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SEDUC/MA
Geografia
ÍNDICE
Conhecimentos Gerais
Atualidades referentes ao Estado do Maranhão ............................................................................................................................................... 01
Tópicos relevantes e atuais das áreas de política, economia, sociedade, educação, tecnologia, Energia, desenvolvimento sustentável,
responsabilidade social e ambiental, segurança pública, Combate à corrupção, ecologia e suas vinculações históricas. ............................ 06
Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos verbais, não-verbais, informativos, publicitários e literários. Textualidade: coesão e coerência.
Funções da linguagem. A intertextualidade na leitura e na produção de textos. Tipologia textual. ................................................................ 01
Variação linguística: emprego da linguagem formal e informal. ...................................................................................................................... 10
Aspectos morfossintáticos e semânticos da língua: emprego das Classes de palavras, concordância nominal e verbal, regência
nominal e verbal, ocorrência de crase, pontuação gramatical e estilística. ..................................................................................................... 10
A semântica e estilística da frase: noção de conotação, denotação, polissemia, sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia,
ambiguidade, figuras de linguagem. ................................................................................................................................................................. 30
Noções de Informática
Noções de operação de Microcomputadores. Noções hardware e de utilização de softwares........................................................................ 01
Sistema operacional Windows 7, 8 ou superior. ............................................................................................................................................... 05
Microsoft Office (Word, Excel, Access e PowerPoint) 2003, 2010 ou superior. .............................................................................................. 11
Conceitos browsers de internet. Correio Eletrônico. ......................................................................................................................................... 30
Conceitos de organização de arquivos e métodos de acesso. ......................................................................................................................... 42
Fundamentos da Educação
Paradigmas da Educação. A função social da escola ...................................................................................................................................... 01
O projeto político-pedagógico da escola ........................................................................................................................................................... 26
A sala de aula e a prática pedagógica: currículo escolar, planejamento e avaliação, interação professor/aluno, recursos didáticos ............. 08
Interdisciplinaridade e Transversalidade: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, cultura étnico-racial,
trabalho e consumo ........................................................................................................................................................................................... 85
Desafios da Educação Brasileira: analfabetismo, evasão, repetência, qualidade de ensino. Formação e valorização do professor ............. 31
Gestão Democrática da Educação ................................................................................................................................................................. 131
Evolução histórica da Educação Brasileira ..................................................................................................................................................... 135
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Legislação Básica da Educação
Princípios da Administração Pública ................................................................................................................................................................. 01
Emenda Constitucional nº 53/2006 ................................................................................................................................................................... 01
Lei nº 11.494/2007 ............................................................................................................................................................................................ 02
Lei 9394/96 e suas alterações (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).......................................................................................... 09
Decreto Federal nº 5.154/2004 ......................................................................................................................................................................... 19
Lei nº 6.107/94 Estatuto do Servidor Público Estadual; Direitos e Deveres dos Servidores Públicos e Responsabilidades dos
Servidores Públicos, Regime Disciplinar .......................................................................................................................................................... 20
Lei nº 9860/2013 – Estatuto do Magistério ....................................................................................................................................................... 36
Conhecimentos Específicos
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: Espaço, paisagem, lugar, região e território; O espaço geográfico
e a materialização dos tempos históricos; Noções de astronomia; Localização e orientação; Projeções cartográficas; Linguagem
cartográfica; O espaço e suas representações; Cartografia temática; Cartografia e a evolução tecnológica; Regionalização do espaço
geográfico ......................................................................................................................................................................................................... 01
AMBIENTE NATURAL E SEU REFLEXO NA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: O sistema Terra e as inter-relações entre
seus subsistemas – litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera; Tectônica das placas; A morfogênese do relevo terrestre e sua
ocupação pelo homem; As condições naturais do planeta e suas interações ambientais e sociais; Meio ambiente e sociedade;
Domínios morfoclimáticos e biomas: características, importância, aproveitamento e condições ambientais .................................................. 06
A RELAÇÕES SOCIOESPACIAISE A (RE)ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: Povoamento e expansão territorial
brasileira; A questão agrária e a organização do espaço no Brasil; O urbano e o rural: relações de interdependência; Dinâmica
populacional e a (re)estruturação sócio espacial; Desigualdades sócio espaciais; Urbanização e a estruturação do espaço geográfico;
Industrialização e seu reflexo no espaço geográfico; Setores produtivos e a organização da sociedade; Matriz energética as questões
ambientais; Comunicação e transportes no mundo globalizado ...................................................................................................................... 12
O IMPACTO DA EVOLUÇÃO TECNOLOGICA SOBRE O (RE)ORDENAMENTO GEOPOLÍTICO E ECONÔMICO DO ESPAÇO
GEOGRÁFICO: Ordenamento geopolítico mundial; Globalização; Comércio internacional; Mercados regionais; Os atuais fluxos de
informação ;As redes sociais e sua influencia nas relações econômicas, sociais e culturais atuais; A questão ambiental: conferências,
debate, acordos, protocolos e a política ambiental brasileira ........................................................................................................................... 20
ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO E MARANHENSE: Localização e situação. O ambiente natural: composição estrutura e dinâmica
dos elementos da paisagem: geologia, relevo, solos, clima, vegetação e hidrografia. Domínios morfoclimáticos. O ambiente humanizado:
composição, estrutura e dinâmica da população. Produção, circulação e consumo de bens e mercadoria. A urbanização,
a regionalização e as relações internacionais brasileiros e maranhenses ....................................................................................................... 29
PRODUÇÃO E GESTÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: o espaço rural e urbano: delimitação, diversidade, composição, formas de
ocupação e aproveitamento, evolução e modernização. Relações campo-cidade e cidade-campo. Atividades produtivas: agropecuária,
agroindústria, localização industrial, relações de trabalho no campo e na cidade ........................................................................................... 30
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APOSTILAS OPÇÃO
Trecho da BR-135, no MA(Foto: Flora Dolores / O Estado) Em 26 anos, Maranhão destruiu 24,1 mil km² de Floresta Amazônica
Análise
Quase 130 mil Maracanãs de Floresta Amazônica foram destruídos nos
No quesito pavimento, o estudo classificou como "regular", "ruim" ou últimos 26 anos no Maranhão. Os dados são do Projeto de Monitoramento
"péssimo" 50,6% da extensão, enquanto que 49,4% foram considerados do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de
"ótimos" ou "bons". Foram consideradas as condições da superfície da pista Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o monitoramento da floresta por satéli-
principal e do acostamento. te. São, ao todo, 24.195 km² de área desmatada no período.
Maurano explica ao G1 como os dados são obtidos. “Os dados são ob- Para tentar frear ainda mais o desmatamento no Maranhão, ao fim de
tidos através da interpretação de imagens do satélite americano Landsat, agosto, ativistas da organização não governamental (ONG) Greenpeace
considerando os dados de desmatamento gerados pelo Prodes, que forne- deram orientação a lideranças da etnia indígena Ka'apor e moradores da
ce a taxa de desmatamento na Amazônia Legal”, diz. Terra Indígena (TI) Alto Turiaçu, na região norte do Maranhão, em um
projeto pioneiro: os índios vão usar equipamentos de alta tecnologia –
“O Prodes é operado pelo Inpe desde 1988 para estimar a taxa anual com uso de câmeras fotográficas e restreadores via satélite – para registrar
do desmatamento por corte raso, quando ocorre a retirada total da cobertu- a atividade dos madeireiros dentro da terra indígena. O objetivo é fechar o
ra florestal. O Prodes identifica áreas de corte raso maiores que 6,25 hecta- ‘quebra-cabeça’ entre a origem e o destino dos veículos que transportam a
res. Não registra as derrubadas parciais da floresta resultantes de queima- madeira obtida de forma ilegal.
das e de extração seletiva de madeira”, completa o tecnologista.
Somente em 2014, foram 257 km² destruídos no Estado. Os dados re-
ferentes a 2015 só serão divulgados no próximo mês de dezembro.
Queda
Pelos dados do projetos, é possível verificar uma queda no índice de
desmatamento no Maranhão após 2008 (1.271 km²), com um único pico em
2013 (403 km²). De uma forma geral, o desmatamento registrou uma queda
nos últimos anos em toda a Amazônia Legal. “Na realidade as taxas come-
çaram a declinar em 2004. Na Amazônia Legal, em 2014, tivemos a segun-
da menor taxa da série histórica (5.012 km²)”, afirma Maurano.
O tecnologista do Inpe esclarece que a queda só foi possível após o
aumento do rigor nas fiscalizações e ações de combate do governo federal,
em especial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais Renováveis (Ibama). “Em 2004, foi instituído pelo governo federal o
Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAM), que representou um avanço nas questões relacionadas à
prevenção e combate ao desmatamento. Muito da queda pós-2004 se deu Terra indígena no Maranhão é alvo constante de madeireiros (Foto: Fábio
em virtude deste plano, onde a fiscalização, principalmente do Ibama, teve Nascimento / Greenpeace)
e tem papel preponderante”, conclui.
A TI é alvo de constantes invasões de madeireiros: segundo dados da
Parte da estratégia do Ibama, agora, é incendiar tratores e cami- ONG, até 2014, 8% (quase 41 mil hectares) dela foram desmatados. Com a
nhões usados na extração ilegal de madeira. iniciativa, a organização pretende, também, diminuir os conflitos na região
já que, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), quatro índios
Ka’apor foram mortos e outros 15 atentados registrados nos últimos quatro
anos.
"Eu não posso cravar que exista uma bolha no Brasil porque não Dois últimos anos do governo
conheço a fundo as características do mercado local. Mas comparando os Consideram que os dois últimos anos do governo Dilma serão ótimos
dados brasileiros com os de outros países, posso dizer que a alta sugere ou bons 62% dos entrevistados, mesmo percentual verificado em setembro,
cautela. Os preços dos imóveis no Japão tiveram o mesmo movimento na na última pesquisa Ibope.
década de 1980 e depois, no início dos 1990, começaram a cair sem parar
e perderam dois terços do valor até agora. São pessoas que investem em Passou de 24% para 25% o índice dos que consideram que o restante
imóveis, não são "hedge funds". Você acha que os preços dobraram por do governo será regular, e permanece em 7% o percentual dos que
fundamentos econômicos ou por um movimento psicológico?" acreditam que os próximos dois anos serão ruins ou péssimos.
Ainda de acordo com a apresentação feita no país no mês passado, o A pesquisa Ibope revela uma piora na avaliação da população com
professor de Yale afirmou que não investiria em imóveis no Brasil. relação às medidas econômicas do atual governo. O percentual dos que
aprovam a política de combate à inflação caiu de 50% para 45%,
"É preciso evitar ativos caros, seja nas ações ou no mercado ultrapassando a margem de erro. Desaprovam as ações do governo em
imobiliário. Eu não investiria no mercado imobiliário brasileiro. Os mercados relação ao controle da inflação 50% dos entrevistados. Os outros 5% não
financeiros são empurrados a comprar bolhas apesar de elas acontecerem souberam ou não quiseram responder.
com tanta regularidade e causarem tantos prejuízos. Sempre há novas
bolhas", declarou. Também houve queda na avaliação da população com relação aos
impostos. O índice de desaprovação subiu de 57% em setembro para 65%.
Economista previu bolha imobiliária nos EUA Apenas 30% dos brasileiros aprovam os impostos cobrados, contra 38%
Na década de 1980, Shiller ajudou a criar o índice S&P/Case-Shiller, o em setembro.
primeiro indicador de preços dos imóveis do mercado americano e ainda Aumentou ainda o descontentamento em relação à taxa de juros. O
hoje a principal referência dos valores praticados no país. índice de aprovação passou de 49% para 41%, enquanto o percentual de
A partir de 2005, Shiller começou a falar abertamente sobre a bolha no desaprovação passou de 43% para 51%.
mercado imobiliário americano – a crise do subprime eclodiu três anos O combate ao desemprego é bem avaliado por 56% dos entrevistados,
depois e ainda se faz sentir ao redor do mundo. contra 41%.
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/14/ganhador-do- Áreas sociais
nobel-de-economia-alertou-sobre-bolha-imobiliaria-no-brasil.htm
Em relação à área da saúde, a taxa de aprovação do governo passou
de 33% para 25%. Desaprovam as medidas do governo no setor 74% da
14/12/2012 11h08 população.
Aprovação do governo Dilma mantém recorde de 62%, diz Ibope
Com um grau de desigualdade ainda grande, a economia brasileira O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América.
tornou-se uma das maiores do mundo. De acordo com a lista de bilionários Contabilizando 28,5% do PIB do país, as diversas indústrias brasileiras
da revista Forbes de 2011, o Brasil é o oitavo país do mundo em número de variam de automóveis, aço e petroquímicos até computadores, aeronaves e
bilionários, à frente inclusive do Japão, com um número bastante superior bens de consumo duráveis. Com o aumento da estabilidade econômica
aos dos demais países latino americanos. fornecido pelo Plano Real, as empresas brasileiras e multinacionais têm
investido pesadamente em novos equipamentos e tecnologia, uma grande
Componentes da economia parte dos quais foi comprado de empresas estadunidenses.
O setor de serviços responde pela maior parte do PIB, com 66,8%,
seguido pelo setor industrial, com 29,7% (estimativa para 2007), enquanto a O Brasil possui também um diversificado e relativamente sofisticado
agricultura representa 3,5% (2008 est). A força de trabalho brasileira é setor de serviços. Durante a década de 1990, o setor bancário representou
estimada em 100,77 milhões, dos quais 10% são ocupados na agricultura, 16% do PIB. Apesar de sofrer uma grande reformulação, a indústria de
19% no setor da indústria e 71% no setor de serviços. serviços financeiros do Brasil oferece às empresas locais uma vasta gama
de produtos e está atraindo inúmeros novos operadores, incluindo
Agricultura e produção de alimentos empresas financeiras estadunidenses. A Bolsa de Valores, Mercadorias e
O desempenho da agricultura brasileira põe o agronegócio em uma Futuros de São Paulo está passando por um processo de consolidação e o
posição de destaque em termos de saldo comercial do Brasil, apesar das setor de resseguros, anteriormente monopolista, está sendo aberto a
barreiras alfandegárias e das políticas de subsídios adotadas por alguns empresas de terceiros.
países desenvolvidos.
Em 31 de Dezembro de 2007, havia cerca de 21.304.000 linhas de
Em 2010, segundo a OMC o país foi o terceiro maior exportador banda larga no Brasil. Mais de 75% das linhas de banda larga via DSL e
agrícola do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e da União Europeia. 10% através de modem por cabo.
No espaço de cinquenta e cinco anos (de 1950 a 2005), a população As reservas de recursos minerais são extensas. Grandes reservas de
brasileira passou de aproximadamente 52 milhões para cerca de 185 ferro e manganês são importantes fontes de matérias-primas industriais e
milhões de indivíduos, ou seja, um crescimento demográfico médio de 2% receitas de exportação. Depósitos de níquel, estanho, cromita, urânio,
ao ano. A fim de atender a essa demanda, uma autêntica revolução verde bauxita, berílio, cobre, chumbo,tungstênio, zinco, ouro, nióbio e outros
teve lugar, permitindo que o país criasse e expandisse seu complexo setor minerais são explorados. Alta qualidade de cozimento de carvão de grau
de agronegócio. No entanto, a expansão da fronteira agrícola se deu à exigido na indústria siderúrgica está em falta. O Brasil possui extensas
custa de grandes danos ao meio ambiente, destacando-se o desmatamento reservas de terras raras, minerais essenciais à indústria de alta tecnologia.
de grandes áreas da Amazônia, sobretudo nas últimas quatro décadas. De acordo com a Associação Mundial do Aço, o Brasil é um dos maiores
produtores de aço do mundo, tendo estado sempre entre os dez primeiros
A importância dada ao produtor rural tem lugar na forma do Plano da nos últimos anos.
Agricultura e Pecuária e através de outro programa especial voltado para a
agricultura familiar (Pronaf), que garantem o financiamento de O Brasil, juntamente com o México, tem estado na vanguarda do
equipamentos e da cultura, incentivando o uso de novas tecnologias e pelo fenômeno das multinacionais latino-americanas, que, graças à tecnologia
zoneamento agrícola. Com relação à agricultura familiar, mais de 800 mil superior e organização, têm virado sucesso mundial. Essas multinacionais
habitantes das zonas rurais são auxiliados pelo crédito e por programas de têm feito essa transição, investindo maciçamente no exterior, na região e
pesquisa e extensão rural, notadamente através da Embrapa. A linha fora dela, e assim realizando uma parcela crescente de suas receitas a
especial de crédito para mulheres e jovens agricultores visa estimular o nível internacional. O Brasil também é pioneiro nos campos da pesquisa de
espírito empreendedor e a inovação. petróleo em águas profundas, de onde 73% de suas reservas são
extraídas. De acordo com estatísticas do governo, o Brasil foi o primeiro
Com o Programa de Reforma Agrária, por outro lado, o objetivo do país país capitalista a reunir as dez maiores empresas montadoras de
é dar vida e condições adequadas de trabalho para mais de um milhão de automóvel em seu território nacional.
famílias que vivem em áreas distribuídas pelo governo federal, uma
iniciativa capaz de gerar dois milhões de empregos. Através de parcerias,
políticas públicas e parcerias internacionais, o governo está trabalhando Maiores companhias
para garantir infra-estrutura para os assentamentos, a exemplo de escolas
e estabelecimentos de saúde. A ideia é que o acesso à terra represente Em 2012, 33 empresas brasileiras foram incluídas na Forbes Global
apenas o primeiro passo para a implementação de um programa de 2000 - uma classificação anual das principais 2000 companhias em todo o
reforma da qualidade da terra. mundo pela revista Forbes.
Mais de 600 000 km² de terras são divididas em cerca de cinco mil Energia
domínios da propriedade rural, uma área agrícola atualmente com três O governo brasileiro empreendeu um ambicioso programa para reduzir
fronteiras: a região Centro-Oeste (cerrado), a região Norte (área de a dependência do petróleo importado. As importações eram responsáveis
transição) e de partes da região Nordeste (semiárido). Na vanguarda das por mais de 70% das necessidades de petróleo do país, mas o Brasil se
culturas de grãos, que produzem mais de 110 milhões de toneladas/ano, é tornou autossuficiente em petróleo em 2006. O Brasil é um dos principais
a de soja, produzindo 50 milhões de toneladas. produtores mundiais de energia hidrelétrica, com capacidade atual de cerca
de 108.000 megawatts. Hidrelétricas existentes fornecem 80% da
eletricidade do país. Dois grandes projetos hidrelétricos, a 15.900
Existem cerca de quatro mil aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo A imprensa brasileira tem seu início em 1808 com a chegada da família
721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país real portuguesa ao Brasil, sendo até então proibida toda e qualquer ativida-
tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás ape- de de imprensa — fosse a publicação de jornais ou livros. A imprensa
nas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, localiza- brasileira nasceu oficialmente no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808,
do na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimentado com a criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, pelo príncipe-
aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego regente dom João.
comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a A Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território
praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem 34 nacional, começa a circular em 10 de setembro de 1808. Atualmente a
aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais. imprensa escrita consolidou-se como um meio de comunicação em massa
O país possui uma extensa rede ferroviária de 28 857 km de extensão, e produziu grandes jornais que hoje estão entre as maiores do país e do
a décima maior rede do mundo.Atualmente, o governo brasileiro, diferente- mundo como a Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de S. Paulo, e
mente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo publicações das editoras Abril e Globo.
desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, um A radiodifusão surgiu em 7 de setembro de 1922, sendo a primeira
trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. Há 37 gran- transmissão um discurso do então presidente Epitácio Pessoa, porém a
des portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O país instalação do rádio de fato ocorreu apenas em 20 de abril de 1923 com a
também possui 50 000 km de hidrovias. criação da "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro". Na década de 1930 co-
Saúde meçou a era comercial do rádio, com a permissão de comerciais na pro-
gramação, trazendo a contratação de artistas e desenvolvimento técnico
O sistema de saúde pública brasileiro, o Sistema Único de Saúde para o setor. Com o surgimento das rádio-novelas e da popularização da
(SUS), é gerenciado e fornecido por todos os níveis do governo, sendo o programação, na década de 1940, começou a chamada era de ouro do
maior sistema do tipo do mundo. Já os sistemas de saúde privada atendem rádio brasileiro, que trouxe um impacto na sociedade brasileira semelhante
um papel complementar. Os serviços de saúde públicos são universais e ao que a televisão produz hoje. Com a criação da televisão o rádio passa
oferecidos a todos os cidadãos do país de forma gratuita. No entanto, a por transformações, os programas de humor, os artistas, as novelas e os
construção e a manutenção de centros de saúde e hospitais são financia- programas de auditório são substituídos por músicas e serviços de utilidade
das por impostos, sendo que o país gasta cerca de 9% do seu PIB em pública. Na década de 1960 surgiram as rádios FM's que trazem mais
despesas na área. Em 2009, o território brasileiro tinha 1,72 médicos e 2,4 músicas para o ouvinte.
camas hospitalares para cada 1000 habitantes.
A televisão no Brasil começou, oficialmente, em 18 de setembro de
Apesar de todos os progressos realizados desde a criação do sistema 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de
universal de cuidados de saúde em 1988, ainda existem vários problemas televisão no país, a TV Tupi. Desde então a televisão cresceu no país,
de saúde pública no Brasil. Em 2006, os principais pontos a serem resolvi- criando grandes redes como a Globo, Record, SBT e Bandeirantes. Hoje, a
dos foram as taxas de altos de mortalidade infantil (2,51%) e materna (73,1 televisão representa um fator importante na cultura popular moderna da
mortes por 1000 nascimentos). O número de mortes por doenças não sociedade brasileira. A televisão digital no Brasil teve início às 20h30min de
transmissíveis, como doenças cardiovasculares (151,7 mortes por 100 000 2 de dezembro de 2007, inicialmente na cidade de São Paulo, pelo padrão
habitantes) e câncer (72,7 mortes por 100 000 habitantes) também têm um japonês.
impacto considerável sobre a saúde da população brasileira. Finalmente, os
fatores externos, mas evitáveis, como acidentes de carro, violência e suicí- Cultura
dio causaram 14,9% de todas as mortes no país. O núcleo de cultura é derivado da cultura portuguesa, por causa de
Energia seus fortes laços com o império colonial português. Entre outras influências
portuguesas encontram-se o idioma português, o catolicismo romano e
O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o tercei- estilos arquitetônicos coloniais. A cultura, contudo, foi também fortemente
ro maior do hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá. A influenciada por tradições e culturas africanas, indígenas e europeias não-
matriz energética brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo a portuguesas. Alguns aspectos da cultura brasileira foram influenciadas
energia hidrelétrica e o etanol, além de fontes não-renováveis de energia, pelas contribuições dos italianos, alemães e outros imigrantes europeus
como o petróleo e o gás natural. que chegaram em grande número nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Os
ameríndios influenciaram a língua e a culinária do país e os africanos
Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar influenciaram a língua, a culinária, a música, a dança e a religião.
uma alternativa viável à gasolina. Com o seu combustível à base de cana-
de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste A arte brasileira tem sido desenvolvida, desde o século XVI, em dife-
momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta rentes estilos que variam do barroco (o estilo dominante no Brasil até o
CRISE MUNDIAL
A crise afetou o mundo todo a varias demissões no Japão devido a cri- ENTENDA A CRISE MUNDIAL DOS ALIMENTOS
se isso fez com que as empresas e lojas começassem a demitir funcioná-
rios e com isso aumentou muito o desemprego. Com a Crise Mundial Para especialistas, não é possível eleger um único 'vilão' para a crise.
empresas que estavam contratando mão de obra hoje estão demitindo
muitos funcionários toda semana. A crise afetou o câmbio oficial e a eco- Organismo de alimentos da ONU aponta principais fatores.
nomia de todos os países e as empresas estão tenteando passar por ela e Ligia Guimarães
isso está sendo bem complicado principalmente nas cidades pequenas do
interior.
Os alimentos estão mais caros e, no mundo todo, o tema deixa autori-
dades em alerta e esquenta debates em torno das possíveis causas para a
escassez de comida.
Para explicar a crise atual, no entanto, não é possível eleger um “vilão”
específico. Segundo especialistas, são muitos os fatores que culminaram
Atual Crise Mundial no cenário de inflação agravado desde o começo do ano.
Com a crise mundial até mesmo os alimentos aumentaram o preço e De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações
com isso muitas pessoas não conseguem fazer a compra. Especialistas Unidas, a falta de alimentos ameaça como um "tsunami silencioso", e pode
tentam entender o que esta acontecendo, mas não conseguem e se eles afundar na fome 100 milhões de pessoas.
não entendem imagine a população que esta sofrendo muito com tudo isso. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricul-
Combustíveis como álcool, gasolina, gás e outros aumentaram muito neste tura e Alimentação (FAO) os principais fatores que influenciam a alta dos
ano e tudo devido a crise mundial que deslanchou com a chagada do ano preços dos alimentos são o aumento da demanda, a alta do petróleo, a
de 2009. Muitas empresas com uma situação financeira muito boa estão especulação e condições climáticas desfavoráveis. Há controvérsias sobre
preocupadas com a crise e tendo que mandar embora muitos funcionários e a dimensão da responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-
o Brasil fosse também enfrentar essa crise, mas segundo informações do primas (cana, milho e outras) disputam espaço com culturas destinadas à
presidente do BC o país está preparado para contorná-la. Mas a falta de produção de comida. Saiba mais sobre cada um desses fatores:
emprego é visível e isso faz com que as pessoas passem necessidade
dentro de casa sem nada poder fazer. Mais demanda, menos oferta
Países como os Estados Unidos também estão sofrendo consequên- A população mundial está comendo mais. Especialmente nas econo-
cias por causa da crise, pois o dólar caiu bastante e com isso a economia mias que têm registrado maior expansão, como a da China, que tem 1,3
do país também cai. As demissões do Japão devido à crise mundial foram bilhão de habitantes. Com mais gente comprando, vale a lei da oferta e da
muitas e as pessoas que foram para o Japão para tentar um emprego em procura: os produtos se valorizam no mercado e ficam mais caros.
montadoras de carro importados da Honda estão retornando para o Brasil,
pois as demissões aumentam a cada dia e não estão contratando ninguém Alta do petróleo
por enquanto. As oportunidades de emprego no Japão são muito boas e O preço do barril de petróleo vendido em Nova York e em Londres tem,
somente foram afetadas pela crise mundial e tudo isso vai ser com certeza sim, relação direta com a escalada do valor dos alimentos, já que a agricul-
superado. tura demanda grandes quantidades do óleo, seja no maquinário, tratores,
uso de fertilizantes ou transporte, até esse produto chegar ao consumidor.
A falta de dinheiro em todos os setores causa muito desemprego e as “O aumento no petróleo também faz com que o preço final dos alimen-
pessoas estão preocupadas com isso e torcem para que tudo seja resolvido tos fique mais caro”, diz Francisco Carlos Teixeira, professor da Universi-
rapidamente. As cidades do interior do Brasil é que sofrem muito com tudo dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, o preço do barril influi
isso afinal já não possui muitas oportunidades de emprego, pois geralmente diretamente nas commodities agrícolas em duas pontas: na produção e na
possui uma única empresa e com a crise mundial a empresa não consegue distribuição.
segurar seus funcionários que são demitidos. Para conseguir passar pela
crise mundial com menos danos possível é preciso ter muita calma e agir “Hoje, a agricultura é totalmente industrializada e depende em boa me-
com bastante cuidado tentando economizar no que for possível usando dida do petróleo, usado como matéria-prima para uma série de produtos,
menos luz, não desperdiçando água do meio ambiente e nem alimentos e como defensivos agrícolas e químicas de preparação da lavoura. Além
fazendo com que os funcionários entendem que é preciso conter gastos disso, também movimenta os veículos que transportam as safras agrícolas”,
para poder economizar dinheiro para tentar segurara s demissões e manter diz Teixeira.
a empresa funcionando. Com certeza em meio a uma crise mundial é
complicado manter uma empresa funcionando e sem ter que dispensar Especulação
funcionários, mas não é impossível e com certeza tudo vai ser superado Com a queda do dólar, investidores que ganhavam dinheiro investindo
Conhecimentos Gerais 22 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na moeda norte-americana migraram para a aplicação em outras commodi- BRICs
ties, como os produtos agrícolas.
Entres demais países que constituem o chamado bloco dos BRICs
Muitos fundos têm usado as bolsas de mercadorias para especular com (formado pelas iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China), os russos contam
a antecipação da compra de safras futuras em busca de melhor rentabilida- com 2,7%; os chineses, com 3,7%; e a Índia, 1,9%.
de, o que também contribui para valorizar e o preço de commodities como o
trigo e o arroz. Em contrapartida, os Estados Unidos possuem 17,1% dos votos, e um
Segundo a FAO, os preços internacionais do arroz começaram uma país como a Suíça possui 1,6%.
escalada desde o início do ano, depois de subirem 9% em 2006 e 17% em O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, em Washington, que
2007. O preço do produto subiu 12% em fevereiro e mais 17% em março, os BRICs concordaram que não fariam novos aportes financeiros ao FMI a
segundo o índice All Rice Price, elaborado pela entidade. não ser que o fundo ofereça instrumentos flexíveis que confiram maior
poder aos emergentes.
Condições climáticas
Entre as mudanças que Mantega disse ter surgido da negociação com
O clima é outro fator que reduziu a quantidade de alimentos produzida os BRICs estava a de permitir que as nações que fizerem doações possam
no mundo, segundo relatório da ONU divulgado na semana passada. determinar que países ou regiões possam receber os novos empréstimos.
As condições climáticas desfavoráveis devastaram culturas na Austrália
e reduziram as colheitas em muitos outros países, em particular na Europa,
Ampliação
segundo a FAO.
Segundo as previsões da FAO, as reservas mundiais de cereais caíram O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, disse que os
para o seu nível mais baixo em 25 anos com 405 milhões de toneladas em Estados Unidos defendem a ampliação do papel dos emergentes dentro do
2007/08, 5 % (21 milhões de toneladas) abaixo do nível já reduzido do ano FMI, através da revisão do sistema de cotas até 2011 - o mesmo prazo
anterior. pretendido pelos BRICs.
Mas o ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, disse, em
Biocombustíveis? Washington, durante a reunião do Fundo e o Bird, que os países ricos ainda
resistem à ideia de ampliar a representação das economias ascendentes.
"Os biocombustíveis são apenas uma gota no oceano desse cenário de
aumentos”, diz a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ''Nós temos encontrado uma atitude fria e até de resistência. Os países
Suzana Kahn Ribeiro. que lideram não estão com pressa. Essa foi a principal discussão da reuni-
ão do FMI'', comentou Kudrin. BBC Brasil.
Segundo ela, o caso do biocombustível é particular do etanol fabricado
a partir do milho dos Estados Unidos. "O milho é uma cultura alimentar e,
Energia: Exploração de gás e petróleo de xisto deve mudar cenário
de fato, começou a haver um desvio da produção de milho com finalidade
global
para alimento para a produção do etanol", diz.
Carolina Cunha
Com a redução da oferta de milho subiu o preço dos derivados, o que
Da Novelo Comunicação
começou um processo em cadeia; aumentou o preço da ração dos animais
e, consequentemente, das carnes. "No Brasil (onde o etanol é feito a partir 21/01/2014
da cana-de-açúcar) a realidade é bem diferente; tanto que, no nosso histó-
rico dos últimos 30 anos, aumentamos a produção não só de etanol, mas O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e porosa, rica em material
também de alimentos", diz. orgânico. Em suas camadas, é possível encontrar gás natural semelhante
ao derivado do petróleo, que pode ser destinado para o uso como combus-
tível de carros, geração de eletricidade, aquecimento de casas e para a
BRASIL ESTÁ ENTRE MAIORES DA ECONOMIA MUNDIAL, DIZ FMI atividade industrial. Por se encontrar comprimido, o processo de extração
do gás é complexo e requer alta tecnologia para a perfuração de zonas
Da BBC Brasil em Washington profundas, geralmente a mais de mil metros de profundidade. Mas nos
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique últimos anos, os Estados Unidos, o maior consumidor de energia do mun-
Strauss-Kahn, acredita que o Brasil caminha para ser ''um dos maiores do, têm investido na melhoria da tecnologia de extração, o que promete
nomes da economia mundial'', e que o papel brasileiro junto à comunidade provocar uma revolução na matriz energética do país – e no mundo.
internacional é mais importante do que o fato de o país ainda contar com O movimento dos EUA em busca de outra fonte de energia no futuro
uma representação dentro do Fundo aquém do peso de sua economia. caminha na direção de estudos que apontam uma queda aguda na produ-
Os comentários de Strauss-Kahn foram feitos neste domingo, durante a ção mundial projetada de petróleo e um aumento na dependência das
entrevista coletiva realizada por ele e o presidente do Banco Mundial (Bird), fontes de combustíveis considerados fósseis não convencionais (areias
Robert Zoellick, para marcar o encerramento da reunião de primavera do oleosas, petróleo de águas ultra profundas, óleo de xisto) e não convencio-
Fundo e do Bird. nais renováveis, como os bicombustíveis.
''O Brasil está se tornando um dos maiores nomes da economia
mundial. E a importância do Brasil na cena internacional, o papel Em 2000, a produção norte-americana de gás de xisto era praticamen-
desempenhado pelo presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), são o que te zero. Desde 2006 as empresas começaram a usar a técnica da fratura
fazem do Brasil mais importante do que o tamanho das cotas'', afirmou hídrica, ou fracking, que consiste na injeção de toneladas de água, sob
Strauss-Kahn. altíssima pressão, misturada com areia e produtos químicos, com o objetivo
de quebrar a rocha e liberar o gás nela aprisionado. Com a nova tecnologia
As cotas destinadas aos países que integram o fundo determinam o
e investimentos, o gás hoje representa 16% da demanda de gás natural.
poder de voto de cada nação dentro do FMI. Inicialmente, as cotas visavam
Somente em 2008, os EUA ampliou a oferta em 50% e está investindo em
ser condizentes com o peso econômico de cada país, mas atualmente elas
novos poços e na produção em larga escala. Em 2035, o país pode tornar-
não refletem mais o crescente peso econômico das nações emergentes.
se autossuficiente com ajuda do xisto.
No início deste ano, o tamanho da cota brasileira aumentou de 1,4%
para 1,7%. A reserva americana de gás de xisto foi estimada em 2,7 trilhões de
''Isso não mudou muita coisa'', reconheceu o diretor do Fundo. Mas metros cúbicos pela agência de Informação Energética dos EUA. Essa
acrescentou: ''Não estou dizendo que as mudanças de cotas não sejam quantidade é suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos.
importantes, porque a cota tem que estar alinhada com a realidade da vida Os EUA também pretendem aumentar a produção de petróleo no fundo do
econômica, mas China, Índia e Brasil não estão esperando por uma nova mar. Isso graças ao avanço na técnica de extração a partir do xisto betumi-
mudança de cotas para ser ouvidas dentro do FMI''. noso, o chamado “shale oil” – hoje, a Rússia é o país que mais possui
reserva desse xisto, com 75 bilhões e barris.
Outros riscos são a possibilidade de abalos sísmicos, explosões e in- Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que hou-
cêndios. A controvérsia ambiental levou diversos países a proibir por lei o ve superávit primário.Quando as despesas superam as receitas, ou
uso do método, como a França, Bulgária, Irlanda, Irlanda do Norte e alguns seja, o governo gasta mais do que arrecada, temos um déficit primário.
estados norte-americanos. Números recentes das contas públicas do Brasil mostram um país à
beira de uma crise fiscal. Segundo dados do Tesouro Nacional, o ritmo de
Brasil avança na exploração de xisto
crescimento dos gastos do Estado é seis vezes maior que o das receitas.
No país, a técnica mais comum de extração de combustíveis fósseis é Entre janeiro e novembro de 2014, o governo federal gastou R$ 933,1
a perfuração de poços tradicionais em terra ou em alto-mar. A grande bilhões. No mesmo período do ano anterior, o valor foi de R$ 827,7 bilhões.
aposta brasileira para aumentar a oferta da matriz energética é a explora- Ou seja, as despesas cresceram 12,72%, enquanto as receitas avançaram
ção da camada de pré-sal no litoral, o que promete levar o país a autossu- apenas 2,8% no mesmo período, passando de R$ 890,3 bilhões (2013)
ficiência de petróleo e gás. para R$ 914,7 bilhões.
