1 - PREPARAÇÃO E INTRODUÇÃO DA MATÉRIA aquisição de métodos de pensamento, a consolidação do aprendido. Isso
Segundo o autor, esta fase corresponde ao momento inicial de prepa- significa que, sempre de acordo com os objetivos e conteúdos da matéria,
ração para o estudo da matéria nova. Compreende atividades interligadas: as aulas poderão ser previstas em correspondência com as etapas ou
a preparação prévia do professor, a preparação dos alunos, a introdução da passos do processo de ensino.
matéria e a colocação didática dos objetivos. Segundo o autor, em qualquer tipo de aula, entretanto, deve existir a
preocupação de verificação das condições prévias, de orientação dos
2 - TRATAMENTO DIDÁTICO DA MATÉRIA NOVA alunos para os objetivos, de consolidação e de avaliação.
Nesta etapa, segundo o autor, realiza-se a percepção dos objetos e fe- Segundo o autor, não há um processo de ensino único, mas processos
nômenos ligados ao tema, a formação dos conceitos, o desenvolvimento concretos, determinados pela especificidade das matérias e pelas circuns-
das capacidades cognoscitivas de observação, imaginação e de raciocínio tâncias de cada situação concreta. Além disso, os passos didáticos são
dos alunos. interdependentes e se penetram mutuamente. A preparação e a introdução
Libâneo sintetiza os momentos interligados do processo de transmis- do tema no início da aula pode incluir exercícios, recordação da matéria
são-assimilação, que ele considera a base metodológica para o tratamento anterior. O tratamento didático da matéria implica a recordação da matéria
didático da matéria nova: anterior, a sondagem dos conhecimentos que os alunos já trazem. A orien-
• uma aproximação inicial do objeto de estudo para ir formando tação para os objetivos, na fase de introdução do tema, bem como a avalia-
as primeiras noções, através da atividade perceptiva, sensori- ção estão presentes em todos os passos, e assim por diante.
al. Isso se faz, na aula, através da observação direta, conver-
sação didática, explorando a percepção que os alunos têm do A TAREFA DE CASA
tema estudado; deve-se ir gradativamente sistematizando as Para Libâneo a tarefa para casa é um importante complemento didático
noções; para a consolidação, estreitamente ligada ao desenvolvimento das aulas. A
• elaboração mental dos dados iniciais, tendo em vista a com- tarefa para casa consiste de tarefas de aprendizagem realizadas fora do
preensão mais aprofundada por meio da abstração e generali- período escolar. Tanto quanto os exercícios de classe e as verificações
zação, até consolidar conceitos sobre os objetos de estudo; parciais de aproveitamento, elas indicam ao professor as dificuldades dos
• sistematização das ideias e conceitos de um modo que seja alunos e as deficiências da estruturação didática do seu trabalho. Exercem
possível operar mentalmente com eles em tarefas teóricas e também uma função social, pois através delas os pais tomam contato com
práticas, em função da matéria seguinte e em função da solu- o trabalho realizado na escola, na classe dos seus filhos, sendo um impor-
ção de problemas novos da matéria e da vida prática. tante meio de interação dos pais com os professores e destes com aqueles.
Segundo o autor, essas tarefas não devem constituir-se apenas exercí-
3 - CONSOLIDAÇÃO E APRIMORAMENTO DOS CONHECIMENTOS cios; consistem, também, de tarefas preparatórias para a aula (leituras, etc.)
E HABILIDADE ou de tarefas de aprofundamento da matéria (um estudo dirigido individual,
Segundo o autor, a consolidação pode dar-se em qualquer etapa do etc.).
processo didático: antes de iniciar matéria nova, recorda-se, sistematiza-se,
são realizados exercícios em relação à matéria anterior; no estudo do novo SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
conteúdo, ocorre paralelamente às atividades de assimilação e compreen- O autor sugere perguntas para o trabalho independente dos alunos, en-
são. Mas constitui, também, um momento determinado do processo didáti- tre outras: “Explicar as funções que deve ter a aula para atingir os objetivos
co, quando é posterior à assimilação inicial e compreensão da matéria. do ensino” e “Como devem ser combinados os tipos de aula e os métodos
A consolidação, segundo Libâneo, pode ser reprodutiva (que tem cará- de ensino?”.
ter de exercitação), de generalização (implica a integração de conhecimen-
tos de forma que os alunos estabeleçam relações entre conceitos, analisem BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
os fatos e fenômenos sob vários pontos de vista, façam a ligação dos Como bibliografia complementar, o autor sugere, entre outras: AUSU-
conhecimentos com novas situações e fatos da prática social) e criativa BEL, David P. et alii. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro, Interamerica-
(refere-se a tarefas que levam ao aprimoramento do pensamento indepen- na, 1980 e SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo, Cor-
dente e criativo). tez/Autores associados, 1986.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO 9 assimilação é feito o acompanhamento do progresso dos alunos, aprecian-
A AVALIAÇÃO ESCOLAR do os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo dúvidas, estimulando-os a
Segundo o texto, a avaliação é uma tarefa didática necessária e per- continuarem trabalhando até que alcancem resultados positivos. Ao mesmo
manente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o tempo, essa avaliação fornece ao professor informações sobre como ele
processo de ensino e aprendizagem. está conduzindo o seu trabalho: andamento da matéria, adequação de
Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do tra- métodos e materiais, comunicação com os alunos, adequabilidade da sua
balho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos linguagem etc. Finalmente, é necessário avaliar os resultados da aprendi-
propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o traba- zagem no final de uma unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. A
lho para as correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o avaliação global de um determinado período de trabalho também cumpre a
nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. função de realimentação do processo de ensino.
Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou A função de controle, segundo o autor, refere-se aos meios e à fre-
qualitativos, são interpretados em relação a um padrão de desempenho e quência das verificações e de qualificação dos resultados escolares, possi-
expressos em juízos de valor acerca do aproveitamento escolar. bilitando o diagnóstico das situações didáticas. Há um controle sistemático
No texto, a avaliação é considerada uma tarefa complexa que não se e contínuo que ocorre no processo de interação professor-alunos no decor-
resume à realização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas rer das aulas, através de uma variedade de atividades, que permite ao
proporciona dados que devem ser submetidos a uma apreciação qualitati- professor observar como os alunos estão se conduzindo na assimilação de
va. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnósti- conhecimentos e habilidade e no desenvolvimento das capacidades men-
co e de controle em relação às quais se recorre a instrumentos de verifica- tais. Neste caso, não se deve quantificar os resultados. O controle parcial e
ção do rendimento escolar. final se refere a verificações efetuadas durante o bimestre, no final do
bimestre e no final do semestre ou ano, caso a escola exija o exame final.
UMA DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR Segundo o autor, essas funções atuam de forma independente, não
Libâneo cita o professor Cipriano Carlos Luckesi, que diz que a avalia- podendo ser consideradas isoladamente. A função pedagógico-didática
ção é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de está referida aos próprios objetivos do processo de ensino e diretamente
ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o vinculada às funções de diagnóstico e de controle. A função diagnóstica se
seu trabalho. Os dados relevantes se referem às várias manifestações das torna esvaziada se não estiver referida à função pedagógico-didática e se
situações didáticas, nas quais o professor e os alunos estão empenhados não for suprida de dados e alimentada pelo acompanhamento do processo
em atingir os objetivos do ensino. A apreciação qualitativa desses dados, de ensino que ocorre na função de controle. A função de controle, sem a
através da análise de provas, exercícios, respostas dos alunos, realização função diagnóstico e sem o seu significado pedagógico-didático, fica res-
de tarefas, etc., permite uma tomada de decisão para o que deve ser feito tringida à simples tarefa de atribuição de notas e classificação.
em seguida.
AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR
Libâneo afirma que se pode, então, definir a avaliação escolar como
Para Libâneo a prática de avaliação em nossas escolas tem sido criti-
um componente do processo de ensino a que visa, através da verificação e
cada, sobretudo, por reduzir-se à sua função de controle, mediante a qual
qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes
se faz uma classificação quantitativa dos alunos relativa às notas que
com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em rela-
obtiveram nas provas. Os professores não têm conseguido usar os proce-
ção às atividades didáticas seguintes.
dimento de avaliação - que, sem dúvida, implicam o levantamento de dados
Nos diversos momentos do processo de ensino, são tarefas de avalia-
por meio de testes, trabalhos escritos etc. - para atender a sua função
ção: a verificação, a qualificação e a apreciação qualitativa.
educativa. Em relação aos objetivos, funções e papel da avaliação na
• Verificação: coleta de dados sobre o aproveitamento dos alu- melhoria das atividades escolares e educativas, têm-se verificado, segundo
nos, através de provas, exercícios e tarefas ou de meios auxi- ele, na prática escolar alguns equívocos.
liares, como observação de desempenho, entrevistas etc. O mais comum, segundo ele, é tomar a avaliação unicamente como o
• Qualificação: comprovação dos resultados alcançados em re- ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. O professor
lação aos objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas ou reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e usa a nota
conceitos. somente como instrumento de controle. Continua ele, dizendo que, ainda
• Apreciação qualitativa: avaliação propriamente dita dos resul- hoje há professores que se vangloriam por deter o poder de aprovar ou
tados, referindo-os a padrões de desempenho esperados. reprovar. Quantas vezes se ouvem afirmações inteiramente falsas sobre o
Segundo o autor, a avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: que deve ser um trabalho docente de qualidade, como por exemplo: “O
pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle. professor X é excelente, reprova mais da metade da classe”, “O ensino
A função pedagógico-didática se refere ao papel da avaliação no cum- naquela escola é muito puxado, poucos alunos conseguem aprovação”.
primento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Ao se Tal ideia é descabida, segundo o autor, primeiro porque a atribuição de
comprovar sistematicamente os resultados do processo de ensino, eviden- notas visa apenas ao controle formal, com objetivo classificatório e não
cia-se ou não o atendimento das finalidades sociais do ensino, de prepara- educativo; segundo, porque o que importa é o veredicto do professor sobre
ção dos alunos para enfrentarem as exigências da sociedade, de inseri-los o grau de adequação e conformidade do aluno ao conteúdo que transmite.
no processo global de transformação social e de propiciar meios culturais Essa atitude ignora a complexidade de fatores que envolve o ensino, tais
de participação ativa nas diversas esferas da vida social. como os objetivos de formação, os métodos e procedimentos do professor,
Ao mesmo tempo, favorece uma atitude mais responsável do aluno em a situação social dos alunos, as condições e meios de organização do
relação ao estudo, assumindo-o como um dever social. Cumprindo sua ensino, os requisitos prévios que têm os alunos para assimilar matéria
função didática, a avaliação contribui para a assimilação e fixação, pois a nova, as diferenças individuais, o nível de desenvolvimento intelectual, as
correção dos erros cometidos possibilita o aprimoramento, a ampliação e o dificuldades de assimilação devidas a condições sociais, econômicas,
aprofundamento de conhecimentos e habilidades e, desta forma, o desen- culturais adversas dos alunos. Ao fixar critérios de desempenho unilaterais,
volvimento das capacidades cognoscitivas. o professor avalia os alunos pelo seu mérito individual, pela sua capacidade
A função de diagnóstico permite, segundo o autor, identificar progres- de se ajustarem aos seus objetivos, independentemente das condições do
sos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, ensino e dos alunos e dos fatores externos e internos que interferem no
determinam modificações do processo de ensino para melhor cumprir as rendimento escolar.
exigências dos objetivos. Na prática escolar cotidiana, a função de diagnós- O outro equívoco, segundo ele, é utilizar a avaliação como recompensa
tico é mais importante porque é a que possibilita a avaliação do cumprimen- aos “bons” alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados. As
to da função pedagógico-didática e a que dá sentido pedagógico à função notas se transformam em armas de intimidação e ameaça para uns e
de controle. A avaliação diagnóstica ocorre no início, durante e no final do prêmios para outros. É comum a prática de dar e tirar “ponto” conforme o
desenvolvimento das aulas ou unidades didáticas. No início, verificam-se as comportamento do aluno, ou a preocupação excessiva pela exatidão da
condições prévias dos alunos de modo a prepará-los para o estudo da nota, às vezes reprovando alunos por causa de décimos. Nestas circuns-
matéria nova. Esta etapa inicial é de sondagem de conhecimentos e de tâncias, o professor exclui o seu papel de docente, isto é, o de assegurar as
experiências já disponíveis bem como de provimento dos pré-requisitos condições e meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimu-
para a sequência da unidade didática. Durante o processo de transmissão e lados e aprendam sem necessidade de intimidação.

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O terceiro equívoco é o dos professores que, por confiarem demais em Um aspecto que o autor considera relevante é a clareza dos objetivos,
seu “olho clínico”, dispensam verificações parciais no decorrer das aulas. pois os alunos precisam saber para que estão trabalhando e no que estão
Neste caso, o prejuízo dos alunos é grande, uma vez que o seu destino sendo avaliados.
costuma ser traçado logo nos primeiros meses do ano letivo, quando o
professor estabelece quem passa e quem não passa de ano. Os condena- 2 - POSSIBILITA A REVISÃO DO PLANO DE ENSINO
dos à repetência são isolados no canto da sala de aula e, não raro, aban- O levantamento das condições prévias dos alunos para iniciar nova
donam a escola. matéria, os indícios de progresso ou deficiências detectados na assimilação
O quarto equívoco é daqueles professores que rejeitam as medidas de conhecimentos, as verificações parciais e finais são elementos que
quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos. Consideram possibilitam a revisão do plano de ensino e o encaminhamento do trabalho
que as provas de escolaridade são prejudiciais ao desenvolvimento autô- docente para a direção correta. Não apenas nas aulas, mas nos contatos
nomo das potencialidades e da criatividade dos alunos. Acreditam que, informais na classe e no recreio, o professor vai conhecendo dados sobre o
sendo a aprendizagem decorrente preponderantemente da motivação desempenho e aproveitamento escolar e crescimento dos alunos.
interna do aluno, toda situação de prova leva à ansiedade, à inibição e ao A avaliação, segundo o autor, ajuda a tornar mais claros os objetivos
cerceamento do crescimento pessoal. Por isso, recusam qualquer quantifi- que se quer atingir. No início de uma unidade didática, o professor ainda
cação dos resultados. não está muito seguro de como atingir os objetivos no decorrer do processo
Os equívocos apontados por Libâneo, mostram, segundo ele, duas po- de transmissão e assimilação. À medida que vai conduzindo o trabalho e
sições extremas em relação à avaliação escolar: considerar apenas os observando a reação dos alunos, os objetivos se vão clarificando, o que
aspectos quantitativos ou apenas os qualitativos. No primeiro caso, a possibilita tomar novas decisões para as atividades subsequentes.
avaliação é vista apenas como medida e, ainda assim, mal utilizada. No
segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade de professores e 3 - AJUDA A DESENVOLVER CAPACIDADES E HABILIDADES
alunos, além de ser uma atitude muito fantasiosa quanto aos objetivos da Segundo o autor, todas as atividades avaliativas concorrem para o de-
escola e à natureza das relações pedagógicas. senvolvimento intelectual, social e moral dos alunos, e visam a diagnosticar
O entendimento correto da avaliação, segundo ele, consiste em consi- como a escola e o professor estão contribuindo para isso. O objetivo do
derar a relação mútua entre os aspectos quantitativos e qualitativos. A processo de ensino e de educação é que todas as crianças desenvolvam
escola cumpre uma função determinada socialmente, a de introduzir as suas capacidades físicas e intelectuais, seu pensamento independente e
crianças e jovens no mundo da cultura e do trabalho; tal objetivo social não criativo, tendo em vista tarefas teóricas e práticas, de modo que se prepa-
surge espontaneamente na experiência das crianças e jovens, mas supõe rem positivamente para a vida social. A avaliação deve ajudar todas as
as perspectivas traçadas pela sociedade e um controle por parte do profes- crianças a crescerem: os ativos e os apáticos, os espertos e os lentos, os
sor. Por outro lado, a relação pedagógica requer a interdependência entre interessados e os desinteressados. Os alunos não são iguais, nem no nível
influências externas e condições internas dos alunos; o professor deve socioeconômico nem nas suas características individuais. A avaliação
organizar o ensino, mas o seu objetivo é o desenvolvimento autônomo e possibilita o conhecimento de cada um, da sua posição em relação à clas-
independente dos alunos. Desse modo, a quantificação deve transformar- se, estabelecendo uma base para as atividades de ensino e aprendizagem.
se em qualificação, isto é, numa apreciação qualitativa dos resultados
verificados. 4 - VOLTAR-SE PARA A ATIVIDADE DOS ALUNOS
Ele considera que a atitude de dar notas somente com base em provas A avaliação do rendimento escolar, segundo o autor, deve centrar-se
escritas tem limitações. As provas frequentemente são empregadas apenas no entendimento de que as capacidades se expressam no processo da
para medir capacidade de memorização. Os livros didáticos e as tarefas atividade do aluno em situações didáticas. Por esta razão, é insuficiente
dadas pelos professores estão repletos de exercícios desse tipo. Os pro- restringir as verificações a provas no final de bimestres.
fessores, por sua vez, têm dificuldades em avaliar resultados mais impor-
tantes do processo de ensino, como a compreensão, a originalidade, a 5 - SER OBJETIVA
capacidade de resolver problemas, a capacidade de fazer relações entre Para o autor a avaliação deve ter caráter objetivo, capaz de comprovar
fatos e ideias etc. os conhecimentos realmente assimilados pelos alunos, de acordo com os
Entretanto, coloca ele, as provas escritas e outros instrumentos de veri- objetivos e os conteúdos trabalhados. Isso não significa excluir a subjetivi-
ficação são meios necessários de obtenção de informação sobre o rendi- dade do professor e dos alunos, que está sempre presente na relação
mento dos alunos. A escola, os professores, os alunos e os pais necessi- pedagógica; mas a subjetividade não pode comprometer as exigências
tam da comprovação quantitativa e qualitativa dos resultados do ensino e objetivas - sociais e didáticas - inerentes ao processo de ensino. Para
da aprendizagem para analisar e avaliar o trabalho desenvolvido. Além garantir a exigência de objetividade, aplicam-se instrumentos e técnicas
disso, por mais que o professor se empenhe na motivação interna dos diversificadas de avaliação.
alunos, nem sempre conseguirá deles o desejo espontâneo para o estudo.
As crianças precisam de estimulação externa, precisam sentir-se desafia- 6 - AJUDA NA AUTOPERCEPÇÃO DO PROFESSOR
das a fim de mobilizarem suas energias físicas e intelectuais. A avaliação é, também, um termômetro dos esforços do professor, se-
Portanto, se os objetivos e conteúdos são adequados às exigências da gundo Libâneo. Ao analisar os resultados do rendimento escolar dos alu-
matéria e às condições externas e internas de aprendizagem dos alunos e nos, obtém informações sobre o desenvolvimento do seu próprio trabalho.
se o professor demonstra um verdadeiro propósito educativo, as provas O professor pode perguntar-se: “Meus objetivos estão suficientemente
dissertativas ou objetivas, o controle de tarefas e exercícios de consolida- claros? Os conteúdos estão acessíveis, significativos e bem dosados? Os
ção e outros tipos de verificação são vistos pelos alunos como efetiva ajuda métodos e os recursos auxiliares de ensino estão adequados? Estou con-
ao seu desenvolvimento mental, na medida em que mostram evidências seguindo comunicar-me adequadamente com todos os alunos? Estou
concretas da realização dos objetivos propostos. dando a necessária atenção aos alunos com mais dificuldades? Ou estou
dando preferência só aos bem-sucedidos, aos mais dóceis e obedientes?
CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR Estou ajudando os alunos a ampliarem suas aspirações, a terem perspecti-
Com relação às características da avaliação escolar, o autor cita aque- vas de futuro, a valorizarem o estudo?”.
las que considera principais, que estão listadas como segue.
7 - REFLETE VALORES E EXPECTATIVAS DO PROFESSOR COM
1 - REFLETE A UNIDADE OBJETIVOS-CONTEÚDOS-MÉTODOS RELAÇÃO AOS ALUNOS.
Segundo o autor, a avaliação escolar é parte integrante do processo de Segundo Libâneo, os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os
ensino e aprendizagem, e não uma etapa isolada. Há uma exigência de que hábitos, bem como a maneira de ser do professor, indicam as crenças e
esteja concatenada com os objetivos-conteúdos-métodos expressos no propósitos em relação ao seu papel social e profissional diante do alunos.
plano de ensino e desenvolvidos no decorrer das aulas. Os objetivos expli- Se o professor dá mostras de desatenção à criança pobre ou mal-sucedida,
citam conhecimentos, habilidades e atitudes, cuja compreensão, assimila- isso pode estar indicando uma discriminação social com esta criança. Se
ção e aplicação, por meio de métodos adequados, devem manifestar-se em não se empenha na organização dos alunos, nos hábitos de higiene, no
resultados obtidos nos exercícios, provas, conversação didática, trabalho relacionamento entre as crianças, indica que não valoriza estes aspectos.
independente etc. Atitudes de favoritismo por certos alunos, de preconceito social, de ironia

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em relação ao modo dos alunos se expressarem, etc. são antidemocráticas, BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
portanto deseducativas. Como bibliografia complementar, o autor cita, entre outras: PILETTI,
A avaliação é um ato pedagógico. Nela o professor mostra as suas Claudino. Didática Geral. São Paulo, Ática, 1987 e VEIGA, Ilma P. A .
qualidades de educador na medida que trabalha sempre com propósitos (org.). Repensando a Didática. São Paulo, Papirus, 1988.
definidos em relação ao desenvolvimento das capacidades físicas e intelec-
tuais dos alunos face às exigências da vida social. CAPÍTULO 10
A avaliação escolar envolve a objetividade e a subjetividade, tanto em O PLANEJAMENTO ESCOLAR
relação ao professor como aos alunos. Se somente levar em conta aspec- Para o autor, o planejamento é uma tarefa docente que inclui tanto a
tos objetivos, acaba tornando-se mecânica e imparcial; atendo-se somente previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coorde-
às necessidades e condições internas dos alunos, pode comprometer o nação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação
cumprimento das exigências sociais requeridas da escola. no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para se
Para superar criativamente essa aparente ambiguidade entre o objetivo programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e
e o subjetivo, o professor precisa ter convicções éticas, pedagógicas e reflexão intimamente ligado à avaliação.
sociais e, ao fazer a apreciação qualitativa dos resultados escolares, deverá Segundo o autor, há três modalidades de planejamento, articuladas en-
levar em conta os seus propósitos educativos. tre si: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas.

INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR


Quanto aos instrumentos de avaliação do rendimento escolar o autor Para Libâneo o planejamento é um processo de racionalização, organi-
cita: zação e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a
• A prova dissertativa: compõe-se de um conjunto de questões problemática do contexto social. A escola, os professores e os alunos são
ou temas que devem ser respondidos pelos alunos com suas integrantes da dinâmica social, o que significa, segundo o autor, que os
próprias palavras, sendo que todas as questões pedidas de- elementos do planejamento escolar - objetivos, conteúdos, métodos - estão
vem referir-se a objetivos e atividades que foram anteriormen- recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente políti-
te trabalhados durante as aulas. co. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das
• A prova escrita de questões objetivas: em que se pede que o nossas opções.
aluno escolha uma resposta entre alternativas possíveis de • Dentre as funções do planejamento escolar, apontadas pelo
resposta. autor, podemos destacar:
• Questões certo-errado: em que o aluno escolhe a resposta en- • Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho
tre duas ou mais alternativas onde cada item é uma afirmação docente que assegurem a articulação entre as tarefas da esco-
que pode estar certa ou errada. la e as exigências do contexto social e do processo de partici-
• Questões de lacunas (para completar): que são compostas por pação democrática.
frases incompletas, deixando um espaço em branco (lacuna) • Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da considera-
para ser preenchido com uma só resposta certa. ção das exigências postas pela realidade social, do nível de
• Questões de correspondência: que são elaboradas fazendo-se preparo e das condições socioculturais e individuais dos alu-
duas listas de termos ou frases para que o aluno faça a cor- nos.
respondência certa. • Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático
• Questões de múltipla escolha: que são compostas de uma em tempo hábil, saber que tarefas professor e alunos devem
pergunta, seguida de várias alternativas de respostas. executar, replanejar o trabalho frente a novas situações que
• Questões do tipo “teste de respostas curtas” ou de evocação aparecem no decorrer das aulas.
simples: também chamados de provas objetivas, compõe-se Segundo o autor, para que os planos sejam efetivamente instrumentos
de testes que são respondidos na forma de dissertação, reso- para a ação, devem ser como um guia de orientação e devem apresentar
lução de problemas ou simplesmente de recordação de res- ordem sequencial, objetividade, coerência e flexibilidade.
postas automatizadas. Salienta também o autor que, é preciso que os planos estejam continu-
Estes instrumentos, entre tantos outros, devem ser utilizados em con- amente ligados à prática, de modo que sejam sempre revistos e refeitos.
junto com procedimentos auxiliares, como a observação e a entrevista. As
observações dos alunos feitas pelos professores visa a investigar, infor- REQUISITOS PARA O PLANEJAMENTO
malmente, as características individuais e grupais dos alunos, tendo em Para Libâneo, os principais requisitos para o planejamento são: os ob-
vista identificar fatores que influenciam a aprendizagem e o estudo das jetivos e tarefas da escola democrática; as exigências dos planos e pro-
matérias e, na medida do possível, modificá-los. Já a entrevista é uma gramas oficiais; as condições prévias dos alunos para a aprendizagem; os
técnica simples e direta de conhecer e ajudar o aluno no seu desempenho princípios e as condições do processo de transmissão e assimilação ativa
escolar e deve ter sempre um objetivo, que pode ser o de ampliar os dados dos conteúdos.
que o professor já tem, tratar de um problema específico detectado nas
observações ou esclarecer dúvidas quanto a determinadas atitudes e 1 - OBJETIVOS E TAREFAS DA ESCOLA DEMOCRÁTICA
hábitos da criança. Para o autor, a escola democrática é aquela que possibilita a todas as
crianças a assimilação de conhecimentos científicos e o desenvolvimento
ATRIBUIÇÕES DE NOTAS OU CONCEITOS de suas capacidades intelectuais, de modo a estarem preparados para
Segundo o autor, a avaliação escolar tem também a função de contro- participar ativamente da vida social. Continua ele dizendo que, desse modo,
le, expressando os resultados em notas ou conceitos que comprovam a as tarefas da escola, centradas na transmissão e assimilação ativa dos
quantidade e a qualidade dos conhecimentos adquiridos em relação aos conhecimentos, devem contribuir para objetivos de formação profissional,
objetivos. A análise dos resultados de cada aluno e do conjunto dos alunos para compreensão das realidades do mundo do trabalho; de formação
permite determinar a eficácia do processo de ensino como um todo e as política para que permita o exercício ativo da cidadania; de formação cultu-
reorientações necessárias. ral para adquirir uma visão de mundo compatível com os interesses eman-
Para Libâneo as notas ou conceitos traduzem, forma abreviada, os re- cipatórios da classe trabalhadora.
sultados do processo de ensino e aprendizagem. A nota ou conceito não é
o objetivo do ensino, apenas expressa níveis de aproveitamento escolar em 2 - EXIGÊNCIAS DOS PLANOS E PROGRAMAS OFICIAIS
relação aos objetivos propostos. Segundo o autor, uma das responsabilidades do poder público é a ela-
boração de planos e programas oficiais de instrução, de âmbito nacional,
SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO reelaborados e organizados nos estados e municípios em face de diversi-
Dentre as perguntas sugeridas pelo autor para o trabalho independente dades regionais e locais. Os programas oficiais, segundo ele, à medida que
dos alunos, podemos citar: “Por que a avaliação escolar é um processo refletem um núcleo comum de conhecimentos escolares, têm um caráter
contínuo?” e “Como deve ser efetivada, na prática, a avaliação diagnosti- democrático, pois, a par de serem garantia da unidade cultural e política da
ca?”. nação, levam a assegurar a todos os brasileiros, sem discriminação de

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classes sociais e de regiões, o direito de acesso a conhecimentos básicos F - Desenvolvimento ou estudo do conteúdo
comuns. É a fase de assimilação e sistematização do objeto de estudo, visando
Para o autor, os planos e programas oficiais de instrução constituem, ao máximo de compreensão e elaboração interna por parte do aluno. As
portanto, um outro requisito prévio para o planejamento. A escola e os atividades podem ser: exposição oral pelo professor, conversação, entre
professores, porém, devem ter em conta que os planos e programas oficiais muitos outros.
são diretrizes gerais, são documentos de referência, a partir dos quais são
elaborados os planos didáticos específicos. G - Aplicação
Segundo o autor, esta é a fase de consolidação, que revisa cada tópico
2 - CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA A APRENDIZAGEM da unidade remetendo à pergunta central. As atividade aqui têm o sentido
Segundo o autor, o planejamento da escola e do ensino dependem das de reforço: exercícios de fixação, organização de resumos, etc. Segundo
condições escolares prévias dos alunos. ele, o significado mais importante desta fase é a consolidação de conheci-
De nada adianta introduzir matéria nova, se os alunos carecem de pré- mentos e habilidades para início de uma nova unidade didática.
requisitos. A introdução de matéria nova ou consolidação da matéria anteri-
or requerem necessariamente verificar o ponto de preparo em que os O PLANO DE AULA
alunos se encontram, a fim de garantir a base de conhecimentos e habili- Segundo o texto, o plano de aula é um detalhamento do plano de ensi-
dades necessária para a continuidade da matéria. no. As unidades e subunidades que foram previstas em linhas gerais são
agora especificadas e sistematizadas para uma situação didática real.
3 - PRINCÍPIOS E CONDIÇÕES DE TRANSMISSÃO/ASSIMILAÇÃO Na preparação de aulas, o professor deve reler os objetivos gerais da
ATIVA matéria e a sequência de conteúdos do plano de ensino.
Segundo o autor, este requisito diz respeito ao domínio dos meios e
condições de orientação do processo de assimilação ativa nas aulas. O SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
planejamento das unidades didáticas e das aulas deve estar em correspon- Como sugestão de perguntas para o trabalho independente dos alunos,
dência com as formas de desenvolvimento do trabalho em sala de aula. o autor cita, entre outras: “Qual a importância política e pedagógica do
planejamento de ensino?” e “Como devemos articular os planos e progra-
O PLANO DA ESCOLA mas oficiais no plano de ensino?”.
Para Libâneo, o plano da escola é o plano pedagógico e administrativo
da unidade escolar, onde explicita a concepção pedagógica do corpo BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
docente, as bases teórico-metodológicas da organização didática, a contex- Como bibliografia complementar, o autor cita, entre outras: BALZAN,
tualização social, econômica, política e cultural da escola, a caracterização Newton C. Supervisão e Didática. In: ALVES, Nilda (org.) et alii, Educação e
da clientela escolar, etc. Supervisão - O Trabalho Coletivo na Escola. São Paulo, Cortez/Autores
Segundo ele, o plano da escola é um guia de orientação para o plane- Associados, 1984 e FUSARI, José C. O Planejamento Educacional e a
jamento do processo de ensino e, enquanto orientação geral do trabalho Prática dos Educadores. Revista da Ande, (8): 33-35, São Paulo, 1984.
docente, deve ser consensual entre o corpo docente. Este plano deve
expressar os propósitos dos educadores empenhados numa tarefa comum. CAPÍTULO 11
RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA
O PLANO DE ENSINO
Segundo o autor, a interação professor-alunos é um aspecto funda-
Para Libâneo, o plano de ensino é um roteiro organizado das unidades
mental da organização da situação didática, tendo em vista alcançar os
didáticas para um ano ou semestre. Recebe também a denominação de
objetivos do processo de ensino: a transmissão e assimilação dos conhe-
plano de curso ou plano de unidades didáticas e contém os seguintes
cimentos, hábitos e habilidades. Entretanto, esse não é o único determinan-
componentes:
te da organização do ensino, razão pela qual ele precisa ser estudado em
A - Justificativa da disciplina
conjunto com outros fatores, principalmente a forma de aula.
A justificativa da disciplina responderá a três questões básicas do pro-
O autor ressalta dois aspectos da interação professor-alunos no traba-
cesso didático: o por quê, o para quê e o como.
lho docente: o aspecto cognoscitivo (que diz respeito a formas de comuni-
B - Delimitação dos conteúdos cação dos conteúdos escolares e às tarefas escolares indicadas aos alu-
O conteúdo da disciplina é selecionado e organizado em unidades di- nos) e o aspecto sócio emocional (que diz respeito às relações pessoais
dáticas, estas subdivididas em tópicos. A principal virtude de uma unidade entre professor e aluno e às normas disciplinares indispensáveis ao traba-
didática é que os seus tópicos não são simplesmente itens de subdivisão lho docente).
do assunto, mas conteúdos problematizados em função dos objetivos e do
desenvolvimento metodológico. ASPECTOS COGNOSCITIVOS DA INTERAÇÃO
O autor entende por cognoscitivo o processo ou o movimento que
C - Os objetivos específicos transcorre no ato de ensinar e no ato de aprender, tendo em vista a trans-
O autor coloca que, uma vez redigidos, os objetivos específicos vão di- missão e assimilação de conhecimentos.
recionar o trabalho docente tendo em vista promover a aprendizagem dos Segundo o autor, o trabalho docente se caracteriza por um constante
alunos. Passam inclusive, a ter força para a alteração dos conteúdos e vaivém entre as tarefas cognoscitivas colocadas pelo professor e o nível de
métodos. Na redação, o professor transformará tópicos das unidades numa preparo dos alunos para resolverem as tarefas.
proposição que expresse o resultado esperado e que deve ser atingido por Segundo Libâneo, para atingir satisfatoriamente uma boa interação no
todos os alunos ao término daquela unidade didática. aspecto cognoscitivo, é preciso levar em conta: o manejo dos recursos de
Os resultados são conhecimentos e habilidades. linguagem; conhecer bem o nível de conhecimento dos alunos; ter um bom
Na redação dos objetivos específicos, segundo o autor, o professor po- plano de aula e objetivos claros; explicar aos alunos o que se espera deles
de indicar também as atitudes e convicções em relação à matéria, ao em relação à assimilação da matéria.
estudo, ao relacionamento humano, à realidade social.
Para o autor os objetivos refletem a estrutura do conteúdo da matéria. ASPECTOS SÓCIO-EMOCIONAIS
Para o autor, os aspectos sócio emocionais se referem aos vínculos
D - Desenvolvimento metodológico afetivos entre professor e alunos, como também às normas e exigências
Segundo o autor, o desenvolvimento metodológico de objetivos e con- objetivas que regem a conduta dos alunos na aula (disciplina).
teúdos estabelece a linha que deve ser seguida no ensino e na assimilação Libâneo salienta que o professor precisa aprender a combinar severi-
da matéria de ensino. dade e respeito.

E - Introdução e preparação do conteúdo A DISCIPLINA NA CLASSE


São atividades que visam à reação favorável dos alunos ao conteúdo. O autor acredita que a disciplina da classe está diretamente ligada ao
A escolha de métodos e procedimentos depende do conhecimento da estilo da prática docente, ou seja, à autoridade profissional, moral e técnica
matéria, da criatividade do professor e de cada situação concreta. do professor.

Fundamentos da Educação 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A autoridade profissional se manifesta no domínio da matéria que ensi- b) a ação do educador
na e dos métodos e procedimentos de ensino, no tato em lidar com a classe O professor por sua vez é o que sabe, ordena, decide, julga, anota, pu-
e com as diferenças individuais, na capacidade de controlar e avaliar o ne. Seus mecanismos de adaptação às mudanças ou situações novas são
trabalho dos alunos e o trabalho docente. inadequadas. Educar, formar cidadões conscientes, criativos e críticos não
têm sido seus objetivos primordiais.
A autoridade moral é o conjunto das qualidades de personalidade do
professor: Sua dedicação profissional, sensibilidade, senso de justiça, c) os objetivos propostos para o trabalho escola
traços de caráter. Em nossas escolas, os objetivos não são muito claros geralmente são
inadequados, com conteúdo selecionado pela autoridade do mestre e
A autoridade técnica constitui o conjunto de capacidades, habilidades e transmitido ao aluno de forma fragmentada.
hábitos pedagógico-didáticos necessários para atingir com eficácia a
transmissão e assimilação de conhecimentos aos alunos. d) a metodologia utilizada pelos porfessores
O trabalho docente apresenta-se normalmente empregnado de técni-
Segundo o autor, a disciplina da classe depende do conjunto dessas cas dissociadas de seus fundamentos. A prioridade tem sido dada para os
características do professor, que lhe permitem organizar o processo de métodos receptivos, com a transmissão do conhecimento. Tal metodologia
ensino. transforma o aluno em objeto, negando seu papel de sujeito e agente da
própria educação.
SUGESTÕES PARA TAREFAS DE ESTUDO
Como sugestão de perguntas para o trabalho independente dos alunos, e) Os recursos disponíveis para efetuação do trabalho escolar
o autor cita, entre outras: “Em que condições os aspectos cognoscitivos do A falta de recursos em nossas escolas públicas é bastante conhecida
ensino influem na interação professor-aluno?” e “O planejamento e a prepa- por todos. Na maioria das vezes têm-se o prédio escolar apenas. O corpo
ração da aula podem influir no controle da disciplina?”. docente, despreparado, desinteressado ou ingênuo, acaba por não utilizar o
pouco existente.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
O autor cita, como bibliografia complementar, entre outras: NOVAES, f) o processo de avaliação das atividades escolares
Maria E. Professor Não é Parente Postiço. Revista Ande, (4): 61-62, São A avaliação tornou-se um tabu para o aluno que será analisado, para o
Paulo, 1982 e VEIGA, Ilma P. A .(org.) Repensando a Didática. São Paulo, professor que deve proceder à avaliação e também às famílias dos alunos.
Papirus, 1988. Consequentemente, o aluno vai à nossa escola não para aprender, mas
para ser avaliado e aprovado ou reprovado, apenas em decorrência da
quantidade de conhecimentos adquiridos sem maiores questionamentos ou
exigências. Constata-se uma inversão de valores. O mais importante, a
O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA formação do homem, passa a ser confundido e sobrepujado pelo menos
importante, ser aprovado ou reprovado. A aprovação e a reprovação devem
Vianna, Ilca O. A., “Planejamento Participativo na Escola: um desafio ao educa-
dor”, SP, EPU, 1985.
ser decorrências normais de todo o processo que precisa culminar na
Planejamento Participativo na escola educação do homem que se pretende formar.
Nesse trabalho a autora procura fundamentar, sintetizar e relatar o tra-
balho pedagógico efetivado em uma Escola de Primeiro Grau, do Estado de g) a administração do sistema escolar
S.Paulo. De um modo geral, a administração escolar é realizada através de or-
Partindo de sua realidade bastante precária, esta escola se propôs a dens, normas e regulamentos impostos de cima para baixo, sem nenhum
uma nova atividade: desenvolver o trabalho pedagógico a partir de um questionamento, aumentando a submissão, sem críticas ou discussões,
planejamento participativo, comunitário e político, envolvendo atividade através do medo dos conflitos e punições.
conjunta da escola, família e comunidade.
h) o planejamento das atividades escolares
CAP. 1 O planejamento quase sempre está desvinculado da realidade pessoal
Uma experiência em educação e social da escola.
1.1 - Origem
A ideia do trabalho surgiu quando a autora, supervisora de ensino re- i) o trabalho de supervisão escolar, ausente na maioria das situações,
solveu observar que possibilidades as escolas de 1º e 2º graus públicas tem-se limitado à fiscalização superficial das atividades burocráticas.
tinham de efetivar o objetivo geral proposto pela lei 5692/71, que é o se-
guinte: j) o sistema escolar
“... proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvi- O próprio sistema escolar impede um processo educativo adequado à
mento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, prepa- clientela que assiste, à medida que valoriza aspectos acidentais e burocrá-
ração para o trabalho e preparo consciente da cidadania”... (lei 5692/71) ticos da atividade pedagógica.
A efetivação desse objetivo que já é difícil, torna-se ainda mais com- Existem também fatores externos ao sistema escolar, responsáveis pe-
plexo ante o novo caráter que nossas escolas vêm assumindo. la inadequação do trabalho realizado em nossas escolas. Entre eles, desta-
Até o advento da 5692/71, a escola atendia exclusivamente a uma mi- cam-se os fatores políticos, envolvendo:
noria privilegiada, após 71 passa a atender às classes menos favorecidas a) desmotivação e imaturidade política do povo brasileiro.
ocorrendo a massificação do ensino. A qualidade passa a ser a maior b) a chamada “democratização” do ensino, que na verdade é a massifi-
preocupação, em detrimento à qualidade. A escola desestruturou-se e seu cação do processo educativo.
trabalho passou a ser inadequado, artificial. As razões dessa inadequada- c) o baixo investimento tecnológico e financeiro em educação.
ção são múltiplas e algumas são inerentes ao próprio sistema de ensino, d) o planejamento educacional desvinculado do planejamento nacional.
tais como: e) a desigualdade social.

a) a forma de tratar o aluno Além desses fatores políticos, merecem destaque os fatores econômi-
O aluno nunca é consultado sobre como, quando, o que aprender, e cos, tais gerais:
por que aprender; ele tem seus papéis definidos pela escola e pelo profes- a) baixo nível socioeconômico do povo brasileiro, gerando problemas
sor. Deve calar-se ouvir, obedecer, ser julgado, desenvolver mecanicamen- de saúde, desnutrição, antecipação da terminalidade escolar para garantia
te o aprendido, competir individualmente e submeter-se a uma ordem pré- do próprio sustento, evasão, repetência.
estabelecida, alheia à realidade. Dessa forma frustra-se e reage negativa- b) má distribuição e utilização da verba disponível para educação.
mente, fugindo da escola destruindo mobiliários e agredindo colegas e c) explosão demográfica com excesso de população jovem.
autoridades. d) insuficiência de escolas e classes, especialmente nas regiões perifé-
ricas e mais populosas das grandes cidades.

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Face a seus fatores e à necessidade premente de reestruturação do O professor e o processo ensino-aprendizagem:
sistema de ensino brasileiro, cabe ao Estado propor essa reestruturação a dinâmica da sala de aula.
dando condição para que a mesma se realize.
A alternativa é o envolvimento da escola na efetivação de um processo
Ensino e aprendizagem são duas facetas de um mesmo processo. O
de participação que integre família, escola e comunidade, de forma crítica,
professor planeja, dirige e controla o processo de ensino, tendo em vista
consciente e desafiadora.
estimular e suscitar a atividade própria dos alunos para a aprendizagem.
CAP. 2 Para compreender a dinâmica desse processo é necessário analisar sepa-
Planejamento Participativo radamente cada um dos seus componentes.
Entende-se por planejamento participativo uma estratégia de trabalho,
que se caracteriza pela integração de todos os setores da atividade huma- Primeiramente veremos a aprendizagem.
na social, num processo global para solução de problemas comuns. A condução do processo de ensino requer uma compreensão clara e
Enquanto o processo político exige de seus integrantes um posiciona- segura do processo de aprendizagem: em que consiste, como as pessoas
mento individual e social diante da situação problema a ser estudada e das aprendem, quais as condições externas e internas que o influenciam.
atividades propostas para reestruturações. Tem como estratégia, o diálogo Em sentido geral, qualquer atividade humana praticada no ambiente
e o trabalho coletivo. em que vivemos pode levar a uma aprendizagem. Desde que nascemos
Fundamentação e operacionalização. estamos aprendendo, e continuamos aprendendo a vida toda. A pessoas
O Planejamento Participativo fundamenta-se numa filosofia de renova- estão sempre aprendendo, em casa, na rua, no trabalho, na escola, nas
ção estruturais. As decisões mais substantivas devem ser tomadas pelas múltiplas experiências da vida.
pessoas que compõem a comunidade, que começarão por tomar consciên- Aprendizagem é uma mudança de comportamento. Só há aprendiza-
cia de seus problemas mais prementes e ir em busca de soluções. gem na medida em que houver uma mudança no comportamento.
Um dos grandes problemas colocados por educadores refere-se à pos- Aprendizagem é mudança de comportamento resultante da experiên-
sibilidades legal de sua efetivação nos diferentes sistemas de ensino, cia. Quase todos os nossos comportamentos são aprendidos, mas não
oficiais ou particulares. todos. Há comportamentos que resultam da maturação ou do crescimento
A dificuldade para tal, deve-se ao fato de que, sendo um tipo de traba- do nosso organismo e, portanto, não constituem aprendizagem: respiração,
lho embasado em uma filosofia humanista, que vê o humano como sujeito digestão, salivação.
de sua história, dificilmente esse tipo de planejamento poderia identificar-se Podemos distinguir aprendizagem casual e a aprendizagem organiza-
com filosofia pragmatista e materialista que caracteriza nossa sociedade da. A aprendizagem casual é quase sempre espontânea, surge naturalmen-
consumista. te da interação entre as pessoas e com o ambiente em que vivem.
No entanto as leis 4024/61 e 5692/72 admitem os pressupostos de tal Ou seja, pela convivência social, pela observação de objetos e aconte-
planejamento, a primeira pelo seu caráter humanista e a segunda prevendo cimentos, pelo contato com os meios de comunicação, leituras, conversas,
a tarefa da escola de planejar as atividades integrando família, escola e etc., as pessoas vão acumulando experiências, adquirindo conhecimentos,
comunidade. formando atitudes e convicções.
A aprendizagem organizada é aquela que tem por finalidade específica
CAP. 3 aprender determinados conhecimentos, habilidades, normas de convivência
Fatores integrantes do planejamento participativo social. Embora isso possa ocorrer em vários lugares, é na escola que são
Para aplicação do Planejamento Participativo, algumas condições são organizadas as condições específicas para a transmissão e assimilação de
necessárias tais quais o processo educativo, o professor e a comunidade, conhecimentos e habilidades. Esta organização intencional, planejada e
uma vez que ele supõe um processo educativo não fragmentado, crítico, sistemática das finalidades e condições da aprendizagem escolar é tarefa
dialético, global e consciente. Da mesma forma a escola que efetivará específica de ensino.
deverá apresentar as mesmas características. A aprendizagem escolar é um processo de assimilação de determina-
O educador por sua vez também deve desenvolver um trabalho político dos conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e orien-
e inovador, integrado, consciente e inserido no social da escola. tados no processo de ensino. Os resultados da aprendizagem se manifes-
CAP. 4 - Escola e planejamento participativo: possibilidades tam em modificações na atividade externa e interna do sujeito, nas suas
Pressupostos do planejamento participativo: relações com o ambiente físico e social.
1 - acreditar na escola como veículo de educação crítica. Isto significa que podemos aprender conhecimentos sistematizados (fa-
2 - acreditar no professor como agente facilitador do processo político tos, conceitos, princípios, métodos de conhecimento etc. ); habilidades e
da educação. hábitos intelectuais e sensoriomotores (observar um fato e extrair conclu-
3 - acreditar na disponibilidade e atividade criativa dos elementos na sões, destacar propriedades e relações das coisas, dominar procedimentos
comunidade, quando integrados politicamente no processo educativo. para resolver exercícios, escrever e ler, uso adequado dos sentidos, mani-
4 - ter esperança e acreditar na possibilidade de uma mudança no atual pulação de objetos e instrumentos etc.); atitudes e valores (por exemplo,
sistema dualista que caracteriza a sociedade brasileira. perseverança e responsabilidade no estudo e à realidade, espírito de
5 - acreditar que a escola politizadora tem buscado abrir sem espaço camaradagem e solidariedade, convicções, valores humanos e sociais,
na agilização de mudanças. interesse pelo conhecimento, modos de convivência social etc.)
6 - Ser bem claro que, todo trabalho participação dentro da escola não Esses resultados fazem parte dos objetivos e conteúdos do ensino,
pode ser estanque. embora saibamos que as crianças aprendem também independentemente
Atividades básicas - O grupo incentivador é o ponto de partida no pro- do ensino. No processo de ensino estabelecemos objetivos, conteúdos e
cesso de Planejamento Participativo. Esse grupo deverá desenvolver um métodos, mas a assimilação deles é consequência da atividade mental dos
trabalho de osmose da cultura, tradições e costumes da comunidade sobre alunos. Conhecimentos, habilidades, atitudes, modos de agir não são
a qual vai atuar. coisas físicas que podem ser transferidas da cabeça do professor para a
cabeça da criança. A aprendizagem efetiva acontece quando, pela influên-
CAP. 5 cia do professor, são mobilizadas as atividades física e mental próprias das
Relato de uma experiência de planejamento participativo a partir da es- crianças no estudo das matérias. É o que denominamos de processo de
cola assimilação ativa.
Iniciada pela EEPG “Escritor Júlio Atlas”, no ano de 1979 e realizada Entendemos por assimilação ativa ou apropriação de conhecimentos e
no grande ABC, esta experiência iniciou seu trabalho identificando e anali- habilidades o processo de percepção, reflexão e aplicação que se desen-
sando as características específicas da sociedade. volve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudinais do próprio
Houve dificuldade em engajar os professores e os pais ao projeto; uma aluno, sob a direção e orientação do professor.
vez diminuídas essas dificuldades, juntos, pais, professores, alunos e O processo de assimilação ativa é um dos conceitos fundamentais da
funcionários foram decidindo metas prioritárias e estratégias de ação. E teoria da instrução e do ensino. Permite-nos entender que o ato de apren-
assim, gradualmente foram alcançadas metas, que em pouco tempo fez a der é um ato de conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os fatos,
escola ser conhecida e elogiada, tanto a nível infra estrutural, como quanto fenômenos e relações do mundo, da natureza e da sociedade, através do
à qualidade de seu ensino. estudo das matérias de ensino. Nesse sentido, podemos dizer que a apren-

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dizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e os objetos de conheci- por meio dos conteúdos, problemas, métodos, procedimentos organizados
mento. Há uma atividade do sujeito em relação aos objetos de conhecimen- pelo professor em situações didáticas específicas.
to para assimilá-los; ao mesmo tempo, as propriedades do objeto atuam no Na aprendizagem escolar há influência de fatores afetivos e sociais,
sujeito, modificando e enriquecendo suas estruturas mentais. Por esse tais como os que suscitam a motivação para o estudo, os que afetam as
processo, formam-se conhecimentos e modos de atuação pelos quais relações professor-alunos, os que interferem nas disposições emocionais
ampliamos a compreensão da realidade para transformá-la, tendo em vista dos alunos para enfrentar as tarefas escolares, os que contribuem ou
necessidades e interesses humanos e sociais. dificultam a formação de atitudes positivas dos alunos frente às suas capa-
Para que se realize na escola o processo de assimilação ativa de no- cidades e problemas da realidade e do processo de ensino e aprendiza-
vos conhecimentos e, por meio dele, o desenvolvimento das forças cognos- gem.
citivas dos alunos, é preciso a ação externa do professor, isto é, o ensino e A ideia de progressividade no desenvolvimento escolar se aplica, tam-
seus componentes: objetivos, métodos e formas organizativas. bém à organização das unidades didáticas nas aulas. As crianças não
Em síntese, temos nas situações didáticas fatores externos e internos, aprendem tudo numa só aula, pois a aprendizagem é um processo gradati-
mutuamente relacionados. O professor propõe objetivos e conteúdos, tendo vo. A sólida aprendizagem decorre da consolidação de conhecimentos e
em conta características dos alunos e da sua prática de vida. Os alunos por métodos de pensamento, sua aplicação em situações de aula ou no dia-a-
sua vez , dispõem em seu organismo físico-psicológico de meios internos dia e, principalmente da capacidade de o aluno lidar de modo independente
de assimilação ativa, meios esses que constituem o conjunto de suas e criativo com os conhecimentos que assimilou.
capacidades cognoscitivas: percepção, motivação, compreensão, memória, Tudo isso requer trabalho incessante do professor.
atenção, conhecimentos já disponíveis. A aprendizagem escolar tem um vínculo direto com o meio social que
Nenhuma criança nasce com essas capacidades cognoscitivas prontas circunscreve não só as condições de vida das crianças, mas também a sua
a acabadas. Eles vão-se desenvolvendo no decorrer da vida e, particular- relação com a escola e o estudo, sua percepção e compreensão das maté-
mente, no decorrer do processo de ensino, pois podem ser aprendidas no rias. A consolidação dos conhecimentos depende do significado que eles
processo de assimilação de conhecimentos. carregam em relação à experiência social das crianças e jovens na família,
Com relação aos níveis de aprendizagem humana podemos destacar: no meio social, no trabalho.
o reflexo e o cognitivo. O nível reflexo se refere às nossas sensações pelas O vínculo aprendizagem-meio social traz implicações, também, quanto
quais desenvolvemos processos de observação e percepção das coisas e ao grau de compreensividade das matérias em relação às possibilidades
nossas ações motoras (físicas) no ambiente. Esse nível de aprendizagem reais dos alunos que são portadores das desvantagens sociais e culturais
continua ocorrendo durante toda a vida humana. quanto às exigências escolares.
Juntamente com o nível reflexo, o nível cognitivo se refere à aprendi- Outro aspecto fundamental da aprendizagem em relação ao meio soci-
zagem de determinados conhecimentos e operações mentais, caracteriza- al é a linguagem. A linguagem é o veículo para a formação e expressão dos
da pela apreensão consciente, compreensão e generalização das proprie- nossos pensamentos. As formas de linguagem expressam as condições
dades e relações essenciais da realidade, bem como pela aquisição de sociais e culturais de vida das pessoas. Por isso é importante a combinação
modos de ação e aplicação referentes a essas propriedades e relações. da linguagem do professor com a linguagem do aluno. É também pela
No nível cognitivo, os indivíduos aprendem tanto em contato direto com linguagem que os alunos podem assimilar os conhecimentos sistematiza-
as coisas no ambiente quanto com as palavras que designem coisas e dos.
fenômenos do ambiente. Isso significa que, como instrumentos da lingua- A aprendizagem escolar se vincula também com a motivação dos alu-
gem, as palavras constituem importante condição para a aprendizagem, nos, que indicam os objetivos que procuram. A motivação é intrínseca
pois, formam a base dos conceitos com os quais podemos pensar. quando se trata de objetivos internos, como a satisfação de necessidades
Como vimos, o processo de desenvolvimento das forças cognoscitivas orgânicas ou sociais, a curiosidade, a aspiração pelo conhecimento. É
na sala de aula se verifica no processo de assimilação ativa de conheci- extrínseca, quando a ação da criança é estimulada de fora, como as exi-
mentos. Frente a determinado objetivo de ensino - por exemplo, os seres gências da escola, a estimulação da família, do professor ou dos demais
vivos - a primeira atividade é a observação sensorial das coisas, proprieda- colegas. A motivação intrínseca na aprendizagem escolar precisa ser
des, semelhanças e diferenças que as distinguem externamente. As situa- apoiada na motivação extrínseca, a fim de manter o interesse e o envolvi-
ções didáticas devem ser organizadas para o aluno perceber ativamente o mento dos alunos no trabalho docente.
objeto de estudo, seja de forma direta, seja de forma indireta pelo uso das O trabalho docente é a atividade que dá unidade ao binômio ensino-
palavras. aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhe-
A transformação da percepção ativa para um nível mais elevado de cimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o
compreensão implica a atividade mental de tomar os objetos e fenômenos aluno e as matérias de estudo.
estudados nas suas relações com outros objetos e fenômenos, para ir Esta concepção de aprendizagem escolar é diferente daquela na qual o
formando ideias e conceitos mais claros e mais amplos. Neste processo, a ensino é uma atividade unidirecional do professor, transferindo conheci-
atividade mental evolui da apreensão do conteúdo, da matéria na sua forma mento para a cabeça do aluno, sendo o aluno objeto da prática docente.
visível, exterior, para a “ideia” do conteúdo do pensamento. Em outras Também difere de outra concepção segundo a qual o ensino consiste
palavras, a criança vai, gradativamente, se desprendendo da coisa concreta apenas na organização das experiências do aluno, com base nas suas
do ambiente para torná-la uma coisa pensada. Neste momento, o aluno necessidades e interesses imediatos e não na transmissão de conhecimen-
pode operar mentalmente com os conteúdos assimilados. tos sistematizados.
O processo se completa com as atividades práticas em várias modali- A inter-relação entre os dois momentos do processo de ensino - trans-
dades de problemas e exercícios, nos quais se verifica a consolidação e a missão e assimilação ativa - supõe a confrontação entre os conteúdos
aplicação prática de conhecimentos e habilidades. sistematizados e a experiência sociocultural concreta dos alunos, isto é, a
O aspecto fundamental a considerar é que o processo interno de de- experiência que trazem de seu meio social, os conhecimentos que já domi-
senvolvimento mental é um todo que não pode ser decomposto em elemen- nam, as motivações e expectativas, a percepção que eles têm da matéria
tos isolados. Os momentos apenas se diferenciam no sentido de que a de ensino.
compreensão mais elevada do objeto de estudo passa por um movimento O ensino é um meio fundamental do progresso intelectual dos alunos.
ascendente, no qual a percepção ativa dos objetos e fenômenos vai trans- Não há identidade entre o processo de assimilação e o processo de ensino,
formando-se em conceitos sistematizados para serem assimilados. se as etapas da assimilação fossem as mesmas etapas do ensino.
Mas, em cada momento do processo de desenvolvimento mental estão O processo de ensino abrange a assimilação de conhecimentos, mas
presentes a percepção sensorial, as atividades mentais e as atividades inclui outras tarefas. Para assegurar a assimilação ativa, o professor deve
práticas. antecipar os objetivos de ensino, explicar a matéria, puxar dos alunos
No que se refere à atividade escolar, podemos dizer que é uma ativi- conhecimentos que já dominam, estimulá-los no desejo de conhecer a
dade planejada, intencional e dirigida, e não algo casual e espontâneo. matéria nova. Deve transformar a matéria em desenvolvimentos significati-
Aprendizagem e ensino formam uma unidade, mas não são atividades que vos e compreensíveis, saber detectar o nível da capacidade cognoscitiva
se confundem uma com a outra. A atividade cognoscitiva do aluno é a base dos alunos, saber empregar os métodos mais eficazes para ensinar, não
e o fundamento do ensino, e este dá direção e perspectiva àquela atividade um aluno ideal, mas alunos concretos que ele tem à sua frente.

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O ensino, assim, é uma combinação adequada entre a condução pro- o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos
cesso de ensino pelo professor e a assimilação ativa como atividade autô- alunos.
noma e independente do aluno. Em outras palavras, o processo de ensino A avaliação é uma complexa tarefa que não se resume à realização de
é uma atividade de mediação pela qual são providas as condições e os provas e atribuições de notas. A mensuração apenas proporciona dados
meios para os alunos se tornarem sujeitos ativos na assimilação de conhe- que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação,
cimentos. assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e de controle
O ensino tem três funções inseparáveis: em relação às quais se recorre a instrumentos de verificação do rendimento
a) Organizar os conteúdos para a sua transmissão, de forma que os escolar.
alunos possam ter uma relação subjetiva com eles. Transmitir a Segundo Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre da-
matéria, nesse sentido, é traduzir didaticamente a matéria para dos relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o profes-
alunos determinados, com suas características socioculturais, seu sor a tomar decisões sobre o seu trabalho. Os dados relevantes se referem
nível de preparo para enfrentar a matéria nova, com os conheci- às várias manifestações das situações didáticas, nas quais o professor e os
mentos e experiências que trazem para a sala de aula. alunos estão empenhados em atingir os objetivos do ensino.
b) Ajudar os alunos a conhecerem as suas possibilidades de apren- A avaliação escolar pode ser assim definida como um componente do
der, orientar suas dificuldades, indicar métodos de estudo e ativi- processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos
dades que os levem a aprender de forma autônoma e independen- resultados obtidos, determinar a correspondência deste com os objetivos
te. propostos e orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáti-
c) Dirigir e controlar a atividade docente para os objetivos da aprendi- cas seguintes.
zagem.
A atividade de ensino, por outro lado, está indissociavelmente ligados à São tarefas da avaliação:
vida social mais ampla, o que chamamos de prática social. Em sentidos a) Verificação: coleta de dados sobre o aproveitamento dos alunos,
amplo, o ensino exerce a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Essa através de provas, exercícios e tarefas ou de meios auxiliares, como obser-
mediação significa tanto a explicitação dos objetivos de formação escolar vação de desempenho, entrevistas, etc.
frente às exigências do contexto social, político e cultural de uma sociedade b) Qualificação: comprovação dos resultados alcançados em rela-
marcada pelo conflito de interesses entre os grupos sociais, quanto o ção aos objetivos e, conforme o caso atribuição de notas ou conceitos.
entendimento de que o domínio de conhecimentos e habilidades é um c) Apreciação qualitativa: avaliação propriamente dita dos resulta-
instrumento coadjuvante para a superação das condições de origem social dos, referindo-os a padrões de desempenho esperados.
dos alunos, seja pela melhoria das condições de vida, seja pela luta conjun- A avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: pedagógico-
ta para a transformação social. didática, de diagnóstico e de controle.
O ensino, é também condicionado por outros elementos situacionais do A função pedagógico-didática refere-se ao papel da avaliação no cum-
processo ensino-aprendizagem, tais como a organização do ambiente primento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Ao se
escolar, os de gestão da escola, o sistema de organização das classes, o comprovar os resultados do processo de ensino, evidencia-se ou não o
conselho de pais, os livros didáticos e o material escolar, a unidade de atendimento das finalidades sociais do ensino, de preparação dos alunos
propósitos do grupo de professores etc. para enfrentarem as exigências da sociedade, de inseri-los no processo
Sintetizando podemos dizer que a relação entre ensino e aprendiza- global de transformação social e de propiciar os meios culturais de partici-
gem não é mecânica, não é uma simples transmissão do professor que pação ativa nas diversas esferas da vida social. Favorece ainda uma atitu-
ensina para um aluno o que deve aprender. Ao contrário, é uma relação de mais responsável do aluno em relação ao estudo. Ao cumprir sua função
recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade didática, a avaliação contribui para a assimilação e fixação, a ampliação e o
dos alunos. aprofundamento de conhecimentos e habilidades e, desta forma, o desen-
O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de volvimento das capacidades cognoscitivas.
aprendizagem dos alunos. Conforme já estudamos anteriormente, o ensino A função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades
tem um caráter eminentemente pedagógico, ou seja, o de dar um rumo dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modifi-
definido para o processo educacional que se realiza na escola. cações do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos
O ensino tem a tarefa principal de assegurar a difusão e o domínio dos objetivos. Na prática escolar cotidiana, a função de diagnóstico é mais
conhecimentos sistematizados legados pela humanidade. Daí que uma de importante porque possibilita a avaliação do cumprimento da função peda-
suas tarefas básicas seja a seleção e organização do conteúdo de ensino e gógico-didática e dá sentido pedagógico à função de controle.
dos métodos apropriados, a serem trabalhados num processo organizado A avaliação diagnóstica ocorre no início, durante e no final do desen-
na sala de aula. volvimento das aulas ou unidades didáticas. No início, verificam-se as
A aprendizagem é a assimilação ativa de conhecimentos e de opera- condições prévias dos alunos de modo a prepará-los para o estudo da
ções mentais, para compreendê-los e aplicá-los consciente e autonoma- matéria nova. Durante o processo de transmissão e assimilação é feito o
mente. A aprendizagem é uma forma do conhecimento humano - relação acompanhamento dos alunos, apreciando os resultados, corrigindo falhas,
cognitiva entre aluno e matéria de estudo - desenvolvendo-se sob as condi- esclarecendo dúvidas, estimulando-os a continuarem trabalhando até que
ções específicas do processo de ensino. O ensino não existe por si mesmo, alcancem resultados positivos.
mas na relação com a aprendizagem. Finalmente, é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no fi-
A unidade entre ensino e aprendizagem fica comprometida quando o nal de uma unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. A avaliação
ensino se caracteriza pela memorização, quando o professor concentra na global de um determinado período de trabalho também cumpre a função de
sua pessoa a exposição da matéria, quando não suscita o envolvimento realimentação do processo de ensino.
ativo dos alunos. Esta atitude não faz parte do sentido que temos dado ao A função de controle se refere aos meios e às frequência das verifica-
papel de dirigente do professor, pois não leva a empenhar as atividades ções e de qualificação dos resultados escolares, possibilitando o diagnósti-
mentais dos alunos. co das situações didáticas. Há um controle sistemático e contínuo que
Por outro lado, também se quebra a unidade quando os alunos são ocorre no processo de interação professor-alunos no decorrer das aulas.
deixados sozinhos, com o pretexto de que o professor somente deve facili- Neste caso não se deve quantificar os resultados.
tar aprendizagem e não ensinar. O processo de ensino, ao contrário, deve O controle parcial e final refere-se a verificações efetuadas durante o
estabelecer exigências e expectativas que os alunos possam cumprir e, bimestre, no final do bimestre e no final do semestre ou ano, caso a escola
com isso, mobilizem suas energias. Tem, pois, o papel de impulsionar a exija o exame final.
aprendizagem e, muitas vezes, a precede. Essas funções atual de forma interdependente, não podendo ser con-
O processo de ensino e aprendizagem deve ser acompanhado pela sideradas isoladamente. A função pedagógico-didática está referida aos
avaliação. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer próprios objetivos do processo de ensino e diretamente vinculada às fun-
do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os ções de diagnóstico e de controle. A função diagnóstica se torna esvaziada
objetivos propostos, afim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar se não estiver referida à função pedagógico-didática e se não for suprida de
o trabalho para as correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre dados e alimentada pelo acompanhamento do processo de ensino que
ocorre na função de controle. A função de controle, sem a função de diag-

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nóstico e sem o seu significado pedagógico-didático, fica restringida à seleção no vestibular. Os cursinhos preparatórios ao vestibular são mais
simples tarefas de atribuição de notas e classificação. exacerbados ainda no processo de treinamento de resolução de provas. A
A prática da avaliação nas nossas escolas tem sido criticadas sobretu- prática pedagógica está polarizada pelas provas e exames. Esse é o tema
do por reduzir-se à sua função de controle, mediante a qual se faz uma sobre o qual declinamos os apontamentos subsequentes,
classificação quantitativa dos alunos relativa às notas que obtiveram nas Pais, sistema de ensino, profissionais da educação, professores e alu-
provas. Os professores não têm conseguido usar os procedimentos de nos, todos têm suas atenções centradas na promoção, ou não, do estudan-
avaliação para atender a sua função educativa. Em relação aos objetivos, te de uma série de escolaridade para outra. O nosso exercício pedagógico
funções e papel da avaliação na melhoria das atividades escolares e edu- escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma
cativas, têm-se verificado na prática escolar alguns equívocos que convém pedagogia do ensino/aprendizagem.
explicitar. A pedagogia do exame sob a qual vivemos possui muitas consequên-
O mais comum é tomar a avaliação unicamente como o ato de aplicar cias:
provas, atribuir notas e classificar os alunos. O professor reduz a avaliação a) Pedagogicamente, ela centraliza a atenção nos exames; não auxi-
cobrando o que o aluno memorizou e usa a nota somente como instrumen- lia a aprendizagem dos estudantes. Ou seja, pedagogicamente, a
to de controle. Essa atitude ignora a complexidade de fatores que envolve o avaliação da aprendizagem, na medida em que estiver polarizada
ensino, tais como os objetivos de formação, os métodos e procedimentos pelos exames, não cumprirá a sua função de subsidiar a decisão
do professor, a situação social dos alunos entre outros. Ao fixar critérios de da melhoria da aprendizagem.
desempenho unilaterais, o professor avalia os alunos pelo seu mérito b) Psicologicamente, é útil para desenvolver personalidades submis-
individual, pela sua capacidade de se ajustarem aos seus objetivos, inde- sas.
pendentemente das condições do ensino e dos alunos e dos fatores exter- c) Sociologicamente, a avaliação da aprendizagem é bastante útil pa-
nos e internos que interferem no rendimento escolar. ra os processos de seletividade social.
Outro equívoco é utilizar a avaliação como recompensa aos “bons” alu- Com relação à analise de conceitos podemos dizer que conceito é uma
nos e punição para os desinteressados ou indisciplinados. Nestas circuns- formulação abstrata que configura, no pensamento, as determinações de
tâncias, o professor exclui o seu papel de docente, isto é, o de assegurar as um objeto ou fenômeno. No contexto do pensamento marxista, o conceito
condições e meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimu- equivale a uma categoria explicativa, que ordena, compreende e expressa
lados e aprendam sem necessidade de intimidação. uma realidade empírica concreta, como um “concreto pensado”, “síntese de
O terceiro equivoco é o dos professores que, por confiarem demais em múltiplas determinações”.
seu “olho clínico” dispensam verificações parciais no decorrer das aulas. Os Pensando que conceito é uma formulação abstrata que no pensamento
condenados à repetência são isolados no canto da sala e geralmente configura as determinações de um objeto ou fenômeno, podemos dizer que
abandonam a escola. quando se fala em atribuição de conceitos e sua aplicação, é o mesmo que
O quarto equivoco é daqueles professores que rejeitam as medidas utilizar classificações segundo determinados padrões.
quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos. Consideram Atualmente, um novo paradigma de avaliação se opõe ao paradigma
que as provas são prejudiciais ao desenvolvimento autônomo das potencia- sentencioso e classificatório, denominado “avaliação mediadora “.
lidades e da criatividade dos alunos. Por isso, recusam qualquer quantifica- Tal paradigma pretende evoluir no sentido de uma ação avaliativa re-
ção dos resultados. flexiva e desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favore-
O entendimento correto da avaliação consiste em considerar a relação cer a troca de ideias entre e com seus alunos, num movimento de supera-
mútua entre os aspectos quantitativos e qualitativos. A escola cumpre uma ção do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído
função determinada socialmente, a de introduzir as crianças e jovens no a partir da compreensão dos fenômenos estudados.
mundo da cultura e do trabalho. Porém, esse objetivo social não surge A avaliação como vem sendo feita pressupõe um fortalecimento da prá-
espontaneamente, mas supõe as perspectivas traçadas pela sociedade e tica de julgamento de resultados alcançados pelo aluno e definidos como
um controle por parte do professor. ideais pelo professor.
A atitude de dar notas somente com base em provas escritas tem limi- Tornando ainda mais grave a postura conservadora dos professores,
tações. No entanto é um meio necessário de obtenção de informação sobre observamos que a avaliação é um fenômeno com características seriamen-
o rendimento dos alunos, bem como, outros instrumentos de verificação. te reprodutivistas. Esse fenômeno provoca muitas vezes a reprodução de
A escola, os professores, os alunos e os pais necessitam da compro- práticas avaliativas ora permissivas, ora reprovativas.
vação quantitativa e qualitativa dos resultados do ensino e da aprendiza- Muitos professores, no entanto, não são conscientes da reprodução de
gem para analisar e avaliar o trabalho desenvolvido. um modelo, agindo sem questionamento, sem reflexão, a respeito do
Se os objetivos e conteúdos são adequados às exigências da matéria e significado da avaliação na escola.
às condições externas e internas da aprendizagem dos alunos e se o A aprendizagem é assim concebida do ponto de vista comportamenta-
professor demonstra um verdadeiro propósito educativo, as provas disserta- lista, pois o professor a define como uma modificação de comportamento
tivas ou objetivas, o controle das tarefas e exercícios de consolidação e produzida por alguém que ensina em alguém que aprende. A prática peda-
outros tipos de verificação são vistos pelos alunos como efetiva ajuda ao gógica consistirá então, na transmissão clara e explícita dos conteúdos pelo
seu desenvolvimento mental, na medida em que mostram evidências professor.
concretas da realização dos objetivos propostos. Dessa forma a prática avaliativa vincula-se à observação e registro de
Quanto aos instrumentos de verificação do rendimento escolar descri- dados. O professor dessa forma supervaloriza as informações que transmi-
tos por Libâneo (1994) estão: prova escrita dissertativa, prova escrita de te ao aluno e exige que ele permaneça alerta a tais informações: o aluno
questões objetivas, questões certo-errado, questões de lacunas (para passa a ser um objeto de estudo do professor, que o capta apenas em seus
completar), questões de correspondência, questões de múltipla escolha, atributos palpáveis, mensuráveis, observáveis.
questões do tipo “testes de respostas curtas” ou de evocação simples, Nessa prática, o professor não assume absolutamente a responsabili-
questões de interpretações de texto, questões de ordenação, questões de dade em relação ao fracasso do aluno, pois se a ação produz modificação
identificação e observações sobre as provas escritas. de comportamentos em alguns alunos, então o problema está nos alunos e
O autor cita ainda alguns procedimentos auxiliares de avaliação, como não na ação do professor. Essa visão não absorve uma perspectiva reflexi-
a observação e a entrevista. va e mediadora da avaliação.
A característica que de imediato se evidencia na nossa prática educati- Hoffmann (1991) argumenta que esta visão comportamentalista dos
va é de que a avaliação da aprendizagem ganhou um espaço tão amplo professores parece manifestar-se de forma radical em sua prática avaliati-
nos processos de ensino que nossa prática educativa escolar passou a ser va, e é muito grave a sua resistência em perceber o autoritarismo inerente a
direcionada por uma “pedagogia do exame”. O mais visível e explícito tal concepção. Sem considerarem possíveis outras explicações para o
exemplo dessa pedagogia está na prática de ensino do terceiro ano do 2º fracasso dos estudantes que não o comprometimento deles, não podem
Grau, em que todas as atividades docentes e discentes estão voltadas para evoluir no sentido de dois princípios presentes a uma avaliação enquanto
um treinamento de “resolver provas”, tendo em vista a preparação para o mediação: o do acompanhamento reflexivo e o do diálogo.
vestibular, como porta (socialmente apertada) de entrada para a Universi- Na análise dessa autora estes dois termos, atrelados a uma visão de
dade. Nessa série de escolaridade, o ensino centra-se no exercício de conhecimento positivista, podem estar sendo utilizados de forma reducio-
resolver provas a partir de determinados conteúdos que concernem à nista. Através do diálogo, entendido como momento de conversa com os

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alunos, o professor despertaria o interesse e a atenção pelo conteúdo a ser ou seja, sobre a formação de um ser humano, que não queira ter poderes
transmitido. O acompanhamento significaria estar junto aos alunos, em políticos e econômicos sobre outros homens, mas que seja capaz de convi-
todos os momentos possíveis para observar passo a passo seus resultados ver e participar de um processo coletivo e participativo. Dessa forma se
individuais. enfrenta um desafio de formar homens criativos, críticos e conscientes.
Tanto o acompanhamento quanto o diálogo assim concebidos, não Sabe-se que a educação não ocorre somente nas escolas, mas ela é a
conduziriam o professor, obrigatoriamente, a uma prática avaliativa media- instância erigida pela sociedade para a educação e instrução das novas
dora. gerações, surge então a dúvida, será que a escola cumpre o seu papel de
A avaliação, enquanto relação dialógica, vai conceber o conhecimento construir homens com visão ampla, criativos, conscientes e capazes de
como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como cooperar uns com os outros. Uma das críticas ao sistema educacional é a
ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber de não considerar o desenvolvimento global do indivíduo, não relacionando
aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. os aspectos afetivos, relacionais e éticos, dando prioridade à quantidade de
Dessa forma, a avaliação passa a exigir do professor uma relação episte- informações ao desenvolvimento racional, lógico e objetivo. Outra crítica é a
mológica com o aluno - uma conexão entendida como reflexão aprofundada fragmentação do conhecimento desde os primeiros anos de escolaridade
a respeito das formas como se dá a compreensão do educando sobre o até a profissionalização, cada vez mais especializada. Hoje se vive em uma
objeto do conhecimento. época de transição e revolução científica, sendo difícil reverter o círculo
O diálogo, entendido a partir dessa relação epistemológica, não se pro- vicioso que vivemos.
cessa obrigatoriamente através de conversa enquanto comunicação verbal
com o estudante. É mais amplo e complexo e, até mesmo, dispensa a Uma das principais teses da chamada ciência pós-moderna é a de que
conversa. todo conhecimento é local e total. É total porque as teorias e conceitos
A questão do erro do aluno também é visto sob outro aspecto na visão desenvolvidos localmente, temas nascidos como projetos de vida local são
epistemológica. A opção epistemológica está em corrigir ou refletir sobre a usados para ampliação do conhecimento à medida que o seu objeto se
tarefa do aluno. Corrigir para ver se aprendeu reflete o paradigma positivis- amplia.
ta da avaliação. Refletir a respeito da produção de conhecimento do aluno Há também diferenças nos procedimentos metodológicos, pois se utili-
para encaminhá-lo à superação, ao enriquecimento do saber significa za muito a analogia, como uma alternativa do tratamento técnico e rígido da
desenvolver uma ação avaliativa mediadora. ciência moderna. A analogia possibilita ligar situações aparentemente
O termo acompanhamento, conforme o entendemos, complementa ou dispersas, não ignorando diferenças, mas tentando integra-las. A ciência
não esse significado. Acompanhar pode ser definido por favorecer, e não procura a riqueza existente no particular no atípico, e a analogia é conside-
simplesmente por estar junto, ou seja, o acompanhamento do processo de rada adequada por sua capacidade de integração, pois hoje se requer uma
construção de conhecimento implica favorecer o desenvolvimento do aluno, cooperação entre as diferentes áreas da ciência num esforço interdiscipli-
orientá-lo nas tarefas, oferecer-lhe novas leituras ou explicações, sugerir- nar.
lhe investigações, proporcionar-lhe vivências enriquecedoras e favorecedo- Uma concepção humanística das ciências coloca a pessoa, enquanto
ras à sua ampliação do saber. Não significa acompanhar todas as suas autor e sujeito, no centro do conhecimento, assim deve-se pensar na for-
ações e tarefas para dizer que está ou não apto em determinada matéria. mação do homem em sua (auto) educação, com o enfoque nas escolas que
Significa uma reflexão teórica sobre as possibilidades de abertura do aluno são as instituições de maior influência na formação do indivíduo.
a novas condutas, de elaboração de esquemas de argumentação, contra-
A fragmentação do conhecimento foi acompanhada nas escolas, pela
argumentação, para o enfrentamento de novas tarefas.
entrada de especialistas, levando à uma divisão de espaços e tempos para
A perspectiva da avaliação mediadora não acontece em sua complexi-
cada atividade didática, o que contribui para a personalização. A identidade
dade devido à postura comportamentalista e conservadora dos educadores.
é engolida pela função, assim o educador pessoa desaparece e se trans-
O que se pretende é implementar uma avaliação da avaliação enquan-
forma em um funcionário da instituição. O conhecimento de si e a expres-
to relação dialógica na construção do conhecimento, privilegiando a feição
são das próprias ideias e pensamentos ocorrem através do exercício da
de mediação sobre a de informação na avaliação do aluno e buscando a
palavra dos gestos, jogos e desenhos, considerando isso a escola possui
compreensão da prática avaliativa dos professores.
espaço-tempo para essas atividades.
A organização para isso geralmente é uma vez por semana em cin-
quenta minutos, isso mostra o pouco espaço reservado para a expressão
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: individual e criativa, gerando padronização do cotidiano escolar. Existe, um
espaço para a criação na escola, espaço de luta por uma educação huma-
ANALFABETISMO, EVASÃO, REPETÊNCIA, nista, esse espaço deve ser construído mediante ação comprometida, um
QUALIDADE DE ENSINO. FORMAÇÃO E espaço a ser conquistado. O espaço é um retrato da relação pedagógica,
VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR. registrada através de sua arrumação (dos móveis ...) e organização (dos
materiais), pois mostra como a relação é vivida.
Construir o conhecimento implica em abrir espaço na sala de aula para
Os avanços tecnológicos veem transformando a vida humana, essas
a recriação, usando a criatividade, tanto em momentos de expressão indivi-
mudanças são rápidas e profundas, pois através dos conhecimentos adqui-
dual ou coletiva.
ridos com o desenvolvimento de várias áreas da ciência, a atuação humana
aumentou muito. Mas a voracidade do homem se lançando no domínio e Um dos limites que o professor encontra ao pretender trabalhar os con-
exploração dos recursos naturais, leva ao desequilíbrio na natureza e ao teúdos de forma significativa e criativa é a programação curricular estabele-
rareamento de recursos básicos à vida. Uma das causas dessa situação é cida pela escola ou pelos órgãos normativos dos sistema educacional, pois
a fragmentação do conhecimentos e a crescente especialização da ciência, o objetivo maior é construir os conteúdos junto com os alunos e não apenas
o que compromete a visão global da situação, que é a única capaz de para os alunos. Para isso o professor deve ter domínio das áreas de co-
promover soluções eficazes para os problemas que enfrentamos. Mas nhecimento, dos seus alunos, a maneira como a criança aprende ou seja
vários campos da ciência têm percebido os limites da especialidade e como se processa a aprendizagem. Esses conhecimentos ajudam o profes-
buscam dirigir seus esforços no sentido de superar os males que a excessi- sor a (re) construir os conteúdos do programa de forma significativa com
va compartimentalização do saber tem causado. seus alunos.
A sistema educacional também sofre a fragmentação do saber, não O autoconhecimento também é muito importante na formação do ho-
apenas no conhecimento (perdendo suas relações dinâmicas), mas tam- mem, sendo considerado como objetivo na educação das crianças e na
bém o próprio sujeito do conhecimento, sendo que somente alguns aspec- educação do educador, pois ela efetiva a compreensão entre os homens.
tos de sua personalidade são considerados e desenvolvidos. Isso mostra a Assim sendo, educar pressupõe autoeducação, isto é, implica em autoco-
necessidade de uma nova atitude de respeito, participação, contemplação, nhecimento, em assumir responsabilidades, significa comprometer-se.
onde homem e natureza, sejam parceiros e não adversários. Essa nova Experiências Interdisciplinares
atitude leva a refletir sobre a formação do homem, sobre a educação das Estudos teóricos são de grande importância para aprofundamento da
crianças, sobre a educação do educando, sobre a formação dos cientistas, reflexão sobre a prática, através de teorias e modelos acadêmicos. A

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integração da personalidade e a aproximação entre teoria e prática são Cecília - uma coordenadora de um grupo - “Falar é só começar. O diá-
frutos de uma atitude interdisciplinar, atitude de abertura que tem na refle- logo é interminável e se prolonga à medida que os temas vão se articulando
xão e no diálogo seus maiores pilares. Uma experiência grupal dá o con- e se desenvolvendo assim, também o conhecimento vai sendo construído e
sentimento para projetos individuais se expressarem, sejam eles desenhos se amplia, de modo semelhante ao alastramento das raízes das árvores,
ou teses, através das trocas entre os membros do grupo. É a experiência em busca de novas e mais variadas interfaces”, “mas o espírito da Roda
da Roda, que tem como característica reunir indivíduos com histórias de não se restringe ao momento em que ocorre, ele contamina outros momen-
vida diferentes e maneiras próprias de pensar e sentir, de modo que os tos da sala de aula, uma aula expositiva, por exemplo, pois define uma
diálogos, nascidos desse encontro, não obedecem a uma lógica. A intera- atitude diante do conhecimento e das pessoas. Sua dinâmica faz com que
ção aumenta e criam-se significados comuns às vezes até uma linguagem as diferentes “matérias escolares” também dialoguem, perdendo seu cará-
própria. A Roda é uma construção própria de cada grupo, constitui-se num ter disciplinar, ganhando interdisciplinaridade. Os assuntos “escolares”
momento de diálogo, em que ocorre interação entre os participantes do também interagem com os significados pessoais, da família, da sociedade,
grupo, sob a organização do coordenador, o professor, por exemplo. A ganhando vida. Assim se processa a aprendizagem significativa”.
Roda é o momento privilegiado da rotina em que a troca entre os participan-
tes do grupo.
O Registro
Sentar-se de forma que todos se vejam em círculo, já é um convite a
querer falar e ouvir. O respeito pela individualidade é a base de construção Registrar é deixar marcas, marcas que retratam uma história vivida.
do grupo. Nesse sentido, o autoconhecimento é importante e a experiência Durante a atuação de uma professora, podem ser vistos dois tipos de
grupal ajuda, pois o confronto com o outro, que é diferente nós, faz com Registro. Um individual, em que se refletia sobre a prática em sala de aula,
que nos reconheçamos naquilo que somos e no que não somos. Quando o o Diário (que não tem a ver com o tradicional Diário de Classe), é um
professor assume seu papel enquanto autoridade, mas o faz sem compro- instrumento unicamente do professor. E o outro é o coletivo, que ia sendo
meter a atitude participativa, permite a mesma atitude aos alunos e o convi- construído conjuntamente com os alunos, sendo colado na parede ou
te ao diálogo é aberto a eles, para expressarem suas próprias experiências arquivado para utilização futura conforme os interesses e características da
significativas, mas para que as conversas na Roda não sejam meros “bate- classe.
papo”, e realmente alimentem a construção dos conhecimentos é necessá- Registrar a própria prática pode ser um rico instrumento de trabalho pa-
rio, o registro, pois o registro é um grande instrumento para a sistematiza- ra o professor que busca reconstruir os conhecimentos junto com os alu-
ção e organização dos conhecimentos. nos, porque o retrato do vivido proporciona condições especiais para o ato
de refletir. Não existe um modelo único para se registrar, é feito de acordo
com as necessidades de cada momento, de acordo com cada realidade de
Alguns autores dão a sua opinião sobre a roda: trabalho.
Segundo Eliane Barbieri - “Há um processo reflexivo que é adicionado A prática do registro feita diariamente ajuda a construir a memória
a partir das trocas que se realizam no grupo, que ganha uma significação compreensiva, que é diferente daquela repetitiva e mecânica e é um ponto
específica em cada membro do mesmo e depois volta ao grupo, peneirado de partida para realizar novas aprendizagem. Assim o Diário é também um
pelo desejo de cada um se manifestar. Do cruzamento deste processo instrumento que vai alimentando a ligação entre teoria e prática.
entre os vários elementos do grupo em diferentes momentos é que nascem O Registro ajuda a guardar na memória fatos, acontecimentos ou refle-
as identificações entre eles e, portanto, os encontros”. “... o direito de xões, mas também possibilita a consulta quando nos esquecemos, refletir
escolher entre falar ou silenciar, a oportunidade de descobrir nossos afetos, sobre o passado (e sobre o presente) é avaliar as próprias ações, o que
as pessoas ou as diferentes facetas delas de que gostamos. auxilia na construção do novo. E o novo é a indicação do futuro, é o plane-
Um grupo só se forma se seus membros se gostam. E, para isso ser jamento.
possível, é preciso, na convivência, cada componente saber situar aquilo de O Registro permite ver a história do processo de construção dos co-
que não gosta. É a velha dinâmica de que para haver amor é preciso des- nhecimentos, dando coragem para enfrentar novos desafios e dificuldades.
cobrir e localizar o ódio”. A escrita do Diário se caracteriza pela informalidade e pela proximidade
com a linguagem oral, não há qualquer repressão quanto ao vocabulário e
Madalena Freire - “...O fundamental é que o educador seja capaz de: nem preocupação com normas gramaticais ou ortográficas.
enxergar a hipótese inadequada para assim poder buscar a adequada;
mudar os encaminhamentos que alicerçam a proposta anterior; criar, a Assim, acredita-se que a escrita possibilite o acesso a camadas mais
partir de sua re-leitura das necessidades do grupo, novos encaminhamen- profundas de nós mesmos que, sem esse registro; poderiam não chegar ao
tos. Paralelo a tudo isso, devolver, assinalar para o grupo o seu erro, sua nosso conhecimento, ela pode iluminar o caminho para a conquista de uma
hipótese inadequada. É presenciando o aprendizado do educador que o coerência interna, integradora e contribuir para a aproximação entre o
educando também aprende e se educa. Praticando este aprendizado idealizar e o concretizar, entre o pensar e o agir, pode contribuir, portanto,
conjuntamente, o educador constrói sua sintonia com seus educandos e para o autoconhecimento.
estes, com seu educador. É nesse sentido que educador e educando
trilham a cumplicidade”. As Rotinas da Roda e do Diário
Paulo Freire - “No diálogo tem-se o direito de permanecer em silêncio. Uma rotina de trabalho é importante para a estruturação de um grupo
No entanto, não se tem o direito de usar mal sua participação no desenvol- de crianças (ou de adultos), significa organização, sistematização e discipli-
vimento do exercício comum”. “Para um o importante é que o professor na, onde tempo e espaço se estruturam para as crianças. Esta deve ser
democrático nunca, realmente nunca, transforme a autoridade em autorita- flexível, para não se tornar mecânica e sem sentido. A Roda e o Diário se
rismo. Ele nunca poderá deixar de ser uma autoridade, ou de ter autorida- articulam. A Roda é o momento de socializar as reflexões, tecidas no
de. Sem autoridade, é muito difícil modelar a liberdade dos estudantes. A Diário, mas também as reflexões das crianças que também podem ser
liberdade precisa de autoridade para ser livre”. “O diálogo não é uma situa- registradas. Anota-se os acontecimentos do dia refletindo sobre eles,
ção na qual podemos fazer tudo o que queremos. Isto é, ele tem limites e avaliando-os e construindo o planejamento para o dia seguinte. O ato de
contradições que condicionam o que podemos fazer ... Para alcançar os planejar também faz parte da rotina do Diário, como uma construção contí-
objetivos da transformação, o diálogo implica em responsabilidade, direcio- nua do professor, pois a avaliação e o planejamento cotidiano ajudam-no a
namento, determinação, disciplina, objetivos”. recriar a sua própria prática, enriquecendo sua atividade profissional.
Ira Shor - “O professor conhece o objeto de estudo melhor que os alu- Os planos devem ser continuamente ligados à prática, devendo ser
nos quando o curso começa, mas reaprende o material através do processo sempre revistos e refeitos, pois a ação docente ganha eficácia na medida
de estudá-lo com os alunos”. em que o professor vai acumulando e enriquecendo experiências. Assim o
professor usa o planejamento como oportunidade de reflexão e avaliação
Iraci Galias - “Penso que para o educado, além da vocação e preparo de sua prática. Apesar de partir sempre dos objetivos e conteúdos propos-
técnico, é fundamental que ele busque o autoconhecimento. Ele que, tos pela escola para cada unidade específica, a forma de planejar as aulas
penso, a necessidade de que lhe se volte para seu inconsciente, para que pode variar de acordo com os alunos de cada classe. A construção diária
ele se conheça melhor, se impõe”. do planejamento muitas vezes pode ser compartilhada com as crianças

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durante a Roda dessa forma pode-se inverter a ordem de alguns assuntos, importante ressaltar a importância e a seriedade da Roda, sem que a
de forma a tentar relacioná-los com os temas de interesse como por exem- descontração das conversas e do fato de estar sentados no chão fizesse
plo, trabalhar com “Leitura Oral” e Redação na própria Roda, a partir dos com que aquele momento fosse confundido com “vale-tudo”.
livros trazidos pelas crianças. O Diário também ajudava a observar o de- Enquanto grupo, a partir da organização, do aprendizado da espera, do
senvolvimento individual das crianças, pois descrevia o desempenho indivi- ouvir e do observar, aparece a sintonia, que é a concordância de pensa-
dual de cada um, tanto em relação aos conteúdos quanto à sociabilidade, mentos (e sentimentos) entre os membros do grupo independente de terem
iniciativas e interesses demonstrados. sido explicitados.
O Diário do professor ajuda, não só a construir uma maior coerência in- Sem abrir mão da autoridade necessária, é possível dividir as respon-
terna, através da observação das próprias ações no confronto com as sabilidades quanto ao conteúdo, isto acontece na medida que a motivação
ideias defendidas, mas também a construir pontes entre diferentes territó- e o desejo de saber crescem. No início do ano o planejamento das ativida-
rios; entre as “matérias escolares”, através de uma atitude interdisciplinar; des não é partilhado com os alunos, sendo comunicado na Roda inicial, a
entre escola e vida, através de aprendizagens significativas e entre as sequência das atividades e, na Roda final, é realizado uma avaliação. Com
teorias e a prática do professor abreviando a distância entre ensino e o passar do tempo, o planejamento das atividades é progressivamente
pesquisa, entre o professor e o pesquisador. partilhado com as crianças, que podem sugerir outras formas de trabalho
Essa didática de Roda e Diário foram aplicados em uma escola particu- para algum conteúdo ou propor inverter a ordem das atividades do dia. O
lar de São Paulo, as classes eram da 4a. série do primeiro grau de 1985, 86 limite imposto pelos conteúdos, é um dado de realidade que precisa ser
e 87 que possuíam respectivamente 10, 10 e 8 alunos. Classes pequenas respeitado, passa-se então, a assumir, conjuntamente, a responsabilidade
favorecem o professor quanto a um conhecimento mais individualizado de pelo cumprimento dos conteúdos e a organização do dia.
seus alunos e um maior “controle” da classe e da situação de aprendiza- A responsabilidade e o sentimento de estar conduzindo (e não apenas
gem. sendo conduzido) faz com que aumente a mobilização para o melhor apro-
O ano de 1985 foi marcado pela adaptação dos espaços da escola, às veitamento do tempo, de forma que juntos, fosse possível “vencer” os
rotinas de trabalho, pelo conhecimento das pessoas, da estrutura e funcio- conteúdos para encaminhar os próprios projetos. A dinâmica de avaliar o
namento do primeiro grau e dos conteúdos da 4a. série. Assim surgiram dia, também sofre transformações durante o ano, no sentido de melhor
dúvidas como: seria possível desenvolver um trabalho com significado no responder às necessidades e possibilidades de crescimento do grupo. A
primeiro grau, como e quando trabalhar com a Roda, tendo materiais a forma inicial de avaliação, ao final de cada dia se mostrou insatisfatória,
serem dadas em aulas de cinquenta minutos, como conciliar o prazer e a pois não aprofundava a reflexão, Uma opção é iniciar o dia com a avaliação
criação com o conteúdo exigido, como lidar com a autoridade, sem destruir do dia anterior, o que aproxima mais os momentos de avaliação e planeja-
o prazer e a vitalidade das crianças. O grupo foi considerado difícil, por mento dia, para melhor aproveitamento das tarefas, messe sentido o pro-
possuir crianças com personalidades fortes, sendo difícil criar autoridade fessor, desempenha um papel importante, o de garantir, sempre, o respeito
junto ao grupo. Mas apesar desse fato foi assumido propostas diferentes, pelas opiniões dos outros.
como a de fazer a Roda e outras dinâmicas. Para alguns desenvolver estas A Roda faz o papel do grande motor da interdisciplinaridade, pois é ali
propostas dentro de uma única classe poderia representar ameaças à que, através das conversas, descobre-se os interesses individuais, coletivi-
estrutura e padronização tão comuns nas instituições. zando-os, elaborando os projetos de pesquisa, sempre integrando-os aos
O enfrentamento das dificuldades com relação à autoridade, foi se conteúdos da série e descobrindo os caminhos para a sua execução. Em
dando diariamente, através das vivências em Roda, das aulas com as Rodas subsequentes, as propostas de pesquisas são encaminhadas para a
crianças dos Registros no Diário. Com o tempo foi possível não só a defini- realização de projetos. No ano que foi realizado este trabalho, a escola
ção dos papéis e a organização do grupo, como a execução de projetos fazia uso do mimeógrafo a álcool para rodar as fichas do conteúdo, pois
coletivos. Projetos esses que não foram apenas o resultado da organiza- não se usava livro didático. Através disso foram realizados: histórias, dese-
ção, senão também um de seus responsáveis, pois foram oportunidades nhos, labirintos, caça-palavras, histórias com lacunas para serem comple-
das crianças experimentarem a divisão das tarefas, nessas ocasiões cabia tadas, além de diversas pesquisas. Em vários momentos é possível apro-
a cada uma a responsabilidade pela execução de uma tarefa, obedecendo veitar estas atividades com o mimeógrafo para cumprir os objetivos propos-
ao prazo combinado. tos para a série. O cronograma proposto mobilizava a responsabilidade
Através dessa didática é possível criar um vínculo forte entre os alunos, para cumprir as tarefas, nas datas fixas, sendo isso um dos requisitos
e entre os alunos e a professora, sendo a escrita um dos canais dessa básicos para a autonomia quanto à organização dos estudos.
construção, usada regularmente como um canal de comunicação, como Uma oportunidade de unir as propostas espontâneas dos alunos com o
exemplo uma troca de correspondência, que foi considerado como um conteúdo obrigatório, se faz a partir de uma “lição” que propõe que o mobi-
importante vinculo de aprendizagem. Foi observado no trabalho durante liário da classe fosse desenhado em suas corretas posições. Isso desen-
1985 que vale a pena enfrentar as dificuldades e os desafios, pois são a volve um trabalho que envolve a localização espacial, sendo também uma
mola do crescimento. Além de ter sido verificado que é possível o trabalho oportunidade de encaminhar o estudo do sistema métrico decimal, pode ser
com a Roda, como também ela é muito enriquecedora, pois contribui tanto proposto medir a sala, as carteiras e as cadeiras, paralelo a isso são dadas
em relação à construção dos vínculos e a definição de papéis, como tam- aulas de números decimais, propondo listas de números para que os trans-
bém na articulação dos conteúdos em direção às aprendizagens significati- formem em outros unidades. Essa tarefa oferece a oportunidade de garantir
vas com os projetos interdisciplinares. que todas as medidas fossem registradas, e ao mesmo tempo entender a
A discrição que se segue conta o cotidiano vivido com a 4a. série de transformação dos valores obtidos nas medições (do mobiliário) para aque-
1986. Este novo grupo de crianças possuíam características diferentes, las que são utilizadas em plantas.
pois eram muito criativas e interessadas pelo conhecimento de modo geral. Após um período é preciso avaliar todo o processo vivido para eviden-
Sendo que o desafio deste ano, se centralizava na verificação da possibili- ciar os pontos positivos e os pontos negativos desse trabalho através de
dade de “aprendizagens significativas” no primeiro grau, diante de um todas as atividades realizadas nas Rodas e das avaliações, foi possível
currículo obrigatório, isto é, na aproximação dos conteúdos escolares e dos montar dois livros, um contendo as avaliações e o outro com Estórias e
significados da vida das crianças. Desenhos, com isso foi possível realizar os projetos propostos pelos alunos
Essa sincronia de significados faz com que o encontro de uma rotina juntamente com o programa obrigatório para a série. As tarefas realizadas
de trabalho se tornasse o maior desafio, sempre com a ajuda dos conheci- como a Roda e a realização do livro, permite mostrar a criatividade de cada
mentos dos conteúdos que seriam trabalhados naquela série, durante todo um, que até então não pode ser desenvolvida com os “métodos tradicionais
o ano, o conhecimento desses conteúdos gera uma maior segurança para a de educação”, pois o “espírito” do grupo contamina seus membros, ensi-
realização das atividades. A organização do trabalho diário e o respeito às nando-lhes outras possibilidades de ser, mas a formação de um grupo forte
rotinas estabelecidas são os principais eixos, nos primeiros meses do ano, que conduza seus membros a ter novas experiências e, simultaneamente,
no sentido de garantir a efetivação dos projetos. garanta o espaço individual e o respeito às diferenças não é algo que
ocorra espontaneamente. A coordenação e condução firme de uma autori-
Para isso, inicia-se o dia com uma Roda e encerra-se com outra, na dade é necessário, limitando algumas vezes e incentivando em outras.
primeira ocorria a organização das atividades do dia, e, na segunda, a
avaliação do vivido nos primeiros tempos de organização do dia-a-dia é

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A descrição a seguir relata o processo vivido com a 4a. série de 1987. da (e escrita) foi a de criar uma personagem que iria substituir a professora,
O ano letivo começa com o planejamento do professor, baseado em suas seria uma senhora de idade.
experiências anteriores, que geram expectativas para as futuras, quanto Através dessa personagem, criou-se uma oportunidade de refletir sobre
mais profunda for a reflexão do vivido, isto é, a avaliação das práticas o papel do professor.
anteriores, mais consistente será o planejamento e a (auto) formação do
professor. Há um desejo de aprofundar o trabalho com a escrita significati- A proposta seria criar um jogo dramático com as crianças, que poderia
va, pois acredita-se que através dela, as experiências escolares poderiam ter bons resultados, já que havia um interesse de toda a classe por teatro.
ser oportunidades de se entrar em contato com o mundo, agindo sobre ele, Apesar da existência de um palco propício para essa vivência, a atividade
dessa forma a escola não seria uma preparação para a vida futura, mas não chegou a ser realizada, por timidez da professora. Dessa forma foi
local de vida ali mesmo. Local de contato consigo, através do encontro com proposto pesquisas sobre as origens do teatro, que seriam levadas para a
o outro que se “ex-põe” e, juntos, vivem experiências significativas, pela Roda. A pesquisa dos povos antigos e das divisões da história apresenta-
descoberta de “sentidos”, chegam a experiência de pessoa. Pessoa que se das na Roda demonstravam o envolvimento com o que estudavam na
descobre sujeito, autor da própria vida. Autoria que promove a formação de escola e a percepção de que não cabia somente ao professor propor,
sujeitos autônomos e não autônomos. Os conteúdos obrigatórios e os “trazer o conhecimento” para a escola, isso mostra que um grupo, onde,
projetos paralelos conviviam em tensão permanente, ora se namorando, apesar da diferença de papéis e possível juntos buscar “conhecimento”. A
ora brigando e, às vezes, se encontrando em atividades onde o casamento flexibilidade do planejamento é importante para aproveitar a cumplicidade
acontecia. A escrita do Diário fazia papel importante à medida que as dos alunos. As Rodas subsequentes também foram sobre teatro, com
conquistas eram efetivadas. pequenas dramatizações das cenas interessantes e de novas questões
sobre os povos antigos, seus números e alfabetos. Essa proposta de traba-
O primeiro mês de trabalho teve como objetivo o estabelecimento de lho possibilita o criar, escrever o Diário propicia o redescobrimento, o prazer
uma rotina, com a organização dos espaços e tempos para as diferentes no ato de educar, sendo que o educador deixa de ser a “profissorinha
atividades, assim como a definição dos papéis de cada um dentro do grupo primária”, pois esta proposta mistura a professora e a aprendiz, que busca
é a criação dos vínculos afetivos. De início a professora é responsável de novas relações com o conhecimento.
estipular, sozinha estas rotinas, ou seja, sem abrir espaço para a participa-
ção das crianças nessa organização, pois as crianças dessa sala possuíam O projeto de pesquisa do teatro ia se ampliando e sendo revisto à me-
dificuldades quanto à organização e da difícil dinâmica do grupo. dida que se estudando, tanto os materiais trazidos pelas crianças, como os
da professora, iam ampliando as possibilidades da pesquisa. O projeto do
Mas sendo possível construir uma relação democrática com os alunos, teatro sofreu ampliações, abarcando novos conteúdos:
mesmo partindo de uma situação inicial onde todo o controle e poder esta-
vam nas mãos do professor, assim pretende-se “abrir aos poucos”, após a Teatro:
organização inicial. Durante esse período a escola passava por uma rees- - história
truturação curricular, mas que no momento eram irrelevantes, pois o mais - linguagem - narrador/ jornal (escrito e falado) / interpretação de
importante era a forma como trabalhar os conteúdos. Acredita-se que, texto e resumo.
incentivando a elaboração de projetos de pesquisa, carregados de signifi-
- artes
cados, assim como instrumentalizando a organização necessária para a
execução, estaria formando crianças curiosas, com maior autonomia para - teatro (diferentes papéis)
buscar o conhecimento dos “conteúdos” nas diversas áreas. - dinâmica
A intenção do professor é neste novo ano era aprofundar o já conquis- - geografia - social; - econômica
tado, sem esquecer que as conquistas construídas, sem esquecer que as Com isso o projeto de pesquisa abarcava aspectos mais diferenciados:
conquistas construídas foram em processo coletivo e que agora, ele se geográficos, históricos, econômicos, políticos; aspectos relativos às lingua-
encontra em um novo grupo, com características, significados e desafios gens oral e escrita, linguagem jornalística e, portanto, atualidades, além da
próprios. oportunidade de trabalhar com a organização e as responsabilidades
A partir da organização o trabalho começa. A Roda era realizada diari- quanto aos prazos combinados.
amente onde se estudava os conteúdos curriculares, foi criado um caderno Um projeto interdisciplinar não é aquele que integra o maior número
especial para o registro da pauta das Rodas, mas apesar da dinâmica, possível de áreas do conhecimento, mas aquele em que essa integração se
nesse grupo faltava vitalidade e entusiasmo. faz através do sentido que esse conhecimento tem para o sujeito que o
Dessa forma é preciso descobrir outras formas para criar a parceria en- busca e o constrói. É através desse sentido pessoal (ou grupal) que torna-
tre as crianças e o professor. As crianças possuíam uma postura mais se autores e “autoridade”, isto é, capaz de crescer, de fazer brotar. Anali-
passiva quanto ao encaminhamento das atividades, deixando para o pro- sando o projeto em desenvolvimento, apesar das dúvidas os jogos, incluin-
fessor a total responsabilidade, assim há na uma preocupação em como do o dramático, palcos e plateias para treinar a escrita e a leitura oral e
incentivar as crianças ao questionamento, rompendo a atitude passiva explorar a linguagem jornalística, possuem seu espaço sendo atividades
como aumentar a participação dos alunos na Roda e como semear a parce- com seriedade que ampliam a visão do processo pedagógico, que quando
ria, que apareceu na troca de experiências, onde a grande curiosidade das ocorrem em sintonia, tanto os alunos como professores estão mais abertos
crianças estava ao redor da vida pessoal da professora. para aproveitar as oportunidades que aparecem. O projeto de pesquisa
A construção da autoridade, envolve, necessariamente, um comprome- sobre o teatro caminhava mais em seus aspectos teóricos; o estudo de
timento pessoal e profissional do professor, isto é, abarca a história de sua suas origens e das funções de cada profissional envolvido. O texto que
educação, suas vivências com autoridades, enfim, sua história de vida. É seria encenado pelos alunos, já estava pronto, elaborado coletivamente nas
da consciência do autoritarismo vivido e internalizado que se pode chegar a aulas de linguagem.
transforma-lo um dia. Paralelamente, encaminhava-se os conteúdos nas diferentes áreas, as
Apesar de haver uma certa aproximação entre os alunos e o professor, aulas transcorriam sem “conversas paralelas” e brincadeiras, de forma a
não havia ainda uma sintonia quanto às linguagens expressivas, quanto aumentar o rendimento e ganhando tempo para o teatro. Outros professo-
aos desejos e desafios que impulsionam a conhecer. A escrita não os res também podem participar do projeto, abrindo espaço em suas aulas
mobilizava como foi experimentado anteriormente, nem mesmo os dese- para os ensaios e desenvolvendo alguns trabalhos específicos. Paralelo ao
nhos pareciam ter muita força nesse grupo. Permanecia uma distância e projeto do teatro, em alguns momentos é possível trabalhar os conteúdos
atitudes, que lembram o modelo tradicional de ensino, em que ao professor programados juntamente com algumas etapas da montagem do teatro. A
é reservado o papel de ensinar “conhecimentos acabados”, enquanto os organização das atividades em sala deve ser extrema, mas com a cumplici-
alunos deveriam aprende passivamente sem participação no ato de “co- dade e a parceria ao projeto comum, a espontaneidade e a alegria não são
nhecimento”. A partir disso cabe ao professor avaliar o momento vivido e comprometidas.
planejar atividades que cooperem para atingir os objetivos propostos, Em alguns momentos as tarefas podem ser descentralizadas, para agi-
estabelece-se uma cobrança interna: trabalha com o papel do professor. lização do projeto. Nesse período a roda garante o espaço de encontro e de
Como solução (para o trabalho realizado nesta turma) a “atividade” pensa- troca dos significados, às vezes seu tempo excede, devido à sintonia dos
interesses e ao clima de prazer que também invadia as outras aulas. A

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sintonia e as intersubjetividades construídas com a Roda, além de ajudar De fato, a organização do trabalho escolar (em geral fragmentado e
no encaminhamento dos estudos, também possibilitava uma “organização alienante) não é convidativa para uma prática em sala de aula que promova
interior” e disciplina. a aproximação das pessoas e o resgate da própria voz, do próprio projeto,
A Roda e o Registro estão sintonizados num mesmo canal: a busca do sonho e da escrita de cada um.
aos significados do vivido (momento de avaliação) e de perspectivas Para Mas, apesar das dificuldades, há caminhos possíveis de serem trilha-
ações futuras (momento de planejamento). Um canal que alimenta projetos dos.
interdisciplinares, relacionando teoria e prática. Com paciência para a conquista do outro em direção a um trabalho co-
Através dos vários teatros vividos (nessa classe) os alunos e professo- letivo.
res transfomaram-se de adversários em parceiros, podendo descobrir por Com criatividade para a busca de alternativas.
trás dos papéis interpretados, de professor e aluno, a pessoa de cada um,
com a capacidade de descobrir outras formas de ser, ensinar e aprender, Com coragem para encarar a própria ansiedade na vivência do novo.
porque, além de atores, eram também autores. A recriação que será feita vai depender do jogo de cintura de cada um,
O teatro foi um projeto interdisciplinar, que envolveu, em suas diferen- sendo:
tes fase, alguns conteúdos básicos da área de linguagem e de matemática. “A Roda e o Registro: caminhos para a parceria entre professor e alu-
Envolveu também os professores responsáveis pelas chamadas aulas de nos na construção dos conhecimentos”.
Educação Física, música e artes. Apesar do projeto ser coletivo e do espa-
ço para a criação, havia uma clara definição dos papéis de professor e
aluno, cabendo ao professor a direção do processo, o que não impede que
ele tenha dificuldades e aprenda coisas novas. A atuação sobre os espaços Currículo
da sala de aula é muito importante, pois ajuda a transformar a atitude das
crianças frente ao conhecimento.
Após esse projeto (Roda e registro) ser realizado em cenário próprio e O currículo é uma parte importante da organização escolar e faz parte
particular é, preciso refletir sobre as possibilidades de sua recriação em do projeto-político-pedagógico de cada escola. Por isso ele deve ser pen-
outros contextos de trabalho. É preciso buscar a relação entre os conheci- sado e refletido pelos sujeitos em interação “que têm um mesmo objetivo e
mentos prévios e os conteúdos novos, e, esta é a condição para realizar as a opção por um referencial teórico que o sustente” (VEIGA, 2002, p.7).
aprendizagens significativas. Algumas questões e hipóteses podem ser Dito de forma resumida, o currículo é a organização do conhecimento
úteis para essa reflexão como: a diversidade das condições de trabalho nos escolar.
diferentes graus de ensino; há mais possibilidades de um trabalho baseado Essa organização do currículo se tornou necessária porque, com o
no diálogo e na reflexão criativa em determinados níveis de ensino e menos surgimento da escolarização em massa, precisou-se de uma padronização
em outros?; a estrutura da pré-escola é mais permeável a um trabalho do conhecimento a ser ensinado, ou seja, que as exigências do conteúdo
nesta metodologia por não possuir programação curricular obrigatória como fossem as mesmas.
nos demais graus de ensino?; como se pensar na recriação da Roda e do
No entanto, o currículo não diz respeito apenas a uma relação de con-
Registro nas classes de 5a. e 8a. série do primeiro grau.
teúdos, mas envolve também: “questões de poder, tanto nas relações
Existe a possibilidade de tal prática nas séries iniciais do primeiro grau, professor/aluno e administrador/professor, quanto em todas as relações
nas quais se encontra um professor “responsável” pela classe, que passa a que permeiam o cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações
maior parte do período escolar junto com os alunos, tendo, portanto a de classes sociais (classe dominante/classe dominada) e questões raciais,
possibilidade de entrar em sintonia com o grupo, organizando uma rotina de étnicas e de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos”.
trabalho que mais se adeque às suas necessidades específicas, o que (HORNBURG e SILVA, 2007, p.1)
envolve uma organização dos tempos e espaços em função dessas neces-
Veiga (2002) complementa:
sidades.
“Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a
Agora é o momento de explorar as possibilidades de um trabalho ba-
sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmis-
seado no significado, no diálogo e na interdisciplinaridade também nas
são dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-
últimas séries do primeiro e do segundo graus. Mas para a realização desta
los, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que
prática deve-se esperar que sejam dadas as condições para iniciar um
compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento esco-
trabalho? A realização de um projeto interdisciplinar está condicionado a
lar, ou seja, o currículo propriamente dito.” (VEIGA, 2002, p.7)
uma estrutura construída especialmente para ele? E dispondo da estrutura
como iniciar a realização do projeto? Deve-se lembrar que os professores Assim, isso implica que essa organização – feita principalmente no pro-
em seus cursos de formação, não receberam orientações no sentido de um jeto-político-pedagógico de cada escola – deve levar em conta alguns
trabalho coletivo, interdisciplinar, que instrumentalizasse para a reflexão e a princípios básicos da sua construção. Entre eles o fato de, como já dito, o
criatividade. processo de desenvolvimento do currículo ter sido cultural e, portanto, não
neutro. Sempre visa privilegiar determinada cultura e, por isso, há a neces-
Para recriar a metodologia em apertadas salas e com tempo reduzido,
sidade de uma criteriosa análise e reflexão, por parte dos sujeitos em
é preciso buscar a melhor forma de organização. Pode-se tentar a realiza-
interação, no caso as autoridades escolares e os docentes com o mesmo
ção da Roda somente com a metade da classe, enquanto que a outra
objetivo, baseando-se em referenciais teóricos.
trabalha com um texto ou outra atividade paralela, mas apesar dessa
estratégia ser interessante ela não permite trabalhar com a integração do O currículo não é estático, pelo contrário, ele foi e continua sendo cons-
grupo-classe. Outra estratégia é a de fazer dois círculos, sendo um círculo truído. A reflexão sobre isso é importante, porque, conforme Veiga (2002, p.
central e outro periférico, de modo que somente os participantes do centro 7) afirma, “a análise e a compreensão do processo de produção do conhe-
falariam e os do círculo de fora registrariam suas observações, essa estra- cimento escolar ampliam a compreensão sobre as questões curriculares”.
tégia possibilita grande aprendizagem, no que se refere a falar e ouvir, pois Hoje em dia, a organização do currículo escolar se dá de forma frag-
cada um foi percebendo suas dificuldades: tanto os mais quietos e tímidos, mentada e hierárquica, ou seja, cada disciplina é ensinada separadamente
quando estavam no centro, quanto aqueles sempre falantes, quando esta- e as que são consideradas de maior importância em detrimento de outras
vam no círculo de fora, quando deviam observar e registrar, mas não falar. recebem mais tempo para serem explanadas no contexto escolar.
A interdisciplinaridade não se ensina nem se aprende, mas vive-se, Vários autores apontam para a possibilidade de o currículo não ser or-
exerce-se, a atitude interdisciplinar é aprendida e ensinada através da ganizado baseando-se em conteúdos isolados, pois vivemos em um mundo
prática quotidiana do diálogo e da reflexão sobre esta prática, em busca complexo, que não pode ser completamente explicado por um único ângu-
dos encaminhamentos adequados, significativos. A teoria não deixa de lo, mas a partir de uma visão multifacetada, construída pelas visões das
fazer parte dessa vida, pois teoria que nasce da prática ou a ela se relacio- diversas áreas do conhecimento. A organização do currículo deve procurar
na é uma teoria carregada de significado, sendo, portanto, aprendida. Uma viabilizar uma maior interdisciplinaridade, contextualização e transdisciplina-
aprendizagem significativa. ridade; assegurando a livre comunicação entre todas as áreas.

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A organização do currículo escolar de forma hierárquica e fragmentada tos didáticos. A educação escolar, no entanto, se destaca das demais por
precisa ser revista, pois vivemos em um mundo complexo que não pode ser ser suporte e requisito delas. É a escolarização básica que possibilita aos
completamente explicado por uma única área do conhecimento. indivíduos aproveitar e interpretar, consciente e criticamente, outras influên-
Visto que o currículo é uma questão tão importante no aspecto escolar, cias educativas.
este passou então a ser visto “como um campo profissional de estudos e O processo educativo, onde quer que se dê, é sempre contextualizado
pesquisas” (HORNBURG e SILVA, 2007, p.1). Por isso, surgiram muitas social e politicamente; há uma subordinação à sociedade que lhe faz exi-
teorias curriculares. gências, determina objetivos e lhe provê condições e meios de ação.
Correia e Dias (1998, p. 115) mostram que apesar de essas teorias não A educação, por ser um fenômeno social, é parte integrante das rela-
serem perspectivas acabadas, “elas convertem-se em marcos orientadores ções sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada socie-
das concepções sobre a realidade que abarcam, e passam a ser formas, dade. Na sociedade brasileira atual, a estrutura social se apresenta dividida
ainda que indiretas, de abordar os problemas práticos da educação.” em classes e grupos sociais com interesses distintos e opostos. Esse fato
Citando diversos autores com teorias curriculares distintas, Correia e repercute na prática educativa. Assim os objetivos e meios de educação
Dias nos fornecem uma visão mais ampla dos papéis que o currículo ou ficam subordinados à estrutura e dinâmicas das relações entre as classes
curriculum pode abarcar: sociais, ou seja, são socialmente determinados.
“a teoria técnica do curriculum expressa o curriculum como um plano Isto significa que a prática educativa, e especialmente os objetivos e
estruturado de aprendizagem centrado nos conteúdos ou nos alunos ou conteúdos do ensino e o trabalho docente, estão determinados por fins e
ainda nos objetivos previamente formulados, com vista a um dado resultado exigências sociais, políticas e ideológicas. A estrutura social e as formas
ou produto (Pacheco, 1996). De acordo com a primeira perspectiva, o sociais pelas quais a sociedade se organiza são uma decorrência do fato
curriculum centra-se nos conteúdos como produtos do saber culto e elabo- de que, desde o início de sua existência, os homens vivem em grupos; sua
rado sob a formalização de diferentes disciplinas. Mas o curriculum pode vida depende de vida de outros membros do grupo social, ou seja, a histó-
também expressar-se, de acordo com as concepções de curriculum propos- ria humana, a história da sua vida e a história da sociedade se constituem e
tas por Gimeno Sacristán (1991), através das experiências e dos interesses se desenvolvem na dinâmica das relações sociais. Este fato é fundamental
dos alunos, sendo entendido como um meio de promoção da sua autorrea- para se compreender que a organização da sociedade, a existência das
lização. E, por último, o curriculum pode ser entendido como um plano de classes sociais, o papel da educação estão implicados nas formas que as
orientação tecnológica que se prende com aquilo que deve ser ensinado e relações sociais vão assumindo pela ação prática concreta dos homens.
como deve ser, em ordem a um máximo de eficiência. Neste sentido, o A desigualdade entre os homens, que na origem é uma desigualdade
professor é um mero “operário curricular” que tem a tarefa de executar um econômica no seio das relações entre as classes sociais, determina não
plano.” (CORREIA e DIAS, 1998, p. 115). apenas as condições materiais de vida e de trabalho dos indivíduos mas
também a diferenciação no acesso à cultura espiritual, à educação. Como
consequência, a classe social dominante retém os meios de produção
material como também os meios de produção cultural e da sua difusão,
Métodos de ensino: enfoque teórico e metodológico. tendendo a colocá-la a serviço dos seus interesses.
Tais ideias, valores e práticas, apresentados pela minoria dominante
Educação - ou seja, a prática educativa - é um fenômeno social e uni- como representativos dos interesses de todas as classes sociais, são o que
versal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funciona- se costuma denominar de ideologia. O sistema educativo, incluindo as
mento de todas as sociedades. Não há sociedade sem prática educativa escolas, as igrejas, as agências de formação profissional, os meios de
nem prática educativa sem sociedade. A prática educativa não é apenas comunicação de massa, é um meio privilegiado para o repasse da ideologia
uma exigência da vida em sociedade, mas também o processo de prover os dominante.
indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais que as tornam aptos São os seres humanos que, na diversidade das relações recíprocas
a atuar no meio social e a transformá-lo em função de necessidades eco- que travam em vários contextos, dos significados às coisas, às pessoas, às
nômicas, sociais e políticas da coletividade. ideias; é socialmente que se formam ideias, opiniões, ideologias. Este fato
Através da ação educativa o meio social exerce influências sobre os é fundamental para compreender como cada sociedade se produz e se
indivíduos e estes, ao assimilarem e recriarem essas influências, tornam-se desenvolve, como se organiza e como encaminha a prática educativa
capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao através de seus conflitos e suas contradições. Para quem lida com a edu-
meio social. Em sentido amplo, a educação compreende os processos cação tendo em vista a formação humana dos indivíduos vivendo em
formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão contexto sociais determinados, é imprescindível que desenvolva a capaci-
envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem dade de descobrir as relações sociais reais implicadas em cada aconteci-
socialmente. mento, em cada situação real da sua vida e da sua profissão, em cada
matéria que ensina como também nos discursos, nos meios de comunica-
Neste sentido, a prática educativa existe numa grande variedade de ção de massa, nas relações cotidianas na família e no trabalho.
instituições e atividades sociais decorrentes da organização econômica,
política e legal de uma sociedade, da religião, dos costumes, das formas de O campo específico de atuação profissional e política do professor é a
convivência humana. Em sentido restrito, a educação ocorre em instituições escola, à qual cabem tarefas de assegurar aos alunos um sólido domínio de
específicas, escolares ou não, com finalidades explícitas de instrução e conhecimento e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades
ensino mediante uma ação consciente, deliberada e planificada, embora intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativos tais tarefas
sem separar-se daqueles processos formativos gerais. representam uma significativa contribuição para a formação de cidadãos
ativos, criativos e críticos, capazes de participar nas lutas pela transforma-
As diversas modalidades de educação costumam caracterizar as in-
ção social.
fluências educativas como não - intencionais e intencionais. A educação
não-intencional refere-se às influências do contexto social e do meio ambi- Dessa forma a responsabilidade social da escola e dos professores é
ente sobre os indivíduos. Essas influências também podem ser denomina- muito grande, pois cabe-lhes escolher qual concepção de vida e de socie-
das educação informal, pois as experiências são casuais, espontâneas, não dade deve ser trazida à consideração dos alunos e quais conteúdos e
organizadas, embora influam na formação humana. métodos lhes propiciam o domínio dos conhecimentos e a capacidade de
raciocínio necessário à compreensão da realidade social e à atividade
A educação intencional refere-se a influências em que há intenções e prática na profissão, na política, nos movimentos sociais.
objetivos definidos conscientemente, como é o caso da educação escolar e
extraescolar. As formas de educação intencional são muitas, e os meios Como se constata, a educação é um conceito amplo que se refere ao
variam de acordo com os objetivos pretendidos. Pode-se falar da educação processo de desenvolvimento unilateral da personalidade, envolvendo a
não - formal quando se trata da atividade educativa estruturada fora do formação de qualidades humanas-físicas, morais, intelectuais, estéticas -
sistema escolar convencional e da educação forma; que se realiza nas tendo em vista a orientação da atividade humana na sua relação com o
escolas ou outras agências de instrução e educação, implicando ações de meio social, num determinado contexto de relações sociais. A educação
ensino com objetivos pedagógicos explícitos, sistematização e procedimen- corresponde, pois, a toda modalidade de influências e inter-relações que

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convergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter, No século XVII, João Amós Convêncio (1592 - 1670) forma a teoria di-
implicando uma concepção de mundo ideais, valores, modos de agir, que dática para investigar as ligações entre ensino e aprendizagem. Sua in-
se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de fluência foi considerável, não só porque desenvolvem métodos de instrução
ação frente a atuações reais e desafios da vida prática. Nesse sentido, a mais rápidos e eficientes, mas porque também desejava que todas as
educação é uma instituição social que se ordena no sistema educacional de pessoas pudessem usufruir do conhecimento.
um país, num determinado momento histórico; é um produto, significando No entanto, a teoria por ele desenvolvida demorou a ser praticada,
os resultados obtidos da ação educativa conforme propósitos sociais e predominando as práticas escolares da Idade Média no século XVII e nos
políticos pretendidos; é processo por consistir de transformações sucessi- seguintes.
vas tanto no sentido histórico quanto no de desenvolvimento da personali-
dade. As mudanças continuavam ocorrendo e Jean Jacques Rousseau (1712
a 1778) foi um pensador que propôs uma nova concepção de ensino,
Após essa introdução sobre a educação podemos nos remeter à Didá- baseado nas necessidades e interesses imediatos da criança.
tica situando-a no conjunto dos conhecimentos pedagógicos. A Pedagogia
por sua vez, é a ciência que estuda a teoria e a prática da educação nos As ideias mais importantes de Rousseau, são:
seus vínculos com a prática social global. A Didática é uma disciplina 1. A preparação da criança para a vida futura deve basear-se no
pedagógica que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condi- estudo das coisas que correspondem às suas necessidades e interesses
ções do processo de ensino, visando as finalidades educacionais. atuais. Antes de ensinar as ciências, elas precisam ser levadas a disputar o
A didática por sua vez, ocupa um lugar especial na formação teórica e gosto pelo seu estudo. Os verdadeiros professores são a natureza, a expe-
prática dos professores. riência e os sentimentos. O contato da criança com o mundo que a rodeia é
que desperta o interesse e suas potencialidades naturais. São os interesses
Dessa forma, a Didática constitui-se no principal ramo de estudos da e necessidades imediatas do aluno que determinam a organização do
Pedagogia, pois investiga os fundamentos, condições e modos de realiza- estudo e seu desenvolvimento.
ção da instrução e do ensino. A Didática está intimamente ligada à Teoria
da Educação e à Teoria de Organização Escolar, e de modo especial, 2. A educação é um processo natural que se fundamenta no de-
vincula-se à Teoria do Conhecimento e à Psicologia da Educação. senvolvimento interno do aluno. As crianças são boas por natureza, elas
tem uma tendência natural para se desenvolverem.
A Didática e as metodologias específicas das matérias de ensino for-
mam uma unidade, mantendo entre si relações recíprocas. A Didática trata Pestalozzi dava grande importância ao método intuitivo, levando os
da teoria geral do ensino. As metodologias específicas, integrando o campo alunos a desenvolverem o senso de observação, análise dos objetos e
da Didática, ocupam-se dos conteúdos e métodos próprios de cada matéria fenômenos da natureza e a capacidade da linguagem. Nisto consistia a
na sua relação com fins educacionais. educação intelectual. Revelava também a psicologia da criança como fonte
do desenvolvimento do ensino.
A Didática é também, um meio de trabalho do qual os professores se
servem para dirigir a atividade ensino, cujo resultado é a aprendizagem dos Johann Friedrich Herbart (1766 a 1841) foi influenciado pelas ideias de
conteúdos escolares pelos alunos. Convêncio, Rousseau e Pestalozzi. Foi um pedagogo alemão e influenciou
muito a Didática e a prática docente, sendo inspirador da pedagogia con-
Tradicionalmente se consideram como componentes de ação didática a servadora.
matéria, o professor, os alunos. O ensino é uma atividade complexa na
medida que envolve tanto condições externas como condições internas das Segundo Herbart, educar o homem significa instruí-lo para querer o
situações didáticas. Conhecer essas condições e lidar acertadamente com bem, de modo que aprenda a comandar a si próprio.
elas é uma das tarefas básicas do professor para a condição do trabalho Herbart investigava também a formulação de um método único de en-
docente. sino, em conformidade com as leis psicológicas do conhecimento. Dessa
Internamente, a ação didática se refere à relação entre o aluno e a ma- forma, estabeleceu quatro passos didáticos: o primeiro seria a preparação e
téria, com o objetivo de apropriar-se dela com a mediação do professor. a apresentação da matéria nova de forma completa e clara, que denominou
Entre a matéria, o professor e o aluno ocorrem relações recíprocas. CLAREZA; o segundo seria a associação entre as ideias antigas e as
novas; o terceiro, a SISTEMATIZAÇÃO dos conhecimentos, tendo em vista
Assim, o processo didático está centrado na relação fundamental entre a generalização; finalmente, o quarto seria a aplicação, ou uso dos conhe-
o ensino e a aprendizagem, orientado para a confrontação ativa do aluno cimentos adquiridos através de exercícios, que denominou método. Poste-
com matéria sob a mediação do professor. Com isso, os seus elementos riormente, os discípulos de Herbart, desenvolveram a proposta dos passos
constituitivos são: os conteúdos das matérias; a ação de ensinar e a ação formais, ordenando-os em cinco: preparação, apresentação, assimilação,
de aprender. No entanto, esses elementos tem que estar vinculados a generalização e aplicação, fórmula esta que ainda é usada pela maioria dos
objetivos sócio - políticos e pedagógicos analisando criteriosamente o nossos professores.
conjunto de condições concretas que rodeiam cada situação didática.
As ideias pedagógicas de Convêncio, Rousseau, Pestalozzi e Herbart e
O processo didático, assim, desenvolve-se mediante a ação recíproca outros, formaram as bases do pensamento pedagógico europeu, difundin-
dos componentes fundamentais do ensino: os objetivos da educação e de do-se depois por todo o mundo, demarcando as concepções pedagógicas
instrução, os conteúdos, o ensino, a aprendizagem, os métodos, as formas que hoje são conhecidas como Pedagogia Tradicional e Pedagogia Reno-
e meios da organização das condições da situação didática, a avaliação. vada.
Esses são também, os conceitos fundamentais que formam a base de
estudo da Didática. A Pedagogia Tradicional, em suas várias correntes, caracteriza as con-
cepções de educação onde prepondera a ação de agentes externos na
É preciso nos remeter à história para que situemos a Didática nos tem- formação do aluno e nas grandes verdades acumuladas pela humanidade e
pos de hoje. uma concepção de ensino como impressão de imagens propiciadas ora
A história da Didática está ligada ao aparecimento do ensino como ati- pela palavra do professor ora pela observação sensorial. A Pedagogia
vidade planejada e intencional dedicada à instrução. Renovada agrupa correntes que advogam a renovação escolar, opondo-se
Na chamada Antiguidade Clássica (gregos e romanos) e no período à Pedagogia Tradicional. Destacam-se a valorização da criança, dotada de
medieval se desenvolvem formas de ação pedagógica, em escolas, mostei- liberdade, iniciativa e de interesses próprios e, por isso, sujeito da sua
ros, igrejas, universidades, mesmo assim, não podemos falar em Didática, aprendizagem e agente de seu próprio desenvolvimento; tratamento cientí-
até meados do século XVII, como teoria de ensino, que sistematize o fico do processo educacional, considerando as etapas sucessivas do de-
pensamento didático e o estudo científico das formas de ensinar. senvolvimento biológico e psicológico; respeito às capacidades e aptidões
individuais, individualização do ensino conforme os ritmos próprios de
O tema ‘Didática” aparece quando os adultos começam a intervir na aprendizagem; rejeição de modelos adultos em favor da atividade e da
atividade de aprendizagem das crianças e jovens através da direção e liberdade de expressão da criança.
planejamento do ensino, pois antes as formas de intervenção eram espon-
tâneas. Está estabelecido uma intenção pedagógica na atividade de ensino, O nome Pedagogia Renovada se aplica tanto ao movimento da educa-
que passa a ser sistematizado visando a adequação das crianças à assimi- ção nova propriamente dita, que inclui a criação de “escolas novas”, a
lação dos estudos, considerando as idades e o ritmo das mesmas. disseminação da pedagogia ativa e dos métodos ativos, como também

Fundamentos da Educação 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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outras correntes que adotam outros princípios de renovação educacional organiza as situações de aprendizagem, adequando-as às capacidades de
mas sem vínculo direto com a Escola Nova. características individuais dos alunos. Devido a isso, a Didática ativa dá
Dentro do movimento escolarivista, desenvolveu-se a Pedagogia grande importância aos métodos e técnicas como o trabalho de grupo,
Pragmática e Progressista, nos Estados Unidos, cujo principal representan- atividades cooperativas, estudo individual, pesquisas, projetos, experimen-
te é Johnn Dewvey (1859 a 1952). Esse movimento teve influência no Brasil tações, etc., bem como os métodos de reflexão e método científico de
com Anísio Teixeira liderando na década de 30 o movimento dos prisionei- descobrir conhecimentos. O que importa é o processo de aprendizagem.
ros da Escola Nova, que influenciou na formulação da política educacional, Sintetizando, a Década ativa dá menos atenção aos conhecimentos
na legislação, na investigação acadêmica e na prática escolar. sistematizados, valorizando mais o processo da aprendizagem e os meios
O movimento escolarivista no Brasil teve várias correntes, sendo a que possibilitam o desenvolvimento das capacidades e habilidades intelec-
mais denominante a progressista. Destacamos a corrente vitalista, repre- tuais dos alunos. A Didática não é a direção do ensino, é a orientação de
sentada por Montessori, as teorias cognitivistas, as teorias fenomenológicas aprendizagem, uma vez que esta é uma experiência própria do aluno
e especialmente a teoria interacionista baseada na psicologia genética de através da pesquisa, da investigação.
Jean Piaget. Pode-se dizer também, que em certo sentido, o tecnicismo A Didática entendida dessa forma é bastante positiva, principalmente
educacional representa a continuidade da corrente progressivista, embora quando baseia a atividade escolar na atividade mental dos alunos, no
juntando-se com as contribuições da teoria Behaviorista e da abordagem estudo e na pesquisa, visando a formação de um pensamento autônomo.
sistêmica do ensino. No entanto, raros são os professores que aplicam inteiramente o proposto
A Pedagogia Cultural é uma das correntes da Pedagogia Renovada, pela Didática ativa. Por falta de conhecimento profundo, os professores até
sem vínculo com a Escola Nova, mas que teve repercussões no Brasil, usam procedimentos e técnicas do grupo, estudo dirigido, discussões, etc.,
mesmo sendo pouco estudada por nós. mas sem objetivos de levar o aluno a pensar, ao raciocínio científico, ao
desenvolvimento da capacidade de reflexão e à independência de pensa-
O Estudo teórico da Pedagogia no Brasil passa por um movimento mento. Assim, na hora de comprovar os resultados do ensino e da aprendi-
principalmente a partir das investigações educativas baseadas nas contri- zagem, pedem matéria duradoura, como no ensino tradicional.
buições do materialismo histórico e didático. Tais estudos conseguem para
a formulação de uma teoria crítico - social da educação, a partir da crítica Paralelamente à Didática da Escola Nova, surge a partir dos anos 50 a
política e pedagógica das tendências e correntes da educação brasileira. Didática Moderna proposta por Luís Alves de Mattos, inspirada na pedago-
gia da cultura de origem alemã.
Nos últimos anos, vários estudos tem sido desenvolvidos sobre a histó-
ria da Didática no Brasil, suas relações com as tendências pedagógicas e a As características dessa Didática são: o aluno é fator pessoal decisivo
investigação do seu campo de conhecimentos. As tendências pedagógicas na situação escolar; em função dele giram as atividades escolares, para
são divididas em dois grupos: orientá-lo e incentivá-lo na sua educação e na sua aprendizagem, tendo em
vista desenvolver-lhe a inteligência e formar-lhe o caráter e a personalida-
- As de cunho liberal - Pedagogia Tradicional de. Cabe ao professor incentivar, orientar e controlar a aprendizagem,
Pedagogia Renovada organizando o ensino em função das reais capacidades dos alunos e do
Tecnicismo educacional desenvolvimento dos seus hábitos de estudo e reflexão. A matéria é o
conteúdo cultural de aprendizagem e está a serviço do aluno para formar
- As de cunho progressista - Pedagogia Libertadora
suas estruturas mentais, vinculando-se às necessidades e capacidades
reais dos alunos. O método representa o conjunto dos procedimentos para
Pedagogia Crítico - Social dos Conteúdos assegurar a aprendizagem, portanto relacionam-se com a psicologia do
A Didática na Pedagogia Tradicional é uma disciplina normativa, um aluno.
conjunto de princípios e regras que regulam o ensino. A atividade de ensi- Os conceitos básicos da Didática Moderna são o ensino e a aprendiza-
nar é centrada no professor que expõe e interpreta a matéria. A exposição gem, em estreita ligação entre si. O ensino é a atividade direcional sobre o
oral, a palavra, é o principal meio do ensino. processo de aprendizagem e a aprendizagem é a atividade mental intensiva
O aluno é recebedor da matéria e sua tarefa é decorá-la. A matéria de e propositada do aluno em relação aos dados fornecidos pelos conteúdos
ensino é tratada isoladamente, desvinculada dos interesses dos alunos e culturais.
dos problemas reais da sociedade e da vida. O método é dado pela lógica e Mattos propõe a teoria do ciclo docente, que é o método didático em
sequência da matéria, predomina ainda os métodos intuitivo incorporados ação. O ciclo docente, abrange as fases de planejamento, orientação e
ao ensino tradicional. Sendo assim, a aprendizagem continua receptiva, controle da aprendizagem e suas subfases, e definir-se como “o conjunto
automática, não mobilizando a atividade mental do aluno e o desenvolvi- de atividades exercidas, em sucessão ou ciclicamente, pelo professor, para
mento de suas capacidades intelectuais. dirigir e orientar o processo de aprendizagem dos alunos, levando-o a bom
A Didática Tradicional continua prevalecendo na prática escolar, pois é termo. É o método da ação”.
comum nas escolas o ensino como mera transmissão de conhecimentos, Quanto ao Tecnicismo educacional, inclui-se em certo sentido na Pe-
sobrecarregando o aluno de conhecimentos que são decorados sem ques- dagogia Renovadas. Desenvolveu-se no Brasil na década de 50, ganhando
tionamento, através de exercícios repetitivos. Dessa forma, os conhecimen- autonomia nos anos 60, quando constituem-se como tendência, inspirada
tos ficaram esteriotipados, desprovidos de significados sociais, inúteis para na teoria behaviorista da aprendizagem e na abordagem sistêmica do
a formação das capacidades intelectuais e para a compreensão crítica da ensino. Nas duas últimas décadas, foi uma orientação imposta às escolas
realidade. A intenção de formação mental, de desenvolvimento do raciocí- pelos organismos oficiais, por ser compatível com a orientação econômica,
nio, ficou reduzido a práticas de memorização. política e ideológica do regime militar então vigente. A Didática tecnicista,
Em contraposição à Pedagogia Tradicional, surge no final do século instrumental prevalece ainda hoje, e está interessada na racionalização do
XIX a Pedagogia Renovada incluindo várias correntes: a progressista ensino, no uso de meios e técnicas mais eficazes. O sistema de instrução
(baseada na teoria educacional de John Dewey); a não - diretiva (inspirada se baseia nas seguintes etapas:
em Carl Rogers); a ativista-espiritualista (de orientação católica); a cultura- 1) especificação de objetivos instrucionais especializados (OBJETI-
lista; a piagetiana; a montessoriana e outras. De acordo com estudos feitos, VOS)
a Didática brasileira se baseia na corrente progressivista do movimento da 2) avaliação prévia dos alunos para estabelecer pré-requisitos visan-
Escola Nova. do alcançar os objetivos (CONTEÚDOS)
A Didática da Escola Nova ou Didática ativa é entendida como direção 3) ensino ou organização das experiências de aprendizagem (ES-
da aprendizagem, sendo o aluno sujeito da aprendizagem. A ideia é que o TRATÉGIAS)
aluno aprende melhor o que faz por si mesmo. Para isso o aluno é colocado
4) avaliação dos alunos relativa a que se propôs nos objetivos iniciais.
em situações que seja mobilizada e sua atividade global e que se manifesta
O professor é então, um administrador e executor do planejamen-
em atividade intelectual, atividade de criação, de expressão verbal, escrita,
to, o meio de previsão das ações, a serem executadas e dos meios
plástica ou outro tipo. O centro da atividade escolar não é o professor nem
necessários para se atingir os objetivos. Boa parte dos livros didá-
a matéria, mas o aluno ativo e investigador. O professor incentiva, orienta,
ticos usados nas escolas são baseados na tecnologia da instrução.

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No início dos anos 60 surgiram os movimentos da educação de adultos A Pedagogia Crítico-Social toma o partido dos interesses majoritários
que geraram ideias pedagógicas e práticas educacionais de educação da sociedade, atribuindo à instrução e ao ensino o papel de proporcionar
popular, configurando a tendência que veio a ser denominada de Pedago- aos alunos o domínio de conteúdos científicos, os métodos de estudo e
gia Libertadora. habilidades e hábitos de raciocínio científico, de modo a formarem a cons-
ciência crítica face às realidades sociais e capacitando-se a assumir no
Na segunda metade da década de 70, com a manutenção do quadro
conjunto das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de transforma-
político repressivo, muitos estudiosos e militantes políticos se interessavam
ção da sociedade e de si próprios.
apenas pela crítica e pela denúncia do papel ideológico e discriminador da
escola na sociedade capitalista. Freitas (1995) menciona que é na década de 1980 que surgem oposi-
ções à concepção corrente de didática, a qual saía de um período em que
Outros, no entanto, considerando essa crítica, preocupavam-se em se havia exaltado o método e a técnica de ensino, especialmente na déca-
formular propostas e desenvolver estudos no sentido de tornar possível da de 1970. À Didática Instrumental dos anos 70, contrapõe-se a Didática
uma escola voltada para os interesses concretos do povo. Destacam-se Fundamental dos anos 80.
assim a Pedagogia Libertadora e a Pedagogia Crítico - Social dos Conteú-
dos. A primeira baseou-se nas propostas da Educação popular dos anos A Didática Fundamental está ligada ao movimento pela redefinição do
60; a segunda inspirou-se no materialismo histórico - dialético, interessado campo da didática, cuja maior expressão foram os seminários de didática
na educação popular, na valorização da escola pública e do trabalho do do início dos anos 80. Foi na realidade, um amplo movimento de reação a
professor, no ensino de qualidade para o povo e dando grande importância um tipo de didática baseada na neutralidade, fundada na ideia da didática
ao domínio dos conteúdos científicos do ensino por parte de professores e como método único de ensino, e como tal, nos procedimentos formalizados.
alunos. Por isso, o nome Didática Fundamental.
A colocação feita por Freitas, sintetiza de certo modo a exposição des-
São duas tendências pedagógicas progressistas, propondo uma edu- te sobre a história da Didática.
cação escolar crítica a serviço das transformações sociais e econômicas,
ou seja, de separação das desigualdades sociais decorrentes das formas Fischer (1976) em seu artigo discute a confusão existente entre meto-
sociais capitalistas de organização da sociedade. Diferem, no entanto, dologia de ensino e técnicas didáticas.
quantos aos objetivos imediatos, meios e estratégias de atingir essas metas Por metodologia entende-se a articulação de uma teoria de compreen-
gerais comuns. são e interpretação da realidade com uma prática específica, que pode ser
o ensino de uma determinada disciplina. Seria a prática pedagógica: as
A Pedagogia Libertadora, não tem proposta explícita de Didática mas
aulas, o relacionamento entre professores e alunos, a bibliografia usada, o
implicitamente na orientação do trabalho escolar, há uma Didática, pois o
sistema de avaliação, as técnicas de trabalho em grupo, o tipo de questões
professor se coloca diante de uma classe com a tarefa de orientar a apren-
que o professor levanta, o tratamento que dá à sua disciplina, a relação que
dizagem dos alunos. É uma didática que busca desenvolver o processo
estabelece na prática entre escola e sociedade - revela a sua compreensão
educativo como tarefa que se dá no interior dos grupos sociais e por isso o
e interpretação da relação homem - sociedade - natureza, historicamente
professor é coordenador ou animador das atividades que se organizam
determinada, constituindo-se essa articulação a sua metodologia de ensino.
sempre pela ação conjunta dele e dos alunos.
Nossa sociedade - capitalista - e dependente dos países desenvolvidos,
A Pedagogia Libertadora tem sido empregada com muito êxito em vá- caracteriza-se por controlar a manifestação popular e democrática através das
rios setores dos movimentos sociais, como sindicatos, associações de instituições. Do ponto de vista do sistema educacional valoriza a tecnologia de
bairro, comunidades religiosas. Parte desse êxito se deve ao fato de ser educação, sob a ideia de que, quanto mais eficientes e elaborado forem as
utilizada entre adultos que vivenciam uma prática política e onde o debate técnicas didáticas, mais eficaz será o processo educativo.
sobre a problemática econômica, social e política pode ser aprofundado
com a orientação de intelectuais comprometidos com os interesses popula- Daí a confusão entre Metodologia de Ensino e Técnicas Didáticas. Pela
res. Essa relação à sua aplicação nas escolas públicas, especialmente no falta de reflexão e consciência, o professor, na vontade de cumprir sua
ensino de primeiro grau, os representantes dessa tendência não chegaram “nobre missão”, nada mais faz que reforçar o senso comum da chamada
a formular uma orientação pedagógica - didática especificamente escolar, educação “moderna”, em que as técnicas é que são importantes, assumin-
compatível com a idade, o desenvolvimento mental e as características de do então, inconscientemente ou não, uma metodologia de ensino fundada
aprendizagem das crianças e jovens. na compreensão e interpretação oficial, “legal” da realidade, compreensão
que por sua vez, confunde metodologia com tecnicismo. E para reforço
Para a Pedagogia Crítico - Social dos Conteúdos a escola pública desse comportamento, divulga-se ainda que as técnicas são “neutras”, o
cumpre a sua função social e política. Não considera suficiente colocar que importa é a “atitude” do professor.
como conteúdo escolar a problemática social cotidiana, pois só com o Geralmente, a Didática estuda algumas propostas de Metodologia de
domínio dos conhecimentos, habilidades e capacidades mentais podem os Ensino. A escolha, no entanto, dessa Metodologia de Ensino se fará a partir
alunos organizar, interpretar e reelaborar as suas experiências de vida em da prática pedagógica e da escolha dos meios de ensinar, de aprender, de
função dos interesses de classe. O importante é que os conhecimentos transmitir conhecimentos, de conhecer.
sistematizados se confrontados com as experiências sócio - culturais e a
vida concreta dos alunos. Do ponto de vista didático, o ensino consiste na
mediação de objetivos - conteúdos - métodos que assegure o encontro
formativo entre os alunos e as matérias escolares que é o fator decisivo da A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NA-
aprendizagem. CIONAL Nº. 9.394/96 E SUAS ALTERAÇÕES.
Para a Pedagogia Crítico - Social a Didática assume grande importân-
cia, pois o objeto de estudo é o processo de ensino nas suas relações e LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
ligações com a aprendizagem. A Didática tem como objetivo a direção do
processo de ensinar, tendo em vista finalidades sócio - políticas e pedagó- Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional
gicas e as condições e os meios formativos, que procuram promover a auto TÍTULO I
- atividade dos alunos, a aprendizagem. Dá ao ensino a tarefa de propiciar
Da Educação
aos alunos o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades intelec-
tuais, mediante a transmissão e assimilação ativa dos conteúdos escolares Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se
articulando no mesmo processo, a aquisição de noções sistematizadas e as desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
qualidades individuais dos alunos que lhes possibilitam a auto - atividade e instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
a busca independente e criativa das noções. da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Os conhecimentos teóricos e práticos da didática medeiam os vínculos § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
entre o pedagógico e a docência; fazem a ligação entre “para quê” (opções predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
político - pedagógicos) e o “como” da ação educativa escolar (a prática § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
docente). prática social.

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TÍTULO II III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional § 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo,
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino,
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o conforme as prioridades constitucionais e legais.
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art.
208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; correspondente.
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o § 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir
pensamento, a arte e o saber; o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; responsabilidade.
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; § 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o
Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
ensino, independentemente da escolarização anterior.
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos
VII - valorização do profissional da educação escolar;
menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da dada pela Lei nº 11.114, de 2005)
legislação dos sistemas de ensino;
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes
IX - garantia de padrão de qualidade; condições:
X - valorização da experiência extra-escolar; I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas respectivo sistema de ensino;
sociais. II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder
TÍTULO III Público;
Do Direito à Educação e do Dever de Educar III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213
da Constituição Federal.
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
mediante a garantia de: TÍTULO IV
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a Da Organização da Educação Nacional
ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
nº 12.061, de 2009) § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação,
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa,
com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos
a seis anos de idade; desta Lei.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
criação artística, segundo a capacidade de cada um; I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
educando; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com sistema federal de ensino e o dos Territórios;
características e modalidades adequadas às suas necessidades e III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de
de acesso e permanência na escola; ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por função redistributiva e supletiva;
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
alimentação e assistência à saúde; os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus
variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas
em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade
2008). do ensino;
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária,
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e,
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.
responsabilidade sobre este nível de ensino;
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
colaboração, e com a assistência da União:
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, estabelecimentos do seu sistema de ensino.
e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de
II - fazer-lhes a chamada pública; Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade

Fundamentos da Educação 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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permanente, criado por lei. VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos
acesso a todos os dados e informações necessários de todos os alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento
estabelecimentos e órgãos educacionais. do percentual permitido em lei.(Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001)

§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento
educação superior. de ensino;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos pedagógica do estabelecimento de ensino;
seus sistemas de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional rendimento;
das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de
recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à
Público; avaliação e ao desenvolvimento profissional;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando famílias e a comunidade.
e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
estabelecimentos do seu sistema de ensino;
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; pedagógico da escola;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o II - participação das comunidades escolar e local em conselhos
ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 escolares ou equivalentes.
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências as normas gerais de direito financeiro público.
referentes aos Estados e aos Municípios. Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: I - as instituições de ensino mantidas pela União;
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais iniciativa privada;
da União e dos Estados;
III - os órgãos federais de educação.
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; compreendem:
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder
sistema de ensino; Público estadual e pelo Distrito Federal;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de municipal;
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e pela iniciativa privada;
desenvolvimento do ensino. IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. respectivamente.
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de
sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de ensino.
educação básica. Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: mantidas pelo Poder Público municipal;
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; privada;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula III – os órgãos municipais de educação.
estabelecidas; Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; nas seguintes categorias administrativas: (Regulamento)
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
administradas pelo Poder Público;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação seguintes categorias: (Regulamento)
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)

Fundamentos da Educação 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são critérios:
instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo; prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso
cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua escolar;
entidade mantenedora representantes da comunidade; (Redação dada pela
Lei nº 12.020, de 2009) c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante
verificação do aprendizado;
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos
de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos
anterior; ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem
IV - filantrópicas, na forma da lei. disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
TÍTULO V VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino,
exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas
CAPÍTULO I letivas para aprovação;
Da Composição dos Níveis Escolares VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares,
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino de cursos, com as especificações cabíveis.
fundamental e ensino médio; Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis
II - educação superior. alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga
horária e as condições materiais do estabelecimento.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das
DA EDUCAÇÃO BÁSICA condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer
Seção I parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.
Das Disposições Gerais Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma
base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
da clientela.
posteriores.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais,
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos,
conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros
especialmente do Brasil.
critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do
processo de aprendizagem assim o recomendar. § 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
tendo como base as normas curriculares gerais. alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010)
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática
ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei. facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o 1º.12.2003)
tempo reservado aos exames finais, quando houver;
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº
ensino fundamental, pode ser feita: 10.793, de 1º.12.2003)
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a
série ou fase anterior, na própria escola; IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme § 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições
regulamentação do respectivo sistema de ensino; das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que § 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente,
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira
sistema de ensino; moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries possibilidades da instituição.
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o § 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes 11.769, de 2008)

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Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino § 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino
médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e fundamental em ciclos.
cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de § 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série
2008). podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada,
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem,
diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o § 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua
estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas
indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas § 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância
áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações
(Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). emergenciais.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos § 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,
povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo
escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007).
ainda, as seguintes diretrizes:
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de
estabelecimento; proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
III - orientação para o trabalho; § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas
não-formais. para a habilitação e admissão dos professores.

Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do
adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: ensino religioso."

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos
necessidades e interesses dos alunos da zona rural; quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente
ampliado o período de permanência na escola.
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário
escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas
alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo
Seção II integral, a critério dos sistemas de ensino.
Da Educação Infantil Seção IV
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem Do Ensino Médio
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
complementando a ação da família e da comunidade. mínima de três anos, terá como finalidades:

Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos
de idade; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,
para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante posteriores;
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
Seção III pensamento crítico;
Do Ensino Fundamental IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove)
cada disciplina.
anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,
terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I
pela Lei nº 11.274, de 2006) deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de
transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
cidadania;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a
vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes
iniciativa dos estudantes;
e valores;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
optativo, dentro das disponibilidades da instituição.

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IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas prosseguimento de estudos na educação superior. (Incluído pela Lei nº
obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
11.684, de 2008) Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão médio, nas formas articulada concomitante e subsequente, quando
organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a
demonstre: obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão,
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a com aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para
produção moderna; o trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; Seção V


Da Educação de Jovens e Adultos
III - (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008)
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão médio na idade própria.
ao prosseguimento de estudos. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
Seção IV-A
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio cursos e exames.
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares
ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo entre si.
para o exercício de profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008) § 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se,
preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento.
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos
próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos,
instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
11.741, de 2008) prosseguimento de estudos em caráter regular.
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de
I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de quinze anos;
2008) II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o anos.
ensino médio.(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) CAPÍTULO III
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; (Incluído Da Educação Profissional e Tecnológica
pela Lei nº 11.741, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu
tecnologia. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
projeto pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser
prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de
forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo
sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à § 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes
habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008) I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o
esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e II – de educação profissional técnica de nível médio; (Incluído pela Lei
podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) nº 11.741, de 2008)

a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as § 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e


oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne a objetivos,
2008) características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de pela Lei nº 11.741, de 2008)
projeto pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em
nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. (Regulamento)

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Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional e que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e
tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de
reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. (Regulamento)
estudos.(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008) § 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por
Art. 42. As instituições de educação profissional e tecnológica, além sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá
dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.
comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do
não necessariamente ao nível de escolaridade. (Redação dada pela Lei nº ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo,
11.741, de 2008) excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
CAPÍTULO IV § 1º As instituições informarão aos interessados, antes de cada período
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições.
e do pensamento reflexivo; § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos,
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação
para a inserção em setores profissionais e para a participação no específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos
contínua; sistemas de ensino.

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando § 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos
o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da programas de educação a distância.
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio § 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período
em que vive; noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber públicas, garantida a necessária previsão orçamentária.
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por
profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os seu titular.
conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas
sistematizadora do conhecimento de cada geração; próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à Educação.
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; § 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham
à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. internacionais de reciprocidade ou equiparação.

Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por
programas: (Regulamento) universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades
que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.
abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência
ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007). de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas,
e mediante processo seletivo.
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino
médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei.

III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de
doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não
candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito,
exigências das instituições de ensino; mediante processo seletivo prévio.

IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão
de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a
Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no inciso orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos
II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas instituições de ensino sistemas de ensino.
superior, sendo obrigatória a divulgação da relação nominal dos
classificados, a respectiva ordem de classificação, bem como do Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação
cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
nº 11.331, de 2006) (Regulamento)

Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático
superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e
especialização. (Regulamento) cultural, quanto regional e nacional;

Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica
credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos de mestrado ou doutorado;
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
avaliação. (Regulamento) Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente por campo do saber.
identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação,

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Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às instituições de educação superior por ela mantidas.
universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições: Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos
educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade
União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; institucional, local e regional.
(Regulamento) Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que
diretrizes gerais pertinentes; tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, como da escolha de dirigentes.
produção artística e atividades de extensão; Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.(Regulamento)
e as exigências do seu meio; CAPÍTULO V
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
com as normas gerais atinentes; Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
VII - firmar contratos, acordos e convênios; regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
rendimentos conforme dispositivos institucionais; especial.

IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos; serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas
dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação ensino regular.
financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem
Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir,
dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre: Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais:
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
II - ampliação e diminuição de vagas; específicos, para atender às suas necessidades;
III - elaboração da programação dos cursos; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa
V - contratação e dispensa de professores;
escolar para os superdotados;
VI - planos de carreira docente.
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de regular capacitados para a integração desses educandos nas classes
sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como comuns;
dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na
(Regulamento)
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão: órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
pertinentes e os recursos disponíveis; suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão
normas gerais concernentes; critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
peculiaridades de organização e funcionamento;
TÍTULO VI
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação Dos Profissionais da Educação
do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e
equipamentos; Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os
que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom
desempenho. I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência
na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a pela Lei nº 12.014, de 2009)
instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a
pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia,
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado
Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)

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III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso VI - condições adequadas de trabalho.
técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº
12.014, de 2009) § 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional
de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a sistema de ensino.(Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006)
atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos
objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá § 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art.
como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de
dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação
(Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício
da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios assessoramento pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006)
supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de
2009) TÍTULO VII
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em Dos Recursos financeiros
instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários
de 2009) de:
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se- I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito
á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em Federal e dos Municípios;
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas
quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;
na modalidade Normal. (Regulamento) IV - receita de incentivos fiscais;
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime V - outros recursos previstos em lei.
de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a
capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
2009). Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o
que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais,
magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. na manutenção e desenvolvimento do ensino público.
(Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e respectivos Municípios, não será considerada, para efeito do cálculo
tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: § 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos
I - cursos formadores de profissionais para a educação básica, mencionadas neste artigo as operações de crédito por antecipação de
inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a receita orçamentária de impostos.
educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental; § 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos
II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas estatuídos neste artigo, será considerada a receita estimada na lei do
de educação superior que queiram se dedicar à educação básica; orçamento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a
abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de
III - programas de educação continuada para os profissionais de
arrecadação.
educação dos diversos níveis.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração,
efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do
educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em
exercício financeiro.
nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
formação, a base comum nacional. § 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá imediatamente
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá
ao órgão responsável pela educação, observados os seguintes prazos:
prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas.
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á
vigésimo dia;
em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e
doutorado. II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada
mês, até o trigésimo dia;
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com
curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada
acadêmico. mês, até o décimo dia do mês subsequente.
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e
profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
estatutos e dos planos de carreira do magistério público: Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos
básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com
as que se destinam a:
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais
III - piso salarial profissional;
profissionais da educação;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e
avaliação do desempenho;
equipamentos necessários ao ensino;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
carga de trabalho;

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IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando e Municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições
precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino; legais.
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas,
sistemas de ensino; podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e que:
privadas; I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados,
VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob
atender ao disposto nos incisos deste artigo; nenhuma forma ou pretexto;

VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
programas de transporte escolar. III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de
do ensino aquelas realizadas com: encerramento de suas atividades;

I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.
quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a
precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão; bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
assistencial, desportivo ou cultural; cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.
III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam
militares ou civis, inclusive diplomáticos; § 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão
receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de
IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico- estudo.
odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência
social; TÍTULO VIII

V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta Das Disposições Gerais
ou indiretamente a rede escolar; Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios,
desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de
do ensino. educação escolar bilingue e intercultural aos povos indígenas, com os
seguintes objetivos:
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do
ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação
como nos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a
Federal. valorização de suas línguas e ciências;

Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às
prestação de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e
art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições demais sociedades indígenas e não-índias.
Constitucionais Transitórias e na legislação concernente. Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e ensino no provimento da educação intercultural às comunidades indígenas,
os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa.
para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, § 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades
capaz de assegurar ensino de qualidade. indígenas.
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será § 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos Planos
calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos:
subsequente, considerando variações regionais no custo dos insumos e as I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua materna de cada
diversas modalidades de ensino. comunidade indígena;
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado
exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso à educação escolar nas comunidades indígenas;
e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino.
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades;
público que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforço
fiscal do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e
manutenção e do desenvolvimento do ensino. diferenciado.
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
razão entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia
manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo Nacional da Consciência Negra’.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
ao padrão mínimo de qualidade.
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de
fazer a transferência direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, ensino, e de educação continuada. (Regulamento)
considerado o número de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas
do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios se estes oferecerem pela União.
vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames
art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua
e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
capacidade de atendimento.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior
educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos
ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito Federal

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respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração § 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao Distrito Federal
entre os diferentes sistemas. e aos Municípios, bem como a dos Estados aos seus Municípios, ficam
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que condicionadas ao cumprimento do art. 212 da Constituição Federal e
incluirá: dispositivos legais pertinentes pelos governos beneficiados.
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
radiodifusão sonora e de sons e imagens; adaptarão sua legislação educacional e de ensino às disposições desta Lei
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua publicação.
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos (Regulamento)
concessionários de canais comerciais. § 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e
Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos respectivos
experimentais, desde que obedecidas as disposições desta Lei. sistemas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos.
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização § 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos
de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a incisos II e III do art. 52 é de oito anos.
matéria. (Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008) Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser
Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei,
equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas integrar-se ao respectivo sistema de ensino.
de ensino. Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime anterior e o
Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo Conselho Nacional de
em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo Educação ou, mediante delegação deste, pelos órgãos normativos dos
funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de sistemas de ensino, preservada a autonomia universitária.
estudos. Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de 20 de
exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não alteradas
docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de 1995 e 9.192, de 21 de
professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e
assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das 7.044, de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e decretos-lei que as
Disposições Constitucionais Transitórias. modificaram e quaisquer outras disposições em contrário.
Art. 86. As instituições de educação superior constituídas como
universidades integrar-se-ão, também, na sua condição de instituições de
pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, nos termos da AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA
legislação específica. EDUCAÇÃO INFANTIL E
TÍTULO IX DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Das Disposições Transitórias
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir Resolução nº 02/98 – CEB/CNE.
da publicação desta Lei.
Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei,
encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a de Educação, tendo em vista o disposto no Art. 9º § 1º, alínea "c" da Lei Nº
Declaração Mundial sobre Educação para Todos. 9.131/1995 e o Parecer CNE/CEB 04/1998, homologado pelo Senhor
Ministro da Educação e do Desporto em 27 de março de 1998,
§ 2o O poder público deverá recensear os educandos no ensino RESOLVE:
fundamental, com especial atenção para o grupo de 6 (seis) a 14 (quatorze) Art. 1º - A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacio-
anos de idade e de 15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. (Redação nais para o Ensino Fundamental, a serem observadas na organização
dada pela Lei nº 11.274, de 2006) curricular das unidades escolares integrantes dos diversos sistemas de
ensino.
§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a Art. 2º - Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições
União, devem: (Redação dada pela Lei nº 11.330, de 2006) doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimento da educação
I – matricular todos os educandos a partir dos 6 (seis) anos de idade no básica, expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
ensino fundamental; (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) de Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propos-
tas pedagógicas.
b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
Art. 3º - São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) Ensino Fundamental:
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos I - As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações
insuficientemente escolarizados; pedagógicas:
III - realizar programas de capacitação para todos os professores em a) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidarie-
exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a dade e do respeito ao bem comum;
distância; b) os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu criticidade e do respeito à ordem democrática;
território ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar. c) os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e da diversi-
§ 4º Até o fim da Década da Educação somente serão admitidos dade de manifestações artísticas e culturais.
professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em II - Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explici-
serviço. tar o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das profissionais e a identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos
redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de sistemas de ensino.
escolas de tempo integral.
Fundamentos da Educação 49 A Opção Certa Para a Sua Realização
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III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constitu- cráticas, seja prioridade nacional como garantia inalienável do exercício da
ídas pela interação dos processos de conhecimento com os de linguagem e cidadania plena.
os afetivos, em consequência das relações entre as distintas identidades A conquista da cidadania plena, fruto de direitos e deveres reconheci-
dos vários participantes do contexto escolarizado; as diversas experiências dos na Constituição Federal depende, portanto, da Educação Básica,
de vida de alunos, professores e demais participantes do ambiente escolar, constituída pela Educação Infantil, Fundamental e Média, como exposto em
expressas através de múltiplas formas de diálogo, devem contribuir para a seu Artigo 6º.
constituição de identidade afirmativas, persistentes e capazes de protagoni-
zar ações autônomas e solidárias em relação a conhecimentos e valores Reconhecendo previamente a importância da Educação Escolar para
indispensáveis à vida cidadã. além do Ensino Fundamental, a Lei Maior consigna a progressiva universa-
lização do Ensino Médio (Constituição Federal, art. 208, II), e a Lei de
IV - Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96, de 20 de dezembro
para alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade de 1996), afirma a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do
e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum mesmo.
nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno do para-
digma curricular, que vise a estabelecer a relação entre a educação funda- Assim, a Educação Fundamental, segunda etapa da Educação Básica,
mental e: além de co-participar desta dinâmica é indispensável para a nação. E o é
de tal maneira que o direito a ela, do qual todos são titulares (direito subjeti-
a) a vida cidadã através da articulação entre vários dos seus aspectos vo), é um dever, um dever de Estado (direito público). Daí porque o Poder
como: Público é investido de autoridade para impô-la como obrigatória a todos e a
1. a saúde cada um.
2. a sexualidade Por isto o indivíduo não pode renunciar a este serviço e o poder público
3. a vida familiar e social que o ignore será responsabilizado, segundo o art. 208, §2º da CF.
4. o meio ambiente A magnitude da importância da Educação é assim reconhecida por en-
5. o trabalho volver todas as dimensões do ser humano: o singulus, o civis, o socius ou
6. a ciência e a tecnologia seja, a pessoa em suas relações individuais, civis e sociais.
7. a cultura O exercício do direito à Educação Fundamental supõe, também todo o
8. as linguagens. exposto no art. 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no
qual os princípios da igualdade, da liberdade, do reconhecimento do plura-
b) as áreas de conhecimento: lismo de ideias e concepções pedagógicas, da convivência entre institui-
1. Língua Portuguesa ções públicas e privadas estão consagrados. Ainda neste art. 3º, as bases
2. Língua Materna, para populações indígenas e migrantes para que estes princípios se realizem estão estabelecidas na proposição da
valorização dos professores e da gestão democrática do ensino público
3. Matemática
com garantia de padrão de qualidade.
4. Ciências
Ao valorizar a experiência extra-escolar dos alunos e propor a vincula-
5. Geografia ção entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais, a LDB é
6. História consequente com os arts. 205 e 206 da Constituição Federal, que baseiam
7. Língua Estrangeira o fim maior da educação no pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
8. Educação Artística
Nestas perspectivas, tanto a Educação Infantil, da qual trata a LDB,
9. Educação Física arts. 29 a 31, quanto a Educação Especial, arts. 58 a 60, devem ser consi-
10. Educação Religiosa, na forma do art. 33 da Lei 9.394, de 20 de de- deradas no âmbito da definição das Diretrizes Curriculares Nacionais,
zembro de 1996. guardadas as especificidades de seus campos de ação e as exigências
V - As escolas deverão explicitar em suas propostas curriculares pro- impostas pela natureza de sua ação pedagógica.
cessos de ensino voltados para as relações com sua comunidade local, Um dos aspectos mais marcantes da nova LDB é o de reafirmar, na
regional e planetária, visando à interação entre a educação fundamental e a prática, o caráter de República Federativa, por colaboração.
vida cidadã; os aluno, ao aprenderem os conhecimentos e valores da base Desta forma, a flexibilidade na aplicação de seus princípios e bases, de
nacional comum e da parte diversificada, estarão também constituindo sua acordo com a diversidade de contextos regionais, está presente no corpo
identidade como cidadãos, capazes de serem protagonistas de ações da lei, pressupondo, no entanto, intensa e profunda ação dos sistemas em
responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si próprios, às suas nível Federal, Estadual e Municipal para que, de forma solidária e integrada
famílias e às comunidades. possam executar uma política educacional coerente com a demanda e os
VI - As escolas utilizarão a parte diversificada de suas propostas curri- direitos de alunos e professores.
culares para enriquecer e complementar a base nacional comum, propici- Antecedentes das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fun-
ando, de maneira específica, a introdução de projetos e atividades do damental
interesse de suas comunidades.
O art. 9º, inciso IV, da LDB assinala ser incumbência da União:... "esta-
VII - As escolas devem trabalhar em clima de cooperação entre a dire- belecer, em colaboração com os Estados, Distrito Federal e os Municípios,
ção e as equipes docentes, para que haja condições favoráveis à adoção, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e
execução, avaliação e aperfeiçoamento das estratégias educacionais, em o ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos,
consequência do uso adequado do espaço físico, do horário e calendário de modo a assegurar a formação básica comum".
escolares, na forma dos arts. 12 a 14 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de
1996. Logo, os currículos e seus conteúdos mínimos (art. 210 da CF/88), pro-
postos pelo MEC (art. 9º da LDB), terão seu norte estabelecido através de
Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. diretrizes. Estas terão como foro de deliberação a Câmara de Educação
Básica do Conselho Nacional de Educação (art. 9º, § 1º, alínea "c" da Lei nº
9.131, de 24 de novembro de 1995).
Parecer nº 04/98 - CEB/CNE.
Dentro da opção cooperativa que marcou o federalismo no Brasil, após
a Constituição de 1988, a proposição das diretrizes será feita em colabora-
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental ção com os outros entes federativos (LDB, art. 9º).
Introdução Ora, a federação brasileira, baseada na noção de colaboração, supõe
A nação brasileira através de suas instituições, e no âmbito de seus en- um trabalho conjunto no interior do qual os parceiros buscam, pelo consen-
tes federativos vem assumindo, vigorosamente, responsabilidades crescen- so, pelo respeito aos campos específicos de atribuições, tanto metas co-
tes para que a Educação Básica, demanda primeira das sociedades demo- muns como os meios mais adequados para as finalidades maiores da

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Educação Nacional. Esta noção implica, então, o despojamento de respos- Secretarias de Educação a formulação e o aperfeiçoamento de orientações
tas e caminhos previamente prontos e fechados, responsabilizando as para a melhoria da qualidade do ensino.
Secretarias e os Conselhos Estaduais do Distrito Federal e Municipais de A proposta de avaliação nacional, deve propiciar uma correlação direta
Educação, pela definição de prazos e procedimentos que favoreçam a entre a Base Nacional Comum para a educação, e a verificação externa do
transição de políticas educacionais ainda vigentes, encaminhando mudan- desempenho, pela qualidade do trabalho de alunos e professores, conforme
ças e aperfeiçoamentos, respaldados na Lei 9394/96, de forma a não regula a LDB, Art. 9º.
provocar rupturas e retrocessos, mas a construir caminhos que propiciem
uma travessia fecunda. Os esforços conjuntos e articulados de avaliação dos sistemas de edu-
cação, Federal, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal propiciarão
Desta forma, cabe à Câmara de Educação Básica do CNE exercer a condições para o aperfeiçoamento e o êxito da Educação Fundamental.
sua função deliberativa sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais, reser-
vando-se aos entes federativos e às próprias unidades escolares, de acor- Isto acontecerá na medida em que as propostas pedagógicas das es-
do com a Constituição Federal e a LDB, a tarefa que lhes compete em colas reflitam o projeto de sociedade local, regional e nacional, que se
termos de implementações curriculares. deseja, definido por cada equipe docente, em colaboração com os usuários
e outros membros da sociedade, que participem dos Conse-
Tal compromisso da Câmara pressupõe, portanto, que suas "funções lhos/Escola/Comunidade e Grêmios Estudantis.
normativas e de supervisão" (Lei 9131/1995), apóiem o princípio da defini-
ção de Diretrizes Curriculares Nacionais, reconhecendo a flexibilidade na A elaboração deste Parecer, preparatório à Resolução sobre as Diretri-
articulação entre União, Distrito Federal, Estados e Municípios como um zes Curriculares Nacionais, é fruto do trabalho compartilhado pelos Conse-
dos principais mecanismos da nova LDB. No entanto, a flexibilidade por ela lheiros da Câmara de Educação Básica, e, em particular do conjunto de
propiciada não pode ser reduzida a um instrumento de ocultação da preca- proposições doutrinárias, extraídas dos textos elaborados, especialmente,
riedade ainda existente em muitos segmentos dos sistemas educacionais. pelos Conselheiros Carlos Roberto Jamil Cury, Edla Soares, João Monle-
Assim flexibilidade e descentralização de ações devem ser sinônimos de vade e Regina de Assis.
responsabilidades compartilhadas em todos os níveis. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
Ao definir as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Câmara de Educação Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições doutriná-
Básica do CNE inicia o processo de articulação com Estados e Municípios, rias sobre princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica,
através de suas próprias propostas curriculares, definindo ainda um para- expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
digma curricular para o Ensino Fundamental, que integra a Base Nacional Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, na
Comum, complementada por uma Parte Diversificada (LDB, art. 26), a ser organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas
concretizada na proposta pedagógica de cada unidade escolar do País. propostas pedagógicas.
Para orientar as práticas educacionais em nosso país, respeitando as
Em bem lançado Parecer do ilustre Conselheiro Ulysses de Oliveira
variedades curriculares já existentes em Estados e Municípios, ou em
Panisset, o de nº 05/97 da CEB, aprovado em 07/05/97 e homologado no
processo de elaboração, a Câmara de Educação Básica do Conselho
DOU de 16/95/97, é explicitada a importância atribuída às escolas dos
Nacional de Educação estabelece as seguintes Diretrizes Curriculares para
sistemas do ensino brasileiro, quando, a partir de suas próprias propostas
o Ensino Fundamental:
pedagógicas, definem seus calendários e formas de funcionamento, e, por
consequência, seus regimentos tal como disposto na LDB, arts. 23 a 28. I - As escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações
pedagógicas:
As propostas pedagógicas e os regimentos das unidades escolares de-
vem, no entanto, observar as Diretrizes Curriculares Nacionais e os demais a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solida-
dispositivos legais. riedade e do Respeito ao Bem Comum;
Desta forma, ao definir suas propostas pedagógicas e seus regimentos, b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exer-
as escolas estarão compartilhando princípios de responsabilidade, num cício da Criticidade e do respeito à Ordem Democrática;
contexto de flexibilidade teórico/metodológica de ações pedagógicas, em c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diver-
que o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação dos processos edu- sidade de Manifestações Artísticas e Culturais.
cacionais revelem sua qualidade e respeito à equidade de direitos e deve- Estes princípios deverão fundamentar as práticas pedagógicas das es-
res de alunos e professores. colas, pois será através da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidarie-
Ao elaborar e iniciar a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacio- dade e do Respeito ao Bem Comum, que a Ética fará parte da vida cidadã
nais (PCN), o Ministério da Educação propõe um norteamento educacional dos alunos.
às escolas brasileiras, "a fim de garantir que, respeitadas as diversidades Da mesma forma os Direitos e Deveres de Cidadania e o Respeito à
culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma Ordem Democrática, ao orientarem as práticas pedagógicas, introduzirão
sociedade múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar, cada aluno na vida em sociedade, que busca a justiça, a igualdade, a
decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como meta equidade e a felicidade para o indivíduo e para todos. O exercício da Criti-
o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado cidade estimulará a dúvida construtiva, a análise de padrões em que direi-
nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o tos e deveres devam ser considerados, na formulação de julgamentos.
acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos co-
nhecimentos socialmente relevantes". Viver na sociedade brasileira é fundamentar as práticas pedagógicas, a
partir dos Princípios Estéticos da Sensibilidade, que reconhece nuances e
Entretanto, se os Parâmetros Curriculares Nacionais podem funcionar
variações no comportamento humano. Assim como da Criatividade, que
como elemento catalisador de ações, na busca de uma melhoria da quali-
estimula a curiosidade, o espírito inventivo, a disciplina para a pesquisa e o
dade da educação, de modo algum pretendem resolver todos os problemas
registro de experiências e descobertas. E, também, da Diversidade de
que afetam a qualidade do ensino e da aprendizagem. "A busca da quali-
Manifestações Artísticas e Culturais, reconhecendo a imensa riqueza da
dade impõe a necessidade de investimentos em diferentes frentes, como a
nação brasileira em seus modos próprios de ser, agir e expressar-se.
formação inicial e continuada de professores, uma política de salários
dignos e plano de carreira, a qualidade do livro didático, recursos televisivos II - Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explici-
e de multimídia, a disponibilidade de materiais didáticos. Mas esta qualifica- tar o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros
ção almejada implica colocar, também, no centro do debate, as atividades profissionais e a identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos
escolares de ensino e aprendizagem e a questão curricular como de inegá- sistemas de ensino.
vel importância para a política educacional da nação brasileira." (PCN, O reconhecimento de identidades pessoais é uma diretriz para a Edu-
Volume 1, Introdução, pp.13/14). cação Nacional, no sentido do reconhecimento das diversidades e peculia-
Além disso, ao instituir e implementar um Sistema de Avaliação da ridades básicas relativas ao gênero masculino e feminino, às variedades
Educação Básica, o MEC cria um instrumento importante na busca pela étnicas, de faixa etária e regionais e às variações sócio/econômicas, cultu-
equidade, para o sistema escolar brasileiro, o que deverá assegurar a rais e de condições psicológicas e físicas, presentes nos alunos de nosso
melhoria de condições para o trabalho de educar com êxito, nos sistemas país. Pesquisas têm apontado para discriminações e exclusões em múlti-
escolarizados. A análise destes resultados deve permitir aos Conselhos e plos contextos e no interior das escolas, devidas ao racismo, ao sexismo e

Fundamentos da Educação 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a preconceitos originados pelas situações socioeconômicas, regionais, perspectiva e da riqueza da diversidade da grande nação brasileira, como
culturais e étnicas. Estas situações inaceitáveis têm deixado graves marcas previsto no art. 3º, inciso I, da LDB.
em nossa população infantil e adolescente, trazendo consequências destru- Neste ponto seria esclarecedor explicitar alguns conceitos, para melhor
tivas. Reverter este quadro é um dos aspectos mais relevantes desta compreensão do que propomos:
diretriz.
a) Currículo: atualmente este conceito envolve outros três, quais sejam:
Estas variedades refletem-se, ainda, na própria Identidade das escolas currículo formal (planos e propostas pedagógicas), currículo em ação
e sua relação com as comunidades às quais servem. Assim, desde con- (aquilo que efetivamente acontece nas salas de aula e nas escolas), currí-
cepções arquitetônicas, história da escola, algumas vezes centenária, até culo oculto (o não dito, aquilo que tanto alunos, quanto professores trazem,
questões relacionadas com calendário escolar e atividades curriculares e carregado de sentidos próprios criando as formas de relacionamento, poder
extra-curriculares, a diretriz nacional deve reconhecer essas identidades e e convivência nas salas de aula). Neste texto quando nos referimos a um
suas consequências na vida escolar, garantidos os direitos e deveres paradigma curricular estamos nos referindo a uma forma de organizar
prescritos legalmente. Neste sentido, as propostas pedagógicas e os regi- princípios Éticos, Políticos e Estéticos que fundamentam a articulação entre
mentos escolares devem acolher, com autonomia e senso de justiça, o Áreas de Conhecimentos e aspectos da Vida Cidadã.
princípio da identidade pessoal e coletiva de professores, alunos e outros
profissionais da escola, como definidor de formas de consciência democrá- b) Base Nacional Comum: refere-se ao conjunto de conteúdos mínimos
tica. Portanto, a proposta pedagógica de cada unidade escolar, ao contem- das Áreas de Conhecimento articulados aos aspectos da Vida Cidadã de
plar seja os Parâmetros Curriculares Nacionais, seja outras propostas acordo com o art. 26. Por ser a dimensão obrigatória dos currículos nacio-
curriculares, deverá articular o paradigma curricular proposto na Quarta nais - certamente âmbito privilegiado da avaliação nacional do rendimento
Diretriz ao projeto de sociedade que se deseja instituir e transformar, a escolar - a Base Nacional Comum deve preponderar substancialmente
partir do reconhecimento das identidades pessoais e coletivas do universo sobre a dimensão diversificada.
considerado. É certo que o art. 15 indica um modo de se fazer a travessia, em vista
III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constitu- da autonomia responsável dos estabelecimentos escolares. A autonomia,
ídas na interação entre os processos de conhecimento, linguagem e afeti- como objetivo de uma escola consolidada, saberá resumir em sua proposta
vos, como consequência das relações entre as distintas identidades dos pedagógica (art. 12 da LDB) a integração da Base Nacional Comum e da
vários participantes do contexto escolarizado, através de ações inter e intra- Parte Diversificada, face às finalidades da Educação Fundamental.
subjetivas; as diversas experiências de vida dos alunos, professores e c) Parte Diversificada: envolve os conteúdos complementares, escolhi-
demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas dos por cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrados à
formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades Base Nacional Comum, de acordo com as características regionais e locais
afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias e da sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se, portan-
autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis à to, na Proposta Pedagógica de cada Escola, conforme o art. 26.
vida cidadã. d) Conteúdos Mínimos das Áreas de Conhecimento: refere-se às no-
As evidências de pesquisas e estudos nas áreas de Psicologia, Antro- ções e conceitos essenciais sobre fenômenos, processos, sistemas e
pologia, Sociologia e Linguística, entre outras Ciências Humanas e Sociais, operações, que contribuem para a constituição de saberes, conhecimentos,
indicam a necessidade imperiosa de se considerar, no processo educacio- valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício de uma vida de
nal, a indissociável relação entre conhecimentos, linguagem e afetos, como cidadania plena.
constituinte dos atos de ensinar e aprender. Esta relação essencial, expres- Ao utilizar os conteúdos mínimos, já divulgados inicialmente pelos Pa-
sa através de múltiplas formas de diálogo, é o fundamento do ato de edu- râmetros Curriculares Nacionais, a serem ensinados em cada área de
car, concretizado nas relações entre as gerações, seja entre os próprios conhecimento, é indispensável considerar, para cada segmento (Educação
alunos ou entre eles e seus professores. Desta forma os diálogos expres- Infantil, 1ª. à 4ª. e 5ª. a 8ª. séries), ou ciclos, que aspectos serão contem-
sos através de múltiplas linguagens verbais e não verbais, refletem diferen- plados na intercessão entre as áreas e aspectos relevantes da cidadania,
tes identidades, capazes de interagir consigo próprias e com as demais, tomando-se em conta a identidade da escola e seus alunos, professores e
através da comunicação de suas percepções, impressões, dúvidas, opini- outros profissionais que aí trabalham.
ões e capacidades de entender e interpretar a ciência, as tecnologias, as
O espaço destas intercessões é justamente o de criação e recriação de
artes e os valores éticos, políticos e estéticos.
cada escola, com suas equipes pedagógicas, a cada ano de trabalho.
Grande parte do mau desempenho dos alunos, agravado pelos pro-
Assim, a Base Nacional Comum será contemplada em sua integridade,
blemas da reprovação e da preparação insatisfatória, prévia e em serviço,
e complementada e enriquecida pela Parte Diversificada, contextualizará o
dos professores, é devida à insuficiência de diálogos e metodologia de
ensino em cada situação existente nas escolas brasileiras. Reiteramos que
trabalhos diversificados na sala de aula, que permitam a expressão de
a LDB prevê a possibilidade de ampliação dos dias e horas de aula, de
níveis diferenciados de compreensão, de conhecimentos e de valores
acordo com as possibilidades e necessidades das escolas e sistemas.
éticos, políticos e estéticos. Através de múltiplas interações entre professo-
res/alunos, alunos/alunos, alunos/livros, vídeos, materiais didáticos e a Embora os Parâmetros Curriculares propostos e encaminhados às es-
mídia, desenvolvem-se ações inter e intra-subjetivas, que geram conheci- colas pelo MEC sejam Nacionais, não têm, no entanto, caráter obrigatório,
mentos e valores transformadores e permanentes. Neste caso, a diretriz respeitando o princípio federativo de colaboração nacional. De todo modo,
nacional proposta, prevê a sensibilização dos sistemas educacionais para cabe à União, através do próprio MEC o estabelecimento de conteúdos
reconhecer e acolher a riqueza da diversidade humana desta nação, valori- mínimos para a chamada Base Nacional Comum (LDB, art. 9º).
zando o diálogo em suas múltiplas manifestações, como forma efetiva de IV - Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso
educar, de ensinar e aprender com êxito, através dos sentidos e significa- dos alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade
dos expressos pelas múltiplas vozes, nos ambientes escolares. e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional; a Base Nacio-
Por isso ao planejar suas propostas pedagógicas, seja a partir dos PCN nal Comum e sua Parte Diversificada deverão integrar-se em torno
seja a partir de outras propostas curriculares, os professores e equipes do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educa-
docentes, em cada escola, buscarão as correlações entre os conteúdos das ção Fundamental com:
áreas de conhecimento e o universo de valores e modos de vida de seus a) a Vida Cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos
alunos. como:
Atenção especial deve ser adotada, ainda, nesta Diretriz, para evitar 1. a Saúde;
que as propostas pedagógicas sejam reducionistas ou excludentes, levando 2. a Sexualidade;
aos excessos da "escola pobre para os pobres", ou dos grupos étnicos e
religiosos apenas para si. Ao trabalhar a relação inseparável entre conhe- 3. a Vida Familiar e Social;
cimento, linguagem e afetos, as equipes docentes deverão ter a sensibili- 4. o Meio Ambiente;
dade de integrar estes aspectos do comportamento humano, discutindo-os 5. o Trabalho;
e comparando-os numa atitude crítica, construtiva e solidária, dentro da
6. a Ciência e a Tecnologia;

Fundamentos da Educação 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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7. a Cultura; Por outro lado, costuma-se reduzir a produção e a constituição do co-
8. as Linguagens; com, nhecimento no processo de aprendizagem, à dimensão de uma razão
objetiva, desvalorizando-se outros tipos de experiências ou mesmo expres-
b) as Áreas de Conhecimento de: sões outras da sensibilidade.
1. Língua Portuguesa; Assim, o modelo que despreza as possibilidades afetivas, lúdicas e es-
2. Língua Materna (para populações indígenas e migrantes); téticas de entender o mundo tornou-se hegemônico, submergindo no utilita-
3. Matemática; rismo que transforma tudo em mercadoria. Em nome da velocidade e do
tipo de mercadoria, criaram-se critérios para eleger valores que devem ser
4. Ciências;
aceitos como indispensáveis para o desenvolvimento da sociedade. O
5. Geografia; ponto de encontro tem sido a acumulação e não a reflexão e a interação,
6. História; visando à transformação da vida, para melhor. O núcleo da aprendizagem
7. Língua Estrangeira; terminaria sendo apenas a criação de rituais de passagem e de hierarquia,
contrapondo-se, inclusive, à concepção abrangente de educação explicita-
8. Educação Artística; da nos arts. 205 e 206, da CF.
9. Educação Física; No caso, pode-se, também, recorrer ao estabelecido no art. 1º, da LDB
10. Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB). quando reconhece a importância dos processos formativos desenvolvidos
Assim, esta articulação permitirá que a Base Nacional Comum e a Par- nos movimentos sociais, nos organismos da sociedade civil e nas manifes-
te Diversificada atendam ao direito de alunos e professores terem acesso a tações culturais, apontando, portanto, para uma concepção de educação
conteúdos mínimos de conhecimentos e valores, facilitando, desta forma, a relacionada com a invenção da cultura; e a cultura é, sobretudo, o território
organização, o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas privilegiado dos significados. Sem uma interpretação do mundo, não pode-
das escolas, como estabelecido nos arts. 23 a 28, 32 e 33, da LDB. mos entendê-lo. A interpretação é uma leitura do pensar, do agir e do sentir
dos homens e das mulheres. Ela é múltipla e revela que a cultura é uma
A Educação Religiosa, nos termos da Lei, é uma disciplina obrigatória
abertura para o infinito, e o próprio "homem é uma metáfora de si mesmo".
de matrícula facultativa no sistema público (art. 33 da LDB).
A capacidade de interpretar o mundo amplia-se com a criação contínua de
Considerando que as finalidades e objetivos dos níveis e modalidades linguagens e a possibilidade crescente de socializá-las, mas não pode
de educação e de ensino da Educação Básica são, segundo o Art. 22 da deixar de contemplar a relação entre as pessoas e o meio ambiente, medi-
LDB: da pelo trabalho, espaço fundamental de geração de cultura.
· desenvolver o educando; Ora, a instituição de uma Base Nacional Comum com uma Parte Diver-
· assegurar-lhe a formação comum indispensável ao exercício da cida- sificada, a partir da LDB, supõe um novo paradigma curricular que articule a
dania; Educação Fundamental com a Vida Cidadã.
· fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posterio- O significado que atribuímos à Vida Cidadã é o do exercício de direitos
res. e deveres de pessoas, grupos e instituições na sociedade, que em sinergia,
E, considerando, ainda, que o Ensino Fundamental, (art. 32), visa à em movimento cheio de energias que se trocam e se articulam, influem
formação básica do cidadão mediante: sobre múltiplos aspectos, podendo assim viver bem e transformar a convi-
vência para melhor.
. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; Assim as escolas com suas propostas pedagógicas, estarão contribu-
indo para um projeto de nação, em que aspectos da Vida Cidadã, expres-
. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da sando as questões relacionadas com a Saúde, a Sexualidade, a Vida
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade, Familiar e Social, o Meio Ambiente, o Trabalho, a Ciência e a Tecnologia, a
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, do fortalecimento dos Cultura e as Linguagens, se articulem com os conteúdos mínimos das
vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância, Áreas de Conhecimento.
situados no horizonte da igualdade, mais se justifica o paradigma curricular
apresentado para as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Funda- Menção especial deve ser feita à Educação Infantil, definida nos arts.
mental. 29 a 31 da LDB que, dentro de suas especificidades, deverá merecer dos
sistemas de ensino as mesmas atenções que a Educação Fundamental, no
A construção da Base Nacional Comum passa pela constituição dos que diz respeito às Diretrizes Curriculares Nacionais. A importância desta
saberes integrados à ciência e à tecnologia, criados pela inteligência huma- etapa da vida humana, ao ser consagrada na LDB, afirmando os direitos
na. Por mais instituinte e ousado, o saber terminará por fundar uma tradi- das crianças de 0 aos 6 anos, suas famílias e educadores, em creches e
ção, por criar uma referência. A nossa relação com o instituído não deve classes de educação infantil, deve ser acolhida pelos sistemas de ensino
ser, portanto, de querer destruí-lo ou cristalizá-lo. Sem um olhar sobre o dentro das perspectivas propostas pelas DCN, com as devidas adequações
instituído, criamos lacunas, desfiguramos memórias e identidades, perde- aos contextos a que se destinam.
mos vínculo com a nossa história, quebramos os espelhos que desenham
nossas formas. A modernidade, por mais crítica que tenha sido da tradição, Recomendação análoga é feita em relação à Educação Especial, defi-
arquitetou-se a partir de referências e paradigmas seculares. A relação com nida e regida pelos arts. 58 a 60 da LDB, que inequivocamente, consagram
o passado deve ser cultivada, desde que se exerça uma compreensão do os direitos dos portadores de necessidades especiais de educação, suas
tempo como algo dinâmico, mas não simplesmente linear e sequencial. A famílias e professores. As DCN dirigem-se também a eles que, em seus
articulação do instituído com o instituinte possibilita a ampliação dos sabe- diversos contextos educacionais, deverão ser regidos por seus princípios.
res, sem retirá-los da sua historicidade e, no caso do Brasil, de interação Assim, respeitadas as características regionais e locais da sociedade,
entre nossas diversas etnias, com as raízes africanas, indígenas, europeias da cultura, da economia e da população servida pelas escolas, todos os
e orientais. alunos terão direito de acesso aos mesmos conteúdos de aprendizagem, a
A produção e a constituição do conhecimento, no processo de aprendi- partir de paradigma curricular apresentado dentro de contextos educacio-
zagem, dá muitas vezes, a ilusão de que podemos seguir sozinhos com o nais diversos e específicos. Esta é uma das diretrizes fundamentais da
saber que acumulamos. A natureza coletiva do conhecimento termina Educação Nacional.
sendo ocultada ou dissimulada, negando-se o fazer social. Nada mais Dentro do que foi proposto, três observações são especialmente impor-
significativo e importante, para a construção da cidadania, do que a com- tantes:
preensão de que a cultura não existiria sem a socialização das conquistas a) A busca de definição, nas propostas pedagógicas das escolas, dos
humanas. O sujeito anônimo é, na verdade, o grande artesão dos tecidos conceitos específicos para cada área de conhecimento, sem desprezar a
da história. Além disso, a existência dos saberes associados aos conheci- interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade entre as várias áreas. Neste
mentos científicos e tecnológicos nos ajuda a caminhar pelos percursos da sentido, as propostas curriculares dos sistemas e das escolas devem
história, mas sua existência não significa que o real é esgotável e transpa- articular fundamentos teóricos que embasem a relação entre conhecimen-
rente. tos e valores voltados para uma vida cidadã, em que, como prescrito pela

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LDB, o ensino fundamental esteja voltado para o desenvolvimento da É evidente, no entanto, que as decisões sobre a utilização desse tem-
capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da po, se façam pelas equipe pedagógica das escolas e das Secretarias de
leitura, da escrita e do cálculo; compreensão do ambiente natural e social, educação, em conexão com o paradigma curricular que orienta a Base
do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fun- Nacional Comum.
damenta a sociedade, desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, Assim, projetos de pesquisa sobre ecossistemas regionais, por exem-
fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana plo, ou atividades artísticas e de trabalho, novas linguagens (como da
e de tolerância. informática, da televisão e de vídeo) podem oferecer ricas oportunidades de
Os sistemas de ensino, ao decidir, de maneira autônoma, como organi- ampliar e aprofundar os conhecimentos e valores presentes na Base Naci-
zar e desenvolver a Parte Diversificada de suas propostas pedagógicas, onal Comum.
têm uma oportunidade magnífica de tornarem contextualizadas e próximas, VII - As Escolas devem, através de suas propostas pedagógicas e de
experiências educacionais consideradas essenciais para seus alunos. seus regimentos, em clima de cooperação, proporcionar condições de
b) A compreensão de que propostas curriculares das escolas e dos sis- funcionamento das estratégias educacionais, do espaço físico, do horário e
temas, e das propostas pedagógicas das escolas, devem integrar bases do calendário escolar, que possibilitem a adoção, a execução, a avaliação e
teóricas que favoreçam a organização dos conteúdos do paradigma curricu- o aperfeiçoamento das demais Diretrizes, conforme o exposto na LDB arts
lar da Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada: Tudo, visando ser 12 a 14.
consequente no planejamento, desenvolvimento e avaliação das práticas Para que todas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
pedagógicas. Quaisquer que sejam as orientações em relação a organiza- Fundamental sejam realizadas com êxito, são indispensáveis o espírito de
ção dos sistemas por séries, ciclos, ou calendários específicos, é absoluta- equipe e as condições básicas para planejar os usos de espaço e tempo
mente necessário ter claro que o processo de ensinar e aprender só terá escolar.
êxito quando os objetivos das intenções educacionais abrangerem estes
requisitos. Assim, desde a discussão e as ações correlatas sobre interdisciplinari-
dade e transdisciplinaridade, decisões sobre sistema seriado ou por ciclos,
Assim, para elaborar suas propostas pedagógicas, as Escolas devem interação entre diferentes segmentos no exercício da Base Nacional Co-
examinar, para posterior escolha, os Parâmetros Curriculares Nacionais e mum e Parte Diversificada, até a relação com o bairro, a comunidade, o
as Propostas Curriculares de seus Estados e Municípios, buscando definir estado, o país, a nação e outros países, serão objeto de um planejamento e
com clareza a finalidade de seu trabalho, para a variedade de alunos pre- de uma avaliação constantes da Escola e de sua proposta pedagógica.
sentes em suas salas de aula. Tópicos regionais e locais muito enriquece-
rão suas propostas, incluídos na Parte Diversificada, mas integrando-se à II - VOTO DA RELATORA
Base Nacional Comum. Á luz das considerações anteriores, a Relatora vota no sentido de que
c) A cautela em não adotar apenas uma visão teórico-metodológica este conjunto de Diretrizes Curriculares Nacionais norteiem os rumos da
como a única resposta para todas as questões pedagógicas. Os professo- Educação Brasileira, garantindo direitos e deveres básicos de cidadania,
res precisam de um aprofundamento continuado e de uma atualização conquistados através da Educação Fundamental e consagrados naquilo
constante em relação às diferentes orientações originárias da Psicologia, que é primordial e essencial: aprender com êxito, o que propicia a inclusão
Antropologia, Sociologia, Psico e Sócio-Linguística e outras Ciências Hu- numa vida de participação e transformação nacional, dentro de um contexto
manas, Sociais e Exatas para evitar os modismos educacionais, suas de justiça social, equilíbrio e felicidade.
frustrações e resultados falaciosos. Brasília-DF, 29 de janeiro de 1998.
O aperfeiçoamento constante dos docentes e a garantia de sua auto- Conselheira Regina Alcântara de Assis - Relatora
nomia, ao conceber e transformar as propostas pedagógicas de cada III - DECISÃO DA CÂMARA
escola, é que permitirão a melhoria na qualidade do processo de ensino da
A Câmara de Educação Básica acompanha o Voto da Relatora.
Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada.
V - As escolas deverão explicitar, em suas propostas curriculares, pro-
cessos de ensino voltados para as relações com sua comunidade local, DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
regional e planetária, visando à interação entre a Educação Fundamental e
a Vida Cidadã; os alunos, ao aprender os conhecimentos e valores da Base Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares
Nacional Comum e da Parte Diversificada, estarão também constituindo Nacionais para a Educação Infantil a serem observadas na organização de
suas identidades como cidadãos em processo, capazes de ser protagonis- propostas pedagógicas na Educação Infantil.
tas de ações responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si pró- Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
prios, às suas famílias e às comunidades. articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica
Um dos mais graves problemas da educação em nosso país é sua dis- e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara
tância em relação à vida e a processos sociais transformadores. Um exces- de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as
sivo academicismo e um anacronismo em relação às transformações políticas públicas na área e a elaboração, planejamento, execução e
existentes no Brasil e no resto do mundo, de um modo geral, condenaram a avaliação de propostas pedagógicas e curriculares.
Educação Fundamental, nestas últimas décadas, a um arcaísmo que Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto
deprecia a inteligência e a capacidade de alunos e professores e as carac- de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças
terísticas específicas de suas comunidades. Esta diretriz prevê a responsa- com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
bilidade dos sistemas educacionais e das unidades escolares em relação a ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento
uma necessária atualização de conhecimentos e valores, dentro de uma integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.
perspectiva crítica, responsável e contextualizada. Esta diretriz está em
Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão
consonância especialmente com o Art. 27 da LDB.
considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito
Desta forma, através de possíveis projetos educacionais regionais dos histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas
sistemas de ensino, através de cada unidade escolar, transformam-se as que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina,
Diretrizes Curriculares Nacionais em currículos específicos e propostas fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói
pedagógicas das escolas. sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
VI - As escolas utilizarão a Parte Diversificada de suas propostas curri- Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é
culares, para enriquecer e complementar a Base Nacional Comum, propici- oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como
ando, de maneira específica, a introdução de projetos e atividades do espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos
interesse de suas comunidades (arts. 12 e 13 da LDB) educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a
Uma auspiciosa inovação introduzida pela LDB refere-se ao uso de 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial,
uma Parte Diversificada a ser utilizada pelas escolas no desenvolvimento regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e
de atividades e projetos, que as interessem especificamente. submetidos a controle social.

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§ 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, VII -a acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e
gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. instruções para as crianças com deficiência, transtornos globais de
§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a VIII -a apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais
matrícula. dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros
§ 3º As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março países da América;
devem ser matriculadas na Educação Infantil. IX -o reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das
§ 4º A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a crianças com as histórias e as culturas africanas, afrobrasileiras, bem como
matrícula no Ensino Fundamental. o combate ao racismo e à discriminação;
§ 5º As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas X -a dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra
próximas às residências das crianças. qualquer forma de violência -física ou simbólica -e negligência no interior da
instituição ou praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos de
§ 6º É considerada Educação Infantil em tempo parcial, a jornada de, violações para instâncias competentes.
no mínimo, quatro horas diárias e, em tempo integral, a jornada com
duração igual ou superior a sete horas diárias, compreendendo o tempo § 2º Garantida a autonomia dos povos indígenas na escolha dos
total que a criança permanece na instituição. modos de educação de suas crianças de 0 a 5 anos de idade, as propostas
pedagógicas para os povos que optarem pela Educação Infantil devem:
Art. 6º As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem
respeitar os seguintes princípios: I -proporcionar uma relação viva com os conhecimentos, crenças,
valores, concepções de mundo e as memórias de seu povo;
I -Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do
respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, II -reafirmar a identidade étnica e a língua materna como elementos de
identidades e singularidades. constituição das crianças;
II - Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do III -dar continuidade à educação tradicional oferecida na família e
respeito à ordem democrática. articular-se às práticas sócio-culturais de educação e cuidado coletivos da
comunidade;
III -Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da
liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. IV -adequar calendário, agrupamentos etários e organização de
tempos, atividades e ambientes de modo a atender as demandas de cada
Art. 7º Na observância destas Diretrizes, a proposta pedagógica das povo indígena.
instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram
plenamente sua função sociopolítica e pedagógica: § 3º -As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças
filhas de agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais,
I -oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas,
seus direitos civis, humanos e sociais; caiçaras, povos da floresta, devem:
II - assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a I -reconhecer os modos próprios de vida no campo como
educação e cuidado das crianças com as famílias; fundamentais para a constituição da identidade das crianças moradoras em
III -possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e territórios rurais;
crianças quanto a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes II -ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas
naturezas; culturas, tradições e identidades, assim como a práticas ambientalmente
IV -promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as sustentáveis;
crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens III -flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades
culturais e às possibilidades de vivência da infância; respeitando as diferenças quanto à atividade econômica dessas
V -construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade populações;
comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do IV -valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na
planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, produção de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural;
socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
V -prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil características ambientais e socioculturais da comunidade.
deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de
apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da
de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a
liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à brincadeira, garantindo experiências que:
convivência e à interação com outras crianças. I -promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação
de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem
§ 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas pedagógicas das movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos
instituições de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho e desejos da criança;
coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem: II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
I -a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão:
indissociável ao processo educativo; gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
II -a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, III -possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação
cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da criança; e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes
suportes e gêneros textuais orais e escritos;
III - a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o
respeito e a valorização de suas formas de organização; IV -recriem, em contextos significativos para as crianças, relações
quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;
IV - o estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local
e de mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração V -ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades
dos saberes da comunidade; individuais e coletivas;
V -o reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades VI -possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a
individuais e coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-
de mesma idade e crianças de diferentes idades; organização, saúde e bem-estar;
VI -os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos VII -possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e
espaços internos e externos às salas de referência das turmas e à grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades
instituição; no diálogo e reconhecimento da diversidade;

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VIII -incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o sociais de “luta por creche” e orientou a transição do entendimento da
questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao creche e pré-escola como um favor aos socialmente menos favorecidos
mundo físico e social, ao tempo e à natureza; para a compreensão desses espaços como um direito de todas as crianças
IX -promovam o relacionamento e a interação das crianças com à educação, independentemente de seu grupo social.
diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, O atendimento em creches e pré-escolas como um direito social das
fotografia, dança, teatro, poesia e literatura; crianças se concretiza na Constituição de 1988, com o reconhecimento da
X -promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento Educação Infantil como dever do Estado com a Educação, processo que
da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não teve ampla participação dos movimentos comunitários, dos movimentos de
desperdício dos recursos naturais; mulheres, dos movimentos de redemocratização do país, além,
evidentemente, das lutas dos próprios profissionais da educação. A partir
XI -propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das desse novo ordenamento legal, creches e pré-escolas passaram a construir
manifestações e tradições culturais brasileiras; nova identidade na busca de superação de posições antagônicas e
XII -possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, fragmentadas, sejam elas assistencialistas ou pautadas em uma
máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos. perspectiva preparatória a etapas posteriores de escolarização.
Parágrafo único -As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional),
curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, regulamentando esse ordenamento, introduziu uma série de inovações em
escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de relação à Educação Básica, dentre as quais, a integração das creches nos
integração dessas experiências. sistemas de ensino compondo, junto com as pré-escolas, a primeira etapa
Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar da Educação Básica. Essa lei evidencia o estímulo à autonomia das
procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para unidades educacionais na organização flexível de seu currículo e a
avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, pluralidade de métodos pedagógicos, desde que assegurem aprendizagem,
promoção ou classificação, garantindo: e reafirmou os artigos da Constituição Federal acerca do atendimento
gratuito em creches e pré-escolas.
I -a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e
interações das crianças no cotidiano; Neste mesmo sentido deve-se fazer referência ao Plano Nacional de
Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001, que estabeleceu metas decenais
II -utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças
para que no final do período de sua vigência, 2011, a oferta da Educação
(relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
Infantil alcance a 50% das crianças de 0 a 3 anos e 80% das de 4 e 5 anos,
III -a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da metas que ainda persistem como um grande desafio a ser enfrentado pelo
criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição país.
vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil,
Frente a todas essas transformações, a Educação Infantil vive um
transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição
intenso processo de revisão de concepções sobre a educação de crianças
pré-escola/Ensino Fundamental);
em espaços coletivos, e de seleção e fortalecimento de práticas
IV -documentação específica que permita às famílias conhecer o pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das
trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento crianças. Em especial, têm se mostrado prioritárias as discussões sobre
e aprendizagem da criança na Educação Infantil; como orientar o trabalho junto às crianças de até três anos em creches e
V - a não retenção das crianças na Educação Infantil. como garantir práticas junto às crianças de quatro e cinco anos que se
Art. 11. Na transição para o Ensino Fundamental a proposta articulem, mas não antecipem processos do Ensino Fundamental.
pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no processo Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as Infantil elaboradas anteriormente por este Conselho (Resolução CNE/CEB
especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98) foram fundamentais para explicitar
trabalhados no Ensino Fundamental. princípios e orientações para os sistemas de ensino na organização,
Art. 12. Cabe ao Ministério da Educação elaborar orientações para a articulação, desenvolvimento e avaliação de propostas pedagógicas.
implementação dessas Diretrizes. Embora os princípios colocados não tenham perdido a validade, ao
contrário, continuam cada vez mais necessários, outras questões
Art. 13. A presente Resolução entrará em vigor na data de sua diminuíram seu espaço no debate atual e novos desafios foram colocados
publicação, revogando-se as disposições em contrário, especialmente a para a Educação Infantil, exigindo a reformulação e atualização dessas
Resolução CNE/CEB nº 1/99. Diretrizes.
Parecer 20/2009 A ampliação das matrículas, a regularização do funcionamento das
instituições, a diminuição no número de docentes não-habilitados na
1. Histórico Educação Infantil e o aumento da pressão pelo atendimento colocam novas
A construção da identidade das creches e pré-escolas a partir do demandas para a política de Educação Infantil, pautando questões que
século XIX em nosso país insere-se no contexto da história das políticas de dizem respeito às propostas pedagógicas, aos saberes e fazeres dos
atendimento à infância, marcado por diferenciações em relação à classe professores, às práticas e projetos cotidianos desenvolvidos junto às
social das crianças. Enquanto para as mais pobres essa história foi crianças, ou seja, às questões de orientação curricular. Também a
caracterizada pela vinculação aos órgãos de assistência social, para as tramitação no Congresso Nacional da proposta de Emenda Constitucional
crianças das classes mais abastadas, outro modelo se desenvolveu no que, dentre outros pontos, amplia a obrigatoriedade na Educação Básica,
diálogo com práticas escolares. reforça a exigência de novos marcos normativos na Educação Infantil.
Essa vinculação institucional diferenciada refletia uma fragmentação Respondendo a estas preocupações, a Coordenadoria de Educação
nas concepções sobre educação das crianças em espaços coletivos, Infantil do MEC estabeleceu, com a Universidade Federal do Rio Grande do
compreendendo o cuidar como atividade meramente ligada ao corpo e Sul (UFRGS), convênio de cooperação técnica na articulação de um
destinada às crianças mais pobres, e o educar como experiência de processo nacional de estudos e debates sobre o currículo da Educação
promoção intelectual reservada aos filhos dos grupos socialmente Infantil, que produziu uma série de documentos, dentre eles “Práticas
privilegiados. Para além dessa especificidade, predominou ainda, por muito cotidianas na Educação Infantil: bases para a reflexão sobre as orientações
tempo, uma política caracterizada pela ausência de investimento público e curriculares” (MEC/COEDI, 2009a). Esse processo serviu de base para a
pela não profissionalização da área. elaboração de “Subsídios para as Diretrizes Curriculares Nacionais
Em sintonia com os movimentos nacionais e internacionais, um novo Específicas da Educação Básica” (MEC, 2009b), texto encaminhado a este
paradigma do atendimento à infância – iniciado em 1959 com a Declaração colegiado pelo Senhor Ministro de Estado da Educação.
Universal dos Direitos da Criança e do Adolescente e instituído no país pelo A proposta do MEC foi apresentada pela professora Maria do Pilar
artigo 227 da Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Lacerda Almeida e Silva, Secretária de Educação Básica do MEC, na
Adolescente (Lei 8.069/90) – tornou-se referência para os movimentos reunião ordinária do mês de julho do corrente ano da Câmara de Educação

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Básica, ocasião em que foi designada a comissão que se encarregaria de O atendimento em creche e pré-escola a crianças de zero a cinco
elaborar nova Diretriz Curricular Nacional para a Educação Infantil, anos de idade é definido na Constituição Federal de 1988 como dever do
presidida pelo Conselheiro Cesar Callegari, tendo o Conselheiro Raimundo Estado em relação à educação, oferecido em regime de colaboração e
Moacir Mendes Feitosa como relator (Portaria CNE/CEB nº 3/2009). organizado em sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito
Em 5 de agosto, com a participação de representantes das entidades Federal e dos Municípios. A incorporação das creches e pré-escolas no
nacionais UNDIME, ANPED, CNTE, Fórum Nacional de Conselhos capítulo da Educação na Constituição Federal (art. 208, inciso IV) impacta
Estaduais de Educação, MIEIB (Movimento Interfóruns de Educação Infantil todas as outras responsabilidades do Estado em relação à Educação
do Brasil), da SEB/SECAD/MEC e de especialistas da área de Educação Infantil, ou seja, o direito das crianças de zero a cinco anos de idade à
Infantil, Maria Carmem Barbosa (coordenadora do Projeto matrícula em escola pública (art. 205), gratuita e de qualidade (art. 206,
MECUFRGS/2008), Sonia Kramer (consultora do MEC responsável pela incisos IV e VI), igualdade de condições em relação às demais crianças
organização do documento de referência), Fulvia Rosemberg (da Fundação para acesso, permanência e pleno aproveitamento das oportunidades de
Carlos Chagas), Ana Paula Soares Silva (FFCLRP-USP) e Zilma de Moraes aprendizagem propiciadas (art. 206, inciso I).
Ramos de Oliveira (FFCLRP-USP), o relator da Comissão apresentou um Na continuidade dessa definição, a Lei de Diretrizes e Bases da
texto-síntese dos pontos básicos que seriam levados como indicações para Educação Nacional afirma que “a educação abrange os processos
o debate em audiências públicas nacionais promovidas pela Câmara de formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
Educação Básica do CNE, realizadas em São Luis do Maranhão, Brasília e trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
São Paulo. organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (Lei nº
Este parecer incorpora as contribuições apresentadas, nestas 9.394/96, art. 1º), mas esclarece que: “Esta Lei disciplina a educação
audiências e em debates e reuniões regionais (encontros da UNDIME – escolar que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
Região Norte e do MIEIB em Santarém, PA, ocorrido em agosto de 2009; o instituições próprias” (Lei nº 9.394/96, art. 1º, § 1º). Em função disto, tudo o
debate na ANPED ocorrido em outubro de 2009), por grupos de pesquisa e que nela se baseia e que dela decorre, como autorização de
pesquisadores, conselheiros tutelares, Ministério Público, sindicatos, funcionamento, condições de financiamento e outros aspectos, referem-se
secretários e conselheiros municipais de educação, entidades não a esse caráter institucional da educação.
governamentais e movimentos sociais. Foram consideradas também as Fica assim evidente que, no atual ordenamento jurídico, as creches e
contribuições enviadas por entidades e grupos como: OMEP; NDI-UFSC; pré-escolas ocupam um lugar bastante claro e possuem um caráter
Fórum de Educação Infantil do Pará (FEIPA); Fórum Amazonense de institucional e educacional diverso daquele dos contextos domésticos, dos
Educação Infantil (FAMEI); Fórum Permanente de Educação Infantil do ditos programas alternativos à educação das crianças de zero a cinco anos
Tocantins (FEITO); Fórum de Educação Infantil do Amapá; Fórum de de idade, ou da educação não-formal. Muitas famílias necessitam de
Educação Infantil de Santa Catarina (contemplando também manifestações atendimento para suas crianças em horário noturno, em finais de semana e
dos municípios de Jaguaré, Cachoeiro e Vitória); Fórum Paulista de em períodos esporádicos. Contudo, esse tipo de atendimento, que
Educação Infantil; Fórum Gaúcho de Educação Infantil; GT de Educação responde a uma demanda legítima da população, enquadra-se no âmbito
Infantil da UNDIME; CEERT; GT 21 da ANPEd (Educação das Relações de “políticas para a Infância”, devendo ser financiado, orientado e
Étnico-Raciais); grupo de estudos em Educação Infantil do Centro de supervisionado por outras áreas, como assistência social, saúde, cultura,
Educação da UFAL conjuntamente com equipe técnica das Secretarias de esportes, proteção social. O sistema de ensino define e orienta, com base
Educação do Município de Maceió e do Estado de Alagoas; alunos do curso em critérios pedagógicos, o calendário, horários e as demais condições
de Pedagogia da UFMS; CINDEDI-USP; representantes do Setor de para o funcionamento das creches e pré-escolas, o que não elimina o
Educação do MST São Paulo; técnicos da Coordenadoria de Creches da estabelecimento de mecanismos para a necessária articulação que deve
USP; participantes de evento da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer haver entre a Educação e outras áreas, como a Saúde e a Assistência, a
de Recife e do Seminário Educação Ambiental e Educação Infantil em fim de que se cumpra, do ponto de vista da organização dos serviços
Brasília. Ainda pesquisadores das seguintes Universidades e Instituições de nessas instituições, o atendimento às demandas das crianças. Essa
Pesquisa fizeram considerações ao longo desse processo: FEUSP; articulação, se necessária para outros níveis de ensino, na Educação
FFCLRP-USP; Fundação Carlos Chagas; Centro Universitário Claretiano Infantil, em função das características das crianças de zero a cinco anos de
Batatais; PUC-RIO; UNIRIO; UNICAMP; UFC; UFPA; UFRJ; UERJ; UFPR; idade, se faz muitas vezes imprescindível.
UNEMAT; UFMG; UFRGS; UFSC; UFRN; UFMS; UFAL, UFMA, UEMA, As creches e pré-escolas se constituem, portanto, em
UFPE. estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam
de crianças de zero a cinco anos de idade por meio de profissionais com a
2. Mérito formação específica legalmente determinada, a habilitação para o
A revisão e atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a magistério superior ou médio, refutando assim funções de caráter
Educação Infantil é essencial para incorporar os avanços presentes na meramente assistencialista, embora mantenha a obrigação de assistir às
política, na produção científica e nos movimentos sociais na área. Elas necessidades básicas de todas as crianças.
podem se constituir em instrumento estratégico na consolidação do que se As instituições de Educação Infantil estão submetidas aos
entende por uma Educação Infantil de qualidade, “ao estimular o diálogo mecanismos de credenciamento, reconhecimento e supervisão do sistema
entre os elementos culturais de grupos marginalizados e a ciência, a de ensino em que se acham integradas (Lei nº 9.394/96, art. 9º, inciso IX,
tecnologia e a cultura dominantes, articulando necessidades locais e a art.10, inciso IV e art.11, inciso IV), assim como a controle social. Sua forma
ordem global, chamando a atenção para uma maior sensibilidade para o de organização é variada, podendo constituir unidade independente ou
diverso e o plural, entre o relativismo e o universalismo” (MEC, 2009b). integrar instituição que cuida da Educação Básica, atender faixas etárias
diversas nos termos da Lei nº 9.394/96, em jornada integral de, no mínimo,
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, de 7 horas diárias, ou parcial de, no mínimo, 4 horas, seguindo o proposto na
caráter mandatório, orientam a formulação de políticas, incluindo a de Lei nº 11.494/2007 (FUNDEB), sempre no período diurno, devendo o poder
formação de professores e demais profissionais da Educação, e também o público oferecer vagas próximo à residência das crianças (Lei nº 8.069/90,
planejamento, desenvolvimento e avaliação pelas unidades de seu Projeto art. 53). Independentemente das nomenclaturas diversas que adotam
Político-Pedagógico e servem para informar as famílias das crianças (Centros de Educação Infantil, Escolas de Educação Infantil, Núcleo
matriculadas na Educação Infantil sobre as perspectivas de trabalho Integrado de Educação Infantil, Unidade de Educação Infantil, ou nomes
pedagógico que podem ocorrer. fantasia), a estrutura e funcionamento do atendimento deve garantir que
essas unidades sejam espaço de educação coletiva.
3. A identidade do atendimento na Educação Infantil Uma vez que o Ensino Fundamental de nove anos de duração passou
Do ponto de vista legal, a Educação Infantil é a primeira etapa da a incluir a educação das crianças a partir de seis anos de idade, e
Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da considerando que as que completam essa idade fora do limite de corte
criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, estabelecido por seu sistema de ensino para inclusão no Ensino
intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da Fundamental necessitam que seu direito à educação seja garantido, cabe
comunidade (Lei nº 9.394/96, art. 29).

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aos sistemas de ensino o atendimento a essas crianças na pré-escola até o 5. Uma definição de currículo
seu ingresso, no ano seguinte, no Ensino Fundamental. O currículo na Educação Infantil tem sido um campo de controvérsias
e de diferentes visões de criança, de família, e de funções da creche e da
4. A função sociopolítica e pedagógica da Educação Infantil pré-escola. No Brasil nem sempre foi aceita a ideia de haver um currículo
para a Educação Infantil, termo em geral associado à escolarização tal
Delineada essa apresentação da estrutura legal e institucional da como vivida no Ensino Fundamental e Médio, sendo preferidas as
Educação Infantil, faz-se necessário refletir sobre sua função sociopolítica e expressões ‘projeto pedagógico’ ou ‘proposta pedagógica’. A integração da
pedagógica, como base de apoio das propostas pedagógica e curricular Educação Infantil ao sistema educacional impõe à Educação Infantil
das instituições. trabalhar com esses conceitos, diferenciando-os e articulando-os.
Considera a Lei nº 9.394/96 em seu artigo 22 que a Educação Infantil A proposta pedagógica, ou projeto pedagógico, é o plano orientador
é parte integrante da Educação Básica, cujas finalidades são desenvolver o das ações da instituição e define as metas que se pretende para o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício desenvolvimento dos meninos e meninas que nela são educados e
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos cuidados, as aprendizagens que se quer promovidas. Na sua execução, a
posteriores. Essa dimensão de instituição voltada à introdução das crianças instituição de Educação Infantil organiza seu currículo, que pode ser
na cultura e à apropriação por elas de conhecimentos básicos requer tanto entendido como as práticas educacionais organizadas em torno do
seu acolhimento quanto sua adequada interpretação em relação às conhecimento e em meio às relações sociais que se travam nos espaços
crianças pequenas. institucionais, e que afetam a construção das identidades das crianças. Por
O paradigma do desenvolvimento integral da criança a ser expressar o projeto pedagógico da instituição em que se desenvolve,
necessariamente compartilhado com a família, adotado no artigo 29 englobando as experiências vivenciadas pela criança, o currículo se
daquela lei, dimensiona aquelas finalidades na consideração das formas constitui um instrumento político, cultural e científico coletivamente
como as crianças, nesse momento de suas vidas, vivenciam o mundo, formulado (MEC, 2009b).
constroem conhecimentos, expressam-se, interagem e manifestam desejos O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de
e curiosidades de modo bastante peculiares. práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças
A função das instituições de Educação Infantil, a exemplo de todas as com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
instituições nacionais e principalmente, como o primeiro espaço de científico e tecnológico. Tais práticas são efetivadas por meio de relações
educação coletiva fora do contexto familiar, ainda se inscreve no projeto de sociais que as crianças desde bem pequenas estabelecem com os
sociedade democrática desenhado na Constituição Federal de 1988 (art. 3º, professores e as outras crianças, e afetam a construção de suas
inciso I), com responsabilidades no desempenho de um papel ativo na identidades.
construção de uma sociedade livre, justa, solidária e socioambientalmente Intencionalmente planejadas e permanentemente avaliadas, as
orientada. práticas que estruturam o cotidiano das instituições de Educação Infantil
A redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do devem considerar a integralidade e indivisibilidade das dimensões
bem de todos (art. 3º, incisos II e IV da Constituição Federal) são expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e
compromissos a serem perseguidos pelos sistemas de ensino e pelos sociocultural das crianças, apontar as experiências de aprendizagem que
professores também na Educação Infantil. É bastante conhecida no país a se espera promover junto às crianças e efetivar-se por meio de
desigualdade de acesso às creches e pré-escolas entre as crianças modalidades que assegurem as metas educacionais de seu projeto
brancas e negras, moradoras do meio urbano e rural, das regiões pedagógico.
sul/sudeste e norte/nordeste e, principalmente, ricas e pobres. Além das A gestão democrática da proposta curricular deve contar na sua
desigualdades de acesso, também as condições desiguais da qualidade da elaboração, acompanhamento e avaliação tendo em vista o Projeto Político-
educação oferecida às crianças configuram-se em violações de direitos Pedagógico da unidade educacional, com a participação coletiva de
constitucionais das mesmas e caracterizam esses espaços como professoras e professores, demais profissionais da instituição, famílias,
instrumentos que, ao invés de promover a equidade, alimentam e reforçam comunidade e das crianças, sempre que possível e à sua maneira.
as desigualdades socioeconômicas, étnico-raciais e regionais. Em
decorrência disso, os objetivos fundamentais da República serão efetivados
no âmbito da Educação Infantil se as creches e pré-escolas cumprirem 6. A visão de criança: o sujeito do processo de educação
plenamente sua função sociopolítica e pedagógica. A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de
Cumprir tal função significa, em primeiro lugar, que o Estado necessita direitos que se desenvolve nas interações, relações e práticas cotidianas a
assumir sua responsabilidade na educação coletiva das crianças, ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e crianças de
complementando a ação das famílias. Em segundo lugar, creches e pré- diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere.
escolas constituem-se em estratégia de promoção de igualdade de Nessas condições ela faz amizades, brinca com água ou terra, faz-de-
oportunidades entre homens e mulheres, uma vez que permitem às conta, deseja, aprende, observa, conversa, experimenta, questiona,
mulheres sua realização para além do contexto doméstico. Em terceiro constrói sentidos sobre o mundo e suas identidades pessoal e coletiva,
lugar, cumprir função sociopolítica e pedagógica das creches e pré-escolas produzindo cultura.
implica assumir a responsabilidade de torná-las espaços privilegiados de O conhecimento científico hoje disponível autoriza a visão de que
convivência, de construção de identidades coletivas e de ampliação de desde o nascimento a criança busca atribuir significado a sua experiência e
saberes e conhecimentos de diferentes naturezas, por meio de práticas que nesse processo volta-se para conhecer o mundo material e social,
atuam como recursos de promoção da equidade de oportunidades ampliando gradativamente o campo de sua curiosidade e inquietações,
educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se mediada pelas orientações, materiais, espaços e tempos que organizam as
refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da situações de aprendizagem e pelas explicações e significados a que ela
infância. Em quarto lugar, cumprir função sociopolítica e pedagógica requer tem acesso.
oferecer as melhores condições e recursos construídos histórica e
culturalmente para que as crianças usufruam de seus direitos civis, O período de vida atendido pela Educação Infantil caracteriza-se por
humanos e sociais e possam se manifestar e ver essas manifestações marcantes aquisições: a marcha, a fala, o controle esfincteriano, a
acolhidas, na condição de sujeito de direitos e de desejos. Significa, formação da imaginação e da capacidade de fazer de conta e de
finalmente, considerar as creches e pré-escolas na produção de novas representar usando diferentes linguagens. Embora nessas aquisições a
formas de sociabilidade e de subjetividades comprometidas com a dimensão orgânica da criança se faça presente, suas capacidades para
democracia e a cidadania, com a dignidade da pessoa humana, com o discriminar cores, memorizar poemas, representar uma paisagem através
reconhecimento da necessidade de defesa do meio ambiente e com o de um desenho, consolar uma criança que chora etc., não são constituições
rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico- universais biologicamente determinadas e esperando o momento de
racial, de gênero, regional, linguística e religiosa que ainda marcam nossa amadurecer. Elas são histórica e culturalmente produzidas nas relações
sociedade. que estabelecem com o mundo material e social mediadas por parceiros
mais experientes.

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Assim, a motricidade, a linguagem, o pensamento, a afetividade e a e devem aprender sobre o valor de cada pessoa e dos diferentes grupos
sociabilidade são aspectos integrados e se desenvolvem a partir das culturais, adquirir valores como os da inviolabilidade da vida humana, a
interações que, desde o nascimento, a criança estabelece com diferentes liberdade e a integridade individuais, a igualdade de direitos de todas as
parceiros, a depender da maneira como sua capacidade para construir pessoas, a igualdade entre homens e mulheres, assim como a
conhecimento é possibilitada e trabalhada nas situações em que ela solidariedade com grupos enfraquecidos e vulneráveis política e
participa. Isso por que, na realização de tarefas diversas, na companhia de economicamente. Essa valorização também se estende à relação com a
adultos e de outras crianças, no confronto dos gestos, das falas, enfim, das natureza e os espaços públicos, o respeito a todas as formas de vida, o
ações desses parceiros, cada criança modifica sua forma de agir, sentir e cuidado de seres vivos e a preservação dos recursos naturais.
pensar. b) Princípios políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da
Cada criança apresenta um ritmo e uma forma própria de colocar-se criticidade e do respeito à ordem democrática.
nos relacionamentos e nas interações, de manifestar emoções e A Educação Infantil deve trilhar o caminho de educar para a cidadania,
curiosidade, e elabora um modo próprio de agir nas diversas situações que analisando se suas práticas educativas de fato promovem a formação
vivencia desde o nascimento conforme experimenta sensações de participativa e crítica das crianças e criam contextos que lhes permitem a
desconforto ou de incerteza diante de aspectos novos que lhe geram expressão de sentimentos, ideias, questionamentos, comprometidos com a
necessidades e desejos, e lhe exigem novas respostas. Assim busca busca do bem estar coletivo e individual, com a preocupação com o outro e
compreender o mundo e a si mesma, testando de alguma forma as com a coletividade.
significações que constrói, modificando-as continuamente em cada
interação, seja com outro ser humano, seja com objetos. Como parte da formação para a cidadania e diante da concepção da
Educação Infantil como um direito, é necessário garantir uma experiência
Uma atividade muito importante para a criança pequena é a bem sucedida de aprendizagem a todas as crianças, sem discriminação.
brincadeira. Brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e Isso requer proporcionar oportunidades para o alcance de conhecimentos
para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário necessário para básicos que são considerados aquisições valiosas para elas.
que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida,
assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz. A educação para a cidadania se volta para ajudar a criança a tomar a
perspectiva do outro -da mãe, do pai, do professor, de outra criança, e
Na história cotidiana das interações com diferentes parceiros, vão também de quem vai mudar-se para longe, de quem tem o pai doente. O
sendo construídas significações compartilhadas, a partir das quais a criança importante é que se criem condições para que a criança aprenda a opinar e
aprende como agir ou resistir aos valores e normas da cultura de seu a considerar os sentimentos e a opinião dos outros sobre um
ambiente. Nesse processo é preciso considerar que as crianças aprendem acontecimento, uma reação afetiva, uma ideia, um conflito.
coisas que lhes são muito significativas quando interagem com
companheiros da infância, e que são diversas das coisas que elas se c) Princípios estéticos: valorização da sensibilidade, da criatividade, da
apropriam no contato com os adultos ou com crianças já mais velhas. Além ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
disso, à medida que o grupo de crianças interage, são construídas as O trabalho pedagógico na unidade de Educação Infantil, em um
culturas infantis. mundo em que a reprodução em massa sufoca o olhar das pessoas e
Também as professoras e os professores têm, na experiência conjunta apaga singularidades, deve voltar-se para uma sensibilidade que valoriza o
com as crianças, excelente oportunidade de se desenvolverem como ato criador e a construção pelas crianças de respostas singulares,
pessoa e como profissional. Atividades realizadas pela professora ou garantindo-lhes a participação em diversificadas experiências.
professor de brincar com a criança, contar-lhe histórias, ou conversar com As instituições de Educação Infantil precisam organizar um cotidiano
ela sobre uma infinidade de temas, tanto promovem o desenvolvimento da de situações agradáveis, estimulantes, que desafiem o que cada criança e
capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesmo, de sua seu grupo de crianças já sabem sem ameaçar sua autoestima nem
autoconfiança e a formação de motivos e interesses pessoais, quanto promover competitividade, ampliando as possibilidades infantis de cuidar e
ampliam as possibilidades da professora ou professor de compreender e ser cuidada, de se expressar, comunicar e criar, de organizar pensamentos
responder às iniciativas infantis. e ideias, de conviver, brincar e trabalhar em grupo, de ter iniciativa e buscar
soluções para os problemas e conflitos que se apresentam às mais
diferentes idades, e lhes possibilitem apropriar-se de diferentes linguagens
7. Princípios básicos e saberes que circulam em nossa sociedade, selecionados pelo valor
Os princípios fundamentais nas Diretrizes anteriormente estabelecidas formativo que possuem em relação aos objetivos definidos em seu Projeto
(Resolução CNE/CEB nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98) continuam Político-Pedagógico.
atuais e estarão presentes nestas diretrizes com a explicitação de alguns
pontos que mais recentemente têm se destacado nas discussões da área.
São eles: 8. Objetivos e condições para a organização curricular
a) Princípios éticos: valorização da autonomia, da responsabilidade, Os direitos da criança constituem hoje o paradigma para o
da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às relacionamento social e político com as infâncias do país. A Constituição de
diferentes culturas, identidades e singularidades. 1988, no artigo 227, declara que “É dever da família, da sociedade e do
Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
Cabe às instituições de Educação Infantil assegurar às crianças a direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
manifestação de seus interesses, desejos e curiosidades ao participar das profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
práticas educativas, valorizar suas produções, individuais e coletivas, e convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
trabalhar pela conquista por elas da autonomia para a escolha de de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
brincadeiras e de atividades e para a realização de cuidados pessoais
diários. Tais instituições devem proporcionar às crianças oportunidades Nessa expressão legal, as crianças são inseridas no mundo dos
para ampliarem as possibilidades de aprendizado e de compreensão de direitos humanos e são definidos não apenas o direito fundamental da
mundo e de si próprio trazidas por diferentes tradições culturais e a criança à provisão (saúde, alimentação, lazer, educação lato senso) e à
construir atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a autoestima e proteção (contra a violência, discriminação, negligência e outros), como
os vínculos afetivos de todas as crianças. também seus direitos fundamentais de participação na vida social e cultural,
de ser respeitada e de ter liberdade para expressar-se individualmente.
Desde muito pequenas, as crianças devem ser mediadas na Esses pontos trouxeram perspectivas orientadoras para o trabalho na
construção de uma visão de mundo e de conhecimento como elementos Educação Infantil e inspiraram inclusive a finalidade dada no artigo 29 da
plurais, formar atitudes de solidariedade e aprender a identificar e combater Lei nº 9.394/96 às creches e pré-escolas.
preconceitos que incidem sobre as diferentes formas dos seres humanos se
constituírem enquanto pessoas. Poderão assim questionar e romper com Com base nesse paradigma, a proposta pedagógica das instituições
formas de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, de Educação Infantil deve ter como objetivo principal promover o
regional, linguística e religiosa, existentes em nossa sociedade e recriadas desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos de idade
na relação dos adultos com as crianças e entre elas. Com isso elas podem garantindo a cada uma delas o acesso a processos de construção de
conhecimentos e a aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o

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direito à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à especificidades desse processo nas diferentes idades e em relação à
brincadeira, à convivência e interação com outras crianças. Daí decorrem diversidade cultural e étnico-racial e às crianças com deficiências,
algumas condições para a organização curricular. transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
A valorização da diversidade das culturas das diferentes crianças e de
1) As instituições de Educação Infantil devem assegurar a educação suas famílias, por meio de brinquedos, imagens e narrativas que promovam
em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao a construção por elas de uma relação positiva com seus grupos de
processo educativo. pertencimento, deve orientar as práticas criadas na Educação Infantil
ampliando o olhar das crianças desde cedo para a contribuição de
As práticas pedagógicas devem ocorrer de modo a não fragmentar a diferentes povos e culturas. Na formação de pequenos cidadãos
criança nas suas possibilidades de viver experiências, na sua compreensão compromissada com uma visão plural de mundo, é necessário criar
do mundo feita pela totalidade de seus sentidos, no conhecimento que condições para o estabelecimento de uma relação positiva e uma
constrói na relação intrínseca entre razão e emoção, expressão corporal e apropriação das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas,
verbal, experimentação prática e elaboração conceitual. As práticas afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América,
envolvidas nos atos de alimentar-se, tomar banho, trocar fraldas e controlar reconhecendo, valorizando, respeitando e possibilitando o contato das
os esfíncteres, na escolha do que vestir, na atenção aos riscos de crianças com as histórias e as culturas desses povos.
adoecimento mais fácil nessa faixa etária, no âmbito da Educação Infantil,
não são apenas práticas que respeitam o direito da criança de ser bem O olhar acolhedor de diversidades também se refere às crianças com
atendida nesses aspectos, como cumprimento do respeito à sua dignidade deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
como pessoa humana. Elas são também práticas que respeitam e atendem habilidades/superdotação. Também o direito dessas crianças à liberdade e
ao direito da criança de apropriar-se, por meio de experiências corporais, à participação, tal como para as demais crianças, deve ser acolhido no
dos modos estabelecidos culturalmente de alimentação e promoção de planejamento das situações de vivência e aprendizagem na Educação
saúde, de relação com o próprio corpo e consigo mesma, mediada pelas Infantil. Para garanti-lo, são necessárias medidas que otimizem suas
professoras e professores, que intencionalmente planejam e cuidam da vivências na creche e pré-escola, garantindo que esses espaços sejam
organização dessas práticas. estruturados de modo a permitir sua condição de sujeitos ativos e a ampliar
suas possibilidades de ação nas brincadeiras e nas interações com as
A dimensão do cuidado, no seu caráter ético, é assim orientada pela outras crianças, momentos em que exercitam sua capacidade de intervir na
perspectiva de promoção da qualidade e sustentabilidade da vida e pelo realidade e participam das atividades curriculares com os colegas. Isso
princípio do direito e da proteção integral da criança. O cuidado, inclui garantir no cotidiano da instituição a acessibilidade de espaços,
compreendido na sua dimensão necessariamente humana de lidar com materiais, objetos e brinquedos, procedimentos e formas de comunicação e
questões de intimidade e afetividade, é característica não apenas da orientação vividas, especificidades e singularidades das crianças com
Educação Infantil, mas de todos os níveis de ensino. Na Educação Infantil, deficiências, transtornos globais de desenvolvimento e altas
todavia, a especificidade da criança bem pequena, que necessita do habilidades/superdotação.
professor até adquirir autonomia para cuidar de si, expõe de forma mais
evidente a relação indissociável do educar e cuidar nesse contexto. A
definição e o aperfeiçoamento dos modos como a instituição organiza 3) As instituições necessariamente precisam conhecer as culturas
essas atividades são parte integrante de sua proposta curricular e devem plurais que constituem o espaço da creche e da pré-escola, a riqueza das
ser realizadas sem fragmentar ações. contribuições familiares e da comunidade, suas crenças e manifestações, e
Um bom planejamento das atividades educativas favorece a formação fortalecer formas de atendimento articuladas aos saberes e às
de competências para a criança aprender a cuidar de si. No entanto, na especificidades étnicas, linguísticas, culturais e religiosas de cada
perspectiva que integra o cuidado, educar não é apenas isto. Educar comunidade.
cuidando inclui acolher, garantir a segurança, mas também alimentar a O reconhecimento da constituição plural das crianças brasileiras, no
curiosidade, a ludicidade e a expressividade infantis. que se refere à identidade cultural e regional e à filiação socioeconômica,
Educar de modo indissociado do cuidar é dar condições para as étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa, é central à garantia
crianças explorarem o ambiente de diferentes maneiras (manipulando de uma Educação Infantil comprometida com os direitos das crianças. Esse
materiais da natureza ou objetos, observando, nomeando objetos, pessoas fundamento reforça a gestão democrática como elemento imprescindível,
ou situações, fazendo perguntas etc) e construírem sentidos pessoais e uma vez que é por meio dela que a instituição também se abre à
significados coletivos, à medida que vão se constituindo como sujeitos e se comunidade, permite sua entrada, e possibilita sua participação na
apropriando de um modo singular das formas culturais de agir, sentir e elaboração e acompanhamento da proposta curricular. Dessa forma, a
pensar. Isso requer do professor ter sensibilidade e delicadeza no trato de organização da proposta pedagógica deve prever o estabelecimento de
cada criança, e assegurar atenção especial conforme as necessidades que uma relação positiva com a comunidade local e de mecanismos que
identifica nas crianças. garantam a gestão democrática e a consideração dos saberes
comunitários, seja ela composta pelas populações que vivem nos centros
As práticas que desafiam os bebês e as crianças maiores a urbanos, ou a população do campo, os povos da floresta e dos rios, os
construírem e se apropriarem dos conhecimentos produzidos por seu grupo indígenas, quilombolas ou afrodescendentes.
cultural e pela humanidade, na Educação Infantil, pelas características
desse momento de vida, são articuladas ao entorno e ao cotidiano das Na discussão sobre as diversidades, há que se considerar que
crianças, ampliam suas possibilidades de ação no mundo e delineiam também a origem urbana das creches e pré-escolas e a sua extensão como
possibilidades delas viverem a infância. direito a todas as crianças brasileiras remetem à necessidade de que as
propostas pedagógicas das instituições em territórios não-urbanos
respeitem suas identidades.
2) O combate ao racismo e às discriminações de gênero, Essa exigência é explicitada no caso de crianças filhas de agricultores
socioeconômicas, étnico-raciais e religiosas deve ser objeto de constante familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e
reflexão e intervenção no cotidiano da Educação Infantil. acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, nas Diretrizes
As ações educativas e práticas cotidianas devem considerar que os Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (Resolução
modos como a cultura medeia as formas de relação da criança consigo CNE/CEB nº 1/2002). Essas Diretrizes orientam o trabalho pedagógico no
mesma são constitutivos dos seus processos de construção de identidade. estabelecimento de uma relação orgânica com a cultura, as tradições, os
A perspectiva que acentua o atendimento aos direitos fundamentais da saberes e as identidades dessas populações, e indicam a adoção de
criança, compreendidos na sua multiplicidade e integralidade, entende que estratégias que garantam o atendimento às especificidades dessas
o direito de ter acesso a processos de construção de conhecimento como comunidades -tais como a flexibilização e adequação no calendário, nos
requisito para formação humana, participação social e cidadania das agrupamentos etários e na organização de tempos, atividades e ambientes
crianças de zero a cinco anos de idade, efetua-se na interrelação das -em respeito às diferenças quanto à atividade econômica e à política de
diferentes práticas cotidianas que ocorrem no interior das creches e pré- igualdade e sem prejuízo da qualidade do atendimento. Elas apontam para
escolas e em relação a crianças concretas, contemplando as a previsão da oferta de materiais didáticos, brinquedos e outros

Fundamentos da Educação 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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equipamentos em conformidade com a realidade da comunidade e as construam sua cultura de pares, e favoreçam o contato com a diversidade
diversidades dos povos do campo, evidenciando o papel dessas de produtos culturais (livros de literatura, brinquedos, objetos e outros
populações na produção do conhecimento sobre o mundo. A Resolução materiais), de manifestações artísticas e com elementos da natureza. Junto
CNE/CEB nº 2/2008, que estabelece Diretrizes complementares, normas e com isso, há necessidade de uma infraestrutura e de formas de
princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da funcionamento da instituição que garantam ao espaço físico a adequada
Educação Básica do Campo e regulamenta questões importantes para a conservação, acessibilidade, estética, ventilação, insolação, luminosidade,
Educação Infantil, proíbe que se agrupe em uma mesma turma crianças da acústica, higiene, segurança e dimensões em relação ao tamanho dos
Educação Infantil e crianças do Ensino Fundamental. grupos e ao tipo de atividades realizadas.
A situação de desvantagem das crianças moradoras dos territórios O número de crianças por professor deve possibilitar atenção,
rurais em relação ao acesso à educação é conhecida por meio dos responsabilidade e interação com as crianças e suas famílias. Levando em
relatórios governamentais e por trabalhos acadêmicos. Não bastasse a consideração as características do espaço físico e das crianças, no caso de
baixíssima cobertura do atendimento, esses relatórios apontam que são agrupamentos com criança de mesma faixa de idade, recomenda-se a
precárias as instalações, são inadequados os materiais e os professores proporção de 6 a 8 crianças por professor (no caso de crianças de zero e
geralmente não possuem formação para o trabalho com essas populações, um ano), 15 crianças por professor (no caso de criança de dois e três anos)
o que caracteriza uma flagrante ineficácia no cumprimento da política de e 20 crianças por professor (nos agrupamentos de crianças de quatro e
igualdade em relação ao acesso e permanência na Educação Infantil e uma cinco anos).
violação do direito à educação dessas crianças. Uma política que promova Programas de formação continuada dos professores e demais
com qualidade a Educação Infantil nos próprios territórios rurais instiga a profissionais também integram a lista de requisitos básicos para uma
construção de uma pedagogia dos povos do campo – construída na relação Educação Infantil de qualidade. Tais programas são um direito das
intrínseca com os saberes, as realidades e temporalidades das crianças e professoras e professores no sentido de aprimorar sua prática e
de suas comunidades – e requer a necessária formação do professor nessa desenvolver a si e a sua identidade profissional no exercício de seu
pedagogia. trabalho. Eles devem dar-lhes condições para refletir sobre sua prática
Em relação às crianças indígenas, há que se garantir a autonomia dos docente cotidiana em termos pedagógicos, éticos e políticos, e tomar
povos e nações na escolha dos modos de educação de suas crianças de decisões sobre as melhores formas de mediar a aprendizagem e o
zero a cinco anos de idade e que as propostas pedagógicas para esses desenvolvimento infantil, considerando o coletivo de crianças assim como
povos que optarem pela Educação Infantil possam afirmar sua identidade suas singularidades.
sociocultural. Quando oferecidas, aceitas e requisitadas pelas
comunidades, como direito das crianças indígenas, as propostas
curriculares na Educação Infantil dessas crianças devem proporcionar uma A necessária e fundamental parceria com as famílias na Educação
relação viva com os conhecimentos, crenças, valores, concepções de Infantil
mundo e as memórias de seu povo; reafirmar a identidade étnica e a língua A perspectiva do atendimento aos direitos da criança na sua
materna como elementos de constituição das crianças; dar continuidade à integralidade requer que as instituições de Educação Infantil, na
educação tradicional oferecida na família e articular-se às práticas organização de sua proposta pedagógica e curricular, assegurem espaços
socioculturais de educação e cuidado da comunidade; adequar calendário, e tempos para participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o
agrupamentos etários e organização de tempos, atividades e ambientes de respeito e a valorização das diferentes formas em que elas se organizam.
modo a atender as demandas de cada povo indígena. A família constitui o primeiro contexto de educação e cuidado do bebê.
Nela ele recebe os cuidados materiais, afetivos e cognitivos necessários a
4) A execução da proposta curricular requer atenção cuidadosa e seu bem-estar, e constrói suas primeiras formas de significar o mundo.
exigente às possíveis formas de violação da dignidade da criança. Quando a criança passa a frequentar a Educação Infantil, é preciso refletir
sobre a especificidade de cada contexto no desenvolvimento da criança e a
O respeito à dignidade da criança como pessoa humana, quando forma de integrar as ações e projetos educacionais das famílias e das
pensado a partir das práticas cotidianas na instituição, tal como apontado instituições. Essa integração com a família necessita ser mantida e
nos “Indicadores de Qualidade na Educação Infantil” elaborados pelo MEC, desenvolvida ao longo da permanência da criança na creche e pré-escola,
requer que a instituição garanta a proteção da criança contra qualquer exigência inescapável frente às características das crianças de zero a cinco
forma de violência – física ou simbólica – ou negligência, tanto no interior anos de idade, o que cria a necessidade de diálogo para que as práticas
das instituições de Educação Infantil como na experiência familiar da junto às crianças não se fragmentem.
criança, devendo as violações ser encaminhadas às instâncias
competentes. Os profissionais da educação que aí trabalham devem O trabalho com as famílias requer que as equipes de educadores as
combater e intervir imediatamente quando ocorrem práticas dos adultos que compreendam como parceiras, reconhecendo-as como criadoras de
desrespeitem a integridade das crianças, de modo a criar uma cultura em diferentes ambientes e papéis para seus membros, que estão em constante
que essas práticas sejam inadmissíveis. processo de modificação de seus saberes, fazeres e valores em relação a
uma série de pontos, dentre eles o cuidado e a educação dos filhos. O
importante é acolher as diferentes formas de organização familiar e
5) O atendimento ao direito da criança na sua integralidade requer o respeitar as opiniões e aspirações dos pais sobre seus filhos. Nessa
cumprimento do dever do Estado com a garantia de uma experiência perspectiva, as professoras e professores compreendem que, embora
educativa com qualidade a todas as crianças na Educação Infantil. compartilhem a educação das crianças com os membros da família,
As instituições de Educação Infantil devem tanto oferecer espaço exercem funções diferentes destes. Cada família pode ver na professora ou
limpo, seguro e voltado para garantir a saúde infantil quanto se organizar professor alguém que lhe ajuda a pensar sobre seu próprio filho e trocar
como ambientes acolhedores, desafiadores e inclusivos, plenos de opiniões sobre como a experiência na unidade de Educação Infantil se liga
interações, explorações e descobertas partilhadas com outras crianças e a este plano. Ao mesmo tempo, o trabalho pedagógico desenvolvido na
com o professor. Elas ainda devem criar contextos que articulem diferentes Educação Infantil pode apreender os aspectos mais salientes das culturas
linguagens e que permitam a participação, expressão, criação, familiares locais para enriquecer as experiências cotidianas das crianças.
manifestação e consideração de seus interesses. Um ponto inicial de trabalho integrado da instituição de Educação
No cumprimento dessa exigência, o planejamento curricular deve Infantil com as famílias pode ocorrer no período de adaptação e
assegurar condições para a organização do tempo cotidiano das acolhimento dos novatos. Isso se fará de modo mais produtivo se, nesse
instituições de Educação Infantil de modo a equilibrar continuidade e período, as professoras e professores derem oportunidade para os pais
inovação nas atividades, movimentação e concentração das crianças, falarem sobre seus filhos e as expectativas que têm em relação ao
momentos de segurança e momentos de desafio na participação das atendimento na Educação Infantil, enquanto eles informam e conversam
mesmas, e articular seus ritmos individuais, vivências pessoais e com os pais os objetivos propostos pelo Projeto Político-Pedagógico da
experiências coletivas com crianças e adultos. Também é preciso haver a instituição e os meios organizados para atingi-los.
estruturação de espaços que facilitem que as crianças interajam e

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Outros pontos fundamentais do trabalho com as famílias são Para tanto, a professora e o professor observam as ações infantis,
propiciados pela participação destas na gestão da proposta pedagógica e individuais e coletivas, acolhe suas perguntas e suas respostas, busca
pelo acompanhamento partilhado do desenvolvimento da criança. A compreender o significado de sua conduta.
participação dos pais junto com os professores e demais profissionais da As propostas curriculares da Educação Infantil devem garantir que as
educação nos conselhos escolares, no acompanhamento de projetos crianças tenham experiências variadas com as diversas linguagens,
didáticos e nas atividades promovidas pela instituição possibilita agregar reconhecendo que o mundo no qual estão inseridas, por força da própria
experiências e saberes e articular os dois contextos de desenvolvimento da cultura, é amplamente marcado por imagens, sons, falas e escritas. Nesse
criança. Nesse processo, os pais devem ser ouvidos tanto como usuários processo, é preciso valorizar o lúdico, as brincadeiras e as culturas infantis.
diretos do serviço prestado como também como mais uma voz das
crianças, em particular daquelas muito pequenas. As experiências promotoras de aprendizagem e consequente
desenvolvimento das crianças devem ser propiciadas em uma frequência
Preocupações dos professores sobre a forma como algumas crianças regular e serem, ao mesmo tempo, imprevistas, abertas a surpresas e a
parecem ser tratadas em casa – descuido, violência, discriminação, novas descobertas. Elas visam a criação e a comunicação por meio de
superproteção e outras – devem ser discutidas com a direção de cada diferentes formas de expressão, tais como imagens, canções e música,
instituição para que formas produtivas de esclarecimento e eventuais teatro, dança e movimento, assim como a língua escrita e falada, sem
encaminhamentos possam ser pensados. esquecer da língua de sinais, que pode ser aprendida por todas as crianças
e não apenas pelas crianças surdas.
A organização das experiências de aprendizagem na proposta É necessário considerar que as linguagens se inter-relacionam: por
curricular exemplo, nas brincadeiras cantadas a criança explora as possibilidades
Em função dos princípios apresentados, e na tarefa de garantir às expressivas de seus movimentos ao mesmo tempo em que brinca com as
crianças seu direito de viver a infância e se desenvolver, as experiências no palavras e imita certos personagens. Quando se volta para construir
espaço de Educação Infantil devem possibilitar o encontro pela criança de conhecimentos sobre diferentes aspectos do seu entorno, a criança elabora
explicações sobre o que ocorre à sua volta e consigo mesma enquanto suas capacidades linguísticas e cognitivas envolvidas na explicação,
desenvolvem formas de agir, sentir e pensar. argumentação e outras, ao mesmo tempo em que amplia seus
conhecimentos sobre o mundo e registra suas descobertas pelo desenho
O importante é apoiar as crianças, desde cedo e ao longo de todas as ou mesmo por formas bem iniciais de registro escrito. Por esse motivo, ao
suas experiências cotidianas na Educação Infantil no estabelecimento de planejar o trabalho, é importante não tomar as linguagens de modo isolado
uma relação positiva com a instituição educacional, no fortalecimento de ou disciplinar, mas sim contextualizadas, a serviço de significativas
sua autoestima, no interesse e curiosidade pelo conhecimento do mundo, aprendizagens.
na familiaridade com diferentes linguagens, na aceitação e acolhimento das
diferenças entre as pessoas. As crianças precisam brincar em pátios, quintais, praças, bosques,
jardins, praias, e viver experiências de semear, plantar e colher os frutos da
Na explicitação do ambiente de aprendizagem, é necessário pensar terra, permitindo a construção de uma relação de identidade, reverência e
“um currículo sustentado nas relações, nas interações e em práticas respeito para com a natureza. Elas necessitam também ter acesso a
educativas intencionalmente voltadas para as experiências concretas da espaços culturais diversificados: inserção em práticas culturais da
vida cotidiana, para a aprendizagem da cultura, pelo convívio no espaço da comunidade, participação em apresentações musicais, teatrais, fotográficas
vida coletiva e para a produção de narrativas, individuais e coletivas, e plásticas, visitas a bibliotecas, brinquedotecas, museus, monumentos,
através de diferentes linguagens” (MEC, 2009a). equipamentos públicos, parques, jardins.
A professora e o professor necessitam articular condições de É importante lembrar que dentre os bens culturais que crianças têm o
organização dos espaços, tempos, materiais e das interações nas direito a ter acesso está a linguagem verbal, que inclui a linguagem oral e a
atividades para que as crianças possam expressar sua imaginação nos escrita, instrumentos básicos de expressão de ideias, sentimentos e
gestos, no corpo, na oralidade e/ou na língua de sinais, no faz de conta, no imaginação. A aquisição da linguagem oral depende das possibilidades das
desenho e em suas primeiras tentativas de escrita. crianças observarem e participarem cotidianamente de situações
A criança deve ter possibilidade de fazer deslocamentos e movimentos comunicativas diversas onde podem comunicar-se, conversar, ouvir
amplos nos espaços internos e externos às salas de referência das turmas histórias, narrar, contar um fato, brincar com palavras, refletir e expressar
e à instituição, envolver-se em explorações e brincadeiras com objetos e seus próprios pontos de vista, diferenciar conceitos, ver interconexões e
materiais diversificados que contemplem as particularidades das diferentes descobrir novos caminhos de entender o mundo. É um processo que
idades, as condições específicas das crianças com deficiência, transtornos precisa ser planejado e continuamente trabalhado.
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e as Também a linguagem escrita é objeto de interesse pelas crianças.
diversidades sociais, culturais, étnico-raciais e linguísticas das crianças, Vivendo em um mundo onde a língua escrita está cada vez mais presente,
famílias e comunidade regional. as crianças começam a se interessar pela escrita muito antes que os
De modo a proporcionar às crianças diferentes experiências de professores a apresentem formalmente. Contudo, há que se apontar que
interações que lhes possibilitem construir saberes, fazer amigos, aprender a essa temática não está sendo muitas vezes adequadamente compreendida
cuidar de si e a conhecer suas próprias preferências e características, e trabalhada na Educação Infantil. O que se pode dizer é que o trabalho
deve-se possibilitar que elas participem de diversas formas de agrupamento com a língua escrita com crianças pequenas não pode decididamente ser
(grupos de mesma idade e grupos de diferentes idades), formados com uma prática mecânica desprovida de sentido e centrada na decodificação
base em critérios estritamente pedagógicos. do escrito. Sua apropriação pela criança se faz no reconhecimento,
As especificidades e os interesses singulares e coletivos dos bebês e compreensão e fruição da linguagem que se usa para escrever, mediada
das crianças das demais faixas etárias devem ser considerados no pela professora e pelo professor, fazendo-se presente em atividades
planejamento do currículo, vendo a criança em cada momento como uma prazerosas de contato com diferentes gêneros escritos, como a leitura
pessoa inteira na qual os aspectos motores, afetivos, cognitivos e diária de livros pelo professor, a possibilidade da criança desde cedo
linguísticos integram-se, embora em permanente mudança. Em relação a manusear livros e revistas e produzir narrativas e “textos”, mesmo sem
qualquer experiência de aprendizagem que seja trabalhada pelas crianças, saber ler e escrever.
devem ser abolidos os procedi mentos que não reconhecem a atividade Atividades que desenvolvam expressão motora e modos de perceber
criadora e o protagonismo da criança pequena, que promovam atividades seu próprio corpo, assim como as que lhe possibilitem construir, criar e
mecânicas e não significativas para as crianças. desenhar usando diferentes materiais e técnicas, ampliar a sensibilidade da
Cabe à professora e ao professor criar oportunidade para que a criança à música, à dança, à linguagem teatral, abrem ricas possibilidades
criança, no processo de elaborar sentidos pessoais, se aproprie de de vivências e desenvolvimento para as crianças.
elementos significativos de sua cultura não como verdades absolutas, mas Experiências que promovam o envolvimento da criança com o meio
como elaborações dinâmicas e provisórias. Trabalha-se com os saberes da ambiente e a conservação da natureza e a ajudem elaborar conhecimentos,
prática que as crianças vão construindo ao mesmo tempo em que se por exemplo, de plantas e animais, devem fazer parte do cotidiano da
garante a apropriação ou construção por elas de novos conhecimentos. unidade de Educação Infantil. Outras experiências podem priorizar, em

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contextos e situações significativos, a exploração e uso de conhecimentos a) planejar e efetivar o acolhimento das crianças e de suas famílias
matemáticos na apreciação das características básicas do conceito de quando do ingresso na instituição, considerando a necessária adaptação
número, medida e forma, assim como a habilidade de se orientar no tempo das crianças e seus responsáveis às práticas e relacionamentos que têm
e no espaço. lugar naquele espaço, e visar o conhecimento de cada criança e de sua
Ter oportunidade para manusear gravadores, projetores, computador família pela equipe da Instituição;
e outros recursos tecnológicos e midiáticos também compõe o quadro de b) priorizar a observação atenta das crianças e mediar as relações que
possibilidades abertas para o trabalho pedagógico na Educação Infantil. elas estabelecem entre si, entre elas e os adultos, entre elas e as situações
As experiências que permitam ações individuais e em um grupo, lidar e objetos, para orientar as mudanças de turmas pelas crianças e
com conflitos e entender direitos e obrigações, que desenvolvam a acompanhar seu processo de vivência e desenvolvimento no interior da
identidade pessoal, sentimento de autoestima, autonomia e confiança em instituição;
suas próprias habilidades, e um entendimento da importância de cuidar de c) planejar o trabalho pedagógico reunindo as equipes da creche e da
sua própria saúde e bem-estar, devem ocupar lugar no planejamento pré-escola, acompanhado de relatórios descritivos das turmas e das
curricular. crianças, suas vivências, conquistas e planos, de modo a dar continuidade
Na elaboração da proposta curricular, diferentes arranjos de atividades a seu processo de aprendizagem;
poderão ser feitos, de acordo com as características de cada instituição, a d) prever formas de articulação entre os docentes da Educação Infantil
orientação de sua proposta pedagógica, com atenção, evidentemente, às e do Ensino Fundamental (encontros, visitas, reuniões) e providenciar
características das crianças. instrumentos de registro – portfólios de turmas, relatórios de avaliação do
A organização curricular da Educação Infantil pode se estruturar em trabalho pedagógico, documentação da frequência e das realizações
eixos, centros, campos ou módulos de experiências que devem se articular alcançadas pelas crianças – que permitam aos docentes do Ensino
em torno dos princípios, condições e objetivos propostos nesta diretriz. Ela Fundamental conhecer os processos de aprendizagem vivenciados na
pode planejar a realização semanal, mensal e por períodos mais longos de Educação Infantil, em especial na pré-escola e as condições em que eles
atividades e projetos fugindo de rotinas mecânicas. se deram, independentemente dessa transição ser feita no interior de uma
mesma instituição ou entre instituições, para assegurar às crianças a
continuidade de seus processos peculiares de desenvolvimento e a
O processo de avaliação concretização de seu direito à educação.
As instituições de Educação Infantil, sob a ótica da garantia de II – VOTO DO RELATOR
direitos, são responsáveis por criar procedimentos para avaliação do Em vista do exposto, propõe-se a aprovação das Diretrizes
trabalho pedagógico e das conquistas das crianças. Curriculares Nacionais para a Educação Infantil na forma deste Parecer e
A avaliação é instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica na do Projeto de Resolução em anexo, do qual é parte integrante.
busca de melhores caminhos para orientar as aprendizagens das crianças. Brasília, (DF), 11 de novembro de 2009.
Ela deve incidir sobre todo o contexto de aprendizagem: as atividades
propostas e o modo como foram realizadas, as instruções e os apoios Conselheiro Raimundo Moacir Mendes Feitosa – Relator
oferecidos às crianças individualmente e ao coletivo de crianças, a forma III – DECISÃO DA CÂMARA
como o professor respondeu às manifestações e às interações das A Câmara de Educação Básica aprova por unanimidade o voto do
crianças, os agrupamentos que as crianças formaram, o material oferecido Relator. Sala das Sessões, em 11 de novembro de 2009.
e o espaço e o tempo garantidos para a realização das atividades. Espera-
se, a partir disso, que o professor possa pesquisar quais elementos estão Conselheiro Cesar Callegari – Presidente
contribuindo, ou dificultando, as possibilidades de expressão da criança, Conselheiro Mozart Neves Ramos – Vice-Presidente
sua aprendizagem e desenvolvimento, e então fortalecer, ou modificar, a
situação, de modo a efetivar o Projeto Político-Pedagógico de cada
PROJETO DE RESOLUÇÃO
instituição.
Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
A avaliação, conforme estabelecido na Lei nº 9.394/96, deve ter a
finalidade de acompanhar e repensar o trabalho realizado. Nunca é demais O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
enfatizar que não devem existir práticas inadequadas de verificação da de Educação, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º,
aprendizagem, tais como provinhas, nem mecanismos de retenção das § 1º, alínea “c” da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação
crianças na Educação Infantil. Todos os esforços da equipe devem dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, e tendo em vista o
convergir para a estruturação de condições que melhor contribuam para a Parecer CNE/CEB nº 20/2009, homologado por Despacho do Senhor
aprendizagem e o desenvolvimento da criança sem desligá-la de seus Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de, resolve:
grupos de amizade. Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares
A observação sistemática, crítica e criativa do comportamento de cada Nacionais para a Educação Infantil a serem observadas na organização de
criança, de grupos de crianças, das brincadeiras e interações entre as propostas pedagógicas na Educação Infantil.
crianças no cotidiano, e a utilização de múltiplos registros realizados por Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.), feita ao articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica
longo do período em diversificados momentos, são condições necessárias e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara
para compreender como a criança se apropria de modos de agir, sentir e de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as
pensar culturalmente constituídos. Conhecer as preferências das crianças, políticas públicas na área e a elaboração, planejamento, execução e
a forma delas participarem nas atividades, seus parceiros prediletos para a avaliação de propostas pedagógicas e curriculares.
realização de diferentes tipos de tarefas, suas narrativas, pode ajudar o Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto
professor a reorganizar as atividades de modo mais adequado ao alcance de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças
dos propósitos infantis e das aprendizagens coletivamente trabalhadas. com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
A documentação dessas observações e outros dados sobre a criança ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento
devem acompanhá-la ao longo de sua trajetória da Educação Infantil e ser integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.
entregue por ocasião de sua matrícula no Ensino Fundamental para Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão
garantir a continuidade dos processos educativos vividos pela criança. considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito
O acompanhamento da continuidade do processo de educação histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas
Na busca de garantir um olhar contínuo sobre os processos que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina,
vivenciados pela criança, devem ser criadas estratégias adequadas aos fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói
diferentes momentos de transição por elas vividos. As instituições de sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
Educação Infantil devem assim:

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Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é V -o reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades
oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como individuais e coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças
espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos de mesma idade e crianças de diferentes idades;
educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a VI -os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos
5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, espaços internos e externos às salas de referência das turmas e à
regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e instituição;
submetidos a controle social.
VII -a acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e
§ 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, instruções para as crianças com deficiência, transtornos globais de
gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que VIII -a apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais
completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros
matrícula. países da América;
§ 3º As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março IX -o reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das
devem ser matriculadas na Educação Infantil. crianças com as histórias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem
§ 4º A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a como o combate ao racismo e à discriminação;
matrícula no Ensino Fundamental.
§ 5º As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas X - a dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra
próximas às residências das crianças. qualquer forma de violência – física ou simbólica – e negligência no interior
§ 6º É considerada Educação Infantil em tempo parcial, a jornada de, da instituição ou praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos de
no mínimo, quatro horas diárias e, em tempo integral, a jornada com violações para instâncias competentes.
duração igual ou superior a sete horas diárias, compreendendo o tempo § 2º Garantida a autonomia dos povos indígenas na escolha dos
total que a criança permanece na instituição. modos de educação de suas crianças de 0 a 5 anos de idade, as propostas
Art. 6º As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem pedagógicas para os povos que optarem pela Educação Infantil devem:
respeitar os seguintes princípios: I - proporcionar uma relação viva com os conhecimentos, crenças,
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do valores, concepções de mundo e as memórias de seu povo;
respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, II -reafirmar a identidade étnica e a língua materna como elementos de
identidades e singularidades. constituição das crianças;
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do
III -dar continuidade à educação tradicional oferecida na família e
respeito à ordem democrática.
articular-se às práticas socioculturais de educação e cuidado coletivos da
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da
comunidade;
liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
IV -adequar calendário, agrupamentos etários e organização de
Art. 7º Na observância destas Diretrizes, a proposta pedagógica das
tempos, atividades e ambientes de modo a atender as demandas de cada
instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram
povo indígena.
plenamente sua função sociopolítica e pedagógica:
§ 3º -As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças
I -oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam
filhas de agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais,
seus direitos civis, humanos e sociais;
ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas,
II -assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a caiçaras, povos da floresta, devem:
educação e cuidado das crianças com as famílias;
I -reconhecer os modos próprios de vida no campo como
III -possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e fundamentais para a constituição da identidade das crianças moradoras em
crianças quanto a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes territórios rurais;
naturezas;
II -ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas
IV -promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as culturas, tradições e identidades, assim como a práticas ambientalmente
crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens sustentáveis;
culturais e às possibilidades de vivência da infância;
III -flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades
V -construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade respeitando as diferenças quanto à atividade econômica dessas
comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do populações;
planeta e com o rompimento de relações de dominação etária,
IV -valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na
socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
produção de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural;
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil
V -prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as
deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de
características ambientais e socioculturais da comunidade.
apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens
de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da
liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a
convivência e à interação com outras crianças. brincadeira, garantindo experiências que:
§ 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas pedagógicas das I -promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação
instituições de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem
coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos
assegurem: e desejos da criança;
I -a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo II -favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
indissociável ao processo educativo; progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão:
gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
II -a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva,
cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da criança; III -possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação
e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes
III -a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o
suportes e gêneros textuais orais e escritos;
respeito e a valorização de suas formas de organização;
IV -recriem, em contextos significativos para as crianças, relações
IV -o estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local
quantitativas, medidas, formas e orientações espaçotemporais;
e de mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração
dos saberes da comunidade; V -ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades
individuais e coletivas;

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VI -possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a de estabelecer de forma definitiva a educação institucional à criança de
elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto- zero a seis anos de idade.
organização, saúde e bem-estar;
A lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Ga-
VII -possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e rante a assistência gratuita à criança em creches (zero a três anos) e as
grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades pré-escolas que dão garantia a educação às crianças de quatro a seis anos
no diálogo e reconhecimento da diversidade; de idade. A educação infantil passa a ser reconhecida como a primeira
VIII -incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o etapa da educação básica da criança.
questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao
mundo físico e social, ao tempo e à natureza; Através das Leis de Diretrizes e Bases, o Ministério da Educação e do
Desporto, coloca à disposição o “Referencial Curricular Nacional para a
IX -promovam o relacionamento e a interação das crianças com Educação Infantil”.
diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema,
fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
X -promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento CARACTERÍSTICAS DO REFERENCIAL CURRICULAR
da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
desperdício dos recursos naturais;
O objetivo deste documento é colaborar com as políticas e formação
XI -propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das dos programas de educação infantil, dando o amparo ao trabalho educativo
manifestações e tradições culturais brasileiras; dos profissionais envolvidos na educação infantil.
XII -possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores,
Para a eficiência desta colaboração, respeitou-se o desenvolvimento
máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.
natural da criança, e as suas experiências vividas no dia a dia. Por isto o
Parágrafo único -As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta documento está embasado nos princípios: “o respeito à dignidade e aos
curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, direitos das crianças, consideradas nas sua diferenças individuais, sociais,
escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.; o direto das crianças a
integração dessas experiências. brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e
Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar comunicação infantil; o acesso das crianças aos bens socioculturais dispo-
procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para níveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expres-
avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, são, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estéti-
promoção ou classificação, garantindo: cas; a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção
I -a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie
interações das crianças no cotidiano; alguma; o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência
e ao desenvolvimento de sua identidade”.
II -utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças
(relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.); Já foram elaboradas muitas propostas curriculares para a fase da edu-
III -a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da cação infantil, em várias partes do pais, mas existe a necessidade de
criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição estabelecer Condição Institucional para a qualidade educacional deste
vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, trabalho. Mas, o Referencial foi elaborado com abertura, respeitando a
transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição diversidade da sociedade brasileira, portanto, os profissionais tem a liber-
pré-escola/Ensino Fundamental); dade de elaborar currículos de acordo com a realidade de sua comunidade.
IV -documentação específica que permita às famílias conhecer o O objetivo do Referencial é guiar para a qualidade da educação infantil.
trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento
e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE
V - a não retenção das crianças na Educação Infantil.
CRECHES E PRÉ-ESCOLAS
Art. 11. Na transição para o Ensino Fundamental a proposta
pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no processo O atendimento ás creches e pré-escolas públicas, sempre foi visto den-
de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as tro de uma visão de “educação assistêncialista”; quer dizer: compensar a
especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão carência, e faltas que a criança e a família apresenta. Modificar este concei-
trabalhados no Ensino Fundamental. to é difícil, porque envolve rever conceitos sobre a infância e assumir as
Art. 12. Cabe ao Ministério da Educação elaborar orientações para a especificidades da educação da criança de zero a seis anos de idade.
implementação dessas Diretrizes. Embora, todos reconheçam que a criança é um ser complexo e não in-
Art. 13. A presente Resolução entrará em vigor na data de sua divisível, que se deve trabalhar a integração entre os aspectos físicos,
publicação, revogando-se as disposições em contrário, especialmente a emocionais, cognitivos e sociais da criança, a dificuldade está no que se
Resolução CNE/CEB nº 1/99. deve trabalhar em cada um desses aspectos.
Essas discussões sobre cuidar e educar tem sido o contexto principal
para a elaboração das propostas em educação infantil.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÃO DE CRIANÇA,
A CRIANÇA
EDUCAR E CUIDAR, OBJETIVOS GERAIS DA EDU-
A criança brasileira, desde muito cedo, enfrentam precárias condições
CAÇÃO INFANTIL, INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO de vida, favorecendo o trabalho infantil e muitas vezes a exploração de
INFANTIL/PROJETO EDUCATIVO. adultos, enquanto a outra parcela de crianças são privilegiadas pela prote-
ção, garantindo assim o seu desenvolvimento. Essa realidade nos revela a
VOLUME 1: INTRODUÇÃO / MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E grande desigualdade social presente em nosso país.
DO DESPORTO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL BRA- Segundo os autores “A criança como todo ser humano, é um sujeito
SÍLIA: MEC/SEF, 1998. social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida
INTRODUÇÃO em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado
momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se
Da conscientização da sociedade sobre a importância das experiências desenvolve, mas também o marca”.
vividas pela criança desde os primeiros dias de vida, surgiu a necessidade

Fundamentos da Educação 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A criança interage com o mundo em que vive de uma forma muito es- INTERAÇÃO
pecial e através dessas interações constróem o seu conhecimento e esta
formação é feita não de cópias mas através de “Criação, significação e O professor deve propiciar um ambiente acolhedor onde a interação
resignação”. social se torne uma grande estratégia na qual a criança adquiri aprendiza-
gens. O educador deve organizar brincadeiras, discussões ou mesmo
O grande objetivo da educação infantil é “compreender, conhecer e re- aprendizagem orientadas, onde a criança tem a oportunidade de expor
conhecer” a criança e o seu mundo. seus pensamentos suas ideias e valores em um ambiente acolhedor,
levando-a a auto estima e confiança.
EDUCAR O que precisa estar claro é que o ambiente receptivo, não resolve con-
flitos da criança mas, proporciona elementos afetivos e de linguagem para a
A educação infantil deve ser recebida por todas as crianças que fre- busca de soluções mais eficientes em diferentes situações.
quentam a instituição, sem distinções, fazendo cumprir o seu papel de
socializador, levando a criança ao desenvolvimento da sua identidade, Quando a criança fica sozinha também pode se desenvolver a capaci-
através de aprendizagens que são feitas por meio de interações. dade de interação, isto quando elaboram as descobertas e sentimentos,
construindo um ambiente de propriedade para o pensamento e ações que
Portanto, educar para os autores, significa: “propiciar situações de cui- já foram vividos com outros, proporcionando novas interações.
dados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que
possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de A interação tem a capacidade de criar situações de ajuda e com isso
relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica levar a criança ao progresso no processo de aprendizagem.
de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhe-
cimentos mais amplos da realidade social e cultural’. DIVERSIDADE E INDIVIDUALIDADE
O professor deve oferecer uma diversidade de experiências que aten-
CUIDAR dam juntamente às necessidades do grupo e às individualidades de cada
aluno. Considerar individualidade significa respeitar e valorizar como enri-
Dentro da instituição educacional, cuidar de uma criança requer a inte- quecimento pessoal e cultural.
gração de muitos conhecimentos e da ajuda de outros profissionais.
O cuidar, é valorizar e colaborar para o desenvolvimento das capacida- APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E
des, só que esta percepção de cuidados estão ligadas as influências de CONHECIMENTOS PRÉVIOS
crenças, valores de saúde e do desenvolvimento infantil.
O processo educativo, deve sempre considerar os conhecimentos pré-
O professor precisa ser solidário com as necessidades do aluno e con- vios dos alunos, para que tenham a possibilidade de modificá-los, ampliá-
fiar em suas capacidades, criando um vínculo entre eles. É preciso que o los ou diferenciá-los, mediante novas informações, levando-os a realização
educador identifique as necessidade e saiba priorizá-las, atendendo-as de novas aprendizagem significativas.
adequadamente.
O professor deve estabelecer estratégias para conhecer as experiên-
cias já trazidas pelos alunos. Com as crianças menores a melhor estratégia
BRINCAR é a observação; com as maiores é criar situações para que através das
diversas linguagens adquiridas, expressam os seus conhecimentos.
A brincadeira é uma forma da criança imitar a realidade, transforman-
do-a, por isso ao brincar ela recria, repensa os fatos, apresentando assim, a RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
linguagem simbólica, que quer dizer que a criança tem consciência da
diferença entre a brincadeira e a realidade. Durante o processo de aprendizagem, o “problema” tem um sentido
importante quando se busca as soluções e estas são discutidas pelos
Pelo ato de brincar, abre-se espaço para a criança experimentar o
educandos. O importante é provocar situações que irão levar a novos
mundo e ter a compreensão das pessoas, de conhecimentos e sentimentos
conhecimentos, levando-se em conta os que já possuem interagindo com
diversos.
novos desafios.
O adulto é que organiza a base estrutural das brincadeiras infantis, ofe-
recendo objetos, fogos, fantasias, espaço e até o tempo para brincar, PROXIMIDADE COM AS PRÁTICAS SOCIAIS REAIS
permitindo assim o enriquecimento das competência, imaginativas e orga-
nizacionais. Todo processo educativo deve partir de situações que se apresentam
no contexto do dia-a-dia do aluno. Ex: “escreve-se para enviar uma mensa-
gem”.
APRENDER EM SITUAÇÕES ORIENTADAS
Para que o professor possa interferir em situações de interação social EDUCAR CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
ou mesmo sozinhas das crianças, ele deve conhecer as diversidades em
diferentes idades; deve conhecer os diferentes hábitos; valores, etc... da Quando a proposta de uma ação educativa, visa a cidadania e a for-
criança. mação de uma sociedade não excludente mas sim democrática, deve-se
valorizar e promover o convívio com as diferenças. Essas diversidades não
Na instituição de educação infantil o educador deve oferecer um ambi- são apenas culturais, sociais ou econômicas, mas também as diferenças de
ente enriquecedor, saudável e não discriminatório. competência e a individualidade de cada um.
Para se ter sucesso nos propósitos da educação infantil é preciso: “a As crianças que convivem com a particularidades nas instituições edu-
interação com crianças da mesma idade e de idades diferentes em situa- cativas, desenvolvem valores éticos, como a dignidade, o respeito ao outro,
ções diversas como fator de promoção da aprendizagem e do desenvolvi- a solidariedade, etc...
mento e da capacidade de relacionar-se; os conhecimentos prévios de
qualquer natureza, que as crianças já possuem sobre o assunto, já que elas A lei de Diretrizes e Bases, no capítulo V da Educação Especial, §3o.
prendem por meio de uma construção interna ao relacionar suas ideias com determina: “A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado,
as novas informações de que dispõem e com as interações que estabelece; tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil”.
a individualidade e a diversidade; o grau de desafio que as atividades A tendência mundial é a Escola Inclusiva que significa a abertura de
apresentam e o fato de que devam ser significativas e apresentadas de espaço para todas as crianças, inclusive aquelas que tem necessidades
maneira integrada para as crianças e o mais próximas possíveis das práti- especiais. A Escola Inclusiva está centrada na criança, respeitando as
cas sociais reais; a resolução de problemas como forma de aprendizagem”. diferenças e particularidades.

Fundamentos da Educação 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O processo de integração, depende da estrutura organizacional da ins- Para que os objetivos sejam atendidos se faz necessário que os conte-
tituição, considerando:” grau de deficiência e as potencialidades de cada údos auxiliem o desenvolvimento das capacidades propostas, que são de
criança; idade cronológica; disponibilidade de recursos humanos e materi- “ordem físicas afetivas, cognitivas, ética, estética, de relação interpessoal e
ais existentes na comunidade; condições socioeconômicas e culturais da inserção social”.
região; estágio de desenvolvimento dos serviços de educação especial já
implantado nas unidades federadas”. CONTEÚDOS

O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL Os conteúdos portanto, são necessários para se chegar a aprendiza-
gem.
Segundo os autores deste Referencial, os profissionais que atuam nas
creches e pré-escolas, muito deles, não tem formação apropriada para Algumas aprendizagem já aconteceram no contexto social em que vive
atuarem com crianças de zero a seis anos de idade. Por isso as funções a criança, outros precisam serem criadas em situações educativas exigindo
desses profissionais vem sendo reformuladas, surgindo a necessidade de a seleção de conteúdos específicos.
formação mais completa e unificada, mas sem desconsiderar os conheci- Este Referencial dá um Tratamento diferenciado e apropriado a cada
mentos já somados no exercício profissional. conteúdo estabelecido.
Segundo a LDB no título IX, art. 87 § 4o. “até o fim da década na Edu- 1- “Os conteúdos conceituais”: tem como objetivo a construção da ca-
cação somente serão admitidos profissionais habilitados em nível superior pacidade para a criança lidar com símbolos, ideias e representações, que
ou formados por treinamento em serviço”. darão sentido a sua realidade. Claro que alguns conceitos não serão possí-
veis por não serem apropriados a idade da criança, mas se estabelece uma
PERFIL PROFISSIONAL aproximação a uma determinada aprendizagem que demorará mais tempo
para ser adquirida.
Uma proposta curricular de qualidade depende dos profissionais que
exercem as suas funções. O profissional que trabalha direto com as crian- 2- “Os conteúdos procedimentais”: leva a criança a saber fazer, não de
ças precisam que tenham uma competência polivalente, que quer dizer, uma forma mecânica, mas de tomadas de decisões no percurso do fazer,
trabalhar com os cuidados básicos até aos conhecimentos específicos. que são tão necessárias para o ser humano viver.
O professor dessa área precisa estar comprometido com um projeto 3- “Os conteúdos atitudinais”: leva a criança a socialização, gerando
educacional de qualidade, e tendo como parceiros os familiares e as crian- atitudes; a conceber valores e normas.
ças. E necessário também que o professor encare o projeto educativo
Os professores precisam saber quais os valores que desejam transmitir
sempre inacabado, sempre sujeito a debate e reflexões, gerando mudanças
e refletir sobre aquele que no dia-a-dia são transmitidos às crianças.
sempre que necessárias.
É necessário saber que, apesar dos esforços da instituição escolar, ela
ORGANIZAÇÃO DO REFERENCIAL não dará conta de todos os valores e normas a ensinar e que dependerá
CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL muito da responsabilidade de todos com as suas atitudes e valores que
apresentam.
Através de um estudo feito em 1996 pela COEDI/DPE/SEF/MEC, no-
tou-se um desencontro entre fundamentos teóricos apresentados e as ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS POR BLOCOS
práticas pedagógicas, por isso a estrutura do “Referencial Curricular Nacio-
nal para a Educação Infantil” faz uma relação dos objetivos gerais traçados Os conteúdos são organizados por blocos através dos diferentes eixos
com os específicos, conteúdos e atitudes didáticas, numa tentativa de de trabalho, mas muito dos conteúdos encontram-se em mais de um eixo,
“operacionalização do processo educativo”. isto visa o tratamento de integração que se deve dar aos conteúdos.
A estrutura apresentada se baseia pela idade (zero a seis anos) e se
realiza pela Formação Pessoal e Social e pelo Conhecimento de Mundo. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS
Os conteúdos apresentados neste trabalho são muitos, cabe ao pro-
ORGANIZAÇÃO POR IDADE fessor selecioná-los de acordo com as características e necessidades de
cada grupo, de maneira que se tornem significativo para os educandos.
A LDB de 1996, diz no art.30, cap.II, seção II: “A educação infantil será
oferecida em: I- creches ou entidades equivalentes para crianças de até
três anos de idade; II- pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos”. INTEGRAÇÃO DOS CONTEÚDOS

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, também di- Os conteúdos precisam ser trabalhados de forma integrada, possibili-
reciona os objetivos, conteúdos e práticas pedagógicas por faixas etárias. tando o estudo da realidade em diferentes aspectos, mas sem fragmentá-la.

ORGANIZAÇÃO EM ÂMBITOS E EIXOS ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Ficou estabelecido pelo Referencial Curricular Nacional para a Educa- As orientações didáticas neste Referencial, situam-se no espaço entre
ção Infantil, dois âmbitos de experiências: as intenções e a práticas educativas. Cada eixo de trabalho apresenta
orientações didáticas específicas e gerais de acordo com diferentes blocos
- Formação Pessoal e Social: que prioriza a formação do educando, de conteúdo. As orientações se norteiam em:
abrangendo o eixo de trabalho da identidade e autonomia.
- Conhecimentos de Mundo: este âmbito tem como objetivo a constru- ORGANIZAÇÃO DO TEMPO:
ção de várias linguagens pelas crianças e da interação que cria com os Toda atividade pedagógica está estruturada dentro de um tempo didá-
objetos de conhecimento. Os eixos de trabalho são: “movimento, artes tico. As estruturas didáticas são agrupadas em modalidades de organiza-
visuais, música, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, matemáti- ção do tempo, são elas:
ca”.
Atividades permanentes: são aquelas cujos conteúdos precisam de
COMPONENTES CURRICULARES uma constância, as atividades são relacionadas com a aprendizagem,
OBJETIVOS prazer e necessidades básicas de cuidado para com a criança.
Sequência de atividades: Propiciam um conhecimento específico, são
Os objetivos tem a função de demonstrar a interação do projeto educa-
sequenciadas com diferentes graus de dificuldades.
tivo e estabelecer quais as capacidades que o educando pode desenvolver
como resultado do trabalho institucional do professor.

Fundamentos da Educação 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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PROJETOS DE TRABALHO Esses fatores influenciam a escolha dos currículos, garantindo uma diversi-
dade de experiências que serão apresentadas as crianças. Todo o proces-
Corresponde a um conjunto de atividades, visando um conhecimento so educativo deve ser trabalhado em conjunto: professores, outros profissi-
específico, que são construídos a partir de um eixo de trabalho que tem onais e técnicos.
como objetivo resolver um problema ou obter um resultado final. (Ex. a
formação de um horta)
AMBIENTE INSTITUCIONAL
A grande vantagem de um projeto, é poder dizer que o educando real-
mente aprendeu, porque participou de toda a sua elaboração desde dos A criança pequena só se desenvolverá bem se entender o ambiente
objetivos até a resolução do problema. como seguro, tranquilo e alegre, para isso o professor precisa conhecer as
necessidades dos aluno, precisa respeitar as suas particularidades e auxili-
adas em seus conflitos.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E SELEÇÃO DOS MATERIAIS
É importante a organização do espaço, desde a área interna ate a área FORMAÇÃO DO COLETIVO INSTITUCIONAL
externa da escola, onde se desenvolverá as atividades propostas.
A direção de uma escola deve auxiliar e propiciar um clima democrático
e pluralista, quando se inicia a implantação de um projeto educativo. Todos
OBSERVAÇÃO, REGISTRO E AVALIAÇÃO FORMATIVA devem participar tornando o processo dinâmico, constituindo assim um
O registro e a observação são importantes porque constituem instru- clima institucional.
mentos que o professor tem para apoiar a sua atuação. Este registro pode
ser feito através da escrita, gravação áudio e vídeo, fotografias, registro de ESPAÇO PARA FORMAÇÃO CONTINUADA
alunos, etc...
As instituições devem abrir espaços para que os profissionais partici-
A avaliação neste Referencial é compreendida, como uma função para pem de momentos de formação, tais como: atualizações por meio de filmes,
auxiliar o professor a refletir suas condições de trabalho, passando a avali- vídeos, palestras, etc..
ação a ter objetivos de “acompanhar, orientar, regular e redirecionar esse
processo como um todo”. O processo avaliativo deve estar voltado para ESPAÇO FÍSICO E RECURSOS MATERIAIS
reorientar a prática da educação, portanto ela deve ser contínua e sistemá-
tica e com objetivo de melhorar a ação educacional. Para a eficiência de um projeto educativo é necessário a estruturação
do espaço e a quantidade e qualidade do material didático oferecido. É bom
OBJETIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL lembrar que é necessário o professor saber fazer uso do espaço e do
material oferecido pela escola.
“- desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez
mais independente, confiança em suas capacidades e percepção de sua VERSATILIDADE DO ESPAÇO
limitações;
- descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, su- O espaço oferecido pela instituição deve proporcionar benefícios para o
as potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizan- desenvolvimento da aprendizagem do aluno, deve se adaptar as necessi-
do hábitos de cuidado com a própria saúde e bem estar; dades do aluno e as exigências do conteúdo trabalhado.
- estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crian-
OS RECURSOS MATERIAIS
ças, fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente
suas possibilidades de comunicação e interação social; São necessários na educação infantil, eles oferecem instrumentos para
- estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, o desenvolvimento da ação educativa, e devem ser selecionados de acordo
aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos com a idade e interesse do educando.
de vista com os demais, respeitando a diversidade e desen-
volvendo atitudes de ajuda e colaboração; ACESSIBILIDADE DOS MATERIAIS
- observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, O material didático deve estar disponível ao aluno e de fácil acesso.
percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e Toda a mobília da sala de aula deve estar adequada ao tamanho dos
agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes alunos.
que contribuam para sua conservação;
- brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, SEGURANÇA DO ESPAÇO E DOS MATERIAIS
desejos e necessidades;
- utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, Os materiais usados devem ser seguros e de boas condições, e o es-
oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de paço físico deve ser bem planejado para garantir a segurança necessária à
comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, criança.
expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e
avançar no seu processo de construção de significados, enri- CRITÉRIOS PARA A FORMAÇÃO DE GRUPOS DE CRIANÇAS
quecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
Quando se considera a interação como um elemento importante para o
- conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando ati- desenvolvimento da criança, deve-se prever momentos que integrem
tudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valo- diferentes agrupamentos. Ex. crianças muitos pequenas com crianças
rizando a diversidade.” maiores. Outro fator importante é adequar o número de crianças de um
grupo ao número de adultos por criança.
A INSTITUIÇÃO E O PROJETO EDUCATIVO CONDIÇÕES EXTERNAS
A proposta curricular, deve estar vinculada com a realidade da comuni- ORGANIZAÇÃO DO TEMPO
dade local, deve se considerar a problemática social que interfere princi- A organização do tempo envolve vários fatores, como: quanto tempo a
palmente na criança pequena. criança permanece na escola, isto para poder prever o momento de mais
ou menos movimentos, de maior ou menor reflexão, etc...
CONDIÇÕES INTERNAS
Quando uma instituição estabelece uma proposta curricular, deve se AMBIENTE DE CUIDADOS
levar em conta as horas quer a criança permanece na instituição, a idade O ambiente de cuidados deve-se respeitar as necessidades diversas
que iniciou e quantos anos ainda terá pela frente para frequentar a escola. das faixas etárias, a instituição precisa conhecer as peculiaridades da

Fundamentos da Educação 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
criança através de um levantamento com a família e com o tempo da inte- VOLUME 2 - FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL
ração entre professor e aluno. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, SECRETÁRIA
DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL, BRASÍLIA: MEC/SEF, 1998.
PARCERIA COM AS FAMÍLIAS
Este Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil refere-se
Deve existir uma preocupação para que haja uma relação efetiva entre às creches, entidades equivalentes e pré-escolas, que integra a série de
a instituição e a família, por isso a escola deve considerar a “família como documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo Minis-
uma criação humana mutável”. tério da Educação e do Desporto.
INTRODUÇÃO
RESPEITO AOS VÁRIOS TIPOS DE ESTRUTURAS FAMILIARES
Os seres humanos necessitam conhecer seus limites, suas potenciali-
Hoje existem vários tipos de família, como a: nuclear, monoparentais,
dades e características particulares.
etc... todas devem ser respeitadas e preservado o direito da criança de ser
educada no âmbito familiar. Cabe as instituições manterem o diálogo aberto A capacidade das crianças de terem confiança em si próprias e o fato
entre as famílias, considerando-as importantes no processo educativo. de sentirem-se aceitas, ouvidas, cuidadas e amadas oferecem segurança
para a formação pessoal e social.
ACOLHIMENTO DAS DIFERENTES CULTURAS, VALORES E Está comprovado que a possibilidade de desde muito cedo efetuarem
CRENÇAS SOBRE EDUCAÇÃO DE CRIANÇA escolhas e assumirem pequenas responsabilidades favorece o desenvolvi-
A instituição deve considerar estas diferenças como um material rico mento da auto- estima, essencial para que as crianças se sintam confiantes
para o exercício do diálogo, aprendendo com as diferenças e dizer não as e felizes.
discriminações e preconceitos. Os processos de socialização se relacionam diretamente com o desen-
volvimento da identidade e da autonomia.
ESTABELECIMENTO DE CANAIS DE COMUNICAÇÃO
Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as cri-
O entendimento com os pais é necessário para o beneficiamento da anças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contri-
aprendizagem, deve-se abrir espaço para que os pais participem ativamen- buindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças
te das atividades das instituições. As escolas precisam repensar uma forma entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento
mais participativa da comunidade para atender diretamente as suas neces- de si próprias.
sidades.
Instituições de educação infantil se constituem em espaços de sociali-
zação, pois propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de
ACOLHIMENTO DAS FAMÍLIAS E várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes,
DAS CRIANÇAS NAS INSTITUIÇÕES hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da
A ENTRADA NA INSTITUIÇÃO: São variados os comportamentos das experiência educativa.
crianças e famílias na entrada da criança na escola. As instituições devem Desta forma, o trabalho-educativo pode criar condições para as crian-
ter flexibilidade diante dos problemas apresentados, estabelecendo uma ças conhecerem, descobrirem e ressignificarem novos sentimentos, valo-
relação de confiança, colocando claramente que ela precisa da parceria de res, ideias, costumes e papéis sociais.
cuidados e educação sempre visando o bem estar da criança.
A identidade, continua o texto, é um conceito do qual faz parte a ideia
OS PRIMEIROS DIAS: É necessário um bom planejamento para rece- de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo
ber os alunos pela primeira vez, deve-se manter o contato direto com a nome, seguido de todas as características físicas, de modos de agir e de
família e se necessário a presença da mãe nos primeiros dias de aula, para pensar e da história pessoal. Sua construção é gradativa e se dá por meio
a melhor adaptação da criança, até que ela adquira confiança e estima pelo de interações sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternada-
professor. Toda a atenção da escola deve estar centrada na criança até a mente, imita e se funde com o outro para diferenciar-se dele em seguida,
sua adaptação. muitas vezes utilizando-se da oposição.
É preciso ressaltar que a fonte original da identidade está naquele cír-
REMANEJAMENTO ENTRE OS GRUPOS DE CRIANÇAS culo de pessoas com quem a criança interage no início da vida. Na maioria
das vezes, a família é a primeira matriz de socialização.
Só deve ser feito quando inevitável, mas é necessário muito cuidado e
que seja gradativa e deve envolver um adulto a qual a criança está habitua- A criança também participa de outros universos sociais, como festas
da. populares de sua cidade ou bairro, igreja, feira ou clube. Devido a isso,
pode ter as mais diversas vivências, das quais resultam um repertório de
valores, crenças e conhecimentos.
SUBSTITUIÇÃO DE PROFESSORES
Uma das particularidades da sociedade brasileira é a diversidade étnica
Deve ser feita de modo planejado, preparando a criança para essa si- e cultural.
tuação.
O ingresso na instituição de educação infantil pode alargar o universo
inicial das crianças. Dependendo da maneira como é tratada a questão da
PASSAGEM PELA ESCOLA diversidade, a instituição pode auxiliar as crianças a valorizarem suas
características étnicas e culturais, ou pelo contrário, favorecer a discrimina-
É importante o professor ficar atento às mudanças que podem aconte- ção quando é conivente com preconceitos. A maneira como cada um vê a
cer com alguns alunos na passagem da instituição infantil para o ensino si próprio depende também do modo como é visto pelos outros.
fundamental. É preciso preparar o alunos para as mudanças.
As crianças, de forma gradual, vão se percebendo e percebendo aos
outros.
ACOLHIMENTO DE FAMÍLIAS COM
Inicialmente a criança passa por uma fase denominada de heterono-
NECESSIDADES ESPECIAIS mia, em que dá legitimidade a regras e valores porque provêm de fora, em
Crianças vindas de famílias problemáticas devem ter toda a atenção, e geral de um adulto a quem ela atribui força e prestígio.
ajuda-lás para minimizar os problemas. Apenas quando a integridade física Na fase da autonomia, passam a compreender que as regras são pas-
e mental da criança está comprometida, é que se deve encaminhá-la para síveis de discussão e reformulação, desde que haja acordo entre os ele-
instituições especializadas. mentos do grupo.

Fundamentos da Educação 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A passagem da heteronomia para a autonomia supõe recursos internos trar em determinadas partes do corpo mais do que em outras. A boca é
(afetivos e cognitivos) e externos (sociais e culturais). uma das regiões pela qual as crianças vivenciam de modo privilegiado
sensações de prazer, ao mesmo tempo em que se constitui em recurso de
É preciso planejar oportunidades em que as crianças dirijam suas pró- ação sobre o mundo exterior.
prias ações, tendo em vista seus recursos individuais e os limites inerentes
ao ambiente. O bebê suga tanto nos momentos em que mama ou é alimentado, co-
mo quando leva à boca objetos que estão ao seu alcance ou partes de seu
O complexo processo de construção da identidade e da autonomia de- corpo.
pende tanto das interações socioculturais como da vivência de algumas
experiências consideradas essenciais associadas à fusão e diferenciação, A mordida pode ser entendida, também, como uma ação sobre o meio.
construção de vínculos e expressão da sexualidade. Também nessa fase, as crianças descobrem o poder que têm por meio de
suas reações de recusa ou aceitação do alimento que lhe oferecem.
Quando a criança ainda é um bebê, ela vive em um estado que pode
ser denominado como de fusão com a mãe, não diferenciando o seu pró- Segundo o texto, “na fase do controle esfincteriano, tudo o que diz res-
prio corpo e os limites de seus desejos. Pode ficar frustrado e raivoso peito às eliminações ganha uma importância enorme para as crianças e
quando a mãe, ou o adulto que dele cuida, não age conforme seus desejos. para os adultos com quem convivem. Logo elas percebem o efeito que suas
eliminações provocam nos adultos, os quais tendem a reagir conforme
Essas experiências de frustração, quando inseridas num clima de afeto hábitos e concepções muito arraigados acerca do que é limpo, sujo, “feio”
e atenção, podem constituir-se em fatores importantes de desenvolvimento ou “bonito”, podendo usá-las como recurso para manipular o adulto, contra-
pessoal, já que explicitam divergências e desencontros, momentos favorá- pondo o seu próprio desejo às expectativas dele. “
veis à diferenciação entre eu e o outro.
A partir daí inicia-se a exploração dos órgãos genitais, antes escondi-
Posteriormente, o bebê vai adquirindo consciência dos limites de seu dos pelas fraldas. Aumenta a curiosidade por seus próprios órgãos, poden-
próprio corpo, bem como das consequências de seus movimentos. do entregar-se a manipulações por meio das quais pesquisam as sensa-
Passa a ficar encantado quando descobre que pode comandar os mo- ções e o prazer que produzem. Cresce o interesse pelos órgãos das outras
vimentos de sua mão, ou pela surpresa com que reage quando morde o crianças que também podem se tornar objeto de manipulação e de explora-
próprio braço e sente dor. A exploração de seu corpo e movimentos, assim ção, em interações sociais dos mais diversos tipos: na hora do banho, em
como o contato com o corpo do outro, são fundamentais para um primeiro brincadeiras de médico etc.
nível de diferenciação do eu. É importante destacar que a reação dos adultos às explorações da cri-
A partir daí começa a perceber que o seu corpo é separado do corpo ança de seu próprio corpo e aos jogos sexuais com outras crianças lhe
da mãe. fornecem parâmetros sobre o modo como é vista a sua busca de prazer,
influenciando sua vida psíquica posterior.
Dentre as experiências fundamentais para o ser humano podemos citar
o fato de ser carregado no colo e ter o seio ou a mamadeira para se alimen- Tanto nas famílias como na instituição, as explorações sexuais das cri-
tar. anças mobilizam valores, crenças e conteúdos dos adultos, num processo
que nem sempre é fácil de ser vívido. No cotidiano, as crianças recebem,
Novas referências vão surgindo com a troca de fraldas, contato com a com frequência, mensagens contraditórias, pois vêem o sexo ser alardeado
água do banho, toques e massagens, etc. nas propagandas, ou abertamente representado nas novelas, mas não é
Desde o nascimento, as crianças se orientam prioritariamente para o isto o que acontece quando envolve a sua própria sexualidade.
outro, inicialmente para os adultos próximos, que lhes garantem a sobrevi- O texto ressalta que do ponto de vista da criança, porém, não é neces-
vência, propiciando sua alimentação, higiene, descanso etc. sário que ela tenha presenciado a cenas ou a representação de cenas de
O bebê nasce e cresce, pois, em íntimo contato com o outro, o que lhe sexo nos meios de comunicação para que se envolvam em explorações ou
possibilita o acesso ao mundo. jogos sexuais. A motivação para essas brincadeiras pode vir exclusivamen-
te de curiosidades e desejos, integrantes de um processo normal de desen-
Inúmeros sentimentos são envolvidos na relação entre o bebê e as volvimento. Antes mesmo de nascer os familiares já tem curiosidade para
pessoas que cuidam, interagem e brincam com ele. Nessa forte relação saber se a criança é do sexo masculino ou feminino.
afetiva aparecem sentimentos complexos e contraditórios como amor,
carinho, encantamento, frustração, raiva, culpa etc. A estrutura familiar na qual se insere a criança oferece importantes re-
ferências para a sua representação quanto aos papéis de homem e mulher.
Essas pessoas não apenas cuidam da criança, mas também medeiam
seus contatos com o mundo, atuando com ela, organizando e interpretando A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emoci-
para ela esse mundo. onais e cognitivas, e por isso tem muito desejo de estar próxima às pesso-
as, sendo capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa
As pessoas com quem construíram vínculos afetivos estáveis são seus compreender e influenciar seu ambiente.
mediadores principais, sinalizando e criando condições para que as crian-
ças adotem condutas, valores, atitudes e hábitos necessários à inserção As crianças, para se desenvolverem, precisam aprender com os outros,
naquele grupo ou cultura específica. por meio dos vínculos que estabelece.

A medida que as crianças expandem seus campos de ação orientam- Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras pessoas,
se para outras pessoas. sejam elas adultos ou crianças, elas também dependem dos recursos de
cada criança, como a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a
A orientação para o outro, além de lhes garantir acesso a um grande apropriação da imagem corporal.
conjunto de informações que este outro lhes proporciona, evidencia uma
característica básica do ser humano que é a capacidade de estabelecer As crianças, desde muito pequenas, gostam de reproduzir gestos, ex-
vínculos. pressões faciais e sons produzidos pelas pessoas com as quais convivem,
além de imitarem animais domésticos, objetos em movimento etc.
A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida
psíquica das pessoas, pois independentemente da potencialidade reprodu- Na fase dos dois aos três anos a imitação entre crianças pode ser uma
tiva, relaciona-se com o prazer, necessidade fundamental dos seres huma- forma privilegiada de comunicação e para brincar com outras crianças. A
nos. imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender com
os outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e de dife-
Está presente desde o momento do nascimento, manifestando-se de renciar-se.
formas distintas segundo as fases da vida.
Uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identida-
A relação das crianças com o prazer se manifesta de forma diferente de da criança é o brincar.
da do adulto. Em momentos diferentes de sua vida, elas podem se concen-

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Quando elas brincam de pai, mãe, filho, médico ou paciente, heróis, es- A organização do espaço é um procedimento recomendado para que
tão fazendo a diferenciação de papéis. as crianças disponham de várias alternativas de ação e de parceiros. Cabe
ao professor organizar situações de interação em que panos, fraldas ou
Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação anteparos como caixas e biombos possam ser utilizados para esconder o
das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados rosto ou o corpo todo da criança e do parceiro, num jogo de esconder e
sugerem ou provocam no momento presente. aparecer.
Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da me- O desenvolvimento da capacidade de se relacionar depende, entre ou-
mória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transforman- tras coisas, de oportunidades de interação com crianças da mesma idade
do-os por meio da criação de uma situação imaginária nova. ou de idades diferentes em situações diversas. Cabe ao professor promo-
Trata-se, portanto, de uma atividade interna das crianças, baseada no ver atividades individuais ou em grupo, respeitando as diferenças e estimu-
desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser lando a troca entre as crianças.
ilusão ou mentira. Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crian- Com relação as crianças que ainda não andam sozinhas, é fundamen-
ças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas tal que se pense no local onde serão acomodadas.
de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao
desempenhar vários papéis sociais ou personagens. Se forem mantidas em berços, por exemplo, terão mais dificuldade pa-
ra comunicar-se do que se forem acomodadas em colchões ou almofadas
O texto destaca que além da imitação e do faz-de-conta, a oposição é espalhadas pelo chão de onde possam se enxergar mais facilmente, arras-
outro recurso fundamental no processo de construção do sujeito. Opor-se, tar-se em direção ao parceiro, emitir balbucios ou sorrisos.
significa, em certo sentido, diferenciar-se do outro, afirmar o seu ponto de
vista, os seus desejos. Os objetos devem estar ao alcance das crianças o que auxilia o esta-
belecimento de interações, uma vez que servem como suporte e estímulo
Com relação ao uso que a criança faz da linguagem podemos ter vá- para o encadeamento das ações.
rios indícios quanto ao processo de diferenciação entre o eu e o outro.
Com relação a quantidade de exemplares de brinquedos ou objetos
A estabilização no uso do pronome “eu” em substituição à forma usada significativos colocados à disposição é importante salientar que a oferta de
pelos menores que costumam referir-se a si mesmos pelo próprio nome, múltiplos exemplares pode facilitar a comunicação, na medida em que
conjugando o verbo na terceira pessoa - “fulano quer isso ou aquilo” - propicia ações paralelas, de imitação, bem como ações encadeadas de faz-
sugere a identificação da sua pessoa como uma perspectiva particular e de-conta.
única.
Tal procedimento tem chances de reduzir a incidência de conflitos em
A própria linguagem favorece o processo de diferenciação, ao possibili- torno da posse de objetos.
tar formas mais objetivas e diversas de compreender o real, bem como
enriquece as possibilidades de comunicação e expressão. O texto ressalta que “o estabelecimento de condições adequadas para
as interações está pautado tanto nas questões emocionais e afetivas quan-
Através da interação social as crianças são inseridas na linguagem, to nas cognitivas. As interações de diferentes crianças, incluindo aquelas
partilhando significados e sendo significadas pelo outro. Por meio da lin- com necessidades especiais, assim como com conhecimentos específicos
guagem, o ser humano pode ter acesso a outras realidades sem passar, diferenciados, são fatores de desenvolvimento e aprendizagem quando se
necessariamente, pela experiência concreta. criam situações de ajuda mútua e cooperação. As características de cada
O referencial ressalta que “a auto-estima que a criança aos poucos de- criança, seja no âmbito afetivo, seja no emocional, social ou cognitivo,
senvolve é, em grande parte, interiorização da estima que se tem por ela e devem ser levadas em conta quando se organizam situações de trabalho
da confiança da qual é alvo. Disso resulta a necessidade de o adulto confiar ou jogo em grupo ou em momentos de brincadeira que ocorrem livremente.”
e acreditar na capacidade de todas as crianças com as quais trabalha. A O referencial ressalta a importância do espelho na construção da iden-
postura corporal, somada à linguagem gestual, verbal etc., do adulto trans- tidade. Por meio das brincadeiras que faz em frente a ele, a criança começa
mite informações às crianças, possibilitando formas particulares e significa- a reconhecer sua imagem e as características físicas que integram a sua
tivas de estabelecer vínculos com elas.” pessoa. É aconselhável que se coloque na sala, um espelho grande o
É importante, continua o texto, criar situações educativas para que, suficiente para que várias crianças possam se ver de corpo inteiro e brincar
dentro dos limites impostos pela vivência em coletividade, cada criança em frente a ele.
possa ter respeitados os seus hábitos, ritmos e preferências individuais. Da Inicialmente o professor deve estar atento às necessidades dos bebês
mesma forma, ouvir as falas das crianças, compreendendo o que elas de higiene, alimentação e descanso. Depois, quando estiverem maiores,
estão querendo comunicar, fortalece a sua autoconfiança. podem incentivá-los a participar ativamente dessas atividades de atendi-
É importante frisar que o processo de construção da autoconfiança en- mento das necessidades. O professor favorece a independência quando
volve avanços e retrocessos, pois as crianças podem fazer birra diante de estimula a criança, exigindo dela com afeto e convicção aquilo que ela tem
frustrações, demonstrar sentimentos como vergonha e medo ou ter pesade- condição de fazer. Por exemplo, a higiene das mãos constitui-se um recur-
los, necessitando de apoio e compreensão dos pais e professores. A cola- so simples e eficiente entre as atitudes e procedimentos básicos para a
boração entre pais e professores é fundamental no acompanhamento manutenção da saúde e prevenção de doenças.
conjunto dos progressos que a criança realiza na construção de sua identi- A retirada das fraldas é um momento muito importante na vida da cri-
dade e progressiva autonomia pessoal. ança. Para ela, fezes e urina têm um significado especial.
A preocupação em demarcar o espaço individual no coletivo é impres- Pela reação dos adultos ela percebe como recebem o que ela produz.
cindível para que as crianças tenham noção de que sua inserção no grupo
não anula sua individualidade, e isto pode ser feito através da identificação Em torno dos três anos a criança já tem condições de alimentar-se so-
dos pertences pessoais. Os adultos devem se referir a cada criança pelo zinha.
nome, bem como assegurar que conheçam os nomes de todos. O mesmo Nos atos cotidianos e em atividades sistematizadas, o que se reco-
vale para a referência aos professores e aos pais. menda é a atenção permanente à questão da independência e autonomia.
Desde pequenos, os bebês já são capazes de escolher. Para isso de- O exercício da cidadania é um processo que se inicia desde a infância,
pendem diretamente da mediação do adulto que interpreta suas expressões quando se oferecem às crianças oportunidades de escolha e de autogover-
faciais ou choro como indícios de preferência por uma ou outra situação. no, sendo que a capacidade de realizar escolhas amplia-se conforme o
Ao buscar compreender o significado desse tipo de manifestação e desenvolvimento dos recursos individuais e mediante a prática de tomada
atendê-la, quando possível, o adulto está dando, de uma maneira indireta de decisões.
de possibilidade de escolha à criança cuja relação com o mundo ele me- Se o adulto centralizar todas as decisões, essa centralização pode re-
deia. sultar, contudo, num ambiente autoritário, em que não há espaço para o

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exercício da ação autônoma. Por isso, devem ser oferecidas condições Aconselha-se que as mamadeiras sejam oferecidas com o bebê no co-
para que as crianças, conforme os recursos de que dispõem, dirijam por si lo, bem recostado, o que propicia contato corporal, troca de olhares e
mesmas suas ações, propiciando o desenvolvimento de um senso de expressões faciais entre o adulto e a criança.
responsabilidade.
A introdução de alimentos diferentes do leite, líquidos ou pastosos de-
Muitas instituições escolares associam disciplina a silêncio e vêem a pende do esquema de amamentação de cada criança.
conversa como sinônimo de bagunça, indisciplina.
A maioria dos bebês, no final do primeiro ano, já pode ingerir todos os
Essa visão é bastante consolidada no ensino fundamental, mas tam- alimentos que são servidos para crianças maiores.
bém influencia a prática na educação infantil, em que não raro o comporta-
mento que se espera da criança é o da simples obediência, o silêncio, a Crianças que estejam sem apetite e que não estão acompanhando a
imobilidade. Essa expectativa é incompatível com um projeto educativo que curva de crescimento devem ser observadas de perto.
valoriza a criança independente, que toma iniciativas e que coordena sua É recomendável que os professores ofereçam uma variedade de ali-
ação com a de outros. mentos e cuidem para que a criança experimente de tudo.
O texto ressalta que “a progressiva independência na realização das
A primeira dentição inicia-se, em geral, no segundo semestre de vida e
mais diversas ações, embora não garanta a autonomia, é condição neces-
estará completa em torno dos três anos de idade.
sária para o seu desenvolvimento. Esse processo valoriza o papel do
professor como aquele que organiza, sistematiza e conduz situações de É importante que elas presenciem os adultos escovando os dentes,
aprendizagem.” tendo em vista que elas aprendem muito pela observação e imitação.
Outro aspecto importante para o desenvolvimento da autonomia é que Os bebês e crianças pequenas que usem fraldas podem precisar de
a criança tenha referências para situar-se na rotina da instituição, pois o um banho durante o tempo que permanecem na instituição. O banho serve
conhecimento da rotina facilita o desenvolvimento da autonomia. também para relaxar, refrescar, proporcionar conforto, etc.
O trabalho com a identidade representa mais um importante espaço É necessário organizar o tempo de espera para o banho, oferecendo
para a integração entre família e instituição. A presença dos familiares materiais, jogos e brincadeiras em um espaço planejado para isso.
como elementos integrados ao trabalho pedagógico constitui-se em um
recurso interessante. A troca de fraldas demanda alguns procedimentos e condições ambien-
tais adequados para evitar a disseminação de micróbios.
O professor deve ser o mediador das relações entre crianças e os di-
versos universos sociais nos quais elas interagem. O sono também é de fundamental importância e o berçário deve ser
organizado com vários cantos com colchonetes e almofadas para que as
Muitas são as regras que podem ser discutidas e reformuladas no âm- crianças fiquem à vontade.
bito de um grupo específico, porém, outras não, como é o caso do horário
das refeições estabelecido pela instituição. É importante cantar para os bebês as mesmas canções de ninar que
seus pais ou parentes cantam.
Muitos são os cuidados pessoais que as crianças devem ser lembra-
das, como é o caso e lavarem as mãos antes das refeições, após ir ao Com relação as atividades permanentes do grupo, elas contribuem, de
banheiro, após a manipulação da terra, etc. forma direta ou indireta, para a construção da identidade e o desenvolvi-
O educador deve planejar atividades para que as crianças desenvol- mento da autonomia, uma vez que são competências que perpassam todas
vam habilidades e construam conhecimentos. as vivências das crianças.

É importante que haja um clima de segurança, confiança, afetividade, Algumas delas, como a roda de conversas e o faz-de-conta, porém,
incentivo, elogios e limites colocados de forma sincera, clara e afetiva que constituem-se em situações privilegiadas para a explicitação das caracterís-
dão o tom de qualidade da interação entre adultos e crianças. Porém, ticas pessoais, para a expressão dos sentimentos, emoções, conhecimen-
oferecer conforto, segurança física e proteger não significa cercear as tos, dúvidas e hipóteses quando as crianças conversam entre si e assu-
oportunidades das crianças em explorar o ambiente e em conquistar novas mem diferentes personagens nas brincadeiras.
habilidades. Estas atividades em um mesmo tempo e espaço propiciam oportunida-
Por outro lado, os procedimentos de limpeza precisam ser executados de de escolha pelas crianças. Organizar, todos os dias, diferentes ativida-
por equipe treinada e com produtos adequados. Produtos de limpeza des, tais como cantos para desenhar, para ouvir música, para pintar, para
devem ser diluídos e aplicados de acordo com sua finalidade, sempre olhar livros, para modelar, para jogos de regras etc., auxilia o desenvolvi-
seguindo as recomendações de segurança. Procedimentos de limpeza não mento da autonomia.
devem ocorrer com crianças presentes no ambiente, para evitar quedas e A arrumação da sala após uma atividade, é um exemplo que contém
inalação de produtos como sabão, água sanitária, amoníaco e outros. várias ações que elas podem realizar sozinhas ou com pouca ajuda.
Os professores devem saber como proceder diante de crianças com si-
A construção da identidade e a conquista da autonomia pelas crianças
nais de mal-estar, como febre, vômito, convulsão, sangramento nasal, ou
são processos que demandam tempo e respeito às suas características
quando ocorre um acidente.
individuais.
Com relação ao bebê recém-nascido, o professor deve estar atento as
sensações de fome e saciedade, soluço, regurgitação e cólica, o que acaba A observação das formas de expressão das crianças, de suas capaci-
por ocupar boa parte do seu interesse e percepção durante o período em dades de concentração e envolvimento nas atividades, de satisfação com
que ele está acordado. Pode-se observar esse interesse pelas expressões sua própria produção e com suas pequenas conquistas é um instrumento
faciais e pelos movimentos corporais diante do seio ou da mamadeira que de acompanhamento do trabalho que poderá ajudar na avaliação e no
lhe são oferecidos. replanejamento da ação educativa.

O referencial ressalta que “existem diversas linhas sobre nutrição infan- VOLUME 3 - CONHECIMENTO DE MUNDO
til, mas todas estão de acordo que o aleitamento ao seio é a forma mais MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO - SECRETARIA DE
saudável. É aconselhável que a instituição de educação infantil incentive e EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL-DEPARTAMENTO DE POLÍTICA DA
auxilie as mães nessa prática, acolhendo-as, dando-lhes informações e EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL-COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO
propiciando local adequado para que possam amamentar seu bebê se INFANTIL, BRASÍLIA - 1998
assim o desejarem e puderem.
MOVIMENTO
Quanto aos bebês menores que estão em processo de desmame, é
necessário que um profissional de saúde possa supervisionar a oferta do Inicialmente é abordada a presença do movimento na educação infan-
substituto do leite materno. til, suas ideias e práticas correntes.

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Desde que nascem as crianças se movimentam, adquirindo cada vez Pode-se reservar curtos intervalos em que a criança é solicitada a se
maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das mexer, para dispender sua energia física.
possibilidades de interação com o mundo.
É importante frisar, destaca o referencial, que essas práticas, ao permi-
Começam engatinhando, depois caminham, manuseiam objetos, cor- tirem certa mobilidade às crianças, podem até ser eficazes do ponto de
rem, saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, vista da manutenção da “ordem”, mas limitam as possibilidades de expres-
experimentando sempre novas maneiras de utilizar seu corpo e seu movi- são da criança e tolhem suas iniciativas próprias, ao enquadrar os gestos e
mento. deslocamentos a modelos predeterminados ou a momentos específicos.
É importante salientar que ao movimentar-se, as crianças expressam O movimento para a criança pequena é muito importante, porque é
sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso através dele que ela se comunica.
significativo de gestos e posturas corporais.
Quanto menor a criança mais ela precisa que os adultos interpretem os
Em resumo, podemos afirmar que o movimento humano é mais do que seus gestos e movimentos.
um simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma lingua-
gem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o A função expressiva não é exclusiva do bebê. Ela continua presente
ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressi- mesmo com o desenvolvimento das possibilidades instrumentais do ato
vo. motor.

Movimentos como andar, correr, arremessar, saltar resultam das inte- É frequente, por exemplo, a brincadeira de luta entre crianças de cinco
rações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos ou seis anos, situação em que se pode constatar o papel expressivo dos
significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, movimentos, já que essa brincadeira envolve intensa troca afetiva.
interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes O corpo é muito usado para externalizar sentimentos, emoções e esta-
culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se dos íntimos. Mesmo entre adultos isso aparece frequentemente em conver-
aos comportamentos dos homens, constituindo-se assim numa cultura sas, em que a expressão facial pode deixar transparecer sentimentos como
corporal. desconfiança, medo ou ansiedade, indicando muitas vezes algo oposto ao
Diferentes manifestações dessa linguagem foram surgindo, como a que se está falando.
dança, o jogo, as brincadeiras, as práticas esportivas. As crianças, ao Cada cultura possui seu jeito próprio de preservar esses recursos ex-
brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, também se apropriam do pressivos do movimento, havendo variações na importância dada às ex-
repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. pressões faciais, aos gestos e às posturas corporais, bem como nos signifi-
É importante que as instituições de educação infantil ofereçam um am- cados atribuídos a eles.
biente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e A cultura tem uma influência muito grande sobre o desenvolvimento da
ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo
Segundo o referencial, “a diversidade de práticas pedagógicas que ca- atribui a gestos e expressões faciais, como também pelos diferentes movi-
racterizam o universo da educação infantil reflete diferentes concepções mentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na
quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento no cotidiano das atividade cotidiana, como pás, lápis, bolas de gude, corda, etc
creches, pré-escolas e instituições afins.” É muito importante que, ao lado das situações planejadas especial-
Muitos pensam que para garantir uma atmosfera de ordem e de har- mente para trabalhar o movimento em suas várias dimensões, a instituição
monia, muitas práticas educativas buscam suprimir o movimento, impondo reflita sobre o espaço dado ao movimento em todos os momentos da rotina
às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais. diária, incorporando os diferentes significados que lhe são atribuídos pelos
familiares e pela comunidade.
Como exemplo, podemos citar a imposição de longos momentos de
espera - em fila ou sentada - em que a criança deve ficar quieta, sem se O trabalho deve incorporar a expressividade e a mobilidade próprias às
mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como de dese- crianças. Podemos concluir, afirma o referencial, que um grupo disciplinado
nho, escrita ou leitura, em que qualquer deslocamento, gesto ou mudança não é aquele em que todos se mantêm quietos e calados, mas sim um
de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. grupo em que os vários elementos se encontram envolvidos e mobilizados
pelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversas e as brinca-
Os professores notam que até junto aos bebês essa prática pode se deiras resultantes desse envolvimento não podem ser entendidos como
fazer presente, quando, por exemplo, são mantidos no berço ou em espa- dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das crian-
ços cujas limitações os impedem de expressar-se ou explorar seus recur- ças.
sos motores.
A CRIANÇA E O MOVIMENTO
A permanente exigência de contenção motora pode estar baseada na O PRIMEIRO ANO DE VIDA
ideia de que o movimento impede a concentração e a atenção da criança,
ou seja, que as manifestações motoras atrapalham a aprendizagem. No primeiro ano de vida predomina a dimensão subjetiva do movimen-
to, pois são as emoções o canal privilegiado de interação do bebê com o
Porém, o referencial destaca que acontece o contrário, pois a impossi- adulto e mesmo com outras crianças.
bilidade de mover-se ou de gesticular pode dificultar o pensamento e a
manutenção da atenção. O toque permite estabelecer um diálogo afetivo com o adulto, sem con-
tar as modulações da voz, que constituem-se em espaço privilegiado de
Como consequência dessa rigidez podemos apontar tanto para o de- aprendizagem.
senvolvimento de uma atitude de passividade nas crianças como para a
instalação de um clima de hostilidade, em que o professor tenta, a todo A criança imita o parceiro e cria suas próprias reações: balança o cor-
custo, conter e controlar as manifestações motoras infantis. po, bate palmas, vira ou levanta a cabeça etc.

Crianças que, apesar das restrições, mantêm o vigor de sua gestuali- O bebê realiza importantes conquistas no plano da sustentação do
dade, podem enfrentar situações em que elas percam completamente o próprio corpo, representadas em ações como virar-se, rolar, sentar- se etc.
controle sobre o corpo, devido ao cansaço provocado pelo esforço de Essas conquistas antecedem e preparam o aprendizado da locomoção, o
contenção que lhes é exigido. que amplia muito a possibilidade de ação independente.

