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Banco de

Questões
Este recurso tem o objetivo de facilitar a tarefa de avaliação. Para esse efeito, são
disponibilizadas pelo menos 120 questões de escolha múltipla, 60 questões de resposta curta e
12 de resposta extensa distribuídas pelos seis temas do Programa, que poderão ser
combinadas de diferentes formas para compor novos testes e/ou fichas de trabalho, de acordo
com as necessidades específicas de cada contexto ensino-aprendizagem.

Esta versão de amostra apenas contém as questões de Escolha Múltipla e de Resposta curta.
As questões de Resposta extensa dos restantes temas serão disponibilizadas, em setembro de
2015, na plataforma , para os utilizadores do projeto Psicologia em Ação.

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Tema 1 – Perguntas de escolha múltipla

1 A genética

1. Os cromossomas são constituídos por:


A. ácido desoxirribonucleico (ADN).
B. neurónio.
C. óvulo.
D. ácido ribonucleico (ARN).

2. Às unidades básicas da hereditariedade dá-se o nome de:


A. nucleoproteínas.
B. gâmetas.
C. genes.
D. bases azotadas.

3. Os cromossomas são:
A. constituintes principais no interior dos genes.
B. agentes responsáveis pela hereditariedade, localizados em pontos específicos do ADN.
C. unidades morfológicas, fisiológicas e funcionais do sistema nervoso.
D. elementos essenciais do núcleo celular.

4. Analise as afirmações que se seguem sobre genética. Selecione, depois, a alternativa que os
identifica corretamente.
1. Processos biológicos que permitem a transmissão de características biológicas aos
descendentes.
2. Unidades básicas da hereditariedade.
3. Molécula complexa cuja sequência determina a informação genética.
A. 1. genética; 2. hereditariedade; 3. ácido desoxirribonucleico.
B. 1. genes; 2. óvulo e espermatozoide; 3. ADN.
C. 1. cromossomas; 2. ácido desoxirribonucleico; 3 genes.
D. 1. hereditariedade; 2. genes; 3. ácido desoxirribonucleico.

5. As características gerais da espécie, como ter duas pernas ou dois olhos, são transmitidos
por um pro- cesso que se designa por:
A. epigénese.
B. sinapse.
C. hereditariedade específica.
D. hereditariedade individual
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6. A hereditariedade específica refere-se ao processo de transmissão genética das
características gerais da espécie. Esta afirmação é:
A. falsa, pois é o processo de transmissão das características próprias dos indivíduos
progenitores aos seus descendentes.
B. verdadeira, pois consiste na transmissão das características genéticas que são específica
dos indivíduos progenitores.
C. falsa, pois consiste na transmissão das características de um indivíduo aos seus
descendentes através dos genes.
D. verdadeira, pois entre outras coisas, é esse processo que assegura que temos um
determinado número de membros, de olhos, de ouvidos ou que temos braços e não
asas, pulmões e não guelras .

7. Identifique o processo referente à transmissão genética das características próprias dos


indivíduos progenitores aos seus descendentes.
A. Hereditariedade individual.
B. Ontogénese.
C. Hereditariedade específica.
D. Filogénese.

8. Rosemere Fernandes e seu marido são dois brasileiros portadores dos genes responsáveis
pelo albinismo. Três dos seus cinco filhos nasceram albinos, embora os pais não o sejam.
Estamos perante um caso de:
A. transmissão de características genéticas por via da hereditariedade específica.
B. genes dominantes com o mesmo locus.
C. transmissão de características genéticas por via da hereditariedade individual.
D. desenvolvimentos fenotípicos, decorrentes da interação com o meio.

9. O conjunto de genes que são os constituintes do património hereditário de um organismo


chama-se:
A. ADN.
B. genótipo.
C. cromossomas.
D. fenótipo.

10. O genótipo é constituído pelo conjunto de genes que formam o património hereditário de
cada indivíduo, enquanto o fenótipo é o conjunto de características que se manifestam
como resultado do genótipo em interação com o meio ambiente. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque o genótipo é referente aos fatores genéticos enquanto o fenótipo diz
respeito ao nosso envolvimento com outras pessoas.
B. falsa, pois herdamos características acabadas e não potenciais genéticos.
C. verdadeira, pois o genótipo diz respeito ao código genético enquanto o fenótipo é
referente às características decorrentes da interação do genótipo com o ambiente.
D. falsa, pois o fenótipo é referente às características objetivamente observáveis, enquanto
o genótipo corresponde a fatores internos.

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11. O que é o fenótipo?
A. É o conjunto de interações com o meio ambiente, sobretudo os pais e os pares.
B. É a totalidade de informação genética que passa dos progenitores aos seus
descendentes, como é o caso da cor dos olhos.
C. É o conjunto de genes existentes nas células que são os constituintes do património
hereditário de um organismo.
D. É o conjunto de características individuais observáveis, manifestas, decorrentes do
genótipo e das influências decorrentes do meio ambiente.

12. Diz-se que o fenótipo é o conjunto de características individuais observáveis, manifestas,


decorrentes do genótipo. Esta afirmação é:
A. falsa, pois nem sempre as características são diretamente observáveis.
B. verdadeira, pois o fenótipo consiste no conjunto de genes recessivos que não se
manifesta.
C. falsa, pois o fenótipo também é suscetível às influências resultantes da interação com o
meio ambiente.
D. verdadeira, pois o fenótipo consiste no conjunto de genes existentes nas células.

13. Avalie as afirmações que se seguem sobre o preformismo. Selecione, depois, a alternativa
que as avalia corretamente.
1. Implica a manutenção de atitudes e atributos próprios da infância ou da adolescência.
2. O preformismo é uma forma de inatismo.
3. Conceção segundo a qual a natureza de um ser depende de condições objetivas
existentes no momento da sua conceção.
A. 1. e 3. verdadeiras; 2. falsa.
B. 1. e 2. falsas; 3. verdadeira.
C. 1. e 2. falsas; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. e 3. verdadeiras.

14. Analise as afirmações que se seguem. Selecione, depois, a chave que os identifica
corretamente.
1. Desenvolvimento do indivíduo.
2. Desenvolvimento da espécie.
3. Complexificação de um organismo desde a sua conceção.
A. 1. filogénese, 2. epigénese, 3. embriogénese.
B. 1. embriogénese, 2. epigénese, 3. ontogénese.
C. 1. ontogénese, 2. filogénese, 3. epigénese.
D. 1. ontogénese, 2. filogénese, 3. preformismo.

15. Como se designa o processo de formação e desenvolvimento das espécies animais ou


vegetais ao longo dos tempos?
A. Epigénese.
B. Embriogénese.
C. Ontogénese.
D. Filogénese.

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16. O processo que começa pela embriogénese, prossegue com o nascimento e estende-se por
toda a vida do sujeito é:
A. a filogénese.
B. a embriogénese.
C. a epigénese.
D. a ontogénese.

17. Como se designa o processo de aquisição e maturação das competências biológicas e


comportamentais?
A. Etogénese.
B. Ontogénese.
C. Filogénese.
D. Epigénese.

18. A lentificação do desenvolvimento que conduz ao surgimento de comportamentos que


reproduzem as características juvenis designa-se por:
A. neotenia.
B. preformismo.
C. ontogénese.
D. filogénese.

19. Comportamentos como a submissão em relação aos adultos ou a manutenção de atitudes


e atributos próprios da infância ou da adolescência constituem exemplos de:
A. ontogénese.
B. preformismo.
C. filogénese.
D. neotenia.

20. Quando nasce, a criança não é capaz de sobreviver autonomamente. Esta situação refere-
se:
A. à filogénese.
B. ao inacabamento.
C. à epigénese.
D. ao inatismo.

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Tema 1 – Perguntas de escolha múltipla

2 O cérebro

1. As células especializadas que são os elementos básicos do sistema nervoso designam-se por:
A. dendrites.
B. axónios.
C. neurónios.
D. gâmetas.

2. A ligação eletroquímica que transpõe a fenda entre dois neurónios chama-se:


A. sinapse.
B. epigénese.
C. lentificação.
D. plasticidade.

3. Qual é o órgão responsável por todas as funções nervosas, exceto a vida vegetativa, o
equilíbrio e os reflexos?
A. Cérebro.
B. Cerebelo.
C. Tronco cerebral.
D. Hipotálamo.

4. Qual das seguintes descrições se adequa ao cérebro?


A. Porção do sistema nervoso autónomo situado na caixa craniana.
B. Principal órgão do sistema nervoso ocupa-se do processamento e coordenação das
informações complexas e detalhadas.
C. Estrutura com dois hemisférios que se prolonga continuamente a nível do tronco occipital
pela espinal medula.
D. Massa ovoide que ocupa uma pequena parte da caixa craniana.

5. É o conjunto de órgãos que comanda a vida. Falamos do:


A. cérebro.
B. sistema nervoso.
C. sistema nervoso autónomo.
D. sistema nervoso periférico.

6. Analise as afirmações que se seguem sobre o sistema nervoso. Selecione, depois, a chave
que os identifica corretamente.
1. Conjunto de órgãos implicados na condução, processamento e coordenação de
informação num organismo.
2. Constituído por sistema nervoso periférico e sistema nervoso central.
3. Centro reflexo somático e centro vegetativo.
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A. 1. e 2. verdadeiras; 3. falsa.
B. 1. verdadeira, 2. e 3. falsas.
C. 1. e 2. falsas; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. e 3. verdadeiras.

7. A área cerebral que processa as informações sobre o pensamento complexo, a identidade, a


adequação das condutas às exigências sociais e o processo de tomada de decisão designa-se
por:
A. área de Wernicke.
B. área de Broca.
C. lobo parietal.
D. córtex pré-frontal.

8. As áreas pré-frontais processam informações sobre:


A. dados visuais.
B. dados auditivos.
C. pensamento complexo e identidade.
D. linguagem escrita e oral.

9. Phineas Gage teve um grave acidente de trabalho quando uma barra de ferro trespassou a
sua cabeça, danificando parte das áreas pré-frontais. Consequentemente, passou a
evidenciar problemas relacionados com:
A. as emoções.
B. o reconhecimento de palavras escritas.
C. o reconhecimento de objetos.
D. a significação da linguagem.

10. Capacidade de reorganizar as redes neuronais ao longo do tempo em função das


necessidades e dos estímulos ambientais. Esta definição refere-se:
A. à lentificação.
B. à plasticidade cerebral.
C. ao programa genético fechado.
D. ao preformismo.

11. Ao longo do desenvolvimento cerebral, e devido ao facto de se tratar de uma unidade


psicossomática, o cérebro adapta-se e evolui em função das suas características
biologicamente herdadas mas também das influências ambientais e das experiências
únicas de cada indivíduo. Esta frase refere-se:
A. à individuação.
B. ao preformismo.
C. à filogénese.
D. ao genótipo.

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Tema 1 – Perguntas de escolha múltipla

3 A cultura

1. O processo através do qual o ser humano se integra na vida social designa-se por:
A. socialização.
B. conação.
C. aculturação.
D. enculturação.

2. Em que consiste a socialização?


A. É um mecanismo de adaptação do ambiente ao indivíduo.
B. Trata-se de um processo de integração do indivíduo na vida coletiva.
C. Consiste na mudança do comportamento individual como resultado do desejo de
adequação às normas do grupo.
D. É um processo de mudança nos comportamentos em respostas às ordens dos grupos
sociais.

3. Conjunto de aquisições, produções e comportamentos do ser humano enquanto membro


de uma sociedade. Esta afirmação refere-se:
A. à socialização.
B. à cultura.
C. à cognição social.
D. às relações de vinculação.

4. Analise a afirmação de Tylor sobre a definição de cultura. Selecione, depois, a alternativa


que considera correta.
“A cultura ou civilização, entendida no seu sentido etnográfico mais amplo, é o conjunto
complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, o costume e
toda a demais capacidade ou hábito adquiridos pelo homem enquanto membro de uma
sociedade.” (Tylor, Primitive Culture, 1871)
A. A afirmação é verdadeira, pois, em sentido biológico, a cultura corresponde à civilização.
B. A afirmação é falsa, pois os padrões culturais que induzem atitudes, comportamentos,
representações sociais não constituem elementos tangíveis da cultura.
C. A afirmação é verdadeira, pois em psicologia a cultura remete para elementos simbólicos
e materiais que resultam da vida em sociedade.
D. A afirmação é falsa, pois ignora a distinção entre cultura e erudição.

5. Analise as afirmações acerca da cultura do ponto de vista da psicologia. Selecione, depois, a


alternativa que as avalia corretamente.
1. Progresso antropológico e suas construções coletivas que permitem a edificação daquilo
que é o modo de vida específico da humanidade.
2. Património genético que cada geração se encarrega de transmitir às seguintes.
3. Conjunto de significações adquiridas, persistentes e partilhadas que os membros de um
grupo tendem a tornar comuns a todos os novos membros do mesmo grupo.
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A. 1. e 2. verdadeiras; 3. falsa.
B. 1. e 3. verdadeiras; 2. falsa.
C. 2. e 3. verdadeiras; 1. falsa.
D. 1. e 2. falsas; 3. verdadeira.

6. A soma das atividades (atos, ideias, objetos) de um grupo que serve de modelo ou
referência comportamental aos indivíduos que o compõem designa-se por:
A. padrão cultural.
B. hereditariedade.
C. conformismo.
D. obediência.

7. “O Homem recebe do meio, em primeiro lugar, a definição do bom e do mau, do confortável


e do desconfortável. Deste modo, os chineses preferem os ovos podres e os oceanenses o
peixe em decomposição. Para dormir, os pigmeus procuram a incómoda forquilha de
madeira e os japoneses deitam a cabeça em duro cepo.” (Lucien Malson, As Crianças
Selvagens, Livraria Civilização)
Este excerto refere-se a um dos seguintes conceitos:
A. padrão cultural.
B. socialização.
C. aculturação.
D. significação.

8. O significado que atribuímos às nossas experiências de vida consiste:


A. na interpretação subjetiva dos acontecimentos.
B. na atribuição de um referente linguístico.
C. na reinterpretação linguística da subjetividade.
D. na atribuição de um sentido lógico à história coletiva.

9. A “experiência de vida” é, pela sua própria natureza:


A. eminentemente objetiva e passível de ser expressa verbalmente.
B. eminentemente subjetiva e passível de ser expressa verbalmente.
C. eminentemente objetiva e nem sempre pode ser expressa verbalmente.
D. eminentemente subjetiva e nem sempre pode ser expressa verbalmente.

10. Refere-se ao papel ativo que os seres humanos têm na sua própria organização, em função
dos significados que subjetivamente atribuem às suas experiências:
A. eminentemente objetiva e passível de ser expressa verbalmente.
B. eminentemente subjetiva e passível de ser expressa verbalmente.
C. eminentemente objetiva e nem sempre pode ser expressa verbalmente.
D. eminentemente subjetiva e nem sempre pode ser expressa verbalmente.

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Tema 1 – Perguntas de resposta curta

1 A genética

1. Explique o que é a genética.

2. Explique em que consiste a hereditariedade.

3. Identifique os agentes responsáveis pela transmissão de características genéticas.

4. Descreva o papel dos genes e cromossomas no processo hereditário.

5. Distinga hereditariedade individual e hereditariedade específica.

6. Diferencie gene dominante e gene recessivo.

7. Relacione genótipo e fenótipo.

8. Confronte as perspetivas da ação genética: preformismo e epigénese.

9. Relacione os processos de desenvolvimento ontogenético e filogenético.

10. Por que razão se pode afirmar que o Homem possui um programa genético aberto?

11. Distinga programa genético aberto e programa genético fechado.

12. Caracterize a neotenia.

13. O que significa dizer que o ser humano é biologicamente inacabado?

14. Identifique as vantagens da prematuridade biológica do ser humano.

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Tema 1 – Perguntas de resposta curta

2 O cérebro

1. Qual a diferença funcional entre o sistema nervoso central e o periférico?

2. Descreva a constituição do neurónio.

3. Quais as propriedades do neurónio?

4. Defina sinapse.

5. Distinga nervos sensoriais e nervos motores.

6. Como se processa a comunicação no sistema nervoso?

7. Enuncie as funções da espinal medula e do cérebro.

8. Analise a especialização funcional hemisférica do cérebro humano.

9. O que são áreas primárias e áreas secundárias?

10. Qual a função geral de cada um dos lobos cerebrais?

11. Identifique as áreas cuja lesão provoca os seguintes distúrbios: alexia, cegueira cortical,
agnosia visual, surdez cortical, agnosia auditiva, surdez verbal, anestesia cortical,
assomatognosia, paralisia cortical, apraxia, agrafia, afasia.

12. Em que consiste a função vicariante do cérebro?

13. Em que consiste a unidade funcional do cérebro?

14. Sintetize a teoria de António Damásio acerca do funcionamento cerebral.

15. Porque se pode afirmar que o cérebro tem funcionamento sistémico?

16. Demonstre a especificidade das áreas pré-frontais.

17. Relacione lentificação e individuação.

18. Explique o sentido de plasticidade cerebral.

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Tema 1 – Perguntas de resposta curta

3 A cultura

1. Que conclusões se podem extrair dos casos de “crianças selvagens” em relação à


sociabilidade?

2. Defina socialização.

3. Distinga socialização primária e socialização secundária.

4. O que entende por cultura?

5. Relacione natureza e cultura.

6. Explique o que são padrões culturais.

7. Qual a importância dos padrões culturais na vida do ser humano?

8. Que papel desempenham na história pessoal os significados atribuídos por cada um à


experiência?

9. Esclareça o conceito de auto-organização.

10. Distinga herança genética e legado cultural.

11. Esclareça o conceito de diversidade humana.

12. Porque se pode considerar a diversidade humana uma riqueza?

13. Indique alguns fatores que contribuem para essa diversidade.

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Tema 1 – Perguntas de resposta extensa

1. Todos os organismos vivos partilham algo em comum. A genética permite-nos hoje


compreender os mecanismos de transmissão hereditária e as suas variações, tanto no
Homem como nas outras espécies.
Desenvolva o tema, analisando:
a) agentes responsáveis pela transmissão genética.
b) hereditariedade específica e individual.
c) genótipo e fenótipo.

2. Geneticamente, a espécie humana é diferente das outras espécies. As suas características


genéticas conferem-lhe um conjunto de capacidades que não encontram paralelo no mundo
animal.
Desenvolva o tema, analisando:
a) perspetivas sobre os fatores genéticos no desenvolvimento humano.
b) desenvolvimento filogenético e ontogenético.
c) programa genético fechado e aberto.
d) o inacabamento do ser humano.

3. À nascença, o ser humano encontra-se inacabado. Ao contrário de outros animais, ele


precisará de tempo para desenvolver competências essenciais à sua sobrevivência.
Desenvolva o tema, analisando:
a) programa genético aberto ou fechado.
b) preformismo e epigénese.
c) preformismo e epigénese.

4. O ser humano é único e irrepetível. Em diferentes comunidades humanas encontramos uma


ampla diversidade de homens com as respetivas culturas. Construindo o mundo, o Homem
constrói-se a si próprio.
Desenvolva o tema, analisando:
a) características genéticas, cerebrais e culturais do ser humano; vantagens da diversidade
humana.
b) o ser humano enquanto entidade biologicamente social; a auto-organização enquanto
processo em aberto.
c) socialização, cultura e história pessoal.

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Tema 2 – Perguntas de escolha múltipla

1. Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e conativos, onde se conjugam


fenómenos conscientes e inconscientes. Falamos:
A. da mente.
B. do pensamento.
C. da intencionalidade.
D. do sentimento.

2. O que é a mente?
A. É um conjunto dinâmico de processos cognitivos, que permite aceder aos fenómenos
conscientes.
B. É um conjunto de atividades psíquicas onde se constrói a noção de “Eu”.
C. É o conjunto dos processos da rede neuronal.
D. É o conjunto de todas as manifestações do espírito, tais como conteúdos, ideias,
atividades, raciocínios, cujas principais funções são as de abstração e linguagem.

3. Os fatores de personalidade ligados às tendências (fazer), por oposição à emoção (fatores


ligados ao sentir) e à cognição (fatores ligados ao conhecer) são conhecidos por:
A. cognição.
B. perceção.
C. emoção.
D. sensação.