No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em pequena escala, pela A diferença entre as contas (receitas menos despesas, excluindo o pa-
técnica de fraturação. O país detém grandes reservas da camada de rocha gamento da dívida pública) foi de R$ 18,3 bilhões, o pior resultado de
e, segundo a agência de Informação Energética dos EUA, temos a 10ª janeiro a novembro desde 2001 (início da série histórica desse indicador).
maior reserva de gás xisto do mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos,
atrás da China, que tem as maiores jazidas globais, Argentina, Argélia, Para especialistas esse resultado se deve ao aumento dos gastos do
Estados Unidos, Canadá, México, Austrália, África do Sul e Rússia. Já a governo nas eleições, às concessões com desonerações de tributos e ao
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima baixo crescimento da economia que derrubou a arrecadação.
que o país tenha 14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de “shale oil”. Se por um lado os gastos do governo “injetam” mais dinheiro na eco-
Em novembro de 2013, a ANP leiloou blocos destinados ao mapea- nomia, por outro, também influenciam na inflação. Um dos mecanismos
mento e extração em 12 Estados (Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas, usados para “frear” os gastos excessivos de prefeituras, governos estadu-
Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Paraná e São Pau- ais e da União é a Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada em 2000.
lo). A arrecadação total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de explora- A Lei estipula o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL)
ção devem começar em 2014. O Governo Federal está avaliando o impacto nos gastos com o funcionalismo público. Na prática, ela também ajuda a
ambiental da tecnologia de fraturação. cumprir as metas de superávit, pois obriga o governo a economizar para
Uma das reservas brasileiras de maior potencial situa-se no Paraná, pagar juros.
próxima ao Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios subterrâneos Quem estoura o limite máximo fica proibido de contrair financiamentos,
de água potável do mundo. Enquanto a exploração de xisto no Brasil ainda de conseguir garantias de outras unidades da Federação para linhas de
está no começo, no curto prazo, especialistas no setor avaliam que a crédito e de obter transferências voluntárias.
exploração do pré-sal poderia ser afetada pela queda de preços produzida
pelo gás Devido ao aumento dos gastos públicos, em dezembro de 2014, o
Congresso aprovou um projeto de lei que poupa a gestão de ser responsa-
Taxa de juros bilizada por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2015.
Após o Banco Central ter subido os juros para 14,25% ao ano no fim de ju-
Contas externas
lho, o maior patamar em nove anos, o mercado manteve a estimativa de que não
devem ocorrer novos aumentos de juros em 2015. Para o fim de 2016, a estimati- A situação das contas externas ou da balança comercial é pautada
va ficou estável em 12% ao ano - o que pressupõe reduções da taxa Selic ao pela diferença entre importação e exportação (matérias-primas, produtos e
longo do ano que vem.
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transações de comércio, serviços e renda). O déficit ocorre quando existe prego deu sinais de desgaste, a inflação (em torno de 6,5%) e juros regis-
diferença no balanço de pagamentos em transações correntes. traram altas significativas e os brasileiros nunca estiveram tão endividados.
Em relação às contas externas, o Brasil está importando mais do que Levantamento feito pelo Banco Central mostra que 45,88% da renda
exportando. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e anual acumulada pelas famílias brasileiras é para o pagamento de dívidas,
Comércio Exterior, em 2014 a importação superou a exportação em US$ quase o dobro do registrado em 2005 (21,47%).
3,93 bilhões, sendo o primeiro saldo negativo anual desde 2000.
O novo ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, disse que fará
Segundo especialistas, o saldo negativo é devido à desvalorização do um ajuste fiscal e pretende cumprir a meta de superávit primário de 1,2%
preço de commodities (as matérias-primas que o país exporta, como miné- do PIB para 2015. Como sem crescimento será difícil cumprir essa meta, a
rio de ferro e soja), cenário internacional desfavorável (como a crise da tendência é que haja um maior rigor fiscal nas contas públicas.
Argentina) e ao baixo preço do petróleo.
Transpacífico: Riscos e metas do acordo de comércio global
Dívida pública
A existência do comércio livre entre as nações é uma das característi-
Quando falta dinheiro em caixa, o governo pode se endividar e pegar cas da economia contemporânea e ajudou a moldar o final do século 20
recursos emprestados de investidores para honrar compromissos. Em com a expressão “a era da globalização”.
troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção monetá-
ria. Para isso, ele costuma emitir títulos públicos que são vendidos no Com o fim da Guerra Fria, após queda do Muro de Berlim e o colapso
mercado financeiro. da União Soviética, começou um novo período da economia internacional,
capitaneado por novos tratados de comércio. Geralmente, esses acordos
A dívida bruta do Brasil saltou para 62% do PIB (produto interno bruto, buscam oferecer um maior dinamismo à economia internacional com a
ou seja, a soma de toda riqueza produzida pela sociedade). Em dez meses, redução de práticas protecionistas e barreiras alfandegárias entre os países
o endividamento total aumentou 8,4 pontos percentuais, já que, em dezem- signatários.
bro de 2013, a dívida representava 53,6% de todas as riquezas produzidas
pelo país. O avanço da fragmentação da produção em escala mundial, com a
formação de cadeias globais de valor que organizam os processos produti-
O dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as des- vos envolvendo vários países, vem aumentando consideravelmente a
pesas (exceto juros da dívida pública) é chamado de superávit primário. É interdependência econômica entre as nações.
esse dinheiro que o governo usa como poupança para pagar os juros da
dívida pública. Fatores como a redução dos custos do transporte internacional de bens
e mercadorias e tarifas, as revoluções tecnológicas, o aprofundamento da
Manter as contas públicas em dia é crucial para o mercado financeiro divisão internacional do trabalho e a expansão das empresas multinacionais
internacional. Quanto menor a dívida em relação ao PIB, mais o país mos- facilitaram esse avanço e levaram àquela que é considerada uma das
tra que é um “bom pagador”. Quanto maior a capacidade de pagamento do principais características do comércio no século 21: a dispersão das dife-
Brasil, menor é o risco de crédito e as chances de conseguir taxas de juros rentes etapas envolvidas na produção de um determinado bem em diferen-
mais baixas em empréstimos. tes países.
A dívida ainda pode aumentar se a cotação do dólar subir. Quanto mais Por essa lógica, insumos, partes, peças, serviços – ou seja, cada etapa
os encargos da dívida crescerem, pior ficará a situação fiscal. ou tarefa envolvida na produção de um bem final – são produzidos onde
quer que estejam disponíveis os materiais e as habilidades necessários,
Juros e inflação desde que tenham um preço e qualidade competitivos.
O gasto público também pressiona a alta dos preços em geral. Com a Com isso, a relação entre grandes e pequenas economias se intensifi-
inflação mais alta, o governo também sobe a taxa básica de juros (Selic). A cou – nem sempre da maneira mais justa devido a casos de exploração de
alta dos juros pelo Banco Central é uma forma de conter o consumo das mão de obra e a outras questões- e tornou-se importante estabelecer
famílias e frear a oferta de crédito pelos bancos. diferentes parcerias, acordos e negócios com determinados países, bus-
Apesar disso, os juros altos deixam famílias endividadas em alerta e cando sempre mais benefícios para os envolvidos.
“travam” financiamentos do setor produtivo, o que freia os investimentos Esse cenário permitiu, a partir dos anos 2000, um crescimento dos
que o país precisa para voltar a crescer. acordos regionais de comércio. Somente entre 2000 e 2010 foram assina-
Austeridade dos 241 acordos regionais de comércio, segundo a OMC (Organização
Mundial de Comércio). São exemplos desses acordos o NAFTA, Mercosul,
Numa situação de crise ou recessão, austeridade é o caminho escolhi- União Europeia, entre outros.
do por muitos governantes. Durante a crise econômica de 2008, a palavra
foi muito ouvida nos discursos dos novos ministros europeus que realiza- Esse fenômeno, conhecido como a “terceira onda de regionalismo” (ou
ram reformas em meio a déficits, desemprego, calotes em dívidas, entre acordos regionais), caracterizou-se pela pulverização de acordos com a
outras situações. A austeridade nada mais é do que controlar rigidamente criação de regras e mecanismos de integração que vão além do regime
os gastos públicos. multilateral de comércio e das regras impostas pela OMC.
E para reequilibrar as finanças públicas, a saída que os governos en- O diferencial desses novos acordos é que eles aprofundam ainda mais
contram é cortar gastos ou aumentar receitas (ou as duas coisas ao mesmo o conceito de comércio, incorporando padrões trabalhistas e ambientais à
tempo). Para ter mais dinheiro, ele pode aumentar impostos ou contar com agenda e tratando da regulação sobre investimentos e direitos de proprie-
o crescimento da economia do país. dade intelectual.
A carga tributária brasileira já é considerada alta. Hoje, quase 36% do O Acordo de Associação Transpacífico (TPP, em sua sigla em inglês)
PIB são destinados ao pagamento de impostos, que também podem vir nasce querendo ser a principal referência desse tipo de acordo comercial.
embutidos no preço de bens, produtos e serviços (como luz, água, carro, Acordo Transpacífico reúne 40% da riqueza do mundo
gasolina, transporte, imóveis etc).
Em 2015, mais um bloco econômico foi formado. Estados Unidos, Ja-
Quando a economia cresce pouco, o resultado é uma arrecadação de pão, México, Peru, Chile, Canadá, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei,
impostos menor do que o esperado. Quando a economia cresce muito, as Austrália e Nova Zelândia assinaram em outubro o Acordo de Associação
receitas avançam no mesmo ritmo, impulsionadas pela exportação ou Transpacífico (TPP, em sua sigla em inglês). Segundo o presidente norte-
consumo interno. americano Barack Obama, o tratado é “o marco comercial do século 21”.
O problema é que em 2014, a economia do Brasil cresceu cerca de Isso porque ele reúne 40% do PIB global, com números que podem equili-
1%. Além do crescimento do PIB abaixo do previsto no último ano, o em- brar ou desequilibrar a balança econômica mundial.
É provável que o TPP prejudique, por exemplo, as exportações de paí- Além de danos ambientais, a equipe do Inca alerta sobre os riscos de
ses que não pertencem ao bloco, como o Brasil. A Associação de Comércio doenças como o câncer. Segundo o relatório, o que faz um alimento saudá-
Exterior do Brasil (AEB) projetou um cenário futuro em que o Brasil poderá vel é sua composição. Os agrotóxicos na alimentação podem alterar o
perder competitividade na indústria. Porém, a exportação de commodities funcionamento normal das células do corpo humano, causando mutações e
(matérias-primas) não será prejudicada com o acordo. Atualmente produtos maior probabilidade do desenvolvimento de doenças no futuro.
agrícolas e minérios representam a maior fatia das exportações brasileiras. No Brasil, cerca de 450 substâncias são autorizadas para uso na agri-
Críticos avaliam que o acordo deixa o Brasil ainda mais isolado no pro- cultura. O Inca alerta ainda sobre o uso de muitos princípios ativos que já
tagonismo global. Ao contrário de outros países, os governos brasileiros foram banidos em outros países. Dos 50 produtos mais utilizados na agri-
não acompanharam a tendência de acordos comerciais regionais. Nas cultura brasileira, 22 são proibidos na União Europeia.
Segundo o relatório, as intoxicações agudas por agrotóxicos afetam Direto ao ponto: Ficha-resumo
principalmente os trabalhadores rurais que entram em contato com doses Poucos dias após a divulgação da pesquisa, o Ipea reconheceu que o
altas desses químicos via pele ou pelos pulmões. Eles podem apresentar resultado estava errado. O percentual correto para a questão é 26%. Mes-
problemas como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarrei- mo assim, a pesquisa levantou outros pontos que chamam atenção: Para a
as, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões, desregulação endó- maioria dos entrevistados (58,5%), "se mulheres soubessem se comportar,
crina e até a morte. haveria menos estupros" e para 65,1%, “mulher que é agredida e continua
Já as intoxicações crônicas podem afetar toda a população que con- com o parceiro gosta de apanhar”.
some os alimentos com resíduos de agrotóxicos. Os efeitos adversos Outros resultados apontaram que 22,4% concordam que a questão da
decorrentes da exposição crônica aos agrotóxicos podem levar vários anos violência contra as mulheres recebe mais importância do que merece; para
para aparecer, dificultando a correlação com o agente. 54,9% existe mulher que é para casar e mulher que é pra cama; e para
Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos 27,2%, a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando
de agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malfor- não tem vontade.
mações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema Repercussão
imunológico e câncer.
A conclusão de que a culpa pelo crime do estupro seria da própria víti-
Meio ambiente, transgênicos e agrotóxicos ma –resultado que depois se mostrou errado-- chocou a opinião pública e
Um fator que colaborou para colocar o Brasil no topo do ranking de gerou uma campanha nas redes sociais logo após a divulgação da pesqui-
consumo foi a liberação do uso de sementes transgênicas (geneticamente sa. Criado no Facebook pela jornalista Nana Queiroz, de Brasília, o movi-
modificadas) no país. O cultivo dessas sementes exige o uso de grande mento #eunãomerecoserestuprada propôs que o internauta tirasse uma
quantidade de agrotóxicos. foto de si mesmo com uma placa com o mote da campanha.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgêni- Apesar do efeito viral positivo, centenas de usuários postaram amea-
cos, atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de 42 milhões de hectares ças e agressões na página do evento, comprovando que o pensamento de
de áreas plantadas no país com esse tipo de semente, principalmente na parte da sociedade não está tão distante da pesquisa. Um dos agressores,
produção de soja e milho. por exemplo, segurava um cartaz com os dizeres "#eu já estuprei e estupro
de novo". Outros ameaçaram as manifestantes de estupro. Organizadores
Os agrotóxicos também contaminam o meio ambiente. A pulverização do evento procuraram a polícia, que vai identificar e tentar enquadrar os
dos químicos acontece em sua maior parte por avião, contaminando o ar da agressores por apologia e intenção ao crime.
região e áreas próximas, como cidades vizinhas que podem receber o
químico levado pelo vento. Isso afeta animais como abelhas e insetos, que A repercussão da pesquisa foi também reflexo de acontecimentos ante-
são importantes para o equilíbrio do ecossistema. No solo, os químicos riores. Na semana que antecedeu a divulgação da pesquisa, a violência
podem influenciar na falta de compostos orgânicos e microorganismos e contra o sexo feminino também ficou em evidência com os casos de vítimas
podem contaminar a água de córregos, rios, lençóis freáticos ou aquíferos. de abusos sexuais no metrô e nos trens de São Paulo. Páginas de internau-
tas que incentivam o assédio de mulheres no transporte público têm sido
Alimentos orgânicos são aqueles que não usam fertilizantes sintéticos, monitoradas pela polícia, como os autodenominados “encoxadores do
agrotóxicos ou pesticidas em seu método de cultivo. Os solos são enrique- metrô”, uma comunidade de 12 mil usuários no Facebook.
cidos com adubos naturais tornando esse tipo de alimento mais saudável e
nutritivo. Apesar dos benefícios, o alimento orgânico é mais caro no Brasil, Em fevereiro deste ano, quatro anos após ter sido produzido, um curta-
pois a produção é de baixa escala e a maior parte é proveniente da agricul- metragem da cineasta francesa Eléonore Pourriat fez sucesso na internet.
tura familiar, o que impacta no custo de distribuição e comercialização. No vídeo “Maioria Oprimida”, ela mostra como seria o mundo se os homens
fossem sistematicamente alvo de ofensas físicas e verbais por mulheres,
O uso de agrotóxicos se intensificou no Brasil na década de 1970, com situações que elas lidam no dia a dia. Em entrevista ao jornal britânico
quando o governo buscou fomentar a produção de agrotóxicos para estimu- The Guardian, a diretora criticou o sexismo e disse que o filme está mais
lar o crescimento do agronegócio e garantir alta eficiência produtiva. Nesta atual do que nunca. “Meu filme fez sucesso agora por que certos direitos
época, o financiamento bancário para compra de sementes era atrelada ao estão ameaçados. É como uma maré negra”.
adubo e o agrotóxico. Atualmente, a indústria química de defensivos agríco-
las é isenta de impostos.
Todos esses casos revelam como o estupro e o pensamento machista Da Novelo Comunicação
ainda estão presentes na nossa cultura e nos números de violência. 20/06/2014
Segundo dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os ca- Nos últimos anos, dois grupos de refugiados e imigrantes tiveram um
sos de estupros no Brasil superam os de homicídios dolosos. Em 2012, aumento expressivo no Brasil: os sírios e os haitianos. Tal fato se deve a
foram 50 mil casos registrados. Pelo Twitter, a presidente Dilma afirmou duas recentes crises humanitárias - a guerra civil da Síria, que arruinou o
que os dados são alarmantes e lembrou que muitas mulheres ainda não país em 2011 e ainda continua a fazer vítimas, e o terremoto do Haiti, que
denunciam a violência por medo e vergonha. deixou o país devastado em 2010 e aumentou a miséria da população.
Atualmente, somente uma pequena parcela dos estupros chega ao co- Esses dois grupos têm tratamento diferenciado na concessão de vistos.
nhecimento da polícia. A partir de estatísticas de atendimentos realizados Os sírios são considerados refugiados –em 2013, foi o 4º maior grupo a
em 2011 por postos de saúde e hospitais públicos, um levantamento do pedir refúgio no país--, pois o governo entende que existe uma situação de
Ministério da Saúde estima que no mínimo 527 mil pessoas sejam estupra- emergência e vulnerabilidade social. Já em relação ao Haiti, o Brasil tem
das por ano no Brasil. O estudo Estupro no Brasil: uma radiografia segundo papel importante no processo de reconstrução do país e possui um acordo
os dados da Saúde revela que 89% das vítimas são do sexo feminino e de cooperação com a ONU fornecendo as tropas para a Missão de Paz no
possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e Haiti, desde 2004.
adolescentes. Para essa parcela, o maior perigo está dentro de casa - 80%
dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou conhecidos das Direto ao ponto: Ficha-resumo
vítimas. Os haitianos não são elegíveis ao status de refugiados porque não so-
Onda de conservadorismo freram perseguição em seu país de origem por raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opinião pública, como definem as convenções internacio-
A luta das mulheres por direitos, ou o movimento feminista, pode ser nais. Apesar de solicitarem o reconhecimento da condição de refugiado no
dividida em três momentos: as reivindicações por direitos democráticos Brasil, seus pedidos são encaminhados ao Conselho Nacional de Imigração
como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho, nos séculos 18 e 19; (CNIg), que emite vistos de residência permanente por razões humanitá-
a liberação sexual, impulsionada pelo aumento dos contraceptivos, no fim rias. No total, mais de 7.000 haitianos já receberam esse tipo de visto.
da década de 1960; e a luta por igualdade no trabalho, iniciada no fim dos
anos 1970. Por essa razão, os haitianos ficam fora das estatísticas divulgadas pelo
Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que hoje contabiliza 5.208
Hoje, grupos feministas ainda buscam avanços no que diz respeito aos refugiados residindo no País. A maioria desses refugiados são imigrantes
direitos reprodutivos, uma briga já ganha em alguns países, mas que en- vindos da Colômbia, Angola, República Democrática do Congo (RDC) e
frenta o poder das alas conservadoras em outros. Síria.
A conquista destes e de outros direitos civis no Ocidente está direta- Segundo números divulgados no início de 2014 pelo órgão, a quanti-
mente relacionada a uma forte resposta conservadora contra o avanço dos dade de pedidos de refúgio no Brasil triplicou no período de um ano: em
mesmos. Nas ciências sociais, o termo usado para esse fenômeno é a 2012, foram expedidas 199 autorizações de refúgio, contra 649 em 2013.
palavra “backlash”. Se por um lado a sociedade está mudando, por outro,
uma parcela quer manter o que já é tradicional e se mobiliza para isso. Movimentos migratórios
No Brasil, no campo da política, esse efeito se reflete na aprovação de As situações enfrentadas pelos sírios e haitianos estão entre as que
novas leis no Congresso, principalmente em temas que discutem sexuali- geram movimentos, tema da redação do Enem em 2012. Estes movimen-
dade, saúde reprodutiva e vida familiar. Entre os exemplos estão propostas tos podem ser espontâneos ou forçados.
como a criação do Estatuto da Família, de autoria do pastor e deputado Por migração entende-se os deslocamentos de pessoas que se afas-
Anderson Ferreira (PR-PE), que reconhece como família apenas a união tam de suas residências habituais. Ela pode ser subdividida em emigração,
entre homem e mulher; o projeto da “cura gay”, do deputado João Campos quando pessoas saem do país, e imigração, quando pessoas entram no
(PSDB-GO); e o Estatuto do Nascituro, com o objetivo de proibir o aborto país de que se fala.
em caso de estupro – direito assegurado por lei -- e obrigar que o pai pague
pensão alimentícia às crianças concebidas mesmo em uma relação sexual As populações que migram de um país para outro buscam uma melhor
forçada. qualidade de vida e oportunidades de trabalho ou fogem de guerras, crises
econômicas e perseguição política.
Um dos principais motivos do aumento desses projetos é a ascensão
nos últimos anos da chamada bancada evangélica, que conta com um Nas décadas de 1980 e 1990 muitos brasileiros emigraram para o exte-
número expressivo de deputados que levam para o Congresso propostas rior, principalmente para os Estados Unidos, em busca de melhores oportu-
baseadas em valores e crenças religiosas. Embora o Brasil seja um Estado nidades de trabalho. Hoje, o movimento é inverso devido à instabilidade
laico, em que religião e o Direito teoricamente não se misturam, o processo política de países na África e Ásia, e os efeitos da crise econômica nos
democrático permite que o deputado tenha a liberdade de apresentar países da Europa.
qualquer tipo de proposta para votação.
Quem é considerado um refugiado?
No Brasil, muitas são as iniciativas de grupos de mulheres e coletivos
O refugiado é uma pessoa que teve que deixar seu país por questões
para diminuir a violência de gênero. No Governo Federal, quem trata do
humanitárias como conflitos armados, situações de emergência ou por
tema é a Secretaria de Política para Mulheres trabalha na ampliação de
perseguições étnicas, religiosas ou políticas.
campanhas para divulgar a Lei Maria da Penha, criada em 2006 e hoje o
principal instrumento jurídico para coibir e punir a violência doméstica A legislação brasileira reconhece o pedido de refúgio nesses casos e
contra mulheres. concede a essas pessoas o direito de ter um visto especial que permite a
permanência no país e garante aos refugiados documentos básicos, inclu-
Outra ação é o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra
indo carteira de identidade, CPF e carteira e de trabalho, além de prover
a Mulher, criado em 2007 para articular iniciativas contra esse tipo de
liberdade de movimento no território nacional e outros direitos civis. Porém,
violência. Além disso, a ONU Mulheres no Brasil tem tomado medidas para
a lei não prevê ajuda financeira.
acabar com a violência contra as mulheres. Entre elas, o Protocolo para a
Investigação das Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero, a Além disso, o Brasil é internacionalmente reconhecido como um país
campanha "O valente não é violento" e o aplicativo "SOS Mulher", que faz acolhedor e possui uma das leis mais modernas sobre o assunto, a lei de
parte de um projeto global por cidades seguras para mulheres e meninas. refúgio (nº 9.474/97), que adota a definição ampliada de refugiado estabe-
Perfil dos refugiados no Brasil O grupo também pretende invadir a capital Bagdá para derrubar o atual
governo e milícias xiitas da cidade já se preparam para um possível ataque.
Segundo o levantamento feito pelo Conare, com dados de 2010 a Além de fundar um Estado islâmico transnacional, a luta armada do EEIL
2013, o Brasil tem hoje refugiados de mais de 80 nacionalidades diferentes. teria o objetivo de governar sob as seculares leis religiosas da sharia (Lei
Colombianos e angolanos representam quase metade do total de refugia- Islâmica baseada no Alcorão, livro sagrado do Islamismo).
dos no Brasil, seguidos de grupos oriundos de Angola, República Democrá-
tica do Congo (RDC) e Síria. Adeptos do jihadismo (guerra santa islâmica), os militantes do EEIL são
considerados uma dissidência da rede terrorista Al-Qaeada, responsável
O número total de pedidos de refúgio aumentou mais de 800% no perí- pelos atentados do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. O grupo
odo (de 566 em 2010 para 5256 até dezembro de 2013), e a maioria dos iraquiano é responsável por uma série de ataques terroristas no país que
solicitantes de vem da Ásia, África e América do Sul. Em 2013, Bangladesh alvejaram as forças de segurança, funcionários do governo e civis xiitas. O
foi o país com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil, seguido de EEIL também atua na guerra civil da Síria, apoiando jihadistas que se
Senegal, Líbano, Síria e República Democrática do Congo. infiltraram na revolta síria e lutam contra as tropas do governo de Bashar
Assad.
Em relação a gênero e idade, a maioria dos que solicitam refúgio são
homens (o percentual de mulheres diminuiu de 20%, em 2010 e 2011, para Com esse novo cenário de instabilidade, o Iraque pode caminhar para
10% em 2013) e adultos entre 18 e 30 anos (90%). a guerra civil e ter o risco de ser dividido entre territórios sunitas, xiitas e
curdos. Além disso, grupos fundamentalistas podem ter controle dos impor-
Em 2013, São Paulo figurou como o Estado com maior número de soli- tantes campos de petróleo do país e o processo democrático conquistado
citações de refúgio (23%), seguido pelo Paraná (20,7%), Distrito Federal pode ser eliminado.
(14%) e Rio Grande do Sul (9,3%).
Como retaliação, os EUA enviaram aviões para sobrevoos de reconhe-
Conflito no Iraque: Ataques de grupo radical islâmico reacende o cimento sobre Bagdá e afirmou que a intenção é proteger cidadãos e
perigo da guerra civil militares americanos na capital. Por enquanto, os norte-americanos estão
Carolina Cunha estimulando uma mudança no atual governo iraquiano, para que ele seja
Da Novelo Comunicação mais inclusivo e abra espaço aos opositores na administração do país. O
presidente Barack Obama ainda não autorizou bombardeios em locais
18/07/2014 tomados pelos rebeldes.
Quando os Estados Unidos deixaram de ocupar militarmente o Iraque, A fragilidade do governo iraquiano e a divisão entre sunitas e xiitas
em 2011, a perspectiva era a de um futuro estável para o país: havia um
governo democrático recém-eleito, uma nova constituição e um exército A disputa por território no Iraque reflete um problema antigo do país: o
treinado pelos militares norte-americanos. conflito entre diferentes etnias e identidades religiosas e seus territórios
físicos e políticos.
Mas a ofensiva armada de um grupo extremista sunita que pretende
derrubar o atual governo do primeiro-ministro, Nouri Al-Maliki, ameaça Os xiitas são maioria no Iraque e representam entre 60% e 65% da po-
deixar o país em colapso. Desde janeiro deste ano, o grupo radical sunita pulação. Já os sunitas representam entre 32% e 37% da população iraqui-
do Estado Islâmico (que antes era chamado de Estado Islâmico no Iraque e ana, embora sejam maioria no mundo árabe (correspondem a mais de 85%
Levante- EIIL) tem travado combates com o exército iraquiano, que não dos muçulmanos de todo o mundo).
está conseguindo conter o avanço dos extremistas. O governo do xiita Al-Maliki é acusado de colocar as minorias sunita e
Direto ao ponto: Ficha-resumo curda em uma posição de inferioridade e sem poder de participação nas
decisões. Por meses, integrantes da minoria sunita têm protestado contra
Os insurgentes já ocupam áreas no oeste e no norte do Iraque, como Maliki, o acusando de discriminação e corrupção.
as importantes cidades de Mosul e Tikrit, cuja população é de maioria
sunita. Mais de 500 mil pessoas foram forçadas a fugir dessas cidades e Em 2013, o Iraque viveu um ano marcado por conflitos. Por um lado,
procurar refúgio. As forças rebeldes também avançaram rapidamente nas militantes sunitas atacaram vizinhanças xiitas. Por outro, milícias xiitas
regiões que fazem fronteira com a Síria, Jordânia e Arábia Saudita e assu- iniciaram represálias violentas contra sunitas. Mais de 7.000 civis foram
miram o controle de usinas de eletricidade e campos de petróleo. mortos em ataques violentos.
Os rebeldes divulgaram imagens na internet que mostram centenas de Inicialmente, as ações do EEIL ganharam o apoio de muitos sunitas do
homens deitados de bruços em trincheiras e sob a mira de fuzis. Relatos noroeste do país, que estavam insatisfeitos e desejavam retomar seu
indicam que os insurgentes capturam a população com a intenção de soltar espaço político, enfraquecido desde a queda do sunita Saddam Hussein. O
os sunitas, enquanto os xiitas são separados para a execução. EEIL também se uniu a outras milícias que fazem oposição ao regime de
Maliki.
A organização não-governamental Human Rights Watch afirma que há
indícios de que centenas de homens foram executados e pede que autori- Já os curdos, que vivem na província semiautônoma do Curdistão,
dades investiguem esses crimes de guerra. Para a ONG, além do massa- possuem seu próprio exército e sonham com a independência. Nas últimas
cre, os ataques podem provocar uma onda de refugiados e são uma amea- semanas, lideranças curdas afirmaram que farão de tudo para proteger os
ça para a segurança de milhares de mulheres. vilarejos do norte de ataques. Para alguns analistas, as forças de seguran-
ça curdas num contexto de guerra civil poderiam retomar a bandeira pela
independência do Curdistão.
Muitos dos jihadistas estrangeiros que lutaram ao lado dos rebeldes sí- O juiz Shaaban el-Shami prolatou a decisão em uma sala de audiên-
rios foram para o Iraque e se juntaram às brigadas do Estado Islâmico, que cias transformada de um auditório de uma academia de polícia nos arredo-
tomou grande parte do território norte e oeste do país. O grupo extremista res de Cairo. Morsi, vestindo um macacão de preso azul, ficou em pé na
autoproclamou um Califado e aspira tomar o território de outros países sala dentro de uma cela de metal e vidro. Estavam com ele na cela outros
islâmicos, a começar pelo Oriente Médio. Outros possíveis alvos seriam os réus, incluindo líderes de alto escalão da Irmandade.
EUA e países da Europa. Em tom sonoro, o juiz leu a lista, de cerca de três páginas, dos nomes
Segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com dos condenados à morte. Seu pronunciamento disparou gritos de “Allahu
sede em Londres, o EI contaria hoje com um exército de 50.000 homens akbar!” (Deus é grande!) dos prisioneiros. Quando a sessão terminou, os
apenas na Síria. Desses, 20.000 seriam estrangeiros, principalmente de prisioneiros agitaram as mãos e gritaram “Abaixo o regime militar! ”.
outros países árabes, do Norte da África e da Europa. Outros 30.000 ho- Antes de serem cumpridas, as sentenças de morte devem ser aprova-
mens no Iraque completam o efetivo. das pela Autoridade Máxima Islâmica Sunni do Egito, o grande mufti, que
Os números são imprecisos. Os EUA calculam em cerca de 2 mil o está agendada para acontecer em 2 de junho. As condenações também
número de combatentes ocidentais na Síria, incluindo mais de 200 norte- estão sujeitas a recurso pelo sistema judiciário.
americanos. A França estima que mais de mil franceses tenham se juntado Horas depois do veredito, três juízes egípcios foram assassinados por
ao Estado Islâmico na Síria e Iraque. O Reino Unido contabiliza pelo menos atiradores em um ônibus na península do Sinai. O Egito foi sacudido por um
500 britânicos que viajaram para os dois conflitos e a Austrália, cerca de 60 aumento nos ataques por insurgentes do Sinai desde que Morsi foi deposto
cidadãos. A Alemanha relatou a ida de 60 alemães para o Egito depois de pelos militares em 2013. Não está claro ainda se os ataques de sábado
treinados na Somália. estão conectados com o veredito contra Morsi.
A maioria desses jovens ocidentais são filhos ou netos de mulçumanos. A acusação contra Morsi tem origem numa fuga da prisão que ocorreu
Analistas avaliam que o racismo, o desemprego e a crise de identidade no pico da revolução contra Mubarak. Morsi e outros membros da Irmanda-
influenciam jovens mulçumanos a buscar o jihadismo. Atraídos pela propa- de foram detidos, retirados de suas casas ou dos protestos nas ruas, junto
ganda dos militantes por um novo caminho de vida, eles são recrutados por com muitos outros egípcios varridos no redemoinho. Morsi foi detido por
amigos próximos e pela internet, em fóruns virtuais e redes sociais. Ingle- dois dias na prisão de Wadi Natroun, na rodovia entre Cairo e Alexandria.
ses chegaram a postar selfies e fotos do front de batalha na Síria, vanglori-
ando-se de seus “feitos” como se fossem atos heroicos. A fuga veio na noite de 28 de janeiro de 2011, depois de um dia de
conflitos nas ruas entre a polícia e os manifestantes. No caos do levante,
Foi justamente o reconhecimento do sotaque britânico de um jihadista alguns dos guardas de Wadi Natroun abandonaram seus postos. Homens
que aparece no vídeo da execução de um jornalista por militantes do EI que armados renderam os guardas restantes, liberando milhares de presos,
gerou o sinal de alerta sobre o alistamento de estrangeiros no grupo. Divul- incluindo Morsi e outros líderes islâmicos.
Mona El-Ghobashy, acadêmica visitante do Instituto de Religião, Cultu- “Quem conhece a realidade brasileira sabe qual vai ser a prática nes-
ra e Vida Pública da Universidade de Columbia, afirma que o julgamento de sas situações. Vão superlotar os outros pavilhões e reservar um outro para
Morsi é parte da ofensiva das autoridades egípcias contra as forças da colocar esses adolescentes de 16 e 17 anos”, lamenta o advogado e mem-
rebelião que derrubou Mubarak. Disse ela em um e-mail: bro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Con-
deca), Ariel de Castro Alves. “Jovens e adultos vão estar separados em
Autointitulados guardiões permanentes do Estado, judiciário e militares tese, mas os presos já se comunicam”, enfatiza.
estão transmitindo a mensagem que os resultados políticos da revolução
(eleições livres, presidente civil, direito ao protesto) foram antinaturais, Relator da Comissão Especial da Redução da Maioridade Penal, o de-
irreais e insustentáveis. Eles estão dizendo aos egípcios: tudo esse assunto putado Laerte Bessa (PR-DF) defende que os estados "têm que se virar",
de democracia e escolher seus governantes é uma fantasia. Não é assim mas deixou aberta a possibilidade de construção de unidades ou realoca-
que o poder funciona aqui. Em função do ambiente politicamente carregado ção em presídios já existentes. “Os estados têm que se virar para construir
no qual os processos contra Morsi estão ocorrendo, a percepção de muitos uma ala para eles onde for”, disse. “Agora, onde vão colocar? É do que eu
pode ser a de que esses julgamentos estão mais ligados a retaliação políti- estou falando. Às vezes, eles podem pegar um sistema socioeducativo aí,
ca do que atividade criminalística de boa-fé. um presídio, e fazer uma ala separada dos menores para novos integrantes
ocuparem. ”
O julgamento de sábado foi o segundo contra Morsi em menos de um
mês. Em abril, ele foi sentenciado a 20 anos de prisão pelas acusações de Adolescentes “enquadrados”
incitação à violência e vistas grossas às detenções ilegais e torturas de O texto que obteve maioria na Câmara coloca em debate também a vi-
manifestantes enquanto estava no governo. Esse caso se referia a um abilidade, sob o ponto de vista da gestão e do orçamento público, de um
violento conflito nas ruas entre simpatizantes da Irmandade e seus oposito- sistema prisional exclusivo para menores condenados por práticas de
res no Cairo em 2012. crimes graves.
Ele ainda enfrenta julgamentos isolados sobre vazamento de documen- Para simular o que pode vir a ser esse sistema penal exclusivo para
tos, fraude e ofensa ao Poder Judiciário. adolescentes, Carta Capital analisou o número de menores internados na
Fundação Casa, em São Paulo. O estado possui o maior número de ado-
lescentes envolvidos em atos infracionais do País. Exatamente 9.978
Redução da maioridade penal cria sistema incerto adolescentes, a partir de 12 anos, estavam cumprindo algum tipo de medi-
Renan Truffi da socioeducativa na instituição no mês de julho de 2015 divulgados pelo
governo do Estado.
Carta Capital
Do total de jovens em cumprimento de medida, 5.929 têm entre 16 e 18
22/07/2015 04h35 anos, faixa-alvo da proposta para a redução da maioridade penal. Entre
estes jovens, apenas 219, ou 3,69%, cometeram os crimes elencados pela
Há um longo caminho para que a redução da maioridade penal possa
Câmara: homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte ou crimes
ser aprovada de forma definitiva no Congresso. A proposta ainda precisa
hediondos, com exceção de tráfico.
ser referendada em segundo turno na Câmara antes de seguir para o
Senado. Mas já é possível analisar a aplicação da medida no Brasil com Se incluirmos também os jovens da Fundação que têm 18 anos com-
base no texto da emenda aglutinativa que recebeu apoio da maioria dos pletos ou mais (142 adolescentes), já que eles podem ter cometido os atos
parlamentares. infracionais na idade em questão, este número sobe para 361 adolescen-
tes. Ou seja, 4,52% dos menores envolvidos em prática de atos infracionais
Algumas semanas antes de a Câmara aprovar a redução da maiorida- O berço do conceito de democracia é a Grécia antiga. Naquela socie-
de penal, com manobra do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rosso dade, criou-se a tradição democrática com a instituição de três direitos:
apresentou um projeto de lei que sugere a criação de “Centros de Resso- igualdade, liberdade e participação no poder.
cialização Juvenil” por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Quantos aos dois primeiros vale lembrar que as mulheres, os escravos
“Não é privatização”, rebate Rosso em entrevista a Carta Capital. “É e os estrangeiros não eram considerados cidadãos e, por isso, estavam
um novo conceito. Não é nem o ECA, nem a penitenciária tradicional. É excluídos das grandes decisões. No entanto, como observaram Aristóteles
novo mesmo. ~então as empresas que quiserem montar produtos e servi- e Karl Marx, embora a instituição desses direitos não os garantissem imedi-
ços vão poder entrar e o jovem vai gerar renda para a sociedade”, defende atamente, abria campo para a criação da igualdade e sua consolidação
o parlamentar que, coincidentemente, assina a emenda aglutinativa da real.
maioridade penal. Já quanto à participação, era dado a todos os cidadãos o direito de par-
Como mostrou reportagem da Agência Pública, em maio deste ano, ticipar das discussões e deliberações da cidade. A política era considerada
empresas que atuam na área de gestão prisional ajudaram a financiar as uma ação coletiva.
campanhas de pelo menos quatro deputados na Câmara: Bruno Covas A partir do século 18, as revoluções burguesas que derrubaram as mo-
(PSDB-SP), o pastor evangélico João Campos (PSDB-GO), Silas Câmara narquias absolutistas, como a Revolução Americana (1776) e Revolução
(PSD-AM) e Felipe Maia (DEM-RN). Já Rosso não recebeu doação, segun- Francesa (1789), foram dando novas bases para a criação de um conceito
do a prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de nenhuma moderno de democracia. O princípio básico dessa democracia moderna é o
dessas empresas. direito dos cidadãos de eleger seus representantes pelo voto.