Outros recursos didáticos também são utilizados, propondo, por exem- Antes de aprender a andar, as crianças podem desenvolver formas al-
plo, sequências de exercícios ou de deslocamentos em que a criança deve ternativas de locomoção, como arrastar-se ou engatinhar.
mexer seu corpo, mas desde que em estrita conformidade a determinadas O bebê, dedica grande parte do seu tempo à explorações do próprio
orientações. corpo - fica olhando as mãos paradas ou mexendo-as diante dos olhos,

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pega os pés e diverte-se em mantê-los sob o controle das mãos - como que Outra sugestão é o uso de tecidos de diferentes texturas e pesos, ou
descobrindo aquilo que faz parte do seu corpo e o que vem do mundo materiais de temperaturas diferentes, em brincadeiras prazerosas como
exterior. esconder sob um pano grosso; fazer cabanas; túneis e labirintos, etc
Investiga os efeitos dos próprios gestos sobre os objetos do mundo ex- Um papel importante possui as mímicas faciais e gestos. A criança
terior. dessa faixa etária precisa conhecer suas próprias capacidades expressivas
e aprender progressivamente a identificar as expressões dos outros, ampli-
A isto chamamos de ações exploratórias, e elas permitem ao bebê ando sua comunicação. Brincar de fazer caretas ou de imitar bichos propi-
descobrir os limites e a unidade do próprio corpo, conquistas importantes cia a descoberta das possibilidades expressivas de si próprio e dos outros.
no plano da consciência corporal.
Participar de brincadeiras de roda ou de danças circulares, como “A
As ações em que procura descobrir o efeito de seus gestos sobre os Galinha do Vizinho” ou “Ciranda, Cirandinha”, favorecem o desenvolvimento
objetos propiciam a coordenação sensório- motora, a partir de quando seus da noção de ritmo individual e coletivo, introduzindo as crianças em movi-
atos se tornam instrumentos para atingir fins situados no mundo exterior. mentos inerentes à dança.
A grande conquista do primeiro ano de vida é o gesto de preensão, ou O professor precisa cuidar de sua expressão e posturas corporais ao
seja, o movimento das mãos que opõe o polegar aos outros dedos, utilizado se relacionar com as crianças. Não deve esquecer que seu corpo é um
para segurar, agarrar, etc. veículo expressivo, valorizando e adequando os próprios gestos, mímicas e
Aquisições como a preensão e a locomoção representam importantes movimentos na comunicação com as crianças, como quando as acolhe no
conquistas no plano da motricidade objetiva. seu colo, oferece alimentos ou as toca na hora do banho.
Ele é modelo para as crianças, fornecendo-lhes repertório de gestos e
CRIANÇAS DE UM A TRÊS ANOS posturas quando, por exemplo, conta histórias pontuando ideias com gestos
expressivos ou usa recursos vocais para enfatizar sua dramaticidade.
Quando aprende a andar a criança fica encantada por poder se loco-
mover sozinha. O reconhecimento dos sinais vitais e de suas alterações, como a respi-
ração, os batimentos cardíacos, assim como as sensações de prazer,
Ela pode explorar melhor o espaço físico. podem ser trabalhados com as crianças.
No plano da gestualidade instrumental, começa a aprender a segurar Quanto menor é a criança, maior é a responsabilidade do adulto de lhe
uma colher para comer, a segurar a xícara, etc. proporcionar experiências posturais e motoras variadas.
No plano da consciência corporal, a criança começa a reconhecer a É importante possibilitar diferentes movimentos que aparecem em ati-
imagem de seu corpo. vidades como lutar, dançar, subir e descer de árvores ou obstáculos, jogar
bola, rodar bambolê, etc. Essas experiências devem ser oferecidas sempre,
com o cuidado de evitar enquadrar as crianças em modelos de comporta-
CRIANÇAS DE QUATRO A SEIS ANOS mento estereotipados, associados ao gênero masculino e feminino, como,
por exemplo, não deixar que as meninas joguem futebol ou que os meninos
Ampliam-se os gestos instrumentais. Passam a fazer com mais sofisti-
rodem bambolê.
cação gestos como recortar, colar, encaixar.
Os primeiros jogos de regras são valiosos para o desenvolvimento de
Começa a planejar ações sendo que disso resulta em diminuição da
capacidades corporais de equilíbrio e coordenação, mas trazem também a
impulsividade motora que predominada nos bebês.
oportunidade, para as crianças, das primeiras situações competitivas, em
que suas habilidades poderão ser valorizadas de acordo com os objetivos
CONTEÚDOS do jogo.

Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades É muito importante que o professor esteja atento aos conflitos que pos-
expressivas e instrumentais do movimento. sam surgir nessas situações, ajudando as crianças a desenvolver uma
atitude de competição de forma saudável.
Eles estão organizados em dois blocos.
Nesta faixa etária, o professor é quem ajudará as crianças a combinar
O primeiro refere-se às possibilidades expressivas do movimento e o e cumprir regras, desenvolvendo atitudes de respeito e cooperação tão
segundo ao seu caráter instrumental. necessárias, mais tarde, no desenvolvimento das habilidades desportivas.
As brincadeiras e jogos envolvem a descoberta e a exploração de ca-
EXPRESSIVIDADE pacidades físicas e a expressão de emoções, afetos e sentimentos.

A dimensão expressiva do movimento engloba tanto as expressões e Além de alegria e prazer, algumas vezes a exposição de seu corpo e
comunicação de ideias, sensações e sentimentos pessoais como as mani- de seus movimentos podem gerar vergonha, medo ou raiva. Isso também
festações corporais que estão relacionadas com a cultura. precisa ser considerado pelo professor para que ele possa ajudar as crian-
ças a lidar de forma positiva com limites e possibilidades do próprio corpo.
Como exemplo, podemos citar a dança.
O professor deve ficar atento para perceber os diversos significados
Atividades como o banho e a massagem são oportunidades privilegia- que pode ter a atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir
das de explorar o próprio corpo. para que ele possa ajudá-las a ter uma percepção adequada de seus
É importante, destaca o referencial, que nos berçários e em cada sala recursos corporais, de suas possibilidades e limitações sempre em trans-
haja um espelho grande o suficiente para permitir que várias crianças formação, dando-lhes condições de se expressarem com liberdade e de
possam se ver refletidas ao mesmo tempo, oferecendo a elas a possibilida- aperfeiçoarem suas competências motoras.
de de vivenciar e compartilhar descobertas fundamentais. Além de refletir acerca das possibilidades posturais e motoras ofereci-
O espelho deve estar situado de forma a permitir a visão do corpo intei- das no conjunto das atividades, é interessante planejar situações de traba-
ro, ao lado do qual poderão ser colocados colchonetes, tapetes, almofadas, lho voltadas para aspectos mais específicos do desenvolvimento corporal e
brinquedos variados etc. Alguns materiais, em contato com o corpo da motor. Nessa perspectiva, o professor deverá avaliar constantemente o
criança, podem proporcionar experiências significativas no que diz respeito tempo de contenção motora ou de manutenção de uma mesma postura de
à sensibilidade corporal. As características físicas de fluidez, textura, tem- maneira a adequar as atividades às possibilidades das crianças de diferen-
peratura e plasticidade da terra, da areia e da água propiciam atividades tes idades.
sensíveis interessantes, como o banho de esguicho, construir castelos com
areia, fazer bolo de lama etc.

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Segundo o referencial, outro ponto de reflexão diz respeito à lateralida- Compreende-se a música como linguagem e forma de conhecimento.
de, ou seja, à predominância para o uso de um lado do corpo. Durante o
processo de definição da lateralidade, as crianças podem usar, indiscrimi- Ela está presente no cotidiano de modo intenso, no rádio, na TV, em
nadamente, ambos os lados do corpo. Espontaneamente a criança irá gravações, jingles etc., por meio de brincadeiras e manifestações espontâ-
manifestar a preferência pelo uso de uma das mãos, definindo-se como neas ou pela intervenção do professor ou familiares, além de outras situa-
destra ou canhota. Assim, cabe ao professor acolher suas preferências, ções de convívio social, a linguagem musical tem estrutura e características
sem impor-lhes, por exemplo, o uso da mão direita. próprias, devendo ser considerada como:
• produção - centrada na experimentação e na imitação,
Os conteúdos relacionados ao movimento deverão ser trabalhados in- tendo como produtos musicais” a interpretação, a improvi-
seridos na rotina. As atividades que buscam valorizar o movimento nas sação e a composição;
suas dimensões expressivas, instrumentais e culturais podem ser realiza-
das diariamente de maneira planejada ou não. Podem ser realizados tam- • apreciação - percepção tanto dos sons e silêncios quanto
bém projetos que integrem vários conhecimentos ligados ao movimento. das estruturas e organizações musicais, buscando desen-
volver, por meio do prazer da escuta, a capacidade de ob-
A avaliação do movimento deve ser contínua. servação, análise e reconhecimento;
As crianças devem sempre ser informadas sobre as suas competên- • reflexão - sobre questões referentes à organização, cria-
cias, evitando colocá-las em situação de comparação. ção, produtos e produtores musicais.
A música é acessível tanto ao bebê como as crianças maiores.
MÚSICA
O referencial define música como sendo a linguagem que se traduz em A CRIANÇA A E MÚSICA
formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos Vivendo em um ambiente sonoro, bebês e crianças iniciam seu proces-
e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo so de musicalização de forma intuitiva.
entre o som e o silêncio.
Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras
A música faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já cantadas, com rimas, parlendas etc., reconhecendo o fascínio que tais
na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos jogos exercem. Encantados com o que ouvem, os bebês tentam imitar e
futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia. responder, criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo e
A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cogniti- cognitivo, responsáveis pela criação de vínculos tanto com os adultos
vos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem quanto com a música. Nas interações que se estabelecem, eles constróem
caráter significativo à linguagem musical. um repertório que lhes permite iniciar uma forma de comunicação por meio
dos sons.
É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só
justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na Inúmeras pesquisas são feitas baseadas no balbucio e no ato de canta-
educação infantil, particularmente. rolar dos bebês. Estas apresentam dados importantes sobre a complexida-
de das linhas melódicas cantaroladas até os dois anos de idade, aproxima-
No contexto da educação infantil a música vem atendendo a vários ob- damente.
jetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem.
Procuram imitar o que ouvem e também inventam linhas melódicas ou
Em muitos casos a música é um suporte para atender a vários propósi- ruídos, explorando possibilidades vocais, da mesma forma como interagem
tos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as com os objetos e brinquedos sonoros disponíveis, estabelecendo, desde
mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o farol etc.; a realização então, um jogo caracterizado pelo exercício sensorial e motor com esses
de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo simboli- materiais.
zados no dia da árvore, dia do soldado, dia das mães etc.; a memorização
de conteúdos relativos a números, letras do alfabeto, cores etc., traduzidos O referencial destaca que “a escuta de diferentes sons produzidos por
em canções. Essas canções costumam ser acompanhadas por gestos brinquedos sonoros ou oriundos do próprio ambiente doméstico também é
corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e estereotipada. fonte de observação e descobertas, provocando respostas. A audição de
obras musicais enseja as mais diversas reações: os bebês podem manter-
Porém, muitas instituições encontram dificuldades para integrar a lin- se atentos, tranquilos ou agitados.”
guagem musical ao contexto educacional.
Do primeiro ao terceiro ano de vida, os bebês ampliam os modos de
Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área de Mú- expressão musical pelas conquistas vocais e corporais. Podem articular e
sica e nas demais áreas do conhecimento, evidenciada pela realização de entoar um maior número de sons, inclusive os da língua materna, reprodu-
atividades de reprodução e imitação em detrimento de atividades voltadas à zindo letras simples, refrões, onomatopeias etc., explorando gestos sono-
criação e à elaboração musical. ros, como bater palmas, pernas, pés, especialmente depois de conquistada
a marcha, a capacidade de correr, pular e movimentar-se acompanhando
Nesses casos, a música é tratada como se fosse um produto pronto,
uma música.
que se aprende a reproduzir, e não uma linguagem cujo conhecimento se
constrói. O que caracteriza a produção musical das crianças nesse estágio é a
exploração do som e suas qualidades - que são altura, duração, intensida-
Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinque-
de e timbre - e não a criação de temas ou melodias definidos.
dos rítmicos, jogos de mãos” etc., são atividades que despertam, estimulam
e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem as A expressão musical é caracterizada pela ênfase nos aspectos intuitivo
necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e e afetivo e pela exploração.
cognitiva.
A criança, além de cantar, também se interessa por tocar pequenas li-
Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivên- nhas melódicas nos instrumentos musicais.
cia, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais
elaborados. A organização dos conteúdos deve respeitar o nível de percepção e
desenvolvimento das crianças em cada fase.
O trabalho com Música proposto por este referencial fundamenta-se em
vários estudos, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e O fazer musical é uma forma de comunicação e expressão que aconte-
refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que ce por meio da improvisação, da composição e da interpretação.
também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de Nessa faixa etária, a improvisação constitui-se numa das formas de ati-
formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. vidade criativa.

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Com os instrumentos musicais ainda é difícil criar estruturas definidas, Deve-se oferecer também, a oportunidade de ouvir música sem texto,
e as criações musicais das crianças geralmente situam-se entre a improvi- não limitando o contato musical da criança com a canção que, apesar de
sação e a composição, ou seja, a criança cria uma estrutura que, no entan- muito importante, não se constitui em única possibilidade.
to, sofre variações e alterações a cada nova interpretação.
Por integrar poesia e música, a canção remete, sempre, ao conteúdo
A imitação é a base do trabalho de interpretação. Imitando sons vocais, da letra, enquanto o contato com a música instrumental ou vocal sem um
corporais, ou produzidos por instrumentos musicais, as crianças preparam- texto definido abre a possibilidade de trabalhar com outras maneiras.
se para interpretar quando, então, imitam expressivamente.
As crianças podem perceber, sentir e ouvir, deixando-se guiar pela
No primeiro ano de vida a prática musical poderá ocorrer por meio de sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e
atividades lúdicas. comunica.
É muito importante brincar, dançar e cantar com as crianças, levando Poderão ser apresentadas partes de composições ou peças breves,
em conta suas necessidades de contato corporal e vínculos afetivos. danças, repertório da música chamada descritiva, assim como aquelas que
foram criadas visando a apreciação musical infantil.
Deve-se cuidar para que os jogos e brinquedos não estimulem a imita-
ção gestual mecânica e estereotipada que, muitas vezes, se apresenta As músicas de outros países também devem ser apresentadas e a lin-
como modelo às crianças. guagem musical deve ser tratada e entendida em sua totalidade: como
linguagem presente em todas as culturas, que traz consigo a marca de
O canto desempenha um papel de grande importância na educação cada criador, cada povo, cada época.
musical infantil, pois integra melodia, ritmo e - frequentemente - harmonia,
sendo excelente meio para o desenvolvimento da audição. O referencial destaca que o contato das crianças com produções musi-
cais diversas deve, também, prepará-las para compreender a linguagem
É importante apresentar às crianças canções do cancioneiro popular in- musical como forma de expressão individual e coletiva e como maneira de
fantil, da música popular brasileira, entre outras que possam ser cantadas interpretar o mundo.
sem esforço vocal, cuidando, também, para que os textos sejam adequados
à sua compreensão. Integrar a música à educação infantil implica que o professor deva as-
sumir uma postura de disponibilidade em relação a essa linguagem.
Letras muito complexas, que exigem muita atenção das crianças para a
interpretação, acabam por comprometer a realização musical. Podem ser realizados projetos que integrem vários conhecimentos li-
gados à produção musical.
São importantes as situações nas quais se ofereçam instrumentos mu-
sicais e objetos sonoros para que as crianças possam explorá-los, imitar A chamada oficina, ou seja, a atividade de construção de instrumentos
gestos motores que observam, percebendo as possibilidades sonoras é de grande importância.
resultantes.
Ela contribui para o entendimento de questões elementares referentes
CRIANÇAS DE QUATRO A SEIS ANOS à produção do som e suas qualidades, estimula a pesquisa, a imaginação e
a capacidade criativa.
Ampliam-se as possibilidades de trabalho que vinham sendo desenvol-
vidas com crianças de 0 a 3 anos. A experiência de construir materiais sonoros é muito rica.
A presença do silêncio como elemento complementar ao som é essen- Tão importante quanto isso é poder fazer música com eles.
cial à organização musical. O silêncio valoriza o som, cria expectativa e é,
Os jogos e brinquedos musicais da cultura infantil incluem:
também, música.
• Acalantos – formas de brincar musical característicos da primeira
Em princípio, todos os instrumentos musicais podem ser utilizados no
fase da vida da criança.
trabalho com a criança pequena.
• Parlendas – servem como fórmula de escolha numa brincadeira,
Os jogos de improvisação podem, também, ser realizados com materi-
como trava-línguas. Os trava-línguas são parlendas caracterizadas por sua
ais variados, como os instrumentos confeccionados pelas crianças, os
pronunciação difícil.
materiais disponíveis que produzem sons, os sons do corpo, a voz, etc.
• Mnemônicas – referem-se a conteúdos específicos, destinados a
Deverão ser propostos também jogos de improvisação que estimulem a
fixar ou ensinar algo como números e nomes.
memória auditiva e musical.
Brincar de estátuas é um exemplo de jogo em que, por meio do con-
O trabalho com a apreciação musical deverá apresentar obras que
traste entre som e silêncio, se desenvolve a expressão corporal, a concen-
despertem o desejo de ouvir e interagir.
tração, a disciplina e a atenção. A tradicional brincadeira das cadeiras é um
outro exemplo de jogo que pode ser realizado com as crianças.
CRIANÇAS DE QUATRO A SEIS ANOS
Jogos de escuta dos sons do ambiente, de brinquedos, de objetos ou
Nessa faixa etária, o trabalho com a audição poderá ser mais detalha- instrumentos musicais; jogos de imitação de sons vocais, gestos e sons
do, acompanhando a ampliação da capacidade de atenção e concentração corporais; jogos de adivinhação nos quais é necessário reconhecer um
das crianças. A apreciação musical poderá propiciar o enriquecimento e trecho de canção, de música conhecida, de timbres de instrumentos; jogos
ampliação do conhecimento de diversos aspectos referentes à produção de direção sonora para percepção da direção de uma fonte sonora; e jogos
musical: os instrumentos utilizados; tipo de profissionais que atuam e o de memória, de improvisação etc. são algumas sugestões que garantem às
conjunto que formam (orquestra, banda etc.); gêneros musicais; estilos etc. crianças os benefícios e alegrias que a atividade lúdica proporciona e que,
O contato com uma obra musical pode ser complementado com algu- ao mesmo tempo, desenvolvem habilidades, atitudes e conceitos referentes
mas informações relativas ao contexto histórico de sua criação, a época, à linguagem musical.
seu compositor, intérpretes etc. O espaço no qual ocorrerão as atividades de música deve ser dotado
Não se deve limitar o contato das crianças com o repertório dito “infan- de mobiliário que possa ser disposto e reorganizado em função das ativida-
til” que é, muitas vezes, estereotipado e, não raro, o mais inadequado. des a serem desenvolvidas.

As canções infantis veiculadas pela mídia, produzidas pela indústria Em geral, as atividades de música requerem um espaço amplo, uma
cultural, pouco enriquecem o conhecimento das crianças. Com arranjos vez que estão intrinsecamente ligadas ao movimento.
padronizados, geralmente executados por instrumentos eletrônicos, limitam Para a atividade de construção de instrumentos, no entanto, será inte-
o acesso a um universo musical mais rico e abrangente que pode incluir ressante contar com um espaço com mesas e cadeiras onde as crianças
uma variedade de gêneros, estilos e ritmos regionais, nacionais e internaci- possam sentar-se e trabalhar com calma.
onais.

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O espaço também deve ser preparado de modo a estimular o interesse É preciso que as crianças participem de situações nas quais sejam uti-
e a participação das crianças, contando com alguns estímulos sonoros. lizadas a exploração e produção de sons vocais e com diferentes materiais,
e a observação do ambiente sonoro. Por meio da voz, do corpo, de instru-
O professor deve estar atento a maior ou menor adequação dos diver- mentos musicais e objetos sonoros deverão interpretar, improvisar e com-
sos instrumentos à faixa etária de zero a seis anos. Pode-se confeccionar por, interessadas, também, pela escuta de diferentes gêneros e estilos
diversos materiais sonoros com as crianças, bem como introduzir brinque- musicais e pela confecção de materiais sonoros.
dos sonoros populares, instrumentos étnicos etc.
Segundo o referencial, uma maneira interessante de propiciar a auto-
O trabalho musical a ser desenvolvido nas instituições de educação in- avaliação das crianças nessa faixa etária é o uso da gravação de suas
fantil pode ampliar meios e recursos pela inclusão de materiais simples produções. Ouvindo, as crianças podem perceber detalhes: se cantaram
aproveitados do dia-a-dia ou presentes na cultura da criança. gritando ou não; se o volume dos instrumentos ou objetos sonoros estava
Os brinquedos sonoros e os instrumentos de efeito sonoro são materi- adequado; se a história sonorizada ficou interessante; se os sons utilizados
ais bastante adequados ao trabalho com bebês e crianças pequenas. aproximaram-se do real etc.
Dentre os instrumentos musicais, podemos citar os idiofones, que são
instrumentos de percussão com altura indeterminada, o que significa que ARTES VISUAIS
não são afinados segundo uma escala ou modo. Não produzem tons (som
com afinação definida), mas ruídos. Os xilofones e metalofones são idiofo- Segundo o referencial, “as Artes Visuais expressam, comunicam e atri-
nes afinados precisamente. buem sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio
da organização de linhas, formas, pontos, tanto bidimensional como tridi-
Placas de madeira (xilofone) ou de metal (metalofone) dispostos sobre mensional, além de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na
uma caixa de ressonância - o ambiente responsável pela amplificação do escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes
som - são instrumentos musicais didáticos, inspirados nos xilofones africa- etc. O movimento, o equilíbrio, o ritmo, a harmonia, o contraste, a continui-
nos e adaptados para uso no processo de educação musical. dade, a proximidade e a semelhança são atributos da criação artística. A
integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e
Os xilos e metalofones podem ser utilizados por meio de gestos moto-
cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social,
res responsáveis pela produção de diferentes sons: um som de cada vez,
conferem caráter significativo às Artes Visuais. “
sons simultâneos, em movimentos do grave para o agudo e vice-versa etc.
Elas estão presentes no cotidiano da vida infantil.
Quando maiores, no geral, as crianças se interessam em poder repro-
duzir pequenas linhas melódicas e os xilos e metalofones passam a ser A criança ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao uti-
trabalhados e percebidos de outra maneira. lizar materiais encontrados ao acaso, ao pintar os objetos e até mesmo seu
próprio corpo, pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiên-
Os tambores, que integram a categoria de membranofones - aqueles
cias sensíveis.
instrumentos em que o som é produzido por uma pele, ou membrana,
esticada e amplificada por uma caixa -, podem ser utilizados no trabalho É uma forma importante de expressão e comunicação humanas.
musical.
Existe um descompasso com relação a presença das Artes Visuais na
São instrumentos muito primitivos, dotados de função sagrada e ritual educação infantil, ao longo da história.
para muitos povos e continuam exercendo grande fascínio e atração para
as crianças. Em muitas propostas as práticas de Artes Visuais são entendidas ape-
nas como meros passatempos em que atividades de desenhar, colar, pintar
Os vários tipos, como bongôs, surdos, caixas, pandeiros, tamborins e modelar com argila ou massinha são destituídas de significados.
etc., estão muito presentes na música brasileira.
Afirmam também que o trabalho deve ter uma conotação decorativa,
Os aerofones são instrumentos nos quais o som é produzido por via servindo para ilustrar temas de datas comemorativas, enfeitar as paredes
aérea, ou seja, são os instrumentos de sopro. São utilizados com menor com motivos considerados infantis, elaborar convites, cartazes e pequenos
intensidade durante o trabalho com essa faixa etária por apresentarem presentes para os pais etc.
maiores exigências técnicas.
É comum que os adultos façam grande parte do trabalho, uma vez que
Os pios de pássaros, flautas de êmbolo, além de alguns instrumentos não consideram que a criança tem competência para elaborar um produto
simples confeccionados pelas crianças, no entanto, podem ser utilizados, adequado.
constituindo-se em um modo de introdução a esse grupo de instrumentos
musicais. São bastante utilizadas como reforço para a aprendizagem dos mais
variados conteúdos. São comuns as práticas de colorir imagens feitas pelos
Os cordofones, ou instrumentos de cordas, em seus diversos grupos, adultos em folhas mimeografadas, como exercícios de coordenação motora
são apresentados e trabalhados por meio de construções simples, como, para fixação e memorização de letras e números.
por exemplo, esticando elásticos sobra caixas ou latas.
O referencial comenta sobre as pesquisas desenvolvidas a partir do
Eles preparam as crianças para um contato posterior com os instru- início do século em vários campos das ciências humanas e que trouxeram
mentos de corda. Ao experimentar tocar instrumentos como violão, cava- dados importantes sobre o desenvolvimento da criança, sobre o seu pro-
quinho, violino etc., as crianças poderão explorar o aspecto motor, experi- cesso criador e sobre as artes das várias culturas.
mentando diferentes gestos e observando os sons resultantes.
Na confluência da antropologia, da filosofia, da psicologia, da psicanáli-
É importante ressaltar o papel da avaliação na área de música, que de- se, da crítica de arte, da psicopedagogia e das tendências estéticas da
ve ser contínua, levando em consideração os processos vivenciados pelas modernidade, surgiram autores que formularam os princípios inovadores
crianças, resultado de um trabalho intencional do professor. para o ensino das artes, da música, do teatro e da dança. Tais princípios
reconheciam a arte da criança como manifestação espontânea e auto-
O professor poderá documentar os aspectos referentes ao desenvolvi-
expressiva: valorizavam a livre expressão e a sensibilização para o experi-
mento vocal (se cantam e como); ao desenvolvimento rítmico e motor; à
mento artístico como orientações que visavam ao desenvolvimento do
capacidade de imitação, de criação e de memorização musical.
potencial criador, ou seja, as propostas eram centradas nas questões do
A avaliação tem um caráter instrumental para o adulto e incide sobre os desenvolvimento da criança.
progressos apresentados pelas crianças.
Com isso acabou-se por valorizar a produção criadora infantil, mas o
São consideradas como experiências prioritárias para a aprendizagem princípio revolucionário que advogava a todos a necessidade e a capacida-
musical realizada pelas crianças de zero a três anos: a atenção para ouvir, de da expressão artística aos poucos transformou-se em “um deixar fazer”
responder ou imitar; a capacidade de expressar-se musicalmente por meio sem nenhum tipo de intervenção, no qual a aprendizagem das crianças
da voz, do corpo e com os diversos materiais sonoros. pôde evoluir muito pouco.

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Esses princípios influenciaram o que se chamou “Movimento da Edu- As crianças de zero a três anos devem ser capazes de identificar ima-
cação através da Arte”, fundamentado principalmente nas ideias do filósofo gens diversas.
inglês Herbert Read.
De quatro a seis anos, têm conhecimento sobre desenhos, pinturas,
O movimento teve como manifestação mais conhecida a tendência da esculturas, além de observarem os elementos constituintes da linguagem
livre expressão. visual, como ponto, linha, forma, etc.
É importante ressaltar que a arte da criança sofre influência da cultura O professor ao trabalhar com a leitura de imagens, é importante elabo-
desde muito cedo. rar perguntas que instiguem a observação, a descoberta e o interesse das
crianças, como: “O que você mais gostou?”, “Como o artista conseguiu
Muitas são as peculiaridades existentes com relação ao trabalho com estas cores?”, “Que instrumentos e meios ele usou?”, “O que você acha
as Artes Visuais. que foi mais difícil para ele fazer?”. Este é um bom momento para descobrir
Por isso, o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, percepção, a que temas são mais significativos para elas.
intuição e a cognição da criança devem ser trabalhados de forma integrada, O professor poderá criar espaços para a construção de uma observa-
visando a favorecer o desenvolvimento das capacidades criativas das ção mais apurada, instigando a descrição daquilo que está sendo observa-
crianças. do. É aconselhável que o professor interfira nessas observações, aguçando
Este documento defende a ideia de que em toda criança sempre existe as descobertas, fomentando as verbalizações e até ajudando as crianças
um potencial passível de desenvolvimento sobre o qual a educação pode e na apreensão significativa do conteúdo geral da imagem, deixando sempre
deve atuar. que as crianças sejam as autoras das interpretações.
Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simples- É interessante fornecer dados sobre a vida do autor, suas obras e ou-
mente uma ação sobre a superfície. No decorrer do tempo, as garatujas tras características. As informações vão sendo simplificadas ou aprofunda-
transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação. das conforme a curiosidade e as possibilidades do grupo.
Posteriormente, as crianças experimentam agrupamentos, repetições e O referencial salienta que algumas crianças destacarão cores e outras,
combinações de elementos gráficos, inicialmente soltos e com uma grande dependendo da sensibilidade, poderão arriscar comentários sobre a simila-
gama de possibilidades e significações, e, mais tarde, circunscritos a orga- ridade gráfica entre o trabalho do artista e de suas próprias produções.
nizações mais precisas. Apresentam cada vez mais a possibilidade de Evidentemente, é necessário que o professor escolha um determinado
exprimir impressões e julgamentos sobre seus próprios trabalhos. contexto para que uma certa imagem possa ser apresentada, permitindo,
inclusive, que os trabalhos em Artes Visuais aconteçam também em ativi-
Enquanto desenham ou criam objetos também brincam de “faz-de- dades interdisciplinares, que são muito pertinentes nas relações de ensino
conta” e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades imaginati- e aprendizagem.
vas, ampliando sua forma de sentir e pensar sobre o mundo no qual estão
inseridas. As crianças têm prazer em reconhecer certas figuras, identificando-as
às personagens de uma história já conhecida, de um desenho e, até mes-
A imitação, largamente utilizada no desenho pelas crianças e por mui- mo, de alguns filmes vistos na televisão. Então, a partir da visualização de
tos combatida, desenvolve uma função importante no processo de aprendi- certas imagens, o professor poderá trabalhar com essas personagens por
zagem. Imitar decorre antes de uma experiência pessoal, cuja intenção é a meio de jogos simbólicos, fazendo pequenas dramatizações dentro do
apropriação de conteúdos, de formas e de figuras por meio da representa- próprio espaço que a sala oferece, aproveitando os objetos presentes.
ção.
As crianças podem observar imagem figurativas fixas ou em movimento
Para construir, a criança utiliza-se das características associativas dos e produções abstratas.
objetos, seus usos simbólicos, e das possibilidades reais dos materiais, a
fim de, gradativamente, relacioná-los e transformá-los em função de dife- Com relação as produções das crianças, o que deve ser feito?
rentes argumentos. As respostas são múltiplas. Elas podem virar um brinquedo que será
utilizado tão logo a atividade termine; podem ser documentadas e arquiva-
OBJETIVOS das para que as crianças adquiram aos poucos a percepção do seu pro-
cesso criativo como um todo e possam atinar para o montante de trabalho
Com relação às crianças de zero a três anos, a instituição deve organi- produzido; podem ser enviadas para suas casas para servirem de enfeites
zar sua prática para ampliar o conhecimento de mundo que possuem e nas paredes etc. Mas, antes disso, as produções devem ser expostas,
utilizar materiais gráficos e de plásticos sobre as diferentes superfícies para durante um certo período, nas dependências das instituições de educação
ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação. infantil, tanto nos corredores quanto nas paredes das salas, o que favorece
a sua valorização pelas crianças.
Para as crianças de quatro a seis anos, deve ser dada condição de
elas se interessarem por suas próprias produções, pelas produções de O professor deve garantir que:
outras crianças, além de obras regionais, nacionais, etc. É preciso que
• a criança compreenda a diversidade da produção artística
produzam trabalhos de arte utilizando modelagem, colagem, construção,
etc. • perceba os diversos materiais utilizados
• os pontos de vista da criança sejam respeitados
CONTEÚDOS
• prazer lúdico seja o gerador do processo de produção
Os conteúdos estão organizados em dois blocos. O fazer artístico e a
• a valorização da ação artística e o respeito pela diversidade des-
apreciação em Artes Visuais.
sa produção sejam elementos sempre presentes.
As crianças de zero a três anos devem explorar e manipular materiais,
Os projetos são formas de trabalho que envolvem diferentes conteú-
lápis, pincéis, reconhecer movimentos gestuais, Ter cuidado com o seu
dos.
próprio corpo e com os dos colegas, além de cuidados com relação aos
materiais usados. A construção de um cenário para brincar ou de uma maquete, a orna-
mentação de um bolo de aniversário ou de uma mesa de festa, a elabora-
Dos quatro aos seis anos, as crianças devem criar os seus desenhos,
ção de um painel, de uma exposição, ou a ilustração de um livro são exem-
pinturas, modelagens, além de explorarem e utilizarem outros materiais
plos de projetos de artes.
para o fazer artístico.
Os projetos em artes são permeados de negociação e de pesquisas
Os professores devem propor que as crianças façam desenhos a partir
entre professores e crianças.
da observação das mais diversas situações, cenas, pessoas e objetos.

Fundamentos da Educação 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O professor deve planejar as etapas e pode antecipar o produto final, Em outras práticas, ao contrário, continua, acredita-se que a interven-
enquanto as crianças interferem no planejamento, alterando o processo a ção direta do adulto é necessária e determinante para a aprendizagem da
partir das soluções que encontram nas suas produções. criança. Desta concepção resultam orientações para ensinar às crianças
pequenas listas de palavras, cuja aprendizagem se dá de forma cumulativa
Podem ter como ponto de partida um tema, um problema sugerido pelo e cuja complexidade cresce gradativamente. Acredita-se também que para
grupo ou decorrente da vida da comunidade, uma notícia de televisão ou de haver boas condições para essa aprendizagem é necessário criar situações
jornal, um interesse particular das crianças etc. em que o silêncio e a homogeneidade imperem. Eliminam-se as falas
Deve mobilizar o interesse do grupo como um todo. As crianças, em simultâneas, acompanhadas de farta movimentação e de gestos, tão co-
primeiro lugar, mas também os professores, devem sentir-se atraídos pela muns ao jeito próprio das crianças se comunicarem. Nessa perspectiva a
questão. linguagem é considerada apenas como um conjunto de palavras para
nomeação de objetos, pessoas e ações.
É aconselhável que o professor observe atentamente e avalie continu-
amente o processo, tendo em vista a reestruturação do trabalho a cada Nas instituições de educação infantil, o trabalho com a linguagem oral,
etapa do projeto. tem se restringido a algumas atividades, entre elas as rodas de conversa.
A organização da sala, a quantidade e a qualidade dos materiais pre- Normalmente, se caracterizam, por um monólogo com o professor, no
sentes e sua disposição no espaço são determinantes para o fazer artístico. qual as crianças são chamadas a responder em coro a uma única pergunta
dirigida a todos, ou cada um por sua vez, em uma ação totalmente centrada
Muitas vezes as atividades nas instituições acontecem num mesmo es- no adulto.
paço. O professor pode, então, organizar o ambiente de forma a criar
cantos específicos para cada atividade: cantos de brinquedos, de Artes A roda de conversa tem se transformado em estratégia comum nas ins-
Visuais, de leitura de livros etc. tituições de educação infantil, marcando um momento definido, na rotina,
em que as crianças sentam em roda com o professor para conversar.
No canto de artes, podem ser acomodadas caixas que abrigam os ma-
teriais, o chão pode ser coberto de jornal para evitar manchas, a secagem Em uma outra perspectiva, a aprendizagem da leitura e da escrita se
das produções pode ser feita pregando os trabalhos em varais ou em inicia na educação infantil por meio de um trabalho com base na cópia de
paredes, tudo pode ser organizado de forma transitória, mas que possibilite vogais e consoantes, ensinadas uma de cada vez, tendo como objetivo que
a realização de uma atividade em Artes Visuais. as crianças relacionem sons e escritas por associação, repetição e memori-
zação de sílabas.
Pode-se também organizar ateliês, que são espaços específicos e pró-
prios para a realização de diferentes atividades em Artes Visuais. A prática em geral realiza-se de forma supostamente progressiva: pri-
meiro as vogais, depois as consoantes; em seguida as sílabas, até chegar
Os materiais são a base da produção artística. às palavras.
Dentre eles, podemos citar o lápis preto, lápis de cor, rolos de pintar, Outra face desse trabalho de segmentação e sequenciação é a ideia
espátulas, tintas, argila, linhas, lãs, etc. de partir de um todo, de uma frase, por exemplo, decompô-la em partes até
Com relação às sucatas é preciso fazer uma seleção para que não ofe- chegar às sílabas. Acrescenta-se a essa concepção a crença de que a
reçam perigo às crianças. escrita das letras pode estar associada, também, à vivência corporal e
motora que possibilita a interiorização dos movimentos necessários para
A avaliação deve buscar entender o processo de cada criança, a signi- reproduzi-Ias.
ficação de cada trabalho.
Nas atividades de ensino de letras, uma das sequências, por exemplo,
pode ser: primeiro uma atividade com o corpo (andar sobre linhas, fazer o
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA contorno das letras na areia ou na lixa etc.), seguida de uma atividade oral
Um dos elementos muito importantes para as crianças é aprendizagem de identificação de letras, cópia e, posteriormente, a permissão para escre-
da linguagem oral e escrita pois permite a ampliação de suas possibilidades vê-la sem copiar.
de inserção e de participação nas diversas práticas sociais.
Essa concepção considera a aprendizagem da linguagem escrita, ex-
O referencial destaca que o trabalho com a linguagem se constitui um clusivamente, como a aquisição de um sistema de codificação que trans-
dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a forma- forma unidades sonoras em unidades gráficas.
ção do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das
ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desen- As atividades são organizadas em sequências com o intuito de facilitar
volvimento do pensamento. essa aprendizagem às crianças, baseadas em definições do que é fácil ou
difícil, do ponto de vista do professor.
Aprender uma língua não é somente aprender as palavras, mas tam-
bém os seus significados culturais, e, com eles, os modos pelos quais as Porém, novas direções tem sido apontadas no que se refere ao ensino
pessoas do seu meio sociocultural entendem, interpretam e representam a e à aprendizagem da linguagem oral e escrita, considerando a perspectiva
realidade. da criança que aprende.

Segundo o documento, “a educação infantil, ao promover experiências Ao se considerar as crianças ativas na construção de conhecimentos e
significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a não receptoras passivas de informações há uma transformação substancial
linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das na forma de compreender como elas aprendem a falar, a ler e a escrever.
capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado A linguagem oral possibilita comunicar ideias, pensamentos e inten-
pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento ções de diversas naturezas, influenciar o outro e estabelecer relações
gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas interpessoais.
básicas: falar, escutar, ler e escrever.“
Pesquisas na área da linguagem tendem a reconhecer que o processo
A linguagem oral está presente no cotidiano e na prática das institui-
de letramento está associado tanto à construção do discurso oral como do
ções de educação infantil à medida que todos que dela participam: crianças
discurso escrito.
e adultos, falam, se comunicam entre si, expressando sentimentos e ideias.
As diversas instituições concebem a linguagem e a maneira como as Para aprender a ler e escrever, a criança precisa construir um conhe-
crianças aprendem de modos bastante diferentes. cimento de natureza conceitual.

O referencial destaca que “em algumas práticas se considera o apren- Nessa perspectiva, a aprendizagem da linguagem escrita é concebida
dizado da linguagem oral como um processo natural, que ocorre em função como:
da maturação biológica; prescinde-se nesse caso de ações educativas • A compreensão de um sistema de representação e não somente
planejadas com a intenção de favorecer essa aprendizagem.” como a aquisição de um código de transcrição da fala.

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• Um aprendizado que coloca diversas questões de ordem concei- As crianças têm ritmos próprios e a conquista de suas capacidades lin-
tual, e não somente perceptivo-motoras, para a criança. guísticas se dá em tempos diferenciados, sendo que a condição de falar
com fluência, de produzir frases completas e inteiras provém da participa-
• Um processo de construção de conhecimento pelas crianças. ção em atos de linguagem.
Os bebês, desce muito cedo, emitem sons articulados que lhes dão Quando a criança fala com mais precisão o que deseja, o que gosta e o
prazer e que revelam seu esforço para comunicar-se com os outros. que não gosta, o que quer e o que não quer fazer e a fala passa a ocupar
Os adultos ou crianças mais velhas interpretam essa linguagem peculi- um lugar privilegiado como instrumento de comunicação, pode haver um
ar, dando sentido à comunicação dos bebês. predomínio desta sobre os outros recursos comunicativos.
O documento destaca que “a construção da linguagem oral implica, Nas sociedades letradas, as crianças estão desde os primeiros meses
portanto, na verbalização e na negociação de sentidos estabelecidos entre em contato com a linguagem escrita.
pessoas que buscam comunicar-se. Ao falar com os bebês, os adultos, Para aprender a escrever, a criança terá que lidar com dois processo
principalmente, tendem a utilizar uma linguagem simples, breve e repetitiva, de aprendizagem paralelos: o da natureza do sistema de escrita da língua e
que facilita o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Outras o das características da linguagem que se usa para escrever.
vezes, quando falam com os bebês ou perto deles, adultos e crianças os
expõem à linguagem oral em toda sua complexidade, como quando, por As crianças aprendem a produzir textos antes mesmo de saber grafá-
exemplo, na situação de troca de fraldas, o adulto fala: “Você está molha- los.
do? Eu vou te limpar, trocar a fralda e você vai ficar sequinho e gostoso!”. “
O domínio da linguagem surge do seu uso em múltiplas circunstâncias,
Nesses processos, as crianças se apropriam, gradativamente, das ca- nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e
racterísticas da linguagem oral, utilizando-as em suas vocalizações e assim desenvolver diferentes capacidades.
tentativas de comunicação.
Anteriormente dizia-se que o professor teria de planejar, diariamente,
O documento ressalta que “as brincadeiras e interações que, se esta- novas atividades, não sendo necessário estabelecer uma relação e conti-
belecem entre os bebês e os adultos incorporam as vocalizações rítmicas, nuidade entre elas. No entanto, a aprendizagem pressupõe uma combina-
revelando o papel comunicativo, expressivo e social que a fala desempenha ção entre atividades inéditas e outras que se repetem.
desde cedo. Um bebê de quatro meses que emite certa variedade de sons
quando está sozinho, por exemplo, poderá, repeti-los nas interações com Dessa forma, a organização dos conteúdos de Linguagem Oral e Escri-
os adultos ou com outras crianças, como forma de estabelecer uma comu- ta deve se subordinar a critérios que possibilitem, ao mesmo tempo, a
nicação. “ continuidade em relação às propostas didáticas e ao trabalho desenvolvido
nas diferentes faixas etárias, e a diversidade de situações didáticas em um
Além da linguagem falada, a comunicação acontece por meio de ges- nível crescente de desafios.
tos, de sinais e da linguagem corporal, que dão significado e apoiam a
linguagem oral dos bebês. O texto destaca que “a oralidade, a leitura e a escrita devem ser traba-
lhadas de forma integrada e complementar, potencializando-se os diferen-
A criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do ou- tes aspectos que cada uma dessas linguagens solicita das crianças.”
tro. Esse processo refere-se à repetição, pela criança, de fragmentos da
fala do adulto ou de outras crianças, utilizados para resolver problemas em O ato de leitura é um ato cultural e social. Quando o professor escolhe
função de diferentes necessidades e contextos nos quais se encontre. uma história, permite às crianças construírem um sentimento de curiosida-
de pelo livro e pela escrita.
Aprender a falar, portanto, não consiste apenas em memorizar sons e
palavras. A importância dos livros e demais portadores de textos é incorporada
pelas crianças, também, quando o professor organiza o ambiente de tal
A aprendizagem da fala pelas crianças não se dá de forma desarticula- forma que haja um local especial para livros, outro para gibis, etc.
da com a reflexão, o pensamento, a explicitação de seus atos, sentimentos,
sensações e desejos. É importante planejar situações de comunicação que exijam diferentes
graus de formalidade, como conversas, exposições orais, entrevistas, etc.
As crianças vão testando essa compreensão, modificando-a e estabe-
lecendo novas associações na busca de seu significado. Passam a fazer A ampliação do universo discursivo das crianças também se dá por
experiências não só com os sons e as palavras, mas também com os meio do conhecimento da variedade de textos e de manifestações culturais
discursos referentes a diferentes situações comunicativas. que expressam modos e formas próprios de ver o mundo, de viver e pen-
sar.
Podem, gradativamente, separar e reunir, em suas brincadeiras, frag-
mentos estruturais das frases, apoiando-se em músicas, rimas, parlendas e Cabe ao professor da educação infantil uma ação no cotidiano visando
jogos verbais existentes ou inventados. a integrar todas as crianças no grupo.

As crianças também brincam com os significados das palavras, inven- A narrativa pode e deve ser a porta de entrada de toda criança para os
tando nomes para si próprias ou para os outros, em situações de faz-de- mundos criados pela literatura.
conta. Uma atividade muito interessante para se fazer com crianças é a elabo-
Nos diálogos com adultos e com outras crianças, nas situações cotidi- ração de entrevistas. Ela permite ressaltar a transmissão oral e é também
anas e no faz-de-conta, as crianças imitam expressões que ouvem, experi- uma fonte de informações.
mentando possibilidades de manutenção dos diálogos, negociando sentidos Outra atividade refere-se às apresentações orais ao vivo, de textos
para serem ouvidas, compreendidas e obterem respostas. memorizados.
O referencial destaca que “a construção da linguagem oral não é linear Práticas de leitura para as crianças têm um grande valor em si mes-
e ocorre em um processo de aproximações sucessivas com a fala do outro, mas. A criança que ainda não sabe ler convencionalmente, pode fazê-lo por
seja ela do pai, da mãe, do professor, dos amigos ou aquelas ouvidas na meio da escuta da leitura do professor.
televisão, no rádio etc. “
Os textos de histórias já conhecidos possibilitam a atividade de buscar
As crianças vão tentando descobrir as regularidades que constitui a lin- onde está escrito tal coisa.
guagem, usando todos os recursos de que dispõem: histórias que conhe-
cem, vocabulário familiar etc. A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a
forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comporta-
Acabam criando formas verbais, expressões e palavras, na tentativa de mentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o
apropriar-se das convenções da linguagem. seu.

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A partir daí ela pode estabelecer relações com a sua forma de pensar e pouco letradas, em que têm pouca oportunidade de presenciar atos de
o modo de ser do grupo social ao qual pertence. leitura e escrita junto com parceiros mais experientes. Nesse caso, o pro-
fessor torna-se uma referência bastante importante. Se a educação infantil
As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de his- trouxer os diversos textos utilizados nas prática sociais para dentro da
tórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que frequentam, instituição, estará ampliando o acesso ao mundo letrado, cumprindo um
uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte de informação papel importante na busca da igualdade de oportunidades. “
sobre as diversas formas culturais de lidar com as emoções e com as
questões éticas, contribuindo na construção da subjetividade e da sensibili- O referencial destaca que “algumas vezes, o termo “ambiente alfabeti-
dade das crianças. zador” tem sido confundido com a imagem de uma sala com paredes
cobertas de textos expostos e, às vezes, até com etiquetas nomeando
Segundo o documento, “ter acesso à boa literatura é dispor de uma in- móveis e objetos, como se esta fosse uma forma eficiente de expor as
formação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela crianças à escrita. É necessário considerar que expor as crianças às práti-
leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o cas de leitura e escrita está relacionado com a oferta de oportunidades de
momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor, como leitor, participação em situações nas quais a escrita e a leitura se façam necessá-
preocupe-se em lê-Ia com interesse, criando um ambiente agradável e rias, isto é, nas quais tenham uma função real de expressão e comunica-
convidativo à escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permi- ção.“
tindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a história é lida. “
A experiência com textos variados e de diferentes gêneros é funda-
O texto destaca que “quem convive com crianças sabe o quanto elas mental para a constituição do ambiente de letramento.
gostam de escutar a mesma história várias vezes, pelo prazer de reconhe-
cê-la, de apreendê-la em seus detalhes, de cobrar a mesma sequência e de Contar histórias costuma ser uma prática diária nas instituições de edu-
antecipar as emoções que teve da primeira vez. Isso evidencia que a cação infantil. Nesses momentos, além de contar, é necessário ler as
criança que escuta muitas histórias pode construir um saber sobre a lingua- histórias e possibilitar seu reconto pelas crianças.
gem escrita. Sabe que na escrita as coisas permanecem, que se pode
voltar a elas e encontrá-las tal qual estavam da primeira vez. “ Os projetos permitem uma interseção entre conteúdos de diferentes ei-
xos de trabalho. Há projetos que visam o trabalho específico com a lingua-
Muitas vezes a leitura do professor tem participação das crianças, es- gem, seja oral ou escrita, levando em conta as características e função
pecialmente nos trechos que se repetem. próprias do gênero.
Recontar histórias é outra atividade que pode ser desenvolvida pelas Pode-se organizar saraus literários nos quais as crianças escolhem tex-
crianças. Elas podem, com a ajuda do professor, tentar reconstruir o texto tos para contar ou recitar no dia do encontro.
original ou recriá-lo.
O gravador é um importante recurso didático por permitir que se ouça,
Uma prática constante de leitura deve considerar a qualidade literária posteriormente, o que se falou.
dos textos.
Outra possibilidade é utilizar a gravação das rodas de conversa ou ou-
Na instituição de educação infantil, as crianças podem aprender a es- tras situações de interlocução.
crever produzindo oralmente textos com destino escrito. Nessas situações o
professor deve escrever. A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa
obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada criança, reorientar
O trabalho com produção de texto deve se constituir em uma prática sua prática e elaborar seu planejamento, propondo situações capazes de
continuada. O professor pode chamar a atenção sobre a estrutura do texto, gerar novos avanços na aprendizagem das crianças.
propor substituições, etc.
A avaliação deve se dar de forma sistemática e contínua ao longo de
No caso das crianças maiores, o ditado entre pares favorece muito a todo o processo de aprendizagem.
aprendizagem.
Deve-se fazer um levantamento inicial para obter as informações ne-
Saber escrever o próprio nome fornece à criança um repertório básico cessárias sobre o conhecimento prévio que as crianças possuem sobre a
de letras que lhes servirá para produzir outras escritas. escrita, a leitura e a linguagem oral, sobre suas diferenças individuais,
sobre suas possibilidades de aprendizagem e para que, com isso, se possa
Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto planejar a prática, selecionar conteúdos e materiais, propor atividades e
de situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a definir objetivos com uma melhor adequação didática.
oportunidade de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem
utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de As situações de avaliação devem se dar em atividades contextualiza-
presenciar e participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem, das para que se possa observar a evolução das crianças.
desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo ideias sobre
como se lê e como se escreve. É possível aproveitar as inúmeras ocasiões em que as crianças falam,
lêem e escrevem para se fazer um acompanhamento de seu progresso.
O documento destaca que “na instituição de educação infantil, são va-
riadas as situações de comunicação que necessitam da mediação pela A observação é o principal instrumento para que o professor possa
escrita. Isso acontece, por exemplo, quando se recorre a uma instrução avaliar o processo de construção da linguagem pelas crianças.
escrita de uma regra de jogo, quando se lê uma notícia de jornal de interes- Em uma avaliação formativa é importante a devolução do processo de
se das crianças, quando se informa sobre o dia e o horário de uma festa em aprendizagem à criança, isto é, o retorno que o professor dá para as crian-
um convite de aniversário, quando se anota uma ideia para não esquecê-la ças a respeito de suas conquistas e daquilo que já aprenderam.
ou quando o professor envia um bilhete para os pais e tem a preocupação
de lê-lo para as crianças, permitindo que elas se informem sobre o seu Mesmo sem a exigência de que as crianças estejam alfabetizadas aos
conteúdo e intenção.” seis anos, todos os aspectos envolvidos no processo da alfabetização
devem ser considerados.
Todas as tarefas que tradicionalmente o professor realizava fora da sa-
la e na ausência das crianças, como preparar convites para as reuniões de A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que tenham tido muitas
pais, escrever uma carta para uma criança que está se ausentando, ler um oportunidades na instituição de educação infantil de vivenciar experiências
bilhete deixado pelo professor do outro período etc., podem ser partilhadas envolvendo a linguagem oral e escrita, pode-se esperar que as crianças
com as crianças ou integrarem atividades de exploração dos diversos usos participem de conversas, utilizando-se de diferentes recursos necessários
da escrita e da leitura. ao diálogo; manuseiem materiais escritos, interessando-se por ler e por
ouvir a leitura de histórias e experimentem escrever nas situações nas
O texto ressalta que “a participação ativa das crianças nesses eventos quais isso se faça necessário, como, por exemplo, marear seu nome nos
de letramento configura um ambiente alfabetizador na instituição. Isso é desenhos.
especialmente importante quando as crianças provêm de comunidades

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Para que elas possam vivenciar essas experiências, é necessário ofe- priorizado o trabalho que parte da ideia de que a criança só tem condições
recer oportunidades para que façam perguntas; elaborem respostas; ouçam de pensar sobre aquilo que está mais próximo a ela e, portanto, que seja
as colocações das outras crianças; tenham acesso a diversos materiais materialmente acessível e concreto; e também da ideia de que, para ampli-
escritos e possam manuseá-los, apreciá-los e incluí-los nas suas brincadei- ar sua compreensão sobre a vida em sociedade, é necessário graduar os
ras; ouçam histórias lidas e contadas pelo professor ou por outras crianças; conteúdos de acordo com a complexidade que apresentam.
possam brincar de escrever, tendo acesso aos materiais necessários a
isso. Para que elas possam conhecer algo sobre os diferentes tipos de or-
ganização social, devem centrar sua aprendizagem, primeiro sobre os
Em relação às práticas de oralidade pode-se observar também se as grupos menores e com estruturas mais simples e, posteriormente, sobre as
crianças ampliaram seu vocabulário, incorporando novas expressões e organizações sociais maiores e mais complexas.
utilizando de expressões de cortesia; se percebem quando o professor está
lendo ou falando e se reconhecem o tipo de linguagem escrita ou falada. Dessa forma, desconsideram-se o interesse, a imaginação e a capaci-
dade da criança pequena para conhecer locais e histórias distantes no
Em relação às práticas de leitura, é possível observar se as crianças espaço e no tempo e lidar com informações sobre diferentes tipos de rela-
pedem que o professor leia; se procuram livros de histórias ou outros textos ções sociais.
no acervo; se consideram as ilustrações ou outros indícios para antecipar o
conteúdo dos textos; se realizam comentários sobre o que “leram” ou O texto destaca que propostas e práticas escolares diversas que par-
escutaram; se compartilham com os outros o efeito que a leitura produziu; tem fundamentalmente da ideia de que falar da diversidade cultural, social,
se recomendam a seus companheiros a leitura que as interessou. geográfica e histórica significa ir além da capacidade de compreensão das
crianças têm predominado na educação infantil.
Em relação às práticas de escrita e de produção de textos pode-se ob-
servar se as crianças se interessam por escrever seu nome e o nome de Algumas práticas reforçam certas atitudes relacionadas à saúde e higi-
outras pessoas; se recorrem à escrita ou propõem que se recorra quando ene.
têm de se dirigir a um destinatário ausente. Outras práticas de Ciências realizam experiências pontuais de obser-
vação de pequenos animais ou plantas, cujos passos já estão previamente
estabelecidos, sendo conduzidos pelo professor.
NATUREZA E SOCIEDADE
As crianças refletem e gradativamente tomam consciência do mundo
As crianças, desde muito pequenas, interagem com o meio natural e de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento.
social no qual vivem, com isso aprendem sobre o mundo, fazendo pergun-
tas e procurando respostas às suas indagações e questões. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simulta-
neamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de
Vários são os temas pelos quais as crianças se interessam: pequenos expressão.
animais, bichos de jardim, dinossauros, tempestades, tubarões, castelos,
heróis, festas da cidade, programas de TV, notícias da atualidade, histórias À medida que crescem, se deparam com fenômenos, fatos e objetos
de outros tempos etc. As vivências sociais, as histórias, os modos de vida, do mundo; perguntam, reúnem informações, organizam explicações e
os lugares e o mundo natural são para as crianças parte de um todo inte- arriscam respostas; ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de
grado. conceber a natureza e a cultura.
O eixo de trabalho denominado Natureza e Sociedade reúne temas O contato com o mundo dos primeiros anos de vida permite à criança
pertinentes ao mundo social e natural. A intenção é que o trabalho ocorra construir conhecimentos práticos sobre seu entorno, relacionados à sua
de forma integrada, ao mesmo tempo em que são respeitadas as especifi- capacidade de perceber a existência de objetos, seres, formas, cores, sons,
cidades das fontes, abordagens e enfoques advindos dos diferentes cam- odores, de movimentar-se nos espaços e de manipular os objetos.
pos das Ciências Humanas e Naturais.
Pode expressar e comunicar seus desejos e emoções, atribuindo as
Vários conteúdos relativos às áreas das Ciências Humanas e Naturais primeiras significações para os elementos do mundo e realizando ações
sempre estiveram presentes na composição dos currículos e programas de cada vez mais coordenadas e intencionais, em constante interação com
educação infantil. Na maioria das instituições, esses conteúdos estão outras pessoas com quem compartilha novos conhecimentos.
relacionados à preparação das crianças para os anos posteriores da sua
Costumam repetir uma ação várias vezes para constatar se dela deriva
escolaridade.
sempre a mesma consequência.
Algumas práticas valorizam atividades com festas do calendário nacio-
Inúmeras vezes colocam e retiram objetos de diferentes tamanhos e
nal: o Dia do Soldado, o Dia das Mães, o Dia do índio, o Dia da Primavera,
formas em baldes cheios d’água, constatando intrigadas, por exemplo, que
a Páscoa etc.
existem aqueles que afundam e aqueles que flutuam.
Nessas ocasiões, as crianças são solicitadas a colorir desenhos mime-
Observam, em outros momentos, a presença da lua em noites de tem-
ografados pelos professores, como coelhinhos, soldados, bandeirinhas,
po bom e fazem perguntas interessantes quando a localizam no céu duran-
cocares etc., e são fantasiadas e enfeitadas com chapéus, faixas, espadas
te o dia.
e pinturas.
Quanto menores forem as crianças, mais suas representações e no-
Apesar de certas ocasiões comemorativas propiciarem aberturas para
ções sobre o mundo estão associadas diretamente aos objetos concretos
propostas criativas de trabalho, muitas vezes os temas não ganham pro-
da realidade conhecida, observada, sentida e vivenciada.
fundidade e nem o cuidado necessário, acabando por difundir estereótipos
culturais e favorecendo pouco a construção de conhecimentos sobre a O crescente domínio e uso da linguagem, assim como a capacidade de
diversidade de realidades sociais, culturais, geográficas e históricas. interação, possibilitam, todavia, que seu contato com o mundo se amplie,
sendo cada vez mais mediado por representações e por significados cons-
O texto ressalta que “em relação aos índios brasileiros, por exemplo, as
truídos culturalmente.
crianças, em geral, acabam desenvolvendo uma noção equivocada de que
todos possuem os mesmos hábitos e costumes: vestem-se com tangas e Quando as experiências cotidianas são mais variadas e os seus crité-
penas de aves, pintam o rosto, moram em ocas. rios de agrupamento não dão mais conta de explicar as relações, as asso-
ciações passam a ser revistas e reconstruídas.
As crianças ficam sem ter a oportunidade de saber que há muitas etni-
as indígenas no Brasil e que há grandes diferenças entre elas. Nesse processo constante de reconstrução, as estruturas de pensa-
mento das crianças sofrem mudanças significativas que repercutem na
Com relação ao tempo e espaço, normalmente os conteúdos são trata-
possibilidade de elas compreenderem de modo diferenciado tanto os obje-
dos de forma desvinculada de suas relações com o cotidiano, com os
tos quanto a linguagem usada para representá-los.
costumes, com a História e com o conhecimento geográfico construído na
relação entre os homens e a natureza. Em algumas práticas, tem sido

Fundamentos da Educação 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O brincar de faz-de-conta permite que as crianças reflitam sobre o dúvida diante do evidente, à elaboração de perguntas, ao respeito ao
mundo. ambiente etc.
Quanto mais se desenvolve e sistematiza conhecimentos relativos à A compreensão de que há uma relação entre os fenômenos naturais e
cultura, a criança constrói e reconstrói noções que favorecem mudanças no a vida humana é um importante aprendizado para a criança.
seu modo de compreender o mundo.
A partir de questionamentos sobre tais fenômenos, as crianças pode-
A ação educativa para crianças de zero a três anos deve objetivar de- rão refletir sobre o funcionamento da natureza, seus ciclos e ritmos de
senvolver na criança a capacidade de explorar o ambiente. tempo e sobre a relação que o homem estabelece com ela, o que lhes
possibilitará, entre outras coisas, ampliar seus conhecimentos, rever e
As crianças de quatro a seis anos devem se interessar pelo mundo so- reformular as explicações que possuem sobre eles.
cial e natural, estabelecer algumas relações entre o modo de vida de seu
grupo social e de outros e estabelecer algumas relações com o meio ambi- Várias são as atividades que podem ser desenvolvidas com as crian-
ente. ças que permitem a observação dos efeitos de luz, calor, força e movimen-
to.
Os conteúdos devem ser selecionados em função dos seguintes crité-
rios: Com relação aos recursos materiais usados pelo professor não preci-
sam ser necessariamente materiais didáticos. Devem ser consideradas as
• Relevância social e vínculo com as práticas sociais significativas pessoas da comunidade, especialmente as mais idosas.
• Grau de significado para a criança Outra forma de construir conhecimento refere-se ao processo de inves-
• Possibilidade que oferecem de construção de uma visão de tigação, onde as crianças deverão ajudar tudo sobre determinado assunto.
mundo integrada e relacional A elaboração de projetos é, por excelência, a forma de organização di-
• Possibilidade de ampliação do repertório de conhecimentos a dática mais adequada para se trabalhar com este eixo, devido à natureza e
respeito do mundo social e natural. à diversidade dos conteúdos que ele oferece e também ao seu caráter
interdisciplinar.
Para crianças de zero a três anos, a observação e a exploração do
meio constituem-se duas das principais possibilidades de aprendizagem A articulação entre as diversas áreas que compõem este eixo é um dos
das crianças desta faixa etária. É dessa forma que poderão, gradualmente, fatores importantes para a aprendizagem dos conteúdos propostos. A partir
construir as primeiras noções a respeito das pessoas, do seu grupo social e de um projeto sobre animais, por exemplo, o professor pode ampliar o
das relações humanas. trabalho, trazendo informações advindas do campo da História ou da Geo-
grafia.
O contato com pequenos animais, como formigas e tatus-bola, peixes,
tartarugas, patos, passarinhos etc. pode ser proporcionado por meio de Pode-se também desenvolver um projeto sobre o modo de ser, viver e
atividades que envolvam a observação, a troca de ideias entre as crianças, trabalhar das pessoas de épocas passadas. Para isso, pode-se propor
o cuidado e a criação com ajuda do adulto. entrevistas com os pais e avós, pesquisas sobre as brincadeiras que as
crianças faziam, sobre a alimentação etc. Também pode-se desenvolver
Experiências interessantes para a criança podem envolver cuidar de um projeto semelhante sobre a vida das crianças de uma determinada
plantas e acompanhar o seu crescimento. região do Brasil ou de uma cultura específica, como a indígena, por exem-
Crianças de quatro a seis anos devem ter os seus conhecimentos apro- plo.
fundados. O texto ressalta que “o espaço da sala deve ser organizado de modo a
O trabalho com estes conteúdos pode fomentar, entre as crianças, re- privilegiar a independência da criança no acesso e manipulação dos mate-
flexões sobre a diversidade de hábitos, modos de vida e costumes de riais disponíveis ao trabalho, e deve traduzir, na forma como é organizado,
diferentes épocas, lugares e povos, e propiciar o conhecimento da diversi- a memória do trabalho desenvolvido pelas crianças. Tudo aquilo que foi
dade de hábitos existentes no seu universo mais próximo. produzido, trazido ou coletado pelo grupo deve estar exposto e ao alcance
de todos, constituindo-se referência para outras produções e encaminha-
Os temas devem possibilitar tanto o conhecimento de hábitos e costu- mentos.”
mes socioculturais diversos quanto a articulação com aqueles que as
crianças conhecem, como tipos de alimentação, vestimentas, músicas, O grupo deverá participar tanto da montagem e organização do espaço
jogos e brincadeiras, brinquedos, atividades de trabalho e lazer etc. quanto da sua manutenção.

Assim, as crianças podem aprender a estabelecer relações entre o seu O momento da avaliação implica numa reflexão do professor sobre o
dia-a-dia e as vivências socioculturais, históricas e geográficas de outras processo de aprendizagem e sobre as condições oferecidas por ele para
pessoas, grupos ou gerações. que ela pudesse ocorrer.

As crianças devem também aprender a indagar e a reconhecer rela- A observação também deve ser planejada para que o professor possa
ções de mudanças e permanências nos costumes. Para isso, as vivências perceber manifestações importantes das crianças.
de seus pais, avós, parentes, professores e amigos podem ser de grande
ajuda. Nesse caso, a intenção é que reflitam sobre o que é específico da
MATEMÁTICA
época em que vivem e da cultura compartilhada no seu meio social.
Os conhecimentos matemáticos são parte integrante do universo.
A seca, as chuvas e as tempestades, as estrelas e os planetas, os vul-
cões, os furacões, são assuntos que despertam um grande interesse nas Desde que nascem, as crianças participam de uma série de situações
crianças. Alguns são fenômenos presenciados e vividos pelas crianças, envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço.
outros são conhecidos por serem comumente veiculados pelos meios de
comunicação e outros por estarem presentes no imaginário das pessoas e Segundo o texto, “fazer matemática é expor ideias próprias, escutar as
nos mitos, nas lendas e nos contos. dos outros, formular e comunicar procedimentos de resolução de proble-
mas, confrontar, argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar
Inúmeras são as perguntas, tais como “Por que as sombras dos obje- resultados de experiências não realizadas, aceitar erros, buscar dados que
tos mudam de lugar ao longo do dia?”, “As estrelas são fixas no céu ou será faltam para resolver problemas, entre outras coisas.”
que elas se movimentam?”, “Como fica a cidade depois de uma pancada
forte de chuva?”, ou “O que acontece quando fica muito tempo sem cho- Dessa forma as crianças poderão tomar decisões, agindo como produ-
ver?”, podem desencadear um trabalho intencional, favorecendo a percep- toras de conhecimento e não apenas executoras de instruções. Portanto, o
ção sobre a complexidade e diversidade dos fenômenos da natureza e o trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos
desenvolvimento de capacidades importantes relacionadas à curiosidade, à autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver pro-
blemas.

Fundamentos da Educação 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A instituição de educação infantil pode ajudar as crianças a organiza- O texto ressalta que “na aprendizagem da Matemática o problema ad-
rem melhor as suas informações e estratégias, bem como proporcionar quire um sentido muito preciso. Não se trata de situações que permitam
condições para a aquisição de novos conhecimentos matemáticos. “aplicar” o que já se sabe, mas sim daquelas que possibilitam produzir
novos conhecimentos a partir dos conhecimentos que já se tem e em
O documento ressalta que “o trabalho com noções matemáticas na interação com novos desafios. Essas situações-problema devem ser criteri-
educação infantil atende, por um lado, às necessidades das próprias crian- osamente planejadas, a fim de que estejam contextualizadas, remetendo a
ças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domí- conhecimentos prévios das crianças.
nios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de
instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo A criança constrói as noções matemáticas (contagem, relações quanti-
que exige diferentes conhecimentos e habilidades. “ tativas e espaciais etc.) a partir das experiências proporcionadas pelas
interações com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possuem
Existe uma ideia de que as crianças aprendem não só a Matemática, interesses, conhecimentos e necessidades que podem ser compartilhados.
mas todos os outros conteúdos, por repetição e memorização por meio de
uma sequência linear de conteúdos encadeados do mais fácil para o mais As crianças têm e podem ter várias experiências com o universo ma-
difícil. temático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer relações,
organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e localizar-se espaci-
A ampliação dos estudos sobre o desenvolvimento infantil e pesquisas almente.
realizadas no campo da própria educação matemática permitem questionar
essa concepção de aprendizagem restrita à memorização, repetição e Baseado nisso, temos um quadro inicial de referências lógico-
associação. matemáticas que requerem outras, que podem ser ampliadas. São manifes-
tações de competências, de aprendizagem advindas de processos infor-
Outra ideia é que, a partir da manipulação de objetos concretos, a cri- mais, da relação individual e cooperativa da criança em diversos ambientes
ança chega a desenvolver um raciocínio abstrato. e situações de diferentes naturezas, sobre as quais não se tem planeja-
O professor deve apenas auxiliar o desenvolvimento infantil por meio mento e controle.
da organização de situações de aprendizagem nas quais os materiais Porém, a continuidade da aprendizagem matemática não dispensa a
pedagógicos cumprem um papel de auto-instrução, quase como um fim em intencionalidade e o planejamento.
si mesmo.
Conforme as crianças vão crescendo, vão conquistando maior autono-
Essa concepção resulta da ideia de que primeiro trabalha-se o conceito mia e passam a conseguir levar adiante, por um tempo maior, ações que
no concreto para depois trabalhá-lo no abstrato. tenham uma finalidade, entre elas, atividades e jogos.
O concreto e o abstrato se caracterizam como duas realidades dissoci- As crianças conseguem formular questões mais elaboradas, aprendem
adas, em que o concreto é identificado com o manipulável e o abstrato com a trabalhar diante de um problema, desenvolvem estratégias, criam ou
as representações formais, com as definições e sistematizações. mudam regra de jogos, revisam o que fizeram e discutem entre pares as
Segundo o referencial, “essa concepção, porém, dissocia a ação física diferentes propostas.
da ação intelectual, dissociação que não existe do ponto de vista do sujeito. A seleção e a organização dos conteúdos matemáticos representam
Na realidade, toda ação física supõe ação intelectual. A manipulação ob- um passo importante no planejamento da aprendizagem.
servada de fora do sujeito está dirigida por uma finalidade e tem um sentido
do ponto de vista da criança.” Deve-se levar em conta que aprender matemática é um processo con-
tínuo de abstração no qual as crianças atribuem significados e estabelecem
A participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa ineren- relações com base nas observações, experiências e ações que fazem,
tes a diferentes tipos de jogos têm servido de argumento para fortalecer desde cedo, sobre elementos do seu ambiente físico e sociocultural.
essa concepção, segundo a qual aprende-se Matemática brincando. Isso
em parte é correto, porque se contrapõe à orientação de que, para apren- Contar é uma estratégia fundamental para estabelecer o valor cardinal
der Matemática, é necessário um ambiente em que predomine a rigidez, a de conjuntos de objetos. Isso fica evidenciado quando se busca a proprie-
disciplina e o silêncio. dade numérica dos conjuntos ou coleções em resposta à pergunta “quan-
tos?” (cinco, seis, dez etc.) É aplicada também quando se busca a proprie-
Por outro lado, continua o documento, percebe-se um certo tipo de eu- dade numérica dos objetos, respondendo à pergunta “qual?”. Nesse caso
foria, na educação infantil e até mesmo nos níveis escolares posteriores, está também em questão o valor ordinal de um número (quinto, sexto,
em que jogos, brinquedos e materiais didáticos são tomados sempre de décimo etc.)
modo indiferenciado na atividade pedagógica: a manipulação livre ou a
aplicação de algumas regras sem uma finalidade muito clara. O jogo, O texto destaca que “a contagem é realizada de forma diversificada pe-
embora muito importante para as crianças não diz respeito, necessariamen- las crianças, com um significado que se modifica conforme o contexto e a
te, à aprendizagem da Matemática. compreensão que desenvolvem sobre o número. Pela via da transmissão
social, as crianças, desde muito pequenas, aprendem a recitar a sequência
O jogo é um fenômeno cultural com múltiplas manifestações e signifi- numérica, muitas vezes sem se referir a objetos externos. Podem fazê-lo,
cados, que variam conforme a época, a cultura ou o contexto. por exemplo, como uma sucessão de palavras, no controle do tempo para
O que caracteriza uma situação de jogo é a iniciativa da criança, sua iniciar uma brincadeira, por repetição ou com o propósito de observar a
intenção e curiosidade em brincar com assuntos que lhe interessam e a regularidade da sucessão. Nessa prática, a criança se engana, pára, reco-
utilização de regras que permitem identificar sua modalidade. meça, progride. A criança pode, também, realizar a recitação das palavras,
numa ordem própria e particular, sem necessariamente fazer corresponder
A natureza do jogo propicia um trabalho com noções matemáticas, po- as palavras da sucessão aos objetos de uma coleção (1, 3, 4, 19, por
rém, cabe lembrar que o seu uso como instrumento não significa, necessa- exemplo).”
riamente, a realização de um trabalho matemático.
Exemplos de situações que envolvem recitação:
A livre manipulação de peças e regras por si só não garante a aprendi- • Jogos de esconder ou de pega, nos quais um dos participantes de-
zagem. ve contar
O jogo pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são • Brincadeiras e cantigas que incluem diferentes formas de conta-
planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade de aprendiza- gem.
gem, isto é, proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma Para se ter a compreensão do significado da notação numérica é preci-
relação ou atitude. so ler os números, compará-los e ordená-los.
É necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica pla- Ao se deparar com números em diferentes contextos, a criança é desa-
nejamento e previsão de etapas pelo professor, para alcançar objetivos fiada a aprender, a desenvolver o seu próprio pensamento e a produzir
predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes. conhecimentos a respeito.
Fundamentos da Educação 84 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Nem sempre um mesmo número representa a mesma coisa, pois de- Por sua vez, o tempo é uma grandeza mensurável que requer mais do
pende do contexto em que está. Por exemplo, o número dois pode estar que a comparação entre dois objetos.
representando duas unidades, mas, dependendo da sua posição, pode
representar vinte ou duzentas unidades; pode representar uma ordem, Presente, passado e futuro são noções que auxiliam a estruturação do
segundo, ou ainda representar um código (como nos números de telefone pensamento.
ou no código de endereçamento postal). Outra grandeza que as crianças têm contato é o dinheiro. Ele represen-
O texto ressalta que “para as crianças, os aspectos relevantes da nu- ta o valor dos objetos, do trabalho, etc.
meração são os que fazem parte de suas vidas cotidianas. Pesquisar os O uso do dinheiro constitui-se uma oportunidade que incentiva a conta-
diferentes lugares em que os números se encontram, investigar como são gem, o cálculo mental e o cálculo estimativo.
organizados e para que servem, é tarefa fundamental para que possam
iniciar a compreensão sobre a organização do sistema de numeração. “ O pensamento geométrico compreende as relações e representações
espaciais que as crianças desenvolvem, desde muito pequenas.
Há diversos usos de números presentes nos telefones, nas placas de
carro e de ônibus, nas camisas de jogadores, no código de endereçamento Cada criança constrói um modo particular de conceber o espaço por
postal, nas etiquetas de preço, nas contas de luz para diferenciar e nomear meio de suas percepções.
classes ou ordenar elementos e com os quais as crianças entram em O desenho é uma forma privilegiada de representação, na qual as cri-
contato, interpretando e atribuindo significados. anças podem expressar suas ideias e registrar informações.
São muitas as possibilidades de a criança investigar as regras e as re- O trabalho com o espaço também pode ser feito com o uso de figuras,
gularidades do sistema numérico. desenhos, fotos e certos tipos de mapas para a descrição e representação
Fichas que indicam a ordinalidade – primeiro, segundo, terceiro – po- de caminhos, itinerários, etc.
dem ser sugeridas às crianças como material para uso nas brincadeiras de Os jogos numéricos, por sua vez, permitem às crianças utilizarem nú-
faz-de-conta, quando é necessário, por exemplo, decidir a ordem de aten- meros e suas representações, ampliarem a contagem, estabelecerem
dimento num posto de saúde ou numa padaria. correspondências, operarem.
O uso de medidas, por sua vez, mostrou-se não só como um eficiente Os jogos com pistas ou tabuleiros numerados permitem fazer corres-
processo de resolução de problemas práticos do homem antigo como teve pondências, contar de um em um, de dois em dois, etc.
papel preponderante no tecido das inúmeras relações entre noções mate-
máticas. Finalmente, os jogos e as brincadeiras permitem que o grupo se estru-
ture, que as crianças tenham relações ricas em troca, aprendam a esperar
O documento salienta que “a compreensão dos números, bem como de a sua vez, acostumem-se a lidar com regras, descobrindo que podem
muitas das noções relativas ao espaço e às formas, é possível graças às ganhar ou perder.
medidas. Da iniciativa de povos (como os egípcios) para demarcar terras
fazendo medições resultou a criação dos números fracionários ou decimais.
As medidas estão presentes em grande parte das atividades cotidianas INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE:
e as crianças, desde muito cedo, têm contato com certos aspectos das
medidas.
ÉTICA, SAÚDE, MEIO AMBIENTE, ORIENTAÇÃO
SEXUAL, PLURALIDADE CULTURAL, CULTURA ÉT-
O fato de que as coisas têm tamanhos, pesos, volumes, temperatura
diferentes e que tais diferenças frequentemente são assinaladas pelos NICO-RACIAL, TRABALHO E CONSUMO.
outros (está longe, está perto, é mais baixo, é mais alto, mais velho, mais
novo, pesa meio quilo, mede dois metros, a velocidade é de oitenta quilô- Introdução
metros por hora etc.) permite que as crianças informalmente estabeleçam
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de
esse contato, fazendo comparações de tamanhos, estabelecendo relações,
qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o país. Sua
construindo algumas representações nesse campo, atribuindo significado e
função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema
fazendo uso das expressões que costumam ouvir.
educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsi-
Esses conhecimentos e experiências adquiridos no âmbito da convi- diando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente
vência social favorecem à proposição de situações que despertem a curio- daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a
sidade e interesse das crianças para continuar conhecendo sobre as medi- produção pedagógica atual.
das. Desempenho
Diante disso, o professor deve propor situações-problema em que a O perfil da educação brasileira apresentou significativas mudanças nas
criança possa ampliar, aprofundar e construir novos sentidos para seus duas últimas décadas. Houve substancial queda da taxa de analfabetismo,
conhecimentos. aumento expressivo do número de matrículas em todos os níveis de ensino
Como exemplo, as atividades de culinária que possibilitam um rico tra- e crescimento sistemático das taxas de escolaridade média da população.
balho, envolvendo diferentes unidades de medida, como o tempo de cozi- Resultados obtidos numa pesquisa abrangendo alunos de escolas pú-
mento e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, blicas e privadas reafirmam a baixa qualidade atingida no desempenho dos
pitada etc. alunos no ensino fundamental em relação à leitura e principalmente em
habilidade matemática.
A comparação de comprimentos, pesos e capacidades, a marcação de
tempo e a noção de temperatura são experimentadas desde cedo pelas Mesmo os alunos que conseguem completar os oito anos do ensino
crianças pequenas, permitindo-lhes pensar, num primeiro momento, essen- fundamental acabam dispondo de menos conhecimento do que se espera
cialmente sobre características opostas das grandezas e objetos, como de quem concluiu a escolaridade obrigatória. Dentre outras deficiências do
grande/pequeno, comprido/curto, longe/perto, muito/pouco, quente/frio etc. processo de ensino e aprendizagem, são relevantes o desinteresse geral
pelo trabalho escolar, a motivação dos alunos centrada apenas na nota e
As crianças passam a perceber isso a partir das características dos ob- na promoção, o esquecimento precoce dos assuntos estudados e os pro-
jetos, como, por exemplo, a casa branca é maior que a cinza; minha bola blemas de disciplina.
de futebol é mais leve e menor do que a sua, etc.
Professores
O desenvolvimento dessas capacidades comparativas não garantem, O desempenho dos alunos leva diretamente a pesquisar também os
porém, a compreensão de todos os aspectos implicados na noção de aspectos relativos à formação do professor, que mostra que 10% dos
medida. docentes atuam sem o nível de formação mínimo exigido. A exigência legal
de formação inicial para atuação no ensino fundamental nem sempre pode
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ser cumprida. adaptações sucessivas da ação pedagógica às diferentes necessidades
dos alunos, sem que deixem de orientar sua prática pelas expectativas de
aprendizagem referentes ao período em questão.
Além de uma formação inicial consistente, é preciso considerar um in-
vestimento educativo contínuo e sistemático para que o professor se de- Temas Transversais
senvolva como profissional de educação. A formação não pode ser tratada Se a escola pretende estar em consonância com as demandas atuais
como um acúmulo de cursos e técnicas, mas sim como um processo refle- da sociedade, é necessário que trate de questões que interferem na vida
xivo e crítico sobre a prática educativa. Investir no desenvolvimento profis- dos alunos e com as quais se vêem confrontados no seu dia-a-dia. As
sional dos professores é também intervir em suas reais condições de temáticas sociais, por essa importância inegável que têm na formação dos
trabalho. alunos, já há muito têm sido discutidas e frequentemente incorporadas aos
Princípios e Fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais currículos das áreas ligadas às Ciências Naturais e Sociais, chegando até
mesmo, em algumas propostas, a constituir novas áreas.
Não se pode deixar de levar em conta que, na atual realidade brasilei-
ra, a profunda estratificação social e a injusta distribuição de renda têm Mais recentemente, algumas propostas indicaram a necessidade do
funcionado como um entrave para que uma parte considerável da popula- tratamento transversal de temáticas sociais na escola, como forma de
ção possa fazer valer os seus direitos e interesses fundamentais. Cabe ao contemplá-las na sua complexidade, sem restringi-las à abordagem de uma
governo o papel de assegurar que o processo democrático se desenvolva única área.
de modo a que esses entraves diminuam cada vez mais. É papel do Estado O conjunto de documentos dos Temas Transversais comporta uma
democrático investir na escola, para que ela prepare e instrumentalize primeira parte em que se discute a sua necessidade para que a escola
crianças e jovens para o processo democrático, forçando o acesso à edu- possa cumprir sua função social, os valores mais gerais e unificadores que
cação de qualidade para todos e às possibilidades de participação social. definem todo o posicionamento relativo às questões que são tratadas nos
No contexto atual, a inserção no mundo do trabalho e do consumo, o temas, a justificativa e a conceitualização do tratamento transversal para os
cuidado com o próprio corpo e com a saúde, passando pela educação temas sociais e um documento específico para cada tema: Ética, Saúde,
sexual, e a preservação do meio ambiente são temas que ganham um novo Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, eleitos por envol-
estatuto, num universo em que os referenciais tradicionais, a partir dos verem problemáticas sociais atuais e urgentes, consideradas de abrangên-
quais eram vistos como questões locais ou individuais, já não dão conta da cia nacional e até mesmo de caráter universal.
dimensão nacional e até mesmo internacional que tais temas assumem, Além das adaptações dos temas apresentados, é importante que sejam
justificando, portanto, sua consideração. Nesse sentido, é papel preponde- eleitos temas locais para integrar o componente Temas Transversais como,
rante da escola propiciar o domínio dos recursos capazes de levar à dis- por exemplo, Educação Para o Trânsito para cidades onde o índice de
cussão dessas formas e sua utilização crítica na perspectiva da participa- acidentes de trânsito seja alto.
ção social e política.
Cada criança ou jovem brasileiro, mesmo de locais com pouca infra- Objetivos
estrutura e condições socioeconômicas desfavoráveis, deve ter acesso ao
conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como Os objetivos propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais concre-
necessários para o exercício da cidadania para deles poder usufruir. Se tizam as intenções educativas em termos de capacidades que devem ser
existem diferenças socioculturais marcantes, que determinam diferentes desenvolvidas pelos alunos ao longo da escolaridade. A decisão de definir
necessidades de aprendizagem, existe também aquilo que é comum a os objetivos educacionais em termos de capacidades é crucial nesta pro-
todos, que um aluno de qualquer lugar do Brasil, do interior ou do litoral, de posta, pois as capacidades, uma vez desenvolvidas, podem se expressar
uma grande cidade ou da zona rural, deve ter o direito de aprender e esse numa variedade de comportamentos. O professor, consciente de que
direito deve ser garantido pelo Estado. condutas diversas podem estar vinculadas ao desenvolvimento de uma
mesma capacidade, tem diante de si maiores possibilidades de atender à
diversidade de seus alunos.
Organização da Escolaridade em Ciclos
Assim, os objetivos se definem em termos de capacidades de ordem
Na década de 80 houve uma reestruturação do ensino fundamental ba-
cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e
seado na flexibilização da seriação, o que abriria a possibilidade de o
estética, tendo em vista uma formação ampla.
currículo ser trabalhado ao longo de um período de tempo maior e permitiria
respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem que os alunos apresentam.
A organização por ciclos contribui efetivamente para a superação dos Conteúdos
problemas do desenvolvimento escolar.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem uma mudança de en-
Os Parâmetros Curriculares Nacionais adotam a proposta de estrutura- foque em relação aos conteúdos curriculares: ao invés de um ensino em
ção por ciclos, pelo reconhecimento de que tal proposta permite compensar que o conteúdo seja visto como fim em si mesmo, o que se propõe é um
a pressão do tempo que é inerente à instituição escolar, tornando possível ensino em que o conteúdo seja visto como meio para que os alunos desen-
distribuir os conteúdos de forma mais adequada à natureza do processo de volvam as capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens
aprendizagem. Além disso, favorece uma apresentação menos parcelada culturais, sociais e econômicos.
do conhecimento e possibilita as aproximações sucessivas necessárias
para que os alunos se apropriem dos complexos saberes que se intenciona É preciso analisar os conteúdos referentes a procedimentos não do
transmitir. ponto de vista de uma aprendizagem mecânica, mas a partir do propósito
fundamental da educação, que é fazer com que os alunos construam
A adoção de ciclos, pela flexibilidade que permite, possibilita trabalhar instrumentos para analisar, por si mesmos, os resultados que obtêm e os
melhor com as diferenças de ritmos de aprendizado entre os alunos e está processos que colocam em ação para atingir as metas a que se propõem.
plenamente coerente com os fundamentos psicopedagógicos. A lógica da Por exemplo: para realizar uma pesquisa, o aluno pode copiar um trecho da
opção por ciclos consiste em evitar que o processo de aprendizagem tenha enciclopédia, embora esse não seja o procedimento mais adequado. É
obstáculos inúteis, desnecessários e nocivos. Portanto, é preciso que a preciso auxiliá-lo, ensinando os procedimentos apropriados, para que possa
equipe pedagógica das escolas se corresponsabilize com o processo de responder com êxito à tarefa que lhe foi proposta. É preciso que o aluno
ensino e aprendizagem de seus alunos. aprenda a pesquisar em mais de uma fonte, registrar o que for relevante,
Ao se considerar que dois ou três anos de escolaridade pertencem a relacionar as informações obtidas para produzir um texto de pesquisa.
um único ciclo de ensino e aprendizagem, podem-se definir objetivos e Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os conteúdos referentes a
práticas educativas que permitam aos alunos avançar continuadamente na conceitos, procedimentos, valores, normas e atitudes estão presentes nos
concretização das metas do ciclo. A organização por ciclos tende a evitar documentos tanto de áreas quanto de Temas Transversais, por contribuí-
as frequentes rupturas e a excessiva fragmentação do percurso escolar, rem para a aquisição das capacidades definidas nos Objetivos Gerais do
assegurando a continuidade do processo educativo, dentro do ciclo e na Ensino Fundamental. A consciência da importância desses conteúdos é
passagem de um ciclo ao outro, ao permitir que os professores realizem essencial para garantir-lhes tratamento apropriado, em que se vise um

Fundamentos da Educação 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


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desenvolvimento amplo, harmônico e equilibrado dos alunos, tendo em ções, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em
vista sua vinculação à função social da escola. Eles são apresentados nos diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia
blocos de conteúdos e/ou organizações temática. ou outras características individuais e sociais
Avaliação • Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do
A concepção de avaliação dos Parâmetros Curriculares Nacionais vai ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,
além da visão tradicional, que focaliza o controle externo do aluno mediante contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente
notas ou conceitos, para ser compreendida como parte integrante e intrín- • Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento
seca ao processo educacional. de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética,
A avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fra- estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir
cassos do aluno, é compreendida como um conjunto de atuações que tem com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da ci-
a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. dadania
Acontece contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa • Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábi-
do conhecimento construído pelo aluno. Possibilita conhecer o quanto ele tos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida
se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde
em determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção coletiva
pedagógica realizada. Portanto, a avaliação das aprendizagens só pode • Utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica,
acontecer se forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comu-
analisando a adequação das situações didáticas propostas aos conheci- nicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em
mentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e
enfrentar. situações de comunicação
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão • Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológi-
contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de cos para adquirir e construir conhecimentos
trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou
reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual • Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de re-
ou de todo grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência solvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade,
de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedi-
seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir mentos e verificando sua adequação.
prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam
maior apoio.
LÍNGUA PORTUGUESA
No caso da avaliação escolar, é necessário que se estabeleçam expec-
O ensino e a aprendizagem da Língua Portuguesa estão diretamente
tativas de aprendizagem dos alunos em consequência do ensino, que
relacionados ao aluno, que é aquele que executa a ação de aprender a
devem se expressar nos objetivos, nos critérios de avaliação propostos e
Língua Portuguesa, que corresponde ao objeto utilizado na fala e escrita,
na definição do que será considerado como testemunho das aprendiza-
ou seja, é o objeto do conhecimento, e finalmente o ensino, que é justa-
gens. Do contraste entre os critérios de avaliação e os indicadores expres-
mente a prática educacional que une o aluno à Língua Portuguesa. Para
sos na produção dos alunos surgirá o juizo de valor, que se constitui a
que essa união aconteça o professor deverá planejar, implementar e dirigir
essência da avaliação.
as atividades didáticas, com o objetivo de estimular, apoiar e orientar o
Os critérios de avaliação têm um papel importante, pois explicitam as aluno.
expectativas de aprendizagem, considerando objetivos e conteúdos propos-
Um aspecto importante do ensino é o seu nível de leitura e escrita, que
tos para a área e para o ciclo, a organização lógica e interna dos conteú-
estão relacionadas a determinados momentos históricos e a posições
dos, as particularidades de cada momento da escolaridade e as possibili-
sociais. Cabe, portanto, à escola tornar o aluno acessível ao universo dos
dades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento
textos existentes, tanto no ensino, produção, quanto interpretação deles.
cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual os alunos
tenham boas condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e Existem muitas variações na Língua Portuguesa, identificadas geogra-
social. Os critérios de avaliação apontam as experiências educativas a que ficamente e socialmente pela fala. Diante disso, ocorrem preconceitos com
os alunos devem ter acesso e são consideradas essenciais para o seu relação as variações da língua de menor prestígio. Com isso, há necessi-
desenvolvimento e socialização. Nesse sentido, os critérios de avaliação dade de um ensino com objetivo educacional direcionada ao respeito dessa
devem refletir de forma equilibrada os diferentes tipos de capacidades e as diferença de linguagem, e não adotando uma única forma de falar como
três dimensões de conteúdos, e servir para encaminhar a programação e “certa”, enfatizando sim, qual forma de fala utilizar, considerando as carac-
as atividades de ensino e aprendizagem. terísticas do contexto.
Com relação ao ensino da escrita, sempre houve dois estágios distin-
tos. Primeiro a alfabetização, que seria o domínio do bê-á-bá, como pré-
Objetivos Gerais do Ensino Fundamental
requisito para o início do segundo estágio, o estudo da língua propriamente
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensi- dito. Mas a compreensão atual nos mostra que esses dois processos de
no fundamental que os alunos sejam capazes de: aprendizagem podem e devem ocorrer de forma simultânea. Temos que a
• Compreender a cidadania como participação social e política, as- conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de
sim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, compreender e produzir textos em linguagem escrita, essa aprendizagem
adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e exige um trabalho pedagógico sistemático.
repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o O ensino da Língua Portuguesa ocorre em determinada sequência: en-
mesmo respeito sina-se a juntar as sílabas e formar palavras, então junta-se palavras para
• Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas di- formar frases e finalmente junta-se frases para formar textos. Dessa forma,
ferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de me- os textos utilizados pela escola são considerados agregados de frases.
diar conflitos e de tomar decisões coletivas No decorrer do ensino da compreensão textual, deve-se fornecer ao
• Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões aluno textos ricos, pois não se formam bons leitores oferecendo materiais
sociais, materiais e culturais como meio para construir progressi- de leitura empobrecidos, justamente no momento em que as crianças são
vamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento iniciadas no mundo da escrita. É importante que o texto literário seja incor-
de pertinência ao País porado a prática cotidiana da sala de aula.
• Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sócio-cultural bra- A prática da reflexão sobre a língua é fundamental para a expansão da
sileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e na- capacidade de produzir e interpretar textos. O objetivo principal dessa

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prática é imprimir maior qualidade ao uso da linguagem. Na sala de aula, • permitir a compreensão do funcionamento comunicativo da escrita
essa reflexão deve ser feita sobre textos reais. • informar como escrever e sugerir sobre o que escrever
O trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escrito-
Objetivos Gerais da Língua Portuguesa Para o Ensino Fundamental res competentes, capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.
A partir do ensino da Língua Portuguesa os alunos devem ser capazes Quando se pretende formar escritores competentes, é preciso também
de: oferecer condições para os alunos criar os seus próprios textos e de avaliar
o percurso criador.
• expandir o uso da língua e utilizá-la com eficiência adequada a
seus destinatários Os projetos são excelentes situações para que os alunos produzam
textos de forma contextualizada. Além disso carregam exigências de gran-
• utilizar diferentes registros da língua, inclusive os mais formais de valor pedagógico:
• conhecer e respeitar as diferentes variedades linguísticas do por- • podem apontar a necessidade de ler e analisar uma grande varie-
tuguês falado dade de textos e assuntos relacionados ao que se vai produzir
• compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontar • os projetos favorecem o necessário compromisso do aluno com a
em diferentes situações sua própria aprendizagem
• valorizar a leitura como fonte de informação A maioria dos escritores iniciantes costuma contentar-se com uma úni-
• utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem e para me- ca versão do seu texto e, muitas vezes, a própria escola sugere esse
lhorar a qualidade de suas relações procedimento. Porém, isso em nada contribui para o texto ser entendido
como processo ou para desenvolver a habilidade de revisar. Logo o traba-
• conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo
lho com rascunhos é imprescindível. Então a revisão do texto torna-se
de valores
fundamental na prática de produção.
Língua Oral:
As atividades de análise linguística são aquelas que tomam determina-
Eleger a língua oral como conteúdo escolar exige o planejamento da das características da linguagem como objeto de reflexão, e se apoiam na
ação pedagógica de forma a garantir, na sala de aula, atividades sistemáti- capacidade humana de refletir e analisar, pensar sobre os fatos e fenôme-
cas de fala, escuta e reflexão sobre a língua. nos da linguagem, e a propriedade que a linguagem tem de referir-se a si
Não basta deixar que as crianças falem. Apenas o falar cotidiano e a mesma.
exposição ao falar alheio não garantem a aprendizagem necessária. O trabalho didático de análise linguística a partir dessas considerações
A produção oral pode acontecer dentro dos mais diversos projetos: se organiza tendo como ponto de partida a exploração ativa e a observação
de regularidade no funcionamento da linguagem.
• atividades de produção oral de planejamento de um texto, de ela-
boração propriamente e de análise de sua qualidade Chamamos de revisão de texto o conjunto de procedimentos por meio
dos quais um texto é trabalhado até o ponto em que decide que se está,
• exposição oral sobre temas estudados para o momento, suficientemente bem escrito. Pressupõe-se a existência
Língua Escrita: de rascunhos sobre os quais se trabalha, produzindo alterações no texto.
É errônea a ideia de que ler é simplesmente decodificar, converter le- Durante a atividade de revisão, os alunos e o professor debruçam-se
tras em sons. Pois a partir disso a escola vem produzindo grandes quanti- sobre o texto buscando melhorá-lo. Para tanto, precisam aprender a detec-
dades de “leitores” capazes de decodificar qualquer texto, mas com enor- tar os pontos onde o que se está dito não é o que se pretendia, ou seja,
mes dificuldades para compreender o que tentam ler. identificar os problemas do texto e aplicar o conhecimento sobre a língua
para resolvê-los.
Logo, é preciso adquirir o conhecimento da correspondência fonográfi-
ca, de compreender a natureza e o funcionamento do sistema alfabético, A revisão do texto, como situação didática, exige que o professor sele-
dentro de uma prática ampla de leitura. cione em quais aspectos pretende que os alunos se concentrem de cada
vez, pois não é possível tratar de todos ao mesmo tempo.
Formar leitores implica em ter condições favoráveis para a prática da
leitura, como: Para escritores iniciantes esta pode ser uma tarefa complexa pois re-
quer distanciamento do próprio texto, procedimento difícil principalmente
• ter uma boa biblioteca na escola
para crianças pequenas.
• garantir que os alunos não sejam importunados no momento de lei-
Um tipo especial de análise linguística é o de observar textos impres-
tura
sos de diferentes autores com a intenção de desvelar a forma pela qual
• quando houver oportunidade sugerir títulos para serem adquiridos eles resolvem questões de textualidade.
Como proposta de leitura diária, sugere-se: Alfabetização
• leitura de forma silenciosa e individual Para aprender a ler e a escrever é preciso pensar sobre a escrita, so-
• em voz alta, quando a atividade exigir bre o que a escrita representa e como ela representa graficamente a lin-
guagem. Estudos em diferentes línguas têm mostrado que, o alfabetizando
• escutar alguém lendo progride em direção a um procedimento de análise em que passa a fazer
Existe também a leitura colaborativa em que o professor lê um texto corresponder recortes do falado e recortes do escrito. Essa correspondên-
com a classe, e durante a leitura, questiona os alunos sobre pistas linguísti- cia passa por um momento silábico antes de chegar a compreender o que
cas que possibilitam a atribuição de determinados sentidos. cada letra representa.
Além das leituras realizadas pelos alunos e coordenadas pelo profes- As propostas de escritas mais produtivas são as que permitem aos alu-
sor, há as que podem ser realizadas basicamente pelo professor. Nesse nos monitorarem sua própria produção, ao menos parcialmente. A escrita
caso, geralmente são textos longos que, pela sua qualidade e beleza, de quadrinhas que se sabe de cor permite, por exemplo, que a atividade
podem encantar os alunos, sendo estes às vezes, incapazes de ler esses seja realizada em grupo, e que os alunos precisem se pôr de acordo sobre
textos sozinhos. Porém a leitura em voz alta feita pelo professor não é uma quantas e quais letras irão usar para escrever. Cabe ao professor que dirige
prática comum nas escolas e à medida que as séries aumentam, isso torna- a atividade escolher o texto a ser escrito e definir os parceiros em função do
se mais difícil. que se sabe acerca do conhecimento de cada aluno.
No contexto geral, a leitura intensa é necessária em vários aspectos: Ortografia
• ampliar a visão do mundo e inserir o leitor na cultura letrada O ensino da ortografia geralmente dá-se por meio da apresentação e
• estimular o desejo de outras leituras repetição verbal de regras, e da correção que o professor faz de redações e
ditados, seguida de uma tarefa em que o aluno copia várias vezes as

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palavras que escreveu errado. Apesar disso, continuam a escrever errado. alunos.
Ainda que tenham um forte apelo à memória, a aprendizagem da orto- Caracterização da Área de Matemática
grafia não é um processo passivo. Trata-se de uma construção individual • A matemática é componente importante na construção da cidada-
para a qual a intervenção pedagógica tem muito a contribuir. nia
O trabalho com a normalização ortográfica deve estar contextualizado, • A matemática precisa estar ao alcance de todos
basicamente, em situações que os alunos tenham razões para escrever
corretamente, em que o texto seja bem legível, porque existem leitores de • A atividade matemática escolar deve basear-se na construção, e
fato para a escrita que produzem. não na observação de coisas prontas
Pontuação • A aprendizagem está ligada à compreensão do significado, vendo
suas relações com outros objetos e acontecimentos
O ensino da pontuação tem se confundido com o ensino de sinais de
pontuação. A partir da compreensão de que o procedimento de pontuar é • O ensino deve se utilizar de jogos, livros, vídeos, calculadoras,
parte da atividade de textualização, essa abordagem se mostra inadequada computadores, etc. como forma de estímulo
e indica a necessidade de rever algumas ideias, sobre as quais essa didáti- • A avaliação é parte fundamental do processo de ensino e aprendi-
ca se apoia. A primeira delas é que a pontuação serviria para indicar as zagem
pausas na leitura em voz alta, e a segunda é que o que se pontuam são as
Principais Características
frases.
• Como as demais ciências, reflete as leis sociais e serve como ins-
Aprender a pontuar é aprender a partir e a reagrupar o fluxo do texto de
trumento para o conhecimento do mundo e da natureza
forma a indicar ao leitor os sentidos propostos pelo autor, obtendo assim
efeitos estilísticos. • É abstrata, precisa, logicamente rigorosa, de caráter inquestionável
em suas conclusões e altamente aplicável
Aprender a pontuar não é, portanto, aprender um conjunto de regras a
seguir, e sim, aprender um procedimento que incide diretamente sobre a • Os resultados são precisos e desenvolvidos num alto grau de mi-
textualidade. nuciosidade, o que os torna incontestáveis
Aspectos Gramaticais • Apesar de abstrata, seus conceitos se originam no mundo real, o
que faz com que ciências como a Física, Química e Astronomia a
Saber o que é substantivo, adjetivo, verbo, artigo, sujeito, etc. não sig-
utilizem como ferramenta essencial
nifica ser capaz de construir bons textos, empregando bem esses conheci-
mentos. • Também tem uso em áreas não exatas como a Sociologia, Psico-
logia, Antropologia, Medicina, etc
A propriedade que a linguagem tem de poder referir-se a si mesma é o
que torna possível a análise da língua e o que define um vocabulário pró- • A matemática pura (voltada para a teoria) e a aplicada (voltada à
prio, uma meta-linguagem. parte prática) se ajudam mutuamente
Se o objetivo é que os alunos utilizem os conhecimentos adquiridos por • A exatidão da matemática não diminui a importância das teorias que
meio da prática de reflexão sobre a língua para melhorar a capacidade de envolvem estimativas e aproximações, como a teoria das probabili-
compreensão e expressão, tanto em situações de comunicações escritas dades
quanto oral, é preciso organizar o trabalho educativo nessa perspectiva. Matemática e os Temas Transversais
Recursos Didáticos A interação do ensino da matemática com Temas Transversais é uma
Ao selecionar recursos didáticos para o trabalho pedagógico na área questão bastante nova. Para isso, devemos fazer algumas considerações:
de Língua Portuguesa, deve-se levar em consideração os seguintes aspec- • Ética: Nas aulas de matemática pode-se direcionar o trabalho ao
tos: Sua utilização nas diferentes situações de comunicação de fatos; e as desenvolvimento ético do aluno, estimulando a confiança e o res-
necessidades colocadas pelas situações de ensino e aprendizagem. peito na capacidade e forma de pensar do próprio aluno e dos co-
As bibliotecas são fundamentais para um trabalho. legas. O professor pode estimular isso valorizando a troca de expe-
riências entre os alunos como forma de aprendizado.
O gravador é um recurso bastante útil nas atividades de revisão de tex-
tos orais produzidos pelos alunos. O vídeo também pode ser útil nas ativi- • Orientação Sexual: Ao ensino de matemática cabe fornecer os
dades de revisão de textos, pois permite que se volte sobre as produções mesmos instrumentos de aprendizagem e de desenvolvimento de
orais dos alunos para analisar tanto aspectos linguísticos como gesto, aptidões a todos, valorizando a igualdade de oportunidades sociais
postura corporal, etc., da produção do discurso. Finalmente o computador para homens e mulheres.
possui programas que possibilitam a digitação e edição de textos produzi- • Meio Ambiente: A compreensão dos fenômenos que ocorrem no
dos pelos alunos. ambiente - poluição, desmatamento, desperdício - utilizará concei-
Critérios de Avaliação tos (médias, áreas, volumes, etc) e procedimentos matemáticos
(formulação de hipóteses, cálculos, organização e interpretação de
Os objetivos do ensino são aqueles que permitem a elaboração de cri-
dados estatísticos, etc.)
térios para avaliar a aprendizagem dos conteúdos. É importante estar
atento pois um progresso relacionado a um critério específico pode mani- • Saúde: O acompanhamento do próprio desenvolvimento físico (al-
festar-se de diferentes formas em diferentes alunos. Logo, os critérios de tura, peso) é um exemplo de trabalhos a ser utilizados no aprendi-
avaliação devem ser compreendidos: por um lado, como aprendizagens zado da matemática
indispensáveis no final de um período; por outro, como referenciais que
permitem a análise dos seus avanços ao longo do processo, considerando
que as manifestações desses avanços não são lineares nem idênticas. Aprender e Ensinar Matemática no Ensino Fundamental
Numa reflexão sobre o ensino da Matemática é de fundamental impor-
tância ao professor:
MATEMÁTICA
• identificar as principais características dessa ciência, de seus mé-
O ensino de matemática tem importância fundamental pois ela permite todos, de suas ramificações e aplicações
resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do
trabalho e é essencial no auxílio em outras áreas do conhecimento, assim • conhecer a história de vida dos alunos, sua vivência de aprendiza-
como interfere na formação intelectual, estruturação do pensamento e gens fundamentais, seus conhecimentos informais sobre um dado
agilização do raciocínio dedutivo do aluno. assunto, suas condições sociológicas, psicológicas e culturais
A abordagem utilizada deve estar relacionada com ações cotidianas • ter clareza de suas próprias concepções sobre a Matemática, uma
para que os conhecimentos matemáticos se tornem acessíveis a todos os vez que a prática em sala de aula, as escolhas pedagógicas, a de-
finição de objetivos e conteúdos de ensino e as formas de avalia-

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ção estão intimamente ligadas a essas concepções matemático.
Tradicionalmente, a prática mais frequente no ensino de Matemática • Tecnologias da Informação: Estudiosos do tema mostram que es-
era aquela em que o professor apresentava o conteúdo oralmente, partindo crita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são captura-
de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de dos por uma informática cada vez mais avançada.
exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação, e pressupunha que o A calculadora, por exemplo, é um instrumento que pode contribuir para
aluno aprenda pela reprodução. Considerava-se que uma reprodução o ensino da Matemática, pois pode ser utilizada como instrumento motiva-
correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. dor na realização de tarefas exploratórias e de investigação.
Essa prática de ensino mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta O computador é apontado como um instrumento que traz versáteis
poderia ser apenas uma simples indicação de que o aluno aprendeu a possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática. Tudo
reproduzir mas não apreendeu o conteúdo. indica que seu caráter lógico-matemático pode ser um grande aliado do
Numa perspectiva de trabalho em que se considere a criança como desenvolvimento cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que
protagonista da construção de sua aprendizagem, o papel do professor ele permite um trabalho que obedece a distintos ritmos de aprendizagem.
ganha novas dimensões. Além de organizador, o professor também é • Jogos: Além de ser um objeto sócio-cultural em que a Matemática
consultor nesse processo. Não mais aquele que expõe todo o conteúdo aos está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento
alunos, mas aquele que oferece as informações necessárias, que o aluno dos processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obriga-
não tem condições de obter sozinho. ção externa e imposta”, embora demande exigências, normas e
Além da interação entre professor e aluno, a interação entre alunos de- controle. Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam si-
sempenha papel fundamental na formação das capacidades cognitivas e tuações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a
afetivas. Trabalhar coletivamente, por sua vez, supõe uma série de apren- pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas
dizagens, como: passam a ser imaginado por elas. Ao criarem essas analogias, tor-
• perceber que além de buscar a solução para uma situação propos- nam-se produtoras de linguagens, criadoras de convenções, capa-
ta devem cooperar para resolvê-la e chegar a um consenso citando-se para se submeterem a regras e dar explicações.

• saber explicitar o próprio pensamento e tentar compreender o pen- A participação em jogos de grupo também representa uma conquista
samento do outro cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o
desenvolvimento do seu raciocínio lógico.
• discutir as dúvidas, assumir que as soluções dos outros fazem sen-
tido e persistir na tentativa de construir suas próprias ideias Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que
eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante
• incorporar soluções alternativas, reestruturar e ampliar a compre- que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar
ensão acerca dos conceitos envolvidos nas situações e, desse e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curri-
modo, aprender cular que se deseja desenvolver.
Essas aprendizagens só serão possíveis na medida em que o profes- Objetivos Gerais de Matemática
sor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar,
comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias. • Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para com-
preender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter
Alguns Caminhos Para se Ensinar Matemática na Sala de Aula de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto
• Resolução de Problemas: Tradicionalmente os problemas não têm que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação
desempenhado seu verdadeiro papel no ensino pois, para a gran- e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.
de maioria dos alunos, resolver um problema significa fazer cálcu- • Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e quali-
los com os números do enunciado ou aplicar algo que aprenderam tativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior
nas aulas. Nesse caso, a concepção de ensino e aprendizagem número possível de relações entre eles, utilizando para isso o co-
subjacente é a que o aluno aprende por reprodução/imitação. nhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico,
Ao colocar o foco na resolução de problemas deve-se defender os se- estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e
guintes princípios: produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las cri-
ticamente.
• o ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas
o problema. No processo de ensino e aprendizagem, conceitos, • Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resul-
ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a tados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como de-
exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos dução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando concei-
precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las tos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecno-
lógicos disponíveis.
• o problema não é um exercício em que o aluno aplica, de forma
quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só há • Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e
problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da ques- apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas con-
tão que lhe é posta e a estruturar a situação que lhe é apresentada jecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações
entre ela e diferentes representações matemáticas.
• o aluno não constrói um conceito em resposta a um problema, mas
constrói um campo de conceitos que tomam sentido num campo • Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes
de problemas campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas cur-
riculares.
• a resolução de problemas não é uma atividade para ser desenvol-
vida em paralelo ou como aplicação da aprendizagem, mas uma • Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimen-
orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em tos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na
que se pode apreender conceitos, procedimentos e atitudes mate- busca de soluções.
máticas • Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coleti-
• História da Matemática: A história da Matemática pode oferecer vamente na busca de soluções para problemas propostos, identifi-
uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendiza- cando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto,
gem em Matemática. Ao revelar a Matemática como uma criação respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com
humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes eles.
culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer com-
parações entre os conceitos e processos matemáticos do passado
e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver ati- Os Conteúdos de Matemática no Ensino Fundamental
tudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento A discussão sobre a seleção e a organização de conteúdos é uma dis-
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cussão complexa que não se resolve com a apresentação de uma listagem norteadas pelo conhecimento científico.
de conteúdos comuns a serem desenvolvidos nacionalmente. Ao longo do ensino fundamental a aproximação ao conhecimento cien-
O currículo de Matemática devem contemplar o estudo dos números e tífico se faz gradualmente. Nos primeiros ciclos o aluno constrói repertórios
das operações (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do espaço de imagem, fatos e noções, sendo que o estabelecimento dos conhecimen-
e das formas (no campo da Geometria) e o estudo das grandezas e das tos científicos se configura nos ciclos finais.
medidas (que permite interligações entre os campos da Aritmética, da Ao professor cabe selecionar, organizar e problematizar conteúdos de
Álgebra e da Geometria). modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual do aluno, na
Embora nestes parâmetros a Lógica não se constitua como bloco de sua construção como ser social.
conteúdo a ser abordado de forma sistemática no ensino fundamental, Pesquisas têm mostrado que muitas vezes conceitos intuitivos coexis-
alguns de seus princípios podem ser tratados de forma integrada aos tem como conceitos científicos aprendidos na escola. Nesse caso o ensino
demais conteúdos, desde as séries iniciais. não provocou uma mudança conceitual, mas, desde que a aprendizagem
Também algumas ideias ou procedimentos matemáticos, como propor- tenha sido significativa, o aluno adquiriu um novo conceito.
cionalidade, composição e estimativa, são fontes naturais e potentes de Sabe-se que nem sempre todos os alunos de uma classe têm ideias
inter-relação e, desse modo, prestam-se a uma abordagem dos conteúdos prévias acerca de um objeto de estudo. Isso não significa que tal objeto não
em que diversas relações podem ser estabelecidas. deva ser estudado. Significa, sim, que a intervenção do professor será a de
A seleção de conteúdos a serem trabalhados pode se dar numa pers- aprender ideias gerais a partir das quais o processo de investigação sobre
pectiva mais ampla, ao procurar identificar não só os conceitos mas tam- o objeto possa se estabelecer. A apresentação de um assunto novo para o
bém os procedimentos e as atitudes a serem trabalhados em classe, o que aluno também é intrigante, e durante as investigações surgem dúvidas,
trará certamente um enriquecimento ao processo de ensino e aprendiza- constroem-se representações, buscam-se informações e confrontam-se
gem. ideias.
• Números: Durante o ensino o aluno perceberá a existência de di- É importante, no entanto, que o professor tenha claro que o ensino de
versas categorias numéricas criadas em função de diferentes pro- Ciências não se resume à apresentação de definições científicas, em geral
blemas que a humanidade teve que enfrentar - números naturais, fora do alcance da compreensão dos alunos.
inteiros positivos e negativos, racionais (com representações fraci- Da mesma forma que os conteúdos conceituais, os procedimentos de-
onárias e decimais) e irracionais. À medida que se deparar com si- vem ser construídos pelos alunos por meio de comparações e discussões
tuações-problema - envolvendo adição, subtração, multiplicação, estimuladas por elementos e modelos oferecidos pelo professor.
divisão, potenciação e radiciação -, ele irá ampliando seu conceito
de número. No contexto da aprendizagem ativa, os alunos são convidados à práti-
ca de tais procedimentos, no início imitando o professor, e, aos poucos,
• Operações: Com relação às operações, o trabalho a ser realizado tornando-se autônomos.
se concentrará na compreensão dos diferentes significados de ca-
da uma delas, nas relações existentes entre elas e no estudo refle- Quanto ao ensino de atitudes e valores, embora muitas vezes o profes-
xivo do cálculo, contemplando diferentes tipos - exato e aproxima- sor não se dê conta estará sempre legitimando determinadas atitudes com
do, mental e escrito. seus alunos. Afinal ele é uma referência importante para a sua classe.
• Espaço e Forma: Os conceitos geométricos constituem parte im- No planejamento e desenvolvimento dos temas de Ciências em sala de
portante do currículo de Matemática no ensino fundamental, por- aula, cada uma das dimensões dos conteúdos deve ser explicitamente
que, por meio deles, o aluno desenvolve um tipo especial de pen- tratada. É também essencial que sejam levadas em conta por ocasião das
samento que lhe permite compreender, descrever e representar, avaliações, de forma compatível com o sentido amplo que se adotou para
de forma organizada, o mundo em que vive. os conteúdos do aprendizado.
Grandezas e Medidas: Na vida em sociedade, as grandezas e as me- Avaliação
didas estão presentes em quase todas as atividades realizadas. Desse Coerentemente à concepção de conteúdos e aos objetivos propostos, a
modo, desempenham papel importante no currículo, pois mostram clara- avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos
mente ao aluno a utilidade do conhecimento matemático no cotidiano. em relação a aprendizagem dos conceitos, de procedimentos e de atitudes.
Tradicionalmente, a avaliação restringe-se à verificação da aquisição
CIÊNCIAS NATURAIS de conceitos pelos alunos, mediante questionários nos quais grande parte
Para o ensino de Ciências Naturais é necessária a construção de uma das questões exige definições de significados. Porém, questões desse tipo
estrutura geral da área que favoreça a aprendizagem significativa do co- são bastante inadequadas a alunos dos três primeiros ciclos do ensino
nhecimento historicamente acumulado e a formação de uma concepção de fundamental, pois não lhes é possível elaborar respostas com o grau de
ciência, suas relações com a tecnologia e com a sociedade. Portanto, é generalização requerido. Outro tipo bastante frequente de perguntas são
necessário considerar as estruturas de conhecimento envolvidas no pro- aquelas que solicitam respostas extraídas diretamente dos livros-texto ou
cesso de ensino e aprendizagem: do aluno, do professor, da Ciência. das lições ditadas pelo professor. O fato de os alunos responderem de
acordo com o texto não significa que tenham compreendido o conceito em
Pela abrangência e pela natureza dos objetos de estudo das Ciências, questão.
é possível desenvolver a área de forma muito dinâmica, orientando o traba-
lho escolar para o conhecimento sobre fenômenos da natureza, incluindo o A avaliação da aquisição do conteúdo pode ser efetivamente realizada
ser humano e as tecnologias mais próximas e mais distantes, no espaço e ao se solicitar ao aluno que interprete situações determinadas, cujo enten-
no tempo. Estabelecer relações entre o que é conhecido e as novas ideias, dimento demanda os conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que
entre o comum e o diferente, entre o particular e o geral, definir contrapon- interprete uma história, uma figura, um texto, um problema ou um experi-
tos entre os muitos elementos do universo de conhecimentos são proces- mento. Desta forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem de
sos essenciais à estruturação do pensamento, particularmente do pensa- procedimentos e atitudes estão sendo avaliadas.
mento científico. É necessário que a proposta de interpretação ocorra em suficiente nú-
Se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico mero de vezes para que o professor possa detectar se os alunos já elabora-
e desenvolvam uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber ram os conceitos e procedimentos em estudo, se estão em processo de
a relação de ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em aquisição, ou se ainda expressam apenas conhecimentos prévios.
que cada um, a seu modo e determinado papel, está envolvido na constru- O erro faz parte do processo de aprendizagem e pode estar expresso
ção de uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, em registros, respostas, argumentações e formulações incompletas do
na formação de atitudes e valores humanos. aluno. O erro precisa ser tratado não como incapacidade de aprender, mas
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é como elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno,
dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações servindo, então, para reorientar a prática pedagógica e fazer com que

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avance na construção de seu conhecimento. O erro é um elemento que Este bloco temático comporta discussões acerca das relações entre
permite ao aluno entrar em contato com seu próprio processo de aprendi- Ciência, Tecnologia e Sociedade, no presente e no passado, no Brasil e no
zagem, perceber que há diferenças entre o senso comum e os conceitos mundo, em vários contextos culturais.
científicos e é necessário saber aplicar diferentes domínios de ideias em A dimensão dos procedimentos comporta todos os modos de reunir,
diferentes situações. organizar, discutir e comunicar informações como nos demais blocos.
Objetivos Gerais de Ciências Naturais A escolha de conteúdos, deve ser cuidadosa, para que seja estimulan-
• Compreender a natureza como um todo dinâmico te e de real interesse dos alunos, para que sirva à sua aprendizagem,
• Identificar relações entre o conhecimento científico, produção de respeitando o amadurecimento correspondente a cada faixa etária e levan-
tecnologia e condições de vida do à aprendizagem de procedimentos, ao desenvolvimento de valores, à
construção da cidadania.
• Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas
reais a partir de elementos das Ciências Naturais
• Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser Ciências Naturais no primeiro ciclo
promovido pela ação coletiva O processo de aprendizagem das crianças, muito antes da escolarida-
• Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades de obrigatória. São frequentemente curiosas, buscam explicações para
humanas tudo.

Conteúdos de Ciências Naturais As fontes para obtenção de respostas e conhecimentos sobre o mundo
vão desde o ambiente doméstico e a cultura regional, até a mídia e a cultu-
Os conteúdos serão apresentados em blocos temáticos, dada a natu- ra de massas. Portanto, as crianças chegam à escola tendo um repertório
reza da área. Estão organizados em blocos temáticos para que não sejam de representações e explicações da realidade. É importante que tais repre-
tratados como assuntos isolados. sentações encontrem na sala de aula um lugar para manifestação, pois,
Os conceitos da área de Ciências Naturais, que são conhecimentos além de constituírem importante fator no processo de aprendizagem, pode-
desenvolvidos pelas diferentes ciências e aqueles relacionados às tecnolo- rão ser ampliadas, transformadas e sistematizadas com a mediação do
gias, são um primeiro referencial para os conteúdos de aprendizado. Estão professor. É papel da escola e do professor estimular os alunos a pergunta-
organizados em teorias científicas, ou em conhecimentos tecnológicos, que rem e a buscarem respostas sobre a vida humana, sobre os ambientes e
não são definidos, mas se transformam continuamente. recursos tecnológicos que fazem parte do cotidiano ou que estejam distan-
tes no tempo e no espaço.
A grande variedade de conteúdos teóricos das disciplinas científicas,
como a Astronomia, a Biologia, a Física, as Geociências e a Química, No primeiro ciclo são inúmeras as possibilidades de trabalho com os
assim como dos conhecimentos tecnológicos, deve ser considerada pelo conteúdos da área de Ciências Naturais. Desde o início do processo de
professor em seu planejamento. escolarização e alfabetização, os temas de natureza científica e técnica, por
sua presença variada, podem ser de grande ajuda, por permitirem diferen-
São quatro blocos temáticos propostos para o ensino fundamental:
tes formas de expressão. Não se trata somente de ensinar a ler e a escre-
Ambiente, Ser Humano, Recursos tecnológicos e Terra e Universo.
ver para que os alunos possam aprender Ciências, mas também de fazer
Os três primeiros blocos se desenvolvem ao longo do ensino funda- usos das Ciências para que os alunos possam aprender a ler e a escrever.
mental. Porém o último só será destacado a partir do terceiro ciclo.
A capacidade de narrar ou escrever um fato, nessa fase, é enriquecida
Ambiente pelo desenho, que progressivamente incorpora detalhes do objeto ou do
Como conteúdo escolar, a temática ambiental permite apontar para as fenômeno observado.
relações recíprocas entre sociedade e ambiente, marcadas pelas necessi- Muito importante no ensino de Ciências é a comparação entre fenôme-
dades humanas, seus conhecimentos e valores. As questões específicas nos ou objetos de mesma classe, por exemplo: diferentes fontes de ener-
dos recursos tecnológicos, intimamente relacionados às transformações gia, alimentação dos animais, objetos de mesmo uso.
ambientais, também são importantes conhecimentos a serem desenvolvi-
Orientados pelo professor, que lhes oferece informações e propões in-
dos.
vestigações, os alunos realizam comparações e estabelecem regularidade
A Ecologia é o principal referencial teórico para os estudos ambientais. que permitem algumas classificações e generalizações.
Ao realizarem procedimentos de observação e experimentação, os alu- Outra característica desse momento da criança é o desenvolvimento da
nos buscam informações e estabelecem relações entre elementos dos linguagem casual. A criança é capaz de estabelecer sequências de fatos,
ambientes, subsidiados por informações complementares oferecidas por identificando causas e consequências relacionadas a essas sequências,
outras fontes ou pelo professor. mas ainda não as associa a princípios ou leis gerais da Ciência.
Ser Humano e Saúde Objetivos de Ciências Naturais para o primeiro ciclo
O conhecimento do corpo humano para o aluno deve estar associado a • Observar, registrar e comunicar algumas semelhanças e diferen-
um melhor conhecimento do seu próprio corpo, por ser seu e por ser único, ças entre diversos ambientes.
e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que nin-
• Valorizar atitudes e comportamentos favoráveis à saúde, em rela-
guém mais pode ter. Essa visão favorece o desenvolvimento de atitudes de
ção a alimentação e higiene pessoal
respeito e de apreço pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais.
• Formular perguntas e suposições sobre o assunto do estudo
Cada pessoa, aluno ou professor, apreende em seu meio de convívio,
especialmente em família, um conjunto de ideias a respeito do corpo. É
importante que o professor tenha consciência disso para que possa superar Critérios de avaliação para o primeiro ciclo
suas próprias pré-concepções e retrabalhar algumas das noções que os
alunos trazem de casa, algumas correspondentes a equívocos graves. Pretende-se avaliar se o aluno, utilizando os dados de observação, re-
conhece que todo ambiente é composto por seres vivos, água, ar e solo. Se
É importante que o trabalho sobre o crescimento, o desenvolvimento ele é capaz de identificar características dos seres vivos que permitem sua
humanos e a sexualidade leve em conta as transformações do corpo e do sobrevivência no ambientes que habitam.
comportamento nas diferentes fases da vida, evidenciando-se e intercru-
zando-se os fatores biológicos, culturais e sociais que marcam tais fases. É A capacidade do aluno de identificar e registrar sequências de eventos
papel da escola subsidiar os alunos com conhecimentos e capacidades que em um experimento ou em outras atividades, também será avaliada; assim
os tornem aptos a discriminar informações. como se o aluno relaciona os hábitos e as características do corpo humano
a cada fase do desenvolvimento e se idêntica as transformações ao longo
desse desenvolvimento.
Recursos Tecnológicos Ciências Naturais no segundo ciclo

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No segundo ciclo a escola já não é novidade. O aluno desta fase pos- O tempo da conjuntura é aquele que se prolonga e pode ser apreendi-
sui um repertório de imagens e ideias quantitativa e qualitativamente mais do durante uma vida, como o período de uma crise econômica, a duração
elaborado que no primeiro. Nem todos os alunos iniciam esse curso já de uma guerra ou a permanência de um regime político.
sabendo ler e escrever efetivamente, o que não pode constituir impedimen- O tempo da estrutura é aquele que parece imutável, pois as mudanças
to à aprendizagem de Ciências Naturais. que ocorrem na sua extensão são quase imperceptíveis nas vivências
contemporâneas das pessoas. É a duração de um regime de trabalho como
O aluno deste ciclo já pode compreender com maior e crescente de- a escravidão, de hábitos religiosos e de mentalidades que perduram, o uso
senvoltura explicações e descrições nos textos informativos que lê, ou de moedas nos sistemas de trocas ou as convivências sociais em organiza-
naqueles lidos pelo professor, o que representa um ganho significativo em ções como as cidades.
relação ao ciclo anterior. A escolha metodológica representa a possibilidade de orientar traba-
Observar, comparar, descrever, narrar, desenhar e perguntar são mo- lhos com a realidade presente, relacionando-a e comparando-a com mo-
dos de buscar e organizar informações sobre temas específicos, alvos de mentos significativos do passado. Didaticamente, as relações e as compa-
investigação pela classe. Tais procedimentos não permitem a aquisição do rações entre o presente e o passado permitem uma compreensão da
conhecimento conceitual sobre o tema, mas são recursos para que a di- realidade numa dimensão histórica, que extrapola as explicações sustenta-
mensão conceitual, a rede de ideias que confere significado ao tema, possa das apenas no passado ou só no presente imediato.
ser trabalha pelo professor.
Critérios de avaliação de Ciências Naturais para o segundo ciclo Objetivos Gerais de História Para o Ensino Fundamental
Pretende-se avaliar se o aluno é capaz de compreender que o solo tem Espera-se que, após o ensino fundamental, os alunos sejam capazes
componentes comuns, e diferentes solos apresentam esses componentes de:
em quantidade variada. Se ele é capaz de compreender que a permeabili-
dade é uma propriedade do solo. Se ele identifica a cadeia alimentar como • Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabele-
relação de dependência alimentar entre animais e vegetais. cem com outros tempos e espaços
Avalia também, se ele é capaz de perceber a disposição especial dos • Organizar alguns repertórios histórico-culturais que lhes permitam
órgãos e aparelhos estudados e suas funções. Se ele é capaz de compre- localizar acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a
ender como o saneamento se estrutura na sua região. Se ele é capaz de formular explicações para algumas questões do presente e do
compreender que os microrganismos e fungos atuam como decomposito- passado
res, contribuindo para maior fertilidade do solo. • Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais,
em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais,
econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e dife-
HISTÓRIA E GEOGRAFIA renças entre eles
História
O ensino e a aprendizagem de História envolvem uma distinção básica • Reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas,
entre o saber histórico (como um campo de pesquisa e produção de conhe- presentes na sua realidade e em outras comunidades, próximas ou
cimento do domínio de especialistas) e o saber histórico escolar (como distantes no tempo e no espaço
conhecimento produzido no espaço escolar). • Questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas
O saber histórico escolar compreende a delimitação de três conceitos e refletindo sobre algumas de suas possíveis soluções, reconhe-
fundamentais: o de fato histórico, de sujeito histórico e de tempo histórico. cendo formas de atuação política institucionais e organizações co-
letivas da sociedade civil
Os fatos históricos podem ser traduzidos, por exemplo, como sendo
aqueles relacionados aos eventos políticos, às festas cívicas e às ações de • Utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo
heróis nacionais, fatos esses apresentados de modo isolado do contexto histórico, aprendendo a ler diferentes registros escritos, iconográfi-
histórico em que viveram os personagens e dos movimentos de que partici- cos, sonoros
param. Podem, ainda, ser entendidos como ações humanas significativas, • Valorizar o patrimônio sócio-cultural e respeitar a diversidade, re-
escolhidas por professores e alunos, para análises de determinados mo- conhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como um
mentos históricos. elemento de fortalecimento da democracia.
Os sujeitos da História podem ser os personagens que desempenham Conteúdos de História: Critérios de Seleção e Organização
ações individuais ou consideradas como heróicas, de poder de decisão
É consensual a impossibilidade de se estudar a História de todos os
política de autoridades, como reis, rainhas e rebeldes. A História pode ser
tempos e sociedades, sendo necessário fazer seleções baseadas em
estudada como sendo dependente do destino de poucos homens, de ações
determinados critérios para estabelecer os conteúdos a serem ensinados.
isoladas e de vontades individuais de poderosos, em que pouco se percebe
a dimensão das ações coletivas, das lutas por mudanças ou do poder Objetivos de História Para o Primeiro Ciclo
exercido por grupos sociais em favor das permanências nos costumes ou Espera-se que ao final do primeiro ciclo os alunos sejam capazes de:
nas divisões do trabalho.
• Comparar acontecimentos no tempo, tendo como referência ante-
O sujeito histórico também pode ser entendido como sendo os agentes rioridade, posterioridade e simultaneidade
de ação social, que se tornam significativos para estudos históricos escolhi-
dos com fins didáticos, sendo eles indivíduos, grupos ou classes sociais. • Reconhecer algumas semelhanças e diferenças sociais, econômi-
cas e culturais, de dimensão cotidiana, existentes no seu grupo de
O conceito de tempo histórico pode estar limitado ao estudo do tempo convívio escolar e na sua localidade
cronológico (calendários e datas), repercutindo em uma compreensão dos
acontecimentos como sendo pontuais, uma data, organizados em uma • Reconhecer algumas permanências e transformações sociais,
longa e infinita linha numérica. Pode ser, ainda, considerado em toda sua econômicas e culturais nas vivências cotidianas das famílias, da
complexidade, cuja dimensão o aluno apreende paulatinamente. escola e da coletividade, no tempo, no mesmo espaço de convi-
vência
Os ritmos da duração, por sua vez, possibilitam identificar a velocidade
com que as mudanças ocorrem. Assim, podem ser identificados três tem- • Caracterizar o modo de vida de uma coletividade indígena, que vi-
pos: o tempo do acontecimento breve, o da conjuntura e o da estrutura. ve ou viveu na região, distinguindo suas dimensões econômicas,
sociais, culturais, artísticas e religiosas
O tempo do acontecimento breve é aquele que representa a duração
de um fato de dimensão breve, correspondendo a um momento preciso, • Identificar diferenças culturais entre o modo de vida de sua locali-
marcado por uma data. Pode ser, no caso, um nascimento, a assinatura de dade e o da comunidade indígena estudada
um acordo, uma greve, a independência política de um país, o início ou o • Estabelecer relações entre o presente e o passado
fim de uma guerra.

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• Identificar alguns documentos históricos e fontes de informações básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas
discernindo algumas de suas funções teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as rela-
Critérios de Avaliação de História Para o Primeiro Ciclo ções socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente
pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de
• Reconhecer algumas semelhanças e diferenças no modo de viver pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico.
dos indivíduos e dos grupos sociais que pertencem ao seu próprio
tempo e ao seu espaço A divisão da Geografia em campos de conhecimento da sociedade e
da natureza tem propiciado um aprofundamento temático de seus objetos
• Reconhecer a presença de alguns elementos do passado no pre- de estudo. Essa divisão é necessária, como um recurso didático, para
sente, projetando a sua realidade numa dimensão histórica, identi- distinguir os elementos sociais ou naturais, mas é artificial, na medida em
ficando a participação de diferentes sujeitos, obras e acontecimen- que o objetivo da Geografia é explicar e compreender as relações entre a
tos, de outros tempos, na dinâmica da vida atual sociedade e a natureza, e como ocorre a apropriação desta por aquela. Na
Objetivos de História Para o Segundo Ciclo busca dessa abordagem relacional, a Geografia tem que trabalhar com
diferentes noções espaciais e temporais, bem como com os fenômenos
Espera-se que ao final do segundo ciclo os alunos sejam capazes de:
sociais, culturais e naturais que são característicos de cada paisagem, para
• Reconhecer algumas relações sociais, econômicas, políticas e cul- permitir uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição.
turais que a sua coletividade estabelece ou estabeleceu com ou-
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais
tras localidades, no presente e no passado
são as categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação
• Identificar as ascendências e descendências das pessoas que per- à sua faixa etária, ao momento da escolaridade em que se encontram e às
tencem à sua localidade, quanto à nacionalidade, etnia, língua, re- capacidades que se espera que eles desenvolvam.
ligião e costumes
Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas
• Identificar as relações de poder estabelecidas entre a sua localida- que permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo
de e os demais centros políticos, econômicos e culturais, em dife- fenômeno em diferentes momentos da escolaridade, de modo que os
rentes tempos alunos possam construir compreensões novas e mais complexas a seu
• Utilizar diferentes fontes de informação para leituras críticas respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de
identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo
• Valorizar as ações coletivas que repercutem na melhoria das con- a relação sociedade-natureza. Essas práticas envolvem procedimentos de
dições de vida das localidade problematização, observação, registro, descrição, documentação, represen-
Critérios de Avaliação de História Para o Segundo Ciclo tação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que com-
põem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de hipóte-
• Reconhecer algumas semelhanças e diferenças que a sua locali-
ses e explicações da relações, permanências e transformações que aí se
dade estabelece com outras coletividades de outros tempos e ou-
encontram em interação.
tros espaços, nos seus aspectos sociais, econômicos, políticos,
administrativos e culturais Objetivos Gerais de Geografia Para o Ensino Fundamental
• Reconhecer alguns laços de identidade e/ou diferenças entre os Espera-se que ao término dos oito anos do ensino fundamental, os
indivíduos, os grupos e as classes, numa dimensão de tempo de alunos sejam capazes de:
longa duração • Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento
• Reconhecer algumas semelhanças, diferenças, mudanças e per- da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o
manências no modo de vida de algumas populações, de outras papel das sociedades em sua construção e na produção do territó-
épocas e lugares rio, da paisagem e do lugar
Orientações Didáticas • Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas
consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a cons-
Nas dinâmicas das atividades, propõe-se que o professor:
truir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e
• valorize, inicialmente, os saberes que os alunos já possuem sobre reativa nas questões socioambientais locais
o tema abordado, criando momentos de trocas de informações e
• Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos ge-
opiniões
ográficos estudados em suas dinâmicas e interações
• Avalie essas informações, identificando quais poderiam enriquecer
• Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos
seus repertórios
políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações
• Proponha novos questionamentos, informe sobre dados desconhe- socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos,
cidos e organize pesquisas e investigações que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, den-
• Selecione materiais de fontes de informação diferentes para que tro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las
sejam estudados em sala de aula • Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia
• Promova visitas e pesquisas em locais ricos em informações para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar,
seus processos de construção, identificando suas relações, pro-
• Proponha que os estudos realizados se materializem em produtos blemas e contradições
culturais, como livros, murais, exposições, teatros, maquetes, qua-
dros cronológicos, mapas, etc. • Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferen-
tes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacio-
Geografia nar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisa-
Tanto a Geografia Tradicional quanto a Geografia Marxista ortodoxa gens
negligenciaram a relação do homem e da sociedade com a natureza em • Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e
sua dimensão sensível de percepção do mundo: o cientificismo positivista representar a espacialidade dos fenômenos geográficos
da Geografia Tradicional, por negar ao homem a possibilidade de um
conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário; o marxismo • Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sócio diversidade,
ortodoxo, por tachar de idealismo alienaste qualquer explicação subjetiva e reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um
afetiva da relação da sociedade com a natureza. elemento de fortalecimento da democracia
O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de for- Critérios de Avaliação de Geografia Para o Primeiro Ciclo
ma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira • Reconhecer algumas das manifestações da relação entre socieda-
mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adqui- de e natureza presentes na sua vida cotidiana e na paisagem local
ram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos
• Reconhecer e localizar as características da paisagem local e

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compará-las com as de outras paisagens da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o
• Ler, interpretar e representar o espaço por meio de mapas simples papel das sociedades em sua construção e na produção do territó-
rio, da paisagem e do lugar
Critérios de Avaliação de Geografia Para o Segundo Ciclo
• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas
• Reconhecer e comparar os elementos sociais e naturais que com- consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a cons-
põem paisagens urbanas e rurais brasileiras, explicando alguns truir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e
dos processos de interação existentes entre elas reativa nas questões socioambientais locais
• Reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das • Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos ge-
cidades e do campo ográficos estudados em suas dinâmicas e interações
• Reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunica- • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos
ção e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e ru- políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações
rais e na estruturação da vida em sociedade socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos,
• Estabelecer algumas relações entre as ações da sociedade e suas que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, den-
consequências para o ambiente tro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las
• Representar e interpretar informações sobre diferentes paisagens • Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia
utilizando procedimentos convencionais da linguagem cartográfica para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar,
seus processos de construção, identificando suas relações, pro-
• Observar, descrever, explicar, comparar e representar paisagens
blemas e contradições
urbanas e rurais
• Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferen-
tes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacio-
Geografia
nar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisa-
Tanto a Geografia Tradicional quanto a Geografia Marxista ortodoxa gens
negligenciaram a relação do homem e da sociedade com a natureza em
• Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e
sua dimensão sensível de percepção do mundo: o cientificismo positivista
representar a espacialidade dos fenômenos geográficos
da Geografia Tradicional, por negar ao homem a possibilidade de um
conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário; o marxismo • Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sócio diversidade,
ortodoxo, por tachar de idealismo alienaste qualquer explicação subjetiva e reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um
afetiva da relação da sociedade com a natureza. elemento de fortalecimento da democracia
O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de for- Critérios de Avaliação de Geografia Para o Primeiro Ciclo
ma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira • Reconhecer algumas das manifestações da relação entre socieda-
mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adqui- de e natureza presentes na sua vida cotidiana e na paisagem local
ram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos
básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas • Reconhecer e localizar as características da paisagem local e
teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as rela- compará-las com as de outras paisagens
ções socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente • Ler, interpretar e representar o espaço por meio de mapas simples
pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de Critérios de Avaliação de Geografia Para o Segundo Ciclo
pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico.
• Reconhecer e comparar os elementos sociais e naturais que com-
A divisão da Geografia em campos de conhecimento da sociedade e põem paisagens urbanas e rurais brasileiras, explicando alguns
da natureza tem propiciado um aprofundamento temático de seus objetos dos processos de interação existentes entre elas
de estudo. Essa divisão é necessária, como um recurso didático, para
distinguir os elementos sociais ou naturais, mas é artificial, na medida em • Reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das
que o objetivo da Geografia é explicar e compreender as relações entre a cidades e do campo
sociedade e a natureza, e como ocorre a apropriação desta por aquela. Na • Reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunica-
busca dessa abordagem relacional, a Geografia tem que trabalhar com ção e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e ru-
diferentes noções espaciais e temporais, bem como com os fenômenos rais e na estruturação da vida em sociedade
sociais, culturais e naturais que são característicos de cada paisagem, para
• Estabelecer algumas relações entre as ações da sociedade e suas
permitir uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição.
consequências para o ambiente
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais
• Representar e interpretar informações sobre diferentes paisagens
são as categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação
utilizando procedimentos convencionais da linguagem cartográfica
à sua faixa etária, ao momento da escolaridade em que se encontram e às
capacidades que se espera que eles desenvolvam. • Observar, descrever, explicar, comparar e representar paisagens
urbanas e rurais
Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas
que permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo
fenômeno em diferentes momentos da escolaridade, de modo que os ARTES
alunos possam construir compreensões novas e mais complexas a seu Fazer arte e pensar sobre o trabalho artístico que se realiza, assim co-
respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de mo sobre a arte que é e foi concretizada na história, podem garantir ao
identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo aluno uma situação de aprendizagem conectada com os valores e os
a relação sociedade natureza. Essas práticas envolvem procedimentos de modos de produção artística nos meios socioculturais.
problematização, observação, registro, descrição, documentação, represen-
tação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que com- Ensinar arte em consonância com os modos de aprendizagem do alu-
põem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de hipóte- no, significa, então, não isolar a escola da informação sobre a produção
ses e explicações da relações, permanências e transformações que aí se histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade
encontram em interação. de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base
em intenções próprias.
Objetivos Gerais de Geografia Para o Ensino Fundamental Assim, aprender com sentido e prazer está associado à compreensão
Espera-se que ao término dos oito anos do ensino fundamental, os mais clara daquilo que é ensinado.
alunos sejam capazes de: Cabe ao professor escolher os modos e recursos didáticos adequados
para apresentar as informações, observando sempre a necessidade de
• Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento

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introduzir formas artísticas, porque ensinar arte com arte é o caminho mais tístico pessoal, dos colegas e sobre a arte como produto da história e da
eficaz. O aluno, em situações de aprendizagem precisa ser convidado a se multiplicidade das culturas humanas, com ênfase na formação cultivada do
exercitar nas práticas de aprender a ver, observar, ouvir, atuar, tocar e cidadão.
refletir sobre elas.
É papel da escola incluir as informações sobre a arte produzida nos Os três eixos são articulados na prática, ao mesmo tempo que mantêm
âmbitos regional, nacional e internacional, compreendendo criticamente seus espaços próprios. Os conteúdos poderão ser trabalhados em qualquer
também aquelas produzidas pelas mídias para democratizar o conhecimen- ordem, segundo decisão do professor.
to e ampliar as possibilidades de participação social do aluno.
Os conteúdos gerais de Arte estão propostos para serem trabalhados
O aluno pode observar que os trabalhos artísticos envolvem a aquisi- de primeira a oitava séries. Sendo esses:
ção de códigos e habilidades que passa a querer dominar para incorporar
em seus trabalhos. • a arte como expressão e comunicação dos indivíduos
A aprendizagem em arte acompanha o processo de desenvolvimento • elementos básicos das formas artísticas
geral da criança e do jovem, que observa que sua participação nas ativida- • produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões
des do cotidiano social estão envoltas nas regularidade, acordos e leis que
• diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura
reconhece na dinâmica social da comunidade à qual pertence, pelo fato de
regional, nacional e internacional
se perceber como parte constitutiva desta.
• a arte na sociedade
Quando brinca, a criança desenvolve atividades rítmicas, melódicas,
fantasia-se de adulto, produz desenhos, danças. Mas esse lugar da ativida- Nas modalidades artísticas específicas buscou-se explicitar, para maior
de lúdica no início da infância é cada vez mais substituído, fora e dentro da clareza do trabalho pedagógico de Arte, os conteúdos em dois grupos, o
escola, por situação que antes favorecem a reprodução mecânica de valo- primeiro relativo a cada modalidade artística e o segundo relativo a normas,
res impostos pela cultura de massas em detrimento da experiência negati- valores e atitudes, comum a todas.
va.Cabe ao professor tanto alimentar os alunos com informações e proce- Artes Visuais
dimentos de arte que podem e querem dominar quanto saber orientar e
preservar o desenvolvimento do trabalho pessoal, proporcionando ao aluno A educação em artes visuais requer trabalho continuamente informado
oportunidade de realizar suas próprias escolhas para concretizar projetos sobre os conteúdos e experiências relacionados aos materiais, às técnicas
pessoais e grupais. e às formas visuais de diversos momentos da história, inclusive contempo-
râneos. Para tanto, a escola deve colaborar para que os alunos passem por
A qualidade da ação pedagógica que considera tanto as competências um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percep-
relativas à percepção estética quanto aquelas envolvidas no fazer artístico ção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal
pode contribuir para o fortalecimento da consciência criadora do aluno. e grupal.
O ensino de Arte é área de conhecimento com conteúdos específicos e A educação visual deve considerar a complexidade de uma proposta
deve ser consolidada como parte constitutiva dos currículos escolares, educacional que leve em conta as possibilidades e os modos de os alunos
requerendo, portanto, capacitação dos professores para orientar a forma- transformarem seus conhecimentos em arte, ou seja, o modo como apren-
ção do aluno. dem, criam e desenvolvem na área.
Dança
Objetivos Gerais de Arte A criança se movimenta nas ações do seu cotidiano. Correr, pular, girar
• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude e subir nos objetos são algumas das atividades dinâmicas que estão liga-
de busca pessoal das à sua necessidade de experimentar o corpo não só para seu domínio,
mas na construção de sua autonomia. A ação física é a primeira forma de
• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em
aprendizagem da criança, estando a motricidade ligada à atividade mental.
arte
Ela se movimenta não só em função de respostas funcionais, mas pelo
• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e prazer do exercício, para explorar o meio ambiente, adquirir melhor mobili-
curiosidade dade e se expressar com liberdade. Possui, nesta etapa de sua vida, um
• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resulta- vocabulário gestual fluente e expressivo.
dos do trabalho do artista, reconhecendo aspectos do processo A atividade da dança na escola pode desenvolver na criança a com-
percorrido pelo artista preensão de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendi-
Os conteúdos de Arte mento de como o seu corpo funciona. Assim, poderá usá-lo expressivamen-
te com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade.
É desejável que o aluno, ao longo da escolaridade, tenha oportunidade
de vivenciar o maior número de formas de arte; entretanto, isso precisa Um dos objetivos educacionais da dança é a compreensão da estrutura
ocorrer de modo que cada modalidade artística possa ser desenvolvida e e do funcionamento corporal e a investigação do movimento humano.
aprofundada. Ao planejar as aulas, o professor deve considerar o desenvolvimento
Os conteúdos da área de Arte devem estar relacionados de tal maneira motor da criança, observar suas ações físicas e habilidades naturais. Deve
que possam sedimentar a aprendizagem artística dos alunos no ensino estimular a pesquisa consciente a fim de ampliar o repertório gestual,
fundamental. Tal aprendizagem diz respeito à possibilidade de os alunos capacitar o corpo para o movimento, dar sentido e organização às suas
desenvolverem um processo contínuo e cada vez mais complexo no domí- potencialidades. Deve estimular os alunos a reconhecer ritmos, explorar o
nio do conhecimento artístico e estético, seja no exercício do próprio pro- espaço, inventar sequências de movimento, explorar sua imaginação,
cesso criador, por meio das formas artísticas, seja no contato com as obras desenvolver seu sentido de forma e linha e se relacionar com os outros
de arte e com outras formas presentes nas culturas ou na natureza. alunos buscando dar forma e sentido as suas pesquisas de movimento.
Exceção elementos básicos para introduzir o aluno na linguagem de dança.
O conjunto de conteúdos está articulado dentro do contexto de ensino
e aprendizagem em três eixos norteadores: a produção, a fruição e a refle- O aluno deve observar e apreciar as atividades de dança realizadas
xão. por outros, para desenvolver seu olhar, fruição, sensibilidade e capacidade
analítica, estabelecendo opiniões próprias. Essa é também uma maneira de
A produção refere-se ao fazer artístico e ao conjunto de questões a ele o aluno compreender e incorporar a diversidade de expressões, de reco-
relacionadas, no âmbito do fazer do aluno e dos produtores sociais de arte. nhecer individualidades e qualidades estéticas.
A fruição refere-se à apreciação significativa de arte do universo a ela A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas
relacionado. Tal ação contempla a fruição da produção dos alunos e da de atenção e concentração, sem que se perca a alegria.
produção histórico-social em sua diversidade.
Os temas devem ser escolhidos considerando o desenvolvimento do
A reflexão refere-se à construção de conhecimento sobre o trabalho ar-

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aluno. em objetos e imagens que podem ser naturais ou fabricados. E finalmente,
Não é necessário que as aulas sejam acompanhadas por estímulos avalia-se a capacidade do aluno de valorizar, respeitar e reconhecer o
sonoros criados, pois no silêncio existem ritmos que podem e devem ser direito à preservação da própria cultura e das demais.
explorados. • Avaliação de Dança
Música Pretende-se avaliar se o aluno reconhece o funcionamento de seu cor-
Qualquer proposta de ensino de Arte precisa abrir espaço para o aluno po no movimento. Se o aluno se empenha na criação em grupo de forma
trazer música para a sala de aula. solidária, se é capaz de improvisar e criar sequências de movimento em
grupo.
Nas produções musicais em sala de aula, é importante compreender
claramente a diferença entre composição e interpretação. O intérprete Também avalia-se a capacidade do aluno de observar e avaliar as di-
experiente sabe permitir que as mais sutis nuanças da canção interpretada versas danças presentes tanto na sua região como em outras culturas, em
inscrevam-se na sua voz, que passa a ser portadora de uma grande quan- diferentes épocas.
tidade de elementos da linguagem musical. Para que possa ser capaz de • Avaliação em Música
fazer o mesmo, o aluno necessita de interpretações como referência e de Avalia-se a capacidade de criação e interpretação com musicalidade do
tempo para se desenvolver por meio delas, até que adquira condições de aluno, desenvolvendo a percepção musical, a imaginação e a relação entre
incorporar a canção com todos os seus elementos. as emoções. Seu relacionamento entre estilos, movimentos artísticos,
Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na forma- produções; também são avaliados.
ção dos cidadãos é necessário que todos tenham a oportunidade de parti- A valorização do caminho de seu desenvolvimento, priorizando suas
cipar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisado- conquistas no tempo, constitui outro critério de avaliação.
res, dentro e fora da sala de aula.
• Avaliação de Teatro
A canção oferece ainda a possibilidade de contato com toda riqueza e
profusão de ritmos do Brasil e do mundo, que nela se manifestam princi- Pretende-se avaliar se o aluno desenvolve capacidades de atenção,
palmente por meio de um de seus elementos: o arranjo de base. concentração, observação e se enfrenta as situações que emergem nos
jogos dramáticos. Se o aluno sabe se organizar em grupo, ampliando as
Teatro capacidades de ver e ouvir na interação com os seus colegas, colaborando
O ato de dramatizar está potencialmente contido em cada um, como com respeito e solidariedade.
necessidade de compreender e representar uma realidade. Ao observar Avalia-se também, se o aluno é capaz de observar e apreciar as diver-
uma criança em suas primeiras manifestações dramatizadas, percebe-se a sas formas de teatro em espaços cênicos distintos.
procura na organização de conhecimento do mundo de forma integradora.
A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma Ao avaliar, o professor precisa considerar a história do processo pes-
manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas. soal de cada aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas na
escola, observando os trabalhos e seus registros.
Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a oportunidade de
se desenvolver dentro de um determinado grupo social de maneira respon- Os alunos devem participar da avaliação do processo de cada colega,
sável, legitimando os seus direitos dentro desse contexto, estabelecendo inclusive manifestando seus pontos de vista, o que contribuirá para ampliar
relações entre o individual e o coletivo. a percepção do processo de cada um em suas correlações artísticas e
estéticas.
A criança, ao começar a frequentar a escola, possui a capacidade de
teatralidade como um potencial e uma prática espontânea vivenciada nos A avaliação em Arte constitui uma situação de aprendizagem em que o
jogos de faz-de-conta. Cabe a escola estar atenta ao desenvolvimento no aluno pode verificar o que aprendeu, retrabalhar os conteúdos, assim como
jogo dramatizado oferecendo condições para o exercício consciente e o professor pode avaliar como ensinou e o que os alunos aprenderam.
eficaz, para aquisição e ordenação progressiva da linguagem dramática. Didática
O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só a função A didática do ensino de Arte manifesta-se em geral em duas tendên-
integradora, mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e constru- cias: uma que propõe exercícios de repetição ou a imitação mecânica dos
tivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante modelos prontos, outra que trata de atividades somente auto-estimulantes.
trocas com os seus grupos. Ambas favorecem tipos de aprendizagens distintas que deixam um legado
As propostas educacionais devem compreender a atividade teatral co- empobrecido para o efetivo crescimento artístico do aluno.
mo uma combinação de atividade para o desenvolvimento global do indiví- Logo, as atividades propostas na área de Arte devem garantir e ajudar
duo. A escola deve viabilizar o acesso do aluno à literatura especializada, as crianças e jovens a desenvolverem modos interessantes, imaginativos e
aos vídeos, às atividades de teatro da sua comunidade. criadores de fazer e de pensar sobre a arte, exercitando seus modos de
O professor deve conhecer as etapas de desenvolvimento da lingua- expressão e comunicação.
gem dramática da criança e como ela está relacionada ao processo cogniti-
vo.
EDUCAÇÃO FÍSICA
Gradualmente a criança passa a compreender a atividade teatral como
Embora numa aula de Educação Física os aspectos corporais sejam
um todo, o seu papel de atuante e observa com maior domínio sobre a
mais evidentes, mais facilmente observáveis, e a aprendizagem esteja
linguagem e todos os elementos que a compõem.
vinculada à experiência prática, o aluno precisa ser considerado como um
Compete a escola oferecer um espaço para a realização dessa ativida- todo no qual aspectos cognitivos, afetivos e corporais estão inter-
de, um espaço mais livre e mais flexível para que a criança possa ordenar- relacionados em todas as situações.
se de acordo com sua criação.
O processo de ensino e aprendizagem de Educação Física, portanto,
Critérios de Avaliação não se restringe ao simples exercício de certas habilidades e destrezas,
Assim como o conteúdo, a avaliação está dividida de acordo com cada mas sim de capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corpo-
modalidade artística. rais e, com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente signifi-
cativa e adequada.
• Avaliação de Artes Visuais
Trata-se de compreender como o indivíduo utiliza suas habilidades e
Pretende-se avaliar se o aluno produz formas no espaço bi e tridimen- estilos pessoais dentro de linguagens e contextos sociais, pois o mesmo
sional, desenvolvendo um percurso de criação individual ou coletivo. O gesto adquire significados diferentes conforme a intenção de quem o realiza
professor também poderá observar se o aluno busca se aperfeiçoar apesar e a situação em que isso ocorre.
de suas dificuldades e se valoriza suas conquistas.
No ser humano, constata-se uma tendência para a automatização do
Avalia-se se o aluno reconhece alguns elementos da linguagem visual controle na execução de movimentos, desde os mais básicos e simples até

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os mais sofisticados. Esse processo se constrói a partir da quantidade e da • Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente adotando
qualidade do exercício. Quanto mais uma criança tiver oportunidade de hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais
saltar, girar e dançar, mais esses movimentos tendem a ser realizados de • Reconhecer condições de trabalho que comprometam os proces-
forma automática. No entanto, a repetição pura e simples, realizada de sos de crescimento e desenvolvimento, não as aceitando para si e
forma mecânica e desatenta, além de ser desagradável, pode resultar num nem para os outros
automatismo estereotipado. Dessa forma, em cada situação, é necessário
que o professor analise quais dos gestos envolvidos já podem ser realiza- Esportes, Jogos, Lutas e Ginásticas
dos automaticamente sem prejuízo da qualidade, e quais solicitam a aten- Tentar definir critérios para delimitar cada uma dessas práticas é tarefa
ção do aluno no controle de sua execução. arriscada, pois semelhanças e diferenças entre uma e outra estão vincula-
O processo de ensino e aprendizagem deve permitir que o aluno possa das ao contexto em que são exercidas.
executar cada movimento ou conjunto de movimentos o maior número de Assim, consideram-se esporte as práticas em que são adotadas regras
vezes e criar solicitações adequadas para que essa realização ocorra da de caráter oficial e competitiva, organizadas em federações regionais,
forma mais atenta possível. nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a
As situações lúdicas, competitivas ou não, são contextos favoráveis de profissional.
aprendizado, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimen- Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que
tos que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-los de forma são adaptadas em função das condições de espaço e material disponível,
satisfatória e adequada. do número de participantes, entre outros.
Alguns fatores como o afeto, sentimentos e sensações do aluno, inte- As lutas são disputas em que os oponentes devem ser subjugados,
ragem com as práticas de cultura corporal. mediante técnicas e estratégias ou exclusão de um determinado espaço na
A aprendizagem em Educação Física envolve alguns riscos do ponto combinação de ações, de ataque e defesa.
de vista físico inerentes ao próprio ato de se movimentar. O receio ou a As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral,
vergonha do aluno em correr riscos de segurança física é motivo suficiente assumem um caráter individualizado com finalidades diversas.
para que ele se negue a participar de uma atividade e, em hipótese alguma,
Uma prática pode ser vivida ou classificada em função do contexto em
o aluno deve ser obrigado ou constrangido a realizar qualquer atividade. As
que ocorre e das intenções de seus participantes.
propostas devem desafiar, e não, ameaçar o aluno.
Atividades Rítmicas e Expressivas
Uma outra característica da maioria das situações de prática corporal é
o grau elevado de excitação somática que o próprio corpo movimento Este bloco de conteúdos inclui as manifestações da cultura corporal
produz no corpo, particularmente em danças, lutas, jogos e brincadeiras. que têm como características comuns a intenção de expressão e comuni-
cação mediante gestos e a presença de estímulos sonoros como referência
As características individuais e as experiências anteriores do aluno ao
para o movimento corporal. Trata-se das danças e das brincadeiras canta-
deparar com cada situação constitui um ponto de partida para o processo
das.
de ensino e aprendizagem das práticas de cultura corporal.
Os conteúdos deste bloco são amplos, diversificados e podem variar
Deparar com suas potencialidades e limitações para buscar desenvol-
muito de acordo com o local em que a escola estiver inserida. Sem dúvida
vê-las é parte integrante do processo de aprendizagem das práticas de
alguma, resgatar as manifestações culturais tradicionais da coletividade,
cultura corporal e envolve sempre um certo risco para o aluno, pois o êxito
por intermédio principalmente das pessoas mais velhas é de fundamental
gera um sentimento de satisfação e competência, mas experiências suces-
importância. A pesquisa sobre danças e brincadeiras cantadas de regiões
sivas de fracasso e frustração acabam por gerar uma sensação de impo-
distantes, com características diferentes das danças e brincadeiras locais,
tência que, num limite extremo, inviabiliza a aprendizagem.
pode tornar o trabalho mais completo.
Gradualmente, ao longo do processo de aprendizagem, a criança con-
Por meio das danças e brincadeiras os alunos poderão conhecer as
cebe as práticas culturais de movimento como instrumentos para o conhe-
qualidades do movimento expressivo.
cimento e a expressão de sensações, sentimentos e emoções individuais
nas relações com o outro. Critérios de Avaliação
Essas práticas corporais permitem ao indivíduo experimentar e expres- Tradicionalmente, as avaliações dentro desta área se resumem a al-
sar um conjunto de características de sua personalidade, de seu estilo guns testes de força, resistência e flexibilidade, medindo apenas a aptidão
pessoal de jogar, lutar, dançar e brincar. Nessas práticas o aluno explicita física do aluno. Embora a aptidão possa ser um dos aspectos a serem
para si mesmo e para o outro como é, como se imagina ser, como gostaria avaliados, deve estar contextualizada dentro dos conteúdos e objetivos,
de ser e, portanto, conhece e se permite conhecer pelo outro. deve considerar que cada indivíduo é diferente, que tem motivações e
possibilidades pessoais. Não se trata mais daquela avaliação padronizada
Deficientes Físicos
que espera o mesmo resultado de todos. Isso significa dizer que, por
Por desconhecimento, receio ou mesmo preconceito, a maioria dos exemplo, se um dos objetivos é que o aluno conheça alguns dos seus
portadores de deficiências físicas são excluídos das aulas de Educação limites e possibilidades, a avaliação dos aspectos físicos estará relacionada
Física. A participação nessa aula pode trazer muitos benefícios a essas a isso, de forma que o aluno possa compreender sua função imediata, o
crianças, particularmente no que diz respeito ao desenvolvimento das contexto a que ela se refere e, de posse dessa informação, traçar metas e
capacidades afetivas, e de integração social. melhorar o seu desempenho.
É fundamental que alguns cuidados sejam tomados pois existem dife- Os critérios explicitados para cada um dos ciclos de escolaridade têm
rentes tipos e graus de limitações, que requerem tipos de procedimentos por objetivo auxiliar o professor a avaliar seus alunos dentro desse proces-
específicos. Por muitas vezes é necessário que haja orientação médica e, a so, abarcando suas múltiplas dimensões. Também buscam explicitar os
supervisão de um especialista. Garantidas as condições de segurança, o conteúdos fundamentais para que os alunos possam seguir aprendendo.
professor pode fazer adaptações, criando situações de modo a possibilitar a
participação de alunos especiais.
Ensino e Aprendizagem Para o Primeiro Ciclo
A aula de Educação Física pode favorecer a construção de uma atitude
digna e de respeito próprio por parte do deficiente e a convivência com ele Ao ingressarem na escola, as crianças já têm uma série de conheci-
pode possibilitar a construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de mentos sobre movimento. As diferentes competências com as quais as
aceitação, sem preconceitos. crianças chegam à escola são determinadas pelas experiências corporais
que tiveram oportunidade de vivenciar.
Objetivos Gerais de Educação Física
Cabe à escola trabalhar com o repertório cultural local, partindo de ex-
• Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equili- periências vividas, mas também garantir o acesso a experiências que não
bradas e construtivas com os outros teriam fora da escola. Essa diversidade de experiências precisa ser consi-
derada pelo professor quando organiza atividades, toma decisões sobre

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encaminhamentos individuais e coletivos e avalia procurando ajustar sua • Analisar alguns dos padrões de estética, beleza e saúde presentes
prática às reais necessidades de aprendizagem dos alunos. no cotidiano
Nesse momento da escolaridade, os alunos têm grande necessidade Conteúdos Para o Segundo Ciclo
de se movimentar e estão ainda se adaptando à exigência de períodos Os conteúdos abordados para o segundo ciclo serão, na realidade,
mais longos de concentração em atividades escolares. Entretanto, afora o desdobramentos e aperfeiçoamentos do ciclo anterior.
horário de intervalo, a aula de Educação Física é, muitas vezes, a única
situação em que têm essa oportunidade. As habilidades e as capacidades podem receber um tratamento mais
específico, na medida em que os alunos já reúnem condições de compre-
Se for um professor polivalente quem ministra as aulas de Educação ender determinados recortes que podem ser feitos ao analisar os tipos de
Física, abre-se a possibilidade de, além das aulas já planejadas na rotina movimento envolvidos em cada atividade. As habilidades corporais devem
semanal, programar atividades em momentos diferenciados. contemplar desafios mais complexos.
Mesmo sendo o professor quem faz as propostas e conduz o processo Critérios de Avaliação Para o Segundo Ciclo
de ensino e aprendizagem, ele deve elaborar sua intervenção de modo que
os alunos tenham escolhas a fazer, decisões a tomar, problemas a resolver. Pretende-se avaliar se o aluno aceita as limitações impostas pelas si-
Assim os alunos podem tornar-se cada vez mais independentes e respon- tuações de jogo, tanto no que se refere às regras quanto no que diz respei-
sáveis. to à possibilidade de desempenho e à interação com os outros. Espera-se
que o aluno tolere pequenas frustrações. Avalia-se também se o aluno
reconhece que os benefícios para a saúde decorrem da realização de
Objetivos Para o Primeiro Ciclo atividades corporais regulares, se tem critérios para avaliar o seu próprio
• Participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar avanço e se nota que esse avanço decorre da perseverança. E, finalmente,
uma atitude cooperativa e solidária se o aluno reconhece que as formas de expressão de cada cultura são
fontes de aprendizagem de diferentes tipos de movimento e expressão.
• Conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais
de forma a poder estabelecer algumas metas pessoais
• Organizar autonomamente alguns jogos ou outras atividades APRESENTAÇÃO DOS TEMAS TRANSVERSAIS E ÉTICA
corporais simples A República tem como principais objetivos construir uma sociedade li-
vre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
Conteúdo Para o Primeiro Ciclo promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
No primeiro ciclo, em função da transição que se processa entre as idade e quaisquer outras formas de discriminação.
brincadeiras de caráter simbólico e individual para as brincadeiras sociais e Sabe-se da distância entre as leis e sua aplicação, e da distância entre
regradas, os jogos e as brincadeiras privilegiadas serão aquelas cujas aquelas e a consciência e a prática dos direitos por parte dos cidadãos. O
regras forem mais simples. fundamento da sociedade democrática é a constituição e o reconhecimento
de sujeitos de direito.
Critério de Avaliação Para o Primeiro Ciclo Entendida em sentido amplo, a democracia é uma forma de sociabili-
dade que penetra em todos os espaços sociais. Mas, na medida em que
Pretende-se avaliar se o aluno demonstra segurança em situações
boa parte da população brasileira não tem acesso a condições de vida
propostas em aula. Avaliar se o aluno participa adequadamente das ativi-
digna, encontra-se excluída da plena participação nas decisões que deter-
dades, respeitando regras e organização. E também se respeita as diferen-
minam os rumos da vida social (suas regras, seus benefícios e suas priori-
ças individuais e participa de atividades com colegas auxiliando os que têm
dades). É nesse sentido que se fala de ausência de cidadania.
mais dificuldades.
A nossa realidade social, por ser constituída de diferentes classes e
grupos sociais, é contraditória, plural, polissêmica, e isso implica a presen-
Ensino e Aprendizagem Para o Segundo Ciclo ça de diferentes pontos de vista e projetos políticos, será então possível
No segundo ciclo é de se esperar que os alunos já tenham incorporado compreender que seus valores e seus limites são também contraditórios.
a rotina escolar, atuem com maior independência e dominem uma série de Por outro lado, a visão de que a constituição da sociedade é um processo
conhecimentos. No que se refere à Educação Física, já tem uma gama de histórico permanente permite compreender que esses limites são potenci-
conhecimentos comum a todos. Podem compreender as regras dos jogos almente transformáveis pela ação social.
com mais clareza e têm mais autonomia para se organizar. A escola não muda a sociedade, mas pode, partilhando esse projeto
O grau de dificuldade e complexidade dos movimentos pode aumentar. com segmentos sociais que assumem os princípios democráticos, articu-
Em relação a utilização do espaço e a organização das atividades, deve-se lando-se a eles, constituir-se não apenas como espaço de reprodução mas
lançar mão de divisões em pequenos grupos, alternando-as com situações também como espaço de transformação.
coletivas de toda classe. As práticas pedagógicas são sociais e políticas e não se trata de edu-
O conhecimento e o controle do corpo permite que comecem a monito- car para a democracia - para o futuro. Na ação mesma da educação, edu-
rar seu desempenho, adequando o grau de exigência e de dificuldade de cadores e educando estabelecem uma determinada relação com o trabalho
algumas tarefas. que fazer (ensinar e aprender) e a natureza dessa relação pode conter os
princípios democráticos.
Nessa etapa de escolaridade a apreciação das mais diversas manifes-
tações da cultura corporal pode ocorrer com a incorporação de mais aspec- A contribuição da escola, portanto, é a de desenvolver um projeto de
tos e detalhes. Depois de um período em que tem mais interesse em se educação comprometida com o desenvolvimento de capacidades que
relacionar com as crianças do seu próprio sexo, no segundo ciclo, meninos permitam intervir na realidade para transaformá-la. Um projeto pedagógico
e meninas voltam a se aproximar. com esse objetivo poderá ser orientado por três grandes diretrizes:
• posicionar-se em relação às questões sociais e interpretar a tarefa
Objetivos Para o Segundo Ciclo educativa como um intervenção na realidade no momento presente;
• Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade, solidariedade em si- • não tratar os valores apenas como conceitos ideais;
tuações lúdicas e esportivas, buscando solucionar os conflitos de • incluir essa perspectiva no ensino dos conteúdos das áreas de co-
forma não violenta nhecimento escolar.
• Conhecer os limites e as possibilidades do próprio corpo de forma
a poder controlar algumas das suas atividades corporais com au-
OS TEMAS TRANSVERSAIS
tonomia

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Há muito tempo há uma grande preocupação com a inclusão de ques- transformou-se pela modificação do meio ambiente, criou cultura, estabele-
tões sociais no currículo escolar. Essas temáticas já têm sido discutidas e ceu relações econômicas, modos de comunicação com a natureza e com
incorporadas às áreas ligadas às Ciências Sociais e Ciências Naturais. os outros. Mas é preciso refletir sobre como devem ser essas relações
O conjunto de temas aqui proposto (Ética, Meio Ambiente, Pluralidade socioeconômicas e ambientais, para se tomar decisões adequadas a cada
Cultural, Saúde e Orientação Sexual) recebeu o título geral de Temas passo, na direção das metas desejadas por todos: o crescimento cultural, a
Transversais, indicando a metodologia proposta para sua inclusão no qualidade de vida e o equilíbrio ambiental.
currículo e seu tratamento didático. Saúde
A ética é um dos temas mais trabalhados do pensamento filosófico O nível de saúde das pessoas reflete a maneira como vivem, numa in-
contemporâneo, mas é também um tema presente no cotidiano de cada teração dinâmica entre potencialidade individuais e condições de vida. Não
um, que faz parte do vocabulário conhecido por quase todos. se pode compreender ou transformar a situação de um indivíduo ou de uma
A reflexão ética traz à luz a discussão sobre a liberdade de escolha. comunidade sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o
meio físico, social e cultural. Falar em saúde implica levar em conta, por
CRITÉRIOS ADOTADOS PARA A ELEIÇÃO DOS TEMAS TRANS- exemplo, a qualidade do ar que se respira, o consumismo desenfreado e a
VERSAIS miséria, a degradação social e a desnutrição, formas de inserção das
Foram apontados os seguintes critérios para definir os tramas transver- diferentes parcelas da população no mundo do trabalho, estilos de vida
sais e escolhê-los: pessoal.
Urgência social A escola cumpre papel destacado na formação dos cidadãos para uma
vida saudável, na medida em que o grau de escolaridade em si tem associ-
Esse critério indica a preocupação de eleger como Temas Transversais
ação comprovada com o nível de saúde dos indivíduos e grupos populacio-
questões graves, que se apresentam como obstáculos para a concretização
nais.
da plenitude da cidadania, afrontando a dignidade das pessoas e deterio-
rando sua qualidade de vida. Orientação Sexual
Abrangência nacional A Orientação Sexual na escola deve ser entendida como um processo
de intervenção pedagógica que tem como objetivo transmitir informações e
Por ser um parâmetro nacional, a eleição dos temas buscou contemplar
problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas,
questões que, em maior ou menor medida e mesmo de formas diversas,
crenças, tabus e valores a ela associados. Diferencia-se da educação
fossem pertinentes a todo o País. Isso não exclui a possibilidade e a neces-
realizada pela família, pois possibilita a discussão de diferentes pontos de
sidade de que as redes estaduais e municipais, e mesmo as escolas,
vista associadas à sexualidade, sem a imposição de determinados valores
acrescentem outros temas relevantes à sua realidade.
sobre outros.
Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental
O trabalho de Orientação Sexual visa a propiciar aos jovens a possibili-
Esse critério norteou a escolha de temas ao alcance da aprendizagem dade do exercício de sua sexualidade de forma responsável e prazerosa.
nessa etapa da escolaridade. A experiência pedagógica brasileira, ainda Seu desenvolvimento deve oferecer critérios para o discernimento de
que de modo não uniforme, indica essa possibilidade, em especial no que comportamentos ligados à sexualidade que demandam privacidade e
se refere à Educação para a Saúde, Educação Ambiental e Orientação intimidade, assim como reconhecimento das manifestações de sexualidade
Sexual, já desenvolvidas em muitas escolas. passíveis de serem expressas na escola.
Favorecer a compreensão da realidade e a participação social O trabalho de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis/AIDS
A finalidade última dos Temas Transversais se expressa neste critério: possibilita oferecer informações científicas e atualizadas sobre as formas de
que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante prevenção das doenças. Deve também combater a discriminação que
das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença, intervir atinge portadores do HIV e doentes de AIDS de forma a contribuir para a
de forma responsável. Assim, os temas eleitos, em seu conjunto, devem adoção de condutas preventivas por parte dos jovens.
possibilitar uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua Temas Locais
inserção no mundo, além de desenvolver um trabalho educativo que possi-
O trabalho com temas sociais na escola, por tratar de conhecimentos
bilite uma participação social dos alunos.
diretamente vinculados à realidade, deve estar aberto à assimilação de
TEMAS TRANSVERSAIS - DESCRIÇÃO mudanças apresentadas por essa realidade. As mudanças sociais e os
Ética problemas que surgem pedem atenção especial para se estar sempre
interagindo com eles, sem ocultá-los. Assim, embora os temas tenham sido
A Ética diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas. Na esco- escolhidos em função das urgências que a sociedade brasileira apresenta,
la, o tema Ética encontra-se, em primeiro lugar, nas próprias relações entre é inevitável que determinadas questões ganhem importância maior em uma
os agentes que constituem essa instituição: alunos, professores, funcioná- região.
rios e pais. Em segundo lugar, encontra-se nas disciplinas do currículo,
uma vez que o conhecimento não é neutro, nem impermeável a valores de TRANSVERSALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE
todo tipo. O tema Ética traz a proposta de que a escola realize um trabalho A transversalidade e a interdisciplinaridade se fundamentam na crítica
que possibilite o desenvolvimento da autonomia moral, condição para a de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um con-
reflexão ética. junto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado.
Pluralidade Cultural Ambas apontam a complexidade do real e a necessidade de se considerar
a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas
Para se viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma
respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a
brasileira é formada não só por diferentes etnias, como por imigrantes de transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática.
diferentes países. O grande desafio da escola é investir na superação da
discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade
etnocultural. Neste sentido, a escola deve ser um local de diálogo, de ÉTICA E CURRÍCULO - Experiências educacionais
aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferen-
Tendência filosófica
tes formas de expressão cultural.
Essa tendência tem por finalidade os vários sistemas éticos produzidos
Meio Ambiente
pela Filosofia. Não se preocupa apresentar o que é o Bem e o que é o Mal,
Para cada ser vivo que habita o planeta existe um espaço ao seu redor mas as várias opções de pensamento ético, para que os alunos os conhe-
com todos os outros elementos e seres vivos que com ele interagem, por çam e reflitam sobre eles.
meio de relações de troca de energia: esse conjunto de elementos, seres e
Tendência cognitivista
relações constitui o seu meio ambiente. Ao longo da história, o homem
Tendência que dá importância ao raciocínio e à reflexão sobre ques-
Fundamentos da Educação 100 A Opção Certa Para a Sua Realização
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tões morais, e também, a não-apresentação de um elenco de valores a considerados naturais ou são produto de uma interação direta com
serem “aprendidos” pelos alunos. A diferença entre esta tendência e a a cultura humana (uma cenoura ou um alface, por exemplo, são na
anterior está no conteúdo. Enquanto na primeira os alunos são convidados realidade produtos de manejo genético por centenas de anos), ou
a pensar sobre os escritos dos grandes autores dedicados ao tema, na provêm de ambientes em que a atuação do homem não parece
segunda apresentam-se dilemas morais a serem discutidos em grupo. evidente porque foi conservativa e não destrutiva, ou ainda consis-
Tendência afetivista tem em sistemas nos quais já houve regeneração, após um tempo
suficiente.
Trata-se de procurar fazer os alunos encontrarem seu equilíbrio pesso-
as e suas possibilidades de crescimento intelectual mediante técnicas De outro lado, consideram-se os elementos produzidos ou transforma-
psicológicas. Procura-se fazer com que cada um tome consciência de suas dos pela ação humana, que se pode chamar de elementos construídos do
orientações afetivas concretas, na esperança de que possa conviver de meio ambiente: desde matérias-primas processadas, até objetos de uso,
forma harmoniosa com seus semelhantes. construções ou cultivos.