4. O que é a perceção?
A. É a forma como selecionamos, interpretamos, relembramos e utilizamos a informação.
B. É o conjunto de atos e processos de conhecimento.
C. É a função de captação dos estímulos provenientes do meio (interno ou externo) através
dos órgãos sensoriais.
D. É a atividade de receção dos dados sensoriais que provoca a excitação de um recetor e
encaminhamento da mensagem para o respetivo centro nervoso.

5. O processo pelo qual codificamos, armazenamos e recuperamos informação designa-se:


A. aprendizagem.
B. perceção.
C. inteligência.
D. memória.

6. A aprendizagem consiste numa:


A. modificação da conduta face a novas informações.
B. modelagem das atitudes que ocorre por observação e imitação de outras pessoas.
C. mudança relativamente estável no comportamento, produzida pela experiência.
D. alteração no comportamento de um organismo.

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7. Um sentimento que contém elementos psicológicos e cognitivos que influencia o nosso
comportamento é:
A. uma emoção.
B. uma impressão.
C. um estereótipo.
D. um preconceito.

8. Como se designam os sentimentos que geralmente têm elementos psicológicos e cognitivos


e que influenciam o comportamento?
A. Atitudes.
B. Impressões.
C. Expectativas.
D. Emoções.

9. A subjetividade de um estado psíquico elementar, capaz de proporcionar prazer ou


desprazer designa-se:
A. sentimento.
B. emoção.
C. comoção.
D. afeto.

10. O sentimento designa:


A. a subjetividade de um estado psíquico elementar, capaz de proporcionar prazer ou
desprazer.
B. o modo de inserção do sujeito na existência, de forma subjetiva (porque depende de
cada sujeito e das suas circunstâncias particulares).
C. a predisposição do indivíduo para reagir de modo penoso ou agradável nas relações de
vinculação que estabelece com as pessoas ou com elementos do mundo que o envolve.
D. o estado de um organismo decorrente de uma situação, provocando uma experiência
subjetiva e manifestações somáticas e viscerais.

11. Os marcadores somáticos:


A. permitem a previsão das nossas atitudes e comportamento.
B. condicionam ou restringem a nossa ação.
C. têm implicações nos processos cognitivos mas não emocionais.
D. têm implicações nos processos cognitivos mas não emocionais.

12. Armazenam-se nas áreas pré-frontais e associam-se durante o processo de tomada de


decisão, influenciando os processos cognitivos. Referimo-nos:
A. às sinapses.
B. aos neurónios.
C. aos marcadores somáticos.
D. às dendrites.

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13. A relação de significação que o sujeito mantém com o contexto dos seus atos, conferindo
significado às suas atividades, chama-se:
A. interpretação.
B. intencionalidade.
C. subjetividade.
D. significação.

14. O que é a intencionalidade?


A. É a relação de significação que o sujeito mantém com o contexto dos seus atos.
B. É a negação do significado das atividades do sujeito.
C. É o conjunto das atividades do sujeito: emoções, perceções, processos fisiológicos.
D. É a operação de atribuição de significados a um objeto.

15. Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e conativos, onde se conjugam


fenómenos conscientes e inconscientes. A que conceito corresponde esta definição?
A. Mente.
B. Pensamento.
C. Perceção.
D. Conação.

16. A manipulação das representações mentais da informação também é conhecida por:


A. perceção.
B. aprendizagem.
C. memória.
D. pensamento.

17. A capacidade de combinar quadros ou sucessões de imagens e reorganizar traços mnésicos


sob uma nova forma designa-se:
A. perceção.
B. aprendizagem.
C. pensamento.
D. imaginação.

18. O que é a imaginação?


A. É a reorganização mental que fazemos das informações ou interpretação dos dados
sensoriais.
B. É um processo de manutenção e defesa dos mecanismos cerebrais.
C. É a aptidão para aprender, sendo mensurável através de testes de QI que determinam as
modificações ocorridas no sistema nervoso central e a sua localização.
D. É a aptidão para formar e ativar imagens mentais na ausência de qualquer modelo
percebido.

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19. A caraterística distintiva do indivíduo é a sua:
A. hereditariedade específica.
B. identidade.
C. auto-organização.
D. plasticidade cerebral.

20. Analise as afirmações que se seguem sobre a mente e o pensamento. Selecione, depois, a
alternativa que as identifica corretamente.
1. Referente às atividades cognitivas.
2. Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e conativos.
3. Sistema que não se limita a captar informação do exterior, mas que atribui um
significado a essa mesma informação.
A. 1. pensamento; 2. mente; 3. mente.
B. 1. pensamento; 2. pensamento; 3. mente.
C. 1. mente; 2. pensamento; 3. pensamento.
D. 1. pensamento; 2. mente; 3. pensamento.

21. Analise as afirmações que se seguem sobre a mente. Selecione, depois, a alternativa que as
identifica corretamente.
1. Sede da atividade psíquica.
2. Permite a construção da noção de “Eu”.
3. Captação de informação do exterior.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. verdadeira.

22. Analise as afirmações que se seguem sobre os processos mentais. Selecione, depois, a
alternativa que as identifica corretamente.
1. Fatores de personalidade ligados às tendências para fazer algo.
2. Fatores de personalidade relacionados com o conhecer.
3. Fatores de personalidade ligados ao sentir.
A. 1. processos conativos; 2. processos cognitivos; 3. processos emocionais.
B. 1. processos cognitivos; 2. processos conativos; 3. processos emocionais.
C. 1. processos emotivos; 2. processos cognoscitivos; 3. processos conativos.
D. 1. processos emocionais; 2. processos conativos; 3. processos emotivos.

23. A perceção consiste na receção das sensações do mundo interior ou exterior através dos
mecanismos sensoriais. Esta afirmação é:
A. verdadeira, apesar de a perceção não permitir a atribuição de significado ou sentido ao
mundo exterior.
B. falsa, pois a perceção consiste na atribuição de um sentido ou significado.
C. verdadeira, mas essa receção não é pura nem passiva, pois alguns elementos sensoriais
são recebidos enquanto outros são excluídos.
D. falsa, pois a perceção consiste na organização dos dados sensoriais pela qual formamos
o conhecimento de um objeto.

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24. Analise as afirmações que se seguem sobre a memória. Selecione, depois, a alternativa que
as identifica corretamente.
1. Possui uma duração de 20 segundos e uma capacidade limitada a 5-9 itens.
2. Possui duração e capacidade muito alargadas.
3. Conserva os estímulos durante menos de um segundo.
A. 1. memória de curto prazo; 2. memória de longo prazo; 3. memória sensorial.
B. 1. memória episódica; 2. memória semântica; 3. memória declarativa.
C. 1. memória episódica; 2. memória semântica; 3. memória processual.
D. 1. memória sensorial; 2. memória processual; 3. memória episódica.

25. A aprendizagem consiste em alterações comportamentais decorrentes da maturação do


organismo, mesmo se dessa maturação não decorre qualquer interação com o meio. Esta
afirmação é:
A. verdadeira, pois a aprendizagem traduz-se no aumento das possibilidades de ação ou
conduta de forma relativamente estável e perdurável.
B. falsa, pois trata-se da interpretação e da organização dos dados sensoriais.
C. verdadeira, pois a aprendizagem permite-nos armazenar material durante horas, dias,
anos e até mais tempo.
D. falsa, pois trata-se da alteração no comportamento de um organismo que resulta da
influência do meio.

26. Analise as afirmações que se seguem sobre o afeto. Selecione, depois, a alternativa que as
identifica corretamente.
1. Predisposição do indivíduo para reagir de modo penoso ou agradável.
2. Estado de um organismo decorrente de uma situação.
3. Perturbação intensa da afetividade.
A. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
B. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.

27. Analise as afirmações que se seguem. Selecione, depois, a alternativa que as identifica
corretamente.
1. Estado psíquico elementar que se centra naquilo que é primariamente sentido.
2. Sentimentos têm duas dimensões distintas: interior (angústia, tristeza, alegria,
narcisismo) e exterior (amor, ódio, ciúme).
3. Estado de um organismo decorrente de uma situação, provocando uma experiência
subjetiva e manifestações somáticas e viscerais.
A. 1. sentimento; 2. emoção; 3. sentimento.
B. 1. afeto; 2. emoção; 3. sentimento.
C. 1. emoção; 2. afeto; 3. sentimento.
D. 1. sentimento; 2. afeto; 3. emoção.

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28. Analise as afirmações que se seguem sobre a mente. Selecione, depois, a alternativa que as
identifica corretamente.
1. Para formar e ativar imagens mentais na ausência de qualquer modelo percebido.
2. Interiorização de condutas através da função representativa e da linguagem.
3. Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e conativos, onde se conjugam
fenómenos conscientes e inconscientes.
A. 1. mente; 2. cérebro; 3. imaginação.
B. 1. cérebro; 2. aprendizagem; 3. mente.
C. 1. imaginação; 2. pensamento; 3. mente.
D. 1. perceção; 2. aprendizagem; 3. pensamento.

29. A psicologia científica debruçou-se sobre o pensamento enquanto interiorização de


condutas através da função representativa e da linguagem. Esta afirmação é:
A. verdadeira, pois o pensamento é a função de captação dos estímulos provenientes do
meio.
B. falsa, porque a perspetiva psicológica e científica expurgou essa visão filosófica.
C. verdadeira, porque o pensamento é a própria atividade psíquica, processando todas as
nossas experiências, vivências, sentimentos, intenções, juízos e conhecimentos.
D. falsa, pois o pensamento consiste na interiorização de condutas através da função
representativa e da linguagem.

30. Analise as afirmações que se seguem sobre a imaginação. Selecione, depois, a alternativa
que as identifica corretamente.
1. Capacidade de combinar quadros ou sucessões de imagens. Reorganização de traços
mnésicos sob uma nova forma.
2. Processo de reprodução do comportamento de um modelo observado.
3. Consiste na fluidez de ideias, raciocínio indutivo, inteligência divergente.
A. 1. imaginação; 2. imitação; 3. criatividade.
B. 1. memorização; 2. aprendizagem; 3. pensamento convergente.
C. 1. memorização; 2. imitação; 3. pensamento.
D. 1. criatividade; 2. imaginação; 3. imitação.

31. Analise as afirmações que se seguem sobre a identidade. Selecione, depois, a alternativa
que as identifica corretamente.
1. O cérebro e a mente constituem a origem da identidade pessoal.
2. O sentimento de identidade pessoal é assegurado pela memória.
3. Mais que a pertença a uma espécie ou a uma cultura, são as histórias de vida que nos
tornam únicos e singulares, assegurando a nossa identidade.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. verdadeira.
C. 1. falsa; 2. falsa; 3. falsa.
D. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.

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Tema 2 – Perguntas de resposta curta

1 Cognição

1. O que entende por processos cognitivos?

2. Indique os principais processos cognitivos.

3. Defina perceção.

4. Defina aprendizagem.

5. Quais os elementos caracterizadores da aprendizagem?

6. As alterações comportamentais serão significativas de aprendizagem?

7. Qual a diferença entre reforço e castigo?

8. Qual a diferença entre reforço positivo e reforço negativo?

9. Defina memória.

10. Quais as etapas da memória?

11. Que relação há entre aprendizagem e memória?

12. A memória a curto prazo é o centro da consciência. Explique porquê.

13. Caracterize a memória a longo prazo.

14. Em que medida se pode afirmar que o esquecimento é um processo normal?

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Tema 2 – Perguntas de resposta curta

2 Emoção

1. O que entende por afetos?

2. O que é uma emoção?

3. Que diferença existe, segundo António Damásio, entre emoção e sentimento?

4. Quais os critérios a que obedecem as chamadas emoções básicas?

5. O que entende por emoções secundárias?

6. Inventarie as principais alterações fisiológicas da emoção.

7. Qual a função do sistema nervoso autónomo na emoção?

8. Qual a função do sistema nervoso central na emoção?

9. Quais as principais dificuldades em descrever a experiência subjetiva da emoção.

10. Em que sentido se pode falar de universalidade nas emoções?

11. Que relação há entre aprendizagem e memória.

12. Segundo António Damásio, qual a importância das emoções para o funcionamento da
mente?

13. Qual a perspetiva de Damásio sobre o modo como a mente humana toma decisões?

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Tema 2 – Perguntas de resposta curta

3 Conação

1. Explique em que consistem os processos conativos.

2. Que diferença existe entre atos voluntários e involuntários?

3. Quais as características dos atos especificamente humanos?

4. Quais os elementos essenciais do ato voluntário?

5. Qual a importância da deliberação?

6. O que são tendências?

7. Relacione tendência e motivação.

8. Que diferença se pode estabelecer entre tendências primárias e tendências secundárias?

9. O que são tendências individuais?

10. O que são tendências sociais?

11. O que são tendências ideais?

12. Em que consiste o esforço de realização?

13. O que é a vontade?

14. Qual o papel da vontade nas decisões humanas?

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Tema 2 – Perguntas de resposta curta

4 Identidade

1. Identifique os aspetos biológicos fundamentais do ser humano.

2. Identifique alguns aspetos socioculturais do comportamento humano.

3. Em que consiste a perspetiva biossociocultural da mente humana.

4. Explique em que medida o comportamento alimentar do ser humano é de natureza


biossociocultural.

5. Explique em que medida o comportamento sexual ilustra a natureza biossociocultural da


mente.

6. Qual a diferença entre necessidades e desejos?

7. Mostre que o conceito de necessidade pode ser socioculturalmente definido.

8. Em que medida a vida mental do ser humano é uma deriva entre o desejo e a necessidade?

9. Como se caracteriza a intervenção da mente na vida quotidiana?

10. Em que consiste o pensamento?

11. Em que medida os conceitos representam uma forma de economia mental?

12. Quais as principais fases implicadas na resolução de problemas?

13. Que diferença existe entre imaginação reprodutora e imaginação criadora?

14. O que é a criatividade?

15. Quais as principais etapas do pensamento criador?

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16. Em que sentido se pode afirmar que o homem é o construtor da realidade?

17. Relacione os conceitos de unidade e diversidade dos seres humanos.

18. Como se organiza a vida mental das pessoas?

19. Qual a diferença entre autoconceito e autoestima?

20. O que é a identidade pessoal?

21. Quais os principais aspetos caracterizadores da identidade pessoal?

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Tema 3 – Perguntas de escolha múltipla

1. O desenvolvimento social e das competências relacionais dá-se:


A. pela maturação das estruturas nervosas.
B. pela adaptação ao meio social.
C. pelo alargamento da esfera social.
D. pela aprendizagem social.

2. O laço emocional que se estabelece entre uma criança e uma pessoa em particular é:
A. a zona de desenvolvimento proximal.
B. a vinculação.
C. a ambivalência.
D. a individuação.

3. A primeira forma de relação social do bebé é a:


A. maturação.
B. atração.
C. ambivalência.
D. vinculação.

4. A impressão é organização mental que fazemos das informações ou interpretação de


indícios que recolhemos de alguém, de modo a:
A. categorizá-lo num sistema de significações percetivas.
B. categorizá-lo ou encaixá-lo numa determinada categoria que faça sentido para nós.
C. atribuir-lhe um conceito a que chamamos perceção.
D. atribuir-lhe uma significação de acordo com os nossos estereótipos mentais.

5. Em psicologia, a categoria designa:


A. a organização mental que fazemos das informações ou interpretação de indícios que
recolhemos de alguém.
B. a estrutura psíquica que se assemelha ao objeto ou acontecimento que está a ser
representado.
C. a construção semântica que as pessoas fazem para interpretar o que as rodeia.
D. uma estrutura cognitiva que engloba uma classe de objeto, pessoas ou situações
agrupados pelas semelhanças das suas propriedades.

6. A representação mental do mundo exterior, dos seus objetos e dos comportamentos que
nele ocorrem é a:
A. formação de impressões.
B. expectativa.
C. categorização social.
D. formação de estereótipos.

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7. A disposição interna do sujeito relativamente ao mundo social que orienta a sua conduta
quanto a esse mesmo mundo social designa-se:
A. atitude.
B. impressão.
C. categorização.
D. conação.

8. Uma representação social é:


A. a predisposição do indivíduo para agir.
B. o resultado das atividades de representação coletiva.
C. uma interação com o meio ambiente.
D. uma forma de influência social.

9. Socialmente, assim se designam os comportamentos tidos como desejáveis, mais frequentes


e admissíveis.
A. Conformismo.
B. Obediência.
C. Normalização.
D. Cristalização.

10. Conceito em função do qual o comportamento humano é avaliado. Esta definição


corresponde:
A. à normalização.
B. à obediência.
C. ao conformismo.
D. ao estereótipo.

11. Submissão ou aceitação do ponto de vista da maioria por parte do indivíduo. Esta definição
corresponde:
A. à obediência.
B. ao conformismo.
C. à normalização.
D. ao estereótipo.

12. Conduta social que consiste na submissão à autoridade. Falamos de:


A. obediência.
B. conformismo.
C. normalização.
D. estereótipo.

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13. A orientação positiva dirigida a outrem constitui a:
A. agressão.
B. intimidade.
C. sublimação.
D. atração.

14. Conduta que visa prejudicar o outro através de uma reação direta ou indireta, ativa ou
passiva, motora ou verbal. Esta afirmação refere-se à:
A. atração.
B. agressão.
C. intimidade.
D. conação.

15. Estado de proximidade emocional em relação a outra pessoa, caracterizada pela ausência
de manipulação e pela presença de uma comunicação autêntica. Esta afirmação refere-se:
A. à intimidade.
B. à atração.
C. à amizade.
D. ao amor.

16. Crença rígida e simplista, partilhada pelos membros de um grupo social, sobre pessoas,
grupos ou instituições sociais. Esta afirmação define:
A. o preconceito.
B. a categorização social.
C. a formação de impressões.
D. o estereótipo.

17. A avaliação positiva ou negativa de um grupo e dos seus membros designa-se:


A. estereótipo.
B. primeira impressão.
C. cognição social.
D. preconceito.

18. O estado psíquico originado pela tensão entre duas tendências percebidas como
antagónicas por uma pessoa designa-se:
A. cooperação.
B. estereótipo.
C. conflito.
D. neurose.

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19. Durante os primeiros tempos de vida, as relações sociais do bebé aplicam-se quase
exclusivamente à mãe, mas progressivamente surgem laços com outros indivíduos. Esta
afirmação define:
A. verdadeira, pois a primeira forma de relação social do bebé é a vinculação,
normalmente com a mãe.
B. falsa, pois as relações sociais iniciais do bebé não se limitam à mãe.
C. verdadeira, apesar de a qualidade dos laços criados com outros indivíduos se tornarem
rapidamente preferenciais relativamente à mãe.
D. falsa, pois os bebés não estabelecem laços emocionais com mais nenhum indivíduo
além dos progenitores biológicos.

20. Analise as afirmações que se seguem sobre processos de aprendizagem. Selecione, depois,
a alternativa que as identifica corretamente.
1. O recém-nascido desenvolve o comportamento de apego como estratégia para escapar
aos predadores.
2. Primatas privados de relações sociais apresentam problemas de desenvolvimento e de
sociabilidade.
3. A separação materna tem consequências no desenvolvimento infantil.
A. 1. Ainsworth; 2. Spitz; 3. Ainsworth.
B. 1. Harlow; 2. Bowlby; 3. Spitz.
C. 1. Bowlby; 2. Harlow; 3. Ainsworth.
D. 1. Spitz; 2. Bowlby; 3. Ainsworth.

21. Analise as afirmações que se seguem. Selecione, depois, a alternativa que as avalia
corretamente.
1. Conceito em função do qual o comportamento humano é avaliado.
2. Submissão ou aceitação do ponto de vista da maioria por parte do indivíduo.
3. Submissão à autoridade.
A. 1. conformismo; 2. normalização; 3. obediência.
B. 1. normalização; 2. conformismo; 3. obediência.
C. 1. representação; 2. conformismo; 3. obediência.
D. 1. normalização; 2. subjugação; 3. conformismo.

22. Analise as afirmações que se seguem. Selecione, depois, a alternativa que as avalia
corretamente.
1. Comportamento que magoa ou prejudica outro.
2. Orientação positiva dirigida a outrem.
3. Tensão entre duas tendências.
A. 1. conflito; 2. atração; 3. pulsão.
B. 1. agressão; 2. intimidade; 3. conflito.
C. 1. pulsão; 2. paixão; 3. tensão.

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D. 1. agressão; 2. atração; 3. conflito.