Para o advogado Ariel de Castro Alves, que também foi fundador da Enquanto a democracia ateniense era direta, a moderna é representa-
Comissão da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da OAB, esse tiva, o que deixou o direito de participação mais limitado ao pleito, na visão
é um dos interesses por trás da redução da maioridade penal. “Muitos dos de boa parte dos cidadãos. Mas, por definição, a democracia espera uma
parlamentes que estão na Bancada da Bala são ligadas a empresas de participação social e popular que vá além do voto.
armamento e segurança privada”, afirma. “Empresas de segurança privada
querem migrar para a privatização do sistema penitenciário e explorar esse A participação social
novo filão. É um mercado bastante promissor. ” A definição de democracia no Dicionário de Políticas Públicas do
NUPPS (Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP) é “não existe
democracia sem democratas, isto é, pessoas comuns que aceitam conviver
Participação social: Brasil ainda enfrenta obstáculos para a demo- com as outras no ambiente de tolerância e cooperação que caracteriza a
cratização da gestão pública democracia e que alimentam, mesmo quando desejam aperfeiçoar o regi-
Andréia Martins me, sentimentos, atitudes e comportamentos favoráveis a ele; para isso, a
da Novelo Comunicação participação é fundamental, assim como a disposição de corrigir distorções
como a corrupção”.
28/11/201411h27
Com a Constituição de 1988, que veio após a ditadura militar, o direito
Logo após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), o Congresso à participação foi elevado a princípio constitucional, resultado da demanda
aprovou um projeto que veta o decreto 8.243/2014 proposto pela própria por uma maior participação e controle público, consolidando o que ficaria
petista e que criava novas instâncias de participação popular por meio da conhecido como “democracia participativa”.
instituição da Política Nacional de Participação Social (PNPS).
A democracia participativa tem como componente básico a defesa da
participação direta dos cidadãos na tomada de decisão dos políticos e
A participação social se dá em espaços como conferências, conselhos, No Brasil, o programa para construção de satélites de pequeno porte
ouvidorias, audiências públicas, entre outros. Essa forma de atuação orga- foi iniciado em 2003 por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
nizada é fundamental para o controle, a fiscalização, o acompanhamento e Espaciais (INPE), com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB). Além do
implementação de políticas públicas, bem como para um diálogo mais NanoSatC-BR1, a previsão é de que mais três minissatélites sejam lança-
frequente entre os governos e a sociedade civil. dos até o final de 2014.
O Centro Regional do Nordeste (CRN) do Inpe, em Natal, no Rio Gran- Dados da ONU de 2006 estimam que até 2050 mais de 45% da popu-
de do Norte é um dos parceiros desse projeto e foi o responsável por lação mundial não terá acesso à água potável. Segundo a previsão dos
desenvolver o transponder utilizado pelo Itasat 1. O CRN de Natal, além de organismos internacionais, quase todos os três bilhões de habitantes que
responsável pelo sistema brasileiro de coleta de dados ambientais, também devem ser adicionados à população mundial até 2050 nascerão em países
colabora com o movimento de expansão dos cubesats brasileiros. que já sofrem com a escassez desse recurso. As áreas mais atingidas
serão a África, a Ásia Central e o Oriente Médio. Num futuro não muito
Desde o início de 2011, pesquisadores de lá trabalham no projeto Co- distante, o cenário desenhado é de países brigando mais por água e menos
nasat. Trata-se de uma constelação de seis nanossatélites para coleta de por petróleo.
dados ambientais, em que cada um deles é um cubo com aresta de 20
centímetros e 8 quilos de peso. O projeto tem como objetivo garantir a Vários problemas afetam a qualidade da água e agravam o seu des-
continuidade da coleta de dados ambientais, já que dos dois satélites do perdício. No campo, as técnicas inadequadas de irrigação e o uso abusivo
Inpe em operação atualmente, o SCD1 e 2, apenas está suprindo essa de produtos químicos afetam o meio ambiente. O problema se agrava com
demanda. o desmatamento e remoção de áreas de vegetação e matas ciliares que
protegem os rios. Nas cidades, o lançamento de lixo e esgoto sem trata-
mento podem poluir os mananciais que abastecem a região. Sem contar
ações cotidianas, como fechar a torneira enquanto escovar os dentes,
Falta de água: com alto consumo, problema afeta a geração de economizar o tempo no banho, ensaboar a louça com a torneira fechada,
energia entre outras.
Carolina Cunha Brasil, uma potência hídrica
Da Novelo Comunicação Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), o Brasil é considerado
18/03/2014 17h58 a maior potência hídrica do planeta – dados estimam que o país detenha
aproximadamente 12% da água doce do mundo.
Basta uma redução na quantidade de chuvas que as notícias logo che-
gam: vai faltar água na sua cidade. Em março, após uma longa estiagem no O maior potencial hídrico do Brasil é a Amazônia. No entanto, o uso da
verão, o nível do reservatório do Sistema Cantareira, que abastece a Regi- água para gerar energia a partir de uma hidrelétrica implica inundar grandes
ão Metropolitana de São Paulo, chegou a 15%, o mais baixo patamar desde áreas, o que é visto como um problema socioambiental.
que o sistema foi construído, em 1974. O normal para essa época seria de A riqueza de volume de água é garantida pelas chuvas tropicais e por
60%. três grandes bacias: Amazônica, São Francisco e Paraná. Além disso, o
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Exemplo:
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
nero do texto. lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma que estivesse doido.
crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim Como poderia andar um homem àquela hora, sem fazer nada de
por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só
caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao princi- sendo doido mesmo”.
pal. (José Lins do Rego)
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- TEXTO DESCRITIVO
gares, ou mesmo em um só lugar. Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literá- As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
rios, essas informações são extensas, fazendo aparecer textos tanto na descrição literária quanto na descrição técnica.
descritivos no interior dos textos narrativo. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, formando uma imagem unificada.
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem pouco.
cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
diz que antes de um fato que aconteceu depois. nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela através dos sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a sub-
natureza ou pelo relógio. jetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas prefe-
O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele rências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito. vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- • Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pe-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o la enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento,
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social
zado por: e econômico.
- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo o que diz respeito às • Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- partes mais típicas desse todo.
tiva que é feito em 1a pessoa. • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- típicos.
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. • Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
qual a história está sendo contada. • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores.
Formas de apresentação da fala das personagens É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há convencendo.
três maneiras de comunicar as falas das personagens. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenôme-
• Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra- nos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
vés do diálogo.
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de Editora .Scipione, 1994 - 6ª edição.
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do RECONHECIMENTO DE TIPOS E GENÊROS TEXTUAIS
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi- A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, verbais e não verbais.
ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a
soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores.
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
do ponto de vista de algo/alguém. texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
falamos sozinhos.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de existem tipos textuais e gêneros textuais.
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se- ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti- É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis Dissertação.
pela unidade da formação textual.
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados através de um processo de sinonímia.
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
cenas e opiniões como positivas ou negativas. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
A Reportagem mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma antes de terminar o inverno.
figura-chave para o conhecimento deste tópico.
Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu- Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
atenção dos leitores. traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
A Entrevista te antes de terminar o inverno".
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi- As definições contêm, também, informações complementares relacio-
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve Essas informações complementares contêm frequentemente
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário:
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási-
sobre as declarações do entrevistado. cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra-
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa- fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median-
conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas te barras paralelas e /ou números.
destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas
derivados. Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe continuar em exercício; adiar o término de.
uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo A Nota de Enciclopédia
de propostas e de réplicas.
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama
TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-
tude desta expansão.
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci-
ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam- A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os
ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia,
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân- exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
das palavras. dades: terrestres e aquáticos.
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun-
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
a outra, desenvolve as instruções. diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom- A Solicitação
panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo emprego, uma vaga em uma escola, etc.
(misturar a farinha com o açúcar). Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce-
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que
construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente
acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que para a abertura e encerramento (atenciosamente. com votos de estima e
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente. ../ Saúdo-vos com
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto
em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre- As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: singular.
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As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor através Função metalinguística
da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identificam-no Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A
no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-se a...). poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalingua-
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o gem.
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da lingua-
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados gem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos defini-lo.
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi-
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua Variação linguística
apelação. Uma variação de uma língua é uma forma que difere de outras formas
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram da linguagem sistemática e coerentemente. Variedade é um conceito maior
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão do que estilo de prosa ou estilo de linguagem.
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto, aparentemente
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como um processo de criação de palavras para termos específicos como dialeto e
de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o idioleto.
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta Exemplos de variações são:
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio • dialetos, isto é, variações faladas por comunidades
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). geograficamente definidas.
• idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma- usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que
neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem)
solicitação de bolsas de estudo, etc. quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS geral);
• socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente
definidas
FUNÇÕES DA LINGUAGEM NO TEXTO; NÍVEIS DE LINGUAGEM NO
• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da
TEXTO;
comunicação pública e da educação
• idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se neces- • registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a
sário o estudo dos elementos da comunicação. gramática de certas atividades ou profissões
Elementos da comunicação • etnoletos, para um grupo étnico
• emissor - emite, codifica a mensagem • ecoletos, um idioleto adotado por uma casa
• receptor - recebe, decodifica a mensagem
• mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos
• código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da não apenas por seu vocabulários, mas também por diferenças na
mensagem gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de
• referente - contexto relacionado a emissor e receptor palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos
• canal - meio pelo qual circula a mensagem dialetos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da
e exercem influência sobre a comunicação linguagem.
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
Funções da linguagem variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou
Função emotiva (ou expressiva) advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela pre- modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros
valece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. termos (veja jargão).
Função referencial (ou denotativa) É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informa- como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e
ções da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico,
do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. e de, portanto, estilo.
Função apelativa (ou conativa) VÍCIOS DE LINGUAGEM
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comporta- 1) Ambiguidade ou anfibologia - defeito da frase que apresenta du-
mento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso plo sentido. Exemplos: Convence, enfim, o pai o filho amado,
de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. [quem convence?]
Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente - Jacinto, vi a Célia passeando com sua irmã. [sua: de quem?
ao consumidor. 2) Barbarismo - emprego de palavras erradas relativamente à pro-
núncia, forma ou significação: pégada, em vez de pegada; carra-
Função fática manchão, em vez de caramanchão', ânciã, em vez de ânsia; cida-
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato dões, por cidadãos; proporam, em lugar de propuseram; bizarro no
com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefô- sentido de esquisito (galicismo)
nicas, saudações e similares. Obs: Ao erro de acentuação tônica chama-se vulgarmente silaba-
da: rubrica, em vez de rubrica; íbero, em vez de ibero; côndor, em
Função poética vez de condor, etc.
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados 3) Cacofonia ou cacófato - som desagradável ou palavra de sentido
pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se ridículo ou torpe, resultante da sequência de certos vocábulos na
as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em frase:cinco cada um; a boca dela; mande-me já isso; vai-a seguin-
obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. do; por cada mil habitantes; nunca Brito vem aqui; não vi nunca
Juca aqui.
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam vendo as orações reduzidas de infinitivo:
como sujeito de um verbo no infinitivo. Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
A mim, ninguém me engana.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri- A ti tocou-te a máquina mercante.
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
sujeito. mo vicioso e sim ênfase.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em exercendo função sintática de adjunto adnominal:
que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Querida, gosto muito de SI. (errado) Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo) 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
Preciso muito falar com você. (certo) uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia:
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Vós sois minha salvação, meu Deus!
Ele feriu-se
Cada um faça por si mesmo a redação 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
O professor trouxe as provas consigo nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
falamos dessa pessoa:
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais Vossa Excelência já aprovou os projetos?
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com- pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
binações possíveis são as seguintes: pronomes de terceira pessoa:
me+o=mo me + os = mos Você trouxe seus documentos?
te+o=to te + os = tos Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
lhe+o=lho lhe + os = lhos
nos + o = no-lo nos + os = no-los COLOCAÇÃO DE PRONOMES
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
lhes + o = lho lhes + os = lhos NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
1. Antes do verbo - próclise
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos Eu te observo há dias.
a, as. 2. Depois do verbo - ênclise
me+a=ma me + as = mas Observo-te há dias.
te+a=ta te + as = tas 3. No interior do verbo - mesóclise
- Você pagou o livro ao livreiro? Observar-te-ei sempre.
- Sim, paguei-LHO.
Ênclise
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
representa o livreiro) com O (que representa o livro). ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto.
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como O pai esperava-o na estação agitada.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas Expliquei-lhe o motivo das férias.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
indiretos: Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O menino convidou-a. (V.T.D ) ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) 1. Quando o verbo iniciar a oração:
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as Como eu achasse muito breve, explicou-se.
Próclise Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Na linguagem culta, a próclise é recomendada: dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
interrogativos e conjunções. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
Quem lhe ensinou esses modos? Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-
Quem os ouvia, não os amou. nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
Que lhes importa a eles a recompensa? Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. suas mãos).
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Não me respeitava a adolescência.
Papai do céu o abençoe. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
A terra lhes seja leve. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
Em se animando, começa a contagiar-nos. Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. 1. Cálculo aproximado, estimativa:
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
pausa entre eles. 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. O nosso homem não se deu por vencido.
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. Chama-se Falcão o meu homem
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Mesóclise Eu cá tenho minhas dúvidas
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente Cornélio teve suas horas amargas
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam 4. Afetividade, cortesia
precedidos de palavras que reclamem a próclise. Como vai, meu menino?
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
Dir-se-ia vir do oco da terra.
Mas: No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. tes de família.
Jamais se diria vir do oco da terra. É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
Lembrarei-me (!?) Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade.
Diria-se (!?) Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando
não sabia o que dizer.
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou PRONOMES DEMONSTRATIVOS
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Podemos contar-lhe o ocorrido. coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Podemos-lhe contar o ocorrido.
Não lhes podemos contar o ocorrido. Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
O menino foi-se descontraindo. de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
O menino foi descontraindo-se. longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
O menino não se foi descontraindo. livro está longe de ambas as pessoas.
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. Os pronomes demonstrativos são estes:
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
cartes ." ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
Tenho-me levantado cedo. AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Não me tenho levantado cedo. MESMO (e variações), próprio (e variações)
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da Emprego dos Demonstrativos
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
gem escrita. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
fala).
PRONOMES POSSESSIVOS Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- Isto que carregamos pesa 5 kg.
indo-lhes a posse de alguma coisa. b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Este coração não pode me trair.
livro pertence a 1ª pessoa (eu) Esta alma não traz pecados.
Tudo se fez por este país..
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
explícito. Quase todos os verbos são pessoais. Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
O Nino apareceu na porta. sentido da frase.
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- Exemplo:
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
etc.
Garoava na madrugada roxa. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Houve um espetáculo ontem. vando o mesmo tempo.
Há alunos na sala.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos Outros exemplos:
claros. Os calores intensos provocam as chuvas.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Fazia dois anos que eu estava casado. Eu o acompanharei.
Faz muito frio nesta região? Ele será acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Serias louvado por todos.
Prejudicaram-me.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na Fui prejudicado.
3ª pessoa do singular - quando significa: Condenar-te-iam.
1) EXISTIR Serias condenado.
Há pessoas que nos querem bem.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. a) Presente
2) ACONTECER, SUCEDER Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Houve casos difíceis na minha profissão de médico. - um fato que ocorre no momento em que se fala.
Não haja desavenças entre vós. Eles estudam silenciosamente.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. Eles estão estudando silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: - uma ação habitual.
Há meses que não o vejo. Corra todas as manhãs.
Haverá nove dias que ele nos visitou. - uma verdade universal (ou tida como tal):
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. O homem é mortal.
O fato aconteceu há cerca de oito meses. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
pretérito imperfeito, e não no presente: maior realce à narrativa.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. É o chamado presente histórico ou narrativo.
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava. Amanhã vou à escola.
4) REALIZAR-SE Qualquer dia eu te telefono.
Houve festas e jogos. b) Pretérito Imperfeito
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. - um fato passado contínuo, habitual, permanente:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e Ele andava à toa.
seguido de infinitivo): Nós vendíamos sempre fiado.
Em pontos de ciência não há transigir. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
Não há contê-lo, então, no ímpeto. por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Não havia descrer na sinceridade de ambos. Era uma vez...
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. - um fato presente em relação a outro fato passado.
E não houve convencê-lo do contrário. Eu lia quando ele chegou.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
SABER AGREDIR
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis,
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, agridem
souberam Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agri-
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, dais, agridam
soubéreis, souberam Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substi-
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubés- tuído por I.
semos, soubésseis, soubessem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, COBRIR
souberem Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris,
cobrem
VALER Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais,
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem cubram
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
valham Particípio coberto
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
TRAZER FALIR
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, tra- Presente do indicativo falimos, falis
zem Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis,
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, faliram
trouxeram Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
trouxéreis, trouxeram Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Presente do subjuntivo não há
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, Imperativo afirmativo fali (vós)
tragam Imperativo negativo não há
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
trouxésseis, trouxessem Gerúndio falindo
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, Particípio falido
trouxerem
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem FERIR
Gerúndio trazendo Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Particípio trazido Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
VER
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem MENTIR
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis,
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram mentem
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais,
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam mintam
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Particípio visto
FUGIR
ABOLIR Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, IR
aboliram Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, aboli- Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
rão Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
aboliriam Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Presente do subjuntivo não há Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
abolissem Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem vão
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
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Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais,
sumam
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir,
Gerúndio indo cuspir
Particípio ido
ADVÉRBIO
OUVIR
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais,
vérbio, exprimindo uma circunstância.
ouçam
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Os advérbios dividem-se em:
Particípio ouvido
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
PEDIR
te, através, defronte, aonde, etc.
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais,
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
peçam
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
POLIR
mal, quase, apenas, etc.
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
6) NEGAÇÃO: não.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
provavelmente, etc.
REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redi-
Há Muitas Locuções Adverbiais
mis, redimem
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos,
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
redimais, redimam
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
RIR
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Gerúndio rindo
Advérbios Interrogativos
Particípio rido
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Conjuga-se como rir: sorrir
Palavras Denotativas
VIR
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis,
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
vieram
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais,
Você lá sabe o que está dizendo, homem...
venham
Mas que olhos lindos!
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Veja só que maravilha!
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Gerúndio vindo NUMERAL
Particípio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
O numeral classifica-se em:
SUMIR - cardinal - quando indica quantidade.
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, - ordinal - quando indica ordem.
somem - multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
apenas um deles deve ser flexionado. Essas tuas justificativas não procedem.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. • no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. com a preposição DE.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL. Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmen- O secretário procedeu à leitura da carta.
te do outro.
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e 14. ESQUECER E LEMBRAR
adjetivos). • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
Exemplos: Esqueci o nome desta aluna.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Lembrei o recado, assim que o vi.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
PARA = passagem Esqueceram-se da reunião de hoje.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. Lembrei-me da sua fisionomia.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pretender (transitivo indireto) • pagar - Pago o 13° aos professores.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • dar - Daremos esmolas ao pobre.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
2. OBEDECER - transitivo indireto • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. • pedir - Pedi um favor ao colega.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Já paguei um jantar a você. O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. COM:
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Informei-lhe o problema. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente. como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto dificuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito. Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Crase é a fusão da preposição A com outro A.
Atenderam o freguês com simpatia. Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
ASPAS
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria. Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro de
sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica
Há quem goste de “jazz-band”. incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal,
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. e semiótica.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
• Para enfatizar palavras ou expressões:
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
• Em casos de ironia: Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. consideração:
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado,
PARÊNTESES remoto.
Empregamos os parênteses: Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
• Nas indicações bibliográficas. que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
"Sede assim qualquer coisa. Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
serena, isenta, fiel". Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: ou seja, os homônimos:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos As homônimas podem ser:
fora das órbitas. Amália se volta)".
(G. Figueiredo) Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
fome." singular presente indicativo do verbo consertar);
(C. Lispector) Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
• Para isolar orações intercaladas: Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
"Estou certo que eu (se lhe ponho (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Minha mão na testa alçada) Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
Sou eu para ela." cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
(M. Bandeira) (verbo) - cedo (advérbio);
Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
COLCHETES [ ] palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
ASTERISCO (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
alguma nota (observação). (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas
- Condicional:
b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos
Se você pretende ser universitário, estude. idênticos.
“Sou um mulato nato no sentido lato
- Concessiva: mulato democrático do litoral.”
"Se não teceu o Próprio enxoval, ganhou-o, fio a fio, no tear."
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons pare-
- Causal: cidos, mas de significados distintos.
"Se a morte sabes dar com fogo e ferro, sabe também dar vida com “Eu que passo, penso e peço.”
clemência."
Figuras de construção
b) Conjunção coordenativa alternativa a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável
Se há lágrimas, se há risos, o amor brilha nos seus lábios. pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)
c) Pronome (ou partícula) apassivador
Alugam-se apartamentos. b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Nota-se que eles estão animados. Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)
c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos
d) Partícula (ou índice) de indeterminação do sujeito da oração ou elementos do período.
Vive-se bem. “ E sob as ondas ritmadas
Precisa-se de operários especializados. e sob as nuvens e os ventos
Admira-se a estes poetas. e sob as pontes e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito (...)”
e) Parte integrante de verbo
Queixa-se sempre de sua falta de sorte. d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na
Ele se arrependeu do tempo perdido. frase.
“De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco.”
Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização
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e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo
mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode comparativo fica subentendido.
ser: “Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
• De gênero b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de sig-
Vossa Excelência está preocupado. nificado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa
a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significa-
• De número dos não é mais feita com base em traços de semelhança, como na
metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os
Os Lusíadas glorificou nossa literatura. termos. Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)
• De pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para
comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido
ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normal- em sentido figurado.
mente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintáti- O pé da mesa estava quebrado.
ca e depois se opta por outra.
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por
uma expressão que o identifique com facilidade:
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)
a mensagem.
“E rir meu riso e derramar meu pranto.” e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações per-
cebidas por diferentes órgãos do sentido.
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
de versos ou frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; Vícios de linguagem
É ferida que dói e não se sente; A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determina-
É um contentamento descontente; do uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece
É dor que desatina sem doer” que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são
obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se
Figuras de pensamento da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade,
refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de pala-
conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.
vras que se opõem pelo sentido.
a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em
“Os jardins têm vida e morte.”
desacordo com a norma culta.
pesquiza (em vez de pesquisa)
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao prototipo (em vez de protótipo)
usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção
sintática.
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra me-
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na
nos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagra-
sintaxe de concordância)
dável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)
c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um
modo tal que ela apresente mais de um sentido.
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) guarda ou do suspeito?)
e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres ina- d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de pala-
nimados predicativos que são próprios de seres animados. vras.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. Paguei cinco mil reais por cada.
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão
ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma
“Um coração chagado de desejos ideia.
Latejando, batendo, restrugindo.” O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático,
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma este não é considerado vicioso.
coisa personificada).
“Senhor Deus dos desgraçados! f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo
Dizei-me vós, Senhor Deus!” som.
O menino repetente mente alegremente.
Figuras de palavras Por Marina Cabral
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado di- Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
ferente do habitual, com base numa relação de similaridade
entre o sentido próprio e o sentido figurado.
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
Com exceção de Códigos de barras e OCR, o armazenamento Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico podem ser
eletrônico de dados é mais fácil de se revisar e pode ser mais econômico encontrados com as mais diversas aplicações, desde Pen Drives, até
do que métodos alternativos, devido à exigência menor de espaço físico e à cartões de memória para câmeras digitais, e, mesmo os discos rígidos
facilidade na troca (re-gravação) de dados na mesma mídia. Entretanto, a possuem uma certa quantidade desse tipo de memória funcionando como
durabilidade de métodos como impressão em papel é ainda superior à buffer.
muitas mídias eletrônicas. As limitações relacionadas à durabilidade podem A gravação das informações em um dispositivo de armazenamento por
ser superadas ao se utilizar o método de duplicação dos dados eletrônicos, meio eletrônico se dá através dos materiais utilizados na fabricação dos
comumente chamados de cópia de segurança ou back-up. chips que armazenam as informações. Para cada dígito binário (bit) a ser
armazenado nesse tipo de dispositivo existem duas portas feitas de
material semicondutor, a porta flutuante e a porta de controle.
Após criar a nova conta é necessário realizar o logoff (via menu Inici-
ar) da conta atual, e automaticamente o novo usuário aparecerá na tela de
boas-vindas do Windows 7. Lembrando que todo este procedimento só
poderá ser realizado pelo usuário administrador ou pela própria conta de
administrador padrão do sistema assim como toda e qualquer alteração só
poderá ser feita via administrador.
Como funciona
Ao criarmos um ponto de retorno dentro da Restauração do Sistema,
fazemos com que o computador memorize todas as configurações ineren-
tes ao funcionamento da máquina, o que em geral acontece no registro do
Windows.
Desta forma, temos a segurança de poder voltar atrás quando instala-
mos um aplicativo danoso à saúde do sistema operacional. Criar um ponto
de restauração no Windows 7 é muito fácil e demanda poucos segundos de
atenção. Siga os seguintes passos para realizar o processo:
2. Selecione a função Criar, localizada na parte inferior da janela: 3. Escolha o ponto de sua preferência e clique para avançar:
• MICROSOFT WORD 2010: EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS, CABEÇALHOS, RODAPÉS, PARÁGRAFOS, DIVISÃO EM COLUNAS, ESTRUTU-
RA BÁSICA DE DOCUMENTOS, FORMATAÇÃO DE FONTES, TABULAÇÃO, MARCADORES NUMÉRICOS E MARCADORES SIMBÓLICOS, FORMA-
TAÇÃO DE TABELAS, IMPRESSÃO, VERIFICAÇÃO E CORREÇÃO ORTOGRÁFICA, VERIFICAÇÃO E CORREÇÃO GRAMATICAL, NUMERAÇÃO DE
PÁGINAS, QUEBRA DE SEÇÕES, ÍNDICES, INSERÇÃO E FORMATAÇÃO DE OBJETOS, LEGENDAS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO,
MALA DIRETA E TECLAS DE ATALHO.
1. Seguido os passos teremos a seguinte tela inicial: Botões de
Barra de Título Controle
Barra de
Menus
Régua
Barra de Rolagem
Área de
Trabalho
Barra de
Status
INTRODUÇÃO
O Office Word está com um novo formato, uma nova interface do usuário que substitui os menus, as barras de ferramentas e a maioria dos painéis de ta-
refas das versões anteriores do Word com um único mecanismo simples e fácil de aprender.
A nova interface do usuário foi criada para ajudá-lo a ser mais produtivo no Word, para facilitar a localização dos recursos certos para diversas tarefas,
para descobrir novas funcionalidades e ser mais eficiente.
A principal substituição de menus e barras de ferramentas no Office Word é a Faixa de Opções. Criada para uma fácil navegação, a Faixa de Opções
consiste de guias organizadas ao redor de situações ou objetos específicos.
Os controles em cada guia são organizados em diversos grupos. A Faixa de Opções pode hospedar um conteúdo mais rico que o dos menus e das bar-
ras de ferramentas, incluindo botões, galerias e caixas de diálogo.
SALVANDO O DOCUMENTO
Definição: salvar um documento significa guardá-lo em algum lugar no computador para quando você quiser utilizá-lo novamente é só abri-lo que tudo o
que você fez estará lá intacto do jeito que você deixou
ABRINDO DOCUMENTO
1º Colocar o botão clique na seta ao lado do Refazer digitação vai aparecer
um submenu marque a opção visualização de impressão
1º Clique em e escolha Abrir (CTRL+A)
2º Nesta tela é só procurar o arquivo onde foi salvo
2º clique sobre
DESFAZER
Definição: Desfaz a digitação, supomos que você tenha digitado uma linha
por engano é só clicar no botão desfazer que ele vai desfazendo digitação.
REFAZER
Definição: supõe-se que você tenha digitado dez linhas a apagou por
engano nove linhas, para você não ter que digitar as nove linhas tudo de
novo clique no Botão Refazer ou (CTRL+Y)
A opção refazer digitação esta localizada no topo da tela
VISUALIZAR IMPRESSÃO Obs. Coloque o cursor do mouse sobre a tela branca vai aparecer uma lupa
Definição: visualiza o documento como ele vai ficar quando for impresso. com um sinal de + significa que você pode aumentar o zoom quando dentro
da lupa aparecer um sinal de – significa para reduzir o zoom
A opção visualizar impressão esta localizada no topo da tela por pa-
MUDANDO DE PAGINA
Definição: Essas opções PRÓXIMA PÁGINA e PÁGINA ANTERIOR que
aparecem quando você visualiza impressão elas permitem que você visua-
lize todas as páginas de seu documento sem precisar sair do visualizar
impressão.
2º Escolha Documento em Branco e Criar
1º clique
Navega para a próxima página do documento
Navega para página anterior do documento
ZOOM
Definição: Zoom significa Aumentar ou diminuir a visualização do documen-
to você define o zoom em porcentagem quando o zoom é aumentado você
consegue visualizar o seu documento mais próximo da tela, quando ele é
diminuído você consegue visualizar o documento mais distante da tela.
IMPRESSÃO RÁPIDA
Definição: imprime em folha
Por padrão esse botão não aparece no topo para colocá-lo
Definição:
Em Intervalo de Página
• Todos: Significa que todas as páginas do documento serão
impressas
• Página Atual: Significa que apenas a página que tiver o cursor
nela será impressa
• Paginas: Neste campo são definidas quais páginas serão
impressas ex: 1, 2,3 coloque a vírgula como separador Em
Cópias
• Numero de Cópias: escolha a quantidade de cópias que você
irá querer clicando na setinha pra cima para aumentar e setinha 2º Forma: é usar o Corretor ortográfico
pra baixo para diminuir a quantidade de cópias
Próximo erro: O Word acusou outro erro e mostra várias opções para que
você escolha procure a palavra que é correta e clique em Alterar no nosso
caso a correta é a primeira que ele mostra selecione-a e clique em Alterar
Tamanho da fonte
Definição: Tamanho da fonte permite que a letra seja aumentada ou diminu-
ída
1º Selecione o texto a ser mudado o tipo da fonte (letra) Ações possíveis:
2º Aba Início clique em Tipo da Fonte ou (CTRL+SHIFT+P) inserir equações matemáticas ou desenvolver suas próprias equações
usando uma biblioteca de símbolos matemáticos.
Aumentar Fonte inserir símbolos que não constam do teclado, como símbolos de copyright,
Definição: Aqui é outro modo de se aumentar a letra símbolos de marca registrada, marcas de parágrafo e caracteres Unicode.
1º Selecione o texto a ser mudado
2º Aba Início clique em Aumentar Fonte ou (CTRL+SHIFT+>) Numeração
1º Aba Inicio clique em Numeração
Reduzir Fonte Ex:
Definição: outro modo de se diminuir o tamanho da letra 1. Vectra
1º Selecione o texto a ser mudado 2. Corsa
2º Aba Início clique em Reduzir Fonte ou (CTRL+SHIFT+<)
Aumentar Recuo
Primeira letra da sentença em maiúscula
1º Coloque o cursor no início do parágrafo na Aba Início clique em Au-
Definição: faz com que a primeira letra do parágrafo selecionado fique em
mentar Recuo ele vai criar um espaço entre a margem esquerda e o
maiúscula
parágrafo é o mesmo que apertar a tecla TAB
1º Aba Início
2º Coloque o curso no início da palavra e na Aba Início clique em Dimi-
Ex: Convertendo a primeira letra para maiúscula
nuir Recuo ele vai diminuir o espaço entre o seu parágrafo e a mar-
Minúscula
gem esquerda é o mesmo que apertar o BACKSPACE
Definição: faz com que todo texto selecionado fique em minúscula
1º Aba Início
Espaçamento entre as linhas
Ex: convertendo todo texto para minúscula
Definição: Espaçamento é um espaço dado entre uma linha e outra
Maiúsculas
Definição: Faz com que todo texto selecionado fique em maiúscula
1º Aba Início 1º Na Aba Início clique em Espaçamento entre linhas escolha
Ex: CONVERTENDO TODO TEXTO SELECIONADO PARA MAIÚSCULA 1,5
Alinhar à Esquerda
1º na Guia Início ou (CTRL+L)
Definição: Faz com o alinhamento do texto fique a esquerda.
1º Selecione o texto a ser alinhado Ex: País decide ampliar o programa nuclear
2º Aba Início clique em Alinhar Texto a Esquerda ou (CTRL+Q) 2º Digite a palavra a ser procurada no campo Localizar digite neste campo
“programa” que lhe será mostrado o resultado.
Centralizar
Definição: Faz com que o texto digitado fique no centro da página
1º Selecione o texto a ser alinhado
2º Aba Início clique em Centralizar ou (CTRL+E)
Alinhar à Direita
Definição: Faz com o texto fique alinhada a sua direita
1º Selecione o texto a ser alinhado
2º Aba Início clique em Alinhar texto à Direita
Justificar
Definição: Alinha a margem direita e esquerda, adicionando espaços extras
entre as palavras conforme o necessário
1º Selecione o texto a ser alinhado Substituir
2º Aba Início clique em Justificar ou (CTRL+J) Definição: Serve para substituir uma palavra por outra
Ex: A memória ROM significa Memória apenas de leitura. Esta memória Ex: País decide ampliar o programa nuclear
que esta fixa ao computador, não pode ser ampliada e vem com instruções 1º Na Guia Inicio ou (CTRL+U)
que fazem a checagem geral. No instante inicial quando se liga o computa- No campo Localizar é palavra que vai ser localizada no texto
dor for encontrado algum problema é emitido um sinal com um código de
No Campo Substituir por é pela palavra que será trocada
alerta.
No exemplo, será procurada, no texto, a palavra “programa” e será substitu-
Obs. Olhe como a margem esquerda e direita ficaram retas
ída por “projeto”
Marcadores
1º Aba Inicio clique em Marcador
Obs.
Substituir: A palavra encontrada é substituída
Substitui Tudo: A palavra encontrada e todas iguais a ela serão substituídas
Ficará: País decide ampliar o projeto nuclear Inserindo o Rodapé
Definição: O conteúdo do Rodapé será exibido na parte inferior de cada
INSERIR NÚMERO DE PÁGINA página impressa
Definição: Numerar pagina significa numerá-las sequencialmente. 1º Aba Inserir
Ex: Digite: Apostila Office
1º Guia inserir temos as seguintes opções: Data e Hora no Rodapé
1. Início da Página: a numeração ficará no início da Página
2. Fim da Página: Será colocada a numeração no fim da página
1º Aba Inserir Editar Cabeçalho clique em
INSERIR NÚMERO DE PÁGINA Escolha o modelo de data e hora a serem exibidos
Definição: Numerar pagina significa numerá-las sequencialmente.
Letra Capitular
1º Guia inserir temos as seguintes opções: Definição: Cria uma letra maiúscula no início de um parágrafo
1. Início da Página: a numeração ficará no início da Página 1º Selecione a letra que vai receber o capitular
2. Fim da Página: Será colocada a numeração no fim da página 2º Aba Inserir escolha Capitular
Obs. Para retirar o capitular selecione a letra capitulada e escolha a opção
INSERIR CABEÇALHO E RODAPÉ nenhum
COLUNAS
Definição: Divide o texto em duas ou mais colunas
1º Selecione o texto a ser dividido em coluna
2º Aba layout da Página
Controle de quebra
Descrição: Quando uma página chega ao fim é necessário pular para a
Inserindo Cabeçalho
próxima página é através
Definição: O conteúdo do cabeçalho será exibido no alto de cada página
de quebras de páginas que se consegue
impressa
1º Aba Layout Da Pagina escolha Quebra De Página
1ºAba Inserir
ou (CTRL+ENTER)
Ex: Digite: Apostila Office
IMAGEM
Data e Hora no Cabeçalho
Definição: Permite que o usuário possa adicionar figuras ao documento
Inserção de objetos
1º Aba Inserir Editar Cabeçalho clique em
Escolha o modelo de data e hora a serem exibidos
1º Aba Inserir/Imagem
2º Localize a figura e clique em inserir
CLIPART
Definição: são desenhos que são inseridos no documento
1º Aba Inserir
2º Na tela abaixo clique em Organizar Clipes
FORMAS
Definição: Inserir formas prontas como círculo, retângulos, setas, linhas,
símbolos de fluxograma e textos explicativos
1º Aba Inserir
Índice
Use esse procedimento se criou um documento usando os estilos de títulos.
