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Quando Lisbeth Ceriani foi diagnosticada com câncer de mama, ela quis
realizar exame de sangue com o objetivo de descobrir se era portadora de um dos
dois terríveis BRCA genes, os quais podem aumentar em 50%o risco de ela
desenvolver câncer de ovário. Ela decidiu que, em sendo portadora, pediria a
remoção de seus ovários. Entretanto, o único provedor dos testes BRCA, Myriad
Genetics, uma empresa sediada em Utah, recusou seu seguro-saúde. A empresa
Myriad é titular da patente sobre |BRCA genes e, consequentemente, sobre os
direitos de pesquisa e desenvolvimento a partir destes genes. Não há testes
alternativos, portanto, e Ceriani encontrou-se impossibilitada de decidir sobre o
futuro de sua saúde.
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que não são caucasianos. Bill warren, especialista em ciências da vida no
escritório de advocacia Sutherland, sediado na cidade de Atlanta, considera que
desafiar diretamente o conceito de patentear genes pode ser uma estratégia
equivocada. A ACLU talvez obtivesse resultados melhores alegando que as
patentes da Myriad não requerem inovação substancial, sendo, portanto, sem
valor.
“Um tribunal recentemente decidiu que um pedido de patente sobre seqüência de
genes era invalida por se tratar de invenção óbvia”, expõe Warren. “Será muito
improvável, no entanto, os tribunais federais reverterem sua duradoura posição no
sentido de permitir patentes de genes humanos isolados” Ele também
desconsiderou a alegação dos autores da ação judicial no sentido de que o
patenteamento de genes impediria avanços na bioindústria. “A proteção conferida
pelas patentes sustenta um custoso programa de desenvolvimento de
medicamentos e respectivos testes clínicos” afirma. “Essas atividades não
conseguem ser desenvolvidas sem um monopólio temporário”.
Um sistema em que firmas de biotecnologia consigam lucros sem restringir
pesquisas pode ser a melhor solução, segundo Darvid Ewing Duncan, diretor do
centro para políticas sobre ciências da vida, em Berkeley, Universidade da
Califórnia. Duncan propõe uma iniciativa governamental que financie pesquisas
que relacionem seqüências de genes com doenças específicas. Qualquer empresa
poderia alugar esses resultados públicos por um período limitado e vender testes
genéticos em busca de lucro. Tal poderia viabilizar lucros para as empresas de
biotecnologia e ao mesmo tempo estimular pesquisas, uma tática que tem
funcionado com o desenvolvimento de vacinas. Apesar de ser improvável que o
litígio Myriad-ACLU alcance resultado tão pouco convencional, biólogos
acompanharão o caso. “ Não se pode sair por aí inventando genes”, Diz Park. “
Este é o ponto fundamental para todo o debate subseqüente”.