Tendência moralista Esse tipo de diferenciação é útil principalmente para chamar a atenção
sobre a forma como se realiza a ação do homem na natureza e sobre como
A grande diferença entre esta e as anteriores é que ela tem um objetivo se constrói um patrimônio cultural.
claramente normatizador: ensinar valores e levar os alunos a atitudes
consideradas corretas de antemão. Trata-se, portanto, de uma espécie de • Áreas Urbana e Rural: Em geral se usa essa diferenciação para
doutrinação. distinguir a área das concentrações urbanas, em que o ambiente é
mais fortemente modificado pela ação humana -área urbana-, da
Tendência da escola democrática área rural, fora dos “limites” da cidade, onde se localizam desde in-
Contrariamente às anteriores, não pressupõe espaço de aula reserva- tervenções muito fortes como as monoculturas, até as áreas mais
do aos temas morais. Trata-se de democratizar as relações entre os mem- intocadas como as Unidades de Conservação (parques, reservas,
bros da escola, cada um podendo participar da elaboração das regras, das estações ecológicas, etc.).
discussões e das tomadas de decisão a respeito de problemas concreta- Sustentabilidade
mente ocorridos na instituição.
Uma sociedade sustentável é aquela que vive em harmonia com nove
Em resumo, verifica-se que questões relacionadas à Ética permeiam princípios interligados apresentados a seguir:
todo o currículo. Portanto, não há razão para que sejam tratadas em parale-
lo, em horário específico de aula. Pelo contrário, passar ao lado de tais • Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos
questões seria prestar um desserviço à formação moral do aluno: induzi-lo • Melhorar a qualidade de vida humana
a pensar que ética é uma “especialidade”, quando, na verdade, ela diz • Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra
respeito a todas as atividades humanas.
• Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis
• Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra
MEIO AMBIENTE E SAÚDE
• Modificar atitudes e práticas pessoais
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir
para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem • Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio ambiente
na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o • Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimen-
bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessá- to e conservação
rio que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a
• Constituir uma aliança global
trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a apren-
dizagem de habilidades e procedimentos. Diversidade
A base conceitual de meio ambiente - definições como a de meio am- A diversidade biológica ou biodiversidade consiste no conjunto total de
biente e de desenvolvimento sustentável, por exemplo - ainda está em disponibilidade genética de diferentes espécies e variedades, de diferentes
plena construção. De fato, não existe consenso sobre esses termos nem ecossistemas. Por lentos processos evolutivos, surgem novas variedades,
mesmo na comunidade científica. novas espécies, constituem-se novos sistemas.
Quando se trata de decidir e agir com relação à qualidade de vida das A conservação da biodiversidade é essencial para a qualidade de vida.
pessoas, é fundamental trabalhar a partir da visão que cada grupo social tem Cada vez mais descobrem-se substâncias de grande valor para a saúde,
do significado do termo “meio ambiente” e, principalmente, de como cada alimentação, obtenção de tinturas, fibras e outros usos, no grande laborató-
grupo percebe o seu ambiente e os ambientes mais abrangentes em que está rio representado pelas diferentes espécies de plantas e animais, muitas até
inserido. São fundamentais, na formação de opiniões e no estabelecimento de pouco tempo desconhecidas ou desprezadas pela cultura oficial.
atitudes individuais, as representações coletivas dos grupos sociais aos quais Ensinar e Aprender em Educação Ambiental
os indivíduos pertencem. Essas representações sociais são dinâmicas, evolu-
indo rapidamente. Daí a importância de se identificar qual representação O trabalho de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de aju-
social cada parcela da sociedade tem do meio ambiente, para se trabalhar dar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas
tanto com os alunos como nas relações escola-comunidade. ao meio para que possam assumir posições afinadas com os valores refe-
rentes à sua proteção e melhoria. As situações de ensino devem se organi-
Uma estratégia didática para melhor se estudar o meio ambiente con- zar de forma a proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar o
siste em se identificarem elementos que constituem seus subsistemas ou conhecimento sobre meio ambiente para compreender a sua realidade e
partes deles. Assim se distinguem, por exemplo, os elementos naturais e atuar sobre ela.
construídos, urbanos e rurais ou físicos e sociais do meio ambiente.
As áreas de Ciências Naturais, História e Geografia serão as principais
• Elementos Naturais e Construídos no Meio Ambiente: De um lado, parceiras para o desenvolvimento dos conteúdos aqui relacionados, pela
distinguem-se aqueles elementos que são “como a natureza os própria natureza dos seus objetos de estudo.
fez”, sem a intervenção direta do homem: desde cada recurso na-
tural presente num sistema, até conjuntos de plantas e animais na- Objetivos Gerais de Meio Ambiente Para o Ensino Fundamental
tivos, silvestres; paisagens mantidas quase sem nenhuma inter- O trabalho com o tema Meio Ambiente deve contribuir para que os alu-
venção humana; nascentes, rios e lagos não atingidos pela ação nos, ao final do primeiro grau, sejam capazes de:
humana; etc. esses elementos são predominantes nas matas, nas
• Conhecer e compreender, de modo integrado e sistêmico, as no-
praias afastadas, nas cavernas não descaracterizadas. Mas, de fa-
ções básicas relacionadas ao meio ambiente
to, não existe uma natureza intocada pelo homem, uma vez que a
espécie humana faz parte da trama toda da vida no planeta e vem • Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os
habitando e interagindo com os mais diferentes ecossistemas há levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentá-
mais de um milhão de anos. Por isso, a maior parte dos elementos veis

Fundamentos da Educação 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Observar e analisar fatos do ponto de vista ambiental vem
• Perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e re- • Conhecer e utilizar formas de intervenção individual e coletiva so-
lações de causa-efeito que condicionam a vida no espaço e no bre os fatores desfavoráveis à saúde, agindo com responsabilidade
tempo em relação à sua saúde e à saúde da comunidade
• Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de • Conhecer formas de acesso aos recursos da comunidade e as
conservação e manejo dos recursos naturais com os quais intera- possibilidades de utilização dos serviços voltados para a promo-
gem, aplicando-os no dia-a-dia ção, proteção e recuperação da saúde
• Perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural, • Adotar hábitos de autocuidado, respeitando as possibilidades e li-
adotando posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas do mites do próprio corpo
patrimônio natural, étnico e cultural
• Identificar-se como parte integrante da natureza. Blocos de Conteúdos
Blocos de Conteúdos Os conteúdos selecionados foram organizados em blocos que lhes dão
Os Ciclos da Natureza: A função deste bloco é permitir ao aluno com- sentido e cumprem a função de indicar as dimensões individual e social da
preender que os processos na natureza não são estanques. Dentre esses saúde.
ciclos, um dos mais importantes é o da água. Outro que deve ser evidenci- Autoconhecimento Para o Autocuidado: A razão de ser deste bloco é o
ado é o da matéria orgânica. Ainda como exemplo, podemos citar as teias e entendimento de que saúde tem uma dimensão pessoal que se expressa
cadeias alimentares. no espaço e no tempo de uma vida, pelos meios que cada ser humano
Sociedade e Meio Ambiente: Aqui oferece-se ocasião para a discussão dispõe para criar seu próprio trajeto em direção ao bem-estar físico, mental
das interações que os grupos humanos têm em seu ambiente de vida. e social.
Pode-se citar como exemplos de abordagem deste tópico: a diversidade Assim, a introdução de conhecimentos sobre o funcionamento do corpo
cultural e ambiental; os limites da ação humana em termos quantitativos e humano visa a formação de sujeitos do processo saúde/doença que pos-
qualitativos; as principais características do ambiente e/ou paisagem da sam conhecer-se e cuidar-se, valorizando sua identidade e características
região em que se vive; as diferenças entre ambientes preservados e degra- pessoais.
dados; a interdependência ambiental entre as áreas urbana e rural.
A higiene corporal é tratada como condição para a vida saudável. As
Manejo e Conservação Ambiental: Além de se apreenderem alguns dos experiências de fazer junto com a criança os procedimentos passíveis de
principais fatos a respeito de como a natureza funciona e de como se execução no ambiente escolar, como lavagem das mãos ou escovação dos
processa a ação transformadora da humanidade em seu meio ambiente, é dentes, por exemplo, podem ter significado importante na aprendizagem.
importante que se conheçam algumas formas de manejar, isto é, lidar de
modo cuidadoso e adequado com os recursos naturais renováveis A alimentação adequada é outro fator essencial no crescimento e de-
senvolvimento, no desempenho de atividades cotidianas, na promoção e na
recuperação da saúde. A desnutrição e as anemias são ainda importantes
Sugestões Para se Utilizar Como Critérios de Avaliação problemas de saúde pública no Brasil e fatores primordiais para a baixa
• Observar as características do meio ambiente e identificar a exis- capacidade de reação às doenças.
tência de ciclos e fluxos na natureza Vida Coletiva: É nos espaços coletivos que se produz a condição de
• Identificar as intervenções com as quais a sociedade local vem saúde da comunidade e, em grande parte, de cada um de seus componen-
realizando transformações no ambiente, na paisagem, nos espa- tes. Nas relações sociais se afirma a concepção hegemônica de saúde e
ços em que habita ou cultiva portanto é nesse campo que se pode avançar no entendimento da saúde
como valor e não apenas como ausência de doença.
• Contribuir para a conservação e manutenção do ambiente mais
imediato em que vive Sugestões Para se Utilizar Como Critérios de Avaliação

• Identificar as substâncias de que são feitos os objetos ou materiais • Expressar suas necessidades de atenção à Saúde
utilizados pelos alunos, bem como alguns dos processos de trans- • Responsabilizar-se com crescente autonomia por sua higiene cor-
formação por que passaram poral, percebendo-a como fator de bem-estar e como valor da con-
• Participar, pessoal e coletivamente, de atividades que envolvam vivência social
tomadas de posição diante de situações relacionadas ao meio am- • Conhecer e desenvolver hábitos alimentares favoráveis ao cresci-
biente mento e ao desenvolvimento
• Reconhecer alguns processos de construção de um ambiente, tan- • Conhecer e evitar os principais riscos de acidentes no ambiente
to urbano quanto rural, com a respectiva intervenção na paisagem, doméstico, na escola e em outros lugares públicos
bem como sua importância para o homem • Conhecer e utilizar medidas de primeiros socorros ao seu alcance
• Perceber a relação entre a qualidade de vida e um ambiente sau- • Reconhecer as doenças transmissíveis mais comuns em sua regi-
dável ão
• Valorizar o uso adequado dos recursos disponíveis • Relacionar-se e comunicar-se produtivamente nas diferentes situa-
ções do convívio escolar
Saúde • Conhecer os recursos de saúde disponíveis e necessários para a
“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não saúde da comunidade
apenas a ausência de doença.” • Agir na perspectiva da saúde coletiva.
Objetivos Gerais de Saúde Para o Ensino Fundamental
Espera-se ao final do ensino fundamental que os alunos sejam capa-
zes de:
O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: NOR-
• Compreender que a saúde é um direito de todos e uma dimensão
essencial do crescimento e desenvolvimento do ser humano
MAS E ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS PARA A
• Compreender que a condição de saúde é produzida nas relações
INCLUSÃO DAS CRIANÇAS DE SEIS ANOS.
com o meio físico, econômico e sociocultural, identificando fatores
de risco à saúde pessoas e coletiva presentes no meio em que vi- Introdução

Fundamentos da Educação 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica As normas nacionais para a ampliação do ensino fundamental para
(SEB), da Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para nove anos, editadas até ano de 2008, são:
Educação Básica (DCOCEB) e da Coordenação-Geral do Ensino - Parecer CNE/CEB nº 24/2004, de 15 de setembro de 2004
Fundamental (COEF), cumprindo seu papel de indutor de políticas quanto (reexaminado pelo Parecer CNE/CEB 6/2005): Estudos visando ao
ao programa de ampliação do ensino fundamental obrigatório para nove estabelecimento de normas nacionais para a ampliação do Ensino
anos de duração, com início aos seis anos de idade, tem desenvolvido Fundamental para nove anos de duração.
ações no sentido de apoiar os sistemas de ensino.
- Parecer CNE/CEB nº 6/2005, de 8 de junho de 2005: Reexame do
Com essa medida, o Estado reafirma o Ensino Fundamental como Parecer CNE/CEB nº24/2004, que visa o estabelecimento de normas
direito público subjetivo, estabelecendo a entrada das crianças de seis anos nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de
de idade no ensino obrigatório, garantindo-lhes vagas e infraestrutura duração.
adequada.
- Resolução CNE/CEB nº 3/2005, de 3 de agosto de 2005: Define
Os objetivos da ampliação do ensino fundamental para nove anos de normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos
duração são: de duração.
a) melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação - Parecer CNE/CEB nº 18/2005, de 15 de setembro de 2005:
Básica; Orientações para a matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino
b) estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças Fundamental obrigatório, em atendimento à Lei nº 11.114/2005, que altera
prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade; os arts. 6º, 32 e 87 da Lei nº 9.394/96.
c) assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as - Parecer CNE/CEB nº 39/2006, de 8 de agosto de 2006: Consulta
crianças tenham um tempo mais longo para as aprendizagens da sobre situações relativas à matrícula de crianças de seis anos no Ensino
alfabetização e do letramento; Fundamental.
O prazo para que todos os sistemas de ensino planejem, implantem o - Parecer CNE/CEB nº 41/2006, de 9 de agosto de 2006: Consulta
ensino fundamental de nove anos é o ano letivo de 2010, conforme a Lei nº sobre interpretação correta das alterações promovidas na Lei nº 9.394/96
11.274/06, ou seja, deve estar planejado e organizado até o final de 2009. pelas recentes Leis nº 11.114/2005 e nº 11.274/2006.
Este documento tem por objetivo subsidiar gestores municipais e - Parecer CNE/CEB nº 45/2006, de 7 de dezembro de 2006: Consulta
estaduais, conselhos de educação, comunidade escolar e demais órgãos e referente à interpretação da Lei Federal nº 11.274/2006, que amplia a
instituições. É um passo a passo do processo de implantação e duração do Ensino Fundamental para nove anos, e quanto à forma de
implementação do ensino fundamental de nove anos. Ao final, estão as trabalhar nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
perguntas e respostas mais frequentes que foram coletadas a partir de - Parecer CNE/CEB nº 5/2007, de 1º de fevereiro de 2007
consultas feitas ao MEC. (reexaminado pelo Parecer CNE/CEB nº 7/2007): Consulta com base nas
1 NORMATIZAÇÃO Leis nº 11.114/2005 e n° 11.274/2006, que tratam do Ensino Fundamental
de nove anos e da matrícula obrigatória de crianças de seis anos no Ensino
1.1 AMPARO LEGAL Fundamental.
O amparo legal para a ampliação do Ensino Fundamental constitui-se - Parecer CNE/CEB nº 7/2007, de 19 de abril de 2007: Reexame do
dos seguintes dispositivos: Parecer CNE/CEB nº 5/2007, que trata da consulta com base nas Leis nº
-Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – artigo 208. 11.114/2005 e n° 11.274/2006, que se referem ao Ensino Fundamental de
-Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – admite a matrícula no nove anos e à matrícula obrigatória de crianças de seis anos no Ensino
Ensino Fundamental de nove anos, a iniciar-se aos seis anos de idade. Fundamental.
-Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001 – estabelece o ensino - Parecer CNE/CEB nº 4/2008, de 20 de fevereiro de 2008: Reafirma a
fundamental de nove anos como meta da educação nacional. importância da criação de um novo ensino fundamental, com matrícula
-Lei nº 11.114, de 16 de maio de 2005 – altera a LDB e torna obrigatória para as crianças a partir dos seis anos completos ou a
obrigatória a matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino completar até o início do ano letivo. Explicita o ano de 2009 como o último
Fundamental. período para o planejamento e organização da implementação do ensino
-Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006 – altera a LDB e amplia o fundamental de nove anos que deverá ser adotado por todos os sistemas
Ensino Fundamental para nove anos de duração, com a matrícula de de ensino até o ano letivo de 2010. Reitera normas, a saber: o
crianças de seis anos de idade e estabelece prazo de implantação, pelos redimensionamento da educação infantil; estabelece o 1º ano do ensino
sistemas, até 2010. fundamental como parte integrante de um ciclo de três anos de duração
1.2 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO denominado “ciclo da infância”. Ressalta os três anos iniciais como um
1.2.1 Definição das diretrizes e orientações para a reorganização do Ensino período voltado à alfabetização e ao letramento no qual deve ser
Fundamental assegurado também o desenvolvimento das diversas expressões e o
aprendizado das áreas de conhecimento. Destaca princípios essenciais
O Conselho Nacional de Educação, cumprindo suas funções
para a avaliação.
normativas e de supervisão e atividade permanente (LDB 9.394/96, Art. 9º,
Par. 1º), vem elaborando diretrizes e orientações, que devem ser 1.3 CONSELHO ESTADUAL E MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
observadas pelos sistemas de ensino, para a reorganização do Ensino 1.3.1 Definição das normas e orientações gerais na rede pública estadual e
Fundamental de Nove Anos. municipal
Reiterada pelo Parecer CNE/CEB Nº 7/2007, de 19 de abril de 2007, a O Conselho Estadual e Municipal de Educação, em consonância com
autonomia atribuída aos sistemas de ensino não pode ser confundida com as diretrizes e planos nacionais de educação, deverá editar documento
soberania, autorizando o ente federado a descumprir a Lei, seja a legal, definindo as normas e orientações gerais para a reorganização do
Constituição Federal ou a LDBEN, com as alterações nela introduzidas Ensino Fundamental na rede pública estadual e municipal.
pelas Leis nº 11.114/2005 e nº 11.274/2006, ou as normas estabelecidas De acordo com as normas nacionais estabelecidas pelo Conselho
pelo Conselho Nacional de Educação no exercício de suas atribuições, a Nacional de Educação (CNE), o documento legal deverá conter
saber: preferentemente orientações sobre:
-art. 8º, § 1º, da LDB: Caberá à União a coordenação da Política - os municípios que não instituíram seu próprio sistema municipal de
Nacional de Educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e ensino (Parecer CNE/CEB nº 41/2006);
exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às - a nomenclatura a ser adotada pelo sistema de ensino
demais instâncias educacionais. (Resolução CNE/CEB nº 3/2005);
-art. 9º, § 1º, da LDB: A União incumbir-se-á de: [...]: inciso I, § 1º: Na - a definição da data de corte (Pareceres CNE/CEB nº: 6/2005,
estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com 18/2005, 7/2007, 4/2008);
funções normativas e de supervisão e atividade permanente.

Fundamentos da Educação 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- a coexistência dos currículos do ensino fundamental de oito anos A organização federativa garante que cada sistema de ensino é
(em processo de extinção) e de nove anos (em processo de implantação e competente e livre para construir, com a respectiva comunidade escolar,
implementação progressivas). (Pareceres CNE/CEB nº 18/2005, 7/2007); seu plano de universalização e de ampliação do Ensino Fundamental. Cada
- a criação de espaços apropriados e materiais didáticos que sistema é também responsável por refletir e proceder a convenientes
constituam ambiente compatível com teorias, métodos e técnicas estudos, com a democratização do debate. O plano adotado pelo órgão
adequadas ao desenvolvimento da criança (Parecer CNE/CEB nº 7/2007); executivo do sistema é regulamentado, necessariamente, pelo respectivo
órgão normativo. Portanto, as Secretarias de Educação e os Conselhos de
- a alteração ou manutenção dos atos de autorização, aprovação Educação precisam se articular.
e reconhecimento das escolas que ofertarão o ensino fundamental de nove
anos; No Plano de Implementação do novo Ensino Fundamental é
imprescindível conter, por exemplo:
- a reorganização administrativa:
-estudo da demanda de matrículas no ensino fundamental;
- alterações na documentação escolar (histórico, declaração,
instrumentos de registro de avaliação, etc.); -planejamento da quantidade de turmas no ensino fundamental;
- criação da nova documentação escolar para o novo ensino -estudos e medidas necessárias ao redimensionamento da educação
fundamental de nove anos (histórico, declaração, instrumentos de registro infantil, de forma a não prejudicar a oferta e a qualidade e preservando sua
de avaliação, etc) identidade pedagógica;
- responsabilização da escola de origem ao indicar a -redimensionamento do espaço físico;
equivalência, na documentação escolar, do ano de estudo ao qual a criança -reorganização do quadro de professores, quando necessário;
deverá ser matriculada na escola de destino (LDB 9.394/96 Art. 24, Inciso -formação inicial e continuada de professores e demais profissionais
VII); da educação;
- redimensionamento de pessoal (atentando-se para as questões -adequação e aquisição de mobiliário e equipamentos;
legais de ingresso no sistema);
-adequação e aquisição de material didático-pedagógico;
- garantia da carga horária e os dias letivos mínimos anuais (art.
24, inciso I, Lei 9.394/96) e jornada escolar de pelo menos quatro horas -garantia de transporte e merenda escolar;
diárias (art. 34, Lei 9.394/96); -reorganização administrativa necessária para as escolas e a
- condições de infra-estrutura; secretaria de educação;
- adequação e aquisição de mobiliário; -processos de avaliação, especialmente para o ciclo da infância (três
primeiros anos).
- aquisição de equipamentos.
As orientações normativas e pedagógicas para a construção do
- a reorganização pedagógica: referido plano encontram-se nos Pareceres nº 06/2005 e 04/2008 e nos
- formação dos profissionais da educação; documentos do MEC referentes ao programa de implantação do ensino
- aperfeiçoamento profissional continuado (art. 67, inciso II, Lei fundamental de nove anos.
9.394/96); 1.5 ESCOLAS
- período reservado a estudos, planejamento e avaliação (art. 67, 1.5.1 Reformulação do Regimento Escolar.
inciso V, Lei 9.394/96) O Regimento escolar é o instrumento legal que formaliza e reconhece as
- reorganização dos tempos e espaços escolares; relações dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Contém um conjunto de
normas e definições de papéis, devendo ser um documento claro, de fácil
- garantia da obrigatoriedade dos estudos de recuperação (art. entendimento para a comunidade, traduzindo as construções e os avanços nela
24, inciso V, alínea “e”, Lei 9.394/96); produzidos. Portanto, considerando a reestruturação do Ensino Fundamental, é
- adequação e aquisição do material didático; imprescindível a reformulação do Regimento Escolar.
- redimensionamento da Educação Infantil (Pareceres CNE/CEB 1.6 ASSUNTOS DE DESTAQUE
n° 06/2005, 18/2005, 39/2006, 7/2007 e 04/2008, Resolução CNE/CEB n° Escolas privadas
3/2005): Todas as orientações aplicam-se às escolas criadas e mantidas pela
• preservando sua identidade; iniciativa privada, que, sempre com obediência às normas fixadas pelo
• observando a nomenclatura e a faixa etária estabelecidas pela sistema de ensino a que pertencem, são livres para organizar o Ensino
Resolução CNE/CEB nº 3/2005; Fundamental. (Parecer CNE/CEB nº 18/2005).
• considerando que as crianças que completarem seis anos depois da Nomenclatura
data de corte serão matriculadas na pré-escola; A Resolução nº 3, de 3 de agosto de 2005, do Conselho Nacional de
• definindo a data de corte nesta etapa, que deverá estar em Educação indicou a nomenclatura a ser adotada para a Educação Infantil e
consonância com a data de corte do ensino fundamental para que essas o Ensino Fundamental:
crianças não tenham problemas quando ingressarem no ensino obrigatório. - Educação Infantil -5 anos de duração - Até 5 anos de idade
O documento legal estabelecendo o novo ensino fundamental de nove - Creche - Até 3 anos de idade
anos, bem como todas as normas e informações pertinentes, deverá ser - Pré-Escola - 4 e 5 anos de idade
publicado no Diário Oficial respectivo, página eletrônica das secretarias de
educação e outros veículos de comunicação, além de serem instrumentos
de mobilização das escolas e da comunidade escolar por meio de reuniões, - Ensino Fundamental - 9 anos de duração - Até 14 anos de idade
seminários, distribuição de folders, etc. - Anos iniciais - 5 anos de duração - de 6 a 10 anos de idade
1.4 SECRETARIA ESTADUAL OU MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - Anos finais - 4 anos de duração - de 11 a 14 anos de idade
1.4.1 Atualização da proposta pedagógica
A organização do novo Ensino Fundamental com nove anos de Equivalência entre o Ensino Fundamental de oito e o de nove anos
duração e, consequentemente da proposta pedagógica, implica na
Municípios sem sistema próprio
necessidade imprescindível de um debate aprofundado sobre essa
proposta, sobre a formação de professores, sobre as condições de infra- Se a rede municipal ainda estiver integrada ao sistema estadual de
estrutura e sobre os recursos didático-pedagógicos apropriados ao ensino, o município deverá seguir a orientação normativa do órgão
atendimento e o essencial: a organização dos tempos e espaços escolares competente no sistema estadual de ensino. À Prefeitura Municipal
e tratamento, como prioridade, o sucesso escolar. competem decisões como mantenedora da rede municipal, ainda que sob
normas do Conselho Estadual de Educação, que estarão em consonância
1.4.2 Plano de Implementação do Ensino Fundamental de Nove Anos

Fundamentos da Educação 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


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com as normas do Conselho Nacional de Educação. (Parecer CNE/CEB n° Escolar 2006 declararam ter ampliado o ensino fundamental para nove
39/2006) anos de duração receberam a publicação “Ensino Fundamental de Nove
Princípios para proceder às adequações necessárias Anos: orientações pedagógicas para a inclusão das crianças de seis anos
de idade”.
Os sistemas de ensino e as escolas, nos limites de sua autonomia,
têm a possibilidade de proceder às adequações que melhor atendam a O documento possui uma coletânea de textos elaborados por
determinados fins e objetivos do processo educacional, tais como: especialistas brasileiros:
a) promoção da autoestima dos alunos no período inicial de sua • A infância e sua singularidade
escolarização; • A infância na escola e na vida: uma relação fundamental
b) o respeito às diferenças e às diversidades no contexto do sistema • O brincar como um modo de ser e estar no mundo.
nacional de educação, presentes em um país tão diversificado e complexo • As diversas expressões e o desenvolvimento da criança na escola.
como o Brasil;
• As crianças de seis anos e as áreas do conhecimento
c) a não aplicação de qualquer medida que possa ser interpretada
como retrocesso, o que poderia contribuir para o indesejável fracasso • Letramento e a alfabetização no ensino fundamental: pensando a
escolar; prática pedagógica
d) os gestores devem ter sempre em mente regras de bom senso e de • A organização do trabalho pedagógico: alfabetização e letramento
razoabilidade, bem como tratamento diferenciado sempre que a como eixo
aprendizagem do aluno o exigir. • Avaliação e aprendizagem na escola: a prática pedagógica como
(Parecer CNE/CEB n° 7/2007) eixo da reflexão
Data de corte • Modalidades organizativas do trabalho pedagógico: uma
possibilidade
A data de corte, ou seja, a data de ingresso das crianças no Ensino
Fundamental é a partir dos seis anos de idade, completos ou a completar No início do ano de 2009, todas as escolas públicas brasileiras e as
até o início do ano letivo, conforme as orientações legais e normas secretarias de educação estaduais, municipais e do Distrito Federal
estabelecidas pelo CNE: receberam a publicação “Indagações sobre Currículo”, elaborada pela
Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. São 5 cadernos
- Parecer CNE/CEB nº 6/2005 que proporcionam reflexões em torno do currículo e que propõem o estudo
- Parecer CNE/CEB nº 18/2005 coletivo nas escolas e nos sistemas de ensino. A publicação consta dos
- Parecer CNE/CEB nº 7/2007 títulos:
- Parecer CNE/CEB nº 4/2008 • Currículo e Desenvolvimento Humano
2. ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA • Educandos e Educadores: seus direitos e o currículo
2.1 CURRÍCULO • Currículo, Conhecimento e Cultura
O Ensino Fundamental ampliado para nove anos de duração é um • Diversidade e Currículo
novo Ensino Fundamental, que exige uma proposta pedagógica própria • Currículo e Avaliação. Ressalte-se que o referido documento foi
para ser desenvolvida em cada escola (Parecer CNE/CEB n° 4/2008). elaborado na perspectiva de ampliar o debate sobre concepções
Portanto, um novo Ensino Fundamental requer um currículo novo. À curriculares para a educação básica. Assim, mais do que sua elaboração e
palavra currículo associam-se distintas concepções. Diferentes fatores distribuição se espera a realização de discussões compartilhadas com os
socioeconômicos, políticos e culturais contribuem para que currículo venha sistemas de ensino, a reflexão e questionamentos sobre a concepção de
a ser entendido como: currículo e seus desdobramentos no interior de cada escola. Dessa forma,
o MEC espera deflagrar, em âmbito nacional, um processo de debate, nas
a) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino escolas e nos sistemas de ensino, sobre a concepção de currículo, seu
(LDB 9394/96, Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino processo de elaboração e seus desdobramentos. Vale destacar que o
Fundamental, novas DCN para o Ensino Fundamental em discussão no referido documento tem como objetivos:
CNE);
- Propor a reflexão curricular por meio do estudo e debate de eixos
b) as áreas do conhecimento (LDB 9394/96 – art. 26, Diretrizes organizadores que o constituem;
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental);
- Subsidiar os estudos sobre concepção curricular com a finalidade de
c) matriz curricular definida pelos sistemas de ensino (LDB 9394/96 – que professores, gestores e demais profissionais da área educacional
art. 26); ampliem seus conhecimentos e a compreensão sobre a concepção de
d) oferta equitativa de aprendizagens e consequente distribuição currículo que ora o Ministério coloca em debate;
equitativa da carga horária entre os componentes curriculares. (LDB - Subsidiar a análise e a elaboração das propostas curriculares dos
9394/96, Parecer CNE/CEB nº 18/2005); sistemas de ensino e dos projetos pedagógicos das unidades escolares;
e) as diversas expressões da criança (Ensino Fundamental de - Fortalecer na escola a constituição de espaços e ambientes
Nove Anos: orientações pedagógicas para a inclusão das crianças de seis educativos que possibilitem a aprendizagem, reafirmando a escola como
anos de idade); espaço do conhecimento, do convívio e da sensibilidade, condições
f) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos (LDB 9394/96, imprescindíveis para a constituição da cidadania;
Parecer CNE/CEB nº 4/2008, Ensino Fundamental de Nove Anos: - Subsidiar a reflexão sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
orientações pedagógicas para a inclusão das crianças de seis anos de Educação Infantil e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
idade); Fundamental de nove anos.
g) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos 2.2 ELABORAÇÃO E/OU REESTRUTURAÇÃO DO PROJETO
alunos; PEDAGÓGICO DAS ESCOLAS
h) os processos de avaliação que terminam por influir nos O Ensino Fundamental ampliado para nove anos de duração é um
conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da novo Ensino Fundamental que exige um projeto pedagógico próprio para
escolarização. ser desenvolvido em cada escola.
O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica 2.3 AVALIAÇÃO
organizou dois documentos de orientação pedagógica, com o objetivo de
subsidiar a discussão sobre currículo escolar. É preciso planejar e avaliar bem aquilo que estamos ensinando e o
que as crianças estão aprendendo desde o início da escolarização. É
No ano de 2007, as escolas públicas brasileiras e as secretarias de preciso não perder tempo, não deixar para os anos seguintes o que
educação estaduais, municipais e do Distrito Federal que, no Censo devemos assegurar desde a entrada da criança, aos seis anos, na escola.

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A escola não deve se ater apenas aos aspectos cognitivos do Moderna, quando o sistema de ensino ou a escola incluírem essa última em
desenvolvimento, pois a reprovação tem impactos negativos, como a seu projeto político-pedagógico.
evasão escolar e baixa autoestima. Ressalte-se ainda um dos critérios 3. PERGUNTAS E RESPOSTAS MAIS FREQUENTES
estabelecidos no art. 24, inciso V, alínea “a” da Lei 9.394/96: avaliação
contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos IMPLEMENTAÇÃO
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do 1. É obrigatório ampliar o Ensino Fundamental para nove anos de
período sobre os de eventuais provas finais. duração em 2010?
É imprescindível observar os princípios essenciais da avaliação É importante destacar que a ampliação é uma determinação da Lei
elaborados pelo Conselho Nacional de Educação (PARECER CNE/CEB Nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Para o seu cumprimento, o MEC e o
4/2008): CNE têm tomado todas as providências necessárias no sentido de apoiar
- Processual, participativa, formativa, cumulativa e diagnóstica e, os estados e municípios. Vale destacar que:
portanto, redimensionadora da ação pedagógica; a) o acesso da criança de seis anos de idade ao ensino fundamental é
- Não pode repetir a prática tradicional limitada a avaliar apenas os um direito constitucional, portanto deve ser assegurado.
resultados finais traduzidos em notas ou conceitos; b) de acordo com o Art. 5º da LDB 9394/96, o acesso ao ensino
- Não pode ser adotada como mera verificação de conhecimentos fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo
visando ao caráter classificatório; de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de
classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público acionar
- É indispensável a elaboração de instrumentos e procedimentos de o Poder Público para exigi-lo. E ainda, no parágrafo 4º, comprovada a
observação, de acompanhamento contínuo, de registro e de reflexão negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do
permanente sobre o processo de ensino e de aprendizagem; ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.
- A avaliação, como um momento necessário à construção de c) todos os sistemas de ensino deverão adotar o ensino fundamental
conhecimentos pelas crianças no processo de alfabetização. de nove anos até 2010, o que significa dizer que deverá estar planejado e
Na perspectiva de verificar se o direito ao aprendizado de organizado até 2009 para que ocorra a sua implementação no ano
competências básicas e gerais está garantido para cada aluno, contamos, seguinte.
em nível nacional com dois instrumentos de avaliação relevantes: 2. Para implantar o EF de nove anos o Município precisa da
Prova Brasil: é o instrumento de medida das competências leitora e autorização do Estado?
matemática, aplicado em praticamente todas as crianças e jovens Inicialmente o município precisa considerar se está vinculado ao
matriculados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos). sistema estadual ou se possuiu sistema próprio de ensino. Sendo o
Provinha Brasil: é o instrumento elaborado para oferecer aos município vinculado ao sistema estadual ele precisa cumprir as
professores e aos gestores das escolas públicas e das redes de ensino um deliberações do Conselho Estadual de Educação. Nesse caso deve
diagnóstico do nível de alfabetização dos alunos, ainda no início do apresentar para esse conselho sua proposta de ampliação do Ensino
processo de aprendizagem, permitindo assim intervenções com vista à Fundamental para a devida análise e aprovação. O município com sistema
correção de possíveis insuficiências apresentadas nas áreas de leitura e próprio de ensino deve cumprir as normas já atualizadas pelo seu
escrita. Essa avaliação é um instrumento pedagógico sem finalidades respectivo Conselho Municipal de Educação.
classificatórias. 3. Qual é o papel dos Conselhos de Educação na implantação do EF
Considerando a complexidade da alfabetização e letramento no início de nove anos?
da escolarização é importante lembrar que a maioria das crianças necessita Elaborar, discutir, aprovar e publicar pareceres e resoluções referentes
de mais de duzentos dias letivos para consolidar essas aprendizagens em à ampliação do Ensino Fundamental para nove anos. Ressalte-se, ainda, a
conjunto com outras áreas do conhecimento estabelecidas nas Diretrizes importância da participação dos Conselhos no controle social da qualidade
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Assim, recorrendo ao da educação.
Parecer CNE/CEB n° 4/2008, esse reafirma que o processo de avaliação
deve considerar, de forma prioritária, que os três anos iniciais constituam-se 4. A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos se dá com o
em um período destinado à construção de conhecimentos que solidifiquem aumento de um ano a mais no início ou no fim desta etapa de ensino?
o processo de alfabetização e de letramento. Portanto os procedimentos de A norma é clara: a ampliação se fará com o acréscimo de um ano no
avaliação devem acompanhar a necessidade de se trabalhar início dos anos iniciais do Ensino Fundamental. (Pareceres CNE/CEB nº
pedagogicamente nesses 3 anos para o desenvolvimento das diversas 18/2005, 41/2006)
formas de expressão das crianças. 5. Os alunos que já se encontram matriculados no Ensino
2.4 FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Fundamental de oito anos terão o direito a um Ensino Fundamental de nove
Em relação à formação de professores, lembramos o estabelecido no anos?
artigo 67 da LDB 9.394/96, os sistemas de ensino promoverão a Não. Quem iniciou o Ensino Fundamental de oito anos de duração
valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos deve concluí-lo nesse prazo e condições. (Pareceres CNE/CEB nº 18/2005,
termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: 07/2007)
I – ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; 6. Os sistemas podem transformar automaticamente o ensino
II – aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com fundamental de oito anos para o ensino fundamental de nove anos?
licenciamento periódico remunerado para esse fim; Não. É necessário obedecer aos pareceres do CNE:
III – piso salarial profissional; - Parecer CNE/CEB nº 18/2005, no item 1, voto do relator, estabelece
IV – progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na que “os sistemas de ensino não podem admitir a possibilidade de
avaliação do desempenho; adaptação curricular em um único currículo de Ensino Fundamental desde
o primeiro ano da implantação do Ensino Fundamental de nove anos de
V – período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído duração”.
na carga de trabalho;
- Pareceres CNE/CEB nº 5/2007 e nº 7/2007: “(...) deverão coexistir,
VI – condições adequadas de trabalho. em um período de transição, o Ensino Fundamental de oito anos (em
O Parecer CNE/CEB n° 4/2008 reitera o estabelecido no artigo 62 da processo de extinção) e o de nove anos (em processo de implantação e
Lei 9.394/96 que a formação mínima dos professores dos anos iniciais, far- implementação progressivas)”.
se-á em curso de nível médio na modalidade normal, mas, 7. Até que ponto o CNE delibera sobre orientações pedagógicas para
preferentemente, licenciados em Pedagogia ou Curso Normal Superior. O o Ensino Fundamental de nove anos?
referido parecer orienta que os professores devem trabalhar de forma inter
e multidisciplinar e que se admite portadores de curso de licenciatura Uma das funções da Câmara de Educação Básica do Conselho
específica apenas para Educação Física, Artes e Língua Estrangeira Nacional de Educação é elaborar Diretrizes Curriculares Nacionais para a

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Educação Básica de maneira democrática e de forma a assegurar a à correção da existência da defasagem idade/série com as crianças e
participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e adolescentes que não ingressaram na escola na idade própria.
consolidação da educação nacional de qualidade. Essas Diretrizes devem 14. Uma criança que cursou a pré-escola e completará 7 anos no
orientar as propostas pedagógicas das secretarias, o planejamento início do ano letivo deve ser matriculada no 1° ano ou no 2º ano do Ensino
curricular dos sistemas de ensino e os projetos político-pedagógicos das Fundamental de nove anos?
escolas.
Observa-se que, a partir do prazo final de implantação do ensino
MATRÍCULA E FORMAÇÃO DE TURMAS fundamental de nove anos (2010), não é mais possível abrir turmas novas
8. Com a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, qual a de 1ª série do ensino fundamental de oito anos. No entanto, se o município
idade atendida pela Educação Infantil? ou estado está implantando o ensino fundamental de nove anos em 2010 e
De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 3/2005 e o Parecer existam crianças reprovadas da 1ª série do ensino fundamental de oito
CNE/CEB n° 4/2008, as crianças com até cinco anos de idade no início do anos do ano de 2009 em número insuficiente para formar a classe somente
ano letivo e as crianças que completarem seis anos após a data de corte com os reprovados, e existam também crianças ingressando no ensino
devem ser matriculadas na Pré-Escola. O amparo legal está na obrigatório com 7 ou mais anos de idade é possível agrupá-las formando
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, alterada pela ainda, e somente em 2010, classe de 1ª série no, já em extinção, ensino
Emenda Constitucional nº 53 de 2006. fundamental de oito anos. Ressalte-se que essa medida só é possível,
também, porque no ano de implantação o município ainda não tem o 2º
9. Na Educação Infantil existirá o atendimento de crianças com seis ano, que equivale a 1ª série do ensino de 8 anos de duração, em extinção.
anos de idade? Vale ressaltar que a reprovação, bem como a formação de turmas com
Sim. Todas as crianças que não tiverem seis anos de idade até a data alunos reprovados pode causar uma baixa autoestima, criando a estigma
de corte definida para ingresso no Ensino Fundamental deverão ser de “classe de detenção”, o que favorece o baixo rendimento escolar. Para
matriculadas na Pré-Escola (Educação Infantil), conforme consta no que isso não ocorra é necessário desenvolver, paralelamente, com as
Parecer CNE/CEB nº 7/2007: “Assim, é perfeitamente possível que os crianças dessa classe com defasagem idade/série uma proposta de
sistemas de ensino estabeleçam normas para que essas crianças que só aprendizagem que leve à promoção, com aprendizagem, para a série
vão completar seis anos depois de iniciar o ano letivo possam continuar compatível se possível ainda no ano letivo de 2010.
frequentando a pré-escola para que não ocorra uma indesejável 15. Uma criança que cursou a 1ª série do Ensino Fundamental de 8
descontinuidade de atendimento e desenvolvimento: A pré-escola é o anos, antes da ampliação, desistiu no meio do ano e já possui 7 anos
espaço apropriado para crianças com quatro e cinco anos de idade e completos, no próximo ano ela será aluna do 1º ano ou do 2º ano?
também para aquelas que completarão seis anos posteriormente à idade Considerando que a 1ª série foi extinta no primeiro ano de implementação.
cronológica fixada para matrícula no Ensino Fundamental”.
Podem existir duas situações: a) Se a criança estava matriculada e
10. Como se denominará a instituição de Educação Infantil que for evadiu no início da 1ª série, foi reprovada e não cumpriu o ano letivo, no
autorizada/reconhecida para oferecer o Ensino Fundamental de nove anos? próximo ano ela deve ser matriculada no 1º ano do ensino fundamental de
A denominação acompanhará as normas estabelecidas pelos nove anos, considerando que pode não haver aprendizagem nesse curto
respectivos sistemas de ensino. período de tempo. Qualquer criança não pode ser promovida ou
11. Como proceder na matrícula das crianças que são transferidas de reclassificada de um ano para outro tendo como único critério a idade, ou
um estado ou município que tem o Ensino Fundamental de nove anos para seja, sem aprendizagem. Não existe respaldo legal para isso. b) Se a
um que ainda não ampliou o ensino obrigatório e vice-versa? criança estava matriculada e evadiu no final da 1ª série, foi reprovada e não
cumpriu o ano letivo, no próximo ano ela pode ser matriculada na série que
Essa é uma atribuição dos sistemas de ensino e deve estar prevista
equivale à 1ª série de 8 anos, em termos de duração, ou seja, no 2º ano de
nos dispositivos legais dos respectivos Conselhos de Educação. Ressalte-
9 anos, considerando a extinção da 1ª série.
se a importância de se observar o que estabelece o Parecer nº 7/2007, de
que não deve haver a aplicação de nenhuma “(...) medida que possa ser 16. Como proceder no caso de transferência de um aluno com 6 anos
interpretada como retrocesso, o que poderia contribuir para o indesejável de idade que estava cursando o 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos,
fracasso escolar (...)”. foi transferido para uma escola sem o ensino fundamental ampliado, ou
seja, de 8 anos de duração e sua matrícula foi efetivada na 1ª série e no
12. As crianças de seis anos de idade que sabem ler e escrever ou
meio do ano letivo o mesmo aluno foi transferido novamente para uma
que cursaram o 3º período da pré-escola podem ser matriculadas
escola com o ensino fundamental ampliado?
diretamente no 2º ano do Ensino Fundamental de nove anos?
É importante ressaltar que, independente do número de vezes que o
Não. De acordo com o Parecer CNE/CEB nº 7/2007, o Ensino
aluno foi transferido de uma escola para outra e de um regime para outro,
Fundamental de nove anos significa a ampliação do tempo dessa etapa de
deve ser assegurado o princípio do não retrocesso (Parecer CNE/CEB nº
ensino na perspectiva de qualificar o ensino-aprendizagem e não a
7/2007). Assim, a matrícula desse aluno deve ser efetivada no ano que
antecipação da sua conclusão. O artigo 24 da LDB 9.394/96 é explícito
equivale à série, em termos de duração, conforme o exemplo abaixo:
quando diz que a Educação Básica, nos níveis fundamental e médio, será
organizada de acordo com determinadas regras comuns. Portanto, o texto No entanto, é necessário avaliar pedagogicamente se a criança possui
refere-se claramente aos níveis fundamental e médio, não se aplicando à os conhecimentos e atende aos objetivos propostos para o ano/série em
etapa da Educação Básica que é a Educação Infantil. Aliás, o inciso II do que ela será enturmada, pois qualquer criança não pode ser promovida ou
artigo 24 afirma textualmente: a classificação em qualquer série ou etapa é reclassificada de um ano para outro tendo como único critério a idade, ou
admitida com a exceção explícita à primeira série do Ensino Fundamental. seja, sem aprendizagem. Nesse caso é prudente que a matrícula seja
Como, portanto, o aluno que está ingressando no Ensino Fundamental efetivada no 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos e que ainda no
pode ser matriculado no segundo ano por promoção e independentemente período letivo se avalie novamente as condições para que ela seja
de escolarização anterior? Acrescente-se que quando se trata da educação matriculada no 2º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, que corresponde,
infantil temos a sua divisão em creche e pré-escola, essa segunda agora em termos de duração à 1ª série do Ensino Fundamental de 8 anos.
destinada a alunos de quatro e cinco anos de idade, organizada em 17. O que fazer com o aluno que foi reprovado no Ensino Fundamental
períodos, e não séries ou anos de estudo. A referência é clara ao falar de de 8 anos no município que já adotou o Ensino Fundamental de 9 anos, se
pré-escola e não de escola. Não há, portanto, como falar de escolarização a quantidade de alunos não for suficiente para formar uma turma?
anterior. Evidencia-se, assim, que nenhuma criança que está ingressando Qualquer aluno que já esteja matriculado no Ensino Fundamental de
no Ensino Fundamental pode ser matriculada no segundo ano letivo, tenha oito anos deverá, em termos de duração, permanecer nessa organização.
ou não tenha frequentado a pré-escola. Porém, com a ampliação, pode não haver a possibilidade de criar classes
13. Em que ano matricular, no Ensino Fundamental, a criança de sete da série na qual o aluno foi reprovado, pois a implementação do ensino
anos de idade ou mais que nunca frequentou o ensino obrigatório? fundamental de nove anos requer a extinção gradativa das séries da
No 1º ano do Ensino Fundamental, conforme o Parecer CNE/CEB nº estrutura do ensino fundamental de oito anos. Assim, se for inviável criar
7/2007. Entretanto, é preciso que os sistemas organizem propostas visando uma turma para uma pequena quantidade de alunos reprovados ou

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transferidos, esses deverão ser enturmados na classe correspondente à Este remanejamento depende de legislação e normas vigentes no
série de origem, obedecendo a tabela de equivalência. Plano de Carreira de cada sistema de ensino. Algumas leis estabelecem a
18. Como proceder quando ocorreu, de forma inadequada, a matrícula mesma carreira e concurso para atuação tanto na Educação Infantil quanto
de crianças com menos de seis anos completos até a data de corte no no Ensino Fundamental; outras, no entanto, definem carreira e concurso
ensino fundamental de nove anos? com atuações distintas, ou seja, específicas para a atuação na Educação
Infantil e no Ensino Fundamental.
Matricular a criança que não possui a idade correta é inconstitucional,
conforme a alteração feita pela Emenda Constitucional nº 53 de 2006 na 24. Além da licenciatura em Pedagogia ou Normal Superior, há
Constituição Federal de 1988, e está em desacordo com as normas e possibilidade de atuação para portadores de licenciatura específica nos
orientações legais do Conselho Nacional de Educação. A matrícula no 1º anos iniciais?
ano fora da data de corte deve, imediatamente, ser corrigida para as Sim, conforme o Parecer CNE/CEB nº4/2008, admitem-se portadores
matrículas novas, pois as crianças que não completaram 6 anos de idade de curso de licenciatura específica apenas para Educação Física, Artes e
no início do ano letivo devem ser matriculadas na Educação Infantil. Língua Estrangeira Moderna, quando o sistema ou a escola incluírem essa
Reiterada pelo Parecer CNE/CEB Nº 7/2007, de 19 de abril de 2007, a última em seu projeto político-pedagógico. Todos os docentes devem
autonomia atribuída aos sistemas de ensino não pode ser confundida com trabalhar de forma inter e multidisciplinar, independentemente da área em
soberania, autorizando o ente federado a descumprir a Lei, seja a que atuem nos anos iniciais do ensino fundamental.
Constituição Federal ou a LDBEN, com as alterações nela introduzidas CURRÍCULO
pelas Leis nº 11.114/2005 e nº 11.274/2006, ou as normas estabelecidas
pelo Conselho Nacional de Educação no exercício de suas atribuições. 25. Quais são os conteúdos que deverão ser desenvolvidos no Ensino
Fundamental de nove anos?
19. Quando a escola recebe um aluno que completa seis anos de
idade após a data de corte, onde ela deve matriculá-lo? A definição de conteúdos é de competência dos sistemas de ensino.
Para subsidiar essa discussão é importante observar:
Temos duas situações:
a) os dispositivos legais:
a) Caso a criança venha sem experiência escolar ou da educação
infantil e tiver completado seis anos após a data de corte, ela não pode ser -Constituição Federal
matriculada no 1º ano. Ela deverá ser matriculada na pré-escola; -Lei nº 9.394/96 (LDB)
b) Caso a criança venha transferida de outra escola na qual já estava -Lei nº 10.172/01 (Plano Nacional de Educação)
cursando o 1º ano do ensino fundamental, deverá ser matriculada no -Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
mesmo ano que estava cursando, mesmo que tenha sido matriculada na
-Pareceres e Resoluções do CNE e do respectivo sistema de ensino
escola de origem fora da data de corte, que é observada somente no
ingresso no ensino fundamental. b) as publicações e os documentos:
20. A escola possui a educação infantil e o ensino fundamental. As -Parâmetros Curriculares Nacionais
crianças têm 5 anos de idade, já cumpriram toda a etapa da educação -Ensino Fundamental de nove anos: orientações gerais para inclusão
infantil, porém ela só completará 6 anos no meio do ano. Elas repetirão a das crianças de seis anos de idade (publicação do MEC)
pré-escola ou serão matriculadas no 1º ano do ensino fundamental? -Indagações sobre Currículo (publicação do MEC)
As crianças deverão ser matriculadas na pré-escola e a escola deve -Propostas pedagógicas das secretarias de educação
assegurar um currículo adequado às novas exigências de aprendizagens
dessas crianças. De acordo com o Parecer CNE/CEB nº 4/2008, a -Projetos político-pedagógicos das escolas
organização do Ensino Fundamental de 9 anos supõe, por sua vez, a -Diretrizes Curriculares dos sistemas de ensino
reorganização da educação infantil, particularmente da pré-escola, c) as pesquisas educacionais e produções científicas;
destinada, agora, às crianças de 4 e 5 anos de idade, devendo ter
d) a literatura pertinente.
assegurada a sua própria identidade. A educação infantil ainda não é etapa
obrigatória, nem pré-requisito para o acesso ao ensino fundamental. O 26. No Ensino Fundamental de nove anos, o primeiro ano se destina
ensino fundamental é etapa obrigatória da Educação Básica e direito exclusivamente à alfabetização?
subjetivo do cidadão, tenha ele frequentado ou não a educação infantil. Esse primeiro ano constitui uma possibilidade para qualificar o ensino
21. A criança que tem 6 anos completos até o início do ano letivo que e a aprendizagem dos conteúdos da alfabetização e do letramento. Mas,
sabe ler, escrever e contar corretamente e que já passaram pela “classe de não se deve restringir o desenvolvimento das crianças de seis anos de
alfabetização”, permanecerão na mesma turma de 1º ano com crianças que idade exclusivamente à alfabetização. Por isso, é importante que o trabalho
nunca foram à escola e têm a mesma idade? pedagógico assegure o estudo das diversas expressões e de todas as
áreas do conhecimento. Ressalte-se que a alfabetização não deve ocorrer
A organização das turmas é de responsabilidade e competência
apenas no segundo ano do Ensino Fundamental, uma vez que o acesso à
pedagógica da escola. A educação infantil não é etapa obrigatória, nem
linguagem escrita é um direito de todas as crianças. Os sistemas e todos os
pré-requisito para o acesso ao ensino obrigatório. O ensino fundamental é
profissionais envolvidos com a educação de crianças devem compreender
etapa obrigatória da Educação Básica e direito subjetivo do cidadão, tenha
que a alfabetização de algumas crianças pode requerer mais de 200 dias
ele frequentado ou não a educação infantil, esteja ele alfabetizado ou não.
letivos e que é importante acontecer junto com a aprendizagem de outras
A natureza, a identidade e os objetivos previstos nos dispositivos legais que
áreas de conhecimento. O Ensino Fundamental de nove anos ampliou o
regem a educação brasileira não são de criar classes de alfabetização na
tempo dos anos iniciais, de quatro para cinco anos, para dar à criança um
educação infantil. E por último, o processo de alfabetização e letramento
período mais longo para as aprendizagens próprias desta fase, inclusive da
não se resume a ler, escrever e contar.
alfabetização.
INFRA-ESTRUTURA
É fundamental considerar o que estabelece o Parecer CNE/CEB nº
22. Pode-se utilizar o espaço de instituições de educação infantil para 4/2008, a saber:
atender as crianças do Ensino Fundamental de nove anos?
4 – O antigo terceiro período da Pré-Escola não pode se confundir
Não é recomendável que se utilizem instalações de instituições de com o primeiro ano do Ensino Fundamental, pois esse primeiro ano é agora
Educação Infantil para o atendimento do Ensino Fundamental sem a devida parte integrante de um ciclo de três anos de duração, que poderíamos
adaptação. Esta deverá sempre ser orientada pelos interesses do denominar “ciclo da infância”.
desenvolvimento das crianças, por faixa etária.
5 – Mesmo que o sistema de ensino ou a escola, desde que goze
FORMAÇÃO DE PROFESSORES desta autonomia, faça a opção pelo sistema seriado, há necessidade de se
23. Professores admitidos inicialmente para trabalhar na Educação considerar esses três anos iniciais como um bloco pedagógico ou ciclo
Infantil podem ser remanejados para o Ensino Fundamental? sequencial de ensino.

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6 – Admitir-se-á, entretanto, nos termos dos artigos 8º, 23 e 32 da Lei identidade do ensino fundamental como, por exemplo, dizer que uma
nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), o desdobramento do criança está matriculada no 2º ano/1ª série. Com o tempo, essa
Ensino Fundamental em ciclos, no todo ou em parte. denominação poderá se firmar como regra. Dessa forma, recomenda-se
7 – Os três anos iniciais são importantes para a qualidade da adotar a nomenclatura estabelecida pela Resolução CNE/CEB n° 3/2005:
Educação Básica: voltados à alfabetização e ao letramento, é necessário - Ensino Fundamental -9 anos de duração -Até 14 anos de idade
que a ação pedagógica assegure, nesse período, o desenvolvimento das - Anos iniciais - 1º ao 5º ano - 5 anos de duração - de 6 a 10 anos de
diversas expressões e o aprendizado das áreas de conhecimento idade
estabelecidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental. 8 – Dessa forma, entende-se que a alfabetização dar-se-á - Anos finais - 6º ao 9º ano - 4 anos de duração - de 11 a 14 anos de
nos três anos iniciais do Ensino Fundamental. idade
27. O conteúdo do primeiro ano do Ensino Fundamental de nove anos 33. Como proceder nos casos de transferência de estudantes de um
é o conteúdo trabalhado no último ano da pré-escola? sistema de ensino que ampliou o Ensino Fundamental e adotou a
nomenclatura de 1º ao 9º ano para um outro sistema de 1ª a 8ª série?
Não. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, não tem
como objetivo preparar crianças para o Ensino Fundamental; tem objetivos De acordo com o art. 24, inciso VII, da LDB, fica estabelecido que
próprios que devem ser alcançados na perspectiva do desenvolvimento “cabe a cada instituição de ensino expedir históricos, declarações de
infantil respeitando, cuidando e educando crianças no tempo singular da conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com
primeira infância. No caso do primeiro ano do Ensino Fundamental a as devidas especificações cabíveis”. Dessa forma, é responsabilidade da
criança de seis anos, assim como as demais de sete a dez anos de idade, escola de origem do estudante, de acordo com as orientações do sistema,
precisam de uma proposta curricular que atenda suas características, expedir documentação com as devidas informações sobre a vida escolar do
potencialidades e necessidades específicas dessa infância. aluno, deixando claro a equivalência correspondente entre as duas
estruturas de ensino de oito anos e o de nove anos de duração.
28. O conteúdo do primeiro ano do Ensino Fundamental de nove anos
é o mesmo conteúdo trabalhado no primeiro ano/primeira série do Ensino DATA DE CORTE
Fundamental de oito anos? 34. A data de corte deverá ser observada também na matrícula a partir
Não. Pois não se trata de realizar um “arranjo” dos conteúdos da do 2º ano do ensino fundamental?
primeira série do Ensino Fundamental de oito anos. Faz-se necessário Não. A data de corte é observada apenas no ingresso da criança no
elaborar uma nova proposta político-pedagógica e curricular coerente com ensino fundamental, ou seja, no 1º ano, onde ela deve ter 6 anos completos
as especificidades não só da criança de seis anos de idade, como também até o início do ano letivo.
das demais crianças de sete, oito, nove e dez anos de idade que realizam 35. Uma criança que completou 6 anos de idade um dia após a data
os cinco anos iniciais do Ensino Fundamental, assim como os anos finais de corte estabelecida pelo respectivo conselho de educação deverá ser
dessa etapa de ensino. matriculada no 1º ano do ensino fundamental ou na pré-escola da
29. A matriz curricular para o Ensino Fundamental de nove anos educação infantil?
continuará a mesma do Ensino Fundamental de oito anos? A orientação do CNE/CEB é de que para a criança ingressar no
Não. O Ensino Fundamental de nove anos exige a reelaboração da Ensino Fundamental de nove anos deve ter 6 anos de idade completos ou a
Proposta Pedagógica das Secretarias de Educação e do Projeto Político- completar até o início do ano letivo no respectivo sistema de ensino. Toda
Pedagógico das escolas, bem como a atualização das normas curriculares criança que não tem 6 anos completos até a data de corte permanecerá na
pelos Conselhos de Educação. pré-escola da educação infantil. O esquema abaixo demonstra uma
30. Como devem proceder os sistemas de ensino que ampliaram o situação prática:
Ensino Fundamental para nove anos e universalizaram a nomenclatura de Conselho Nacional de Educação: estabeleceu como data de corte o
1º ao 9º ano tanto para o novo ensino fundamental de nove anos quanto início do ano letivo. Conselho Estadual ou Municipal de Educação: fixou a
para o ensino obrigatório de 8 anos já em extinção, não observando assim data de corte em 31/03. Ano letivo no sistema iniciou-se em: 02/03. A
os dois currículos? criança completou 6 anos de idade até 31/03 (data de corte estabelecida
É importante que os sistemas assegurem que, mesmo com a pelo conselho de educação local): deve ser matriculada no 1º ano do
universalização inadequada e equivocada da nomenclatura, os estudantes ensino fundamental. A criança completará 6 anos de idade após 01/04
não tenham qualquer prejuízo na caminhada escolar, ou seja, é preciso (após a data de corte estabelecida pelo conselho de educação local): deve
garantir que a documentação escolar dos alunos do ensino fundamental de ser matriculada na pré-escola da educação infantil.
8 anos, em extinção, que tiveram a nomenclatura alterada de 1ª a 8ª série 36. O Conselho Municipal que já está regulamentado tem autonomia
para 2º ao 9º ano expresse a realidade dos 8 anos obrigatórios de estudo e para definir a data de corte?
não 9 anos. Sim. Desde que seja sistema próprio e que observe as orientações do
DOCUMENTAÇÃO ESCOLAR Conselho Nacional de Educação.
31. Para os registros burocráticos (histórico escolar) a proposta 37. A data de corte “início do ano letivo” deve ser observada para
curricular pode adotar conceitos para o 1º ano e notas para as demais todos os casos como o ingresso na educação infantil? A quem cabe a
séries? regulamentação?
A decisão sobre notas, conceitos, relatórios descritivos ou até mesmo A data de corte da educação infantil também precisa ser redefinida,
o misto conceito/nota é uma decisão dos sistemas de ensino. O art. 24, caso contrário, quando essas crianças forem ingressar na etapa de ensino
Inciso V, da LDB estabelece que “a verificação do rendimento escolar obrigatório, ou seja, no ensino fundamental, elas terão problemas.
observará os seguintes critérios: alínea a -avaliação contínua e cumulativa Conforme os Pareceres CNE/CEB n° 06/2005, 18/2005, 39/2006, 7/2007 e
do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre 04/2008, Resolução CNE/CEB n° 3/2005, a organização do ensino
os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais fundamental com nove anos de duração supõe, por sua vez, a
provas finais”. reorganização da educação infantil: a) preservando sua identidade; b)
NOMENCLATURA observando a nomenclatura e a faixa etária estabelecidas pela Resolução
CNE/CEB nº 3/2005; c) considerando que as crianças que completarem
32. Os sistemas são obrigados a adotar a nomenclatura do Ensino seis anos depois da data de corte serão matriculadas na pré-escola; d)
Fundamental de nove anos prevista pela Resolução CNE/CEB nº 3/2005? definindo a data de corte nesta etapa, que deverá estar em consonância
Não. De acordo com o art. 23 da Lei nº 9.394/96 (LDB), a Educação com a data de corte do ensino fundamental para que essas crianças não
Básica poderá se organizar de forma diversa sempre que o interesse do tenham problemas quando ingressarem no ensino fundamental.
processo de aprendizagem assim o recomendar e isso for estabelecido pelo CLASSES MULTISSERIADAS E DEFASAGEM IDADE/SÉRIE
respectivo órgão normativo. No entanto, é importante observar que
diferentes nomenclaturas dificultam o entendimento por parte da sociedade,
principalmente da família. Além disso, pode caracterizar uma perda da

Fundamentos da Educação 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


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38. Quando da ampliação do ensino fundamental para nove anos, nas
classes multisseriadas, como proceder nos casos de reprovação dos alunos
que já compõem essas classes e são do regime de oito anos de duração? EDUCAÇÃO INCLUSIVA/EDUCAÇÃO ESPECIAL.
Os alunos já matriculados nas classes multisseriadas no regime de
oito anos de duração não sofrerão alterações quando da ampliação do
ensino fundamental para nove anos, pois de acordo com o que estabelece AS CRIANÇAS PORTADORAS DE
o Parecer CNE/CEB n° 7/2007 “(...) deverão coexistir, em um período de NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
transição, o Ensino Fundamental de oito anos (em processo de extinção) e
Alguns Conceitos
o de nove anos (em processo de implantação e implementação
progressivas)”. Assim, nos casos de reprovação, as medidas continuarão Educação Especial: processo de desenvolvimento global das po-
sendo as mesmas tomadas antes da ampliação. tencialidades de pessoas portadoras de deficiências, de condutas típicas e
39. Como proceder pedagogicamente com as classes multisseriadas de altas habilidades e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema
com a entrada da criança de seis anos de idade, tendo em vista a de ensino. Fundamenta-se em referências teóricas e práticas, compatíveis
ampliação do ensino fundamental para nove anos? com as necessidades específicas de seu alunado. O processo deve ser
integral, fluindo desde a estimulação essencial até os graus superiores do
A atuação pedagógica nas classes multisseriadas deve observar a
ensino. Sob o enfoque sistêmico, a educação especial integral o Sistema
convivência entre os dois currículos: um já em desenvolvimento no regime
Educacional vigente, identificando-se com sua finalidade que é a de formar
de oito anos de duração e o outro em início de implementação, com a
cidadãos conscientes e participativos.
entrada da criança de seis anos de idade.
40. Alunos com 7, 8, 9 e 10 anos de idade que nunca foram à escola Alunado da Educação Especial: é constituído por educandos que
devem ser matriculados no 1º ano do ensino fundamental ou podem ser requerem recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas.
classificados? Quando a escola não tem um programa de correção de fluxo, Genericamente chamados de portadores de necessidades especiais,
como ela se organiza para atender essa demanda? classificam-se em: portadores de deficiências (visual, auditiva, mental, física
e múltipla), portadores de condutas típicas (problemas de conduta decor-
A entrada no ensino fundamental é a matrícula no 1º ano. O inciso II
rentes de síndromes de quadros psicológicos e neurológicos que acarretam
do artigo 24 da LBD 9.394/96 afirma textualmente: a classificação em
atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social) e os de
qualquer série ou etapa é admitida com a exceção explícita à primeira série
altas habilidades (com notável desempenho e elevada potencialidade em
do Ensino Fundamental. É de responsabilidade pedagógica da escola
aspectos acadêmicos, intelectuais, psicomotores e/artísticos).
elaborar projetos, programas e ações para atender essas crianças. Cabe
também ao MEC estabelecer políticas educacionais para a correção de Pessoa portadora de deficiência: é a que apresenta, em compara-
fluxo. O Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação pré- ção com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais
qualifica programas de correção de fluxo e atualmente os municípios ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos e/ou adquiridos, de caráter
podem solicitar um deles dentro do Plano de Ações Articuladas (PAR) do permanente e que acarretam dificuldades em sua interação com o meio
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), conforme editais físico e social.
específicos.
Pessoa portadora de necessidades especiais: é a que, por apre-
LIVRO DIDÁTICO sentar, em caráter permanente ou temporário, alguma deficiência física,
41. Quais são as ações do MEC quanto ao livro didático na ampliação sensorial, cognitiva, múltipla, ou que é portadora de condutas típicas ou
do ensino fundamental de nove anos? ainda de altas habilidades, necessita de recursos especializados para
A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração superar ou minimizar suas dificuldades.
significa o ingresso mais cedo à cultura letrada, o que poderá se reverter Aluno com necessidades educativas especiais: é aquele que, por
em um melhor desempenho dos alunos no que diz respeito à alfabetização apresentar dificuldades maiores que as dos demais alunos, no domínio das
e ao letramento. É preciso ressaltar, no entanto, que as características da aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, (seja por causas
etapa de desenvolvimento devem ser preservadas. Os alunos de 6 anos internas, por dificuldades ou carências do contexto sócio familiar, seja pela
ainda estão em um momento da vida em que o brincar é parte inerente de inadequação metodológica e didática, ou por história de insucessos em
seu desenvolvimento e, portanto, é preciso uma readequação da escola aprendizagens), necessita, para superar ou minimizar tais dificuldades, de
para acolher essas crianças no ensino fundamental. Essa readequação se adaptações para o acesso físico (remoção de barreiras arquitetônicas) e/ou
faz em diferentes aspectos: gestão, materiais, projeto pedagógico, tempo e de adaptações curriculares significativas, em várias áreas do currículo.
espaço, formação continuada de professores, avaliação, currículo,
conteúdos, metodologias. Além dos próprios conceitos de infância e Modalidades de atendimento educacional: são alternativas de
adolescência. O livro didático, como material de apoio ao professor, não procedimentos didáticos específicos e adequados às necessidades educa-
pode se manter com as características que vem se apresentando ao longo tivas do alunado da Educação Especial e que implicam espaços físicos,
dos anos. É urgente o redimensionamento desses materiais, bem como recursos humanos e materais diferenciados. No Brasil, as modalidades de
uma reflexão sobre as condições de uso dentro e fora de sala de aula. A atendimento em Educação Especial são: escola especial, sala de estimula-
partir do Edital do Plano Nacional do Livro Didático -PNLD 2010 as novas ção essencial, classe especial, oficina pedagógica, classe comum, sala de
exigências do ensino fundamental de nove anos estão contempladas. recursos, ensino com professor itinerante, classe hospitalar, atendimento
Várias alterações se fizeram necessárias, entre elas é importante destacar domiciliar, centro integrado de Educação Especial.
a adoção de um livro único no primeiro ano e de dois livros no segundo ano
Potencialidade: predisposição latente no indivíduo que, a partir de
de escolaridade. A mudança que se efetuou tem por objetivo respeitar os
estimulação interna ou externa, se desenvolve ou se aperfeiçoa, transfor-
ritmos dos alunos de 6 e de 7 anos. A alfabetização e o letramento não
mando-se em capacidade de produzir.
podem ser tratados como processos que se concluem ao final do ano letivo,
mas como etapas da aquisição e estruturação do código escrito, portanto, Incapacidade: impossibilidade temporária ou permanente de execu-
devem ser mais enfatizadas nesses dois primeiros anos e, ao mesmo tar determinadas tarefas, como decorrência de deficiências que interferem
tempo, devem ser flexíveis o bastante para propiciar a evolução dos alunos nas atividades funcionais do indivíduo.
dentro de seus próprios ritmos. Tendo em vista as recentes reformulações
decorrentes da implantação do ensino fundamental de 9 anos, o Ministério Reabilitação: conjunto de medidas de natureza médica e social,
da Educação elaborou e distribuiu às escolas os documentos “Orientações educativa e profissional para preparar ou reintegrar o indivíduo, com o
para a inclusão da criança de 6 anos de idade” e “Ensino fundamental de 9 objetivo de que ele alcance o maior nível possível de sua capacidade ou
anos: Orientações Gerais”. Esses documentos contêm as diretrizes que potencialidade.
norteiam o processo de inclusão das crianças de seis anos no ensino Integração: processo dinâmico de participação das pessoas num
fundamental e orientações para o trabalho de gestores e professores. contexto relacional, legitimando sua integração nos grupos sociais. A inte-
Assim, é importante que os livros didáticos estejam em consonância com gração implica reciprocidade. Integração escolar: processo gradual e dinâ-
esses instrumentos mico que pode tomar distintas formas, segundo as necessidades e habili-
Fundamentos da Educação 110 A Opção Certa Para a Sua Realização
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dades dos alunos. A integração educativa (escolar) se refere ao processo Priorizar a qualidade do ensino é um desafio que precisa ser assu-
de educar-ensinar junto a crianças com e sem necessidades educativas mido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas,
especiais, durante uma parte ou na totalidade do tempo de sua permanên- pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e
cia na escola. social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível
de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema
Normalização: princípio que representa a base filosófica ideológica escolar.
da integração. Não se trata de normalizar as pessoas, mas de normalizar o
contexto em que se desenvolvem, ou seja, oferecer aos portadores de As escolas ainda estão longe, na maioria dos casos, de se tornarem
necessidades especiais modos e condições de vida diária os mais pareci- inclusivas. O que existe em geral são escolas que desenvolvem projetos de
dos possível às formas e condições de vida do resto da sociedade. Isso inclusão parcial, os quais não estão associados a mudanças de base nas
implica a adaptação dos meios e das condições de vida às necessidades escolas e continuam a atender aos alunos com deficiência em espaços
dos indivíduos portadores de deficiências, condutas típicas e de altas escolares semi ou totalmente segregados (classes especiais, turmas de
habilidades. aceleração, escolas especiais, professores itinerantes etc).
A inclusão escolar é uma inovação educacional, que propõe a aber- As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em su-
tura das escolas às diferenças. O ensino que a maioria das escolas minis- as turmas de ensino regular se justificam, na maioria das vezes pelo des-
tra, hoje, aos seus alunos, nas escolas de ensino regular, não dá conta do preparo dos seus professores para esse fim. Existem também as que não
que é necessário para que essa abertura se concretize, pois as escolas acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar da nova situação,
adotam medidas excludentes quando se defrontam com as diferenças. No especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de acom-
quadro abaixo, fazemos algumas relações entre essas medidas, do ponto panhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados
de vista das escolas tradicionais e das que optaram pela inclusão. e discriminados do que nas classes e escolas especiais.
REAÇÕES DAS ESCOLAS À DIVERSIDADE Em ambas as circunstâncias, o que fica evidenciado é a necessida-
de de se redefinir e de se colocar em ação, novas alternativas e práticas
Medidas INCLUDENTES pedagógicas, que favoreçam a todos os alunos, o que implica na atualiza-
• admite todos os alunos ção e desenvolvimento de conceitos e em aplicações educacionais compa-
tíveis com esse grande desafio.
• seres singulares
Muda então a escola ou mudam os alunos, para se ajustarem às su-
• uma única modalidade de ensino as velhas exigências? Ensino especializado em todas as crianças ou ensino
especial para deficientes? Professores que se aperfeiçoam para exercer
• aprendizagem cooperativa
suas funções, atendendo às peculiaridades de todos os alunos, ou profes-
• primado da formação sores especializados para ensinar aos que não aprendem e aos que não
sabem ensinar?
• o mesmo apoio para todos
Mudar a escola é enfrentar uma tarefa que exige trabalho em muitas
• currículos abertos e com base sócio-cultural frentes. Destacaremos as que consideramos primordiais, para que se possa
transformar a escola, em direção de um ensino de qualidade e, em conse-
quência, inclusivo.
Medidas EXCLUDENTES
• admite alguns alunos
Temos de agir urgentemente:
• classifica-os, rotula-os • colocando a aprendizagem como o eixo das escolas, porque
• ensino dicotomizado: especial e regular escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;

• aprendizagem competitiva • garantindo tempo para que todos possam aprender o que for
possível de acordo com o perfil de cada um e reprovando a
• primado da instrução repetência;
• apoio à parte e para alguns • abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidarie-
dade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas
• currículos adaptados pelo professor escolas, por professores, administradores, funcionários e alu-
nos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verda-
deira cidadania;
Em contextos educacionais verdadeiramente inclusivos, que prepa-
ram os alunos para a cidadania e que visam o seu pleno desenvolvimento • estimulando, formando continuamente e valorizando o profes-
humano, como quer a nossa Constituição Federal (art. 205), as crianças e sor que é o responsável pela tarefa fundamental da escola - a
adolescentes com deficiências não precisariam e não deveriam estar de aprendizagem dos alunos;
fora do ensino infantil e do ensino fundamental das escolas de ensino • elaborando planos de cargos e aumentando salários, realizan-
regular, frequentando classes e escolas especiais. do concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de pro-
Essas novas práticas de ensino infantil e fundamental proporcionam fessores.
benefícios escolares para que todos os alunos possam alcançar os mais A legislação, no Brasil, evolui mais do que as leis em se tratando es-
elevados níveis de ensino, segundo a capacidade de cada um, como nos pecialmente de educação escolar. Para ilustrar, uma metáfora: as leis
garante a Constituição. Há um leque de opções de cursos para atender às andam a passos de tartaruga e por isso, cedo caducam; enquanto a legis-
mais diversas aptidões e que o ensino fundamental é apenas a base dos lação, a saltos de canguru, permanentemente, atualizam-se no espaço e no
demais níveis de escolaridade. Neste leque vamos encontrar os cursos tempo. Os conceitos de educação especial e necessidades educacio-
profissionalizantes, os destinados a jovens e adultos, o ensino médio e o nais especiais exemplificam bem a assertiva e a metáfora acima.
superior.
A Carta Magna é a lei maior de uma sociedade política, como o pró-
Para que possamos entender melhor o que a inclusão representa na prio nome nos sugere. Em 1988, a Constituição Federal, de cunho liberal,
educação escolar de todo e qualquer aluno e especialmente para os que prescrevia, no seu artigo 208, inciso III, entre as atribuições do Estado, isto
têm deficiências, é preciso entender melhor o que as escolas que adotam o é, do Poder Público, o “atendimento educacional especializado aos portado-
paradigma inclusivo defendem, priorizam e no que mudaram para se ajusta- res de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
rem a ele.

Fundamentos da Educação 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O garantia constitucional resultava do compromisso liberal do Estado l) Os educandos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
brasileiro de educar a todos, sem qualquer discriminação ou exclusão social (inciso I). Esses educandos são aqueles que têm, no seio escolar, dificul-
e pelo acesso ao ensino fundamental, para os educandos, em idade esco- dades específicas de aprendizagem, ou “limitações no processo de desen-
lar, sejam normais ou especiais, passar a ser, a partir de 1988, um direito volvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares”.
público subjetivo, isto é, inalienável, sem que as famílias pudessem abrir
mão de sua exigência perante o Poder Público. As crianças com dislexia e dificuldades correlatas (dislalia, disgrafia
e disortografia), por exemplo, estão no grupo daqueles educandos com
No dispositivo da Constituição de 1988, conforme observamos, há dificuldades “não vinculadas a uma causa orgânica específica”, enquanto
avanço e recuo jurídicos. Avanço quando diz que os portadores de defici- as crianças desnutridas e com dificuldades de assimilação cognitiva, por
ência devem receber atendimento especializado, preferencialmente na rede seu turno, estão enquadradas entre “aquelas relacionadas a condições,
regular de ensino. Não obstante, há recuo quando traz ainda, no final dos disfunções, limitações ou deficiências”.
anos 80, uma terminologia tacanha, excludente, ao fazer referência às
pessoas com alguma necessidade especial, no âmbito escolar, como 2) Os educandos com dificuldades de comunicação e sinaliza-
“portadores de deficiência”. ção. Estas, no entender dos conselheiros, são as “diferenciadas dos de-
mais alunos”, o que demandaria a utilização de linguagens e códigos apli-
Em se tratando de análise terminológica, fazemos hoje um desconto cáveis. Os crianças cegas de nascença, por exemplo, se enquadrariam
nas expressões jurídicas da Constituição Federal de 1988, porque estáva- neste grupo.
mos, em 1988, em pleno final do século XX, cujo conceito de deficiência
era herança da Medicina de séculos anteriores. A terminologia “portadores 3) Os educandos com facilidades de aprendizagem. Os conse-
de deficiência” nos remete a um Brasil excludente que tratava seus doen- lheiros observam que há alunos, que por sua acentuada facilidade de
tes, deficientes ou não, como “portadores de moléstia infecciosa”. Este assimilação de informações e conhecimentos não podem ser excluída da
enfoque clínico, assim, perdurou até a Constituição Federal de 1988. rede regular de ensino. Aqui, o valor está em avaliar que são especiais
aqueles que “dominam rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes”
A LDB é exemplo também de Lei Ordinária, abaixo, hierarquicamen- no meio escolar.
te, no ordenamento jurídico do país, da Lei Magna. Trata-se da Lei 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, a chamada Diretrizes Bases da Educação A inserção de educandos com necessidades educacionais especiais,
Nacional, uma lei derivada da Constituição Federal, fará o conserto (corre- no meio escolar, é uma forma de tornar a sociedade mais democrática. Da
ção social) e concerto (sintonia internacional) da terminologia “portadores mesma forma, a transformação das instituições de ensino em espaço de
de deficiência” para “educandos com necessidades educacionais especi- inclusão social é tarefa de todos que operam com a alma e o corpo das
ais”. crianças especiais.

No seu artigo 4º, inciso III, a LDB diz que o dever do Estado, com a De onde surge o direito à educação das pessoas com deficiência?
educação escolar pública, será efetivado mediante a garantia de “atendi- O que diz a Constituição Federal?
mento educacional especializado gratuito aos educandos com necessi-
dades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”. (grifo a) A nossa Constituição Federal elegeu como fundamentos da
nosso) República a CIDADANIA e a DIGNIDADE DA PESSOA HU-
MANA (art. 1º, incisos II e III), e como um dos seus objetivos
De logo, vemos os avanços do dispositivo da Lei 9.394/96: a) O fundamentais a promoção do bem de todos, sem preconceitos
atendimento educacional é gratuito. Portanto, a oferta do atendimento de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
especializado, no âmbito da rede oficial de ensino, não pode ser cobrada; discriminação (art. 3º, inciso IV).
b) Pessoas em idade escolar são considerados “educandos com necessi-
dades especiais”, o que pressupõe um enfoque pedagógico, ou mais, b) Garante ainda expressamente o direito à IGUALDADE (art. 5º),
precisamente, um enfoque psicopedagógico, em se tratando do atendimen- e trata, nos artigos 205 e seguintes, do direito de TODOS à
to educacional. O corpo e a alma dos educandos são de responsabilidade educação. Esse direito deve visar ao pleno desenvolvimento
de todos os que promovem a formação escolar. da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (art. 205).
O artigo 58, da LDB, no entanto, vai misturar um pouco os enfoques
clínico e pedagógico ao conceituar a educação especial “como modalidade c) Além disso, elege como um dos princípios para o ensino, a
de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de igualdade de condições de acesso e permanência na escola
ensino, para educando portadores de necessidades especiais”. (art. 206, inciso I), acrescentando que o dever do Estado com
a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos
No § 1º, do artigo 58, da LDB, o legislador diz que “haverá, quando níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para aten- artística, segundo a capacidade de cada um (art. 208, V).
der às peculiaridades da clientela de educação especial”. Aqui, revela a
faceta mais médica do atendimento especializado, ao tratar os educandos d) Conforme fica claro, quando garante a TODOS o direito à edu-
com necessidades especiais como uma clientela. Clientela, como se sabe, cação e ao acesso à escola, a Constituição Federal não usa
refere-se ao doente, em relação ao médico habitual. Estaria aqui a faceta adjetivos. Assim, toda escola deve atender aos princípios
neoliberal da LDB? constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em ra-
zão de sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.
Os pareceres e a Resolução manifestas pelo Conselho Nacional de
Educacional são exemplos de legislação. Em geral, para ter força jurídica, Sobre o direito à não discriminação na escola:
são homologadas pelo Ministro da Educação e Desporto que as respaldam a) Apenas estes dispositivos bastariam para que ninguém pudes-
para aplicação na organização da educação nacional. se negar a qualquer pessoa com deficiência o acesso à mes-
Mais recentemente, as manifestações do Conselho Nacional de ma sala de aula que qualquer outra criança ou adolescente.
Educacional, no esforço de construir um arcabouço de diretrizes nacionais Mas o argumento que vem logo em seguida é sobre a impos-
para a educação especial, assinalam, no CNE/CEB n.º l7/2001, de 03 de sibilidade prática de tal situação, notadamente diante da defi-
julho de 2001 e a Resolução CNE/CEB n.º 02, de 11 de setembro de 2001, ciência mental.
que os sistemas de ensino devem matricular todos os educandos com b) Tal ponto será abordado logo adiante, no item destinado às
necessidades educacionais especiais. “orientações pedagógicas”, em que se demonstrará não só a
Uma pergunta, agora, advém: quem, no processo escolar, pode ser viabilidade, mas os benefícios de se receber, na mesma sala
considerado um “educando com necessidade educacional? de aula, a todas as crianças. Assim, quando nossa Constitui-
ção Federal garante a educação para todos, significa que é
A Resolução CNE/CEB n.º 02, de 11 de setembro de 2001, assim se para todos mesmo, em um mesmo ambiente, e este pode e
pronuncia, no seu artigo 5º: deve ser o mais diversificado possível, como forma de atingir o

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pleno desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania quência de deficiência anterior ou percepção de deficiência
(art. 205, CF). presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de im-
pedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte
Quanto ao “preferencialmente” constante da Constituição Federal, das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos huma-
art. 208, inciso III: nos e suas liberdades fundamentais (art. I, nº 2, “a”).
a) Tal advérbio refere-se a “atendimento educacional especiali- f) Além disso, esclarece que NÃO CONSTITUI DISCRIMINA-
zado”, ou seja, aquilo que é necessariamente diferente no en- ÇÃO a diferenciação ou preferência adotada para promover a
sino para melhor atender às especificidades dos alunos com integração social ou o desenvolvimento pessoal dos portado-
deficiência, abrangendo principalmente instrumentos necessá- res de deficiência, DESDE QUE a diferenciação ou preferência
rios à eliminação das barreiras que as pessoas com deficiência não limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas
naturalmente têm para relacionar-se com o ambiente externo. E QUE ELAS NÃO SEJAM OBRIGADAS A ACEITAR tal dife-
Exemplo: ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, do renciação ou preferência (art. I, nº 2, “b”).
código “Braille”, uso de recursos de informática, e outras fer-
ramentas e linguagens que precisam estar disponíveis nas es- g) Como em nossa Constituição consta que educação é aquela
colas ditas regulares. que visa o pleno desenvolvimento humano e o seu preparo pa-
ra o exercício da cidadania (art. 205), qualquer restrição ao
b) O atendimento educacional especializado deve estar disponí- acesso a um ambiente marcado pela diversidade, que reflita a
vel em todos os níveis de ensino, de preferência na rede regu- sociedade como ela é, como forma efetiva de preparar a pes-
lar, pois este é o ambiente escolar mais adequado para se ga- soa para a cidadania, seria uma “diferenciação ou preferência”
rantir o relacionamento dos alunos com seus pares de mesma que estaria limitando, “em si mesma o direito à igualdade des-
idade cronológica e para a estimulação de todo o tipo de inte- sas pessoas.”
ração que possa beneficiar seu desenvolvimento cognitivo,
motor, afetivo. h) Essa norma, portanto, não se coaduna com a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional pois esta, a LDB, diferencia a
c) É no contexto de curso “livre” que nossa Constituição admite “educação” com base em condições pessoais do ser humano,
que o atendimento educacional especializado também pode no caso a deficiência, admitindo a substituição do direito de
ser oferecido fora da rede regular de ensino, em qualquer insti- acesso à educação pelo atendimento ministrado apenas em
tuição, já que seria apenas um complemento (como qualquer ambientes “especiais”. Ademais, a LDB não contempla o direi-
curso livre) e não um substitutivo do ensino ministrado na rede to de opção das pessoas com deficiência e de seus pais ou
regular para todos os alunos. Assim, este atendimento não de- responsáveis, limitando-se a prever as situações em que se
ve substituir o escolar, e precisa ser preferencialmente ofereci- dará a educação especial, normalmente, na prática, por impo-
do nas escolas comuns da rede regular. sição da escola ou rede.
Sobre a LDB e a Convenção da Guatemala: i) As escolas atualmente inscritas como “especiais” devem rever
a) Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (artigos 58 seus estatutos, pois já de acordo com nossa Constituição o
e seguintes) consta que a substituição do “regular” pelo “espe- termo “escola” não aceita adjetivos e ela deve observar os re-
cial” é possível. Entretanto, essa substituição não está de quisitos constitucionais previstos no sempre citado artigo 205,
acordo com a Constituição Federal, que prevê ATENDIMENTO com a garantia de proporcionar acesso livre aos níveis mais
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO, conforme vimos, e não elevados do ensino. Em acréscimo, pelos termos dessa Con-
EDUCAÇÃO ESPECIAL, como se alguns já não pudessem venção da Guatemala, a escola não pode se intitular de “espe-
mais ser contemplados no ensino regular. Verifique-se que a cial”, com base em diferenciações fundadas na deficiência das
Constituição somente prevê o atendimento educacional espe- pessoas que pretende receber.
cializado para os portadores de deficiência, justamente por se j) Ainda que o faça, conforme já visto, como um curso livre (Ex.
tratar este atendimento do oferecimento de instrumentos de escola de línguas para surdos, escola de cuidados pessoais e
acessibilidade ao ensino. A utilização de métodos que con- comportamento social para pessoas com déficit intelectual,
templem às mais diversas necessidades dos estudantes, in- etc), se tiver como público alvo crianças e adolescentes em
clusive eventuais necessidades especiais, pelo próprio concei- idade de acesso ao ensino infantil e fundamental (obrigatório),
to de EDUCAÇÃO, deve ser regra no ensino regular e nas deve oferecer tais cursos como complemento e não de forma a
demais modalidades de ensino (Educação de Jovens e Adul- reter esses educandos em seus ambientes “especiais”, com o
tos, Educação Profissional), não se justificando a manutenção objetivo de substituir o ensino ministrado nas escolas comuns.
de um ensino especial, apartado.
k) Em tais casos, ou seja, considerando a existência de ambien-
b) Além disso, surge agora uma nova legislação, posterior à LDB tes especializados que só podem atender a atual legislação da
e que, como toda lei nova, revoga as disposições anteriores forma acima prevista, o acesso ou encaminhamento a eles só
que lhe são contrárias. Trata-se da Convenção Interamericana pode se dar POR OPÇÃO dos TITULARES DO direito à edu-
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação con- cação, ou seja, da própria pessoa com deficiência, dos seus
tra a Pessoa Portadora de Deficiência, celebrada na Guatema- pais ou responsáveis, jamais por imposição da rede ou da es-
la. cola dita “regular”. É o que se extrai da mencionada Conven-
c) O Brasil é signatário desse documento, que foi aprovado pelo ção (v. item 4.6. parte final).
Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 198,
de 13 de junho de 2001, e promulgado pelo Decreto nº 3.956,
de 08 de outubro de 2001, da Presidência da República. Como cumprir a Constituição Federal e a Convenção da Guatemala?
d) Portanto, no Brasil, ele tem tanto valor quanto uma lei ordiná- a) Percebe-se facilmente que esta Convenção não está sendo
ria, ou até mesmo (de acordo com o entendimento de alguns cumprida, o que precisa ser trabalhado e observado pelas au-
juristas) como norma constitucional, já que se refere a direitos toridades competentes. Para fazê-lo, não há necessidade de
e garantias fundamentais da pessoa humana, estando acima revogação expressa da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
de leis, resoluções e decretos. Nacional, pois a sua revogação tácita, no que se refere à Edu-
cação Especial, já ocorreu com a internalização da Convenção
e) Sua importância está no fato de que deixa clara a IMPOSSIBI- Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
LIDADE de diferenciação com base na deficiência, definindo a criminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, ou
discriminação como toda diferenciação, exclusão ou restrição Convenção da Guatemala.
baseada em deficiência, antecedente de deficiência, conse-

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b) Assim, nada impede que os órgãos responsáveis pela emissão termos da citada Convenção, não será discriminação se ela não estiver
de atos normativos infralegais e administrativos relacionados à obrigada a aceitar.
Educação (Conselhos de Educação de todos os níveis, Minis-
tério da Educação e Secretarias), emitam diretrizes para a Sobre a necessária evolução interpretativa de outras normas:
educação básica, em seus respectivos âmbitos, considerando a) A Lei 7.853/89, o Decreto 3.298/99, e outras normas infracons-
os termos da promulgada Convenção da Guatemala no Brasil, titucionais e infralegais, também refletem certa distorção em
com orientações adequadas e suficientes para que as escolas relação ao que se extrai da Constituição Federal e dessa Con-
em geral recebam com qualidade a todas as crianças e ado- venção, recém promulgada no Brasil.
lescentes. Tais diretrizes e atos devem observar no mínimo os
seguintes aspectos fundamentais: b) No entanto, é possível entender que os termos constantes de
tais normas, ao garantir às pessoas com deficiência o direito
- é indispensável que os estabelecimentos de ensino eliminem su- de acesso ao ensino regular “sempre que possível”, “desde
as barreiras arquitetônicas e adotem métodos e práticas de ensino adequa- que capazes de se adaptar”, refletem uma época histórica em
dos às diferenças dos alunos em geral, oferecendo alternativas que con- que a “integração” (movimento no qual é o portador de defici-
templem a diversidade, além de recursos de ensino e equipamentos espe- ência quem tem que se adaptar à sociedade, e não necessari-
cializados, que atendam a todas as necessidades educacionais dos edu- amente a sociedade é que deve criar condições para evitar a
candos, com e sem deficiências, mas sem discriminações; exclusão) esteve bastante forte, principalmente no Brasil. Este
- os critérios de avaliação e de promoção, com base no aprovei- movimento de “integração” é a contraposição do atual movi-
tamento escolar, previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Naci- mento mundial de “inclusão”. Neste, existe um esforço bilate-
onal (art. 24), não podem ser organizados de forma a descumprir os princí- ral, mas é principalmente a sociedade quem deve criar condi-
pios constitucionais da igualdade de direito ao acesso E PERMANÊNCIA ções para evitar que ocorra a exclusão.
na escola, bem como do acesso aos níveis mais elevados do ensino, da c) Fazendo-se uma interpretação progressiva, consentânea com
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. Para os princípios e objetivos constitucionais atuais de “promoção
tanto, o acesso a todas as séries do ensino fundamental (obrigatório) deve do bem de todos, sem qualquer discriminação”, verifica-se que
ser incondicionalmente garantido a todos; essas normas, quando falam em “sempre que possível, “desde
- o ensino médio, os cursos profissionalizantes, aqueles voltados que capazes de se adaptar”, só podem estar se referindo a
para o ensino de jovens e adultos ou os tradicionalmente voltados para a pessoas com severos comprometimentos de saúde. Pessoas
preparação para vestibulares, devem ser organizados de forma a represen- em estado de vida vegetativa, sem quaisquer condições de in-
tar opções válidas, com o objetivo de atender a todos os alunos que conclu- teração com o meio externo, que não são sequer público das
íram o fundamental, de acordo com o perfil e aptidão de cada um; chamadas escolas especiais, pois necessitam de cuidados de
saúde e não de educação escolar.
- os serviços de apoio especializado, tais como os de intérpretes
de língua de sinais, aprendizagem do sistema “Braille” e outros recursos d) Mas, caso ocorra uma melhora, ainda que pequena dessa
especiais de ensino e de aprendizagem, não caracterizam e não podem condição de saúde, essas pessoas, por direito e por lhes ser
substituir as funções do professor responsável pela sala de aula da escola mais proveitoso e desafiador, deverão frequentar escolas co-
regular que tem os alunos com deficiência incluídos; muns da rede regular. Lá elas vão ter a oportunidade de se
desenvolver melhor no aspecto social e, quanto aos conteú-
- o encaminhamento de alunos com necessidades especiais a dos, vão ter a chance de aprender aquilo que lhes for possível.
serviço complementar ou atendimento clínico especializado deve contar Para tanto, e para se entender a viabilidade e forma de se fa-
com a concordância expressa dos pais; zer isso, passa-se às considerações de caráter pedagógico.
- as creches e congêneres, dentro de sua atual e reconhecida fun-
ção de cuidar e educar, devem estar preparadas para crianças com neces-
sidades especiais, a partir de zero anos (art. 58, § 3º, LDB c.c. o art. 2º, inc. INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO:
I, alínea “a”, da Lei 7.853/89), oferecendo-lhes cuidados diários que favore- DIFERENTES CONCEITOS E PRÁTICAS
çam sua estimulacão precoce, sem prejuízo dos atendimentos clínicos Inclusão até a Declaração de Salamanca
individualizados que, se não forem oferecidos no mesmo ambiente, devem
ser realizados convênios para facilitação do atendimento da criança; Já se afirmou inúmeras vezes (ver, por exemplo: Fish, 1985; Cole,
1990; Wedell, 1990) que a educação especial na maioria dos países tem, a
- não é permitida a realização de exames (“vestibulinhos”) com a grosso modo, seguido padrão semelhante de evolução. Num primeiro
finalidade de aprovação ou reprovação para ingresso no ensino infantil ou momento, caracterizado pela segregação e exclusão, a “clientela” é sim-
fundamental devendo, em caso de desequilíbrio entre a oferta de vagas e a plesmente ignorada, evitada, abandonada ou encarcerada, quando não
procura, proceder-se à utilização de métodos objetivos e transparentes para exterminada.
o preenchimento das vagas existentes (sorteio, ordem cronológica de
inscrição, etc); Num segundo, há uma modificação no olhar sobre a referida “cliente-
la”, que passa a ser percebida como possuidora de certas capacidades,
- todos os cursos de preparação de professores, do magistério às ainda que limitadas, como por exemplo, a de aprendizagem. Em função
licenciaturas, devem ser ministrados com a adoção de práticas adequadas desta modificação ocorre o que poderíamos chamar de “velha integração”,
a dar-lhes a consciência e a formação necessárias para que recebam, em como propõem Rieser & Mason (sem data). Ou seja, os excluídos come-
suas salas de aula, alunos com e sem necessidades educacionais especi- çam a ser integrados a certos setores sociais, mas ainda predomina um
ais. olhar de tutela, e a prática correspondente, no que lhes diz respeito, muito
“Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”: embora já não seja mais a de rejeição e medo, ainda seria excludente, na
medida em que se propõe a “protegê-los”, utilizando-se, para tanto, de
De acordo com o novo parâmetro relacionado ao princípio da não asilos e abrigos, dos quais estas pessoas raramente sairiam, e nos quais
discriminação, trazido pela Convenção da Guatemala, aguarda-se que os seriam submetidas a tratamentos e práticas, no mínimo, alienantes.
aplicadores do direito, na adoção da máxima “tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais”, admitam as diferenciações com base na Ocorre então um terceiro momento, marcado pelo reconhecimento
deficiência apenas para o fim de se permitir o acesso ao direito, e não para do valor humano destes indivíduos, e como tal, o reconhecimento de seus
o fim de negar o exercício dele. Exemplo: pessoa tetraplégica que precisa direitos. Aqui poderíamos caracterizar o segundo momento do movimento
de um computador para acompanhar as aulas, esse instrumento deve ser pela inclusão como denominado de “nova integração” (Rieser & Mason,
garantido pelo menos para ela se não for possível para os outros alunos. É sem data), ou inclusão propriamente dita. Na maioria dos países, este
uma diferenciação, em razão da sua deficiência, mas para o fim de permitir momento tem se acirrado em especial a partir da década de 60 do presente
que ela continue tendo acesso à educação como todos os demais. Nos século, e nele se verifica uma predominância dos seguintes aspectos:

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• O avanço científico, cuja produção e disseminação de conhe- Uma consequência imediatamente visível à educação especial, re-
cimento vem, não apenas promovendo a desmitificação de sultante dos objetivos expostos acima, reside na ampliação da clientela
certos preconceitos fundados na ignorância sobre as diferen- potencialmente nomeada como possuindo necessidades educacionais
ças da espécie humana, como também alertando para a ne- especiais. Uma outra se verifica na necessidade de inclusão da própria
cessidade cada vez mais urgente da união de povos em fun- educação especial dentro desta estrutura de “educação para todos”, oficia-
ção da defesa do planeta por motivos ecológicos que hoje nos lizada em Jomtiem. Entre outras coisas, o aspecto inovador da Declaração
são óbvios; de Salamanca consiste exatamente na retomada de discussões sobre estas
• Um crescente pensar de cunho sociológico denunciando e consequências e no encaminhamento de diretrizes básicas para a formula-
questionando consistentemente o sentido de práticas discrimi- ção e reforma de políticas e sistemas educacionais.
natórias e clamando por um mundo democrático; Assim, conforme o seu próprio texto afirma (UNESCO/Ministry of
• O avanço tecnológico, principalmente no terreno das teleco- Education and Science – Spain, 1994), a Conferência de Salamanca:
municações, que vem aproximando ainda mais os povos e ...proporcionou uma oportunidade única de colocação da educação especial
disseminando ainda mais rapidamente as informações, ao dentro da estrutura de ‘educação para todos’ firmada em 1990 (...) Ela
mesmo tempo em que provocando a necessidade de uma for- promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática
ça de trabalho cada vez mais instruída e, se possível, especia- de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais
lizada, capaz de atender à competitividade que o progresso especiais nestas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa
tecnológico, entre outros aspectos, impõe às sociedades con- sociedade de aprendizagem (p.15)
temporâneas.
No que diz respeito ao conceito de necessidades educacionais es-
Por mais paradoxais e contraditórios que possam parecer, todos es- peciais, a Declaração afirma que: ...durante os últimos 15 ou 20 anos, tem
ses aspectos vêm se refletindo conjuntamente nos sistemas educacionais se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais
dos mais diversos países, ainda que em alguns estes reflexos venham teve que ser ampliado para incluir todas as crianças que não estejam
sendo observados mais tardiamente. O fato é que tais reflexos geram conseguindo se beneficiar com a escola, seja por que motivo for. (p.15)
consequências inevitáveis à educação especial.
Desta maneira, o conceito de “necessidades educacionais especiais”
Por um lado, o mundo prima pela igualdade de valor entre seres hu- passará a incluir, além das crianças portadoras de deficiências, aquelas
manos, e como tal, pela garantia da igualdade de direitos entre os mesmos. que estejam experimentando dificuldades temporárias ou permanentes na
Por outro lado, este mesmo mundo já não mais comporta a existência da escola, as que estejam repetindo continuamente os anos escolares, as que
ignorância, seja porque ela gera a dependência que incapacita o desfrute sejam forçadas a trabalhar, as que vivem nas ruas, as que moram distantes
de direitos, ou seja porque ela exclui o ser humano de um ritmo de produ- de quaisquer escolas, as que vivem em condições de extrema pobreza ou
ção cada vez mais vital àquela crescente competitividade, por lhes dificultar que sejam desnutridas, as que sejam vítimas de guerra ou conflitos arma-
o exercício pleno de um de seus deveres como cidadãos: o de trabalhador dos, as que sofrem de abusos contínuos físicos, emocionais e sexuais, ou
produtivo e, consequentemente, o de contribuinte. as que simplesmente estão fora da escola, por qualquer motivo que seja.
Emerge, assim, a necessidade de indivíduos cidadãos, sabedores e O acima exposto permite-nos realizar a seguinte trajetória no pensar:
conscientes de seus valores e de seus direitos e deveres. Cresce, portanto,
a importância da educação, e, mais ainda, a importância da inserção de 1. até duas ou três décadas atrás, o objeto-alvo da educação es-
todos num programa educacional que pelo menos lhes tire da condição de pecial eram as pessoas portadoras de deficiências;
ignorantes. Em consequência cresce, também, a necessidade de se plane- 2. neste sentido, a educação especial poderia ser considerada
jar programas educacionais flexíveis que possam abranger o mais variado predominantemente em seu sentido prático, enquanto prove-
tipo de alunado e que possa, ao mesmo tempo, oferecer o mesmo conteú- dora de serviços a uma certa “clientela”, e quase invariavel-
do curricular, sem perda da qualidade do ensino e da aprendizagem. mente, em um determinado ambiente “especial” (segregado),
É neste espírito, acreditando que a pobreza e a miséria verificadas mais propício ao respectivo “tratamento” a ser dado à sua “cli-
no mundo atual são produtos, em grande parte, da falta de conhecimento a entela”;
respeito de seus deveres e direitos, e acreditando ainda que a própria falta 3. o que, por sua vez, implicava na existência de dois sistemas
de garantia deste direito básico que é o da educação (e do acesso à infor- paralelos de educação: o regular e o especial;
mação) constitui fonte de injustiça social, que a Conferência Mundial de
Jomtiem sobre Educação para Todos aconteceu, em 1990, e adotou como 4. dados os acontecimentos e progressão históricos de lá para
objetivo o oferecimento de educação para todos até o ano 2000. cá, ou seja: o fortalecimento de ideais democráticos e seus
respectivos reflexos nas formulações de políticas em diversas
Entre os pontos principais de discussão na referida Conferência, áreas (educacional, social, de saúde, etc) de vários países, e
destacou-se a necessidade de se prover maiores oportunidades de uma no planejamento e implementação das respectivas práticas
educação duradoura, que por sua vez implica em três objetivos diretamente (sugeridas por tais políticas ou resultantes do processo históri-
relacionados, e que trarão consequências à educação especial: co em direção a princípios igualitários), a “especialidade” da
• Estabelecimento de metas claras que aumentem o número de educação especial (parafraseando Carvalho, em Conferência
crianças frequentando a escola; no Congresso Internacional de Educação Especial, em Curiti-
ba, 1996) começa a ser colocada em questão;
• Tomada de providências que assegurem a permanência da
criança na escola por um tempo longo o suficiente que lhe 5. em outras palavras, se o objeto-alvo da educação especial
possibilite obter um real benefício da escolarização; e passou a ser tão ampliado, a insistência em sua definição em
termos predominantemente associados a apenas um tipo de
• Início de reformas educacionais significativas que assegurem “clientela” não lhe permitiria mais dar conta de suas próprias
que a escola inclua em suas atividades, seus currículos, e tarefas;
através de seus professores, serviços que realmente corres-
pondam às necessidades de seus alunos, de seus respectivos 6. isso, sem levar em conta que mesmo para algumas de suas
pais e das comunidades locais, e que correspondam às ne- tarefas tradicionais a educação especial já não vinha obtendo
cessidades das nações de formarem cidadãos responsáveis e muito êxito em prover respostas eficazes. A esse respeito, não
instruídos. são poucas as pesquisas que constatam que a existência de
um sistema paralelo de ensino não representa, necessaria-
mente, uma provisão educacional de maior qualidade, muito
Integração Após a Declaração de Salamanca menos garante a solução dos “problemas” encaminhados às
escolas especiais;

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7. tais conclusões são colocadas com base em dados que mos- fala. A organização inglesa de pessoas portadoras de deficiência denomi-
tram que o nível de fracasso escolar verificado na “clientela” da nada Integration Alliance (Mason & Rieser, sem data, p. 41), resume clara-
educação especial é quase tão alarmante quanto o do alunado mente e de forma esquemática o que vimos discutindo até então, em espe-
da educação regular. Estes estudos, em geral, apontam para a cial o acima colocado sobre as diferentes concepções de integração em
relatividade do conceito de “necessidades educacionais espe- seus diferentes momentos históricos pré e pós Declaração de Salamanca:
ciais”, e para a necessidade de haver um ensino especializado
que complemente a provisão educacional regular, fazendo, Velha integração é:
portanto, parte desta, e não constituindo-se num sistema a • um estado
parte, com instituições próprias que encarecem ainda mais os • a-problemática, abordagem profissional e administrativa
serviços sem necessariamente melhorar a qualidade (ver, por
exemplo: Booth, 1987; Cole, 1990; Mittler, 1993); • implica mudança na organização da escola
• neste conceito, os professores adquirem habilidades técnicas
8. da mesma forma que a educação especial, a educação regular
também sofre suas consequências: o aumento do contingente • neste conceito, a entrega do currículo deve modificar direitos
de ‘fracassados’ e excluídos apenas formaliza a constatação legais
de sua ineficácia e amplia a obviedade da falácia dela ser um • aceitação e tolerância de crianças com necessidades educaci-
instrumento social de justiça e promoção social. Esta educa- onais especiais
ção, portanto, também precisava ser revista;
Nova integração é:
9. com isto, o que esta nova concepção, extremamente abran-
• um processo
gente, de “necessidades educacionais especiais” provoca, é
uma aproximação destes dois tipos de ensino, o regular e o • problemática, política
especial, na medida em que esta nova definição implica que, • implica mudança de etos da escola
potencialmente, todos nós possuímos ou podemos possuir, • neste conceito, os professores adquirem compromisso
temporária ou permanentemente, “necessidades educacionais
especiais”. E, se assim o é, então não há porque haver dois • neste conceito, a entrega do currículo deve modificar direitos
sistemas paralelos de ensino, mas sim um sistema único, que morais e políticos
seja capaz de prover educação para todo o seu alunado (por • valorização e celebração das crianças portadoras de deficiên-
oposição a clientela), por mais especial que este possa ser ou cia e com dificuldades de aprendizagem
estar;
Em termos práticos e governamentais, a inclusão, conceitualizada
10. não se trata, portanto, nem de acabar com um, nem de acabar conforme o exposto acima, implica na reformulação de políticas educacio-
com o outro sistema de ensino, mas sim de juntá-los, unificá- nais e de implementação de projetos educacionais do sentido excludente
los num sistema que parta do mesmo princípio (de que todos ao sentido inclusivo. Uma grande questão que geralmente se coloca sobre
os seres humanos possuem o mesmo valor, e os mesmo direi- esse aspecto, em países, regiões ou localidades em que a educação espe-
tos), otimizando seus esforços e se utilizando de práticas dife- cial já tenha tradicionalmente se instaurado como um sistema paralelo de
renciadas, sempre que necessário, para que tais direitos sejam ensino, se refere à onerosidade financeira de tal reformulação. Algumas
garantidos. É isto o que significa, na prática, incluir a educação colocações frequentes giram em torno de ‘o que fazer com a escola “X”,
especial na estrutura de “educação para todos”, conforme recentemente criada especificamente para tal?’.
mencionado na declaração de Salamanca.
Ora, parece claro que nenhum começo é fácil. Mas os esforços e in-
vestimentos demandados pelo movimento de defesa pela inclusão em
educação podem, de fato, ser onerosos, apenas se vistos numa perspectiva
Implicações Educacionais imediatista. A longo prazo, no entanto, o investimento compensa, como
E o que significa este pensar, no que diz respeito à prática educaci- sugerem alguns autores (Jones, 1983; Hadley & Wilkinson, 1995).
onal? Em primeiro lugar, significa reconhecer que, a exemplo do que diz a Transformar, por exemplo (e pode-se pensar em inúmeros exem-
Declaração de Salamanca: plos), as escolas especiais atuais em centros de referência de educação
Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e ao go- especial, cujo objetivo principal seria fornecer apoio técnico e equipamentá-
zo e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, tal se reflete rio às escolas regulares (e não mais o ensino direto dos programas educa-
no desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar uma equali- cionais), não apenas não seria tão oneroso assim, como também significa-
zação genuína de oportunidades. A experiência em muitos países demons- ria uma saudável reformulação no imaginário a respeito da educação
tra que a integração de crianças e jovens com necessidades educacionais especial, que até hoje tem sido predominantemente confundida com escola
especiais é mais eficazmente alcançada em escolas inclusivas que servem especial.
a todas as crianças de uma comunidade. (p.61) Educação especial é muito mais do que escola especial. Como tal,
Em segundo lugar, significa entender do que se trata inclusão em sua prática não precisa (nem deve) estar limitada a um sistema paralelo de
educação: educação, e sim fazer parte da educação como um todo, acontecendo nas
escolas regulares e constituindo-se em mais um sinal de qualidade em
O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as cri- educação, quando oferecida a qualquer aluno que dela necessite, por
anças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificul- quaisquer que sejam os motivos (internos ou externos ao indivíduo). Por-
dades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reco- tanto, nos casos em que uma tradição paralela do oferecimento da educa-
nhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando ção especial ainda não esteja consolidada, concentrar esforços e investi-
tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma mentos na inclusão em educação já seria, de início, uma vantagem, além
educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modifica- de demonstrar consonância com as sugestões da Declaração de Salaman-
ções organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras ca.
com a comunidade (...) Dentro das escolas inclusivas, as crianças com
necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio A inclusão não é uma ameaça, nem menos uma mera questão de
extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação terminologia. Ela é uma expressão linguística e física de um processo
efetiva (...) (op.cit., p.61) histórico que não se iniciou e nem terminará hoje. Na verdade, a inclusão
não tem fim, se entendida dentro deste enfoque dinâmico, processual e
Em outras palavras, as implicações consistem no reconhecimento da sistêmico que procuramos levantar neste artigo. Até porque, na medida em
igualdade de valores (Booth, 1981) e de direitos, e na consequente tomada que o mundo se move em seu curso histórico e as regras e convenções vão
de atitudes, em todos os níveis (político, governamental, social, comunitá- sendo revistas e modificadas, novos tipos de excluídos poderão sempre
rio, individual) que reflitam uma coerência entre o que se diz e o que se aparecer. Cabe, portanto, aos que possuem consciência a este respeito,

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manter este estado constante de vigília, para que a luta por um mundo cada Esta falta acarreta vários outros problemas a serem solucionados
vez mais justo e democrático jamais esmoreça. pelo país, como a socialização, a educação, a (re)habilitação, o acesso a
todos os lugares onde um usuário de cadeira de rodas, por exemplo, quiser
Apesar dos grandes avanços e conquistas das tecnologias em geral, ir, entre outros, para sanar este buraco negro. E isto custa caro, sem falar
especialmente na parte médica e automobilística, tem-se visto aumento na falta de vontade e consciência política do país para isto. Será que a
cada vez maior no número de pessoas que adquirem vários tipos de defici- sociedade tem consciência da gravidade do problema? Um exemplo:
ências, sendo que o Brasil continua em primeiro lugar entre os acidentados
no trabalho, no trânsito, sem falar de outras violências. Mesmo assim, o Quando se fala na gravidade da mortalidade materno infantil, as
governo brasileiro teima em adotar as estimativas do primeiro mundo para pessoas em geral se esquecem das crianças que conseguem sobreviver,
os portadores de deficiência que existem no país. Por que está isto aconte- mas que são vítimas de uma deficiência que em 80% dos casos poderia ser
cendo? evitada através de certos cuidados de prevenção com a gestante, como no
caso da paralisia cerebral, entre outras deficiências.
Será que a sociedade brasileira como um todo não consegue ver
que a política de prevenção das várias deficiências, assim como doenças, Segundo o diretor clínico da Associação de Assistência às Crianças
acaba saindo mais barata do que a tentativa de se corrigir os males depois Defeituosas (AACD), Dr. Ivan Ferraretto, aparecem por ano 30.000 portado-
de ocorridos? Será que é porque tal política envolve todo o sistema educa- res de paralisia cerebral. Este dado foi divulgado na Folha de S.Paulo, de
cional, de saúde, religioso, de justiça, direitos humanos etc. para que funci- 19 de maio de 19952[ii]. Em 1989 o mesmo médico constatava que os
one efetivamente? casos de paralisia cerebral aumentavam por ano, 16.000. Ou seja, a inci-
Estes questionamentos são de vital importância para o real desen- dência estava quase dobrando em seis anos. E, pior ainda, segundo este
volvimento da cidadania e irão ajudar, e muito, na melhoria da qualidade de mesmo profissional, 80% dos casos poderiam ser evitados se houvesse um
vida das pessoas que vivem neste país. pediatra ou neonatologista na sala de parto, juntamente com o obstetra,
sendo que este procedimento está previsto no Estatuto da Criança e do
Entrando, agora, em terreno mais particular, vamos colocar algumas Adolescente (ECA)..
das questões que dizem respeito aos portadores de deficiência.
Fruto de preconceitos e discriminações, os portadores de deficiência
Um primeiro questionamento é se o aumento de incidência de víti- são vistos como “peso morto” na sociedade, sem capacidades e potenciali-
mas da paralisia cerebral* não seria fruto dos avanços tecnológicos da dades para o trabalho, até mesmo nos países desenvolvidos em que os
medicina, pois há um aparecimento muito grande de sequelados, em con- problemas de espaço físico e jurídico estão melhor equacionados, como o
trapartida à diminuição das taxas dos índices de mortalidade infantil. Será Canadá, os Estados Unidos etc.
mera coincidência ou uma relação de causa e efeito? Por exemplo: há Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a deficiência não
casos em que a criança sofre de anóxia (falta de oxigenação no cérebro) na é doença, e sim consequência de uma doença e/ou acidente, portanto, os
hora do seu nascimento e morre; mas ela é ressuscitada com as técnicas portadores de deficiência não são necessariamente doentes. A OMS tam-
de que a medicina dispõe atualmente. Há décadas atrás, esta criança, bém faz diferenciações entre as várias modalidades de deficiências, agru-
normalmente, não sobreviveria e, em consequência, não haveria mais uma pando-as da seguinte maneira: deficiência física, reunindo sequelas de
vítima de paralisia cerebral no mundo. Isto é, se por um lado a medicina poliomielite, paralisia cerebral, amputação de um ou mais membros, má-
salva uma vida, por outro, ela traz à tona o problema ontológico da morte e formação congênita, lesão medular e outras; deficiência mental e deficiên-
não consegue dar conta do problema ontológico da vida. Ou seja, ela dá a cia sensorial (visual e auditiva). Além dessa classificação, a OMS distingue
continuidade da vida biológica, mas não cobre as outras necessidades para ainda deficiência de incapacidade e desvantagem:
este ser tornar-se humano, fazendo com que esta criança viva uma vida
vegetativa e não ativa e produtiva, apesar dela, na grande maioria dos “deficiência: qualquer perda ou anomalia de uma estrutura ou função
casos, poderem sê-lo, se dadas as devidas condições. psicológica, fisiológica ou anatômica; desvantagem (handicap): impedimen-
to sofrido por um dado indivíduo, resultante de uma deficiência ou de uma
Há, ainda, o problema da prevenção das deficiências. Como vimos, incapacidade que limita ou impede o desempenho de uma função normal
o Brasil não costuma ter um programa sistemático de prevenção para evitar para esse indivíduo, tendo em conta a idade, o sexo e fatores sociocultu-
o surgimento de portadores de deficiência, embora haja o artigo 2º, referen- rais” (1989, p 35,36).
te à saúde, na lei 7.853 de 24 de outubro de 1989 da Coordenadoria nacio-
nal para integração da pessoa portadora de deficiência (CORDE) que trata e incapacidade: que é qualquer redução ou falta (devido a uma defi-
o assunto. Vejamos o texto: ciência) para realizar uma atividade dentro dos parâmetros considerados
normais para o ser humano. Ela existe em função
“Artigo 2. - Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pes-
soas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, “da relação entre as pessoas deficientes e seu ambiente. Ocorre
inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previ- quando essas pessoas se deparam com barreiras culturais, físicas ou
dência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, sociais que impedem seu acesso aos diversos sistemas da sociedade que
decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, se encontram à disposição dos demais cidadãos. Portanto, a incapacidade
social e econômico. é a perda, ou a limitação das oportunidades de participar da vida em igual-
dade de condições com os demais” (1992, p.4)
Parágrafo único - Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os
órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no O Brasil mais uma vez conceitua a deficiência através do decreto nº
âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objeto desta Lei, 3.298, de 20 dezembro de 1999, na tentativa de regulamentar a lei no 7853,
tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a
outras, as seguintes medidas: Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Esta norma jurídica: assim
(..................................................................) conceituava a deficiência:

a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao pla- “considera-se pessoa portadora de deficiência aquela que apresenta,
nejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompa- em caráter permanente, perdas ou anomalias de sua estrutura ou função
nhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à nutrição da psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o
mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do metabo- humano.”
lismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento precoce de ou-
tras doenças causadoras de deficiência; Este mesmo dispositivo legal, no seu art. 30 e 4o tomou sua forma
atual:
b) o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de
“I - deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
acidentes do trabalho e de trânsito, e de tratamento adequado
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
a suas vítimas1[i]”

Fundamentos da Educação 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não po-
humano; dem desenvolver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estraté-
II - deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou gia global de educação e visar suas finalidades gerais.
durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou A análise de diversas pesquisas brasileiras identifica tendências que
ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e evitam considerar a educação especial como um subsistema à parte e
III - incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade reforçam o seu caráter interativo na educação geral. Sua ação transversal
de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, permeia todos os níveis – educação infantil, ensino fundamental, ensino
meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência médio e educação superior, bem como as demais modalidades – educação
possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar de jovens e adultos e educação profissional.
pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.
O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se en-
quadra nas seguintes categorias: É o educando que apresenta, em caráter permanente ou temporário,
I - deficiência física – alteração completa ou parcial de um ou mais algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função típicas ou altas habilidades, necessitando por isso, de recursos especializa-
física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monople- dos para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar
gia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, suas dificuldades.
hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, mem- A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
bros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de É aquela que apresenta, em comparação com a maioria das pesso-
funções; as, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes
de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam
II - deficiência auditiva – perda parcial ou total das possibilidades au- dificuldades em sua interação com o meio físico e social.
ditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte:
CLASSES ESPECIAIS
a) de 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve;
A Classe Especial é uma sala de aula preferencialmente distribuída
b) de 41 a 55 db – surdez moderada; na educação infantil e ensino fundamental, organizada de forma a se cons-
c) de 56 a 70 db – surdez acentuada; tituir em ambiente próprio e adequado ao processo ensino/aprendizagem
do educando portador de necessidades educacionais especiais.
d) de 71 a 90 db – surdez severa;
Na Classe Especial tentamos encontrar caminhos e meios facilitado-
e) acima de 91 db – surdez profunda; e res para a aprendizagem dos educandos com necessidades educacionais
especiais, através de uma política de ação pedagógica, recursos educacio-
f) anacusia; nais mais individualizados e conta com o professor especializado.
III - deficiência visual – acuidade visual igual ou menor que 20/200 SALA DE APOIO PEDAGÓGICO
no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º
(tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações; É uma modalidade de atendimento pedagógico, a ser desenvolvida
no ensino regular, destinada a educandos com dificuldades de aprendiza-
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente gem de 1as. e 2as. séries e que não sejam portadores de deficiência ou
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações com problemas de conduta. Tem como finalidade facilitar a aprendizagem
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: daqueles educandos que apresentam história de multirepetência e analfa-
a) comunicação; betismo. Os serviços prestados nessas salas não devem ser confundidos
com reforço escolar (repetição da prática educativa da sala de aula), nem
b) cuidado pessoal; com as atividades inerentes à orientação educacional, que estão mais
c) habilidades sociais; voltados ao trabalho da escola como um todo.

d) utilização da comunidade; Na Sala de Apoio Pedagógico, deverá ter o professor especializado.


Seu papel será o de servir como mediador da aprendizagem, promovendo
e) saúde e segurança; atendimento grupal ou individual utilizando recursos instrucionais de acordo
com as necessidades de cada educando. Desenvolverá programas que
f) habilidades acadêmicas;
favoreçam as funções cognitivas indispensáveis ao êxito acadêmico dos
g) lazer; e educandos com dificuldade de aprender.
h) trabalho; A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.” Foi a Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88
governos e 25 organizações internacionais em assembleia em Salamanca,
Educação Especial Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, com o compromisso para com a
A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segun- Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência de provi-
do uma perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de denciar educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades
atendimentos especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.
tempos.
OS DIREITOS DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES
Conforme define a nova LDB, trata-se de uma modalidade de edu- EDUCACIONAIS ESPECIAIS
cação escolar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercí-
cio da cidadania. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Como elemento integrante e indistinto do sistema educacional, reali- • toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser
za-se transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas instituições dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de
escolares, cujo projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar aprendizagem.
a diversidade dos alunos, a exigir diferenciações nos atos pedagógicos que
• toda criança possui características, interesses, habilidades e
contemplem as necessidades educacionais de todos.
necessidades de aprendizagem que são únicas.

Fundamentos da Educação 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas • crianças com deficiência e bem dotadas;
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se • crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas;
levar em conta à vasta diversidade de tais características e
necessidades. • crianças de populações distantes ou nômades;
• crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais;
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de • crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados.
uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais A expressão necessidades educacionais especiais pode ser utilizada
necessidades. para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva consti- elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada,
tuem os meios mais eficazes de combater atitudes discrimina- portanto, a dificuldades de aprendizagem, não necessariamente vinculada a
tórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma deficiência(s).
sociedade inclusiva e alcançando educação para todos. O termo surgiu para evitar os efeitos negativos de expressões utili-
OBRIGAÇÕES E PRIORIDADES QUE OS GOVERNOS FIRMARAM zadas no contexto educacional – deficientes, excepcionais, subnormais,
PARA QUE SE EFETIVE A DECLARACAO DE SALAMANCA superdotados, infradotados, incapacitados etc. – para referir-se aos alunos
com altas habilidades/superdotação, aos portadores de deficiências cogniti-
• prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sis- vas, físicas, psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de deslocar o foco do
temas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluí- aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles requerem,
rem todas as crianças, independentemente de suas diferenças evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem
ou dificuldades individuais. interferir na sua aprendizagem e escolarização.
• adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não porta-
de política, matriculando todas as crianças em escolas regula- dores de deficiências ou de superdotação, apresentam necessidades
res, a menos que existam fortes razões para agir de outra for- educacionais que passam a ser especiais quando exigem respostas especí-
ma. ficas adequadas.
• desenvolvam projetos de demonstração e encorajem inter- O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de
câmbios em países que possuam experiências de escolariza- funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema
ção inclusiva. educativo quando frequenta a escola. Isso requer uma análise que busque
verificar o que ocorre quando se transforma as necessidades especiais de
• estabeleçam mecanismos de participações e que sejam des- uma criança numa criança com necessidades especiais. Com frequência,
centralizados para planejamento, revisão e avaliação de provi- necessitar de atenção especial na escola pode repercutir no risco de tornar-
são educacional para crianças e adultos com necessidades se um portador de necessidades especiais. Não se trata de mero jogo de
educacionais especiais. palavras ou de conceitos.
• encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e Falar em necessidades educacionais especiais, portanto, deixa de
organizações de pessoas portadoras de deficiências nos pro- ser pensar nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar o
cessos de planejamento e tomada de decisão concernentes à que a escola pode fazer para dar respostas às suas necessidades, de um
provisão de serviços para necessidades educacionais especi- modo geral, bem como aos que apresentam necessidades específicas
ais. muito diferentes dos demais. Considera os alunos, de um modo geral, como
• invistam maiores esforços em estratégias de identificação e in- passíveis de necessitar, mesmo que temporariamente, de atenção específi-
tervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da ca e poder requerer um tratamento diversificado dentro do mesmo currículo.
educação inclusiva. Não se nega o risco da discriminação, do preconceito e dos efeitos adver-
sos que podem decorrer dessa atenção especial. Em situação extrema, a
• garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, pro- diferença pode conduzir à exclusão. Por culpa da diversidade ou de nossa
gramas de treinamento de professores, tanto em serviço como dificuldade em lidar com ela?
durante a formação, incluam a provisão de educação especial
dentro das escolas inclusivas. Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais,
mesmo os especializados – quando necessários – não devem restringir ou
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS prejudicar os trabalhos que os alunos com necessidades especiais compar-
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à di- tilham na sala de aula com os demais colegas. Respeitar a atenção à
versidade da comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a diversidade e manter a ação pedagógica “normal” parece ser um desafio
realização de adaptações curriculares pode atender a necessidades parti- presente na integração dos alunos com maiores ou menos acentuadas
culares de aprendizagem dos alunos. Consideram que a atenção à diversi- dificuldades para aprender.
dade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diver-
capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, sificadas, a atual Política Nacional de Educação Especial2 aponta para uma
seus interesses e motivações. definição de prioridades no que se refere ao atendimento especializado a
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à esco- ser oferecido na escola para quem dele necessitar. Nessa perspectiva,
la e visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, define como aluno portador de necessidades especiais aquele que “... por
irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socializa- apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domí-
ção. A escola, nessa perspectiva, busca consolidar o respeito às diferen- nio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer
ças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não como recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas.” A classifi-
obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, podendo e deven- cação desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional
do ser fatores de enriquecimento. especializado (preferencialmente na rede regular de ensino), consta da
referida Política e dá ênfase a:
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma am-
pla dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser • portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múl-
identificadas em diversas situações representativas de dificuldades de tipla;
aprendizagem, como decorrência de condições individuais, econômicas ou • portadores de condutas típicas (problemas de conduta);
socioculturais dos alunos:
• portadores de superdotação.
• crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocio-
nais e sensoriais diferenciadas; Objetivando a uniformização terminológica e conceitual, a Secretaria
de Educação Especial do Ministério da Educação e do Desporto propõe as
Fundamentos da Educação 119 A Opção Certa Para a Sua Realização
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seguintes características referentes às necessidades especiais dos alunos, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob o enfoque edu-
que serão descritas a seguir: cacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mí-
nimo da visão que leva o indivíduo a necessitar do método
Superdotação braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos
Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos se- didáticos e equipamentos especiais para a sua educação;
guintes aspectos isolados ou combinados: • visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor
• capacidade intelectual geral; olho, após correção máxima. Sob o enfoque educacional, tra-
ta-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos
• aptidão acadêmica específica; a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equi-
• pensamento criativo ou produtivo; pamentos especiais.

• capacidade de liderança; Deficiência múltipla

• talento especial para artes; É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências
primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acar-
• capacidade psicomotora. retam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
As classificações costumam ser adotadas para dar dinamicidade aos
procedimentos e facilitar o trabalho educacional, conquanto isso não atenue
Condutas típicas
os efeitos negativos do seu uso. É importante enfatizar, primeiramente, as
Manifestações de comportamento típicas de portadores de síndro- necessidades de aprendizagem e as respostas educacionais requeridas
mes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam pelos alunos na interação dinâmica do processo de ensino-aprendizagem.
atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau
Identificar as necessidades educacionais de um aluno como sendo
que requeira atendimento educacional especializado.
especiais implica considerar que essas dificuldades são maiores que as do
restante de seus colegas, depois de todos os esforços empreendidos no
sentido de superá-las, por meio dos recursos e procedimentos usuais
Deficiência auditiva adotados na escola. A concepção de especial está vinculada ao critério de
Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de diferença significativa do que se oferece normalmente para a maioria dos
compreender a fala por intermédio do ouvido. Manifesta-se como: alunos da turma no cotidiano da escola.

• surdez leve / moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que Confundir necessidades educacionais especiais com fracasso esco-
dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmen- lar é, também, outro aspecto que merece a atenção dos educadores. São
te, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utili- inesgotáveis as discussões e a produção científica sobre o fracasso escolar
zação de um aparelho auditivo; e suas múltiplas faces. Paradoxalmente, o conhecimento obtido não tem
levado a respostas eficientes para a sua solução enquanto fenômeno
• surdez severa / profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, internacional marcado por influências socioculturais, políticas e econômi-
que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho cas, além de razões pedagógicas.
auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o
código da língua oral. Durante muitos anos, e ainda em nossos dias, há uma tendência a
atribuir o fracasso escolar do aluno, exclusivamente a ele. Desse modo, a
Deficiência física escola fica isenta da responsabilidade pela sua aprendizagem, ou não-
Variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em aprendizagem, cabendo a profissionais diversos a identificação dos pro-
termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como blemas inerentes a serem encaminhados e solucionados fora da escola. O
decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou, fracasso da criança passa a ser explicado sob diversas denominações e
ainda, de malformações congênitas ou adquiridas. causas, como distúrbios, disfunções, problemas, dificuldades, carência,
desnutrição, família desestruturada, dentre outras, situadas mais próximo
Deficiência mental das patologias e de causalidade social do que de situações escolares
contextuais.
Caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral signi-
ficativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, Não se pode negar os condicionantes orgânicos, socioculturais e
concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta psíquicos que estão associados a vários tipos de deficiências ou a influên-
adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às cia que esses fatores podem exercer no sucesso ou insucesso escolar do
demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: educando, mas não se pode advogar sua hegemonia como determinantes
na causalidade do fracasso escolar, ou como modo de justificar uma ação
• comunicação;
escolar pouco eficaz.
• cuidados pessoais; Essa análise remonta à mesma prática com relação a certos proce-
• habilidades sociais; dimentos oriundos do modelo clínico, ainda aplicados em educação especi-
al, quando o aluno é diagnosticado, rotulado, classificado e encaminhado
• desempenho na família e comunidade; para os atendimentos.
• independência na locomoção; O esforço empreendido para mudar essa concepção de educação
• saúde e segurança; especial baseia-se em pressupostos atualmente defendidos ao se focaliza-
rem as dificuldades para aprender ou a não aprendizagem na escola.
• desempenho escolar; Dentre eles:
• lazer e trabalho. • o caráter de interatividade, que implica a relação do aluno co-
mo aprendente e da escola como ensinante e estabelece uma
Deficiência visual
associação entre o ato de ensinar e o de aprender, tendo a
É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho considerar a mediação dos múltiplos fatores interligados que
e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como: interferem nessas dinâmicas e que apontam para a multicau-
salidade do fracasso escolar;
• cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos de
0,1 no melhor olho após correção, ou um campo visual não • o caráter de relatividade, que focaliza a possível transitorieda-
excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, de das dificuldades de aprendizagem, ao considerar as parti-

Fundamentos da Educação 120 A Opção Certa Para a Sua Realização


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cularidades do aluno em dado momento e as alterações nos um recurso para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alu-
elementos que compõem o contexto escolar e social, que são nos, considerando-se os seguintes aspectos:
dinâmicos e passíveis de mudança.
• a atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o
Nesse quadro, é necessário um novo olhar sobre a identificação de processo de ensino-aprendizagem, de modo a atender às dife-
alunos como portadores de necessidades especiais, bem como sobre as renças individuais dos alunos;
necessidades especiais que alguns alunos possam apresentar. Igualmente,
um novo olhar em considerar o papel da escola na produção do fracasso • a identificação das necessidades educacionais especiais para
escolar e no encaminhamento de alunos para atendimentos especializados, justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua
dentre outras medidas comumente adotadas na prática pedagógica. Um educação;
exemplo preocupante do desvio dessas práticas é o encaminhamento • a adoção de currículos abertos e propostas curriculares diver-
indevido e a permanência de alunos em classes especiais como resultado sificadas, em lugar de uma concepção uniforme e homogenei-
da ineficiência escolar. zadora de currículo;
Outro aspecto a ser considerado é o papel desempenhado pelo pro-
• a flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da
fessor da sala de aula.
escola, para atender à demanda diversificada dos alunos;
Não se pode substituir a sua competência pela ação de apoio exer-
cida pelo professor especializado ou pelo trabalho das equipes interdiscipli- • a possibilidade de incluir professores especializados, serviços
nares quando se trata da educação dos alunos. de apoio e outros, não convencionais, para favorecer o pro-
cesso educacional.
Reconhecer a possibilidade de recorrer eventualmente ao apoio de
professores especializados e de outros profissionais (psicólogo, fonoaudió- Essa concepção coloca em destaque a adequação curricular como
logo, fisioterapeuta etc.), não significa abdicar e transferir para eles a res- um elemento dinâmico da educação para todos e a sua viabilização para os
ponsabilidade do professor regente como condutor da ação docente. alunos com necessidades educacionais especiais: não se fixar no que de
especial possa ter a educação dos alunos, mas flexibilizar a prática educa-
A aprendizagem escolar está diretamente vinculada ao currículo, or-
cional para atender a todos e propiciar seu progresso em função de suas
ganizado para orientar, dentre outros, os diversos níveis de ensino e as
possibilidades e diferenças individuais.
ações docentes.
Pensar em adequação curricular, significa considerar o cotidiano das
O conceito de currículo é difícil de estabelecer, em face dos diversos
escolas, levando-se em conta as necessidades e capacidades dos seus
ângulos envolvidos.
alunos e os valores que orientam a prática pedagógica. Para os alunos que
É central para a escola e associa-se à própria identidade da institui- apresentam necessidades educacionais especiais essas questões têm um
ção escolar, à sua organização e funcionamento e ao papel que exerce – significado particularmente importante.
ou deveria exercer – a partir das aspirações e expectativas da sociedade e
ADAPTAÇÕES CURRICULARES
da cultura em que se insere.
As manifestações de dificuldades de aprendizagem na escola apre-
Contém as experiências, bem como a sua planificação no âmbito da
sentam-se como um contínuo, desde situações leves e transitórias que
escola, colocada à disposição dos alunos visando a potencializar o seu
podem se resolver espontaneamente no curso do trabalho pedagógico até
desenvolvimento integral, a sua aprendizagem e a capacidade de conviver
situações mais graves e persistentes que requerem o uso de recursos
de forma produtiva e construtiva na sociedade.
especiais para a sua solução. Atender a esse contínuo de dificuldades
Essas experiências representam, em sentido mais amplo, o que o requer respostas educacionais adequadas envolvendo graduais e progres-
currículo exprime e buscam concretizar as intenções dos sistemas educaci- sivas adaptações do currículo.
onais e o plano cultural que eles personalizam (no âmbito das instituições
As adaptações curriculares constituem, pois, possibilidades educaci-
escolares) como modelo ideal de escola defendido pela sociedade.
onais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressu-
Nessa concepção, o currículo é construído a partir do projeto peda- põem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário,
gógico da escola e viabiliza a sua operacionalização, orientando as ativida- para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades
des educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades. especiais. Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável,
Assim, pode ser visto como um guia sugerido sobre o que, quando e como passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos.
ensinar; o que, como e quando avaliar. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam a planificação
pedagógica e a ações docentes fundamentadas em critérios que definem:
A concepção de currículo inclui, portanto, desde os aspectos básicos
que envolvem os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até • o que o aluno deve aprender;
os marcos teóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam
• como e quando aprender;
na sala de aula. Relaciona princípios e operacionalização, teoria e prática,
planejamento e ação. • que formas de organização do ensino são mais eficientes para
o processo de aprendizagem;
Essas noções de projeto pedagógico da escola e de concepção cur-
ricular estão intimamente ligadas à educação para todos que se almeja • como e quando avaliar o aluno.
conquistar. Em última instância, viabilizam a sua concretização. O projeto
pedagógico tem um caráter político e cultural e reflete os interesses, as Para que alunos com necessidades educacionais especiais possam
aspirações, as dúvidas e as expectativas da comunidade escolar. Devem participar integralmente em um ambiente rico de oportunidades educacio-
encontrar reflexo na cultura escolar e na expressão dessa cultura, ou seja, nais com resultados favoráveis, alguns aspectos precisam ser considera-
no currículo. dos, destacando-se entre eles:

A escola para todos requer uma dinamicidade curricular que permita • a preparação e a dedicação da equipe educacional e dos pro-
ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos. fessores;

Ver as necessidades especiais dos alunos atendidas no âmbito da • o apoio adequado e recursos especializados, quando forem
escola regular requer que os sistemas educacionais modifiquem, não necessários;
apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas, • as adaptações curriculares e de acesso ao currículo.
também, que se organizem para constituir uma real escola para todos, que
dê conta dessas especificidades. Algumas características curriculares facilitam o atendimento às ne-
cessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas:
O projeto pedagógico da escola, como ponto de referência para defi-
nir a prática escolar, deve orientar a operacionalização do currículo, como

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• atinjam o mesmo grau de abstração ou de conhecimento, num As adaptações avaliativas dizem respeito:
tempo determinado;
• à seleção das técnicas e instrumentos utilizados para avaliar o
• desenvolvidas pelos demais colegas, embora não o façam aluno. Propõem modificações sensíveis na forma de apresen-
com a mesma intensidade, em necessariamente de igual modo tação das técnicas e dos instrumentos de avaliação, a sua lin-
ou com a mesma ação e grau de abstração. guagem, de um modo diferente dos demais alunos de modo
que atenda às peculiaridades dos que apresentam necessida-
As adaptações curriculares apoiam-se nesses pressupostos para des especiais.
atender às necessidades educacionais especiais dos alunos, objetivando
estabelecer uma relação harmônica entre essas necessidades e a progra- As adaptações nos procedimentos didáticos e nas atividades de en-
mação curricular. Estão focalizadas, portanto, na interação entre as neces- sino-aprendizagem referem-se ao como ensinar os componentes curricula-
sidades do educando e as respostas educacionais a serem propiciadas. res. Dizem respeito:
Devem ser destinadas aos que necessitam de serviços e/ou situa- • à alteração nos métodos definidos para o ensino dos conteú-
ções especiais de educação, realizando-se, preferencialmente, em ambien- dos curriculares;
te menos restritivo e pelo menor período de tempo, de modo a favorecer a
promoção do aluno a formas cada vez mais comuns de ensino. • à seleção de um método mais acessível para o aluno;

As necessidades especiais revelam que tipos de ajuda, diferentes • à introdução de atividades complementares que requeiram ha-
das usuais, são requeridas, de modo a cumprir as finalidades da educação. bilidades diferentes ou a fixação e consolidação de conheci-
As respostas a essas necessidades devem estar previstas e respaldadas mentos já ministrados – utilizadas para reforçar ou apoiar o
no projeto pedagógico da escola, não por meio de um currículo novo, mas, aluno, oferecer oportunidades de prática suplementar ou apro-
da adaptação progressiva do regular, buscando garantir que os alunos com fundamento. São facilitadas pelos trabalhos diversificados, que
necessidades especiais participem de uma programação tão normal quanto se realizam no mesmo segmento temporal;
possível, mas considere as especificidades que as suas necessidades • à introdução de atividades prévias que preparam o aluno para
possam requerer. novas aprendizagens;
O currículo, nessa visão, é um instrumento útil, uma ferramenta que • à introdução de atividades alternativas além das planejadas
pode ser alterada para beneficiar o desenvolvimento pessoal e social dos para a turma, enquanto os demais colegas realizam outras ati-
alunos, resultando em alterações que podem ser de maior ou menor ex- vidades. É indicada nas atividades mais complexas que exi-
pressividade. gem uma sequenciação de tarefas;
A maior parte das adaptações curriculares realizadas na escola são • à alteração do nível de abstração de uma atividade oferecendo
consideradas menos significativas, porque constituem modificações meno- recursos de apoio, sejam visuais, auditivos, gráficos, materiais
res no currículo regular e são facilmente realizadas pelo professor no manipulativos etc.;
planejamento normal das atividades docentes e constituem pequenos
ajustes dentro do contexto normal de sala de aula. • à alteração do nível de complexidade das atividades por meio
de recursos do tipo: eliminar partes de seus componentes
As adaptações organizativas têm um caráter facilitador do processo (simplificar um problema matemático, excluindo a necessidade
de ensinoaprendizagem e dizem respeito: de alguns cálculos, é um exemplo); ou explicitar os passos que
• ao tipo de agrupamento de alunos para a realização das ativi- devem ser seguidos para orientar a solução da tarefa, ou seja,
dades de ensino-aprendizagem; oferecer apoio, especificando passo a passo a sua realização;

• à organização didática da aula – propõe conteúdos e objetivos • à alteração na seleção de materiais e adaptação de materiais
de interesse do aluno ou diversificados, para atender às suas – uso de máquina braille para o aluno cego, calculadoras cien-
necessidades especiais, bem como disposição física de mobi- tíficas para alunos com altas habilidades/superdotados etc.
liários, de materiais didáticos e de espaço disponíveis para As adaptações na temporalidade dizem respeito:
trabalhos diversos;
• à alteração no tempo previsto para a realização das atividades
• à organização dos períodos definidos para o desenvolvimento ou conteúdos;
das atividades previstas – propõe previsão de tempo diversifi-
cada para desenvolver os diferentes elementos do currículo na • ao período para alcançar determinados objetivos.
sala de aula. Muitas vezes, há necessidade de adotar adaptações significativas do
As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos dizem respeito: currículo para atender às necessidades especiais dos alunos, quando estas
forem mais acentuadas e não se solucionarem com medidas curriculares
• à priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garan- menos significativas. De um modo geral constituem estratégias necessárias
tam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais pa- quando os alunos apresentam sérias dificuldades para aprender, como
ra as aprendizagens posteriores. Ex: habilidades de leitura e resultado, entre outros fatores:
escrita, cálculos etc.;
• da defasagem entre a sua competência curricular e a de seus
• à priorização de objetivos que enfatizam capacidades e habili- colegas;
dades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do
aluno. Ex: desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho • da discrepância entre as suas necessidades e as demandas
em equipe, de persistência na tarefa etc.; das atividades e expectativas escolares;

• à sequenciação pormenorizada de conteúdos que requeiram • da crescente complexidade das atividades acadêmicas que vai
processos gradativos de menor à maior complexidade das ta- se ampliando, na medida do avanço na escolarização.
refas, atendendo à sequência de passos, à ordenação da O que se almeja é a busca de soluções para as necessidades espe-
aprendizagem etc.; cíficas do aluno e, não, o fracasso na viabilização do processo de ensino-
• ao reforço da aprendizagem e à retomada de determinados aprendizagem. As demandas escolares precisam ser ajustadas, para
conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação; favorecer a inclusão do aluno. É importante observar que as adaptações
focalizam as capacidades, o potencial, a zona de desenvolvimento proximal
• à eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários pa- (nos termos de Vygotsky) e não se centralizam nas deficiências e limitações
ra dar enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos con- do aluno, como tradicionalmente ocorria.
siderados básicos e essenciais no currículo.
Embora muitos educadores possam interpretar essas medidas como

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“abrir mão” da qualidade do ensino ou empobrecer as expectativas educa- ADAPTAÇÕES NO NÍVEL DO PROJETO PEDAGÓGICO
cionais, essas decisões curriculares podem ser as únicas alternativas (CURRÍCULO ESCOLAR)
possíveis para os alunos que apresentam necessidades especiais como
forma de evitar a sua exclusão. As adaptações nesse nível referem-se a medidas de ajuste do currí-
culo em geral, que nem sempre precisam resultar em adaptações individua-
As adaptações relativas aos objetivos sugerem decisões que modifi- lizadas.
cam significativamente o planejamento quanto aos objetivos definidos,
adotando uma ou mais das seguintes alternativas: As ações adaptativas visam a flexibilizar o currículo para que ele
possa ser desenvolvido na sala de aula e atender às necessidades especi-
• eliminação de objetivos básicos – quando extrapolam as con- ais de alguns alunos.
dições do aluno para atingi-lo, temporária ou permanentemen-
te; As adaptações curriculares no nível do projeto pedagógico devem
focalizar, principalmente, a organização escolar e os serviços de apoio.
• introdução de objetivos específicos alternativos – não previstos Elas devem propiciar condições estruturais para que possam ocorrer no
para os demais alunos, mas que podem ser incluídos em subs- nível da sala de aula e no nível individual, caso seja necessária uma pro-
tituição a outros que não podem ser alcançados, temporária ou gramação específica para o aluno.
permanentemente;
Essas medidas podem se concretizar nas seguintes situações ilus-
• introdução de objetivos específicos complementares – não trativas:
previstos para os demais alunos, mas acrescidos na progra-
mação pedagógica para suplementar necessidades específi- • a escola flexibiliza os critérios e os procedimentos pedagógi-
cas. cos levando em conta a diversidade dos seus alunos;

As adaptações relativas aos conteúdos incidem sobre conteúdos bá- • o contexto escolar permite discussões e propicia medidas dife-
sicos e essenciais do currículo e requerem uma avaliação criteriosa para renciadas metodológicas e de avaliação e promoção que con-
serem adotados. Dizem respeito: templam as diferenças individuais dos alunos;

• à introdução de novos conteúdos não-revistos para os demais • a escola favorece e estimula a diversificação de técnicas, pro-
alunos, mas essenciais para alguns, em particular; cedimentos e estratégias de ensino, de modo que ajuste o
processo de ensino e aprendizagem às características, poten-
• eliminação de conteúdos que, embora essenciais no currículo, cialidades e capacidades dos alunos;
sejam inviáveis de aquisição por parte do aluno.
• a comunidade escolar realiza avaliações do contexto que inter-
Geralmente estão associados a objetivos que também tiveram de ser ferem no processo pedagógico;
eliminados.
• a escola assume a responsabilidade na identificação e avalia-
As adaptações relativas à metodologia são consideradas significati- ção diagnóstica dos alunos que apresentam necessidades
vas quando implicam uma modificação expressiva no planejamento e na educacionais especiais, com o apoio dos setores do sistema e
atuação docente. Dizem respeito: outras articulações;
• à introdução de métodos muito específicos para atender às • a escola elabora documentos informativos mais completos e
necessidades particulares do aluno. De um modo geral, são elucidativos;
orientados por professor especializado;
• a escola define objetivos gerais levando em conta a diversida-
• às alterações nos procedimentos didáticos usualmente adota- de dos alunos;
dos pelo professor;
• o currículo escolar flexibiliza a priorização, a sequenciação e a
• à organização significativamente diferenciada da sala de aula eliminação de objetivos específicos, para atender às diferen-
para atender às necessidades específicas do aluno. ças individuais.
As adaptações significativas na avaliação estão vinculadas às alte- As decisões curriculares devem envolver a equipe da escola para
rações nos objetivos e conteúdos que foram acrescidos ou eliminados. realizar a avaliação, a identificação das necessidades especiais e providen-
Desse modo, influenciam os resultados que levam, ou não, à promoção do ciar o apoio correspondente para o professor e o aluno. Devem reduzir ao
aluno e evitam a “cobrança” de conteúdos e habilidades que possam estar mínimo, transferir as responsabilidades de atendimento para profissionais
além de suas atuais possibilidades de aprendizagem e aquisição. fora do âmbito escolar ou exigir recursos externos à escola.
As adaptações significativas na temporalidade referem-se ao ajuste
temporal possível para que o aluno adquira conhecimentos e habilidades
que estão ao seu alcance, mas que dependem do ritmo próprio ou do ADAPTAÇÕES RELATIVAS AO CURRÍCULO DA CLASSE
desenvolvimento de um repertório anterior que seja indispensável para As medidas adaptativas desse nível são realizadas pelo professor e
novas aprendizagens. Desse modo, requerem uma criteriosa avaliação do destinam-se, principalmente, à programação das atividades da sala de aula.
aluno e do contexto escolar e familiar, porque podem resultar em um pro- Focalizam a organização e os procedimentos didático-pedagógicos e
longamento significativo do tempo de escolarização do aluno, ou seja, em destacam o como fazer, a organização temporal dos componentes e dos
sua retenção. Não caracteriza reprovação, mas parcelamento e sequencia- conteúdos curriculares e a coordenação das atividades docentes, de modo
ção de objetivos e conteúdos. que favoreça a efetiva participação e integração do aluno, bem como a sua
Níveis de Adaptações Curriculares aprendizagem.