1º Aba Inserir/Gráfico 1 Clique no local que deseja inserir o índice analítico, normalmente no
2º é nesta tela que é definido o que vai aparecer no gráfico início de um documento.
2 Na guia Referências, no grupo Sumário, clique em Sumário e, em
seguida, clique no estilo de sumário desejado.
1º Aba Inserir
5º Escolha a Borda
Mesclando Célula
Definição: Mesclar uma célula significa tirar a divisão da linha no exemplo
abaixo mesclaremos a primeira linha.
1º Crie uma tabela com Duas linhas e Duas colunas
2º Selecione a primeira linha coloque o cursor do mouse à borda esquer-
da da tabela quando o cursor do mouse virar uma seta preta de um cli-
que
Inserindo linha
3º Selecione a Tabela Como: do lado esquerdo no início da tabela colo- Definição: supomos que precisássemos incluir uma linha entre a primeira e
1º selecione a linha
2º na Aba Layout
3º Ficará assim
Auto Ajuste
Definição: Ajustando a tabela de acordo com as necessidades são 3 os
ajustes que dão para ser feito em uma tabela no nosso exemplo será
escolhido AutoAjuste de Conteúdo cuja tabela será ajustada de acordo
com o seu conteúdo.
Inserindo coluna
Definição: Agora será adicionada uma coluna ao lado da coluna gasolina 1º Selecione a Tabela e na aba layout escolha
Parágrafo
OPÇÃO
Pastas e Gráficos
Inserindo e Excluindo Planilhas
Uma pasta de trabalho padrão apresenta, inicialmente, 3 planilhas. Ca- De modo semelhante é possível fazer a exclusão de colunas ou linhas
so necessite de mais planilhas, você pode incluí-las, utilizando o seguinte que tenham sido introduzidas equivocadamente ou que não sejam mais
comando: Inserir Planilha (SHIFT + F11). necessárias.
O comando de exclusão de linhas ou colunas pode ser encontrado na
guia Início, na ferramenta Excluir, Excluir Linhas da Planilha ou Excluir
Colunas da Planilha.
Você pode mudar o visual das letras, números ou outros caracteres di-
gitados das células selecionadas.
Seção Alinhamento
Adicionar títulos
Célula Fórmula
F3 =Média(B3:E3)
Fórmula SE
Para que o programa indique se um aluno foi aprovado ou não, a mé-
dia obtida por esse aluno deve ser comparada com 5. Isso é feito digitando-
se a fórmula =Se(F3<5;”Reprovado”;”Aprovado”) na célula G3.
O conteúdo da célula G3 é determinado pela condição de teste F3<5.
Linhas de Grade Ela exibirá o “Reprovado” caso a condição F3<5 seja verdadeira, ou
Legenda seja, se o aluno obtiver média inferior a 5. Mostrará o valor “Aprovado” no
Tabela de Dados caso de a condição F3<5 ser falsa, ou seja, se o aluno obtiver uma média
igual ou maior que 5.
Uso de fórmulas
Funções de uma planilha são comandos mais compactos e rápidos pa-
ra se executar fórmulas. Com elas é possível fazer operações complexas
com uma única fórmula. As funções são agrupadas em categorias, para
ficar mais fácil a sua localização. As funções também facilitam o trabalho O uso da função soma:
com planilhas especializadas. Uma função é uma fórmula especial, predefinida, que toma um ou mais
Um engenheiro pode utilizar funções matemáticas para calcular a resis- valores (os parâmetros), executa uma operação e produz um valor ou
tência de um material. Um contador usará funções financeiras para elaborar valores. As funções podem ser usadas isoladamente ou como bloco de
o balanço de uma empresa. Entre as diversas funções, destacam-se: construção de outras fórmulas. O uso de funções simplifica as planilhas,
Funções financeiras - Para calcular juros, rendimento de aplicações, especialmente aquelas que realizam cálculos extensos e complexos. Por
depreciação de ativos etc. exemplo, ao invés de digitar a fórmula =A1+A2+A3+A4+...+A200, você
Funções matemáticas e trigonométricas - Permite calcular raiz qua- pode usar a função SOMA(A1:A200), para calcular a soma das células do
drada, fatorial, seno, tangente etc. intervalo entre a célula A1 e a célula A200.
Funções estatísticas - Para calcular a média de valores, valores má- Se uma função aparecer no início de uma fórmula, anteceda-a com um
ximos e mínimos de uma lista, desvio padrão, distribuições etc. sinal de igual, como em qualquer fórmula. Os parênteses informam ao
Funções lógicas - Possibilitam comparar células e apresentar valores Excel onde os argumentos iniciam e terminam; lembre-se de que não pode
que não podem ser calculados com fórmulas tradicionais. haver espaço antes ou depois dos parênteses. Os argumentos podem ser
A escolha de um ou outro tipo de função depende do objetivo da plani- números, textos, valores lógicos ou referências.
lha. A sintaxe de uma função começa com o nome da função, seguido de
Por isso, a Ajuda do programa de planilha é um valioso aliado. Ela con- um parêntese de abertura, os argumentos da função separados por ponto-
tém a lista de todas as funções do programa, normalmente com exemplo. e-vírgula (;) e um parêntese de fechamento. Se a função iniciar uma fórmu-
Para ilustrar, usaremos a função estatística MÉDIA e a função lógica la, digite um sinal de igual (=) antes do nome da função. Essa sintaxe não
SE em uma planilha que controla a nota dos alunos de uma escola. Se a possui exceções, ou seja:
média for superior a 5, o aluno é aprovado; caso contrário, é reprovado. Em primeiro lugar vem o nome da função e uma abertura de parênte-
Na tela abaixo, as notas foram digitadas nas colunas de B até E e suas ses. Por Ex.
médias colocadas na coluna F, com o auxílio da função MÉDIA. Essa =Soma(
função calcula a média das células indicadas. Para aplicá-la: Em seguida, vem uma lista de parâmetros separados por ponto-e-
vírgula (;). O número de parâmetros varia de função para função. Algumas
possuem um único parâmetro, outras possuem dois ou mais, e assim por
diante. Por exemplo, a função soma pode conter, no mínimo, um parâmetro
e, no máximo, trinta parâmetros. Por Ex.
=Soma(A1;C3;F4). Essa fórmula retorna o valor da soma dos valores
das células passadas como parâmetros, ou seja, essa fórmula é equivalen-
te à: =A1+C3+F4.
Após a lista de parâmetros, fechamos os parênteses. Por Ex. =Soma
(A1;C3;F4).
Agora nossa fórmula está completa.
Na a seguir temos mais alguns exemplos de utilização da função SO-
MA().
Primeiro efetuaremos a fórmula para calcular a média do aluno =SOMA(A1:A20) Soma dos valores no intervalo de células de A1 até
Digite a fórmula =Média(B3:E3) na célula F3. Ela indica o próximo pas- A20.
so a ser dado: o cálculo da média das células de B3 a E3 (a média de B3, =SOMA(A1:A20;C23) Soma dos valores no intervalo de células de A1
C3, D3 e E3). até A20, mais o valor da célula C23.
=SOMA(A1:A20;C23;235) Soma dos valores no intervalo de células de
A1 até A20, mais o valor da célula C23, mais o valor 235, o qual foi passa-
do diretamente como parâmetro.
=SOMA(A1:A20;C10:C50) Soma dos valores no intervalo de células
de A1 até A20 mais os valores do intervalo de C10 até C50.
Classificação
Em uma classificação crescente, o Microsoft Office Excel usa a ordem
a seguir. Em uma classificação decrescente, essa ordem é invertida.
Números Os números são classificados do menor número negativo ao
Siga um destes procedimentos: maior número positivo. Datas As datas são classificadas da mais antiga
Para mover uma quebra de página, arraste a quebra de página para para a mais recente. Texto O texto alfanumérico é classifico da esquerda
um novo local. para a direita, caractere por caractere.
Observação Mover uma quebra de página automática a transforma
em uma quebra de página manual.
Para inserir uma quebra de página horizontal ou vertical, selecione uma
linha ou coluna abaixo ou à direita do local no qual deseja inserí-la, clique
com o botão direito do mouse e clique em Inserir Quebra de Página no
menu de atalho.
Para remover uma quebra de página manual, arraste-a para o exterior
da área de visualização de quebra de página.
Para remover todas as quebras de página manuais, clique com o botão
direito do mouse em qualquer célula na planilha e, em seguida, clique em
Redefinir Todas as Quebras de Página no menu de atalho.
Para retornar ao modo de exibição Normal depois de concluir o traba-
lho com as quebras de página, na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição
da Pasta de Trabalho, clique em Normal.
Numeração de páginas
No menu Ver, clique em Cabeçalho e Rodapé. Use o AutoFiltro para ver apenas o que deseja, por exemplo, o nome
Clique em Personalizar Cabeçalho ou Personalizar Rodapé. de um produto entre vários.
Clique em uma célula nos dados que deseja filtrar. No menu Dados, Clique em Biscoitos de Chocolate para Chá para aplicar outro filtro e
aponte para Filtrar e clique em AutoFiltro. As setas de AutoFiltro são ver dados apenas desse produto.
exibidas à direita do título de cada coluna.
O comando AutoFiltro mostrado como selecionado pela marca de
seleção.
Setas de AutoFiltro na planilha.
Clique em qualquer célula nos dados que deseja filtrar. No menu Da-
dos, aponte para Filtrar e clique em AutoFiltro.
As setas de AutoFiltro são exibidas à direita do título de cada coluna.
É isso. Você está pronto para filtrar.
Crie outro filtro clicando na seta de AutoFiltro na coluna Cidade e clicando
em Boston.
Outro filtro versátil é o 10 Primeiros. Você pode usá-lo em colunas de Os resultados do filtro são exibidos na barra de status.
números ou datas. Modo de Filtro é exibido na barra de status.
O filtro 10 Primeiros faz muito mais do que o nome indica. Com esse fil- Os números das linhas mostram que há algumas ocultas e os
tro, você pode localizar os primeiros itens ou os últimos itens (os menores números das linhas visíveis mudam de cor.
ou maiores números ou datas). E, apesar do nome, você não está limitado A seta de AutoFiltro na coluna filtrada muda de cor.
a localizar os 10 primeiros ou os 10 últimos itens. É possível escolher
quantos itens deseja ver: apenas um ou até 500. Os filtros ocultam dados. É para isso que eles servem. Mas se você
O filtro 10 Primeiros também pode filtrar pela porcentagem do total das não souber que os dados foram filtrados, talvez queira saber por que eles
linhas de uma coluna. Se uma coluna contém 100 números e você deseja não são exibidos. Você pode ter aberto a planilha filtrada de outra pessoa
ver os 15 maiores, pode selecionar 15%. Para ver os 50 últimos, selecione ou até mesmo ter esquecido que aplicou um filtro. Portanto, o Excel infor-
50%. ma, de várias maneiras, quando uma planilha contém filtros.
Você pode usar o filtro 10 Primeiros para localizar os produtos de maior 1. Barra de status Logo após a filtragem dos dados, você verá
ou menor preço, para identificar funcionários com as datas de contratação os resultados do filtro no canto inferior esquerdo da barra de
mais recentes ou para ver as maiores ou menores notas do aluno. status: "126 de 2155 registros localizados" ou algo
Para usar o filtro 10 Primeiros em uma coluna de dados, clique na seta semelhante. Depois de um tempo, os números
AutoFiltro da coluna. Você verá (10 Primeiros...) ao lado do início da lista desaparecerão e, no lugar deles, Modo de Filtro será
exibida quando faz isso. Clicar na lista abre a caixa de diálogo AutoFiltro - exibido na barra de status.
10 Primeiros. Na caixa de diálogo, selecione Primeiros ou Últimos. Em 2. Números das linhas Você pode dizer pelos números das
seguida, selecione um número. Finalmente, selecione Itens ou Por cento. linhas descontínuos que algumas estão ocultas e os
Você experimentará isso na sessão prática no final da lição. números das linhas visíveis mudam de cor para indicar que
Criar filtros personalizados estão filtradas.
3. Cor da seta As setas de AutoFiltro de cada coluna filtrada
UTILIZANDO LINKS
A conexão entre páginas da Web é que caracteriza o nome World Wide
Web (Rede de Amplitude Mundial).
Basicamente, as páginas da Web são criadas em HTML (Hyper Text
Markup Language). Como essas páginas são hipertextos, pode-se fazer
links com outros endereços na Internet.
NAVEGADOR INTERNET Os links podem ser textos ou imagens e quando se passa o mouse em
Histórico da Internet cima de algum, o ponteiro torna-se uma “mãozinha branca espalmada”,
A Internet começou no início de 1969 sob o nome ARPANET (USA). bastando apenas clicar com o botão esquerdo do mouse para que se façam
Abreviatura Descrição links com outras páginas.
Gov.br Entidades governamentais
Org.br Entidades não-governamentais INTERNET EXPLORER 7
Com.br Entidades comerciais
Mil.br Entidades militares A compilação Internet Explorer 7 inclui melhoramentos de desempe-
Composta de quatro computadores tinha como finalidade, demonstrar nho, estabilidade, segurança e compatibilidade de aplicações. Com esta
as potencialidades na construção de redes usando computadores dispersos compilação, a Microsoft também introduziu melhoramentos estéticos e
em uma grande área. Em 1972, 50 universidades e instituições militares funcionais à interface de utilizador, completou alterações na plataforma
tinham conexões. CSS, adicionou suporte para idiomas e incluiu uma função de auto-
desinstalação no programa de configuração, que desinstala automatica-
Hoje é uma teia de redes diferentes que se comunicam entre si e que mente versões beta anteriores do Internet Explorer 7, tornando a desinsta-
são mantidas por organizações comerciais e governamentais. Mas, por lação da nova compilação ainda mais fácil.
mais estranho que pareça, não há um único proprietário que realmente
possua a Internet. Para organizar tudo isto, existem associações e grupos
que se dedicam para suportar, ratificar padrões e resolver questões opera-
cionais, visando promover os objetivos da Internet.
A Word Wide Web
A Word Wide Web (teia mundial) é conhecida também como WWW, Clicando na setinha você verá o seguinte menu
uma nova estrutura de navegação pêlos diversos itens de dados em vários
computadores diferentes. O modelo da WWW é tratar todos os dados da
Internet como hipertexto, “Link” isto é, vinculações entre as diferentes
partes do documento para permitir que as informações sejam exploradas
interativamente e não apenas de uma forma linear.
BOTÕES DE NAVEGAÇÕES
Voltar
Navegação
Para podermos navegar na Internet é necessário um software navega- Abaixo as funções de cada botão de seu navegador Internet Explorer
dor (browser) como o Internet Explorer ou Netscape (Estes dois são os 7.0 da Microsoft.
mais conhecidos, embora existam diversos navegadores).
Endereços na Internet O botão acima possibilita voltar na página em que você acabou de sair
Todos os endereços da Internet seguem uma norma estabelecida pelo ou seja se você estava na página da Microsoft e agora foi para a da aposti-
InterNic, órgão americano pertencente a ISOC (Internet Society). lasopcao, este botão lhe possibilita voltar para a da Microsoft sem Ter que
No Brasil, a responsabilidade pelo registro de Nomes de Domínios na digitar o endereço (URL) novamente na barra de endereços.
rede eletrônica Internet é do Comitê Gestor Internet Brasil (CG), órgão
responsável. De acordo com as normas estabelecidas, o nome do site, ou
Avançar
tecnicamente falando o “nome do domínio”, segue a seguinte URL (Univer-
O botão avançar tem a função invertida ao botão voltar citado acima.
sal Resource Locator), um sistema universal de endereçamento, que permi-
te que os computadores se localizem na Internet:
Parar
Exemplo: http://www.apostilasopcao.com.br O botão parar tem como função obvia parar o download da página em
Onde: execução, ou seja, se você está baixando uma página que está demorando
1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo padrão que muito utilize o botão parar para finalizar o download.
permite que os computadores se comuniquem. O http:// é inserido
pelo browser, portanto não é necessário digitá-lo. O botão atualizar tem como função rebaixar a página em execu-
2. www – padrão para a Internet gráfica. ção, ou seja ver o que há de novo na mesma. Geralmente utilizado para
3. apostilasopcao – geralmente é o nome da empresa cadastrada jun- rever a página que não foi completamente baixada, falta figuras ou textos.
Abrir o Firefox. Clicar em "Ajuda" - "Sobre o Mozilla Firefox". Na janela Quando uma janela popup for bloqueada, um ícone novo pode ser
que se abre verificar o número da versão. exibido na barra de status, informando o bloqueio. Para visitar esse site,
deve-se clicar no ícone para desbloquear a popup.
Codificação de caracteres
Ao visualizar um "site", a acentuação pode aparecer toda confusa e ca- Como alterar o tamanho do texto, ao visualizar um "site"
racteres estranhos podem estar presentes. É comum que letras com acen- Se um determinado "site" tiver um tamanho de letra muito grande ou
muito pequeno, pode-se controlar a sua visualização:
DOWNLOAD E UPLOAD
Download (significa descarregar, em português), é a transferência de Para configurar o Bloqueador de pop-ups no menu Ferramentas, exe-
dados de um computador remoto para um computador local, o inverso de cute as seguintes etapas:
upload. Por vezes, é também chamado de puxar (ex: puxar o arquivo) ou 6. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em
baixar (baixar o arquivo). Tecnicamente, qualquer página da Internet que Internet Explorer.
você abre consiste em uma série de descarregamentos. O navegador 4. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e
conecta-se com o servidor, descarrega as páginas HTML, imagens e outros clique em Habilitar Bloqueador de Pop-ups para ativar o
itens e as abre, confeccionando a página que você vê. Mas o termo descar- Bloqueador de pop-ups ou em Desabilitar Bloqueador de Pop-
regar tornou-se sinônimo de copiar arquivos de um servidor remoto para o ups para desativá-lo.
seu, porque quando o navegador não pode abrir um arquivo em sua janela
(como um executável por exemplo) ele abre a opção para que o mesmo Como definir as configurações do Bloqueador de pop-ups
seja salvo por você, configurando um descarregamento. As seguintes definições do Bloqueador de pop-ups podem ser configu-
radas:
Permitir lista de sites
Você pode permitir que as janelas pop-up abram em um site, adicio-
nando esse site à lista de Sites permitidos. Para fazer isso, execute as
seguintes etapas:
1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em
Internet Explorer.
Benefícios 2. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e cli-
Eles trazem arquivos favoráveis ao cotidiano e à diversão. que em Configurações do Bloqueador de Pop-ups.
Prejuízos 3. Na caixa Endereços do site a ser permitido, digite o endereço do
Assim como podem favorecer, eles também podem danificar o compu- site e clique em Adicionar.
tador, trazendo vírus, spams e outras pragas virtuais. Por isso, é preciso 4. Clique em Fechar.
cuidado. Legalmente é proibido descarregar qualquer coisa que viole os
Direitos Autorais (como musicas, imagens, videos, etc).Embora haja sem- Gerenciamento de Cookies
pre exceções, o que deve ser analisado caso a caso. Problemas com spam Um cookie é um grupo de dados trocados entre o navegador e o servi-
e vírus não são exclusividade do ato de fazer um download, alguns deles dor de páginas, colocado num arquivo (ficheiro) de texto criado no compu-
espalham-se automaticamente por redes locais. tador do utilizador. A sua função principal é a de manter a persistência de
sessões HTTP. A utilização e implementação de cookies foi um adendo ao
Dicas para maior segurança HTTP e muito debatida na altura em que surgiu o conceito, introduzido pela
Utilizar um antivirus é crucial, quanto maior poder maior segurança. É Netscape, devido às consequências de guardar informações confidenciais
recomendável também que se tenha um firewall e um antispyware num computador - já que por vezes pode não ser devidamente seguro,
Upload como o uso costumeiro em terminais públicos.
Upload é a transferência de dados de um computador local para um Um exemplo é aquele cookie que um site cria para que você não preci-
servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar um servidor de FTP, se digitar sua senha novamente quando for ao site outra vez. Outros sites
HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a transferência. podem utilizá-los para guardar as preferências do usuário, por exemplo,
Definição quando o sítio lhe permite escolher uma cor de fundo para suas páginas.
Caso o servidor de upload esteja na Internet, o usuário do serviço pas-
sa a dispor de um repositório de arquivos, similar a um disco rígido, dispo- Para excluir cookies específicos:
nível para acesso em qualquer computador que esteja na Internet.Upload é 1– Na guia ferramentas clique em Opções de Internet
parecido com Download, só que em vez de carregar arquivos para a sua 2– Guia Geral, clique no botão Configurações e logo após no botão
máquina, você os envia para o servidor. Exibir Arquivos.
3 – Na próxima janela, que será a unidade de disco rígido que está
Características sendo armazenado os cookies, localize o cookie que deseja excluir.
Os provedores gratuitos de upload variam bastante na sua política, ca- 4 – Se desejar excluir mais de um cookie pressione CTRL à medida que
pacidades e prazo de validade das transferências. Mas em geral todos for clicando em cada cookie (esta operação faz com que você seleci-
funcionam da seguinte forma: o usuário que envia o arquivo fornece o one um grupo de cookies).
endereço de e-mail (ou correio eletrônico) de um destinatário. Este recebe 5 – Aperte a tecla Delete.
uma mensagem de e-mail do servidor de upload, informando a disponibili- 6 – Ao terminar clique Ok.
dade do arquivo, junto com uma URL. Basta que ele então clique nessa Lembrete: Determinados sites da Internet armazenam seu nome de
URL para receber o arquivo. membro, senha e outras informações pessoais. Assim ao excluir todos os
Gerenciamento de pop-ups e cookies cookies o usuário deverá redigitar as senhas e outras informações dos sites
O pop-up é uma janela extra que abre no navegador ao visitar uma pá- visitados.
gina ou clicar em um link específico.
A pop-up é utilizada pelos criadores do site para abrir alguma informa- O QUE SÃO "GRUPOS DE DISCUSSÃO" (NEWSGROUPS)
ção extra ou como meio de propaganda. Grupos de discussão, Grupos de Notícias ou Newsgroups, são espé-
Como ativar o Bloqueador de pop-ups
cies de fóruns, como estes que você já conhece. As comunidades do Orkut
Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você
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também seguem um molde parecido com os newsgroups, porém com CONFIGURAÇÃO DE UMA CONTA DE NEWSGROUP
muitas limitações. São incomparavelmente inferiores aos newsgroups. MICROSFT OUTLOOK EXPRESS
Tanto os fóruns da web como as comunidades do Orkut, você acessa pelo Para configurar o acesso aos newsgroups, siga os passos referidos em
seu navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, etc.), através de um baixo:
endereço de uma página. No Microsoft Outlook Express, seleccionar Tools / Accounts
Entretanto, para acessar os newsgroups, você precisa de um leitor,
chamado newsreader (Leitor de Notícias). Um popular leitor de newsgroup,
é o Outlook Express, esse mesmo que vem com o Internet Explorer e você
usa para acessar seus e-mails, pois além de ser cliente de e-mail, ele tem
capacidade de acessar servidores de newsgroups, mas com algumas
limitações.
Em alguns casos, também é possível acessar os mesmos grupos de
discussão via navegador, mas isso se o administrador do servidor disponibi-
lizar esse recurso. Porém, acessando via navegador, estaremos deixando
de usar o serviço newsgroup de fato, passando a utilizar um simples fórum
da Internet.
Operação Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-
Basicamente, um newsgroup funciona assim: groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
1. Alguém envia uma mensagem para o grupo, posta ela. co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
2. Essa mensagem fica armazenada no servidor do news, e qualquer servidor de newsgroups: news.iol.pt.
pessoa que acessar o servidor e o grupo onde essa mensagem foi postada,
poderá visualizá-la, respondê-la, acrescentar algo, discordar, concordar,
etc. A resposta também fica armazenada no servidor, e assim como a
mensagem original, outras pessoas poderão "responder a resposta" da
mensagem original. Para entender melhor, veja um exemplo da estrutura de
um newsgroup, veja o exemplo na figura abaixo.
Cada servidor possui diversos grupos dentro dele, divididos por tema.
Atualmente, a maior rede brasileira de newgroups é a U-BR (http://u-br.tk).
A U-BR foi criada após o UOL ter passado a não disponibilizar mais acesso
via NNTP (via Gravity, Outlook Express, Agent, etc.) para não-assinantes.
De certa forma, isso foi bom, pois acabou "obrigando" os usuários a buscar
uma alternativa. Eis então que foi criada a U-BR.
A grande vantagem da U-BR, é que ela não possui um servidor central,
ou seja, se um dos servidores dela ficar "fora do ar", você pode acessar
usando um outro servidor. Os temas (assuntos) disponíveis nos news-
groups em geral, variam desde Windows XP até Política, passando por
hardware em geral, sociologia, turismo, cidades, moutain-bike, música,
Jornada nas Estrelas, futebol, filosofia, psicologia, cidades, viagens, sexo,
humor, música e muito mais. É impossível não achar um tema que lhe
agrade.
Observação:
Cada usuário pode criar várias contas de e-mail, repetindo o procedi-
mento descrito acima para cada conta.
Compartilhar contatos
Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pesso-
as) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um contato
fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos
compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de
endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook. O
catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identida-
des: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o
Como criar uma conta de e-mail compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos
Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte: compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode
1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato
administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor de existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos comparti-
e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails. lhados.
2. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office 1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços.
Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visuali-
(Hypertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da zando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exi-
conta e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para bir de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos.
POP3 e IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geral-
mente SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
Vamos à configuração:
3. No menu Ferramentas, clique em Contas.
A capacidade de armazenamento dos computadores pessoais aumen- Ao clicar duas vezes no ícone “Meu computador”, surgirá uma nova ja-
tou muito, desde os tempos áureos da década de 80, em que 16Kb de nela com outros ícones para se acessar os arquivos do drive A: (para
memória eram um verdadeiro luxo para máquinas deste porte, até os dias disquetes de 3½), do drive C: (disco rígido), do drive D (CD-ROM ou DVD)
atuais, em que temos de lidar com mega, giga e até terabytes de informa- e finalmente do Painel de Controle.
ção. Administrar tanta coisa requer prática, bom senso, e muita, mas muita
paciência.
Conceitos de organização de arquivos e método de acesso
O que é, afinal, um arquivo de dados? Imagine o seu computador como
um grande gaveteiro. As gavetas principais contêm pastas que, por sua
vez, contêm as folhas de papel com as informações. Estes são os arquivos
à moda antiga. Mas a lógica de organização de arquivos no computador
guarda uma diferença essencial: as pastas dos micros podem conter outras
pastas!
Os arquivos podem ser classificados mediante a sua colocação em di-
ferentes pastas e as próprias pastas podem ser classificadas do mesmo
modo. Dessa forma, pastas podem conter arquivos, junto com outras pas-
tas, que podem conter mais arquivos e mais pastas, e assim por diante.
Mas onde termina (ou começa) isso tudo??
Há pastas que não estão contidas em outras pastas e sim no que cha-
mamos de diretório-raiz. Esses são os caminhos básicos.
Esse diretório representa um disco do computador que pode estar visí- Eventualmente haverá outros ícones, dependendo da configuração do
vel, como um disquete de pequena capacidade, ou um CD-ROM (disco computador, como um drive de Zip (D:), por exemplo.
compacto de média capacidade) nele embutido, como um HD (hard-disk –
disco rígido, fixo no computador) de alta capacidade, no qual normalmente Ao clicar apenas uma vez nos ícones de qualquer drive, vamos poder
ficam armazenados o sistema operacional e os programas (softwares) visualizar quanto de espaço está ocupado por arquivos e quanto ainda está
instalados. livre para gravarmos mais conteúdo.
Observe na imagem seguinte uma estrutura típica de organização de
Para permitir que a pasta seja aberta por outros micros da rede interna,
selecione “Compartilhar esta pasta” Defina também qual será o tipo de
compartilhamento.
Caso não se lembre do diretório, escolha o drive C: para pesquisar por
Pelo “Painel de Controle” ainda é possível mudar as configurações do todo o disco rígido do micro. Clicando no botão “Pesquisar”, o sistema
vídeo, determinar como o mouse deve funcionar (para pessoas destras ou começará a procurar por todos os arquivos de Word gravados no computa-
canhotas), configurar o teclado, adicionar ou remover tipos de fontes e dor.
muitas outras aplicações. GERENCIANDO SEUS ARQUIVOS COM O TOTAL COMMANDER
Clicando duas vezes sobre um ícone do drive, vamos visualizar todas O Total Comander é um aplicativo shareware que pode ser baixado
as pastas, subpastas e arquivos gravados nessa unidade. Para abrir as pela rede.
pastas ou os arquivos, basta clicar duas vezes sobre eles. O ícone “Meu Além de gerenciar arquivos, o Total Commander é um programa de
Computador” é o principal meio para verificar o espaço disponível no nosso FTP e compactador de arquivos.
Seus comandos para gerenciamento de arquivos são bastante intuiti-
3. Conhecendo os comandos do Windows Explorer vos, permitindo que organizemos nossas pastas muito facilmente. Além dos
O Windows Explorer é um aplicativo de gerenciamento de arquivos já recursos básicos de um gerenciador padrão, ele possui outros bastante
instalado nos computadores com sistema Windows. Sua utilização é bas- sofisticados.
tante simples. Por ele pode-se organizar os arquivos de dados e de pro- E bom saber
gramas do seu computador, movê-los de uma pasta para outra, copiá-los, As ações de abrir e renomear um arquivo são iguais no Windows
excluir, compactar etc. Explorer e no Total Commander. Em ambos utilize os seguintes comandos:
O principal atalho para abrir o Windows Explorer é apertar ao mesmo 1. Para abrir um arquivo, selecione-o, posicionando o cursor sobre ele e
tempo as teclas do Windows e da letra “E”. dê um duplo dique, automaticamente ele se abrirá.
a) a forma de tratar o aluno Além desses fatores políticos, merecem destaque os fatores econômi-
O aluno nunca é consultado sobre como, quando, o que aprender, e cos, tais gerais:
por que aprender; ele tem seus papéis definidos pela escola e pelo profes- a) baixo nível socioeconômico do povo brasileiro, gerando problemas
sor. Deve calar-se ouvir, obedecer, ser julgado, desenvolver mecanicamen- de saúde, desnutrição, antecipação da terminalidade escolar para garantia
te o aprendido, competir individualmente e submeter-se a uma ordem pré- do próprio sustento, evasão, repetência.
estabelecida, alheia à realidade. Dessa forma frustra-se e reage negativa- b) má distribuição e utilização da verba disponível para educação.
mente, fugindo da escola destruindo mobiliários e agredindo colegas e c) explosão demográfica com excesso de população jovem.
autoridades. d) insuficiência de escolas e classes, especialmente nas regiões perifé-
ricas e mais populosas das grandes cidades.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento
educação superior. de ensino;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos pedagógica do estabelecimento de ensino;
seus sistemas de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional rendimento;
das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de
recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à
Público; avaliação e ao desenvolvimento profissional;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando famílias e a comunidade.
e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
estabelecimentos do seu sistema de ensino;
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; pedagógico da escola;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o II - participação das comunidades escolar e local em conselhos
ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 escolares ou equivalentes.
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências as normas gerais de direito financeiro público.
referentes aos Estados e aos Municípios. Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: I - as instituições de ensino mantidas pela União;
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais iniciativa privada;
da União e dos Estados;
III - os órgãos federais de educação.
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; compreendem:
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder
sistema de ensino; Público estadual e pelo Distrito Federal;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de municipal;
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e pela iniciativa privada;
desenvolvimento do ensino. IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. respectivamente.
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de
sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de ensino.
educação básica. Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: mantidas pelo Poder Público municipal;
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; privada;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula III – os órgãos municipais de educação.
estabelecidas; Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; nas seguintes categorias administrativas: (Regulamento)
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
administradas pelo Poder Público;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação seguintes categorias: (Regulamento)
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do
adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: ensino religioso."
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos
necessidades e interesses dos alunos da zona rural; quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente
ampliado o período de permanência na escola.
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário
escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas
alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo
Seção II integral, a critério dos sistemas de ensino.
Da Educação Infantil Seção IV
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem Do Ensino Médio
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
complementando a ação da família e da comunidade. mínima de três anos, terá como finalidades:
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos
de idade; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,
para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante posteriores;
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
Seção III pensamento crítico;
Do Ensino Fundamental IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove)
cada disciplina.
anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,
terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I
pela Lei nº 11.274, de 2006) deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de
transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
cidadania;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a
vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes
iniciativa dos estudantes;
e valores;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando § 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos
o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da programas de educação a distância.
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio § 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período
em que vive; noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber públicas, garantida a necessária previsão orçamentária.
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por
profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os seu titular.
conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas
sistematizadora do conhecimento de cada geração; próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à Educação.
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; § 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham
à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. internacionais de reciprocidade ou equiparação.
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por
programas: (Regulamento) universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades
que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.
abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência
ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007). de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas,
e mediante processo seletivo.
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino
médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei.
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de
doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não
candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito,
exigências das instituições de ensino; mediante processo seletivo prévio.
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão
de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a
Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no inciso orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos
II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas instituições de ensino sistemas de ensino.
superior, sendo obrigatória a divulgação da relação nominal dos
classificados, a respectiva ordem de classificação, bem como do Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação
cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
nº 11.331, de 2006) (Regulamento)
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático
superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e
especialização. (Regulamento) cultural, quanto regional e nacional;
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica
credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos de mestrado ou doutorado;
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
avaliação. (Regulamento) Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente por campo do saber.
identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação,
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
rendimentos conforme dispositivos institucionais; especial.
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos; serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas
dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação ensino regular.
financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem
Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir,
dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre: Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais:
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
II - ampliação e diminuição de vagas; específicos, para atender às suas necessidades;
III - elaboração da programação dos cursos; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa
V - contratação e dispensa de professores;
escolar para os superdotados;
VI - planos de carreira docente.
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de regular capacitados para a integração desses educandos nas classes
sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como comuns;
dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na
(Regulamento)
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão: órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
pertinentes e os recursos disponíveis; suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão
normas gerais concernentes; critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
peculiaridades de organização e funcionamento;
TÍTULO VI
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação Dos Profissionais da Educação
do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e
equipamentos; Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os
que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom
desempenho. I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência
na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a pela Lei nº 12.014, de 2009)
instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a
pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia,
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado
Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
programas de transporte escolar. III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de
do ensino aquelas realizadas com: encerramento de suas atividades;
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.
quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a
precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão; bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
assistencial, desportivo ou cultural; cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.
III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam
militares ou civis, inclusive diplomáticos; § 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão
receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de
IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico- estudo.
odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência
social; TÍTULO VIII
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta Das Disposições Gerais
ou indiretamente a rede escolar; Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios,
desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de
do ensino. educação escolar bilingue e intercultural aos povos indígenas, com os
seguintes objetivos:
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do
ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação
como nos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a
Federal. valorização de suas línguas e ciências;
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às
prestação de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e
art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições demais sociedades indígenas e não-índias.
Constitucionais Transitórias e na legislação concernente. Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e ensino no provimento da educação intercultural às comunidades indígenas,
os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa.
para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, § 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades
capaz de assegurar ensino de qualidade. indígenas.
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será § 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos Planos
calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos:
subsequente, considerando variações regionais no custo dos insumos e as I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua materna de cada
diversas modalidades de ensino. comunidade indígena;
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado
exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso à educação escolar nas comunidades indígenas;
e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino.
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades;
público que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforço
fiscal do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e
manutenção e do desenvolvimento do ensino. diferenciado.
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
razão entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia
manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo Nacional da Consciência Negra’.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
ao padrão mínimo de qualidade.
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de
fazer a transferência direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, ensino, e de educação continuada. (Regulamento)
considerado o número de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas
do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios se estes oferecerem pela União.
vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames
art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua
e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
capacidade de atendimento.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior
educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos
ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito Federal
O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL Os conteúdos portanto, são necessários para se chegar a aprendiza-
gem.
Segundo os autores deste Referencial, os profissionais que atuam nas
creches e pré-escolas, muito deles, não tem formação apropriada para Algumas aprendizagem já aconteceram no contexto social em que vive
atuarem com crianças de zero a seis anos de idade. Por isso as funções a criança, outros precisam serem criadas em situações educativas exigindo
desses profissionais vem sendo reformuladas, surgindo a necessidade de a seleção de conteúdos específicos.
formação mais completa e unificada, mas sem desconsiderar os conheci- Este Referencial dá um Tratamento diferenciado e apropriado a cada
mentos já somados no exercício profissional. conteúdo estabelecido.