23. O preconceito é um julgamento desfavorável tomado a priori, acerca de outrem,


qualificando um grupo em geral de forma negativa. Esta afirmação define:
A. verdadeira, pois o preconceito é o resultado da estereotipia, isto é, da atribuição de
estereótipos.
B. falsa, pois os preconceitos são emitidos <i>a posteriori</i> e podem qualificar um grupo
de forma positiva.
C. verdadeira, pois os preconceitos acentuam as caraterísticas essenciais de cada grupo
social.
D. falsa, pois os preconceitos podem ser favoráveis ou desfavoráveis a respeito de grupos
particulares.

24. Analise as afirmações que se seguem. Selecione, depois, a alternativa que as avalia
corretamente.
1. Estado de um indivíduo dividido entre dois conceitos ou duas regras discordantes para
um mesmo problema.
2. Ambiguidade na captação de informações devido à existência de indícios contraditórios.
3. Interações divergentes, de antagonismo, entre grupos ou atores sociais.
A. 1. Conflitos percetivos; 2. Conflitos cognitivos; 3. Conflitos sociais.
B. 1. Conflitos psíquicos; 2. Conflitos sociais; 3. Conflitos culturais.
C. 1. Conflitos cognitivos; 2. Conflitos percetivos; 3. Conflitos culturais.
D. 1. Conflitos cognitivos; 2. Conflitos percetivos; 3. Conflitos sociais.

25. A cooperação emerge de um conjunto de interações sociais. A afirmação é:


A. verdadeira, se a cooperação se verificar em detrimento do egoísmo próprio.
B. falsa, pois a cooperação não necessita de interações sociais.
C. verdadeira, pois a cooperação consiste na junção de esforços, independentemente da
consecução de um fim.
D. falsa, pois a cooperação implica a conjunção de esforços com uma mesma finalidade.

26. O modo como interpretamos as impressões varia consoante as nossas experiências


passadas e os valores em que acreditamos. A afirmação é:
A. verdadeira, pois a impressão é um processo de reorganização de informações de modo
a que façam sentido para nós.
B. falsa, pois a impressão é uma forma básica de perceção.
C. verdadeira, pois a impressão é uma categorização mental que permite a formação de
conteúdos mnésicos.
D. falsa, pois a impressão consiste num processo de significações percetivas de natureza
objetiva.

27. Leia as afirmações que se seguem e, depois, selecione a alternativa correta.


1. Processo de cognição social mediante o qual o indivíduo se situa a si próprio e aos
restantes em segmentos sociais aos quais atribui atributos específicos.

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2. Crença rígida e simplista, partilhada pelos membros de um grupo social, sobre pessoas,
grupos ou instituições sociais.
3. Processo de construção de quadros conceptuais de apreensão do outro e do mundo.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. verdadeira.

28. Leia as afirmações que se seguem e, depois, selecione a alternativa correta.


1. O que as pessoas esperam de um indivíduo, no que respeita à sua conduta em
determinadas situações sociais.
2. Julgamento a respeito de um indivíduo ou grupo de indivíduos.
3. Derivação do preconceito, centrando-se nas características mais evidentes ou
caricaturais do objeto a que se refere.
A. 1. expectativa; 2. preconceito; 3. estereótipo.
B. 1. estereótipo; 2. preconceito; 3. expectativa.
C. 1. atitude; 2. estereótipo; 3. impressão social.
D. 1. impressão social; 2. expectativa; 3. estereótipo.

29. Leia as afirmações que se seguem e, depois, selecione a alternativa correta.


1. Estrutura cognitiva partilhada por uma cultura, que permite assegurar a apropriação do
mundo e guiar a ação.
2. Resultado dos processos cognitivos e dos processos funcionais socialmente demarcados,
tais como os estímulos e as interações sociais.
3. Esquemas cognitivos associados a critérios como a aparência física, o sexo, a identidade
religiosa, política ou étnica; critérios que definem as crenças que guiam os julgamentos
sobre os grupos sociais e os seus membros.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.

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Tema 3 – Perguntas de resposta curta

1 Relações precoces

1. Pode o conceito de mãe reduzir-se aos critérios definidos pela biologia?

2. O que entende por mãe?

3. Caracterize a primeira relação que a criança estabelece com um adulto.

4. Qual a diferença entre o conceito tradicional de imaturidade da criança e o atual?

5. Quais as competências que a criança traz ao nascer?

6. Qual o contributo da psicologia do desenvolvimento para um “novo” conceito de infância?

7. Que competências maternais se podem considerar biológicas e universais?

8. Relacione os conceitos de competências maternais e aprendizagem social?

9. Descreva a experiência e as conclusões a que Harlow chegou com macacos-bebés criados


por mães artificiais.

10. Relacione vinculação e autonomia.

11. Qual a relação entre vinculação e desenvolvimento social e emocional?

12. Qual a opinião de Bowlby acerca das consequências negativas da privação prolongada do
convívio social em crianças?

13. O que entende por vinculação?

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14. Que consequências observou Harlow nos macacos que privou do convívio social quando
recém-nascidos?

15. Segundo Spitz, que sintomas negativos se podem manifestar se as crianças forem privadas
do convívio social e humano?

16. O que é a resiliência?

17. Indique os principais fatores da resiliência.

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Tema 3 – Perguntas de resposta curta

2 Relações interpessoais

1. O que são impressões sociais?

2. Em que consiste a categorização social?

3. Descreva a experiência de Asch acerca do papel dos traços centrais na formação das
impressões.

4. O que são expectativas?

5. Explique em que consiste o “efeito de primazia”.

6. O que são atitudes?

7. Quais as componentes das atitudes?

8. Esclareça o conceito de dissonância cognitiva.

9. O que é uma representação social?

10. Quais as principais funções das representações sociais?

11. O que é a objetivação?

12. O que entende por ancoragem?

13. Quais os principais fatores de cognição social?

14. O que entende por norma social?

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15. O que entende por normalização?

16. Como é que M. Sherif estudou o efeito autocinético?

17. O que significa conformismo?

18. Descreva a experiência de Asch sobre o conformismo.

19. Quais os principais fatores explicativos do conformismo?

20. O que significa obediência?

21. Descreva o estudo que Milgram levou a cabo sobre a obediência.

22. Quais os principais fatores de obediência?

23. Mostre alguns aspetos positivos do inconformismo e da desobediência.

24. O que entende por atração interpessoal?

25. Quais os principais fatores explicativos da atração interpessoal?

26. Caracterize a teoria da troca social quanto à explicação da atração.

27. O que entende por agressão?

28. Que relação se verifica entre agressão e frustração?

29. Que papel desempenha a aprendizagem social nos comportamentos agressivos?

30. Explique o efeito cumulativo da frustração nas condutas agressivas.

31. O que é o amor?

32. O que são estereótipos sociais?

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33. Quais as principais características dos estereótipos?

34. O que são preconceitos?

35. Quais os níveis de intensidade da hostilidade em relação a pessoas discriminadas?

36. Qual o fator que, na perspetiva de Sherif, está na origem dos conflitos intergrupais?

37. Que relações se estabelecem entre conflito, identidade e categorização?

38. Em que consiste a negociação?

39. Como se caracteriza a atitude propícia à integração social?

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Tema 4 – Perguntas de escolha múltipla

1. Na teoria de Urie Bronfenbrenner, o que constitui um contexto?


A. Trata-se de um conceito segundo o qual tudo o que existe deve ser compreendido num
todo global e dinâmico.
B. Trata-se de um modelo explicativo que considera a globalidade complexa dos ambientes
de que o ser humano faz parte.
C. Consiste no estudo científico das interações entre o ser humano e o meio ambiente.
D. Consiste no conjunto de acontecimentos e circunstâncias particulares dentro do qual
decorre a vida de um indivíduo.

2. Nos microssistemas desenrolam-se interações que Bronfenbrenner designa por:


A. processos proximais.
B. observações ecológicas.
C. redes sociais.
D. modelo ecológico.

3. O mesossistema não tem existência isolada, porque:


A. é constituído por elementos que não afeta, o ser humano.
B. é constituído por suportes sociais instrumentais.
C. trata-se das interações entre microssistemas.
D. trata-se das interações do macrossistema.

4. No exossistema incluem-se:
A. redes sociais.
B. elementos sociais que não afetam o ser humano em desenvolvimento.
C. cultura, sistemas políticos e ideológicos.
D. processos proximais.

5. Em que consiste o macrossistema?


A. Consiste na rede de contactos sociais do indivíduo e que lhe servem de suporte.
B. Trata-se do meio cultural em que os indivíduos estão inseridos.
C. Consiste na interação entre microssistemas.
D. Trata-se do nível privilegiado para as relações interpessoais.

6. A ecologia do desenvolvimento consiste:


A. no estudo científico das progressivas interações estabelecidas entre o ser humano e o
ambiente em mudança.
B. no estudo científico das sucessivas mudanças descontinuistas que se verificam no
desenvolvimento cognitivo do ser humano.

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C. no estudo não científico das pulsões, neuroses e obsessões características da espécie
humana.
D. no estudo estatístico das transações afetivas e económicas que se efetuam nas
comunidades humanas.

7. O que é o modelo ecológico do desenvolvimento?


A. É um modelo explicativo do desenvolvimento.
B. É uma perspetiva associacionista do desenvolvimento.
C. É um modelo ecológico da interação do homem com o meio ambiente.
D. É um modelo constituído por contextos paradigmáticos.

8. O nascimento do segundo filho obrigou Paulo a reorganizar a sua vida familiar. Trata-se da
reorganização do seu:
A. microssistema.
B. exossistema.
C. macrossistema.
D. mesossistema.

9. A configuração de vínculos e relações entre pessoas e subgrupos no interior de uma


estrutura ou grupo social mais alargado designa-se por:
A. reciprocidade.
B. relações proximais.
C. rede social.
D. contexto.

10. Sistema integrado de pessoas, funções e situações. Falamos de:


A. contextos.
B. redes sociais.
C. papéis sociais.
D. suportes sociais.

11. A cultura em que os indivíduos estão inseridos é o:


A. macrossistema.
B. mesossistema.
C. exossistema.
D. ecossistema.

12. O ser humano e o seu comportamento diferem em função do ambiente em que se


encontra. A afirmação é:
A. verdadeira, porque o comportamento humano não se submete ao conformismo.
B. falsa, porque as interações são equivalentes.
C. verdadeira, porque desempenhamos papéis diferentes.
D. falsa, porque o que varia são os contextos.

13. Analise as afirmações que se seguem, sobre a importância dos contextos na vida dos
indivíduos. Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Os contextos de vida são responsáveis pelo modo como os homens se comportam.
2. Os contextos são entidades abstratas.
3. De acordo com o modelo bioecológico, o homem é criador dos contextos de vida.

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A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.

14. Os efeitos dos processos proximais são sempre positivos. A afirmação é:


A. verdadeira, dado que os efeitos positivos decorrem do desenvolvimento de habilidades,
capacidades e conhecimentos em todos os domínios.
B. falsa, pois os efeitos positivos referem-se a competências mas existem efeitos negativos
que levam a disfunções.
C. verdadeira, porque as famílias, as escolas e os companheiros são os únicos com relações
proximais com os indivíduos.
D. falsa, porque a família e a escola, de forma espontânea ou organizada, procuram o
desenvolvimento das crianças e jovens.

15. Analise as afirmações que se seguem sobre o modelo ecológico de desenvolvimento.


Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Primeiro nível de ambientes.
2. Contexto ideal para o desenvolvimento de experiências interpessoais.
3. Interações entre microssistemas.
A. 1. Microssistema; 2. Macrossistema; 3. Mesossistema.
B. 1. Macrossistema; 2. Exossistema; 3. Macrossistema.
C. 1. Macrossistema; 2. Microssistema; 3. Exossistema.
D. 1. Microssistema; 2. Microssistema; 3. Mesossistema.

16. Analise as afirmações que se seguem sobre os contextos. Selecione, depois, a alternativa
que as identifica corretamente.
1. Um exemplo deste contexto é a interação escola-indivíduo.
2. É constituído por valores, crenças, ideologias e costumes específicos.
3. Interações estabelecidas entre todos os microssistemas.
A. 1. Mesossistema; 2. Microssistema; 3. Mesossistema.
B. 1. Mesossistema; 2. Macrossistema; 3. Exossistema.
C. 1. Exossistema; 2. Macrossistema; 3. Mesossistema.
D. 1. Mesossistema; 2. Macrossistema; 3. Mesossistema.

17. Analise as afirmações que se seguem, sobre o exossistema. Selecione, depois, a alternativa
que as identifica corretamente.
1. Nível em que as interações são imediatas e diretas.
2. Único nível com que o ser humano lida diretamente.
3. Cenário das atividades que funcionam como suporte.

A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.


B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.

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18. Analise as afirmações que se seguem sobre o macrossistema. Selecione, depois, a
alternativa que as identifica corretamente.
1. Um exemplo de macrossistema é a escola.
2. Conjunto de todos os microssistemas.
3. Muda ao longo do tempo, em função das ações de cada geração.
A. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
B. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira
C. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.

19. A relação entre contextos é estática. A afirmação é:


A. verdadeira, pois cada contexto vale por si.
B. falsa, pois as relações entre contextos são articuladas, interdependentes e recíprocas.
C. verdadeira, porque o dinamismo ocorre entre as pessoas e não entre contextos, que são
formulações abstratas e teóricas, representativas da realidade.
D. falsa, pois trata-se de um conjunto de ambientes globais e complexos, mas que são
construídos pelos sujeitos.

20. A relação entre contextos é estática. A afirmação é:


A. verdadeira, pois cada contexto vale por si.
B. falsa, pois as relações entre contextos são articuladas, interdependentes e recíprocas.
C. verdadeira, porque o dinamismo ocorre entre as pessoas e não entre contextos, que são
formulações abstratas e teóricas, representativas da realidade.
D. falsa, pois trata-se de um conjunto de ambientes globais e complexos, mas que são
construídos pelos sujeitos.

21. Analise as afirmações que se seguem sobre o modelo ecológico de desenvolvimento.


Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Configuração de vínculos e de relações entre pessoas.
2. Formas de interação imediata e direta entre seres humanos.
3. As ajudas financeiras constituem um suporte material.
A. 1. rede social; 2. processos proximais; 3. suporte social.
B. 1. contextos; 2. rede social; 3. exercício de papéis sociais.
C. 1. relações proximais; 2. reciprocidade de influências; 3. rede social.
D. 1. influências recíprocas; 2. processos proximais; 3. rede social.

22. Analise as afirmações que se seguem, sobre o modelo ecológico de desenvolvimento.


Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Os contextos de vida são responsáveis pelo modo como os humanos se comportam.
2. O comportamento humano difere conforme o ambiente em que se insere.
3. Os contextos criam o homem, mas o homem não cria os contextos.
A. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
B. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
C. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.

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Tema 4 – Perguntas de resposta curta

1. O que entende por holismo?

2. O que é a ecologia do desenvolvimento humano?

3. Caracterize o modelo ecológico do desenvolvimento.

4. Quais os diferentes contextos de existência dos indivíduos?

5. Como se diferencia um microssistema e um mesossistema?

6. O que é o exossistema?

7. Em que consiste o macrossistema?

8. O que são processos proximais?

9. Em que condições se podem estudar os processos proximais?

10. Que efeitos têm os processos proximais no desenvolvimento?

11. Que tipos de apoio podem ser prestados às pessoas?

12. Quais os efeitos do suporte no comportamento dos indivíduos?

13. O que é uma rede social?

14. Quais os principais elementos que integram uma rede social?

15. Explique como é que os seres humanos podem transformar os seus contextos de vida.
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Tema 5 – Perguntas de escolha múltipla

1. Como é que nos tornamos humanos? Esta questão conduziu-nos à dicotomia:


A. estabilidade/mudança.
B. individual/social.
C. interno/externo.
D. inato/adquirido.

2. Em que consiste a dicotomia inato/adquirido?


A. Consiste em determinar se à nascença estamos completos enquanto humanos ou se
necessitamos de uma aprendizagem efetuada no contacto com o meio.
B. Consiste em determinar se é o indivíduo ou o meio ambiente que faz dele aquilo que é.
C. Consiste em determinar se, ao longo da vida, somos sempre a mesma pessoa ou se há
alguma alteração na nossa identidade.
D. Consiste em saber se as alterações na nossa vida são de índole quantitativa ou
qualitativa.

3. Em que consiste a dicotomia continuidade/descontinuidade?


A. Consiste em determinar se à nascença estamos completos enquanto humanos ou se
necessitamos de uma aprendizagem efetuada no contacto com o meio.
B. Consiste em saber se as alterações na nossa vida são de índole quantitativa ou qualitativa.
C. Consiste em determinar se ao longo da vida somos sempre a mesma pessoa ou se há
alguma alteração na nossa identidade.
D. Consiste em determinar se é o indivíduo ou o meio ambiente que faz dele aquilo que é.

4. João fala-me da situação política, faz grandes gestos e ri às gargalhadas. Roberto escuta mas
fala pouco, faz observações pertinentes e é muito inteligente. Posso atribuir a cada um dos
meus amigos diferentes qualidades e sei aquilo que posso esperar de ambos. No fundo,
trata-se de:
A. reconhecer que o desenvolvimento humano se faz ora por saltos bruscos ora por uma
evolução contínua.
B. compreender que a mesma pessoa, ao longo da sua vida, se mantém a mesma embora
sofra modificações de identidade.
C. compreender que mais que um ser individual, cada um de nós é um ser social.
D. reconhecer que, mais do que pelas diferenças biológicas, é pela influência do meio
ambiente que reconhecemos as pessoas.

5. Em que consiste a dicotomia estabilidade/mudança?


A. Consiste em determinar se, à nascença, estamos completos enquanto humanos ou se
necessitamos de uma aprendizagem efetuada no contacto com o meio.

© Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA 41


B. Consiste em determinar se, ao longo da vida, somos sempre a mesma pessoa ou se há
alguma alteração na nossa identidade.
C. Consiste em determinar se é o indivíduo ou o meio ambiente que faz dele aquilo que é.
D. Consiste em saber se as alterações na nossa vida são de índole quantitativa ou
qualitativa.

6. De que natureza são os fatores que condicionam o comportamento do indivíduo? Esta


questão levou-nos à dicotomia:
A. Estabilidade/mudança.
B. Individual/social.
C. Interno/externo.
D. Inato/adquirido.

7. Como deve ser entendido o homem? Vale por si próprio ou só faz sentido numa sociedade?
Estas questões levaram-nos à dicotomia:
A. Estabilidade/mudança.
B. Individual/social.
C. Interno/externo.
D. Inato/adquirido.

8. Em que consiste a dicotomia individual/social?


A. Consiste em determinar se, à nascença, estamos completos enquanto humanos ou se
necessitamos de uma aprendizagem efetuada no contacto com o meio.
B. Consiste em determinar se é o indivíduo ou o meio ambiente que faz dele aquilo que é.
C. Consiste em saber se as alterações na nossa vida são de índole quantitativa ou qualitativa.
D. Consiste em determinar se, ao longo da vida, somos sempre a mesma pessoa ou se há
alguma alteração na nossa identidade.

9. O primeiro autor a estudar a consciência foi:


A. Wundt.
B. Freud.
C. Watson.
D. Pavlov.

10. Com a psicanálise, passou a constituir o objeto da psicologia. Referimo-nos:


A. ao consciente.
B. ao inconsciente.
C. à introspeção.
D. à mente.

11. A cognição foi objeto de estudos por parte de autores como:


A. Wundt.
B. Freud.
C. Watson.
D. Piaget.

12. De acordo com a psicologia cultural, o que é a mente?


42 © Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA
A. É a capacidade de atribuir sentido à realidade.
B. É a capacidade de proceder a um conjunto de organizações e reorganizações sintáticas.
C. É a capacidade de elaborar um conjunto de procedimentos de caráter computacional.
D. É a capacidade de estabelecer processos interiores de armazenamento e tratamento de
informação.

13. Segundo Jerome Bruner, o homem é um construtor de:


A. significados.
B. processos computacionais.
C. comportamentos observáveis.
D. organizações sintáticas.

14. Watson considera que o desenvolvimento se deve a processos de maturação do organismo.


Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque as aprendizagens potenciam a maturação do organismo.
B. falsa, porque para Watson o desenvolvimento segue uma sequência geneticamente
programada.
C. verdadeira, porque Watson reduz o comportamento humano ao binómio S-R.
D. falsa, porque Watson sempre negligenciou a influência de fatores internos, ligados ao
organismo.