As adaptações curriculares não devem ser entendidas como um pro- Os procedimentos de adaptação curricular destinados à classe de-
cesso exclusivamente individual ou uma decisão que envolve apenas o vem constar na programação de aula do professor e podem ser exemplifi-
cados nos seguintes exemplos ilustrativos:
professor e o aluno. Realizam-se em três níveis:
• a relação professor/aluno considera as dificuldades de comu-
• no âmbito do projeto pedagógico (currículo escolar); nicação do aluno, inclusive a necessidade que alguns têm de
• no currículo desenvolvido na sala de aula; utilizar sistemas alternativos (língua de sinais, sistema braille,
sistema bliss ou similares etc.);
• no nível individual.
• a relação entre colegas é marcada por atitudes positivas;
• os alunos são agrupados de modo que favoreça as relações
sociais e o processo de ensino e aprendizagem;

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• o trabalho do professor da sala de aula e dos professores de 1. ADAPTAÇÕES DE ACESSO AO CURRÍCULO
apoio ou outros profissionais envolvidos é realizado de forma
cooperativa, interativa e bem definida do ponto de vista de pa- Correspondem ao conjunto de modificações nos elementos físicos e
péis, competência e coordenação; materiais do ensino, bem como aos recursos pessoais do professor quanto
ao seu preparo para trabalhar com os alunos. São definidas como altera-
• a organização do espaço e dos aspectos físicos da sala de au- ções ou recursos espaciais, materiais ou de comunicação que venham a
la considera a funcionalidade, a boa utilização e a otimização facilitar os alunos com necessidades educacionais especiais a desenvolver
desses recursos; o currículo escolar.
• a seleção, a adaptação e a utilização dos recursos materiais, As seguintes medidas constituem adaptações de acesso ao currícu-
equipamentos e mobiliários realizam-se de modo que favoreça lo:
a aprendizagem de todos os alunos;
• criar condições físicas, ambientais e materiais para o aluno na
• a organização do tempo é feita considerando os serviços de sua unidade escolar de atendimento;
apoio ao aluno e o respeito ao ritmo próprio de aprendizagem
e desempenho de cada um; • propiciar os melhores níveis de comunicação e interação com
as pessoas com as quais convive na comunidade escolar;
• a avaliação é flexível de modo que considere a diversificação
de critérios, de instrumentos, procedimentos e leve em conta • favorecer a participação nas atividades escolares;
diferentes situações de ensino e aprendizagem e condições
• propiciar o mobiliário específico necessário;
individuais dos alunos;
• as metodologias, as atividades e procedimentos de ensino são • fornecer ou atuar para a aquisição dos equipamentos e recur-
organizados e realizados levando-se em conta o nível de com- sos materiais específicos necessários;
preensão e a motivação dos alunos; os sistemas de comuni- • adaptar materiais de uso comum em sala de aula;
cação que utilizam, favorecendo a experiência, a participação
e o estímulo à expressão; • adotar sistemas de comunicação alternativos para os alunos
impedidos de comunicação oral (no processo de ensinoapren-
• o planejamento é organizado de modo que contenha ativida- dizagem e na avaliação).
des amplas com diferentes níveis de dificuldades e de realiza-
ção;
• as atividades são realizadas de várias formas, com diferentes Sugestões que favorecem o acesso ao currículo:
tipos de execução, envolvendo situações individuais e grupais,
• agrupar os alunos de uma maneira que facilite a realização de
cooperativamente, favorecendo comportamentos de ajuda mú-
atividades em grupo e incentive a comunicação e as relações
tua;
interpessoais;
• os objetivos são acrescentados, eliminados ou adaptados de
• propiciar ambientes com adequada luminosidade, sonoridade
modo que atenda às peculiaridades individuais e grupais na
e movimentação;
sala de aula.
• encorajar, estimular e reforçar a comunicação, a participação,
As adaptações no nível da sala de aula visam a tornar possível a re-
o sucesso, a iniciativa e o desempenho do aluno;
al participação do aluno e a sua aprendizagem eficiente no ambiente da
escola regular. Consideram, inclusive, a organização do tempo de modo a • adaptar materiais escritos de uso comum: destacar alguns as-
incluir as atividades destinadas ao atendimento especializado fora do pectos que necessitam ser apreendidos com cores, desenhos,
horário normal de aula, muitas vezes necessários e indispensáveis ao traços; cobrir partes que podem desviar a atenção do aluno;
aluno. incluir desenhos, gráficos que ajudem na compreensão; desta-
car imagens; modificar conteúdos de material escrito de modo
ADAPTAÇÕES INDIVIDUALIZADAS DO CURRÍCULO
a torná-lo mais acessível à compreensão etc.;
As modalidades adaptativas, nesse nível, focalizam a atuação do
• providenciar adaptação de instrumentos de avaliação e de en-
professor na avaliação e no atendimento do aluno. Compete-lhe o papel
sinoaprendizagem;
principal na definição do nível de competência curricular do educando, bem
como na identificação dos fatores que interferem no seu processo de ensi- • favorecer o processo comunicativo entre aluno-professor, alu-
no-aprendizagem. noaluno, aluno-adultos;
As adaptações têm o currículo regular como referência básica, ado- • providenciar softwares educativos específicos;
tam formas progressivas de adequá-lo, norteando a organização do traba-
lho consoante com as necessidades do aluno (adaptação processual). • despertar a motivação, a atenção e o interesse do aluno;

Alguns aspectos devem ser previamente considerados para se iden- • apoiar o uso dos materiais de ensino-aprendizagem de uso
tificar a necessidade das adaptações curriculares, em qualquer nível: comum;

• a real necessidade dessas adaptações; • atuar para eliminar sentimentos de inferioridade, menos valia e
fracasso.
• a avaliação do nível de competência curricular do aluno, tendo
como referência o currículo regular; Sugestões de recursos de acesso ao currículo para alunos com ne-
cessidades especiais, segundo necessidades específicas:
• o respeito ao seu caráter processual, de modo que permita al-
terações constantes e graduais nas tomadas de decisão. Para alunos com deficiência visual

É importante ressaltar que as adaptações curriculares, seja para • materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros;
atender alunos nas classes comuns ou em classes especiais, não se apli- • sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilida-
cam exclusivamente à escola regular, devendo ser utilizadas para os que des do aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados;
estudam em escolas especializadas, quando a inclusão não for possível.
• textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para
Além da classificação, por níveis, as medidas adaptativas podem se melhorar a compreensão;
distinguir em duas categorias: adaptações de acesso ao currículo e nos
elementos curriculares. • posicionamento do aluno na sala de aula de modo que favore-
ça sua possibilidade de ouvir o professor;

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• deslocamento do aluno na sala de aula para obter materiais ou gico (tesoura, ponteiras, computadores que funcionam por
informações, facilitado pela disposição do mobiliário; contato, por pressão ou outros tipos de adaptação etc.);
• explicações verbais sobre todo o material apresentado em au- • deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros
la, de maneira visual; equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetô-
nicas;
• boa postura do aluno, evitando-se os maneirismos comumente
exibidos pelos que são cegos; • utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel,
suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado etc.;
• adaptação de materiais escritos de uso comum: tamanho das
letras, relevo, softwares educativos em tipo ampliado, textura • textos escritos complementados com elementos de outras lin-
modificada etc.; guagens e sistemas de comunicação.
• máquina braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado Para alunos com superdotação
etc.;
• evitar sentimentos de superioridade, rejeição dos demais cole-
• organização espacial para facilitar a mobilidade e evitar aci- gas, sentimentos de isolamento etc.;
dentes: colocação de extintores de incêndio em posição mais
alta, pistas olfativas para orientar na localização de ambientes, • pesquisa, de persistência na tarefa e o engajamento em ativi-
espaço entre as carteiras para facilitar o deslocamento, corri- dades cooperativas;
mão nas escadas etc.; • materiais, equipamentos e mobiliários que facilitem os traba-
• material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alu- lhos educativos;
nos com baixa visão e em braille e relevo para os cegos; • ambientes favoráveis de aprendizagem como: ateliê, laborató-
• braille para alunos e professores videntes que desejarem co- rios, bibliotecas etc.;
nhecer o referido sistema; • materiais escritos de modo que estimule a criatividade: lâmi-
• materiais de ensino-aprendizagem de uso comum: pranchas nas, pôsteres, murais; inclusão de figuras, gráficos, imagens
ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com etc., e de elementos que despertam novas possibilidades.
sintetizador de vozes e periféricos adaptados etc.; Para alunos com deficiências múltiplas
• recursos ópticos; As adaptações de acesso para esses alunos devem considerar as
• apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e deficiências que se apresentam distintamente e a associação de deficiên-
mobilidade, visando à locomoção independente do aluno. cias agrupadas: surdez-cegueira, deficiência visual-mental, deficiência
física-auditiva etc.
Para alunos com deficiência auditiva
As adaptações de acesso devem contemplar a funcionalidade e as
• materiais e equipamentos específicos: prótese auditiva, treina- condições individuais do aluno:
dores de fala, tablado, softwares educativos específicos etc.;
• ambientes de aula que favoreça a aprendizagem, como: ateliê,
• textos escritos complementados com elementos que favore- cantinhos, oficinas;
çam a sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais e
outros; • acesso à atenção do professor;

• sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilida- • materiais de aula: mostrar os objetos, entregá-los, brincar com
des do aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais; eles, estimulando os alunos a utilizá-los;

• salas-ambiente para treinamento auditivo, de fala, rítmico etc.; • apoio para que o aluno perceba os objetos, demonstrem inte-
resse e tenham acesso a eles.
• posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os
movimentos orofaciais do professor e dos colegas; Para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínicos

• material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão O comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem pa-
das informações expostas verbalmente; rece ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas
vidas. Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clíni-
Para alunos com deficiência mental cos que caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais
ou menos limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currí-
• ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: culo:
atelier, cantinhos, oficinas etc.;
• encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico
• desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de co- e social;
municação, cuidado pessoal e autonomia.
• oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competên-
Para alunos com deficiência física cias;
• sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adap- • estimular a atenção do aluno para as atividades escolares;
tado às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de
símbolos (baseados em elementos representativos, em dese- • utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com
nhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, as atividades realizadas;
ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tra-
dicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (ta- • oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evi-
buleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnolo- tar alternativas do tipo “aprendizagem por ensaio e erro”);
gia microeletrônica), comunicação total e outros; • favorecer o bem-estar emocional.
• adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa
deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de
apoio, alargamento de portas etc.); mobiliário (cadeiras, mesas 2. ADAPTAÇÕES NOS ELEMENTOS CURRICULARES
e carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de Focalizam as formas de ensinar e avaliar, bem como os conteúdos a
pernas, faixas restringidoras etc.); materiais de apoio pedagó- serem ministrados, considerando a temporalidade. São definidas como

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alterações realizadas nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos modo, estender o período de duração do curso, série ou ciclo
de avaliação, atividades e metodologias para atender às diferenças indivi- que frequenta;
duais dos alunos.
• introduzir conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, o que
Medidas adotadas para as adaptações nos elementos curriculares: implica considerar a possibilidade de acréscimo desses ele-
mentos na ação educativa caso necessário à educação do
2.1. Adaptações metodológicas e didáticas aluno com necessidades especiais. É o caso da ampliação dos
Realizam-se por meio de procedimentos técnicos e metodológicos, componentes curriculares específicos destinados aos portado-
estratégias de ensino e aprendizagem, procedimentos avaliativos e ativida- res de deficiências e de condutas típicas, e dos programas de
des programadas para os alunos. aprofundamento/enriquecimento curricular propostos para os
alunos com superdotação. O acréscimo de objetivos, conteú-
São exemplos de adaptações metodológicas e didáticas: dos e critérios de avaliação não pressupõe a eliminação ou re-
• situar o aluno nos grupos com os quais melhor possa traba- dução dos elementos constantes do currículo regular desen-
lhar; volvido pelo aluno;

• adotar métodos e técnicas de ensino e aprendizagem específi- • eliminar conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, definidos
cas para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curricu- para o grupo de referência do aluno, em razão de suas defici-
lares, sem prejuízo para as atividades docentes; ências ou limitações pessoais. A supressão desses conteúdos
e objetivos da programação educacional regular não deve
• utilizar técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação causar prejuízo para a sua escolarização e promoção acadê-
distintos da classe, quando necessário, sem alterar os objeti- mica. Deve considerar, rigorosamente, o significado dos con-
vos da avaliação e seu conteúdo; teúdos, ou seja, se são básicos, fundamentais e pré-requisitos
para aprendizagens posteriores.
• propiciar apoio físico, visual, verbal e outros ao aluno impedido
em suas capacidades, temporária ou permanentemente, de As medidas de adaptações curriculares devem considerar os seguin-
modo que permita a realização das atividades escolares e do tes aspectos, dentre outros:
processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor
regente, professor especializado ou pelos próprios colegas; • ser precedida de uma criteriosa avaliação do aluno, conside-
rando a sua competência acadêmica;
• introduzir atividades individuais complementares para o aluno
alcançar os objetivos comuns aos demais colegas. Essas ati- • fundamentar-se na análise do contexto escolar e familiar, que
vidades podem realizar-se na própria sala de aula ou em aten- favoreça a identificação dos elementos adaptativos necessá-
dimentos de apoio; rios que possibilitem as alterações indicadas;

• introduzir atividades complementares específicas para o aluno, • contar com a participação da equipe docente e técnica da es-
individualmente ou em grupo; cola e com o apoio de uma equipe psicopedagógica (integrada
por psicólogo, fonoaudiólogo, médico e outros) quando possí-
• eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou lhe restrinja vel e necessário;
uma participação ativa e real ou, ainda, que esteja impossibili-
• promover o registro documental das medidas adaptativas ado-
tado de executar;
tadas, para integrar o acervo documental do aluno;
• suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam
• evitar que as programações individuais sejam definidas, orga-
ser alcançados pelo aluno em razão de sua(s) deficiência(s);
nizadas e realizadas com prejuízo para o aluno, ou seja, para
substituílos por objetivos e conteúdos acessíveis, significativos
o seu desempenho, promoção escolar e socialização;
e básicos, para o aluno.
• adotar critérios para evitar adaptações curriculares muito signi-
ficativas, que impliquem supressões de conteúdos expressivos
2.2. Adaptações dos conteúdos curriculares e no processo avaliativo (quantitativa e qualitativamente), bem como a eliminação de
disciplinas ou de áreas curriculares completas.
Consistem em adaptações individuais dentro da programação regu-
lar, considerando-se os objetivos, os conteúdos e os critérios de avaliação
para responder às necessidades de cada aluno.
DIVERSIFICAÇÃO CURRICULAR
São exemplos dessas estratégias adaptativas:
Alguns alunos com necessidades especiais revelam não conseguir
• adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, o que atingir os objetivos, conteúdos e componentes propostos no currículo
implica modificar os objetivos, considerando as condições do regular ou alcançar os níveis mais elementares de escolarização. Essa
aluno em relação aos demais colegas da turma; situação pode decorrer de dificuldades orgânicas associadas a déficits
permanentes e, muitas vezes, degenerativos que comprometem o funcio-
• priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de ava- namento cognitivo, psíquico e sensorial, vindo a constituir deficiências
liação, para dar ênfase aos objetivos que contemplem as defi- múltiplas graves.
ciências do aluno, suas condutas típicas ou altas habilidades.
Essa priorização não implica abandonar os objetivos definidos Nessas circunstâncias, verifica-se a necessidade de realizar adapta-
para o seu grupo, mas acrescentar outros, concernentes com ções significativas no currículo para o atendimento dos alunos e indicar
suas necessidades educacionais especiais; conteúdos curriculares de caráter mais funcional e prático, levando em
conta as suas características individuais.
• mudar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de
avaliação, isto é, considerar que o aluno com necessidades Alguns programas, devido à expressividade das adaptações curricu-
especiais pode alcançar os objetivos comuns ao grupo, mes- lares efetuadas, podem ser encarados como currículos especiais. Comu-
mo que possa requerer um período mais longo de tempo. De mente envolvem atividades relacionadas ao desenvolvimento de habilida-
igual modo, poderá necessitar de período variável para o pro- des básicas; à consciência de si; aos cuidados pessoais e de vida diária; ao
cesso de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento de suas treinamento multissensorial; ao exercício da independência e ao relaciona-
habilidades; mento interpessoal, dentre outras habilidades adaptativas. Esses currículos
são conhecidos como funcionais e ecológicos e sua organização não leva
• mudar a temporalidade das disciplinas do curso, série ou ciclo, em conta as aprendizagens acadêmicas que o aluno revelar impossibilida-
ou seja, cursar menos disciplinas durante o ano letivo e, desse de de alcançar, mesmo diante dos esforços persistentes empreendidos pela
escola.

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Currículos adaptados ou elaborados de modo tão distinto dos regula- • intermitente: episódico, nem sempre necessário, transitório e
res implicam adaptações significativas extremas, adotadas em situações de de pouca duração (exemplo: apoio em momentos de crise, em
real impedimento do aluno para integrar-se aos procedimentos e expectati- situações específicas de aprendizagem);
vas comuns de ensino, em face de suas condições pessoais identificadas.
• limitado: por tempo determinado e com fim definido (exemplo:
A elaboração e a execução de um programa dessa natureza devem reforço pedagógico para algum conteúdo durante um semes-
contar com a participação da família e ser acompanhadas de um criterioso tre, desenvolvimento de um programa de psicomotricidade
e sistemático processo de avaliação pedagógica e psicopedagógica do etc.);
aluno, bem como da eficiência dos procedimentos pedagógicos emprega-
dos na sua educação. • extensivo: regular, em ambientes definidos, sem tempo limita-
do (exemplo: atendimento na sala de recursos ou de apoio
Sistemas de Apoio psicopedagógico, atendimento itinerante);
As decisões sobre adaptações curriculares podem incluir as modali- • pervasivo: constante, com alta intensidade e longa duração
dades de apoio que favorecem ou viabilizam a sua eficácia na educação (ou ao longo de toda a vida), envolvendo equipes e muitos
dos alunos com necessidades especiais. ambientes de atendimento. Indicado para alunos com deficiên-
cias mais agravantes ou múltiplas deficiências.
Pode-se definir apoio como recursos e estratégias que promovem o
interesse e as capacidades da pessoa, bem como oportunidades de acesso
a bens e serviços, informações e relações no ambiente em que vive. O
apoio tende a favorecer a autonomia, a produtividade, a integração e a AVALIAÇÃO E PROMOÇÃO
funcionalidade no ambiente escolar e comunitário. O processo avaliativo é de suma importância em todos os âmbitos
São elementos de apoio, dentre outros: do processo educacional para nortear as decisões pedagógicas e retroali-
mentá-las, exercendo um papel essencial nas adaptações curriculares.
• as pessoas: familiares, amigos, profissionais, colegas, monitores,
orientadores, professores (itinerantes, de sala de recursos, de apoio); Quando relacionado ao aluno, em face de suas necessidades espe-
• os recursos físicos, materiais e ambientais; ciais, o processo avaliativo deve focalizar:
• as atitudes, os valores, as crenças, os princípios; • os aspectos do desenvolvimento (biológico, intelectual, motor,
• as deliberações e decisões políticas, legais, administrativas; emocional, social, comunicação e linguagem);
• os recursos técnicos e tecnológicos; • o nível de competência curricular (capacidades do aluno em
• os programas e serviços de atendimento genéricos e especializa- relação aos conteúdos curriculares anteriores e a serem de-
dos. senvolvidos);
As decisões sobre apoio devem considerar: • o estilo de aprendizagem (motivação, capacidade de atenção,
interesses acadêmicos, estratégias próprias de aprendizagem,
• as áreas prioritárias a serem apoiadas;
tipos preferenciais de agrupamentos que facilitam a aprendi-
• a identificação dos tipos mais eficientes de apoio em função zagem e condições físico-ambientais mais favoráveis para
das áreas e aspectos definidos; aprender).
• as situações em que o apoio deve ser prestado: dentro ou fora Quando direcionado ao contexto educacional, o processo avaliativo
da sala de aula, em grupo ou individualmente, prévia ou poste- deve focalizar:
riormente às atividades de ensino-aprendizagem regulares;
• o contexto da aula (metodologias, organização, procedimentos
• as funções e tarefas dos diferentes profissionais envolvidos na didáticos, atuação do professor, relações interpessoais, indivi-
prestação do apoio, bem como os papéis de cada um nas si- dualização do ensino, condições físico-ambientais, flexibilidade
tuações de aprendizagem do aluno. curricular etc.);
Isso posto, os seguintes pressupostos devem ser considerados: • o contexto escolar (projeto pedagógico, funcionamento da
equipe docente e técnica, currículo, clima organizacional, ges-
• há diversas modalidades de apoio, sendo algumas mais váli- tão etc.).
das e adequadas para certos alunos e determinados contextos
de ensino e aprendizagem (dependem do tipo de necessida- Quando direcionado ao contexto familiar, o processo avaliativo deve
des especiais do aluno, das áreas curriculares focalizadas, das focalizar, dentre outros aspectos:
metodologias adotadas, da organização do processo de ensi-
• as atitudes e expectativas com relação ao aluno;
no-aprendizagem, das atitudes prevalescentes com relação ao
aluno etc.); • a participação na escola;
• as decisões sobre modalidades de apoio devem ser comparti- • o apoio propiciado ao aluno e à sua família;
lhadas pelas pessoas envolvidas no processo de ensino-
aprendizagem (consenso entre os educadores e profissionais • as condições socioeconômicas;
que atendem ao aluno, adoção de critérios comuns para o tra- • as possibilidades e pautas educacionais;
balho pedagógico e ação conjunta);
• a dinâmica familiar.
• as modalidades de apoio devem estar circunscritas ao projeto
pedagógico da escola (atender aos critérios gerais adotados Quanto à promoção dos alunos que apresentam necessidades es-
pela comunidade escolar, definição das funções do apoio, nú- peciais, o processo avaliativo deve seguir os critérios adotados para todos
mero de alunos a serem contemplados, tomadas de providên- os demais ou adotar adaptações, quando necessário.
cias etc.); Alguns aspectos precisam ser considerados para orientar a promo-
• as modalidades de apoio devem estar associadas ao número ção ou a retenção do aluno na série, etapa, ciclo (ou outros níveis):
e às características dos alunos, ao local e ao momento onde • a possibilidade do aluno ter acesso às situações escolares re-
será ministrado, bem como à sua duração e frequência (indivi- gulares e com menor necessidade de apoio especial;
dual ou grupal, grupos homogêneos ou mistos, dentro ou fora
da sala de aula, temporário ou permanente etc.). • a valorização de sua permanência com os colegas e grupos
que favoreçam o seu desenvolvimento, comunicação, autono-
Pode-se considerar, ainda, a intensidade do apoio a ser oferecido: mia e aprendizagem;

Fundamentos da Educação 127 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• a competência curricular, no que se refere à possibilidade de O papel de mediador exige postura compreensiva, diálogo, flexibili-
atingir os objetivos e atender aos critérios de avaliação previs- dade e delicada firmeza.
tos no currículo adaptado;
Salientamos também que cabe aos pais procurarem informações e
• o efeito emocional da promoção ou da retenção para o aluno e situações que acolham seus dúvidas e medos, permitindo uma aproxima-
sua família. ção saudável e equilibrada sobre a nova situação. Essa postura favorece
sensivelmente o apoio ao filho e a acomodação benéfica para todos, evi-
A decisão sobre a promoção deve envolver o mesmo grupo respon- tando desgastes e conflitos.
sável pela elaboração das adaptações curriculares do aluno.
AS MODALIDADES DE ENSINO
As adaptações curriculares são medidas pedagógicas adotadas em
diversos âmbitos: no nível do projeto pedagógico da escola, da sala de São alternativas de procedimentos didáticos específicos e adequa-
aula, das atividades e, somente quando absolutamente necessário, apli- dos às necessidades educacionais do educando portador de necessidades
cam-se ao aluno individualmente. Visam ao atendimento das dificuldades educacionais especiais que implicam espaços físicos, recursos humanos e
de aprendizagem e das necessidades especiais dos educandos e ao favo- materiais diferenciados.
recimento de sua escolarização. Consideram os critérios de competência
acadêmica dos alunos, tendo como referência o currículo regular e buscam INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO
maximizar as suas potencialidades, sem ignorar ou sublevar as limitações Embora ambas constituam formas de inserção do portador de ne-
que apresentam e suas necessidades especiais. cessidades educacionais especiais, a prática da integração vem dos anos
Essas medidas adaptativas focalizam a diversidade da população 60 e 70, e baseou-se no modelo médico/clinico da deficiência. Neste mode-
escolar e pressupõem que o tratamento diferenciado pode significar, para lo os educandos portadores de necessidades educacionais especiais
os alunos que necessitam, igualdade de oportunidades educacionais. precisavam modificar-se (habilitar-se, reabilitar-se, educar-se) para torna-
Desse modo, buscam promover maior eficácia educativa, na perspectiva da rem-se aptos a satisfazerem os padrões aceitos no meio social, familiar,
escola para todos. escolar, profissional, recreativo, ambiental.

A atual situação em que se encontram os sistemas educacionais re- A prática da inclusão vem da década de 80, porém consolidada nos
vela dificuldades para atender às necessidades especiais dos alunos na anos 90, segue o modelo social da deficiência, segundo o qual a nossa
escola regular, principalmente dos que apresentam superdotação, deficiên- tarefa consiste em modificar a sociedade (escolas, empresas, programas,
cias ou condutas típicas de síndromes, que podem vir a necessitar de apoio serviços, ambientes físicos, etc) para torná-la capaz de acolher todas as
para a sua educação. A flexibilidade e a dinamicidade do currículo regular pessoas que apresente alguma diversidade, portanto estamos falando de
podem não ser suficientes para superar as restrições do sistema educacio- uma sociedade de direitos para todos.
nal ou compensar as limitações reais desses alunos. Desse modo e nas PRINCIPAIS RESISTÊNCIAS PARA A INCLUSÃO
atuais circunstâncias, entende-se que as adaptações curriculares fazem-se,
ainda, necessárias. Tanto no âmbito escolar, profissional, familiar como em outros seto-
res, as principais resistências têm como origem o preconceito, a falta de
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS PARA A informação e intolerância a modelos mais flexíveis.
CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA
O medo do novo, do desconhecido nos educadores tem origem na
Na Escola Inclusiva o processo educativo deve ser entendido como formação acadêmica a qual não os habilitou para o trabalho com a diversi-
um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades dade, nem tão pouco o engenheiro que projetou um prédio sem rampas, e
especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o demais profissões que não preverão uma sociedade para todos.
mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da
criança portadora de deficiência na comunidade. Durante muito tempo a Educação Especial funcionou com um siste-
ma paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação e
Uma Escola Inclusiva deve ser uma escola líder em relação às de- ela mesmo foi criando um mito de que é muito difícil trabalhar com o edu-
mais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional. cando portador de necessidades educacionais especiais. Sabemos que não
O seu objetivo principal é fazer com que a escola atue através de to- é fácil, mas não exige nenhuma “hiper estrutura” nem nenhum “super
dos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela educador”.
fazem parte. Através de ações de sensibilização da sociedade, convivência na di-
O primeiro passo para a inclusão é a socialização da informação, versidade humana, dentro das escolas, das empresas e dentro de políticas
pesquisando textos, livros, sites reconhecidos, escrito por técnicos, pesqui- públicas são os eixos fundamentais para alicerçar o processo da inclusão.
sadores e educadores sobre o assunto. O mais importante é verificar as O mais importante é socializar as informações sobre os modelos de
experiências bem sucedidas, adapta-las e generaliza-las para nossa reali- inclusão para que as teorias se aproximem revelando verdadeiramente a
dade educacional. realidade.
Os sentimentos de insegurança e ansiedade têm origem no medo do Os preconceitos em relação à inclusão poderão ser eliminados ou,
desconhecido, geralmente o pensamento é preenchido por ideias, fantasi- pelo menos, reduzidos por meio das ações de sensibilização da sociedade
as, expectativas frente à situação nova que deverá ser enfrentada, via de e, em seguida mediante a convivência na diversidade humana dentro das
regra sentida como ameaçadora e perigosa. escolas inclusivas, das empresas inclusivas, dos programas de lazer inclu-
Os pais, os educandos, os educadores e pessoas em geral costu- sivo. Resultados já existem que comprovem a eficácia da educação inclusi-
mam sentir isto em situações que requerem novas adaptações e modifica- va em melhorar os seguintes aspectos: comportamento da escola, no lar e
ções da forma de pensar sobre a questão ou fato. na comunidade; resultados educacionais senso de cidadania, respeito
mútuo, valorização das diferenças individuais e aceitação das contribuições
Quanto mais seguro e calmo o educador estiver frente a qualquer pequenas e grandes de todas as pessoas envolvidas no processo de
que seja a situação, a ansiedade dos pais, do educando se dissolverá com ensino-aprendizagem, dentro e fora das escolas inclusivas.
facilidade. Para isso o educador deve se sentir respaldado, informado e
sensível, evitando posturas radicais, imposições, descasos, resistências, O desenvolvimento da consciência de cidadania não pode restringir-
etc. O modelo de comportamento do educador influenciará decisivamente o se à questão de direitos e deveres das pessoas em geral, mas deve abran-
comportamento dos pais e dos educandos. ger as questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela socie-
dade. A escola, enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e
É sempre bom lembrar que cabe ao papel do educador ser o media- idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de
dor da situação, nunca ser o ditador (achando que sabe o que é melhor formação de cidadãos. Mais do que isso, a escola precisa oferecer oportu-
para o educando) ou ser um juiz (julgando os comportamentos de forma nidades de desenvolvimento de comportamento e atitudes baseados na
moral, quer seja dos pais ou do educando). diversidade humana e nas diferenças individuais dos seus alunos.

Fundamentos da Educação 128 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Quando os educandos dos mais diferentes estilos estudam juntos, explorados assuntos de interesse geral, algum tema que os pais gostariam
podem se beneficiar com os estímulos e modelos comportamentais uns de saber: sexualidade, atualidade, televisão, etc... O professor deve ter uma
com os outros. O ser humano necessita passar por esse tipo de experiência postura de valorização dos pais e do trabalho em conjunto.
para se desenvolver integralmente.
É útil transformar as reuniões em um lugar mais aconchegante e in-
A convivência na diversidade humana pode enriquecer nossa exis- formal, organizando a reunião com chá, café e bolachas, refrigerantes ou
tência desenvolvendo, em variados graus, os diversos tipos de inteligência sucos, com pautas mais criativas e animadas, como por exemplo: dinâmica
que cada um de nós possui. O fato de cada pessoa interagir com tantas de grupo, jogos, pequena palestra, trocas de receitas, etc...
outras pessoas, todas diferentes entre si em termos de atributos pessoais,
necessidades, potencialidades, habilidades, etc. é a base do desenvolvi- A proposta de Projetos Pedagógicos não é nova, vem dos modelos
mento de todos para uma vida mais saudável, rica e feliz. de Decroly Dewey, Carl Rogers, outros pesquisadores e psicólogos educa-
cionais (ex.:centros de interesses, salas ambientes, técnicas diretivas de
O conceito de “Q.I” – quociente de inteligência partia do pressuposto aprendizagem, etc...), baseando-se no interesse do aluno. O trabalho com
de que o ser humano possuía dois tipos de inteligência a lógica e a verbal. projetos favorece motivação, permite a facilidade em subdividir a classe em
Mas a partir de outras descobertas constataram que o ser humano possui grupos, mudar de estratégia usando um tema central.
várias habilidades cognitivas(teoria das inteligências múltiplas - Howard
Gardner): inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal , inteligência O aluno incluso faz parte da escola como os demais, desta forma
lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, deverá ser recebido com carinho, informação de todos os elementos que
inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, pictórica e compõem a unidade escolar, dissolvendo os medos, as resistências e os
existencial. preconceitos.

Consideramos o termo “inteligência emocional” (teoria da inteligência O educador da classe regular que recebe um educando portador de
emocional – Daniel Goleman) como sendo as habilidades humanas essen- necessidades educacionais especiais deve preparar os demais educandos
ciais como: empatia, sociabilidade, cooperação, autocontrole, capacidade para a inclusão, seguindo o mesmo procedimento de quando vamos rece-
de lidar com os afetos, e outras. Estão ligadas a inteligência intrapessoal e ber alguém em nossa casa: avisamos dos hábitos, da rotina, de oferecer
interpessoal. A importância da inteligência emocional para nossa vida está ajuda para que a pessoa sinta-se bem, etc... Portanto a classe deverá ser
no fato de que as emoções estão diretamente ligadas nas habilidades informada de maneira a discutirem o assunto. As crianças em geral não
cognitivas, podendo interferir de forma negativa ou positiva, estimulando ou possuem preconceitos pré-estabelecidos ou rígidos. Caso o aluno incluso
inibindo os tipos de inteligência. use cadeiras de rodas, bengala, ou algum outro tipo de apoio, permita que
os alunos “experimentem”, questionem, isto facilitará o processo de aproxi-
mação tanto do aluno incluso que também vai temeroso como do grupo
classe que está “curioso” e cheio de expectativas.
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
Lembrar sempre que o aluno incluso aprenderá como todos, mas
No país inteiro vem acontecendo uma série de discussões a respeito precisará as vezes de adaptações e ajuda dos demais.
do que seria a Inclusão e o Sistema de Ensino tentando se adaptar a essa
nova realidade. O educando com necessidades educacionais especiais para ser in-
cluido no sistema regular precisa ser avaliado por quem? pelo educador?
A educação inclusiva embora tenha sido bandeira da educação es- psicólogo? médico?
pecial, não implica somente em incluir o portador deficiência no sistema
regular de ensino. Diz respeito a um sistema educacional que dê respostas É uma questão que envolve todos as pessoas que atende o aluno.
educacionais com qualidade ao conjunto das pessoas. Começando pelo próprio aluno, pais, e demais profissionais envolvidos. É
um trabalho de equipe. Quando não for possível é importante que o profes-
A inclusão é processo e portanto, precisa de tempo, de ações contí- sor de Educação Especial e o professor do ensino regular se conheçam,
nuas sendo realizada a longo prazo. troquem ideias, relatórios, experiências, em relação do porque da inclusão,
A preparação e capacitação dos educadores deverá ser através de como está o aluno, os benefícios, riscos,... Os pais são elementos que
ações de políticas públicas, políticas educacionais, organizações de grupos deverão estar participando disto tudo e precisam de apoio, informações
de pessoas, ser de responsabilidade de cada cidadão. Procurar ir se atuali- claras para assumirem a opção.
zando, aproximando-se desta realidade que é um fato mundial, visto que Os educandos com necessidades educacionais especiais devem
não será só na escola que isto está acontecendo como se fosse algo à frequentar outros atendimentos além da escola?
parte, precisamos mudar este olhar ingênuo. Precisamos modificar nossos
valores para incluir esses seres humanos, na nossa vida social, no nosso Depende. Cada caso é um caso, precisamos avaliar a real necessi-
cotidiano. dade de outros tipos de atendimentos para possíveis encaminhamentos
como: psicológico, fonoaudiológico, neurológico, terapia ocupacional, etc...
Infelizmente as classes numerosas no sistema educacionais públicos
são um fato. Sem dúvida as classes preferencialmente com menor número No sistema de inclusão os educandos com necessidades educacio-
de alunos contribuem para facilitar a inclusão. O que mais interfere na ação nais especiais não estarão mais sujeitos à preconceitos e discriminações?
pedagógica do educador é a sensação de desamparo/despreparo não ter
recursos suficientes para acolher o educando com necessidades educacio- Não. Se o ambiente de inclusão escolar respeitar as diferenças e as
nais especiais, sendo que em muitos casos já vinha se sentindo impotente pessoas envolvidas estiverem informadas o preconceito se dissolve. Do
para atender seus educandos regulares. contrário encontraremos muitas dificuldades, e esta inclusão pode ser mal
sucedida.
O material específico para alunos inclusos é voltado mais para os
portadores de deficiência visual, onde a partir deste ano receberão atendi- As informações para os pais sobre os alunos com necessidades es-
mento através de sala de recursos. As vezes algumas deficiências, reque- peciais deverão seguir do mesmo jeito, através das Reuniões de Pais e
rem procedimentos pedagógicos diferenciados, e os professores precisarão Mestres , através do professor apoiado com o professor de Educação
de apoio técnico e ajuda, na medida que forem aparecendo as dificuldades. Especial, quando for possível. Se os pais estão muito inseguros, deverão
receber apoio de orientação, ou participarem de grupos de pais..
A assiduidade dos pais as Reuniões dos seus filhos está ligada ao
interesse para com o desenvolvimento educacional das crianças bem com A Inclusão é um processo relativamente novo, e que ainda causa
a receptividade do professor em conquistá-los. Por motivos diversos, como muitos medos e resistências entre os pais, educadores e educandos. A
por exemplo, o trabalho, ou o fato do filho ir bem ou mal, muitos pais não família que apresenta extrema resistência, acreditamos que devemos
comparecem as reuniões, sendo uma forma de alimentarem e justificarem respeitar sua opção.
sua ausência. O educador sempre que tiver oportunidade deve procurar Cabe a nós orientá-los levantando os aspectos positivos e negativos
conversar com estes pais ressaltando os aspectos positivos destes encon- da inclusão, permitindo que os pais se responsabilizem pelo processo. A
tros. As Reuniões de Pais e Mestres são momentos aonde deverão ser Inclusão nunca poderá ser de maneira impositiva porque cairíamos nos

Fundamentos da Educação 129 A Opção Certa Para a Sua Realização


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modelos de tirania desrespeitando o momento de cada um. Salvo exceções Cabe a cada município, desenvolver projetos e atendimentos para a
aonde observamos prejuízos na criança ou adolescente poderemos nos profissionalização dos educandos com necessidades educacionais especi-
fundamentar segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente que a situa- ais que venham de encontro a sua demanda: orientação vocacional, ativi-
ção que os pais escolherem não é adequada ou trás prejuízos para o dades que promovam uma independência, locomoção, atividades laborati-
educando. vas ocupacionais, e outras.
Segundo a legislação vigente, prevê que é facultativo (opcional) os O Paradigma da Inclusão no sistema social e educativo, exige a cri-
pais matricularem seus filhos portadores de necessidades educacionais ação dos serviços na área da Psicologia Social: a orientação vocacional e o
especiais em Educação Especial. O ingresso no Ensino Especial deverá ser atendimento a família. Estas modalidades de atendimento poderão contri-
discutido com os pais e com a criança, na oportunidade deverão ser infor- buir decisivamente para a concretização da igualdade de oportunidades,
mados e esclarecidos da real necessidade desta modalidade educacional. para a promoção do sucesso educativo e para a aproximação entre a
família, a escola e o mundo de atividades profissionais, melhorando a rede
Há necessidade do professor de ensino regular receber orientação e de relações recíprocas indispensáveis ao desenvolvimento pessoal, inter-
capacitação continua, do contrário não lograremos sucesso, pelo contrário, pessoal e comunitário no contexto nacional.
geraremos, sofrimento, humilhação, falta de compreensão, impotência,
rejeições, fortalecimento de preconceitos, etc.... SISTEMA ESCOLAR INCLUSIVO
O educando que sai da classe especial está preparado para a inclu- “As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema
são na classe regular e se deparar com conteúdos de sexo, drogas, violên- educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é
cia, etc...? estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma mu-
dança na perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os
Depende de cada caso, de que informações a criança ou adolescen- alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: profes-
te com necessidades educacionais recebeu em casa, dos pais, na escola, sores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na
em sua vida social, no contato com os meios de comunicação (televisão, corrente educativa geral.”(MANTOAN,1997,p.121)
rádio, revistas, jornais, internet, etc). Compreendemos que em geral as
pessoas apresentem resistências para falarem sobre estes temas que O desenvolvimento das escolas inclusivas, capazes de sustentar re-
fazem parte do nosso cotidiano, portanto não é pertinente de uma modali- cursos educativos com sucesso para todos os alunos, passa necessaria-
dade de ensino ou outra, é uma questão de consciência de mundo que mente pela definição de uma ação educativa diferenciada dos mais varia-
deverá ser encarada como qualquer outro conteúdo que faça parte da vida. dos contextos. E para que uma gestão seja diferenciada, com ações peda-
A maneira e a forma de comunicação utilizada para esclarecer estes temas gógicas inclusivas é preciso que a escola estabeleça uma filosofia baseada
será o diferencial. nos princípios democráticos e igualitários de inclusão, de inserção e a
provisão de uma educação de qualidade para todos os alunos.
A proposta educacional atual indica que o professor não é mais um
“transmissor do conhecimento”, mas sim “construtor”. Sendo assim, seu Para uma escola ser Inclusiva significa primeiramente, acreditar no
planejamento deverá respeitar e se adequar a individualidade dos seus princípio de que todas as crianças podem aprender e o diretor deverá
alunos, modificando algumas atividades e estratégias de ensino. Para isso proporcionar a todas as crianças acesso igualitário a um currículo básico,
precisa de apoio, tempo destinado a isto, capacitação, desejo de mudança. rico e uma instrução de qualidade. Seguem-se algumas estratégias para
inclusão no cotidiano escolar:
Como os educandos com necessidades educacionais especiais se-
rão avaliados nas classes regulares 1. Promover objetivando práticas mais cooperativas e menos compe-
titivas nas sala de aulas e na escola;
Da mesma forma que os demais alunos, mas as estratégias de ava-
liação, os critérios deverão ser adequados. Do contrário retornaremos a 2. Estabelecer rotinas na sala de aula e na escola em que todos re-
outra forma de exclusão, fracasso escolar e inadequação. cebam apoio necessário para participarem de forma igual e plena;
A terminalidade 3. Garantir que toda as atividades da sala de aula tenham acomoda-
ções e a participação de todos ativamente, inclusive daqueles que apresen-
A terminalidade específica para aqueles educandos com necessida- tam necessidades educacionais especiais;
des educacionais especiais, que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e acele- 4. Infundir valores positivos no sistema escolar de respeito, solidari-
ração para concluir em menor tempo o programa escolar para superdota- edade, cooperação etc.
dos, prevista na L.D.B. 9394/96 no Art.
5. É preciso desenvolver rede de apoio, sendo um grupo de pessoas
O art. 59, inciso IV, da Lei Federal nº 9.394/96, e o art. 28, do Decre- que reúnem-se para debater, podendo ser constituída por alunos, diretores,
to nº 3.298/99, asseguram o acesso à educação especial para o trabalho, pais, professores, psicólogos, terapeutas e supervisores para resolverem
tanto em instituição pública quanto privada, que lhe proporcione efetiva problemas, trocarem ideias, métodos, técnicas e atividades, com a finalida-
integração na vida em sociedade. Nesse caso, as instituições são obriga- de de ajudar não somente aos alunos, mas aos professores para que
das a oferecer cursos de formação profissional de nível básico, condicio- possam ser bem sucedidos em seus papéis.;
nando a matrícula do portador de deficiência à sua capacidade de aprovei-
tamento e não ao seu nível de escolaridade. Ainda deverão oferecer servi- 6. Desenvolver uma assistência técnica organizada e contínua que
ços de apoio especializado para atender às peculiaridades da pessoa deve incluir:
portadora de deficiência, como adaptação de material pedagógico, equipa- • os funcionários especializados para atuarem como consultores
mento e currículo; capacitação de professores, instrutores e profissionais e facilitadores;
especializados; adequação dos recursos físicos, como eliminação de barrei-
ras ambientais. • Uma biblioteca prontamente acessível com materiais atualiza-
dos, recursos em vídeo e áudio que enfoquem a reforma da
No âmbito estadual, há a Lei nº 11.944/95, que estabelece critérios escola e as práticas educativas inclusivas;
para a implantação de centros profissionalizantes previstos no art. 224 da
Constituição Estadual. Em seu art. 1º, determina que os centros profissiona- • Um plano abrangente, condizente e contínuo de formação em
lizantes para treinamento, habilitação e reabilitação profissional do portador serviço;
de deficiência e do acidentado no trabalho, previstos no art. 224, IV, da • Oportunidades para educadores que apóiam os alunos a reu-
Constituição do Estado, deverão ser instituídos de acordo com as deman- nirem-se para tratarem de questões comuns e assim ajuda-
das regionais e locais e desenvolverão: programas de estágio ou outra rem-se mutuamente no desenvolvimento criativo de novas
forma de treinamento remunerado para os portadores de deficiência e para formas de aprendizagens;
os acidentados no trabalho em processo de aprendizagem; inserção de
seus formandos no mercado de trabalho; acompanhamento de seus egres- • Oportunidades para os professores aumentarem e aperfeiçoa-
sos durante o período de adaptação profissional. rem suas habilidades, observando, conversando e moldando

Fundamentos da Educação 130 A Opção Certa Para a Sua Realização


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suas práticas com colegas com mais experiência no apoio aos nova concepção na forma de entender a educação e integração dessas
alunos no regular; pessoas.
• Oportunidades para educadores novos em práticas inclusivas Mas, o mero fato de constar em Lei, não significará muito se as
de visitarem outras escolas e distritos, que tenham experiên- ações ensejadas para a inclusão das pessoas com necessidades especiais
cias e implementação novas na educação inclusiva em conjun- não sejam planejadas e estruturadas de modo que elas tenham seus direi-
to com esforços de reformas da escola. tos plenamente respeitados.
7. Os educadores devem desenvolver a dimensão da flexibilidade É urgente que pesquisadores e educadores concentrem esforços para
para responderem aos desafios de apoiarem os alunos com dificuldades discutir e pesquisar essa temática, em todos os níveis e modalidades de
para aprender na participação das atividades da escola, com o compromis- ensino.
so de fazer o ensino inclusivo acontecer, com espontaneidade e a coragem
de assumirem os riscos, trabalhando em equipes, desenvolvendo novas
habilidades e promovendo uma educação de qualidade a todos os alunos;
GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO.
8. Examinar e adotar várias abordagens de ensino, para trabalhar
com alunos com diferentes níveis de desempenho, reavaliando as práticas
e determinando as melhores maneiras possíveis de promover a aprendiza- • PARO, Vitor. Henrique. Gestão Escolar,
gem ativa para os resultados educacionais desejáveis; Democracia e Qualidade do Ensino. São Paulo: ATICA, 2007.

9. Comemorar os sucessos e aprender com os desafios, sendo im- A pergunta inicial levantada por Paro “Existe escola verdadeiramente
portante que os sistemas escolares cultivem a capacidade dos membros do pública no Brasil?”, nos remete a questões como: gestão democrática,
seu pessoal de pensar criativamente, pois assim respondem aos desafios qualidade de ensino, reais necessidades por parte da população,
que inevitavelmente surgem quando as novas oportunidades de aprendiza- dificuldades de implantação, cultura autoritária do ensino, entre outros.
gem e desenvolvimento apresentam-se; “Entendida a educação como apropriação da cultura humana
10. Os educadores estarem dispostos a romperem paradigmas e produzida historicamente e a escola com instituição que provê a educação
manterem-se em constante mudanças educacionais progressivas criando sistematizada, sobressai à importância das medidas visando à realização
escolas inclusivas e com qualidades. eficiente dos objetivos da instituição escolar, em especial a escola pública
básica, voltada ao atendimento das camadas trabalhadoras. Tais objetivos
O sistema escolar para construir uma comunidade escolar inclusiva têm a ver com a própria construção da humanidade do educando, na
é preciso o planejamento e o desenvolvimento do currículo que conduza medida em que é pela educação que o ser humano atualiza-se enquanto
aos resultados esperados pelo Estado e pelos setores educacionais. Prepa- sujeito histórico, em termos do saber produzido pelo homem em sua
rar equipe para trabalhar de maneira cooperativa e compartilhar conheci- progressiva diferenciação do restante da natureza.” (PARO, Vitor H. Gestão
mentos para melhorias para um progresso contínuo. Investimento em democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998; p.7)
tecnologia para dar apoio, servindo como um importante dispositivo da Portanto, a mera aplicação de técnicas e métodos não é a finalidade
comunicação para conectar a escola à comunidade e o ensino dos resulta- da educação e a administração escolar requer “permanente impregnação
dos esperados, além de grupos de professores atuando como planejadores, de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los”. (PARO, Vitor H. Gestão
instrutores e avaliadores de programas que conduzam a uma ação peda- democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998; p.7)
gógica inclusiva.
A utopia da gestão escolar democrática
A realização das ações pedagógicas inclusivas requer uma percep- Quando se fala em gestão democrática da escola pública, acaba-se
ção do sistema escolar como um todo unificado, em vez de estruturas considerando uma grande utopia. A palavra utopia quer dizer: O lugar que
paralelas, separadas como uma para alunos regulares e outra para alunos não existe. Não quer dizer que não possa vir a existir.
com deficiência ou necessidades especiais. Os comportamentos inclusivos Ao mesmo tempo em que não existe, a gestão democrática se coloca
dentro da escola requerem comprometimento e ações inclusivas, por isso como “algo de valor, algo desejável do ponto de vista da solução dos
partiremos para uma breve reflexão sobre essas práticas: problemas da escola”. (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola
• A escola parte da premissa de que cada aluno tem o direito a Pública. São Paulo, Ática, 1998; p.9)
frequentar à sala de aula independente de sua deficiência; A figura do diretor, considerada como autoridade máxima no interior
da escola se configura contraditoriamente, pois se por um lado sua posição
• Está plenamente comprometida em desenvolver uma comuni- supostamente remete ao poder e autonomia, por outro existem amarras
dade que se preocupe em fomentar o respeito mútuo e o apoio que o prendem em virtude da Lei e da Ordem da escola.
em equipe escolar, os pai e os alunos; De acordo com Paro, “Essa impotência e falta de autonomia do diretor
• A diretoria cria um ambiente de trabalho no qual os professo- sintetizam a impotência e falta de autonomia da própria escola [...]” E
res são apoiados; completa: “Significa que conferir autonomia à escola deve consistir em
conferir poder e condições concretas para que ela alcance objetivos
• Os alunos com necessidades educacionais especiais são es- educacionais articulados com os interesses das camadas trabalhadoras. E
timulados a participarem plenamente da escola, inclusive das isso não acontecerá jamais por concessão espontânea dos grupos no
atividades extracurriculares; poder. Essa autonomia, esse poder, só se dará como conquista das
camadas trabalhadoras. Por isso, é preciso, com elas, buscar a
• Está preparada para modificar os sistemas de apoio para os
reorganização da autoridade no interior da escola.” (PARO, Vitor H. Gestão
alunos à medida que as suas necessidades mudem;
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p. 11
• Considera os pais uma parte plena da comunidade escolar, Assim, o diretor não deve “perder o seu poder”, e sim dividir a
aceitando sugestões e a sua participação; responsabilidade.
Segundo Paro: “Na medida em que se conseguir a participação de
• Proporciona aos alunos com necessidades educacionais es- todos os setores da escola – educadores, alunos, funcionários e pais – nas
peciais um currículo escolar pleno e flexível sujeito a mudan- decisões sobre os objetivos e seu funcionamento, haverá melhores
ças caso seja necessário. condições para pressionar os escalões superiores a dotar a escola de
Como vimos, a partir da década de 90 as discussões referentes a autonomia e recursos” PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola
educação das pessoas com necessidades especiais começaram a adquirir Pública. São Paulo, Ática, 1998p. 12
alguma consistência, face às políticas anteriores de caracterizadas pela Portanto, a ideia que Paro nos trás é de que a escola busque
descontinuidade e dimensão secundária. A nova LDB 9.394/96 em seu organiza-se democraticamente com vistas a objetivos transformadores,
capítulo V coloca que a educação dos portadores de necessidades especi- constituindo um núcleo de pressão que exija o atendimento e os direitos
ais deve se dar de preferência na rede regular de ensino, o que traz uma das camadas trabalhadoras, mas não um núcleo isolado, sem ligação com
os outros, com associações educativas mais amplas e outras entidades da

Fundamentos da Educação 131 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sociedade civil. Reivindicar sem esquecer que o autoritarismo assume na sociedade [...]” (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública.
variadas formas, assim como quando o Estado deixa de prover a escola de São Paulo, Ática, 1998; p.20-21)
recursos necessários à realização de seus objetivos. Por exemplo, quando um professor entra em greve, reivindicando um
E dessa forma, não basta que os pais sejam convidados formalmente salário mais justo, ele está defendendo seu direito de trabalhador e lutando
a participar se não há condições para que sua participação ocorra pelos próprios interesses. Um professor desestimulado, sem nenhum
efetivamente. A sugestão colocada por Paro é que haja uma forma de assessoramento pedagógico, com deficiente formação profissional e com
liberação do trabalhador com filho em idade escolar de um determinado um baixo nível de vida não poderá proporcionar uma boa educação, e
número de horas de trabalho, sem prejuízo de seus vencimentos. assim, negar o exercício de seu direito com o argumento de que ele deve
Paro coloca ainda que: “Mas se a transformação da autoridade o seu pensar primeiro no interesse da população que não pode ficar sem escola,
funcionamento no interior da escola for entendida como uma quimera, se a é de certa maneira ir contra a um interesse coletivo.
participação efetiva das camadas trabalhadoras nos destinos da educação A respeito do cargo do diretor na escola, Paro coloca que: “Quando
escolar for uma utopia no sentido apenas de um sonho irrealizável, e não um cargo de maior autoridade na escola depende quase exclusivamente de
no sentido que demos a palavra no início, então de nada adianta um concurso, cuja função principal é aferir a competência administrativa do
continuarmos falando de escola como algo que possa contribuir para a candidato sem qualquer vinculação mais direta com os interesses dos
transformação social e, definitivamente, devemos deixar cair a máscara e usuários da escola, essa hipertrofia do técnico acaba por escamotear a
as ilusões com relação à escola que aí está e partir para outras soluções, natureza essencialmente política do problema do ensino público entre nós
ou então cruzar os braços e esperar passivamente que os grupos [...]”PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo,
dominantes, por meio de suas “reformas” e “acomodações” de interesses, Ática, 1998 p. 23 Além disso, o “prêmio” concedido ao diretor acaba se
continuem nos fazendo engolir as soluções paliativas que os mantêm revelando um “presente de grego”, pois “coloca o diretor como ‘culpado
perenemente no poder.” PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola primeiro’ pela ineficiência e mau funcionamento da escola, bem como pela
Pública. São Paulo, Ática, 1998 p.14 centralização das decisões que aí se dão [...]”PARO, Vitor H. Gestão
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p.24 E ainda: [...]
Participação da comunidade na gestão democrática da escola pública uma real consciência crítica da situação por parte dos diretores deveria
O termo “gestão democrática da escola”, implícita necessariamente a fazê-los rebelar-se contra essa migalha de poder, lutando por um efetivo
participação da sociedade, apesar de parecer tautológico, muitas vezes a poder para a escola, que seja aí distribuído entre todos os seus agentes e
administração da unidade escolar não inclui a comunidade, “parece faltar usuários.
ainda uma maior precisão do conceito participação”. Participação nas Existe uma alegação entre diretores e professores de que a
decisões? Na execução? comunidade não participa da escola simplesmente porque não tem
Segundo Paro: “[...] para a participação propriamente dita, que é a interesse de participar. Pesquisas vêem estudando o caso e tendem
partilha do poder, a participação nas tomadas de decisões. É importante ter desmentir tal afirmação. Sabemos que quase não existe estímulo para que
presente sempre este aspecto para que não se tome a participação na a comunidade participe, e ainda a própria estrutura de trabalho da
execução como fim em si mesmo, quer como sucedâneo da participação população serve como um grande obstáculo.
nas decisões, quer como maneira de escamotear a ausência dessa ultima Levando tudo isso em consideração, Vitor Henrique Paro, formula o
no processo.” PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São seguinte questionamento: “Se a escola não participa da comunidade, por
Paulo, Ática, 1998p. 16 que irá a comunidade participar da escola?” Existe uma explicita falta de
Coloca ainda que: “No caso da escola mantida pelo Estado, somente o aproximação por ambas as partes e portanto “A falta dessa aproximação,
costume generalizado nos leva a chamá-la de pública, já que esta palavra dessa postura de ouvir o outro, parece explicitar em grande parte o
constitui apenas um eufemismo para o termo ‘estatal’, ou a expressão de fracasso de iniciativas paternalistas de gestão colegiada e de participação
uma intenção cada vez mais difícil de se ver concretizada. A escola estatal que, por mais bem-intencionadas que sejam, procuram agir em ‘nome da
só será verdadeiramente pública no momento em que a população comunidade’, sem antes ouvir as pessoas e os grupos pretensamente
escolarizável tiver acesso geral e diferenciado a uma boa educação favorecidos com o processo e sem dar-lhes acesso ao questionamento da
escolar. E isso só se garante pelo controle democrático da escola própria forma de ‘participação’.” PARO, Vitor H. Gestão democrática da
[...]”PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p. 27
Ática, 1998 p. 17
Assim, a democratização se faz através da prática, e só se efetiva por - A natureza do trabalho pedagógico
atos e relações que se dão no nível da realidade concreta. Considera-se, assim como Marx, o trabalho humano como “uma
De acordo com Paro, algumas pessoas, de uma forma ou de outra, se atividade adequada a um fim”. É o trabalho que o identifica e o diferencia do
convencem da importância da democracia, no entanto, ao depararem com restante da natureza. “O homem é ao mesmo tempo (domínio da
as dificuldades da prática passam a tomar atitudes cada vez mais distantes necessidade) e negação da natureza (domínio da liberdade). Essa
do discurso democrático. E aponta: “Há pessoas trabalhando na escola, transcendência do meramente natural que o faz um ser histórico o homem
especialmente em postos de direção, que se dizem democratas apenas consegue pelo trabalho [...]”
porque são ‘liberais’ com alunos, professores, funcionários ou pais, porque
lhes ‘dão abertura’ ou ‘permitem’ que tomem parte desta ou daquela Além de objeto de trabalho e instrumentos de produção, também
decisão. [...]” Para uma verdadeira democratização; “[...] precisamos chamados, em seu conjunto, de meios de produção, o processo de trabalho
superar a atual situação que faz a democracia depender de concessões e exige a presença da energia do próprio homem, denominada força de
criar mecanismos que construam um processo inerentemente democrático trabalho”. (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São
na escola. Embora não seja uma tarefa fácil, parece-me que o primeiro Paulo, Ática, 1998; p.30)
passo na direção de concretizá-la deve consistir na busca de um De acordo com Marx, existem dois tipos de trabalho não-material. Um
conhecimento crítico da realidade, procurando identificar os determinantes que apesar da essência não material, ganha corpo para entrar no mercado
da situação tal como ela hoje se apresenta” PARO, Vitor H. Gestão capitalista, (um livro, por exemplo), o outro trabalho não-material a
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p.19 produção e o consumo se dão simultaneamente, (o trabalhador no teatro,
Os determinantes econômicos, sociais, políticos e culturais agem em do palhaço no circo e do professor na sala de aula).
favor de determinadas tendências. A escola é composta por múltiplos Considerada como um produto do processo de educação escolar, a
interesses, entretanto, existe uma “certa concepção ingênua que toma a aula enquanto mercadoria que se paga no ensino privado. É também a aula
escola como uma grande família, onde todos se amam e, bastando um que se como serviço prestado pela escola (pública ou privada) e que se
pouco de vontade e sacrifício, conseguem viver harmoniosamente, sem avalia como boa ou ruim.
conflitos. [...]” p.20 Entretanto, devemos “[...] considerar mais seriamente os Gramsci no revela que o produto de tal processo é mais complexo do
interesses contraditórios presentes nas relações que se dão no espaço que o suposto por Saviani – que se baseia em Marx para advogar uma
escolar; mas não para lamentar sua ocorrência ou encara-los de forma especificidade da educação escolar que estaria fundada na não separação
moralista, como se fosse pecado ou crime as pessoas se ocuparem e se entre produção e subordinação real do trabalho ao capital no processo de
preocuparem com os aspectos que deixem respeito a sua própria existência produção pedagógico – assim, a educação entendida como a apropriação
de um saber historicamente produzido e a escola como uma das instâncias

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que provêm á educação, a consideração de seu produto não pode Com tantas dificuldades, parece evidente que se deixe de lado a
restringir-se ao ato de aprender, pois o educando não se apresenta apenas preocupação com medidas que tendam a criar uma dinâmica interna de
como consumidor, considera-se que o educando que “sai” do processo é participação e cooperação.
diferente daquele que entrou. (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Muitas vezes as dificuldades materiais como a falta de espaço para
Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p.32 –33) reuniões torna-se desculpa para nada se fazer na escola, no entanto,
Considerar a aula como um produto vendável – mercadoria – além de também podem ser encaradas como um grande motivo para a sua
refletir uma concepção “tradicional” e “bancária” tende a conceber todas as superação.
relações da sociedade como sendo de compra e venda. (PARO, Vitor H. Segundo Paro, o caráter hierárquico da distribuição da autoridade é
Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p.33) um condicionante institucional que desfavorece o envolvimento democrático
De acordo com Paro: “No processo de produção material a e participativo. Por exemplo, o comando “vitalício do diretor” que é
subordinação real do trabalho ao capital se deu na forma da transformação promovido por concurso encobre o caráter político de sua função, dando
do processo de trabalho de acordo com os interesses da produção foro de neutralidade a sua função. E ainda. a associação de Pais e Mestres
capitalista [...]” E ainda: “Na escola pública, o empregador é o Estado. Este que deveria propiciar participação parece não estar servindo
não aplica na educação para auferir lucro; o dinheiro gasto no pagamento satisfatoriamente a essa função em parte por seu caráter formalista e
dos professores não é empregado como capital, já que este não se objetiva burocratizado.
na produção da mais valia. O trabalho do professor da escola pública é, Paro coloca que: “Diante de tudo isso, e tendo em conta que a
pois, considerado trabalho não produtivo” [...] (PARO, Vitor H. Gestão participação democrática não se dá espontaneamente, sendo antes um
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p. 34 - 35) processo histórico de construção coletiva, coloca-se a necessidade de se
preverem mecanismos institucionais que não apenas viabilizem, mas
Dessa forma, força de pressão que os professores do ensino público também incentivem práticas participativas dentro da escola pública”.
têm em relação aos mecanismos de luta de seus direitos – a greve, por (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática,
exemplo – é muito menor do que no ensino privado, pois nesta última existe 1998; p.46)
o fator prejuízo monetário. Deve-se considerar que as relações no interior da escola não tendem
Por fim, Paro coloca que: “O professor, entretanto, pela natureza do a ocorrer de forma harmoniosa e sem conflitos. É exatamente quando
trabalho que exerce e pelos fins a que serve a educação, precisa avançar existe um processo de democratização mais intensivo que se pode esperar
mais, atingindo um nível de consciência e de prática política que uma maior explicitação desses conflitos de forma mais radical.
contemplem sua articulação com os interesses dos usuários de seus Paro coloca que é importante que se leve e consideração tanto à visão
serviços”. (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São da escola a respeito da comunidade quanto sua postura diante a própria
Paulo, Ática, 1998 ; p.37) participação popular.
Gestão da escola pública e participação da comunidade Muitas vezes existe uma visão depreciativa da comunidade, e muitos
A educação do ensino público se encontra, em situação precária e se usuários se sentem diminuídos em seu autoconceito, pois percebem que
agrava cada vez mais os problemas e a carência sem que o Estado tome existe preconceito por parte da escola, que não os consideram como sendo
providências. E isto, coloca em dúvida o verdadeiro interesse do Estado em participação legítima, por conta do baixo nível escolar dos pais a respeito
dotar a população, em especial as camadas trabalhadoras, de um mínimo das questões pedagógicas.
de escolaridade. E ainda, Paro coloca que um “outro componente importante presente
Apesar de ser um dever do Estado, a universalização do saber é na visão da escola pública sobre a participação diz respeito à descrença
considerada algo desejável do ponto de vista social, no sentido da melhoria acerca da possibilidade dessa participação”. (PARO, Vitor H. Gestão
da qualidade de vida da população, entretanto, o poder público trata a democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p.53) e que
educação com descaso. “Associada a descrença na participação da população e a uma concepção
Os discursos das autoridades educacionais estão repletos de belas de participação que inclui apenas sua dimensão “executiva” está a ausência
propostas que não chegam a se concretizar devido à falta de vontade quase total de qualquer previsão de rotinas ou eventos que ensejem a
política e de recursos (tão abundantes para outros fins). participação da comunidade da escola. Como a própria instituição escolar
De acordo com Paro, “...parece haver pouca probabilidade de o não possui mecanismos institucionais que, por si, conduzam efetivamente a
Estado empregar esforços para a democratização do saber sem que a isso um processo de participação coletiva em seu interior, a inexistência dessa
seja compelido pela sociedade civil. No âmbito da unidade escolar, esta previsão por parte da direção ou dos educadores escolares fecha mais uma
constatação aponta para a necessidade de a comunidade participar porta que poderia levar à implementação, na escola, de um trabalho
efetivamente da gestão da escola de modo a que esta ganhe autonomia em cooperativo.” (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São
relação aos interesses dominantes representados pelo Estado. E isso só Paulo, Ática, 1998 ; p.53 - 54)
terá condições de acontecer ‘na medida em que aqueles que mais se Paro considera como determinantes para uma gestão democrática os
beneficiarão de uma democratização da escola puderem participar seguintes itens:
ativamente das decisões que dizem respeito a seus objetivos e às formas 1) condicionantes econômico-sociais, ou as reais condições de vida da
de alcança-los’ [...]” (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. população e a medida em que tais condições proporcionam tempo,
São Paulo, Ática, 1998 ; p.40) condições materiais e disposição pessoal para participar.
Foi através de uma análise de pesquisa qualitativa que se pode 2) condicionantes culturais, ou a visão das pessoas sobre a viabilidade
perceber os problemas e perspectivas que se apresentam à participação da e a possibilidade de participação, movidas por uma visão de mundo e de
comunidade na gestão da escola pública. A partir de entrevistas semi- educação escolar que lhes favoreça a vontade de participar.
estruturadas, observações e coleta de informações na secretaria da escola 3) condicionantes institucionais, ou os mecanismos coletivos,
pode-se pesquisar a questão da representatividade. institucionalizados ou não, presentes em seu ambiente social mais próximo,
A escola púbica estadual serviu de amostra para a pesquisa. dos quais a população pode dispor para encaminhar a sua ação
Localizada na cidade de São Paulo – Zona Oeste – apresenta-se em participativa.
condições bastante precárias e pode ser considerada uma escola pequena As condições objetivas de vida, especialmente a falta de tempo e
que atende uma população de baixa renda em que grande parte dos alunos cansaço, foram apontadas como principal agente de não participação. E
moram nas proximidades e não possuem serviços básicos suficientes, alvo mostra-se de difícil solução, pois escapa as medidas que podem ser
de grande queixa da população. tomadas no âmbito da unidade escolar.
Alguns condicionantes internos da escola devem ser considerados Já no ambiente cultural, “parece ser disseminada a ideia de que existe
como: os materiais, institucionais, político-sociais e ideológicos. uma falta de interesse por parte dos pais pela educação escolar de seus
De acordo com Paro, faltam os condicionantes materiais; espaço físico filhos.” E ainda, “Embora nem todos apelem para uma inclinação ‘natural’
impróprio para as funções, material didático escasso, móveis e das pessoas a não participação, parece difundida no senso comum a
equipamentos deteriorados, formação inadequada do corpo docente, falta crença em que a não-participação se deve a uma espécie de comodismo
de professores e demais funcionários e falta de recursos financeiros. sem razão de ser, próprio de nossa tradição cultural [...] Nota-se também
uma espécie de ‘medo do desconhecido’ por conta da ignorância dos
usuários a respeito das questões pedagógicas e das relações formais e

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informais que se dão no interior da escola [...]” (PARO, Vitor H. Gestão Situação e perspectivas da administração da
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p.59 - 61) educação brasileira: uma contribuição
Existe uma descrença na possibilidade de, a curto ou médio prazo, se De acordo com Paro, há apenas algumas décadas o Estado “provia o
conseguir atingir objetivos sociais mais amplos. Paro acredita que: “o sistema escolar dos recursos necessários, oferecendo condições
primeiro passo no caminho da adequação é a tomada de consciência de adequadas para o desenvolvimento das atividades escolares e pagando
que se trata de um problema eminentemente prático, que se resolve na salários condignos aos mestres que, inclusive gozavam de considerável
própria dinâmica que se imprima às lutas populares”. PARO, Vitor H. prestígio e status social em retribuição ao papel importante que exerciam
Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p. 68 na preparação intelectual dos filhos das camadas mais privilegiadas”.
A respeito da pesquisa, ele coloca que: “embora novas investigações PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática,
precisem ser realizadas para que se tenha uma visão mais aproximada dos 1998 ; p.84)
fatores específicos que levam os movimentos a essa espécie de Sabe-se que era exatamente as famílias de alta renda que usufruíam
alheamento da questão da participação na escola pública, parece não a escola pública a três ou quatro décadas atrás, e que atendia de forma
haver dúvidas de que os condicionantes da participação da população em satisfatória o seus interesses.
geral, tanto os externos quanto os internos à unidade escolar, identificados Para as camadas privilegiadas, “pouco mudou com referência ao
nesta pesquisa, exercem sua influência também no interior desses ensino, já que elas conseguem nas escolas particulares, especialmente
movimentos.” (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São naquelas consideradas de alto padrão, o mesmo ensino conteudista e
Paulo, Ática, 1998 ; p.70) pautado pelos mesmos métodos tradicionais e autoritários de sempre”.
(PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática,
O caráter político e administrativo das 1998 ; p.86)
práticas cotidianas na escola pública E ainda, a ideologia liberal burguesa traz influencias com a ideia de
Pode soar bastante pretensioso refletir sobre o caráter político e/ou que é possível subir na escala social através do esforço social, via
administrativo das práticas que acontecem no dia-a-dia, no entanto, Paro educação.
busca restringir o tema a alguns aspectos que considera como chave para Com o tempo mudou a população usuária da escola pública, que
início de discussão. passou a atender as camadas mais populares. Paro coloca que essa
Inicialmente, Paro discursa sobre o caráter administrativo das práticas mudança trás a necessidade de refletir a respeito da necessidade de um
escolares. Segundo ele, a “administração no seu sentido mais geral e novo objetivo para a escola pública. Não para que seus novos usuários se
abstrato de ‘utilização racional de recursos para a realização de fins contentem com pouco, mas para que haja um ensino adequado a essa
determinados’ (Paro, 1986, p. 18), considera-se objeto da ação população.
administrativa as práticas escolares realizadas com propósito de buscar Paro defende que: “a escola pública de boa qualidade é algo
racionalmente o objetivo pedagógico da escola.” (PARO, Vitor H. Gestão defensável e necessário aos seus usuários, primeiramente e acima de tudo
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p.72) não porque simplesmente vai prepará-los para o trabalho, ou para a
Vitor Henrique Paro, divide em dois grupos as atividades possíveis no universidade contribuir para o desenvolvimento econômico ou diminuir a
interior da escola – atividades-meio e atividades-fim. delinquência social, etc”. E completa: mas porque “o acesso à cultura é
As atividades-meio são aquelas que, embora referindo-se ao processo direito universal do indivíduo enquanto ser humano pertencente a
ensino-aprendizagem, não o fazem de maneira imediata. Ex: direção determinada sociedade.” (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola
escolar, serviços de secretaria, atividades complementares, etc. Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p.87-88)
Sabe-se que a direção obriga-se a gastar grande parte de seu tempo Para padrões mínimos de qualidade, é importante não somente “o que
se quiserem intervir junto aos órgãos superiores para conseguir minguados se ensina” mas “como se ensina”. Não se deve desvincular método de
recursos e ainda, submete-se ao excesso de exigências da Delegacia de conteúdo.
Ensino e dos órgãos superiores do sistema de ensino no que se refere à Outro ponto importante apontado por Paro, diz respeito à avaliação
prestação de contas. constante da escola pública, que por sua vez, não deve ter essência
As atividades-fim da escola “referem-se a tudo que diz respeito à meramente burocrática.
apropriação do saber pelos educandos. Nelas inclui-se a atividade de Faz-se necessário que se averigúe o rendimento do aluno, no entanto,
ensino aprendizagem propriamente dita”. p.75 não através de métodos punitivos.
De acordo com Paro: “...é difícil, para quem observa o dia-a-dia da Mais à frente, Paro realiza a seguinte crítica; “Da maneira como está,
prática pedagógica escolar, admitir que se exercite aí qualquer método, no os professores, como numa desforra pelos péssimos salários e pelas
sentido mais rigoroso de um conjunto de procedimentos conscientemente condições precárias em que tem de desenvolver seu trabalho, continuarão
organizados e intencionalmente orientados para a realização de uma a jogar sobre os alunos a culpa pela ineficiência da escola, sem reconhecer
prática significativa de ensino na escola pública. O que se observa são os que ensinar é, acima de tudo, atribuição profissional da escola e que se o
procedimentos mais tradicionais, no velho estilo das preleções e aluno não aprender é porque esta foi incompetente para ensiná-lo.” (PARO,
memorizações que se sintetizam na malfadada educação ‘bancária’, há Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ;
várias décadas já denunciada e criticada por Paulo Freire”. (PARO, Vitor H. p.93)
Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p.76) De acordo com Paro, “a deteriorização da qualidade da força de
E ainda, inúmeros fatores condicionam desfavoravelmente o trabalho trabalho docente na escola pública fundamental está ligada a determinantes
docente, fazendo com que sua frustração pessoal e profissional seja históricos os mais diversos[...]” “uma das causas mais importantes da baixa
refletida no cotidiano escolar. formação do professor da escola fundamental e média são os baixos
A universalização do saber produzido historicamente é em si uma salários oferecidos [...]” e completa: “além disso, com baixos salários e
dimensão política, na medida que a apropriação do saber potencializa os precárias condições de trabalho, o profissional se sente muito pouco
grupos sociais minoritários. estimulado a atualizar-se e a procurar aperfeiçoar-se [...] (PARO, Vitor H.
Paro coloca que é preciso “buscar a integração das práticas políticas Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 ; p.95-96)
com as atividades administrativas, procurando tirar proveito do caráter Paro explica que o Estado passou a dar importância cada vez menor à
político e administrativo das práticas que se dão no cotidiano da escola”. escola pública, pois não lhe interessava promover as massas trabalhadoras
PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, um ensino de qualidade.
1998 p. 79
Para isso, dois pontos são apontados de extrema importância. O Gestão da escola pública: alguns fundamentos e uma proposta
primeiro diz respeito à “instalação de uma estrutura político-administrativa O homem é considerado incapaz de produzir diretamente sua
adequada à participação nas tomadas de decisão de todos os setores que existência material, o homem só pode fazê-lo no relacionamento e na troca
aí tem presença, em especial seus usuários [...]” Já o segundo, trata-se da de esforços com seus semelhantes e que qualquer relação de dominação
“instalação de um efetivo processo de avaliação da escola pública nega a condição humana.
fundamental”. (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola Pública. São Paro coloca que “por sua característica de relação humana, a
Paulo, Ática, 1998 p.79 - 80) educação só pode dar-se mediante o processo pedagógico,

Fundamentos da Educação 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


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necessariamente dialógico, não dominador, que garanta condição de sujeito A CRIANÇA NASCE (HISTORICAMENTE)
tanto do educador quanto do educando”. (Paro, 2003; p.108) EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SENTIMENTO DE INFÂNCIA
A democracia é vista como alternativa de não dominação, já que todos
participam. Assim, é preciso, antes de qualquer coisa, criar meios para haja Os estudos do historiador francês Philippe Ariès, relata a transformação
compromisso com a qualidade da educação. É preciso que se criem dos sentimentos de infância (consciência da particularidade infantil) e de
mecanismos coletivos como os Conselhos de classe e de série. É preciso família, a partir do exame de pinturas, antigos diários de famílias, testamen-
também integrar professores, funcionários, alunos e pais de maneira que se tos, igrejas e túmulos. Seu trabalho, ao lado das conclusões quanto ao
sintam e estejam plenamente engajados. momento e às condições do surgimento da família nuclear, da escola e do
sentimento de infância, traz um novo ângulo de análise para a função que
desempenham aquelas instituições, contrapondo-se aos que consideram
família e escola como funções determinadas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce, 5a. Edi- A DESCOBERTA DA INFÂNCIA:
ção, Cortez Editora, 1995. OS DOIS SENTIMENTOS DE INFÂNCIA
Segundo Kramer, sentimento de infância não significa o mesmo que
Introdução
afeição pelas crianças; corresponde, na verdade, à consciência da particu-
Kramer neste livro coloca, que no Brasil, o atendimento ao pré-escolar laridade infantil, ou seja, aquilo que distingue a criança do adulto e faz com
passou a contar com a participação direta do setor público a partir de 1930. que a criança seja considerada como um adulto em potencial, dotada de
Hoje, o quadro desse atendimento se configura em uma superposição de capacidade de desenvolvimento.
órgãos, vinculados a diferentes ministérios, que desenvolvem trabalhos de
Quanto ao contexto social que determina o surgimento desse novo tipo
caráter médico, assistencial ou educacional sem qualquer integração. Tais
de sentimento, dois aspectos precisam ser enfatizados:
órgãos e os diversos programas voltados ao pré-escolar tendem a encarar
o “problema da infância” de forma isolada, como se independesse da 1) Era extremamente alto o índice de mortalidade infantil que atingia as
estrutura da sociedade brasileira. populações e, por isso, a morte das crianças era considerada natural. É
importante acentuar que essa mortalidade continua hoje a ser regra geral
A autora considera neste trabalho que a grave situação da infância re-
para os filhos de classes dominadas em países de economia dependente,
flete as precárias condições de vida a que estão submetidas suas classes
como o Brasil;
sociais de origem. Ora, dentre os 21 milhões de crianças existentes no
Brasil em idade pré-escolar, apenas 4% recebem algum tipo de atendimen- 2) O sentimento moderno de infância corresponde a duas atitudes con-
to, incluindo-se o oferecido pelo setor privado. Recentemente, autoridades traditórias que caracterizam o comportamento dos adultos até os dias de
e educadores têm reconhecido publicamente a necessidade de atender ao hoje: uma considera a criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida
pré-escolar propondo, a nível do discurso, a educação compensatória como pela “paparicação” dos adultos; e outra surge simultaneamente à primeira,
solução para os problemas tanto educacionais como sociais que a socieda- mas se contrapõe a ela, tomando a criança como um ser imperfeito e
de brasileira enfrenta. A escassa e ambígua legislação referente ao pré- incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita pelo adulto.
escolar sugere, então, que sejam implantadas alternativas comprovada-
mente fracassadas em outros países e que foram planejadas para realida- Esse duplo sentimento é concomitante à nova função efetiva que a ins-
des diferentes da nossa. tituição familiar (agora constituída de maior número de crianças que sobre-
vivem) assume no seio da burguesia, e vai sendo progressivamente impos-
O objetivo da autora neste trabalho, é o de questionar a política que di- to ao povo. O reduto familiar torna-se, então, cada vez mais privado e,
reciona o atendimento ao pré-escolar no Brasil. A verdadeira mística que se progressivamente, esta instituição vai assumindo funções antes preenchi-
levanta hoje em relação ao papel do pré-escolar como pretensa solução das pela comunidade.
aos problemas do 1º grau desafiou-a a apontar seus limites, riscos e possí-
veis contribuições. CONCEPÇÃO ATUAL DE INFÂNCIA
CAPÍTULO I Para a autora, o sentimento de infância resulta, pois, numa dupla atitu-
INFÂNCIA E SOCIEDADE: O CONCEITO DE INFÂNCIA de com relação à criança: preservá-la da corrupção do meio, mantendo sua
inocência, e fortalecê-la, desenvolvendo seu caráter e sua razão. As no-
Entende-se, comumente, “criança” por oposição ao adulto: oposição ções de inocência e de razão não se opõem, elas são os elementos básicos
estabelecida pela falta de idade ou de “maturidade” e “de adequada inte- que fundamentam o conceito de criança como essência ou natureza, que
gração social”. Ao se realizar o corte com base no critério de idade, procu- persiste até hoje: considera-se, a partir desse conceito, que todas as crian-
ra-se identificar certas regularidades de comportamento que caracterizam a ças são iguais (conceito único), correspondendo a um ideal de criança
criança como tal. burguesa.
Para a autora, entender a criança em relação ao contexto social, e não A identificação do contexto burguês em que este sentimento de infân-
como natureza infantil, constitui o princípio central deste trabalho. No senti- cia surge e se estrutura é extremamente importante para a compreensão da
do de fundamentar esse referencial, desenvolvem-se aqui três linhas bási- concepção atual de criança, quando se acredita ou se quer fazer acreditar
cas de reflexão que se configuram no quadro teórico que deve guiar a numa essência infantil desvinculada das condições de existência, ou seja,
análise posterior. na criança universal, idêntica qualquer que seja sua classe social e sua
cultura.
A primeira tem o objetivo de apontar como o sentimento e a valorização
atribuídos à infância nem sempre existiram da forma como hoje são conhe- A ideia de infância, como se pode concluir, não existiu sempre, e nem
cidos e difundidos, tendo sido determinados a partir de modificações eco- da mesma maneira. Ao contrário, ela aparece com a sociedade capitalista,
nômicas e políticas da estrutura social. urbano-industrial, na medida em que mudam a inserção e o papel social da
criança na comunidade. Este conceito de infância é, pois, determinado
A segunda trata especificamente da ideia de infância no pensamento historicamente pela modificação das formas de organizações da sociedade.
pedagógico, mostrando as significações ideológicas presentes tanto na
pedagogia “tradicional” quanto na “nova”. O objetivo é mostrar como em
ambas está presente uma concepção de infância baseada na natureza ESSÊNCIA INFANTIL OU CONDIÇÕES DE EXISTÊNCIA:
infantil, e não na análise da condição infantil. O CONCEITO DE INFÂNCIA NA PEDAGOGIA
A terceira apresenta um estudo sobre a abordagem da privação cultu- Os dois aspectos do sentimento de infância, a “paparicação” e a “mora-
ral, base teórica da educação compensatória. Críticas e contracríticas a lização” - são aparentemente contraditórios mas, na verdade, ambos se
essa orientação são aí sintetizadas. completam na concepção de infância enquanto essência infantil.

Fundamentos da Educação 135 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Kramer coloca que a visão da criança baseada em uma concepção de sim indivíduos de pouca idade que são afetados diferentemente pela sua
natureza infantil, e não na análise da condição infantil, mascara a significa- situação de classe social.
ção social da infância. As significações ideológicas dessa visão de criança
foram discutidas por Charlot, que analisou a imagem de criança no pensa- A tendência compensatória expressa na política brasileira de educação
mento pedagógico comum e o conceito de infância presente nos sistemas pré-escolar, principalmente a partir de meados da década de 70, é analisa-
pedagógicos. da no capítulo III deste livro, assim como o significado ideológico desta
política.
A IMAGEM DE INFÂNCIA NA PEDAGOGIA
Para a autora, a pedagogia elabora uma representação básica da in-
ORIGENS DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO
fância a partir das noções pedagógicas de natureza e de cultura que, ao COMPENSATÓRIA FATORES EXPLÍCITOS
serem aplicadas à infância, assumem um caráter temporal. Como a infância Para a autora, o conceito de educação compensatória, enfatizado cor-
precede a idade adulta, o fator “tempo” é introduzido na conceituação de retamente como um antídoto para a privação cultural, ter-se-ia originado no
infância, gerando uma interpretação dúbia. Por um lado, o desenvolvimento pensamento de Pestalozzi e Froebel, sendo mais tarde expandido por
fisiológico da criança provoca uma certa confusão entre “natureza humana” Montessori e McMillan. Seriam estas suas origens remotas: Froebel inician-
e “natureza” no sentido biológico do termo. Por outro lado, o aspecto tem- do os jardins de infância nas favelas alemãs (Berlim), em pleno surgimento
poral confunde a infância, origem individual do homem, com a origem da da Revolução Industrial; Montessori, no final do século XIX e início deste
humanidade: a infância corresponderia ao estágio originário da humanidade século, desenvolvendo trabalhos de educação pré-escolar voltados para
e como tal expressaria os traços essenciais da natureza humana. crianças pobres de favelas italianas; McMillan, contemporânea de Montes-
Para a pedagogia “tradicional”, a natureza da criança é originalmente sori, enfatizando a necessidade de assistência médica e dentária, bem
corrompida; a tarefa da educação é discipliná-la e inculcar-lhe regras, como de estimulação cognitiva, para compensar as deficiências das crian-
através da intervenção direta do adulto e da constante transmissão de ças. A pré-escola era encarada, por esses educadores, como uma forma de
modelos. superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias.

A pedagogia “nova” ou “moderna”, ao contrário, concebe a natureza da Cinco conjuntos de fatores são, em geral, apresentados como respon-
criança como inocência original; a educação deve proteger o natural infantil, sáveis pela expansão da pré-escola nos últimos anos, bem como por seu
preservando a criança da corrupção da sociedade e salvaguardando sua caráter de educação compensatória: os de ordem sanitária e alimentar; os
pureza. A educação não se baseia na autoridade do adulto, mas na liber- que dizem respeito à assistência social; os relacionados com novas teorias
dade da criança e na expressão de sua espontaneidade. psicológicas e sua divulgação ou renascimento; os referentes às diferenças
culturais e os fatores propriamente educacionais.
Kramer coloca que a concepção de infância elaborada pela pedagogia
“nova” torna possível o surgimento de uma psicologia científica da criança e Kramer comenta que fica configurado o quadro dos fatores explicita-
de um método genético a partir do qual a criança deve ser compreendida mente reconhecidos como tendo determinado o aparecimento dos progra-
em função de seu passado individual. mas compensatórios, em que a pré-escola era apontada como solução para
os problemas da escola elementar: fatores médico-nutricionais, assisten-
Ambas as perspectivas tratam a criança como um ser abstrato, e tal ciais, psicológicos, culturais e educacionais.
quadro pedagógico camufla ideologicamente a significação social da infân-
cia, que fica escondida por trás de argumentos filosóficos ou psicológicos. Porém, os fatores não-explicitados - e que se referem às intenções re-
ais dos programas - foram os que efetivamente concorreram para a amplia-
ção e institucionalização da educação pré-escolar norte-americana e euro-
A IDEIA DE NATUREZA INFANTIL peia, realizada pelos setores públicos durante os anos 60.
E A SIGNIFICAÇÃO SOCIAL DA INFÂNCIA
Para Kramer a dependência da criança frente ao adulto é uma caracte- FATORES NÃO-EXPLÍCITOS
rística social da infância que está presente, de uma forma ou de outra, nas
diversas classes sociais qualquer que seja a organização da sociedade. Kramer comenta que a análise da abordagem da privação cultural, de
Trata-se, no entanto, de um fato social, e não de um fato natural. seus pressupostos, de sua coerência interna e da diversidade dos progra-
mas nela baseados supõe que, antes, seja discutido e conhecido o papel
que lhes tem sido conferido no contexto político e educacional: a pré-escola
Partindo-se do princípio de que a relação dos homens com a produção funcionaria como mola propulsora da “mudança social”, promovendo a
da vida material é o fator determinante, pode-se dizer que a relação primei- democratização das oportunidades educacionais. Ambas as funções podem
ra existente entre o adulto e a criança é econômica. Para o adulto, a criança ser desmistificadas. Ao nível da primeira função, considera-se a educação
é um ser economicamente não produtivo que ele deve alimentar e proteger. como a promotora da melhoria social, o que é uma maneira de esconder os
reais problemas da sociedade e de evitar a discussão dos aspectos políti-
Entretanto, o sentido dessa dependência varia de acordo com a classe cos e econômicos mais complexos. A proposta, ressurge, ao elaborar
social. O exercício de atividade financeira rentável por parte da criança não programas de educação pré-escolar a fim de transformar a sociedade no
tem o mesmo significado em todas as classes sociais. futuro e é uma forma de culpar o passado pela situação de hoje e de focali-
zar no futuro quaisquer possibilidades de mudanças. Fica-se, assim, isento
A um conceito de criança abstrato, de “cunho humanista”, contrapõe-se de realizar no presente ações ou transformações significativas que visem a
um conceito de criança único, pretensamente científico, ficando estabeleci- atender às necessidades sociais atuais.
da uma falsa dicotomia. Falsa porque em ambas as perspectivas a criança
é encarada como se fosse a história e como se seu papel social e seu Ao nível da segunda função, considera-se a democratização da educa-
desenvolvimento independessem das condições de vida, da classe social e ção tão-somente como o processo de abertura da escola a contingentes de
do meio cultural de sua família. alunos cada vez mais numerosos provenientes de classes que, anterior-
mente, não tinham acesso a ela. Divulga-se, ainda, que através desse
processo estão sendo proporcionadas a todas as crianças as mesmas
A ABORDAGEM DA PRIVAÇÃO CULTURAL oportunidades de ascensão social.
E A EDUCAÇÃO COMPENSATÓRIA
Para Kramer, a concepção de infância aqui adotada supõe que se co- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DA
nheça como se dá a inserção da criança na sociedade, e qual é a sua ABORDAGEM DA PRIVAÇÃO CULTURAL
relação direta com a produção da vida material, bem como a de sua família.
O princípio fundamental é o de que a criança deve ser concebida em fun- A autora coloca que a abordagem da privação cultural não se constitui
ção da sociedade de classes, não existindo em si mesma. Encarar a infân- em um corpo teórico fixo, da mesma forma que os programas compensató-
cia dentro da sociedade de classes significa que não existe “a” criança, mas rios dela derivados não possuem uma total homogeneidade. Esta aborda-
gem tem-se modificado gradativamente, nos Estados Unidos e na Europa,

Fundamentos da Educação 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


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desde o seu aparecimento, no início da década de 60, incorporando, a nível haveria a ausência de uma aptidão natural, no segundo esta aptidão existi-
do seu discurso, diversas críticas que lhe têm sido feitas. Os programas ria e o meio “desfavorecido” impossibilitaria a sua maturação ou manifesta-
compensatórios têm-se diversificado, igualmente, e suas diferenças se ção. O handicap do desempenho podia ser, então, compensado através da
expressam na ênfase quanto aos fatores que devem ser compensados, o educação. A ideia de compensação se confunde, pois, com a própria edu-
que tem determinado, na prática, atuações diferentes. Mas é possível cação.
detectar claramente suas tendências comuns e as concepções teóricas que
as fundamentam, o que permite distinguir as reais diferenças daquelas Mas a diferença entre os dois modelos é falaciosa e, mais ainda, a pro-
modificações que são apenas aparentes. posta de “compensar carências” é ambígua.
Tanto o modelo biológico quanto o da patologia social implicam uma
AS CARÊNCIAS CULTURAIS ausência ou falta, e, em ambos, esta ausência caracteriza um comporta-
mento inferior. Ao invés de se descrever seriamente as especificidades dos
Kramer coloca que a abordagem da privação cultural se apoia no se- meios populares “desfavorecidos”, comparam-se suas atitudes, sua lingua-
guinte quadro conceitual: as crianças das classes populares fracassam gem e sua cultura com as normas culturais estabelecidas pela escola, que
porque apresentam “desvantagens sócio-culturais”, ou seja, carências de são, em última instância, as das classes dominantes num determinado
ordem social. Tais desvantagens são perturbações, de ordem afetiva: neste momento histórico da sociedade.
caso, as crianças apresentam “insuficiências” que é necessário compensar
através de métodos pedagógicos adequados, se se quiser diminuir a dife- Para Kramer o mais grave que o possível erro teórico, no entanto, é
rença entre essas crianças “desfavoráveis” e as demais, na área do de- seu significado político. A ideia de compensação de carências está intima-
sempenho escolar. A ideia básica é a de, através da intervenção precoce, mente relacionada à de igualdade de oportunidades, e não de condições.
reduzir ou eliminar as desvantagens educacionais. Assim, se as mesmas chances educacionais forem dadas a todos e uns
progredirem e outros não, se concluirá pela inferioridade dos últimos,
Não se encontra uma definição clara do que é “desvantagem cultural” apesar da precariedade de suas condições de vida e das restrições que
(ou carência); em geral ela é entendida enquanto um atraso intelectual ou estas lhes impõem.
uma distorção emocional provocados por um ambiente fraco em estimula-
ção.
O MODELO DA DIFERENÇA CULTURAL E A
Em síntese, a abordagem da privação cultural postula que existe uma VARIABILIDADE LINGUÍSTICA
estreita relação entre o desenvolvimento da criança e sua origem socioeco-
nômica, e que as causas de variações no desenvolvimento devem ser A autora coloca que diversos autores criticam a abordagem da privação
procuradas nas desigualdades culturais das famílias, estabelecidas a partir cultural e seu modelo de patologia social, propondo como alternativa de
da classe social a que pertencem. explicação, o “modelo da diferença cultural”.
Essas críticas nasceram de preocupações com a perspectiva “racista”
DETERMINISMO BIOLÓGICO OU que pode redundar quer do modelo genético quer do modelo da patologia
DETERMINAÇÃO SOCIOLÓGICa? social. Ambos os modelos presumem que competência linguística é sinôni-
mo de desenvolvimento do inglês padrão e que determinadas linguagens
Para Kramer, pode-se argumentar em defesa da abordagem da priva- são melhores e mais complexas do que outras, na medida em que suscitam
ção cultural que ela avança e supera o determinismo biológico, segundo o maior conceitualização.
qual os déficits de desempenho seriam causados por comprometimento
genético. O modelo da diferença cultural é baseado na tese da variabilidade lin-
guística, segundo a qual não existe uma só linguagem ou cultura padrão a
No momento em que as carências passam a ser atribuídas ao ambien- que estão subordinadas outras culturas inferiores. Há, contrariamente,
te sócio-cultural, aparentemente começam a existir amplas possibilidades várias linguagens e culturas diferentes que não são, entretanto, passíveis
de atuação e de mudança. A nível das causas, portanto, o modelo da de hierarquização.
patologia social seria diferente do modelo genético. Nesse sentido, o de-
senvolvimento não seria mais determinado a partir de aptidões naturais (ou
inatas) da criança, mas seria influenciado pelas aptidões adquiridas do
A ESCOLA NA SOCIEDADE DE CLASSES
meio. A abordagem da privação cultural teve, portanto, um papel político Para Kramer, a pedagogia da compensação desenvolvida hoje nas es-
positivo no pensamento pedagógico, mostrando que o fracasso escolar não colas maternais supõe um “modelo único de criança”, um “modelo científico
se deve à desigualdade individual, como o defendiam as teses do fatalismo de criança”, em função do qual o filho do operário é visto como uma criança
biológico. Esta abordagem, no entanto, engendrou um fatalismo sociológi- burguesa incompleta. A criança que corresponde ao modelo único e cientí-
co, culpando o meio, e serviu às pedagogias da compensação que preten- fico é capaz de aprender uma série de noções e atitudes; a criança “caren-
dem corrigir a desigualdade social através da ação pedagógica, negando te”, não. O conhecimento é reduzido a um processo puramente psicológico,
assim a própria desigualdade social. em vez de ser compreendido como resultante da prática social.
Enquanto a “pedagogia elitista” excluía previamente da escola as clas-
A LINGUAGEM
ses dominadas, a “pedagogia liberal” ou “progressista” supõe igualdade de
Segundo a autora, de acordo com a abordagem da privação cultural, a oportunidades a todos, mas patologiza os problemas pedagógicos, indivi-
linguagem é uma das principais carências das crianças provenientes de dualiza-os, culpando ora os alunos, ora seu meio sócio-cultural, e nunca a
meios sócio-economicamente desfavorecidos. escola.
Tem-se como pressupostos teóricos as carências culturais - determina- A escola autoritária desempenha a função social de reprodutora da es-
das pelo meio sócio-cultural - que determinam, por sua vez, efeitos drásti- trutura social de classes da sociedade capitalista; a reposição dos filhos no
cos quanto à linguagem e ao desempenho escolar das crianças. À educa- lugar dos pais é percebida como resultado “natural” do desempenho esco-
ção, entendida enquanto compensação, caberia recuperar as deficiências. lar, e não das posições prévias ocupadas por estes na sociedade e no
Esse quadro, com maior ou menor aquiescência, engloba as tendências sistema de produção. Os alunos portadores de padrões culturais “adequa-
básicas da abordagem da privação cultural e dos programas compensató- dos” progridem no sistema escolar e alcançam as posições almejadas,
rios. devendo-se o seu sucesso ao esforço e mérito individuais; os que não
possuem tais padrões falham e aprendem a assumir as causas do fracasso
CRÍTICAS AOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS quer como culpa individual quer como carência do seu meio. Assim, a
discriminação que se processa na escola é vista como algo natural, e não
A FALÁCIA DA NOVA TESE DAS APTIDÕES
como socialmente determinado.
Kramer destaca que do fatalismo biológico, que defendia a patologia do
indivíduo e da criança, chegou-se, na década da 60, ao fatalismo sociológi- CRÍTICAS ÀS CRÍTICAS: O RISCO DOS RADICALISMOS
co, onde o fracasso era atribuído à família e ao meio. Enquanto no primeiro

Fundamentos da Educação 137 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A autora coloca que três pólos de crítica à abordagem da privação cul- A autora coloca que as primeiras iniciativas voltadas à criança partiram
tural são, em especial, retomados por alguns autores e discutidas as suas de higienistas e se dirigiram contra a alarmante mortalidade infantil, que era
consequências a nível da prática pedagógica e política que podem derivar. atribuída por eles a duas causas. Uma delas dizia respeito aos nascimentos
Um aspecto diz respeito à variabilidade linguística, o segundo se refere à ilegítimos, fruto da união entre escravos ou destes com os senhores. A
própria noção de handicap sócio-cultural (ou carência), e o terceiro à prática segunda se referia à “falta de educação física, moral e intelectual das
escolar como prática de inculcação ideológica. mães” ou, mais concretamente, sua negligência na medida em que permiti-
am o aleitamento mercenário (escravas de aluguel). A ligação entre as duas
Quanto às críticas que são dirigidas à noção de carência, handicap ou causas se estabelece porque ambas culpam a família, além de colocarem
privação cultural, é preciso levar em conta: a) o fato de a criança das clas- nos negros escravos a origem de doenças.
ses populares estar privada de contatos prolongados com discursos forma-
lizados e conceituais; b) a existência de handicap cultural, na medida em A autora relata que a ideia de proteger a infância começava a desper-
que as classes populares, submetidas à ideologia dominante, têm maior tar, mas o atendimento se restringia a iniciativas isoladas que tinham,
dificuldade em adquirir consciência de classe; c) a existência de handicap portanto, um caráter localizado. Assim, mesmo aquelas instituições dirigi-
social, na medida em que a formalização do discurso é fator de privilégio das às classes desfavorecidas, como por exemplo, o Asilo de Meninos
social na sociedade de classes. Desvalidos, fundado no Rio de Janeiro em 1875 (Instituto João Alfredo), os
três Institutos de Menores Artífices, fundados em Minas em 1876, ou os
Kramer coloca que se o fracasso escolar e a segregação resultam da colégios e associações de amparo à infância (como o 1º Jardim de Infância
divisão da sociedade em classes, há que aproveitar os aspectos positivos do Brasil, Menezes Vieira, criado em 1875), eram insuficientes e quase
das desvantagens (apontadas pelos críticos), valorizando a cultura de inexpressivas frente à situação de saúde e educação da população brasilei-
origem da criança, permitindo-lhe progressivamente compreender a domi- ra.
nação que sofre e questioná-la, instrumentalizando tal criança para atuar
nessa sociedade desigual e competitiva que a torna “carente”. Se até os primeiros anos da República fora praticamente nulo o movi-
mento em função da puericultura e da escolarização, no princípio do século
Em relação à realidade brasileira, a autora destaca que, essa possibili- XX a situação começava a se alterar.
dade se torna muito mais grave e premente, na medida em que a margina-
lização ou carência é sofrida pela maioria da população infantil. A conclu- Caracterizava-se o 3º período a intenção existente em determinados
são a que se chega neste quadro teórico é a de que a educação, no caso grupos de diminuir a apatia que dominava as esferas governamentais
pré-escolar, não deve ter caráter de compensação, como garantia de que o quanto ao problema da criança.
trabalho pedagógico dirigido às crianças atue no sentido de efetivamente
beneficiá-la. As autoridades governamentais que haviam permanecido inertes em
termos de realizações objetivas a favor da criança pobre e abandonada
A autora coloca que superada a abordagem da privação cultural, supe- começavam a proclamar a necessidade de seu atendimento. Por ocasião
ram-se também as críticas radicais que lhe têm sido dirigidas. O trabalho dos preparativos para a comemoração do Centenário da Independência,
pedagógico desenvolvido na pré-escola deveria, pois, partir daquilo que a em 1922, o Departamento da Criança no Brasil organizou o 1º Congresso
criança conhece e domina, não dos conteúdos e habilidades que lhe faltam: Brasileiro de Proteção à Infância, congregando homens ligados à iniciativa
partir do que ela é, e não do que ela não é. Em seguida, a escola lhe daria particular e à vida pública.
os instrumentos básicos necessários para que a criança adquirisse a cultu-
ra padrão, dominante, mas de forma crítica, ou seja, possibilitando a sua Dessa forma, atribuía-se importância ao atendimento da criança, e ele
compreensão do mundo e da realidade em que vive, da sociedade e da sua era apontado como solução para os problemas sociais e como forma de
própria inserção na classe social a que pertence. renovação da humanidade.

CAPÍTULO II A CRIANÇA E O ESTADO


HISTÓRIA DO ATENDIMENTO À CRIANÇA BRASILEIRA Kramer relata que como fatores determinantes do maior reconhecimen-
to por parte dos setores públicos quanto à importância do atendimento da
Kramer neste capítulo tem o objetivo de traçar o quadro do atendimen-
criança brasileira pobre ou abandonada constata-se, então: a) a necessida-
to à criança em idade pré-escolar no Brasil. Buscam-se as origens dos
de de preparar a criança de hoje para ser o homem de amanhã e b) a
diversos tipos de iniciativas voltadas à infância ao longo da história do País,
necessidade de fortalecimento do Estado. Esses dois fatores estão inter-
procurando tanto compreender o significado de seu aparecimento em cada
relacionados e percebe-se que tanto a criança quanto o Estado são vistos
época, quanto identificar qual a concepção de infância subjacente às pro-
como categorias neutras e abstratas.
postas de assistência destinadas às crianças das classes sociais domina-
das. Por um lado, ao se valorizar a criança enquanto matriz do homem e re-
dentora da pátria, essa criança era considerada como um ser único, sem
PARTE I - FASE PRÉ – 1930 qualquer referência à sua classe social.
Introdução Por outro lado, o Estado que se tinha visto engrandecer era uma enti-
A autora comenta que Moncorvo Filho organizou o histórico da prote- dade apresentada como se não estivesse ligada aos interesses de uma
ção à infância no Brasil em três período. classe social, e como se pudesse superar conflitos e divergências existen-
tes entre as classes sociais que a compunham.
Durante o 1º período, do descobrimento até 1874, pouco se fazia no
Brasil pela “infância desditosa”, tanto do ponto de vista da proteção jurídica A autora coloca que os movimentos por educação que começavam a
quanto das alternativas de atendimento existentes. se articular, em especial o da Escola Nova, fundamentavam-se nos princí-
pios da psicologia do desenvolvimento que despontava e crescia em impor-
O 2º período, de 1874 até 1889, se caracterizaria, sobretudo, pela exis- tância nos Estados Unidos e na Europa.
tência de projetos elaborados por grupos particulares, em especial médicos,
que tratavam do atendimento a crianças. Tais projetos, entretanto, não Embora os discursos dos educadores da Escola Nova não se referis-
eram concretizados. sem, no contexto da década de 20, às crianças de zero a seis anos, os
mesmos tipos de discursos surgirão, anos mais tarde, em defesa da educa-
No 3º período, se intensificaram os progressos no campo da higiene in- ção pré-escolar.
fantil, médica e escolar. Durante as duas primeiras décadas deste século
várias instituições foram fundadas e diversas leis promulgadas, visando PARTE II - FASE 1930 – 1980
atender à criança. CENÁRIO POLÍTICO DA ÉPOCA
Introdução
A CRIANÇA CRESCE (DE IMPORTÂNCIA)
Segundo Kramer, a década de 30 é considerada aqui como limite pelas
modificações políticas, econômicas e sociais ocorridas no cenário nacional -

Fundamentos da Educação 138 A Opção Certa Para a Sua Realização


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em estreita relação com o cenário internacional - e que se refletiriam na Kramer coloca que neste quadro, percebe-se duas tendências que até
configuração das instituições voltadas às questões de educação e saúde, os dias de hoje caracterizam o atendimento à criança em idade pré-escolar:
como também na sua política. o governo proclama(va) a sua importância e mostra(va) a impossibilidade
de resolvê-lo dada as dificuldades financeiras em que se encontra(va),
Neste período foram determinadas as mudanças políticas e econômi- enquanto imprimia uma tendência assistencialista e paternalista à proteção
cas, tais como o modelo econômico adotado - substituição de importações - da infância brasileira, em que o atendimento não se constituía em direito,
em lugar da monocultura latifundiária, (devido a crise cafeeira). mas em favor. Ambas as tendências ajudam a esconder que o problema da
A causa da criança despertava o interesse de autoridades oficiais e criança se origina na divisão da sociedade em classes sociais.
consolida iniciativas particulares. Num contexto de reforço ao patriotismo e
por questões de conciliações políticas foram tomadas medidas burocráticas ÓRGÃOS DESTINADOS AO ATENDIMENTO DA CRIANÇA:
que influenciaram a conjuntura administrativa e os programas de atendi- ESTRUTURA, OBJETIVOS E PRESSUPOSTOS
mento à infância.
Diversos órgãos oficiais voltados à assistência infantil foram criados,
No decorrer dos últimos 50 anos, os discursos oficiais têm relacionado numa espécie de movimentação burocrática e administrativa. Uns eram
permanentemente a assistência médico-pedagógica à criança com o de- ligados ao Ministério da Saúde, outros ao da Justiça e Negócios Interiores,
senvolvimento da nação. passando mais tarde ao da Previdência e Assistência Social, alguns ao da
Educação, e outros, ainda, à iniciativa privada.
A CRIANÇA SE TORNA GENTE GRANDE (INSTITUCIONAL-
Em 1940, surgia o Departamento Nacional da Criança (atual Divisão
MENTE): PREOCUPAÇÕES E TENDÊNCIAS DO ATENDIMENTO Nacional de Proteção Materno-Infantil), vinculado ao Ministério da Saúde e
A autora coloca que a assistência à infância vinha-se dando, até os destinado a coordenar as atividades nacionais relativas à proteção da
meados da década de 20, basicamente através de instituições particulares. infância, da maternidade e da adolescência. Aquele mesmo Ministério
O 1º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância, de 1922, apelara justa- criava, em 1972, o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição.
mente para o apoio das autoridades governamentais. No intervalo do 1º ao Em 1941, era criado o Serviço de Assistência a Menores, voltado ao
2º Congresso - realizado em 1933 - foram introduzidos órgãos novos na atendimento de menores de 18 anos, abandonados e delinquentes, e que
aparelhagem da assistência à infância, tais como lactários, escolas mater- se ligava ao Ministério da Justiça e dos Negócios Interiores. Com a extinção
nais, policlínicas infantis, etc. Reproduziam-se, além disso, as campanhas do SAM, suas atribuições foram assumidas pela Fundação Nacional do
em favor do aleitamento materno e contra o comércio das criadeiras, consi- Bem-Estar do Menor, do Ministério da Previdência e Assistência Social, ao
deradas como uma das principais causas da mortalidade infantil. Havia qual também está subordinado, hoje, o Projeto Casulo da Legião Brasileira
grande defesa das creches e do atendimento público à infância “desvalida” de Assistência.
e “abandonada”.
O Ministério da Educação e Cultura instituía, em 1975, a Coordenação
INGERÊNCIAS BUROCRÁTICAS de Educação Pré-Escolar que, até hoje, dinamiza e centraliza as atividades
desenvolvidas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Educação em
Kramer relata que a 19 de novembro de 1930 foi criado, pelo Decreto relação à educação das crianças menores de sete anos.
nº 10.402, o Ministério da Educação e Saúde Pública, englobando várias
instituições desmembradas do Ministério da Justiça e dos Negócios Interio- Quanto à iniciativa privada, existe a Organização Mundial de Educação
res e tendo como ministro, Francisco Campos, indicado pelo então Presi- Pré-Escolar (OMEP) cujo Comitê-Brasil iniciou suas atividades no País em
dente de Minas Gerais. 1952, continuando sua atuação até o momento presente.

Foi o Ministério da Educação e Saúde Pública que criou, mais tarde, o Além desses órgãos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância
Departamento Nacional da Criança, órgão que centralizou o atendimento à (UNICEF) tem desenvolvido alguns trabalhos no Brasil junto ao setor públi-
infância brasileira durante quase 30 anos. co.
A autora relata a necessidade de examinar como aqueles órgãos vi-
CRIANÇA E FAMÍLIA nham e vêm atuando ao longo dos últimos 50 anos, a fim de verificar a
influência que exerceram nos pressupostos e nos objetivos da educação
A autora comenta que a tônica do atendimento proposto era médica:
pré-escolar. Parte-se do princípio de que a educação pré-escolar é hoje
via-se na medicina preventiva uma maneira de remediar e socorrer a crian-
proposta como educação compensatória, e se recorre ao passado para que
ça e sua família, genericamente concebida como família moderna, que era
se possa melhor compreender o que essa “compensação” significa, e de
considerada como o foco do problema. Culpava-se, então, a família pela
que maneira ela se apoia em um conceito único de infância.
situação da criança.
A culpabilização da família servia não só para escamotear as relações INICIATIVAS VOLTADAS À SAÚDE DA INFÂNCIA
de classe existentes na sociedade brasileira, como também fortalecia a DEPARTAMENTO NACIONAL DA CRIANÇA
responsabilidade e o poder do Estado - um Estado considerado neutro,
como já foi apontado. Kramer relata que a criação do Departamento Nacional da Criança ob-
jetivava unificar os serviços relativos não só à higiene da maternidade e da
Como novo personagem surgia a criança trabalhadora, que passava a infância, como também à assistência social de ambos. Este departamento
ser reconhecida como importante. Apesar do tema se afastar do interesse dirigiu-se à assistência médico-higiênica, principalmente a partir de 1948.
imediato deste estudo, não se pode deixar de comentar o caráter demagó-
gico que revestia a valorização da criança trabalhadora. A tendência médico-higiênica do Departamento Nacional da Criança
pode ser detectada pelas atividades empreendidas durante a década de 50.
O ATENDIMENTO É IMPORTANTE, MAS QUEM ATENDE? Houve vários programas e campanhas: combate à desnutrição, vacinações
e diversos estudos e pesquisas de cunho médico realizadas no Instituto
A autora comenta que o governo dividiria os custos com os órgãos par- Fernandes Figueira. Era também fornecido auxílio técnico para a criação,
ticulares mas centralizaria a direção e o controle do atendimento. ampliação ou reforma de obras de proteção materno-infantil do país, basi-
camente hospitais e maternidades.
Associações religiosas e organizações leigas, bem como médicos,
educadores e leigos eram solicitados a realizar juntos com o setor público a Durante a década de 60 houve um enfraquecimento e um desmem-
proteção e o atendimento à infância, com a direção e alguma subvenção bramento progressivo de toda a estrutura do Departamento Nacional da
deste último. Se desde o século XVII a assistência social privada, princi- Criança, sendo vários de seus serviços absorvidos pelo Ministério da Saú-
palmente a católica, precedera a ação oficial no Brasil, a partir da década de, o que mostra também como suas tendências de atuação foram priorita-
de 30 o Estado assumia essa atribuição e convoca indivíduos isolados e riamente médicas e assistenciais.
associações particulares a colaborarem financeiramente com as instituições
destinadas à proteção da infância.
Fundamentos da Educação 139 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Reformulado o Ministério da Saúde, o Departamento Nacional da Cri- Em 1974 a LBA, começou a executar o Projeto Casulo, objetivando
ança foi transformado em Coordenação do Proteção Materno-Infantil, cujo “com pouco gasto”, atender ao maior número possível de crianças.
objetivo central é reduzir a morbimortalidade materna e infantil. Esta Coor-
denação está hoje transformada na Divisão Nacional de Proteção Materno- PROJETO CASULO: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
Infantil.
As Unidades Casulo visam prestar assistência ao menor de zero a seis
anos, de modo a prevenir sua marginalidade. Implantadas em todo o Terri-
INSTITUTO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO tório Nacional, atendendo a crianças durante quatro ou oito horas diárias,
O INAN foi criado em 1972 com a função de elaborar programas de as- conforme as condições locais.
sistência alimentar destinados a atender, prioritariamente, a população Segundo os documentos consultados, o Projeto Casulo, “não tem o
escolar de estabelecimentos oficiais de ensino do 1º Grau, gestantes, sentido de compensar carências intelectuais, psicológicas ou mentais em
nutrizes, lactantes e população infantil até seis anos, assim como progra- função do ingresso futuro do menor no sistema escolar”.
mas de educação nutricional, principalmente para população de baixa A maior dificuldade do trabalho, de acordo com o próprio Projeto, se
renda familiar. constitui na falta de recursos humanos para supervisão sistemática, acom-
Outro órgão destinado a cuidar da alimentação de alunos do 1º e 2º panhamento e treinamento de pessoal.
graus, incluindo o pré-escolar, é a Campanha Nacional de Alimentação
Escolar (CNAE), vinculada ao MEC. TENDÊNCIAS E PRESSUPOSTOS
Kramer coloca que o fato de não existir extensa documentação sobre a
PROPOSTAS DE AÇÃO VOLTADAS AO MENOR ABANDONADO execução do Projeto a nível nacional torna difícil uma análise mais aprofun-
NO BRASIL - SAM E FUNABEM - ESTRUTURA E OBJETIVOS dada. Pode-se, no entanto, levantar a hipótese de que o Casulo pretende
atender às especialidades concretas de crianças, consideradas as diferen-
A mesma conjuntura que determinou o aparecimento do Departamento ças locais, encarando o atendimento ao pré-escolar como dotado de atua-
Nacional da Criança favoreceu a criação, em 1941, do Serviço de Assistên- ção limitada. O atendimento à criança não visto como solução para os
cia a Menores - SAM, subordinado diretamente ao Ministério da Justiça e problemas sociais, mas ao contrário, considera-se que a sua eficácia será
Negócios Interiores e articulado com o Juízo de Menores. tanto maior quanto mais for “executado num contexto de medidas mais
O SAM tentava, através de sua atuação, evitar “a má influência do am- amplas, em áreas mais estratégias como a política e a econômica”.
biente familiar”, por um lado, e formar “bons e sinceros brasileiros” que A confirmação, ou não, de uma ou outra tendência não pode prescindir
servissem aos interesses da nação, por outro. Neste sentido, os jovens que de maior estudo, dificultado pela própria escassez de material a respeito, e
completavam 18 anos eram encaminhados ao Exército, à Marinha e à pela falta de avaliações sistematizadas dos resultados do Casulo e de suas
Aeronáutica. diferentes formas de atuação.
O SAM não conseguiu “cumprir a sua finalidade de prestar, em todo o
território nacional, amparo social, sob todos os aspectos, aos menores A AÇÃO DO FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA
desvalidos e infratores da lei penal”. Ficou conhecido como “vergonha (UNICEF)
nacional”. Por isso, em 1964, foi proposta oficialmente, a extinção do SAM.
Era criada a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), que A POLÍTICA DO UNICEF
herdava seu patrimônio e suas atribuições. O UNICEF - pretende “estimular esforços, fornecendo uma espécie de
ajuda internacional que possa ser usada como alavanca para a mobilização
SURGE A FUNDAÇÃO NACIONAL DO BEM-ESTAR de recursos locais em favor da criança.
DO MENOR - FUNABEM Criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1946, o UNICEF
Vincula-se a FUNABEM diretamente à Presidência da República, a tinha como objetivo principal o de socorrer as crianças dos países devasta-
princípio, tendo sido deslocada posteriormente para o Ministério da Previ- dos pela Segunda Guerra Mundial. Desde o seu estabelecimento até os
dência e Assistência Social. dias atuais, a ênfase de sua atuação tem-se diversificado, determinando, de
“A FUNABEM tem como objetivo formular e implantar a política nacio- acordo com descrições de diversos relatórios da entidade, quatro períodos
nal do bem-estar do menor, mediante o estudo do problema e planejamento distintos.
das soluções, a orientação, coordenação e fiscalização das entidades que De 1946 a 1950 - Período de Ajuda de Emergência - foram realizadas
executem essa política”. campanhas de vacinação e distribuição de alimentos.
A autora coloca que se “a FUNABEM está conseguindo desenvolver A partir de 1951, e até cerca de 1955, houve extensão dos programas
um trabalho diferente do SAM, suprindo suas falhas e necessidades, é uma implantados na África e iniciaram-se os trabalhos na América Latina, sendo
questão que apenas aqueles estudos poderão responder. Pode-se supor as áreas rurais consideradas prioritárias.
que sua prática continua discriminatória como a do SAM; pode-se conjectu- De 1956 até praticamente 1960 foi efetivada uma política de incentivo
rar, ainda, que será brevemente substituída por outra instituição de atendi- aos Serviços Sociais com ênfase no bem-estar da criança e da família.
mento ao menor ...”
A partir de 1961, a Assistência do UNICEF passou a se relacionar dire-
tamente com as prioridades dos países auxiliados.
ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA: LBA E PROJETO CASULO
A autora comenta que houve um deslocamento da ênfase da atuação
A LEGIÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA
do UNICEF no atendimento médico e nutricional para os Serviços Sociais, e
Durante 20 anos (1946-1966) a LBA consolidou sua posição entre as destes para os aspectos considerados relevantes no desenvolvimento
obras assistenciais brasileiras, suplementado a previdência social nos nacional.
casos em que esta não cobria e atuando em casos de emergência (enchen-
A política atual do UNICEF privilegia a abordagem local de modo que
tes, incêndios etc).
as prioridades da assistência são determinadas junto com o governo do
Em 1966, uma portaria do Ministério da Justiça fez modificações com país em que o projeto será implantado. Seu papel consiste em encorajar os
relação à finalidade e à administração da LBA, incluindo a adolescência no governos dos países em desenvolvimento a promoverem programas de
seu atendimento e aumentando o seu Conselho Deliberativo. Devido às atendimento à infância que englobem a ajuda tanto de setores públicos
dificuldades financeiras, o Presidente da República assinou o decreto quanto de setores privados.
implantando a Loteria Esportiva onde a LBA passou a fazer jus a uma parte
de sua renda líquida. O UNICEF E A VALORIZAÇÃO DA CRIANÇA
A legião foi transformada em Fundação destinada a prestar assistência
No caso no Brasil, a presença do UNICEF pôde ser constatada em três
à maternidade, à infância e à adolescência.
momentos, dentre outros:

Fundamentos da Educação 140 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) através do Departamento Nacional da Criança, que participava das O Programa de Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar Nacional
reuniões da Junta Executiva do UNICEF. enquanto ação do MEC tem, portanto, caráter supletivo: subsídios são
b) através da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor, que publicou oferecidos às Unidades Federadas como sugestões, não sendo impostos,
as conclusões da conferência do UNICEF sobre “A infância e a Juventude sendo que alguns requisitos podem ser exigidos a fim de que se receba
no Desenvolvimento Nacional”, de 1965, da qual participou. auxílio financeiro.
c) através de financiamento direto a projetos comunitários, obtido por A partir dos princípios gerais apontados pelo Programa Nacional de
convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Social do Município do Rio Educação Pré-Escolar é que deveriam se estabelecidas as bases para o
de Janeiro, que ora se inicia. planejamento e implantação de projetos a nível de cada Unidade da Fede-
ração.
É muito diversificada, no entanto, a atuação a nível de cada Estado,
A EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR: OMEP e COEPRE envolvendo programas com objetivos e estratégias, curriculares inclusive,
Kramer coloca que no presente momento, no que diz respeito aos as- bastante diferentes.
pectos educacionais, existem duas formas de atendimento pré-escolar.
Uma é desenvolvida pela Organização Mundial de Educação Pré-Escolar OS PRINCÍPIOS DA AÇÃO
(OMEP), de caráter privado e beneficente, sendo sua atuação bastante Para Kramer, são poucos os documentos produzidos pela COEPRE
reduzida do ponto de vista quantitativo. A outra é realizada pela Coordena- que expressam a posição dessa Coordenação em relação à criança e às
ção de Educação Pré-Escolar (COEPRE), do Ministério da Edu- estratégias a ela dirigidas. Não sendo órgão normativo, sua função tem sido
cação e Cultura, de caráter público federal, tendo, pois, influência direta na a de dinamizar os setores que tratam da criança em idade pré-escolar e de
determinação das diretrizes do atendimento ao pré-escolar desenvolvido a mobilizar a ação, nos Estados, das Secretarias de Educação.
nível das Secretarias Estaduais.
A ESTRATIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO À CRIANÇA
O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA OMEP
A autora, coloca que o quadro do atendimento à criança no Brasil é
CRIAÇÃO E INFRA-ESTRUTURA constituído por uma rede, cheia de meandros, que envolve três diferentes
A Organização Mundial para Educação Pré-Escolar - OMEP - foi fun- ministérios: o da Saúde, o da Previdência e Assistência Social e o da
dada em 1948. Tem contratos de trabalho com a UNESCO, tendo como Educação, além do Ministério da Justiça, nos casos de menores infratores.
finalidade atender a crianças na faixa etária de zero a sete anos, de todas A precariedade em cada um dos três, é apontada como causa, mas ela é,
as classes sociais. É uma organização educativa internacional e não- ao contrário, consequência das condições de vida das classes sociais em
governamental, podendo receber adesões de qualquer pessoa ou organi- que estão inseridas as crianças. Essas condições é que determinam os
zação que o desejar, sem que haja distinção de raça, religião ou nacionali- problemas de saúde, nutrição, educação e situação familiar, e não o inver-
dade. so, como aparece nos discursos oficiais.
A equipe fundadora da OMEP-Brasil, ressaltando-se o seu caráter de
trabalho voluntário, era formada por pessoas que dirigiam cursos pré- CAPÍTULO III
escolares particulares e/ou cursos particulares de formação de professores A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR NO BRASIL
para o pré-escolar.
Segundo a autora a discussão sobre a política de educação pré-escolar
Em 1968, ampliou-se a atuação da OMEP-Brasil: foi firmado um con-
supõe que se leve em conta o fato de apenas a minoria de crianças dessa
vênio com o Ministério da Saúde por dois anos, e foram fundados os primei-
faixa etária estar sendo atendida hoje no Brasil. No caso da educação pré-
ros Centros de Atendimento ao Pré-Escolar (CAPEs) em comunidades
escolar brasileira, pode-se afirmar, sem dúvida, que o acesso não está
desprivilegiadas do Rio de Janeiro.
sendo garantido e pode-se supor, ainda, que, se a pré-escola está sendo
As verbas destinadas à OMEP provêm, não só de convênios com ór- considerada como compensatória de deficiências, o benefício que poderia
gãos oficiais, mas também de doações particulares e contribuições de trazer às crianças não está sendo efetivado.
sócios. O trabalho dos dirigentes é voluntário e seu enfoque assistencial e
idealista encontra uma barreira diante da necessidade de conseguir verbas A SITUAÇÃO DA CRIANÇA NO BRASIL E SEU ATENDIMENTO
para pagar o pessoal auxiliar,
A autora coloca que a pesquisa realizada pelo Censo Demográfico de
DIRETRIZES DE AÇÃO 1970 mostra, por exemplo, que mais da metade das famílias brasileiras tem
renda mensal de até dois salários mínimos.
A autora coloca que o trabalho nos CAPEs não se baseia em uma linha
filosófica específica. Há uma preocupação, de manter uma orientação Verificou-se que apenas 3,51% da população em idade pré-escolar
descentralizadora, de fazer o que pode ser feito conforme as características eram atendidos, pertencendo 44% daquele percentual a matrículas de
de cada CAPE. instituições particulares. Isso significa que a maioria das crianças que
A postura assistencialista, por outro lado, está ligada à ideia de que as recebem educação pré-escolar provém das classes médias e altas, ficando
crianças de classes desfavorecidas nada trazem de casa e precisam, alijada a quase totalidade das crianças que se originam das classes domi-
consequentemente, ser preparadas para a escola. Esta postura de alguns nadas.
dirigentes da OMEP, não correspondendo a uma posição da entidade como A oferta de vagas para instituições pré-escolares públicas está intima-
um todo. mente ligada à questão dos recursos financeiros.
A OMEP-Brasil não se preocupa exclusivamente com a criança caren-
te, apesar de ter diferido desde o início da entidade internacional na medida O atendimento ao pré-escolar em nada irá alterar a infra-estrutura eco-
em que estabeleceu como prioridade o trabalho com essa criança. Segundo nômica da sociedade brasileira, não é dele que depende a mudança social.
Didonet, o atendimento às crianças das classes sociais desfavorecidas No entanto, a educação pré-escolar precisa ser considerada como um
parece ser a linha futura de atuação da OMEP-Brasil. direito dos filhos das classes sociais dominadas, a quem são dificultadas, e
até mesmo impossibilitadas, as mínimas condições de vida.
TENTATIVAS DE ORGANIZAÇÃO DE UM PROGRAMA
LEGISLAÇÃO: ALGUNS ANTECEDENTES
NACIONAL DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
No Brasil, enquanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
A AÇÃO DA COEPRE (1961) dedicava dois artigos à Educação Pré-Primária, a Lei nº 5.692, de
Kramer relata que em 1975, o MEC criou uma Coordenação de Educa- 1971, dispõe que: “os sistemas de ensino velarão para que as crianças de
ção Pré-Escolar (então denominada CODEPRE, hoje COEPRE), para idade inferior a sete anos recebam conveniente educação em escolas
realizar estudos e contatos com outras agências a fim de desenvolver um maternais, jardins de infância e instituições equivalentes:
plano de educação pré-escolar.

Fundamentos da Educação 141 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Para Kramer tal abordagem da educação pré-escolar, a nível de legis- que a antecipação da escolaridade poderia, com vantagens, ser entendida,
lação, pode ser criticada por sua superficialidade, por um lado, como tam- prioritariamente, - como educação compensatória ...”.
bém por não apresentar as formas de viabilizar, na prática, o atendimento.
São destacados, ainda, como prioritários: o atendimento à criança ca-
Segundo a autora, ausência de legislação, no entanto, não significa rente através de programas de educação compensatória, e a necessidade
ausência de política. ao contrário, ela caracteriza a política educacional de assessoramento técnico de entidades internacionais experientes nessa
voltada para o pré-escolar como estagnada e omissa, plena de discursos área.
com recomendações, sugestões e interpretações e vazia de medidas
concretas de amplo alcance. Se os Conselheiros buscaram fundamentação para as diretrizes de
educação compensatória que propunham, porque não levaram em conside-
Kramer destaca que não se pode falar “da” política de educação pré- ração as críticas que estavam sendo feitas a ela naquele momento? Já
escolar, é indubitável a existência de diretrizes políticas e suas tendências. havia uma série de estudos e avaliações dos programas compensatórios
Essas diretrizes estão expressas em diversos documentos relativos a mostrando os seus resultados duvidosos, desde os primeiros anos da
encontros e seminários realizados a partir da criação da COEPRE, em década de 70, e a XIII Reunião ocorreu em 1976! É importante destacar
1975, e nas interpretações do CFE quanto ao artigo 19 da Lei nº 5.692. que se tratou de grave desconhecimento das análises a que os programas
haviam sido submetidos, numa espécie de transposição cega de interferên-
PRINCÍPIOS, TENDÊNCIAS OU DIRETRIZES POLÍTICAS cias e propostas já superadas em outros países.
DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR BRASILEIRA
TENDÊNCIAS CONSTATADAS
De acordo com Campos: “de esquecido e ignorado, o pré-escolar foi A NÍVEL DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
repentinamente colocado sob os holofotes de educadores, sanitaristas,
assistentes sociais, jornalistas e autoridades. No início de forma discreta, e O III Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto não contém uma
depois cada vez mais insistentemente, ele tem-se tornado o alvo de inúme- proposta explícita do tipo de educação pré-escolar que será desenvolvida
ros programas governamentais, projetos de pesquisa, reivindicações de nos anos 1980-1985, mesmo porque não é sua função traçar diretrizes,
grupo privados”. mas sim apontar estratégias de execução. O exame deste Plano não permi-
te uma caracterização definitiva da abordagem a que foi submetido o aten-
Para Kramer a movimentação existente em torno do tema mitifica o dimento pré-escolar, embora se perceba que o discurso da educação
atendimento ao pré-escolar como fórmula para solução de todos os males, compensatória esteja nele incorporado.
sejam culturais, educacionais ou nutricionais.
O III Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto se refere à edu-
TENDÊNCIAS CONSTATADAS A NÍVEL DA LEGISLAÇÃO cação pré-escolar em três momentos. No primeiro, sugere as medidas que
devem ser efetivadas em áreas “carentes”, tais como: integração de ações
A autora coloca que o atendimento ao pré-escolar beneficia atualmente educativo-culturais com as de saúde, saneamento, nutrição, habitação etc.:
uma ínfima parcela da população em idade pré-escolar e se a legislação mobilização das comunidades e famílias, envolvendo-se em processos
educacional vigente se refere a ela apenas superficialmente, pode ser educativos comuns; adoção e inovações metodológicas visando desforma-
questionada a validade de se analisar suas tendências, até mesmo de lizar o período educativo anterior à escolarização.
criticá-las, já que suas dimensões são mínimas.
Segundo Kramer o desenvolvimento da educação pré-escolar é desta-
Em vista disso, é importante, justificar, ao lado da urgência da expan- cado como prioridade das regiões Nordeste e Sudeste por sua “influência
são da educação pré-escolar, a necessidade premente de que a sua orien- decisiva no aproveitamento posterior do aluno, principalmente nas primeiras
tação não seja a de experiências que, além de se terem desenvolvido em séries do 1º grau”. Incluem-se, como estratégias: a integração dos vários
contextos muito diversos da realidade brasileira, incorreram em erros já níveis de atuação; a dinamização de formas não-convencionais de atendi-
conhecidos e, na maioria das vezes, revistos. Se os recursos destinados à mento, envolvendo-se a comunidade; a preparação de recursos humanos e
educação são tão exíguos, por que aplicá-los em programas sujeitos, a produção de pesquisas com a participação das universidades.
possivelmente, ao fracasso?
CONSEQUÊNCIAS DA TRANSPOSIÇÃO
O PRÉ-ESCOLAR COMO TERAPÊUTICA PARA AS CARÊNCIAS DA EDUCAÇÃO COMPENSATÓRIA PARA O BRASIL
CULTURAIS DAS CRIANÇAS
(OU RETOMANDO PROPOSTAS SUPERADAS) A autora inicia comentando que toda a discussão em torno da educa-
ção compensatória não é simplesmente uma questão semântica:
Segundo Kramer, é visível o preconceito da “idade crítica. Além disso,
a educação pré-escolar é considerada como uma resposta para os proble- — se se trata de deficiências ou de diferenças, se se deve chamar a
mas do 1º grau. Está presente, ainda, a ideia de privação cultural relaciona- criança de carente ou não, se se deve pretender compensar ou comple-
da à privação linguística. É também nítida a ambiguidade, analisada no mentar a cultura da criança não são os problemas fundamentais. O que se
quadro teórico, quanto às causas determinantes do fracasso (se biológicas coloca como prioritário é o fato de as análises subjacentes aos programas
ou sociais). A solução proposta para a diminuição das carências é explici- compensatórios e a abordagem da privação cultural servirem para esconder
tamente a educação compensatória, nos moldes originais em que foi con- que as causas do fracasso escolar estão na própria infraestrutura socioe-
cebida nos Estados Unidos e na Europa. No trecho transcrito, sobre o conômica da sociedade, que determina a inserção dos indivíduos - adultos
assunto, observa-se que a criança é culpada pelo seu fracasso, não sendo ou crianças - na produção.
questionada a escola e, muito menos, as causas socioeconômicas determi- Kramer diz que constatou-se que existe, em outros países, profunda
nantes do seu desempenho. discussão teórica e intenso desenvolvimento de pesquisas questionando a
A opção pela educação compensatória é evidente. E a justificativa teó- eficácia e a validade dos pressupostos dos programas compensatórios.
rica para essa opção está descrita no Relatório da XIII Reunião Conjunta Além disso, o próprio questionamento já é criticado, sendo apresentadas
dos Conselheiros de Educação, realizada de 31 ago./ 1 set. 1976 sobre “A novas propostas. Entretanto, no Brasil defende-se a educação compensató-
Antecipação do Início da Escolarização”, onde há inúmeras citações de ria, não se levando em conta nem as primeiras críticas, nem as análises
pesquisas e estudos realizados nos Estados Unidos em defesa da Educa- mais complexas a que as críticas estão sendo submetidas recentemente.
ção compensatória. Tal transposição da abordagem da privação cultural para o Brasil acar-
Essa reunião não tem poder de lei, mas, sem dúvida, influencia as de- reta algumas consequências: por um lado, o conceito de marginalidade que
cisões e a postura dos Conselhos Estaduais de Educação, sendo, portanto, está implicado; por outro lado, a prática de pretender implantar programas
importante levar em consideração o seu discurso e as suas conclusões: uniformes por todo o País; enfim, o tipo de análise que pode derivar se os
programas forem efetivados e fracassarem.
“A análise que tentamos fazer até aqui, em torno de uma série de fato-
res que afetam a aprendizagem da criança, conduziram-nos à conclusão A MARGINALIDADE

Fundamentos da Educação 142 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A autora coloca que mesmo que os programas compensatórios tives- E SE OS PROGRAMAS FRACASSAREM ....
sem “dado certo”, ainda assim se colocaria a questão do seu transplante
Para a autora, a crença na pré-escola e na educação compensatória
para países, como o Brasil, de economia dependente e onde existe um
como solução para os problemas sociais pressupõe uma dada posição
extensa parcela da população fora da produção, ou seja, em subempregos,
perante o mundo e a sociedade. O fracasso dos programas nela fundamen-
tanto na zona urbana quanto na rural.
tados pode significar um retrocesso na medida em que sirva para justificar
Em relação a educação brasileira, da situação de marginalidade resulta uma pretensa inferioridade das crianças.
o imenso fracasso escolar das crianças provenientes daquelas classes por O direito à educação pré-escolar brasileira está longe de ser efetivado
não possuírem os requisitos eminentemente culturais exigidos pela escola. para a maioria das crianças de zero a seis anos. O reconhecimento de sua
Propor a educação compensatória a fim de transformar um quadro que é necessidade começa a surgir a nível do discurso tanto de documentos
determinado pelo contexto socioeconômico representa escamotear as oficiais quanto de pronunciamentos e interpretações, bem como de propos-
verdadeiras causas que determinam o fracasso. Nesse sentido, questionar tas de programas desenvolvidos por iniciativa estadual ou municipal e, até,
a escola, seus padrões e a desvalorização da vida real da criança que beneficente. Entretanto, a educação pré-escolar compensatória está sendo
ocorre na sala de aula já seria um passo significativo, apesar de se consti- vista como a estratégia que irá solucionar os problemas da escola no 1º
tuir num primeiro nível de crítica. Garantir a efetividade do trabalho pedagó- grau e da própria sociedade brasileira.
gico seria um segundo passo.
Kramer comenta que é preciso, pois, desmistificar os poderes que a
Kramer afirma que a condição de “marginalização da maioria” poderia pré-escola supostamente teria a fim de que os danos por ela causados não
servir de alerta para insuficiência desse modelo explicativo nos países sejam até maiores que seus possíveis benefícios.
dependentes e para a busca de soluções de acordo com a realidade brasi-
Dentre esses danos se coloca, por um lado, a antecipação para o nível
leira, no caso, no sentido de modificá-la.
pré-escolar do processo de marginalização que as crianças provenientes
Na medida em que a educação compensatória expressa uma concep- das classes sociais desfavorecidas sofrem na escola de 1º grau. Ao invés
ção funcionalista e linear da marginalidade, os programas nela baseados de serem respeitadas e incentivadas, essas crianças podem ser discrimina-
pretendem realizar a mudança social. Por outro lado, se a marginalidade for das e levadas ao fracasso por não corresponderem aos padrões e normas
entendida como fruto da acumulação de riquezas e da desigual distribuição exigidos. Um fracasso precoce passaria a ser delas esperado na medida
da renda, os programas educacionais não serão considerados nem causa em que fossem consideradas como carentes e deficientes.
determinante nem mero efeito das transformações sociais. Eles poderão se Por outro lado, existe o risco da abordagem da privação cultural levar à
constituir em uma das maneiras de contribuir diretamente para que essas falsa conclusão de que as crianças são mesmo incapazes na medida em
transformações se realizem. que foram submetidas a programas compensatórios e, ainda assim não
tiveram êxito. O fracasso eventual dos programas pode aumentar o precon-
IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS: ceito que existe na prática com relação às crianças oriundas das classes
COLONIALISMO VERSUS REGIONALISMO? sociais dominadas e, ainda, ser utilizado ideologicamente como forma de
fortalecer a culpa das crianças, das famílias ou dos professores.
A autora destaca que outra consequência que pode advir da adoção da
abordagem da privação cultural é o desenvolvimento de programas educa- CONCLUSÕES
cionais a serem implantados de maneira uniforme por todo o País. Existe A autora relata que o estudo do atendimento à criança brasileira se-
uma grande diferença entre programas que têm as mesmas diretrizes, mas gundo uma perspectiva histórica, à luz do quadro teórico que construiu,
concebidas de forma flexível, e aqueles programas onde tanto os conteú- possibilitou-a chegar a algumas conclusões.
dos quanto as formas de concretizá-los são determinados a priori.
Em primeiro lugar, a assistência à infância tem-se constituído, no Bra-
A autora parte da premissa de que subjacente à proposta de um mes- sil, num objetivo não concretizado na prática durante todo o século XX.
mo programa para atender a situações extremamente diversas está a Existe uma enorme discrepância entre a valorização dada à criança a nível
concepção única de infância e de professor, em que ambos são entendidos do discurso e a situação real da infância brasileira. Além, disso, que se
como categorias uniformes e desvinculados de suas condições objetivas de estabelece um vínculo entre a discussão sobre a situação da infância e a
existência. Assim, a ideia de atendimento às necessidades básicas da ideia de que “a criança de hoje é o cidadão de amanhã” ou, ainda, a de que
“criança brasileira” deve ser substituída por uma efetiva preocupação com “atender a criança hoje é preparar um futuro melhor e uma sociedade
as diferentes formas de inserção social das crianças brasileiras nos seus diferente”. As causas da situação atual são localizadas no passado e os
contextos socioeconômicos e culturais. frutos do trabalho do presente são projetados para o futuro, deixando-se de
Tal postura não pode derivar no extremo aparentemente oposto que lado as possibilidades de mudança no e do presente. Por outro lado, a
caracteriza os programas como adequados às diversas culturas locais. O valorização do atendimento à criança não é específica dos últimos anos: ela
localismo que advém deste enfoque pode redundar numa posição imobilista aparece com maior ou menor intensidade em períodos diferentes.
e conservadora, que afastaria a possibilidade de acesso à cultura dominan- A nível do discurso oficial, a educação pré-escolar é sugerida como al-
te. ternativa que irá solucionar os problemas sociais, bem como os da escola
A autora ressalta que a posição que se propõe aqui, coerentemente de 1º grau. As diretrizes políticas da educação pré-escolar têm, nitidamente,
com o quadro teórico, é a de que os programas pré-escolares tomem a o caráter de educação compensatória. São proposta estratégicas já ultra-
cultura de origem da criança como ponto de partida do trabalho pedagógi- passadas em outros países e que foram, além disso, aplicadas a realidades
co, visando proporcionar, gradativamente, a instrumentalização necessária muito diferentes da brasileira.
para que essa criança adquira o saber dominante. Tal proposta impediria, Kramer destaca ainda que os vários níveis de análise crítica à aborda-
por uma lado, a anulação das características culturais básicas do contexto gem da privação cultural que tem sido feita em diversos países são inteira-
em que a criança vive, o que ocorre quando são implantados programas mente ignorados pela legislação brasileira.
nacionais uniformes. Por outro lado, afastaria a aderência à realidade local
que não favorece o acesso à cultura dominante, consequência dos progra- Segundo a autora, no decorrer do trabalho, percebeu, que alguns ca-
mas que procuram, tão-somente, atender às “necessidades básicas das minhos precisam ser retomados e explorados, a fim de que o conhecimento
comunidades”. do tema se torne mais amplo e profundo. Esses estudos poderão, sem
dúvida, alargar o conhecimento existente sobre as populações infantis
Segundo Kramer, essa discussão traz à tona a questão do papel que brasileiras, e favorecer a prática pedagógica que lhes é direcionada.
pode desempenhar a educação pré-escolar e exige uma redefinição das
diversas práticas que podem ser desenvolvidas no interior das pré-escolas. Destaca, por um lado, a necessidade de ser realizarem trabalhos teóri-
Destaca-se, sobretudo, a importância que assumem as atividades que cos que procurem recuperar como se deu a inserção das crianças na
exploram a linguagem e aquelas que preparam a alfabetização, vistas sociedade brasileira, considerando-se suas diferentes classes sociais de
ambas como processo que possibilitam a codificação da prática e a com- origem.
preensão da realidade, e não como meros mecanismos de repetição e Uma hipótese a ser verificada por outro estudo é a de que a preocupa-
treinamento de códigos impostos. ção do Estado com a criança aumenta em períodos políticos autoritários.

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Essa hipótese é levantada porque a autora observou que os órgãos volta- anos a partir de um enfoque histórico; em seguida, destaca algumas ques-
dos ao atendimento da criança foram criados entre 1930 e 1945, sofrendo tões políticas que se colocam no contexto atual, fazendo alguns comentá-
reformulações administrativas de 1964 até hoje, período em que se instituí- rios sobre as relações entre Estado, sociedade e infância no Brasil. Enfim,
ram, também, novos órgãos destinados ao atendimento da criança. Os no terceiro momento, apresenta alguns desafios - suscitados pelos itens
discursos relativos à “causa” da criança aumentam durante esses períodos anteriores - que exigem urgente enfrentamento e propostas de soluções.
políticos autoritários, e se revestem, ainda, de um caráter patriótico exacer- Seu objetivo é o de que esta análise possa fornecer subsídios tanto para a
bado. apreciação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Ressalta, por outro lado, a importância de que sejam desenvolvidos quanto para o encaminhamento de ações concretas.
trabalhos empíricos que possibilitem determinar diretrizes políticas e alter- Segundo Kramer, a pressão da sociedade civil, através dos movimen-
nativas práticas que não tenham caráter compensatório. tos sociais organizados, poderá exigir a concretização dos aspectos essen-
ciais para o reconhecimento das crianças brasileiras na sua condição de
ANEXO I cidadãs. A sensibilidade política, o compromisso com a justiça social e o
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR: engajamento na construção de uma sociedade democrática irão, segundo
LEGISLAÇÃO E SUA INTERPRETAÇÃO Kramer, favorecer que o Congresso Nacional leve em conta as necessida-
des prementes das populações infantis, em especial as das classes oprimi-
— Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 4.024, de das e expropriadas ao longo de nossa história. Ouvindo essas vozes, se
20/12/1961, dedica os artigos 23 e 24 do Cap. I, Título VI, à Educação Pré- poderá - com a nova LDB e na revisão constitucional - contribuir para que
Primária. os direitos da infância brasileira se tornem reais. Ou, pelo menos, se tornem
Art. 23º — A educação pré-primária destina-se aos menores até sete possíveis.
anos, e será ministrada em escolas maternais ou jardins de infância.
A autora coloca que o fato de reconhecermos a importância da oferta
Art. 24º — As empresas que tenham a seu serviço mães de menores educacional a todas as crianças de 7 anos não irá garantir mudanças
de sete anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa própria estruturais nas suas condições de vida, é importante repetir. Assim, se por
ou em cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré- um lado, uma educação democrática considera a criança enquanto cidadã
primária. com direitos que devem ser assegurados, por outro, esta visão não pode
— Lei nº 5.692, de 11/8/1971, fixa diretrizes e bases para o ensino ser enfraquecida por um assistencialismo e mesmo por um paternalismo
de 1º e 2º graus e dá outra providências. Os artigos nºs 23 e 24 da LDB, que mistifique os poderes da educação, encarando-a como panaceia para
supracitados, são revogados por esta Lei. O Cap.II, Do ensino de 1º grau, todos os males de uma sociedade profundamente marcada pelas desigual-
fixa que: dades sociais. As soluções para estas questões extrapolam o domínio
educacional e devem, portanto, ser encaminhadas a partir das próprias
Art. 19º — Para o ingresso no ensino de 1º grau, deverá o aluno ter a contradições geradas pelo modelo econômico concentrador excludente, e
idade mínima de sete anos. pelo embates políticos sustentados por todos aqueles que têm se posicio-
§ 1º — As normas de cada sistema disporão sobre a possibilidade nado - e atuado - contra a marginalização e opressão da maioria da popu-
de ingresso no ensino de primeiro grau de alunos com menos de sete anos lação brasileira.
de idade.
Não está em jogo a “salvação” da infância brasileira ou de qualquer ou-
§ 2º — Os sistemas de ensino velarão para que as crianças de ida- tra nacionalidade, nem a abolição súbita de seus graves problemas. Como
de inferior a sete anos recebam conveniente duração em escolas mater- não está em jogo tampouco o “engrandecimento da nação” ou a “mudança
nais, jardins de infância e instituições equivalentes. do homem de amanhã”, ufanismos característicos de períodos políticos
- Indicação nº 45, do Conselho Federal de Educação, de 4/6/1974, so- autoritários. Trata-se de apenas trilhar - com a educação infantil realizada
bre o artigo 19 da Lei nº 5.692 e a Educação Pré-Escolar da Conselheira em creches e pré-escolas de qualidade - um dos tantos passos necessários
Eurides Brito da Silva. para a construção difícil, penosa e lenta da autonomia, da autodetermina-
ção e da democratização de nossa sociedade.
- Parecer nº 2.018, do Conselho Federal de Educação, aprova em
5/7/1974 a Indicação nº 45/74 e acrescenta recomendações.
- Parecer nº 1.600, do Conselho Federal de Educação, aprovado em TESTES
9/5/1975: Habilitação a nível de 2º grau para o magistério pré-escolar.
01. A Pedagogia, segundo _______, recorre à contribuição de outras
- Parecer nº 2.521, do Conselho Estadual de Educação de São Paulo,
ciências como a Filosofia, por exemplo, ao estudar a educação nos
aprovado em 2/7/1975: Interpretação do artigo 19, Parágrafo 1º da Lei nº
seus aspectos sociais, políticos, econômicos, psicológicos, para
5.692/71 - programas antecipatórios da escolarização regular.
descrever e explicar o fenômeno educativo.
- Parecer nº 1.038, do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, a) Libâneo b) Piaget c) Leptóteno d) Lames
aprovado em 13/4/1977 sobre Nova Redação do Parágrafo 2º do art. 19 da
Lei nº 5.692/71. 02. A classe social proprietária dos meios de produção retira seus
lucros da exploração do trabalho da classe trabalhadora, sendo que
- Parecer nº 1.600, do Conselho Estadual de Educação, aprovado em esta última, à qual pertencem ____ da população brasileira, é obrigada
10/5/78: Consulta sobre qual a habilitação exigida para se ocupar a direção a trocar sua capacidade de trabalho por um salário que não cobre as
de uma escola de educação infantil. suas necessidades vitais e fica privada, também, às satisfações de
- XIII Reunião Conjunta dos Conselheiros de Educação sobre “A ante- suas necessidades espirituais e culturais.
cipação do início da escolarização”, Brasília, 31/8/1976. a) 60% b) 70% c) 50% d) 40%

03. A formação profissional do professor é realizada nos cursos de


ANEXO II Habilitação ao Magistério a nível de _____ e superior.
POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PARA CRIANÇAS DE 0 A 6 ANOS a) infantil
NO BRASIL: O DESAFIO DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA b) 1º grau
Segundo a autora o grande desafio que enfrentamos, no que diz res- c) 2º grau
peito à educação das crianças de 0 a 6 anos, se constitui no desafio de d) magistério
construir - hoje - a cidadania. Este é o ponto central que pretende desen-
volver nesta exposição. 04. Porém, a escola pública está longe de atender essas finalidades e
o Poder Público não tem cumprido suas responsabilidades na manu-
O trabalho está organizado em três momentos: inicialmente, a autora tenção do ensino obrigatório e gratuito. Libâneo cita dados recentes
analisa, a questão das políticas dirigidas às populações infantis de 0 a 6 do Ministério da Educação que mostram que, ainda hoje, na maioria

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das regiões do país, cerca de 50% das crianças matriculadas na 1ª ___________________________________
série repetem ou deixam a escola antes de iniciar a ______.
a) 5ª série b) 4ª série c) 3ª série d) 2ª série ___________________________________
___________________________________
05. O movimento de renovação da educação, inspirado nas ideias de
_______, recebeu diversas denominações, como educação nova, ___________________________________
escola nova, pedagogia ativa, escola do trabalho. ___________________________________
a) Rosseau
b) Chaianov _______________________________________________________
c) Platão
d) Royseau
_______________________________________________________
_______________________________________________________
06. A Pedagogia Renovada inclui várias correntes: a progressista (que
se baseia na teoria educacional de ________). _______________________________________________________
a) John Deey _______________________________________________________
b) John Dewey
c) John Dewwey _______________________________________________________
d) Joyhn Dewrey
_______________________________________________________
07. Todas, de alguma forma, estão ligadas ao movimento da pedago- _______________________________________________________
gia ativa que surge no final do século ___ como contraposição à
Pedagogia Tradicional. _______________________________________________________
a) XVIII _______________________________________________________
b) XX
c) XIX _______________________________________________________
d) XXI _______________________________________________________
08. Entretanto, segundo estudo feito por Castro (___________), os _______________________________________________________
conhecimentos e a experiência da Didática brasileira pautam-se, em
boa parte, no movimento da Escola Nova, inspirado principalmente na
_______________________________________________________
corrente progressista. Destacaremos, aqui, apenas a Didática ativa _______________________________________________________
inspirada nessa corrente e a Didática Moderna de Luís Alves de Mat-
tos, que incluímos na corrente culturalista. _______________________________________________________
a) 1987 _______________________________________________________
b) 1983
c) 1985 _______________________________________________________
d) 1984
_______________________________________________________
09. Em paralelo à Didática da Escola Nova, conta Libâneo, que surge a _______________________________________________________
partir dos anos __ a Didática Moderna proposta por Luís Alves de Mattos.
a) 50 _______________________________________________________
b) 60 _______________________________________________________
c) 40
d) 80 _______________________________________________________
_______________________________________________________
10. Na segunda metade da década de __, com a incipiente modificação
do quadro político repressivo em decorrência de lutas sociais por _______________________________________________________
maior democratização da sociedade, tornou-se possível a discussão
de questões educacionais e escolares numa perspectiva de crítica das
_______________________________________________________
instituições sociais do capitalismo. _______________________________________________________
a) 50
b) 70 _______________________________________________________
c) 80 _______________________________________________________
d) 60
_______________________________________________________
_______________________________________________________

GABARITO _______________________________________________________
_______________________________________________________
01.A
02.B _______________________________________________________
03.C _______________________________________________________
04.D
05.A _______________________________________________________
06.B _______________________________________________________
07.C
08.D _______________________________________________________
09.A
_______________________________________________________
10.B
_______________________________________________________
_______________________________________________________

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Fundamentos da Educação 146 A Opção Certa Para a Sua Realização


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XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimen-
to até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
..........................................................................................”(NR)
“Art. 23. ...................................................................................
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coopera-
Princípios da Administração Pública; ção entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacio-
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA nal.”(NR)
Os princípios referidos no programa são aqueles constantes da reforma “Art. 30. ...................................................................................
administrativa de 1967 (Decreto-Lei n. 200, de 25.02.67), mantidos tacita- ...................................................................................................
mente pela reforma de 1990 (Lei n. 8028, de 12.04.90 e Decreto 99.180, de
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Es-
15.03.90). São eles o do “planejamento”, o da .coordenação”, o da “descen-
tado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
tralização”, o da “delegação de competência” e o do “controle”, que serão
sucintamente analisados a seguir: ..........................................................................................”(NR)
“Art. 206. .................................................................................
Planejamento – É o estudo e estabelecimento das diretrizes e metas
que deverão orientar a ação governamental, através de um piano geral de ....................................................................................................
governo, de programas globais, setoriais e regionais de duração plurianual, V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na
do orçamento-programa anual e da programação financeira de desembolso. forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso
Desta forma, as atividades da Administração Pública deverão adaptar-se público de provas e títulos, aos das redes públicas;
aos programas aprovados pela Presidência da República, isto é, não são ....................................................................................................
permitidos desvios que comprometam os limites financeiros de desembolso
ou afrontem a respectiva programação. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educa-
ção escolar pública, nos termos de lei federal.
Coordenação – É o que visa entrosar as atividades da Administração,
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores
de modo a evitar a duplicidade de atuação, a disperso de recursos, a diver-
considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo
gência de soluções e outros males característicos da burocracia.
para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
Através da coordenação pretende-se a harmonização de todas as ati- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”(NR)
vidades da Administração Pública, evitando-se desperdícios. Economiza-
“Art. 208. .................................................................................
se, portanto, recursos materiais e humanos.
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco)
Descentralização - É o que tem por objeto o descongestionamento anos de idade;
administrativo, afastando do centro (o Estado) e atribuindo a uma pessoa
distinta, poderes de administração, constituídos do exercício de atividades ..........................................................................................”(NR)
públicas ou de utilidade pública. Desta forma, em seu próprio nome, o ente “Art. 211. .................................................................................
descentralizado age por outorga do serviço ou atividade pública, bem como ....................................................................................................
por delegação de sua execução. A descentralização distingue-se da “des-
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino re-
concentração”, que vem a se constituir na distribuição ou repartição de
gular.”(NR)
funções entre vários órgãos da mesma entidade estatal (União, Estados,
DF, Municípios). “Art. 212. .................................................................................
....................................................................................................
Delegação de competência - Pode ser encarada como uma forma de
aplicação do “princípio da descentralização”, mas o Decreto-Lei n. 200/67 § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financia-
coloca-o como princípio autônomo e diferenciado daquele. Constitui-se na mento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas
transferência, pelas autoridades administrativas, de atribuições decisórias a na forma da lei.
seus subordinados, mediante ato específico e que indique, com clareza e § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição
precisão, a autoridade delegante (a que transfere), a delegada (que recebe) social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número
e o objeto da delegação (a própria atribuição). Através desse princípio visa, de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas
a Administração Pública, maior objetividade e precisão às suas decisões. de ensino.”(NR)
com vistas a situá-las o mais próximo possível dos fatos, das pessoas e dos Art. 2º O art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
problemas que pretende atender. passa a vigorar com a seguinte redação:
Controle - Em sentido amplo, caracteriza-se numa das formas de “Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta
exercício do poder hierárquico, com o objetivo de fiscalização, pelo órgão Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
superior, do cumprimento da lei, das instruções e da execução das atribui- destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Consti-
ções específicas, dos órgãos inferiores, bem como dos atos e rendimento tuição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à
de cada servidor. Pelo enfoque da reforma administrativa e que mais dire- remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as
tamente interessa ao nosso estudo, constitui-se em instrumento da supervi- seguintes disposições:
são ministerial, a que sujeitam-se todos os órgãos da Administração fede-
I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito
ral, inclusive os entes descentralizados (autarquias, paraestatais), normal-
Federal, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a criação,
mente não sujeitos ao poder hierárquico das autoridades da Administração
no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manuten-
direta. Visa, especificamente, à consecução de seus objetivos e à eficiência
ção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissi-
de sua gestão, sendo exercido de diversos modos e que poderão chegar,
onais da Educação - FUNDEB, de natureza contábil;
se for o caso, à intervenção, mediante controle total.
II - os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constitu-
ídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II
e III do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do
Emenda Constitucional nº 53/2006; caput do art. 158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso II do caput do art.
159, todos da Constituição Federal, e distribuídos entre cada Estado e seus
Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes altera- Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e
ções: modalidades da educação básica presencial, matriculados nas respectivas
“Art. 7º ..................................................................................... redes, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária estabelecidos nos §§
2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal;
....................................................................................................