Segundo a LDB no título IX, art. 87 § 4o. “até o fim da década na Edu- 1- “Os conteúdos conceituais”: tem como objetivo a construção da ca-
cação somente serão admitidos profissionais habilitados em nível superior pacidade para a criança lidar com símbolos, ideias e representações, que
ou formados por treinamento em serviço”. darão sentido a sua realidade. Claro que alguns conceitos não serão possí-
veis por não serem apropriados a idade da criança, mas se estabelece uma
PERFIL PROFISSIONAL aproximação a uma determinada aprendizagem que demorará mais tempo
para ser adquirida.
Uma proposta curricular de qualidade depende dos profissionais que
exercem as suas funções. O profissional que trabalha direto com as crian- 2- “Os conteúdos procedimentais”: leva a criança a saber fazer, não de
ças precisam que tenham uma competência polivalente, que quer dizer, uma forma mecânica, mas de tomadas de decisões no percurso do fazer,
trabalhar com os cuidados básicos até aos conhecimentos específicos. que são tão necessárias para o ser humano viver.
O professor dessa área precisa estar comprometido com um projeto 3- “Os conteúdos atitudinais”: leva a criança a socialização, gerando
educacional de qualidade, e tendo como parceiros os familiares e as crian- atitudes; a conceber valores e normas.
ças. E necessário também que o professor encare o projeto educativo
Os professores precisam saber quais os valores que desejam transmitir
sempre inacabado, sempre sujeito a debate e reflexões, gerando mudanças
e refletir sobre aquele que no dia-a-dia são transmitidos às crianças.
sempre que necessárias.
É necessário saber que, apesar dos esforços da instituição escolar, ela
ORGANIZAÇÃO DO REFERENCIAL não dará conta de todos os valores e normas a ensinar e que dependerá
CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL muito da responsabilidade de todos com as suas atitudes e valores que
apresentam.
Através de um estudo feito em 1996 pela COEDI/DPE/SEF/MEC, no-
tou-se um desencontro entre fundamentos teóricos apresentados e as ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS POR BLOCOS
práticas pedagógicas, por isso a estrutura do “Referencial Curricular Nacio-
nal para a Educação Infantil” faz uma relação dos objetivos gerais traçados Os conteúdos são organizados por blocos através dos diferentes eixos
com os específicos, conteúdos e atitudes didáticas, numa tentativa de de trabalho, mas muito dos conteúdos encontram-se em mais de um eixo,
“operacionalização do processo educativo”. isto visa o tratamento de integração que se deve dar aos conteúdos.
A estrutura apresentada se baseia pela idade (zero a seis anos) e se
realiza pela Formação Pessoal e Social e pelo Conhecimento de Mundo. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS
Os conteúdos apresentados neste trabalho são muitos, cabe ao pro-
ORGANIZAÇÃO POR IDADE fessor selecioná-los de acordo com as características e necessidades de
cada grupo, de maneira que se tornem significativo para os educandos.
A LDB de 1996, diz no art.30, cap.II, seção II: “A educação infantil será
oferecida em: I- creches ou entidades equivalentes para crianças de até
três anos de idade; II- pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos”. INTEGRAÇÃO DOS CONTEÚDOS
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, também di- Os conteúdos precisam ser trabalhados de forma integrada, possibili-
reciona os objetivos, conteúdos e práticas pedagógicas por faixas etárias. tando o estudo da realidade em diferentes aspectos, mas sem fragmentá-la.
Ficou estabelecido pelo Referencial Curricular Nacional para a Educa- As orientações didáticas neste Referencial, situam-se no espaço entre
ção Infantil, dois âmbitos de experiências: as intenções e a práticas educativas. Cada eixo de trabalho apresenta
orientações didáticas específicas e gerais de acordo com diferentes blocos
- Formação Pessoal e Social: que prioriza a formação do educando, de conteúdo. As orientações se norteiam em:
abrangendo o eixo de trabalho da identidade e autonomia.
- Conhecimentos de Mundo: este âmbito tem como objetivo a constru- ORGANIZAÇÃO DO TEMPO:
ção de várias linguagens pelas crianças e da interação que cria com os Toda atividade pedagógica está estruturada dentro de um tempo didá-
objetos de conhecimento. Os eixos de trabalho são: “movimento, artes tico. As estruturas didáticas são agrupadas em modalidades de organiza-
visuais, música, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, matemáti- ção do tempo, são elas:
ca”.
Atividades permanentes: são aquelas cujos conteúdos precisam de
COMPONENTES CURRICULARES uma constância, as atividades são relacionadas com a aprendizagem,
OBJETIVOS prazer e necessidades básicas de cuidado para com a criança.
Sequência de atividades: Propiciam um conhecimento específico, são
Os objetivos tem a função de demonstrar a interação do projeto educa-
sequenciadas com diferentes graus de dificuldades.
tivo e estabelecer quais as capacidades que o educando pode desenvolver
como resultado do trabalho institucional do professor.
A medida que as crianças expandem seus campos de ação orientam- Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras pessoas,
se para outras pessoas. sejam elas adultos ou crianças, elas também dependem dos recursos de
cada criança, como a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a
A orientação para o outro, além de lhes garantir acesso a um grande apropriação da imagem corporal.
conjunto de informações que este outro lhes proporciona, evidencia uma
característica básica do ser humano que é a capacidade de estabelecer As crianças, desde muito pequenas, gostam de reproduzir gestos, ex-
vínculos. pressões faciais e sons produzidos pelas pessoas com as quais convivem,
além de imitarem animais domésticos, objetos em movimento etc.
A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida
psíquica das pessoas, pois independentemente da potencialidade reprodu- Na fase dos dois aos três anos a imitação entre crianças pode ser uma
tiva, relaciona-se com o prazer, necessidade fundamental dos seres huma- forma privilegiada de comunicação e para brincar com outras crianças. A
nos. imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender com
os outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e de dife-
Está presente desde o momento do nascimento, manifestando-se de renciar-se.
formas distintas segundo as fases da vida.
Uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identida-
A relação das crianças com o prazer se manifesta de forma diferente de da criança é o brincar.
da do adulto. Em momentos diferentes de sua vida, elas podem se concen-
É importante que haja um clima de segurança, confiança, afetividade, Algumas delas, como a roda de conversas e o faz-de-conta, porém,
incentivo, elogios e limites colocados de forma sincera, clara e afetiva que constituem-se em situações privilegiadas para a explicitação das caracterís-
dão o tom de qualidade da interação entre adultos e crianças. Porém, ticas pessoais, para a expressão dos sentimentos, emoções, conhecimen-
oferecer conforto, segurança física e proteger não significa cercear as tos, dúvidas e hipóteses quando as crianças conversam entre si e assu-
oportunidades das crianças em explorar o ambiente e em conquistar novas mem diferentes personagens nas brincadeiras.
habilidades. Estas atividades em um mesmo tempo e espaço propiciam oportunida-
Por outro lado, os procedimentos de limpeza precisam ser executados de de escolha pelas crianças. Organizar, todos os dias, diferentes ativida-
por equipe treinada e com produtos adequados. Produtos de limpeza des, tais como cantos para desenhar, para ouvir música, para pintar, para
devem ser diluídos e aplicados de acordo com sua finalidade, sempre olhar livros, para modelar, para jogos de regras etc., auxilia o desenvolvi-
seguindo as recomendações de segurança. Procedimentos de limpeza não mento da autonomia.
devem ocorrer com crianças presentes no ambiente, para evitar quedas e A arrumação da sala após uma atividade, é um exemplo que contém
inalação de produtos como sabão, água sanitária, amoníaco e outros. várias ações que elas podem realizar sozinhas ou com pouca ajuda.
Os professores devem saber como proceder diante de crianças com si-
A construção da identidade e a conquista da autonomia pelas crianças
nais de mal-estar, como febre, vômito, convulsão, sangramento nasal, ou
são processos que demandam tempo e respeito às suas características
quando ocorre um acidente.
individuais.
Com relação ao bebê recém-nascido, o professor deve estar atento as
sensações de fome e saciedade, soluço, regurgitação e cólica, o que acaba A observação das formas de expressão das crianças, de suas capaci-
por ocupar boa parte do seu interesse e percepção durante o período em dades de concentração e envolvimento nas atividades, de satisfação com
que ele está acordado. Pode-se observar esse interesse pelas expressões sua própria produção e com suas pequenas conquistas é um instrumento
faciais e pelos movimentos corporais diante do seio ou da mamadeira que de acompanhamento do trabalho que poderá ajudar na avaliação e no
lhe são oferecidos. replanejamento da ação educativa.
O referencial ressalta que “existem diversas linhas sobre nutrição infan- VOLUME 3 - CONHECIMENTO DE MUNDO
til, mas todas estão de acordo que o aleitamento ao seio é a forma mais MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO - SECRETARIA DE
saudável. É aconselhável que a instituição de educação infantil incentive e EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL-DEPARTAMENTO DE POLÍTICA DA
auxilie as mães nessa prática, acolhendo-as, dando-lhes informações e EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL-COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO
propiciando local adequado para que possam amamentar seu bebê se INFANTIL, BRASÍLIA - 1998
assim o desejarem e puderem.
MOVIMENTO
Quanto aos bebês menores que estão em processo de desmame, é
necessário que um profissional de saúde possa supervisionar a oferta do Inicialmente é abordada a presença do movimento na educação infan-
substituto do leite materno. til, suas ideias e práticas correntes.
Movimentos como andar, correr, arremessar, saltar resultam das inte- É frequente, por exemplo, a brincadeira de luta entre crianças de cinco
rações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos ou seis anos, situação em que se pode constatar o papel expressivo dos
significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, movimentos, já que essa brincadeira envolve intensa troca afetiva.
interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes O corpo é muito usado para externalizar sentimentos, emoções e esta-
culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se dos íntimos. Mesmo entre adultos isso aparece frequentemente em conver-
aos comportamentos dos homens, constituindo-se assim numa cultura sas, em que a expressão facial pode deixar transparecer sentimentos como
corporal. desconfiança, medo ou ansiedade, indicando muitas vezes algo oposto ao
Diferentes manifestações dessa linguagem foram surgindo, como a que se está falando.
dança, o jogo, as brincadeiras, as práticas esportivas. As crianças, ao Cada cultura possui seu jeito próprio de preservar esses recursos ex-
brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, também se apropriam do pressivos do movimento, havendo variações na importância dada às ex-
repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. pressões faciais, aos gestos e às posturas corporais, bem como nos signifi-
É importante que as instituições de educação infantil ofereçam um am- cados atribuídos a eles.
biente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e A cultura tem uma influência muito grande sobre o desenvolvimento da
ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo
Segundo o referencial, “a diversidade de práticas pedagógicas que ca- atribui a gestos e expressões faciais, como também pelos diferentes movi-
racterizam o universo da educação infantil reflete diferentes concepções mentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na
quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento no cotidiano das atividade cotidiana, como pás, lápis, bolas de gude, corda, etc
creches, pré-escolas e instituições afins.” É muito importante que, ao lado das situações planejadas especial-
Muitos pensam que para garantir uma atmosfera de ordem e de har- mente para trabalhar o movimento em suas várias dimensões, a instituição
monia, muitas práticas educativas buscam suprimir o movimento, impondo reflita sobre o espaço dado ao movimento em todos os momentos da rotina
às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais. diária, incorporando os diferentes significados que lhe são atribuídos pelos
familiares e pela comunidade.
Como exemplo, podemos citar a imposição de longos momentos de
espera - em fila ou sentada - em que a criança deve ficar quieta, sem se O trabalho deve incorporar a expressividade e a mobilidade próprias às
mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como de dese- crianças. Podemos concluir, afirma o referencial, que um grupo disciplinado
nho, escrita ou leitura, em que qualquer deslocamento, gesto ou mudança não é aquele em que todos se mantêm quietos e calados, mas sim um
de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. grupo em que os vários elementos se encontram envolvidos e mobilizados
pelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversas e as brinca-
Os professores notam que até junto aos bebês essa prática pode se deiras resultantes desse envolvimento não podem ser entendidos como
fazer presente, quando, por exemplo, são mantidos no berço ou em espa- dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das crian-
ços cujas limitações os impedem de expressar-se ou explorar seus recur- ças.
sos motores.
A CRIANÇA E O MOVIMENTO
A permanente exigência de contenção motora pode estar baseada na O PRIMEIRO ANO DE VIDA
ideia de que o movimento impede a concentração e a atenção da criança,
ou seja, que as manifestações motoras atrapalham a aprendizagem. No primeiro ano de vida predomina a dimensão subjetiva do movimen-
to, pois são as emoções o canal privilegiado de interação do bebê com o
Porém, o referencial destaca que acontece o contrário, pois a impossi- adulto e mesmo com outras crianças.
bilidade de mover-se ou de gesticular pode dificultar o pensamento e a
manutenção da atenção. O toque permite estabelecer um diálogo afetivo com o adulto, sem con-
tar as modulações da voz, que constituem-se em espaço privilegiado de
Como consequência dessa rigidez podemos apontar tanto para o de- aprendizagem.
senvolvimento de uma atitude de passividade nas crianças como para a
instalação de um clima de hostilidade, em que o professor tenta, a todo A criança imita o parceiro e cria suas próprias reações: balança o cor-
custo, conter e controlar as manifestações motoras infantis. po, bate palmas, vira ou levanta a cabeça etc.
Crianças que, apesar das restrições, mantêm o vigor de sua gestuali- O bebê realiza importantes conquistas no plano da sustentação do
dade, podem enfrentar situações em que elas percam completamente o próprio corpo, representadas em ações como virar-se, rolar, sentar- se etc.
controle sobre o corpo, devido ao cansaço provocado pelo esforço de Essas conquistas antecedem e preparam o aprendizado da locomoção, o
contenção que lhes é exigido. que amplia muito a possibilidade de ação independente.
Outros recursos didáticos também são utilizados, propondo, por exem- Antes de aprender a andar, as crianças podem desenvolver formas al-
plo, sequências de exercícios ou de deslocamentos em que a criança deve ternativas de locomoção, como arrastar-se ou engatinhar.
mexer seu corpo, mas desde que em estrita conformidade a determinadas O bebê, dedica grande parte do seu tempo à explorações do próprio
orientações. corpo - fica olhando as mãos paradas ou mexendo-as diante dos olhos,
Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades É muito importante que o professor esteja atento aos conflitos que pos-
expressivas e instrumentais do movimento. sam surgir nessas situações, ajudando as crianças a desenvolver uma
atitude de competição de forma saudável.
Eles estão organizados em dois blocos.
Nesta faixa etária, o professor é quem ajudará as crianças a combinar
O primeiro refere-se às possibilidades expressivas do movimento e o e cumprir regras, desenvolvendo atitudes de respeito e cooperação tão
segundo ao seu caráter instrumental. necessárias, mais tarde, no desenvolvimento das habilidades desportivas.
As brincadeiras e jogos envolvem a descoberta e a exploração de ca-
EXPRESSIVIDADE pacidades físicas e a expressão de emoções, afetos e sentimentos.
A dimensão expressiva do movimento engloba tanto as expressões e Além de alegria e prazer, algumas vezes a exposição de seu corpo e
comunicação de ideias, sensações e sentimentos pessoais como as mani- de seus movimentos podem gerar vergonha, medo ou raiva. Isso também
festações corporais que estão relacionadas com a cultura. precisa ser considerado pelo professor para que ele possa ajudar as crian-
ças a lidar de forma positiva com limites e possibilidades do próprio corpo.
Como exemplo, podemos citar a dança.
O professor deve ficar atento para perceber os diversos significados
Atividades como o banho e a massagem são oportunidades privilegia- que pode ter a atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir
das de explorar o próprio corpo. para que ele possa ajudá-las a ter uma percepção adequada de seus
É importante, destaca o referencial, que nos berçários e em cada sala recursos corporais, de suas possibilidades e limitações sempre em trans-
haja um espelho grande o suficiente para permitir que várias crianças formação, dando-lhes condições de se expressarem com liberdade e de
possam se ver refletidas ao mesmo tempo, oferecendo a elas a possibilida- aperfeiçoarem suas competências motoras.
de de vivenciar e compartilhar descobertas fundamentais. Além de refletir acerca das possibilidades posturais e motoras ofereci-
O espelho deve estar situado de forma a permitir a visão do corpo intei- das no conjunto das atividades, é interessante planejar situações de traba-
ro, ao lado do qual poderão ser colocados colchonetes, tapetes, almofadas, lho voltadas para aspectos mais específicos do desenvolvimento corporal e
brinquedos variados etc. Alguns materiais, em contato com o corpo da motor. Nessa perspectiva, o professor deverá avaliar constantemente o
criança, podem proporcionar experiências significativas no que diz respeito tempo de contenção motora ou de manutenção de uma mesma postura de
à sensibilidade corporal. As características físicas de fluidez, textura, tem- maneira a adequar as atividades às possibilidades das crianças de diferen-
peratura e plasticidade da terra, da areia e da água propiciam atividades tes idades.
sensíveis interessantes, como o banho de esguicho, construir castelos com
areia, fazer bolo de lama etc.
As canções infantis veiculadas pela mídia, produzidas pela indústria Em geral, as atividades de música requerem um espaço amplo, uma
cultural, pouco enriquecem o conhecimento das crianças. Com arranjos vez que estão intrinsecamente ligadas ao movimento.
padronizados, geralmente executados por instrumentos eletrônicos, limitam Para a atividade de construção de instrumentos, no entanto, será inte-
o acesso a um universo musical mais rico e abrangente que pode incluir ressante contar com um espaço com mesas e cadeiras onde as crianças
uma variedade de gêneros, estilos e ritmos regionais, nacionais e internaci- possam sentar-se e trabalhar com calma.
onais.
Segundo o documento, “a educação infantil, ao promover experiências Ao se considerar as crianças ativas na construção de conhecimentos e
significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a não receptoras passivas de informações há uma transformação substancial
linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das na forma de compreender como elas aprendem a falar, a ler e a escrever.
capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado A linguagem oral possibilita comunicar ideias, pensamentos e inten-
pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento ções de diversas naturezas, influenciar o outro e estabelecer relações
gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas interpessoais.
básicas: falar, escutar, ler e escrever.“
Pesquisas na área da linguagem tendem a reconhecer que o processo
A linguagem oral está presente no cotidiano e na prática das institui-
de letramento está associado tanto à construção do discurso oral como do
ções de educação infantil à medida que todos que dela participam: crianças
discurso escrito.
e adultos, falam, se comunicam entre si, expressando sentimentos e ideias.
As diversas instituições concebem a linguagem e a maneira como as Para aprender a ler e escrever, a criança precisa construir um conhe-
crianças aprendem de modos bastante diferentes. cimento de natureza conceitual.
O referencial destaca que “em algumas práticas se considera o apren- Nessa perspectiva, a aprendizagem da linguagem escrita é concebida
dizado da linguagem oral como um processo natural, que ocorre em função como:
da maturação biológica; prescinde-se nesse caso de ações educativas • A compreensão de um sistema de representação e não somente
planejadas com a intenção de favorecer essa aprendizagem.” como a aquisição de um código de transcrição da fala.
As crianças também brincam com os significados das palavras, inven- A narrativa pode e deve ser a porta de entrada de toda criança para os
tando nomes para si próprias ou para os outros, em situações de faz-de- mundos criados pela literatura.
conta. Uma atividade muito interessante para se fazer com crianças é a elabo-
Nos diálogos com adultos e com outras crianças, nas situações cotidi- ração de entrevistas. Ela permite ressaltar a transmissão oral e é também
anas e no faz-de-conta, as crianças imitam expressões que ouvem, experi- uma fonte de informações.
mentando possibilidades de manutenção dos diálogos, negociando sentidos Outra atividade refere-se às apresentações orais ao vivo, de textos
para serem ouvidas, compreendidas e obterem respostas. memorizados.
O referencial destaca que “a construção da linguagem oral não é linear Práticas de leitura para as crianças têm um grande valor em si mes-
e ocorre em um processo de aproximações sucessivas com a fala do outro, mas. A criança que ainda não sabe ler convencionalmente, pode fazê-lo por
seja ela do pai, da mãe, do professor, dos amigos ou aquelas ouvidas na meio da escuta da leitura do professor.
televisão, no rádio etc. “
Os textos de histórias já conhecidos possibilitam a atividade de buscar
As crianças vão tentando descobrir as regularidades que constitui a lin- onde está escrito tal coisa.
guagem, usando todos os recursos de que dispõem: histórias que conhe-
cem, vocabulário familiar etc. A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a
forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comporta-
Acabam criando formas verbais, expressões e palavras, na tentativa de mentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o
apropriar-se das convenções da linguagem. seu.
Assim, as crianças podem aprender a estabelecer relações entre o seu O momento da avaliação implica numa reflexão do professor sobre o
dia-a-dia e as vivências socioculturais, históricas e geográficas de outras processo de aprendizagem e sobre as condições oferecidas por ele para
pessoas, grupos ou gerações. que ela pudesse ocorrer.
As crianças devem também aprender a indagar e a reconhecer rela- A observação também deve ser planejada para que o professor possa
ções de mudanças e permanências nos costumes. Para isso, as vivências perceber manifestações importantes das crianças.
de seus pais, avós, parentes, professores e amigos podem ser de grande
ajuda. Nesse caso, a intenção é que reflitam sobre o que é específico da
MATEMÁTICA
época em que vivem e da cultura compartilhada no seu meio social.
Os conhecimentos matemáticos são parte integrante do universo.
A seca, as chuvas e as tempestades, as estrelas e os planetas, os vul-
cões, os furacões, são assuntos que despertam um grande interesse nas Desde que nascem, as crianças participam de uma série de situações
crianças. Alguns são fenômenos presenciados e vividos pelas crianças, envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço.
outros são conhecidos por serem comumente veiculados pelos meios de
comunicação e outros por estarem presentes no imaginário das pessoas e Segundo o texto, “fazer matemática é expor ideias próprias, escutar as
nos mitos, nas lendas e nos contos. dos outros, formular e comunicar procedimentos de resolução de proble-
mas, confrontar, argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar
Inúmeras são as perguntas, tais como “Por que as sombras dos obje- resultados de experiências não realizadas, aceitar erros, buscar dados que
tos mudam de lugar ao longo do dia?”, “As estrelas são fixas no céu ou será faltam para resolver problemas, entre outras coisas.”
que elas se movimentam?”, “Como fica a cidade depois de uma pancada
forte de chuva?”, ou “O que acontece quando fica muito tempo sem cho- Dessa forma as crianças poderão tomar decisões, agindo como produ-
ver?”, podem desencadear um trabalho intencional, favorecendo a percep- toras de conhecimento e não apenas executoras de instruções. Portanto, o
ção sobre a complexidade e diversidade dos fenômenos da natureza e o trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos
desenvolvimento de capacidades importantes relacionadas à curiosidade, à autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver pro-
blemas.
• saber explicitar o próprio pensamento e tentar compreender o pen- A participação em jogos de grupo também representa uma conquista
samento do outro cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o
desenvolvimento do seu raciocínio lógico.
• discutir as dúvidas, assumir que as soluções dos outros fazem sen-
tido e persistir na tentativa de construir suas próprias ideias Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que
eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante
• incorporar soluções alternativas, reestruturar e ampliar a compre- que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar
ensão acerca dos conceitos envolvidos nas situações e, desse e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curri-
modo, aprender cular que se deseja desenvolver.
Essas aprendizagens só serão possíveis na medida em que o profes- Objetivos Gerais de Matemática
sor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar,
comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias. • Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para com-
preender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter
Alguns Caminhos Para se Ensinar Matemática na Sala de Aula de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto
• Resolução de Problemas: Tradicionalmente os problemas não têm que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação
desempenhado seu verdadeiro papel no ensino pois, para a gran- e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.
de maioria dos alunos, resolver um problema significa fazer cálcu- • Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e quali-
los com os números do enunciado ou aplicar algo que aprenderam tativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior
nas aulas. Nesse caso, a concepção de ensino e aprendizagem número possível de relações entre eles, utilizando para isso o co-
subjacente é a que o aluno aprende por reprodução/imitação. nhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico,
Ao colocar o foco na resolução de problemas deve-se defender os se- estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e
guintes princípios: produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las cri-
ticamente.
• o ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas
o problema. No processo de ensino e aprendizagem, conceitos, • Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resul-
ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a tados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como de-
exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos dução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando concei-
precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las tos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecno-
lógicos disponíveis.
• o problema não é um exercício em que o aluno aplica, de forma
quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só há • Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e
problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da ques- apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas con-
tão que lhe é posta e a estruturar a situação que lhe é apresentada jecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações
entre ela e diferentes representações matemáticas.
• o aluno não constrói um conceito em resposta a um problema, mas
constrói um campo de conceitos que tomam sentido num campo • Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes
de problemas campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas cur-
riculares.
• a resolução de problemas não é uma atividade para ser desenvol-
vida em paralelo ou como aplicação da aprendizagem, mas uma • Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimen-
orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em tos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na
que se pode apreender conceitos, procedimentos e atitudes mate- busca de soluções.
máticas • Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coleti-
• História da Matemática: A história da Matemática pode oferecer vamente na busca de soluções para problemas propostos, identifi-
uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendiza- cando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto,
gem em Matemática. Ao revelar a Matemática como uma criação respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com
humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes eles.
culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer com-
parações entre os conceitos e processos matemáticos do passado
e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver ati- Os Conteúdos de Matemática no Ensino Fundamental
tudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento A discussão sobre a seleção e a organização de conteúdos é uma dis-
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cussão complexa que não se resolve com a apresentação de uma listagem norteadas pelo conhecimento científico.
de conteúdos comuns a serem desenvolvidos nacionalmente. Ao longo do ensino fundamental a aproximação ao conhecimento cien-
O currículo de Matemática devem contemplar o estudo dos números e tífico se faz gradualmente. Nos primeiros ciclos o aluno constrói repertórios
das operações (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do espaço de imagem, fatos e noções, sendo que o estabelecimento dos conhecimen-
e das formas (no campo da Geometria) e o estudo das grandezas e das tos científicos se configura nos ciclos finais.
medidas (que permite interligações entre os campos da Aritmética, da Ao professor cabe selecionar, organizar e problematizar conteúdos de
Álgebra e da Geometria). modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual do aluno, na
Embora nestes parâmetros a Lógica não se constitua como bloco de sua construção como ser social.
conteúdo a ser abordado de forma sistemática no ensino fundamental, Pesquisas têm mostrado que muitas vezes conceitos intuitivos coexis-
alguns de seus princípios podem ser tratados de forma integrada aos tem como conceitos científicos aprendidos na escola. Nesse caso o ensino
demais conteúdos, desde as séries iniciais. não provocou uma mudança conceitual, mas, desde que a aprendizagem
Também algumas ideias ou procedimentos matemáticos, como propor- tenha sido significativa, o aluno adquiriu um novo conceito.
cionalidade, composição e estimativa, são fontes naturais e potentes de Sabe-se que nem sempre todos os alunos de uma classe têm ideias
inter-relação e, desse modo, prestam-se a uma abordagem dos conteúdos prévias acerca de um objeto de estudo. Isso não significa que tal objeto não
em que diversas relações podem ser estabelecidas. deva ser estudado. Significa, sim, que a intervenção do professor será a de
A seleção de conteúdos a serem trabalhados pode se dar numa pers- aprender ideias gerais a partir das quais o processo de investigação sobre
pectiva mais ampla, ao procurar identificar não só os conceitos mas tam- o objeto possa se estabelecer. A apresentação de um assunto novo para o
bém os procedimentos e as atitudes a serem trabalhados em classe, o que aluno também é intrigante, e durante as investigações surgem dúvidas,
trará certamente um enriquecimento ao processo de ensino e aprendiza- constroem-se representações, buscam-se informações e confrontam-se
gem. ideias.
• Números: Durante o ensino o aluno perceberá a existência de di- É importante, no entanto, que o professor tenha claro que o ensino de
versas categorias numéricas criadas em função de diferentes pro- Ciências não se resume à apresentação de definições científicas, em geral
blemas que a humanidade teve que enfrentar - números naturais, fora do alcance da compreensão dos alunos.
inteiros positivos e negativos, racionais (com representações fraci- Da mesma forma que os conteúdos conceituais, os procedimentos de-
onárias e decimais) e irracionais. À medida que se deparar com si- vem ser construídos pelos alunos por meio de comparações e discussões
tuações-problema - envolvendo adição, subtração, multiplicação, estimuladas por elementos e modelos oferecidos pelo professor.
divisão, potenciação e radiciação -, ele irá ampliando seu conceito
de número. No contexto da aprendizagem ativa, os alunos são convidados à práti-
ca de tais procedimentos, no início imitando o professor, e, aos poucos,
• Operações: Com relação às operações, o trabalho a ser realizado tornando-se autônomos.
se concentrará na compreensão dos diferentes significados de ca-
da uma delas, nas relações existentes entre elas e no estudo refle- Quanto ao ensino de atitudes e valores, embora muitas vezes o profes-
xivo do cálculo, contemplando diferentes tipos - exato e aproxima- sor não se dê conta estará sempre legitimando determinadas atitudes com
do, mental e escrito. seus alunos. Afinal ele é uma referência importante para a sua classe.
• Espaço e Forma: Os conceitos geométricos constituem parte im- No planejamento e desenvolvimento dos temas de Ciências em sala de
portante do currículo de Matemática no ensino fundamental, por- aula, cada uma das dimensões dos conteúdos deve ser explicitamente
que, por meio deles, o aluno desenvolve um tipo especial de pen- tratada. É também essencial que sejam levadas em conta por ocasião das
samento que lhe permite compreender, descrever e representar, avaliações, de forma compatível com o sentido amplo que se adotou para
de forma organizada, o mundo em que vive. os conteúdos do aprendizado.
Grandezas e Medidas: Na vida em sociedade, as grandezas e as me- Avaliação
didas estão presentes em quase todas as atividades realizadas. Desse Coerentemente à concepção de conteúdos e aos objetivos propostos, a
modo, desempenham papel importante no currículo, pois mostram clara- avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos
mente ao aluno a utilidade do conhecimento matemático no cotidiano. em relação a aprendizagem dos conceitos, de procedimentos e de atitudes.
Tradicionalmente, a avaliação restringe-se à verificação da aquisição
CIÊNCIAS NATURAIS de conceitos pelos alunos, mediante questionários nos quais grande parte
Para o ensino de Ciências Naturais é necessária a construção de uma das questões exige definições de significados. Porém, questões desse tipo
estrutura geral da área que favoreça a aprendizagem significativa do co- são bastante inadequadas a alunos dos três primeiros ciclos do ensino
nhecimento historicamente acumulado e a formação de uma concepção de fundamental, pois não lhes é possível elaborar respostas com o grau de
ciência, suas relações com a tecnologia e com a sociedade. Portanto, é generalização requerido. Outro tipo bastante frequente de perguntas são
necessário considerar as estruturas de conhecimento envolvidas no pro- aquelas que solicitam respostas extraídas diretamente dos livros-texto ou
cesso de ensino e aprendizagem: do aluno, do professor, da Ciência. das lições ditadas pelo professor. O fato de os alunos responderem de
acordo com o texto não significa que tenham compreendido o conceito em
Pela abrangência e pela natureza dos objetos de estudo das Ciências, questão.
é possível desenvolver a área de forma muito dinâmica, orientando o traba-
lho escolar para o conhecimento sobre fenômenos da natureza, incluindo o A avaliação da aquisição do conteúdo pode ser efetivamente realizada
ser humano e as tecnologias mais próximas e mais distantes, no espaço e ao se solicitar ao aluno que interprete situações determinadas, cujo enten-
no tempo. Estabelecer relações entre o que é conhecido e as novas ideias, dimento demanda os conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que
entre o comum e o diferente, entre o particular e o geral, definir contrapon- interprete uma história, uma figura, um texto, um problema ou um experi-
tos entre os muitos elementos do universo de conhecimentos são proces- mento. Desta forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem de
sos essenciais à estruturação do pensamento, particularmente do pensa- procedimentos e atitudes estão sendo avaliadas.
mento científico. É necessário que a proposta de interpretação ocorra em suficiente nú-
Se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico mero de vezes para que o professor possa detectar se os alunos já elabora-
e desenvolvam uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber ram os conceitos e procedimentos em estudo, se estão em processo de
a relação de ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em aquisição, ou se ainda expressam apenas conhecimentos prévios.
que cada um, a seu modo e determinado papel, está envolvido na constru- O erro faz parte do processo de aprendizagem e pode estar expresso
ção de uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, em registros, respostas, argumentações e formulações incompletas do
na formação de atitudes e valores humanos. aluno. O erro precisa ser tratado não como incapacidade de aprender, mas
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é como elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno,
dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações servindo, então, para reorientar a prática pedagógica e fazer com que
Conteúdos de Ciências Naturais As fontes para obtenção de respostas e conhecimentos sobre o mundo
vão desde o ambiente doméstico e a cultura regional, até a mídia e a cultu-
Os conteúdos serão apresentados em blocos temáticos, dada a natu- ra de massas. Portanto, as crianças chegam à escola tendo um repertório
reza da área. Estão organizados em blocos temáticos para que não sejam de representações e explicações da realidade. É importante que tais repre-
tratados como assuntos isolados. sentações encontrem na sala de aula um lugar para manifestação, pois,
Os conceitos da área de Ciências Naturais, que são conhecimentos além de constituírem importante fator no processo de aprendizagem, pode-
desenvolvidos pelas diferentes ciências e aqueles relacionados às tecnolo- rão ser ampliadas, transformadas e sistematizadas com a mediação do
gias, são um primeiro referencial para os conteúdos de aprendizado. Estão professor. É papel da escola e do professor estimular os alunos a pergunta-
organizados em teorias científicas, ou em conhecimentos tecnológicos, que rem e a buscarem respostas sobre a vida humana, sobre os ambientes e
não são definidos, mas se transformam continuamente. recursos tecnológicos que fazem parte do cotidiano ou que estejam distan-
tes no tempo e no espaço.
A grande variedade de conteúdos teóricos das disciplinas científicas,
como a Astronomia, a Biologia, a Física, as Geociências e a Química, No primeiro ciclo são inúmeras as possibilidades de trabalho com os
assim como dos conhecimentos tecnológicos, deve ser considerada pelo conteúdos da área de Ciências Naturais. Desde o início do processo de
professor em seu planejamento. escolarização e alfabetização, os temas de natureza científica e técnica, por
sua presença variada, podem ser de grande ajuda, por permitirem diferen-
São quatro blocos temáticos propostos para o ensino fundamental:
tes formas de expressão. Não se trata somente de ensinar a ler e a escre-
Ambiente, Ser Humano, Recursos tecnológicos e Terra e Universo.
ver para que os alunos possam aprender Ciências, mas também de fazer
Os três primeiros blocos se desenvolvem ao longo do ensino funda- usos das Ciências para que os alunos possam aprender a ler e a escrever.
mental. Porém o último só será destacado a partir do terceiro ciclo.
A capacidade de narrar ou escrever um fato, nessa fase, é enriquecida
Ambiente pelo desenho, que progressivamente incorpora detalhes do objeto ou do
Como conteúdo escolar, a temática ambiental permite apontar para as fenômeno observado.
relações recíprocas entre sociedade e ambiente, marcadas pelas necessi- Muito importante no ensino de Ciências é a comparação entre fenôme-
dades humanas, seus conhecimentos e valores. As questões específicas nos ou objetos de mesma classe, por exemplo: diferentes fontes de ener-
dos recursos tecnológicos, intimamente relacionados às transformações gia, alimentação dos animais, objetos de mesmo uso.
ambientais, também são importantes conhecimentos a serem desenvolvi-
Orientados pelo professor, que lhes oferece informações e propões in-
dos.
vestigações, os alunos realizam comparações e estabelecem regularidade
A Ecologia é o principal referencial teórico para os estudos ambientais. que permitem algumas classificações e generalizações.
Ao realizarem procedimentos de observação e experimentação, os alu- Outra característica desse momento da criança é o desenvolvimento da
nos buscam informações e estabelecem relações entre elementos dos linguagem casual. A criança é capaz de estabelecer sequências de fatos,
ambientes, subsidiados por informações complementares oferecidas por identificando causas e consequências relacionadas a essas sequências,
outras fontes ou pelo professor. mas ainda não as associa a princípios ou leis gerais da Ciência.
Ser Humano e Saúde Objetivos de Ciências Naturais para o primeiro ciclo
O conhecimento do corpo humano para o aluno deve estar associado a • Observar, registrar e comunicar algumas semelhanças e diferen-
um melhor conhecimento do seu próprio corpo, por ser seu e por ser único, ças entre diversos ambientes.
e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que nin-
• Valorizar atitudes e comportamentos favoráveis à saúde, em rela-
guém mais pode ter. Essa visão favorece o desenvolvimento de atitudes de
ção a alimentação e higiene pessoal
respeito e de apreço pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais.