15. Analise as afirmações que se seguem sobre a dicotomia continuidade/descontinuidade.


Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Modelo que defende que existe uma continuidade no desenvolvimento humano.
2. Modelo que defende que existe uma continuidade no desenvolvimento humano.
3. Teoria behaviorista.
A. 1. modelo continuista; 2. teoria behaviorista; 3. modelo descontinuista.
B. 1. teoria construtivista; 2. modelo continuista; 3. modelo descontinuista.
C. 1. teoria maturacionista; 2. modelo descontinuista; 3. modelo descontinuista.
D. 1. teoria maturacionista; 2. modelo descontinuista; 3. modelo descontinuista.

16. Analise as afirmações que se seguem sobre a dicotomia interno/externo. Selecione, depois,
a alternativa que as identifica corretamente.
1. Estes fatores são transmitidos pelos genes ou referem-se à anatomia ou fisiologia do
indivíduo.
2. Circunstâncias que levam o indivíduo a assumir determinados comportamentos.
3. Dicotomia que acentua o papel passivo do ser humano.
A. 1. fatores individuais; 2. fatores sociais; 3. dicotomia interno/externo.
B. 1. fatores sociais; 2. fatores individuais; 3. dicotomia individual/social.
C. 1. fatores internos; 2. fatores externos; 3. dicotomia inato/adquirido.
D. 1. fatores internos; 2. fatores externos; 3. dicotomia interno/externo.

17. Analise as afirmações que se seguem sobre a dicotomia individual/social. Selecione,


depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Teorias como o estruturalismo, a psicanálise e o cognitivismo defendem que o homem
deve ser entendido como ser individual.
2. Autores como Bronfenbrenner e Bruner consideram que o homem só pode ser entendido
como ser social.
3. O outro não tem um papel determinante na constituição do ser humano individual.
© Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA 43
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.
C. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.

18. Segundo Watson, a psicologia deve ser objetiva e para tal o seu objeto de estudo deverá
ser o estudo da mente. Esta afirmação é:
A. verdadeira, pois pelo método introspetivo é possível analisar as sensações do sujeito.
B. falsa, porque não reduz a psicologia ao estudo da mente.
C. verdadeira, pois os processos mentais são objetivamente observáveis.
D. falsa, pois para Watson apenas o comportamento observável permite garantir tal
objetividade.

19. Analise as afirmações que se seguem sobre a identidade. Selecione, depois, a alternativa
que as identifica corretamente.
1. A narrativa é uma história pessoal mais ou menos estruturada.
2. A narrativa tem caráter pessoal, sendo isenta relativamente ao envolvimento do
narrador com a comunidade.
3. Uma narrativa é a expressão de uma subjetividade.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. verdadeira.

20. Leia as afirmações que se seguem e, depois, selecione a alternativa correta.


1. Como é possível distinguir as causas de comportamentos que são ambientais (influência
dos pais, familiares, experiências de vida) daquelas que são hereditárias (inscritas no
código genético do indivíduo)?
2. Como se dá o desenvolvimento humano?
3. De que tipo de fatores depende a nossa personalidade?
A. 1. inato/adquirido; 2. continuidade/descontinuidade; 3. interno/externo.
B. 1. individual/social; 2. continuidade/descontinuidade; 3. interno/externo.
C. 1. inato/adquirido; 2. interno/externo; 3. individual/social.
D. 1. individual/social; 2. interno/externo; 3. inato/adquirido.

21. As variações ao longo da vida explicam-se por grau de complexidade e não tanto por
diferenças estruturais. Esta afirmação é:
A. verdadeira, do ponto de vista dos defensores da continuidade do desenvolvimento.
B. verdadeira, do ponto de vista dos defensores da descontinuidade do desenvolvimento.
C. falsa, do ponto de vista dos defensores da estabilidade da identidade.
D. falsa, do ponto de vista dos defensores da mudança da identidade.

22. Leia as afirmações que se seguem e, depois, selecione a alternativa correta.


1. Muito embora a mudança seja reconhecível (e desejável), continua a existir na
identidade pessoal um conjunto de traços característicos e estáveis ao longo da vida que
nos permitem identificar alguém como sendo determinado indivíduo.
2. O desenvolvimento é gradual, um processo contínuo e cumulativo de experiências.

44 © Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA


3. É possível moldar o comportamento através de uma sequência de estímulos-respostas,
independentemente da genética.
A. 1. individual; 2. continuidade; 3. adquirido.
B. 1. continuidade; 2. social; 3. adquirido.
C. 1. estabilidade; 2. mudança; 3. continuidade.
D. 1. estabilidade; 2. continuidade; 3. adquirido.
Tema 5 – Perguntas de resposta curta

1. O que é a psicologia?

2. Qual a diferença entre comportamento e processos mentais?

3. Quais os objetivos gerais da psicologia científica?

4. Qual o contributo das visões dicotómicas no seio da psicologia?

5. Explicite o sentido da dicotomia inato-adquirido.

6. Que conceções de psicologia estão por trás dos conceitos de consciente, inconsciente,
comportamento, cognição e mente?

7. Qual o papel de Wundt no começo da psicologia científica?

8. Em que consiste o método introspetivo?

9. Porque se considera Wundt integrado numa perspetiva estruturalista?

10. Apresente três aspetos críticos da introspeção.

11. Descreva a conceção psicanalítica de mente.

12. Explique a estrutura freudiana do psiquismo humano.

13. Qual o conflito que, segundo Freud, dinamiza o aparelho psíquico?

14. Em que consiste o método psicanalítico?

© Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA 45


15. Como é que Watson concebe o comportamento?

16. Quais os pressupostos básicos do behaviorismo?

17. Como é que Piaget explica o processo de adaptação?

18. Quais os principais fatores do desenvolvimento intelectual apontados por Piaget?

19. Quais as características gerais do período sensorial-motor?

20. O que é a função simbólica?

21. Defina operação mental.

22. Em que consiste a reversibilidade?

23. Como se distinguem as operações concretas e as formais?

24. Qual o pressuposto em que assenta a conceção de mente de A. Damásio?

25. Qual o conceito que A. Damásio faz da mente humana?

26. Qual a diferença entre o papel das emoções e o dos sentimentos nos processos cognitivos?

27. Como é que os cognitivistas de tendência computacional perspetivam a mente humana?

28. Quais os principais argumentos de Bruner contra a perspetiva computacional da mente?

29. Como é que Bruner concebe a mente humana?

30. Explique em que medida se pode considerar a psicologia como a ciência dos significados.

31. Qual o papel das narrativas na construção da identidade pessoal?

46 © Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA


Tema 6 – Perguntas de escolha múltipla

1. A área da psicologia que procura explicar o comportamento humano através de conceitos e


teorias designa-se:
A. psicologia aplicada.
B. psicologia teórica.
C. investigação psicológica.
D. psicologia clínica.

2. A psicologia clínica permite o diagnóstico e tratamento dos problemas emocionais e


comportamentais recorrendo à medicação. Esta afirmação é:
A. verdadeira, pois a psicologia clínica resolve problemas como as crises de ansiedade, as
doenças mentais e o consumo de drogas.
B. falsa, pois os meios terapêuticos da psicologia clínica são de cariz psicológico.
C. verdadeira, porque os psicólogos clínicos utilizam manuais de receitas que aplicam
discriminadamente aos seus pacientes.
D. falsa, porque não é apenas a psiquiatria que pode prescrever receitas médicas.

3. Aponte um objetivo da psicologia educacional.


A. Melhorar a eficiência e o desempenho.
B. Acompanhar o trajeto intelectual dos jovens.
C. Identificar crianças com necessidades educativas especiais.
D. Diagnosticar problemas emocionais e comportamentais que prejudicam o rendimento
escolar.

4. Indivíduo, grupo, organização e comunidade constituem:


A. áreas de intervenção.
B. níveis de intervenção.
C. ocupações profissionais dos psicoterapeutas.
D. estratos sociais.

5. Psicologia educacional, psicologia do trabalho e das organizações, orientação vocacional e


profissional, psicologia clínica, psicologia criminal/forense e psicologia desportiva
constituem:
A. áreas de intervenção dos profissionais e saúde mental.
B. áreas de intervenção dos psicólogos se tiverem formação em medicina.
C. níveis de intervenção dos profissionais de saúde.
D. ocupações profissionais dos psicanalistas em geral.

6. Psicólogos clínicos, psiquiatras, psicanalistas e psicoterapeutas têm algo em comum:


© Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA 47
A. formação inicial em medicina.
B. formação inicial em psicologia.
C. formação complementar em psicologia.
D. formação inicial ou complementar em psicologia.

7. Os psicólogos clínicos:
A. diagnosticam e curam perturbações.
B. efetuam o diagnóstico e tratamento de distúrbios psiquiátricos.
C. utilizam terapias medicamentosas.
D. atuam ao nível dos problemas do foro psicoemocional.

8. Traumas e conflitos recalcados devem ser resolvidos com recurso a um:


A. psicanalista.
B. psicólogo clínico.
C. psiquiatra.
D. psicoterapeuta.

9. João tem vários problemas sexuais e conjugais que estão a perturbar a sua relação. Ele
deveria consultar:
A. um psicoterapeuta.
B. um médico de clínica geral.
C. um psiquiatra.
D. um neurologista.

10. O psicólogo é um promotor:


A. do desenvolvimento e da autonomia.
B. do regresso a vidas passadas.
C. do acesso aos conteúdos do inconsciente.
D. do diálogo entre culturas.

11. Trata-se de um processo pessoal, contínuo, global e integrado de mudanças, que se


concretiza na capacidade de a pessoa, autonomamente, equacionar os seus projetos de
vida. Qual é?
A. Desenvolvimento.
B. Autonomia.
C. Adaptação.
D. Remediação.

12. A capacidade de o indivíduo viver em equilíbrio com o meio físico e social, estando apto a
ultrapassar os obstáculos que enfrenta no decorrer do ciclo vital designa-se:
A. autonomia.
B. prevenção.
C. adaptação.
D. desenvolvimento.

13. A capacidade de cada um resolver os problemas que se lhe apresentam na vida designa-se:
48 © Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA
A. autonomia.
B. prevenção.
C. adaptação.
D. desenvolvimento.

14. Analise as afirmações que se seguem sobre níveis e áreas de trabalho da psicologia em
Portugal. Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. Estudo de relações interpessoais.
2. Reorganização do futuro.
3. Dificuldades de relacionamento com os outros.
A. 1. psicologia do trabalho e das organizações; 2. psicologia educacional; 3. psicologia
desportiva.
B. 1. psicologia clínica; 2. psicologia educacional; 3. psicologia do trabalho e das
organizações.
C. 1. psicologia clínica; 2. psicologia forense; 3. psicologia do trabalho e das organizações.
D. 1. psicologia do trabalho e das organizações; 2. orientação vocacional e profissional; 3.
psicologia clínica.

15. Analise as afirmações que se seguem sobre níveis e áreas de trabalho da psicologia em
Portugal. Selecione, depois, a alternativa que as identifica corretamente.
1. A psicologia educacional promove ações de formação para professores.
2. A psicologia do trabalho e das organizações procura melhorar a qualidade de vida das
pessoas.
3. A psicologia clínica procura detetar e gerir conflitos interpessoais.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.
C. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. verdadeira.
D. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.

16. Os psicólogos são técnicos de prevenção e/ou de suporte. Esta afirmação é:


A. verdadeira, pois o psicólogo intervém em situações normais ou patológicas, com o
objetivo e promover o bem-estar dos indivíduos.
B. falsa, pois o psicólogo apenas intervém nas situações anormais ou patológicas.
C. verdadeira, pois o psicólogo é um técnico de saúde mental habilitado por uma faculdade
de medicina.
D. falsa, pois os psicólogos não atuam ao nível da prevenção.

17. Os psicólogos clínicos podem prescrever medicamentos. Esta afirmação é:


A. verdadeira, pois têm formação inicial em Medicina.
B. falsa, apesar de terem formação em Medicina.
C. verdadeira, pois a sua formação inicial é em Psiquiatria.
D. falsa, pois os seus meios terapêuticos são exclusivamente de cariz psicológico.

18. Analise as afirmações que se seguem sobre técnicos de saúde mental. Selecione, depois, a
alternativa que as identifica corretamente.
1. Licenciatura ou mestrado em medicina, formação complementar em psicanálise.
2. Licenciatura ou mestrado em psicologia, formação complementar em psicanálise.
© Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA 49
3. Licenciatura ou mestrado em medicina, formação complementar em psicoterapia.
A. 1. médico; 2. psicólogo; 3. psiquiatra.
B. 1. psiquiatra; 2. psicanalista; 3. psicólogo clínico.
C. 1. psicanalista; 2. psicanalista; 3. psicoterapeuta.
D. 1. psicólogo clínico; 2. psicanalista; 3. psicoterapeuta.

19. Analise as afirmações que se seguem sobre técnicos de saúde mental. Selecione, depois, a
alternativa que as identifica corretamente.
1. Tanto os psicólogos como os psiquiatras podem ser psicanalistas.
2. Os psiquiatras não podem ser psicoterapeutas.
3. Os psiquiatras podem prescrever receitas médicas, os psicólogos não.
A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. falsa; 3. verdadeira.
D. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. verdadeira.

20. Analise as afirmações que se seguem sobre a intervenção do psicólogo. Selecione, depois,
a alternativa que as identifica corretamente.
1. Aconselhar o professor com problemas de indisciplina na sala de aula.
2. Organizar um programa de ocupação de tempos livres.
3. Propor a melhoria das condições de trabalho na empresa.
A. 1. remediação; 2. prevenção; 3. prevenção.
B. 1. prevenção; 2. remediação; 3. remediação.
C. 1. prevenção; 2. remediação; 3. prevenção.
D. 1. remediação; 2. remediação; 3. prevenção.

21. Analise as afirmações que se seguem sobre as funções do psicólogo. Selecione, depois, a
alternativa que as identifica corretamente.
1. Dar formação aos trabalhadores de uma empresa sobre higiene e segurança no
trabalho.
2. Organizar na escola cursos de educação sexual.
3. Ajudar um adolescente a ultrapassar uma depressão resultante de um problema
amoroso.
A. 1. prevenção; 2. remediação; 3. prevenção.
B. 1. remediação; 2. prevenção; 3. prevenção.
C. 1. prevenção; 2. remediação; 3. remediação.
D. 1. prevenção; 2. prevenção; 3. remediação.

22. Analise as afirmações que se seguem sobre a psicologia. Selecione, depois, a alternativa
que as identifica corretamente.
1. A psicologia capacita-nos para nos ajudarmos a nós mesmos, num crescente processo de
autonomia.
2. A psicologia facilita a adaptação ao meio e aos diferentes contextos de vida.
3. A parapsicologia é um ramo da psicologia com autonomia quanto à sua metodologia
científica.

50 © Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA


A. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. verdadeira.
B. 1. verdadeira; 2. verdadeira; 3. falsa.
C. 1. falsa; 2. verdadeira; 3. falsa.
D. 1. verdadeira; 2. falsa; 3. falsa.

Tema 6 – Perguntas de resposta curta

1. Que diferença existe entre psicologia teórica e psicologia aplicada?

2. Quais as principais áreas em que os psicólogos portugueses trabalham?

3. O que é a psicologia educacional?

4. Quais as principais funções do psicólogo escolar?

5. Em que consiste a psicologia do trabalho e das organizações?

6. Quais as principais funções do psicólogo organizacional?

7. O que é a orientação vocacional e profissional?

8. Quais as fases do processo de aconselhamento vocacional?

9. Em que consiste a psicologia clínica?

10. Em que consiste a psicologia forense?

11. Em que consiste a psicologia desportiva?

12. Caracterize o conceito de situação de prática desportiva.

13. Qual a diferença entre psicólogo clínico e psiquiatra?

14. Qual a formação de um psicanalista?

© Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA 51


15. O que é um psicoterapeuta?

16. Quais os principais processos usados em psicoterapia?

17. Quais os pressupostos da técnica psicanalítica?

18. Estabeleça uma comparação entre as técnicas de terapia comportamental e as técnicas de


inspiração humanista.

19. Qual a diferença entre prevenção e remediação?

20. Dê exemplos de intervenção preventiva e de intervenção remediativa.

21. Explique o que é o desenvolvimento, no contexto da psicologia aplicada.

22. Que relação se pode estabelecer entre desenvolvimento e competências?

23. Explique em que consiste promover o desenvolvimento.

24. Dê exemplos de intervenções promotoras do desenvolvimento.

25. Como se pode relacionar adaptação e autonomia?

52 © Psicologia em ação Guia do ProfessorEdições ASA


Sol 7. A.
8. A.
9. D.
10. D.
Tema 1 – Antes de mim – A genética, o


cérebro e a cultura

Perguntas de Escolha Múltipla


Perguntas de Resposta Curta
1. A genética

1. A genética
1. A.
2. C.
3. A.
4. D.
1. A genética é uma área de investigação que se
5. C.
dedica, entre outras coisas, ao estudo da variação
6. D.
e da transmissão de características biológicas de
7. A.
uma geração.
8. C.
2. Hereditariedade é a transmissão de
9. B.
potencialidades biológicas dos progenitores.
10. C.
3. Os principais agentes responsáveis pela
11. D.
transmissão genética são o ADN, os genes e os
12. C.
cromossomas. A transmissão genética dá-se
13. D.
quando o espermatozoide fecunda o ovócito e o
14. C.
transforma em ovo, que é a primeira célula do
15. D.
indivíduo e que contém todo o património
16. D.
hereditário.
17. B.
4. Os cromossomas são agrupamentos de milhares
18. A.
de genes que se encontram no núcleo da célula.
19. D.
O seu número é constante em todas as células do
20. B.
indivíduo e nos indivíduos da mesma espécie. No
caso da espécie humana, há 23 cromossomas de
2. O cérebro
origem paterna e 23 de origem materna,
1. C.
dispostos aos pares. Apresentam a forma de um X
2. A.
e, se no último par de cromossomas aparecer um
3. A.
com a forma de Y, o indivíduo é do género
4. C.
masculino. Os genes são o nosso património
5. B.
hereditário, isto é, as unidades elementares
6. A.
responsáveis pela nossa predisposição para
7. D.
desenvolver certas características.
8. C.
5. A hereditariedade específica é a transmissão dos
9. A.
progenitores à geração seguinte dos carateres
10. A.
comuns aos indivíduos de uma espécie e que os
11. A.
distingue dos de espécies diferentes; a
hereditariedade individual é a transmissão de um
3. A cultura
conjunto único de características que distingue
1. A.
quem as recebe de todos os outros indivíduos.
2. B.
6. Os genes são as unidades elementares da
3. B.
transmissão genética e podem ser dominantes ou
4. C.
recessivos. O gene dominante produz efeito
5. B.
fenotipicamente, mesmo se estiver presente em
6. A.
apenas um dos cromossomas do par, enquanto o