Legislação 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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III - observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do § 4º Para efeito de distribuição de recursos dos Fundos a que se refere
caput do art. 208 da Constituição Federal e as metas de universalização da o inciso I do caput deste artigo, levar-se-á em conta a totalidade das matrí-
educação básica estabelecidas no Plano Nacional de Educação, a lei culas no ensino fundamental e considerar-se-á para a educação infantil,
disporá sobre: para o ensino médio e para a educação de jovens e adultos 1/3 (um terço)
a) a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus re- das matrículas no primeiro ano, 2/3 (dois terços) no segundo ano e sua
cursos, as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno totalidade a partir do terceiro ano.
entre etapas e modalidades da educação básica e tipos de estabelecimento § 5º A porcentagem dos recursos de constituição dos Fundos, confor-
de ensino; me o inciso II do caput deste artigo, será alcançada gradativamente nos
b) a forma de cálculo do valor anual mínimo por aluno; primeiros 3 (três) anos de vigência dos Fundos, da seguinte forma:
c) os percentuais máximos de apropriação dos recursos dos Fundos I - no caso dos impostos e transferências constantes do inciso II do ca-
pelas diversas etapas e modalidades da educação básica, observados os put do art. 155; do inciso IV do caput do art. 158; e das alíneas a e b do
arts. 208 e 214 da Constituição Federal, bem como as metas do Plano inciso I e do inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal:
Nacional de Educação; a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento),
d) a fiscalização e o controle dos Fundos; no primeiro ano;
e) prazo para fixar, em lei específica, piso salarial profissional nacional
b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e três centésimos por cento), no se-
para os profissionais do magistério público da educação básica; gundo ano;
IV - os recursos recebidos à conta dos Fundos instituídos nos termos
do inciso I do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e Municí- c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano;
pios exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, con- II - no caso dos impostos e transferências constantes dos incisos I e III
forme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal; do caput do art. 155; do inciso II do caput do art. 157; e dos incisos II e III
V - a União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o do caput do art. 158 da Constituição Federal:
inciso II do caput deste artigo sempre que, no Distrito Federal e em cada a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no pri-
Estado, o valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente, meiro ano;
fixado em observância ao disposto no inciso VII do caput deste artigo, b) 13,33% (treze inteiros e trinta e três centésimos por cento), no se-
vedada a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 da gundo ano;
Constituição Federal;
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano.”(NR)
VI - até 10% (dez por cento) da complementação da União prevista no
inciso V do caput deste artigo poderá ser distribuída para os Fundos por § 6º (Revogado).
meio de programas direcionados para a melhoria da qualidade da educa- § 7º (Revogado).”(NR)
ção, na forma da lei a que se refere o inciso III do caput deste artigo; Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua pu-
VII - a complementação da União de que trata o inciso V do caput des- blicação, mantidos os efeitos do art. 60 do Ato das Disposições Constituci-
te artigo será de, no mínimo: onais Transitórias, conforme estabelecido pela Emenda Constitucional nº
a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), no primeiro ano de vi- 14, de 12 de setembro de 1996, até o início da vigência dos Fundos, nos
gência dos Fundos; termos desta Emenda Constitucional.
b) R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), no segundo ano de vi-
gência dos Fundos;
c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de reais), Lei nº 11.494/2007;
no terceiro ano de vigência dos Fundos;
d) 10% (dez por cento) do total dos recursos a que se refere o inciso II CAPÍTULO I
do caput deste artigo, a partir do quarto ano de vigência dos Fundos; DISPOSIÇÕES GERAIS
VIII - a vinculação de recursos à manutenção e desenvolvimento do Art. 1o É instituído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um
ensino estabelecida no art. 212 da Constituição Federal suportará, no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valori-
máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União, consideran- zação dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de natureza contábil, nos
do-se para os fins deste inciso os valores previstos no inciso VII do caput termos do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias -
deste artigo; ADCT.
IX - os valores a que se referem as alíneas a, b, e c do inciso Parágrafo único. A instituição dos Fundos previstos no caput deste arti-
VII do caput deste artigo serão atualizados, anualmente, a partir da go e a aplicação de seus recursos não isentam os Estados, o Distrito Fede-
promulgação desta Emenda Constitucional, de forma a preservar, em ral e os Municípios da obrigatoriedade da aplicação na manutenção e no
caráter permanente, o valor real da complementação da União; desenvolvimento do ensino, na forma prevista no art. 212 da Constituição
X - aplica-se à complementação da União o disposto no art. 160 da Federal e no inciso VI do caput e parágrafo único do art. 10 e no inciso I do
Constituição Federal; caput do art. 11 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de:
XI - o não-cumprimento do disposto nos incisos V e VII do caput deste I - pelo menos 5% (cinco por cento) do montante dos impostos e trans-
artigo importará crime de responsabilidade da autoridade competente; ferências que compõem a cesta de recursos do Fundeb, a que se referem
XII - proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo os incisos I a IX do caput e o § 1o do art. 3o desta Lei, de modo que os
referido no inciso I do caput deste artigo será destinada ao pagamento dos recursos previstos no art. 3o desta Lei somados aos referidos neste inciso
profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício. garantam a aplicação do mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) desses
impostos e transferências em favor da manutenção e desenvolvimento do
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
ensino;
assegurar, no financiamento da educação básica, a melhoria da qualidade
de ensino, de forma a garantir padrão mínimo definido nacionalmente. II - pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) dos demais impostos e
§ 2º O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Esta- transferências.
do e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao praticado no âmbito do Art. 2o Os Fundos destinam-se à manutenção e ao desenvolvimento da
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de educação básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação,
Valorização do Magistério - FUNDEF, no ano anterior à vigência desta incluindo sua condigna remuneração, observado o disposto nesta Lei.
Emenda Constitucional. CAPÍTULO II
§ 3º O valor anual mínimo por aluno do ensino fundamental, no âmbito DA COMPOSIÇÃO FINANCEIRA
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Seção I
Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, não poderá ser Das Fontes de Receita dos Fundos
inferior ao valor mínimo fixado nacionalmente no ano anterior ao da vigên- Art. 3o Os Fundos, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, são
cia desta Emenda Constitucional. compostos por 20% (vinte por cento) das seguintes fontes de receita:

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I - imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer § 1o A complementação da União observará o cronograma da progra-
bens ou direitos previsto no inciso I do caput do art. 155 da Constituição mação financeira do Tesouro Nacional e contemplará pagamentos mensais
Federal; de, no mínimo, 5% (cinco por cento) da complementação anual, a serem
II - imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e realizados até o último dia útil de cada mês, assegurados os repasses de,
sobre prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e no mínimo, 45% (quarenta e cinco por cento) até 31 de julho, de 85%
de comunicação previsto no inciso II do caput do art. 155 combinado com (oitenta e cinco por cento) até 31 de dezembro de cada ano, e de 100%
oinciso IV do caput do art. 158 da Constituição Federal; (cem por cento) até 31 de janeiro do exercício imediatamente subseqüente.
III - imposto sobre a propriedade de veículos automotores previsto no § 2o A complementação da União a maior ou a menor em função da di-
inciso III do caput do art. 155 combinado com o inciso III do caput do art. ferença entre a receita utilizada para o cálculo e a receita realizada do
158 da Constituição Federal; exercício de referência será ajustada no 1o (primeiro) quadrimestre do
IV - parcela do produto da arrecadação do imposto que a União even- exercício imediatamente subseqüente e debitada ou creditada à conta
tualmente instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo específica dos Fundos, conforme o caso.
inciso I do caput do art. 154 da Constituição Federal prevista no inciso II do § 3o O não-cumprimento do disposto no caput deste artigo importará
caput do art. 157 da Constituição Federal; em crime de responsabilidade da autoridade competente.
V - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade Art. 7o Parcela da complementação da União, a ser fixada anualmente
territorial rural, relativamente a imóveis situados nos Municípios, prevista no pela Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação
inciso II do caput do art. 158 da Constituição Federal; Básica de Qualidade instituída na forma da Seção II do Capítulo III desta
VI - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e pro- Lei, limitada a até 10% (dez por cento) de seu valor anual, poderá ser
ventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados distribuída para os Fundos por meio de programas direcionados para a
devida ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e melhoria da qualidade da educação básica, na forma do regulamento.
prevista na alínea a do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal Parágrafo único. Para a distribuição da parcela de recursos da com-
e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei no 5.172, de 25 de plementação a que se refere o caput deste artigo aos Fundos de âmbito
outubro de 1966; estadual beneficiários da complementação nos termos do art. 4o desta Lei,
VII - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e pro- levar-se-á em consideração:
ventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados I - a apresentação de projetos em regime de colaboração por Estado e
devida ao Fundo de Participação dos Municípios – FPM e prevista na alínea respectivos Municípios ou por consórcios municipais;
b do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal e no Sistema
Tributário Nacional de que trata a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; II - o desempenho do sistema de ensino no que se refere ao esforço de
habilitação dos professores e aprendizagem dos educandos e melhoria do
VIII - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre produtos in- fluxo escolar;
dustrializados devida aos Estados e ao Distrito Federal e prevista no inciso
II do caput do art. 159 da Constituição Federal e na Lei Complementar no III - o esforço fiscal dos entes federados;
61, de 26 de dezembro de 1989; e IV - a vigência de plano estadual ou municipal de educação aprovado
IX - receitas da dívida ativa tributária relativa aos impostos previstos por lei.
neste artigo, bem como juros e multas eventualmente incidentes. CAPÍTULO III
§ 1o Inclui-se na base de cálculo dos recursos referidos nos incisos do DA DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS
caput deste artigo o montante de recursos financeiros transferidos pela Seção I
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, conforme disposto Disposições Gerais
naLei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Art. 8o A distribuição de recursos que compõem os Fundos, no âmbito
§ 2o Além dos recursos mencionados nos incisos do caput e no § 1o de cada Estado e do Distrito Federal, dar-se-á, entre o governo estadual e
deste artigo, os Fundos contarão com a complementação da União, nos os de seus Municípios, na proporção do número de alunos matriculados
termos da Seção II deste Capítulo. nas respectivas redes de educação básica pública presencial, na forma do
Seção II Anexo desta Lei.
Da Complementação da União § 1o Será admitido, para efeito da distribuição dos recursos previstos no
Art. 4o A União complementará os recursos dos Fundos sempre que, inciso II do caput do art. 60 do ADCT, em relação às instituições comunitá-
no âmbito de cada Estado e no Distrito Federal, o valor médio ponderado rias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o
por aluno, calculado na forma do Anexo desta Lei, não alcançar o mínimo poder público, o cômputo das matrículas efetivadas: (Redação dada pela
definido nacionalmente, fixado de forma a que a complementação da União Lei nº 12.695, de 2012)
não seja inferior aos valores previstos no inciso VII do caput do art. 60 do I - na educação infantil oferecida em creches para crianças de até 3
ADCT. (três) anos; (Incluído pela Lei nº 12.695, de 2012)
§ 1o O valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente constitui-se II - na educação do campo oferecida em instituições credenciadas que
em valor de referência relativo aos anos iniciais do ensino fundamental tenham como proposta pedagógica a formação por alternância, observado
urbano e será determinado contabilmente em função da complementação o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.695, de 2012)
da União. § 2o As instituições a que se refere o § 1o deste artigo deverão obriga-
§ 2o O valor anual mínimo por aluno será definido nacionalmente, con- tória e cumulativamente:
siderando-se a complementação da União após a dedução da parcela de I - oferecer igualdade de condições para o acesso e permanência na
que trata o art. 7o desta Lei, relativa a programas direcionados para a escola e atendimento educacional gratuito a todos os seus alunos;
melhoria da qualidade da educação básica.
II - comprovar finalidade não lucrativa e aplicar seus excedentes finan-
Art. 5o A complementação da União destina-se exclusivamente a asse- ceiros em educação na etapa ou modalidade previstas nos §§ 1o, 3o e 4o
gurar recursos financeiros aos Fundos, aplicando-se o disposto no caput do deste artigo;
art. 160 da Constituição Federal.
III - assegurar a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitá-
§ 1o É vedada a utilização dos recursos oriundos da arrecadação da ria, filantrópica ou confessional com atuação na etapa ou modalidade
contribuição social do salário-educação a que se refere o § 5º do art. 212 previstas nos §§ 1o, 3o e 4o deste artigo ou ao poder público no caso do
da Constituição Federal na complementação da União aos Fundos. encerramento de suas atividades;
§ 2o A vinculação de recursos para manutenção e desenvolvimento do IV - atender a padrões mínimos de qualidade definidos pelo órgão nor-
ensino estabelecida no art. 212 da Constituição Federal suportará, no mativo do sistema de ensino, inclusive, obrigatoriamente, ter aprovados
máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União. seus projetos pedagógicos;
Art. 6o A complementação da União será de, no mínimo, 10% (dez por V - ter certificado do Conselho Nacional de Assistência Social ou órgão
cento) do total dos recursos a que se refere o inciso II do caput do art. 60 equivalente, na forma do regulamento.
do ADCT.

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§ 3o Será admitido, até 31 de dezembro de 2016, o cômputo das matrí- anos iniciais do ensino fundamental urbano, observado o disposto no § 1o
culas das pré-escolas, comunitárias, confessionais ou filantrópicas, sem fins do art. 32 desta Lei.
lucrativos, conveniadas com o poder público e que atendam a crianças de 4 § 2o A ponderação entre demais etapas, modalidades e tipos de esta-
(quatro) a 5 (cinco) anos, observadas as condições previstas nos incisos I a belecimento será resultado da multiplicação do fator de referência por um
V do § 2o, efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, realizado fator específico fixado entre 0,70 (setenta centésimos) e 1,30 (um inteiro e
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixei- trinta centésimos), observando-se, em qualquer hipótese, o limite previsto
ra - INEP. (Redação dada pela Lei nº 12.837, de 2013) no art. 11 desta Lei.
§ 4o Observado o disposto no parágrafo único do art. 60 da Lei no § 3o Para os fins do disposto neste artigo, o regulamento disporá sobre
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no § 2o deste artigo, admitir-se-á o a educação básica em tempo integral e sobre os anos iniciais e finais do
cômputo das matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atuali- ensino fundamental.
zado, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confes-
sionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder públi- § 4o O direito à educação infantil será assegurado às crianças até o
co, com atuação exclusiva na modalidade. término do ano letivo em que completarem 6 (seis) anos de idade.
§ 5o Eventuais diferenças do valor anual por aluno entre as instituições Art. 11. A apropriação dos recursos em função das matrículas na mo-
públicas da etapa e da modalidade referidas neste artigo e as instituições a dalidade de educação de jovens e adultos, nos termos da alínea c do inciso
que se refere o § 1o deste artigo serão aplicadas na criação de infra- III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias -
estrutura da rede escolar pública. ADCT, observará, em cada Estado e no Distrito Federal, percentual de até
15% (quinze por cento) dos recursos do Fundo respectivo.
§ 6o Os recursos destinados às instituições de que tratam os §§ 1o, 3o e
o
4 deste artigo somente poderão ser destinados às categorias de despesa Seção II
previstas no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Da Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação
Básica de Qualidade
Art. 9o Para os fins da distribuição dos recursos de que trata esta Lei,
Art. 12. Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação, a Comis-
serão consideradas exclusivamente as matrículas presenciais efetivas,
são Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de
conforme os dados apurados no censo escolar mais atualizado, realizado
Qualidade, com a seguinte composição:
anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira - INEP, considerando as ponderações aplicáveis. I - 1 (um) representante do Ministério da Educação;
§ 1o Os recursos serão distribuídos entre o Distrito Federal, os Estados II - 1 (um) representante dos secretários estaduais de educação de ca-
e seus Municípios, considerando-se exclusivamente as matrículas nos da uma das 5 (cinco) regiões político-administrativas do Brasil indicado
respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme os §§ 2º e 3º do art. pelas seções regionais do Conselho Nacional de Secretários de Estado da
211 da Constituição Federal, observado o disposto no § 1o do art. 21 desta Educação - CONSED;
Lei. III - 1 (um) representante dos secretários municipais de educação de
cada uma das 5 (cinco) regiões político-administrativas do Brasil indicado
§ 2o Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na
pelas seções regionais da União Nacional dos Dirigentes Municipais de
rede regular de ensino, em classes comuns ou em classes especiais de
Educação - UNDIME.
escolas regulares, e em escolas especiais ou especializadas.
§ 1o As deliberações da Comissão Intergovernamental de Financiamen-
§ 3o Os profissionais do magistério da educação básica da rede pública to para a Educação Básica de Qualidade serão registradas em ata circuns-
de ensino cedidos para as instituições a que se referem os §§ 1o, 3o e 4o do tanciada, lavrada conforme seu regimento interno.
art. 8o desta Lei serão considerados como em efetivo exercício na educa-
ção básica pública para fins do disposto no art. 22 desta Lei. § 2o As deliberações relativas à especificação das ponderações serão
baixadas em resolução publicada no Diário Oficial da União até o dia 31 de
§ 4o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, no prazo julho de cada exercício, para vigência no exercício seguinte.
de 30 (trinta) dias da publicação dos dados do censo escolar no Diário
§ 3o A participação na Comissão Intergovernamental de Financiamento
Oficial da União, apresentar recursos para retificação dos dados publica-
para a Educação Básica de Qualidade é função não remunerada de rele-
dos.
vante interesse público, e seus membros, quando convocados, farão jus a
Art. 10. A distribuição proporcional de recursos dos Fundos levará em transporte e diárias.
conta as seguintes diferenças entre etapas, modalidades e tipos de estabe- Art. 13. No exercício de suas atribuições, compete à Comissão Intergo-
lecimento de ensino da educação básica: vernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade:
I - creche em tempo integral; I - especificar anualmente as ponderações aplicáveis entre diferentes
II - pré-escola em tempo integral; etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino da educação
III - creche em tempo parcial; básica, observado o disposto no art. 10 desta Lei, levando em consideração
a correspondência ao custo real da respectiva etapa e modalidade e tipo de
IV - pré-escola em tempo parcial; estabelecimento de educação básica, segundo estudos de custo realizados
V - anos iniciais do ensino fundamental urbano; e publicados pelo Inep;
VI - anos iniciais do ensino fundamental no campo; II - fixar anualmente o limite proporcional de apropriação de recursos
VII - anos finais do ensino fundamental urbano; pelas diferentes etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino
da educação básica, observado o disposto no art. 11 desta Lei;
VIII - anos finais do ensino fundamental no campo;
III - fixar anualmente a parcela da complementação da União a ser dis-
IX- ensino fundamental em tempo integral; tribuída para os Fundos por meio de programas direcionados para a melho-
X - ensino médio urbano; ria da qualidade da educação básica, bem como respectivos critérios de
XI - ensino médio no campo; distribuição, observado o disposto no art. 7o desta Lei;
XII - ensino médio em tempo integral; IV - elaborar, requisitar ou orientar a elaboração de estudos técnicos
pertinentes, sempre que necessário;
XIII - ensino médio integrado à educação profissional;
V - elaborar seu regimento interno, baixado em portaria do Ministro de
XIV - educação especial; Estado da Educação.
XV - educação indígena e quilombola; VI - fixar percentual mínimo de recursos a ser repassado às instituições
XVI - educação de jovens e adultos com avaliação no processo; de que tratam os incisos I e II do § 1o e os §§ 3o e 4o do art. 8o, de acordo
XVII - educação de jovens e adultos integrada à educação profissional com o número de matrículas efetivadas. (Incluído pela Lei nº 12.695, de
de nível médio, com avaliação no processo. 2012)
§ 1o Serão adotados como base para a decisão da Comissão Intergo-
§ 1o A ponderação entre diferentes etapas, modalidades e tipos de es-
vernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade os
tabelecimento de ensino adotará como referência o fator 1 (um) para os
dados do censo escolar anual mais atualizado realizado pelo Inep.

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§ 2o A Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educa- e respeitadas as finalidades estabelecidas nesta Lei, observados os mes-
ção Básica de Qualidade exercerá suas competências em observância às mos prazos, procedimentos e forma de divulgação previstos na Lei Com-
garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208 da plementar nº 61, de 26 de dezembro de 1989.
Constituição Federal e às metas de universalização da educação básica § 5o Do montante dos recursos do imposto sobre produtos industriali-
estabelecidas no plano nacional de educação. zados de que trata o inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal a
Art. 14. As despesas da Comissão Intergovernamental de Financia- parcela devida aos Municípios, na forma do disposto no art. 5º da Lei Com-
mento para a Educação Básica de Qualidade correrão à conta das dota- plementar nº 61, de 26 de dezembro de 1989, será repassada pelo Gover-
ções orçamentárias anualmente consignadas ao Ministério da Educação. no Estadual ao respectivo Fundo e os recursos serão creditados na conta
CAPÍTULO IV específica a que se refere este artigo, observados os mesmos prazos,
procedimentos e forma de divulgação do restante dessa transferência aos
DA TRANSFERÊNCIA E DA GESTÃO DOS RECURSOS Municípios.
Art. 15. O Poder Executivo federal publicará, até 31 de dezembro de § 6o A instituição financeira disponibilizará, permanentemente, aos con-
cada exercício, para vigência no exercício subseqüente: selhos referidos nos incisos II, III e IV do § 1o do art. 24 desta Lei os extra-
I - a estimativa da receita total dos Fundos; tos bancários referentes à conta do fundo.
II - a estimativa do valor da complementação da União; § 7o Os recursos depositados na conta específica a que se refere o ca-
III - a estimativa dos valores anuais por aluno no âmbito do Distrito Fe- put deste artigo serão depositados pela União, Distrito Federal, Estados e
deral e de cada Estado; Municípios na forma prevista no § 5o do art. 69 da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
IV - o valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente.
Art. 18. Nos termos do § 4º do art. 211 da Constituição Federal, os Es-
Parágrafo único. Para o ajuste da complementação da União de que
tados e os Municípios poderão celebrar convênios para a transferência de
trata o § 2o do art. 6o desta Lei, os Estados e o Distrito Federal deverão
alunos, recursos humanos, materiais e encargos financeiros, assim como
publicar na imprensa oficial e encaminhar à Secretaria do Tesouro Nacional
de transporte escolar, acompanhados da transferência imediata de recursos
do Ministério da Fazenda, até o dia 31 de janeiro, os valores da arrecada-
financeiros correspondentes ao número de matrículas assumido pelo ente
ção efetiva dos impostos e das transferências de que trata o art. 3o desta
federado.
Lei referentes ao exercício imediatamente anterior.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 16. Os recursos dos Fundos serão disponibilizados pelas unidades
transferidoras ao Banco do Brasil S.A. ou Caixa Econômica Federal, que Art. 19. Os recursos disponibilizados aos Fundos pela União, pelos Es-
realizará a distribuição dos valores devidos aos Estados, ao Distrito Federal tados e pelo Distrito Federal deverão ser registrados de forma detalhada a
e aos Municípios. fim de evidenciar as respectivas transferências.
Parágrafo único. São unidades transferidoras a União, os Estados e o Art. 20. Os eventuais saldos de recursos financeiros disponíveis nas
Distrito Federal em relação às respectivas parcelas do Fundo cuja arreca- contas específicas dos Fundos cuja perspectiva de utilização seja superior
dação e disponibilização para distribuição sejam de sua responsabilidade. a 15 (quinze) dias deverão ser aplicados em operações financeiras de curto
prazo ou de mercado aberto, lastreadas em títulos da dívida pública, na
Art. 17. Os recursos dos Fundos, provenientes da União, dos Estados e
instituição financeira responsável pela movimentação dos recursos, de
do Distrito Federal, serão repassados automaticamente para contas únicas
modo a preservar seu poder de compra.
e específicas dos Governos Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios,
vinculadas ao respectivo Fundo, instituídas para esse fim e mantidas na Parágrafo único. Os ganhos financeiros auferidos em decorrência das
instituição financeira de que trata o art. 16 desta Lei. aplicações previstas no caput deste artigo deverão ser utilizados na mesma
finalidade e de acordo com os mesmos critérios e condições estabelecidas
§ 1o Os repasses aos Fundos provenientes das participações a que se
para utilização do valor principal do Fundo.
refere o inciso II do caput do art. 158 e as alíneas a e b do inciso I do caput
e inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal, bem como os CAPÍTULO V
repasses aos Fundos à conta das compensações financeiras aos Estados, DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
Distrito Federal e Municípios a que se refere a Lei Complementar no 87, de Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de com-
13 de setembro de 1996, constarão dos orçamentos da União, dos Estados plementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal
e do Distrito Federal e serão creditados pela União em favor dos Governos e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados,
Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios nas contas específicas a em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino
que se refere este artigo, respeitados os critérios e as finalidades estabele- para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº
cidas nesta Lei, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
divulgação adotados para o repasse do restante dessas transferências
constitucionais em favor desses governos. § 1o Os recursos poderão ser aplicados pelos Estados e Municípios in-
distintamente entre etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de
§ 2o Os repasses aos Fundos provenientes dos impostos previstos nos ensino da educação básica nos seus respectivos âmbitos de atuação
incisos I, II e III do caput do art. 155 combinados com os incisos III e IV do prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição
caput do art. 158 da Constituição Federal constarão dos orçamentos dos Federal.
Governos Estaduais e do Distrito Federal e serão depositados pelo estabe-
lecimento oficial de crédito previsto no art. 4o da Lei Complementar no 63, § 2o Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fun-
de 11 de janeiro de 1990, no momento em que a arrecadação estiver sendo dos, inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos
realizada nas contas do Fundo abertas na instituição financeira de que trata do § 1o do art. 6o desta Lei, poderão ser utilizados no 1o (primeiro) trimestre
o caput deste artigo. do exercício imediatamente subseqüente, mediante abertura de crédito
adicional.
§ 3o A instituição financeira de que trata o caput deste artigo, no que se
refere aos recursos dos impostos e participações mencionados no § 2o Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais to-
deste artigo, creditará imediatamente as parcelas devidas ao Governo tais dos Fundos serão destinados ao pagamento da remuneração dos
Estadual, ao Distrito Federal e aos Municípios nas contas específicas profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na
referidas neste artigo, observados os critérios e as finalidades estabeleci- rede pública.
das nesta Lei, procedendo à divulgação dos valores creditados de forma Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput deste artigo, consi-
similar e com a mesma periodicidade utilizada pelos Estados em relação ao dera-se:
restante da transferência do referido imposto. I - remuneração: o total de pagamentos devidos aos profissionais do
§ 4o Os recursos dos Fundos provenientes da parcela do imposto sobre magistério da educação, em decorrência do efetivo exercício em cargo,
produtos industrializados, de que trata o inciso II do caput do art. 159 da emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servido-
Constituição Federal, serão creditados pela União em favor dos Governos res do Estado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os
Estaduais e do Distrito Federal nas contas específicas, segundo os critérios encargos sociais incidentes;

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II - profissionais do magistério da educação: docentes, profissionais IV - em âmbito municipal, por no mínimo 9 (nove) membros, sendo:
que oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência: direção a) 2 (dois) representantes do Poder Executivo Municipal, dos quais pe-
ou administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão, orientação lo menos 1 (um) da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacio-
educacional e coordenação pedagógica; nal equivalente;
III - efetivo exercício: atuação efetiva no desempenho das atividades de b) 1 (um) representante dos professores da educação básica pública;
magistério previstas no inciso II deste parágrafo associada à sua regular
vinculação contratual, temporária ou estatutária, com o ente governamental c) 1 (um) representante dos diretores das escolas básicas públicas;
que o remunera, não sendo descaracterizado por eventuais afastamentos d) 1 (um) representante dos servidores técnico-administrativos das es-
temporários previstos em lei, com ônus para o empregador, que não impli- colas básicas públicas;
quem rompimento da relação jurídica existente. e) 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pú-
Art. 23. É vedada a utilização dos recursos dos Fundos: blica;
I - no financiamento das despesas não consideradas como de manu- f) 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública,
tenção e desenvolvimento da educação básica, conforme o art. 71 da Lei nº um dos quais indicado pela entidade de estudantes secundaristas.
9.394, de 20 de dezembro de 1996; § 2o Integrarão ainda os conselhos municipais dos Fundos, quando
II - como garantia ou contrapartida de operações de crédito, internas ou houver, 1 (um) representante do respectivo Conselho Municipal de Educa-
externas, contraídas pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municí- ção e 1 (um) representante do Conselho Tutelar a que se refere a Lei no
pios que não se destinem ao financiamento de projetos, ações ou progra- 8.069, de 13 de julho de 1990, indicados por seus pares.
mas considerados como ação de manutenção e desenvolvimento do ensino § 3o Os membros dos conselhos previstos no caput deste artigo serão
para a educação básica. indicados até 20 (vinte) dias antes do término do mandato dos conselheiros
CAPÍTULO VI anteriores:
DO ACOMPANHAMENTO, CONTROLE SOCIAL, COMPROVAÇÃO E I - pelos dirigentes dos órgãos federais, estaduais, municipais e do Dis-
FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS trito Federal e das entidades de classes organizadas, nos casos das repre-
Art. 24. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a sentações dessas instâncias;
transferência e a aplicação dos recursos dos Fundos serão exercidos, junto II - nos casos dos representantes dos diretores, pais de alunos e estu-
aos respectivos governos, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito dantes, pelo conjunto dos estabelecimentos ou entidades de âmbito nacio-
Federal e dos Municípios, por conselhos instituídos especificamente para nal, estadual ou municipal, conforme o caso, em processo eletivo organiza-
esse fim. do para esse fim, pelos respectivos pares;
§ 1o Os conselhos serão criados por legislação específica, editada no III - nos casos de representantes de professores e servidores, pelas en-
pertinente âmbito governamental, observados os seguintes critérios de tidades sindicais da respectiva categoria.
composição: § 4o Indicados os conselheiros, na forma dos incisos I e II do § 3o deste
I - em âmbito federal, por no mínimo 14 (quatorze) membros, sendo: artigo, o Ministério da Educação designará os integrantes do conselho
a) até 4 (quatro) representantes do Ministério da Educação; previsto no inciso I do § 1o deste artigo, e o Poder Executivo competente
designará os integrantes dos conselhos previstos nos incisos II, III e IV do §
b) 1 (um) representante do Ministério da Fazenda; 1o deste artigo.
c) 1 (um) representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e § 5o São impedidos de integrar os conselhos a que se refere o caput
Gestão; deste artigo:
d) 1 (um) representante do Conselho Nacional de Educação; I - cônjuge e parentes consangüíneos ou afins, até 3o (terceiro) grau, do
e) 1 (um) representante do Conselho Nacional de Secretários de Esta- Presidente e do Vice-Presidente da República, dos Ministros de Estado, do
do da Educação - CONSED; Governador e do Vice-Governador, do Prefeito e do Vice-Prefeito, e dos
f) 1 (um) representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Secretários Estaduais, Distritais ou Municipais;
em Educação - CNTE; II - tesoureiro, contador ou funcionário de empresa de assessoria ou
g) 1 (um) representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais consultoria que prestem serviços relacionados à administração ou controle
de Educação - UNDIME; interno dos recursos do Fundo, bem como cônjuges, parentes consangüí-
neos ou afins, até 3o (terceiro) grau, desses profissionais;
h) 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pú-
blica; III - estudantes que não sejam emancipados;
i) 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, IV - pais de alunos que:
um dos quais indicado pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas - a) exerçam cargos ou funções públicas de livre nomeação e exonera-
UBES; ção no âmbito dos órgãos do respectivo Poder Executivo gestor dos recur-
II - em âmbito estadual, por no mínimo 12 (doze) membros, sendo: sos; ou
a) 3 (três) representantes do Poder Executivo estadual, dos quais pelo b) prestem serviços terceirizados, no âmbito dos Poderes Executivos
menos 1 (um) do órgão estadual responsável pela educação básica; em que atuam os respectivos conselhos.
b) 2 (dois) representantes dos Poderes Executivos Municipais; § 6o O presidente dos conselhos previstos no caput deste artigo será
eleito por seus pares em reunião do colegiado, sendo impedido de ocupar a
c) 1 (um) representante do Conselho Estadual de Educação; função o representante do governo gestor dos recursos do Fundo no âmbito
d) 1 (um) representante da seccional da União Nacional dos Dirigentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Municipais de Educação - UNDIME; § 7o Os conselhos dos Fundos atuarão com autonomia, sem vinculação
e) 1 (um) representante da seccional da Confederação Nacional dos ou subordinação institucional ao Poder Executivo local e serão renovados
Trabalhadores em Educação - CNTE; periodicamente ao final de cada mandato dos seus membros.
f) 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica públi- § 8o A atuação dos membros dos conselhos dos Fundos:
ca; I - não será remunerada;
g) 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, II - é considerada atividade de relevante interesse social;
1 (um) dos quais indicado pela entidade estadual de estudantes secundaris-
tas; III - assegura isenção da obrigatoriedade de testemunhar sobre infor-
mações recebidas ou prestadas em razão do exercício de suas atividades
III - no Distrito Federal, por no mínimo 9 (nove) membros, sendo a de conselheiro e sobre as pessoas que lhes confiarem ou deles receberem
composição determinada pelo disposto no inciso II deste parágrafo, excluí- informações;
dos os membros mencionados nas suas alíneas b e d;

Legislação 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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IV - veda, quando os conselheiros forem representantes de professores c) a utilização em benefício do sistema de ensino de bens adquiridos
e diretores ou de servidores das escolas públicas, no curso do mandato: com recursos do Fundo.
a) exoneração ou demissão do cargo ou emprego sem justa causa ou Art. 26. A fiscalização e o controle referentes ao cumprimento do dis-
transferência involuntária do estabelecimento de ensino em que atuam; posto no art. 212 da Constituição Federal e do disposto nesta Lei, especi-
b) atribuição de falta injustificada ao serviço em função das atividades almente em relação à aplicação da totalidade dos recursos dos Fundos,
do conselho; serão exercidos:
I - pelo órgão de controle interno no âmbito da União e pelos órgãos de
c) afastamento involuntário e injustificado da condição de conselheiro
controle interno no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
antes do término do mandato para o qual tenha sido designado;
pios;
V - veda, quando os conselheiros forem representantes de estudantes II - pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos
em atividades do conselho, no curso do mandato, atribuição de falta injusti- Municípios, junto aos respectivos entes governamentais sob suas jurisdi-
ficada nas atividades escolares. ções;
§ 9o Aos conselhos incumbe, ainda, supervisionar o censo escolar anu- III - pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a
al e a elaboração da proposta orçamentária anual, no âmbito de suas cargo dos órgãos federais, especialmente em relação à complementação
respectivas esferas governamentais de atuação, com o objetivo de concor- da União.
rer para o regular e tempestivo tratamento e encaminhamento dos dados
Art. 27. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios prestarão contas
estatísticos e financeiros que alicerçam a operacionalização dos Fundos.
dos recursos dos Fundos conforme os procedimentos adotados pelos
§ 10. Os conselhos dos Fundos não contarão com estrutura administra- Tribunais de Contas competentes, observada a regulamentação aplicável.
tiva própria, incumbindo à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Parágrafo único. As prestações de contas serão instruídas com parecer
Municípios garantir infra-estrutura e condições materiais adequadas à do conselho responsável, que deverá ser apresentado ao Poder Executivo
execução plena das competências dos conselhos e oferecer ao Ministério respectivo em até 30 (trinta) dias antes do vencimento do prazo para a
da Educação os dados cadastrais relativos à criação e composição dos apresentação da prestação de contas prevista no caput deste artigo.
respectivos conselhos.
Art. 28. O descumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Fe-
§ 11. Os membros dos conselhos de acompanhamento e controle terão deral e do disposto nesta Lei sujeitará os Estados e o Distrito Federal à
mandato de, no máximo, 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução por intervenção da União, e os Municípios à intervenção dos respectivos Esta-
igual período. dos a que pertencem, nos termos da alínea e do inciso VII do caput do art.
§ 12. Na hipótese da inexistência de estudantes emancipados, repre- 34 e do inciso III do caput do art. 35 da Constituição Federal.
sentação estudantil poderá acompanhar as reuniões do conselho com Art. 29. A defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos inte-
direito a voz. resses sociais e individuais indisponíveis, relacionada ao pleno cumprimen-
§ 13. Aos conselhos incumbe, também, acompanhar a aplicação dos to desta Lei, compete ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Fede-
recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao ral e Territórios e ao Ministério Público Federal, especialmente quanto às
Transporte do Escolar - PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de transferências de recursos federais.
Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos e, ainda, rece- § 1o A legitimidade do Ministério Público prevista no caput deste artigo
ber e analisar as prestações de contas referentes a esses Programas, não exclui a de terceiros para a propositura de ações a que se referem o
formulando pareceres conclusivos acerca da aplicação desses recursos e inciso LXXIII do caput do art. 5º e o § 1º do art. 129 da Constituição Fede-
encaminhando-os ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - ral, sendo-lhes assegurado o acesso gratuito aos documentos mencionados
FNDE. nos arts. 25 e 27 desta Lei.
Art. 25. Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais mensais, § 2o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos
atualizados, relativos aos recursos repassados e recebidos à conta dos da União, do Distrito Federal e dos Estados para a fiscalização da aplicação
Fundos assim como os referentes às despesas realizadas ficarão perma- dos recursos dos Fundos que receberem complementação da União.
nentemente à disposição dos conselhos responsáveis, bem como dos Art. 30. O Ministério da Educação atuará:
órgãos federais, estaduais e municipais de controle interno e externo, e ser- I - no apoio técnico relacionado aos procedimentos e critérios de apli-
lhes-á dada ampla publicidade, inclusive por meio eletrônico. cação dos recursos dos Fundos, junto aos Estados, Distrito Federal e
Parágrafo único. Os conselhos referidos nos incisos II, III e IV do § 1o Municípios e às instâncias responsáveis pelo acompanhamento, fiscaliza-
do art. 24 desta Lei poderão, sempre que julgarem conveniente: ção e controle interno e externo;
I - apresentar ao Poder Legislativo local e aos órgãos de controle inter- II - na capacitação dos membros dos conselhos;
no e externo manifestação formal acerca dos registros contábeis e dos III - na divulgação de orientações sobre a operacionalização do Fundo
demonstrativos gerenciais do Fundo; e de dados sobre a previsão, a realização e a utilização dos valores finan-
II - por decisão da maioria de seus membros, convocar o Secretário de ceiros repassados, por meio de publicação e distribuição de documentos
Educação competente ou servidor equivalente para prestar esclarecimentos informativos e em meio eletrônico de livre acesso público;
acerca do fluxo de recursos e a execução das despesas do Fundo, deven- IV - na realização de estudos técnicos com vistas na definição do valor
do a autoridade convocada apresentar-se em prazo não superior a 30 referencial anual por aluno que assegure padrão mínimo de qualidade do
(trinta) dias; ensino;
III - requisitar ao Poder Executivo cópia de documentos referentes a: V - no monitoramento da aplicação dos recursos dos Fundos, por meio
a) licitação, empenho, liquidação e pagamento de obras e serviços cus- de sistema de informações orçamentárias e financeiras e de cooperação
teados com recursos do Fundo; com os Tribunais de Contas dos Estados e Municípios e do Distrito Federal;
b) folhas de pagamento dos profissionais da educação, as quais deve- VI - na realização de avaliações dos resultados da aplicação desta Lei,
rão discriminar aqueles em efetivo exercício na educação básica e indicar o com vistas na adoção de medidas operacionais e de natureza político-
respectivo nível, modalidade ou tipo de estabelecimento a que estejam educacional corretivas, devendo a primeira dessas medidas se realizar em
vinculados; até 2 (dois) anos após a implantação do Fundo.
c) documentos referentes aos convênios com as instituições a que se CAPÍTULO VII
refere o art. 8o desta Lei; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Seção I
d) outros documentos necessários ao desempenho de suas funções; Disposições Transitórias
IV - realizar visitas e inspetorias in loco para verificar: Art. 31. Os Fundos serão implantados progressivamente nos primeiros
a) o desenvolvimento regular de obras e serviços efetuados nas insti- 3 (três) anos de vigência, conforme o disposto neste artigo.
tuições escolares com recursos do Fundo; § 1o A porcentagem de recursos de que trata o art. 3o desta Lei será al-
b) a adequação do serviço de transporte escolar; cançada conforme a seguinte progressão:

Legislação 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - para os impostos e transferências constantes do inciso II do caput do § 1o Caso o valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada
art. 155, do inciso IV do caput do art. 158, das alíneas a e b do inciso I e do Estado e do Distrito Federal, no âmbito do Fundeb, resulte inferior ao valor
inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal, bem como para a por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado e do Distrito
receita a que se refere o § 1o do art. 3o desta Lei: Federal, no âmbito do Fundef, adotar-se-á este último exclusivamente para
a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), a distribuição dos recursos do ensino fundamental, mantendo-se as demais
no 1o (primeiro) ano; ponderações para as restantes etapas, modalidades e tipos de estabeleci-
mento de ensino da educação básica, na forma do regulamento.
b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e três centésimos por cento), no 2o
(segundo) ano; e § 2o O valor por aluno do ensino fundamental a que se refere o caput
deste artigo terá como parâmetro aquele efetivamente praticado em 2006,
c) 20% (vinte por cento), a partir do 3o (terceiro) ano, inclusive; que será corrigido, anualmente, com base no Índice Nacional de Preços ao
II - para os impostos e transferências constantes dos incisos I e III do Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geogra-
caput do art. 155, inciso II do caput do art. 157, incisos II e III do caput do fia e Estatística - IBGE ou índice equivalente que lhe venha a suceder, no
art. 158 da Constituição Federal: período de 12 (doze) meses encerrados em junho do ano imediatamente
a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no 1o anterior.
(primeiro) ano; Art. 33. O valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente para o
b) 13,33% (treze inteiros e trinta e três centésimos por cento), no 2o ensino fundamental no âmbito do Fundeb não poderá ser inferior ao mínimo
(segundo) ano; e fixado nacionalmente em 2006 no âmbito do Fundef.
c) 20% (vinte por cento), a partir do 3o (terceiro) ano, inclusive. Art. 34. Os conselhos dos Fundos serão instituídos no prazo de 60
(sessenta) dias contados da vigência dos Fundos, inclusive mediante
§ 2o As matrículas de que trata o art. 9o desta Lei serão consideradas
adaptações dos conselhos do Fundef existentes na data de publicação
conforme a seguinte progressão:
desta Lei.
I - para o ensino fundamental regular e especial público: a totalidade
Art. 35. O Ministério da Educação deverá realizar, em 5 (cinco) anos
das matrículas imediatamente a partir do 1o (primeiro) ano de vigência do
contados da vigência dos Fundos, fórum nacional com o objetivo de avaliar
Fundo;
o financiamento da educação básica nacional, contando com representan-
II - para a educação infantil, o ensino médio e a educação de jovens e tes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, dos traba-
adultos: lhadores da educação e de pais e alunos.
a) 1/3 (um terço) das matrículas no 1o (primeiro) ano de vigência do Art. 36. No 1o (primeiro) ano de vigência do Fundeb, as ponderações
Fundo; seguirão as seguintes especificações:
b) 2/3 (dois terços) das matrículas no 2o (segundo) ano de vigência do I - creche - 0,80 (oitenta centésimos);
Fundo;
II - pré-escola - 0,90 (noventa centésimos);
c) a totalidade das matrículas a partir do 3o (terceiro) ano de vigência
III - anos iniciais do ensino fundamental urbano - 1,00 (um inteiro);
do Fundo, inclusive.
IV - anos iniciais do ensino fundamental no campo - 1,05 (um inteiro e
§ 3o A complementação da União será de, no mínimo:
cinco centésimos);
I - R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), no 1o (primeiro) ano de
V - anos finais do ensino fundamental urbano - 1,10 (um inteiro e dez
vigência dos Fundos;
centésimos);
II - R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), no 2o (segundo) ano de
VI - anos finais do ensino fundamental no campo - 1,15 (um inteiro e
vigência dos Fundos; e
quinze centésimos);
III - R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de re-
VII - ensino fundamental em tempo integral - 1,25 (um inteiro e vinte e
ais), no 3o (terceiro) ano de vigência dos Fundos.
cinco centésimos);
§ 4o Os valores a que se referem os incisos I, II e III do § 3o deste artigo
VIII - ensino médio urbano - 1,20 (um inteiro e vinte centésimos);
serão atualizados, anualmente, nos primeiros 3 (três) anos de vigência dos
Fundos, de forma a preservar em caráter permanente o valor real da com- IX - ensino médio no campo - 1,25 (um inteiro e vinte e cinco centési-
plementação da União. mos);
§ 5o Os valores a que se referem os incisos I, II e III do § 3o deste artigo X - ensino médio em tempo integral - 1,30 (um inteiro e trinta centési-
serão corrigidos, anualmente, pela variação acumulada do Índice Nacional mos);
de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasi- XI - ensino médio integrado à educação profissional - 1,30 (um inteiro e
leiro de Geografia e Estatística – IBGE, ou índice equivalente que lhe venha trinta centésimos);
a suceder, no período compreendido entre o mês da promulgação da XII - educação especial - 1,20 (um inteiro e vinte centésimos);
Emenda Constitucional no 53, de 19 de dezembro de 2006, e 1o de janeiro
de cada um dos 3 (três) primeiros anos de vigência dos Fundos. XIII - educação indígena e quilombola - 1,20 (um inteiro e vinte centé-
simos);
§ 6o Até o 3o (terceiro) ano de vigência dos Fundos, o cronograma de
complementação da União observará a programação financeira do Tesouro XIV - educação de jovens e adultos com avaliação no processo - 0,70
Nacional e contemplará pagamentos mensais de, no mínimo, 5% (cinco por (setenta centésimos);
cento) da complementação anual, a serem realizados até o último dia útil de XV - educação de jovens e adultos integrada à educação profissional
cada mês, assegurados os repasses de, no mínimo, 45% (quarenta e cinco de nível médio, com avaliação no processo - 0,70 (setenta centésimos).
por cento) até 31 de julho e de 100% (cem por cento) até 31 de dezembro § 1o A Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educa-
de cada ano. ção Básica de Qualidade fixará as ponderações referentes à creche e pré-
§ 7o Até o 3o (terceiro) ano de vigência dos Fundos, a complementação escola em tempo integral.
da União não sofrerá ajuste quanto a seu montante em função da diferença § 2o Na fixação dos valores a partir do 2o (segundo) ano de vigência do
entre a receita utilizada para o cálculo e a receita realizada do exercício de Fundeb, as ponderações entre as matrículas da educação infantil seguirão,
referência, observado o disposto no § 2o do art. 6o desta Lei quanto à no mínimo, as seguintes pontuações:
distribuição entre os fundos instituídos no âmbito de cada Estado.
I - creche pública em tempo integral - 1,10 (um inteiro e dez centési-
Art. 32. O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada mos);
Estado e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao efetivamente prati-
cado em 2006, no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do II - creche pública em tempo parcial - 0,80 (oitenta centésimos);
Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF, estabeleci- III - creche conveniada em tempo integral - 0,95 (noventa e cinco cen-
do pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996. tésimos);
IV - creche conveniada em tempo parcial - 0,80 (oitenta centésimos);
Legislação 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
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V - pré-escola em tempo integral - 1,15 (um inteiro e quinze centési- Lei e os aportes referentes a janeiro e fevereiro de 2007, realizados na
mos); forma do disposto neste artigo, será pago no mês de abril de 2007.
VI - pré-escola em tempo parcial - 0,90 (noventa centésimos). Art. 46. Ficam revogados, a partir de 1o de janeiro de 2007, os arts. 1º a
Seção II 8º e 13 da Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, e o art. 12 da Lei no
Disposições Finais 10.880, de 9 de junho de 2004, e o § 3º do art. 2º da Lei nº 10.845, de 5 de
março de 2004.
Art. 37. Os Municípios poderão integrar, nos termos da legislação local
específica e desta Lei, o Conselho do Fundo ao Conselho Municipal de Art. 47. Nos 2 (dois) primeiros anos de vigência do Fundeb, a União
Educação, instituindo câmara específica para o acompanhamento e o alocará, além dos destinados à complementação ao Fundeb, recursos
controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recur- orçamentários para a promoção de programa emergencial de apoio ao
sos do Fundo, observado o disposto no inciso IV do § 1o e nos §§ 2o, 3o, 4o ensino médio e para reforço do programa nacional de apoio ao transporte
e 5o do art. 24 desta Lei. escolar.
§ 1o A câmara específica de acompanhamento e controle social sobre a Art. 48. Os Fundos terão vigência até 31 de dezembro de 2020.
distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundeb terá Art. 49. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.
competência deliberativa e terminativa.
§ 2o Aplicar-se-ão para a constituição dos Conselhos Municipais de
Educação as regras previstas no § 5o do art. 24 desta Lei. Lei 9394/96 e suas alterações (Lei de Diretrizes e Bases
Art. 38. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão da Educação Nacional);
assegurar no financiamento da educação básica, previsto no art. 212 da
Constituição Federal, a melhoria da qualidade do ensino, de forma a garan-
TÍTULO I
tir padrão mínimo de qualidade definido nacionalmente.
Da Educação
Parágrafo único. É assegurada a participação popular e da comunidade Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se
educacional no processo de definição do padrão nacional de qualidade desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
referido no caput deste artigo. instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
Art. 39. A União desenvolverá e apoiará políticas de estímulo às inicia- da sociedade civil e nas manifestações culturais.
tivas de melhoria de qualidade do ensino, acesso e permanência na escola,
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
promovidas pelas unidades federadas, em especial aquelas voltadas para a
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
inclusão de crianças e adolescentes em situação de risco social.
Parágrafo único. A União, os Estados e o Distrito Federal desenvolve- § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
rão, em regime de colaboração, programas de apoio ao esforço para con- prática social.
clusão da educação básica dos alunos regularmente matriculados no TÍTULO II
sistema público de educação:
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
I - que cumpram pena no sistema penitenciário, ainda que na condição
de presos provisórios; Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
II - aos quais tenham sido aplicadas medidas socioeducativas nos ter-
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
mos da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 40. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão implan-
tar Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da educação bási- Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
ca, de modo a assegurar: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
I - a remuneração condigna dos profissionais na educação básica da II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
rede pública; pensamento, a arte e o saber;
II - integração entre o trabalho individual e a proposta pedagógica da
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
escola;
III - a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
Parágrafo único. Os Planos de Carreira deverão contemplar capacita- V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
ção profissional especialmente voltada à formação continuada com vistas VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
na melhoria da qualidade do ensino.
VII - valorização do profissional da educação escolar;
Art. 41. O poder público deverá fixar, em lei específica, até 31 de agos-
to de 2007, piso salarial profissional nacional para os profissionais do VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
magistério público da educação básica. legislação dos sistemas de ensino;
Parágrafo único. (VETADO) IX - garantia de padrão de qualidade;
Art. 42. (VETADO) X - valorização da experiência extra-escolar;
Art. 43. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, fica mantida a sis- XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas
temática de repartição de recursos prevista na Lei no 9.424, de 24 de de- sociais.
zembro de 1996, mediante a utilização dos coeficientes de participação do
Distrito Federal, de cada Estado e dos Municípios, referentes ao exercício TÍTULO III
de 2006, sem o pagamento de complementação da União. Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Art. 44. A partir de 1o de março de 2007, a distribuição dos recursos Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
dos Fundos é realizada na forma prevista nesta Lei. mediante a garantia de:
Parágrafo único. A complementação da União prevista no inciso I do §
3o do art. 31 desta Lei, referente ao ano de 2007, será integralmente distri- I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a
buída entre março e dezembro. ele não tiveram acesso na idade própria;
Art. 45. O ajuste da distribuição dos recursos referentes ao primeiro II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei
trimestre de 2007 será realizado no mês de abril de 2007, conforme a nº 12.061, de 2009)
sistemática estabelecida nesta Lei. III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos
Parágrafo único. O ajuste referente à diferença entre o total dos recur- com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
sos da alínea a do inciso I e da alínea a do inciso II do § 1o do art. 31 desta IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero
a seis anos de idade;

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V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da Art. 9º A União incumbir-se-á de:
criação artística, segundo a capacidade de cada um; I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
educando; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com sistema federal de ensino e o dos Territórios;
características e modalidades adequadas às suas necessidades e III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de
de acesso e permanência na escola; ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por função redistributiva e supletiva;
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
alimentação e assistência à saúde; os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus
variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas
em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade
2008). do ensino;
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária,
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo. educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
responsabilidade sobre este nível de ensino;
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de
colaboração, e com a assistência da União: IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, estabelecimentos do seu sistema de ensino.
e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de
II - fazer-lhes a chamada pública; Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. permanente, criado por lei.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá
em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, acesso a todos os dados e informações necessários de todos os
contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, estabelecimentos e órgãos educacionais.
conforme as prioridades constitucionais e legais. § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de
legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. educação superior.
208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
correspondente.
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir seus sistemas de ensino;
o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
responsabilidade. II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do
ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os
Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder
ensino, independentemente da escolarização anterior. Público;
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em
menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando
dada pela Lei nº 11.114, de 2005) e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
condições: respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do estabelecimentos do seu sistema de ensino;
respectivo sistema de ensino; V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o
Público; ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
da Constituição Federal. VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.
TÍTULO IV (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)

Da Organização da Educação Nacional Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências


referentes aos Estados e aos Municípios.
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:

§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais
redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais. da União e dos Estados;

§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
desta Lei. III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

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IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder
sistema de ensino; Público estadual e pelo Distrito Federal;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de municipal;
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais pela iniciativa privada;
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e
desenvolvimento do ensino. IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
respectivamente.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação
infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao ensino.
sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de
educação básica. Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: mantidas pelo Poder Público municipal;
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa
privada;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III – os órgãos municipais de educação.
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
estabelecidas; Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se
nas seguintes categorias administrativas: (Regulamento)
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; administradas pelo Poder Público;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por
integração da sociedade com a escola; pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, seguintes categorias: (Regulamento)
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação
dada pela Lei nº 12.013, de 2009) I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são
instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de
do percentual permitido em lei.(Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001) pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive
cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: entidade mantenedora representantes da comunidade; (Redação dada pela
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento Lei nº 12.020, de 2009)
de ensino;
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a
pedagógica do estabelecimento de ensino; orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; anterior;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor IV - filantrópicas, na forma da lei.
rendimento; TÍTULO V
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à
CAPÍTULO I
avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as Da Composição dos Níveis Escolares
famílias e a comunidade. Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas fundamental e ensino médio;
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
II - educação superior.
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
CAPÍTULO II
pedagógico da escola;
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos Seção I
escolares ou equivalentes. Das Disposições Gerais
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o
públicas de educação básica que os integram progressivos graus de educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
as normas gerais de direito financeiro público. posteriores.
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais,
I - as instituições de ensino mantidas pela União; períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos,
II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros
iniciativa privada; critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do
III - os órgãos federais de educação. processo de aprendizagem assim o recomendar.

Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar
compreendem: de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior,
tendo como base as normas curriculares gerais.

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§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática
ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei. facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o 1º.12.2003)
tempo reservado aos exames finais, quando houver;
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº
ensino fundamental, pode ser feita: 10.793, de 1º.12.2003)
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
série ou fase anterior, na própria escola; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas; V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme
das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
regulamentação do respectivo sistema de ensino;
especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o § 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente,
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
sistema de ensino; possibilidades da instituição.
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o § 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares; componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes 11.769, de 2008)
critérios: Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; 2008).

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
escolar; diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da
população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante
estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos
verificação do aprendizado;
indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo
disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
letivas para aprovação; Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, ainda, as seguintes diretrizes:
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e
de cursos, com as especificações cabíveis. deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada
alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga estabelecimento;
horária e as condições materiais do estabelecimento. III - orientação para o trabalho;
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas
condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer não-formais.
parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua
base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
da clientela.
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
especialmente do Brasil. Seção II
Da Educação Infantil
§ 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de
alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010) idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.

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Art. 30. A educação infantil será oferecida em: II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
de idade; flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de pensamento crítico;
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
Seção III processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
Do Ensino Fundamental cada disciplina.
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove)
anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I
terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
pela Lei nº 11.274, de 2006) I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como
instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da cidadania;
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em iniciativa dos estudantes;
vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes
e valores; III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei nº
fundamental em ciclos. 11.684, de 2008)
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série § 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão
podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando
sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, demonstre:
observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua produção moderna;
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas
línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;

§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância III - (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008)
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
emergenciais. § 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, ao prosseguimento de estudos.
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto Seção IV-A
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007). (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o
da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à para o exercício de profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de 2008)
proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos
definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com
para a habilitação e admissão dos professores. instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas 11.741, de 2008)
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será
ensino religioso." desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente 2008)
ampliado o período de permanência na escola.
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas ensino médio.(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
integral, a critério dos sistemas de ensino.
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares
Seção IV nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; (Incluído
Do Ensino Médio pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
mínima de três anos, terá como finalidades: II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino;
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu
no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
projeto pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

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Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de
prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo
forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino § 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de
ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
11.741, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o II – de educação profissional técnica de nível médio; (Incluído pela Lei
esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e nº 11.741, de 2008)
podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne a objetivos,
oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares
2008) nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de pela Lei nº 11.741, de 2008)
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com
projeto pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. (Regulamento)
nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional e
prosseguimento de estudos na educação superior. (Incluído pela Lei nº tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
11.741, de 2008) reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível estudos.(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
médio, nas formas articulada concomitante e subsequente, quando Art. 42. As instituições de educação profissional e tecnológica, além
estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à
obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e
com aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para não necessariamente ao nível de escolaridade. (Redação dada pela Lei nº
o trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) 11.741, de 2008)
Seção V CAPÍTULO IV
Da Educação de Jovens e Adultos DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico
médio na idade própria.
e do pensamento reflexivo;
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos
aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
para a inserção em setores profissionais e para a participação no
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
contínua;
cursos e exames.
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência
o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da
do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
entre si.
em que vive;
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e
preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento. técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e
que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os
prosseguimento de estudos em caráter regular. conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: sistematizadora do conhecimento de cada geração;
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em
quinze anos; particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito
anos. VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando
à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e
CAPÍTULO III programas:
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Da Educação Profissional e Tecnológica I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008) abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007).
objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino
tecnologia. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008) médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e
§ 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser
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doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não
candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito,
exigências das instituições de ensino; mediante processo seletivo prévio.
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão
Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no inciso de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a
II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas instituições de ensino orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos
superior, sendo obrigatória a divulgação da relação nominal dos sistemas de ensino.
classificados, a respectiva ordem de classificação, bem como do Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação
cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
nº 11.331, de 2006) I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e
superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou cultural, quanto regional e nacional;
especialização. II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o de mestrado ou doutorado;
credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de
avaliação. (Regulamento) Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas
por campo do saber. (Regulamento)
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente
identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às
que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de
prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. (Regulamento) educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;
sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as
recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências. diretrizes gerais pertinentes;
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica,
ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, produção artística e atividades de extensão;
excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional
§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes de cada período e as exigências do seu meio;
letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância
duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e
com as normas gerais atinentes;
critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições.
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos,
demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação VII - firmar contratos, acordos e convênios;
específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos
abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar
sistemas de ensino. rendimentos conforme dispositivos institucionais;
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato
programas de educação a distância. de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação
noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições
públicas, garantida a necessária previsão orçamentária. Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir,
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:
registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por
seu titular. I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas II - ampliação e diminuição de vagas;
próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias III - elaboração da programação dos cursos;
serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;
Educação.
V - contratação e dispensa de professores;
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades
estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham VI - planos de carreira docente.
curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na
internacionais de reciprocidade ou equiparação. forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como
universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas
mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior. pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão:
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo,
de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais
e mediante processo seletivo. pertinentes e os recursos disponíveis;
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei. II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de normas gerais concernentes;

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III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
peculiaridades de organização e funcionamento; independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação TÍTULO VI


do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e Dos Profissionais da Educação
equipamentos; Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos
ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
desempenho. I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada
instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pela Lei nº 12.014, de 2009)
pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia,
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e
Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado
instituições de educação superior por ela mantidas. nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)

Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso
princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº
colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade 12.014, de 2009)
institucional, local e regional. Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos
cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá
tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
como da escolha de dirigentes. I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.(Regulamento) (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)

CAPÍTULO V II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios


supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 2009)
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014,
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. de 2009)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
especial. universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio,
dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de na modalidade Normal. (Regulamento)
ensino regular. § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de
2009).
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais: § 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de
magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância.
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
(Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
específicos, para atender às suas necessidades;
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa
escolar para os superdotados; Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
III - professores com especialização adequada em nível médio ou I - cursos formadores de profissionais para a educação básica,
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental;
comuns; II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva de educação superior que queiram se dedicar à educação básica;
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os III - programas de educação continuada para os profissionais de
que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, educação dos diversos níveis.
mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração,
que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
psicomotora; educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. formação, a base comum nacional.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas.

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Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada
em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e mês, até o trigésimo dia;
doutorado. III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com mês, até o décimo dia do mês subsequente.
curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e
acadêmico.
à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos
profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do
estatutos e dos planos de carreira do magistério público: ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos
básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; as que se destinam a:
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais
licenciamento periódico remunerado para esse fim; profissionais da educação;
III - piso salarial profissional;
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na equipamentos necessários ao ensino;
avaliação do desempenho;
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na
carga de trabalho; IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando
precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
VI - condições adequadas de trabalho.
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional sistemas de ensino;
de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e
sistema de ensino.(Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006)
privadas;
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a
201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as atender ao disposto nos incisos deste artigo;
exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de
básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício programas de transporte escolar.
da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento
assessoramento pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006) do ensino aquelas realizadas com:
TÍTULO VII I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou,
Dos Recursos financeiros quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise,
precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários
de: II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito assistencial, desportivo ou cultural;
Federal e dos Municípios; III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam
II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; militares ou civis, inclusive diplomáticos;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-
odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência
IV - receita de incentivos fiscais;
social;
V - outros recursos previstos em lei.
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os ou indiretamente a rede escolar;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o
que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em
resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento
na manutenção e desenvolvimento do ensino público. do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim
respectivos Municípios, não será considerada, para efeito do cálculo como nos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. Federal.
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na
mencionadas neste artigo as operações de crédito por antecipação de prestação de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no
receita orçamentária de impostos. art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos Constitucionais Transitórias e na legislação concernente.
estatuídos neste artigo, será considerada a receita estimada na lei do Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
orçamento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais
abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno,
arrecadação. capaz de assegurar ensino de qualidade.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será
efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano
mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do subsequente, considerando variações regionais no custo dos insumos e as
exercício financeiro. diversas modalidades de ensino.
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União,
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá imediatamente
exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso
ao órgão responsável pela educação, observados os seguintes prazos:
e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino.
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio
vigésimo dia;
público que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforço

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fiscal do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e
manutenção e do desenvolvimento do ensino. diferenciado.
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
razão entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia
manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo Nacional da Consciência Negra’.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
ao padrão mínimo de qualidade.
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de
fazer a transferência direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, ensino, e de educação continuada. (Regulamento)
considerado o número de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas
do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios se estes oferecerem pela União.
vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do
art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua § 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames
capacidade de atendimento. e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior § 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de
ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito Federal educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos
e Municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração
legais. entre os diferentes sistemas.
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, § 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que
podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas incluirá:
que: I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de
I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, radiodifusão sonora e de sons e imagens;
dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
nenhuma forma ou pretexto;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos
II - apliquem seus excedentes financeiros em educação; concessionários de canais comerciais.
III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de experimentais, desde que obedecidas as disposições desta Lei.
encerramento de suas atividades;
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização
IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos. de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a matéria. (Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008)
bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas
cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder de ensino.
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.
Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo
receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de
estudo. estudos.
TÍTULO VIII Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá
Das Disposições Gerais exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de
docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos
agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das
desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de Disposições Constitucionais Transitórias.
educação escolar bilingue e intercultural aos povos indígenas, com os
seguintes objetivos: Art. 86. As instituições de educação superior constituídas como
universidades integrar-se-ão, também, na sua condição de instituições de
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, nos termos da
de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a legislação específica.
valorização de suas línguas e ciências;
TÍTULO IX
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às
informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e Das Disposições Transitórias
demais sociedades indígenas e não-índias. Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de da publicação desta Lei.
ensino no provimento da educação intercultural às comunidades indígenas, § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei,
desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa. encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a
indígenas. Declaração Mundial sobre Educação para Todos.
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos Planos § 2o O poder público deverá recensear os educandos no ensino
Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos: fundamental, com especial atenção para o grupo de 6 (seis) a 14 (quatorze)
I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua materna de cada anos de idade e de 15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. (Redação
comunidade indígena; dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado § 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a
à educação escolar nas comunidades indígenas; União, devem: (Redação dada pela Lei nº 11.330, de 2006)
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os I – matricular todos os educandos a partir dos 6 (seis) anos de idade no
conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades; ensino fundamental; (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)

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a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) bilitem o aproveitamento contínuo e articulado dos estudos. (Incluído pelo
b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) Decreto nº 8.268, de 2014)
§ 3º Será permitida a proposição de projetos de cursos experimentais
c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
com carga horária diferenciada para os cursos e programas organizados na
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos forma prevista no § 1º, conforme os parâmetros definidos em ato do Minis-
insuficientemente escolarizados; tro de Estado da Educação. (Incluído pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
III - realizar programas de capacitação para todos os professores em Art. 2º A educação profissional observará as seguintes premissas:
exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a I - organização, por áreas profissionais, em função da estrutura sócio
distância; ocupacional e tecnológica;
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu II - articulação de esforços das áreas da educação, do trabalho e empre-
território ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar. go, e da ciência e tecnologia;(Redação dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
§ 4º Até o fim da Década da Educação somente serão admitidos III - a centralidade do trabalho como princípio educativo; e (Incluído pe-
professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em lo Decreto nº 8.268, de 2014)
serviço. IV - a indissociabilidade entre teoria e prática. (Incluído pelo Decreto nº
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das 8.268, de 2014)
redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de Art. 3º Os cursos e programas de formação inicial e continuada de tra-
escolas de tempo integral. balhadores, referidos no inciso I do art. 1o, incluídos a capacitação, o
§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao Distrito Federal aperfeiçoamento, a especialização e a atualização, em todos os níveis de
e aos Municípios, bem como a dos Estados aos seus Municípios, ficam escolaridade, poderão ser ofertados segundo itinerários formativos, objeti-
condicionadas ao cumprimento do art. 212 da Constituição Federal e vando o desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva e social.
dispositivos legais pertinentes pelos governos beneficiados. § 1º Quando organizados na forma prevista no § 1º do art. 1º, os cursos
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios mencionados no caput terão carga horária mínima de cento e sessenta
adaptarão sua legislação educacional e de ensino às disposições desta Lei horas para a formação inicial, sem prejuízo de etapas posteriores de forma-
no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua publicação. ção continuada, inclusive para os fins da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de
(Regulamento) 2011.(Redação dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e § 2o Os cursos mencionados no caput articular-se-ão, preferencialmen-
regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos respectivos te, com os cursos de educação de jovens e adultos, objetivando a qualifica-
sistemas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos. ção para o trabalho e a elevação do nível de escolaridade do trabalhador, o
qual, após a conclusão com aproveitamento dos referidos cursos, fará jus a
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos certificados de formação inicial ou continuada para o trabalho.
incisos II e III do art. 52 é de oito anos.
Art. 4o A educação profissional técnica de nível médio, nos termos dis-
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser postos no § 2o do art. 36, art. 40 e parágrafo único do art. 41 da Lei no
criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei, 9.394, de 1996, será desenvolvida de forma articulada com o ensino médio,
integrar-se ao respectivo sistema de ensino. observados:
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime anterior e o I - os objetivos contidos nas diretrizes curriculares nacionais definidas
que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo Conselho Nacional de pelo Conselho Nacional de Educação;
Educação ou, mediante delegação deste, pelos órgãos normativos dos
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; e
sistemas de ensino, preservada a autonomia universitária.
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu pro-
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. jeto pedagógico.
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de 20 de § 1o A articulação entre a educação profissional técnica de nível médio
dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não alteradas e o ensino médio dar-se-á de forma:
pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de 1995 e 9.192, de 21 de
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino
dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habili-
7.044, de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e decretos-lei que as
tação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino,
modificaram e quaisquer outras disposições em contrário.
contando com matrícula única para cada aluno;
II - concomitante, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensi-
no fundamental ou esteja cursando o ensino médio, na qual a complemen-
Decreto Federal nº 5.154/2004; taridade entre a educação profissional técnica de nível médio e o ensino
médio pressupõe a existência de matrículas distintas para cada curso,
Art. 1o A educação profissional, prevista no art. 39 da Lei no 9.394, de podendo ocorrer:
20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades
observadas as diretrizes curriculares nacionais definidas pelo Conselho educacionais disponíveis;
Nacional de Educação, será desenvolvida por meio de cursos e programas
de: b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunida-
des educacionais disponíveis; ou
I - qualificação profissional, inclusive formação inicial e continuada de
trabalhadores; (Redação dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014) c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercom-
plementaridade, visando o planejamento e o desenvolvimento de projetos
II - educação profissional técnica de nível médio; e pedagógicos unificados;
III - educação profissional tecnológica de graduação e de pós- III - subsequente, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensi-
graduação. no médio.
§ 1º Os cursos e programas da educação profissional de que tratam os § 2o Na hipótese prevista no inciso I do § 1o, a instituição de ensino
incisos I e II do caput serão organizados por regulamentação do Ministério deverá, observados o inciso I do art. 24 da Lei no 9.394, de 1996, e as
da Educação em trajetórias de formação que favoreçam a continuidade da diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional técnica de
formação. (Incluído pelo Decreto nº 8.268, de 2014) nível médio, ampliar a carga horária total do curso, a fim de assegurar,
§ 2º Para os fins do disposto neste Decreto, consideram-se itinerários simultaneamente, o cumprimento das finalidades estabelecidas para a
formativos ou trajetórias de formação as unidades curriculares de cursos e formação geral e as condições de preparação para o exercício de profis-
programas da educação profissional, em uma determinada área, que possi- sões técnicas.

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Art. 5o Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e I - nacionalidade brasileira;
pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne aos objetivos, caracterís- II - gozo dos direitos políticos;
ticas e duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais defini-
das pelo Conselho Nacional de Educação. III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;
Art. 6o Os cursos e programas de educação profissional técnica de ní- IV - nível de escolaridade ou habilitação legal exigida para o
vel médio e os cursos de educação profissional tecnológica de graduação, exercício do cargo;
quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, incluirão V - idade mínima de 18 anos;
saídas intermediárias, que possibilitarão a obtenção de certificados de VI - aptidão física e mental.
qualificação para o trabalho após sua conclusão com aproveitamento.
§ 1º - As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros
§ 1o Para fins do disposto no caput considera-se etapa com terminali- requisitos estabelecidos em lei.
dade a conclusão intermediária de cursos de educação profissional técnica
§ 2º - Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de
de nível médio ou de cursos de educação profissional tecnológica de gra-
se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribui-
duação que caracterize uma qualificação para o trabalho, claramente
ções sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, na
definida e com identidade própria.
forma do regulamento e em obediência à Lei nº 5.484, de 14 de julho de
§ 2o As etapas com terminalidade deverão estar articuladas entre si, 1992.
compondo os itinerários formativos e os respectivos perfis profissionais de
Art. 9º - O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da
conclusão.
autoridade competente de cada Poder.
Art. 7o Os cursos de educação profissional técnica de nível médio e os
Art. 10 - A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
cursos de educação profissional tecnológica de graduação conduzem à
diplomação após sua conclusão com aproveitamento. Art. 11 - São formas de provimento de cargo público:
Parágrafo único. Para a obtenção do diploma de técnico de nível mé- I nomeação;
dio, o aluno deverá concluir seus estudos de educação profissional técnica II promoção;
de nível médio e de ensino médio. III acesso;
IV transferência;
Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
V readaptação;
Art. 9o Revoga-se o Decreto no 2.208, de 17 de abril de 1997. VI reverso;
VII aproveitamento;
VIII reintegração;
Lei nº 6.107/94 Estatuto do Servidor Público Estadual; IX recondução.
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos e Responsa- SEÇÃO II
bilidades dos Servidores Públicos, Regime Disciplinar DA NOMEAÇÃO
Art. 12 - A nomeação far-se-á:
TÍTULO I I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento
DO REGIME JURÍDICO DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL efetivo;
CAPÍTULO ÚNICO II - em comissão, para cargos de confiança, de livre exoneração;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - em substituição, no afastamento legal ou temporário do servidor
ocupante de cargo em comissão.
Art. 1º - Esta Lei institui o regime jurídico dos servidores públicos civis
do Estado, das autarquias e fundações instituídas pelo poder público. § 1º - A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de pré-
via habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos,
Art. 2º - Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei:
obedecida a ordem de classificação e respeitado o prazo de sua validade
I - Os servidores do Poder Executivo e de suas autarquias e e ocorrerá, sempre, na classe e referência iniciais do Plano de Carreiras,
fundações públicas; Cargos e Salários do Estado.
II - Os servidores administrativos dos Poderes Legislativo e Ju- DIRETORIA LEGISLATIVA
diciário.
§ 2º - A nomeação para cargos em comissão de direção e assesso-
Art. 3º - Servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo ramento recairá, preferencialmente, em servidores ocupantes de cargos
público. efetivos.
Art. 4º - Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilida- SEÇÃO III
des cometidas a um servidor, com as características essenciais de criação
DO CONCURSO PÚBLICO
por lei, denominação própria, número certo, pagamento pelos cofres
públicos e provimento em caráter efetivo ou em comisso. Art. 13 - O concurso será de provas ou de provas e títulos, realizan-
do-se de acordo com o disposto em lei e regulamento.
Art. 5º - É vedada a atribuição ao servidor de encargos alheios ou di-
ferentes dos que são inerentes ao cargo que ocupa. Art. 14 - O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, a par-
tir da sua homologação, prorrogável, uma vez, por igual período.
Art. 6º - É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos
previstos em lei. § 1º - O prazo de validade do concurso e as condições de sua reali-
zação serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial do
TÍTULO II
Estado e em jornal diário de grande circulação.
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E
§ 2º - Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato apro-
SUBSTITUIÇÃO
vado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.
CAPÍTULO I
Art. 15 - Na realização de concurso público serão obrigatoriamente
DO PROVIMENTO cumpridas as seguintes etapas:
SEÇÃO I I - publicação no Diário Oficial do Estado de edital de abertura de
DISPOSIÇÕES GERAIS inscrição indicando o prazo de sua realização, bem como o número de
Art. 7º - A investidura em cargo público imprescinde aprovação prévia vagas;
em concurso público, ressalvadas as nomeações para cargos em comis- II - publicação no Diário Oficial do Estado e em dois (2) jornais de
são declarados de livre nomeação e exoneração. grande circulação da relação dos candidatos aprovados em ordem de-
Art. 8º - São requisitos básicos para investidura em cargo público: crescente de classificação;

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III - ato de homologação assinado pelos chefes dos respectivos SEÇÃO V
Poderes. DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Art. 16 - A realização dos concursos para provimento dos cargos da Art. 23 - Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de
administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo compe- provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24
tirá à Secretaria de Estado da Administração, Recursos Humanos e Previ- (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
dência. objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguin-
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto neste artigo os concur- tes fatores:
sos aos cargos da carreira de Procurador do Estado, para os cargos I - assiduidade;
integrantes do Grupo Ocupacional Magistério Superior e para outros que a
lei dispuser. II - disciplina;
SEÇÃO IV III - capacidade de iniciativa;
DA POSSE E DO EXERCÍCIO IV - produtividade;
Art. 17 - A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no V - responsabilidade.
qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e § 1º - Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório,
os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício desempenho do servidor, realizada de acordo com o que dispuser a lei ou
previstos em lei. o regulamento, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores
§ 1º - A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da publi- enumerados nos incisos I a V deste artigo.
cação do ato de provimento, prorrogável por mais 30 (trinta) dias, a reque- § 2º - O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado
rimento do interessado. ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o
§ 2º - Em se tratando de servidor em licença ou afastado por qualquer disposto no art. 33.
outro motivo legal, o prazo será contado do término do impedimento. SEÇÃO VI
§ 3º - A posse poderá ocorrer mediante procuração específica. DA ESTABILIDADE
§ 4º - No ato da posse, o servidor, ainda que ocupante de cargo em Art. 24 - O servidor habilitado em concurso público e empossado em
comissão, apresentará declaração de bens atualizada e valores que cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao
constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
outro cargo, emprego ou função pública federal, estadual ou municipal, Art. 25 - O servidor estável só perderá o cargo em virtude de senten-
inclusive em autarquias, fundações e empresas públicas e sociedades de ça judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar
economia mista. no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 5º - A autoridade que der posse terá de verificar, sob pena de res- SEÇÃO VII
ponsabilidade, se foram satisfeitas as exigências estabelecidas na lei para
DA PROMOÇÃO
a investidura no cargo.
Art. 26 - Promoção é a elevação do servidor de uma para outra clas-
§ 6º - Será tornado sem efeito o ato de nomeação, se a posse não
se imediatamente superior, no mesmo cargo, dentro da mesma carreira,
ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
de acordo com o estabelecido no Plano de Carreiras, Cargos e Salários
Art. 18 - A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção do Estado e legislação específica.
médica oficial.
Parágrafo único - Não poderá ser promovido servidor em estágio
Parágrafo único - Só poderá ser empossado aquele que for julgado probatório, disponibilidade, licença para tratar de interesses particulares
apto física e mentalmente para o exercício do cargo por junta médica ou quando colocado à disposição de órgão ou entidades não integrantes
oficial do Estado. da administração estadual, salvo por antiguidade.
Art. 19 - São competentes para dar posse: SEÇÃO VIII
I - o Chefe do Poder, aos dirigentes de órgãos que lhe são dire- DO ACESSO
tamente subordinados;
Art. 27 - Acesso é a elevação do servidor da classe final de uma car-
II - os Secretários de Estado, aos dirigentes de órgãos que lhes reira para classe inicial de outra carreira afim, de acordo com o estabele-
são diretamente subordinados; cido no Plano de Cargos, Carreiras e Salários do Estado e legislação
III - os dirigentes das autarquias e fundações, aos seus servido- específica.
res; SEÇÃO IX
IV os titulares da Setorial de Administração, nos demais casos. DA TRANSFERÊNCIA
Art. 20 - Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. Art. 28 - Transferência é a passagem do servidor estável de cargo
§ 1º - É de 30 (trinta) dias o prazo para o servidor entrar em exercício, efetivo para outro de igual denominação, classe e vencimento, pertencen-
contados da data da posse. te a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder.
§ 2º - Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exer- Parágrafo único - A transferência ocorrerá de ofício ou a pedido do
cício no prazo previsto no parágrafo anterior. servidor, atendido o interesse do serviço, mediante a existência de vaga.
§ 3º - À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for SEÇÃO X
designado o servidor compete dar-lhe exercício. DA READAPTAÇÃO
Art. 21 - O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício Art. 29 - Readaptação é a investidura do servidor estável em cargo de
serão registrados no assentamento individual do servidor. atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
Parágrafo único - Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médi-
órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento indivi- ca.
dual. § 1º - Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será
Art. 22 - O ocupante de cargo de provimento efetivo fica sujeito a trin- aposentado.
ta horas semanais de trabalho, salvo quando a lei estabelecer duração § 2º - A readaptação será efetivada, preferencialmente, em cargo de
diversa. atribuições afins, respeitada a habilitação exigida.
Parágrafo único - O exercício de cargo em comissão e de função § 3º - A readaptação do servidor independerá de vaga.
gratificada implicará obrigatoriedade de 08 (oito) horas diárias de trabalho.

Legislação 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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SEÇÃO XI § 2º - Verificada a incapacidade definitiva, o servidor em disponibili-
DA REVERSÃO dade será aposentado.
Art. 30 - Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado por § 3º - Havendo mais de um concorrente a ser aproveitado em uma só
invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declarados insubsisten- vaga, a preferência recairá naquele de maior tempo de disponibilidade e,
tes os motivos da aposentadoria. em caso de empate, no de maior tempo de serviço público estadual.
§ 1º - A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de Art. 38 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dis-
sua transformação e dependerá de vaga. ponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo
doença comprovada pela junta médica oficial do Estado.
§ 2º - Enquanto não houver vaga o servidor permanecerá em disponi-
bilidade remunerada. CAPÍTULO II
Art. 31 - Não se procederá a reversão se o aposentado já tiver com- DA VACÂNCIA
pletado 70 (setenta) anos de idade. Art. 39 - A vacância do cargo público decorrerá de:
SEÇÃO XII I - exoneração;
DA REINTEGRAÇÃO II - demissão;
Art. 32 - A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo III - promoção;
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, IV - acesso;
quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens. V - transferência;
§ 1º - Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em dis- VI - readaptação;
ponibilidade remunerada, observado o disposto no art. 33 e seus parágra- VII - aposentadoria;
fos. VIII - posse em outro cargo inacumulável;
§ 2º - Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será IX - perda de cargo por decisão judicial;
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou aproveita-
X falecimento.
do em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade remunerada.
Art. 40 - A vacância dar-se-á na data:
§ 3º - A decisão administrativa que determinar a reintegração só pode
ser tomada em processo administrativo no qual a Procuradoria Geral do I - da publicação do ato que a determinar;
Estado tenha emitido parecer conclusivo reconhecendo a nulidade da II - do falecimento do servidor.
demissão. Art. 41 - A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor,
§ 4º - O servidor reintegrado será submetido a inspeção médica oficial ou de ofício.
e aposentado se julgado incapaz. Parágrafo único - A exoneração de ofício dar-se-á:
SEÇÃO XIII I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
DA RECONDUÇÃO II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exer-
Art. 33 - Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteri- cício no prazo estabelecido.
ormente ocupado. Art. 42 - A exoneração de cargo em comissão dar-se-á:
§ 1º - A recondução somente ocorrerá em decorrência de inabilitação I - a juízo da autoridade competente;
em estágio probatório relativo a outro cargo, ou no caso de reintegração
do anterior ocupante. II - a pedido do servidor.
§ 2º - Quando provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado Art. 43 - A demissão dar-se-á como penalidade de acordo com o pre-
em outro de atribuições e vencimentos compatíveis, respeitada a escolari- visto no Título IV Capitulo IV.
dade e habilitação legal exigidas. CAPÍTULO III
§ 3º - No caso de extinção do cargo de origem e não havendo outro DA MOVIMENTAÇÃO
cargo onde possa ser aproveitado, o servidor ficará em disponibilidade SEÇÃO I
remunerada.
DA REMOÇÃO
Art. 34 - Em nenhuma hipótese haverá indenização ao servidor re-
Art. 44 – Remoção é o deslocamento do servidor com o respectivo
conduzido.
cargo, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo órgão e Poder, com ou
SEÇÃO XIV sem mudança de sede.
DO APROVEITAMENTO E DA DISPONIBILIDADE SEÇÃO II
Art. 35 - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor DA REDISTRIBUIÇÃO
estável ficará em disponibilidade, com remuneração integral inerente ao
Art. 45 - Redistribuição é o deslocamento do servidor, com o respec-
cargo efetivo.
tivo cargo, para quadro de pessoal de outro ou entidade do mesmo Poder,
Art. 36 - O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á observado o interesse da administração.
de ofício, mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e
§ 1º - A redistribuição dar-se-á exclusivamente para ajustamento de
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de
Art. 37 - O aproveitamento do servidor que se encontra em disponibi- reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
lidade dependerá dos seguintes requisitos:
§ 2º - Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores es-
I - comprovação de sua capacidade física e mental por junta táveis que não puderem ser redistribuídos, na forma deste artigo, poderão
médica oficial do Estado; ser colocados em disponibilidade até seu aproveitamento na forma do art.
II - possuir a qualificação exigida para o provimento do cargo; 37.
III - não haver completado 70 (setenta) anos de idade; § 3º - A redistribuição somente poderá ocorrer no âmbito da adminis-
IV - que não ocupe cargo inacumulável comprovado mediante certi- tração direta, autárquica e fundacional, respeitadas as lotações das res-
dão expedida pelo órgão competente. pectivas instituições.
§ 1º - Se julgado apto, o servidor assumirá o exercício do cargo no § 4º - Somente após decorrido 1 (um) ano, poderá o servidor ser no-
prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de aproveitamen- vamente redistribuído.
to. § 5º - O servidor que se encontrar com a sua situação irregular não
será redistribuído até que se proceda a sua regularização.

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CAPÍTULO IV III - adicionais.
DA SUBSTITUIÇÃO § 1º - As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento
Art. 46 - Os servidores ocupantes de cargo em comissão e os investi- para qualquer efeito.
dos em função gratificada terão substitutos indicados conforme legislação § 2º - As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento
específica ou, no caso de omissão, previamente designados pela autori- ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
dade competente. Art. 56 - As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acu-
Parágrafo único - Quando a substituição for por período igual ou su- muladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecu-
perior a 30 (trinta) dias, o servidor designado substituto terá direito à niários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
percepção da diferença entre seus vencimentos e representação e os do SEÇÃO I
substituído. DAS INDENIZAÇÕES
TÍTULO III Art. 57 - Constituem indenizações ao servidor:
DOS DIREITOS E VANTAGENS I - ajuda de custo;
CAPÍTULO I II - diárias;
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO III - vale-transporte;
Art. 47 - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de car- IV - tíquete-refeição.
go público, com valor fixado em lei.
Parágrafo único - Os valores das indenizações, assim como as con-
Art. 48 - Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido dições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
das vantagens pecuniárias permanentes ou temporárias estabelecidas em
lei. SUBSEÇÃO I
DA AJUDA DE CUSTO
§ 1º - O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de ca-
ráter permanente, é irredutível. Art. 58 - A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de
instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício
§ 2º - É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atri- em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.
buições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores
dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as § 1º - Correm por conta da administração as despesas de transporte
relativas à natureza ou ao local de trabalho. do servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagem e
bens pessoais.
Art. 49 - Nenhum servidor poderá perceber mensalmente a título de
remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como § 2º - A família do servidor que vier a falecer na nova sede são asse-
remuneração, em espécie, a qualquer título, pelos membros da Assem- gurados ajuda de custo e transporte de retorno à localidade de origem,
bléia Legislativa, Secretário de Estado e Desembargador do Tribunal de dentro do prazo de 1 (um) ano, contado da data do óbito.
Justiça. Art. 59 - A ajuda de custo será arbitrada pelo Secretário de Estado e
Parágrafo único - Excluem-se do teto remuneratório a que se refere calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a
este artigo as vantagens previstas nos incisos III, XII, XIII, XIV, XV, XVI, importância correspondente a 3 (três) meses. Art. 60 - Não será concedi-
do art. 74. da ajuda de custo:
Art. 50 - O servidor perderá: I - ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em vir-
tude de mandato
I - a remuneração dos dias em que não comparecer ao serviço,
salvo os casos previstos neste Estatuto; eletivo;
II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, au- II - que for colocado à disposição do Governo Federal, de outro
sências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minu- Estado ou Município;
tos; III - que for transferido a pedido ou por permuta;
III - metade da remuneração, na hipótese de conversão da sus- IV - ao servidor estadual casado, quando o cônjuge tiver direito a
pensão em multa. ajuda de custo pela mesma mudança de sede.
Art. 51 - Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum Art. 61 - Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servi-
desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. dor efetivo do Estado, for nomeado para cargo em comissão, com mudan-
Parágrafo único - Mediante autorização do servidor, poderá haver ça de domicílio.
consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da Art. 62 - O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo que ti-
administração e com reposição de custos, na forma definida em regula- ver recebido:
mento. I - quando injustificadamente não se apresentar na nova sede
Art. 52 - As reposições e indenizações ao erário serão descontadas no prazo de 30 (trinta) dias;
em parcelas mensais não excedentes à 5ª (quinta) parte da remuneração II - no caso de, antes de terminado o desempenho da incumbência
ou provento, em valores atualizados. que lhe foi cometida, regressar da nova sede, pedir exoneração ou aban-
Art. 53 - O servidor em débito com o erário, que for demitido, exone- donar o serviço, antes de decorridos 90 (noventa) dias de exercício na
rado, ou que tiver a sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o nova sede, salvo se o regresso for determinado pela autoridade compe-
prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o débito. tente ou por motivo de força maior, devidamente comprovado.
Parágrafo único - A não quitação do débito no prazo previsto implica- Art. 63 - Compete ao Chefes do Poder arbitrar a ajuda de custo que
rá sua inscrição em dívida ativa. será paga ao servidor designado para serviço ou estudo fora do Estado ou
Art. 54 - O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto do País e às autoridades que lhe são subordinadas.
de arresto, sequestro ou penhora, salvo em se tratando de prestação de SUBSEÇÃO II
alimentos, resultante de decisão judicial. DAS DIÁRIAS
CAPÍTULO II Art. 64 - O servidor que se deslocar eventualmente e em objeto de
DAS VANTAGENS serviço da localidade onde tem exercício para outra cidade do território
nacional, fará jus a passagens e diárias, para cobrir as despesas de
Art. 55 - Além do vencimento poderão ser pagas ao servidor as se- pousada, alimentação e locomoção urbana.
guintes vantagens:
§ 1º - As diárias, concedidas por dia de afastamento da sede do ser-
I - indenizações; viço, serão pagas antecipadamente, com base na provável duração do
II - gratificações; afastamento.

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§ 2º - Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência XIV - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
permanente do cargo, o servidor não fará jus à diária. XV - adicional noturno;
Art. 65 - O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por XVI - adicional de férias;
qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente no prazo de 5
(cinco) dias. XVII - outras gratificações ou adicionais previstos em lei.
Parágrafo único - Na hipótese de o servidor retornar à sede em pra- SUBSEÇÃO I
zo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO
em excesso no prazo previsto no "caput". Art. 75 - Pelo exercício de cargo em comisso que o servidor tenha
Art. 66 - O total das diárias atribuídas ao servidor não poderá exceder exercido ou venha a exercer, é devida uma gratificação de representação
de 180 ( cento e oitenta) por ano, salvo em casos excepcionais e especi- em valores fixados em lei.
ais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder. § 1º - A gratificação prevista neste artigo incorpora-se à remuneração
Parágrafo único - O servidor não pode, em hipótese alguma, receber do servidor na proporção de 1/5 (um quinto) por ano de exercício de cargo
diárias provenientes de mais de uma fonte simultaneamente. em comissão até o limite de 5 (cinco) quintos.
SUBSEÇÃO III § 2º - O acréscimo a que se refere este artigo ocorrerá a partir do 6º
DO VALE-TRANSPORTE ano completo, consecutivo ou não, de exercício de cargo em comissão até
completar o décimo ano considerada, como vantagem pessoal, a impor-
Art. 67 - Entende-se como vale-transporte a indenização que o Esta- tância equivalente à fração de 1/5 (um quinto).
do antecipará aos seus servidores, em efetivo exercício, para a utilização
com despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, por um § 3º - Quando mais de um cargo em comissão tenha sido exercido, a
ou mais meios de transportes coletivos públicos. importância a ser incorporada terá como base o valor do cargo comissio-
nado de maior símbolo, desde que lhe corresponda o exercício mínimo de
Parágrafo único - Os recursos provenientes do desconto do vale- 2 (dois) anos.
transporte, oriundo do servidor, será aplicado para capacitação do servi-
dor, através do Fundo de Desenvolvimento do Sistema de Pessoal do § 4º - Ocorrendo o exercício de cargo em comissão de símbolo mais
Estado - F.D.P., instituído pela Lei Delegada nº 169, de 05 de junho de elevado, por período de 02 (dois) anos, após a incorporação da fração de
1984. 5/5 (cinco quintos), haverá a atualização progressiva das parcelas já
incorporadas, observado o disposto no parágrafo anterior.
Art. 68 - O servidor custeará o vale-transporte com 6% (seis por cen-
to) de seu vencimento-base, cabendo ao Estado cobrir o excedente entre § 5º - Enquanto exercer cargo em comissão, o servidor não perceberá
esse percentual e sua despesa mensal com transporte. a parcela cuja adição fez jús, salvo no caso de optar pelos vencimentos
do cargo efetivo.
Art. 69 - Ao servidor beneficiado caberá, mensalmente, uma cota de
40 ( quarenta ) vales-transporte por expediente de trabalho. § 6º - A importância referida neste artigo não será considerada para
efeito de cálculo de vantagens ou gratificações incidentes sobre o venci-
Art. 70 - No caso de ser utilizado mais de um transporte no trajeto re- mento do cargo efetivo.
ferido no artigo 67, o servidor terá direito a tantas cotas de 40 ( quarenta )
vales-transporte quantos forem os transportes utilizados. § 7º - O servidor, após a incorporação da fração de 5/5 (cinco quintos)
deverá cumprir a jornada de trabalho de 08 (oito) horas diárias.
Art. 71 - O benefício do vale-transporte cessará por desistência do
servidor, a partir de sua comunicação por escrito ao setor competente. SUBSEÇÃO II
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CHEFIA E
Art. 72 - Decreto governamental disporá sobre normas complementa- ASSISTÊNCIA INTERMEDIÁRIA
res necessárias à operacionalização da indenização prevista nesta subse-
ção. Art. 76 - Ao servidor efetivo designado para exercer função de dire-
SUBSEÇÃO IV ção e assistência intermediária é devida uma gratificação, em valores
DO TÍQUETE-REFEIÇÃO estabelecidos por lei.
Art. 73 - Ao servidor que cumprir jornada de trabalho de 8 (oito) oras SUBSEÇÃO III
diárias poderá ser concedido o tíquete-refeição, a título de indenização de DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
despesas com alimentação, podendo ser descontado até 20% (vinte por Art. 77 - A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos)
cento) do valor mensal do tíquete na sua remuneração. da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês
Parágrafo único - A concessão da indenização de que trata este arti- de exercício no respectivo ano.
go será regulamentada por decreto. Parágrafo único - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será
SEÇÃO II considerada como mês integral.
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS Art. 78 - Ao servidor inativo será paga igual gratificação, em valor
Art. 74 - Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, se- equivalente ao respectivo provento de responsabilidade do Estado.
rão deferidas aos servidores as seguintes gratificações e adicionais: Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se às pensões de
I - gratificação pelo exercício de cargo em comissão; responsabilidade do Estado, com exceção daquelas vinculadas ao salário
mínimo.
II - gratificação pelo exercício de função de chefia e assistência
intermediária; Art. 79 - A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de de-
zembro de cada ano.
III - gratificação natalina;
Art. 80 - O servidor exonerado perceberá no mês subseqüente ao da
IV - gratificação pela execução de trabalho técnico-científico; sua exoneração a gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de
V - gratificação por condições especiais de trabalho; exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.
VI - gratificação de natureza técnica; Art. 81 - A gratificação natalina não será considerada para cálculo de
VII - gratificação de aumento de produtividade; qualquer vantagem pecuniária.
VIII - gratificação de recuperação tributária; SUBSEÇÃO IV
DA GRATIFICAÇÃO PELA EXECUÇÃO DE TRABALHO TÉCNICO-
IX - gratificação de risco de vida; CIENTÍFICO
X - gratificação especial de exercício da função policial; Art. 82 - A gratificação pela elaboração ou execução de trabalho téc-
XI - gratificação especial de exercício; nico-científico útil ao serviço público será arbitrada pelo Governador do
XII - adicional por tempo de serviço; Estado e dependerá dos seguintes requisitos:
XIII - adicional pelo exercício de atividades insalubres e perigo- I - execução de atividade diferenciada das funções exercidas
sas; pelo servidor;

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II - incumbência de tarefas por prazo determinado; SUBSEÇÃO IX
III - que o servidor seja detentor de curso de nível superior. DA GRATIFICAÇÃO DE RISCO DE VIDA
Parágrafo único - A gratificação de que trata este artigo será regula- Art. 91 - Pela execução de trabalho de natureza especial com risco
mentada por decreto. de vida será concedida uma gratificação no percentual de 100% (cem por
cento) sobre o vencimento aos servidores:
SUBSEÇÃO V
DA GRATIFICAÇÃO POR CONDIÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO I - ocupantes de cargos efetivos do Grupo Ocupacional Polícia Ci-
vil quando em efetivo exercício de função de natureza essencialmente
Art. 83 - A gratificação por condições especiais de trabalho tem por policial;
finalidade:
II - ocupantes dos cargos de Superintendentes de Polícia Civil, Delega-
I - atender às reais necessidades de aumento de produtividade nos dos Regionais, Delegados Municipais e Motoristas lotados na Secretaria de
órgãos e nas entidades estaduais quando a natureza do trabalho assim o Estado da Segurança Pública, ainda que não pertençam ao Grupo Polícia Civil;
exigir;
III - em efetivo exercício nos estabelecimentos penais integrantes do
II - fixar o servidor em determinadas regiões; Sistema Penitenciário Estadual;
§ 1º - Na hipótese do inciso I, fica o servidor obrigado à jornada de IV - ocupantes dos cargos em comissão de Coordenador do Sis-
trabalho de 40 (quarenta ) horas semanais; tema Penitenciário,
§ 2º - Na hipótese do inciso II, deverá, obrigatoriamente, o servidor Corregedor de Presídios e Diretor da Casa de Albergado da Secreta-
residir no município de sua lotação. ria de Estado da Justiça;
§ 3º - O servidor perderá a gratificação quando afastado do exercício V - servidores de outros órgãos à disposição da Secretaria de Esta-
do cargo, ressalvada a hipótese do artigo 170, incisos I, II, VII, alíneas "a", do da Justiça que prestarem efetivo exercício em estabelecimento penal.
"b", "d" e "e".
VI - ocupantes do cargo de Vigia do Grupo Apoio Administrativo e
Art. 84 - A gratificação a que se refere o artigo anterior será calculada Operacional, no efetivo exercício da função de vigilância de prédios públicos;
com base no valor do vencimento do cargo efetivo, até o limite de 100 % ( SUBSEÇÃO X
cem por cento). DA GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE EXERCÍCIO
Parágrafo único - A concessão da gratificação por condições especi- Art. 92 - Aos ocupantes dos cargos efetivos de Agente de Policia,
ais de trabalho será autorizada pelos Chefes dos Poderes. Comissário de Polícia, Escrivão de Polícia e de Perito Criminalístico
Art. 85 - A gratificação de que trata o artigo 83, incisos I e II, é inacu- Auxiliar será devida a gratificação especial de exercício da função policial,
mulável com o recebimento do adicional por serviço extraordinário e a no percentual de 100% (cem por cento), calculada sobre o vencimento,
remuneração do cargo em comissão. desde que estejam no efetivo exercício de função de natureza essencial-
Art. 86 - Para efeito de cálculo de proventos, a gratificação por condi- mente policial.
ções especiais de trabalho incorpora-se ao vencimento após cinco anos Parágrafo único - A gratificação prevista neste artigo incorpora-se
consecutivos ou dez interrompidos nesse regime. aos proventos da inatividade a qualquer tempo.
Parágrafo único - A incorporação prevista no "caput" deste artigo Art. 93 - Aos servidores integrantes do Grupo Auditoria, pelo efetivo
dar-se-á sempre pelo percentual maior que tenha sido concedida, desde exercício das atribuições inerentes aos respectivos cargos, é devida a
que lhe corresponda tempo mínimo de um ano de percepção. gratificação especial de exercício no percentual de 160% (cento e sessen-
SUBSEÇÃO VI ta por cento) sobre o vencimento.
DIRETORIA LEGISLATIVA DA GRATIFICAÇÃO DE NATUREZA TÉC- Parágrafo único - A gratificação prevista neste artigo, incorpora-se
NICA aos proventos da inatividade a qualquer tempo.
Art. 87 - Aos servidores integrantes do Grupo Ocupacional Atividades SUBSEÇÃO XI
de Nível Superior, pelo efetivo exercício das atribuições inerentes aos DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
cargos, ainda que à disposição de outro órgão, é devida a gratificação de Art. 94 - O adicional por tempo de serviço é devido à razão de 1%
natureza técnica, no percentual de 160% (cento e sessenta por cento) (um por cento) por ano de serviço público estadual, contínuo ou não,
sobre o vencimento. incidente sobre o vencimento do cargo efetivo, até o limite de 35% ( trinta
Parágrafo único - A gratificação prevista no "caput" deste artigo in- e cinco por cento ).
corpora-se aos proventos da inatividade a qualquer tempo. Parágrafo único - O servidor fará jus ao adicional a partir do mês
SUBSEÇÃO VII imediato aquele em que completar o anuênio, independentemente de
DA GRATIFICAÇÃO DE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE requerimento.
Art. 88 - A gratificação de aumento de produtividade será atribuída SUBSEÇÃO XII
aos servidores integrantes do Grupo Ocupacional Tributação, Arrecada- DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE
ção e Fiscalização e destina-se a incentivar o aumento da arrecadação Art. 95 - Os servidores que habitualmente trabalhem em locais insa-
dos tributos estaduais, conforme o determinado em legislação pertinente lubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas,
ou regulamentação específica. inflamáveis ou com eletricidade ou que causem danos à saúde, fazem jus
Parágrafo único - Integrará os proventos da inatividade a vantagem ao adicional de insalubridade ou de periculosidade, calculado sobre o
de que trata este artigo. vencimento do cargo efetivo.
SUBSEÇÃO VIII § 1º - O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de pe-
DA GRATIFICAÇÃO DE RECUPERAÇÃO TRIBUTÁRIA riculosidade deverá optar por um deles.
Art. 89 - A gratificação de recuperação tributária será concedida ex- § 2º - O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa
clusivamente aos servidores integrantes do Grupo Ocupacional Tributa- com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa à sua
ção, Arrecadação e Fiscalização que, no exercício das tarefas de fiscali- concessão.
zação, efetuem a lavratura de Auto de Infração e/ou Termo de Apreensão Art. 96 - São consideradas atividades ou operações insalubres aque-
que venham a resultar em recuperação de receita de tributos, com a las que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham
entrada, nos cofres do Tesouro Estadual, dos recursos financeiros, em os servidores à ação de agente nocivo à saúde acima dos limites de
conseqüência da ação praticada na forma determinada em legislação ou tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e do
regulamentação específica. tempo de exposição aos seus efeitos.
Art. 90 - A gratificação de que trata o artigo anterior em hipótese al- Art. 97 – O adicional de insalubridade classifica-se segundo os graus
guma poderá ser incorporada aos vencimentos e nem servirá de base máximo, médio e mínimo, com percentuais de 40% (quarenta por cento),
para cálculo dos proventos de aposentadoria. 30% (trinta por cento) e 20% (vinte por cento) do vencimento do servidor.

Legislação 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 98 - São consideradas atividades ou operações periculosas Art. 112 - As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, impli- calamidade pública, comoção interna, e convocação para júri, serviço
quem contato permanente com inflamáveis e eletricidade em condições de militar ou eleitoral ou por motivo de superior interesse público.
risco acentuado. Art. 113 - Os membros da família que trabalhem na mesma repartição
Parágrafo único - O adicional de periculosidade é calculado no per- têm direito de gozar férias no mesmo período, desde que não importe em
centual de 30% (trinta por cento) sobre o vencimento. prejuízo para o serviço.
Art. 99 - A insalubridade e periculosidade serão comprovadas medi- Art. 114 - O pagamento da remuneração das férias será efetuado no
ante perícia médica. mês antecedente ao gozo das mesmas, observando-se o disposto no § 3º
Art. 100 - É vedado à gestante ou lactante o trabalho em atividades deste artigo.
insalubres ou perigosas. § 1º - O servidor exonerado do cargo efetivo ou em comissão perce-
Art. 101 - Na concessão dos adicionais de atividades insalubres e pe- berá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao
rigosas, serão observadas as situações estabelecidas em legislação incompleto, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo
específica. exercício ou fração igual ou superior a 14 (quatorze) dias.
Art. 102 - Os locais de trabalho e os servidores que operam com Rai- § 2º - A indenização será calculada com base na remuneração do
os X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, mês em que for publicado o ato exoneratório.
de modo que as doses de radiação ionizantes não ultrapassem o nível § 3º - É facultado ao servidor converter 1/3 (um terço) das férias em
máximo previsto na legislação própria. abono pecuniário, desde que o requeira com antecedência mínima de
Parágrafo único - Os servidores a que se refere este artigo serão 60(sessenta) dias.
submetidos a exames médicos periódicos, de (06) seis em (06) seis § 4º - No cálculo do abono pecuniário será considerado o valor do
meses. adicional de férias.
SUBSEÇÃO XIII Art. 115 - O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semes-
Art. 103 - A prestação de serviços extraordinários será remunerada tre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
com o acréscimo de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) em relação à Art. 116 - Ao servidor estudante é assegurado o direito de fazer coin-
hora normal de trabalho. cidir as férias na repartição com as escolares.
Art. 104 - Somente será permitido serviço extraordinário para atender Art. 117 - O servidor cuja situação funcional se altere quando em go-
a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 zo de férias não será obrigado a apresentar-se antes de terminá-las.
(duas) horas diárias.
CAPÍTULO IV
Art. 105 - Ao servidor em exercício de cargo em comissão é vedada a DIRETORIA LEGISLATIVA
percepção do adicional por serviços extraordinários, salvo casos especiais DAS LICENÇAS
submetidos à consideração do Chefe do Poder. SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS
SUBSEÇÃO XIV Art. 118 - Conceder-se-á licença ao servidor:
DO ADICIONAL NOTURNO
I - para tratamento de saúde;
Art. 106 - Adicional por trabalho noturno é o valor pecuniário devido
ao servidor cujo trabalho seja executado entre 22 (vinte e duas) horas de II - por motivo de acidente em serviço e doença profissional;
um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte e será remunerado com um III - por motivo de doença em pessoa da família;
acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o salário-hora diurno. IV - à gestante ou adotante;
Parágrafo único - A hora de trabalho noturno será computada como V - paternidade;
de 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta ) segundos.
VI - para acompanhar cônjuge ou companheiro;
Art. 107 - Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de
VII - para o serviço militar;
que trata o artigo anterior incidirá sobre a remuneração prevista no artigo
103 deste Estatuto. VIII - como prêmio à assiduidade;
SUBSEÇÃO XV IX - para tratar de interesses particulares;
DO ADICIONAL DE FÉRIAS X - para desempenho de mandato classista.
Art. 108 - Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, § 1º - As licenças previstas nos incisos I, II e III serão precedidas de
por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da exames, pela junta médica oficial do Estado, vedado ao beneficiário o
remuneração do período das férias. exercício de qualquer atividade remunerada durante o período da licença.
Parágrafo único - As vantagens decorrentes do exercício de cargo § 2º - O servidor não poderá permanecer em licença da mesma espé-
em comissão ou de função gratificada serão consideradas no cálculo do cie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos
adicional de que trata este artigo. incisos VI, VII e X.
CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS Art. 119 - Só será concedida licença a servidor ocupante de cargo em
comissão, não titular de cargo efetivo, nos casos dos incisos I, II, IV e V
Art. 109 - O servidor gozará por ano, obrigatoriamente, 30 (trinta) dias do artigo anterior.
consecutivos de férias, observada a escala previamente organizada.
Art. 120 - O ocupante de cargo em comissão, que seja titular de car-
§ 1º - Somente após os doze primeiros meses de efetivo exercício go efetivo, terá direito às licenças previstas nos incisos I, II, III, IV, V e VIII
adquirirá o servidor direito às férias. do art. 118.
§ 2º - É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho. Art. 121 - São competentes para conceder licença:
Art. 110 - Durante as férias o servidor terá direito a todas as vanta- I) os Chefes dos Poderes, às autoridades que lhes são diretamente
gens do seu cargo. subordinadas;
Art. 111 - Só é permitida a acumulação de férias até o máximo de II) os Secretários de Estado, aos que lhes são diretamente subordi-
dois anos, no caso de imperiosa necessidade de serviço. nados;
Parágrafo único - Ocorrendo a situação prevista neste artigo, a auto- III) os titulares das autarquias e fundações.
ridade administrativa competente deverá, em despacho escrito, cancelar
as férias do servidor, justificando a razão do procedimento e definindo a Art. 122 - A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do térmi-
nova data da concessão. no de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação,
desde que o servidor não retorne às suas atividades.

Legislação 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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SEÇÃO II I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE dor no exercício do cargo;
Art. 123 - A licença para tratamento de saúde será concedida a pedi- II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
do ou de ofício, com base em perícia médica e duração que for indicada versa.
no respectivo laudo, sem prejuízo da remuneração. Art. 133 - A concessão da licença depende de inspeção por junta
§ 1º - Quando a licença for de até 15 (quinze) dias, poderá ser deferi- médica oficial do Estado e terá a duração que for indicada no respectivo
da com base em atestado médico particular ou de instituição previdenciá- laudo.
ria oficial, visado por junta médica oficial do Estado. Art. 134 - Consideram-se doenças profissionais as relacionadas no
§ 2º - Quando superior a 15 (quinze) dias deverá conter laudo da jun- artigo 186 e as especificadas em lei.
ta médica oficial do Estado. Art. 135 - O servidor acidentado em serviço que necessite de trata-
§ 3º - Sempre que necessário, a inspeção médica realizar-se-á na re- mento especializado, não prestado pelo sistema médico-assistencial do
sidência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar Estado, poderá ser tratado em instituição privada, por conta dos cofres
internado. públicos.
§ 4º - Inexistindo médico oficial no local onde o servidor esteja pres- Art. 136 - A prova do acidente será feita em processo especial no
tando serviços, será acolhido o atestado passado por médico particular. prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
§ 5º - No caso do parágrafo anterior, o atestado só produzirá efeito SEÇÃO IV
após homologado pela junta médica oficial do Estado. DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
Art. 124 - Findo o prazo da licença, o servidor será submetido a nova Art. 137 - Será facultada a licença por motivo de doença do cônjuge
inspeção médica, devendo o laudo concluir pela volta ao serviço, pela ou companheiro, de ascendente ou descendente do servidor.
prorrogação da licença ou, se for o caso, pela aposentadoria. § 1º - A licença somente será deferida após comprovação da doença
Art. 125 - Terminada a licença o servidor reassumirá imediatamente o por inspeção médica e desde que a assistência direta do servidor se torne
exercício, salvo prorrogação pleiteada antes da conclusão da licença. indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício
Parágrafo único - Contar-se-á como de prorrogação de licença o pe- do cargo.
ríodo compreendido entre o dia do seu término e o de conhecimento que § 2º - A licença de que trata este artigo não poderá exceder de 01
tiver o interessado do resultado denegatório do pedido. (um) ano, e será concedida com os vencimentos e vantagens percebidos
Art. 126 - O servidor será licenciado compulsoriamente quando aco- à data de sua concessão até 03 (três) meses, sofrendo, se superior a tal
metido de qualquer doença que impeça a sua locomoção ou torne o seu período, os seguintes descontos:
estado incompatível com o exercício do cargo. I - de um terço, quando exceder de três até seis meses;
Art. 127 - Verificada a cura clínica, deverá o servidor licenciado nos II - de dois terços, quando exceder de seis até doze meses.
termos do artigo anterior voltar à atividade, ainda que permaneça o trata- SEÇÃO V
mento, desde que as funções sejam compatíveis com as suas condições
orgânicas. DA LICENÇA GESTANTE OU ADOTANTE
Art. 128 - Para efeito de concessão de licença de ofício, o servidor é Art. 138 - A servidora gestante fará jus à licença de 120 (cento e vin-
obrigado a submeter-se à inspeção médica determinada pela autoridade te) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
competente para licenciar. § 1º - A licença poderá ter início no primeiro dia do 8º(oitavo) mês de
§ 1º - No caso de recusa injustificada, sujeitar-se-á à pena prevista no gestação, salvo prescrição médica em contrário.
artigo 225, § 3º, considerando-se de ausência ao serviço os dias que § 2º - No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir
excederem a essa penalidade para fins de processo por abandono de do dia imediato ao do parto, provado mediante certidão do registro de
cargo. nascimento.
§ 2º - Efetuada a inspeção, cessará a suspensão ou ausência. § 3º - No caso de natimorto, decorridos 30(trinta) dias do evento, a
Art. 129 - O servidor não poderá permanecer em licença para trata- servidora será submetida a exame médico e, se julgada apta, reassumirá
mento de saúde por mais de 24 (vinte e quatro) meses consecutivos ou o exercício.
intercalados se, entre as licenças, mediar um espaço não superior a 60 § 4º - No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá
(sessenta) dias, ou se a interrupção decorrer de licença por motivo de direito a 30(trinta) dias de repouso remunerado.
gestação. Art. 139 - A servidora lactante terá direito, durante a jornada de traba-
§ 1º - Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o servidor se- lho, a dois descansos de meia hora cada, para amamentar o próprio filho,
rá submetido a inspeção médica. até a idade de seis meses.
§ 2º - Considerado apto, reassumirá o exercício do cargo, sob pena Art. 140 - A servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança
de se apurarem, como faltas injustificadas, os dias de ausência. até 01 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença
§ 3º - Se julgado incapacitado definitivamente para o serviço público remunerada, a partir da data de adoção ou concessão de guarda da
ou sem condições de ser readaptado, será aposentado. criança.
Art. 130 - O servidor licenciado para tratamento de saúde não poderá Parágrafo único - No caso de adoção ou guarda judicial de criança
dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob pena de ter cassada a com mais de 01(um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será
licença, sem prejuízo de outras providências consideradas cabíveis. de 30(trinta) dias.
SEÇÃO III SEÇÃO VI
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO E DOENÇA PROFISSIO- DA LICENÇA PATERNIDADE
NAL DIRETORIA LEGISLATIVA Art. 141 - Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito
Art. 131 – O servidor acidentado em serviço ou acometido de doença à licença paternidade de 5(cinco) dias consecutivos, contados a partir do
profissional, grave, contagiosa ou incurável, será licenciado com remune- nascimento ou da adoção da criança.
ração integral. SEÇÃO VII
Art. 132 - Configura acidente em serviço o dano físico ou mental so- DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE OU
frido pelo servidor, relacionado, mediata ou imediatamente, com o exercí- COMPANHEIRO
cio do cargo. Art. 142 - Será concedida licença ao servidor efetivo para acompa-
Parágrafo único - Equipara-se ao acidente em serviço o dano: nhar cônjuge ou companheiro transferido para outro ponto do território
nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo federal,
estadual e municipal.

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§ 1º - Existindo no novo local de residência repartição pública estadu- Art. 152 – É assegurado ao servidor o direito a licença para o desem-
al da administração direta, autárquica ou fundacional com atribuições penho de mandato eletivo em confederação, federação, associação de
compatíveis com as do cargo do servidor, será este colocado à disposição classe ou sindicato representativo da categoria, com a remuneração do
sem ônus para o órgão de origem. cargo efetivo.
§ 2º - Não ocorrendo a situação prevista no parágrafo anterior, terá o § 1º - Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos
servidor direito a licença sem vencimento e vantagens, por prazo indeter- de direção ou representação nas referidas entidades, até o máximo de 03
minado. (três), por entidade.
SEÇÃO VIII § 2º - A licença terá duração igual à do mandato, devendo ser prorro-
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR gada no caso de reeleição.
Art. 143 - Ao servidor convocado para o serviço militar ou outros en- CAPÍTULO V
cargos de segurança nacional, será concedida licença pelo prazo da DOS AFASTAMENTOS
convocação. Art. 153 - O servidor poderá se afastar do exercício funcional desde
§ 1º - A licença será concedida à vista de documento oficial que com- que devidamente autorizado:
prove a incorporação. I - sem prejuízo da remuneração:
§ 2º - O servidor poderá optar pelas vantagens do cargo ou pelas que a) quando estudante, como incentivo à sua formação profissional;
resultarem de sua convocação. b) para realizar missão ou estudo em outro ponto do território nacio-
Art. 144 - O servidor desincorporado terá o prazo não excedente a 30 nal e no exterior;
(trinta) dias para reassumir o exercício sem perda da remuneração. c) para participar de curso de doutorado, mestrado, especialização
SEÇÃO IX ou aperfeiçoamento no Estado;
DA LICENÇA PRÊMIO POR ASSIDUIDADE d) quando mãe de excepcional;
Art. 145 - Após cada qüinqüênio ininterrupto de exercício, o servidor e) para exercer atividade político-partidária;
fará jus a 3(três) meses de licença, a título de prêmio por assiduidade,
com a remuneração do cargo efetivo. f) por até 8 (oito) dias, por motivo de casamento;
§ 1º - Para efeito de licença-prêmio, considera-se de exercício o tem- g) por até 8 (oito) dias, em decorrência de falecimento do cônjuge
po de serviço prestado pelo servidor em cargo ou função estadual, qual- ou companheiro, pais, madrastas, padrastos, pais adotivos, filhos, menor
quer que seja a sua forma de provimento. sob guarda ou tutela, irmãos;
§ 2º - O ocupante há mais de três anos de cargo em comissão ou h) quando convocado para participar de júri e outros serviços obri-
função gratificada perceberá durante a licença a quantia que percebia à gatórios por lei;
data do afastamento. i) para doação de sangue, por 1(um) dia;
Art. 146 - Para fins de licença-prêmio, não se consideram intercepção j) por motivo de alistamento eleitoral, até 2 (dois) dias;
de exercício os afastamentos enumerados no art. 170. k) quando requisitado pela Justiça Eleitoral, nos termos de lei espe-
Parágrafo único - No caso do inciso I do referido artigo, somente não cífica;
se consideram intercepção do exercício as faltas, abonadas ou não, até o l) quando convocado pela Justiça Eleitoral para integrar mesa re-
limite de 15 (quinze) por ano e 45 (quarenta e cinco) por qüinqüênio. ceptora ou junta apuradora;
Art. 147 - A requerimento do interessado, a licença-prêmio poderá ser II - com prejuízo da remuneração, quando se tratar de afastamento
concedida em dois períodos não inferiores a 30(trinta) dias. para o trato de interesses particulares;
Art. 148 - O servidor com mais de 10(dez) anos de exercício e com III - com ou sem prejuízo da remuneração;
direito a licençaprêmio, poderá optar pelo gozo da metade do período,
a) para exercer mandato eletivo;
recebendo em dinheiro a importância equivalente aos vencimentos cor-
respondentes à outra metade. b) para exercer cargo em comissão de direção e assessoramento.
Parágrafo único - A opção prevista neste artigo só alcança os qüin- § 1º - Os afastamentos previstos nas alíneas f, g, h, i, j, l, m, deverão
qüênios posteriores ao décimo ano de serviço. ser comprovados prévia ou posteriormente, mediante documento oficial,
conforme o caso.
Art. 149 - O servidor que estiver acumulando nos termos da Consti-
tuição terá direito a licença-prêmio pelos dois cargos, contando-se, porém, § 2º - Concedida a autorização, e na dependência de comprovação
separadamente o tempo de serviço em relação a cada um deles. posterior sem que esta tenha sido efetuada no prazo de 30(trinta) dias da
data da ocorrência, a autoridade anulará a autorização, sem prejuízo de
Art. 150 - O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da li-
outras providências que considerar cabíveis.
cença-prêmio.
§ 3º - O servidor ao se afastar para exercer atividade político-
Parágrafo único - O direito à licença-prêmio não está sujeito a cadu-
partidária, comunicará ao seu superior nos termos da legislação vigente.
cidade.
Art. 154 - As solicitações de afastamento de servidores previstas nas
SEÇÃO X
alíneas b e c do inciso I do artigo 153, deverão ser comprovadas com a
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
aceitação da inscrição do candidato ao curso ou estágio pretendido, com
Art. 151 - Depois de 02(dois) anos de efetivo exercício poderá ser a respectiva carga horária, além da prova do credenciamento, quando se
concedida ao servidor estável licença para o trato de interesses particula- tratar de mestrado ou doutorado.
res, pelo prazo de até 02(dois) anos, sem remuneração.
Parágrafo único - No caso de afastamento que permita prorrogação
§ 1º - O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da licen- do prazo, o pedido, nesse sentido, deverá ser feito até 30 (trinta) dias
ça. antes do término da concessão inicial, acompanhado da documentação
§ 2º - O tempo da licença a que se refere este artigo não será consi- específica.
derado para nenhum efeito legal. Art. 155 - Os servidores afastados para cursos de doutorado e mes-
§ 3º - A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido trado ficam obrigados a encaminhar ao chefe imediato, semestralmente,
do servidor. relatório das atividades executadas, bem como apresentar relatório geral
§ 4º - Somente poderá ser concedida nova licença após decorridos por ocasião do término do afastamento e que, se for o caso, poderá ser
2(dois) anos de efetivo exercício, contados da data em que o servidor constituído pela tese, dissertação ou monografia.
reassumiu em decorrência do término do prazo autorizado. Art. 156 - Não poderão exceder de 5% (cinco por cento) do total de
SEÇÃO XI servidores lotados no órgão ou na entidade os afastamentos previstos nas
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA alíneas b e c do inciso I do artigo 153 desta Lei.

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Art. 157 - O servidor candidato a mandato eletivo ou classista não Art. 164 - Poderá ser autorizado o afastamento, de até 2 (duas) horas
poderá ser redistribuído, a qualquer título, a partir do registro de sua diárias, à servidora mãe de excepcional, desde que devidamente compro-
candidatura. vada esta condição.
Art. 158 - O afastamento que não dependa de autorização formal de- SEÇÃO V
verá ser anotado na ficha funcional do servidor, mediante documentação DO AFASTAMENTO PARA EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-
comprobatória, indicando-se data do início, do término e sua causa. PARTIDÁRIA
SEÇÃO I Art. 165 - O servidor terá direito ao afastamento, sem remuneração,
DO INCENTIVO À FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIDOR durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidá-
ria, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candi-
Art. 159 - Poderá ser autorizado o afastamento de até 2 (duas) horas datura perante a Justiça Eleitoral.
diárias ao servidor que frequente curso regular de 1º e 2º graus ou de
ensino superior, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário § 1º - o servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desem-
escolar e o do órgão ou entidade, sem prejuízo do exercício do cargo. penha suas funções e que exerça cargo em comissão ou cargo do Grupo
Ocupacional Tributação, Arrecadação e Fiscalização, dele será afastado,
Parágrafo único - Para efeito da autorização prevista neste artigo, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justi-
será exigida a compensação do horário na repartição através da antecipa- ça Eleitoral, até o 15º (décimo quinto) dia seguinte ao do pleito, na forma
ção do início ou prorrogação do término do expediente diário, conforme da legislação pertinente à matéria.
considerar mais conveniente ao estudante e aos interesses do órgão,
respeitada a duração semanal de trabalho. § 2º - A partir do registro da candidatura e até o 15º (décimo quinto)
dia seguinte ao da eleição, o servidor ficará afastado com remuneração
Art. 160 - Será autorizado o afastamento do exercício funcional nos como se em efetivo exercício estivesse.
dias em que o servidor tiver que prestar exames para ingresso em curso
regular de ensino ou prestação de concurso público. Art. 166 - O afastamento de que trata o artigo anterior deverá ser re-
querido pelo servidor, instruído com a prova de sua escolha ou do registro
Art. 161 - Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da da candidatura, conforme a natureza, remunerada ou não.
administração é assegurada, na localidade da nova residência, ou na mais
próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer Art. 167 - A renúncia à candidatura ou o cancelamento do seu regis-
época, independentemente de vaga. tro acarretará a extinção do afastamento com a obrigatoriedade do retorno
imediato ao exercício.
Parágrafo único - O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou SEÇÃO VI
companheiro, aos filhos ou enteados do servidor que vivam na sua com- DO AFASTAMENTO PARA EXERCER MANDATO ELETIVO
panhia, bem como aos menores sob a sua guarda com autorização judici-
al. Art. 168 - Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as se-
SEÇÃO II guintes disposições:
DO AFASTAMENTO PARA REALIZAR MISSÃO OU ESTUDO EM I - tratando-se de mandato federal ou estadual, ficará afastado
OUTRO PONTO DO TERRITÓRIO NACIONAL OU NO EXTERIOR do cargo;
Art. 162 - O servidor não poderá ausentar-se do Estado para estudo II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sen-
ou missão oficial em outro ponto do território nacional ou no exterior, sem do-lhe facultado optar pela sua remuneração;
autorização prévia dos chefes dos Poderes, concedida através de ato III - investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de
publicado no Diário Oficial do Estado. horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remunera-
§ 1º - Quando o afastamento ocorrer para participação em curso, de- ção do cargo eletivo e, não havendo compatibilidade de horário, será
verá este se relacionar obrigatoriamente com a atividade profissional do aplicada a norma do inciso anterior.
servidor. § 1º - O tempo de serviço será contado para todos os efeitos, exceto
§ 2º - A ausência não excederá a 4 (quatro) anos e, finda a missão ou para promoção por merecimento ou para avaliação de desempenho.
estudo, somente decorrido igual período será permitida nova ausência. § 2º - No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a
§ 3º - Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será previdência social como se em exercício estivesse.
concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes § 3º - O servidor investido em mandato eletivo não poderá ser remo-
de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de vido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exer-
ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. ce o mandato.
SEÇÃO III CAPÍTULO VI
DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAR DE CURSO DE DOUTORA- DO TEMPO DE SERVIÇO
DO, MESTRADO, ESPECIALIZAÇÃO OU APERFEIÇOAMENTO NO Art. 169 - É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público
ESTADO estadual.
Art. 163 - O afastamento do servidor com o objetivo de frequentar § 1º - A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão
curso de doutorado, mestrado, especialização ou aperfeiçoamento no convertidos em anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e ses-
âmbito do Estado somente se efetivará quando relacionado com sua senta e cinco) dias.
atividade profissional e dependerá de autorização prévia dos chefes dos § 2º - Feita a conversão, as frações inferiores a 180 (cento e oitenta)
Poderes. dias não serão computadas, arredondando-se para um ano quando exce-
§ 1º - O ato de afastamento a que se refere este artigo deverá, obriga- derem esse número, para efeito de aposentadoria.
toriamente, ser publicado no Diário Oficial do Estado. Art. 170 - Além das ausências ao serviço previstas no artigo 153, são
§ 2º - O período de afastamento para freqüentar cursos de doutorado considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
e mestrado não excederá a 4 (quatro) anos, incluindo-se as prorrogações; I - faltas abonadas a critério do chefe imediato do servidor, no má-
para os cursos de especialização e aperfeiçoamento 2 (dois) anos, inclu- ximo de 5 (cinco) dias por mês, desde que não seja ultrapassado o limite
indo-se o período destinado à elaboração de monografia. de l5 (quinze) por ano;
§ 3º - Quando os cursos a que refere este artigo ocorrerem na cidade II - férias;
de domicílio do servidor, a liberação para afastamento ocorrerá somente III - exercício das atribuições de cargo em comissão, em órgãos ou
quando o horário do curso coincidir com o seu horário de trabalho. entidades no âmbito estadual.
§ 4º - Não será permitido novo afastamento nem concedida exonera- IV - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal,
ção antes de decorrido prazo igual ao do afastamento concedido ao exceto para promoção por merecimento ou avaliação de desempenho;
servidor, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida. V - período de trânsito, compreendido como o tempo gasto pelo
SEÇÃO IV servidor que mudar de sede, contado da data do desligamento, no máxi-
DO AFASTAMENTO DE SERVIDORA MÃE DE EXCEPCIONAL mo de quinze dias;

Legislação 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VI - período de suspensão, quando o servidor for reabilitado em Parágrafo único - Em caso de provimento de pedido de reconsidera-
processo de revisão; ção ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impug-
VII - licença: nado.
a) à gestante e à adotante; Art. 179 - O direito de requerer prescreve:
b) à paternidade; I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação
de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial
c) para tratamento de saúde; e créditos resultantes das relações de trabalho;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando
e) prêmio por assiduidade; outro prazo for fixado em lei.
f) para desempenho de mandato classista; Parágrafo único - O prazo de prescrição será contado da data de
g) participação em competição desportiva nacional ou internacional publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado,
ou convocação para integrar representação desportiva estadual ou nacio- quando o ato não for publicado.
nal, conforme disposto em regulamento; Art. 180 - O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
h) por convocação para o serviço militar; interrompem a prescrição.
i) disponibilidade; Art. 181 - A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada
pela administração.
j) prisão do servidor quando absolvido por decisão passada em jul-
gado ou quando dela não resultar processo ou condenação. Art. 182 - Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista
do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por
Art. 171 - Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponi-
ele constituído.
bilidade:
Art. 183 - A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo,
I - o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal;
quando eivados de ilegalidade.
II - licença para tratamento de saúde de pessoa da família do
Art. 184 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste
servidor, com remuneração;
capítulo, salvo motivo de força maior.
III - licença para acompanhar o cônjuge, com remuneração;
CAPÍTULO VIII
IV - o afastamento para atividade política, no caso do art. 165, § 2º;
DOS BENEFÍCIOS
V - desempenho de mandato eletivo anterior ao ingresso no ser-
SEÇÃO I
viço público estadual;
DA APOSENTADORIA
VI - serviço em atividade privada vinculada à Previdência Social.
Art. 185 - O servidor será aposentado:
§ 1º - É vedada para qualquer fim a contagem cumulativa de tempo
de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função I - por invalidez permanente, com proventos integrais, quando de-
de órgão ou entidades da União, Estado e Município, autarquias, funda- corrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
ções públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas. contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais
casos;
§ 2º - Em casos de acumulação legal de cargos, o tempo de serviço
computado para um deles não pode, em hipótese alguma, ser computado II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com pro-
para outro. ventos proporcionais ao tempo de serviço;
§ 3º - (V e t a d o) III - voluntariamente:
Art. 172 - Para efeito de aposentadoria será considerado em dobro o a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trin-
período de licença-prêmio que o servidor não houver gozado. ta) se mulher, com proventos integrais;
CAPÍTULO VII b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magisté-
DO DIREITO DE PETIÇÃO rio, se professor, e aos 25 (vinte e cinco) se professora, com proventos
integrais;
Art. 173 - É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes
Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimos. c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cin-
co) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
Art. 174 - O requerimento será dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediata- d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60
mente subordinado o requerente. (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 175 - Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver Art. 186 - Consideram-se moléstias profissionais, doenças graves,
expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renova- contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I do artigo anterior,
do. tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia
Parágrafo único - O requerimento e o pedido de reconsideração de
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espon-
que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5
diloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de
(cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
Paget (osteíte deformante), Síndrome da Imunodeficiência Adquirida -
Art. 176 - Caberá recurso: AIDS, e outras que a lei indicar com base na medicina especializada.
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; Parágrafo único - Para os fins previstos no "caput" do artigo deverá
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. ser comprovado que a doença, em qualquer das situações, ocorreu após
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à o ingresso no serviço público.
que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em Art. 187 - A aposentadoria compulsória será automática, e declarada
escala ascendente, às demais autoridades. por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor
§ 2º - O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.
que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 188 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir
Art. 177 - O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou da data da publicação do ato que a conceder.
de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo Art. 189 - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença pa-
interessado, da decisão recorrida. ra tratamento de saúde.
Art. 178 - O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juí- § 1º - Considera-se inválido para o serviço público o servidor que,
zo da autoridade competente. após o período não excedente a 24 (vinte quatro) meses de licença para

Legislação 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tratamento de saúde, observado o disposto no art. 129, for verificado não § 1º - O servidor que não possuir os dependentes referidos no inciso
se achar em condições de reassumir o exercício. II poderá perceber salário família relativo ao menor que, mediante autori-
§ 2º - Poderá, excepcionalmente, ser aposentado antes de transcorri- zação judicial, viver sob sua guarda e sustento, até o limite máximo de
dos os 24 (vinte e quatro) meses de licença de que trata o parágrafo duas cotas.
anterior o servidor cujo laudo médico competente concluir por sua incapa- § 2º - Em se tratando de órfão parente até 3º (terceiro) grau, que me-
cidade definitiva para o serviço público. diante autorização judicial viver sob a guarda e sustento do servidor, não
§ 3º - O laudo que concluir pela incapacidade definitiva do servidor haverá limite de cotas nem concorrência com os dependentes referidos no
declarará se a invalidez diz respeito ao serviço público em geral ou a inciso II.
funções de determinada natureza. Art. 197 - Não se configura a dependência econômica quando o be-
§ 4º - Não ocorrendo invalidez para o serviço público em geral, a apo- neficiário do salário família perceber rendimento do trabalho ou de qual-
sentadoria só será decretada se esgotados os meios de readaptação do quer outra fonte, inclusive pensão ou proventos da aposentadoria, em
servidor. valor igual ou superior ao salário mínimo.
§ 5º - Em qualquer hipótese, o aposentado, sob pena de cassação da Art. 198 - Quando pai e mãe forem servidores públicos estaduais e
aposentadoria, deverá submeter-se, periodicamente, a inspeção médica viverem em comum, o salário família será pago a um deles; quando
segundo disposto em regulamento. separados, será pago a um e outro de acordo com a distribuição dos
dependentes.
§ 6º - O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a
publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorroga- Parágrafo único - Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a ma-
ção da licença. drasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
Art. 190 - Os proventos proporcionais não poderão ser inferiores ao Art. 199 - O salário família não está sujeito a qualquer tributo, nem
salário mínimo nem a um terço da remuneração da atividade. servirá de base para a contribuição previdenciária .
Art. 191 - Na fixação dos proventos proporcionais ou integrais serão Art. 200 - Não será percebido o salário família nos casos em que o
acrescidas a gratificação adicional por tempo de serviço e demais vanta- servidor deixar de receber o respectivo vencimento ou provento.
gens que o servidor haja percebido por mais de cinco anos consecutivos SEÇÃO III
ou dez anos com interrupção. DA PENSÃO
§ 1º - O disposto neste artigo se aplica, inclusive, às vantagens do Art. 201 - Fica assegurada, à conta do tesouro do Estado, pensão
cargo em comissão e da função gratificada que o servidor haja exercido mensal, por morte do servidor, ao conjunto de dependentes legais, de
por cinco anos consecutivos ou dez com interrupção. valor igual à diferença entre a pensão paga pelo Instituto de Previdência
§ 2º - Igual vantagem será concedida ao servidor se o somatório do do Estado do Maranhão - IPEM, e a remuneração ou proventos que
exercício do cargo em comissão ou de função gratificada tenha atingido percebia o "de cujus" em razão de seu cargo, respeitados os percentuais
um período de cinco anos consecutivos ou dez com interrupção. definidos nos casos de proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, quando mais de um cargo ou Art. 202 - Entende-se como dependente:
função tenha sido exercido, serão atribuídas as vantagens do cargo ou I - o cônjuge ou companheiro(a) designado que comprove união
função de maior símbolo, desde que lhe corresponda um exercício mínimo estável como entidade familiar;
de um ano ininterrupto; fora dessa hipótese, atribuir-se-ão as vantagens
do cargo ou função de símbolo imediatamente inferior. II - os filhos ou enteados menores de 21 (vinte e um) anos de
idade ou, se nválidos, enquanto durar a invalidez;
§ 4º - Para efeito de aplicação deste artigo e seus parágrafos será
contado o tempo de mandato eletivo de Governador, Vice-Governador, III - o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de
Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Prefeito, exercido pelo idade;
servidor. IV - os pais, desde que não amparados por qualquer tipo de aposen-
Art. 192 - O servidor em exercício de cargo em comissão, se não for tadoria ou pensão prevista em lei;
titular de cargo efetivo ou detentor de proventos de aposentadoria de V - a pessoa designada que viva na dependência econômica do
qualquer natureza, bem como o servidor durante o estágio probatório, servidor, maior de 60 (sessenta) anos e menor de 21 (vinte e um) anos.
somente terão direito a aposentadoria nos casos de invalidez. Parágrafo único - Os dependentes a que se refere este artigo deve-
Art. 193 - Os proventos da aposentadoria serão revistos na mesma rão, obrigatoriamente, estar inscritos no Instituto de Previdência do Estado
data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores do Maranhão.
em atividade, e estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vanta- Art. 203 - Cessará o pagamento da pensão:
gens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive se
I - para o cônjuge ou companheiro(a) que contrair núpcias;
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em
que se deu a aposentadoria. II - para os filhos ou dependentes legais, quando completarem 21
(vinte e um) anos, salvo em relação aos inválidos;
Art. 194 - A partir do mês imediato ao em que ocorrer a aposentado-
ria, nos termos do artigo 188, o servidor passará a perceber proventos III - pela cessação da invalidez;
provisórios até o julgamento da concessão da aposentadoria pelo Tribunal IV - pelo falecimento do beneficiário, em qualquer caso;
de Contas do Estado. V - pela renúncia expressa;
SEÇÃO II VI - pela acumulação de pensão na forma do art. 208.
DO SALÁRIO-FAMÍLIA Art. 204 - O processo de habilitação da complementação da pensão
Art. 195 - Salário-família é o auxílio pecuniário especial concedido pe- será instruído com os seguintes documentos:
lo Estado ao servidor ativo ou em disponibilidade e ao inativo como contri- I - certidão de óbito;
buição para as despesas de manutenção de seus dependentes, de acordo
com valor fixado em lei. II - informações sobre o cargo, remuneração ou provento mensal
do servidor no dia do evento;
Art. 196 - Consideram-se dependentes econômicos para efeito de
percepção do salário-família: III - documento comprobatório relativo à qualidade do beneficiá-
rio.
I - o cônjuge ou companheiro(a);
§ 1º - A pensão deverá vigorar a partir do dia seguinte ao do óbito.
II - os filhos, inclusive os enteados e adotivos até 21 (vinte e um)
anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli- § 2º - Somente após a concessão da pensão do Instituto de Previdên-
do, de qualquer idade; cia do Estado do Maranhão - IPEM, poderá ser requerida a complementa-
ção a que alude este artigo.
III - a mãe e o pai sem economia própria.

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Art. 205 - A pensão será requerida a qualquer tempo, prescrevendo V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
tão-somente aquelas exigíveis há mais de 5 (cinco) anos. da repartição;
Parágrafo único - Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previs-
habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução de tos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seu subordi-
pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida. nado;
Art. 206 - Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática VII - coagir ou aliciar subordinados a filiar-se a associação profissio-
de crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor. nal ou sindical, ou a partido político;
Art. 207 - Havendo alteração dos valores da remuneração do cargo VIII - referir-se de modo depreciativo às autoridades públicas ou
ou proventos, a pensão será atualizada de modo a manter integral a a atos do Poder Público, em requerimento, representação, parecer, des-
diferença prevista no artigo 201 desta lei. pacho ou outros expedientes;
Art. 208 - Ressalvados o direito adquirido e as acumulações previstas IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
em lei, é vedada a percepção de duas ou mais pensões. detrimento da dignidade da função pública;
TÍTULO IV X - participar de diretoria, gerência ou administração de empresa
DO REGIME DISCIPLINAR privada e de sociedade civil prestadora de serviços ao Estado;
CAPÍTULO I XI - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto
DOS DEVERES como acionista, quotista ou comanditário;
Art. 209 - São deveres do servidor: XII - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições pú-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e regula- blicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assisten-
mentares inerentes ao cargo; ciais de parentes até o segundo grau cível, de cônjuge ou companhei-
II - ser leal às instituições a que servir; ro(a);
III - observar as normas legais e regulamentares; XIII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual-
quer espécie, em razão de suas atribuições;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamen-
te ilegais; XIV - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangei-
ro, salvo se estiver em licença sem remuneração;
V - atender com presteza:
XV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, res-
salvadas as protegidas por sigilo; XVI - proceder de forma desidiosa;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou es- XVII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em ser-
clarecimento de situações de interesse pessoal; viços ou atividades particulares;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública Estadual. XVIII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que
VI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
público; XIX - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com
VII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição; o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
VIII - manter conduta compatível com a moralidade administrati- XX - contratar com o Estado ou suas entidades.
va; Art. 211 - É lícito ao servidor criticar atos do Poder Público, do ponto
IX - ser assíduo e pontual ao serviço; de vista doutrinário ou da organização do serviço, em trabalho assinado.
X - tratar com urbanidade os demais servidores e o público em CAPITULO III
geral; DA ACUMULAÇÃO
XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; Art. 212 - Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal, é
XII - residir no local onde exercer o cargo ou, mediante autorização, vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
em localidade vizinha, se não houver inconveniente para o serviço. § 1º - A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e fun-
XIII - manter espírito de cooperação e solidariedade com os ções em autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
companheiros de fundações públicas mantidas pelo Poder Público da União, do Distrito
trabalho; Federal, dos Estados, dos Territórios e Municípios.
XIV - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com § 2º - A acumulação, ainda que lícita, fica condicionada à comprova-
o uniforme que for determinado para cada caso; ção da compatibilidade de horários.
XV - sugerir providências tendentes à melhoria dos serviços; Art. 213 - O servidor não poderá exercer mais de um cargo em co-
missão, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
XVI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregulari-
coletiva.
dades de que tiver ciência em razão do cargo que ocupa ou da função
que exerça. Parágrafo único - Investido em cargo de provimento em comissão, o
servidor que acumular licitamente dois cargos de provimento efetivo
Parágrafo único - A representação de que trata o inciso XI será,
destes ficará afastado.
obrigatoriamente, apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual
é formulada, assegurando-se ao representado ampla defesa com os Art. 214 - Verificada em processo disciplinar que a acumulação se
meios e recursos a ela inerentes. deu de boa-fé, o servidor optará por um dos cargos, não ficando obrigado
a restituir o que houver percebido durante o período da acumulação
CAPÍTULO II
vedada.
DAS PROIBIÇÕES
Parágrafo único - Provada a má-fé, além da demissão do cargo, o
Art. 210 - Ao servidor público é proibido:
servidor restituirá, obrigatoriamente, o que tiver recebido indevidamente.
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au-
CAPÍTULO IV
torização do chefe imediato;
DAS RESPONSABILIDADES
II - retirar, modificar ou substituir, sem prévia anuência da autorida-
de competente, qualquer documento oficial ou objeto da repartição; Art. 215 - Pelo exercício irregular de suas atribuições o servidor res-
ponde civil, penal e administrativamente.
III - recusar fé a documentos públicos;
Art. 216 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comis-
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e
sivo, doloso ou culposo, que acarrete prejuízo à Fazenda Pública ou a
processo ou execução de serviço;
terceiros.

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§ 1º - A indenização de prejuízo dolosamente causado à Fazenda II - abandono de cargo, configurado pela ausência intencional do
Pública será liquidada mediante prestações descontadas em parcelas servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos;
mensais não excedentes à 5ª (quinta) parte da remuneração ou provento, III - apresentar inassiduidade habitual, assim entendida a falta ao
em valores atualizados, na falta de outros bens que assegurem a execu- serviço, por 60 (sessenta) dias, interpoladamente, sem causa justificada,
ção do débito pela via judicial. no período de doze meses;
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, o servidor responderá IV - improbidade administrativa;
perante a Fazenda Pública, através de ação regressiva.
V - incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;
§ 3º - A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e
contra eles será executada, até o limite do valor do patrimônio transferido. VI - insubordinação grave no serviço;
Art. 217 - A responsabilidade criminal abrange os crimes e contra- VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo se em
venções imputadas ao servidor, nessa qualidade. defesa própria ou de outrem;
Art. 218 - A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omis- VIII - revelação de segredo que tiver conhecimento em razão do
sivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo. cargo;
Art. 219 - As sanções civis, penais e administrativas poderão cumu- IX - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio esta-
lar-se, sendo independentes entre si. dual;
Art. 220 - A responsabilidade civil ou administrativa do servidor será X - corrupção;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou XI - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
a sua autoria. XII - transgressão do artigo 210, incisos IX a XVII.
CAPÍTULO V Art. 229 - A demissão ou a destituição do cargo em comissão, nos
DAS PENALIDADES casos dos incisos I, IV, VIII, X e XI do artigo 228, implica a indisponibilida-
Art. 221 - São penas disciplinares: de dos bens e o ressarcimento ao erário sem prejuízo da ação penal
I - advertência; cabível.
II - repreensão; Art. 230 - A demissão ou a destituição do cargo em comissão por in-
frigência do artigo 210, incisos IX e XII, incompatibiliza o ex-servidor para
III - suspensão; nova investidura em cargo público estadual pelo prazo de 5 (cinco) anos.
IV - demissão; Parágrafo único - Não poderá retornar ao serviço público estadual o
V - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infrin-
VI - destituição do cargo em comissão; gência do artigo 228, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 222 - Na aplicação das penalidades serão consideradas a natu- Art. 231 - São competentes para aplicação das sanções disciplinares:
reza e a gravidade da infração cometida, bem como os danos dela decor- I - os chefes dos Poderes, quando se tratar de demissão e cas-
rentes para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes sação de aposentadoria e disponibilidade;
e os antecedentes funcionais. II - o Secretário ou autoridade equivalente, nos casos de sus-
Art. 223 - São faltas administrativas, puníveis com pena de advertên- pensão;
cia por escrito, os casos de violação de proibição constante do artigo 210, III - o chefe imediato, quando se tratar de advertência escrita ou
incisos I a VIII, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, repreensão.
regulamentação ou norma que não justifique imposição de penalidade
mais grave. Parágrafo único - O ato de imposição da penalidade mencionará
sempre o dispositivo em que se fundar e a causa da sanção disciplinar.
Art. 224 - A pena de repreensão será aplicada nos casos de falta de
cumprimento dos deveres, violação das proibições ou reincidência da falta Art. 232 - Deverão constar do assentamento individual do servidor to-
prevista no artigo anterior. das as penas que lhe forem impostas.
Art. 225 - São faltas administrativas, puníveis com pena de suspen- Art. 233 - A ação disciplinar prescreverá:
são por até 90 (noventa) dias, os casos de reincidência nas faltas punidas I - em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
com repreensão e violação das demais proibições que não tipifiquem são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição do cargo
infração sujeita à penalidade de demissão. em comissão;
§ 1º - A pena de suspensão poderá ser cumulada, se couber, com a II - em 02 (dois) anos, quanto à suspensão;
destituição do cargo em comissão. III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência e repre-
§ 2º - Por conveniência do serviço, a pena de suspensão poderá ser ensão.
convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de § 1º - O prazo de prescrição começa a fluir da data em que foi prati-
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer cado o ato, ou do seu conhecimento pela administração.
em serviço.
§ 2º - Os prazos de prescrição previstos na legislação penal aplicam-
§ 3º - Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor se às infrações disciplinares capituladas também como crime.
que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica
§ 3º - A abertura de sindicância ou a instauração de processo para a
determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penali-
apuração da falta disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
dade uma vez cumprida a determinação.
proferida por autoridade competente.
Art. 226 - As penalidades de advertência e suspensão, a requerimen-
§ 4º - Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a
to do servidor, serão canceladas após o decurso de três e cinco anos de
partir do dia em que cessar a interrupção.
efetivo exercício, respectivamente, desde que nesse período não haja o
servidor praticado nova infração disciplinar. TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Parágrafo único - O cancelamento da punição disciplinar a que se
CAPÍTULO I
reporta este artigo não surtirá efeitos retroativos nem ensejará nenhuma
DISPOSIÇÕES GERAIS
indenização ou reposição pecuniária.
Art. 234 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço
Art. 227 - A autoridade que der posse sem fazer cumprir o disposto
público é obrigada, sob pena de responsabilidade, a promover-lhe a
no art. 17, § 5º, ficará sujeita à pena de suspensão por 30 (trinta) dias.
apuração imediata, ficando assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. 228 - São faltas administrativas puníveis com a pena de demis-
Art. 235 - São competentes para determinar a instauração do proces-
são:
so administrativo:
I - crime contra a administração pública;
Legislação 33 A Opção Certa Para a Sua Realização
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I - no Poder Executivo: o Governador do Estado, no caso de Parágrafo único - O prazo a que se refere o "caput" do artigo, a juízo
apuração de irregularidade praticada por autoridades que lhe são direta- da autoridade que determinar a instauração do processo administrativo,
mente subordinadas; poderá ser prorrogado por mais 60 (sessenta) dias.
II - nos Poderes Legislativo e Judiciário: de acordo com a legislação SEÇÃO I
pertinente e regulamentação específica; DO INQUÉRITO
III - os Secretários de Estado e dirigentes das autarquias e funda- Art. 244 - O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do con-
ções em suas áreas funcionais, permitida a delegação de competência. traditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos
Art. 236 - Como medida preparatória, a autoridade poderá constituir meios e recursos admitidos em Direito.
comissão de sindicância para apuração sumária de irregularidade. Art. 245 - Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar,
Art. 237 – Da sindicância poderá resultar: como peça informativa da instrução.
I - arquivamento do processo; Parágrafo único - Na hipótese de o relatório da sindicância concluir
II - instauração de processo disciplinar. que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente
encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente
Parágrafo único - Não excederá de 30 (trinta) dias o prazo para con- da imediata instauração do processo disciplinar.
clusão da sindicância, podendo, no entanto, ser prorrogado por igual
período, a critério da autoridade superior. Art. 246 - Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de
depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivan-
CAPÍTULO II do a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos,
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Art. 238 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha Art. 247 - É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o pro-
a influir na apuração de irregularidades, a autoridade instauradora do cesso pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
procedimento disciplinar, quando julgar necessário, poderá ordenar o seu testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando
afastamento do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo se tratar de prova pericial.
da remuneração. § 1º - O presidente da comissão poderá denegar pedidos considera-
Parágrafo único - O afastamento poderá ser prorrogado por igual dos impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para
prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o o esclarecimento dos fatos.
processo. § 2º - Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprova-
Art. 239 - O servidor terá direito: ção do fato independer de conhecimento especial de perito.
I - à contagem do tempo de serviço relativo ao período em que es- Art. 248 - As testemunhas serão intimadas a depor mediante manda-
teja afastado preventivamente, quando do processo não houver resultado do expedido pelo presidente da comissão, devendo a 2ª (segunda) via,
pena disciplinar ou esta se limitar à advertência ou repreensão; com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.
II - à contagem do período de afastamento que exceder do prazo Parágrafo único - Se a testemunha for servidor público, a expedição
da suspensão disciplinar aplicada. do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde
CAPÍTULO III serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.
DO PROCESSO DISCIPLINAR Art. 249 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo,
não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
Art. 240 - O processo disciplinar, procedido em instrução contraditó-
ria, será conduzido por comissão especial composta de três servidores § 1º - As testemunhas serão inquiridas separadamente.
estáveis, designados pela autoridade competente que indicará, dentre § 2º - Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem,
eles, o de categoria mais elevada, para presidente. proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
§ 1º - Os membros da comissão deverão ser de categoria igual, equi- Art. 250 - Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão pro-
valente ou superior à do acusado. moverá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previs-
§ 2º - A comissão será secretariada por um servidor designado pelo tos nos arts. 248 e 249.
seu presidente. § 1º - No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido
§ 3º - Não poderá participar de comissão de sindicância ou de pro- separadamente e, sempre que divergirem em suas declarações sobre os
cesso administrativo cônjuge, companheiro ou parente do acusado, con- fatos ou circunstâncias, será promovida acareação entre eles.
sangüíneo ou afim, até o terceiro grau. § 2º - O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem
§ 4º - Os trabalhos da comissão terão preferência a qualquer outro como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas
trabalho, ficando os seus membros dispensados de outros encargos perguntas e respostas, facultandose-lhe, porém, reinquirí-las por intermé-
durante o curso do processo e do registro do ponto. dio do presidente da comissão.
Art. 241 - A comissão assegurará ao processo o sigilo necessário à Art. 251 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusa-
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração e exercerá do, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido
suas atividades com independência e imparcialidade. a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico
psiquiatra.
Parágrafo único - As reuniões e as audiências das comissões terão
caráter reservado e serão registradas em atas que deverão detalhar as Parágrafo único - O incidente de sanidade mental será processado
deliberações adotadas. em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do
laudo pericial.
Art. 242 - O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
Art. 252 - Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comis-
do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respec-
são;
tivas provas.
II - instrução, defesa e relatório;
§ 1º - O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente
III - julgamento. da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias,
Art. 243 - O processo disciplinar se inicia no prazo improrrogável de assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
05 (cinco) dias na Capital e 15 (quinze) dias no interior, contados da data § 2º - Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de
da publicação, no Diário Oficial do Estado, do ato designando os membros 20 (vinte) dias.
da comissão e será concluído no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da
§ 3º - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para dili-
data da instalação dos trabalhos.
gências reputadas indispensáveis.

Legislação 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 4º - No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da ci- Parágrafo único - Ocorrida a exoneração quando não satisfeitas as
tação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo condições do estágio probatório, o ato será convertido em demissão, se
próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de for o caso.
2 (duas) testemunhas. Art. 265 - Assegurar-se-á transporte e diárias:
Art. 253 - O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comu- I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de
nicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado
Art. 254 - Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será II - aos membros da comissão de inquérito, quando obrigados a se
citado por edital, publicado no Diário Oficial do Estado e em jornal de deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial
grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apre- ao esclarecimento dos fatos.
sentar defesa.
SEÇÃO III
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será DA REVISÃO DO PROCESSO
de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
Art. 266 - O processo disciplinar poderá ser revisto, a pedido ou de
Art. 255 - Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de
não apresentar defesa no prazo legal. justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 1º - A revelia será declarada por termo nos autos do processo e de- § 1º - Tratando-se de servidor falecido, ausente ou desaparecido, a
volverá o prazo para a defesa. revisão poderá ser requerida pelo cônjuge, companheiro(a), descendente,
§ 2º - Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do ascendente colateral consanguíneo até o segundo grau civil.
processo designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo § 2º - No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será re-
de nível igual ou superior ao do indiciado. querida pelo respectivo curador.
Art. 256 - Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minuci- Art. 267 - O requerimento de revisão do processo far-se-á em apenso
oso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas ao processo original e será dirigido ao Secretário de Estado ou autoridade
em que se baseou para formar a sua convicção. equivalente que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao chefe da
§ 1º - O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à res- repartição onde se originou o processo disciplinar.
ponsabilidade do servidor. Parágrafo único - Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora
§ 2º - Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indica- para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.
rá o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circuns- Art. 268 – Recebida a petição, a autoridade competente constituirá
tâncias agravantes ou atenuantes. comissão composta de três servidores estáveis, de preferência de catego-
Art. 257 - O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será ria igual ou superior á do requerente.
remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento. Art. 269 - A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclu-
SEÇÃO II são dos trabalhos.
DO JULGAMENTO Art. 270 - Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que
Art. 258 - No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. disciplinar.
§ 1º - Se a penalidade proposta pela comissão exceder a alçada da Art. 271 - O julgamento caberá :
autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade I - aos chefes dos Poderes, quando do processo revisto houver resul-
competente, que decidirá em igual prazo. tado pena de demissão ou cassação de aposentadoria e disponibilidade;
§ 2º - Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o jul- II - ao Secretário de Estado, quando houver resultado pena de
gamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais suspensão ou de repreensão.
grave. III - aos titulares de autarquias e fundações, quando houver resulta-
§ 3º - Se a penalidade prevista for a demissão, cassação de aposen- do pena de suspensão ou de repreensão.
tadoria ou disponibilidade, o julgamento final caberá aos chefes dos Parágrafo único - O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias,
Poderes. contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade
Art. 259 - As conclusões e recomendações da comissão merecem fiel julgadora poderá determinar diligências.
acatamento, salvo quando contrárias às provas dos autos. Art. 272 - Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem efeito a pe-
Parágrafo único - Na hipótese prevista na parte final deste artigo, a nalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos,
autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade pro- exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será converti-
posta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. da em exoneração.
Art. 260 - Verificada a existência de vício insanável, a autoridade jul- Parágrafo único - Da revisão do processo não poderá resultar agra-
gadora declarará a nulidade do processo no todo ou em parte e ordenará vamento da penalidade.
a constituição de outra comissão, para instauração de novo processo. Art. 273 - No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requeren-
§ 1º - O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade. te, favorecendo, na dúvida, a manutenção do ato punitivo.
§ 2º - A autoridade julgadora, que der causa à prescrição de que trata TÍTULO VI
o art. 233, § 2º, será responsabilizada na forma do Capítulo IV, Título IV. DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE
Art. 261 - No caso do artigo anterior e no esgotamento do prazo para PÚBLICO
a conclusão do processo administrativo disciplinar, o indiciado, se tiver Art. 274 - Para atender a necessidades temporárias de excepcional
sido afastado do cargo, retornará ao seu exercício funcional. interesse público, poderão ser efetuadas contratações de pessoal por
Art. 262 - Extinta a punibilidade pela prescrição da falta disciplinar, a tempo determinado, mediante contrato de locação de serviços.
autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos do Art. 275 - Consideram-se como de necessidade temporária de excep-
servidor. cional interesse público as contratações que visem a:
Art. 263 - Quando a infração estiver capitulada como crime, o proces- I - combater surtos epidêmicos;
so disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da II - fazer recenseamento;
ação penal, ficando trasladado na repartição.
III - atender a situação de calamidade pública;
Art. 264 - O servidor que responder a processo disciplinar só poderá
ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclu- IV - substituir professor ou admitir professor visitante, inclusive
são do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. estrangeiro;

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V - permitir a execução de serviço por profissional de notória espe- Art. 286 - Continuam em vigor as leis e regulamentos que disciplinam
cialização, inclusive estrangeiro, nas áreas de pesquisa científica e tecno- os institutos previstos nesta Lei, desde que com ela não colidam, até que
lógica; novas normas sejam expedidas, se necessárias.
VI - atender a outras situações de urgência que vierem a ser de- Art. 287 - O regime jurídico dos servidores admitidos em serviço de
finidas por lei. caráter temporário ou para funções de natureza técnica ou especializada
§ 1º - As contratações de que trata este artigo terão dotação específi- será estabelecido em lei especial.
ca e obedecerão aos seguintes prazos: Art. 288 - Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos ser-
I - nas hipóteses dos incisos I, III, e VI, 06 (seis) meses; vidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuênios.
II - na hipótese do inciso II, 12 (doze) meses; Art. 289 - Os efeitos do disposto no § 1º do art. 75 desta Lei retroa-
gem a 05 de outubro de 1988.
III - nas hipóteses dos incisos IV e V, até 48 (quarenta e oito)
meses. Art. 290 - Para fins do disposto no art. 191 desta Lei, o tempo de car-
go comissionado ou de direção e de função gratificada que o servidor
§ 2º - Os prazos de que trata o parágrafo anterior são improrrogáveis. tenha exercido no âmbito das Sociedades de Economia Mista e Empresas
§ 3º - O recrutamento será feito mediante processo seletivo simplifi- Públicas do Estado somente será computado para efeito de contagem de
cado, sujeito a ampla divulgação em jornal de grande circulação, exceto tempo de exercício.
nas hipóteses dos incisos III e VI. Parágrafo único - Fica vedada a atribuição das vantagens inerentes
Art. 276 - É vedado o desvio de função de pessoa contratada na for- aos cargos comissionados e funções gratificadas mencionados no "caput"
ma deste Título, bem como sua recontratação, sob pena de nulidade do deste artigo, devendo ser consideradas apenas as vantagens que o
contrato e responsabilidade administrativa e civil da autoridade contratan- servidor haja percebido no exercício de cargos comissionados e funções
te. gratificadas da Administração Direta, Autárquica e Fundacional.
Art. 277 - Nas contratações por tempo determinado, serão observa- Art. 291 - Ficam assegurados ao servidor público civis do Estado, os
dos os padrões de vencimentos dos planos de carreira do órgão ou enti- direitos adquiridos até esta data, em função do art. 163, da Lei Delegada
dade contratante, exceto na hipótese do inciso V do Art. 275, quando nº 36, de 15 de outubro de 1969.
serão observados os valores do mercado de trabalho. Art. 292 - Ficam revogadas a Lei nº 5.740, de 05 de julho de 1993, e
TÍTULO VII respectiva legislação complementar.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 293 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revoga-
Art. 278 - Poderão ser instituídos no âmbito de cada Poder, incentivos das a Lei Delegada nº 36, de 15 de outubro de 1969, e demais disposi-
funcionais aos servidores, compreendendo basicamente: ções em contrário.
I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que
favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos operacio-
nais; Lei nº 9860/2013 – Estatuto do Magistério.
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condeco-
TÍTULO I
rações e elogios por serviços prestados à Administração Pública.
Das Disposições Preliminares
Art. 279 - O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito CAPÍTULO I
de outubro. DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
Art. 280 - O ingresso de pessoal, sob qualquer modalidade, nos qua- Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Carreiras, Car-
dros dos órgãos e das entidades da administração pública estadual, gos e Remuneração do Subgrupo Magistério da Educação Básica, perten-
efetuado em desacordo com esta Lei, é nulo de pleno direito, acarretando cente ao Grupo Educação, instituído pela Lei nº 9.664, de 17 de julho de
responsabilidade civil para a autoridade que a este der causa, sem prejuí- 2012, tendo como objetivos:
zo das sanções penais e administrativas cabíveis. I - definir princípios e instituir normas sobre os direitos, deveres e
Art. 281 - Os prazos previstos neste Estatuto serão contados em dias responsabilidades, de modo a assegurar o fortalecimento da prática
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, pedagógica em prol da qualidade do ensino;
ficando prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o prazo vencido em II - estabelecer critérios para o desenvolvimento na carreira do ma-
dia em que não haja expediente, com as exceções previstas nesta Lei. gistério e o exercício funcional, com foco na melhoria contínua do proces-
Art. 282 - Ao servidor público civil são garantidos o direito à livre as- so ensinoaprendizagem.
sociação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
Art. 2º - Aplicam-se as disposições da Lei nº 6.107, de 27 de julho de
a) ser representado judicial e extrajudicialmente pela entidade asso- 1994, aos integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica, no
ciativa, quando expressamente autorizada; que não colidam com os disciplinamentos desta Lei.
b) da defesa de interesses coletivos ou individuais dos filiados, em CAPÍTULO II
questões administrativas; DOS PRECEITOS ÉTICOS
c) de inamovibilidade do dirigente da entidade de classe, da organi- Art. 3º - Constituem preceitos éticos dos integrantes do Subgrupo
zação profissional ou sindical, até 1(um) ano após o final do mandato, Magistério da Educação Básica:
salvo se a pedido; I - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
d) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que II - preservação dos princípios e fins da educação básica nacio-
for filiado, o valor das mensalidade e contribuições definidas em assem- nal;
bleia geral da categoria. III - respeito às diferenças e igualdade de tratamento;
Art. 283 - O direito de greve será exercido nos termos e nos limites IV - exercício das práticas democráticas que possibilitem o preparo
definidos em lei. do educando para o exercício da cidadania;
Art. 284 - É vedado colocar servidor à disposição de entidade de di- V - aperfeiçoamento técnico-profissional que contribua para um pa-
reito privado, estranha ao Sistema Administrativo Estadual, salvo em caso drão de qualidade educacional;
de convênio, para exercer função considerada de relevante interesse
social. VI - respeito ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógi-
TÍTULO VIII cas;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS VII - respeito ao educando, sendo o aluno considerado centro da
Art. 285 - Aos servidores ocupantes de categorias regidas por lei es- ação educativa, como ser ativo e participante;
pecial, aplicam-se, subsidiariamente, as disposições deste Estatuto. VIII - preservação dos ideais de solidariedade humana.