• Formular perguntas e suposições sobre o assunto do estudo
Cada pessoa, aluno ou professor, apreende em seu meio de convívio,
especialmente em família, um conjunto de ideias a respeito do corpo. É
importante que o professor tenha consciência disso para que possa superar Critérios de avaliação para o primeiro ciclo
suas próprias pré-concepções e retrabalhar algumas das noções que os
alunos trazem de casa, algumas correspondentes a equívocos graves. Pretende-se avaliar se o aluno, utilizando os dados de observação, re-
conhece que todo ambiente é composto por seres vivos, água, ar e solo. Se
É importante que o trabalho sobre o crescimento, o desenvolvimento ele é capaz de identificar características dos seres vivos que permitem sua
humanos e a sexualidade leve em conta as transformações do corpo e do sobrevivência no ambientes que habitam.
comportamento nas diferentes fases da vida, evidenciando-se e intercru-
zando-se os fatores biológicos, culturais e sociais que marcam tais fases. É A capacidade do aluno de identificar e registrar sequências de eventos
papel da escola subsidiar os alunos com conhecimentos e capacidades que em um experimento ou em outras atividades, também será avaliada; assim
os tornem aptos a discriminar informações. como se o aluno relaciona os hábitos e as características do corpo humano
a cada fase do desenvolvimento e se idêntica as transformações ao longo
desse desenvolvimento.
Recursos Tecnológicos Ciências Naturais no segundo ciclo
Tendência moralista Esse tipo de diferenciação é útil principalmente para chamar a atenção
sobre a forma como se realiza a ação do homem na natureza e sobre como
A grande diferença entre esta e as anteriores é que ela tem um objetivo se constrói um patrimônio cultural.
claramente normatizador: ensinar valores e levar os alunos a atitudes
consideradas corretas de antemão. Trata-se, portanto, de uma espécie de • Áreas Urbana e Rural: Em geral se usa essa diferenciação para
doutrinação. distinguir a área das concentrações urbanas, em que o ambiente é
mais fortemente modificado pela ação humana -área urbana-, da
Tendência da escola democrática área rural, fora dos “limites” da cidade, onde se localizam desde in-
Contrariamente às anteriores, não pressupõe espaço de aula reserva- tervenções muito fortes como as monoculturas, até as áreas mais
do aos temas morais. Trata-se de democratizar as relações entre os mem- intocadas como as Unidades de Conservação (parques, reservas,
bros da escola, cada um podendo participar da elaboração das regras, das estações ecológicas, etc.).
discussões e das tomadas de decisão a respeito de problemas concreta- Sustentabilidade
mente ocorridos na instituição.
Uma sociedade sustentável é aquela que vive em harmonia com nove
Em resumo, verifica-se que questões relacionadas à Ética permeiam princípios interligados apresentados a seguir:
todo o currículo. Portanto, não há razão para que sejam tratadas em parale-
lo, em horário específico de aula. Pelo contrário, passar ao lado de tais • Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos
questões seria prestar um desserviço à formação moral do aluno: induzi-lo • Melhorar a qualidade de vida humana
a pensar que ética é uma “especialidade”, quando, na verdade, ela diz • Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra
respeito a todas as atividades humanas.
• Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis
• Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra
MEIO AMBIENTE E SAÚDE
• Modificar atitudes e práticas pessoais
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir
para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem • Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio ambiente
na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o • Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimen-
bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessá- to e conservação
rio que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a
• Constituir uma aliança global
trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a apren-
dizagem de habilidades e procedimentos. Diversidade
A base conceitual de meio ambiente - definições como a de meio am- A diversidade biológica ou biodiversidade consiste no conjunto total de
biente e de desenvolvimento sustentável, por exemplo - ainda está em disponibilidade genética de diferentes espécies e variedades, de diferentes
plena construção. De fato, não existe consenso sobre esses termos nem ecossistemas. Por lentos processos evolutivos, surgem novas variedades,
mesmo na comunidade científica. novas espécies, constituem-se novos sistemas.
Quando se trata de decidir e agir com relação à qualidade de vida das A conservação da biodiversidade é essencial para a qualidade de vida.
pessoas, é fundamental trabalhar a partir da visão que cada grupo social tem Cada vez mais descobrem-se substâncias de grande valor para a saúde,
do significado do termo “meio ambiente” e, principalmente, de como cada alimentação, obtenção de tinturas, fibras e outros usos, no grande laborató-
grupo percebe o seu ambiente e os ambientes mais abrangentes em que está rio representado pelas diferentes espécies de plantas e animais, muitas até
inserido. São fundamentais, na formação de opiniões e no estabelecimento de pouco tempo desconhecidas ou desprezadas pela cultura oficial.
atitudes individuais, as representações coletivas dos grupos sociais aos quais Ensinar e Aprender em Educação Ambiental
os indivíduos pertencem. Essas representações sociais são dinâmicas, evolu-
indo rapidamente. Daí a importância de se identificar qual representação O trabalho de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de aju-
social cada parcela da sociedade tem do meio ambiente, para se trabalhar dar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas
tanto com os alunos como nas relações escola-comunidade. ao meio para que possam assumir posições afinadas com os valores refe-
rentes à sua proteção e melhoria. As situações de ensino devem se organi-
Uma estratégia didática para melhor se estudar o meio ambiente con- zar de forma a proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar o
siste em se identificarem elementos que constituem seus subsistemas ou conhecimento sobre meio ambiente para compreender a sua realidade e
partes deles. Assim se distinguem, por exemplo, os elementos naturais e atuar sobre ela.
construídos, urbanos e rurais ou físicos e sociais do meio ambiente.
As áreas de Ciências Naturais, História e Geografia serão as principais
• Elementos Naturais e Construídos no Meio Ambiente: De um lado, parceiras para o desenvolvimento dos conteúdos aqui relacionados, pela
distinguem-se aqueles elementos que são “como a natureza os própria natureza dos seus objetos de estudo.
fez”, sem a intervenção direta do homem: desde cada recurso na-
tural presente num sistema, até conjuntos de plantas e animais na- Objetivos Gerais de Meio Ambiente Para o Ensino Fundamental
tivos, silvestres; paisagens mantidas quase sem nenhuma inter- O trabalho com o tema Meio Ambiente deve contribuir para que os alu-
venção humana; nascentes, rios e lagos não atingidos pela ação nos, ao final do primeiro grau, sejam capazes de:
humana; etc. esses elementos são predominantes nas matas, nas
• Conhecer e compreender, de modo integrado e sistêmico, as no-
praias afastadas, nas cavernas não descaracterizadas. Mas, de fa-
ções básicas relacionadas ao meio ambiente
to, não existe uma natureza intocada pelo homem, uma vez que a
espécie humana faz parte da trama toda da vida no planeta e vem • Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os
habitando e interagindo com os mais diferentes ecossistemas há levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentá-
mais de um milhão de anos. Por isso, a maior parte dos elementos veis
• Identificar as substâncias de que são feitos os objetos ou materiais • Expressar suas necessidades de atenção à Saúde
utilizados pelos alunos, bem como alguns dos processos de trans- • Responsabilizar-se com crescente autonomia por sua higiene cor-
formação por que passaram poral, percebendo-a como fator de bem-estar e como valor da con-
• Participar, pessoal e coletivamente, de atividades que envolvam vivência social
tomadas de posição diante de situações relacionadas ao meio am- • Conhecer e desenvolver hábitos alimentares favoráveis ao cresci-
biente mento e ao desenvolvimento
• Reconhecer alguns processos de construção de um ambiente, tan- • Conhecer e evitar os principais riscos de acidentes no ambiente
to urbano quanto rural, com a respectiva intervenção na paisagem, doméstico, na escola e em outros lugares públicos
bem como sua importância para o homem • Conhecer e utilizar medidas de primeiros socorros ao seu alcance
• Perceber a relação entre a qualidade de vida e um ambiente sau- • Reconhecer as doenças transmissíveis mais comuns em sua regi-
dável ão
• Valorizar o uso adequado dos recursos disponíveis • Relacionar-se e comunicar-se produtivamente nas diferentes situa-
ções do convívio escolar
Saúde • Conhecer os recursos de saúde disponíveis e necessários para a
“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não saúde da comunidade
apenas a ausência de doença.” • Agir na perspectiva da saúde coletiva.
Objetivos Gerais de Saúde Para o Ensino Fundamental
Espera-se ao final do ensino fundamental que os alunos sejam capa-
zes de:
O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: NOR-
• Compreender que a saúde é um direito de todos e uma dimensão
essencial do crescimento e desenvolvimento do ser humano
MAS E ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS PARA A
• Compreender que a condição de saúde é produzida nas relações
INCLUSÃO DAS CRIANÇAS DE SEIS ANOS.
com o meio físico, econômico e sociocultural, identificando fatores
de risco à saúde pessoas e coletiva presentes no meio em que vi- Introdução
• aprendizagem competitiva • garantindo tempo para que todos possam aprender o que for
possível de acordo com o perfil de cada um e reprovando a
• primado da instrução repetência;
• apoio à parte e para alguns • abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidarie-
dade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas
• currículos adaptados pelo professor escolas, por professores, administradores, funcionários e alu-
nos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verda-
deira cidadania;
Em contextos educacionais verdadeiramente inclusivos, que prepa-
ram os alunos para a cidadania e que visam o seu pleno desenvolvimento • estimulando, formando continuamente e valorizando o profes-
humano, como quer a nossa Constituição Federal (art. 205), as crianças e sor que é o responsável pela tarefa fundamental da escola - a
adolescentes com deficiências não precisariam e não deveriam estar de aprendizagem dos alunos;
fora do ensino infantil e do ensino fundamental das escolas de ensino • elaborando planos de cargos e aumentando salários, realizan-
regular, frequentando classes e escolas especiais. do concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de pro-
Essas novas práticas de ensino infantil e fundamental proporcionam fessores.
benefícios escolares para que todos os alunos possam alcançar os mais A legislação, no Brasil, evolui mais do que as leis em se tratando es-
elevados níveis de ensino, segundo a capacidade de cada um, como nos pecialmente de educação escolar. Para ilustrar, uma metáfora: as leis
garante a Constituição. Há um leque de opções de cursos para atender às andam a passos de tartaruga e por isso, cedo caducam; enquanto a legis-
mais diversas aptidões e que o ensino fundamental é apenas a base dos lação, a saltos de canguru, permanentemente, atualizam-se no espaço e no
demais níveis de escolaridade. Neste leque vamos encontrar os cursos tempo. Os conceitos de educação especial e necessidades educacio-
profissionalizantes, os destinados a jovens e adultos, o ensino médio e o nais especiais exemplificam bem a assertiva e a metáfora acima.
superior.
A Carta Magna é a lei maior de uma sociedade política, como o pró-
Para que possamos entender melhor o que a inclusão representa na prio nome nos sugere. Em 1988, a Constituição Federal, de cunho liberal,
educação escolar de todo e qualquer aluno e especialmente para os que prescrevia, no seu artigo 208, inciso III, entre as atribuições do Estado, isto
têm deficiências, é preciso entender melhor o que as escolas que adotam o é, do Poder Público, o “atendimento educacional especializado aos portado-
paradigma inclusivo defendem, priorizam e no que mudaram para se ajusta- res de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
rem a ele.
No seu artigo 4º, inciso III, a LDB diz que o dever do Estado, com a De onde surge o direito à educação das pessoas com deficiência?
educação escolar pública, será efetivado mediante a garantia de “atendi- O que diz a Constituição Federal?
mento educacional especializado gratuito aos educandos com necessi-
dades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”. (grifo a) A nossa Constituição Federal elegeu como fundamentos da
nosso) República a CIDADANIA e a DIGNIDADE DA PESSOA HU-
MANA (art. 1º, incisos II e III), e como um dos seus objetivos
De logo, vemos os avanços do dispositivo da Lei 9.394/96: a) O fundamentais a promoção do bem de todos, sem preconceitos
atendimento educacional é gratuito. Portanto, a oferta do atendimento de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
especializado, no âmbito da rede oficial de ensino, não pode ser cobrada; discriminação (art. 3º, inciso IV).
b) Pessoas em idade escolar são considerados “educandos com necessi-
dades especiais”, o que pressupõe um enfoque pedagógico, ou mais, b) Garante ainda expressamente o direito à IGUALDADE (art. 5º),
precisamente, um enfoque psicopedagógico, em se tratando do atendimen- e trata, nos artigos 205 e seguintes, do direito de TODOS à
to educacional. O corpo e a alma dos educandos são de responsabilidade educação. Esse direito deve visar ao pleno desenvolvimento
de todos os que promovem a formação escolar. da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (art. 205).
O artigo 58, da LDB, no entanto, vai misturar um pouco os enfoques
clínico e pedagógico ao conceituar a educação especial “como modalidade c) Além disso, elege como um dos princípios para o ensino, a
de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de igualdade de condições de acesso e permanência na escola
ensino, para educando portadores de necessidades especiais”. (art. 206, inciso I), acrescentando que o dever do Estado com
a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos
No § 1º, do artigo 58, da LDB, o legislador diz que “haverá, quando níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para aten- artística, segundo a capacidade de cada um (art. 208, V).
der às peculiaridades da clientela de educação especial”. Aqui, revela a
faceta mais médica do atendimento especializado, ao tratar os educandos d) Conforme fica claro, quando garante a TODOS o direito à edu-
com necessidades especiais como uma clientela. Clientela, como se sabe, cação e ao acesso à escola, a Constituição Federal não usa
refere-se ao doente, em relação ao médico habitual. Estaria aqui a faceta adjetivos. Assim, toda escola deve atender aos princípios
neoliberal da LDB? constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em ra-
zão de sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.
Os pareceres e a Resolução manifestas pelo Conselho Nacional de
Educacional são exemplos de legislação. Em geral, para ter força jurídica, Sobre o direito à não discriminação na escola:
são homologadas pelo Ministro da Educação e Desporto que as respaldam a) Apenas estes dispositivos bastariam para que ninguém pudes-
para aplicação na organização da educação nacional. se negar a qualquer pessoa com deficiência o acesso à mes-
Mais recentemente, as manifestações do Conselho Nacional de ma sala de aula que qualquer outra criança ou adolescente.
Educacional, no esforço de construir um arcabouço de diretrizes nacionais Mas o argumento que vem logo em seguida é sobre a impos-
para a educação especial, assinalam, no CNE/CEB n.º l7/2001, de 03 de sibilidade prática de tal situação, notadamente diante da defi-
julho de 2001 e a Resolução CNE/CEB n.º 02, de 11 de setembro de 2001, ciência mental.
que os sistemas de ensino devem matricular todos os educandos com b) Tal ponto será abordado logo adiante, no item destinado às
necessidades educacionais especiais. “orientações pedagógicas”, em que se demonstrará não só a
Uma pergunta, agora, advém: quem, no processo escolar, pode ser viabilidade, mas os benefícios de se receber, na mesma sala
considerado um “educando com necessidade educacional? de aula, a todas as crianças. Assim, quando nossa Constitui-
ção Federal garante a educação para todos, significa que é
A Resolução CNE/CEB n.º 02, de 11 de setembro de 2001, assim se para todos mesmo, em um mesmo ambiente, e este pode e
pronuncia, no seu artigo 5º: deve ser o mais diversificado possível, como forma de atingir o
a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao pla- “considera-se pessoa portadora de deficiência aquela que apresenta,
nejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompa- em caráter permanente, perdas ou anomalias de sua estrutura ou função
nhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à nutrição da psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o
mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do metabo- humano.”
lismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento precoce de ou-
tras doenças causadoras de deficiência; Este mesmo dispositivo legal, no seu art. 30 e 4o tomou sua forma
atual:
b) o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de
“I - deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
acidentes do trabalho e de trânsito, e de tratamento adequado
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
a suas vítimas1[i]”
• talento especial para artes; É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências
primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acar-
• capacidade psicomotora. retam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
As classificações costumam ser adotadas para dar dinamicidade aos
procedimentos e facilitar o trabalho educacional, conquanto isso não atenue
Condutas típicas
os efeitos negativos do seu uso. É importante enfatizar, primeiramente, as
Manifestações de comportamento típicas de portadores de síndro- necessidades de aprendizagem e as respostas educacionais requeridas
mes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam pelos alunos na interação dinâmica do processo de ensino-aprendizagem.
atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau
Identificar as necessidades educacionais de um aluno como sendo
que requeira atendimento educacional especializado.
especiais implica considerar que essas dificuldades são maiores que as do
restante de seus colegas, depois de todos os esforços empreendidos no
sentido de superá-las, por meio dos recursos e procedimentos usuais
Deficiência auditiva adotados na escola. A concepção de especial está vinculada ao critério de
Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de diferença significativa do que se oferece normalmente para a maioria dos
compreender a fala por intermédio do ouvido. Manifesta-se como: alunos da turma no cotidiano da escola.
• surdez leve / moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que Confundir necessidades educacionais especiais com fracasso esco-
dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmen- lar é, também, outro aspecto que merece a atenção dos educadores. São
te, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utili- inesgotáveis as discussões e a produção científica sobre o fracasso escolar
zação de um aparelho auditivo; e suas múltiplas faces. Paradoxalmente, o conhecimento obtido não tem
levado a respostas eficientes para a sua solução enquanto fenômeno
• surdez severa / profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, internacional marcado por influências socioculturais, políticas e econômi-
que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho cas, além de razões pedagógicas.
auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o
código da língua oral. Durante muitos anos, e ainda em nossos dias, há uma tendência a
atribuir o fracasso escolar do aluno, exclusivamente a ele. Desse modo, a
Deficiência física escola fica isenta da responsabilidade pela sua aprendizagem, ou não-
Variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em aprendizagem, cabendo a profissionais diversos a identificação dos pro-
termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como blemas inerentes a serem encaminhados e solucionados fora da escola. O
decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou, fracasso da criança passa a ser explicado sob diversas denominações e
ainda, de malformações congênitas ou adquiridas. causas, como distúrbios, disfunções, problemas, dificuldades, carência,
desnutrição, família desestruturada, dentre outras, situadas mais próximo
Deficiência mental das patologias e de causalidade social do que de situações escolares
contextuais.
Caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral signi-
ficativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, Não se pode negar os condicionantes orgânicos, socioculturais e
concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta psíquicos que estão associados a vários tipos de deficiências ou a influên-
adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às cia que esses fatores podem exercer no sucesso ou insucesso escolar do
demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: educando, mas não se pode advogar sua hegemonia como determinantes
na causalidade do fracasso escolar, ou como modo de justificar uma ação
• comunicação;
escolar pouco eficaz.
• cuidados pessoais; Essa análise remonta à mesma prática com relação a certos proce-
• habilidades sociais; dimentos oriundos do modelo clínico, ainda aplicados em educação especi-
al, quando o aluno é diagnosticado, rotulado, classificado e encaminhado
• desempenho na família e comunidade; para os atendimentos.
• independência na locomoção; O esforço empreendido para mudar essa concepção de educação
• saúde e segurança; especial baseia-se em pressupostos atualmente defendidos ao se focaliza-
rem as dificuldades para aprender ou a não aprendizagem na escola.
• desempenho escolar; Dentre eles:
• lazer e trabalho. • o caráter de interatividade, que implica a relação do aluno co-
mo aprendente e da escola como ensinante e estabelece uma
Deficiência visual
associação entre o ato de ensinar e o de aprender, tendo a
É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho considerar a mediação dos múltiplos fatores interligados que
e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como: interferem nessas dinâmicas e que apontam para a multicau-
salidade do fracasso escolar;
• cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos de
0,1 no melhor olho após correção, ou um campo visual não • o caráter de relatividade, que focaliza a possível transitorieda-
excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, de das dificuldades de aprendizagem, ao considerar as parti-
A escola para todos requer uma dinamicidade curricular que permita • a preparação e a dedicação da equipe educacional e dos pro-
ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos. fessores;
Ver as necessidades especiais dos alunos atendidas no âmbito da • o apoio adequado e recursos especializados, quando forem
escola regular requer que os sistemas educacionais modifiquem, não necessários;
apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas, • as adaptações curriculares e de acesso ao currículo.
também, que se organizem para constituir uma real escola para todos, que
dê conta dessas especificidades. Algumas características curriculares facilitam o atendimento às ne-
cessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas:
O projeto pedagógico da escola, como ponto de referência para defi-
nir a prática escolar, deve orientar a operacionalização do currículo, como
As necessidades especiais revelam que tipos de ajuda, diferentes • à introdução de atividades complementares que requeiram ha-
das usuais, são requeridas, de modo a cumprir as finalidades da educação. bilidades diferentes ou a fixação e consolidação de conheci-
As respostas a essas necessidades devem estar previstas e respaldadas mentos já ministrados – utilizadas para reforçar ou apoiar o
no projeto pedagógico da escola, não por meio de um currículo novo, mas, aluno, oferecer oportunidades de prática suplementar ou apro-
da adaptação progressiva do regular, buscando garantir que os alunos com fundamento. São facilitadas pelos trabalhos diversificados, que
necessidades especiais participem de uma programação tão normal quanto se realizam no mesmo segmento temporal;
possível, mas considere as especificidades que as suas necessidades • à introdução de atividades prévias que preparam o aluno para
possam requerer. novas aprendizagens;
O currículo, nessa visão, é um instrumento útil, uma ferramenta que • à introdução de atividades alternativas além das planejadas
pode ser alterada para beneficiar o desenvolvimento pessoal e social dos para a turma, enquanto os demais colegas realizam outras ati-
alunos, resultando em alterações que podem ser de maior ou menor ex- vidades. É indicada nas atividades mais complexas que exi-
pressividade. gem uma sequenciação de tarefas;
A maior parte das adaptações curriculares realizadas na escola são • à alteração do nível de abstração de uma atividade oferecendo
consideradas menos significativas, porque constituem modificações meno- recursos de apoio, sejam visuais, auditivos, gráficos, materiais
res no currículo regular e são facilmente realizadas pelo professor no manipulativos etc.;
planejamento normal das atividades docentes e constituem pequenos
ajustes dentro do contexto normal de sala de aula. • à alteração do nível de complexidade das atividades por meio
de recursos do tipo: eliminar partes de seus componentes
As adaptações organizativas têm um caráter facilitador do processo (simplificar um problema matemático, excluindo a necessidade
de ensinoaprendizagem e dizem respeito: de alguns cálculos, é um exemplo); ou explicitar os passos que
• ao tipo de agrupamento de alunos para a realização das ativi- devem ser seguidos para orientar a solução da tarefa, ou seja,
dades de ensino-aprendizagem; oferecer apoio, especificando passo a passo a sua realização;
• à organização didática da aula – propõe conteúdos e objetivos • à alteração na seleção de materiais e adaptação de materiais
de interesse do aluno ou diversificados, para atender às suas – uso de máquina braille para o aluno cego, calculadoras cien-
necessidades especiais, bem como disposição física de mobi- tíficas para alunos com altas habilidades/superdotados etc.
liários, de materiais didáticos e de espaço disponíveis para As adaptações na temporalidade dizem respeito:
trabalhos diversos;
• à alteração no tempo previsto para a realização das atividades
• à organização dos períodos definidos para o desenvolvimento ou conteúdos;
das atividades previstas – propõe previsão de tempo diversifi-
cada para desenvolver os diferentes elementos do currículo na • ao período para alcançar determinados objetivos.
sala de aula. Muitas vezes, há necessidade de adotar adaptações significativas do
As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos dizem respeito: currículo para atender às necessidades especiais dos alunos, quando estas
forem mais acentuadas e não se solucionarem com medidas curriculares
• à priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garan- menos significativas. De um modo geral constituem estratégias necessárias
tam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais pa- quando os alunos apresentam sérias dificuldades para aprender, como
ra as aprendizagens posteriores. Ex: habilidades de leitura e resultado, entre outros fatores:
escrita, cálculos etc.;
• da defasagem entre a sua competência curricular e a de seus
• à priorização de objetivos que enfatizam capacidades e habili- colegas;
dades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do
aluno. Ex: desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho • da discrepância entre as suas necessidades e as demandas
em equipe, de persistência na tarefa etc.; das atividades e expectativas escolares;
• à sequenciação pormenorizada de conteúdos que requeiram • da crescente complexidade das atividades acadêmicas que vai
processos gradativos de menor à maior complexidade das ta- se ampliando, na medida do avanço na escolarização.
refas, atendendo à sequência de passos, à ordenação da O que se almeja é a busca de soluções para as necessidades espe-
aprendizagem etc.; cíficas do aluno e, não, o fracasso na viabilização do processo de ensino-
• ao reforço da aprendizagem e à retomada de determinados aprendizagem. As demandas escolares precisam ser ajustadas, para
conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação; favorecer a inclusão do aluno. É importante observar que as adaptações
focalizam as capacidades, o potencial, a zona de desenvolvimento proximal
• à eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários pa- (nos termos de Vygotsky) e não se centralizam nas deficiências e limitações
ra dar enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos con- do aluno, como tradicionalmente ocorria.
siderados básicos e essenciais no currículo.
Embora muitos educadores possam interpretar essas medidas como
As adaptações relativas aos conteúdos incidem sobre conteúdos bá- • o contexto escolar permite discussões e propicia medidas dife-
sicos e essenciais do currículo e requerem uma avaliação criteriosa para renciadas metodológicas e de avaliação e promoção que con-
serem adotados. Dizem respeito: templam as diferenças individuais dos alunos;
• à introdução de novos conteúdos não-revistos para os demais • a escola favorece e estimula a diversificação de técnicas, pro-
alunos, mas essenciais para alguns, em particular; cedimentos e estratégias de ensino, de modo que ajuste o
processo de ensino e aprendizagem às características, poten-
• eliminação de conteúdos que, embora essenciais no currículo, cialidades e capacidades dos alunos;
sejam inviáveis de aquisição por parte do aluno.
• a comunidade escolar realiza avaliações do contexto que inter-
Geralmente estão associados a objetivos que também tiveram de ser ferem no processo pedagógico;
eliminados.
• a escola assume a responsabilidade na identificação e avalia-
As adaptações relativas à metodologia são consideradas significati- ção diagnóstica dos alunos que apresentam necessidades
vas quando implicam uma modificação expressiva no planejamento e na educacionais especiais, com o apoio dos setores do sistema e
atuação docente. Dizem respeito: outras articulações;
• à introdução de métodos muito específicos para atender às • a escola elabora documentos informativos mais completos e
necessidades particulares do aluno. De um modo geral, são elucidativos;
orientados por professor especializado;
• a escola define objetivos gerais levando em conta a diversida-
• às alterações nos procedimentos didáticos usualmente adota- de dos alunos;
dos pelo professor;
• o currículo escolar flexibiliza a priorização, a sequenciação e a
• à organização significativamente diferenciada da sala de aula eliminação de objetivos específicos, para atender às diferen-
para atender às necessidades específicas do aluno. ças individuais.
As adaptações significativas na avaliação estão vinculadas às alte- As decisões curriculares devem envolver a equipe da escola para
rações nos objetivos e conteúdos que foram acrescidos ou eliminados. realizar a avaliação, a identificação das necessidades especiais e providen-
Desse modo, influenciam os resultados que levam, ou não, à promoção do ciar o apoio correspondente para o professor e o aluno. Devem reduzir ao
aluno e evitam a “cobrança” de conteúdos e habilidades que possam estar mínimo, transferir as responsabilidades de atendimento para profissionais
além de suas atuais possibilidades de aprendizagem e aquisição. fora do âmbito escolar ou exigir recursos externos à escola.
As adaptações significativas na temporalidade referem-se ao ajuste
temporal possível para que o aluno adquira conhecimentos e habilidades
que estão ao seu alcance, mas que dependem do ritmo próprio ou do ADAPTAÇÕES RELATIVAS AO CURRÍCULO DA CLASSE
desenvolvimento de um repertório anterior que seja indispensável para As medidas adaptativas desse nível são realizadas pelo professor e
novas aprendizagens. Desse modo, requerem uma criteriosa avaliação do destinam-se, principalmente, à programação das atividades da sala de aula.
aluno e do contexto escolar e familiar, porque podem resultar em um pro- Focalizam a organização e os procedimentos didático-pedagógicos e
longamento significativo do tempo de escolarização do aluno, ou seja, em destacam o como fazer, a organização temporal dos componentes e dos
sua retenção. Não caracteriza reprovação, mas parcelamento e sequencia- conteúdos curriculares e a coordenação das atividades docentes, de modo
ção de objetivos e conteúdos. que favoreça a efetiva participação e integração do aluno, bem como a sua
Níveis de Adaptações Curriculares aprendizagem.
As adaptações curriculares não devem ser entendidas como um pro- Os procedimentos de adaptação curricular destinados à classe de-
cesso exclusivamente individual ou uma decisão que envolve apenas o vem constar na programação de aula do professor e podem ser exemplifi-
cados nos seguintes exemplos ilustrativos:
professor e o aluno. Realizam-se em três níveis:
• a relação professor/aluno considera as dificuldades de comu-
• no âmbito do projeto pedagógico (currículo escolar); nicação do aluno, inclusive a necessidade que alguns têm de
• no currículo desenvolvido na sala de aula; utilizar sistemas alternativos (língua de sinais, sistema braille,
sistema bliss ou similares etc.);
• no nível individual.
• a relação entre colegas é marcada por atitudes positivas;
• os alunos são agrupados de modo que favoreça as relações
sociais e o processo de ensino e aprendizagem;
Alguns aspectos devem ser previamente considerados para se iden- • apoiar o uso dos materiais de ensino-aprendizagem de uso
tificar a necessidade das adaptações curriculares, em qualquer nível: comum;
• a real necessidade dessas adaptações; • atuar para eliminar sentimentos de inferioridade, menos valia e
fracasso.
• a avaliação do nível de competência curricular do aluno, tendo
como referência o currículo regular; Sugestões de recursos de acesso ao currículo para alunos com ne-
cessidades especiais, segundo necessidades específicas:
• o respeito ao seu caráter processual, de modo que permita al-
terações constantes e graduais nas tomadas de decisão. Para alunos com deficiência visual
É importante ressaltar que as adaptações curriculares, seja para • materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros;
atender alunos nas classes comuns ou em classes especiais, não se apli- • sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilida-
cam exclusivamente à escola regular, devendo ser utilizadas para os que des do aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados;
estudam em escolas especializadas, quando a inclusão não for possível.
• textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para
Além da classificação, por níveis, as medidas adaptativas podem se melhorar a compreensão;
distinguir em duas categorias: adaptações de acesso ao currículo e nos
elementos curriculares. • posicionamento do aluno na sala de aula de modo que favore-
ça sua possibilidade de ouvir o professor;
• sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilida- • materiais de aula: mostrar os objetos, entregá-los, brincar com
des do aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais; eles, estimulando os alunos a utilizá-los;
• salas-ambiente para treinamento auditivo, de fala, rítmico etc.; • apoio para que o aluno perceba os objetos, demonstrem inte-
resse e tenham acesso a eles.
• posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os
movimentos orofaciais do professor e dos colegas; Para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínicos
• material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão O comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem pa-
das informações expostas verbalmente; rece ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas
vidas. Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clíni-
Para alunos com deficiência mental cos que caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais
ou menos limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currí-
• ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: culo:
atelier, cantinhos, oficinas etc.;
• encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico
• desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de co- e social;
municação, cuidado pessoal e autonomia.
• oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competên-
Para alunos com deficiência física cias;
• sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adap- • estimular a atenção do aluno para as atividades escolares;
tado às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de
símbolos (baseados em elementos representativos, em dese- • utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com
nhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, as atividades realizadas;
ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tra-
dicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (ta- • oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evi-
buleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnolo- tar alternativas do tipo “aprendizagem por ensaio e erro”);
gia microeletrônica), comunicação total e outros; • favorecer o bem-estar emocional.
• adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa
deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de
apoio, alargamento de portas etc.); mobiliário (cadeiras, mesas 2. ADAPTAÇÕES NOS ELEMENTOS CURRICULARES
e carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de Focalizam as formas de ensinar e avaliar, bem como os conteúdos a
pernas, faixas restringidoras etc.); materiais de apoio pedagó- serem ministrados, considerando a temporalidade. São definidas como
• adotar métodos e técnicas de ensino e aprendizagem específi- • eliminar conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, definidos
cas para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curricu- para o grupo de referência do aluno, em razão de suas defici-
lares, sem prejuízo para as atividades docentes; ências ou limitações pessoais. A supressão desses conteúdos
e objetivos da programação educacional regular não deve
• utilizar técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação causar prejuízo para a sua escolarização e promoção acadê-
distintos da classe, quando necessário, sem alterar os objeti- mica. Deve considerar, rigorosamente, o significado dos con-
vos da avaliação e seu conteúdo; teúdos, ou seja, se são básicos, fundamentais e pré-requisitos
para aprendizagens posteriores.
• propiciar apoio físico, visual, verbal e outros ao aluno impedido
em suas capacidades, temporária ou permanentemente, de As medidas de adaptações curriculares devem considerar os seguin-
modo que permita a realização das atividades escolares e do tes aspectos, dentre outros:
processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor
regente, professor especializado ou pelos próprios colegas; • ser precedida de uma criteriosa avaliação do aluno, conside-
rando a sua competência acadêmica;
• introduzir atividades individuais complementares para o aluno
alcançar os objetivos comuns aos demais colegas. Essas ati- • fundamentar-se na análise do contexto escolar e familiar, que
vidades podem realizar-se na própria sala de aula ou em aten- favoreça a identificação dos elementos adaptativos necessá-
dimentos de apoio; rios que possibilitem as alterações indicadas;
• introduzir atividades complementares específicas para o aluno, • contar com a participação da equipe docente e técnica da es-
individualmente ou em grupo; cola e com o apoio de uma equipe psicopedagógica (integrada
por psicólogo, fonoaudiólogo, médico e outros) quando possí-
• eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou lhe restrinja vel e necessário;
uma participação ativa e real ou, ainda, que esteja impossibili-
• promover o registro documental das medidas adaptativas ado-
tado de executar;
tadas, para integrar o acervo documental do aluno;
• suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam
• evitar que as programações individuais sejam definidas, orga-
ser alcançados pelo aluno em razão de sua(s) deficiência(s);
nizadas e realizadas com prejuízo para o aluno, ou seja, para
substituílos por objetivos e conteúdos acessíveis, significativos
o seu desempenho, promoção escolar e socialização;
e básicos, para o aluno.
• adotar critérios para evitar adaptações curriculares muito signi-
ficativas, que impliquem supressões de conteúdos expressivos
2.2. Adaptações dos conteúdos curriculares e no processo avaliativo (quantitativa e qualitativamente), bem como a eliminação de
disciplinas ou de áreas curriculares completas.
Consistem em adaptações individuais dentro da programação regu-
lar, considerando-se os objetivos, os conteúdos e os critérios de avaliação
para responder às necessidades de cada aluno.
DIVERSIFICAÇÃO CURRICULAR
São exemplos dessas estratégias adaptativas:
Alguns alunos com necessidades especiais revelam não conseguir
• adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, o que atingir os objetivos, conteúdos e componentes propostos no currículo
implica modificar os objetivos, considerando as condições do regular ou alcançar os níveis mais elementares de escolarização. Essa
aluno em relação aos demais colegas da turma; situação pode decorrer de dificuldades orgânicas associadas a déficits
permanentes e, muitas vezes, degenerativos que comprometem o funcio-
• priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de ava- namento cognitivo, psíquico e sensorial, vindo a constituir deficiências
liação, para dar ênfase aos objetivos que contemplem as defi- múltiplas graves.
ciências do aluno, suas condutas típicas ou altas habilidades.
Essa priorização não implica abandonar os objetivos definidos Nessas circunstâncias, verifica-se a necessidade de realizar adapta-
para o seu grupo, mas acrescentar outros, concernentes com ções significativas no currículo para o atendimento dos alunos e indicar
suas necessidades educacionais especiais; conteúdos curriculares de caráter mais funcional e prático, levando em
conta as suas características individuais.
• mudar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de
avaliação, isto é, considerar que o aluno com necessidades Alguns programas, devido à expressividade das adaptações curricu-
especiais pode alcançar os objetivos comuns ao grupo, mes- lares efetuadas, podem ser encarados como currículos especiais. Comu-
mo que possa requerer um período mais longo de tempo. De mente envolvem atividades relacionadas ao desenvolvimento de habilida-
igual modo, poderá necessitar de período variável para o pro- des básicas; à consciência de si; aos cuidados pessoais e de vida diária; ao
cesso de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento de suas treinamento multissensorial; ao exercício da independência e ao relaciona-
habilidades; mento interpessoal, dentre outras habilidades adaptativas. Esses currículos
são conhecidos como funcionais e ecológicos e sua organização não leva
• mudar a temporalidade das disciplinas do curso, série ou ciclo, em conta as aprendizagens acadêmicas que o aluno revelar impossibilida-
ou seja, cursar menos disciplinas durante o ano letivo e, desse de de alcançar, mesmo diante dos esforços persistentes empreendidos pela
escola.