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recessivo só produz efeito se estiver presente nos provenientes do meio onde se desenvolvem, ou
dois cromossomas do par. seja, têm alguma permeabilidade à interferência
7. Genótipo designa a constituição genética, isto é, o de fatores externos no comportamento e
conjunto de genes que cada indivíduo herda dos desenvolvimento dos organismos. Os programas
seus progenitores. Fenótipo designa as genéticos mais abertos permitem uma maior
características “visíveis” que se manifestam no diversidade de comportamentos, pois a
indivíduo, as quais dependem do património reprogramação que cada organismo sofre ao
genético e da influência do meio. longo da sua vida vai influenciá-lo de uma forma
8. Preformismo e epigénese são teorias relativas ao única e singular. Os organismos com programas
papel da genética na determinação dos carateres genéticos mais fechados exibem, geralmente,
fenotípicos. O preformismo pressupõe uma um conjunto limitado e padronizado de
conceção determinista do desenvolvimento, comportamentos, que correspondem a formas
colocando-o na exclusiva dependência de um pré-programadas de responder aos desafios do
programa previamente inscrito na constituição meio.
genética. A epigénese sustenta que o 12. Neotenia é a tendência para preservar traços
desenvolvimento é o resultado da ação recíproca juvenis em períodos prolongados do
entre fatores genéticos e ambientais. Nesta desenvolvimento.
perspetiva, o desenvolvimento vai-se 13. O Homem é biologicamente inacabado porque
processando de acordo com estas interações, o carece de respostas pré-programadas que lhe
que significa que as características e as permitiriam modos de reagir automáticos e de
competências se manifestam não apenas a partir acordo com um programa determinado pela
de raízes inatas, mas também como resultado de natureza. Na ausência desse tipo de respostas, o
experiências e aprendizagens efetuadas no meio. Homem tem que inventar ou aprender com os
9. Ontogénese e filogénese são dois conceitos outros a melhor forma de atuar. Daí a
referentes à evolução. Ontogénese designa o necessidade que tem do grupo social para, não
desenvolvimento do ser humano individual desde só durante a sua longa infância mas durante
o embrião à velhice. Filogénese refere-se à toda a vida, aprender como sobreviver e como
transição de umas espécies a outras, desde a se adaptar às situações com que se depara.
formação da vida na Terra até ao aparecimento 14. A imaturidade ou prematuridade biológica
do ser humano atual. À luz da teoria da evolução subtrai o ser humano à fixidez dos
por seleção natural, pode-se dizer que, em certa comportamentos pré-programados e instiga-o a
medida, a filogénese resulta da ontogénese, pois desenvolver uma multiplicidade e diversidade
o aparecimento de novas espécies deve-se a de condutas. Por carecer de respostas
variações aleatórias a nível genético, mas a sua definitivas e acabadas como as dos outros
sobrevivência ou extinção, dependem, até certo animais, tem que aprender com os outros e
ponto, do percurso individual de cada organismo recorrer à imaginação para desenvolver
– nomeadamente do facto de este ser bem renovadas formas de atuação. A concretização
sucedido na adaptação ao seu meio envolvente desta plasticidade numa gama infinita e variada
assegurando a sua sobrevivência e a transmissão de condutas tem-lhe permitido ultrapassar com
das suas características genéticas à geração sucesso os desafios do meio e,
seguinte. consequentemente, sobreviver como espécie
10. O Homem é um sistema aberto, pois está devidamente adaptada.
constantemente a trocar informações com o
meio ambiente, inclusivamente a nível biológico. 2. O cérebro
Um e outro coproduzem-se mediante as trocas 1. O sistema nervoso central é especializado na
estabelecidas. O Homem é, portanto, sensível coordenação das informações. Nesse sentido,
ao meio, integrando a sua influência. É nele que superintende nas tarefas associadas ao
se desenrolam as suas experiências e processamento de informação. O sistema nervoso
aprendizagens, à custa das quais evolui e periférico é especialista na condução da
consegue renovadas formas de atuação. informação. Nesse sentido, desempenha as
11. Os programas genéticos mais fechados deixam tarefas associadas à circulação das mensagens.
pouco espaço para a interferência de fatores 2. O neurónio é constituído por um corpo celular, no
externos no comportamento e desenvolvimento interior do qual se encontra o núcleo, de onde se
dos organismos. Os programas genéticos mais estende um conjunto de prolongamentos. Um
abertos inscrevem na programação inicial dos desses prolongamentos é bastante mais
organismos a possibilidade de estes se irem comprido do que os outros (chegando a
reprogramando em função dos estímulos apresentar alguns decímetros de comprimento) e

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dá pelo nome de axónio. Os restantes designam- frontal é o que preside aos movimentos, o
se dendrites. O axónio termina num conjunto de parietal às sensações do corpo, o temporal à
ramificações em forma de raiz chamadas audição e o occipital à visão.
telodendrites. O axónio de alguns neurónios 11. Há distúrbios que se devem a lesões em áreas
encontra-se envolvido por uma bainha de mielina específicas do cérebro. Assim, a alexia e a
– uma substância gordurosa que serve de agnosia visual devem-se a lesões em áreas
proteção ao axónio e permite maior velocidade visuais secundárias no lobo occipital, enquanto a
na circulação de mensagens. cegueira cortical se deve a uma lesão na área
3. Os neurónios apresentam como propriedades: 1 – visual primária do mesmo lobo; a surdez cortical
excitabilidade: capacidade de reagir a estímulos. surge com uma lesão na zona auditiva primária
2 – condutibilidade: capacidade de transmitir o do lobo temporal e a agnosia auditiva e a surdez
influxo nervoso a outros neurónios. verbal (Wernicke) com lesões em áreas auditivas
4. Sinapse é a ligação funcional, de natureza secundárias do mesmo lobo; a anestesia cortical
eletroquímica, que se estabelece entre dois é provocada por uma lesão na área sensorial
neurónios. primária do lobo parietal e a assomatognosia
5. Os nervos são conjuntos de fibras nervosas – por uma lesão na área sensorial secundária do
formados por feixes de dendrites e axónios mesmo lobo; a paralisia cortical é da
cobertos por uma membrana – ao longo dos responsabilidade de uma lesão na área primária
quais acumulam os impulsos nervosos. Os do movimento no lobo frontal e a apraxia, a
sensoriais conduzem-na da periferia até ao afasia (Broca) e a agrafia em lesões nas áreas
centro, ou seja, dos órgãos recetores aos centros secundárias do movimento no mesmo lobo.
nervosos. Os motores transportam as mensagens 12. Função de suplência ou vicariante do cérebro
do centro para a periferia, quer dizer, dos órgãos consiste no facto de outras áreas poderem vir a
centrais até aos efetores (músculos e glândulas). assegurar funções que determinadas áreas
6. Quando o influxo nervoso atinge as telodendrites deixaram de poder exercer.
pré-sinápticas, as vesículas sinápticas segregam 13. Unidade funcional do cérebro é o conceito
os neurotransmissores que preenchem a fenda central de uma teoria que admite a existência
sináptica. Preenchido quimicamente este espaço, de áreas cerebrais como suporte fisiológico de
o influxo passa, então, das telodendrites de um dadas funções orgânicas ou psíquicas, mas
neurónio para as dendrites do neurónio seguinte. considera que estas áreas funcionam de modo
7. A espinal medula é o centro coordenador da interdependente e não de forma isolada.
atividade reflexa, o que significa que comanda as Segundo esta teoria, o funcionamento de cada
respostas diretas e mecânicas que damos zona subordina-se à estrutura global do cérebro
involuntariamente a estímulos do meio. Tem que, em caso de emergência, é capaz de, pela
ainda a função de condução de e para o cérebro. função vicariante, suprir as atividades
O cérebro é o coordenador da atividade pertencentes a setores incapacitados.
voluntária, isto é, dos atos conscientes, 14. Segundo Damásio, o funcionamento do cérebro
intencionais e que exigem planificação e obedece aos princípios de especialização e
deliberação. É a estrutura nervosa que processa integração. A especialização refere-se à
as informações que lhe chegam dos órgãos competência que cada departamento tem em
internos e organiza as respostas adequadas. executar adequadamente a sua função, dando o
8. O hemisfério esquerdo comanda as atividades que seu contributo específico para o bom
exigem lógica e simbolização; permite o funcionamento cerebral. A integração relaciona
pensamento analítico, linear e verbal. Pela sua se com a necessidade de várias áreas
incidência no rigor, permite a matemática, a concorrerem para desempenhar funções mais
investigação científica e a tecnologia. O direito complexas. A unidade conjunta do cérebro
organiza a perceção do espaço e dirige o resulta das várias tarefas especializadas, mas em
pensamento sintético, holístico e imaginativo. É a conjugação umas com as outras.
parte cerebral dada à criatividade, pelo que 15. Diz-se que o cérebro funciona de modo sistémico
superintende na música e nas atividades artísticas em oposição à ideia de áreas funcionais isoladas
em geral. e independentes. De facto, os especialistas
9. Em todos os lobos há áreas primárias e defendem que o cérebro funciona como um
secundárias. As primárias têm por função fazer- todo, como um sistema organizado em que o
nos sentir os estímulos (ver, ouvir, cheirar, sentir, funcionamento especializado de todos os
etc.); as secundárias permitem interpretar os departamentos colabora de forma integrada
estímulos, de modo a saber o que vemos, para a unidade funcional do sistema conjunto.
ouvimos, sentimos, etc. 16. Com extraordinário desenvolvimento no
10. Em cada hemisfério há quatro lobos, cada um Homem, as áreas pré-frontais são as que
com uma responsabilidade geral própria: o presidem às funções tipicamente humanas,
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como o pensamento e a linguagem. Assim, exigem novas adaptações e aprendizagens.
desempenham notável papel na atenção, Normalmente ocorre em virtude de alterações
imaginação, reflexão, planificação, deliberação, significativas na condição social do indivíduo.
previsão, decisão e facultam a vontade, o 4. Cultura é um complexo de condutas, ideias,
pensamento abstrato e a integração da sentimentos, valores, atitudes e tradições mais ou
personalidade. Sede dos processos mentais menos estáveis, comum aos elementos de uma
superiores, facilitam a execução de tarefas que comunidade e transmitido de umas a outras
impliquem a elaboração de projeto prévio, gerações.
recurso à memória e tomadas de decisão. 5. A cultura prolonga a natureza, corrigindo-a e
Presidem a todas as atividades que se associam ampliando-lhe a eficácia. Contudo, natureza e
à ciência e à arte. cultura são conceitos que se opõem: 1 – a
17. A complexidade do nosso sistema nervoso deve- natureza diz respeito a tudo o que no Homem é
se, em larga medida, à lentificação que se inato e hereditário, enquanto a cultura respeita a
verifica no nosso ritmo de desenvolvimento. O tudo o que é adquirido e de influência social; 2 –
facto de o nosso cérebro se estruturar a par dos a natureza refere-se ao que no Homem é
estímulos do meio é crucial para a sua espontâneo, a cultura refere-se ao que é regulado
complexidade e plasticidade. A lentificação por normas; 3 – a natureza diz respeito ao que é
corresponde a uma crescente complexificação universal, a cultura ao que é comum aos
do comportamento e, consequentemente, a membros de uma determinada comunidade. Esta
uma maior individuação, ou seja, a um aumento diferenciação é útil sob o ponto de vista
do número de diferenças apresentadas entre os conceptual. Porém, na prática, não encontramos
indivíduos da mesma espécie. no Homem nenhuma conduta absolutamente
18. A plasticidade é a capacidade de reorganizar natural, em virtude de o modo humano de agir
redes neuronais ao longo do tempo em função sempre influenciado pelo contexto da cultura a
das necessidades e dos estímulos do ambiente. que cada um pertence.
A plasticidade cerebral traduz-se numa enorme 6. Padrões ou modelos culturais são formas coletivas
disponibilidade para a aprendizagem, que, de comportamento que permitem aos seres
embora seja mais notória nos primeiros anos do humanos aferir a conduta individual e prever a
nosso desenvolvimento, se mantém ao longo de conduta dos outros. Fazer campismo,
toda a nossa vida. A ausência de estimulação cumprimentar as pessoas, usar calças de ganga, ir
conduz à extinção de ligações sinápticas. A à discoteca ou ao cinema ao fim de semana são
ativação neuronal provoca uma ampliação das exemplos de padrões culturais vigentes na
ramificações dendríticas dos neurónios, sociedade a que pertencemos.
promovendo a eficácia da comunicação nervosa 7. Os padrões culturais são de extrema utilidade
nessas áreas. Assim, novas aprendizagens abrem tanto para o indivíduo como para a sociedade. Em
caminho a novas possibilidades de relação ao primeiro, constituem-se como uma
aprendizagem e vice-versa. referência orientadora do seu comportamento,
com vista à integração no grupo social. Além
3. A cultura disso, permitem-lhe antever as condutas que
1. O aparecimento das crianças selvagens veio pode esperar dos outros. Em relação à sociedade,
revelar que a “humanidade” do Homem não é eles permitem a normalização dos
inata, mas construída, e que essa construção comportamentos individuais, de modo a que
exige contacto com o meio social. Veio ainda todos possam conviver de forma pacífica.
mostrar que há períodos adequados para o 8. O sentir-se realizado é uma questão pessoal. Por
desenvolvimento de certas predisposições maior que seja a objetividade e exterioridade que
genéticas, fora dos quais não é possível qualquer os índices de realização pessoal manifestem, a
desenvolvimento. parte mais importante é o modo como cada ser
2. Socialização é o processo de integração de um humano sente isso. O que é significativo é o
indivíduo no grupo social, operado pela adoção sentido de realização. Esta apreciação subjetiva
de atitudes, crenças, comportamentos, padrões e pode generalizar-se a tudo aquilo por que o
valores mais significativos da cultura desse grupo. indivíduo passa: pessoas, coisas, paisagens,
3. A socialização primária, feita na infância e peripécias, situações, acontecimentos. Tudo
adolescência sob a ação da família e da escola, atravessa o sujeito que constata, que vivencia,
permite a aquisição de hábitos necessários à que assimila, que transfigura tudo nas suas
adaptação à vida quotidiana. A socialização experiências, de acordo com formas pessoais de
secundária, feita na idade adulta, ocorre quando ver, pensar e sentir, ditadas pelas suas
a pessoa é obrigada a enfrentar situações que significações particulares.

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9. Auto-organização é a construção consciente da humano vivencia à sua maneira as experiências
nossa individualidade, feita ao longo da história de vida, a identidade de cada um constrói-se de
pessoal, à custa da integração de todos os tal modo que a sua forma de ser, pensar, sentir
elementos que nos constituem, desde os e agir são irrepetíveis. Quer dizer, apesar dos
genéticos aos culturais, dos inatos aos resultantes carateres próprios da espécie que torna os seres
das experiências e aprendizagens feitas em humanos semelhantes uns aos outros, as
contacto com os ambientes físico e social. Com interações do indivíduo e do meio, dos fatores
tudo isto, o Eu faz uma síntese original e genéticos com os epigenéticos, dos fatores
evolutiva, a qual nos faz reconhecer, como físicos com os sociais e culturais, dos elementos
nossos, elementos que nos parecem nada ter a de ordem inata com os que resultam das
ver connosco. aprendizagens, determinam uma diversidade
10. O ser humano conta com duas heranças que infinita na paisagem humana, apresentando
fazem dele um ser biocultural: a genética e a cada ser humano uma identidade, uma história
cultural. A genética processa-se biologicamente pessoal, que o individualizam e lhe conferem
através da hereditariedade; a cultural processa- carateres únicos.
se socialmente através das aprendizagens
possibilitadas pelas interações com os outros. Perguntas de Resposta Extensa
11. A diversidade humana respeita ao facto de não 1. Tópicos de conteúdo:
existirem no mundo duas pessoas iguais, todas a) ADN, genes de desenvolvimento e
elas divergindo sob o ponto de vista fisiológico, cromossomas.
psicológico, social, moral, etc. A enorme b) Hereditariedade específica e individual:
panóplia de tipos humanos traduz-se numa definições.
riqueza de formas de atuação voluntária, c) Caracterização de genótipo e fenótipo.
consciente e livre, tendo cada pessoa motivos 2. Tópicos de conteúdo:
pessoais para agir como age. a) ADN, genes de desenvolvimento e
12. O contacto com pessoas e culturas diferentes é cromossomas.
enriquecedor. Entre os aspetos positivos da b) Hereditariedade específica e individual:
diversidade humana, destacamos: 1 – é um fator definições.
de aprendizagem. O convívio com pessoas c) Caracterização de genótipo e fenótipo.
diferentes multiplica-nos as hipóteses de d) Preformismo e epigénese – do determinismo
aprender coisas novas; 2 – é um fator de ao construtivismo; neotenia e vantagens da
abertura e tolerância. O convívio com outras prematuridade biológica – plasticidade e
pessoas desbrava horizontes novos, levando-nos capacidade adaptativa.
à descoberta de valores que nos enriquecem; 3 3. Tópicos de conteúdo:
– é um fator de desenvolvimento intelectual. A a) Especificidade do cérebro humano:
coexistência com pessoas diferentes oferece- especialização funcional e integração
nos muitas possibilidades de exercitar as sistémica; a auto-organização permanente.
competências mentais; 4 – é ainda fator de b) Programa genético aberto por oposição a
progresso cultural, pela renovação que programa genético fechado.
possibilita em todas as culturas. c) Preformismo e epigénese – do determinismo
13. Como elementos explicativos da diversidade ao construtivismo; a imaturidade do humano –
humana, podemos apontar: 1 – cada indivíduo a plasticidade cerebral como resposta
forma-se no interior de uma cultura em que a adaptativa do organismo.
diversidade de regras, padrões, valores, 4. Tópicos de conteúdo:
estereótipos, crenças e costumes contribuem a) Interdependência das características genéticas,
para diferenciar as pessoas que a ela pertencem cerebrais e culturais do ser humano;
das que pertencem a outras culturas; 2 – dentro variabilidade dos modos de ser, pensar e agir.
de cada cultura, cada ser humano constrói-se a b) Conceito de auto-organização enquanto
partir das potencialidades genéticas resultantes capacidade humana de se estruturar em torno
da combinação de múltiplos pares de genes de ambientes socioculturais para suporte e
provenientes do óvulo e do espermatozoide dos proteção.
seus ascendentes. Em virtude das hipóteses c) Socialização primária e secundária: a
caprichosas de combinação a nível dos gâmetas, interiorização de modelos ao longo de toda a
cada indivíduo apresenta, à partida, um vida. A inserção do indivíduo na cultura da
genótipo ímpar sob o ponto de vista comunidade. A construção da história pessoal
biopsicológico; 3 – acrescente-se que o genótipo de vida: significação e individualidade, do
só se pode transformar em fenótipo num meio objetivamente percebido ao subjetivamente
físico, social e cultural que lhe permita atualizar- construído.
se. Como estes meios divergem e como cada ser
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Tema 2 – Eu – A mente e os processos conhecimento, em virtude da experiência, treino
mentais; A mente como um sistema integrado ou estudo.
de construção do mundo 5. O processo de aprendizagem caracteriza-se por
três elementos essenciais: 1 – Haver modificações
Perguntas de Escolha Múltipla em relação a um estado anterior. 2 – As
1. A. modificações serem duradouras. 3 – As
2. B. modificações serem devidas ao exercício, treino
3. A. ou estudo.
4. C. 6. Nem todas as alterações comportamentais são
5. D. sinónimas de aprendizagem. As modificações
6. C. processadas por maturação neurofisiológica, por
7. A. doença, acidente, lesão ou cansaço, e ainda pela
8. D. ação de drogas ou de álcool, nada têm a ver com
9. D. os processos de aprendizagem.
10. B. 7. Reforço e castigo são elementos associados às
11. D. investigações de Skinner sobre o
12. C. condicionamento operante. O reforço é qualquer
13. B. estímulo que, na sequência de uma conduta,
14. A. incrementa a sua ocorrência. Castigo é um
15. A. estímulo que, na sequência de uma conduta,
16. D. diminui a sua ocorrência.
17. D. 8. O reforço pode ser positivo e negativo, o que
18. D. significa que se pode aumentar a ocorrência de
19. B. uma conduta de duas formas: ou apresentando a
20. A. seguir à conduta um estímulo apetecível (reforço
21. C. positivo) ou retirando um estímulo aversivo
22. A. (reforço negativo).
23. C. 9. A memória é um processo de recordação de
24. A. conteúdos aprendidos que foram armazenados
25. D. para utilização posterior.
26. B. 10. As etapas da memória são as seguintes: 1 –
27. D. Aquisição, memorização ou aprendizagem. 2 –
28. C. Retenção, conservação ou armazenamento. 3 –
29. C. Atualização, reativação, recordação ou
30. A. evocação. A estas etapas podemos ainda
31. B. acrescentar o esquecimento como forma de
conseguir espaço para novas aquisições.
Perguntas de Resposta Curta 11. Aprendizagem e memória são processos
1. Cognição indissociáveis, na medida em que só se pode
1. Processo cognitivo é uma atividade intelectual falar de aprendizagem depois de se terem
implicada na compreensão, processamento, memorizado a conduta ou conhecimento que se
utilização e comunicação do saber. adquiriu; de igual modo, não se pode falar de
2. O processo cognitivo é uma atividade complexa conduta ou conhecimento memorizado se antes
que se realiza à custa de outros processos e que não tiverem sido aprendidos.
são os seguintes: 1 – perceção, para contactar e 12. A memória a curto prazo é considerada como o
apreender os objetos; 2 – aprendizagem, para centro da consciência humana. Nela reside a
adquirir conhecimentos e condutas novas; 3 – informação que num momento determinado a
memória, para conservar o que se aprendeu. pessoa é capaz de utilizar, sendo por isso
Perceção chamada a memória de trabalho. Tem como
3. Perceção é o processo de organização e principais funções: prestar atenção ao material
interpretação da informação proveniente dos novo, selecionando-o, codificando-o e enviando-
estímulos do meio, de modo a identificarmos os o para a memória a longo prazo e recuperar a
objetos e acontecimentos significativos que nele informação da memória a longo prazo quando
ocorrem. tem de a usar. Em termos de duração, a
4. Aprendizagem é o processo que permite alterar, informação é armazenada apenas pelo período
de forma estável, o comportamento ou o que vai de alguns segundos a um minuto, caso
seja repetida. De facto, o material armazenado