Legislação 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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TÍTULO II I - Área de Docência em Educação Básica:
Dos Conceitos a) Professor - Classes A, B e C: Ensino Médio Regular, Educação
Art. 4º - Para os efeitos desta Lei são considerados os seguintes con- Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial
ceitos: nas especialidades Braille e Libras;
I - Grupo: um ou mais subgrupos organizados em carreiras, inte- b) Professor I - Classes A, B e C: Educação Infantil Regular, Ensino
gradas por cargos de provimento efetivo, dispostas de acordo com a Fundamental Regular e Educação Especial nas especialidades Braille e
natureza e complexidade das atribuições que abrangem várias atividades; Libras, da 1ª a 4ª série ou 1º ao 5º ano;
II - Subgrupo: conjunto de carreiras agrupadas segundo a correla- c) Professor II - Classes A, B e C: Educação Infantil Regular, Ensino
ção e afinidades entre as atividades de cada carreira, natureza do traba- Fundamental Regular, Educação de Jovens e Adultos e Educação Espe-
lho ou grau de conhecimento necessário ao exercício das respectivas cial nas especialidades Braille e Libras, da 5ª a 8ª série ou 6º ao 9º ano;
atribuições; d) Professor III - Classes A, B e C: Educação Infantil Regular, Ensi-
III - Carreira: conjunto de classes de mesma natureza, dispostas no Fundamental Regular, Ensino Médio Regular, Ensino Profissionalizan-
segundo o grau de aperfeiçoamento profissional a elas inerentes, para te, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial nas especialida-
desenvolvimento do servidor nas classes dos cargos que as integram; des Braille e Libras, da 1ª a 8ª série ou 1º ao 9º ano;
IV - Cargo: conjunto de responsabilidades e atribuições dos inte- II - Área de Suporte Pedagógico:
grantes do Subgrupo, mantidas as características de criação por lei, a) Especialista em Educação - Classes A, B e C: Educação Infantil
denominação própria, número certo de provimento em caráter efetivo e Regular, Ensino Fundamental Regular, Ensino Médio Regular, Ensino
remuneração pelos cofres públicos; Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial
V - Classe: conjunto de referências dos cargos públicos hierarqui- nas especialidades Braille e Libras séries, da 1ª a 8ª série ou 1º ao 9º ano;
zados que representam as perspectivas de desenvolvimento funcional; b) Especialista em Educação I - Classes A, B e C: Educação Infantil
VI - Referência: nível integrante da faixa de vencimento, fixado para Regular, Ensino Fundamental Regular, Educação de Jovens e Adultos e
a classe e atribuído ao ocupante do cargo em decorrência do seu pro- Educação Especial nas especialidades Braille e Libras, da 1ª a 8ª série ou
gresso salarial; 1º ao 9º ano;
VII - Enquadramento: posicionamento dos atuais servidores integran- c) Especialista em Educação II - Classes A, B e C: Educação Infantil
tes do Subgrupo Magistério da Educação Básica nas tabelas de correla- Regular, Ensino Fundamental Regular, Ensino Médio Regular, Ensino
ção previstas nesta Lei, respeitadas as respectivas atribuições e requisitos Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial
de formação. nas especialidades Braille e Libras, da 1ª a 8ª série ou 1º ao 9º ano.
TÍTULO III Parágrafo único - A educação indígena, do campo e quilombola será
Das Estruturas do Subgrupo Magistério da Educação Básica regulamentada em lei específica.
Art. 5º - O Subgrupo Magistério da Educação Básica é constituído de TÍTULO V
carreiras, cargos, classes e referências, estruturado na forma estabelecida Do Provimento e do Estágio Probatório
nos Anexos I e II. Art. 11 - O ingresso no Subgrupo Magistério da Educação Básica dar-
Art. 6º - A estrutura constante do Anexo I destina-se aos novos in- se-á nos cargos de Professor e de Especialista em Educação, Classe A,
gressos no Subgrupo Magistério da Educação Básica, contendo carreiras Referência 1, constante da estrutura do Anexo I, mediante aprovação em
com três classes, A, B, e C, com sete referências, sendo duas referências concurso público de provas ou provas e títulos e observará a área de
em cada classe, iniciando com a classe A, referência 1, exceto a classe C, atuação e modalidade/especialidade descritas no Anexo IV.
que pos5sui três referências. Art. 12 - As atribuições e os requisitos para o ingresso nos cargos de
Art. 7º - A estrutura constante do Anexo II destina-se aos cargos efe- Professor e de Especialista em Educação das carreiras que integram o
tivos do Subgrupo Magistério da Educação Básica atualmente ocupados, Subgrupo Magistério da Educação Básica observarão o disposto no
contendo carreiras estruturadas da forma que segue: Anexo V.
I - Professor I, Professor II e Especialista em Educação I: três Art. 13 - Após o ingresso nas carreiras do Subgrupo Magistério da
Classes, A, B, e C, com seis referências, sendo duas referências em cada Educação Básica, o servidor está sujeito a estágio probatório, por período
classe, iniciando com a classe A, referência 1; de 03 (três) anos, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto
II - Professor III e Especialista em Educação II: três Classes, A, B, e de avaliação de desempenho no cargo, observados os seguintes parâme-
C, com sete referências, sendo duas referências em cada classe, inician- tros:
do com a classe A, referência 1, exceto a classe C, que possui três refe- I - assiduidade;
rências. II - disciplina;
§ 1º - Os atuais ocupantes dos cargos de que trata o caput deste arti- III - capacidade de iniciativa;
go serão enquadrados de acordo com a Tabela de Correlação constante
do Anexo III. IV - qualidade e eficiência;
§ 2º - Os cargos de Professor I e II, classes A, B e C, decorrentes do V - compromisso e responsabilidade.
enquadramento de que trata o Anexo II, serão declarados extintos quando Parágrafo único - Considerado apto na avaliação de desempenho de
de sua vacância. que trata o caput deste artigo, o servidor tem assegurada a estabilidade
§ 3º - Os cargos ocupados de Professor III, Especialista em Educação no cargo.
I e Especialista em Educação II, quando vagos, serão automaticamente TÍTULO VI
transformados em Professor e Especialista em Educação, no limite de Do Regime de Trabalho
seus quantitativos. Art. 14 - Os integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica
Art. 8º - As carreiras Administração Escolar, Inspeção Escolar, Orien- submetem-se ao regime de trabalho abaixo especificado:
tação Educacional e Supervisão Escolar passam a denominar-se Suporte I - Professor: 20 (vinte) horas ou 40 (quarenta) horas semanais,
Pedagógico. conforme definido em edital de concurso para ingresso;
Art. 9º - Os cargos Administrador Escolar, Inspetor Escolar, Orienta- II - Especialista em Educação: 20 (vinte) horas semanais;
dor Educacional e Supervisor Escolar passam a denominar-se Especialis-
III - Professor I, Professor II, Professor III, Especialista em Educa-
ta em Educação.
ção I e Especialista em Educação II: 20 (vinte) horas semanais.
TÍTULO IV
Do Campo de Atuação Art. 15 - Os ocupantes do cargo de Professor, Professor I, Professor
II e Professor III do Subgrupo Magistério da Educação Básica, em efetivo
Art. 10 - Os cargos das carreiras de Docência em Educação Básica e
exercício de docência, têm 1/3 (um terço) da sua carga horária destinada
de Suporte Pedagógico possuem os seguintes campos de atuação:
Legislação 37 A Opção Certa Para a Sua Realização
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a atividades extraclasse, que são compreendidas como as de preparação II - em 2015, aqueles que poderiam ter sido enquadrados nas refe-
de aulas, avaliação da produção dos alunos, reuniões escolares, planeja- rências 4 e 5 do cargo Professor I, nas referências 3, 4 e 5 dos cargos
mento, contatos com a comunidade e formação continuada. Professor II e Especialista em Educação I e nas referências 4 e 6 dos
TÍTULO VII cargos Professor III e Especialista em Educação II;
Do Desenvolvimento na Carreira III - em 2016, aqueles que poderiam ter sido enquadrados nas de-
Art. 16 - O desenvolvimento dos integrantes do Subgrupo Magistério mais referências dos cargos Professor I, Professor II, Professor III, Espe-
da Educação Básica dar-se-á mediante progressão por tempo de serviço cialista em Educação I e Especialista em Educação II.
e por avaliação do mérito. Art. 25 - Fica assegurada aos integrantes do Subgrupo Magistério da
Art. 17 - Progressão por Tempo de Serviço é a evolução na tabela Educação Básica enquadrados nos cargos de Professor I e Professor II, a
remuneratória do servidor, da referência em que se encontra para outra promoção nos termos da Lei nº 6.110, de 15 de agosto de 1994.
imediatamente superior, dentro da mesma classe do cargo a que perten- TÍTULO IX
ce, levando em consideração o interstício. Da Avaliação de Desempenho
Art. 18 - Para fazer jus à Progressão por Tempo de Serviço, o servi- Art. 26. A Avaliação de Desempenho de que trata esta Lei tem como
dor do Subgrupo Magistério da Educação Básica deverá cumulativamente: objetivo:
I - ter cumprido estágio probatório; I - estimular o trabalho coletivo, visando à ampliação do nível de
II - ter cumprido o interstício mínimo de cinco anos de efetivo exer- participação dos servidores no planejamento institucional;
cício na referência em que se encontra para os cargos de Professor I e II - estabelecer a contribuição de cada servidor na consecução dos
Professor II e Especialista em Educação I, e de quatro anos para os objetivos do seu setor e da Instituição;
cargos de Professor, Professor III, Especialista em Educação e Especialis- III - identificar potencialidades e necessidades profissionais de
ta em Educação II; readaptação e reabilitação;
III - estar no efetivo exercício do seu cargo. IV - fornecer indicadores que subsidiem planejamento estratégico,
Art. 19 - A progressão por Tempo de Serviço observará a data do in- na perspectiva do desenvolvimento profissional dos integrantes das carrei-
gresso do servidor no cargo público que ocupa e será efetuada indepen- ras do subgrupo Magistério da Educação Básica;
dentemente de requerimento. V - propiciar condições favoráveis à melhoria dos processos de
Art. 20 - A progressão por avaliação do mérito é a elevação do servi- trabalho;
dor de uma classe para outra, passando da última referência da classe em VI - identificar e avaliar o desempenho coletivo e individual do servi-
que se encontra para a referência inicial da classe imediatamente superi- dor, consideradas as condições de trabalho;
or, dentro do mesmo cargo, levando em consideração a qualificação
profissional, desde que cumprido o interstício estabelecido para a Pro- VII - subsidiar a elaboração dos Programas de Formação Continua-
gressão por Tempo de Serviço no Cargo, e obtiver, nas três últimas avali- da, bem como o dimensionamento das necessidades institucionais de
ações, desempenho satisfatório. pessoal e de políticas públicas educacionais.
§ 1º - A progressão de que trata o caput deste artigo dar-se-á median- Art. 27 - A Avaliação de Desempenho de que trata esta Lei deve inci-
te requerimento do servidor, munido de certificado de curso de formação dir sobre todas as áreas de atuação do sistema de ensino, observando a
continuada na área de formação ou atuação, disponibilizado pela Secreta- natureza das atividades das carreiras do Subgrupo Magistério da Educa-
ria de Estado da Educação ou por instituição por ela conveniada. ção Básica, e definirá, além dos aspectos dispostos no art. 26, os seguin-
tes:
§ 2º - Atendido o requisito de tempo de serviço, a progressão por mé-
rito será efetivada automaticamente, após o cumprimento do interstício, na I - legitimidade e transparência do processo de avaliação;
hipótese de o Estado não haver implementado o Sistema de Avaliação ou II - periodicidade;
não oferecer a capacitação. III - direito de manifestação ao Secretário de Estado da Educa-
Art. 21 - O servidor que ocupar dois cargos efetivos do magistério, ção, em instância recursal;
nos termos do art. 37 da Constituição Federal, poderá utilizar o mesmo IV - conhecimento pelo servidor dos instrumentos de avaliação e
certificado para fins de progressão por avaliação do mérito para ambos os dos seus resultados.
cargos.
Art. 28 - O Sistema de Avaliação de Desempenho dos Integrantes do
Art. 22 - Os servidores em estágio probatório, quando do seu enqua- Subgrupo Magistério da Educação Básica é o processo pedagógico,
dramento nesta lei, terão resguardado o seu tempo de serviço no cargo modelo 360 graus, que aferirá os aspectos funcionais de forma integrada
em que ocupa, para efeito de estabilidade. entre os diferentes níveis de atuação, abrangendo as ações da unidade
TÍTULO VIII escolar, as atividades das equipes de trabalho, as condições de trabalho e
Do Enquadramento as atividades individuais.
Art. 23 - O enquadramento do servidor ocupante dos cargos das car- § 1º - A pontuação a ser atribuída na avaliação de desempenho varia
reiras que integram o Subgrupo Magistério da Educação Básica ocorrerá de 1 (um) a 10 (dez), tornando-se apto, com avaliação satisfatória, para
mediante a correlação de cargos, referências, e especialidades, estabele- efeito de progressão, o servidor do Subgrupo Magistério da Educação
cida no Anexo III. Básica que obtiver média final igual ou superior a 7 (sete).
Parágrafo único - O enquadramento na carreira de Suporte Pedagó- § 2º - A Avaliação de Desempenho de que trata este artigo será apli-
gico obedecerá às respectivas atribuições e requisitos de formação exigi- cada a todos os servidores integrantes do Subgrupo Magistério da Educa-
dos quando do ingresso no cargo, conforme posição relativa na Tabela de ção Básica, inclusive os servidores efetivos em desempenho de cargo
Correlação de Carreiras, constante do Anexo III. comissionado.
Art. 24 - Os integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica § 3º - A Avaliação de Desempenho será realizada por comissão pari-
que não tenham sido contemplados com as progressões de que trata a tária, somente para esse fim, até o mês de abril de cada ano, conforme
Lei nº 6.110, de 15 de agosto de 1994, após o enquadramento disposto no critérios a serem definidos por decreto.
art. 23, serão reposicionados na referência para a qual poderiam ter sido TÍTULO X
enquadrados levando-se em conta o tempo de serviço e os interstícios Da Remuneração e Gratificação
definidos no art. 18, II, bem como o disposto no art. 19 desta Lei, obser-
Art. 29 - A remuneração dos integrantes do Subgrupo Magistério da
vado o que segue:
Educação Básica constituir-se-á de:
I - em 2014, aqueles que poderiam ter sido enquadrados na refe-
I - vencimento;
rência 6 do cargo Professor I, na referência 6 dos cargos Professor e
Especialista em Educação I e na referência 7 dos cargos Professor III e II - gratificação.
Especialista em Educação II;

Legislação 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 30 - As tabelas de vencimento dos cargos das carreiras que inte- CAPÍTULO III
gram o Subgrupo Magistério da Educação Básica são escalonadas nos DAS GRATIFICAÇÕES ESPECIAIS
percentuais a seguir: SEÇÃO I
I - Professor I: três por cento entre referências; DA GRATIFICAÇÃO DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA
II - Professor II e Especialista em Educação I: quatro por cento Art. 36 - Fica instituída a Gratificação de Dedicação Exclusiva, de ca-
entre referências; ráter temporário, aos integrantes da Carreira de Docência da Educação
Básica do Subgrupo Magistério da Educação Básica, com regime de
III - Professor III e Especialista em Educação II: cinco por cento trabalho de 40 horas semanais em uma única matrícula, que se encon-
entre referências; tram em atividade de docência nas Unidades de Ensino de Tempo Inte-
IV - Professor 20h e 40h semanais e Especialista em Educação 20h gral, no percentual de 25% (vinte e cinco por cento) calculada sobre o
semanais: cinco por cento entre referências. vencimento.
Art. 31 - O vencimento dos cargos de Professor e Especialista em § 1º - Aplica-se o disposto no caput deste artigo aos integrantes da
Educação das carreiras que integram o Subgrupo Magistério da Educação Carreira de Docência da Educação Básica do Subgrupo Magistério da
Básica é o constante dos Anexos VI e VII. Educação Básica, com regime de trabalho de 20 (vinte) horas semanais,
Art. 32 - O Poder Executivo procederá aos ajustes dos valores do que farão jus à Gratificação de Dedicação Exclusiva, instituída por esta
vencimento do Subgrupo Magistério da Educação Básica no mês de Lei, quando possuidores de duas matrículas e estejam, exclusivamente,
janeiro, no percentual do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério. em efetiva atividade de docência nas Unidades de Ensino de Tempo
Integral.
CAPÍTULO I
DA GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE DO MAGISTÉRIO § 2º - A Gratificação de Dedicação Exclusiva de que trata o § 1º deste
artigo será concedida no percentual de 25% (vinte e cinco por cento),
Art. 33 - A Gratificação de Atividade de Magistério - GAM é a vanta-
calculada sobre o vencimento de cada matrícula.
gem pecuniária atribuída aos integrantes do Subgrupo Magistério da
Educação Básica, em razão de seu desempenho de Atividade de Magisté- Art. 37 - Os integrantes da Carreira de Docência da Educação Básica
rio. do Subgrupo Magistério da Educação Básica em atividade de docência,
conforme disciplina o art. 36, ficam impedidos de exercer quaisquer outras
§ 1º - A gratificação de que trata o caput deste artigo constitui salário
atividades no serviço público ou privado.
contribuição para o Sistema de Seguridade Social dos Servidores do
SEÇÃO II
Estado do Maranhão.
DA GRATIFICAÇÃO POR DIFÍCIL ACESSO
§ 2º - A gratificação de que trata o caput deste artigo será automati-
Art. 38 - Fica instituída a Gratificação por Difícil Acesso, de caráter
camente cancelada se o servidor ativo deixar de desempenhar atividade
temporário, destinada aos integrantes do Subgrupo Magistério da Educa-
de Magistério.
ção Básica, que desempenhem suas atividades em escolas de difícil
Art. 34 - A Gratificação de Atividade de Magistério é calculada sobre acesso.
o vencimento, nos percentuais de:
§ 1º - São consideradas escolas em áreas de difícil acesso, aquelas:
I - 75% (setenta e cinco por cento) aos ocupantes do cargo Pro-
I - não servidas por transporte coletivo ou distantes 1,5 km (um
fessor I;
quilômetro e meio) de corredores e vias de transporte coletivo;
II - 104% (cento e quatro por cento) aos ocupantes dos cargos Pro-
II - localizadas fora do perímetro urbano cujo deslocamento resi-
fessor, Professor II, Professor III, Especialista em Educação, Especialista
dência-trabalho seja igual ou superior a 25 km (vinte e cinco quilômetros).
em Educação I e Especialista em Educação II e Professor I que estejam
desenvolvendo atividades de Educação Especial. § 2º - A gratificação de que trata o caput deste artigo será de 15%
(quinze por cento) da base de cálculo equivalente à média obtida entre o
CAPÍTULO II
valor inicial da tabela salarial do cargo de Professor I e do valor final do
DA GRATIFICAÇÃO POR TITULAÇÃO
cargo de Professor III.
Art. 35 - A Gratificação por Titulação é concedida aos integrantes do
§ 3º - Para a concessão da gratificação de que trata este artigo a Se-
Subgrupo Magistério da Educação Básica portadores de certificados,
cretaria de Estado da Educação publicará, no início de cada ano letivo a
diplomas e títulos na área de formação ou educação, em percentuais
relação das escolas de difícil acesso.
calculados sobre o vencimento de cada matrícula, da seguinte forma:
SEÇÃO III
I - 10% (dez por cento) para portadores de certificados de cur- DA GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE EM ÁREA DE ALTO ÍNDICE
sos de aperfeiçoamento que somem carga horária de 360 horas; DE VIOLÊNCIA
II - 15% (quinze por cento) para portadores de diplomas ou certifi- Art. 39. Fica instituída a Gratificação de Atividade em Área de Alto Ín-
cados de especialização em nível de pós-graduação; III - 20% (vinte por dice de Violência, de caráter temporário, a ser concedida aos integrantes
cento) para portadores de título de mestre; do Subgrupo Magistério da Educação Básica que desempenhem suas
III - 20% (vinte por cento) para portadores de título de mestre; atividades nas escolas localizadas em áreas identificadas, mediante laudo
IV - 25% (vinte e cinco por cento) para portadores de título de psicossocial, como Área de Alto Índice de Violência.
doutor. § 1º - A gratificação de que trata o caput deste artigo será de 40%
§ 1º - Os diplomas e certificados de que tratam os incisos II a IV do (quarenta por cento) da base de cálculo equivalente à média obtida entre
caput deste artigo devem ser emitidos por instituição credenciada pelo o valor inicial da tabela salarial do cargo de Professor I e do valor final do
Ministério da Educação. cargo de Professor III.
§ 2º - A Gratificação por Titulação é inacumulável, prevalecendo a de § 2º - As unidades de ensino da rede estadual situadas em áreas de
maior percentual, e será devida a partir da data do seu requerimento. alto índice de violência, definidas no laudo psicossocial, serão oficializa-
das por Ato do Poder Executivo.
§ 3º - A gratificação de que trata o caput deste artigo constitui salário SEÇÃO IV
contribuição para o Sistema de Seguridade Social dos Servidores do DA GRATIFICAÇÃO POR ATIVIDADE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Estado do Maranhão.
Art. 40 - Fica instituída a Gratificação por Atividade em Educação Es-
§ 4º - O servidor que ocupar dois cargos efetivos do magistério, nos pecial, de caráter temporário, aos servidores integrantes do Subgrupo
termos do art. 37 da Constituição Federal, poderá utilizar os mesmos Magistério da Educação Básica que atuam no atendimento a alunos de
certificados, diplomas e títulos de que trata o caput deste artigo, para fins classes especiais, em salas de recursos multifuncionais, exclusivamente
de concessão da Gratificação por Titulação em ambos os cargos. nos Centros de Ensino de Educação Especial e no Núcleo de Educação
§ 5º - Os certificados, diplomas e títulos de que trata o caput deste ar- Especial da rede estadual de ensino.
tigo, utilizados para fins de concessão da Gratificação por Titulação, não
poderão ser reutilizados para progressão por avaliação do mérito.

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Parágrafo único - A gratificação de que trata o caput deste artigo se- Art. 50 - A remoção de que tratam os artigos anteriores far-seá se-
rá calculada no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o vencimento gundo os critérios que serão disciplinados por Decreto, no prazo de 60
do cargo do servidor. dias, contados a partir da vigência desta Lei.
Art. 41 - As gratificações especiais de que trata o Capítulo III do Título CAPÍTULO II
IX não constituem salário contribuição para o Sistema de Seguridade DOS AFASTAMENTOS
Social dos Servidores do Estado do Maranhão, e serão regulamentadas Art. 51 - Além dos afastamentos previstos na Lei nº 6.107, de 27 de
por decreto, no prazo de até 180 dias, contados a partir da vigência desta julho de 1994, respeitada a conveniência do Sistema Oficial de Ensino, os
Lei. integrantes das carreiras do Subgrupo Magistério da Educação Básica
TÍTULO XI poderão afastar-se, mediante autorização, sem prejuízo de seus venci-
Do Enquadramento mentos e vantagens, nos seguintes casos:
Art. 42 - O enquadramento do servidor ocupante dos cargos integran- I - frequentar cursos de pós-graduação em nível de mestrado e
tes das carreiras do Subgrupo Magistério da Educação Básica ocorrerá doutorado que se relacionem com a área de atuação do servidor;
mediante a correlação de cargos, referências, e especialidades estabele-
cida no Anexo III. II - integrar comissões especiais, grupos de trabalho, estudo e pes-
quisa de interesse do setor educacional;
§ 1º - Excetuam-se do disposto no caput deste artigo os integrantes
das carreiras do Subgrupo Magistério da Educação Básica que se encon- III - ministrar cursos que atendam à Programação do Sistema de
tram em estágio probatório, os quais terão seu enquadramento efetivado Ensino Oficial Estadual, Municipal ou Federal;
na referência 1 da Classe A. IV - participar de congressos, simpósios ou eventos similares, desde
§ 2º - O enquadramento na carreira de Suporte Pedagógico obedece- que referentes à Educação e organização da categoria;
rá às respectivas atribuições e requisitos de formação exigidos quando do V - desempenhar mandato classista em confederação, federação
ingresso no cargo, conforme posição relativa na Tabela de Correlação de ou sindicato representativo da categoria.
Carreiras constante do Anexo III. § 1º - O ato de autorização para casos de afastamento, previsto neste
TÍTULO XII Capítulo, será de competência do Secretário de Estado da Educação.
Da Movimentação, dos Afastamentos e das Férias § 2º - Não poderá exceder a 5% (cinco por cento) do total de servido-
CAPÍTULO I res que integram o Subgrupo Magistério da Educação Básica os afasta-
DA MOVIMENTAÇÃO mentos previstos nos incisos I a IV deste artigo.
Art. 43 - A movimentação do servidor integrante das carreiras do § 3º - O integrante das carreiras do Subgrupo Magistério da Educação
Subgrupo Magistério da Educação Básica far-se-á por meio de remoção. Básica deverá aguardar em exercício a concessão do afastamento e da
Art. 44 - Remoção é a movimentação do servidor, com o respectivo licença.
cargo, no âmbito da Secretaria de Estado da Educação, e dar-se-á: Art. 52 - Os integrantes das carreiras do Subgrupo Magistério da
I - de uma unidade de ensino para outra, no âmbito do mesmo Educação Básica, afastados para participar dos cursos de que trata o art.
município; 51, I, ficam obrigados, quando da sua conclusão, a permanecer em exer-
II - de uma unidade de ensino para outra, dentro da jurisdição da cício do cargo público estadual por período idêntico ao do afastamento,
Unidade Regional de Educação; não lhe sendo concedida exoneração ou licença para interesse particular,
ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
III - de uma unidade de ensino para outra, entre Unidades Regio- afastamento.
nais de Educação.
Art. 53 - A licença de que trata o art. 51, V, terá duração igual à do
Art. 45 - A remoção far-se-á: mandato, devendo ser prorrogada no caso de reeleição, em quota de até
I - de ofício; 25 (vinte e cinco) dirigentes sindicais.
II - a pedido; CAPÍTULO III
III - por permuta das partes interessadas, com anuência prévia DAS FÉRIAS
dos Diretores das Unidades Escolares envolvidos na permuta; Art. 54 - Os integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica,
IV - por concurso de remoção. da carreira de docência em efetivo exercício de docência e da carreira de
suporte pedagógico em efetivo exercício de suporte pedagógico, terão
Parágrafo único - Não haverá remoção para os servidores que este- direito a 45 (quarenta e cinco) dias de férias anuais, em conformidade com
jam: o calendário escolar e tabela previamente organizada.
I - em estágio probatório; Parágrafo único - Os servidores de que trata o caput deste artigo
II - respondendo a sindicância ou processo administrativo disci- que não se encontrem em efetivo exercício de docência e de suporte
plinar; pedagógico, farão jus a trinta dias de férias anuais.
III - em afastamento preliminar à aposentadoria. Art. 55 - É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
Art. 46 - A remoção por permuta processar-se-á anualmente, prece- Art. 56 - O Professor ou Especialista em Educação que não estiver
dendo ao início do ano letivo. em gozo de férias, no período de recesso escolar, ficará à disposição da
§ 1º - Excepcionalmente, por motivo devidamente justificado, a remo- unidade de ensino, em atividade de recuperação, ou de planejamento ou
ção por permuta poderá ocorrer no mês de julho, se não houver prejuízo outras atividades didático-pedagógicas, bem como para frequentar cursos
para o andamento das atividades escolares. que visem ao seu aprimoramento profissional.
§ 2º - Somente após cumpridos 600 (seiscentos) dias letivos poderá o TÍTULO XIII
servidor ser novamente removido. Dos Deveres e das Proibições
CAPÍTULO I
Art. 47 - O integrante do Subgrupo Magistério da Educação Básica,
DOS DEVERES
quando removido, não poderá deslocar-se para a nova sede antes da
publicação do ato no órgão oficial. Art. 57 - Os integrantes das carreiras do Subgrupo Magistério da
Educação Básica estão sujeitos ao regime disciplinar previsto no Estatuto
Art. 48 - Não poderá ser autorizada a remoção por permuta ao servi-
dos Servidores Públicos do Estado e às disposições contidas nos regi-
dor que já tenha alcançado o tempo de serviço necessário à aposentado-
mentos escolares aprovados pelo órgão do sistema educacional.
ria ou para aquele a quem faltem apenas três anos para concessão desse
benefício. Art. 58 - Constituem também deveres dos servidores que integram as
carreiras do subgrupo Magistério da Educação Básica:
Art. 49 - Para o processo de remoção por concurso serão fixadas va-
gas provenientes de vacância. I - observar os preceitos éticos do magistério, constantes do art.
3º;

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II - preservar os princípios de autoridade, de responsabilidade e Parágrafo único - Excetuam-se do disciplinamento do caput deste ar-
de boas relações funcionais; tigo as escolas indígenas, as escolas quilombolas e as escolas de áreas
III - participar da elaboração e da execução da proposta pedagó- de assentamento, cuja gestão escolar é exercida por profissional com
gica da escola; formação mínima de magistério de nível médio na modalidade normal,
indicado por suas respectivas lideranças.
IV - elaborar e cumprir o plano de trabalho observando as atribui-
ções específicas de cada função; Art. 61 - Fica assegurado o princípio da democratização, por meio da
eleição direta, no processo de escolha para os ocupantes da função da
V - fazer cumprir o calendário escolar, garantindo os dias letivos Gestão Escolar das Unidades de Ensino da Rede Pública Estadual, com a
e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente nos períodos exigência de qualificação profissional em curso de Formação Continuada
dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissio- na área de Gestão Escolar, disponibilizada pela Secretaria de Estado da
nal. Educação ou por instituições por ela conveniadas.
CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES Parágrafo único - A regulamentação do processo de escolha da fun-
ção da Gestão Escolar de que trata o caput deste artigo será instituída por
Art. 59 - Aos integrantes das carreiras do Subgrupo Magistério da decreto, com critérios definidos por comissão composta por representan-
Educação Básica é proibido: tes da Secretaria de Estado da Educação e da Entidade Classista.
I - referir-se de maneira depreciativa, no âmbito do local de tra- TÍTULO XV
balho, às instituições, às autoridades ou atos da administração pública; Das Disposições Gerais e Transitórias
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qual- Art. 62 - Os integrantes das carreiras do Subgrupo Magistério da
quer documento ou objeto existente na unidade; Educação Básica serão aposentados de acordo com os dispositivos da
III - afastar-se de suas atividades, durante o horário de trabalho, Constituição Federal e da legislação infra-constitucional específica.
salvo com permissão da autoridade competente; Art. 63 - O integrante do Subgrupo Magistério da Educação Básica,
IV - transferir a terceiros encargos que lhe sejam atribuídos; em exercício de docência, acometido de doença profissional, no exercício
V - aproveitar-se da função ou do exercício da docência para do Magistério, poderá exercer outras atividades correlatas com o cargo de
promover o descrédito das instituições ou para fazer proselitismo de Professor, na escola, na administração regional ou na administração
qualquer natureza; central, sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens.
VI - utilizar, no exercício de suas atividades, atitudes ou proces- Art. 64 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, retroa-
sos considerados antipedagógicos. gindo os efeitos financeiros decorrentes dos Anexos VI a janeiro de 2013.
TÍTULO XIV Art. 65 - Ficam revogadas as Leis nº 6.110, de 15 de agosto de 1994,
Da Gestão Escolar que dispõe sobre o Estatuto do Magistério de 1º e 2º graus do Estado do
Art. 60 - A gestão das Unidades de Ensino da Educação Básica do Maranhão, a Lei nº 7.885, de 23 de maio de 2003, a Lei nº 8.969, de 19 de
Estado do Maranhão é exercida por servidores integrantes das Carreiras maio de 2009, e os arts. 1º, 2º e 6º da Lei nº 9.506, de 23 de novembro de
de Docência em Educação Básica e de Suporte Pedagógico. 2011.

ANEXO I
ESTRUTURA PARA INGRESSO NAS CARREIRAS DE DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO BÁSICA E DE SUPORTE PEDAGÓGICO
Grupo: Educação
Subgrupo: Magistério da Educação Básica
GRUPO SUBGRUPO CARREIRA CARGO CLASSE REF.
1
A 2

3
B
Magistério da Docência em 4
Professor (20h e
Educação Educação Educação
40h 5
Básica Básica
6
7
C

Grupo: Educação
Subgrupo: Magistério da Educação Básica
GRUPO SUBGRUPO CARREIRA CARGO ESPECIALIDADE CLASSE REF.
Administrativa 1
Escolar, Inspeção A 2
Escolar, Supervisão
Escolar e Orientação 3
Magistério da Especialista em Educacional B 4
Suporte Peda-
Educação Educação Educação
gógico 5
Básica (20)
6
C 7

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ANEXO II
ESTRUTURA PARA ENQUADRAMENTO NAS CARREIRAS DE DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO BÁSICA E DE SUPORTE PEDAGÓGICO
Grupo: Educação
Subgrupo: Magistério da Educação Básica

GRUPO SUBGRUPO CARREIRA CARGO CLASSE REF.


1
A
2
3
Professor I B
4
5
C
6
1
A
2
B 3
Magistério da Docência em Professor II
Educação Educação Educação 4
Básica Básica
5
C
6
1
A
2
3
B
Professor III 4
5
C 6
7
GRUPO SUBGRUPO CARREIRA CARGO ESPECIALIDADE CLASSE REF.
Especialista em 1
Educação A
2
I
Administração 3
Escolar e Supervi- B
4
são Escolar
5
C 6

1
Magistério da
Suporte Peda- A
Educação Educação 2
gógico
Básica
3
Administração
Especialista em Escolar, Inspeção B
Educação Escolar, Supervisão 4
II Escolar e Orientador
Escolar 5

C 6

ANEXO III
QUADRO DE CORRELAÇÃO DE CARGOS E REFERÊNCIAS
Grupo: Educação
Subgrupo – Magistério da Educação Básica
SITUAÇÃO ANTERIOR SITUAÇÃO ATUAL
CARGO CLASSE REF. REF. CLASSE CARGO
Professor I e II 1e7 1 A Professor I

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2e8 2
3e9 3
B
4 e 10 4
5 e 11 5
C
6 e 12 6
13 1
14 2 A
15 3 B
III 16 4 Professor II
17 5 C
18 6
19 1
20 2 A
21 3 B
IV 22 4 Professor III
23 5
24 6 C
25 7
SITUAÇÃO ANTERIO R S ITUAÇÃO ATU AL
CARGO CLASSE REF. REF. CLASSE CARGO ESPECIALIDADES
13 1
Administração A Administração Escolar,
Especialista em
Escolar, Inspetor e I 14 2 Inspetor Escolar e
Educação I
Supervisor Escolar Supervisor Escolar
15 3 B
16 4
17 5
C
18 6
Administração 19 1
A
Escolar, Inspetor 20 2 Administração Escolar,
Escolar e 21 3 Inspetor Escolar,
B Especialista em
Supervisão II 22 4 Supervisor Escolar e
Educação II
Escolar e Orien- 23 5 Orientação Educacio-
tação 24 6 C nal
Educacional 25 7

ANEXO IV
QUADRO DA ÁREA DE ATUAÇÃO, MODALIDADES DE ENSINO/ESPECIALIDADE
ESTRUTURA ATUAL ESTRUTURA PARA INGRESSO
CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE ENSI- CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE ENSI-
ATUAÇÃO NO/ESPECIALIDADE ATUAÇÃO NO/ESPECIALIDADE
Educação Educação
Educação
Infantil Infantil
Infantil e Educacional
Regular e Regular e
Docência em Educação Especial nas Ensino Especial nas Educação Especial nas
Professor Ensino Ensino
Educação Especialidades: Braile e Fundamental Especialida- Especialidades Braille e
I Fundamental de Fundamental
Básica Libras Regular de 1ª a 4ª des: Braille e libras.
1ª a 4ª de 1ª a 4ª
série/1ª a Libras.
série/1º ao 5º Série/1º ao 5º
5º ano
ano ano
ESTRUTURA ATUAL ESTRUTURA PARA INGRESSO
CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE ENSI-
ATUAÇÃO ENSI- ATUAÇÃO NO/ESPECIALIDADE
NO/ESPECIALIDADE
Ensino Educação de Jovens e
Infantil Adultos e Educação
Regular e Especial nas
Ensino Especialidades: Braille e Educação
Professor II Educação
Fundamental de Libras Infantil
5ª a 8ª Infantil Educacional
Regular e
Docência em série/6ª ao 9º Regular e Especial nas Educação Especial nas
Ensino Funda-
Educação ano Ensino Especialida- Especialidades: Braille e
mental
Básica Fundamental des: Braille e Libras
Ensino Profissionalizante: Regular de 1ª a
Regular de 1ª a 4ª Libras.
Educação de Jovens e 4ª série/1º ao 5º
série/1º ao 5º ano.
Professor Educação Adultos: Educação ano
III Básica Especial nas Especiali-
dades: Braille e
Libras
Especialista Educação de Jovens e
Especialida-
Administração em Educação Adultos: Educação Suporte Pedagó- Educação Educação Especial, nas
de em
Escolar, Educação I Básica Especial nas Especiali- gico Básica especialidades Braille e
Educação
dades: Braille e

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Inspeção Escolar, Libras Libras Ensino
Supervisão Ensino Profissionalizante: Profissionalizantes;
Escolar e Educação de Jovens e Educação de Jovens e
Orientação Especialista Adultos; Educação Adultos
Educacional em Educação Especial nas Especiali-
II dade: Braille e Libras.

ANEXO V
DESCRIÇÃO DOS CARGOS QUE INTEGRAM AS CARREIRAS DO SUBGRUPO MAGISTÉRIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
PROFESSOR, PROFESSOR I, PROFESSOR II E PROFESSOR III
ESTRUTURA:
Grupo EDUCAÇÃO
Subgrupo MAGISTÉRIO EM EDUCAÇÃO BÁSICA
Carreira DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO BÁSICA
Cargo PROFESSOR, PROFESSOR I, PROFESSOR II E PROFESSOR III
DESCRIÇÃO ANALÍTICA DAS RESPONSABILIDADES
• Elaborar e cumprir Plano de Trabalho, segundo o Projeto Político Pedagógico - PPP - e a proposta curricular do sistema escolar
estadual;
• Ministrar horas-aula de acordo com dias letivos e carga horária dos componentes curriculares estabelecidos por lei;
• Planejar estratégias de apoio pedagógico para os alunos em diferentes níveis de aprendizagem com a equipe escolar;
• Prestar atendimento continuado aos alunos, individualmente ou em grupo, no sentido de acompanhar o seu desempenho;
• Participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, avaliação e formação continuada;
• Organizar e promover trabalhos complementares de caráter social, cultural e recreativo, facilitando a organização de clubes de
classe, para incentivar o espírito de liderança dos alunos e concorrer para socialização e formação integral dos mesmos;
• Registrar adequadamente o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem dos alunos nos instrumentos definidos pelo Sistema
de Ensino
• Público Estadual;
• Executar outras atribuições pertinentes à função de docente definidas no Regimento Escolar.
REQUISITOS PARA INGRESSO NO CARGO DE PROFESSOR
• Graduação em Licenciatura Plena na área da matriz curricular.
• Ser aprovado em Concurso Público
ARQUITETURA DO CARGO
ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EM
EDUCAÇÃO II
ESTRUTURA:
Grupo EDUCAÇÃO
Subgrupo MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Carreira SUPORTE PEDAGÓGICO
Cargo ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO III
DESCRIÇÃO ANALÍTICA DAS RESPONSABILIDADES DOS CARGOS DE ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM
EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO II
ARQUITETURA DO CARGO
ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EDUCAÇÃO II
NAS ESPECIALISTAS:
• ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
• Dirigir estabelecimentos oficiais de ensino, planejando, organizando e coordenando a execução dos programas de ensino e os
serviços administrativos, para possibilitar o desempenho regular das atividades docentes e discentes;
• Propor regulamento traçando normas de disciplina e higiene, definindo competência e atribuições visando propiciar ambiente ade-
quado à formação integrada dos alunos;
• Realizar reuniões com os alunos, com os pais dos alunos com os Professores e/ou com os servidores administrativos para discussão
dos assuntos relacionados ao ensino e ao funcionamento da escola.
• INSPETOR ESCOLAR
• Inspecionar e orientar as atividades de ensino em unidades educacionais da rede pública e privada, supervisionando e avaliando
essas atividades e as condições de funcionamento da escola, para assegurar o cumprimento das normas legais aplicadas ao ensino e
a regularidade do funcionamento das unidades escolares, bem como do desenvolvimento do processo educativo;
• Orientar interessados acerca da preparação de documentos e das condições para criação, autorização, reconhecimento de escolas e
aprovação de cursos, elaborando documentos, modelos e outras informações necessárias, para assegurar o atendimento à legislação
aplicável em cada caso;

Legislação 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Elaborar o cadastro das Unidades Escolares da Rede Estadual, Municipal e Particular, utilizando processos manuais ou mecaniza-
dos, para tornar possível o conhecimento geral da realidade do sistema estadual de ensino e possibilitar a troca de informações e
experiências.
• ORIENTADOR EDUCACIONAL
• Elaborar, acompanhar, atualizar e avaliar os planos e ações educativas, propondo diretrizes, implantando e implementando a Orien-
tação Educacional nas Unidades Escolares, estabelecendo uma ação integrada entre Escola e Secretaria de Educação, visando uma
atuação junto ao educando e o desenvolvimento do processo educativo;
• Planejar, desenvolver, coordenar e acompanhar processo de identificação das características básicas da comunidade e clientela
escolar, incrementando uma ação participativa;
• Estabelecer um plano de informações entre as Diretorias Regionais de Educação, Secretaria de Educação e as Unidades Educati-
vas, possibilitando a realimentação do sistema, bem como a correção das distorções existentes, para a melhoria da qualidade do
ensino.
• SUPERVISOR ESCOLAR
• Planejar, supervisionar e avaliar o processo ensino-aprendizagem, traçando metas, propondo normas, orientando e inspecionando o
seu cumprimento e criando ou modificando processos educativos, em articulação com os demais componentes do sistema educacio-
nal, visando impulsionar a educação integral dos alunos.
Supervisionar a aplicação de currículos, planos e programas, promovendo a inspeção de unidades escolares, acompanhando e
controlando o desempenho dos seus componentes e zelando pelo cumprimento de normas e diretrizes, para assegurar a regula-
ridade e eficácia do processo educativo;
Orientar estudos para definição dos motivos de evasão e repetência, através do levantamento de dados provenientes de áreas
educacionais, reavaliando metas e propostas de ação, para minimizar asa causas;
Coordenar em parceria com o Gestor Escolar as ações de elaboração do Projeto Político Pedagógico – PPP bem como o Regi-
mento Interno da Escola, em articulação com o Colegiado Escolar.
REQUISITOS PARA INGRESSO NO CARGO DE ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO
Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia.
Ser aprovado em Concurso Público.

ANEXO VI
TABELA DE VENCIMENTOS (20 horas)
Grupo Educação
Subgrupo – Magistério da Educação Básica
CARREIRA CARGO CLASSE REF. VENCIMENTO
1 783,50
A
2 807,01
3 831,22
Professor I B
4 856,15
5 881,84
C
6 908,29
1 819,73
A
2 852,52
Docência de Educa-
3 886,62
ção Básica Professor II B
4 922,08
5 958,97
C
6 997,33
1 998,20
A
2 1.048,11
Professor III 3 1.100,52
B
4 1.155,55
C 5 1.213,99
6 1.273,99
7 1.337,69
CARREIRA CARGO CLASSE REF. VENCIMENTO
1 819,73
Especialista em Edu- A
Suporte Pedagógico 2 852,52
cação I
B 3 886,62

Legislação 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 922,08
5 958,97
C
6 997,33
1 998,20
A
2 1.048,11
3 1.100,52
Especialista em Edu- B
4 1.155,55
cação II
5 1.213,99
C 6 1.273,99
7 1.337,69

ANEXO VII
TABELA DE VENCIMENTOS PARA NOVOS INGRESSOS
Grupo Educação
Subgrupo – Magistério da Educação Básica
CARREIRA CARGOS CLASSE REF. VENCIMENTO (20h) VENCIMENTO (40h)
1 998,20 1.996,40
A
2 1.048,11 2.096,22
3 1.100,52 2.201,04
Docência de B
Educação Professor 4 1.155,55 2.311,10
Básica
5 1.213,32 2.426,64
C 6 1.273,99 2.547,98
7 1.337,69 2.675,38
1 998,20 -
A
2 1.048,11 -
3 1.100,52 -
Especialista B
Suporte
em Educa- 4 1.155,55 -
Pedagógico
ção
5 1.213,32 -
C 6 1.273,99 -
7 1.337,69 -

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Legislação 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao longo da história do pensamento geográfico, outras categorias predo-
minaram, como a noção de “posição”, um importante conceito nos estudos
de Friedrich Ratzel, e “gêneros de Vida”, termo utilizado por Vidal de La
Blache.
Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/categorias-geografia.htm

ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO GEO-


GRÁFICO: Espaço, paisagem, lugar, região e território; O O espaço geográfico e a materialização dos tempos históricos
espaço geográfico e a materialização dos tempos históri- Por Caroline Faria
cos; Noções de astronomia; Localização e orientação;
O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao longo
Projeções cartográficas; Linguagem cartográfica; O es- da história. Que contém um passado histórico e foi transformado pela
paço e suas representações; Cartografia temática; Carto- organização social, técnica e econômica daqueles que habitaram ou habi-
grafia e a evolução tecnológica; tam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das realizações
Regionalização do espaço geográfico. humanas”).
Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espaço geográfi-
co apresenta definição bastante complexa e abrangente. Outros conceitos
A Geografia, assim como várias outras ciências, utiliza-se decategorias
também relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão contidos
para basear os seus estudos. Trata-se da elaboração e utilização de con-
nele são: lugar, que é um conceito ligado a um local que nos é familiar ou
ceitos básicos que orientem o recorte e a análise de um determinado fenô-
que faz parte de nossa vida, e paisagem que é a porção do espaço que
meno a ser estudado. Por exemplo, um estudo geográfico sobre determina-
nossa visão alcança e é produto da percepção.
das disputas geopolíticas pode ser realizado tendo como base o conceito
de território, que seria uma categoria a ser utilizada como uma forma de se A primeira definição de “espaço” foi feita pelo filósofo Aristóteles para o
enxergar o estudo. qual este era inexistência do vazio e lugar como posição de um corpo entre
outros corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte do espaço,
Atualmente, além do espaço geográfico – principal objeto de análise da
contudo, ele já considerava um aspecto importante da estrutura do espaço
Geografia –, existem quatro principais conceitos que se consolidaram como
geográfico, a localização.
categorias geográficas: território, região, paisagem e lugar. A seguir, uma
breve conceituação: Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o espaço como sen-
do algo não passível de percepção, porém, o que permite haver a percep-
Paisagem: refere-se às configurações externas do espaço. Por muitas
ção. Ou seja, Kant introduziu a idéia de que o espaço é algo separado dos
vezes, ela foi definida como “aquilo que a visão alcança”. Porém, essa
demais elementos espaciais. Entretanto, suas idéias não permitem conce-
definição desconsidera as chamadas “paisagens ocultas”, ou seja, aqueles
bê-lo como algo constituído de significado ou estrutura própria.
processos e dinâmicas que são visíveis, mas que de alguma forma foram
ocultados pela sociedade. Além disso, tal definição também peca por Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um componente es-
apenas considerar o sentido da visão como preceptora do espaço, cabendo sencial para a compreensão do espaço, com ser que cria e modifica espa-
a importância dos demais sentidos, com destaque para a audição e o olfato. ços de acordo com suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a con-
cepção filosófica de espaço proposta por Maurice Merleau-Ponty: “O espa-
Dessa forma, podemos afirmar, de maneira simples e direta, que o con-
ço não é o meio (real ou lógico) onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo
ceito de paisagem refere-se às manifestações e fenômenos espaciais que
qual a posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são concepções
podem ser apreendidos pelo ser humano através de seus sentidos.
filosóficas do espaço que, entretanto, diferem um pouco da concepção
Território: é classicamente definido como sendo um espaço delimitado. geográfica.
Tal delimitação se dá através de fronteiras, sejam elas definidas pelo ho-
A concepção geográfica de espaço que predominou de 1870 a meados
mem ou pela natureza. Mas nem sempre essas fronteiras são visíveis ou
de 1950, embora este ainda não fosse considerado como objeto de estudo,
muito bem definidas, pois a conformação de um território obedece a uma
foi a introduzida por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de
relação de poder, podendo ocorrer tanto em elevada abrangência (o territó-
“espaço vital” se confundia com a de território a medida em que era atrela-
rio de um país, por exemplo) quanto em espaços menores (o território dos
do à ele uma relação de poder. Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja,
traficantes em uma favela, por exemplo).
para ele o espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos que se
Região: é uma área ou espaço que foi dividido obedecendo a um critério materializam neste referencial. Aqui, espaço e tempo são desprezados.
específico. Trata-se de uma elaboração racional humana para melhor
A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à noção de “planície
compreender uma determinada área ou um aspecto dela. Assim, as regiões
isotrópica” (superfície plana com as mesmas propriedades físicas em todas
podem ser criadas para realizar estudos sobre as características gerais de
as direções, homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente econômi-
um território (as regiões brasileiras, por exemplo) ou para entender deter-
cos (uso da terra, relações centro – periferia, etc.).
minados aspectos do espaço (as regiões geoeconômicas do Brasil para
entender a economia brasileira). Eu posso criar minha própria região para a Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à geografia crítica, que tem
divisão de uma área a partir de suas práticas culturais ou por suas diferen- com base os pensamentos marxistas e para a qual o espaço é definido
tes paisagens naturais, entre outros critérios. como o locus da reprodução das relações sociais de produção. Nesta
concepção espaço e sociedade estão intimamente ligados.
Lugar: é uma categoria muito utilizada por aqueles pensadores que pre-
ferem construir uma concepção compreensiva da Geografia. Grosso modo, Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica para geografia que
o lugar pode ser definido como o espaço percebido, ou seja, uma determi- passa a encarar o espaço como fenômeno materializado. Ou, nas palavras
nada área ou ponto do espaço da forma como são entendidos pela razão de ALVES (1999), o espaço “é produto das relações entre homens e dos
humana. Seu conceito também se liga ao espaço afetivo, aquele local em homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas
que uma determinada pessoa possui certa familiaridade ou intimidade, mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização
como uma rua, uma praça ou a própria casa. das relações existentes entre os homens na sociedade.”.
É preciso lembrar, no entanto, que essas categorias e conceitos não são Fontes: http://www.ub.es
exclusivos da Geografia, podendo ter outros significados quando utilizados http://www.ig.ufu.br
em outras ciências ou pelo senso comum. Além disso, essas não são ALVES, Glória da Anunciação. Cidade, Cotidiano e TV. In: CARLOS, A. F.(org.) A
necessariamente as únicas categorias dessa ciência, mas apenas as mais geografia na sala de aula. In: DUARTE, M. de B. (et all) Reflexões sobre o espaço
comumente adotadas pelos geógrafos em seus estudos. geográfico a partir da fenomenologia. Revista eletrônica: Caminhos de Geografia 17
(16) 190-196. UFU, 2005.

Geografia 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Noções de astronomia Estrelas
Como já comentado anteriormente, as estrelas são astro luminosos que
A Astronomia é estudada a milhares de anos, por isso é uma das mais
possuem luz própria, são gasosos e possui alta temperatura, sendo que a
antigas ciências, povos como os mais e astecas por exemplo tiveram
sua energia vem através da fusão nuclear de átomos de hidrogênio.
grande destaque no estudo da astronomia.
Classificação estelar:As estrelas são classificadas pelo seu tamanho,
Considera uma ciência natural, a astronomia estuda os diversos fenôme-
brilho e cor.
nos que acontecem no espaço, assim como corpos celestes que lá existem,
como os planetas, cometas, estrelas, entre outros. Sendo o que o brilho é um dos critérios mais adotados para classificação
estelar, no qual as estrelas são classificadas através de sua grandeza, que
Desta forma, neste artigo vamos trazer diversas informações e definições
pode variar de 1° até 21 ° grandeza.
sobre o assunto.
Universo Fonte: http://seusaber.com.br/geografia/nocoes-basicas-de-astronomia-
em-geografia.html
Sem sobra de dúvidas é um dos locais mais misteriosos e desconhecido
para o ser humano, uma vez que nosso conhecimento ainda é muito pe- Localização e orientação; Projeções cartográficas; Linguagem car-
queno sobre ele, por isso ainda é muito difícil encontrar uma definição para tográfica;
o universo, visto que muitos pesquisadores e cientistas acreditam que ele
seja infinito e sem limites, já outros, inclusive Einstein, dizia que o Universo A sucessão dos dias e das noites deve-se ao movimento de rotação da
seria finito, porém sem uma fronteira definida. Terra. É esse movimento que determina que as horas sejam diferentes nos
diversos locais do planeta. Considerando que a Terra executa seu movi-
O que se tem certeza a respeito do espaço, é que nele estão localizados mento de rotação em 24 horas e, ao completar uma volta em tomo de seu
todos os astros. eixo, ela completou um giro de 360°, foram estabelecidas faixas terrestres
Astros luminosos e iluminados com a largura de 15° e todos os pontos localizados em determinada faixa
Como o universo é a “casa” dos astros, estes são divididos em dois tipo: têm a mesma hora. É a chamada hora legal.

– Astros luminoso: São os que possuem luz própria, as estrelas são 360° : 24 = 15°
exemplos de astros luminosos, o Sol sendo uma estrela é um Astro lumino- Cada 15° de longitude correspondem a uma hora e o planeta está dividi-
so; do em 24 fusos horários. 15° = l hora ou l fuso horário
– Astros iluminados: Ao contrário dos luminosos, os astros iluminados
não possuem luz, própria, como por exemplos os planetas, e satélites
naturais como a lua.
– Cometa é um astro luminoso ou iluminado? Essa é uma dúvida que
muitas pessoas possuem quando estão estudando o assunto, uma vez que
quando observamos a passagem de algum cometa próximo a Terra, vemos
a sua calda brilhante.
Os cometas são astro iluminados, pois não possuem luz própria, e
brilho que vemos quando algum passa próximo ao nosso planeta na verda-
de são partículas sólidas que acabam se desprendendo e refletem a luz Para facilitar a orientação pelos fusos horários, vários países e (ou) esta-
solar. dos e províncias optam pelos fusos práticos, que coincidem com limites
Já a sua calda, é formada pelo derretimento e vaporização do gelo exis- administrativos ou fronteiras. Alguns poucos países utilizam um horário
tente em seu corpo. intermediário, como a índia, cujo horário está 5h30min adiantado em rela-
ção a Greenwich.
Galáxias
Cidade A – 45° de longitude oeste: 10 horas. Cidade B – 90° de longitude
leste. Que horas são na cidade B?
• Como as longitudes são opostas, devem ser somadas. 45°+ 90° =135°
• Dividem-se 135° por 15°. 135°: 15° = 9h
• Como a cidade B, cuja hora se quer saber, está a leste, devem-se somar
9 horas às horas da cidade lOh + 9h = 19h
Representação gráfica da Terra Cartografia
via lactea Cartografia é a ciência e a arte de representar graficamente a Terra. É a
De forma bastante resumida as galáxias são agrupamentos de as- disciplina que estuda os métodos mais adequados para a representação do
tros(estrelas, planetas, etc), além de gás, poeira e também matéria escura. planeta. Embora a melhor representação da Terra seja o globo, que repro-
duz a Terra tal como ela é, a forma de representação mais usada é o mapa,
Elas são categorizadas em galáxias elípticas, galáxias espirais e irregula- tanto pela facilidade de utilização como pela riqueza de detalhes que pode
res, recebem essa classificação devido a sua forma, as elípticas tem a oferecer.
forma de uma elipse, as aspirais possuem forma de disco, enquanto as
irregulares não possuem nenhum desses dois formatos. O mapa é uma superfície plana feita para representar uma superfície es-
férica, por isso não representa fielmente a forma geoide do planeta, apre-
A galáxia onde o planeta Terra e todo o sistema solar esta é a Via-
sentando deformações, ao passo que o globo faz a representação exata.
Láctea, ela é um tipo de galáxia espiral.
Nebulosas • intervalo constante entre os meridianos e escala verdadeira no Equador;

São formadas pela concentração de poeira, plasma e hidrogênio, são • regiões de elevadas latitudes têm proporções exageradas.
categorizadas em nebulosas de emissão(são compostas por gases com • A mais conhecida é a projeção cilíndrica de Mercator. Historicamente
alta temperatura), reflexão(compostas por nuvens de poeira que simples- muito utilizada para orientar os navegadores e nos mapa-múndi (planisfé-
mente refletem a luz das estrelas), escura(compostas de gases e poeira, rios).
refletem muito pouca luz) e planetária(são chamadas assim por serem
semelhantes a um planeta). Projeção cônica: Esse tipo tem por base a projeção de um globo terrestre
sobre um cone que o tangencia, sendo depois planificado.

Geografia 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Projeções cartográficas: As projeções cartográficas consistem na repre- Nos mapas oceânicos ou batimétricos, os vários tons de azul represen-
sentação da Terra sobre um plano, isto é, uma rede plana de meridianos e tam as profundidades: o azul claro, as pequenas profundidades e os tons
paralelos, sobre os quais podem ser desenhados os mapas. vão escurecendo até chegar ao mais escuro, que representa as maiores
profundidades. Curvas de nível: Curvas de nível são linhas que unem
Existem três tipos básicos de projeção: cilíndrica, cônica e azimutal, dos pontos de mesma altitude, utilizadas para representar a topografia da
quais derivam todos os outros. superfície terrestre.
Projeção cilíndrica: Esse tipo de representação baseia-se na projeção Sendo assim, qualquer objeto pode ser identificado por seu comporta-
dos paralelos e dos meridianos em um cilindro envolvente, posteriormente mento espectral.
planificado.
Com o uso dos satélites artificiais, podem-se fazer mapas mais precisos
Apresenta como características: do potencial hídrico, dos solos, da vegetação, do desmatamento, da atmos-
•meridianos retos e convergentes; fera. Pode-se controlar a poluição provocada por automóveis e indústrias.
As possibilidades do uso do sensoriamento remoto são imensas. O Sivam
•paralelos em círculos concêntricos; (Sistema de Vigilância da Amazónia) é um exemplo do uso dessa tecnolo-
•paralelos e meridianos separados por distâncias iguais. gia no Brasil. A meteorologia moderna faz o acompanhamento meteorológi-
co usando as imagens de satélites.
A cônica é a projeção utilizada, principalmente, para representar regiões
de latitudes médias. As curvas de nível no Pão de Açúcar e no Morro da Urca

Projeção azimutal: Também conhecida como projeção horizontal ou equi- Observe que a distância entre as curvas mostra a declividade do relevo;
distante. A projeção azimutal representa a superfície terrestre sobre um se elas se aproximam, o declive (inclinação) é maior e, se elas se afastam,
plano. a inclinação é menor.

Projeção cilíndrica: Suas principais características são: paralelos e meri- Sensoriamento remoto
dianos retos que se cruzam em ângulos retos; É a técnica que consiste na utilização da energia eletromagnética para
Projeção azimutal – Suas principais características são: detectar e medir as características dos objetos sem que haja contato físico.

•meridianos retos e divergentes; paralelos em círculos concêntricos; Qualquer matéria reflete ou emite energia. A reflexão e a absorção de
energia podem ser estudadas observando-se o seu espectro, isto é, a
•distorções que aumentam a partir do centro (ponto de tangencia). maneira como um elemento emite ou absorve energia. Esses comporta-
mentos são diferentes e específicos para cada tipo de matéria, dependendo
Preferida para representar as regiões polares e mapas estratégicos
exclusivamente de sua estrutura atômica e molecular.
quando se quer dar destaque ao ponto central. Pode-se destacar ainda a
projeção de Peters – projeção cilíndrica equivalente conhecida como “Mapa S1G – Sistema de Informação Geográfica
para um Mundo Solidário”. O mapa-múndi, na projeção de Arno Peters,
apresenta uma visão mais exata da Terra e valoriza o mundo subdesen- Resultado da utilização do conjunto de mapas digitais, feitos com o auxí-
volvido. Cada centímetro quadrado (no formato 113 x 72 cm) representa lio do GPS e de bancos de dados informatizados, o Sistema de Informação
exatamente 63 550 km2. Assim, as regiões temperadas do planeta não Geográfica permite coletar, armazenar, processar e analisar diversas
aparecem maiores do que as outras, como ocorre nos mapas tradicionais. informações sobre o espaço geográfico, produzindo mapas e gráficos para
A Linha do Equador apresenta-se equidistante dos polos. Essa projeção múltiplos usos.
deforma os ângulos e as formas dos continentes, mas mantém as áreas PROJEÇÕES
proporcionais.
As projeções cartográficas permitem representar a superfície esférica da
Escala
Terra em um plano, ou seja, no mapa; elas são a base para a confecção de
Escala é a proporção mantida entre o mapa e a dimensão do que foi re- um mapa, constituindo uma rede sistemática de paralelos e meridianos,
presentado. As escalas podem ser representadas de três formas diferentes: permitindo que esses sejam desenhados.
numérica, gráfica e explícita.
As representações da superfície terrestre em mapas apresentam algu-
•Numérica – é representada na forma de uma razão 01:1 000 000 ou de mas distorções. As diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas
uma proporção 1/1 000 000. com o intuito de minimizar as distorções ocorridas durante a produção de
um mapa e, principalmente, fazer com que essas distorções sejam conhe-
•Gráfica – é representada por meio de uma linha reta graduada. cidas. Mas nenhuma delas é capaz de evitar a totalidade das deformações.
• Explícita – ou centímetro por quilometro, l cm = 10 km As principais projeções cartográficas são:
Nas três escalas, os valores representados são iguais: l cm = 10 km. Projeção Cilíndrica: O plano da projeção é um cilindro envolvendo a esfe-
Lembre-se: ra terrestre. Após realizada a projeção dos paralelos e meridianos do globo
Escalas por tamanho – Escalas podem ser classificadas, ainda, conforme para o cilindro, este é aberto ao longo de um meridiano, tornando-se um
o tamanho. plano sobre o qual será desenhado o mapa.

•Grandes escalas – até 1:20 000 – plantas.


•Médias escalas – até 1:250 000 – cartas topográficas.
• Pequenas escalas – acima de 1:250 000 até 1:1 000 000 – cartas coro-
gráficas; acima de 1:1 000 000 – cartas geográficas.
Mapas cartográficos
Para desenhar mapas cartográficos, depende-se de um sistema de loca-
lização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos Projeção Cilíndrica
convencionais. Convenções são os símbolos e as cores utilizados para
representar os elementos desejados. Nos mapas de releva hipsométricos, Projeção Cônica: O plano da projeção é um cone envolvendo a esfera
as altitudes são representadas em cores: o verde representa baixas altitu- terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos retos
des, o amarelo e o alaranjado, médias altitudes e o marrom e o avermelha- convergem para o polo.
do, elevadas altitudes.

Geografia 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Numa visão vertical (também chamada aérea), podemos observar melhor
a organização do espaço - distribuição das residências de uma cidade,
localização das fábricas, dos campos agrícolas, tipo de arruamento, áreas
de lazer, reservas ambientais etc..
Quanto mais nos aproximamos do chão, mais detalhes temos do lugar. É
isso que caracteriza as plantas. Por outro lado, quanto mais nos afastamos
do chão, ou seja, quanto mais alto estamos menos detalhes temos do
espaço observado, porém uma maior abrangência. É a partir dessas ima-
gens que se fazem os mapas.
Projeção Cônica
Fonte: http://geografalando.blogspot.com.br/2013/07/repressentacao-do-espaco-
geografico.html

Projeção Plana ou Azimutal: O plano da projeção é um plano tangente à


esfera terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos
retos irradiam-se do polo. Cartografia temática; Cartografia e a evolução tecnológica;
A cartografia é a ciência que trata da representação da terra ou parte
dela através de mapas, cartas e outros tipos de projeções cartográficas
A Cartografia pode ser dividida em vários ramos:
• Cartografia Topográfica
• Cartografia Temática
Projeção Plana ou Azimutal • Cartografia Especial
• Cartografia Analítica
Existem também as projeções: • Cartografia de Síntese
Projeção de Mercator: Conserva os ângulos verdadeiros. Muito utilizada • Cartografia Multimídia
para navegação marítima e aeronáutica.
Porém iremos falar sobre a cartografia temática (tema do nosso blog).
Projeção de Peters: Projeção cilíndrica equivalente. Conserva a proporci-
onalidade das áreas.
Projeção de Hölzel: Apresenta contorno em elipse proporcionando uma O que é Cartografia Temática?
ideia aproximada da forma esférica da Terra com achatamento dos polos. A Cartografia Temática é assistemática e baseada em normas meto-
Projeção Azimutal Equidistante Polar: O polo norte é o centro do mapa e dológicas, isto é, existem regras para a escolha dos símbolos e toponímias
a partir dele as distâncias estão em escala verdadeira, bem com os ângulos que são destinados a representação dos elementos geográficos. Ela enfati-
azimutais. za a distribuição geográfica das feições. A representação temática, distin-
tamente da geral, exprime conhecimentos particulares para uso geral,
ressalta IBGE (1999), sendo necessária às pesquisas socioeconômicas, de
recursos naturais e estudos ambientais.
O espaço e suas representações;
A confecção de cartogramas é a área da cartografia temática. Carto-
A geografia utiliza mapas, cartas, plantas e maquetes como ferramentas gramas são mapas esquemáticos, com elevado nível de abstração, em que
auxiliares para interpretação do espaço geográfico. As três primeiras ferra- formas ou localizações reais são estilizadas com fins conceituais e informa-
mentas (cartas, mapas e plantas) são representações bidimensionais do tivos. Os elementos cartográficos, reunidos numa só folha, são representa-
espaço geográfico, exceto no caso dos mapas em relevo, que simulam a ções gráficas de
rugosidade do planeta Terra.
fenômenos espaciais e temporais, pelo que abordam numerosos as-
A representação bidimensional expõe o comprimento e a largura do obje- suntos quase sempre em mutação contínua, como as migrações, fluxos de
to do representado, como se ele fosse visto por cima. É o que chamamos veículos, desmatamento, reflorestamento etc.
visão vertical (4).
O mapa esquemático que serve de base para o cartograma é extraí-
As maquetes, por sua vez, são representações tridimensionais pois, além do do mapa topográfico ou geográfico, sendo o tema do cartograma expos-
da largura e do comprimento, elas ainda apresentam a altura dos objetos, o to mediante diversos recursos gráficos, como pontos e figuras, quando é
que lhes dá um tom de realismo, ou seja, elas podem ser vistas como chamado de pictórico.
cópias reduzidas da realidade.
O objetivo da cartografia temática é representar, utilizando-se sím-
Objetos vistos por cima e meio de lado nos dão aquilo que chamamos de bolos qualitativos e/ou quantitativos, fenômenos localizáveis de qualquer
visão oblíqua(2), que é também tridimensional. natureza sobre uma base de referência, geralmente um mapa topográfico,
Outra possibilidade é a visão frontal (1), quando vemos os objetos de em quaisquer escala, em que sobre um fundo geográfico básico, são repre-
frente e outra avisão lateral (3). Essas duas são entretanto bidimensionais, sentados os fenômenos geográficos, geológicos, demográficos, econômi-
pois apresentam apenas altura e largura ou altura e comprimento. cos, agrícolas etc...visando ao estudo, à análise e a pesquisa dos temas, no
seu aspecto espacial, desta forma, torna-se difícil realizar uma classificação
de todos os mapas temáticos possíveis, entretanto a seguir apresentamos
três tipos divididos segundo o tipo de figura cartográfica, segundo a escala
e segundo o conteúdo:
Segundo a Cartográfica
1. Mapas propriamente ditos, construídos sobre uma quadrícula
geométrica numa dada escala, segundo regras de localização (x,y) e de
qualificação (z);

Geografia 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Cartogramas que realizam a representação de fenômenos geo- De acordo com as normas da legislação cartográfica em vigor, estabe-
gráficos mensuráveis sob a forma de figuras proporcionais localizadas num lecidos no decreto-lei n.º 243/67, que regulamenta as Diretrizes e Bases da
fundo cartográfico, eventualmente adaptado; Cartografia e da Política Cartográfica Nacional, a cartografia sistemática
tem por fim a representação do espaço territorial brasileiro por meio de
3. Cartodiagramas representação detalhada de fenômenos geográ- cartas, elaboradas seletiva e progressivamente, consoante prioridades
ficos mensuráveis na forma de conjunto de diagramas, constituídos por conjunturais, segundo os padrões cartográficos terrestre, náutico e aero-
elementos comparáveis, localizados num fundo cartográfico; náutico.
A discussão sobre a definição e o campo da cartografia temática é rela-
Hitórico e Curiosidades tivamente longa e teve início por volta dos anos trinta. Quanto à terminolo-
gia, o assunto é polêmico, pois o que é tema para um determinado campo
As discussões sobre os novos rumos da Cartografia e o desenvolvi- do conhecimento científico, pode não ser para outro. Além disso, os proce-
mento de novas tecnologias culminaram em um 1991, numa nova definição dimentos de levantamento, redação e comunicação também são diferentes,
de Cartografia pela Associação Cartográfica Internacional, na qual ela bem como a formação e especialização dos cartógrafos.
passou a ser considerada como a disciplina que trata da concepção, produ-
ção, disseminação e estudo de mapas. De forma muito sucinta, esta defini- A cartografia temática aborda a Cartografia como um instrumento de
ção coloca a Cartografia como uma disciplina. expressão dos resultados adquiridos pela Geografia e pelas demais ciên-
cias que têm necessidade de se expressar na forma gráfica. Rosa (1996)
A mesma que foi definida no início do século XX como ciência e arte, ressalta que a cartografia temática tem como preocupação básica a elabo-
nos anos noventa não é mais ciência e nem arte; é uma disciplina. ração e o uso dos mapeamentos temáticos, abrangendo a coleta, a análise,
No entanto, a mudança de definições não provocou alterações signifi- a interpretação e a representação das informações sobre uma carta base.
cativas no modo de pensar dos cartógrafos. Os dualismos ainda persistem, Importa-se mais com o conteúdo que vai ser representado no mapa do que
principalmente quanto arte e ciência, ciência e técnica, e revela diferenças com a precisão dos contornos ou da rede de paralelos e meridianos.
que formam opiniões diversas. Entre as várias definições destacamos as Os temas analíticos podem ser obtidos por correlação entre vários te-
seguintes: Fritsch (1990) define como a ciência e a técnica de representa- mas elementares ou entre séries estatísticas. São representados a partir da
ções de dados espaciais, incluindo as instruções de como utilizar tais utilização da técnica mais conveniente, objetivando a melhor visualização,
representações cada vez mais transformadas espacialmente, consideran- incluindo, além de mapas, outras formas de representação como gráficos,
do-se os sistemas de informações geográficas. Para Joly (1990), é a arte blocos diagramas e croquis.
de conceber, de levantar, de redigir e de divulgar os mapas.
Sobre a caracterização destes dois campos da Cartografia contempo-
Segundo Taylor (1994), é a disciplina que trata da organização, apre- rânea, podemos destacar outros autores como Raisz (1969) por exemplo,
sentação, comunicação e utilização da geo-informação nas formas gráfica, que classificou os mapas em gerais e especiais. Os primeiros seriam exclu-
digital ou tátil incluindo todos os processos, desde o tratamento dos dados sivamente de representação da superfície da Terra, com os acidentes
até o uso final na criação de mapas e produtos relacionados com a infor- geográficos, planimétricos e topográficos, independentemente da escala.
mação espacial. É interessante observar que apesar dos autores apresen-
tados pertencerem a um mesmo momento histórico de desenvolvimento da Os mapas especiais seriam os políticos, urbanos, de comunicações ci-
Cartografia, apresentaram definições totalmente diferenciadas. entíficas, econômicos, artísticos, de propaganda, de navegação aérea e
marítima e os mapas cadastrais. Robinson apud Barbosa (1967), subdividiu
Entre os autores brasileiros, destacamos duas definições: Barbosa a Cartografia em dois ramos: a que elabora mapas topográficos de grandes
(1967), que define a Cartografia como uma área auxiliar para as ciências e escalas, a partir de levantamentos topográficos e a que elabora os mapas
Sanchez (1981), como uma ciência entre as ciências e ao mesmo tempo, de compilação derivados dos mapas topográficos. Nesta última categoria
um instrumento das ciências que direta, ou indiretamente, se preocupam incluiu os mapas de climas, agrícolas, circulação, população, tráfego,
com distribuições espaciais. políticos e outros. Porém, tanto Raisz quanto Robinson classificaram, no
As concepções apresentadas sobre a definição de Cartografia retratam primeiro grupo, os mapas que representam somente os aspectos concretos
sobretudo posturas teóricas e metodológicas diferentes. Verificamos ao da paisagem e, no segundo grupo, os mapas que representam as demais
longo do tempo - principalmente nos últimos anos sob a influência de novos informações, ou seja, as temáticas.
recursos tecnológicos - que o conceito passou a considerar a possibilidade Segundo Barbosa (1967), os mapas com os mais variados temas são
de elaboração dos mapas e de outros documentos cartográficos, não chamados de mapas temáticos. Ele sugere até uma nova divisão dos
somente na forma analógica, mas também digital. Isto deu origem à utiliza- campos da cartografia temática, devido às várias terminologias e classifica-
ção de uma nova linguagem como computação gráfica, cartografia automa- ções dos produtos. Comenta que os mapas de clima, cartas náuticas e
tizada ou cartografia digital. cartas oceanográficas, mapas turísticos, de comunicações, geológicos, de
O campo da cartografia sistemática é bem definido pois por razões his- cobertura vegetal, morfológicos, econômicos, entre outros, são chamados
tóricas, constitui-se segundo Rosa (1996), na ciência responsável pela de mapas especiais ou temáticos. Mas, salienta que raramente é encontra-
representação genérica da superfície tridimensional da Terra no plano. da a expressão temática para as cartas aeronáuticas, de previsão do tem-
po, náuticas e turísticas. Para estas, considerou que a terminologia mais
adequada, seria mesmo a de mapas especiais.
Utiliza convenções e escalas padrão, contemplando à execução dos Mesmo considerando essa diferença básica entre os dois campos da
mapeamentos básicos que buscam o equilíbrio da representação altimétrica Cartografia, Sanchez (1981) afirmou ser impossível estabelecer uma linha
e planimétrica dos acidentes naturais e culturais, visando a melhor percep- divisória entre a cartografia sistemática e a temática pois, em muitos casos,
ção das feições gerais da superfície representada. Sua preocupação central as diferenças são sutis. Existem áreas de interpretações nas quais a super-
está na localização precisa dos fatos, na implantação e manutenção das posição de mapas temáticos e mapas de base são inevitáveis.
redes de apoio geodésico, na execução dos recobrimentos aerofotogramé-
tricos e na elaboração e atualização dos mapeamentos básicos. Seus
mapas podem ser classificados nas três categorias a seguir: Principais diferenças entre cartografia sistemática e
1) Escala grande - mapas urbanos em 1:500, 1:1.000, 1:2.000 e cartografia temática
1:5.000;
Cartografia sistemática Cartografia temática
2) Escala média - mapas topográficos em 1: 25.000, 1:50.000, Mapas topográficos com a Mapas temáticos que repre-
1:100.000 e 1:250.000; representação do terreno sentam qualquer tema
3) Escala pequena - mapas geográficos em escalas 1:500.000 e meno- Atendem a uma ampla Atendem usuários específicos
res. diversidade de propósitos

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Podem ser utilizados por Geralmente os dados são
muito tempo superados com rapidez
Não requerem conheci- Requerem conhecimento
mento específico para sua específico para sua compreen-
compreensão. Leitura são. Interpretação complexa.
simples
Elaborados por pessoas Geralmente elaborados por
especializadas em carto- pessoas não especializadas
grafia em cartografia.
Utilizam cores de acordo Utiliza cores de acordo com as
com a convenção estabe- relações entre os dados que
lecida para mapas topográ- apresenta
ficos
Uso generalizado de Uso de símbolos gráficos,
palavras e números para especialmente planejados para
mostrar os fatos facilitar a compreensão de
diferenças quantitativas e
qualitativas
Sempre servem de base Raramente servem de base
para outras representa- para outras representações.
ções.

As informações desse quadro, evidenciam que a fronteira entre carto-


grafia temática e sistemática não é tão bem definida. Dependendo da
situação, um mapa pode ser classificado como temático ou sistemático.
Entretanto, Joly (1990) elucida esta questão ao afirmar que se convencio- Utilizando este mapa podemos regionalizar o continente americano pelas
nou internacionalmente, adotar o termo cartografia temática para designar seguintes variáveis:
todos os mapas que tratam de outro assunto além da simples representa- • Países desenvolvidos e subdesenvolvidos;
ção do terreno.
• Países de língua latina e língua inglesa;
Rosa (1996) ressalta que em qualquer um dos campos da Cartografia, • Países socialistas e capitalistas.
a coleta, oregistro, a análise e a edição dos dados em formato gráfico são
operações tradicionais e rotineiras. Embora haja uma estreita dependência
da cartografia temática em relação à sistemática - uma vez que esta forne- AMBIENTE NATURAL E SEU REFLEXO NA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO
ce a base para todos os tipos de mapas, há uma grande diferença quanto GEOGRÁFICO: O sistema Terra e as inter-relações entre seus subsis-
aos métodos utilizados, que sofreram alterações profundas com o advento temas – litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera; Tectônica das
das novas tecnologias. placas; A morfogênese do relevo terrestre e sua ocupação pelo ho-
mem; As condições naturais do planeta e suas interações ambientais
Atualmente, mesmo considerando que a cartografia temática está mui- e sociais; Meio ambiente e sociedade; Domínios morfoclimáticos e
to mais ligada à Geografia do que a cartografia sistemática, e que não é biomas: características, importância, aproveitamento e condições
exclusiva da Geografia, ela é reconhecida como a Cartografia da Geografia,
como escreveu Lacoste (1988). Ele deixou claro que não é possível relaci- ambientais.
onar à Geografia a elaboração de cada um dos diferentes tipos de mapas A Terra e os seus Subsistemas
resultantes de pesquisas realizadas por geólogos, botânicos e climatólogos
entre outros. Por outro lado, ressaltou que se considerarmos conjuntamente Subsistemas terrestres
os diferentes tipos de mapas temáticos que representam um mesmo territó- A Terra consiste num conjunto formado por diferentes partes ou subsis-
rio, parece legítimo, considerá-los como objetos geográficos. temas em interacção. Existem quatro subsistemas principais na Terra: a
hidrosfera, a atmosfera, ageosfera e a biosfera.
Neste trabalho, Lacoste levanta a seguinte questão sobre os mapas: Hidrosfera – somatório de toda a água existente na superfície terres-
Por que é necessário procurar considerar conjuntamente as represen- tre. Os oceanos, os rios, os lagos, os glaciares e as águas subterrâneas
tações espaciais estabelecidas pelas diferentes disciplinas científicas? fazem parte da hidrosfera.
Atmosfera – constitui a camada gasosa da Terra sendo, essencial-
E responde, enfatizando a relação da Geografia com a Cartografia : mente, composta por azoto (78%) e oxigénio (21%), seguindo-se o árgon
Porque a ação, seja ela do tipo econômico ou militar por exemplo, não (0.9%) e o dióxido de carbono (0.03%), para além de outros gases menos
se aplica, na realidade, sobre um espaço abstrato cuja diferenciação resulta significativos.
da análise de uma só disciplina, mas sobre um território concreto cuja
diversidade e complexidade só podem ser extraídas por uma visão global.
Fonte: http://cartotema2010-2.blogspot.com.br/p/cartografia-tematica.html

Regionalização do espaço geográfico.

Regionalizar corresponde a organizar o espaço geográfico em áreas


que agregam características semelhantes, seguindo critérios preestabeleci-
dos.
Quando regionalizamos um espaço podemos agrupá-los de acordo
com seus aspectos políticos, econômicos ou culturais, também é possível
regionalizar seguindo critérios que considerem a qualidade de vida de suas
populações, o idioma, religião ou qualquer outra variável.

Geografia 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Geosfera – a camada rígida que constitui a crosta terrestre, engloban- (estradas, túneis etc.), pois nesses casos é necessário ter conhecimento da
do as grandes massas continentais e as bases dos oceanos, bem como os declividade e espessura do solo.
restantes materiais que se encontram no interior da Terra. É na geosfera O relevo é caracterizado como o conjunto de variações de nível da su-
que a maior parte dos seres vivos encontra o suporte para andar e habitar. perfície terrestre. Os agentes formadores do relevo são responsáveis por
Biosfera – formada pelo conjunto dos seres vivos que habitam a Terra. um processo contínuo e dinâmico na transformação morfológica, sendo
Existe uma interacção constante entre os seres vivos e os diferentes sub- classificados em agentes internos (tectonismo, abalos sísmicos e vulcanis-
sistemas terrestres. mo) e agentes externos (vento, chuvas, neve, alternâncias de temperatura,
A interacção dos subsistemas seres vivos, etc.).
As placas tectônicas estão em constante movimento, fato que pode de-
O nosso planeta é, então, constituído por quatro subsistemas, que inte-
sencadear a colisão entre diferentes placas, desde que estejam em uma
ragem e permanecem em equilíbrio entre si. Qualquer alteração provocada
zona de convergência. Esse fenômeno é uma das consequências das
pelo Homem num destes subsistemas irá ter consequências graves no
forças endógenas (internas) do planeta, atuando de forma decisiva na
sistema Terra e alterar o ambiente em que a espécie humana habita e do
formação e modelagem do relevo.
qual depende a sua sobrevivência.
Os agentes internos provocam a elevação de determinadas áreas e o
rebaixamento de outras. O tectonismo, caracterizado pelo movimento da
crosta terrestre, altera as rochas, que podem sofrer enrugamentos, modifi-
cando o relevo. Os vulcões proporcionam que o magma (material líquido
oriundo do manto terrestre) atinja a superfície terrestre, atuando como um
agente modelador do relevo.
As forças externas, também chamadas de forças exógenas, têm função
importantíssima na formação do relevo, assim como as forças internas. O
intemperismo físico atua no processo de “desgaste” das superfícies rocho-
sas.
Esse fenômeno consiste na alteração das rochas em razão da alternância
da temperatura, em que o calor provoca a dilatação das rochas; e o frio, a
contração. A repetição desse processo durante anos modela o relevo.
As águas das chuvas e dos rios, a neve e o vento também são agentes
modeladores do relevo. A água pode alterar a composição das rochas,
Retirado de Netxplica causando o intemperismo químico. Com isso, ocorre a desagregação das
rochas, que podem se romper ou desencadear erosões. A ação dos ventos
Teoria da tectônica de placas também contribui para a aceleração desse processo.
A tectônica de placas é uma teoria geológica sobre a estrutura da litos- No entanto, atualmente o homem é o principal responsável pelas modi-
fera. ficações no relevo. A expansão das áreas urbanas, a construção de rodovi-
A teoria explica o deslocamento das placas tectônicas que formam a as, escavação para a exploração de minerais, entre tantas outras atividades
superfície terrestre, assim como a formação de cadeias montanhosas, as antrópicas atuam de forma significativa na formação e modelagem do
atividades vulcânicas e sísmicas e a localização das grandes fossas sub- relevo.
marinas. Formas de relevo
Dessa forma, a crosta está dividida em muitos fragmentos, as placas Conforme as suas fisionomias, a superfície é dividida em quatro formas
tectônicas. As placas flutuam sobre o manto, mais precisamente sobre a de relevo: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
astenosfera, uma camada plástica situada abaixo da crosta. Movimentam- O relevo é a expressão e a modelagem da superfície terrestre, um re-
se continuamente, alguns centímetros por ano. Em algumas regiões do sultado de uma infinidade de acontecimentos que marcaram a história
globo, duas placas se afastam uma de outra e em outros, elas se chocam. geológica da Terra, que se encontra em constante dinamismo e transfor-
mação.
Acredita-se que o motor da tectônica de placas seja a corrente de con-
vecção – material quente que sobe e material frio que desce produzida por Assim, ele expressa a sua história pelos seus desníveis, suas diferen-
essa troca. ças de altitudes, suas fisionomias e todos os elementos que compõem e
dão forma às paisagens.
Os continentes continuam se movendo até hoje. A teoria da Tectônica Para melhor compreendermos a estrutura da superfície, foi elaborada
de Placas, que aperfeiçoou a Teoria da Deriva Continental, é, atualmente, a uma classificação responsável pela divisão do modelado terrestre em
forma mais aceita de se explicar a formação dos continentes. quatro diferentes formas de relevo, a saber: montanhas, planaltos, planí-
cies e depressões. Essas tipificações são importantes não apenas para o
A morfogênese do relevo terrestre e sua ocupação pelo homem; entendimento do meio natural, mas da sua influência sobre as atividades
humanas.
O estudo do relevo é importante para sabermos quais são os lugares Montanhas
propícios à construção de casas, prédios, fábricas, estradas, aeroportos,
As montanhas são um tipo de relevo caracterizado pelas suas acentu-
pontes, plantações, pastagens e muitos outros casos. Em suma, é no
adas elevações, ou seja, é a parte da superfície que apresenta as maiores
relevo que acontecem todas as relações sociais, e por isso requer uma
altitudes e as mais intensas declividades. Quando elas apresentam-se em
atenção especial sobre o mesmo.
um conjunto extenso, recebem o nome de cadeias montanhosas, que
O homem, através do trabalho físico e intelectual, tem transformado o também podem ser chamadas de cordilheiras.
espaço geográfico mundial ao longo da história, alterando drasticamente o
conjunto de paisagens dispersas pelo planeta. Desse modo, o relevo, que é
um dos mais notados elementos da paisagem, também é extremamente
transformado. Um exemplo disso é a ocupação dos morros da cidade do
Rio de Janeiro, onde a vegetação foi substituída por moradias precárias. O
homem também constrói estradas em relevos acidentados, cava túneis,
retira morros, se necessário, ou até mesmo aterrara lugares de depressão;
tudo para atender seu interesse.
O estudo do relevo pode prevenir um determinado local de uma série
de problemas provenientes das ações antrópicas (provocadas pelo ho-
mem). A geomorfologia pode contribuir para diminuir os impactos ambien- Machu Picchu (Peru). Paisagem localizada nas montanhas da Cordi-
tais, um exemplo claro é a construção de hidrelétricas e obras públicas lheira dos Andes

Geografia 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Existem diferentes processos responsáveis pela formação das monta- há uma declividade muito acentuada no relevo capaz de deslocar rapida-
nhas. Por isso, há quatro tipos diferentes, classificados conforme a sua mente as águas para outras áreas. Essa ocorrência é chamada de planícies
gênese: as vulcânicas, formadas pela ação e composição dos vulcões; as de inundação.
dobradas, que são as mais comuns, sendo formadas pela constituição dos Em geral, as planícies costumam ser litorâneas, embora nem toda área
dobramentos terrestres resultantes do tectonismo; as erodidas, formadas de litoral constitua uma planície, e fluviais, próximas a leitos de rios.
a partir da erosão de suas áreas de entorno durante um lento processo de
desgaste da superfície; e as falhadas, aquelas que surgem a partir dos Uma planície fluvial muito conhecida no Brasil e no mundo é a do Rio
falhamentos dos blocos rochosos. Amazonas, que, por ser quase que totalmente plana, possui um baixo
potencial hidroelétrico, uma vez que a declividade e a velocidade da água
As montanhas dobradas são mais recorrentes porque são as mais jo- são baixas.
vens, com formação provável durante o período terciário da Era Cenozoica
e, portanto, com menos tempo para desgastarem-se e deixarem de ser Depressões
montanhas. São regiões que apresentam, quase sempre, pequenas altitudes e que
As formações mais famosas são desse tipo, como a Cordilheira do Hi- são mais baixas do que o nível do mar ou a região em seu entorno. Possu-
malaia, na Ásia; os Andes, na América do Sul; os Alpes, na Europa; e as em, geralmente, uma superfície plana ou côncava, uma vez que passaram
Rochosas, na América do Norte. por um longo período de erosão e que agora se caracterizam pela predomi-
nância do acúmulo de sedimentos provenientes das regiões circundantes.
Planaltos
Os planaltos são áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais
ou menos plana, com limites bem nítidos, esses geralmente constituídos
por escarpas ou serras. Apesar de serem entendidos como áreas planas,
suas superfícies são mais acidentadas do que as das planícies, com um
maior número de serras e ondulações em suas paisagens, além de ser o
tipo de relevo onde encontramos as chapadas.

Imagem de satélite do Mar Cáspio, depressão absoluta com 92 metros


abaixo do nível do mar

Existem dois tipos de depressões: as absolutas, que são aquelas que


se encontram abaixo do nível do mar, a exemplo da região do Mar Morto, a
maior depressão absoluta do mundo; e as relativas, aquelas que são mais
baixas do que o relevo ao seu redor.
Chapada Diamantina (BA), um clássico exemplo da constituição dos planaltos
A formação das depressões costuma acontecer de duas formas: a pri-
Os planaltos, por serem geralmente mais altos dos que as planícies, meira é pelo seu desgaste ou erosão ao longo de milhares de anos, o que é
apresentam o predomínio de processos erosivos. Isso quer dizer que o causado pela sua composição menos resistente do que a de outras áreas,
desgaste do solo é maior do que o acúmulo de sedimentos, que costuma e a segunda é pelos movimentos epirogenéticos da Terra, quando uma
deslocar-se para áreas mais baixas. região lentamente “afunda” em razão das forças endógenas do planeta.
Quase sempre os planaltos estão cercados por depressões relativas,
tal como costuma ocorrer no território brasileiro.
As condições naturais do planeta e suas interações ambientais e
Existem três tipos de planaltos: aqueles formados por rochas de origem sociais; Meio ambiente e sociedade;
vulcânica, os basálticos; aqueles constituídos por rochas metamórficas e
magmáticas intrusivas, os cristalinos; e aqueles formados por rochas do
tipo sedimentar, os sedimentares. Até meados do século 19, a raça humana manteve relativa harmonia
Planícies com o meio ambiente. Com o surgimento da era industrial e das grandes
aglomerações urbanas, houve uma quebra nessa harmonia, o que provo-
São áreas com uma fisionomia plana, ou seja, com uma paisagem me-
cou uma crescente queda do nível de vida do ambiente, com a morte de
nos acidentada, que, por possuírem altitudes menores do que os dois tipos
rios e o desaparecimento de áreas verdes. A essa devastação inconse-
anteriormente apresentados, recebem uma grande quantidade de sedimen-
qüente dá-se o nome de poluição.
tos. Estes são provenientes do desgaste de outras formas de relevo.
Os rios são poluídos por descargas vindas dos esgotos urbanos não-
tratados, dos complexos industriais, das minerações, etc. Evita-se esse tipo
de poluição com o tratamento adequado dessas descargas.
O desmatamento também causa a morte dos rios, secando seu leito.
Os mares vão sendo aos poucos poluídos por esses rios, devido às
descargas das indústrias, cidades litorâneas e por naufrágios de grandes
petroleiros, que destroem toda a vida ao redor do local do acidente.
O solo é prejudicado pelas queimadas e pelo desmatamento. O fogo
destrói não apenas as plantas que são o alvo dos incêndios, mas também
suas raízes e microorganismos que vivem na terra, tornando-a estéril, sem
as proteínas necessárias às plantas. O desmatamento causa também a
erosão do solo.
Em áreas de planície, os rios costumam apresentar mais “curvas”,
chamadas de meandros Neste trabalho pretendo explicar qual é a relação entre as pessoas que
formam a sociedade e sua atuação como defensoras ou não do meio
As planícies são, em geral, o tipo de relevo mais propício para a ocu- ambiente.
pação humana. No entanto, em regiões próximas a grandes cursos d'água,
existem os riscos de enchentes, haja vista que os rios, em períodos de Primeiro devo explicar o que é meio ambiente: “Meio ambiente cor-
cheia, podem expandir-se muito rapidamente sobre vastas áreas, pois não responde não só ao meio físico e biológico, mas também ao meio

Geografia 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sócio-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento Diante do que foi exposto acima, podemos dizer que a atuação das
adotados pelo homem”. pessoas em relação à natureza se dá de várias formas, provocando aspec-
A preservação do meio ambiente, desde o início deste século, deixou tos positivos e negativos. Para uma parcela de pessoas é a própria fonte da
de ser tratada como um assunto de um grupo pequeno de pessoas que vida, para outros ele existe para suprir as necessidade humanas, para
alertavam para a necessidade de se preservar o maior bem da vida, fonte outros nem existe, para outros existe desde que não os incomode, e assim
de energia dos habitantes deste planeta. por diante.
Tratar o meio ambiente como fonte de energia necessária à manuten- Mas nem tudo está perdido. Algumas sociedades que já reconheceram
ção de todas as formas de vida é reconhecer que todos nós e, principal- sua parcela de culpa na destruição do meio ambiente têm feito trabalhos de
mente, os seres humanos detentores do poder de sua exploração depen- prevenção como reflorestamento, despoluição de baías e rios, recuperação
dem desta fonte de energia para a sobrevivência. de manguezais, coleta de lixo seletiva, filtros nas chaminés de suas indús-
trias, tratamento dos esgotos, entre outras ações positivas.
Devemos ter consciência que a natureza nos ensina, e que tudo o que
necessitamos está disponível, restando apenas a nós a sabedoria de Qualquer mudança no meio ambiente, quer seja desfavorável ou
encontrar as formas equilibradas para prover as nossas necessidades sem benéfica, total ou parcialmente resultante das atividades, produtos e
provocar o esgotamento da fonte, pois são suficientes para a solução das serviços de uma organização, é chamada de impacto ambiental. E as
necessidades não só da espécie humana, mas também de todos os seres indústrias são as que mais causam impactos ao meio ambiente.
vivos. Isso requer uma mudança radical na forma de enxergar os elementos A atividade industrial está, inevitavelmente, associada a uma certa de-
naturais. gradação do ambiente, uma vez que não existem processos de fabrico
Como somos tripulantes de uma mesma nave temos que conviver com totalmente limpos. O perigo das emissões industriais varia com o tipo de
os mais diversos posicionamentos de como utilizar as nossa fonte de indústria, matérias primas usadas, processos de fabrico, produtos fabrica-
energia, bem como a forma de encarar as dádivas que ela nos proporciona. dos ou substâncias produzidas, visto conterem componentes que afetam os
ecossistemas.
Como já escrevi acima, há um consenso em pelo menos uma coisa:
somos tripulantes de uma mesma nave e temos que encontrar alternativas De um modo geral as principais origens da poluição industrial são:
para coexistirmos em equilíbrio, sendo que este equilíbrio diz respeito a - As tecnologias utilizadas, muitas vezes envelhecidas e fortemente po-
forma de utilização dos recursos naturais disponíveis. luentes, com elevados consumos energéticos e de água, sem tratamento
Tratar o meio ambiente de forma mais racional é reconhecer que todos adequado dos efluentes com rara valorização de resíduos;
os habitantes do planeta dependem de energia para sua sobrevivência, de - A inexistência de sistemas de tratamento adequado dos líquidos;
forma que sem esta fonte ou com esta fonte em desequilíbrio, significa uma - A inexistência de circuitos de eliminação adequados dos resíduos, em
nave sem condições de navegar e seus tripulantes sem condições de particular dos perigosos;
manter o equilíbrio necessário à sua sobrevivência.
- Localização das unidades na proximidade de áreas urbanas, causan-
Portanto, a necessidade de um uso racional dos recursos naturais exis- do poluição do ar, incomodos e aumentando os riscos;
tentes é, atualmente, o maior desafio do século que se inicia.
- Localização das unidades em solos agrícolas, causando a sua con-
Assim, a humanidade está chegando a conclusão, quase matemática e taminação e prejudicando as culturas;
comprovada cientificamente, que a forma de utilização das fontes de ener-
gia estão ultrapassadas ou não mais atendem as necessidades da popula- - Localização das unidades em zonas ecologicamente sensíveis, per-
ção atual. turbando e prejudicando a fauna e a flora;
Não estão erradas do ponto de vista que foram criadas para o mal ou - Realização das descargas de resíduos em águas subterrâneas ou
para o bem, mas sim que o modelo de exploração conhecido está levando superficiais, com risco de contaminação das águas de consumo;
o planeta à exaustão, diante da escassez dos recursos disponíveis. - Depósitos indevidos de resíduos, cuja infiltração é fonte de poluição
O mundo hoje se questiona. Grupos criticam outros grupos apontando- do solo e do meio hídrico.
os como responsáveis pelo desgaste atual. Isto é perigoso. Não se trata de No ano em que o mundo admitiu que o homem é o principal responsá-
encontrarmos culpados e responsabilizarmos pelo caos que se avista. vel pelas mudanças climáticas e discute soluções para frear o aquecimento
ão é momento de desagregação, mas sim de agregação em torno de global, o Brasil insiste em empurrar para baixo do tapete a realização de um
um objetivo comum e um desafio que teremos que vencer: saber conviver, debate amplo e aberto sobre a problemática que envolve os resíduos
de forma equilibrada, com o nosso meio ambiente. tecnológicos, chamados resíduos hi-tech. Entre eles estão pilhas e baterias,
lâmpadas fluorescentes, telefones celulares e equipamentos eletroeletrôni-
artindo do princípio que a discussão hoje deixou de ser exclusiva de cos (computadores, televisões, rádios e impressoras etc.). São toneladas
um grupo que se guiava pelo o romantismo ecológico, para ocupar as de equipamentos que se tornam obsoletos em pouco tempo e cujo descarte
mesas de discussão mais importantes do planeta, como o Conselho de adequado é desconhecido por grande parte da população brasileira. A
Segurança da ONU, chegamos no momento de encontrarmos um consenso maioria destes produtos possui em sua composição metais pesados, como
sobre a questão. chumbo, cádmio e mercúrio, entre outros. Se manuseados de maneira
Este momento requer uma organização de trabalho, cada esfera, grupo inadequada ou dispostos de forma irregular no solo oferecem riscos à
de profissionais, autoridades, enfim todos têm que encontrar alternativas saúde pública e ao meio ambiente, com perigo de contaminação do ar, do
para o novo modelo que virá. Por exemplo, dependendo da habilidade que solo e das águas.
cada grupo possui deverão ser desenvolvidas técnicas que contemplem Milhares de brasileiros não fazem a menor idéia de que o descarte ina-
processos equilibrados e a disponibilidade de recursos. dequado de equipamentos eletroeletrônicos e de baterias de celular pode
Diante da realidade que cada agrupamento de pessoas, e isto é normal causar graves danos à saúde e ao meio ambiente. Por outro lado, eles têm
a todo processo de discussão, defende o seu ponto de vista, cada posicio- acesso cada vez mais facilitado a esses tipos de produtos.
namento deverá ser observado e absorvido, caso seja viável. Li numa revista que o celular de uma pessoa quebrou. Ela foi a uma lo-
Nota-se uma ausência de liderança capaz de deflagrar este processo, ja de uma operadora "x", localizada em um shopping próximo para comprar
disciplinar a discussão e determinar procedimentos para que todos que têm um novo equipamento. Preocupado com a questão ambiental, perguntou à
a contribuir possam apresentar alternativas, visando atingir um consenso. funcionária da operadora de telefonia onde deveria depositar a bateria do
Realmente não se trata de um processo fácil ou rápido, mas é extre- aparelho quebrado. Ela apontou para uma lixeira comum do corredor e
mamente necessário e urgente. disse que ele poderia jogar ali mesmo. Isso é um descaso, uma irresponsa-
bilidade social.
Resta acreditar que nós temos capacidade de encontrar as soluções
necessárias, restando a cada um ter disposição e boa vontade, sem resis- Situações como esta são comuns em países que não regulamentam a
tências, como acontece com alguns governantes. questão dos resíduos sólidos de maneira correta. Isto pode ser caracteriza-
do como crime ambiental.
Todos sentem que alguma coisa tem que ser feita, mas não sabem o
que.

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Além deste exemplo citado acima podemos enumerar centenas de 4. Falar na hora das refeições para que coloquem no prato o essencial,
problemas causados pelo descaso das indústrias: poluição dos rios próxi- evitando o desperdício de comida, alertando sempre que no mundo existem
mos às fábricas, mortandade dos peixes e da vida aquática de maneira muitas pessoas que não tem com o que se alimentar. Brincadeiras com a
geral, excesso de fumaça venenosa no espaço causando além do efeito comida, explicando de onde vem as frutas, verduras e legumes por exem-
estufa, também a destruição da camada de ozônio, poluição sonora, lan- plo, geram maior identidade do alimento que está no prato com o meio
çamento de gases venenosos em grande quantidade e não fiscalizada pelo ambiente;
governo, chuva ácida, etc. 5. Pedir que sempre apaguem a luz, evitando o gasto excedente de
Eu poderia lançar a seguinte pergunta: energia elétrica; esta tarefa é das mais difíceis, mas vale a pena gastar um
O que pode ser caracterizado, resumidamente, como Crime Ambi- pouco de tempo para garantir que não haja desperdício.
ental? São pequenos hábitos que podem ajudar na manutenção da vida no
- causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que mo- planeta.
mentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/a-sociedade-meio-
à saúde da população; ambiente.htm
- causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abaste-
cimento público de água de uma comunidade e Domínios morfoclimáticos e biomas: características, importância,
- lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou aproveitamento e condições ambientais.
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em
leis ou regulamentos. (Lei de Crimes Ambientais, Lei Federal n° 9.605 de Biomas
12/02/9. Os biomas são espaços geográficos que apresentam um somatório de
O que nós podemos fazer para colaborar com a preservação do ecossistemas vizinhos e semelhantes. Eles podem ser divididos em terres-
meio ambiente? tres e aquáticos.
É claro que a nossa participação é bem menor nesse processo de polu- Os biomas (bio = vida; oma = proliferação) são espaços geográficos
ição da natureza, mas algumas coisas podemos fazer para amenizar tudo que apresentam um somatório de ecossistemas vizinhos e semelhantes. O
isso. Vou dar um exemplo bem prático: Onde jogar o óleo de fritura em ambiente terrestre é divido em grandes comunidades, apresentando carac-
casa? Mesmo que não façamos muitas frituras, quando o fazemos, joga- terísticas distintas entre si, e essa classificação dos biomas é baseada em
mos o óleo na pia ou por outro ralo, certo? Este é um dos maiores erros ligações dos aspectos biológicos e físicos (clima, relevo, vegetação) de
que podemos cometer! Sendo assim, o melhor que tem a fazer é colocar os uma determinada formação. No entanto, os sistemas ambientais utilizam-se
óleos utilizados numa daquelas garrafas de plástico (por exemplo, as da classificação de vegetação para melhor evidenciar as diversas paisa-
garrafas “PET” de refrigerantes), fechá-las e colocá-las no lixo orgânico. gens naturais (biomas).
Todo lixo orgânico que colocamos nos sacos vai para um local onde Os biomas podem ser divididos em aquáticos e terrestres:
são abertos. Assim, as nossas garrafinhas são abertas e vazadas no local Biomas aquáticos: oceanos e rios.
adequado, em vez de irem juntamente com os esgotos para uma ETE - Oceanos: Representam 70% da superfície terrestre, sendo, portanto, o
Estação de Tratamento de Esgoto, e ser necessário dispender milhares de maior ecossistema do planeta.
reais a mais para o seu tratamento, pois, segundo a CEDAE, um litro de
Rios: São ecossistemas de fundamental importância para a manuten-
óleo contamina cerca de 1 milhão de litros de água, o equivalente ao con-
ção da vida terrestre.
sumo de uma pessoa no período de 14 anos.
Biomas terrestres: tundra, floresta boreal, floresta
Existem saídas e formas para que a humanidade mude a sua relação
com a natureza? temperada, floresta tropical, campos e desertos.
Tundra: Bioma típico do hemisfério norte, entre as latitudes 60° e 80°
É claro que existem. E tudo precisa começar dentro de nossa própria casa. Norte. A vegetação é composta por capim e junco. A fauna é representada
O dialogo entre as pessoas dentro de casa pode ser uma boa maneira para por renas, roedores, raposas, lebres, insetos, aves, etc.
reflexão sobre a educação dos filhos. Como fazer para que as novas gera- Floresta Boreal: Também conhecida como taiga, a floresta boreal é o
ções desenvolvam um olhar consciente sobre o mundo? A forma mais fácil bioma típico de regiões de clima frio, estando localizada no hemisfério
das crianças adquirirem conceitos como o respeito pelo outro, a preserva- norte, ao sul da tundra. As plantas são coníferas e os principais animais são
ção meio ambiente e todos as outras características necessárias para a lobos, ursos, cercos e alces.
formação de cidadãos de bem é a educação. Sempre ouço meus professo- Floresta Temperada: Localizada em regiões de clima temperado, a flo-
res dizerem que não há mudança que não passe pela educação. resta temperada apresenta as quatro estações do ano bem definidas. Esse
Todo mundo sabe que não se deve desperdiçar água ou deixar a luz bioma está presente na Europa e na América do Norte. Sua vegetação é
acesa, no entanto, se esses conceitos forem ensinados desde a infância, formada por bordos, carvalhos, faias, entre outros. A fauna é representada
transformam-se em hábitos e não mais em uma obrigação. por esquilos, javalis, leões, etc.
As mães, pais, irmãos mais velhos, professores, adultos de hoje podem Floresta Tropical: Compreende as regiões próximas à linha do Equa-
contribuir para que as crianças se tornem cidadãos conscientes no futuro: dor. Esse bioma apresenta temperatura e médias pluviométricas elevadas.
1. Explicar às crianças que a água não começa na torneira e nem ter- É o bioma que possui a maior diversidade de espécies. Sua fauna é repre-
mina no ralo, mas que vem da nascente de um rio e acaba em um esgoto. sentada por onças, antas, macacos, várias aves, répteis, entre outros.
Mostrar qual a importância da preservação da água. Mostrar que é na água Campos: Os campos são encontrados em regiões tropicais e em regi-
que vivem os peixes e outros animais ajuda as crianças a se aproximarem ões temperadas. São caracterizados por grandes formações abertas com
mais dessa causa; predominância de gramíneas e arbustos de pequeno porte.
2. Aproveitar os finais de semana para, ao invés de levar as crianças Desertos: Estão localizados nas latitudes 30° Sul e 30° Norte. São re-
somente ao shopping, fazer passeios ao ar livre, como em parques e sítios giões hiperáridas, áridas e semiáridas, e apresentam índices pluviométricos
para que elas tenham contato com a natureza; subir e descer das árvores, baixíssimos. A paisagem vegetal está ausente na maior parte desse bioma,
brincar na grama e com animais ou outras atividades semelhantes são exceto nas áreas de oásis.
divertidas e facilitam ao adulto explicar a importância da natureza; Clima urbano
3. Ensinar que o lixo deve ser jogado no lixo e não nas ruas, além de O clima urbano normalmente costuma apresentar diferenciações em re-
incentivá-las a separar o material que pode ser reciclado e estimular às lação à atmosfera de áreas próximas, muito em função da ação humana.
crianças a montar brinquedos de sucata. Jamais jogue lixo no chão na
frente do seu filho. Pontas de cigarro jogadas fora do cinzeiro também são Nos últimos tempos, multiplicaram-se os registros meteorológicos que
um péssimo exemplo; dão conta de um elevado aumento médio na temperatura das grandes
cidades em todo o mundo. Mas ao contrário do que muitos possam imagi-

Geografia 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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nar, a principal causa desse fenômeno não se apresenta em larga escala, Regiões: áreas do mundo próximas a linha do Equador como, por
ou seja, não se trata de nenhum evento climático global, como o efeito exemplo: Amazônia, região central da África, ilhas ao norte da Austrália e
estufa e outros elementos, mas sim de aspectos do clima urbano. sudoeste asiático.
Muitas cidades apresentam uma dinâmica climática aparentemente di- Clima Tropical
ferenciada em relação ao ambiente de seu entorno, caracterizando um tipo Principais características:
de microclima. Isso ocorre em função da intervenção humana sobre o meio
durante o processo de construção e transformação do espaço geográfico - Temperatura média anual entre 20 e 25 graus célsius.
característico das áreas urbanas, o que é responsável pelas diferenças - Índice pluviométrico entre 1200 e 2000 mm por ano.
climáticas dessas localidades. - Umidade relativa do ar entre 70 e 90%.
Em geral, as cidades constroem-se a partir da sobreposição de um
- Temperaturas quentes no verão.
meio natural preexistente através da remoção da cobertura vegetal para a
instalação de bairros, ruas e casas. Com o tempo, as intervenções ampli- Regiões: regiões do planeta situadas entre o Trópico de Câncer e de
am-se e alguns elementos geram fortes impactos, tais como a construção Capricórnio. Exemplos: centro-norte do Brasil, centro-sul da África, Índia,
de grandes prédios (verticalização urbana), pavimentação asfáltica, remo- Tailândia.
ção de árvores remanescentes, entre outros. Somam-se a essas interven-
ções as ações cotidianas, com destaque para a emissão de resíduos tóxi- Clima Temperado
cos na atmosfera. Principais características:
O principal efeito dessas ações é a formação das ilhas de calor. Com - Inverno de temperaturas baixas (média de 10ºC) e verões quentes
a presença da grande quantidade de prédios nas áreas urbanas, o calor (média de 20ºC).
encontra dificuldade em se dispersar, além de o alcance da circulação dos
- Índice de chuvas anual em torno de 600 mm.
ventos ser reduzido. Além disso, a ausência de árvores contribui para
aumentar ainda mais as temperaturas nessas faixas, o que se soma à - Umidade do ar elevada durante grande parte do ano.
presença do asfalto e do espelhamento de carros e prédios, que intensifi-
cam ainda mais a ação dos raios solares e o aquecimento do solo. Regiões: áreas central e ocidental da Europa; litoral sul da América do
Sul, sudoeste da Austrália e noroeste da América do Norte.
Em alguns casos, áreas centrais de grandes cidades apresentam tem-
peraturas superiores em vários graus centígrados em relação a pontos mais Clima Subtropical
afastados, tornando a sensação do ambiente quase insuportável. Principais características:
Outro problema climático das cidades relaciona-se com as chuvas
- Verão quente, porém curto (temperaturas em torno de 23ºC). Inverno
ácidas. Elas ocorrem principalmente pela intensa emissão de poluentes na
com temperaturas baixas (média de 5ºC).
atmosfera, responsável por precipitações em áreas urbanas com pH abaixo
de cinco, graças à junção da umidade do ar a gases tóxicos, principalmente - Índice pluviométrico em torno de 700 mm por ano.
os vários óxidos do enxofre.
- A umidade relativa do ar fica entre 50 e 70% durante o ano.
Além de causar uma série de efeitos climáticos, a atividade urbana po-
de intensificar ou transformar eventos naturais em problemas ambientais, Regiões: sul do Brasil, costa oriental da Austrália e nordeste dos Esta-
tal como ocorre com a inversão térmica. Naturalmente, esse processo dos Unidos.
existe em função da concentração do ar frio (mais pesado) próxima ao solo
e do ar mais quente nas áreas mais altas da atmosfera, algo comum em
tempos de inverno. O problema é que essa dinâmica inviabiliza a dispersão Clima Polar
dos poluentes emitidos pelos veículos e indústrias, o que faz com que Principais características:
grandes massas de poluição permaneçam estacionadas nas cidades, - Temperaturas extremamente baixas durante o ano todo. No verão a
ocasionando, assim, uma série de problemas respiratórios. temperatura fica em torno de 5ºC. Já no rigoroso inverno, varia entre -10 e -
Por esse motivo, é necessária – além de uma maior conscientização 40ºC.
por parte da população em reduzir as atividades nocivas ao ambiente – a - A umidade relativa do ar média anual é de 70%.
adoção de políticas públicas para atenuar os efeitos da ação humana sobre Regiões: Antártida e região norte do Ártico.
o ambiente, através da construção de áreas verdes, a fiscalização de Clima Mediterrâneo
indústrias que poluem além dos níveis permitidos e de uma melhor organi- Principais características:
zação do espaço geográfico, como o controle da expansão de grandes - Verões de temperatura elevadas (média de 30ºC) e invernos frios
edifícios em certas áreas da cidade. (média de 5ºC).
Climas do Mundo - As chuvas ficam entre 700 e 1000 milímetros por ano.
Os climas do mundo e suas características principais, regiões, resumo, - A umidade relativa do ar anual fica entre 70 e 80% ao ano.
temperaturas médias, umidade do ar, chuvas, climatologia
Regiões: Sul da Europa, costa sul ocidental dos Estados Unidos, ex-
tremos norte e sul da África e parte s do sul da Austrália.
Clima Frio
Principais características:
- Verões amenos (média de 7ºC) e invernos rigorosos (média de 0ºC).
- Umidade do ar de 70% (média anual).
- Pouca chuva durante o ano (média de 400 mm).
Regiões: regiões norte da América do Norte, Sibéria (Rússia) e norte
da Europa.
Clima Desértico
Principais características:
Climas do mundo: grande variação climática - Elevada amplitude térmica (diferença entre mínima e máxima) diária,
Clima Equatorial ficando entre 15 e 20ºC.
Principais características: - Baixo índice pluviométrico (abaixo de 200 mm por ano).
- Temperaturas elevadas durante o ano todo (média anual de 25ºC).- - Baixa umidade relativa do ar (abaixo de 30%) durante grande parte do
Elevado nível de chuvas (acima de 2.000 mm por ano) e de umidade. ano.
Geografia 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Regiões: presente nas regiões desérticas do mundo como, por exem- dominaram a região e começaram a capturar os nativos para juntos busca-
plo, deserto do Saara (norte da África), deserto de Atacama (região costeira rem ouro e pedras preciosas. Em 1616, fundaram Belém do Pará.
do Chile), deserto da Arábia (Península Arábica), deserto de Gobi (Mongó-
lia e China), Deserto de Mojave (na Califórnia, EUA) e Deserto de Gibson No século XVIII, houve um grande aumento na população do território,
na Austrália. fato que foi causado pela descoberta de ouro e pedras preciosas em regi-
ões hoje denominadas Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia. Esta
Clima Semiárido população se alojou em povoamentos dispersos no interior do território,
Principais características: mas estes logo foram se esvaziando. Na medida em que as preciosidades
- Verão quente (média de 20ºC) e inverno frio (média de - 5ºC). O se- foram se esgotando, o povo foi se dispersando.
miárido brasileiro não possui estas características, pois as temperaturas O povoamento ocorrido no interior do território teve intenção de explo-
são elevadas (em torno de 25ºC) durante grande parte do ano. rar e extrair riquezas de lá, mas este também trouxe alguns benefícios,
- Baixo índice pluviométrico anual (entre 100 e 300 milímetros). como a abertura de estradas que dava acesso a regiões litorâneas e o
- Baixa umidade do ar, principalmente no inverno. fortalecimento das ligações entre os criadores de gado.
Regiões: interior do nordeste brasileiro, centro da Ásia, norte e sul do No século XIX, houve a grande expansão territorial onde os territórios
deserto do Saara e sul da África. ao sul tornaram-se inteiramente povoados. As procuras por algodão e café
Clima Frio de Montanha se intensificaram, mas a prosperidade originada pelo algodão se finda
juntamente com a guerra de independência norte-americana e em contra-
Principais características: partida a do café se intensifica com sua valorização na Europa. O cultivo do
- Frio durante quase todo ano. Quanto mais elevada a montanha, me- café incentivou o trabalho assalariado e a acumulação de capitais, o que
nor é a temperatura. No pico de grande parte das grandes montanhas a impulsionou o desenvolvimento industrial. Este período ainda marca o início
temperatura média anual fica entre -10º e -20ºC. da mecanização com a instalação das ferrovias, dos telégrafos e das com-
- Presença de neve no pico de muitas montanhas elevadas. panhias de navegação.
- Chuvas em grande quantidade nas montanhas situadas em áreas tro- No início do século XX, ocorreram movimentos de desbravamento e
picais. povoamento de novas localidades dentro do território, o que ficou conheci-
Regiões: presente nas regiões montanhosas do planeta como, exem- do com as frentes pioneiras se iniciando em São Paulo. Este processo foi
plo, regiões altas da Cordilheira dos Andes (oeste da América do Sul), baseado na economia que girava em torno do café onde este necessitava
Alpes (Europa), Monte Kilimanjaro (Tanzânia), Sierra Madre (nordeste do de mais lugares para sua lavoura. O aumento das exportações, o esgota-
México) e Montanhas Rochosas (América do Norte Ocidental). mento dos solos e a facilidade de empréstimos bancários foram as causas
deste grande movimento que se iniciou no Vale do Paraíba, passou por
Clima Oceânico
Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e terminou no Paraná.
Principais características: Este desbravamento é conhecido como a Marcha do Café.
- Umidade elevada.
Outros motivos importantes para o pioneirismo foi a expansão ferroviá-
- Influência das correntes marítimas. ria, a colonização por imigrantes no Sul do território, a Marcha para o Oeste
- Índice Pluviométrico elevado (geralmente acima de 2.000 mm por (que foi um movimento de ocupação do Centro-Oeste) e o aproveitamento
ano). agrícola das áreas do cerrado para o cultivo da soja e para a criação de
Regiões: regiões litorâneas com influência climática do oceano. gado.
Fonte: DANTAS, Gabriela Cabral Da Silva. "Povoamento Brasileiro"; Brasil
Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historiab/povoamento-
brasileiro.htm>. Acesso em 13 de novembro de 2015
A RELAÇÕES SOCIOESPACIAIS E A
(RE)ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: Povo-
A questão agrária e a organização do espaço no Brasil;
amento e expansão territorial brasileira; A questão agrá-
ria e a organização do espaço no Brasil; O urbano e o A ocupação histórica
rural: relações de interdependência; Dinâmica populacio- A partir do descobrimento, em 1500, até 1822, as terras brasileiras fo-
nal e a (re)estruturação sócio espacial; Desigualdades ram controladas pela Coroa Portuguesa, que repassava o direito de uso da
terra de acordo com a confiança, conveniência e interesse. A distribuição
sócio espaciais; Urbanização e a estruturação do espaço de terras era utilizada como meio de ocupar as áreas desabitadas e princi-
geográfico; Industrialização e seu reflexo no espaço geo- palmente para facilitar o controle do território, além de visar à produção de
gráfico; Setores produtivos e a organização da socieda- produtos tropicais apreciados na Europa. Foi nesse período que foram
de; Matriz energética as questões ambientais; Comunica- introduzidas as plantations(grandes propriedades rurais que utilizavam mão
ção e transportes no mundo globalizado. de obra escrava e nas quais se cultivava uma única cultura com destino à
exportação).
A ocupação do território brasileiro se iniciou com pequenos arraiais es- A distribuição de terras no período colonial produziu terras devolutas,
palhados em diversas localidades. Tais ocupações aconteceram devido à que correspondem às terras que a Coroa cedeu às pessoas, mas que não
necessidade européia de ampliar suas atividades comerciais, o que fez com foram cultivadas e, dessa forma, foram devolvidas. Hoje essa expressão
que procurassem novos produtos e novas áreas a serem exploradas. não é mais usada, pois são denominadas terras inexploradas.
De 1822 a 1850, ocorreu no Brasil a posse livre das terras devolutas,
O povoamento brasileiro, no século XVI, se limitou em territórios litorâ- uma vez que não havia leis que regulamentassem o direito do uso da terra.
neos próximos ao oceano Atlântico onde desenvolveram inúmeras lavouras Naquele momento não existia valor de troca para as terras, ou seja, de
de cana-de-açúcar no Recôncavo Baiano e no Nordeste, o que resultou na compra e venda, ela somente era utilizada para o cultivo.
transferência da pecuária, que antes se desenvolvia na Zona da Mata
nordestina, para o sertão nordestino. Neste período começa o extermínio A liberdade para obter as terras devolutas não favoreceu o surgimento
indígena que foi tanto físico (genocídio) quanto cultural (etnocídio). de pequenas e médias propriedades rurais, pois os escravos recém-
libertados não tinham acesso ao uso da terra; e nem os imigrantes, cuja
No século XVII, aconteceram as primeiras expedições denominadas entrada no país foi limitada à ocupação urbana.
bandeiras, que povoou em grande escala o território brasileiro, principal- Com a expansão da produção cafeeira, no ano de 1850, e também
mente nas extremidades do Rio Amazonas, do Rio São Francisco e do com a lei Eusébio de Queiroz, que vetou a prática de tráfico negreiro, o
sertão nordestino. Os portugueses, em maior número que os nativos, governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus para
substituir a mão de obra escrava.

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O governo criou, em 1850, a lei de terras, com intuito de oferecer mão Dinâmica populacional e a (re)estruturação sócio espacial;
de obra aos fazendeiros produtores de café. A lei eliminou as possibilidades
de aquisição de terras por parte dos imigrantes estrangeiros, o que os levou No Brasil pós-industrialização, as migrações internas refletem proces-
a trabalhar com baixos salários. A lei de terras garantiu que as terras devo- sos complexos, com transformações sucessivas das áreas de atração e da
lutas se tornassem propriedade do Estado, podendo ser negociadas ape- natureza dos fluxos, que vão se transformando de rural-urbano para urba-
nas através de leilões. No entanto, somente os grandes latifundiários ti- no-urbano.
nham condições de adquirir tais terras, além daqueles que tinham dinheiro
Os movimentos migratórios internos assumiram características diferen-
para investir.
ciadas, relacionadas às diversas fases do processo de desenvolvimento
A lei de terras, que garantia a venda de terras em leilões, também re- brasileiro. No período 1940-1980, eles foram alimentados por fortes dese-
latava que todo recurso derivado desses leilões serviria para custear a quilíbrios regionais e estruturaram-se para atender às necessidades de
vinda de novos imigrantes europeus e asiáticos para trabalhar no Brasil. transferência regional do excedente de força de trabalho, cumprindo impor-
Muitos imigrantes vinham para o Brasil com promessas de adquirir terras, tante papel como mecanismo de integração social e cultural do território
mas isso não acontecia, ao chegar ao país eram levados às fazendas para nacional (PACHECO; PATARRA, 1997).
trabalhar, os únicos lugares que ofereciam emprego.
Após a década de 80, o contexto de crise e recessão contribuiu para al-
A partir desse momento, a terra deixou de ser utilizada somente para o
terar as trajetórias principais dos migrantes internos. Os movimentos de
cultivo e passou a ser moeda de troca (compra e venda), podendo ser um
longa distância deram lugar aos de curta distância, e a trajetória rural-
patrimônio particular. Em suma, transformou-se em símbolo de poder e
urbano cedeu espaço para movimentos do tipo urbano-urbano.
acentuou as desigualdades fundiárias no Brasil.
Nesse momento começou no Brasil a prática de escravidão por dívida, Entre as alterações nos movimentos migratórios, ocorridas nas últimas
que naquela época atingia os imigrantes estrangeiros e, atualmente, as décadas, com impacto no processo de distribuição da população no espaço
pessoas de baixa renda. Essa prática vem desde o século XIX até e conti- intra-urbano, destacam-se:
nua na atualidade. No ano de 1872, o governo alemão vetou a imigração decréscimo nos fluxos migratórios de longa distância; intensificação da
para o Brasil. migração de retorno; consolidação da migração intrametropolitana; aumen-
Somente em 1988 a Constituição passou a prever a expropriação de to dos movimentos migratórios intra-regionais e de curta distância; predo-
terras e a realizar reforma agrária em fazendas que utilizassem mão de mínio das migrações do tipo urbano-urbano; aumento dos movimentos
obra escrava, momento em que a escravidão no país foi reconhecida. pendulares da população (BAENINGER, 2000, p. 8).
Fonte: http://www.brasilescola.com/brasil/questao-agraria-no-brasil.htm
Na análise sobre os movimentos do tipo urbano-urbano, é importante
ressaltar a negação da associação entre mobilidade espacial e mobilidade
social, que são características dos movimentos tipo rural-urbano e foram
Relações de interdependência; predominantes durante o período mais intenso do processo de urbanização
brasileiro. As transformações na estrutura econômica, ligadas à crise e ao
A globalização é um fenômeno que afeta as relações humanas total-
processo de reestruturação produtiva, introduzem a percepção sobre a
mente, tanto no tipo social, como no econômico e também no político. A
noção de estratégia de sobrevivência da população como motivação para
globalização significa que tudo o que nos rodeia tem um grau de interde-
os deslocamentos intra-urbanos (BRITO, 1999).
pendência. As relações e os vínculos deixaram ser hierárquicos e depen-
dentes; há um plano de interdependência na maioria das áreas. Assim, a nova face dos movimentos migratórios internos apresenta
uma tipologia de movimentos bem mais complexos que as regularidades
Do ponto de vista social, o ser humano é interpendente, no sentido de
encontradas nas migrações de longa distância.
que cada indivíduo pode influenciar os demais e o mesmo ao contrário.
Vivemos em uma espécie de rede coletiva e nossa comunicação está Os deslocamentos populacionais de curta distância assumem papel
dentro de um sistema de relações recíprocas. preponderante na estruturação1 do espaço intra-urbano. O espaço nas
cidades e metrópoles contemporâneas se estrutura a partir das mediações
Já do ponto de vista econômico, um fenômeno isolado pode ter conse-
dos conflitos entre as vantagens e desvantagens, ou seja, da apropriação
quências globais. Vamos imaginar uma produção, se as matérias-primas
diferenciada da localização no espaço urbano. A otimização dos gastos
ficarem escassas, o preço do produto pode variar e haver uma repercussão
com o tempo despendido nos deslocamentos intra-urbanos assume papel
mundial.
fundamental na geração do diferencial entre as localizações urbanas, em
O meio ambiente é outra dimensão do componente interdependente de função das condições de acessibilidade, interferindo no processo de apro-
nossa civilização. O degelo dos polos ou a contaminação atmosférica em priação diferenciada das vantagens e recursos do espaço urbano. Nesse
certas áreas pode causar efeitos negativos em outros lugares. sentido, as condições de acessibilidade são decisivas para a otimização
das localizações no espaço intra-urbano, constituindo-se em objeto princi-
Deve-se levar em conta que a ideia de globalização envolve certo grau pal dos conflitos pela posse da terra urbana (VILLAÇA, 2001).
de interdependência coletiva, na qual se manifesta através da economia, da
cultura, como também nas ideias e na arte. A configuração socioespacial resultante deste processo de estrutura-
ção espacial, marcada pela formação de extensas periferias desassistidas
A ideia de interdependência é essencial para compreender o mundo social e economicamente, evidencia de forma indiscutível as desigualdades
em que vivemos. Por um lado, vivemos em um sistema econômico, o sociais entre segmentos populacionais do espaço intra-urbano presentes no
capitalismo, que é majoritário no planeta e, portanto, suas regras são processo de desenvolvimento nacional. Essas desigualdades são agrava-
aplicadas em todas as atividades trabalhistas e comerciais. Por outro lado, das pela intensificação dos deslocamentos populacionais intra-urbanos,
a interdependência se manifesta através da especialização, do conheci- representados pelos fluxos migratórios intrametropolitanos em direção à
mento e também no trabalho. periferia regional. Além disso, elas revelam a existência de uma relação de
De certa forma, o termo interdependência descreve a realidade como causalidade entre esses fluxos e a intensificação dos movimentos pendula-
se fosse um sistema único, na qual cada membro se projeta em relação aos res.
demais. Não devemos pensar que um fenômeno seja exclusivo da globali- No caso da metrópole formada por Brasília e municípios goianos e mi-
zação, pois na dimensão local também há relações de interdependência. neiros localizados no entorno, os efeitos dessa configuração socioespacial
Vamos imaginar uma rua repleta de salões de beleza. A competição entre foram definidos no âmbito do processo de exclusão e segregação espacial
elas é positiva para o consumidor, estimula a inovação e não desnivela os da população que marcou a ocupação territorial.
preços. Este exemplo ilustra o equilíbrio imposto em uma relação de inter-
dependência. No período de construção e implantação, como também no período de
consolidação urbana da nova capital, o Estado foi o grande promotor da
Fonte: Conceitos.com-
http://conceitos.com/interdependencia/#ixzz3rLAEtNm8
ocupação do solo, atuando como planejador, construtor e financiador da
ocupação, e também como grande proprietário de terras. Tornou-se, assim,

Geografia 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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o principal agente do processo de urbanização da região, o que diferencia a Goiás, Mimoso de Goiás, Vila Boa e Cabeceira Grande), sendo o menor
ocupação em relação às demais cidades brasileiras em alguns aspectos da deles Mimoso de Goiás, com apenas 2.801 habitantes.6
gestão do solo urbano.2
A distribuição espacial da população na Ride expressa a forte polarida-
A especificidade da atuação estatal no processo de ocupação territorial de exercida pelo DF, que concentrava mais de 70% da população regional,
do Distrito Federal - DF deve-se mais às condições excepcionais de posse em 2000. Os municípios que apresentam as maiores participações no total
pública da terra e às possibilidades de controle sobre o uso e ocupação do da população regional são: Luziânia (4,8%), Águas Lindas de Goiás (3,6%)
solo do que à sua atuação efetiva na mediação ou atenuação dos conflitos e Valparaíso de Goiás (3,2%) - todos diretamente envolvidos no processo
gerados nas disputas pelo acesso à terra urbana entre os diferentes seg- de expansão urbana do DF. Esta teve como principal eixo a direção Sudo-
mentos populacionais. este, constituindo um entorno regional a partir das RAs e dos municípios
goianos limítrofes, localizados naquela direção.
Sem dúvida, a questão da posse pública da terra foi um instrumento
decisivo da atuação estatal no processo de ocupação urbana do DF - o que Ao longo do processo de metropolização da região, o município de Lu-
certamente não impediu as desigualdades no acesso às localizações ziânia e seus desmembramentos - Cidade Ocidental, Novo Gama, Valpara-
urbanas. A questão relativa à multiplicidade de regimes de propriedade das íso de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas de Goiás
terras3 constituiu-se em prerrogativa para a ilegalidade no acesso à terra (desmembrado de Santo Antônio do Descoberto em 1997) - , todos locali-
urbana, que passou a ser utilizada como instrumento pelo mercado imobili- zados a sudoeste do DF; e o município de Planaltina de Goiás, localizado
ário, em resposta às tentativas de controle da ocupação por parte do Esta- na direção nordeste, têm-se caracterizado como o entorno mais imediato,
do. Destarte, no período de construção e implantação do DF, o Estado fortemente impactado pela expansão do DF. Em conjunto com o DF, esses
manteve o monopólio sobre a terra, cabendo-lhe a decisão sobre a oferta e municípios apresentam as maiores participações no total da população
o parcelamento de áreas disponíveis para ocupação. regional e também as mais elevadas densidades demográficas, sendo o
mais denso deles Valparaíso de Goiás, com 1.555,63 habitantes por km2.
A ocupação inicial efetiva-se a partir da premissa básica que irá deter-
minar a atuação estatal no processo de ocupação territorial: a preservação A população da Ride é eminentemente urbana, com uma taxa de urba-
do núcleo central, formado pelo Plano Piloto. No entanto, como resposta às nização7 de 93,3%, segundo os últimos dados censitários. Apenas três
tentativas de controle do poder público, ao mesmo tempo em que se im- municípios apresentaram taxas de urbanização inferiores a 50,0%: Água
plantava o Plano Piloto, a pressão populacional exercida principalmente Fria de Goiás, Mimoso de Goiás e Cocalzinho de Goiás. Os municípios
pelos operários que construíam a nova capital, obrigava o Estado a reco- localizados no entorno imediato e o DF apresentam as maiores taxas: todas
nhecer a força dos movimentos sociais. Como resposta, formava-se a acima de 85,0%.
periferia, constituída pelas cidades-satélites implantadas a partir da oferta
de lotes pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital - Novacap, com o O crescimento demográfico da Ride tem-se reduzido nas últimas déca-
objetivo de abrigar não só o contingente de população operária migrante, das, apesar de apresentar uma taxa média anual de 3,5% para o período
mas também parte dos funcionários públicos com posições mais baixas na 1991/2000, considerada elevada se comparada às médias nacional ou das
hierarquia funcional, sem acesso às terras localizadas no Plano Piloto. grandes metrópoles nacionais.8

No processo de ocupação periférica surgem inicialmente as Regiões A heterogeneidade dos municípios que compõem a Ride pode ser ob-
Administrativas - RA de Taguatinga (1958), Sobradinho (1960), Gama servada também através das estatísticas demográficas, principalmente pelo
(1960), Guará (1966) e Ceilândia (1970), inaugurando, assim, o polinucle- crescimento populacional e pelo processo migratório. Estes evidenciam que
amento característico da estruturação urbana inicial da região. Esses parte significativa do crescimento está associada à expansão do DF, uma
núcleos, denominados cidades-satélites, foram previstos no projeto urbanís- vez que os municípios limítrofes apresentam dinâmicas diferenciadas dos
tico para serem implementados a partir da saturação do limite populacional demais.9
estabelecido para o Plano Piloto. A antecipação de sua implantação em Os demais municípios não influenciados por esse processo, e que pos-
áreas distantes do núcleo principal gerou grandes vazios urbanos e deu suem como base econômica o setor agropecuário, apresentam taxas de
início ao processo de ocupação gerenciado pela atuação pública com clara crescimento10 e densidades demográficas11 menores. Alguns, como Pire-
divisão social do espaço urbano. nópolis e Mimoso de Goiás, apresentaram taxas de crescimento negativas,
A configuração socioespacial resultante desse processo concentra a no período mais recente (1991-2000).
população de renda mais elevada e maior poder político em áreas mais Entre 1970 e 2000, o entorno aumentou sua participação no total da
centrais e privilegiadas em termos de empregos,4 infra-estrutura básica e região, sendo o Entorno Imediato12 o principal responsável por esse incre-
serviços sociais. Ao mesmo tempo, redistribui a população menos favoreci- mento (Tabela 1). Na média, além de aumentar sua participação no total da
da quanto a esses aspectos, constituindo uma ocupação periférica que se população da Ride, o entorno apresentou elevação de 5,5% na taxa de
estende até os municípios limítrofes. Neles, as condições de acesso às crescimento médio anual no último período. Apesar da redução no ritmo de
áreas mais centrais são agravadas pelas grandes distâncias e pelas dificul- crescimento do Entorno Imediato para 8,3% no período 1991-2000, essa
dades relacionadas à eficiência do sistema de transporte (grandes vazios taxa é significativamente elevada, quando comparada à média regional.
urbanos), implicando em intensos deslocamentos diários.5
O DF apresentou forte arrefecimento no ritmo do crescimento, princi-
Assim, mais do que o distanciamento físico, a reprodução do cresci- palmente em relação ao período 1970-1980, quando os fluxos migratórios
mento periférico gera o distanciamento social entre os segmentos populaci- dirigidos às grandes cidades foram intensificados e o processo de urbani-
onais que habitam os diferentes segmentos espaciais da estrutura intra- zação nacional tornou-se mais acelerado.
urbana.
O incremento populacional da região no período total foi de 2.193.235
habitantes - 1.513.654 localizados no DF e 682.581 no entorno - sendo que,
DISTRIBUIÇÃO E DINÂMICA DEMOGRÁFICA desses, 79,2% estão localizados no entorno imediato.

A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - Principais Fluxos Migratórios13


Ride é composta por uma rede de cidades que, em sua maioria, são de O estudo sobre a dinâmica migratória nacional na última década revela
médio e pequeno porte. Além do DF, apenas dois municípios apresentaram que algumas tendências apontadas pela dinâmica das décadas passadas
população superior a 100 mil habitantes (Águas Lindas de Goiás e Luziâ- concretizaram-se, tais como a recuperação da Região Sul e a perda de
nia), segundo o Censo Demográfico 2000. Seis outros municípios tinham dinamismo das fronteiras agrícolas, com o enxugamento das áreas antigas
população entre 50 e 100 mil (Formosa, Novo Gama, Planaltina de Goiás, e o surgimento de novos espaços da migração. No entanto, outras tendên-
Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Unaí), seis entre 20 e cias não previstas puderam ser observadas. Entre elas, o incremento da
50 mil habitantes (Alexânia, Cidade Ocidental, Cristalina, Padre Bernardo, emigração nordestina, apesar das transformações produtivas que sugeriam
Pirenópolis e Buritis) e oito municípios tinham menos de 20 mil habitantes um arrefecimento desses fluxos, e a intensificação dos processos redistri-
(Abadiânia, Água Fria, Cabeceiras, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de butivos no interior das regiões metropolitanas consolidadas (BAENINGER,
2004).

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Na última década, a região de Brasília e entorno - a exemplo da dinâ- período 1970-2000, a imigração originária daqueles Estados nordestinos
mica migratória de outras metrópoles nacionais - apresentou tendência de apresentou elevação no período mais recente, enquanto os demais fluxos
incremento da imigração de nordestinos que se dirigiram prioritariamente registraram redução ou mantiveram constantes as taxas médias anuais de
para o DF e, numa escala menor, para os municípios do entorno. Além migração interestadual.
disso, houve intenso processo redistributivo interno, fortemente determina-
do pela emigração originária do DF, em direção aos municípios do entorno Além de apresentar elevação, a migração originária daqueles Estados
metropolitano. nordestinos manteve-se, e como o fluxo mais importante ao longo do perío-
do. Isto indica a provável existência de redes sociais de migração atuando
Os municípios que compõem a Ride apresentam dinâmicas migratórias nesse fluxo e mantendo-o com relativa intensidade, apesar do arrefecimen-
diferenciadas. A análise dos Índices de Eficácia Migratória - IEM14 para a to das migrações no país e na região, nos períodos mais recentes.
migração interestadual revela que alguns municípios são absorvedores
líquidos de população, enquanto outros assumem características de áreas O fluxo originário do DF apresentou elevação na década de 80 - perío-
de evasão populacional, ainda que essas localidades apresentem tendência do de consolidação do processo de crescimento periférico em direção aos
à reversão desse quadro. municípios goianos. Apesar de ligeira queda no período mais recente, ele
ainda se mantém como o segundo fluxo de migração para o total da região.
Entre 1975 e 2000, o Distrito Federal consolidou-se como área de rota-
tividade migratória, apresentando valores semelhantes nos volumes de De 1970 a 1980, quando o processo de crescimento periférico ainda
imigração e emigração. Esse fato está relacionado à capacidade de atração era incipiente, a participação dos fluxos vindos do DF representava 7,7% do
da capital federal e ao processo de redistribuição desses imigrantes para os total, enquanto o fluxo total de nordestinos para a região respondia por
demais municípios da região. No final do período, a maioria dos municípios 33,5%. No período 1981-1991, quando o crescimento dos municípios
registrou índices que os caracterizam como áreas de forte absorção migra- goianos intensificou-se e o entorno regional se consolidou, a participação
tória, com IEM entre 0,51 e 1,00. dos fluxos originários do DF passou a representar 20,3% do total e a de
nordestinos se manteve (34,7%). Entre 1990 e 2000, a migração de nordes-
A Ride, estruturada a partir de uma cidade planejada para ser a capital tinos e a vinda do DF aumentaram suas participações para 41,6% e 22,0%,
nacional e pólo de integração nacional, teve seu processo de consolidação respectivamente (Gráfico 1).
como metrópole marcado pela migração de longa distância, principalmente
durante as décadas de 60 e 70. Fatores associados à abertura de frentes Quando analisado todo o período (1970-2000), observa-se que os flu-
de trabalho para a construção da cidade e à transferência da capital fizeram xos migratórios originários nos demais Estados do Nordeste diminuíram; e
com que a migração interestadual fosse predominante no processo de aqueles provenientes de Minas Gerais, Goiás e demais Estados do Sudes-
implantação da nova cidade. te, que foram bastante significativos no período inicial, perderam intensida-
de.
O processo de formação e consolidação da Ride, na década de 80, foi
fortemente influenciado pela expansão da mancha urbana do DF. Os mo- A partir da década de 80, o Distrito Federal passou a expulsar popula-
vimentos migratórios regionais confirmam esse processo, no qual a migra- ção para os demais municípios da região, elevando a participação da
ção intrametropolitana15 adquire expressão no total dos fluxos migratórios, migração para o total da região, enquanto os demais fluxos sofreram retra-
ainda que os fluxos interestaduais continuem predominantes. ção.

Desde o início do processo de migração para Brasília, os fluxos de Na verdade, os volumes de migrantes interestaduais para a região de-
nordestinos, goianos e mineiros foram predominantes.16 Além da atrativida- monstram seu grande peso, devido aos fluxos direcionados ao DF. Houve
de exercida pela existência de grande número de empregos durante a redução nos fluxos de mineiros e goianos ao longo do período - a exemplo
construção da capital, a condição de vida naqueles Estados contribuiu para do ocorrido para o total de região - e manutenção do volume de migrantes
a consolidação dos fluxos. Holston (1993), baseado em informações do nordestinos, apesar da redução dos volumes totais de imigrantes. Na última
Censo Demográfico 1960, aponta que 96,0% dos migrantes vindos para década, a elevação do fluxo de Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia retoma a
Brasília vinham daquelas regiões (de Estados do Nordeste; do Sudeste, importância em relação à década de 70, período de maior intensidade
principalmente de Minas Gerais; e do Centro-Oeste, principalmente de migratória nos contextos regional e nacional (Tabela 2).
Goiás).17 Segundo aquele autor, a migração, já naquele período, era pre- A distribuição da migração interestadual para o total da região é seme-
dominantemente urbana, sendo que quatro em cada cinco migrantes residi- lhante à do Distrito Federal, em função do peso que aquela população
am anteriormente em área urbana. assume no total regional (em torno de 70,0%, desde 1970 até 2000).
Entre 1970 e 1980, período de maior dinamismo do processo de urba- A Tabela 3 mostra duas tendências em relação ao fluxo de migrantes
nização da região, os principais fluxos da migração interestadual continua- nordestinos para a região. Ao longo do período 1970-2000, o peso da
ram sendo aqueles originados em Estados nordestinos (212 mil), em Goiás migração de nordestinos para o DF diminui, passando de 95,1% entre 1970
(167 mil) e em Minas Gerais (90 mil). Entre os Estados nordestinos, desta- e 1980 para 41,5% de 1990 a 2000, aumentando a participação desse fluxo
cam-se os fluxos vindos do Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia, que apresen- na migração interestadual para o total da região.
taram, em conjunto, o maior volume (155 mil migrantes).
Outra tendência observada nesse fluxo é a elevação da participação de
Entre 1981 e 1991, o volume de migrantes arrefeceu (605,8 mil), mas a Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia no total da migração de nordestinos para o
taxa de migração18 permaneceu expressiva (3,04%). O fluxo de nordestinos total da região.
continuou elevado (207,7 mil) e os Estados que mais contribuíram para
esse movimento (MA, PI, CE e BA) enviaram, em conjunto, 157,8 mil mi- Na verdade, essa elevação da participação está relacionada ao aumen-
grantes - contingente maior que o do período anterior. Maior, também, foi o to do fluxo em direção aos municípios que integram o entorno imediato da
contingente vindo das Regiões Norte e Sul - o que demonstrava a amplia- Ride. Os volumes médios anuais da migração para os municípios elevaram-
ção da atratividade exercida pela capital federal. A situação se mantém no se de 455, no período 1970-1980, para 5.556, entre 1990 e 2000 (Tabela
período 1991-2000, e os fluxos originados nos quatro Estados nordestinos 4).
(MA, PI, CE e BA) e na Região Norte ampliam-se ainda mais. A migração vinda do DF, no período inicial (1970-1980), já apresentava
O fluxo de migrantes com residência anterior no DF cresceu significati- participações elevadas no total da migração interestadual de vários municí-
vamente, passando de 49 mil, entre 1970 e 1980, para 121,6 mil no período pios. Além dos municípios que integram o entorno imediato (naquele perío-
1981-9; e para 136,7, entre 1990 e 2000 - fato que denotou ampliação do do, Planaltina e Luziânia), outros como Alexânia, Corumbá de Goiás, For-
fluxo migratório intra-regional. Em síntese, a Ride caracteriza-se pelo mosa, Padre Bernardo e Pirenópolis tinham nos fluxos vindos do DF a
predomínio de migrantes provenientes principalmente dos Estados do maior participação na migração entre UFs - embora os volumes de popula-
Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia, cuja taxa média anual de migração ainda ção migrante sejam numericamente pouco significativos. Naqueles municí-
é a mais elevada na região (1,44%, no período 1970-1980; e 0,86%, entre pios, o segundo principal fluxo vem de municípios mineiros que não inte-
1990 e 2000). É importante salientar que, a exemplo do ocorrido no DF, gram a Ride. Como eles apresentam base econômica na agropecuária, é
apesar da tendência de queda da taxa para o total da região ao longo do possível que a migração de mineiros tenha sido motivada pela expansão da

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fronteira agrícola ocorrida na região (aumento do plantio de soja no serrado, que integram este recorte, principalmente para os localizados no sudoeste
naquele período). da Ride (Santo Antônio do Descoberto, Luziânia e seus desmembramentos:
Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Novo Gama e Valparaíso de
A migração de nordestinos para outras regiões do país tem sido bas- Goiás). Nos períodos seguintes, os volumes desse fluxo se elevaram para
tante estudada. No entanto, os dados sobre naturalidade e local de resi- 46.162 (1986-1991) e 80.942 (1995-2000).
dência anterior dos imigrantes que chegam à Ride possibilitam uma visão
mais ampla do fenômeno da re-migração da população originária dos Nos demais municípios do entorno, ocorreu a redução da imigração
Estados nordestinos, e indicam, principalmente, a não-absorção de parte vinda dos outros municípios vizinhos e foi aumentada a participação da
desse contingente de imigrantes pelo DF. No período 1986-1991, o fluxo de migração vinda do DF e dos municípios do Entorno Imediato. Outra tendên-
migrantes vindo do DF para o entorno era composto de 51,8% de naturais cia observada para o período foi a intensificação das trocas entre municí-
dos Estados do Nordeste, dos quais 38,1% nascidos no Maranhão, Piauí, pios do Entorno Imediato e os demais da região.
Ceará ou Bahia. No período mais recente (1995-2000), a população natural
desses Estados representou 49,8% do fluxo de migrantes do DF em dire- Para os três recortes espaciais, foi possível observar a elevação da
ção a outros municípios da Ride. participação da migração vinda de municípios do Entorno Imediato (ainda
que os números sejam pouco expressivos), indicando um novo aspecto da
Deslocamentos Intra-urbanos e Consolidação da Expansão Urba- redistribuição populacional na região, associado à capacidade de absorver
na no Entorno Regional população por parte daqueles municípios.
A migração interestadual teve papel preponderante na formação do en- Nas trocas populacionais intra-regionais, foram significativos apenas os
torno, uma vez que foi responsável por grande parte do incremento popula- fluxos representados pela emigração do DF em direção aos municípios que
cional do DF (principalmente nas décadas de 70 e 80, quando ocorreu a integram o Entorno Imediato - ainda que fosse possível identificar outras
intensificação do processo de periferização), o que potencializou o proces- tendências redistributivas de população no interior da Ride (Mapa 1).
so de redistribuição para os municípios do Entorno Imediato.
No período mais recente (1995-2000), saíram de Brasília 78.002 habi-
No caso da Ride, a mobilidade intra-urbana teve como principal ele- tantes, enquanto no Entorno Imediato entraram 75.257 - destes, 34.907
mento definidor da intensidade e direção dos fluxos a busca por moradias passaram a residir em Águas Lindas de Goiás.
dos segmentos populacionais que ocupam posições menos privilegiadas na
estrutura social, em áreas onde existe menor pressão para ocupação por Apesar da participação da migração vinda do DF para os municípios do
parte dos segmentos de rendas mais elevadas, que conseguem se apropri- Entorno Imediato ter apresentado ligeira queda na emigração intrametropo-
ar das localizações urbanas otimizadas, com acessibilidade ao centro e litana, isto não significa redução, mas sim ampliação das trocas entre
atividades socioeconômicas privilegiadas. municípios desse recorte espacial. Tanto a participação quanto o número
de pessoas que deixam o DF em direção ao entorno continuaram apresen-
Os instrumentos utilizados para viabilizar a apropriação diferenciada tando elevação no período mais recente. Dos 89.376 emigrantes intra-
das acessibilidades eram fruto, principalmente, da atuação do Estado. Este regionais que deixaram no DF no período 1995-2000, 90,6% dirigiram-se
utilizou os mecanismos de controle do uso e ocupação do solo, sob a para aqueles municípios.
prerrogativa da preservação do meio-ambiente. E também, no caso do DF,
valeu-se da preservação do projeto arquitetônico e paisagístico do Plano No período 1995-2000, intensificou-se a migração em direção aos de-
Piloto - ambos associados à política habitacional que conduziu à ocupação mais municípios da região, até então não diretamente envolvidos no pro-
periférica. cesso de expansão periférica. As trocas entre municípios do Entorno Imedi-
ato também apresentaram elevação, indicando que suas inter-relações
Além da atuação estatal, o mercado imobiliário também teve papel fun- ganham intensidade. Isso se dá pela melhora em suas dinâmicas econômi-
damental na estruturação da Ride, principalmente no que se referiu à cas e pelo processo de valorização imobiliária, em função das melhorias em
ocupação do entorno do quadrilátero, constituída por municípios goianos infra-estrutura.
limítrofes. Para tanto, atuou nas lacunas deixadas pela ação estatal na
oferta de moradias para a população de baixa renda. Migração Intrametropolitana e Mobilidade Pendular - A mobilidade
pendular apresenta estreita relação com o processo de estruturação urba-
Esses condicionantes da estruturação intra-urbana funcionaram como na: principalmente no que se refere aos diferenciais entre as localizações
uma estrutura de pressões ou motivações, e atuaram tanto nos lugares de das atividades no espaço urbano regional e a intensificação da migração
destino como nos de origem. Assim, levaram a população a se deslocar no intrametropolitana. No processo de estruturação intra-urbana, a necessida-
espaço intra-urbano e estabeleceram trocas entre municípios da região de de deslocamento de pessoas em direção ao entorno (migração intrame-
(CUNHA, 1994). tropolitana) certamente gerou a intensificação desses fluxos pendulares, na
busca pelo atendimento das demandas por emprego e/ou atividades gera-
A não-absorção de grande parte do contingente migratório com destino doras de renda para essa população que não consegue inserir-se no espa-
ao DF fez com que a migração intrametropolitana ganhasse importância ço do DF. A ligação entre os dois tipos de movimentos populacionais é
relativa no total dos migrantes que chegam à região, impactando a expan- estreita: a ocorrência do primeiro gera a do segundo. Ou seja, ao se mudar
são do entorno regional. A participação dos migrantes internos à região para o entorno, a população passa a depender das viagens diárias em
ampliou-se: de 15,7% para 28,0% do total, ao longo do período 1975-2000. direção ao antigo local de moradia, como forma de obter renda e serviços
Essa elevação deu-se não só pelo aumento de volume de migrantes in- que lhe permitam sobreviver.
trametropolitanos - que passaram de 66.584 para 119.769, no período O volume de pessoas que se movem diariamente no interior da Ride
1975-2000 - mas também em função da redução da chegada de migrantes cresce de 13.328 em 1980, para 132.909 no ano de 2000.19 Das 132.914
vindos dos demais municípios de Goiás e Minas Gerais. A elevação da pessoas que se movem diariamente no interior da região, 119.916 (90,2%)
participação da emigração do DF em direção aos municípios da região, deixam municípios localizados no Entorno Imediato em direção ao Distrito
inclusive os que não integram o Entorno Imediato, reduziu as participações Federal, onde estão concentrados os empregos e as atividades que possi-
das migrações entre municípios vizinhos que até então predominavam bilitam geração de renda.
naqueles não diretamente envolvidos no processo de expansão urbana,
indicando a intensificação das relações entre o DF e o Entorno Distante. A intensidade e a direção da mobilidade pendular na Ride revelam os
diferenciais no acesso ao solo urbano pelos diferentes segmentos sociais
As participações das imigrações segundo o local de origem e de desti- da população, implicando em deslocamento na busca pelo atendimento das
no se alteraram ao longo do período 1975-2000. Os dados desagregados demandas básicas por trabalho, serviços sociais, lazer e atividades de
para os três recortes espaciais demonstraram que a elevação da participa- consumo, com o agravamento gerado pelas grandes distâncias e pelo
ção da migração intrametropolitana pode ser atribuída à sua elevação para deficiente sistema de transportes.
os municípios do entorno que não integram o Entorno Imediato (Gráfico 2).
Entre estes, a demanda por trabalho ou educação, além de assumir
Como já foi dito, o fluxo de migração intrametropolitana mais significati- peso maior entre as demais em função do seu caráter de movimentação
vo foi representado pelos que deixam o DF em direção ao Entorno Imedia- diária, pode ser mensurada a partir dos dados censitários, estabelecendo
to. No período 1975-1980, 33.866 pessoas deixaram o DF para municípios

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diferenciais entre as pessoas que realizam mobilidade pendular, segundo à existência de uma relação de causalidade entre a migração intra-urbana e
sua condição migratória e residência anterior. a intensificação dos movimentos pendulares. A análise dos dados sobre os
deslocamentos intra-urbanos diários indicou que 42,4% das pessoas que
Grande parte da população que realiza movimentos pendulares já rea- realizavam movimentos pendulares residiam há menos de cinco anos no
lizou algum movimento migratório em direção ao atual município de resi- município - destas, 50,3% declararam como residência anterior o Distrito
dência. Cerca de 42,4% do total das pessoas que realizavam movimentos Federal.
pendulares em 2000 tinham menos de cinco anos de residência no municí-
pio em que residiam; e, destas, 50,3% declararam como residência, em A possibilidade de gestão urbana integrada que a definição da Ride
31/7/1995, o Distrito Federal. Assim, fica confirmada a estreita ligação entre traz certamente será um importante instrumento para a amenização dos
migração intrametropolitana, processo de periferização e intensificação dos problemas atuais. Entre as contradições a serem enfrentadas pela gestão
deslocamentos diários. urbana na região destacam-se a questão dos conflitos gerados pela propri-
edade da terra destinada ao uso urbano e a ilegalidade na ocupação intra-
Desagregados para os diferentes recortes espaciais, os dados revelam urbana.
que 58,5% das pessoas que realizam movimentos pendulares residem no
Entorno Imediato; e as que residiam a menos de cinco anos no município O não atendimento da inesgotável demanda por moradias, gerada pelo
vieram do DF. crescimento urbano, que, apesar do arrefecimento na década de 80, deu
indícios de novo dinamismo nos anos 90, inclusive em função da manuten-
No entanto, se comparamos com os dados de 1980, podemos observar ção da intensidade dos fluxos migratórios para a região nessa última déca-
que o porcentual de pessoas que realizam movimentos diários em direção a da, gera novas ocupações em áreas centrais, demandando soluções que
Brasília, que residem no Entorno Imediato e declaram residência anterior no não alimentem o crescimento periférico.
Distrito Federal caiu de 72,3 %, em 1980, para 59,3, em 2000. Essa redu-
ção do peso dos emigrantes do DF em relação às pessoas que realizam a A questão do emprego assume particularidades que agravam o pro-
mobilidade pendular ocorre em função da elevação da participação dos cesso de exclusão da população periférica. A economia regional baseia-se
fluxos interestaduais no total da migração em direção ao Entorno Imediato. nas transferências de rendas, conformando um grande mercado consumi-
dor. A elevada renda que potencializa esse mercado consumidor não
Apesar de o Distrito Federal continuar concentrando as oportunidades provém de uma inserção produtiva regional, mas sim da ocupação de parte
de emprego e geração de renda, os municípios do Entorno Imediato - da população na administração pública, gerada em função dos altos salá-
principalmente Novo Gama, Cidade Ocidental e Valparaíso de Goiás - vêm rios pagos ao funcionalismo federal.
aumentando sua participação como receptores de pessoas que realizam
mobilidade pendular. Eles recebem 32% das pessoas residentes em Brasí- A evolução crescente do desemprego na região tem evidenciado a in-
lia que realizam este movimento: mais especificamente nas Regiões Admi- suficiência da economia local na geração de empregos. O crescimento
nistrativas do Gama e de Santa Maria, cujas distâncias são menores em populacional - mais especificamente a expansão da população economica-
direção a esses municípios do que em direção às regiões onde se concen- mente ativa - PEA - associado à retração na oferta de postos de trabalho,
tram os empregos no DF (como o setor comercial sul no Plano Piloto ou o vem-se traduzindo num quadro social problemático, com tendências agra-
centro da Região Administrativa de Taguatinga, por exemplo). vantes.21
CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse sentido, a dinamização econômica do entorno, com novas pos-
sibilidades de diversificação de atividades econômicas que possam gerar
O objetivo deste texto foi contribuir para o estabelecimento de relações emprego e renda é de extrema importância para a redução das desigualda-
entre o processo de estruturação intra-urbana e os deslocamentos intra- des socioespaciais, amenizando, assim, os problemas gerados pelo cres-
urbanos, na região metropolitana formada pelo DF e municípios goianos e cimento periférico.
mineiros do entorno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Entre as grandes cidades e metrópoles nacionais, Brasília destaca-se BAENINGER, R. Interiorização da migração em São Paulo: novas territorialida-
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_____. (Org.). Urbanização e metropolização. A gestão dos conflitos em Brasí- entre a cidade e o campo; garantia de preservação e recuperação ambien-
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Campinas: Unicamp, 1997. [ Links ] pios elaborem um Plano Diretor, que é um conjunto de leis que estabelece
SASSEN, S. The global city: New York, London, Tokyo. 2. ed. New Jersey: as diretrizes para o desenvolvimento socioeconômico e a preservação
Princeton University Press, 2001.[ Links ] ambiental, regulamentando o uso e a ocupação do território municipal,
VILLAÇA, F. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, Fapesp,
Lincoln Institute, 2001. [ Links ]
especialmente o solo urbano. O Plano Diretor é obrigatório para municípios
que apresentam uma ou mais das seguintes características: - abriga mais
de 20 mil habitantes; - integra regiões metropolitanas e aglomerações
Desigualdades sócio espaciais urbanas; - integra áreas de especial interesse turístico; - insere-se na área
de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto
No Brasil, verificam-se alterações nos rumos das políticas públicas ha- ambiental de âmbito regional ou nacional; - o poder público municipal quer
bitacionais, em especial associadas ao processo de favelização, dissemi- exigir o aproveitamento adequado do solo urbano sob pena de parcelamen-
nando-se de modo residual e acelerado, envolvendo conjuntos habitacio- to, desapropriação ou progressividade do Imposto Predial e Territorial
nais, suprimindo espaços livres, comprometendo ambientes frágeis e Urbano.
homogeneizando a paisagem periférica. Tais políticas contribuíram para a
Os planos são elaborados pelo governo municipal – por uma equipe de
exacerbação das condições de desigualdade sócio-espacial no espaço
profissionais qualificados, como geógrafos, arquitetos, urbanistas, enge-
intra-urbano de metrópoles, cidades médias e pequenas.
nheiros, advogados e outros.
A partir da década de 1990, se incentiva a municipalização das políti-
Aplicações do Plano Diretor
cas habitacionais, porém, devido a diversidade inerente às favelas, assim
como a sua fragmentação no intra-urbano, estas políticas adotam ações Cada Plano Diretor trata de realidades particulares dos diversos muni-
multi-orientadas atreladas à localização, à vulnerabilidade sócio-ambiental, cípios, mas a maioria deles apresenta as seguintes aplicações práticas:
dentre outros.
- Lei do Perímetro Urbano – Estabelece os limites da área considerada
Dentro de um quadro pouco promissor, algumas tendências são apon- perímetro urbano, em cujo interior é arrecadado o IPTU.
tadas, tais como: predomínio das comunidades de áreas de risco como alvo
maior das ações; a utilização de instrumentos urbanísticos de regularização - Lei do Parcelamento do Solo Urbano – A principal atribuição dessa lei
fundiária; a expansão da cidade espontânea auto-construída; a ampliação é estabelecer o tamanho mínimo dos lotes urbanos, o que acaba determi-
do mercado imobiliário formal na produção habitacional. nando o grau de adensamento de um bairro ou zona da cidade.
- Lei de Zoneamento (uso e ocupação do solo urbano) – Estabelece as
zonas do município nas quais a ocupação será estritamente residencial ou
A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA mista (residencial e comercial), as áreas em que ficará o distrito industrial,
quais serão as condições de funcionamento de casas noturnas e muitas
A população urbana de acordo com o IBGE
outras especificações que podem manter o alterar profundamente as carac-
No Brasil, são recenseadas como população urbana todas as pessoas terísticas dos bairros.
residentes no perímetro urbano dos municípios. Como as prefeituras,
- Código de Edificações – Estabelece as áreas de recuo nos terrenos
porém, aumentam esse perímetro para poder cobrar IPTU em vez de ITR e,
(quantos metros do terreno deverão ficas desocupados na sua parte frontal,
assim, acabam abarcando algumas áreas rurais, a população residente em
nos fundos e nas laterais), normas de segurança (contra incêndio, largura
cidades acaba sendo superestimada. Como essa metodologia não conside-
das escadarias, etc.) e outras regulamentações criadas por tipo de constru-
ra a densidade demográfica, número de habitantes e presença de equipa-
ção e finalidade de uso – es cola, estádio, residência, comércio, etc.
mentos tipicamente urbanos, muitas aglomerações com estrutura e modo
de vida rural em pequenos municípios têm seus cidadãos classificados - Leis Ambientais – Regulamentam a forma de coleta e destino final do
como urbanos. Essa realidade compromete a comparação dos dados lixo residencial, industrial e hospitalar e a preservação das áreas verdes:
estatísticos de urbanização do Brasil com os de outros países. controlam a emissão de poluentes e atmosféricos e normatizam ações
voltadas para a preservação ambiental.
A rede urbana brasileira
- Plano do Sistema Viário e dos Transportes Coletivos – Regulamenta o
Até a década de 1930, quando efetivamente se iniciou o processo de
trajeto das linhas de ônibus e estabelece estratégias que facilitem ao máxi-
industrialização brasileiro, quase não havia integração econômica entre as
mo o fluxo de pessoas pela cidade por meio da abertura de novas aveni-
regiões, e a rede urbana estruturava-se apenas no âmbito regional. Atual-
das, corredores de ônibus, investimentos em trens urbanos e metrô, etc.
mente, com a plena integração econômica do território nacional, a rede
urbana estrutura-se por todo o país, contando, além das metrópoles regio- Alterações provocadas por mudanças no Plano Diretor
nais, com duas nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro.
Entre as várias intervenções urbanísticas que podem ser provocadas
As regiões metropolitanas por alterações no Plano Diretor, destacam-se: autorização para a constru-
ção de edifícios altos em bairros horizontais (verticalização); alteração nas
No Brasil, uma região metropolitana é um “conjunto de municípios con-
rotas e modos de transportes coletivos; autorização de implantação de
turbados, integrados social e economicamente e com problemas comuns de
estabelecimentos comerciais em bairros residenciais; estabelecimento de
infraestrutura”. Nessas áreas há a necessidade de criação de uma esfera
densidade de ocupação em função do tamanho dos lotes, etc.
administrativa que esteja acima da existente nos municípios que formam a
região metropolitana para administrar os problemas comuns de infraestrutu- ORGANIZAÇÃO SOCIAL
ra. Já as aglomerações urbanas são constituídas por pequenas e médias
cidades integradas, mas sem a presença de um centro polarizador que Uma organização social ou instituição social é qualquer estrutura ou
extrapole a escala local. mecanismo de ordem social que governa o comportamento de um conjunto
de indivíduos dentro de uma dada comunidade, podendo ser humana ou de
O Plano Diretor e o Estatuto da Cidade um animal específico. Instituições são identificadas com um propósito
social, transcendendo indivíduos e intenções através da mediação de
A partir de outubro de 2001, com a aprovação da Lei n. 10257, que fi-
regras que governam o comportamento vivo. É o conjunto de relações entre
cou conhecida como Estatuto da Cidade, houve regulamentação dos arti-
membros de um grupo, entre grupos ou entre pessoas e grupos. [1]
gos de política urbana que constam na Constituição de 1988. O estatuto
fornece as principais diretrizes a serem aplicadas nos municípios, por Uma sociedade não tem condições de sobreviver se não apresentar
exemplo: regularização da posse dos terrenos e imóveis, sobretudo em uma certa organização e relacionamento entre seus membros. Para que
áreas de risco que tiverem ocupação irregular; organização das relações exista sociedade são necessárias interações conscientes entre os indiví-

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duos que a formam. Sem organização, o homem não conseguirá, de manei- países, aumentando sua segurança e seu desenvolvimento econômico e ambien-
ra ideal, alimentação, vestimenta, moradia, enfim, realizar com plenitude tal. Ex.: Solar, Eólica, Geotérmica e Maremotriz.
todas as suas potencialidades.
Até os grupos sociais se organizam e mantêm relações recíprocas, Apesar dos avanços tecnológicos das últimas quatro décadas, proporcionados
como entre famílias, entre escolas, entre fábricas, etc. pela Revolução Técnico-Científico Informacional, o principal recurso da matriz
energética é o mesmo desde a Segunda Revolução Industrial (1850) – o petróleo
Um aspecto cultural marcante dos povos é a organização social, que – tendo o carvão como segundo maior demanda e o gás natural em terceiro.
compreende os papéis exercidos pelos indivíduos na sociedade e as ações Neste caso, apesar dos investimentos em fontes alternativas – solar, eólica,
decorrentes do desempenho desses papéis. Numa escola, por exemplo, o geotérmica, mantêm-se os combustíveis fósseis como a principal forma de
diretor orienta o trabalho de todos os funcionários, solicita melhorias para o obtenção de energia em nível mundial.
prédio e suas instalações, participa de reuniões na delegacia de ensino
para acompanhar as determinações da Secretaria de Educação; os inspeto-
res cuidam da disciplina; os professores lecionam; os faxineiros cuidam da
limpeza; os alunos participam das aulas etc.
A organização social engloba os diversos campos de atuação humana:
econômico(atividades produtivas,comercio,serviços; político (governo);
religioso (líderes espirituais e fiéis).
Na organização social, são importantes as relações de poder que se
estabelecem entre os indivíduos que a compõem. Mas o que é poder?
Poder, no sentido social da palavra, significa capacidade de agir, de produ-
zir resultados que foram predeterminados. Assim,por exemplo, temos poder
para elaborar uma redação ou para resolver uma equação de matemática,
desde que disponhamos dos meios para isso: conhecimento do assunto,
caneta, lápis, papel ou microcomputador.
As relações de poder na sociedade, o poder manifesta-se em diversos
grupos sociais ou em diversas esferas da vida em sociedade. Há relações
de poder na família, num clube, numa empresa, nas religiões, nos sindica-
tos de trabalhadores etc. Esquema com matriz energética mundial (Foto: Revista Escola)

Novamente no exemplo da escola, o diretor tem poder para determinar Combustíveis fósseis são originados a partir da decomposição de restos de
uma alteração nos procedimentos de limpeza executados pelos funcioná- seres vivos, depositados em partes mais baixas da crosta terrestre. Neste caso,
rios da faxina, ou para convocar reuniões com os professores. podemos perceber que cerca de 85% da matriz energética mundial é baseada
em recursos finitos, emitindo cada vez mais CO2na atmosfera, alterando as
Mas esse poder do diretor em relação aos funcionários é exercido ape- condições climáticas do planeta.
nas na escola, enquanto estão desempenhando suas atividades no horário
de trabalho. É importante frisar que há esforços em investir e aumentar o consumo de
energia proveniente de fontes renováveis como a solar e a eólica. Países como
Em uma empresa, o chefe de um setor tem poder para distribuir servi- Estados Unidos, China e Alemanha investem cada vez mais em pesquisas para
ços entre os seus funcionários subordinados. tornar mais eficiente a captação e a distribuição de energia originada pelo vento e
sol.
Matriz energética; as questões ambientais
Já no Brasil, diferente da mundial, observamos que a matriz energética naci-
Os recursos energéticos são o foco dos interesses estatais, gerando disputas onal é diversificada, tendo quase metade dela proporcionada por fontes renová-
geopolíticas desde a primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do veis, como a hidrelétrica e biomassa (conhecida como biodiesel).
século XX, com a expansão do meio urbano-industrial, principalmente, na Améri-
ca Latina e Sudeste Asiático e, consequentemente, o crescimento populacional,
houve o aumento exponencial da demanda energética. Nos últimos anos, a
questão energética traz novas discussões: agências internacionais, estados e a
sociedade, geram debate sobre consumo, recursos naturais, mudanças climáti-
cas e, principalmente, a segurança energética dos países mais ricos.
Antes de tudo, é importante conhecer os diferentes tipos de fontes de ener-
gia. Podemos classificá-las em renováveis e não renováveis; primárias e secun-
dárias; convencionais e alternativas.
Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um tempo curto, tor-
nando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/biodiesel a partir de cana-de-açúcar,
mamona, girassol, entre outros).
Não Renováveis → Oriundas de matéria orgânica decomposta por milhões
de anos, não havendo tempo hábil para serem formados para uso humano. Ex.:
Petróleo, gás natural e carvão.
Primárias → Quando utilizamos diretamente para geração de calor/energia.
Ex.: Lenha queimada para uso doméstico.
Gráfico com matriz energética brasileira (Foto: Ministério de Minas e Energia)
Secundárias → Utiliza-se um meio de energia para obter outro. Ex.: Usina
Nuclear enriquece o Urânio para aquecer a água e mover as turbinas, gerando A diversificação demonstra que o Brasil está inserido neste novo cenário de
energia elétrica. mudanças e discussões sobre o clima e o desenvolvimento sustentável, já que
busca alternativas à importação, extração e uso em larga escala de energias não-
Convencionais → São as energias base da sociedade contemporânea. renováveis, como o petróleo, gás natural e carvão. Investimentos em produção de
Ex.: Petróleo, gás natural, carvão e hidroelétricas. biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar e na construção de usinas hidrelétri-
Alternativas → Constituem uma alternativa ao modelo energético decorren- cas, principalmente, na região Norte, trazem o Brasil para um patamar de um dos
te dos últimos dois séculos, sua introdução diversifica a matriz de energia dos países com matriz energética mais limpa do mundo.