A atual situação em que se encontram os sistemas educacionais re- A prática da inclusão vem da década de 80, porém consolidada nos
vela dificuldades para atender às necessidades especiais dos alunos na anos 90, segue o modelo social da deficiência, segundo o qual a nossa
escola regular, principalmente dos que apresentam superdotação, deficiên- tarefa consiste em modificar a sociedade (escolas, empresas, programas,
cias ou condutas típicas de síndromes, que podem vir a necessitar de apoio serviços, ambientes físicos, etc) para torná-la capaz de acolher todas as
para a sua educação. A flexibilidade e a dinamicidade do currículo regular pessoas que apresente alguma diversidade, portanto estamos falando de
podem não ser suficientes para superar as restrições do sistema educacio- uma sociedade de direitos para todos.
nal ou compensar as limitações reais desses alunos. Desse modo e nas PRINCIPAIS RESISTÊNCIAS PARA A INCLUSÃO
atuais circunstâncias, entende-se que as adaptações curriculares fazem-se,
ainda, necessárias. Tanto no âmbito escolar, profissional, familiar como em outros seto-
res, as principais resistências têm como origem o preconceito, a falta de
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS PARA A informação e intolerância a modelos mais flexíveis.
CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA
O medo do novo, do desconhecido nos educadores tem origem na
Na Escola Inclusiva o processo educativo deve ser entendido como formação acadêmica a qual não os habilitou para o trabalho com a diversi-
um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades dade, nem tão pouco o engenheiro que projetou um prédio sem rampas, e
especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o demais profissões que não preverão uma sociedade para todos.
mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da
criança portadora de deficiência na comunidade. Durante muito tempo a Educação Especial funcionou com um siste-
ma paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação e
Uma Escola Inclusiva deve ser uma escola líder em relação às de- ela mesmo foi criando um mito de que é muito difícil trabalhar com o edu-
mais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional. cando portador de necessidades educacionais especiais. Sabemos que não
O seu objetivo principal é fazer com que a escola atue através de to- é fácil, mas não exige nenhuma “hiper estrutura” nem nenhum “super
dos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela educador”.
fazem parte. Através de ações de sensibilização da sociedade, convivência na di-
O primeiro passo para a inclusão é a socialização da informação, versidade humana, dentro das escolas, das empresas e dentro de políticas
pesquisando textos, livros, sites reconhecidos, escrito por técnicos, pesqui- públicas são os eixos fundamentais para alicerçar o processo da inclusão.
sadores e educadores sobre o assunto. O mais importante é verificar as O mais importante é socializar as informações sobre os modelos de
experiências bem sucedidas, adapta-las e generaliza-las para nossa reali- inclusão para que as teorias se aproximem revelando verdadeiramente a
dade educacional. realidade.
Os sentimentos de insegurança e ansiedade têm origem no medo do Os preconceitos em relação à inclusão poderão ser eliminados ou,
desconhecido, geralmente o pensamento é preenchido por ideias, fantasi- pelo menos, reduzidos por meio das ações de sensibilização da sociedade
as, expectativas frente à situação nova que deverá ser enfrentada, via de e, em seguida mediante a convivência na diversidade humana dentro das
regra sentida como ameaçadora e perigosa. escolas inclusivas, das empresas inclusivas, dos programas de lazer inclu-
Os pais, os educandos, os educadores e pessoas em geral costu- sivo. Resultados já existem que comprovem a eficácia da educação inclusi-
mam sentir isto em situações que requerem novas adaptações e modifica- va em melhorar os seguintes aspectos: comportamento da escola, no lar e
ções da forma de pensar sobre a questão ou fato. na comunidade; resultados educacionais senso de cidadania, respeito
mútuo, valorização das diferenças individuais e aceitação das contribuições
Quanto mais seguro e calmo o educador estiver frente a qualquer pequenas e grandes de todas as pessoas envolvidas no processo de
que seja a situação, a ansiedade dos pais, do educando se dissolverá com ensino-aprendizagem, dentro e fora das escolas inclusivas.
facilidade. Para isso o educador deve se sentir respaldado, informado e
sensível, evitando posturas radicais, imposições, descasos, resistências, O desenvolvimento da consciência de cidadania não pode restringir-
etc. O modelo de comportamento do educador influenciará decisivamente o se à questão de direitos e deveres das pessoas em geral, mas deve abran-
comportamento dos pais e dos educandos. ger as questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela socie-
dade. A escola, enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e
É sempre bom lembrar que cabe ao papel do educador ser o media- idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de
dor da situação, nunca ser o ditador (achando que sabe o que é melhor formação de cidadãos. Mais do que isso, a escola precisa oferecer oportu-
para o educando) ou ser um juiz (julgando os comportamentos de forma nidades de desenvolvimento de comportamento e atitudes baseados na
moral, quer seja dos pais ou do educando). diversidade humana e nas diferenças individuais dos seus alunos.
Consideramos o termo “inteligência emocional” (teoria da inteligência O educador da classe regular que recebe um educando portador de
emocional – Daniel Goleman) como sendo as habilidades humanas essen- necessidades educacionais especiais deve preparar os demais educandos
ciais como: empatia, sociabilidade, cooperação, autocontrole, capacidade para a inclusão, seguindo o mesmo procedimento de quando vamos rece-
de lidar com os afetos, e outras. Estão ligadas a inteligência intrapessoal e ber alguém em nossa casa: avisamos dos hábitos, da rotina, de oferecer
interpessoal. A importância da inteligência emocional para nossa vida está ajuda para que a pessoa sinta-se bem, etc... Portanto a classe deverá ser
no fato de que as emoções estão diretamente ligadas nas habilidades informada de maneira a discutirem o assunto. As crianças em geral não
cognitivas, podendo interferir de forma negativa ou positiva, estimulando ou possuem preconceitos pré-estabelecidos ou rígidos. Caso o aluno incluso
inibindo os tipos de inteligência. use cadeiras de rodas, bengala, ou algum outro tipo de apoio, permita que
os alunos “experimentem”, questionem, isto facilitará o processo de aproxi-
mação tanto do aluno incluso que também vai temeroso como do grupo
classe que está “curioso” e cheio de expectativas.
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
Lembrar sempre que o aluno incluso aprenderá como todos, mas
No país inteiro vem acontecendo uma série de discussões a respeito precisará as vezes de adaptações e ajuda dos demais.
do que seria a Inclusão e o Sistema de Ensino tentando se adaptar a essa
nova realidade. O educando com necessidades educacionais especiais para ser in-
cluido no sistema regular precisa ser avaliado por quem? pelo educador?
A educação inclusiva embora tenha sido bandeira da educação es- psicólogo? médico?
pecial, não implica somente em incluir o portador deficiência no sistema
regular de ensino. Diz respeito a um sistema educacional que dê respostas É uma questão que envolve todos as pessoas que atende o aluno.
educacionais com qualidade ao conjunto das pessoas. Começando pelo próprio aluno, pais, e demais profissionais envolvidos. É
um trabalho de equipe. Quando não for possível é importante que o profes-
A inclusão é processo e portanto, precisa de tempo, de ações contí- sor de Educação Especial e o professor do ensino regular se conheçam,
nuas sendo realizada a longo prazo. troquem ideias, relatórios, experiências, em relação do porque da inclusão,
A preparação e capacitação dos educadores deverá ser através de como está o aluno, os benefícios, riscos,... Os pais são elementos que
ações de políticas públicas, políticas educacionais, organizações de grupos deverão estar participando disto tudo e precisam de apoio, informações
de pessoas, ser de responsabilidade de cada cidadão. Procurar ir se atuali- claras para assumirem a opção.
zando, aproximando-se desta realidade que é um fato mundial, visto que Os educandos com necessidades educacionais especiais devem
não será só na escola que isto está acontecendo como se fosse algo à frequentar outros atendimentos além da escola?
parte, precisamos mudar este olhar ingênuo. Precisamos modificar nossos
valores para incluir esses seres humanos, na nossa vida social, no nosso Depende. Cada caso é um caso, precisamos avaliar a real necessi-
cotidiano. dade de outros tipos de atendimentos para possíveis encaminhamentos
como: psicológico, fonoaudiológico, neurológico, terapia ocupacional, etc...
Infelizmente as classes numerosas no sistema educacionais públicos
são um fato. Sem dúvida as classes preferencialmente com menor número No sistema de inclusão os educandos com necessidades educacio-
de alunos contribuem para facilitar a inclusão. O que mais interfere na ação nais especiais não estarão mais sujeitos à preconceitos e discriminações?
pedagógica do educador é a sensação de desamparo/despreparo não ter
recursos suficientes para acolher o educando com necessidades educacio- Não. Se o ambiente de inclusão escolar respeitar as diferenças e as
nais especiais, sendo que em muitos casos já vinha se sentindo impotente pessoas envolvidas estiverem informadas o preconceito se dissolve. Do
para atender seus educandos regulares. contrário encontraremos muitas dificuldades, e esta inclusão pode ser mal
sucedida.
O material específico para alunos inclusos é voltado mais para os
portadores de deficiência visual, onde a partir deste ano receberão atendi- As informações para os pais sobre os alunos com necessidades es-
mento através de sala de recursos. As vezes algumas deficiências, reque- peciais deverão seguir do mesmo jeito, através das Reuniões de Pais e
rem procedimentos pedagógicos diferenciados, e os professores precisarão Mestres , através do professor apoiado com o professor de Educação
de apoio técnico e ajuda, na medida que forem aparecendo as dificuldades. Especial, quando for possível. Se os pais estão muito inseguros, deverão
receber apoio de orientação, ou participarem de grupos de pais..
A assiduidade dos pais as Reuniões dos seus filhos está ligada ao
interesse para com o desenvolvimento educacional das crianças bem com A Inclusão é um processo relativamente novo, e que ainda causa
a receptividade do professor em conquistá-los. Por motivos diversos, como muitos medos e resistências entre os pais, educadores e educandos. A
por exemplo, o trabalho, ou o fato do filho ir bem ou mal, muitos pais não família que apresenta extrema resistência, acreditamos que devemos
comparecem as reuniões, sendo uma forma de alimentarem e justificarem respeitar sua opção.
sua ausência. O educador sempre que tiver oportunidade deve procurar Cabe a nós orientá-los levantando os aspectos positivos e negativos
conversar com estes pais ressaltando os aspectos positivos destes encon- da inclusão, permitindo que os pais se responsabilizem pelo processo. A
tros. As Reuniões de Pais e Mestres são momentos aonde deverão ser Inclusão nunca poderá ser de maneira impositiva porque cairíamos nos
9. Comemorar os sucessos e aprender com os desafios, sendo im- A pergunta inicial levantada por Paro “Existe escola verdadeiramente
portante que os sistemas escolares cultivem a capacidade dos membros do pública no Brasil?”, nos remete a questões como: gestão democrática,
seu pessoal de pensar criativamente, pois assim respondem aos desafios qualidade de ensino, reais necessidades por parte da população,
que inevitavelmente surgem quando as novas oportunidades de aprendiza- dificuldades de implantação, cultura autoritária do ensino, entre outros.
gem e desenvolvimento apresentam-se; “Entendida a educação como apropriação da cultura humana
10. Os educadores estarem dispostos a romperem paradigmas e produzida historicamente e a escola com instituição que provê a educação
manterem-se em constante mudanças educacionais progressivas criando sistematizada, sobressai à importância das medidas visando à realização
escolas inclusivas e com qualidades. eficiente dos objetivos da instituição escolar, em especial a escola pública
básica, voltada ao atendimento das camadas trabalhadoras. Tais objetivos
O sistema escolar para construir uma comunidade escolar inclusiva têm a ver com a própria construção da humanidade do educando, na
é preciso o planejamento e o desenvolvimento do currículo que conduza medida em que é pela educação que o ser humano atualiza-se enquanto
aos resultados esperados pelo Estado e pelos setores educacionais. Prepa- sujeito histórico, em termos do saber produzido pelo homem em sua
rar equipe para trabalhar de maneira cooperativa e compartilhar conheci- progressiva diferenciação do restante da natureza.” (PARO, Vitor H. Gestão
mentos para melhorias para um progresso contínuo. Investimento em democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998; p.7)
tecnologia para dar apoio, servindo como um importante dispositivo da Portanto, a mera aplicação de técnicas e métodos não é a finalidade
comunicação para conectar a escola à comunidade e o ensino dos resulta- da educação e a administração escolar requer “permanente impregnação
dos esperados, além de grupos de professores atuando como planejadores, de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los”. (PARO, Vitor H. Gestão
instrutores e avaliadores de programas que conduzam a uma ação peda- democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998; p.7)
gógica inclusiva.
A utopia da gestão escolar democrática
A realização das ações pedagógicas inclusivas requer uma percep- Quando se fala em gestão democrática da escola pública, acaba-se
ção do sistema escolar como um todo unificado, em vez de estruturas considerando uma grande utopia. A palavra utopia quer dizer: O lugar que
paralelas, separadas como uma para alunos regulares e outra para alunos não existe. Não quer dizer que não possa vir a existir.
com deficiência ou necessidades especiais. Os comportamentos inclusivos Ao mesmo tempo em que não existe, a gestão democrática se coloca
dentro da escola requerem comprometimento e ações inclusivas, por isso como “algo de valor, algo desejável do ponto de vista da solução dos
partiremos para uma breve reflexão sobre essas práticas: problemas da escola”. (PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola
• A escola parte da premissa de que cada aluno tem o direito a Pública. São Paulo, Ática, 1998; p.9)
frequentar à sala de aula independente de sua deficiência; A figura do diretor, considerada como autoridade máxima no interior
da escola se configura contraditoriamente, pois se por um lado sua posição
• Está plenamente comprometida em desenvolver uma comuni- supostamente remete ao poder e autonomia, por outro existem amarras
dade que se preocupe em fomentar o respeito mútuo e o apoio que o prendem em virtude da Lei e da Ordem da escola.
em equipe escolar, os pai e os alunos; De acordo com Paro, “Essa impotência e falta de autonomia do diretor
• A diretoria cria um ambiente de trabalho no qual os professo- sintetizam a impotência e falta de autonomia da própria escola [...]” E
res são apoiados; completa: “Significa que conferir autonomia à escola deve consistir em
conferir poder e condições concretas para que ela alcance objetivos
• Os alunos com necessidades educacionais especiais são es- educacionais articulados com os interesses das camadas trabalhadoras. E
timulados a participarem plenamente da escola, inclusive das isso não acontecerá jamais por concessão espontânea dos grupos no
atividades extracurriculares; poder. Essa autonomia, esse poder, só se dará como conquista das
camadas trabalhadoras. Por isso, é preciso, com elas, buscar a
• Está preparada para modificar os sistemas de apoio para os
reorganização da autoridade no interior da escola.” (PARO, Vitor H. Gestão
alunos à medida que as suas necessidades mudem;
democrática da Escola Pública. São Paulo, Ática, 1998 p. 11
• Considera os pais uma parte plena da comunidade escolar, Assim, o diretor não deve “perder o seu poder”, e sim dividir a
aceitando sugestões e a sua participação; responsabilidade.
Segundo Paro: “Na medida em que se conseguir a participação de
• Proporciona aos alunos com necessidades educacionais es- todos os setores da escola – educadores, alunos, funcionários e pais – nas
peciais um currículo escolar pleno e flexível sujeito a mudan- decisões sobre os objetivos e seu funcionamento, haverá melhores
ças caso seja necessário. condições para pressionar os escalões superiores a dotar a escola de
Como vimos, a partir da década de 90 as discussões referentes a autonomia e recursos” PARO, Vitor H. Gestão democrática da Escola
educação das pessoas com necessidades especiais começaram a adquirir Pública. São Paulo, Ática, 1998p. 12
alguma consistência, face às políticas anteriores de caracterizadas pela Portanto, a ideia que Paro nos trás é de que a escola busque
descontinuidade e dimensão secundária. A nova LDB 9.394/96 em seu organiza-se democraticamente com vistas a objetivos transformadores,
capítulo V coloca que a educação dos portadores de necessidades especi- constituindo um núcleo de pressão que exija o atendimento e os direitos
ais deve se dar de preferência na rede regular de ensino, o que traz uma das camadas trabalhadoras, mas não um núcleo isolado, sem ligação com
os outros, com associações educativas mais amplas e outras entidades da
A pedagogia “nova” ou “moderna”, ao contrário, concebe a natureza da Cinco conjuntos de fatores são, em geral, apresentados como respon-
criança como inocência original; a educação deve proteger o natural infantil, sáveis pela expansão da pré-escola nos últimos anos, bem como por seu
preservando a criança da corrupção da sociedade e salvaguardando sua caráter de educação compensatória: os de ordem sanitária e alimentar; os
pureza. A educação não se baseia na autoridade do adulto, mas na liber- que dizem respeito à assistência social; os relacionados com novas teorias
dade da criança e na expressão de sua espontaneidade. psicológicas e sua divulgação ou renascimento; os referentes às diferenças
culturais e os fatores propriamente educacionais.
Kramer coloca que a concepção de infância elaborada pela pedagogia
“nova” torna possível o surgimento de uma psicologia científica da criança e Kramer comenta que fica configurado o quadro dos fatores explicita-
de um método genético a partir do qual a criança deve ser compreendida mente reconhecidos como tendo determinado o aparecimento dos progra-
em função de seu passado individual. mas compensatórios, em que a pré-escola era apontada como solução para
os problemas da escola elementar: fatores médico-nutricionais, assisten-
Ambas as perspectivas tratam a criança como um ser abstrato, e tal ciais, psicológicos, culturais e educacionais.
quadro pedagógico camufla ideologicamente a significação social da infân-
cia, que fica escondida por trás de argumentos filosóficos ou psicológicos. Porém, os fatores não-explicitados - e que se referem às intenções re-
ais dos programas - foram os que efetivamente concorreram para a amplia-
ção e institucionalização da educação pré-escolar norte-americana e euro-
A IDEIA DE NATUREZA INFANTIL peia, realizada pelos setores públicos durante os anos 60.
E A SIGNIFICAÇÃO SOCIAL DA INFÂNCIA
Para Kramer a dependência da criança frente ao adulto é uma caracte- FATORES NÃO-EXPLÍCITOS
rística social da infância que está presente, de uma forma ou de outra, nas
diversas classes sociais qualquer que seja a organização da sociedade. Kramer comenta que a análise da abordagem da privação cultural, de
Trata-se, no entanto, de um fato social, e não de um fato natural. seus pressupostos, de sua coerência interna e da diversidade dos progra-
mas nela baseados supõe que, antes, seja discutido e conhecido o papel
que lhes tem sido conferido no contexto político e educacional: a pré-escola
Partindo-se do princípio de que a relação dos homens com a produção funcionaria como mola propulsora da “mudança social”, promovendo a
da vida material é o fator determinante, pode-se dizer que a relação primei- democratização das oportunidades educacionais. Ambas as funções podem
ra existente entre o adulto e a criança é econômica. Para o adulto, a criança ser desmistificadas. Ao nível da primeira função, considera-se a educação
é um ser economicamente não produtivo que ele deve alimentar e proteger. como a promotora da melhoria social, o que é uma maneira de esconder os
reais problemas da sociedade e de evitar a discussão dos aspectos políti-
Entretanto, o sentido dessa dependência varia de acordo com a classe cos e econômicos mais complexos. A proposta, ressurge, ao elaborar
social. O exercício de atividade financeira rentável por parte da criança não programas de educação pré-escolar a fim de transformar a sociedade no
tem o mesmo significado em todas as classes sociais. futuro e é uma forma de culpar o passado pela situação de hoje e de focali-
zar no futuro quaisquer possibilidades de mudanças. Fica-se, assim, isento
A um conceito de criança abstrato, de “cunho humanista”, contrapõe-se de realizar no presente ações ou transformações significativas que visem a
um conceito de criança único, pretensamente científico, ficando estabeleci- atender às necessidades sociais atuais.
da uma falsa dicotomia. Falsa porque em ambas as perspectivas a criança
é encarada como se fosse a história e como se seu papel social e seu Ao nível da segunda função, considera-se a democratização da educa-
desenvolvimento independessem das condições de vida, da classe social e ção tão-somente como o processo de abertura da escola a contingentes de
do meio cultural de sua família. alunos cada vez mais numerosos provenientes de classes que, anterior-
mente, não tinham acesso a ela. Divulga-se, ainda, que através desse
processo estão sendo proporcionadas a todas as crianças as mesmas
A ABORDAGEM DA PRIVAÇÃO CULTURAL oportunidades de ascensão social.
E A EDUCAÇÃO COMPENSATÓRIA
Para Kramer, a concepção de infância aqui adotada supõe que se co- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DA
nheça como se dá a inserção da criança na sociedade, e qual é a sua ABORDAGEM DA PRIVAÇÃO CULTURAL
relação direta com a produção da vida material, bem como a de sua família.
O princípio fundamental é o de que a criança deve ser concebida em fun- A autora coloca que a abordagem da privação cultural não se constitui
ção da sociedade de classes, não existindo em si mesma. Encarar a infân- em um corpo teórico fixo, da mesma forma que os programas compensató-
cia dentro da sociedade de classes significa que não existe “a” criança, mas rios dela derivados não possuem uma total homogeneidade. Esta aborda-
gem tem-se modificado gradativamente, nos Estados Unidos e na Europa,
Foi o Ministério da Educação e Saúde Pública que criou, mais tarde, o Além desses órgãos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância
Departamento Nacional da Criança, órgão que centralizou o atendimento à (UNICEF) tem desenvolvido alguns trabalhos no Brasil junto ao setor públi-
infância brasileira durante quase 30 anos. co.
A autora relata a necessidade de examinar como aqueles órgãos vi-
CRIANÇA E FAMÍLIA nham e vêm atuando ao longo dos últimos 50 anos, a fim de verificar a
influência que exerceram nos pressupostos e nos objetivos da educação
A autora comenta que a tônica do atendimento proposto era médica:
pré-escolar. Parte-se do princípio de que a educação pré-escolar é hoje
via-se na medicina preventiva uma maneira de remediar e socorrer a crian-
proposta como educação compensatória, e se recorre ao passado para que
ça e sua família, genericamente concebida como família moderna, que era
se possa melhor compreender o que essa “compensação” significa, e de
considerada como o foco do problema. Culpava-se, então, a família pela
que maneira ela se apoia em um conceito único de infância.
situação da criança.
A culpabilização da família servia não só para escamotear as relações INICIATIVAS VOLTADAS À SAÚDE DA INFÂNCIA
de classe existentes na sociedade brasileira, como também fortalecia a DEPARTAMENTO NACIONAL DA CRIANÇA
responsabilidade e o poder do Estado - um Estado considerado neutro,
como já foi apontado. Kramer relata que a criação do Departamento Nacional da Criança ob-
jetivava unificar os serviços relativos não só à higiene da maternidade e da
Como novo personagem surgia a criança trabalhadora, que passava a infância, como também à assistência social de ambos. Este departamento
ser reconhecida como importante. Apesar do tema se afastar do interesse dirigiu-se à assistência médico-higiênica, principalmente a partir de 1948.
imediato deste estudo, não se pode deixar de comentar o caráter demagó-
gico que revestia a valorização da criança trabalhadora. A tendência médico-higiênica do Departamento Nacional da Criança
pode ser detectada pelas atividades empreendidas durante a década de 50.
O ATENDIMENTO É IMPORTANTE, MAS QUEM ATENDE? Houve vários programas e campanhas: combate à desnutrição, vacinações
e diversos estudos e pesquisas de cunho médico realizadas no Instituto
A autora comenta que o governo dividiria os custos com os órgãos par- Fernandes Figueira. Era também fornecido auxílio técnico para a criação,
ticulares mas centralizaria a direção e o controle do atendimento. ampliação ou reforma de obras de proteção materno-infantil do país, basi-
camente hospitais e maternidades.
Associações religiosas e organizações leigas, bem como médicos,
educadores e leigos eram solicitados a realizar juntos com o setor público a Durante a década de 60 houve um enfraquecimento e um desmem-
proteção e o atendimento à infância, com a direção e alguma subvenção bramento progressivo de toda a estrutura do Departamento Nacional da
deste último. Se desde o século XVII a assistência social privada, princi- Criança, sendo vários de seus serviços absorvidos pelo Ministério da Saú-
palmente a católica, precedera a ação oficial no Brasil, a partir da década de, o que mostra também como suas tendências de atuação foram priorita-
de 30 o Estado assumia essa atribuição e convoca indivíduos isolados e riamente médicas e assistenciais.
associações particulares a colaborarem financeiramente com as instituições
destinadas à proteção da infância.
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Reformulado o Ministério da Saúde, o Departamento Nacional da Cri- Em 1974 a LBA, começou a executar o Projeto Casulo, objetivando
ança foi transformado em Coordenação do Proteção Materno-Infantil, cujo “com pouco gasto”, atender ao maior número possível de crianças.
objetivo central é reduzir a morbimortalidade materna e infantil. Esta Coor-
denação está hoje transformada na Divisão Nacional de Proteção Materno- PROJETO CASULO: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
Infantil.
As Unidades Casulo visam prestar assistência ao menor de zero a seis
anos, de modo a prevenir sua marginalidade. Implantadas em todo o Terri-
INSTITUTO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO tório Nacional, atendendo a crianças durante quatro ou oito horas diárias,
O INAN foi criado em 1972 com a função de elaborar programas de as- conforme as condições locais.
sistência alimentar destinados a atender, prioritariamente, a população Segundo os documentos consultados, o Projeto Casulo, “não tem o
escolar de estabelecimentos oficiais de ensino do 1º Grau, gestantes, sentido de compensar carências intelectuais, psicológicas ou mentais em
nutrizes, lactantes e população infantil até seis anos, assim como progra- função do ingresso futuro do menor no sistema escolar”.
mas de educação nutricional, principalmente para população de baixa A maior dificuldade do trabalho, de acordo com o próprio Projeto, se
renda familiar. constitui na falta de recursos humanos para supervisão sistemática, acom-
Outro órgão destinado a cuidar da alimentação de alunos do 1º e 2º panhamento e treinamento de pessoal.
graus, incluindo o pré-escolar, é a Campanha Nacional de Alimentação
Escolar (CNAE), vinculada ao MEC. TENDÊNCIAS E PRESSUPOSTOS
Kramer coloca que o fato de não existir extensa documentação sobre a
PROPOSTAS DE AÇÃO VOLTADAS AO MENOR ABANDONADO execução do Projeto a nível nacional torna difícil uma análise mais aprofun-
NO BRASIL - SAM E FUNABEM - ESTRUTURA E OBJETIVOS dada. Pode-se, no entanto, levantar a hipótese de que o Casulo pretende
atender às especialidades concretas de crianças, consideradas as diferen-
A mesma conjuntura que determinou o aparecimento do Departamento ças locais, encarando o atendimento ao pré-escolar como dotado de atua-
Nacional da Criança favoreceu a criação, em 1941, do Serviço de Assistên- ção limitada. O atendimento à criança não visto como solução para os
cia a Menores - SAM, subordinado diretamente ao Ministério da Justiça e problemas sociais, mas ao contrário, considera-se que a sua eficácia será
Negócios Interiores e articulado com o Juízo de Menores. tanto maior quanto mais for “executado num contexto de medidas mais
O SAM tentava, através de sua atuação, evitar “a má influência do am- amplas, em áreas mais estratégias como a política e a econômica”.
biente familiar”, por um lado, e formar “bons e sinceros brasileiros” que A confirmação, ou não, de uma ou outra tendência não pode prescindir
servissem aos interesses da nação, por outro. Neste sentido, os jovens que de maior estudo, dificultado pela própria escassez de material a respeito, e
completavam 18 anos eram encaminhados ao Exército, à Marinha e à pela falta de avaliações sistematizadas dos resultados do Casulo e de suas
Aeronáutica. diferentes formas de atuação.
O SAM não conseguiu “cumprir a sua finalidade de prestar, em todo o
território nacional, amparo social, sob todos os aspectos, aos menores A AÇÃO DO FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA
desvalidos e infratores da lei penal”. Ficou conhecido como “vergonha (UNICEF)
nacional”. Por isso, em 1964, foi proposta oficialmente, a extinção do SAM.
Era criada a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), que A POLÍTICA DO UNICEF
herdava seu patrimônio e suas atribuições. O UNICEF - pretende “estimular esforços, fornecendo uma espécie de
ajuda internacional que possa ser usada como alavanca para a mobilização
SURGE A FUNDAÇÃO NACIONAL DO BEM-ESTAR de recursos locais em favor da criança.
DO MENOR - FUNABEM Criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1946, o UNICEF
Vincula-se a FUNABEM diretamente à Presidência da República, a tinha como objetivo principal o de socorrer as crianças dos países devasta-
princípio, tendo sido deslocada posteriormente para o Ministério da Previ- dos pela Segunda Guerra Mundial. Desde o seu estabelecimento até os
dência e Assistência Social. dias atuais, a ênfase de sua atuação tem-se diversificado, determinando, de
“A FUNABEM tem como objetivo formular e implantar a política nacio- acordo com descrições de diversos relatórios da entidade, quatro períodos
nal do bem-estar do menor, mediante o estudo do problema e planejamento distintos.
das soluções, a orientação, coordenação e fiscalização das entidades que De 1946 a 1950 - Período de Ajuda de Emergência - foram realizadas
executem essa política”. campanhas de vacinação e distribuição de alimentos.
A autora coloca que se “a FUNABEM está conseguindo desenvolver A partir de 1951, e até cerca de 1955, houve extensão dos programas
um trabalho diferente do SAM, suprindo suas falhas e necessidades, é uma implantados na África e iniciaram-se os trabalhos na América Latina, sendo
questão que apenas aqueles estudos poderão responder. Pode-se supor as áreas rurais consideradas prioritárias.
que sua prática continua discriminatória como a do SAM; pode-se conjectu- De 1956 até praticamente 1960 foi efetivada uma política de incentivo
rar, ainda, que será brevemente substituída por outra instituição de atendi- aos Serviços Sociais com ênfase no bem-estar da criança e da família.
mento ao menor ...”
A partir de 1961, a Assistência do UNICEF passou a se relacionar dire-
tamente com as prioridades dos países auxiliados.
ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA: LBA E PROJETO CASULO
A autora comenta que houve um deslocamento da ênfase da atuação
A LEGIÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA
do UNICEF no atendimento médico e nutricional para os Serviços Sociais, e
Durante 20 anos (1946-1966) a LBA consolidou sua posição entre as destes para os aspectos considerados relevantes no desenvolvimento
obras assistenciais brasileiras, suplementado a previdência social nos nacional.
casos em que esta não cobria e atuando em casos de emergência (enchen-
A política atual do UNICEF privilegia a abordagem local de modo que
tes, incêndios etc).
as prioridades da assistência são determinadas junto com o governo do
Em 1966, uma portaria do Ministério da Justiça fez modificações com país em que o projeto será implantado. Seu papel consiste em encorajar os
relação à finalidade e à administração da LBA, incluindo a adolescência no governos dos países em desenvolvimento a promoverem programas de
seu atendimento e aumentando o seu Conselho Deliberativo. Devido às atendimento à infância que englobem a ajuda tanto de setores públicos
dificuldades financeiras, o Presidente da República assinou o decreto quanto de setores privados.
implantando a Loteria Esportiva onde a LBA passou a fazer jus a uma parte
de sua renda líquida. O UNICEF E A VALORIZAÇÃO DA CRIANÇA
A legião foi transformada em Fundação destinada a prestar assistência
No caso no Brasil, a presença do UNICEF pôde ser constatada em três
à maternidade, à infância e à adolescência.
momentos, dentre outros:
GABARITO _______________________________________________________
_______________________________________________________
01.A
02.B _______________________________________________________
03.C _______________________________________________________
04.D
05.A _______________________________________________________
06.B _______________________________________________________
07.C
08.D _______________________________________________________
09.A
_______________________________________________________
10.B
_______________________________________________________
_______________________________________________________
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais
redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais. da União e dos Estados;
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
desta Lei. III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar
compreendem: de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior,
tendo como base as normas curriculares gerais.
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
escolar; diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da
população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante
estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos
verificação do aprendizado;
indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo
disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
letivas para aprovação; Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, ainda, as seguintes diretrizes:
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e
de cursos, com as especificações cabíveis. deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada
alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga estabelecimento;
horária e as condições materiais do estabelecimento. III - orientação para o trabalho;
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas
condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer não-formais.
parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua
base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
da clientela.
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
especialmente do Brasil. Seção II
Da Educação Infantil
§ 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de
alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010) idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância III - (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008)
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
emergenciais. § 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, ao prosseguimento de estudos.
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto Seção IV-A
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007). (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o
da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à para o exercício de profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de 2008)
proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos
definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com
para a habilitação e admissão dos professores. instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas 11.741, de 2008)
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será
ensino religioso." desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente 2008)
ampliado o período de permanência na escola.
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas ensino médio.(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
integral, a critério dos sistemas de ensino.
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares
Seção IV nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; (Incluído
Do Ensino Médio pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
mínima de três anos, terá como finalidades: II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino;
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu
no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
projeto pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso
princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº
colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade 12.014, de 2009)
institucional, local e regional. Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos
cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá
tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
como da escolha de dirigentes. I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.(Regulamento) (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
ANEXO I
ESTRUTURA PARA INGRESSO NAS CARREIRAS DE DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO BÁSICA E DE SUPORTE PEDAGÓGICO
Grupo: Educação
Subgrupo: Magistério da Educação Básica
GRUPO SUBGRUPO CARREIRA CARGO CLASSE REF.
1
A 2
3
B
Magistério da Docência em 4
Professor (20h e
Educação Educação Educação
40h 5
Básica Básica
6
7
C
Grupo: Educação
Subgrupo: Magistério da Educação Básica
GRUPO SUBGRUPO CARREIRA CARGO ESPECIALIDADE CLASSE REF.
Administrativa 1
Escolar, Inspeção A 2
Escolar, Supervisão
Escolar e Orientação 3
Magistério da Especialista em Educacional B 4
Suporte Peda-
Educação Educação Educação
gógico 5
Básica (20)
6
C 7
1
Magistério da
Suporte Peda- A
Educação Educação 2
gógico
Básica
3
Administração
Especialista em Escolar, Inspeção B
Educação Escolar, Supervisão 4
II Escolar e Orientador
Escolar 5
C 6
ANEXO III
QUADRO DE CORRELAÇÃO DE CARGOS E REFERÊNCIAS
Grupo: Educação
Subgrupo – Magistério da Educação Básica
SITUAÇÃO ANTERIOR SITUAÇÃO ATUAL
CARGO CLASSE REF. REF. CLASSE CARGO
Professor I e II 1e7 1 A Professor I
ANEXO IV
QUADRO DA ÁREA DE ATUAÇÃO, MODALIDADES DE ENSINO/ESPECIALIDADE
ESTRUTURA ATUAL ESTRUTURA PARA INGRESSO
CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE ENSI- CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE ENSI-
ATUAÇÃO NO/ESPECIALIDADE ATUAÇÃO NO/ESPECIALIDADE
Educação Educação
Educação
Infantil Infantil
Infantil e Educacional
Regular e Regular e
Docência em Educação Especial nas Ensino Especial nas Educação Especial nas
Professor Ensino Ensino
Educação Especialidades: Braile e Fundamental Especialida- Especialidades Braille e
I Fundamental de Fundamental
Básica Libras Regular de 1ª a 4ª des: Braille e libras.
1ª a 4ª de 1ª a 4ª
série/1ª a Libras.
série/1º ao 5º Série/1º ao 5º
5º ano
ano ano
ESTRUTURA ATUAL ESTRUTURA PARA INGRESSO
CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE CARREIRA CARGO CAMPO DE MODALIDADE DE ENSI-
ATUAÇÃO ENSI- ATUAÇÃO NO/ESPECIALIDADE
NO/ESPECIALIDADE
Ensino Educação de Jovens e
Infantil Adultos e Educação
Regular e Especial nas
Ensino Especialidades: Braille e Educação
Professor II Educação
Fundamental de Libras Infantil
5ª a 8ª Infantil Educacional
Regular e
Docência em série/6ª ao 9º Regular e Especial nas Educação Especial nas
Ensino Funda-
Educação ano Ensino Especialida- Especialidades: Braille e
mental
Básica Fundamental des: Braille e Libras
Ensino Profissionalizante: Regular de 1ª a
Regular de 1ª a 4ª Libras.
Educação de Jovens e 4ª série/1º ao 5º
série/1º ao 5º ano.
Professor Educação Adultos: Educação ano
III Básica Especial nas Especiali-
dades: Braille e
Libras
Especialista Educação de Jovens e
Especialida-
Administração em Educação Adultos: Educação Suporte Pedagó- Educação Educação Especial, nas
de em
Escolar, Educação I Básica Especial nas Especiali- gico Básica especialidades Braille e
Educação
dades: Braille e
ANEXO V
DESCRIÇÃO DOS CARGOS QUE INTEGRAM AS CARREIRAS DO SUBGRUPO MAGISTÉRIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
PROFESSOR, PROFESSOR I, PROFESSOR II E PROFESSOR III
ESTRUTURA:
Grupo EDUCAÇÃO
Subgrupo MAGISTÉRIO EM EDUCAÇÃO BÁSICA
Carreira DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO BÁSICA
Cargo PROFESSOR, PROFESSOR I, PROFESSOR II E PROFESSOR III
DESCRIÇÃO ANALÍTICA DAS RESPONSABILIDADES
• Elaborar e cumprir Plano de Trabalho, segundo o Projeto Político Pedagógico - PPP - e a proposta curricular do sistema escolar
estadual;
• Ministrar horas-aula de acordo com dias letivos e carga horária dos componentes curriculares estabelecidos por lei;
• Planejar estratégias de apoio pedagógico para os alunos em diferentes níveis de aprendizagem com a equipe escolar;
• Prestar atendimento continuado aos alunos, individualmente ou em grupo, no sentido de acompanhar o seu desempenho;
• Participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, avaliação e formação continuada;
• Organizar e promover trabalhos complementares de caráter social, cultural e recreativo, facilitando a organização de clubes de
classe, para incentivar o espírito de liderança dos alunos e concorrer para socialização e formação integral dos mesmos;
• Registrar adequadamente o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem dos alunos nos instrumentos definidos pelo Sistema
de Ensino
• Público Estadual;
• Executar outras atribuições pertinentes à função de docente definidas no Regimento Escolar.