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perde-se rapidamente, sobretudo se sofrer respeitam à tomada de consciência, ou
interferências. Quanto à capacidade, retém experiência do que se passa no organismo
apenas cerca de oito unidades de informação, as quando estamos emocionados.
que, em geral, constituem um número de 4. Emoções básicas são as mais próximas dos
telefone. Pode reter mais facilmente a impulsos naturais do homem, por conseguinte,
informação e em maior quantidade se esta for comandadas pelo hipotálamo e pela secção
organizada. Por exemplo, o número 089156745 simpática do sistema nervoso autónomo, sem
é mais fácil conservá-lo se for lido e repetido por que interfira qualquer esforço de racionalização.
agrupamentos: 089 156 745. Na indagação de emoções deste tipo, os
13. O sistema da memória a longo prazo psicólogos muniram-se de critérios como, por
corresponde àquilo que mais correntemente exemplo: 1 – Época em que se manifestam no ser
chamamos memória. É o “local” onde se humano. As emoções básicas são as que surgem
encontra tudo o que aprendemos espontânea muito cedo, antes que a aprendizagem social se
ou intencionalmente: experiências pessoais faça notar. 2 – Número de pessoas em que se
positivas ou negativas, conteúdos académicos, manifestam. As emoções básicas são as que
factos, conhecimentos de processos ou técnicas. aparecem na generalidade das pessoas,
As informações nela conservadas resultam de independentemente da cultura a que pertencem.
uma codificação essencialmente semântica, isto 5. Emoções secundárias são derivadas das básicas
é, processada com base no significado. O ou primárias, distinguindo-se delas, segundo
material é armazenado por um período que vai Robert Plutchik, pela intensidade. Assim, o medo
de alguns segundos até uma vida inteira, ficando é uma emoção básica. Com menor intensidade,
disponível para ser recuperado e utilizado pela torna-se timidez, e, com maior, torna-se pânico.
memória a curto prazo. A recuperação pode ser Segundo A. Damásio, as emoções secundárias
muito simples, como, por exemplo, lembrar o envolvem já aprendizagem e representações de
nome das pessoas da família, ou muito difícil, estímulos e respostas anteriores, avaliadas como
como recordar o nome de uma pessoa que nos boas ou más. Por outras palavras, as emoções
apresentaram há anos e com quem nunca mais secundárias implicam já a intervenção do córtex
estivemos. A recuperação de certos cerebral.
conhecimentos pode ser tão difícil que exija o 6. As alterações fisiológicas que acompanham a
recurso a estratégias especiais. emoção são as seguintes: 1 – Respiração
14. O esquecimento é um processo que só a partir de ofegante. 2 – Tremuras musculares. 3 – Rubor ou
determinados limites se pode considerar como palidez do rosto. 4 – Dilatação das pupilas. 5 –
negativo, por fazer desaparecer uma parte Aceleração do ritmo cardíaco. 6 – Aumento da
considerável daquilo que se aprende. pressão arterial. 7 – Decréscimo da secreção
Atendendo a que a memória não tem poderes salivar, provocando secura na boca e na garganta.
infinitos, o esquecimento torna-se positivo, ao 8 – Libertação de açúcar pelo fígado. 9 – Reações
criar “espaço” para novas aprendizagens. Para pilomotoras. 10 – Alterações na resistência
além disso, Freud via no esquecimento uma elétrica da pele. 11 – Alterações na composição
espécie de proteção do ego, pois, de modo química do sangue. 12 – Alterações no processo
inconsciente, o sujeito se libertava das de digestão. 13 – Estimulação das glândulas
recordações que eventualmente o faziam passar endócrinas, designadamente das suprarrenais.
por desonesto ou por algo de menos honroso. 7. O sistema nervoso autónomo, através da sua
secção simpática, mobiliza os recursos do corpo,
2. Emoção preparando-o para a ação. Atuando
1. Afetos são predisposições do indivíduo para independentemente da vontade, acelera o ritmo
reagir de modo penoso ou agradável nos vínculos cardíaco, fazendo subir a pressão sanguínea; inibe
que estabelece com as pessoas e outros a secreção salivar e estimula a transpiração; faz
elementos do mundo que o envolve. dilatar as pupilas; estimula o fígado para libertar
2. Emoção é um estado agradável ou desagradável açúcar no sangue e as suprarrenais para
do organismo, geralmente de curta duração e produzirem adrenalina.
grande intensidade, como reação a um 8. O sistema nervoso central participa no controlo
acontecimento inesperado, que interfere na das emoções através de alguns dos seus
relação que o sujeito estabelece com a realidade. constituintes. Assim, o S.A.R. avalia a informação
3. Segundo Damásio, as emoções são de natureza sensorial, chamando a atenção do córtex para a
fisiológica, enquanto os sentimentos são de que é suscetível de desencadear emoções. O
natureza psicológica. As emoções dizem respeito hipotálamo ativa o sistema simpático para
a um conjunto de alterações com que o corpo desencadear as alterações fisiológicas
responde imediata e automaticamente a uma imprescindíveis à defesa orgânica em estados de
situação inesperada do meio. Os sentimentos emergência. O córtex cerebral também intervém,
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mas de preferência nas emoções secundárias, ou 13. Segundo Damásio, existem duas posições
seja, naquelas cuja manifestação implica interpretativas do modo como a mente humana
aprendizagem e certo controlo racional. decide. Uma, de índole racionalista, é a que vê
9. Só o próprio é capaz de aceder à vivência da na razão a capacidade decisora, a qual não pode
emoção, pelo que apenas ele é capaz de relatar ser perturbada pelas emoções, consideradas
os aspetos conscientes do que se passa consigo. obstáculo à sua atividade. Servindo-se deste
Ora, a sua descrição carece de rigor, sendo vários processo, a razão necessita de ponderar,
os entraves à objetividade do relato: 1 – As analisar a situação, refletir sobre as estratégias e
pessoas têm dificuldade em observar-se a si avaliar os riscos da ação, antes de tomar
próprias. 2 – A tomada de consciência da emoção qualquer decisão. Este processo torna-se
faz com que esta se altere. 3 – As descrições são cansativo e moroso, não compatível com
baseadas na memória, pelo que podem falhar. 4 – situações que reclamem resposta urgente. A
As pessoas não dispõem de linguagem objetiva outra interpretação, perfilhada por Damásio,
para transmitir o que se passa consigo. atribui às emoções um papel imprescindível nas
10. Fala-se de universalidade das emoções a tomadas de decisão. As decisões resultam da
propósito das básicas, isto é, daquelas que se intervenção do marcador-somático, espécie de
manifestam muito cedo e que se observam na campainha de alarme que, avaliando
generalidade das pessoas das diferentes rapidamente as situações, envia mensagens de
culturas. Trata-se de emoções que têm base agrado ou repulsa ao sujeito que, dessa forma,
inata e cujo controlo é feito essencialmente pelo fica a saber se deve ou não deve agir. Porém, se
S.A.R. e pelo hipotálamo, que põe em ação o o sujeito for privado de emoções, permanecerá
sistema sim pático. O carácter universal das indeciso, porque o marcador-somático não
emoções foi comprovado por Paul Ekman que fornece qualquer indicação. De base orgânica, o
organizou trabalhos a nível internacional em marcador atua pela modificação de padrões
que as pessoas de diferentes culturas neuronais inatos, mas a sua ação é mais eficaz
identificaram de modo semelhante fotografias com as achegas das aprendizagens em que se
de rostos reveladores de emoções. associaram sensações de agrado ou desagrado a
11. A expressão das emoções regula-se por normas determinadas ocorrências.
culturais específicas. Tais normas são
particularmente sentidas a nível das emoções 3. Conação
secundárias e definem, por exemplo, onde e 1. Os processos conativos são processos mentais
quando o riso ou o choro são adequados ou que impulsionam o ser humano para a realização
inadequados, em que situações o ciúme e a de ações deliberadas. A conação refere-se aos
inveja são tolerados, a que propósito é lícito ter processos que permitem às intenções
medo, etc. Otto Klineberg dá exemplos de concretizarem-se em ações. Perspetivando os
gestos e sinais usuais em dadas culturas para processos conativos desta forma, está a
exprimir emoções que entre nós têm significado restringir-se a conação aos atos resultantes das
diferente. David G. Meyers considera que se decisões humanas, excluindo todos os que são
admitirmos uma linguagem universal para praticados sem intervenção da vontade.
expressar emoções, as culturas diferem no 2. Os atos voluntários envolvem a participação ativa
modo e na intensidade com que a usam. de um sujeito autónomo que, antes de agir,
12. Pensava-se que as emoções dificultavam o pondera os seus atos, escolhe os meios de os
exercício da razão. Diferentemente, os estudos praticar e pensa, de modo responsável, nas
de Damásio vieram mostrar o contrário, ou seja, consequências que desses atos podem advir.
que a emoção favorece a racionalidade. As suas Diferentemente, os involuntários dispensam a
investigações foram feitas a partir de pessoas intervenção da vontade, sendo executados de
(Phineas Gage e Elliot) com incapacidade prática forma automática e habitual. Dizem respeito a
no campo das decisões e no da realização de atos como os reflexos simples, as reações
projetos coerentes e escolhas acertadas. Depois habituais e os que garantem o funcionamento dos
de inúmeros estudos neurocientíficos, chegou à nossos órgãos internos.
conclusão de que as deficiências daqueles 3. Os atos humanos apresentam as seguintes
pacientes se deviam a lesões no córtex pré- características: 1 – São conscientes. 2 – São
frontal que os privara de emoções. Segundo voluntários. 3 – São intencionais. Enquanto
Damásio, a carência de emoções reflete-se conscientes, são atos realizados por um sujeito
negativamente no funcionamento prático da que sabe exatamente aquilo que está a fazer.
mente, determinando incapacidades a nível Enquanto voluntários, são premeditados por um
pessoal e de relacionamento social. sujeito que quer fazer aquilo que faz porque o

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decidiu de modo livre. Enquanto intencional, são perseverança e com a coragem de não desistir
atos de um sujeito que sabe para que age, ou dos nossos intentos, mesmo que nos surjam
seja, sabe aquilo que se propõe atingir com a barreiras difíceis de transpor. É que a realização
ação que quer realizar. pessoal não se consegue com o mero passar do
4. Os elementos que a psicologia tradicional tempo. Não se trata de uma promoção
distingue no ato voluntário são os seguintes: automática, mas de uma construção ativa e
conceção, deliberação, decisão e execução. A empenhada em que se exige vigor e
conceção, também designada por projeto, refinamento de competências: força de
consiste na representação de um objetivo ou fim vontade, firmeza de carácter, criatividade,
a alcançar. A deliberação consiste na ponderação compreensão dos problemas, espírito aberto e
das vantagens e inconvenientes de uma capacidade de autocrítica. Requer-se ainda
determinada ação. A decisão é a escolha ou desejo de enfrentar situações novas, coragem
determinação da vontade por uma conduta entre para assumir riscos e aptidão para escolher o
várias possíveis. A execução é a concretização do que é importante e oportuno.
que se decidiu fazer. 13. A vontade é uma capacidade humana
5. Dado que o ser humano não dispõe de programas identificada com o poder de escolha. Ora, a
fechados de ação, tem de lançar mão de liberdade de escolher acarreta a
capacidades especiais, isto é, tem de pensar, responsabilidade por aquilo que se escolhe e
refletir, antes de tomar decisões muitas vezes pelas consequências daquilo que se escolhe.
difíceis e arriscadas. Não sendo a expressão direta Não é fácil escolher, em virtude de a vontade
de um querer imediato, os catos humanos não ser infalível, não ser uma capacidade que
exigem, pois, séria ponderação, a fim de se decida de forma inequívoca e perfeita. Ela é
reduzirem as hipóteses da ocorrência de erros e sensível à ignorância, a preconceitos, ao
efeitos indesejáveis. temperamento pessoal, a desejos e paixões, que
6. Tendências ou motivações são disposições muitas vezes se constituem como forças em
internas de um organismo para efetuar colisão. Neste palco de contradições em que se
determinadas ações ou facilitar a sua execução. movem forças em conflito, a vontade tem de ser
7. Tendência e motivação são conceitos sinónimos, capaz de gerir tudo isto, de preterir muitos
na medida em que ambos se referem a aspetos em favor de outros, de conseguir
disposições internas de um organismo para agir. imparcialidade bastante para deliberar com
Uma e outra se traduzem por carências de que acerto, a fim de que as decisões sejam as mais
nasce o impulso ou energia condutora dos corretas.
comportamentos. 14. A vontade é o elemento racional da conação.
8. As tendências primárias correspondem a Por maiores que sejam os condicionalismos a
necessidades básicas e são predisposições inatas, interferir nas nossas decisões, é sempre a
ou seja, independentes da aprendizagem. As vontade que tem o poder de dizer sim ou dizer
tendências secundárias correspondem a não, de decidir fazer ou não fazer. Os motivos
necessidades que surgem por influência social e, que interferem podem apresentar-se com vigor,
consequentemente, são adquiridas por mas a sua força foi-lhes conferida pela vontade
aprendizagem. humana que os elegeu como elementos
9. As tendências individuais visam a satisfação de preponderantes. A este respeito, a vontade é
interesses próprios do sujeito, e a sua satisfação irredutível, não podendo ser ignorada ou
garante a sobrevivência e o progresso do camuflada atrás de preconceitos, paixões,
indivíduo em termos de satisfação pessoal. desejos ou interesses. Ela é sempre a expressão
Podem ser orgânicas, como a tendência para de um eu que reflete, que quer, que decide e
comer e beber, movimentar-se e dormir, ou que tem de se responsabilizar pelas
psicológicas, como a imitação, o amor-próprio e a consequências dos atos que leva à prática.
ambição.
10. As tendências sociais são as que visam o 4. Identidade
relacionamento do indivíduo com os 1. O ser humano tem uma base biológica constituída
semelhantes, sendo fundamentais para a pelo corpo com os seus aspetos anatómicos e
manutenção da vida em grupo. Entre elas, o fisiológicos ligados ao funcionamento dos seus
gregarismo, a competição e a partilha. órgãos internos. Pelo papel que representam no
11. As tendências ideais são as que visam promover funcionamento orgânico e nos comportamentos,
a concretização de valores, sejam eles de ordem são de destacar os sistemas nervoso e hormonal.
intelectual, moral, estética ou religiosa. 2. Se o corpo é de natureza biológica, todos os
12. O esforço de realização diz respeito ao comportamentos efetuados por seu intermédio, à
empenhamento que colocamos na prossecução exceção dos reflexos simples, são de carácter
dos nossos objetivos. Relaciona-se com a sociocultural, por sofrerem influência de regras e
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padrões sociais. Alimentar-se, ter relações satisfação destas condições mínimas de vida exige
sexuais, comunicar com os outros, chorar, sorrir, um emprego e o cumprimento de horários que
saudar as pessoas, apanhar o autocarro, ir à transformam os relógios, os meios de transporte,
escola ou ao cinema são condutas que implicam as cantinas, etc., em necessidades básicas que
atos de natureza sociocultural. têm de ser satisfeitas.
3. A perspetiva biossociocultural da mente é 8. Necessidade e desejo são os impulsionadores
defendida por vários pensadores, nomeadamente básicos dos atos humanos. Porém, na maior parte
por Edgar Morin, que concebem o ser humano, a dos casos é difícil saber se o que nos move é a
mente, como um conjunto de estruturas globais necessidade ou o desejo. Em alguns casos, as
em que todas as dimensões se implicam necessidades confundem-se com os desejos. Em
mutuamente. Deste modo, não há aspetos outros, os desejos são derivações das
naturais da mente para um lado e aspetos sociais necessidades.
para outro; não há cisão entre comportamentos 9. A intervenção da mente no quotidiano
exclusivamente biológicos ou exclusivamente caracteriza-se por ser: 1 – Espontânea, isto é,
culturais. Qualquer aspeto referente à mente destituída de reflexão critica. 2 – Provável, ou
humana, qualquer ato, o próprio homem, são seja, sem garantia absoluta de que ocorram os
simultânea e totalmente biológicos, totalmente efeitos esperados. 3 – Pragmática, visando
sociais, totalmente culturais. Natureza, biologia, resultados que surgem como efeitos diretos das
sociedade e cultura constituem um todo atuações. 4 – Generalizadora, o que significa que
indissociável no homem. tende a tomar por regra geral o que não passa de
4. As necessidades alimentares são de natureza incidentes particulares.
biológica, reguladas pelos centros ativador e 10. O pensamento é uma sequência interna de atos
inibidor da fome, situados no hipotálamo, mas o mentais dirigidos para um objetivo final que
que escolhemos para as atender e o modo como consiste na resolução de problemas.
comemos são de influência cultural. A 11. Os conceitos são uma forma de economia
alimentação torna-se, assim, num ritual, mental porque cada um deles se aplica a todos
celebrado de modos diferentes conforme as os seres de uma espécie. O seu carácter eco nó -
sociedades. mico permite-nos fazer juízos e raciocínios sobre
5. O impulso sexual, desencadeado pelo sistema muitas coisas na sua ausência e sem ter que
hormonal e por centros hipotalâmicos, é de base designar cada uma delas.
orgânica, mas é incrementado pela perceção de 12. Normalmente, a resolução de um problema
indícios ou sinais sexuais cujo significado varia de implica o prosseguimento de quatro etapas: 1 –
umas culturas para outras e é socialmente Definição do problema – A dificuldade a resolver
aprendido. Além disso, o entendimento entre tem que ser conceptualizada e definida de modo
pares e a consumação do ato efetua-se de acordo explícito. 2 – Escolha de estratégias – Passam-se
com hábitos culturais, variáveis com o tempo e em revista hipóteses solucionadoras possíveis,
com os agrupamentos humanos. atendendo à sua exequibilidade e eficácia. 3 –
6. Por princípio, as necessidades correspondem a Aplicação – Põe-se em prática as estratégias
carências orgânicas que, se não forem atendidas, escolhidas. 4 – Verificação da eficácia – Se uma
põem em risco a sobrevivência individual. Isto estratégia resultar, o problema fica resolvido.
significa que não podem ser racionalmente Caso nenhuma delas resulte, há que
controladas. Já os desejos levam a reconsiderar outras hipóteses de solução.
comportamentos que, se não forem efetuados, 13. A imaginação reprodutora refere-se ao poder de
não deixam o organismo na iminência de evocar imagens provenientes de perceções
desaparecer. Relacionando-se com aprendizagens anteriores, reestruturando-as de forma original,
de natureza psicossocial, os desejos podem ser de modo a produzir padrões afastados dos
controlados pelo sujeito que os submete a dados sensoriais. A imaginação criadora consiste
processos de racionalização. em estabelecer combinações de elementos que
7. Geralmente conceptualiza-se a necessidade como nunca foram percecionados. Neste sentido,
sendo de origem orgânica e visando a imaginação é sinónimo de fantasia, colocando
sobrevivência. Contudo, este conceito tem de ser algo de diferente em relação à perceção.
alargado em função de dados contextos culturais. 14. Dá-se o nome de criatividade à competência dos
De facto, há sociedades que têm como bá- sicas seres humanos para dar origem a qualquer coisa
necessidades que noutras culturas não existem de inédito, sentida como criação sua.
ou figuram como desejos. Numa sociedade 15. O pensamento criador necessita de percorrer
industrializada, as necessidades básicas não se quatro etapas essenciais: 1 – Preparação.
confinam à alimentação, vestuário e abrigo. A Consiste na investigação e recolha de dados