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Quase tudo que fazemos e usamos hoje passa por algum gasto de energia. ção gerou o desencadeamento de uma rede de fluxos de informações e
Ir à escola ou ao trabalho, assistir à televisão, cozinhar, tomar banho, em tudo há serviços que interliga vários pontos do globo entre si.
gasto energético. Todavia, existem diferentes formas de sua produção, distribui-
ção e consumo, tanto de combustíveis, como de energia elétrica. Essa questão da interdependência entre os sistemas de transporte e a
globalização explica-se pelo fato de as práticas humanas modificarem-se a
A maioria dos transportes são movidos a partir de óleos refinados do petróleo partir da transformação das técnicas. São as técnicas e os objetos técnicos
(gasolina, diesel e querosene) sendo, então, o maior consumidor da indústria que atuam no processo de constituição das práticas sociais e na transfor-
petrolífera. É, por isso que, uma entre diversas dificuldades em implementar mação do espaço geográfico. Com a evolução do capitalismo, as técnicas
sistemas eficientes de transporte público – como metrôs, trens, ciclovias etc – reproduzidas nos meios de transporte foram ganhando novas formas,
além da introdução e barateamento de carros híbridos, que também são movidos funções e tecnologias mais avançadas.
à eletricidade, são originados pelas indústrias petroquímicas, que influenciam as
ações governamentais na área energética. Dessa maneira, das 25 maiores Inicialmente, nas últimas décadas do século XV até o início do século
empresas do mundo em 2013, mais da metade é vinculada ao setor de energia. XVI, os meios de transporte eram limitadores do alcance das práticas
comerciais até mesmo na comercialização de produtos perecíveis. O de-
Podemos adquirir de diversas maneiras a energia elétrica que abastece nos- senvolvimento da navegação marítima permitiu, além da expansão colonial
sas residências, parques industriais e prédios públicos. Pode-se obter pelas europeia, uma maior amplitude em termos comerciais, passando a integrar
hidrelétricas, com o represamento d’água, gerando quedas para fluir entre as diferentes regiões do planeta por diferentes rotas. A produção de matérias-
turbinas. Também temos as termoelétricas – usinas que geram energia a partir do primas e de produtos manufaturados e o consequente desenvolvimento das
aquecimento de grande quantidade de água pela queima de gás natural, biomas- sociedades puderam, então, consolidar-se no período chamado de Capita-
sa e Urânio enriquecido. Além, obviamente, das novas fontes limpas – solar, lismo Comercial.
eólica, geotérmica, maremotriz, etc.
Posteriormente, com os avanços promovidos pela Primeira e Segunda
Vale lembrar que a demanda energética vai crescer nos próximos anos, prin- Revoluções Industriais até o final do século XIX, os meios de transporte
cipalmente, nos chamados países emergentes, como China, Índia, Brasil, África conheceram um novo salto com a invenção da máquina a vapor e o meio
do Sul, entre outros. O avanço do meio urbano, do potencial industrial e da popu- ferroviário, bem como o maior desenvolvimento da navegação. Esses
lação vai incrementar essas áreas como novas grandes consumidoras, principal- instrumentos permitiram, então, a integração intraterritorial em vários países
mente de petróleo e energia elétrica. Contudo, os EUA ainda terão grande parcela e continentes, além de intensificar as trocas comerciais internacionais.
na produção e no consumo da energia do mundo. Estes, inclusive, vêm investin-
do maciçamente em novas fontes de energia para se tornarem independentes, O século XX, por sua vez, foi o século do desenvolvimento rodoviário e
principalmente, dos exportadores de petróleo do Oriente Médio, Rússia e Vene- também do transporte aéreo, sobretudo com a III Revolução Industrial,
zuela. também conhecida como Revolução Técnico-Científica Informacional.
Com isso, cargas, produtos e pessoas puderam ser mais facilmente deslo-
cados, permitindo a integração com os pontos mais remotos, fator necessá-
rio e vital para a atual complexidade da globalização. Se antes uma merca-
doria ou mensagem levava dias ou, a depender da distância, até meses
para chegar, hoje em dia é possível comunicar-se ou se deslocar rapida-
mente mesmo entre os locais de distância mais extrema.
Portanto, podemos perceber que os transportes são de fundamental
importância para o fluxo de informações da economia moderna, que se
estende em uma lógica macroespacial. Se hoje temos os acordos internaci-
onais, os blocos econômicos e o deslocamento de produtos e matérias-
primas na Divisão Internacional do Trabalho, é porque foi possível conceber
uma rede de transportes que se torna, a cada dia, mais dinâmica e mais
vital para o funcionamento da economia.
Fonte: http://www.mundoeducacao.com/geografia/transportes-na-era-
globalizacao.htm

Gráfico informativo sobre o futuro da energia. (Foto: Colégio Qi) O IMPACTO DA EVOLUÇÃO TECNOLOGICA SOBRE O
(RE)ORDENAMENTO GEOPOLÍTICO E ECONÔMICO DO
Assim, o tabuleiro geopolítico vai se movimentando, conforme os interesses
em investir, importar e exportar energia a partir de diversas fontes existentes. O ESPAÇO GEOGRÁFICO: Ordenamento geopolítico mun-
mundo vem passando por transformações, sobretudo, no meio ambiental, tor- dial; Globalização; Comércio internacional; Mercados
nando os novos meios de energia essenciais para todos os países, o que possibi- regionais; Os atuais fluxos de informação ;As redes soci-
lita a segurança econômica e social em todo planeta. ais e sua influencia nas relações econômicas, sociais e
Fonte: http://educacao.globo.com/artigo/questao-energetica-na-atualidade.html culturais atuais; A questão ambiental: conferências, de-
bate, acordos, protocolos e a política ambiental brasileira.
Comunicação e transportes no mundo globalizado. A Reorganização Geopolítica

Considerando a evolução do sistema capitalista ao longo dos séculos e A Alemanha foi o pivô no conflito que teve tanto na Primeira Guerra
as transformações que permitiram a integração mundial, podemos dizer Mundial como na Segunda Guerra. O país mergulhou numa grande crise
que, sob muitos aspectos, a evolução da Globalização é, pois, uma série tanto econômica como social, em conseqüência da Primeira Guerra Mun-
contínua de evolução nos meios de transporte. Portanto, a questão dos dial. Foi criado assim condições ideais para o surgimento do nazismo:
transportes na era da Globalização envolve uma dinâmica de transforma- grave crise econômica; revanchismo, principalmente contra a França, pelas
ções cada vez mais aceleradas e produtoras de uma interdependência. humilhações impostas pelo Tratado de Versalhes; nacionalismo; racismo.
Adolfo Hitler chegou no poder em 1933, lançando a Alemanha num pro-
Aliados à evolução nos sistemas de comunicação, os meios de trans- cesso expansionista. Com a derrota da Alemanha, Japão e Itália e o enfra-
porte permitiram a ocorrência daquilo que se assinalou como a compressão quecimento do Reino Unido e da França, o mundo foi levado por mudanças
do tempo e do espaço, em que as distâncias do mundo “encurtaram”, ou econômicas e geopolíticas. Os Estados Unidos agora do bloco capitalista,
seja, podem ser mais facilmente percorridas, reduzindo gastos e também e do outro lado, União Soviética, que expandiu sua influencia e seu territó-
tempo em deslocamentos e emissão de mensagens. Com isso, a globaliza- rio, definindo o bloco socialista.

Geografia 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Após a união entre Estados Unidos e União Soviética para derrotarem tiu a troca nessa paridade. Nas duas décadas seguintes após o pós-guerra,
o eixo, foi acirrada uma disputa pela hegemonia no globo, dando inicio a essa situação levou as grandes potencias a aumentar as suas economias.
Guerra Fria, que se estendeu no momento pós-guerra até o final dos anos
80. Já no final da década de 60 a economia norte americana dava sinais
de crise. Isto ocorreu devido aos gastos na corrida armamentista, déficits
Os Estados Unidos lançaram em 1947, a doutrina Truman e o Plano orçamentários e desequilíbrio na balança comercial, o que levou o governo
Marshall, sendo consenso, portanto, considerar este ano como inicio da norte americano a emitir moeda sem lastro, isto quer dizer, sem a retenção
Guerra fria. de valor correspondente em ouro. Em 1973 numa reunião do FMI, foi
decidido o fim do padrão dólar ouro. A partir daí os Estados Unidos passou
A doutrina Truman tinha por objetivo a contenção do socialismo. Foi a emitir dinheiro sem lastro, e teve que observar sua moeda se desvalori-
desenvolvido por George F. Kennan, e tinha como idéia básica impedir a zar frente a outras moedas, como o ienes japonês.
expansão da União Soviética, fazer alianças com outros países para isola-
la. Já o Plano Marshall, idealizado por George C. Marshall era um plano O Banco Mundial (ou Bird) no começo foi criado com objetivo de ajudar
para ajudar países na Europa afetados pela guerra, e recuperar mercados os países europeus afeados pela guerra. Mas com o tempo passou a
para produtos e capitais norte-americanos. financiar criação de infra- estrutura nos países subdesenvolvi-
dos:construção de estradas, construção de usinas de energia, instalação
O Plano Marshall também foi estendido a Alemanha (Ocidental) e Itá- de industria de base e etc.
lia. A recuperação e regularização da economia e comercio mundial era
necessária para a contenção do socialismo, e assegurar para os Estados O FMI tem como objetivo estimular o comercio mundial e promover
Unidos em mercado que seria capaz de consumir sua elevada produção. O ajuda econômica aos países membros que apresenta, problemas econômi-
Plano Marshall contribui para expandir os ideais da sociedade de consumo, cos, evitando que desequilíbrios econômicos em alguns países levassem a
o chamado american way of life ( modo americano de viver ). uma crise global. Na prática, o FMI atua resolvendo crises de países que
apresentam problemas para equilibrar seus balanços de pagamentos. Com
Em 1948 para administrar a ajuda recebida através do plano Marshall, o FMI se estabeleceu regras básicas das relações financeiras internacio-
foi criada a OECE ( Organização Européia de Cooperação Econômica ), nais. Os países membros converteram o valor de suas moedas ao dólar ou
em 1961, seu nome foi mudado para OCDE ( Organização de Cooperação ao ouro, e isto a valorização da moeda norte americana.
e Desenvolvimento Econômico ), visto que foram incluídos países não-
europeus. Além do mais, seus objetivos foram ampliados: a geração de Todos os países membros do FMI tem cotas de fundo proporcionais
empregos, incentivar o crescimento econômico, expandir o comércio e a aos recursos eles contribuem. Os Estados Unidos tem a maior parte de
estabilidade financeira dos países membros. A OCDE, congrega alguns cotas, o que leva ele a tomar as decisões finais em relação as políticas do
dos países mais ricos do mundo, é sediada em Paris. FMI, visto que o poder de decisão é proporcional as cotas que cada país
possui.
Com a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, a reunifica-
ção da Alemanha, o desmantelamento do Pacto de Varsóvia em abril de O Gatt também teve como objetivo estimular o comércio mundial e
1991, e a dissolução do Império Soviético a Guerra fria chega ao seu fim. combater medidas protecionistas. Em 1995 o Gatt passou a denominar-se
OMC (Organização Mundial de Comércio) e tem procurado aumentar sua
A Guerra Fria foi marcada pela bipolarização de poder entre Estados influencia no comércio mundial.
Unidos e União Soviética, que competiam para conseguir zonas de influen-
cia. Começaram a corrida armamentista, um querendo superar o outro em Essa três instituições agem reciprocamente, ou seja, se um país não
força militar. Portanto a paz era impossível de ocorrer, mas também a respeitar as regras estabelecidas pela OMC, não tem acesso aos recursos
guerra não aconteceu. Isto porque cada país tinha um grande poder des- financeiros do FMI e do Banco Mundial. De modo similar, o Banco Mundial
trutivo, e se ocorresse uma guerra, era certo que esta guerra não teria só libera recursos para países que orientam sua economia com as metas
vencedores, haveria uma mútua destruição. aceitas ou sugeridas pelo FMI.
O mundo ficou divido em blocos geopolíticos e ideológicos. De um lado Tentando reorganizar a política internacional
o bloco ocidental, e do outro, o bloco oriental. O bloco ocidental designou
os países capitalistas, apoiados pelos Estados Unidos. O bloco oriental A ONU (Organização das Nações Unidas) foi criada em 1945, numa
designava os países socialistas, junto com a União Soviética. Conferencia em São Francisco (Estados Unidos), com o objetivo de garan-
tir a paz mundial, e a cooperação entre os países, para se resolver proble-
mas econômicos, sociais e humanitários. Sediada em Nova Iorque, a ONU
substituiu a Liga das Nações criada após a Primeira Guerra Mundial.
A ONU é constituída por vário órgãos, por exemplo: Unesco (para
Educação, Ciência e Cultura), FAO (para a Agricultura e Alimentação).
Alem de vários programas e organizações, como: Unicef (Fundo das
Nações Unidas para Infância). Nestes órgãos e programas participam
quase todos os países do mundo. Apesar que, mesmo com a criação da
ONU, não foi possível impedir a morte de milhões de pessoas em conflitos.
Os dois órgãos mais importantes da ONU são, a Assembléia Geral e o
Conselho de Segurança.
As duas superpotências procuravam ter bastante poder bélico A Assembléia Geral faz recomendações, e não decide sobre questões de
segurança internacional. É formada por todos os países membros, mas as
Reordenando a economia resoluções feitas na Assembléia tem que ter pelo menos nove votos dos
países que fazem parte do Conselho de Segurança; até 1990 qualquer
Em julho de 1944, na Conferencia de Bretton Woods, nos Estados
resolução poderia ser vetada pelos EUA ou pela Rússia; atualmente o
Unidos, os 44 países aliados lançaram uma nova ordem econômica, um
poder de veto foi estendido aos cinco membros permanentes.
plano que visava estimular o desenvolvimento capitalista e a reconstrução
e estabilidade econômica mundial. Apesar de vários países participarem O Conselho de Segurança é o órgão de maior poder da ONU. É for-
quem dava as regras era os Estados Unidos, e também uma parcela o mado por quinze países membros, sendo que cinco são permanentes, e os
Reino Unido. Foram criados o Banco Mundial, o FMI(Fundo Monetário outros dez são eleitos a cada dois anos. Esse Conselho pode investigar
Internacional) e o Gatt (Acordo Geral sobre tarifas Aduaneiras e Comércio). conflito e disputas internas ou entre países. Pode recomendar acordos de
paz ou sanções que envolvem corte de relações diplomáticas e até mesmo
Nessa reunião foi definido um novo padrão monetário, o padrão dólar-
bloqueio econômico. Os cinco países permanentes são: Estados Unidos,
ouro. O banco central norte americano (Federal Reserve Board), garantiu
Reino Unido, China, França e Rússia.
uma paridade de 35 dólares por uma onça troy (31,1g) de ouro. Ou seja,
quem quisesse trocar dólar por ouro, o governo dos Estados Unidos garan-

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Nova Zelândia; Otase – uma ambiciosa aliança militar asiática formada
pelo Reino Unido, França, pelos países da Anzus, Tailândia e Paquistão.
Com o fim da Guerra Fria, as alianças que não foram extintas, se tor-
naram órgãos políticos. A Otan passou a ter um novo objetivo: manter a
paz na Europa. Para isso foi criado o projeto Parceria para a Paz. A Otan
ainda se expandiu com a entrada de países que faziam parte da ex-União
Soviética. A Rússia tem sido contra essa política, afirmando que é uma
ameaça à sua segurança. Mas se trata apenas dos últimos suspiros da
Guerra Fria.
Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia009.asp
Globalização
Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece
uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através
deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias,
realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos cultu-
rais pelos quatro cantos do planeta.
O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está rela-
cionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distân-
cias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas
de forma rápida e eficiente.

Na pratica, durante a Guerra Fria, a ONU ficou paralisada, visto que se Origens da Globalização e suas Características
as decisões tomadas contrariassem os EUA ou a União Soviética eles Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos
vetavam as resoluções. XV e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste
Geopolítica no período pós-guerra contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de
outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. Porém,
Neste período de Guerra Fria os interesses dos Estados Unidos se a globalização efetivou-se no final do século XX, logo após a queda do
completaram, como exemplo a elaboração da Doutrina Truman e o Plano socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que
Marshall (já citados nesta lição). ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização
A União Soviética, superpotência rival, desde a década de 1940 já econômica.
mostrava sua liderança em muitos setores, superada apenas pelos EUA. Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais
Depois de 1945, passou a ter influencia em quase todos os continentes. buscaram conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos
Os Estados Unidos, por sua vez, criaram blocos militares visando im- países recém saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empre-
pedir que a influencia socialista se expandisse. Muitos setores norte- sas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os
americanos acreditavam que se a União Soviética expandisse a sua influ- preços e também para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de
encia, além dos países do Leste europeu e a China, aos poucos todos forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a utilização da Internet, das
iriam cair nas “mãos do inimigo”. Estabeleceu-se em “cordão sanitário” que redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.
isolava a potencia rival. Ao modo de ver dos ocidentais, o socialismo era Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo ba-
uma doença e deveria ter sua expansão contida. rateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas, produzem
Em 1949 foi criado então, a OTAN ( Organização do Tratado do Atlân- suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos.
tico Norte), uma aliança formada pelos Estados Unidos, Canadá, e vários Optam por países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são
outros países ocidentais. Sua sede fica em Bruxelas (Bélgica). A criação da mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados
OTAN foi uma resposta ao bloqueio feito por Stálin, a Berlim ocidental. Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado
Com a construção de várias bases militares, e um grande mercado de em diversos países do mundo.
armamentos não só para a força militar dos Estados Unidos como também Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (bancos,
para a de seus aliados, se delimitou a zona de influencia norte-americana. casas de câmbio, financeiras) criaram um sistema rápido e eficiente para
Em maio de 1949 foi proclamada a RFA (República Federal da Alema- favorecer a transferência de capital e comercialização de ações em nível
nha) ou Alemanha Ocidental, nas zonas ocupadas pelos EUA, Reino Unido mundial.
e França. A resposta da União Soviética foi a criação, em outubro do Investimentos, pagamentos e transferências bancárias, podem ser fei-
mesmo ano, da RDA (República Democrática Alemã) ou Alemanha Orien- tos em questões de segundos através da Internet ou de telefone celular.
tal. Tinha como capital a parte oriental de Berlim, ocupada pelos soviéticos.
O Muro de Berlim foi construído em 1961. A Alemanha passava por
crises econômicas, e muitas pessoas estavam deixando o setor oriental em
busca de melhores condições na parte ocidental. Com o intuito de acabar
com essa migração de trabalhadores e reafirmar a sua soberania, os
lideres soviéticos construíram o Muro de Berlim. Esse muro que dividia a
cidade de Berlim, era um dos símbolos que mostrava as tensões da Guerra
Fria: o conflito leste x oeste (capitalismo x socialismo).
A resposta da União soviética depois da criação da Otan foi a forma- Bolsa de valores: tecnologia e
ção do Pacto Varsóvia. Esse pacto tinha a mesma finalidade da Otan, a negociações em nível mundial.
defesa militar de seus aliados. Em 1991 quando houve o fim da URSS, o
Pacto de Varsóvia foi extinto. Os tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coreia do Sul)
são países que souberam usufruir dos benefícios da globalização. Investi-
Os Estados Unidos formaram outras alianças para deter a expansão ram muito em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990. Como
socialista: a Anzus – acordo bilateral com Japão, as Filipinas, Austrália e resultado, conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias

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aos produtos. Atualmente, são grandes exportadores e apresentam ótimos senta a rede. De acordo com a temática da organização da rede, é possí-
índices de desenvolvimento econômico e social. vel a formação de configurações diferenciadas e mutantes.
Blocos Econômicos e Globalização As redes sociais, segundo Marteleto (2001, p.72), representam "[...] um
conjunto de participantes autônomos, unindo idéias e recursos em torno de
Dentro deste processo econômico, muitos países se juntaram e forma- valores e interesses compartilhados". A autora ressalta, ainda, que só nas
ram blocos econômicos, cujo objetivo principal é aumentar as relações últimas décadas o trabalho pessoal em redes de conexões passou a ser
comerciais entre os membros. Neste contexto, surgiram a União Européia, percebido como um instrumento organizacional, apesar de o envolvimento
o Mercosul, a Comecom, o NAFTA, o Pacto Andino e a Apec. Estes blocos das pessoas em redes existir desde a história da humanidade.
se fortalecem cada vez mais e já se relacionam entre si. Desta forma, cada
país, ao fazer parte de um bloco econômico, consegue mais força nas A rede, que é uma estrutura não-linear, descentralizada, flexível, dinâ-
relações comerciais internacionais. mica, sem limites definidos e auto-organizável, estabelece-se por relações
horizontais de cooperação. Costa et alii (2003, p. 73) atestam que a rede "é
Internet, Aldeia Global e a Língua Inglesa uma forma de organização caracterizada fundamentalmente pela sua
Como dissemos, a globalização extrapola as relações comerciais e fi- horizontalidade, isto é, pelo modo de inter-relacionar os elementos sem
nanceiras. As pessoas estão cada vez mais descobrindo na Internet uma hierarquia".
maneira rápida e eficiente de entrar em contato com pessoas de outros A noção de rede remete primitivamente à noção de capturar a caça.
países ou, até mesmo, de conhecer aspectos culturais e sociais de várias "Por transposição, a rede é assim um instrumento de captura de informa-
partes do planeta. Junto com a televisão, a rede mundial de computadores ções" (FANCHINELLI; MARCON; MOINET, 2004). E esse mesmo enfoque
quebra barreiras e vai, cada vez mais, ligando as pessoas e espalhando as é acentuado por Capra (2002, p.267), quando delineia a importância das
idéias, formando assim uma grande Aldeia Global. redes organizacionais:
Saber ler, falar e entender a língua inglesa torna-se fundamental den- [...] na era da informação – na qual vivemos – as funções e processos
tro deste contexto, pois é o idioma universal e o instrumento pelo qual as sociais organizam-se cada vez mais em torno de redes. Quer se trate das
pessoas podem se comunicar. grandes empresas, do mercado financeiro, dos meios de comunicação ou
Comércio Internacional das novas ONGs globais, constatamos que a organização em rede tornou-
se um fenômeno social importante e uma fonte crítica de poder.
O comércio internacional é a troca de bens e serviços através de
Com base em seu dinamismo, as redes, dentro do ambiente organiza-
fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele represen-
cional, funcionam como espaços para o compartilhamento de informação e
ta uma grande percentagem doPIB. O comércio internacional está presente
do conhecimento. Espaços que podem ser tanto presenciais quanto virtu-
em grande parte da história da humanidade (ver rota da seda), mas a sua
ais, em que pessoas com os mesmos objetivos trocam experiências,
importância econômica, social e política se tornou crescente nos últimos
criando bases e gerando informações relevantes para o setor em que
séculos. O avanço industrial, dos transportes, a globalização, o surgimento
atuam.
das corporações multinacionais, o outsourcing tiveram grande impacto no
incremento deste comércio. O aumento do comércio internacional pode ser A formação de redes nas organizações ocorre por meios e formas va-
relacionado com o fenômeno da globalização. riados, desde uma conversa informal com um colega de trabalho na hora
do café, em encontro com os amigos após o expediente, em reuniões,
O comércio internacional é uma disciplina da teoria econômica, que,
congressos, listas de discussões, portais corporativos, até situações for-
juntamente com o estudo do sistema financeiro internacional, forma a
malmente criadas com a finalidade de alcançar resultados específicos.
disciplina da economia internacional.
Krackhardt e Hanson, apud Macedo (1999), subdividiram essas redes em
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_internacional redes de confiança, redes de trabalho ou consulta e redes de comunica-
ção.
Mercados Regionais
As redes de confiança são aquelas que compartilham "informações po-
Como vimos, nas últimas décadas tem-se verificado uma tendência à liticamente delicadas" e restritas a certo número de pessoas. Já as redes
formação de grandes mercados regionais, com o propósito de eliminar de trabalho ou consulta utilizam estruturas informais e possibilitam o conta-
obstáculos às transações comerciais e ao desenvolvimento do capitalismo. to entre pessoas que possuem informações que facilitem o trabalho, ao
Para criar esses mercados, alguns países se unem e fazem uma aliança. passo que as redes de comunicação são as que possibilitam a troca de
informações de trabalho com regularidade. Isto é, as chamadas "amizades
Definem as exigências para a entrada de novos países membros e es-
de escritório", que costumam ter um papel importante no desempenho das
tabelecem regras próprias para o trânsito de mercadorias, mão-de-obra,
funções formais.
capitais e serviços entre eles. Entre os grandes mercados, destacam-se
aqueles liderados pelas grandes potências econômicas mundiais: o Acordo Todos os tipos apresentados estão em consonância com a afirmação
de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), a União Européia (UE) e o de Krogh, Ichijo e Nonaka (2001, p.159), quando dizem:
chamado bloco oriental. Em todos eles, porém, alguns fatores limitam o
aprofundamento da integração.Outros acordos, pela sua grande abrangên- As conversas nas organizações de negócios geralmente apresentam
cia (tais como o APEC) têm mais dificuldades em formalizar suas ações, dois objetivos básicos: confirmar a existência e conteúdo do conhecimento
por esse motivo, atualmente não têm sido muito comentados na mídia em ou criar novos conhecimentos [...] o intercâmbio de idéias, opiniões e
geral. crenças propiciado pelas conversas possibilita o primeiro e o mais impor-
tante passo para a criação do conhecimento: o compartilhamento do co-
Fonte: http://www.frigoletto.com.br/GeoEcon/mercados.htm nhecimento tácito dentro da comunidade da rede.
As redes sociais e sua influencia nas relações econômicas, soci- O conhecimento, na visão desses autores, precisa ser transformado,
ais e culturais atuais; desenvolvido e trabalhado dentro das organizações; caso contrário, ele
será apenas um aglomerado de informações sem importância. Esse é o
As pessoas estão inseridas na sociedade por meio das relações que maior desafio da Era da Informação: criar uma organização capaz de
desenvolvem durante toda sua vida, primeiro no âmbito familiar, em segui- compartilhar o conhecimento. E é nesse enfoque que as redes são mais
da na escola, na comunidade em que vivem e no trabalho; enfim, as rela- valorizadas; ao mesmo tempo que contribuem para o aprimoramento dos
ções que as pessoas desenvolvem e mantêm é que fortalecem a esfera ativos organizacionais, possibilitam que as organizações, distinguindo as
social. A própria natureza humana nos liga a outras pessoas e estrutura a características das redes e valendo-se delas, tornem o compartilhamento
sociedade em rede. mais profícuo.
Nas redes sociais, cada indivíduo tem sua função e identidade cultural. Redes sempre pressupõem agrupamentos, são fenômenos coletivos,
Sua relação com outros indivíduos vai formando um todo coeso que repre- sua dinâmica implica relacionamento de grupos, pessoas, organizações ou
comunidades, denominados atores. Possibilitam diversos tipos de relações

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– de trabalho, de estudo, de amizade, entre outras –, apesar de quase tados, os pesquisadores constataram que as mensagens alcançaram seus
sempre passarem despercebidas. destinatários por meio de um número médio de cinco a sete etapas, apesar
de, em alguns casos, a diferença ter sido substancial. Assim concluíram
Redes, durante quase todo o tempo, são estruturas invisíveis, infor- que o sucesso das redes sociais globais depende dos esforços individuais.
mais, tácitas. Elas perpassam os momentos da vida social, mas pratica-
mente não se dão a ver – são o conjunto de 'conexões ocultas', como diria As duas pesquisas demonstram que a rede social constitui importante
Capra; ou a 'estrutura submersa', nas palavras de Alberto Melucci. A noção recurso profissional e pessoal. Estar em contato com pessoas que conhe-
de horizonte refere-se a essa incapacidade de se saber a extensão da rede çam uma pessoa-alvo – em razão de um interesse específico –, ou alguém
para além de um certo ponto. Na prática social, cada uma das pessoas que a conheça, já é um passo além para a conquista de um objetivo.
possui muitos círculos de relacionamento, mas não sabe quantos eles são
ou como identificá-los. Na verdade, as pessoas, de modo geral, só vêem a As redes sociais ultrapassaram o âmbito acadêmico/científico, conquis-
rede quando precisam dela (COSTA et alii, 2003, p.69). tando e ganhando espaço em outras esferas. E podemos observar esse
movimento chegando à Internet e conquistando cada vez mais adeptos,
Como um espaço de interação, a rede possibilita, a cada conexão, aglutinando pessoas com objetivos específicos, ou apenas pelo prazer de
contatos que proporcionam diferentes informações, imprevisíveis e deter- trazer à tona ou desenvolver uma rede de relacionamentos*. Isso é possibi-
minadas por um interesse que naquele momento move a rede, contribuindo litado por um software social que, com uma interface amigável, integra
para a construção da sociedade e direcionando-a. recursos além dos da tecnologia da informação. O uso desses recursos
gera uma rede em que os membros convidam seus amigos, conhecidos,
Castells (1999, p.498), um dos nomes mais eminentes no estudo de sócios, clientes, fornecedores e outras pessoas de seus contatos para
redes, faz uma relação direta das redes com a sociedade na Era da Infor- participar de sua rede, desenvolvendo uma rede de contatos profissional e
mação e as define como "um conjunto de nós interconectados. Nó é o pessoal, que certamente terá pontos de contatos com outras redes. Enfim,
ponto no qual uma curva se entrecorta. Concretamente, o que um nó é são ambientes que possibilitam a formação de grupos de interesses que
depende do tipo de redes concretas de que falamos". Podem ser organiza- interagem por meio de relacionamentos comuns.
ções de qualquer tipo, tanto formal quanto informal, tanto lícita quanto
ilícita, e os nós podem também ser representados por indivíduos ou grupos A idéia de redes nas ciências sociais é aplicada à sociedade como um
de indivíduos. conjunto de relações e funções desempenhado pelas pessoas umas em
relação às outras. "Como característica das sociedades complexas, cada
O contexto em que estamos inseridos desencadeia uma série de mu- associação de seres humanos funciona de maneira muito específica, o que
danças na rotina dos indivíduos, e uma delas evidencia as redes como cria uma dependência funcional entre os indivíduos". Os vínculos entre
ponto de convergência da informação e do conhecimento. Para Sodré estes indivíduos se fazem ininterruptamente, são ligações invisíveis, porém
(2002, p.14), rede é "onde as conexões e as interseções tomam o lugar do reais (MARTELETO, 2000, p.78).
que seria antes pura linearidade". Essas conexões e interações no âmbito
das redes sociais ocorrem pelo contato direto (face a face) e pelo contato INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
indireto – utilizando-se um veículo mediador, como a Internet, o telefone,
ou outro meio. Enfim, podemos dizer que redes sociais envolvem um O espaço em que as redes sociais se constituem e se proliferam são
conjunto de atores que mantêm ligações entre si. inerentes à informação e ao conhecimento, uma vez que são eles que
movimentam as redes.
A partir do desenvolvimento dos meios de comunicação, principalmen-
te depois da Internet, as relações sociais prescindem do espaço físico e do A importância da informação no desempenho das empresas é desta-
geográfico, elas ocorrem independentes do tempo e/ou do espaço. E, cada por diversos autores, entre os quais Lesca e Almeida (1994, p.67)
mesmo assim, as relações em uma rede refletem a realidade ao seu redor quando afirmam que "a informação é um vetor estratégico importantíssimo,
e a influência. Devido a essa dimensão, Wellman (1996) verifica, na rede, pois pode multiplicar a sinergia dos esforços ou anular o resultado do
sua identidade singular em determinada situação, isto é, a representação e conjunto dos esforços". Drucker (1992) acrescenta ainda que ela é fator de
a interpretação das relações em rede estão fortemente ligadas à realidade produção importante para a obtenção de vantagem competitiva, uma vez
que a cerca; a rede é influenciada pelo seu contexto e esse por ela. que os fatores tradicionais – terras, mão-de-obra e recursos financeiros –
por si sós já não garantem a competitividade.
A interação constante ocasiona mudanças estruturais e, em relação às
interações em que a troca é a informação, a mudança estrutural que pode A literatura (McGARRY, 1999; DAVENPORT; PRUSAK, 1998) reco-
ser percebida é a do conhecimento, quanto mais informação trocamos com nhece a dificuldade em conceituar informação e conhecimento, destacando
o ambiente que nos cerca, com os atores da nossa rede, maior será nossa que a epistemologia concentra esforços na tentativa de estabelecer o
bagagem de conhecimento, maior será nosso estoque de informação, e é significado de informar e conhecer.
nesse poliedro de significados que inserimos as redes sociais. Assim, entendemos que a informação está no domínio pessoal do re-
O professor Stanley Milgram, da Universidade de Havard, nos Estados ceptor, isto é, é ele quem define se a mensagem recebida acrescenta
Unidos, em 1967, defendeu a tese segundo a qual estamos distantes de algum valor ao estado anterior, estabelecendo sentido e modificando
qualquer outra pessoa do mundo, a seis graus, isto é, seis pessoas nos atitudes.
separam de qualquer outra pessoa. Essa tese ficou conhecida como "mun- Informação é sempre fluxo e para o sujeito ela funciona como troca
do pequeno" e "teoria dos seis degraus". Para chegar a esse número, o com o mundo exterior, o que lhe confere seu caráter social. Assimilada,
professor enviou cartas a 160 moradores de Boston e Omaha (Nebraska- interiorizada e processada por um sujeito específico, ela é a base para sua
EUA), escolhidas aleatoriamente, instruindo-as para que reenviassem a integração no mundo, propiciando ajustes contínuos entre o mundo interior
carta recebida a uma pessoa-alvo – um morador de Sharon, Massachus- e o mundo exterior (TÁLAMO, 2004, p.1).
sets, que trabalhava em Boston –, por meio de contatos que já tinham,
amigos, conhecidos que pudessem ajudar na entrega da carta, cada pes- Ao considerar a importância das pessoas nos processos informacio-
soa pela qual a carta passasse deveria escrever seu nome no envelope, nais, Choo (1998) ressalta que as organizações utilizam a informação por
assim foi possível monitorar seu percurso. Milgram identificou que o núme- formas distintas. Na primeira delas, a informação é coletada do ambiente e
ro médio de intermediários, do primeiro contato até a pessoa alvo, foi de interpretada para a construção de significados (sense making), procurando
seis pessoas (COSTA et alii, 2003; MOLINA, 2004). sua retenção. Na outra forma, cria novos conhecimentos (knowledge
creating) por meio de sua conversão (tácito para explícito) e do comparti-
Tendo como base essa experiência, pesquisadores da Columbia Uni- lhamento da informação, procurando a inovação. Por último, procura e
versity (DODDS; MUHAMAD; WATTS, 2003) realizaram uma pesquisa analisa informações para a tomada de decisões (decison making).
com mais de 60 mil usuários de e-mail, procurando atingir 18 pessoas-alvo
em 13 países, por meio do encaminhamento de mensagens para conheci- A relação entre informação e conhecimento é representada por Choo
dos. A pesquisa obteve grande êxito. Os pesquisadores acreditam que isso (1998) por um ciclo, no qual atrela a necessidade, a busca e o uso de
se deve primeiramente aos intermediários, que, por meio de seus contatos, informação, levando de uma situação a outra. Essas etapas compõem a
fizeram com que as mensagens chegassem às pessoas-alvo. Pelos resul- estrutura cognitiva interna dos indivíduos e sua organização emocional.

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Para o autor, esse modelo pode ser analisado usando-se como parâmetro Ainda com relação aos tipos de conhecimento, destacamos Nonaka e
os seguintes aspectos: Takeuchi (1997, p. 13), que também classificam o conhecimento em tácito
e explícito. O conhecimento explícito é facilmente transmitido entre os
– necessidade de informação: contém elementos cognitivos, afetivos e indivíduos, pois "[...] pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em
situacionais. É primeiramente sentida como uma incerteza. Conforme esse afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais
sentimento vai diminuindo, a necessidade de informação progressivamente e assim por diante". O conhecimento tácito, por sua vez, é o conhecimen-
vai chegando à consciência e então a questão é formalizada; to pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangí-
– busca pela informação: o modelo é analisado valendo-se das seguin- veis (crenças pessoais, valores e perspectivas) e é difícil ser articulado na
tes categorias**: iniciação, encadeamento, pesquisa, diferenciação, monito- linguagem formal.
ramento, extração, verificação e conclusão. As três primeiras categorias É importante lembrar que esses dois tipos de conhecimentos são ine-
são importantes para o desenvolvimento do foco e estratégia da pesquisa, rentes às redes sociais. E é a interação entre o conhecimento tácito e
as demais são fortemente influenciadas pelo ambiente cultural e organiza- explicito que permitirá a criação de novos conhecimentos. Nonaka e Ta-
cional, ou seja, a escolha das fontes de informação depende da inserção keuchi (1997, p. 67) afirmam que "o modelo dinâmico da criação do conhe-
do indivíduo e da motivação que gerou a busca; cimento humano é criado e expandido através da interação social entre o
– uso da informação: seleção e processamento de informação resul- conhecimento tácito e o conhecimento explícito". Eles denominam essa
tando em um novo conhecimento ou ação. Nesse aspecto a informação é interação de "conversão do conhecimento", chamando a atenção para a
freqüentemente usada para responder a questões, resolver problemas, importância de visualizar essa conversão como um "processo 'social' entre
tomar decisões, negociar posições, ou construir significados para determi- indivíduos e não confinada dentro de um indivíduo". Assim são as redes
nada situação. As pessoas sentem satisfação e confiança quando suas sociais, elas se mantêm valendo-se da interação entre diversos indivíduos
pesquisas têm bons resultados, mas, quando ocorre o contrário, sentem para a criação de novos conhecimentos.
desapontamento e frustração. COMPARTILHAMENTO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO
Estabelecendo uma relação similar entre informação e conhecimento, Reconhecendo-se como certo que a informação e o conhecimento são
Barreto (1996) ressalta "se a informação é percebida e aceita como tal, inerentes às redes sociais, sua importância social e econômica é conse-
colocando o indivíduo em um estágio melhor, consciente consigo mesmo e qüência do efeito que causam nas pessoas e nas organizações. Nesse
dentro do mundo onde se realiza a sua odisséia individual", então essa âmbito, constatamos a necessidade de compartilhá-los para que possam
relação de fato se realizou. trazer mudanças no contexto em que estão inseridos.
Essa relação é abordada por Nonaka e Takeuchi (1997, p.64) quando Para Dixon (2000), o termo compartilhar tem dois significados: dar uma
afirmam: "a informação é um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimen- parte, o que requer generosidade, e ter em comum um sistema de crenças
to é criado por esse próprio fluxo de informação, ancorado nas crenças e compartilhado. Para a autora, o termo compartilhar que nós usamos fre-
compromissos de seu detentor". qüentemente, quando falamos do intercâmbio de conhecimento, pode
Desse modo, o processo de conhecimento consolida-se a partir de in- aparentar uma escolha de palavras um tanto estranha, pois usualmente
formações com valor agregado, assimiladas pelos indivíduos ou pelas são utilizados termos como capturar, disseminar ou transferir. Mas a pala-
organizações, incorporadas às experiências e saberes anteriores, condu- vra certa nesse contexto é realmente compartilhar, que implica a idéia de
zindo à ação. dividir alguma coisa que possuímos. Em português, a palavra é sinônimo
de compartir, que significa dividir e distribuir, e é uma palavra com uma
O fluxo da informação para o conhecimento também é abordado por conotação forte, pois exige mais doação dos indivíduos do que disseminar,
Davenport e Prusak (1998, p.7), que criaram os quatro Cs, de forma similar transferir ou capturar.
aos quatro Ps de marketing, em que apresentam um processo da transfor-
mação da informação em conhecimento. As pessoas precisam encarregar- De acordo com a referida autora, a idéia de compartilhar conhecimento
se dessa tarefa, e, conforme sugerem os autores, é preciso estabelecer: é baseada em três mitos:

Comparação – de que forma as informações relativas a essa situação O primeiro deles é que basta às empresas construir bases de dados
se comparam com outras situações conhecidas? Conseqüências – que sofisticadas, que o conhecimento virá. As empresas adotam uma estrutura
implicações essas informações trazem para as decisões e tomadas de com bases de dados eletrônicas, enfim um estoque de conhecimento que
ação? Conexões – quais as relações desse novo conhecimento com o se constitui em apenas armazenamento do conhecimento e da informação,
conhecimento já acumulado? Conversação – o que as outras pensam quando o desafio é o uso desses recursos.
dessa informação? O segundo mito é que a tecnologia, considerada imprescindível para o
O conhecimento é inerente às pessoas. Conseqüentemente, o agenci- processo de compartilhamento da informação e do conhecimento, pode
amento dos relacionamentos e a confiança entre os indivíduos nas organi- substituir o contato pessoal. A reunião de pessoas em um só espaço físico
zações têm papel determinante na criação do conhecimento, isto porque, tem um alto custo (passagens, estadas, entre outras despesas), mas traz
ressalta Krogh, Ichijo e Nonaka (2001, p.61): "Para compartilhar o conhe- grandes resultados em termos de compartilhamento da informação e do
cimento pessoal, os indivíduos devem confiar em que os outros estejam conhecimento. O que ocorre na prática é que é necessário o uso da tecno-
dispostos a ouvir e a reagir às suas idéias". Os bons relacionamentos logia combinado com o contato pessoal para a transferência ou comparti-
possibilitam condições para o compartilhamento de insights e para a livre lhamento do conhecimento e da informação.
discussão das preocupações, permitindo a organização espontânea de E o terceiro mito é baseado na crença de que a troca de conhecimento
pequenas comunidades, "fonte de criação do conhecimento nas empre- ocorre somente em organizações não-competitivas ou com cultura para a
sas". colaboração e que, portanto, primeiro é preciso criar uma cultura de apren-
Miranda (1999, p.287) diferenciou os tipos de conhecimento, classifi- dizagem. Se as pessoas começam a compartilhar idéias e conseguem
cando-os em explícito, tácito e estratégico: perceber a importância desse processo, o próprio compartilhamento cria a
cultura da aprendizagem.
conhecimento explícito é o conjunto de informações já elicitadas em
algum suporte (livros, documento etc.) e que caracteriza o saber disponível A definição de redes sociais apresentada por Marteleto (2001) con-
sobre o tema específico; conhecimento tácito é o acúmulo de saber templa a idéia de compartilhamento de valores e interesses que, para
prático sobre um determinado assunto, que agrega convicções, crenças, promover o fortalecimento da rede, dependem do compartilhamento da
sentimentos, emoções e outros fatores ligados à experiência e à personali- informação e do conhecimento.
dade de quem o detém; conhecimento estratégico é a combinação de Reportando-se às redes de trabalho nas organizações, Yu, Yan e
conhecimento explícito e tácito formado a partir das informações estratégi- Cheng (2001) também ressaltam os benefícios da cooperação e comparti-
cas e de informações de acompanhamento, agregando-se o conhecimento lhamento da informação, quando afirmam que a globalização dos negócios
de especialistas (grifo nosso). foi acelerada nas últimas duas décadas devido ao rápido desenvolvimento

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da tecnologia de produção e informação, aumentando a pressão dos das dos próprios interesses, o contato independe da interação pessoal, e,
custos e ocasionando demanda mais agressiva dos clientes. Os esquemas quanto ao status do possuidor do conhecimento, ele já é reconhecido a
de produção e distribuição foram modificados, e novos padrões de relacio- partir do momento em que esse passa a ser integrante da rede.
namento entre fornecedores, produtores, varejistas e outras partes foram
introduzidos no mercado, notadamente sob o esquema de redes. Portanto, entre as estratégias a que as redes sociais podem recorrer
para se fortalecerem, está o compartilhamento da informação e do conhe-
De acordo com Hanfield e Nichols, apud Shore e Venkatachalan cimento.
(2004), dois parâmetros são essenciais para integração e coordenação da
rede: colaboração e tecnologia. Para esses autores, o trabalho em rede Porém, se conhecimento e informação, conforme salienta Figueiredo
requer cuidadosa coordenação e integração. A colaboração, vista por eles (2002), representam poder, reportando-se ao primeiro conceito, por que
como um processo social, é necessária para compartilhar a informação e, alguém compartilharia o que sabe?
por conseqüência, o conhecimento, para integrar horizontalmente as Tonet (2004, p.1) responde a essa questão, quando afirma:
operações da rede. Já o compartilhamento é visto mais como um processo
tecnológico. A integração, necessária para administrar a rede, requer tanto A realidade vem mostrando às organizações a necessidade de criar e
colaboração quanto compartilhamento da informação. reter o conhecimento [...] para o cumprimento dos propósitos organizacio-
nais; e também, necessidade de estimular colaboradores e parceiros a
A importância da tecnologia no processo de compartilhamento da in- compartilharem o conhecimento que possuem e que as organizações
formação e do conhecimento também é reconhecida por Davenport e precisam para apresentar bom desempenho organizacional.
Prusak (1998, p.117), quando, referindo-se à transferência de conhecimen-
to, afirmam que esse processo não poderia ocorrer "[...] sem as ferramen- Além disso, conforme destaca Dixon (2000), as pessoas gostam de di-
tas propiciadas pela tecnologia da informação [...]". Os autores chamam a vidir o que sabem, tanto é assim, que, quando sabemos alguma coisa,
atenção para a relevância dos valores, normas e comportamentos que sempre pensamos na utilidade do conhecimento para outras pessoas.
constituem a cultura da empresa que são determinantes para o grau de Mas o compartilhamento da informação e do conhecimento só terá re-
sucesso da transferência do conhecimento. sultados se implicar um processo de aprendizagem, pois o simples acesso
A importância das pessoas no compartilhamento da informação e do sem esse processo não modifica a realidade, perde, portanto, o sentido.
conhecimento é salientada por Davenport (1994) em outro trabalho, quan- Assim, é preciso lembrar da afirmativa de Dixon (2000), quando ela diz
do diz que: que, se as pessoas começam a compartilhar idéias e conseguem perceber
a importância desse processo, o próprio compartilhamento cria a cultura da
– as organizações devem começar a pensar como as pessoas usam a aprendizagem.
informação, e não como usam os recursos tecnológicos;
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
– as informações que as pessoas consideram importantes nas organi- 19652005000200010&script=sci_arttext
zações, em grande parte, não são passíveis de serem gerenciadas por
recursos tecnológicos; A questão ambiental: conferências, debate, acordos, protocolos e
a política ambiental brasileira.
– as pessoas agregam valor aos dados interpretando-os e contextuali-
zando-os, por isso os gerentes preferem obter informações das pessoas; A política ambiental brasileira propriamente dita se desenvolveu de
forma tardia se comparada às demais políticas setoriais brasileiras, e
– as pessoas são ativos importantes e determinantes no contexto in-
basicamente em resposta às exigências do movimento internacional ambi-
formacional, assim qualquer modelo ou mapa informacional deve incluí-las;
entalista. Na hipótese defendida pelo presente trabalho, a abordagem
– a comunicação eletrônica só é possível se primeiro houver a comuni- setorial corretiva e não integrada da questão ambiental por parte dos
cação face a face. elaboradores de políticas públicas brasileiros, aliada à visão governamental
da época de que a proteção ambiental não deveria sacrificar o desenvolvi-
Coerente com essas afirmações, Dixon (2000) adverte que a tecnolo- mento econômico do país, constituíram os principais entraves para a
gia não substitui o contato pessoal. inserção do componente da sustentabilidade no modelo de desenvolvimen-
É claro que a tecnologia faz com que o compartilhamento da informa- to econômico brasileiro. Durante séculos, o desenvolvimento econô-
ção e do conhecimento seja mais fácil, mas, apesar das ferramentas mico decorrente da Revolução Industrial impediu que os problemas ambi-
colocadas à disposição das pessoas para facilitar esse processo, Daven- entais fossem considerados. O meio ambiente era predominantemente
port e Prusak (1998) ressaltam algumas barreiras para a transferência do visto como acessório do desenvolvimento, e não como parte intrínseca
conhecimento nas organizações. Dentre elas, algumas podem ocorrer dele. A poluição e os impactos ambientais do desenvolvimento desordena-
também nas redes sociais, como é o caso da falta de confiança mútua, do eram visíveis, mas os benefícios proporcionados pelo progresso os
diferentes culturas, vocabulários e quadros de referência distintos. Mas são justificavam como um “mal necessário”, algo com que se deveria resignar
barreiras passíveis de serem facilmente superadas, conforme propõem os [ii] .
autores, o são pelas próprias características das redes sociais. O país que primeiro percebeu a necessidade e urgência da interven-
Para que a transferência e conseqüente compartilhamento da informa- ção do poder público sobre as questões ambientais foram os Estados
ção e do conhecimento obtenham sucesso, esses autores destacam al- Unidos, ainda na década de 1960. Paradoxalmente, o país considerado o
guns aspectos: paraíso do não-intervencionismo foi que primeiro promoveu a intervenção
regulamentadora no meio ambiente, através da “Avaliação dos Impactos
– linguagem comum, sem a qual as pessoas não se entenderão e Ambientais” (AIA), formalizada nos Estados Unidos em 1969 [iii] .
tampouco confiarão umas nas outras;
No caso do Brasil, a política ambiental brasileira nasceu e se desen-
– necessidade, às vezes, do contato face a face; volveu nos últimos quarenta anos como resultado da ação de movimentos
sociais locais e de pressões vindas de fora do país. Do pós-guerra até
– A cultura comum é ressaltada como um aspecto importante para me-
1972 – ano da Conferencia de Estocolmo –, não havia propriamente uma
lhor transferência do conhecimento, pois, segundo eles, "quanto mais
política ambiental, mas sim, políticas que acabaram resultando nela. Os
próximas as pessoas estão da cultura do conhecimento que está sendo
temas predominantes eram o fomento à exploração dos recursos naturais,
transferido, mais fácil é o compartilhamento e a troca" (DAVENPORT;
o desbravamento do território, o saneamento rural, a educação sanitária e
PRUSAK, 1998, p.121).
os embates entre os interesses econômicos internos e externos. A legisla-
– o status do possuidor do conhecimento, que inspira ou não confiança ção que dava base a essa política era formada pelos seguintes códigos: de
no conhecimento e na informação compartilhada. águas (1934), florestal (1965) e de caça e pesca (1967) [iv] . Não havia, no
entanto, uma ação coordenada de governo ou uma entidade gestora da
No entanto, no caso das redes sociais, esses aspectos estão presen- questão.
tes no seu desenvolvimento. Caso contrário, elas já estariam fragilizadas
ou nem existiriam. Prevalece uma linguagem e uma cultura comuns, oriun-

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Nessa época, o desenvolvimento do país tinha como uma de suas ba- criação de unidades de conservação da natureza. O crescimento populaci-
ses o investimento público nas áreas de petróleo, energia, siderurgia e onal e o saneamento básico – componentes de políticas setoriais de im-
infra-estrutura, associado aos capitais privados investidos nas indústrias de pacto sobre o meio ambiente – ficaram excluídos desse modelo, consti-
transformação, que viabilizavam a industrialização por substituição de tuindo, cada um, objeto de política própria, não articuladas à questão
importações. Na década de 1960, porém, esse modelo de desenvolvimento ambiental, o que evidenciou o desenvolvimento isolado deste setor.
foi sendo redefinido e, ao final da década, em função da poluição gerada
por tais atividades, demandas ambientais começaram a surgir [v] . O modelo instituído e coordenado nacionalmente pela Sema era ainda
executado de forma descentralizada pelos órgãos estaduais de meio
ambiente nos estados de maior desenvolvimento, como São Paulo e Rio
Em 1970, um relatório formulado pelo Clube de Roma em associação com de Janeiro. O ponto de partida para a estruturação da política de controle
o grupo de pesquisas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) foi de poluição nesses estados foi a crítica à atuação dos órgãos estaduais de
publicado com o titulo de Limites do Crescimento. Esse documento apre- controle ambiental até então existentes, principalmente à Companhia
sentava modelos que relacionavam variáveis de crescimento econômico, Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e Controle da Poluição – a
explosão demográfica, poluição e esgotamento de recursos naturais [vi] , Cetesb – do Estado de São Paulo e ao IES – Instituto de Engenharia
com ênfase nos aspectos técnicos da contaminação – devido à acelerada Sanitária. A ênfase dada por esses órgãos em medidas setoriais de cunho
industrialização e urbanização – e no esgotamento dos recursos naturais eminentemente corretivo/repressivo fora considerada inadequada dentro
[vii] , em função da explosão demográfica. Os objetivos desse documento de uma perspectiva de se ver o meio ambiente de forma mais integrada e
eram: obter uma visão mais clara dos limites do planeta e das restrições abrangente [xi] . Nesse contexto, surgiu no Rio de Janeiro a Fundação
que ele impunha à população e às suas atividades e identificar os elemen- Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema).
tos que influenciavam o comportamento dos sistemas mundiais e suas
interações, advertindo para uma crise mundial, caso essas tendências se Segundo Paulo Gonzaga M. de Carvalho [xii] , apesar da primeira ad-
perpetuassem. ministração da Feema haver tentado esboçar algumas medidas nesse
sentido, o que predominou na primeira década de seu funcionamento
Dois anos depois, foi promovida na cidade de Estocolmo a Conferencia (1975-85) foi uma política de controles administrativos. Essa política, como
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, da qual o Brasil foi um dos Carvalho ressalta, “apresentou sérios problemas de concepção e imple-
participantes. As questões ambientais levantadas diziam respeito às polui- mentação” [xiii] . No período, preponderava no governo a visão de que
ções do ar; da água e do solo derivadas da industrialização, as quais existia a oposição entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental,
deveriam ser corrigidas. O objetivo dessa reunião era encorajar a ação o que relegou a um plano secundário a questão ambiental.
governamental e dos organismos internacionais para promover a proteção
e o aprimoramento do meio ambiente humano. As propostas apresentadas Nessa época, abriu-se, ainda em plena ditadura, um espaço político
na Conferência de Estocolmo tiveram como base os dados divulgados pelo para o surgimento de um movimento ecológico pulverizado que atuava em
relatório do Clube de Roma. No entanto, tanto a análise dos problemas torno de questões locais nas principais regiões do país. Tais movimentos,
quanto as medidas propostas para a sua solução tinham um caráter muito de acordo com Bressan Jr. [xiv] , tiveram mais liberdade no contexto autori-
pontual, privilegiando basicamente a correção dos problemas apontados. tário, por não terem, em suas raízes, vinculação aparentemente direta com
os demais movimentos políticos da época, divididos entre direita e esquer-
Dessa conferência resultaram os princípios que representaram com- da. Apesar disso, no mesmo período, grandes projetos [xv] previstos pelos
promissos entre as nações. Ela recomendava ainda a assistência técnica e Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs), baseados em forte endivi-
financeira, atribuindo a “instituições nacionais apropriadas, as tarefas de damento externo, acabaram por destruir os principais ecossistemas brasi-
planejamento, gerenciamento e controle dos recursos ambientais” [viii] . A leiros [xvi] .
posição do Brasil em relação às questões ambientais colocadas pela
conferencia, endossada pelos demais países do chamado Terceiro Mundo, Em Agosto de 1981, a Lei federal 6.938 criou o Sistema Nacional de
foi bastante clara: o crescimento econômico não deveria ser sacrificado em Meio Ambiente, integrado por um órgão colegiado: o Conselho Nacional do
nome de um ambiente mais puro. Os delegados brasileiros até reconhece- Meio Ambiente (Conama). Este colegiado é composto por representantes
ram a ameaça da poluição ambiental, mas sugeriram que os países desen- de ministérios e entidades setoriais da Administração Federal, diretamente
volvidos deveriam pagar pelos esforços dessa purificação. Além disso, o envolvidos com a questão ambiental, bem como de órgãos ambientais
Brasil discordou da relação direta entre crescimento populacional e exaus- estaduais e municipais, de entidades de classe e de organizações não-
tão dos recursos naturais, opondo-se fortemente às propostas de medidas governamentais. Essa Lei estabeleceu os objetivos, princípios, diretrizes,
de controle de natalidade [ix] . instrumentos, atribuições e instituições da política ambiental nacional.
Segundo ela, o objetivo principal da política nacional de meio ambiente era:
Um terceiro componente sustentado pela posição brasileira causou “a preservação ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país,
ainda muita polêmica: segundo os delegados brasileiros, a soberania condições para o desenvolvimento sócio-econômico, os interesses da
nacional não poderia ser mutilada em nome de “interesses ambientais mal- segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana” [xvii] .
definidos”. O princípio da soberania nacional, o direito de uma nação Dentre os instrumentos por ela enumerados, encontramos: a avaliação de
explorar seus recursos de acordo com as suas prioridades, foi obsessiva- impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou
mente declarado pelo Brasil. Uma das razões para isso dizia respeito à potencialmente poluidoras [xviii] , procedimentos esses ratificados e asse-
disputa com a Argentina em torno do uso da Bacia do Prata. Assim, os gurados na Constituição Federal de 1988 [xix] .
elementos básicos da política externa brasileira da época – de afirmação
da sua soberania no sentido de optar por não sacrificar o desenvolvimento Poucos anos depois da criação do Sisnama, o Presidente José Sarney
econômico em nome do meio ambiente – “sairiam assim vitoriosos de (1985-89) deu início à redefinição da política ambiental brasileira, através
Estocolmo e viriam então a modelar as políticas ambientais internamente” da reestruturação dos órgãos públicos encarregados da questão ambiental.
[x] . Através do programa Nossa Natureza, foram unificados o Sudepe (pesca),
o Sudhevea (borracha), o IBDF (Desenvolvimento florestal) e a Sema
Em 1973, pouco depois da Conferência de Estocolmo, foi criada no (meio ambiente) em torno de um único órgão federal: o Instituto Brasileiro
Brasil a Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), órgão especializado do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
no trato de assuntos ambientais sob a coordenação do Ministério do Interi-
or. A Sema se dedicava ao avanço da legislação e aos assuntos que
demandavam negociação em nível nacional, tais como a produção de No cenário internacional, por sua vez, a partir da Convenção de Viena
detergentes biodegradáveis, a poluição por veículos, a demarcação de (1985), uma nova ótica sobre a questão ambiental, agora preventiva,
áreas críticas de poluição e a criação de unidades nacionais de conserva- caracterizaria a década de 1980. Seus principais objetivos eram o de
ção. De fato, as medidas de Governo se concentravam na agenda de proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos adversos
comando e controle, normalmente em resposta a denúncias de poluição possivelmente resultantes das atividades que modificavam a camada de
industrial e rural. ozônio, tais como o aquecimento global, o derretimento das calotas polares
e a proliferação de doenças como o câncer de pele. De acordo com este
O modelo da política ambiental brasileira elaborada a partir da Confe- novo enfoque, o mecanismo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) –
rência de Estocolmo tinha assim como pilares: o controle da poluição e a instrumento típico de prevenção – tornou-se uma condição a ser cumprida

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para obtenção de concessões para implantação de projetos possivelmente ente da Presidência da República, transformada mais tarde em Ministério
nocivos ao meio ambiente. Essa medida teve seus reflexos no Brasil do Meio Ambiente (MMA).
através da Constituição Federal de 1988 na qual se explicitava que a
construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e Como resultado das discussões do evento, o controle da poluição in-
atividades utilizadoras dos recursos ambientais, considerados efetivos ou dustrial e da gestão do ambiente urbano foi priorizado como uma questão
potencialmente poluidores, dependeriam de prévio licenciamento por órgão de cidadania local, dos governos locais e do mercado de crédito e tecnolo-
estadual integrante do Sisnama sem prejuízo de outras licenças exigíveis gias. A água que bebemos, o ar que respiramos, a contaminação dos
[xx] . O decreto 99.274 de 1990, que regulamentou a Lei 6938/81 e alimentos que consumimos, o lixo e os resíduos que produzimos, as áreas
suas modificações posteriores, explicava o procedimento para o licencia- verdes e de recreação e lazer ou o silêncio de que desfrutamos agora
mento ambiental [xxi] , prescrevendo que o prévio licenciamento de ativi- seriam problemas do mercado e da cidadania – a ser provida pelos gover-
dades e obras utilizadoras dos recursos ambientais seria feito pelos devi- nos locais [xxiii] .
dos órgãos estaduais competentes – incluindo o técnico e o político –, A Agenda XXI, principal documento resultante da Conferência, apre-
cabendo ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) fixar os sentou um rol de programas que podem ser considerados instrumento
critérios básicos exigidos para os Estudos de Impacto Ambiental (EIA). Os fundamental para a elaboração de políticas públicas em todos os níveis e
Estudos de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental que privilegiavam a iniciativa local. Nela, questões como Desenvolvimento
(EIA/RIMA), em cada caso específico, ficam a cargo do órgão concessor Sustentável, Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Águas (doces e ocea-
da licença através do chamado Termo de Referência. Tais estudos são nos) e Resíduos (tóxicos e nucleares) tornavam-se problemas do planeta e
conduzidos por profissionais habilitados, que respondem legalmente por da Humanidade e assumiam o novo centro da temática ambiental, aborda-
seus atos, embora não haja um sistema de acreditação e supervisão da dos em seus capítulos [xxiv] . A Agenda, no entanto, não teve a força de lei
qualidade de seu trabalho. das convenções e necessitava de cerca de 600 bilhões de dólares anuais
Com o avanço tecnológico da década de 1980, o aperfeiçoamento dos para ser implantada no mundo. Além disso, sofreu com o denominador
métodos de diagnóstico dos problemas ambientais e o impulso observado mínimo provocado pelo consenso exigido nos encontros internacionais, o
pelo movimento ecológico, a questão central voltou-se para a sobrevivên- que tornou o texto muitas vezes vago, sem prazos, nem compromissos.
cia da espécie humana no planeta. Assim, o debate que havia se centrado Ao longo dos anos 1990, o modelo de política ambiental executado no
basicamente nos impactos adversos que o meio ambiente sofria por causa Brasil entrou em crise. Por um lado, por não atender à nova pauta da
do desenvolvimento deu origem a uma nova questão: quais seriam as política internacional definida na Eco-92; por outro, por não atender às
perspectivas de desenvolvimento a partir de um meio ambiente degrada- demandas de cidadania e de consciência ambiental que se generalizava.
do? Era preciso assim agir de forma responsável em relação ao meio Isso fez com que se evidenciasse, finalmente, a necessidade de redefini-
ambiente, de modo a garantir os recursos naturais necessários à sobrevi- ção das opções de política ambiental e do próprio papel do Estado brasilei-
vência das futuras gerações. Nascia a partir dessa idéia o conceito de ro. A criação do Ibama não consolidou um modelo institucional adaptado
Desenvolvimento Sustentável. aos novos desafios. O próprio Ministério do Meio Ambiente, segundo
A ótica preventiva da política ambiental dos anos 1980 cedia lugar a CelsoBredariol, “sempre viveu uma grande defasagem entre prática e
uma nova ótica, agora integradora que passava a combinar os aspectos proposta de política ambiental” [xxv] . Segundo o MMA, a sua proposta
econômicos e sociais com os ambientais, em busca tanto da preservação consiste em conceder “especial ênfase à inserção da dimensão ambiental
do meio ambiente, como também de formas mais racionais de utilização nas decisões de políticas públicas” e à “introdução da variável ambiental
dos recursos naturais com vistas à preservação das gerações futuras. A como critério relevante nas decisões de política econômica e de financia-
pauta da política ambiental internacional precisava, portanto, ser redefinida mentos de projetos pelas agências oficiais de desenvolvimento (...)” [xxvi] .
e o principal documento que representou esses esforços foi o Relatório Buscando a adoção de uma política de co-responsabilidade e parceria
Bruntland – mais conhecido como Nosso Futuro Comum – de 1987, atra- através do diálogo, do convencimento e da conscientização da sociedade
vés da iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para a prática de uma gestão otimizada de seus recursos naturais, o MMA
(Pnuma). procurou também transferir, total ou parcialmente, a Estados, Municípios,
Participaram da confecção desse documento foros setoriais que pro- ONGs e outras entidades públicas e privadas, o planejamento e a execu-
moveram a discussão de problemas ambientais globais com a participação ção de políticas ambientais[xxvii] . No entanto, segundo Hageman [xxviii] ,
ativa de organizações não-governamentais internacionais. Novos temas de o MMA quase não dispõe de outros recursos, a não ser os das agências
política ambiental foram assim redefinidos no mundo e a necessidade de multilaterais e, mesmo esses, de acordo com Freitas [xxix] , são de difícil
um novo pacto entre as nações geraria uma nova conferência internacio- utilização, tendo em vista fatores como a rigidez dos financiadores, a pouca
nal, a Unced-92 (Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e participação da sociedade, a morosidade dos projetos e a necessidade de
Desenvolvimento), conhecida como Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, contrapartidas, entre outros.
Brasil. Os órgãos estaduais de meio ambiente, por sua vez, tiveram suas es-
A Eco-92 foi uma tentativa de reunir representantes de todos os países truturas e bases legislativas ampliadas, embora esteja se verificando
do mundo para discutir e divulgar a nova concepção de Desenvolvimento paulatinamente a perda de pessoal técnico, a degradação salarial e do
Sustentável que estava em voga, a partir da publicação do Relatório Brun- atendimento ao público, a crescente diminuição de participação nos orça-
dtland. Esse evento significou para o Brasil ter que enfrentar a crise ambi- mentos estaduais e da centralidade dos respectivos papéis na gestão da
ental e ao mesmo tempo retomar o desenvolvimento, fortalecendo a demo- política ambiental. O próprio Estado entrou em crise e, dentro da política de
cracia e a estabilidade da economia. O problema do desenvolvimento reformas e ajustes (Estado Mínimo), ele vem se debatendo entre propostas
deveria ser finalmente resolvido sob uma ótica ambiental e socialmente de privatização, desregulamentação e pressões para a democratização.
sustentável. A Constituição de 1988 garante que o meio ambiente ecologicamente
O período pré-Eco-92 foi farto de medidas emergenciais com vistas ao equilibrado é bem de uso comum do povo e cabe ao poder público e à
atendimento da opinião pública internacional. Entre elas, podemos citar: coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
bombardeio dos campos de pouso dos garimpos, fechamento do poço de futuras gerações. Exercendo a competência de defender o meio ambiente
testes nucleares construído na Serra do Cachimbo, demarcação do territó- conforme prevê a Constituição de 1988, as prefeituras de grandes e mé-
rio Ianomâmi, entre outros [xxii] . A preparação para a participação na dias cidades vêm procurando estruturar secretarias, departamentos e
Unced-92 através da elaboração do relatório nacional para a definição das conselhos de meio ambiente que possam atender às denúncias e solicita-
posições brasileiras pela Comissão Interministerial de Meio Ambiente ções da população reclamante, assumindo, gradativamente, as atribuições
(Cima), coordenada pelo Itamarati (Ministério das Relações Exteriores), foi antes pertinentes aos órgãos estaduais de meio ambiente ou ao Ibama.
um sinal significativo de que o tema meio ambiente se tornava matéria Em 1998, foi aprovada a Lei de Crimes Ambientais no Brasil, uma das
importante da política externa do país. A Cima coordenou representantes mais avançadas do mundo. Condutas e atividades consideradas lesivas ao
de 23 órgãos públicos para a elaboração do relatório nacional com as meio ambiente passaram a ser punidas civil, administrativa e criminalmen-
posições do Brasil para a Unced-92. Foi criada a Secretaria do Meio Ambi- te. A Lei não trata apenas de punições severas: ela incorpora métodos e

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possibilidades de não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o na preocupação com os direitos humanos, com os valores da autonomia
dano ou, de outra forma, pague sua dívida à sociedade. Esperou-se com nacional e da identidade cultural dos povos a que se referirem.
esta Lei que órgãos ambientais e Ministério Público pudessem contar com
um instrumento a mais que lhes garantiria agilidade e eficácia na punição Fonte: RIGOTTO, Raquel. “Mecanismos Regulatórios da Relação In-
dos infratores do meio ambiente. dústria e Meio Ambiente”. Revista eletrônica da Associação Brasileira para
o Desenvolvimento de Lideranças. Disponível em: <www.abdl.org.br>,
Em 2002, foi realizada em Johannsburg, África do Sul, a Conferência publicado em Novembro de 2002. Acesso em maio de 2005.
Ambiental Rio +10. Essa conferência objetivou dar continuidade à discus-
são iniciada pela ECO-92. A discussão incidiu sobre ações mais voltadas à
erradicação da pobreza, à globalização e às questões energéticas, tais
como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o Protocolo de
Kyoto, bem como às mudanças climáticas, entre outros. A Rio +10 reco- ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO E MARANHENSE: Localiza-
nheceu a importância e a urgência da adoção de energias renováveis em ção e situação. O ambiente natural: composição
todo o Planeta e considerou legítimo que os blocos regionais de países
estrutura e dinâmica dos elementos da paisagem: geologia, relevo,
estabelecessem metas e prazos para cumpri-las. No entanto, não conse-
solos, clima, vegetação e hidrografia. Domínios morfoclimáticos. O
guiu fixá-las para todos os países, o que foi uma derrota, atenuada apenas
ambiente humanizado: composição, estrutura e dinâmica da popula-
pela decisão de que o progresso na implementação de energias renováveis
ção. Produção, circulação e consumo de bens e mercadoria. A urbani-
seja revisto periodicamente pelas agências e instituições especializadas
zação, a regionalização e as relações internacionais brasileiros e
das Nações Unidas, o que abrirá assim caminhos para futuras negociações
maranhenses.
[xxx] .
Os impactos da Conferencia Rio +10 na política ambiental brasileira e
nas futuras decisões dos países desenvolvidos em relação ao meio ambi- O Maranhão é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está locali-
ente ainda são uma incógnita. Para alguns participantes, pouco se avançou zado no oeste da região Nordeste e tem como limites o Oceano Atlântico
em relação à Eco-92, realizada no Brasil há dez anos. Já os grupos ligados (N), o Piauí (L), Tocantins (S e SO) e o Pará (O). Um pouco Maior que a
aos governos acreditam ter havido progressos que devem ser comemora- Itália e um pouco menor que a Alemanha, o estado ocupa uma área de
dos. Representantes das Organizações das Nações Unidas e funcionários 331.983,293 km². A capital é São Luís, e outras cidades importantes são
governamentais ligados à questão ambiental que participaram do encontro Açailândia, Imperatriz, Timon, Caxias, Codó, Bacabal, Balsas e Santa Inês.
lembram que, embora modestos, importantes avanços foram conquistados:
definiram-se compromissos com relação à ampliação do saneamento Localização: Região Nordeste.
básico no mundo e a redução do desmatamento; iniciou-se a restauração Ponto mais alto: localizado na Chapada das Mangabeiras (804 metros)
dos estoques pesqueiros, além de haver sido criado um novo sistema de
gerenciamento de produtos químicos. Também houve progressos em Região Nordeste
relação ao combate à pobreza e, embora os Estados Unidos tenham - Estados limítrofes Piauí, Tocantins e Pará
mantido a decisão de não assinar o Protocolo de Kyoto, Rússia e Canadá - Mesorregiões 5
garantiram sua adesão ao documento que estabelece o controle da emis- - Microrregiões 21
são de gases poluentes na atmosfera [xxxi] . - Municípios 217
Capital São Luís
Para as organizações não-governamentais e os ambientalistas, no en- Área
tanto, a Conferência foi um fracasso. Na analise de Frank Guggenheim, - Total 331.983,293 km² (8º)
diretor-executivo do Greenpeace, a participação do Brasil na Rio + 10 foi População
marcada pela contradição: o país calou-se sobre os novos projetos nacio- - 2006 estim. 6.184.538 hab. (10º)
nais de hidrelétricas e usinas nucleares, enquanto defendeu a meta mundi- - Densidade 18,6 hab./km² (16º)
al de 10% de energia proveniente de fontes renováveis até 2010 [xxxii] . PIB 2004
Em conclusão, a política ambiental brasileira propriamente dita se desen- - Total R$16.547.000 (17º)
volveu de forma tardia em relação às demais políticas setoriais do país e - Per capita R$2.748,00 (27º)
em função das pressões externas dos países desenvolvidos. A Lei de IDH (2000) 0,636 (27º) – médio
Crimes Ambientais, por exemplo, não chega a completar uma década de - Esper. de vida 66,4 anos (26º)
existência. Segundo Raquel Rigotto [xxxiii] , se partirmos de uma visão - Mort. infantil 46,3/mil nasc. (26º)
sócio-ambiental integradora das diferentes dimensões da relação entre - Analfabetismo 23,8% (24º)
sociedade e natureza, devemos desenvolver uma compreensão ampla das
repercussões ambientais sobre a vida social, particularmente dos efeitos
das transformações ambientais sobre a saúde da população em geral.
No entanto, não foi isso o que aconteceu no caso do Brasil desse último
século. A política ambiental brasileira não foi abordada, na prática, sob
uma ótica integrada às demais áreas com ela relacionadas, como as de
saúde e de saneamento, por exemplo. Essas áreas, que foram alvo de
políticas setoriais próprias, exercem e sofrem impactos extremamente
visíveis sobre o meio ambiente. Para se ter uma idéia, o lançamento de
esgoto a céu aberto é, segundo o IBGE, hoje, a degradação ambiental Habitante: maranhense
mais freqüente nas cidades brasileiras, o que gera, por conseqüência, um Principais Municípios: São Luís, Imperatriz, Caxias, Codó, Santa Luzia,
impacto negativo na saúde coletiva, especialmente a infantil. Bacabal.
A política ambiental ideal seria aquela que incorporasse as diversas Atividades Econômicas: extração de babaçu e cera de carnaúba, pecu-
dimensões da vida humana em sociedade, o que inclui as suas dimensões ária (bovinos, suínos), avicultura, agricultura (milho, arroz, mandioca, feijão,
sociais, ambientais, políticas e econômicas. O planejamento deve assim algodão, cana-de-açúcar, laranja), pesca (camarões, lagosta) e minerais
orientar-se em torno do princípio de sustentabilidade, entendido aqui como (calcário, gás natural, gipsita, petróleo e sal marinho).
o principio que fornece as bases sólidas para um estilo de desenvolvimento Geografia
humano que preserve a qualidade de vida da espécie no planeta. A dimen- Estado referente à região do Nordeste brasileiro. O Maranhão tem fron-
são ambiental deve, por isso, integrar de forma relevante a política de teiras estaduais com os seguintes Estados: Piauí (ao leste), Tocantins (ao
desenvolvimento das nações em geral. A adoção da perspectiva ambiental sudoeste) e Pará (ao oeste). Ao norte, o Estado é limitado pelo Oceano
significa reconhecer que todos os processos de ajuste setorial e de cresci- Atlântico. São Luís é a capital do Estado e sua cidade mais populosa,
mento estão condicionados pelo entorno biofísico local, nacional e global. situada na região da costa atlântica, apresentando um litoral bastante
Deve, portanto, ser combinada com outras perspectivas críticas baseadas recortado.

Geografia 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Hidrografia des privadas. Outro grave problema social trata-se dos conflitos rurais
A rede hidrográfica maranhense é, em sua maior parte, pertencente à resultados da baixa condição econômica dos trabalhadores rurais, destituí-
bacia do Norte e Nordeste. Entre os principais rios do Estado se encontra o dos de terras próprias para o cultivo e a subsistência.
Paranaíba, dividido com o Piauí na região fronteiriça entre os dois Estados. Economia
Outros rios que banham o território do Maranhão são o Gurupi (zona de As atividades econômicas predominantes no Estado do Maranhão são
fronteira com o Pará), o Tocantins (zona de fronteira do Maranhão com a agropecuária e o extrativismo vegetal: o arroz é o principal produto agrí-
Tocantins), Turiaçu, Itapecuru, Pindaré, Grajaú e Mearim. cola, em conjunto com o milho, a mandioca, o feijão e a cana-de-açúcar; o
Lista de Rios do Maranhão babaçu é o produto de extração de extrema importância para a economia
Rio Gurupi do Estado, seguido da carnaúba.
Rio Itapecuru A pecuária regional tem os bovinos, caprinos, asininos e suínos entre
Rio Mearim seus principais rebanhos.
Rio Munim O cultivo agrícola é desenvolvido sobretudo nas regiões dos vales do
Rio Parnaíba Pindaré e do Mearim.
Rio Pindaré No período entre os anos de 1949 e 1953, a pesca maranhense esteve
Rio Tocantins no primeiro lugar em termos de produção nacional. Já as atividades indus-
Rio Turiaçu triais são restritas; há no Estado a participação dos setores industriais
alimentícios, madeireiros e de processamento de alumínio.
Clima e Vegetação
Etnias
A característica climática predominante no Maranhão é configurada O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do país, o que pode
como tropical. As temperaturas médias anuais são superiores a 24°C, ser demonstrado pelo número de 68,8% de pardos auto-declarados ao
enquanto os índices pluviométricos variam entre 1500 e 2500mm anuais. IBGE, resultado da grande concentração de escravos indígenas e africanos
As chuvas no território do Maranhão caracterizam duas áreas distintas: no nas lavouras de cana, arroz e algodão; os grupos indígenas remanescentes
litoral as chuvas são mais abundantes, enquanto no interior são mais e predominantes são dos grupos linguísticos Jê e Tupi. No tronco Macro-Jê
escassas. Outro fator condicionante do clima no Estado é sua posição destaca-se a família Jê, com povos falantes da língua Timbira (Mehim),
geográfica, dividida entre a área situada no complexo amazônico, ao noro- Kanela (Apanyekra e Ramkokamekra), Krikati, Gavião (Pukobyê), Kokuire-
este, onde o clima tende à caracterização como equatorial, e a área situada gatejê, Timbira do Pindaré e Krejê. No Tronco Tupi a família tupi-guarani,
na região semi-árida do Nordeste brasileiro. O fator condicionante do clima com os povos falantes das línguas Tenetehára: Guajajara, Tembé e Urubu-
é responsável pela distinção entre algumas áreas de vegetação: ao noroes- Kaapor, além dos Awá-Guajá e e um pequeno grupo Guarani. concentrados
te há a presença da Floresta Amazônica ou Hiléia Brasileira, sendo esta principalmente na pré-Amazônia, no Alto Mearim e na região de Barra do
região também conhecida como Amazônia Maranhense; nas regiões de Corda e Grajaú.
clima caracterizado como tropical, predomina o cerrado, ao sul do território Os afro-descendentes são maioria da população, devido ao forte tráfico
estadual; no litoral, há a presença do mangue; ao leste, numa zona de negreiro entre os séculos XVIII e XIX, que trouxe milhares de negros da
transição entre o cerrado e a floresta equatorial, há a Mata dos Cocais, de Costa da Mina e da Guiné. Muitas das tradições maranhenses tem a forte
vegetação relativamente homogênea, onde predomina o babaçu (Orbignya marca das culturas africanas: culinária (Arroz de Cuxá), religião (Tambor de
martiana), de grande importância econômica para o Estado. Mina e Terecô), festas (Bumba-Meu-Boi e Tambor de Crioula) e músicas
(Reggae). Atualmente, o Maranhão conta com mais de 700 comunidades
quilombolas em toda região da baixada, rio Itapecuru e Mearim.
A população branca, 24,9% é quase exclusivamente descendentes de
portugueses, dada a pequena migração de outros europeus para a região.
Ainda no início do século XX a maior parte dos imigrantes portugueses era
oriunda dos Açores e da região de Trás-os-Montes. Também no século XX
vieram contigentes significativos de sírios e libaneses, refugiados do des-
monte do Império Otomano e que hoje têm grande e tradicional presença
no estado. A proximidade com a cultura portuguesa e o isolamento do
estado até a metade do século XX gerou aqui um sotaque próprio e ainda
bastante similar ao português falado em Portugal, praticando os maranhen-
ses uma conjugação verbal e pronominal vizinha àquela lusitana.

PRODUÇÃO E GESTÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO:


o espaço rural e urbano: delimitação, diversidade,
composição, formas de ocupação e aproveitamento,
evolução e modernização. Relações campo-cidade e
Relevo cidade-campo. Atividades produtivas: agropecuária,
O relevo maranhense é basicamente dividido em duas grandes áreas:
agroindústria, localização industrial, relações de
a região de planície no litoral e a região de planalto nas demais áreas do
Estado. A planície caracteriza-se pela presença de tabuleiros (pequenos trabalho no campo e na cidade.
platôs) e baixadas alagadiças. Esta região de planície chega a avançar, a
partir de sua região central, em direção ao interior do território. Quanto ao Primeiramente, é importante estabelecer a diferença entre a cidade e o
planalto, com forma tabular e de formação basáltica a partir do mesozóico, urbano. Conforme aponta o filósofo francês Henri Léfèbvre, o urbano repre-
há a presença de áreas de chapadas, com escarpas que constituem, por senta a reunião, a justaposição, a afirmação das formas sociais. Já a cida-
exemplo,as serras da Desordem, da Canela e das Alpercatas. de é a obra, o objeto localizado no tempo e no espaço. O urbano seria tudo
A população indígena do Maranhão está entre as mais significativas do aquilo que se contrapõe ao rural, enquanto a cidade é a materialização
país do ponto de vista numérico, sendo estimada em pouco mais de 12,2 objetiva do urbano.
mil habitantes. Está dividida em dezesseis grupos, sendo que quatorze Na cidade, por exemplo, podem existir práticas e espaços não urbanos,
destes já vivem em áreas demarcadas para si pela FUNAI (Fundação como pequenas chácaras, áreas de horticultura, reservas naturais amplas,
Nacional do Índio). entre outras paisagens eminentemente rurais. Da mesma forma, no espaço
Como nos demais Estados nordestinos, a população maranhense tam- rural, podem existir espaços urbanos, como a instalação de indústrias,
bém enfrenta problemas infra-estruturais, como a rede hospitalar insatisfa- práticas turísticas (como hotéis- fazenda), entre outros casos.
tória, em que grande parte dos estabelecimentos são mantidos por entida-

Geografia 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas, o violência, à poluição e às periferias desassistidas que existem mesmo nas
mundo, pela primeira vez em sua história, é predominantemente urbano, ou cidades mais ricas do mundo.
seja, a população urbana ultrapassou, ineditamente, a quantidade de Em O Nosso Futuro Comum (1988), além de reflexões interessantes,
pessoas que vivem no campo, o que é fruto do avanço e crescimento do são sugeridas algumas estratégias para controlar o desenvolvimento urba-
sistema capitalista, com a disseminação dos processos de industrialização, no:
mecanização produtiva e do êxodo rural, que hoje ocorre majoritariamente
nos países subdesenvolvidos e emergentes. I. Nada senão a coerção evitará o crescimento da cidade grande nos
primeiros estágios de desenvolvimento;
O que se percebe, na verdade, é que a grande característica da mo-
dernidade é a sobreposição das cidades em relação ao campo. Nas socie- II. A chave de uma intervenção bem sucedida é o fato de ser oportuna,
dades pré-industriais, o campo é quem determina as práticas das cidades, de modo a só estimular a descentralização quando começarem a rarear as
pois elas são inteiramente dependentes do meio agrário. No entanto, à vantagens da concentração;
medida que o capitalismo e a industrialização avançam, mais essa relação III. Devem-se evitar políticas que aumentem a atração pela cidade
inverte-se e é o espaço agrário quem se torna dependente do espaço grande, em especial os subsídios à energia e aos alimentos, a provisão por
urbano. Tal fator coloca os estudos sobre o meio urbano no protagonismo demais generosa de infra-estrutura urbana e outros serviços, e a excessiva
dos estudos sobre o espaço geográfico atualmente. concentração de poder administrativo na capital;
Na presente seção, você poderá encontrar textos sobre temas que en- IV. A melhor maneira de estimular centros secundários é aproveitar as
volvem as cidades e todas as dinâmicas socioespaciais do espaço urbano. vantagens econômicas naturais de suas regiões, especialmente em termos
O objetivo é reunir informações e textos de Geografia Urbana que oportuni- de processamento e mercadologia de recursos, com o fornecimento des-
zem a reflexão e o aprendizado, além de auxiliar em pesquisas escolares centralizado de serviços públicos;
sobre os temas pertinentes a essa área do conhecimento. V. Os métodos e estratégias de desenvolvimento rural e urbano devem
ser complementares, e não contraditórios. O desenvolvimento dos centros
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO secundários visa o benefício econômico direto das áreas por eles servidas.
O processo de urbanização, principalmente nos países em desenvol- Note-se que a primeira observação conflita com o direito de ir e vir pre-
vimento, é uma das mais agressivas formas de relacionamento entre o dominante nos países democráticos. Mesmo naqueles lugares onde esse
homem e o meio ambiente. As cidades antigas eram menores, mais har- direito foi ou é limitado, ocorreu o surgimento de grandes metrópoles.
mônicas e, mesmo quando erguidas em locais ambientalmente inadequa- Estratégias que impeçam o homem de realizar seus sonhos de buscar uma
dos, agrediam menos o meio ambiente. vida que ele pensa ser melhor do que a presente jamais serão alternativas
A partir da revolução industrial, o processo de crescimento das cidades para o crescimento das cidades. A criação de oportunidades em uma série
se acelerou pelas duas razões já apontadas: a necessidade de mão-de- de cidades de porte médio será provavelmente o melhor caminho. A redu-
obra nas indústrias e a redução do número de trabalhadores no campo. A ção dos incentivos à industrialização nas cidades maiores poderá pouco a
industrialização promoveu de modo simultâneo os dois eventos, um de pouco reduzir o fascínio pelas metrópoles e redirecionar os fluxos migrató-
atração pela cidade, outro de expulsão do campo. Antes da revolução rios para localidades mais aptas a recebê-los.
industrial não havia nenhum país onde a população urbana predominasse. Independentemente da época em que se inicie, o processo de industri-
No começo deste século, apenas a Grã-Bretanha possuía a maior parte de alização sempre causa danos ao meio ambiente. Nos primórdios da cidade
sua população vivendo em cidades (Munford 1982). Pode-se afirmar que o industrial, quem pensaria no depósito adequado dos resíduos, em evitar a
Século XX é o século da urbanização, pois nele se acentuou o predomínio poluição dos rios ou em estudar a localização das fábricas em função dos
da cidade sobre o campo. Salvo regiões muito atrasadas, que permanecem ventos dominantes? Quem se preocuparia com as condições de vida dos
com características nitidamente rurais, o processo de urbanização prosse- trabalhadores ou com a preservação da natureza? A revolução industrial
gue em marcha acelerada. provocou uma fantástica deteriorização da qualidade de vida, expressa no
A idéia da fixação do homem no campo como forma de evitar o cresci- aparecimento dos cortiços, no aumento da mortalidade infantil e na redução
mento das cidades carece de realismo. As pessoas vão para o meio urbano da expectativa de vida.
em busca de oportunidades para melhorar a vida, de emprego, de escola, Um melhor tratamento da questão ambiental teve de esperar mais de
coisas que nem sempre são encontradas em pequenos povoados do interi- cem anos após o início do processo. Londres, a grande metrópole, teve
or. A cidade pode ser associada a uma unidade produtiva complexa, produ- degradada de forma extraordinária sua qualidade de vida durante mais de
zindo ampla variedade de bens e serviços, estando permanentemente em um século. Somente quando o padrão de vida dos ingleses permitiu a
busca de economias de escala, e sempre exercendo forte atração sobre os alocação de elevadas somas em programas ambientais é que começou a
seres humanos. recuperação do rio Tâmisa, a grande vítima da industrialização londrina.
Do mesmo modo que muitas atividades econômicas superam as suas Isto se deu apenas a partir de 1960!
escalas econômicas de produção, as cidades que crescem desmesurada- Em meados do século XIX, a população de Londres tinha uma expecta-
mente acabam por exceder o denominado "tamanho ideal" e, a partir daí, tiva de vida de 36 anos, sendo que nas cidades de Liverpool e Manchester
passam a impor problemas econômicos de escala a grande parte dos a expectativa era de apenas 26 anos (Munford 1982). As causas dessa
estabelecimentos industriais ou comerciais ali instalados. Esses problemas reduzida expectativa de vida eram as precárias condições de trabalho, de
econômicos se fazem refletir nos custos de produção, na saturação dos moradia e de ordem ambiental. O ar era fortemente contaminado pela
sistemas de abastecimento d'água, no elevado tempo de viagem imposto fumaça das fábricas, onde as máquinas a vapor se moviam graças à quei-
aos trabalhadores, nos problemas de abastecimento causados por dificul- ma de carvão. Os rios eram meros esgotos a céu aberto, a água consumida
dades no trânsito, nas restrições para resolver o problema dos rejeitos, e não sofria qualquer tratamento e o cólera era doença comum.
assim por diante. A cidade industrial é voraz em termos de espaço. Em geral, expande-
No momento em que a cidade entra numa curva de perda das vanta- se engolindo as pequenas cidades ou povoados vizinhos, criando imensas
gens inicialmente oferecidas pelo processo industrial, o lógico seria iniciar a áreas conturbadas e formando as mega-cidades, que, mesmo nas socieda-
descentralização das atividades, buscando outras localidades mais vantajo- des pós-industriais, são associadas ao descontrole, à impossibilidade de
sas. Mas não é isso que ocorre. A cidade continua crescendo, assistindo planejamento, e administração.
inerte à degradação de seu meio ambiente e de sua qualidade de vida, As demandas promovidas pelos imensos aglomerados urbanos fogem
como alguém que espera a morte sem qualquer reação. A descentralização a qualquer capacidade de atendimento. A deteriorização dos seus serviços
só tem ocorrido muitos e muitos anos depois do completo inchamento e da é quase uma decorrência natural de seu tamanho. A maior vítima é sempre
considerável destruição do meio ambiente nos grandes centros urbanos. o meio ambiente. A natureza é apenas algo que serve às necessidades
O processo de urbanização raramente é induzido por alguma política urbanas. Assim, como um monstro incontrolável, a cidade vai ocupando e
governamental de forma ordenada. Ele se processa de modo descontrola- destruindo tudo ao seu redor, independentemente do que seja ou para que
do, forçando as cidades a abrigarem um número de pessoas superior à sua sirva.
capacidade, o que dá origem a habitações subnormais, aos "sem-teto", à

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Uma das regiões mais ricas e poluídas da Europa, o Vale do Rio Ruhr, Aparentemente as grandes cidades não param de crescer, excetuando-
passou a contar com uma legislação impondo limites para a emissão de se algumas cidades da Europa e algumas metrópoles norte-americanas
gases sulfurosos e outros agentes nocivos desprendidos na queima do onde o equilíbrio populacional já está praticamente atingido. De 1970 até o
carvão, sua principal fonte energética da região, somente a partir de 1983. ano 2000, a maior cidade européia, Londres, deverá ter uma pequena
O programa previa uma redução de 70 a 80% na emissão de gases tóxicos redução de população, que oscila em torno de 11 milhões de habitantes. As
em 10 anos a um custo de 30 bilhões de marcos alemães. cidades do México e São Paulo no mesmo período triplicarão as suas
O mesmo ocorreu em inúmeras cidades industriais da Europa e Améri- populações. Entre as principais causas do crescimento dessas cidades, e
ca do Norte. Primeiro veio a industrialização, produzindo o enriquecimento de outras metrópoles de países em desenvolvimento, está a migração do
do país; concomitantemente, a degradação ambiental a um custo social campo e das regiões mais pobres do país para os grandes centros urbanos,
elevado para futuras gerações. Finalmente, quando as questões básicas da guiada pela crença de que esses centros seriam capazes de dar emprego,
sociedade já estavam resolvidas, o meio ambiente foi lembrado e hoje é habitação, escola e serviços hospitalares, para a grande massa de cida-
possível ver o convívio relativamante harmônico das fábricas com os rios, dãos excluídos de qualquer benefício. Na maioria das vezes trata-se ape-
lagos, florestas e a própria população. nas de uma ilusão, pois a cidade grande muito pouco tem a dar ao migrante
com pouca qualificação para o trabalho urbano. Desfeito o sonho, ele passa
O processo de industrialização do leste europeu realizou-se também às a viver em condições degradantes, muitas vezes piores do que as do início
custas de imensos danos ambientais. Muitas cidades da região, cidades de sua jornada em busca de melhores condições de vida.
industrializadas em plena Europa, sequer possuem tratamento d'água para
toda a população ou adequada destinação para o esgoto e o lixo. A inser- Como os países pouco desenvolvidos são carentes de infra-estrutura
ção daqueles países numa economia moderna demandará a aplicação de para promover o processo de industrialização, uma desejável descentrali-
imenso volume de recursos financeiros no tratamento dos problemas ambi- zação de atividades, que acarretaria a criação de empregos em núcleos
entais, principalmente no controle da poluição industrial e na recuperação urbanos menores, acaba não ocorrendo. O inchamento das cidades maio-
de elementos da natureza destruídos por muitos anos de descaso. res manifesta-se então como mais uma fatalidade imposta pela pobreza.
O principal financiador de projetos industriais no Brasil, o Banco Nacio- Já foi dito que um dos estímulos à degradação urbana residiu no fato
nal de Desenvolvimento Econômico e Social, alocou, desde 1986, ano em de que, até pouquíssimo tempo, os organismos de fomento não impunham
que criou um programa para fomentar projetos de proteção ambiental, até qualquer condicionalidade ambiental à aprovação de projetos industriais. Se
1994, um bilhão de dólares em projetos de melhoria do meio ambiente e em nos primórdios do processo isso era explicável, de modo algum poderia ser
atividades destinadas a aperfeiçoar os processos industriais, objetivando a aceito nos dias de hoje, não só pelo maior conhecimento ecológico, mas
melhoria da relação da produção com o meio ambiente. As principais também pelo conhecimento do custo imposto à sociedade por várias gera-
demandas vieram dos setores siderúrgico, petroquímico, de papel e celulo- ções.
se, e de refino de petróleo. Nas décadas de 60 e 70, os países industrializados passaram a trans-
O processo de industrialização iniciou-se com enorme atraso em uma ferir indústrias poluidoras para regiões mais pobres, tendo mesmo havido
parte do mundo, não tendo sequer começado em grande parte do planeta. competição entre essas regiões para atrair fábricas ambientalmente inade-
Nos países da América Latina onde já ocorreu, o processo foi iniciado nos quadas. Em contraste com as regiões mais desenvolvidas, ofereciam-se
anos quarenta, amadurecendo na década de 60. O exemplo dos países incentivos, como a redução de impostos e a doação de terrenos, além da
europeus e norte-americanos de nada nos valeu. A industrialização se deu total ausência de exigências ambientais. Indústrias de cimento e de fertili-
do mesmo modo: inchamento das cidades, degradação dos padrões de zantes, químicas e siderúrgicas começaram a migrar para essas áreas que,
vida e ambientais, sacrifício de rios e florestas. Um século de agressão à sem analisar os custos sociais e ambientais, davam boas vindas à poluição.
vida não foi suficiente para criar padrões de conduta diferentes para aque- Esse processo prossegue do mesmo modo apenas em países que só
les que tardiamente entraram na era industrial. recentemente entraram ou estão entrando na era da produção industrial. Aí
Deve-se lembrar que sete das cidades mais populosas do planeta es- se verificam o mesmo crescimento urbano acelerado, a mesma poluição, a
tão em países em desenvolvimento. Segundo projeção para o ano 2000, as mesma agressão ao meio ambiente ocorridos no passado. Esses fenôme-
cidades mais populosas do mundo serão as seguintes: nos podem ser observados em países latino-americanos ou asiáticos que
só há pouco tempo começaram a instalar suas fábricas. O recente desen-
Na América Latina, as taxas médias de crescimento populacional, ex- volvimento da China, por exemplo, tem alguns subprodutos ambientais
plosivas em décadas passadas, começaram a declinar, devendo situar-se, indesejáveis. Mantendo o crescimento de seu Produto Interno Bruto a taxas
no ano 2000, no patamar atual dos países desenvolvidos: de 8,5% ao ano (inferior ao observado no início da década de 90), no ano
Nos países industrializados é bastante alto o percentual de pessoas 2025 a China poluirá a atmosfera com três vezes mais dióxido de carbono
que vivem nas cidades, tendo o processo migratório interno atingido um que os Estados Unidos poluem atualmente. Anualmente as indústrias
certo ponto de equilíbrio. A maioria dos países em desenvolvimento ainda chinesas produzem quase quatro trilhões de gases residuais tóxicos, que
está distante desse ponto, e os fluxos migratórios internos do campo para provocam chuvas ácidas nas florestas chinesas, russas e coreanas (Folha
as cidades, das regiões mais pobres para as mais ricas prosseguem. de São Paulo, 1994).
Como um todo, o quadro latino-americano é favorável, e bem superior Os erros cometidos por gerações passadas só têm uma utilidade práti-
à média dos países em desenvolvimento da África e da Ásia. O problema é ca: evitar a sua repetição. Mas na questão ambiental, eles serviram para
a profunda hetereogeneidade sócio-econômica da região. Os bolsões de muito pouco. Parece que cada país tem que cometer seus erros, para só
pobreza são frequentes e justamente neles ocorrem as maiores taxas de depois do desastre adotar as providências que há muito deveriam estar
natalidade. surtindo efeito.
As elevadas taxas de natalidade que ocorrem nas regiões mais pobres Associe-se a isto o crescimento populacional, muito maior nos países
dos países em desenvolvimento tornam-se um fantástico fator de realimen- recém-industrializados, e teremos um quadro urbano agressor, estabele-
tação da pobreza, uma vez que criam um ciclo vicioso difícil de romper. As cendo-se um convívio muito pouco equilibrado com o meio ambiente. No
políticas que poderiam interromper esse ciclo de pobreza ou não existem fundo, tal desequilíbrio é mais uma expressão do íntimo relacionamento
ou são mencionadas timidamente. Desinteresse, tradição e costumes que existe entre a pobreza e o meio ambiente. A necessidade premente de
dificultam a disseminação de informações sobre o controle da natalidade. O criar empregos a qualquer preço faz com que cuidados elementares para
resultado é facilmente constatado: a população de mais alta renda, com proteger a saúde da população e os ecossistemas sejam negligenciados.
acesso às informações, apresenta taxa de crescimento reduzido, enquanto A geração de empregos é algo tão importante para países pobres, que
os segmentos mais pobres apresentam taxas de crescimento elevadas. tudo é feito para atrair alguma unidade industrial, mesmo que o preço a
A pobreza urbana tem aumentado. O Banco Mundial (Horizontes Urba- pagar acabe sendo alto. A concessão de incentivos à industrialização é
nos, 1986) estima que exista no mundo um bilhão de pobres, pessoas com válida; o que é inaceitável é o descaso ambiental, tanto por parte do poder
renda anual inferior a 370 dólares. Desse total, um terço vive nas cidades, o público quanto por parte dos empresários, que não querem arcar com os
que representa 25% da população urbana mundial, e entre 30 e 60% da custos adicionais necessários à instalação de equipamentos antipoluição.
população urbana dos países em desenvolvimento. A tendência é acabar com este tipo de procedimento, não apenas pelo
despertar da consciência ecológica, mas também pela legislação ambiental

Geografia 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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e até mesmo pelo comportamento do mercado, que tende a recusar produ- criação de depósitos inadequados. O mais comum é a criação de uma
tos elaborados a partir de sacrifícios à natureza. O selo verde ostentado por situação em que pessoas pobres convivem da pior maneira possível com
alguns produtos já é uma primeira iniciativa para orientar os consumidores resíduos que podem até fornecer um precário sustento, mas que certamen-
em relação à origem dos bens que lhe são oferecidos. A globalização dos te trarão doenças, agravarão as condições de vida da população e contri-
mercados imporá regras mesmo àqueles países que insistem em ignorar a buirão para contaminar o meio ambiente. A reciclagem permite, ainda,
necessidade de uma relação harmônica entre a produção e o meio ambien- aumentar a vida útil dos aterros sanitários.
te. Processos industriais primitivos, matérias-primas poluidoras e bens Além do lixo doméstico comum, deve-se considerar os resíduos perigo-
primários obtidos a partir da destruição de florestas tenderão a sofrer cres- sos, que devem ter tratamento especial. O lixo hospitalar deve ser incinera-
centes restrições por parte dos consumidores. do em usinas próprias a altas temperaturas. Os resíduos industriais perigo-
O desenvolvimento tem sido encarado com frequência apenas como o sos, quando não é possível mudar a matéria-prima que os origina nem
crescimento da renda per capita. Por isso, componentes essenciais de um reaproveitá-los no processo industrial, devem ser transportados e deposita-
processo abrangente de desenvolvimento têm sido negligenciados ao longo dos ou tratados separadamente dos demais resíduos. O lixo radiativo é dos
dos tempos. A saúde, o amparo aos velhos e à infância, a qualidade de mais problemáticos. Sua ocorrência deve crescer, mas sua quantidade não
vida urbana e, naturalmente, o meio ambiente estão entre os habituais é suficiente para que cada cidade tenha instalação para depositá-lo de
esquecimentos dos planos de desenvolvimento. maneira conveniente. Nesse caso o recolhimento e tratamento devem ser
Wilheimn (1990) tem postulado que o desenvolvimento só pode existir alvo de ações de nível nacional e não de governos locais. No que concerne
quando três aspectos fundamentais são observados: ao risco de contaminar a população ou o meio ambiente, é provável que os
materiais radioativos usados em equipamentos de emprego cotidiano cada
I. O crescimento da economia, a fim de gerar riquezas e oportunida- vez mais frequentes, principalmente na medicina, sejam mais perigosos
des; que o rejeito das grandes centrais nucleares.
II. A melhoria na distribuição da renda, diminuindo sua iniquidade; É conhecido o recente acidente ocorrido na cidade de Goiânia, no Bra-
III. A melhoria da qualidade de vida, representada entre outros fatores sil, quando uma cápsula de césio já imprestável para uso em equipamento
por um meio ambiente preservado, conservado, recuperado e melhorado. médico-hospitalar foi encontrada e manuseada em um depósito de sucata
Nenhum desenvolvimento será integral sem a ocorrência simultânea e por um grupo de pessoas que não tinham a menor idéia do risco que corri-
equilibrada desses três elementos. Assumindo esse enfoque, mais abran- am. Além de provocar doença em dezenas de pessoas, todo material que
gente que o habitual, as atenções com o meio ambiente fazem parte do entrou em contato com o césio ficou contaminado, tendo que ser depois
processo de desenvolvimento. depositado em locais especialmente construídos na cidade para esse fim. O
episódio mostrou como é perigoso para a população a falta de uma política
É claro que tratar efluentes industriais, instalar filtros em chaminés e
adequada para o armazenamento do lixo radioativo.
eliminar de forma adequada os resíduos acarreta custos aos investimentos
iniciais. Também é claro que a ausência desses cuidados implicará outros É crescente o emprego da energia nuclear, principalmente na Europa.
custos que algum dia poderão tornar-se intoleráveis para a população, que A energia produzida é limpa, não polui nem aquece a atmosfera, mas a
passará a exigir a modernização das unidades industriais ou até seu even- deposição de seus resíduos é uma questão mal resolvida. A radioatividade
tual fechamento. permanece nos rejeitos nucleares por milhões de anos, deixando contami-
nado tudo que entrar em contato com a fonte de energia: as roupas dos
O que aqui se diz sobre as indústrias vale também para as obras de in-
funcionários, dutos de passagem do combustível, além do próprio resíduo
fra-estrutura. Usinas de geração de energia mal localizadas, transportes
resultante da fissão nuclear. Um reator nuclear gera 30 toneladas por ano
não planejados para interagir com o meio ambiente, programas habitacio-
de lixo radioativo. O total desse tipo de resíduo em todo mundo esperado
nais implantados em encostas, manguesais ou áreas ribeirinhas só podem
para o ano 2000 é de 450 mil toneladas.
ter uma convivência tumultuada com a natureza. Os transportes, principal-
mente os urbanos, podem degradar inteiramente áreas densamente povoa- Todas as soluções disponíveis são insatisfatórias: aterros, colocação
das, afetando de modo negativo a qualidade de vida. O Rio de Janeiro, em recipientes que são jogados ao mar, reprocessamento. Além disso, há
Santiago e a cidade do México evidenciam este tipo de relacionamento questões sem resposta como o que fazer com as próprias usinas após o
inadequado entre um subsistema urbano (os transportes) e a população. término de sua vida útil (30 a 40 anos), ou como fechar as usinas perigo-
sas, que funcionam principalmente no leste europeu.
É por demais íntima a relação transportes-meio ambiente urbano.
Quando mal planejados, operados e fiscalizados, os transportes podem O problema dos resíduos tóxicos é tão grave que os países ricos que-
provocar níveis de ruído, de acidentes ou de emissão de gases tóxicos rem destiná-los aos países pobres, que, na falta de maiores fontes de
totalmente incompatíveis com condições razoáveis de existência. renda, acabam por aceitar tal situação. A falta de consciência ambiental
ocorre em ambos os lados. Nos países pobres porque aceitam uma alterna-
Além dos transportes, a questão do lixo urbano é precariamente tratada
tiva que causará sérios problemas à sua população e à sua natureza. Nos
nos países em desenvolvimento. Às vezes o tratamento se processa com
países ricos, porque em vez de procurar uma saída tecnológica para resol-
nível de prioridade tão baixo que é como se as pessoas não produzissem
ver o problema em seu próprio território,optam por uma solução danosa sob
restos em suas atividades cotidianas. As municipalidades quando muito
todos os pontos de vista. A busca desse tipo de solução mostra quão longe
tratam de recolhê-lo e depositá-lo em locais distantes e longe dos olhos da
está a humanidade de encarar o problema ambiental em sua globalidade e
parcela mais privilegiada da população. Trata-se mais de esconder o lixo
não apenas como algo limitado por uma fronteira nacional.
que buscar uma solução adequada para ele.
O melhor tratamento a ser dado à questão do lixo doméstico é a reci-
O completo equacionamento da questão envolve seu correto recolhi-
clagem dos materiais que o compõem. A reciclagem pode ser feita em
mento, transporte, deposição, tratamento ou reciclagem. O recolhimento é
usinas de tratamento, a partir da coleta diária, sem prévia seleção. Nesse
dificultado nas áreas periféricas das cidades pela inadequação do sistema
caso, nem todos os materiais são reaproveitados. Os restos de vidro,
viário. Ruas estreitas, não pavimentadas, frequentemente íngremes não
metais e plásticos acabam por se misturar com o composto orgânico resul-
permitem a entrada dos caminhões que fazem a coleta do lixo. A deposição
tante do tratamento, prejudicando seu nível de pureza. É desejável que a
é normalmente feita em qualquer lugar distante, bastando haver espaço
reciclagem se faça a partir da seleção prévia do lixo industrial ou doméstico,
disponível. As boas técnicas de execução de aterros sanitários são em
onde os metais, vidros e plásticos sejam recolhidos separadamente do
geral esquecidas, sendo a contaminação do lençol freático a primeira
restante dos dejetos. Nesse caso o aproveitamento dos materiais é melhor,
consequência desse descuido.
sendo mais puro o adubo produzido nas usinas.
O tratamento, embora não seja caro, exige investimentos iniciais em
Uma outra maneira é usar containers colocados em pontos predetermi-
usinas especializadas que nem sempre são disponíveis. Essas usinas
nados das cidades. Neles se depositariam certos materiais, como metais ou
podem ter parte de seu custo recuperado pela venda dos materiais que são
garrafas, que seriam recolhidos em dias preestabelecidos. Desse modo a
reaproveitáveis e pela transformação da matéria orgânica existente no lixo
reciclagem do lixo doméstico torna-se mais simples, mais barata e mais
em adubo.
eficiente.
O não tratamento do lixo, além de promover o desperdício de material
Em áreas mais pobres e de difícil acesso aos caminhões, a população
reciclável, como metais, vidro, pano e papel, tem como contrapartida a
deve ser estimulada a trazer o lixo a pontos de recolhimento, em vez de

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colocá-lo em qualquer lugar, acarretando problemas não só de saúde, mas No futuro, os desequilíbrios ambientais e o consumo perdulário pode-
também de infra-estrutura, como o entupimento de galerias pluviais e rão privar a humanidade de um bem essencial à vida: a água. Um levanta-
córregos. mento da Organização das Nações Unidas estima que esse poderá ser o
As municipalidades devem estabelecer em suas normas critérios para o recurso natural mais escasso no próximo século.
recolhimento do lixo, seja o domiciliar, seja o das pequenas empresas. Os De toda água disponível no planeta, apenas 2,6% são de água doce,
grandes produtores de resíduos devem transportar, tratar ou depositar seu sendo que 99% se encontram sob a forma de gelo, no subsolo, na atmosfe-
próprio lixo, observando a legislação local. Essa é uma forma de reduzir os ra e nos organismos vivos. O consumo de água se expande numa propor-
custos dos serviços públicos de limpeza urbana e ampliar seus benefícios à ção maior que o aumento da população. Nos últimos 50 anos o consumo
comunidade. Além disso, essas medidas tendem a estimular algumas planetário de água quadriplicou. A industrialização, a irrigação agrícola e o
indústrias a estudar alternativas de produção que diminuam os seus sub- crescimento das cidades são os grandes responsáveis por este aumento
produtos indesejáveis. Tomemos o exemplo fornecido pela Mercedez-Benz fantástico de consumo. O consumo deve aumentar, pois 30% dos 5 bilhões
brasileira (Gazeta Mercantil, 1994): procurando reduzir o lixo produzido em de habitantes da Terra não dispõem de água potável. Em alguns países
suas instalações, a empresa trocou suas caldeiras a óleo diesel por equi- desérticos e com grande crescimento populacional, como o Egito, a água é
pamentos elétricos; substituiu o uso de solventes clorados utilizados para tratada como recurso natural estratégico. Se hoje se fazem guerras por
remover tintas por jatos de areia de alta pressão; aprimorou os processos petróleo, algum dia elas serão motivadas pela água.
de pintura; substituiu solventes por água, além de aumentar o percentual de O aumento do consumo, a poluição dos mananciais, a contaminação
insumos recicláveis em seus produtos finais. Como resultado, obteve uma do lençol freático, o desmatamento junto às fontes, a destruição das matas
redução do desperdício de certas matérias-primas, como a tinta, além de ciliares, tudo contribui para a situação crítica do abastecimento de água
alcançar o objetivo maior: diminuir a produção de resíduos. potável observado em muitos países. Em alguns lugares, as águas de
No caso dos resíduos industriais, deve-se verificar se os restos de uma superfície já estão quase totalmente contaminadas. Na Índia isso ocorre em
indústria não poderão transformar-se em matéria-prima para outra. No 70% dos casos. Em muitos povoados na China, a água já se esgotou. Na
Canadá, a Waste Materials Exchange (Horizontes Urbanos, 1987) estimula antiga União Soviética, o imenso mar interior, o Aral, poderá estar comple-
um novo uso para os resíduos industriais, através da análise dos mesmos e tamente seco em pouco mais de 20 anos. Quando essas situações críticas
da troca de informações que proporciona às empresas. As informações são ocorrem, há necessidade de grandes investimentos em tratamento e trans-
confidenciais, pois algumas empresas temem que o seu lixo revele segre- porte da água, que passa a ser captada em pontos muito distantes dos
dos industriais. O primeiro boletim de informações foi publicado em 1978. locais de consumo. O consumoper capita diário nas cidades dos países em
Para 90% dos resíduos enumerados houve pedidos adicionais de informa- desenvolvimento em que há abastecimento domiciliar de água é estimado
ções, que acabaram por gerar 510 intercâmbios entre indústrias. O boletim entre 50 a 125 litros. O custo de produção e fornecimento de água para
de divulgação apresenta 10 tipos de resíduos: produtos químicos orgânicos consumo é bastante variável. Na cidade do México, por exemplo, o custo é
e solventes, óleo, graxas e ceras, ácidos, álcalis, outros produtos químicos da ordem de oitenta centavos de dólar por metro cúbico.
inorgânicos, metais e esgotos com metais, plásticos, têxteis, couro e borra- Além de medidas relativas à proteção e à recuperação das fontes de
cha, papel e celulose, e produtos diversos. Às vezes figuram também abastecimento, outras podem ser adotadas para reduzir o consumo fre-
substâncias químicas de laboratório. quentemente perdulário em locais de elevada renda. Pode-se, por exemplo,
Para que o lixo não acabe por ser o grande, talvez o maior problema de adotar uma tarifa progressiva que seja muito baixa para padrões reduzidos
relacionamento entre as cidades e o meio ambiente, é importante que cada de consumo e elevada para os maiores consumidores. Em geral, são muito
nível de governo trate a questão com prioridade. bons os resultados dessa política nas cidades que a adotaram. Esse tipo de
As cidades que são pólos industriais são verdadeiras fábricas de polu- ação, além de socialmente justo, ajuda a conservar um bem escasso. É
entes atmosféricos. Em algumas é visível a poluição do ar, principalmente importante adotar mecanismos de cobrança para que todos paguem o
nos dias em que ocorrem inversões térmicas capazes de dificultar a dissi- consumo d'água de acordo com o que efetivamente gastaram. Tarifas
pação dos gases emitidos pelos transportes e pelas indústrias. Desneces- médias por zona de consumo estimulam a falta de cuidado com as perdas
sário falar acerca do efeito destes gases e das partículas sólidas emitidas que ocorrem na rede e desestimulam a adoção de padrões mais econômi-
pelas chaminés das fábricas e pelo escapamento dos veículos automotores cos de consumo. A medição do serviço deve ser sempre individualizada,
sobre o meio ambiente e a saúde das pessoas. com medidores em cada unidade de consumo.
A poluição degrada a qualidade de vida tanto nas pequenas cidades Em alguns lugares devem ser estabelecidos limites para a extração de
que sediam unidades industriais poluidoras, quanto nas grandes metrópo- águas subterrâneas, para não ocorrer o esgotamento do lençol freático. Isto
les. Está na América Latina a cidade que provavelmente enfrenta o mais vale não apenas para o consumo urbano, como para projetos de irrigação
alto grau de contaminação do mundo, a capital do México. Sua própria ou industriais. No Arizona foi estabelecida uma multa de US$10.000,00 por
localização já é favorável à poluição por situar-se em um vale a 2.300 dia para os consumidores que ultrapassem a quota estabelecida para esse
metros de altitude, dificultando a eliminação das nuvens poluentes. A tipo de consumo.
contaminação é produzida por 30.000 indústrias e 2,5 milhões de veículos, O desperdício promovido pelo próprio órgão abastecedor deve ser
que juntos produzem 4,8 milhões de toneladas anuais de contaminantes combatido. As deficiências nas redes de distribuição e o próprio uso nas
atmosféricos. A população de 16 milhões de habitantes, que vive em uma instalações de tratamento chegam em alguns casos a promover perdas de
área de 2.000 quilômetros quadrados, sofre cotidianamente com o proble- até 40% da água tratada. Isso pode ser evitado com programas de manu-
ma, agravado nos dias mais frios, quando ocorrem as inversões térmicas. tenção dos equipamentos, treinamento do pessoal de operação e o estabe-
As baixas temperaturas durante a noite impedem a dispersão dos gases, lecimento de programas sistêmicos para conservação de água.
que permanecem presos no vale, como se estivessem contidos em um Uma outra alternativa para economizar é a reciclagem. A reciclagem é
recipiente fechado. uma forma simples de tratamento, que permite o uso de águas que já foram
Nesta situação, só programas de longo prazo prevendo investimentos utilizadas, para irrigação, lavagem, aguagem de plantas ou resfriamento de
de peso na melhoria dos transportes urbanos e interferindo no processo de produtos industriais. As instalações de reciclagem podem ser construídas
produção industrial obtêm resultado significativo. Felizmente, várias medi- em conjuntos habitacionais, condomínios ou indústrias. O nível de trata-
das estão sendo postas em prática, como a ampliação da rede metroviária, mento dependerá do emprego que terá a água reciclada. O processo de
utilização do gás natural em substituição ao óleo combustível nas indústrias tratamento pode utilizar injeções de oxigênio em lagoas ou estações de
e nas centrais elétricas da cidade, a redução das impurezas dos derivados tratamento de efluentes. A água reciclada, porém, não pode ser utilizada
de petróleo, a eliminação do chumbo na gasolina, o plantio de árvores no para fins domésticos.
vale, uma vez que as plantas absorvem gás carbônico e liberam oxigênio, a Os grandes consumidores de água, como indústrias químicas e side-
proteção de mananciais de abastecimento d'água e do lençol freático, o rúrgicas, devem buscar soluções próprias para o seu abastecimento, com a
controle do nível de emissão dos veículos automotores, a fixação de níveis autorização do órgão responsável pela política de águas. Assim o poder
máximos para as emissões industriais. Deve-se lembrar que todas essas público pode prestar mais atenção aos pequenos consumidores e ao con-
medidas são caras, mas inevitáveis. sumo domiciliar. O mesmo deve se passar com os seus efluentes líquidos,

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que devem ser objeto de tratamento adequado antes de serem depositados Enquanto a dívida ambiental do passado não é paga, cabe às gerações
em algum lugar. presentes adotar medidas preventivas, principalmente através do planeja-
Além do lixo, da contaminação do ar, da poluição dos mananciais de mento e da legislação, para melhorar o convívio das cidades com a nature-
abastecimento d'água, um outro subproduto da atividade humana é o za.
esgoto sanitário. Os volumes de esgotos domésticos atingem proporções FUNÇÃO URBANA
gigantescas nas grandes cidades, necessitando de coleta e tratamento Desde a Antiguidade, registra-se a formação de centros urbanos. As
adequados para evitar prejuízos à saúde pública e contaminação ambiental. primeiras cidades surgiram na região da Mesopotâmia e também no Egito,
São amplas as possibilidades de tratamento, que vão de simples fos- há cerca de três mil anos a.C. No entanto, durante a era do Capitalismo,
sas sépticas individualizadas por domicílio até complexos sistemas de sobretudo em sua fase industrial, esse processo de formação e crescimento
tratamento que utilizam usinas de grande porte. Cada tipo de tratamento urbanos atingiu o seu auge, o que propiciou a difusão da urbanização por
possui vantagens e limitações. As fossas individuais são baratas, fáceis de todo o planeta.
construir, simples de operar, permitem tratamento adequado, mas exigem Em um dos vários aspectos referentes à urbanização, podemos desta-
uma distância mínima entre elas para que não se polua o lençol freático. As car a forma com que algumas cidades tendem a se especializar economi-
grandes estações são eficientes, porém caras, e só operam quando há um camente. Essa especialização pode ocorrer no sentido de dinamizar uma
sistema de coleta domiciliar de esgotos. Dependendo do tamanho da economia local ou regional, podendo transformar um espaço previamente
cidade, as redes poderão ser tão extensas e interferir tanto com os equipa- existente, ou conceber e planejar a criação de cidades para atender a
mentos urbanos que se tornem excessivamente dispendiosas. funções específicas.
A solução deve ser procurada caso a caso, levando em conta a possi- Dentre essas atividades setoriais especificamente realizadas por for-
bilidade de investimento da municipalidade. Na Índia, por exemplo, foi mações urbanas, podemos destacar alguns tipos de cidades, como as
decidido que cidades com menos de 100.000 habitantes só poderão ter político-administrativas, turísticas, portuárias, industriais e outras que po-
sistemas econômicos de tratamento de esgotos. Não há receituário possí- dem apresentar vários desses aspectos concomitantemente. A seguir, uma
vel nesse caso. As técnicas desenvolvidas e aplicadas pela engenharia breve explicitação sobre cada um desses tipos.
sanitária são conhecidas. O problema em implantá-las está relacionado
apenas com os recursos disponíveis. Cidades político-administrativas: são cidades onde se localizam im-
portantes sedes administrativas de governos e parlamentos. Costumam ter
O saneamento urbano é de importância fundamental. A ausência de como característica a elevada oferta de empregos no setor público e estra-
tratamento de esgotos domésticos impede a eficiência em programas de tégica função política. Geralmente, são cidades especificadamente planeja-
medicina sanitária e proteção ambiental. Como interromper o ciclo de das e construídas para esse fim, embora, em alguns casos, elas passem a
verminose, ou cólera, por exemplo, sem tratamento dos esgotos? É claro acumular outras funções. Podemos citar, como exemplo de cidades políti-
que se torna quase impossível o fim desse tipo de epidemia, tão comum na co-administrativas, Brasília (Brasil), Pretória (África do Sul), Washington
periferia dos centros urbanos dos países em desenvolvimento. (EUA), Ottawa (Canadá), entre outras.
Dois instrumentos que, bem utilizados, podem produzir excelentes re- Cidades religiosas: são formações urbanas que possuem suas dinâ-
sultados são o planejamento e a legislação. micas econômicas majoritariamente centradas em algum tipo de atividade
O planejamento das atividades urbanas pode ser utilizado de várias religiosa, que ocorre todo o ano ou durante alguns poucos dias, mas que
formas. A primeira delas refere-se a um novo projeto, como construção de atrai um grande número de fiéis e movimenta um significativo ornamento
uma nova cidade. Nesse caso, o planejamento pode ser usado em sua financeiro. Exemplos de cidades desse tipo são: Jerusalém (Israel), Meca
plenitude. Pode estabelecer, através de um adequado zoneamento, a (Arábia Saudita), Aparecida do Norte (Brasil), Santiago de Compostela
separação de atividades conflitantes. A cidade pode ter áreas destinadas a (Espanha), Trindade (Brasil), entre outras.
atividades industriais, residenciais e ao comércio atacadista. Do mesmo Cidades turísticas: são cidades que possuem algum significativo atra-
modo, os transportes, o tratamento do lixo e do esgoto, o abastecimento tivo turístico e de lazer, seja pelos seus recursos naturais, seja pelas possi-
d'água, enfim, todas as atividades urbanas podem ser projetadas de modo bilidades oferecidas pelo seu espaço geográfico. Dentre esse tipo de cida-
a prover uma boa qualidade de vida e a proteção do meio ambiente. São de, podemos citar Las Vegas (EUA), Porto Seguro (Brasil), Cancun (Méxi-
raras as vezes em que isso acontece. O mais comum é o surgimento co) etc.
espontâneo dos aglomerados urbanos.
Cidades portuárias: são cidades que exercem uma importante função
Entretanto, mesmo a cidade em pleno funcionamento pode auferir os na economia do país ao qual pertencem, pois são a partir delas que a maior
benefícios do planejamento. Até mesmo uma megalópole com seus gran- parte das exportações e importações acontecem, graças à estrutura de seu
des problemas de difícil erradicação pode beneficiar-se com a ação plane- porto, utilizado para carga e descarga de mercadorias. Alguns exemplos de
jada. O ideal para o planejamento, porém, é que a cidade tenha um porte cidades desse tipo são: Santos (Brasil), Roterdã (Holanda) e Hamburgo
médio, ou seja, menos de 500.000 habitantes, pois fica mais fácil corrigir (Alemanha).
seus erros e planejar a sua expansão. Nessa fase, ainda é possível em
muitos casos fazer um bom zoneamento e aprimorar os serviços públicos. Cidades industriais: apesar de a maioria das cidades se formar direta
ou indiretamente em função do crescimento da produção industrial em uma
As leis e os códigos municipais constituem talvez o mais importante dada região, somente algumas delas podem ser classificadas como cidades
instrumento de proteção ambiental. As leis podem corrigir situações anôma- industriais. Essas se caracterizam por centrarem a maioria de suas ativida-
las, prevenir danos ao meio ambiente, regulamentar as construções e os des quase que exclusivamente no setor industrial, apresentando vastos e
parâmetros ambientais. No entanto, raramente esse instrumento tão sim- modernos parques empresariais produtivos. Citam-se como exemplo as
ples e barato é utilizado. Deve-se lembrar que a aprovação de um projeto cidades de Camaçari (Brasil), Córdoba (Argentina), Manchester (Inglaterra),
de lei não é tudo. A parte mais importante no que se refere à legislação é o Dusseldorf (Alemanha) e muitas outras.
seu cumprimento. De nada adianta o poder público dispor de uma enorme
quantidade de leis se elas não são executadas. Apesar dessa classificação, existem aquelas cidades que conseguem
apresentar duas ou mais dessas tipificações acima mencionadas. Dotadas
Não é difícil constatar que diversos fatores da vida urbana, redundam de um grande dinamismo, essas formações urbanas caracterizam-se, em
em agressão ao meio ambiente. Não é necessariamente pacífico o convívio geral, pelo elevado peso econômico tanto em âmbito regional quanto em
do homem urbano com o seu habitat. Na maioria dos casos esse relacio- escala internacional, além de um significativo contingente populacional.
namento é cheio de atritos, que por fim se voltam contra o próprio homem. Citam-se como exemplos São Paulo, Paris, Nova Iorque, Rio de Janeiro,
O ciclo da vida humana é muito curto para que o causador do dano ambien- entre outras.
tal sofra ele mesmo todas as consequências de seus atos. Sofremos hoje
com o descaso de nossos antepassados; outros sofrerão no futuro com o
nosso descaso. METROPOLIZAÇÃO
Metropolização é o processo de crescimento urbano de uma cidade e
O custo ambiental acumulado é imenso na maior parte do planeta. A sua constituição como centralidade de uma região metropolitana, isto é, de
atenção às questões ambientais é recente e as ações efetivas são raras, uma área composta por vários municípios que congregam a mesma dinâ-
muito escassas, principalmente nos países pobres ou em desenvolvimento. mica espaço-territorial. A metrópole passa a ser vista como a zona na qual

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as demais cidades tornam-se dependentes e interligadas economicamente. mesmo para outras regiões do globo, desde que isso represente melhorias
Entre os exemplos de metrópoles no Brasil, temos as cidades de São em seus serviços e aumento em seus lucros. Além disso, nos países que
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Porto Alegre e vão se industrializando, a tendência é a diminuição da oferta de matérias-
muitas outras. primas e a consolidação de direitos trabalhistas, o que não interessa aos
Para entender a lógica da metropolização (e, posteriormente, da des- donos e acionistas das empresas que compõem o seio do grande capital.
metropolização), é preciso considerar a seguinte premissa básica: a indus- Assim, ao mesmo tempo em que se observa a ocorrência da desme-
trialização tende a induzir à urbanização, ou seja, quando uma cidade ou tropolização das grandes cidades (e a consequente queda em seus cresci-
uma região se industrializam, a tendência é de que, com o tempo, a sua mentos populacionais), observa-se um crescimento das chamadas Cidades
população se eleve, bem como o número de residências e o crescimento Médias e das Metrópoles de menor porte. Por isso, existem grandes preo-
horizontal de seu espaço geográfico urbano. cupações de que, com o crescimento desordenado dessas cidades, os
Foi assim ao longo da história que narrou os sucessivos processos de problemas urbanos antes vivenciados nas grandes metrópoles se repitam.
industrialização ao redor do mundo e suas consequentes urbanizações e Para evitar esse processo, é preciso que o Estado regule um pouco mais a
metropolizações. No século XVIII, no ápice da Revolução Industrial, as economia, estabelecendo critérios e limites para a urbanização e industriali-
grandes cidades da Europa já apresentavam as maiores populações do zação das cidades, além de promover medidas de redução das desigualda-
mundo. No entanto, o ritmo do crescimento populacional intensificou-se des sociais e da adequação de infraestruturas nas periferias das grandes
cada vez mais. cidades.
No ano de 1850, Londres – então o principal centro mundial – alcança- Hierarquia urbana
va os três milhões de habitantes; 50 anos depois, essa população já soma- A hierarquia urbana é a ordem de organização entre os diferentes ní-
va os sete milhões, graças aos efeitos gerados pelas duas primeiras Revo- veis de complexidade econômica das cidades. Como a própria ideia de
luções Industriais. Nova York, graças à grande onda migratória vinda da hierarquia sugere, trata-se das relações de dependência econômica exerci-
Europa e à industrialização e financeirização de sua economia, foi a primei- das por algumas cidades sobre outras, formando uma cadeia mais ou
ra cidade a ultrapassar os 10 milhões de habitantes, na década de 1930. menos definida de cidades dependentes e economicamente interligadas
Portanto, o que podemos notar é que as grandes capitais do mundo entre si.
desenvolvido foram as primeiras a se industrializar e, portanto, as primeiras Essas relações econômicas estabelecem inevitavelmente a consolida-
cidades a passarem pelo processo de metropolização. Sendo assim, até ção de uma rede urbanaque estrutura uma teia formada por nós (as cida-
meados do século XX, cidades com grandes populações eram sinônimos des) e os fluxos (os sistemas de transporte e telecomunicações). Essa
de modernidade, o que foi se modificando nas décadas posteriores. estruturação é um fator que pode ser diretamente associado ao processo
A partir da segunda metade do século XX, os países subdesenvolvidos da globalização.
passaram a se industrializar, graças à migração e expansão das indústrias Fazem parte da hierarquia urbana mundial as cidades globais, as me-
e empresas multinacionais, que se instalaram em países periféricos em trópoles nacionais, as metrópoles regionais e as cidades de menor porte.
busca de fácil acesso a matérias-primas, mão de obra barata e amplo Cidades globais: representam os principais polos da hierarquia urbana
mercado consumidor. Assim, países como o Brasil conheceram então os internacional. Além de concentrarem elevados quantitativos populacionais,
seus processos de metropolização, como os que ocorreram em São Paulo sendo quase todas elas megacidades (cidades com mais de 10 milhões de
e Rio de Janeiro, que, ao final do século, transformaram-se em megacida- pessoas), essas cidades apresentam uma complexa economia. Ao longo da
des (cidades com mais de 10 milhões de habitantes). história, em grande parte dos casos, as cidades globais foram as primeiras
Os problemas da metropolização a industrializar-se no mundo ou, pelo menos, em seus países. Foram
Sabe-se que toda formação urbana ocorrida de forma rápida e desor- também as primeiras a iniciar o processo de desconcentração industrial que
denada provoca várias convulsões sociais e problemas econômico- ainda está ocorrendo, passando a ser conhecidas por abrigar as principais
estruturais. Nos séculos XVIII e XIX, as grandes cidades da Europa conhe- sedes e centros de negócios das empresas multinacionais.
ceram o caos graças às elevadas taxas de concentração urbana e às Exemplos de cidades globais: Nova York, Tóquio, Paris, Londres, Bue-
péssimas condições de trabalho às quais os trabalhadores (maioria da nos Aires, Berlim, entre outros. No Brasil, existem duas: São Paulo e Rio de
população) estavam submetidos. Janeiro.
A urbanização descontrolada e a falta de estrutura para a população Metrópoles nacionais: são cidades que também apresentam uma
condicionam a formação do processo de macrocefalia urbana. complexa e avançada organização econômica, uma grande quantidade de
Em decorrência disso, os países desenvolvidos adotaram políticas de habitantes e uma posição atrativa no recebimento de investimentos, sobre-
ordenamento e controle de suas cidades, praticando ora reformas urbanas, tudo de empresas estrangeiras. No entanto, o seu nível econômico não lhes
ora revitalizações de áreas antes relegadas ao acaso. Sendo assim, cida- permite criar em torno de si uma influência além de seus países ou regiões
des como Paris, Londres e Nova York, apesar de ainda serem grandes territoriais próximas.
megalópoles, abandonaram a liderança mundial em número de habitantes. Exemplos de metrópoles nacionais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curi-
Atualmente, esse posto pertence – com exceção de Tóquio – a cidades tiba, Brasília e outras cidades.
localizadas em países subdesenvolvidos. Essas cidades agora sofrem as Metrópoles regionais: são cidades cuja importância e domínio alcan-
mesmas convulsões sociais que as cidades desenvolvidas sofreram outro- çam apenas o nível regional, estando direta ou indiretamente subordinadas
ra, com o agravo de não disporem dos mesmos recursos financeiros para às metrópoles nacionais e às cidades globais. Mesmo assim, são centros
se livrarem de suas condições de miséria. estratégicos, pois representam o elo de regiões ou pontos afastados em
A desmetropolização e o crescimento das cidades médias relação aos grandes polos da economia mundial.
Você provavelmente já deve ter escutado alguma vez a seguinte frase: Exemplos de metrópoles regionais: Goiânia, Cuiabá, Campinas, Belém
“vida na grande cidade não é fácil”. Os imóveis são sempre mais caros (e e outras.
valorizam-se também mais depressa), o trânsito sempre apresenta proble- Abaixo dessas cidades, no contexto da hierarquia urbana, encontram-
mas, tudo fica longe de tudo, isso sem falar de transtornos ambientais se cidades de menor porte, mas com relativa influência local, tais como as
exclusivos das cidades, como as Ilhas de Calor e a Inversão Térmica. cidades médias brasileiras que, apesar da menor importância, vêm atraindo
Em razão dessa dinâmica caótica das grandes cidades, o seu espaço muitas indústrias e contemplando índices de crescimento muito acima da
geográfico – salvo em alguns poucos casos, quando bons planejamentos média das grandes cidades.
urbanos são executados – torna-se pouco atrativo para o investimento e
para a instalação de grandes empresas. Tal fator, associado à chamada
“Guerra Fiscal”, possibilita a formação de um processo antigo nos países PROBLEMAS AMBIENTAIS NOS CENTROS
centrais e recente em países emergentes: a desmetropolização. O desenvolvimento e o crescimento dos centros urbanos muitas vezes
Esse processo ocorre quando há certa “fuga” de empresas que, em ra- não ocorrem de maneira planejada, ocasionando vários transtornos para
zão dos motivos acima explicitados, migram para o interior do país ou até quem os habita. Alguns desses problemas são de grandeza ambiental e
atrapalham as atividades da vida humana nesses locais. Esses problemas

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ambientais são causados por diversos fatores antrópicos. Abaixo estão Falta de áreas verdes:
relacionados alguns desses problemas: O desmatamento em áreas urbanas causa aumento da temperatura e
Poluição do ar: agrava a poluição do ar.
A poluição atmosférica é causada pela emissão de gases poluentes no Poluição visual e sonora:
ar, como monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), dióxido de As propagandas excessivas e o barulho alto dos grandes centros po-
enxofre (SO2), entre outros, causando problemas para a saúde e para o dem causar transtornos psicológicos na sociedade.
meio ambiente.
Esses gases poluentes são produzidos pelas indústrias e automóveis.
Sua concentração na atmosfera causa um fenômeno conhecido como A relação campo x cidade
smog, que é uma fumaça ou neblina poluente localizada na superfície das Na relação cidade x campo, hoje, o urbano tem-se mostrado o elemen-
cidades e que pode causar doenças respiratórias. to dominante no panorama brasileiro. A subordinação do campo à cidade é
uma característica recente de nosso quadro sócio-econômico, transformado
nos últimos anos, mais especificamente nos recentes 40 anos que sucede-
ram a 2ª Guerra Mundial, com o advento da industrialização.O fenômeno da
industrialização brasileira atrela-se, como uma extensão do que acontece
no restante do mundo, ao processo de urbanização.

A modernização do campo em face da industrialização


Traçado o quadro de mudanças em nossa recente história econômica,
devemos lembrar que o campo não foi banido de nosso contexto econômi-
co. A zona rural, agora subordinada aos interesses urbanos, orienta sua
produção para a satisfação direta ou indireta da cidade, que investe no
campo maciçamente, reproduzindo ainda mais essa situação de dependên-
cia.São atribuições do campo frente à configuração do Brasil urbano-
industrial:
Poluição das águas: • Produção de itens para a exportação;
A situação dos rios e córregos é preocupante, pois a poluição das • Produção de matérias-primas para o setor industrial;
águas afeta diretamente a saúde da população. Uma grande quantidade de • Produção de alimentos para o grande contingente populacional das
lixo e esgoto é jogada nos rios, em razão da irresponsabilidade das pesso- cidades.
as, da falta de coleta de lixo e tratamento de esgoto. a) A produção de gêneros para exportação gera capitais que revertem
na ampliação dessa produção ao mesmo tempo em que gera divisas em-
pregadas no suprimento das necessidades financeiras do capital urbano e
industrial.
b) A produção de matérias-primas consumidas pelas indústrias, além
de combustíveis, no caso brasileiro o etanol, reduz a dependência de nossa
economia em relação ao combustível importado.
A evasão de divisas em virtude da importação do petróleo onerava a
nossa balança comercial, o que desviava recursos que seriam investidos na
Ilha de calor: infra-estrutura de produção no campo e, principalmente, nas cidades.
É o aumento da temperatura em determinadas partes de uma cidade, c) A produção de alimentos é um segmento importante, mas as culturas
na qual a região com maior concentração predial, asfalto, vidros e concreto alimentares pouco ou nenhum amparo têm do Estado, apesar de este ser
tem maior temperatura; enquanto que em outra parte da cidade, que tem beneficiado pela exportação de gêneros .
mais áreas verdes, a temperatura é menor, com variações de até 10° C no
mesmo dia. Mais ainda, o capital comercial urbano é sobremaneira beneficiado com
a importação de alimento de consumo obrigatório, e que, portanto, assegu-
Inversão térmica: ram a reprodução do capital investido.
É quando a poluição do ar impede a troca normal de temperatura do ar Em suma, a modernização de nossa economia subordinou o campo à
na superfície, ou seja, o ar frio e pesado (por causa das partículas da cidade.
poluição) fica em baixo e o ar quente e mais leve fica em cima.
Mais ainda, modificou a orientação da produção rural, mantendo a es-
Efeito estufa: trutura fundiária arcaica e constituindo o campo em um mercado de consu-
Fenômeno causado pelo aumento da temperatura no planeta em virtu- mo de itens como máquinas e tecnologia, cujo capital reverte para as
de dos gases poluentes emitidos pelas cidades. A camada poluente impede cidades.
que o calor da atmosfera se dissipe. É chamado de estufa, pois o planeta
mantém a temperatura aquecida.
A urbanização e os problemas ambientais
Erosão:
Até o final do século passado, as cidades brasileiras constituíram-se
Causada pelo uso e pela ocupação irregular de áreas de preservação em meros centros comerciais e portuários que tinham como função princi-
ambiental nas grandes cidades, como encostas, margens de rios, excesso pal a exportação dos produtos agrícolas para o mercado internacional.No
de peso das edificações, compactação do solo, etc. entanto, neste século, com o inicio da atividade industrial, as cidades brasi-
Chuva ácida: leiras passam a ter nova função: são agora o centro produtor de capitais, o
Causada pela poluição do ar, em que os gases poluentes reagem com lugar da acumulação de mão-de-obra, o lugar da distribuição das mercado-
a água da umidade do ar, ocasionando chuvas com presença de compo- rias produzidas pelas indústrias. Assim, necessitam de uma infra-estrutura
nentes ácidos e prejudicando plantações, edificações, automóveis e o ser que as capacite para atender essas novas funções: crescem os meios de
humano. transporte, investe-se na produção de energia, constroem-se moradias,
criam-se sistemasde saneamento básicos, constroem-se hospitais, escolas
Enchentes e desmoronamento: etc.É claro que todo esse desenvolvimento gera grande quantidade de
As chuvas nas cidades podem causar enchentes e desmoronamentos, empregos, o que atrai população para a região. A maioria da população
destruindo edificações e matando pessoas, em razão da ocupação irregu- rural carente que vem para a cidade, saem de áreas, com vários problemas
lar, pois as águas das chuvas não têm para onde escoar. estruturais, como: (concentração de terras, precárias condições de vida,

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baixa remuneração, falta de empregos). E assim a cidade cresce, sua área No Brasil, em março de 2005, foi aprovada pelo Congresso Nacional a
aumenta, seus serviços tentam se expandir para atender as necessidades Lei da Biossegurança, regulamentando o uso, produção e comercialização
dessa população. de sementes transgênicas. De acordo com levantamentos do IBGE, estima-
No Brasil, esse processo foi extremamente acelerado: entre1940 e se que em 2013, o Brasil tenha uma área recorde dedicada à atividade
1980, mais da metade da população abandona o campo (somente 1/3 dela, agrícola no país, cerca de 67,7 milhões de hectares, ficando atrás apenas
atualmente, lá permanece) e vem se concentrar nas grandes cidades, dos EUA, com uma área de 70 milhões de hectares, e uma média de 90%
sobretudo nas 9 maiores metrópoles (1/3 da população).A Grande São de adoção de cultivares transgênicas. Segundo dados da Consultoria
Paulo, sozinha, absorve 11% do total demográfico, concentrado em uma Céleres e do IBGE, os transgênicos responderão por 54,8% de toda a área
área de cerca de1% da área do País. Assim, vários problemas sociais cultivada, ou seja, 37,1 milhões de hectares na safra 2012/2013, um incre-
decorrentes da ocupação desordenada são visíveis hoje em São Paulo: a mento de 21% comparado a safra anterior. Dentro desse cenário, a soja é a
carência de moradias, de transportes, de empregos, de saneamento básico, espécie que possui maior área, cerca de 27,7 milhões de hectares. Desse
de atendimento médico-hospitalar, a poluição ambiental, fazem parte do dia total, cerca de 88% é cultivada com soja RR, ocupando uma área de 24,4
a dia da cidade.O espaço urbano de São Paulo, convive com a ocupação milhões de hectares.
desordenada e com problemas sérios de poluição ambiental.No início do
processo de metropolização, a rodovia funcionou como eixo regulador da Podemos destacar ainda que a tecnologia de tolerância a herbicida se-
ocupação, já que as indústrias se instalaram ao longo dela, o que favorecia gue na liderança, com 25,3 milhões de hectares, ou 69,1% da área total,
o surgimento de loteamentos nas suas proximidades. A expansão de lote- seguida pela resistência a insetos, com 5,7 milhões de hectares e, por fim,
amentos espacialmente isolados da cidade intensificou-se com a especula- a tecnologia de genes combinados, com 5,6 milhões de hectares.
ção imobiliária, por meio da valorização dos terrenos na área central, da
faltade lotes disponíveis e do aumento dos impostos territoriais, levando os Segundo estudo divulgado pela ABRASEM (Associação Brasileira de
moradores a se estabelecerem em áreas mais afastadas – os subúrbios -, Sementes e Mudas), os impactos econômicos e socioambientais relaciona-
geralmente no entorno de ferrovias e rodovias. dos a biotecnologia agrícola já proporcionou aos agricultores ganhos
econômicos de US$ 18,8 bilhões. Os ganhos com produtividades são
O processo de industrialização, iniciado no Brasil do pós-guerra, relaci- responsáveis por aproximadamente 51% desse total, cerca de US$ 9,6
ona-se, em escala global, com a consolidação do capitalismo financeiro. A bilhões. A redução dos custos devido ao manejo facilitado pelo uso das
implantação de unidades de produção de empresas estrangeiras (as multi- culturas GM representam US$ 5,6 bilhões (30%) e 19% dos benefícios
nacionais )– no Brasil foi possível porque o Estado ter passou a atuar na econômicos ficaram com a indústria (US$ 3,6 bilhões). A cultura do milho é
economia, assegurando a reprodução do capital, implantando, implemen- responsável por 58% do incremento na renda, seguida pela soja (39%) e
tando ou simplesmente mantendo a infra-estrutura de produção já existen- pelo algodão (3%). Com o aumento da adoção dos transgênicos, ano após
te, ação esta que constituia tônica da nova fase do capitalismo, a fase ano, estima-se que nos próximos dez anos os benefícios econômicos
financeira. devem chegar a US$ 118,2 bilhões, sendo que 82% desse valor ficarão
com o agricultor.

EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA E Além de ganhos econômicos, os ganhos ambientais com a adoção das
MERCADOS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA. cultivares geneticamente modificadas contribuíram para a redução das
emissões de CO2 em 23,1 bilhões de quilos, equivalente à remoção de
“Safra após safra, ano após ano, verificamos uma constante evolução 10,2 milhões de carros das ruas, poupando 108,7 milhões de hectares de
no campo”. terras.
A produção agrícola, nos últimos 50 anos, foi em média superior ao
crescimento da população mundial. O primeiro fato que podemos destacar ___________________________________
e que marcou a evolução da agricultura mundial e brasileira, teve início nas
décadas de 60 e 70. A chamada “Revolução Verde” foi iniciada nos EUA e ___________________________________
disseminada nos países menos desenvolvidos, referindo à invenção e
disseminação de novas práticas agrícolas que permitiram um vasto aumen- ___________________________________
to na produção agrícola. Pesquisadores criaram novas variedades de milho, ___________________________________
soja e trigo de alta produtividade e de ampla adaptação a diferentes regiões
climáticas, tornando a agricultura altamente competitiva. Isto proporcionou a ___________________________________
países subdesenvolvidos, como México, Índia, Brasil, entre outros, aumen- _______________________________________________________
tar de forma vertiginosa sua produção, sendo um dos objetivos produzir
mais com menos terra e menos mão-de-obra, introduzindo novas técnicas _______________________________________________________
mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso de fertilizantes, defensivos
_______________________________________________________
agrícolas e a utilização de sementes de alto rendimento. O impacto social
da revolução verde, foi muito expressiva, principalmente nos países mais _______________________________________________________
pobres, o que contribuiu para que o americano “Norman Ernest Borlaug”,
considerado o pai do movimento, ganhasse o Prêmio Nobel da Paz em _______________________________________________________
1970. _______________________________________________________
O segundo fato que marcou a evolução da agricultura e que continua
_______________________________________________________
influenciando até hoje, teve início na década de 90, a chamada “Revolução
Transgênica”. Os transgênicos são espécies cuja constituição genética foi _______________________________________________________
alterada artificialmente e convertida a uma forma que não existe na nature-
za. É um ser vivo que recebeu um gene de outra espécie animal ou vegetal. _______________________________________________________
O gene inserido pode vir de outra planta ou mesmo de outra espécie com- _______________________________________________________
pletamente diferente. No caso das plantas, a modificação é feita visando
um organismo com características diferentes das suas, como por exemplo, _______________________________________________________
tornar uma planta mais resistente a pragas e insetos, herbicidas, entre
_______________________________________________________
outras características. A planta resultante dessa inserção passa a ser
denominada como "geneticamente modificada" (GM). A primeira variedade _______________________________________________________
comercializada de uma espécie vegetal desenvolvida pela transgenia foi
“tomate FlavrSavr”, em 1994, nos EUA. Em 1996, no mesmo país, foi _______________________________________________________
lançada a Soja RR (soja geneticamente modificada resistente ao herbicida _______________________________________________________
glifosato), e já em 2001 ela respondia por 68% de toda soja plantada no
país. _______________________________________________________

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