REQUISITOS PARA INGRESSO NO CARGO DE PROFESSOR
• Graduação em Licenciatura Plena na área da matriz curricular.
• Ser aprovado em Concurso Público
ARQUITETURA DO CARGO
ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EM
EDUCAÇÃO II
ESTRUTURA:
Grupo EDUCAÇÃO
Subgrupo MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Carreira SUPORTE PEDAGÓGICO
Cargo ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO III
DESCRIÇÃO ANALÍTICA DAS RESPONSABILIDADES DOS CARGOS DE ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM
EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO II
ARQUITETURA DO CARGO
ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO I E ESPECIALISTA EDUCAÇÃO II
NAS ESPECIALISTAS:
• ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
• Dirigir estabelecimentos oficiais de ensino, planejando, organizando e coordenando a execução dos programas de ensino e os
serviços administrativos, para possibilitar o desempenho regular das atividades docentes e discentes;
• Propor regulamento traçando normas de disciplina e higiene, definindo competência e atribuições visando propiciar ambiente ade-
quado à formação integrada dos alunos;
• Realizar reuniões com os alunos, com os pais dos alunos com os Professores e/ou com os servidores administrativos para discussão
dos assuntos relacionados ao ensino e ao funcionamento da escola.
• INSPETOR ESCOLAR
• Inspecionar e orientar as atividades de ensino em unidades educacionais da rede pública e privada, supervisionando e avaliando
essas atividades e as condições de funcionamento da escola, para assegurar o cumprimento das normas legais aplicadas ao ensino e
a regularidade do funcionamento das unidades escolares, bem como do desenvolvimento do processo educativo;
• Orientar interessados acerca da preparação de documentos e das condições para criação, autorização, reconhecimento de escolas e
aprovação de cursos, elaborando documentos, modelos e outras informações necessárias, para assegurar o atendimento à legislação
aplicável em cada caso;
• Elaborar o cadastro das Unidades Escolares da Rede Estadual, Municipal e Particular, utilizando processos manuais ou mecaniza-
dos, para tornar possível o conhecimento geral da realidade do sistema estadual de ensino e possibilitar a troca de informações e
experiências.
• ORIENTADOR EDUCACIONAL
• Elaborar, acompanhar, atualizar e avaliar os planos e ações educativas, propondo diretrizes, implantando e implementando a Orien-
tação Educacional nas Unidades Escolares, estabelecendo uma ação integrada entre Escola e Secretaria de Educação, visando uma
atuação junto ao educando e o desenvolvimento do processo educativo;
• Planejar, desenvolver, coordenar e acompanhar processo de identificação das características básicas da comunidade e clientela
escolar, incrementando uma ação participativa;
• Estabelecer um plano de informações entre as Diretorias Regionais de Educação, Secretaria de Educação e as Unidades Educati-
vas, possibilitando a realimentação do sistema, bem como a correção das distorções existentes, para a melhoria da qualidade do
ensino.
• SUPERVISOR ESCOLAR
• Planejar, supervisionar e avaliar o processo ensino-aprendizagem, traçando metas, propondo normas, orientando e inspecionando o
seu cumprimento e criando ou modificando processos educativos, em articulação com os demais componentes do sistema educacio-
nal, visando impulsionar a educação integral dos alunos.
Supervisionar a aplicação de currículos, planos e programas, promovendo a inspeção de unidades escolares, acompanhando e
controlando o desempenho dos seus componentes e zelando pelo cumprimento de normas e diretrizes, para assegurar a regula-
ridade e eficácia do processo educativo;
Orientar estudos para definição dos motivos de evasão e repetência, através do levantamento de dados provenientes de áreas
educacionais, reavaliando metas e propostas de ação, para minimizar asa causas;
Coordenar em parceria com o Gestor Escolar as ações de elaboração do Projeto Político Pedagógico – PPP bem como o Regi-
mento Interno da Escola, em articulação com o Colegiado Escolar.
REQUISITOS PARA INGRESSO NO CARGO DE ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO
Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia.
Ser aprovado em Concurso Público.
ANEXO VI
TABELA DE VENCIMENTOS (20 horas)
Grupo Educação
Subgrupo – Magistério da Educação Básica
CARREIRA CARGO CLASSE REF. VENCIMENTO
1 783,50
A
2 807,01
3 831,22
Professor I B
4 856,15
5 881,84
C
6 908,29
1 819,73
A
2 852,52
Docência de Educa-
3 886,62
ção Básica Professor II B
4 922,08
5 958,97
C
6 997,33
1 998,20
A
2 1.048,11
Professor III 3 1.100,52
B
4 1.155,55
C 5 1.213,99
6 1.273,99
7 1.337,69
CARREIRA CARGO CLASSE REF. VENCIMENTO
1 819,73
Especialista em Edu- A
Suporte Pedagógico 2 852,52
cação I
B 3 886,62
ANEXO VII
TABELA DE VENCIMENTOS PARA NOVOS INGRESSOS
Grupo Educação
Subgrupo – Magistério da Educação Básica
CARREIRA CARGOS CLASSE REF. VENCIMENTO (20h) VENCIMENTO (40h)
1 998,20 1.996,40
A
2 1.048,11 2.096,22
3 1.100,52 2.201,04
Docência de B
Educação Professor 4 1.155,55 2.311,10
Básica
5 1.213,32 2.426,64
C 6 1.273,99 2.547,98
7 1.337,69 2.675,38
1 998,20 -
A
2 1.048,11 -
3 1.100,52 -
Especialista B
Suporte
em Educa- 4 1.155,55 -
Pedagógico
ção
5 1.213,32 -
C 6 1.273,99 -
7 1.337,69 -
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
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_______________________________________________________ _______________________________________________________
– Astros luminoso: São os que possuem luz própria, as estrelas são 360° : 24 = 15°
exemplos de astros luminosos, o Sol sendo uma estrela é um Astro lumino- Cada 15° de longitude correspondem a uma hora e o planeta está dividi-
so; do em 24 fusos horários. 15° = l hora ou l fuso horário
– Astros iluminados: Ao contrário dos luminosos, os astros iluminados
não possuem luz, própria, como por exemplos os planetas, e satélites
naturais como a lua.
– Cometa é um astro luminoso ou iluminado? Essa é uma dúvida que
muitas pessoas possuem quando estão estudando o assunto, uma vez que
quando observamos a passagem de algum cometa próximo a Terra, vemos
a sua calda brilhante.
Os cometas são astro iluminados, pois não possuem luz própria, e
brilho que vemos quando algum passa próximo ao nosso planeta na verda-
de são partículas sólidas que acabam se desprendendo e refletem a luz Para facilitar a orientação pelos fusos horários, vários países e (ou) esta-
solar. dos e províncias optam pelos fusos práticos, que coincidem com limites
Já a sua calda, é formada pelo derretimento e vaporização do gelo exis- administrativos ou fronteiras. Alguns poucos países utilizam um horário
tente em seu corpo. intermediário, como a índia, cujo horário está 5h30min adiantado em rela-
ção a Greenwich.
Galáxias
Cidade A – 45° de longitude oeste: 10 horas. Cidade B – 90° de longitude
leste. Que horas são na cidade B?
• Como as longitudes são opostas, devem ser somadas. 45°+ 90° =135°
• Dividem-se 135° por 15°. 135°: 15° = 9h
• Como a cidade B, cuja hora se quer saber, está a leste, devem-se somar
9 horas às horas da cidade lOh + 9h = 19h
Representação gráfica da Terra Cartografia
via lactea Cartografia é a ciência e a arte de representar graficamente a Terra. É a
De forma bastante resumida as galáxias são agrupamentos de as- disciplina que estuda os métodos mais adequados para a representação do
tros(estrelas, planetas, etc), além de gás, poeira e também matéria escura. planeta. Embora a melhor representação da Terra seja o globo, que repro-
duz a Terra tal como ela é, a forma de representação mais usada é o mapa,
Elas são categorizadas em galáxias elípticas, galáxias espirais e irregula- tanto pela facilidade de utilização como pela riqueza de detalhes que pode
res, recebem essa classificação devido a sua forma, as elípticas tem a oferecer.
forma de uma elipse, as aspirais possuem forma de disco, enquanto as
irregulares não possuem nenhum desses dois formatos. O mapa é uma superfície plana feita para representar uma superfície es-
férica, por isso não representa fielmente a forma geoide do planeta, apre-
A galáxia onde o planeta Terra e todo o sistema solar esta é a Via-
sentando deformações, ao passo que o globo faz a representação exata.
Láctea, ela é um tipo de galáxia espiral.
Nebulosas • intervalo constante entre os meridianos e escala verdadeira no Equador;
São formadas pela concentração de poeira, plasma e hidrogênio, são • regiões de elevadas latitudes têm proporções exageradas.
categorizadas em nebulosas de emissão(são compostas por gases com • A mais conhecida é a projeção cilíndrica de Mercator. Historicamente
alta temperatura), reflexão(compostas por nuvens de poeira que simples- muito utilizada para orientar os navegadores e nos mapa-múndi (planisfé-
mente refletem a luz das estrelas), escura(compostas de gases e poeira, rios).
refletem muito pouca luz) e planetária(são chamadas assim por serem
semelhantes a um planeta). Projeção cônica: Esse tipo tem por base a projeção de um globo terrestre
sobre um cone que o tangencia, sendo depois planificado.
Projeção azimutal: Também conhecida como projeção horizontal ou equi- Observe que a distância entre as curvas mostra a declividade do relevo;
distante. A projeção azimutal representa a superfície terrestre sobre um se elas se aproximam, o declive (inclinação) é maior e, se elas se afastam,
plano. a inclinação é menor.
Projeção cilíndrica: Suas principais características são: paralelos e meri- Sensoriamento remoto
dianos retos que se cruzam em ângulos retos; É a técnica que consiste na utilização da energia eletromagnética para
Projeção azimutal – Suas principais características são: detectar e medir as características dos objetos sem que haja contato físico.
•meridianos retos e divergentes; paralelos em círculos concêntricos; Qualquer matéria reflete ou emite energia. A reflexão e a absorção de
energia podem ser estudadas observando-se o seu espectro, isto é, a
•distorções que aumentam a partir do centro (ponto de tangencia). maneira como um elemento emite ou absorve energia. Esses comporta-
mentos são diferentes e específicos para cada tipo de matéria, dependendo
Preferida para representar as regiões polares e mapas estratégicos
exclusivamente de sua estrutura atômica e molecular.
quando se quer dar destaque ao ponto central. Pode-se destacar ainda a
projeção de Peters – projeção cilíndrica equivalente conhecida como “Mapa S1G – Sistema de Informação Geográfica
para um Mundo Solidário”. O mapa-múndi, na projeção de Arno Peters,
apresenta uma visão mais exata da Terra e valoriza o mundo subdesen- Resultado da utilização do conjunto de mapas digitais, feitos com o auxí-
volvido. Cada centímetro quadrado (no formato 113 x 72 cm) representa lio do GPS e de bancos de dados informatizados, o Sistema de Informação
exatamente 63 550 km2. Assim, as regiões temperadas do planeta não Geográfica permite coletar, armazenar, processar e analisar diversas
aparecem maiores do que as outras, como ocorre nos mapas tradicionais. informações sobre o espaço geográfico, produzindo mapas e gráficos para
A Linha do Equador apresenta-se equidistante dos polos. Essa projeção múltiplos usos.
deforma os ângulos e as formas dos continentes, mas mantém as áreas PROJEÇÕES
proporcionais.
As projeções cartográficas permitem representar a superfície esférica da
Escala
Terra em um plano, ou seja, no mapa; elas são a base para a confecção de
Escala é a proporção mantida entre o mapa e a dimensão do que foi re- um mapa, constituindo uma rede sistemática de paralelos e meridianos,
presentado. As escalas podem ser representadas de três formas diferentes: permitindo que esses sejam desenhados.
numérica, gráfica e explícita.
As representações da superfície terrestre em mapas apresentam algu-
•Numérica – é representada na forma de uma razão 01:1 000 000 ou de mas distorções. As diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas
uma proporção 1/1 000 000. com o intuito de minimizar as distorções ocorridas durante a produção de
um mapa e, principalmente, fazer com que essas distorções sejam conhe-
•Gráfica – é representada por meio de uma linha reta graduada. cidas. Mas nenhuma delas é capaz de evitar a totalidade das deformações.
• Explícita – ou centímetro por quilometro, l cm = 10 km As principais projeções cartográficas são:
Nas três escalas, os valores representados são iguais: l cm = 10 km. Projeção Cilíndrica: O plano da projeção é um cilindro envolvendo a esfe-
Lembre-se: ra terrestre. Após realizada a projeção dos paralelos e meridianos do globo
Escalas por tamanho – Escalas podem ser classificadas, ainda, conforme para o cilindro, este é aberto ao longo de um meridiano, tornando-se um
o tamanho. plano sobre o qual será desenhado o mapa.
No processo de ocupação periférica surgem inicialmente as Regiões A heterogeneidade dos municípios que compõem a Ride pode ser ob-
Administrativas - RA de Taguatinga (1958), Sobradinho (1960), Gama servada também através das estatísticas demográficas, principalmente pelo
(1960), Guará (1966) e Ceilândia (1970), inaugurando, assim, o polinucle- crescimento populacional e pelo processo migratório. Estes evidenciam que
amento característico da estruturação urbana inicial da região. Esses parte significativa do crescimento está associada à expansão do DF, uma
núcleos, denominados cidades-satélites, foram previstos no projeto urbanís- vez que os municípios limítrofes apresentam dinâmicas diferenciadas dos
tico para serem implementados a partir da saturação do limite populacional demais.9
estabelecido para o Plano Piloto. A antecipação de sua implantação em Os demais municípios não influenciados por esse processo, e que pos-
áreas distantes do núcleo principal gerou grandes vazios urbanos e deu suem como base econômica o setor agropecuário, apresentam taxas de
início ao processo de ocupação gerenciado pela atuação pública com clara crescimento10 e densidades demográficas11 menores. Alguns, como Pire-
divisão social do espaço urbano. nópolis e Mimoso de Goiás, apresentaram taxas de crescimento negativas,
A configuração socioespacial resultante desse processo concentra a no período mais recente (1991-2000).
população de renda mais elevada e maior poder político em áreas mais Entre 1970 e 2000, o entorno aumentou sua participação no total da
centrais e privilegiadas em termos de empregos,4 infra-estrutura básica e região, sendo o Entorno Imediato12 o principal responsável por esse incre-
serviços sociais. Ao mesmo tempo, redistribui a população menos favoreci- mento (Tabela 1). Na média, além de aumentar sua participação no total da
da quanto a esses aspectos, constituindo uma ocupação periférica que se população da Ride, o entorno apresentou elevação de 5,5% na taxa de
estende até os municípios limítrofes. Neles, as condições de acesso às crescimento médio anual no último período. Apesar da redução no ritmo de
áreas mais centrais são agravadas pelas grandes distâncias e pelas dificul- crescimento do Entorno Imediato para 8,3% no período 1991-2000, essa
dades relacionadas à eficiência do sistema de transporte (grandes vazios taxa é significativamente elevada, quando comparada à média regional.
urbanos), implicando em intensos deslocamentos diários.5
O DF apresentou forte arrefecimento no ritmo do crescimento, princi-
Assim, mais do que o distanciamento físico, a reprodução do cresci- palmente em relação ao período 1970-1980, quando os fluxos migratórios
mento periférico gera o distanciamento social entre os segmentos populaci- dirigidos às grandes cidades foram intensificados e o processo de urbani-
onais que habitam os diferentes segmentos espaciais da estrutura intra- zação nacional tornou-se mais acelerado.
urbana.
O incremento populacional da região no período total foi de 2.193.235
habitantes - 1.513.654 localizados no DF e 682.581 no entorno - sendo que,
DISTRIBUIÇÃO E DINÂMICA DEMOGRÁFICA desses, 79,2% estão localizados no entorno imediato.
Desde o início do processo de migração para Brasília, os fluxos de Na verdade, os volumes de migrantes interestaduais para a região de-
nordestinos, goianos e mineiros foram predominantes.16 Além da atrativida- monstram seu grande peso, devido aos fluxos direcionados ao DF. Houve
de exercida pela existência de grande número de empregos durante a redução nos fluxos de mineiros e goianos ao longo do período - a exemplo
construção da capital, a condição de vida naqueles Estados contribuiu para do ocorrido para o total de região - e manutenção do volume de migrantes
a consolidação dos fluxos. Holston (1993), baseado em informações do nordestinos, apesar da redução dos volumes totais de imigrantes. Na última
Censo Demográfico 1960, aponta que 96,0% dos migrantes vindos para década, a elevação do fluxo de Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia retoma a
Brasília vinham daquelas regiões (de Estados do Nordeste; do Sudeste, importância em relação à década de 70, período de maior intensidade
principalmente de Minas Gerais; e do Centro-Oeste, principalmente de migratória nos contextos regional e nacional (Tabela 2).
Goiás).17 Segundo aquele autor, a migração, já naquele período, era pre- A distribuição da migração interestadual para o total da região é seme-
dominantemente urbana, sendo que quatro em cada cinco migrantes residi- lhante à do Distrito Federal, em função do peso que aquela população
am anteriormente em área urbana. assume no total regional (em torno de 70,0%, desde 1970 até 2000).
Entre 1970 e 1980, período de maior dinamismo do processo de urba- A Tabela 3 mostra duas tendências em relação ao fluxo de migrantes
nização da região, os principais fluxos da migração interestadual continua- nordestinos para a região. Ao longo do período 1970-2000, o peso da
ram sendo aqueles originados em Estados nordestinos (212 mil), em Goiás migração de nordestinos para o DF diminui, passando de 95,1% entre 1970
(167 mil) e em Minas Gerais (90 mil). Entre os Estados nordestinos, desta- e 1980 para 41,5% de 1990 a 2000, aumentando a participação desse fluxo
cam-se os fluxos vindos do Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia, que apresen- na migração interestadual para o total da região.
taram, em conjunto, o maior volume (155 mil migrantes).
Outra tendência observada nesse fluxo é a elevação da participação de
Entre 1981 e 1991, o volume de migrantes arrefeceu (605,8 mil), mas a Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia no total da migração de nordestinos para o
taxa de migração18 permaneceu expressiva (3,04%). O fluxo de nordestinos total da região.
continuou elevado (207,7 mil) e os Estados que mais contribuíram para
esse movimento (MA, PI, CE e BA) enviaram, em conjunto, 157,8 mil mi- Na verdade, essa elevação da participação está relacionada ao aumen-
grantes - contingente maior que o do período anterior. Maior, também, foi o to do fluxo em direção aos municípios que integram o entorno imediato da
contingente vindo das Regiões Norte e Sul - o que demonstrava a amplia- Ride. Os volumes médios anuais da migração para os municípios elevaram-
ção da atratividade exercida pela capital federal. A situação se mantém no se de 455, no período 1970-1980, para 5.556, entre 1990 e 2000 (Tabela
período 1991-2000, e os fluxos originados nos quatro Estados nordestinos 4).
(MA, PI, CE e BA) e na Região Norte ampliam-se ainda mais. A migração vinda do DF, no período inicial (1970-1980), já apresentava
O fluxo de migrantes com residência anterior no DF cresceu significati- participações elevadas no total da migração interestadual de vários municí-
vamente, passando de 49 mil, entre 1970 e 1980, para 121,6 mil no período pios. Além dos municípios que integram o entorno imediato (naquele perío-
1981-9; e para 136,7, entre 1990 e 2000 - fato que denotou ampliação do do, Planaltina e Luziânia), outros como Alexânia, Corumbá de Goiás, For-
fluxo migratório intra-regional. Em síntese, a Ride caracteriza-se pelo mosa, Padre Bernardo e Pirenópolis tinham nos fluxos vindos do DF a
predomínio de migrantes provenientes principalmente dos Estados do maior participação na migração entre UFs - embora os volumes de popula-
Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia, cuja taxa média anual de migração ainda ção migrante sejam numericamente pouco significativos. Naqueles municí-
é a mais elevada na região (1,44%, no período 1970-1980; e 0,86%, entre pios, o segundo principal fluxo vem de municípios mineiros que não inte-
1990 e 2000). É importante salientar que, a exemplo do ocorrido no DF, gram a Ride. Como eles apresentam base econômica na agropecuária, é
apesar da tendência de queda da taxa para o total da região ao longo do possível que a migração de mineiros tenha sido motivada pela expansão da
Novamente no exemplo da escola, o diretor tem poder para determinar Combustíveis fósseis são originados a partir da decomposição de restos de
uma alteração nos procedimentos de limpeza executados pelos funcioná- seres vivos, depositados em partes mais baixas da crosta terrestre. Neste caso,
rios da faxina, ou para convocar reuniões com os professores. podemos perceber que cerca de 85% da matriz energética mundial é baseada
em recursos finitos, emitindo cada vez mais CO2na atmosfera, alterando as
Mas esse poder do diretor em relação aos funcionários é exercido ape- condições climáticas do planeta.
nas na escola, enquanto estão desempenhando suas atividades no horário
de trabalho. É importante frisar que há esforços em investir e aumentar o consumo de
energia proveniente de fontes renováveis como a solar e a eólica. Países como
Em uma empresa, o chefe de um setor tem poder para distribuir servi- Estados Unidos, China e Alemanha investem cada vez mais em pesquisas para
ços entre os seus funcionários subordinados. tornar mais eficiente a captação e a distribuição de energia originada pelo vento e
sol.
Matriz energética; as questões ambientais
Já no Brasil, diferente da mundial, observamos que a matriz energética naci-
Os recursos energéticos são o foco dos interesses estatais, gerando disputas onal é diversificada, tendo quase metade dela proporcionada por fontes renová-
geopolíticas desde a primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do veis, como a hidrelétrica e biomassa (conhecida como biodiesel).
século XX, com a expansão do meio urbano-industrial, principalmente, na Améri-
ca Latina e Sudeste Asiático e, consequentemente, o crescimento populacional,
houve o aumento exponencial da demanda energética. Nos últimos anos, a
questão energética traz novas discussões: agências internacionais, estados e a
sociedade, geram debate sobre consumo, recursos naturais, mudanças climáti-
cas e, principalmente, a segurança energética dos países mais ricos.
Antes de tudo, é importante conhecer os diferentes tipos de fontes de ener-
gia. Podemos classificá-las em renováveis e não renováveis; primárias e secun-
dárias; convencionais e alternativas.
Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um tempo curto, tor-
nando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/biodiesel a partir de cana-de-açúcar,
mamona, girassol, entre outros).
Não Renováveis → Oriundas de matéria orgânica decomposta por milhões
de anos, não havendo tempo hábil para serem formados para uso humano. Ex.:
Petróleo, gás natural e carvão.
Primárias → Quando utilizamos diretamente para geração de calor/energia.
Ex.: Lenha queimada para uso doméstico.
Gráfico com matriz energética brasileira (Foto: Ministério de Minas e Energia)
Secundárias → Utiliza-se um meio de energia para obter outro. Ex.: Usina
Nuclear enriquece o Urânio para aquecer a água e mover as turbinas, gerando A diversificação demonstra que o Brasil está inserido neste novo cenário de
energia elétrica. mudanças e discussões sobre o clima e o desenvolvimento sustentável, já que
busca alternativas à importação, extração e uso em larga escala de energias não-
Convencionais → São as energias base da sociedade contemporânea. renováveis, como o petróleo, gás natural e carvão. Investimentos em produção de
Ex.: Petróleo, gás natural, carvão e hidroelétricas. biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar e na construção de usinas hidrelétri-
Alternativas → Constituem uma alternativa ao modelo energético decorren- cas, principalmente, na região Norte, trazem o Brasil para um patamar de um dos
te dos últimos dois séculos, sua introdução diversifica a matriz de energia dos países com matriz energética mais limpa do mundo.
Gráfico informativo sobre o futuro da energia. (Foto: Colégio Qi) O IMPACTO DA EVOLUÇÃO TECNOLOGICA SOBRE O
(RE)ORDENAMENTO GEOPOLÍTICO E ECONÔMICO DO
Assim, o tabuleiro geopolítico vai se movimentando, conforme os interesses
em investir, importar e exportar energia a partir de diversas fontes existentes. O ESPAÇO GEOGRÁFICO: Ordenamento geopolítico mun-
mundo vem passando por transformações, sobretudo, no meio ambiental, tor- dial; Globalização; Comércio internacional; Mercados
nando os novos meios de energia essenciais para todos os países, o que possibi- regionais; Os atuais fluxos de informação ;As redes soci-
lita a segurança econômica e social em todo planeta. ais e sua influencia nas relações econômicas, sociais e
Fonte: http://educacao.globo.com/artigo/questao-energetica-na-atualidade.html culturais atuais; A questão ambiental: conferências, de-
bate, acordos, protocolos e a política ambiental brasileira.
Comunicação e transportes no mundo globalizado. A Reorganização Geopolítica
Considerando a evolução do sistema capitalista ao longo dos séculos e A Alemanha foi o pivô no conflito que teve tanto na Primeira Guerra
as transformações que permitiram a integração mundial, podemos dizer Mundial como na Segunda Guerra. O país mergulhou numa grande crise
que, sob muitos aspectos, a evolução da Globalização é, pois, uma série tanto econômica como social, em conseqüência da Primeira Guerra Mun-
contínua de evolução nos meios de transporte. Portanto, a questão dos dial. Foi criado assim condições ideais para o surgimento do nazismo:
transportes na era da Globalização envolve uma dinâmica de transforma- grave crise econômica; revanchismo, principalmente contra a França, pelas
ções cada vez mais aceleradas e produtoras de uma interdependência. humilhações impostas pelo Tratado de Versalhes; nacionalismo; racismo.
Adolfo Hitler chegou no poder em 1933, lançando a Alemanha num pro-
Aliados à evolução nos sistemas de comunicação, os meios de trans- cesso expansionista. Com a derrota da Alemanha, Japão e Itália e o enfra-
porte permitiram a ocorrência daquilo que se assinalou como a compressão quecimento do Reino Unido e da França, o mundo foi levado por mudanças
do tempo e do espaço, em que as distâncias do mundo “encurtaram”, ou econômicas e geopolíticas. Os Estados Unidos agora do bloco capitalista,
seja, podem ser mais facilmente percorridas, reduzindo gastos e também e do outro lado, União Soviética, que expandiu sua influencia e seu territó-
tempo em deslocamentos e emissão de mensagens. Com isso, a globaliza- rio, definindo o bloco socialista.
Na pratica, durante a Guerra Fria, a ONU ficou paralisada, visto que se Origens da Globalização e suas Características
as decisões tomadas contrariassem os EUA ou a União Soviética eles Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos
vetavam as resoluções. XV e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste
Geopolítica no período pós-guerra contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de
outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. Porém,
Neste período de Guerra Fria os interesses dos Estados Unidos se a globalização efetivou-se no final do século XX, logo após a queda do
completaram, como exemplo a elaboração da Doutrina Truman e o Plano socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que
Marshall (já citados nesta lição). ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização
A União Soviética, superpotência rival, desde a década de 1940 já econômica.
mostrava sua liderança em muitos setores, superada apenas pelos EUA. Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais
Depois de 1945, passou a ter influencia em quase todos os continentes. buscaram conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos
Os Estados Unidos, por sua vez, criaram blocos militares visando im- países recém saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empre-
pedir que a influencia socialista se expandisse. Muitos setores norte- sas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os
americanos acreditavam que se a União Soviética expandisse a sua influ- preços e também para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de
encia, além dos países do Leste europeu e a China, aos poucos todos forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a utilização da Internet, das
iriam cair nas “mãos do inimigo”. Estabeleceu-se em “cordão sanitário” que redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.
isolava a potencia rival. Ao modo de ver dos ocidentais, o socialismo era Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo ba-
uma doença e deveria ter sua expansão contida. rateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas, produzem
Em 1949 foi criado então, a OTAN ( Organização do Tratado do Atlân- suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos.
tico Norte), uma aliança formada pelos Estados Unidos, Canadá, e vários Optam por países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são
outros países ocidentais. Sua sede fica em Bruxelas (Bélgica). A criação da mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados
OTAN foi uma resposta ao bloqueio feito por Stálin, a Berlim ocidental. Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado
Com a construção de várias bases militares, e um grande mercado de em diversos países do mundo.
armamentos não só para a força militar dos Estados Unidos como também Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (bancos,
para a de seus aliados, se delimitou a zona de influencia norte-americana. casas de câmbio, financeiras) criaram um sistema rápido e eficiente para
Em maio de 1949 foi proclamada a RFA (República Federal da Alema- favorecer a transferência de capital e comercialização de ações em nível
nha) ou Alemanha Ocidental, nas zonas ocupadas pelos EUA, Reino Unido mundial.
e França. A resposta da União Soviética foi a criação, em outubro do Investimentos, pagamentos e transferências bancárias, podem ser fei-
mesmo ano, da RDA (República Democrática Alemã) ou Alemanha Orien- tos em questões de segundos através da Internet ou de telefone celular.
tal. Tinha como capital a parte oriental de Berlim, ocupada pelos soviéticos.
O Muro de Berlim foi construído em 1961. A Alemanha passava por
crises econômicas, e muitas pessoas estavam deixando o setor oriental em
busca de melhores condições na parte ocidental. Com o intuito de acabar
com essa migração de trabalhadores e reafirmar a sua soberania, os
lideres soviéticos construíram o Muro de Berlim. Esse muro que dividia a
cidade de Berlim, era um dos símbolos que mostrava as tensões da Guerra
Fria: o conflito leste x oeste (capitalismo x socialismo).
A resposta da União soviética depois da criação da Otan foi a forma- Bolsa de valores: tecnologia e
ção do Pacto Varsóvia. Esse pacto tinha a mesma finalidade da Otan, a negociações em nível mundial.
defesa militar de seus aliados. Em 1991 quando houve o fim da URSS, o
Pacto de Varsóvia foi extinto. Os tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coreia do Sul)
são países que souberam usufruir dos benefícios da globalização. Investi-
Os Estados Unidos formaram outras alianças para deter a expansão ram muito em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990. Como
socialista: a Anzus – acordo bilateral com Japão, as Filipinas, Austrália e resultado, conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias
Comparação – de que forma as informações relativas a essa situação O primeiro deles é que basta às empresas construir bases de dados
se comparam com outras situações conhecidas? Conseqüências – que sofisticadas, que o conhecimento virá. As empresas adotam uma estrutura
implicações essas informações trazem para as decisões e tomadas de com bases de dados eletrônicas, enfim um estoque de conhecimento que
ação? Conexões – quais as relações desse novo conhecimento com o se constitui em apenas armazenamento do conhecimento e da informação,
conhecimento já acumulado? Conversação – o que as outras pensam quando o desafio é o uso desses recursos.
dessa informação? O segundo mito é que a tecnologia, considerada imprescindível para o
O conhecimento é inerente às pessoas. Conseqüentemente, o agenci- processo de compartilhamento da informação e do conhecimento, pode
amento dos relacionamentos e a confiança entre os indivíduos nas organi- substituir o contato pessoal. A reunião de pessoas em um só espaço físico
zações têm papel determinante na criação do conhecimento, isto porque, tem um alto custo (passagens, estadas, entre outras despesas), mas traz
ressalta Krogh, Ichijo e Nonaka (2001, p.61): "Para compartilhar o conhe- grandes resultados em termos de compartilhamento da informação e do
cimento pessoal, os indivíduos devem confiar em que os outros estejam conhecimento. O que ocorre na prática é que é necessário o uso da tecno-
dispostos a ouvir e a reagir às suas idéias". Os bons relacionamentos logia combinado com o contato pessoal para a transferência ou comparti-
possibilitam condições para o compartilhamento de insights e para a livre lhamento do conhecimento e da informação.
discussão das preocupações, permitindo a organização espontânea de E o terceiro mito é baseado na crença de que a troca de conhecimento
pequenas comunidades, "fonte de criação do conhecimento nas empre- ocorre somente em organizações não-competitivas ou com cultura para a
sas". colaboração e que, portanto, primeiro é preciso criar uma cultura de apren-
Miranda (1999, p.287) diferenciou os tipos de conhecimento, classifi- dizagem. Se as pessoas começam a compartilhar idéias e conseguem
cando-os em explícito, tácito e estratégico: perceber a importância desse processo, o próprio compartilhamento cria a
cultura da aprendizagem.
conhecimento explícito é o conjunto de informações já elicitadas em
algum suporte (livros, documento etc.) e que caracteriza o saber disponível A definição de redes sociais apresentada por Marteleto (2001) con-
sobre o tema específico; conhecimento tácito é o acúmulo de saber templa a idéia de compartilhamento de valores e interesses que, para
prático sobre um determinado assunto, que agrega convicções, crenças, promover o fortalecimento da rede, dependem do compartilhamento da
sentimentos, emoções e outros fatores ligados à experiência e à personali- informação e do conhecimento.
dade de quem o detém; conhecimento estratégico é a combinação de Reportando-se às redes de trabalho nas organizações, Yu, Yan e
conhecimento explícito e tácito formado a partir das informações estratégi- Cheng (2001) também ressaltam os benefícios da cooperação e comparti-
cas e de informações de acompanhamento, agregando-se o conhecimento lhamento da informação, quando afirmam que a globalização dos negócios
de especialistas (grifo nosso). foi acelerada nas últimas duas décadas devido ao rápido desenvolvimento
EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA E Além de ganhos econômicos, os ganhos ambientais com a adoção das
MERCADOS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA. cultivares geneticamente modificadas contribuíram para a redução das
emissões de CO2 em 23,1 bilhões de quilos, equivalente à remoção de
“Safra após safra, ano após ano, verificamos uma constante evolução 10,2 milhões de carros das ruas, poupando 108,7 milhões de hectares de
no campo”. terras.
A produção agrícola, nos últimos 50 anos, foi em média superior ao
crescimento da população mundial. O primeiro fato que podemos destacar ___________________________________
e que marcou a evolução da agricultura mundial e brasileira, teve início nas
décadas de 60 e 70. A chamada “Revolução Verde” foi iniciada nos EUA e ___________________________________
disseminada nos países menos desenvolvidos, referindo à invenção e
disseminação de novas práticas agrícolas que permitiram um vasto aumen- ___________________________________
to na produção agrícola. Pesquisadores criaram novas variedades de milho, ___________________________________
soja e trigo de alta produtividade e de ampla adaptação a diferentes regiões
climáticas, tornando a agricultura altamente competitiva. Isto proporcionou a ___________________________________
países subdesenvolvidos, como México, Índia, Brasil, entre outros, aumen- _______________________________________________________
tar de forma vertiginosa sua produção, sendo um dos objetivos produzir
mais com menos terra e menos mão-de-obra, introduzindo novas técnicas _______________________________________________________
mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso de fertilizantes, defensivos
_______________________________________________________
agrícolas e a utilização de sementes de alto rendimento. O impacto social
da revolução verde, foi muito expressiva, principalmente nos países mais _______________________________________________________
pobres, o que contribuiu para que o americano “Norman Ernest Borlaug”,
considerado o pai do movimento, ganhasse o Prêmio Nobel da Paz em _______________________________________________________
1970. _______________________________________________________
O segundo fato que marcou a evolução da agricultura e que continua
_______________________________________________________
influenciando até hoje, teve início na década de 90, a chamada “Revolução
Transgênica”. Os transgênicos são espécies cuja constituição genética foi _______________________________________________________
alterada artificialmente e convertida a uma forma que não existe na nature-
za. É um ser vivo que recebeu um gene de outra espécie animal ou vegetal. _______________________________________________________
O gene inserido pode vir de outra planta ou mesmo de outra espécie com- _______________________________________________________
pletamente diferente. No caso das plantas, a modificação é feita visando
um organismo com características diferentes das suas, como por exemplo, _______________________________________________________
tornar uma planta mais resistente a pragas e insetos, herbicidas, entre
_______________________________________________________
outras características. A planta resultante dessa inserção passa a ser
denominada como "geneticamente modificada" (GM). A primeira variedade _______________________________________________________
comercializada de uma espécie vegetal desenvolvida pela transgenia foi
“tomate FlavrSavr”, em 1994, nos EUA. Em 1996, no mesmo país, foi _______________________________________________________
lançada a Soja RR (soja geneticamente modificada resistente ao herbicida _______________________________________________________
glifosato), e já em 2001 ela respondia por 68% de toda soja plantada no
país. _______________________________________________________