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relacionados com o trabalho a desenvolver. outros, resultante da interação com as
Estudar, treinar, refletir, adquirir experiências por que passa ao longo da vida.
conhecimentos, refinar técnicas são algumas das 21. A identidade pessoal caracteriza-se pelo
atividades que precedem a execução do seguinte: 1 – É uma construção global e
trabalho. 2 – Incubação. É uma fase de latência interativa, isto é, as componentes hereditárias,
em que os investigadores ou criadores, ambientais, fisiológicas, psicológicas,
desiludidos por não descobrirem a chave do emocionais, morais, sociais e culturais
problema, desistem das indagações. 3 – interagem umas sobre as outras, constituindo
Iluminação. Também chamada inspiração, uma totalidade organizada. 2 – É uma
consiste na descoberta do resultado, que surge construção dinâmica e aberta, ou seja, sujeita a
normalmente de forma súbita, como reorganizações constantes em função dos
consequência de associações inconscientes de diferentes contextos. 3 – É uma construção
dados durante a incubação. 4 – Verificação. As social e cultural, quer dizer, fruto de uma
soluções encontradas são submetidas a controlo sociedade que é condição de realização livre e
para apurar a sua validade. responsável da pessoa. 4 – É uma construção
16. Quando se diz que o ser humano é o criador da aglutinadora e significativa, ou seja, resultante
realidade não se pretende aludir ao poder que a de uma assimilação ativa do sujeito que
ciência e a tecnologia lhe conferem para criar seleciona os elementos que integra, em função
objetos e intervir no mundo físico, alterando- -o. do sentido que ele próprio lhes confere.
Criar a realidade, neste contexto, significa ser
capaz de produzir significados com que se Tema 3 – Eu com os outros – As relações
atribuem novos sentidos ao mundo. precoces e as relações interpessoais
17. Entre os seres humanos reina a diversidade.
Cada homem é um ser único, construindo a sua Perguntas de Escolha Múltipla
identidade a partir de uma história pessoal em 1. C.
que o seu encontro com o mundo se reveste de 2. B.
características ímpares. Porém, esta diversidade 3. D.
não invalida a existência de uma estrutura 4. B.
comum que os irmana: todos são pessoas, todos 5. D.
possuem um corpo, todos são permeáveis a 6. B.
influências sociais, todos produzem cultura, 7. A.
todos têm capacidades especiais de 8. B.
aprendizagem, todos têm o poder de se 9. C.
autoconstruir, etc. Quer dizer, para lá da 10. A.
diversidade, há uma unidade comum a toda a 11. B.
espécie. 12. A.
18. A vida mental é o reflexo da nossa história 13. D.
pessoal de vida. Os modos de ver, pensar, sentir 14. B.
e agir formam-se na interação que 15. A.
estabelecemos com o meio físico e humano. As 16. D.
vivências que ocorrem nos primeiros tempos de 17. D.
vida têm impacto na formação do carácter, 18. C.
influenciando os nossos valores, princípios, 19. A.
prioridades, conceções de vida, expectativas, em 20. C.
suma, o nosso modo de nos relacionarmos com 21. B.
os outros. Outro momento significativo é a 22. D.
adolescência em que a influência dos pares 23. D.
parece superior à parental. Pretendendo 24. D.
desbravar, por si só, o seu próprio caminho, o 25. A.
adolescente opõe- -se muitas vezes ao adulto, 26. A.
sem que isto signifique que resista à sua 27. A.
influência. 28. A.
19. O autoconceito é de ordem intelectual e refere- 29. B.
-se ao que o sujeito sabe a seu respeito; a
autoestima é de ordem afetiva e refere-se ao Perguntas de Resposta Curta
apreço que o sujeito tem por si mesmo. 1. Relações precoces
20. A identidade pessoal é o modo singular e 1. Se bem que algumas competências exigidas a
idêntico de existir, e de ser reconhecido pelos uma mãe se relacionem com a biologia, a maior

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parte delas são desenvolvidas por aprendizagem fique comprometido. Erik Erikson chama a
no seio social. Por isso, tanto o pai como outras atenção para a necessidade de a criança
pessoas podem assumir o papel de “mãe”, se ultrapassar com sucesso o seu primeiro conflito
fizerem as aprendizagens adequadas. O que é existencial, a fim de que se desenvolva a
preciso é que amem a criança, disponham de esperança de, em fases posteriores, conseguir um
tempo para a educar e lhe prestem os cuidados relacionamento social gratificante. No seu
necessários. conjunto, estes psicólogos evidenciam caracteres
2. Em termos psicoafectivos, mãe é um adulto que distanciam a criança do velho conceito que
significativo que dispõe de tempo para dedicar à fazia dela um tubo digestivo com necessidades
criança, mostrando-se capaz de lhe proporcionar essencialmente reduzidas à esfera orgânica.
experiências positivas e estimulantes e de lhe 7. Há competências maternais que são naturais e
dispensar a atenção e o afeto de que necessita. inatas, relacionadas com a biologia.
3. A primeira relação que a criança estabelece com Manifestando-se com a gravidez, prolongam a
um adulto é o que se designa por vinculação e se sua ação ao longo da amamentação do bebé.
caracteriza pelo desenvolvimento de uma forte Fundamentalmente, trata-se do desenvolvimento
ligação afetiva da criança em relação à mãe. das glândulas mamárias, cujo papel principal
Nesta ligação gera-se um clima de emotividade consiste na produção de leite para o alimentar. O
em que o sentimento de dependência é seu desenvolvimento é estimulado pela
compensado pelo facto de se sentir querida e progesterona, segregada pelos ovários, e pela
amada pela mãe. Esta relação é o ponto de prolactina, segregada pela hipófise.
partida básico da estruturação das relações 8. Além dos mecanismos associados à produção de
sociais que futuramente a criança estabelecerá, leite, as competências maternais são adquiridas
cujo êxito ou inêxito dependem do carácter por aprendizagem social. Isto significa que, se
gratificante ou frustrante vivido nesta vinculação. uma mulher não presenciar condutas maternais,
4. Tradicionalmente associava-se o conceito de não se informar junto das mães do seu grupo e
imaturidade infantil às ideias de passividade e de cultura, não ler artigos em livros e revistas sobre
incompetência, vendo-se a criança como um ser temas materno-infantis ou não frequentar cursos
desprovido de capacidades e indiferente ao específicos de puericultura, não saberá o que
mundo. Atualmente, vê-se a criança como um ser fazer para cuidar adequadamente de uma
ativo, dispondo de necessidades que reclamam criança.
ser satisfeitas e de competências apropriadas à 9. Harlow realizou experiências com macacos
sua idade que têm de ser estimuladas e criados por duas mães artificiais: uma de ara me,
desenvolvidas. A imaturidade da criança concebe- outra de veludo. A primeira tinha um dispositivo
se como dependência em relação ao adulto, mas que permitia aos macaquinhos alimentarem-se. A
não como falta de aptidão, incompetência ou outra, revestida de material felpudo,
indigência. proporcionava-lhes um contacto macio e
5. Desde o nascimento que a criança é um ser ativo agradável. Era a esta que os pequenos animais se
e desperto para o mundo. É portadora de abraçavam, permanecendo junto dela a
necessidades específicas que têm que ser reivindicar o conforto que a "mãe de arame" não
satisfeitas e de capacidades à espera de serem lhes podia dar. Mesmo com fome, ou quando
desenvolvidas. Possui sentidos que a abrem ao queriam explorar objetos, procuravam não
mundo e reflexos para lhe reagir. Começa a perder o contacto com a mãe mais confortável.
relacionar-se com os outros, dispondo de formas Na presença de algo estranho, agarravam-se à
de interação, das quais se destaca o choro, o “mãe de veludo”, procuravam acalmar-se, e só
sorriso e os gestos, que são uma espécie de depois iam observar o que se passava. A
linguagem. exploração do meio era cautelosamente feita,
6. Ao acentuar o carácter ativo da criança e a usando a mãe como base de proteção e apoio.
necessidade que ela tem de desenvolver Harlow concluiu que, após estabelecido o vínculo
capacidades específicas, a psicologia do com a “mãe felpuda”, esta funcionava como
desenvolvimento contribuiu para um novo proteção, capaz de subtrair os pequenos animais
conceito de infância. Assim, Jean Piaget acentua a ao sentimento de medo em face de situações
necessidade de a criança desenvolver os estranhas. A “mãe felpuda” dava-lhes segurança,
esquemas de ação e cuja maturação permitirá a contributo importante para o desenvolvimento
instalação de esquemas de pensamento. Sigmund da autoconfiança e autonomia.
Freud insiste na necessidade de as primeiras 10. Jacques-Philippe Leyens considera que quanto
vivências serem proporcionadoras de prazer, a mais forte e gratificante for o vínculo do filho
fim de que o desenvolvimento emocional não em relação à mãe, mais independente ele se

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torna, em virtude da segurança que esse vínculo 15. As consequências em crianças da privação de
lhe confere. É que uma vinculação bem estímulos humanos são negativas, muito
estabelecida significa segurança e confiança, semelhantes às verificadas em macacos:
sentimentos que garantem ao bebé elevado aberrações no desenvolvimento social e
grau de autonomia. emocional, que podem ir da procura obsessiva e
11. A vinculação às mães, por parte dos bebés, doentia de afeto à indiferença em relação ao
tanto humanos como primatas, pode ser vivido adulto. A indiferença é a conduta mais
de modo gratificante ou penoso. No primeiro generalizada, sendo muitos os casos de evitação
caso, os sentimentos nutridos são geradores de de pessoas, de isolamento e apatia,
confiança, pelo que os bebés se sentem aptos a permanecendo agarrados à barra da cama, ou
estabelecer novos e benéficos contactos sociais. baloiçando-se, de rosto inexpressivo.
Ao invés, as experiências negativas traumatizam Observações futuras revelaram casos de défice
os bebés, que podem não tentar estabelecer intelectual, nomeadamente em relação à
novas relações ou fazê-lo desconfiadamente e linguagem e raciocínio abstrato, e de
dominados pelo medo. Experiências com perturbações sociais e emocionais: indiferença,
primatas e observações de seres humanos agressividade e delinquência.
levaram ao estabelecimento de uma relação 16. Resiliência é a capacidade para enfrentar,
direta entre perturbações na vinculação e vencer e ser fortalecido por experiências
desequilíbrios nos relacionamentos social e adversas.
emocional. 17. Entre os principais fatores da resiliência contam-
12. Observações em crianças de tenra idade se os seguintes: 1 – Otimismo, que se relaciona
efetuadas por Bowlby levaram-no a concluir que com a esperança de que as coisas talvez não
as crianças, quando afastadas da família por sejam dramáticas e que podem melhorar. 2 –
períodos superiores a três meses, vêm a sofrer Autoconfiança, ou crença de que a pessoa tem
de perturbações que se desenvolvem por fases: recursos suficientes para resolver a situação. 3 –
Inicialmente, há uma fase de desespero. Em Conhecimento da situação, ou consciência das
seguida, surge irritação e cólera. Por último, as causas e circunstâncias reais do problema. 4 –
crianças ficam indiferentes e apáticas. Autodomínio, ou controlo dos impulsos,
13. Vinculação é a tendência manifestada pelos mantendo um estado de serenidade. 5 –
seres vivos de várias espécies para, nos Empatia, ou relação de compreensão intuitiva
primeiros tempos de vida, se ligarem do outro e das suas reações. 6 – Relacionação,
emocionalmente à mãe, permanecendo junto ou capacidade para conseguir redes de apoio.
dela, ou de outro adulto de que eventualmente
dependam. 2. Relações interpessoais
14. Harlow manteve macaquinhos-bebés em jaulas 1. Impressões sociais são noções criadas no
vazias, em completo isolamento, sem contacto contacto com as pessoas, fornecedoras de um
com ninguém. Quando o isolamento era quadro interpretativo para as julgarmos no que
superior a um ano, os animais tornavam-se elas são e nas suas condutas.
inadaptados, manifestando problemas sociais e 2. A categorização social consiste numa construção
emocionais. Abraçavam-se a si próprios ou de quadros conceptuais de apreensão dos outros
mordiam-se, autopremiando-se ou e do mundo, com base na semelhança das suas
autopunindo-se, e efetuavam movimentos propriedades. De uma maneira geral, consiste em
oscilantes como se estivessem num baloiço. incluir indivíduos em categorias ou classes. Allport
Colocados em contacto com outros macacos desenvolve o conceito de categorização social,
criados normalmente, não brincavam, não os fazendo dela: 1 – Uma inclusão de pessoas, coisas
perseguiam nem respondiam aos seus ataques e acontecimentos singulares em conjuntos
agressivos. Esta inadaptação persistiu em idades familiares, previamente organizados. 2 – Uma
futuras, mostrando-se incompetentes em integração de um máximo de informação num
questões sexuais e inaptos nas relações conjunto. 3 – Uma identificação rápida de objetos
parentais. Alguns machos tornaram-se e acontecimentos portadores de marcas ou sinais
sexualmente indiferentes, e os que tentavam próprios das categorias ou grupos em questão. 4
acasalar agarravam-se indiscriminadamente a – Uma atribuição de um conjunto de ideias e
macacos de qualquer sexo, não conseguindo emoções aos objetos categorizados que, assim,
qualquer tipo de relacionamento. As fêmeas passam a fazer parte de cada um deles.
resistiam às solicitações dos machos normais e, 3. Solomon Asch fez estudos no sentido de
fecundadas artificialmente, não mostravam comprovar que, quando criamos uma impressão
amor pelos filhos, antes os maltratavam e de uma pessoa, organizamos as suas qualidades
mordiam. de modo a que os traços centrais conferem
significação global a todos os outros. A
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experiência de Asch consistiu no seguinte: Os Por exemplo, a pessoa que sabe que o tabaco
sujeitos de dois grupos teriam que dar a sua prejudica a saúde e continua com o hábito de
opinião acerca de uma pessoa a partir de uma fumar vive em estado de dissonância cognitiva, o
lista de sete traços de personalidade – que a perturba psicologicamente. Daí que, tendo
inteligente, habilidoso, laborioso, caloroso, optado pelo prazer do cigarro, tente atenuar a
determinado, prático e cauteloso – que foi contradição em que vive, alterando a sua
entregue ao grupo A. A lista entregue ao grupo B convicção acerca dos malefícios do tabaco.
era igual, apenas com uma diferença: o traço Distorce, então, a realidade dos factos com
“caloroso” foi substituído pelo traço “frio”. A argumentos que só o convencerão a si próprio: há
generalidade das pessoas do grupo A tendeu a quem fume e morra de velho e há quem não
descrever a pessoa como generosa e bem- fume e morre novo.
humorada, enquanto no grupo B as descrições 9. Segundo Jodelet, uma representação social é uma
insistiam numa pessoa pretensiosa e antipática. A modalidade de conhecimento, socialmente
hipótese de Asch foi confirmada, pois os traços elaborada e partilhada, com um objetivo prático,
“caloroso” e “frio” subjugaram os outros. e contribuindo para a constituição de uma
4. Expectativas são atitudes psicoafectivas que, face realidade comum a um conjunto social.
a certos indícios, permitem ao indivíduo efetuar 10. As representações sociais têm por função doar
antecipações em relação a determinadas sentido às coisas e orientar as condutas das
ocorrências sociais. pessoas. Nas sociedades contemporâneas, elas
5. O efeito de primazia é um conceito de que Asch são uma espécie de senso comum que dá aos
se serviu para explicar como as primeiras seres humanos interpretações dos
impressões são determinantes na organização das acontecimentos e, simultaneamente,
nossas cognições. De acordo com este conceito, orientações de atuação prática.
as primeiras impressões recolhidas de uma 11. A objetivação é uma forma de organização dos
pessoa condicionam as eventuais avaliações que elementos da representação e o percurso que
futuramente fizermos a seu respeito. Numa efetuam até exprimirem uma realidade pensada
situação experimental, Asch pediu aos indivíduos que é tida como natural ou material.
de dois grupos que dessem a sua opinião sobre 12. Ancoragem é um processo cognitivo que
uma pessoa que apresentava como caracteres consiste em recorrer a noções conhecidas para
principais os constantes de uma lista. As listas induzir a compreensão de outros conceitos ou
apresentadas aos dois grupos continham os situações e agir em conformidade com eles.
mesmos caracteres, mas indicados por ordem 13. Os fatores da cognição social coincidem
inversa: no grupo A, a lista iniciava-se com os essencialmente com os agentes de socialização.
caracteres positivos “inteligente” e “laborioso”; Neste sentido, devem referir-se os grupos em
na lista B, estes caracteres vinham no fim e a lista que nos fomos inserindo, a sociedade em geral,
começava com “invejoso” e “teimoso”, os últimos o processo educativo e os meios de
da lista A. Como Asch esperava, as características comunicação social. A influência da família é
que iniciavam as listas imprimiram-se nos particularmente notável durante a infância,
sujeitos, levando a descrições diferentes. sendo os pais responsáveis por grande número
6. Atitudes são predisposições adquiridas e das nossas cognições. À medida que os jovens se
relativamente estáveis que levam os indivíduos a vão integrando noutros grupos, a família perde a
reagir de forma positiva ou negativa em relação a sua hegemonia, aparecendo-nos na
objetos de índole social. adolescência praticamente preterida pelos
7. As atitudes são compostas por três elementos: 1 pares, cujo papel é significativo na formação das
– Elemento intelectual – crença que pode ser representações. Especialmente na infância e
expressa por um juízo e corresponde ao que adolescência, a educação familiar e escolar são
sabemos sobre o objeto da atitude; 2 – Elemento poderosos atuantes na formação e organização
emocional – sentimentos que nutrimos acerca das nossas cognições. A idade adulta é uma fase
das coisas e que determinam uma avaliação de maior resistência à influência dos outros, o
positiva ou negativa a seu respeito; 3 – Elemento que não significa que não se mude de opinião
comportamental – resultado da combinação dos em muitos aspetos. Em todo este processo
dois constituintes anteriores, consiste numa evidenciam-se também os meios de
predisposição para vir a atuar de determinada comunicação audiovisual, especialmente a
forma. televisão e a Internet, que dispõem de formas
8. Dissonância cognitiva é, segundo Festinger, a sugestivas e quase mágicas de se introduzirem
existência simultânea de cognições na organização do universo cognitivo das
contraditórias, pelo que não se ajustam entre si. pessoas.

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14. Norma social, segundo Sherif, é uma escala de 1 – Autoconfiança. Quanto maior for o sentido
referência ou de avaliação que define uma de autonomia e de autoestima de uma pessoa,
margem de comportamentos, atitudes e menor será a sua tendência para o
opiniões, permitidos ou condenáveis. conformismo. 2 – Unanimidade. O número de
15. Designa-se por normalização o estabelecimento pessoas concordantes não influi no
de normas sociais com base na influência conformismo, mas sim o acordo unânime.
recíproca dos membros de um grupo de Outros investigadores detetaram um terceiro
indivíduos, hesitantes quanto aos modos elemento, que é o contacto visual, também
convenientes de pensar e de agir. incrementador do conformismo.
16. M. Sherif explorou o efeito autocinético em 20. Obediência é a tendência das pessoas para se
experiências laboratoriais para averiguar as submeterem e cumprirem normas e instruções
capacidades de normalização individual e co definidas e ditadas por outrem.
letiva. Numa sala às escuras, os sujeitos 21. Sob o falso pretexto de estudar o efeito das
submetiam-se à experiência da ilusão percetiva punições sobre a aprendizagem de pares de
da deslocação de um ponto luminoso, tendo palavras, o sujeito ingénuo desempenhava o
que avaliar a distância que o ponto percorria. A papel de professor e recebia ordens para
nível individual, os sujeitos chegaram carregar num botão de um painel que
brevemente à regularidade de um padrão de supostamente provocaria um choque elétrico,
avaliação, o que levou Sherif a concluir que cada sempre que o aluno, colocado noutra sala,
pessoa tende a elaborar as suas próprias normas cometia um erro. Os choques aumentavam 15
quando elas não existem. A nível de grupo, e volts, de erro para erro, podendo atingir os 450,
experimentando com pessoas que previamente mais que suficientes para matar o “aluno”, caso
tinham já elaborado a sua norma pessoal de a quantidade de erros fizesse chegar a esse
avaliação, Sherif verificou que as normas in ponto. Evidentemente, o “aluno” era um sujeito
dividuais vão sendo substituídas por uma norma conivente a colaborar com o investigador, e que
geral, a qual resulta de ajustes motivados pelo dava erros propositados e gritava com fingidas
confronto intergrupal. Com a repetição de uma dores alucinantes, sempre que o “professor”
variedade e multiplicidade de experiências do carregava no botão. Das muitas experiências
efeito autocinético, Sherif chegou às conclusões feitas, Milgram concluiu que 65% das pessoas
seguintes: 1 – Há uma tendência individual e lhe obedeciam, aplicando choques que
coletiva para organizar os dados da experiência, aumentavam progressivamente 15 volts até
mesmo que não se disponha de qualquer atingir os 450, isto é, aceitavam realizar um
referencial objetivo para a execução de tal comportamento mortal.
tarefa. 2 – A influência dos outros torna-se 22. Milgram enumerou quatro fatores da
decisiva na elaboração das normas sociais. obediência: 1 – Autoconfiança. Quanto mais
17. Conformismo é a tendência das pessoas para autoconfiantes, menos obedientes se
aproximarem as suas atitudes e apresentam as pessoas. 2 – Desejo de ser aceite.
comportamentos das atitudes e No pressuposto que a obediência é premiada e a
comportamentos dos outros elementos do desobediência punida, as pessoas submetem-se
grupo. às ordens das pessoas influentes do grupo com
18. Solomon Asch provou a tendência para o o propósito de nele serem admitidos. 3 – Desejo
conformismo com uma experiência em que um de agradar. As pessoas obedecem, tentando
sujeito tinha que selecionar, entre três linhas de “cair nas boas graças” das pessoas que sobre
comprimento desigual, traçadas num cartão, a elas exercem forte poder de atração. 4 –
que era do comprimento de uma outra linha, Autoridade. A autoridade dos que julgamos
observada noutro cartão. As provas não tinham superiores ou que por outro motivo admiramos
dificuldades de maior, a não ser a presença de é fator que incrementa a tendência para lhe
sujeitos coniventes com o experimentador, obedecermos. 5 – Atração pessoal. As pessoas
instruídos para, a partir da segunda prova, tendem a submeter-se à influência das
começarem a dar todos a mesma resposta qualidades atrativas de uma personalidade. 6 –
errada. Embora reconhecendo inicialmente que Credibilidade. As pessoas obedecem com mais
as respostas não podiam ser as dadas pelos facilidade a quem julgam competente, sendo a
sujeitos participantes, a partir de determinada competência vista como garantia de verdade.
altura, o sujeito ingénuo começou a duvidar de 23. Há casos em que o inconformismo e a
si próprio, acabando por se deixar arrastar pela desobediência são mais meritórios que as
opinião dos participantes coniventes, dando a atitudes contrárias: 1 – São as atitudes
resposta falsa que eles davam. inconformistas que muitas vezes incentivam as
19. Os fatores que Asch considerou responsáveis descobertas científicas, sistemas filosóficos
pelo conformismo são fundamentalmente dois: originais e inovações no campo da arte. A
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autonomia do pensar e do agir nunca se não se deve ser agressivo. A aprendizagem
compadece com o princípio da autoridade. 2 – O social da agressividade pode também ser
inconformismo e desobediência são salutares facilitada por modelos sedutores que
quanto à alteração de normas e costumes disseminam formas sugestivas, mas agressivas,
sociais que se impõem meramente por rotina, de conduta, através dos programas televisivos.
perdendo vigência social. 3 – Em casos de 30. O efeito cumulativo da frustração desencadeia
regimes ditatoriais e de ordens inexequíveis, a condutas agressivas de forma repentina e
desobediência pode ser uma saída preferível à explosiva. Pequenas frustrações, por si sós
obediência. 4 – O inconformismo pode ser incapazes de gerar reações violentas
importante para lutar e desfazer preconceitos significativas, vão-se adicionando umas às
sociais. outras, acumulando a sua força, intensificando a
24. Designa-se por atração interpessoal o conjunto pressão, até que o pretexto de uma pequena
de sentimentos positivos que leva um ser contrariedade se torna suficiente para
humano a aproximar-se de outro. despoletar de uma só vez tudo o que se foi
25. Entre os fatores da atração pessoal contam- -se: acumulando no interior do ser humano.
1 – Proximidade física – Sem ela não é possível o 31. Amor é uma emoção caracterizada por uma
contacto social, condição necessária para que intensa concentração no objeto amado, a que se
alguém atraia ou seja atraído por alguém. 2 – associa forte excitação fisiológica e um desejo
Desejo de afiliação – Trata-se de uma motivação constante da sua presença.
que nos leva a desejar seguir os outros, que se 32. Estereótipos sociais são crenças ou
traduz no estabelecimento de relações positivas representações rígidas e simplificadoras acerca
de afeto com eles e no prazer de se sentir aceite de pessoas, grupos e instituições que resultam
e amado. 3 – Boa aparência – A boa aparência de uma generalização excessiva.
exterior é o primeiro aspeto desencadeador da 33. Os estereótipos caracterizam-se pelo seguinte: 1
atração. 4 – Semelhanças culturais – A atração – São de natureza cognitiva, apresentando-se
entre pessoas é facilitada pelas similaridades a como noções ou ideias seguras na orientação
nível de atitudes, preferências, valores, pontos das relações sociais. 2 – Configuram realidades
de vista, etc. 5 – Reciprocidade – Julgar os sociais exteriores ao sujeito, como sejam
outros e ser por eles julgados em termos pessoas, grupos e instituições. 3 – São visões
positivos facilita a atração, dado que temos rígidas e simplistas, referindo apenas aspetos
tendência a gostar de quem gosta de nós. parcelares e caricaturais. 4 – São esquemas
26. A teoria da troca social baseia-se na ideia de unificadores dos seres de uma classe ou
reciprocidade e de lucro para explicar a atração categoria que, apresentando os aspetos mais
interpessoal. Segundo esta teoria, o que nos salientes, ignoram aspetos que por vezes são
leva a desejar atrair alguém ou ser atraídos é significativos.
uma espécie de cálculo que estabelecemos nas 34. Preconceitos são atitudes geralmente negativas
relações interpessoais, procurando sempre em relação a membros de um grupo, resultantes
maximizar os ganhos e minimizar os custos que de juízos desfavoráveis que foram prévia e
imputamos à relação com as pessoas. infundadamente constituídos.
27. Designa-se por agressão os comportamentos 35. A hostilidade contra um alvo social parece ser
físicos ou verbais realizados com o objetivo de inerente ao preconceito. Trata-se de um impulso
produzir sofrimento, dor ou prejuízo a pessoas, agressivo que, segundo Allport, é socialmente
objetos ou a si próprio. aprendido e que assume formas de intensidade
28. Frustração e agressão relacionam-se variada: 1 – Verbalização negativa. As pessoas
diretamente, na medida em que a frustração é limitam- -se a falar dos preconceitos entre quem
na maioria dos casos a principal causa da lhes merece confiança. 2 – Evitamento. As
agressão. Isto significa que sempre que um pessoas furtam-se ao convívio com os
indivíduo é impedido de atingir um objetivo, elementos do grupo hostilizado. 3 –
tende a reagir com agressividade. Discriminação. As pessoas separam-se,
29. Os comportamentos agressivos são, em boa enquanto grupo “nós”, do grupo “eles”,
razão, adquiridos no contacto social, por excluindo os segundos da ocupação de lugares
aprendizagem. Há sociedades mais agressivas e em empresas, de morar nos seus bairros, de
competitivas, outras menos. Na nossa frequentar os mesmos estabelecimentos
sociedade, abundam os exemplos em que escolares, de participar em cargos políticos ou
agentes de educação, interessados em que as de aceder a quaisquer privilégios sociais. 4 –
crianças sejam pacíficas, lhes proporcionam Ataque físico. As pessoas do endogrupo
modelos de agressividade para lhes mostrar que entregam-se a catos de violência física em

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relação aos elementos do exogrupo. 5 – 1. D.
Extermínio. Liquidação do exogrupo, pela 2. A.
sujeição dos seus elementos a processos de 3. C.
massacre, linchamento, genocídio étnico, etc. 4. B.
36. Segundo Sherif, a origem dos conflitos 5. B.
intergrupais reside no antagonismo de 6. A.
interesses. Assim, quando o mesmo objetivo é 7. A.
prosseguido por dois grupos e só pode ser 8. A.
alcançado por um deles, gera-se um espírito 9. C.
competitivo sintomático da instalação do 10. B.
conflito. A sua hipótese acerca da origem dos 11. A.
conflitos foi comprovada na experiência da 12. C.
“Caverna dos ladrões” em que os prémios a 13. A.
atribuir a todos os indivíduos do grupo vencedor 14. B.
funcionavam como pivot desencadeador e 15. D.
alimentador do conflito. 16. D.
37. Em cada grupo, a identidade e a categorização 17. C.
formam um bloco inextricável, situado num 18. D.
plano que antagoniza com o do outro grupo. 19. B.
Cada grupo apresenta a sua identidade própria 20. B.
que diferencia da do outro. Ao demarcar as 21. A.
fronteiras entre “nós” e “eles”, reforça a 22. A.
categorização e, simultaneamente, acentua-se o
conflito. O antagonismo pode observar-se Perguntas de Resposta Curta
também nos sentimentos com que os grupos se 1. O holismo é uma teoria segundo a qual não se
avaliam: o endogrupo é sempre investido de pode estudar o homem e o seu comportamento
elevada missão, instaurador da ordem e da separados do mundo. A realidade é um todo
justiça no cosmos, enquanto o exogrupo é dinâmico que só pode ser compreendido
propagador da anarquia e da desordem. globalmente, excluindo-se qualquer visão
38. A negociação é uma estratégia de resolução de parcelar e estática. As teorias holistas são de
conflitos por via argumentativa e diplomática, inspiração gestaltista, corrente psicológica que vê
em que, à custa de cedências e exigências de as formas como todos organizados em que a
ambas as partes, se pretende alcançar uma hipótese de decomposição em elementos é
plataforma de entendimento, evitando inviável por lhes alterar a estrutura significativa.
confrontos violentos. 2. A ecologia do desenvolvimento humano é o
39. As comunidades de imigrantes integrar-se-ão estudo científico de uma progressiva e mútua
adequadamente nas sociedades de acolhimento acomodação entre um ser humano ativo e o
se estas assumirem uma atitude de abertura em ambiente em mudança. Esta investigação
relação aos hábitos culturais dos primeiros. científica adota uma perspetiva holística em
Assim, os grupos de acolhimento devem relação ao ser humano, procurando estudá-lo nos
desenvolver um espírito de interculturalismo, seus diversos ambientes, estando atento às forças
atuando de acordo com os seguintes que, emanando de um e de outros, interagem,
imperativos: 1 – Reconhecer e respeitar a provocando alterações significativas em ambos.
identidade própria dos imigrantes. 2 – 3. O modelo ecológico, proposto por
Compreender a legitimidade dos seus padrões, Bronfenbrenner para explicar o desenvolvimento
crenças, aspirações e valores. 3 – Aceitar que os humano, é de inspiração holista, pelo que se
imigrantes sejam livres de desenvolver um estilo recusa a compreender as coisas de modo parcelar
de vida parecido com o seu, adotando as e estático. Segundo este modelo, o
normas e padrões vigentes. 4 – Estar abertos à desenvolvimento processa-se como resultado de
sua cultura, mostrando-se sensíveis e múltiplas influências provenientes dos contextos,
permeáveis a padrões que consideram razoáveis ambientes ou sistemas em que o ser humano se
e eficazes. insere. Homem e ambientes formam uma
globalidade em que se desenham interações
facilitadoras das mudanças processadas no ser
Tema 4 – Eu nos contextos – O modelo humano e no ambiente, de modo a que se
ecológico do desenvolvimento ajustem e coexistam de forma adaptada.
4. Os contextos de existência em que se insere o ser
Perguntas de Escolha Múltipla humano são o microssistema, o mesossistema, o
exossistema e o macrossistema, ordenados por
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Bronfenbrenner de modo crescente em relação desenvolvimento. No primeiro caso, contribuem
ao seu nível de abrangência. para a sua formação, ampliando-lhe as
5. Os microssistemas são os ambientes que competências. Habilidades, conhecimentos e
influenciam diretamente o indivíduo como, por capacidades físicas, intelectuais, emocionais e
exemplo, a família, a escola, a igreja e as forças artísticas desenvolvem-se no ser humano,
policiais do bairro, nos quais se desenrolam os contribuindo para a sua melhor adaptação e
processos proximais. Estes microssistemas atuação no ambiente. No segundo caso, os
exercem também influências uns sobre os outros, efeitos são nefastos, traduzindo-se em
cujo conjunto constitui o mesossistema. Este disfunções geradoras de dificuldades de
apenas atua indiretamente nos indivíduos, controlo, adaptação e integração.
exercendo-se a sua influência através de cada 11. O apoio prestado pode ser material ou
microssistema, influenciado pelos restantes. instrumental e psicológico ou emocional. O
6. O exossistema é o conjunto de pessoas e material ou instrumental traduz-se numa ajuda
instituições que, não interagindo diretamente financeira, na realização de tarefas, na partilha
com determinados seres humanos, são de responsabilidades ou numa informação
importantes pelo apoio ou suporte que dão às pertinente para a normalidade funcional da
pessoas que com eles contactam. Por exemplo, as instituição. O psicológico ou emocional diz
pessoas que colaboram numa campanha contra a respeito à preocupação, ao carinho, à simpatia,
fome sabem que estão a apoiar uma boa causa e à compreensão e entusiasmo com que umas
entregam os seus donativos sem necessidade de pessoas acolhem as outras e aprovam ou não as
conhecer as pessoas que deles vão usufruir. A suas decisões.
ação do exossistema é importante em altura de 12. Fazendo diminuir a probabilidade de ocorrência
crise ou de grandes transformações, suscetíveis de comportamentos desajustados, os suportes
de criar rutura. ou apoios sociais podem proporcionar ajuda,
7. O macrossistema é constituído pela cultura, imprescindível à ultrapassagem das épocas de
contexto amplo que abarca e impregna com a sua transição ou de crise. Os principais efeitos que
influência todos os outros contextos ou os apoios sociais provocam nos indivíduos são
ambientes. Com os seus valores, normas e os seguintes: 1 – Contribuem para a
padrões sociais, o macrossistema dá o tom geral a manutenção e para a melhoria da saúde mental
todas as interações processadas entre e no das pessoas. 2 – Permitem ampliar as
interior de todos os contextos mais restritos. Dos possibilidades de enfrentar situações penosas,
recursos instrumentais e humanos desenvolvidos provocadoras de stress. 3 – Promovem
numa dada cultura é que vai depender a eficácia consequências benéficas nos processos
das relações estabelecidas entre todos os outros fisiológicos ligados ao sistema endócrino,
sistemas sociais. imunológico e cardiovascular.
8. Processos proximais são formas de interação 13. Uma rede social é um sistema de
estabelecidas entre o ser humano e os contextos interdependências de pessoas e instituições
com que contacta de modo direto, ou seja, com dispostas a colaborar umas com as outras, de
os microssistemas. modo a desenvolver esquemas de ajuda ou
9. Bronfenbrenner designa as formas de interação apoio aos elementos mais carenciados. O apoio
que se efetuam entre o ser humano e os de uma rede mostra-se sobretudo eficaz nos
microssistemas por processos proximais, e casos em que pessoas ou instituições estão a
considera que, para os estudar, é necessário passar por períodos de instabilidade e crise.
recorrer à observação ecológica, que deve estar 14. Os elementos integrantes de uma rede social
de acordo com as condições seguintes: 1 – A são os seguintes: 1 – Pessoas. Isoladas ou
pessoa tem que estar implicada numa atividade. 2 integradas em instituições, as pessoas são os
– A interação deve ocorrer em períodos de tempo elementos constitutivos de uma rede social. 2 –
regulares, não se estabelecendo em atividades Funções. Como elementos ativos, as pessoas
ocasionais. 3 – As atividades devem-se ir desempenham papéis sociais no interior de uma
complexificando de modo progressivo. 4 – As rede. 3 – Situações. Os papéis desempenhados
relações interpessoais devem ser recíprocas. 5 – pelas pessoas são mais ou menos úteis, em
Os objetos e símbolos presentes no ambiente função dos contextos de desempenho.
imediato devem estimular a atenção, a 15. A vida do ser humano decorre no interior de
manipulação e a imaginação do ser humano em contextos que com ele interagem, contribuindo
desenvolvimento. para o seu desenvolvimento. Mas os contextos
10. Os processos proximais podem refletir-se de que o influenciam não são objetivos, antes
forma positiva ou negativa no ser humano em realidades vividas por si que os interpreta e

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sente de acordo com as suas significações. Deste tendências atuais da psicologia vão no sentido de
modo, o ser humano transforma a realidade na as ultrapassar, preferindo visões globais e
sua realidade, na realidade interpretada com a integradoras.
ajuda do sentido que lhe atribui. Este sentido foi 5. A dicotomia inato-adquirido significa a oposição
construído por si próprio, graças à capacidade que existe entre os psicólogos que defendem que
que possui de criar significados para interpretar nascemos com todas as disposições que nos
o que o rodeia. permitem vir a ser humanos e a comportarmo-
nos como tal, e os que defendem que o facto de
Tema 5 – Problemas e conceitos teóricos sermos humanos depende de aquisições feitas no
estruturadores da psicologia contacto com o meio.
6. Os conceitos de consciente e inconsciente estão
Perguntas de Escolha Múltipla por trás de uma perspetiva psicológica centrada
1. D. numa dimensão interior do homem: o
2. A. estruturalismo de Wundt valoriza a dimensão
3. B. consciente dos fenómenos da mente; a
4. B. psicanálise de Freud valoriza a dimensão
5. B. inconsciente dessa mesma mente. O
6. C. comportamento é a base de uma perspetiva
7. B. centrada numa dimensão externa, alimentando
8. B. as teorias behavioristas de Watson, Skinner e
9. A. Bandura. A cognição e a mente estão subjacentes
10. B. a uma perspetiva centrada em visões
11. D. integradoras: o cognitivismo de Piaget integra
12. A. indivíduo-meio, inato-adquirido, interno-
13. A. -externo; o mentalismo de Damásio integra
14. D. corpo-mente, intelectual-afetivo, razão-emoção.
15. C. 7. Wundt foi o fundador da psicologia científica com
16. D. a criação, em Leipzig, em 1879, do primeiro
17. C. laboratório de psicologia experimental, onde se
18. D. dedicou a investigar a consciência e os seus
19. A. fenómenos. Provocava sensações em pessoas,
20. A. interrogando-as acerca do que sentiam. As
21. A. pessoas tinham que se autoanalisar e relatar o
22. D. que se passava com elas, processos que são
sempre acompanhados de subjetividade. Para
Perguntas de Resposta Curta contornar esta limitação do método introspetivo,
1. Psicologia é a ciência que estuda o Wundt só o aplicava em laboratório e em
comportamento e os processos mentais. situações que pudesse controlar.
2. O comportamento é exterior e pode ser 8. O método introspetivo é uma análise interior,
observado objetivamente pelos outros enquanto feita criteriosamente e com objetivos científicos.
os processos mentais são interiores e só o próprio Nela intervêm duas pessoas: o sujeito, que se
os pode observar. O comportamento refere-se a analisa a si próprio e descreve o que se passa no
qualquer ato efetuado pelo organismo, suscetível seu interior, e o psicólogo, que anota e interpreta
de ser observado e registado. Processos mentais os resultados.
são experiências internas e subjetivas inferidas a 9. Wundt é estruturalista porque o seu objetivo é a
partir dos comportamentos. compreensão da estrutura global da mente. Se
3. A psicologia tem como objetivos gerais os decompõe a consciência nos seus elementos mais
seguintes: 1 – Descrever comportamentos e simples, as sensações, fá-lo simplesmente por
processos mentais. 2 – Explicar esses questões estratégicas. O seu propósito é explicar
comportamentos e processos. 3 – Prever com a estrutura da vida psicológica centrada na
portamentos. 4 – Controlar as circunstâncias em mente.
que ocorrem os comportamentos. 10. Podem ser apresentadas três das seguintes
4. As dicotomias no seio da psicologia têm que ser críticas: 1 – É difícil o observador observar-se a si
vistas de duas maneiras. Por um lado, elas podem mesmo. Segundo Comte, o sujeito pensante não
evidenciar e ajudar a definir determinados pode dividir-se em dois: um que pensa e outro
conceitos e teorias. Por outro, elas são formas de que se analisa a pensar. 2 – Quando se
ver exageradas e simplistas, conduzindo a descrevem os fenómenos psíquicos eles já
panoramas redutores dos assuntos. Por isso, as ocorreram. Tem que se recorrer à memória, o
que provoca distorções. 3 – A tomada de
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consciência de um fenómeno altera esse de acordo com o princípio da realidade, tenta
fenómeno. A aná lise racional de um facto moderar o id e retardar a gratificação imediata
psíquico reduz os seus componentes afetivos. 4 que o princípio do prazer requer.
– É impossível observar a consciência de Essencialmente consciente, é a instância
outrem, pelo que é um processo que executiva da personalidade: seleciona as
dificilmente é controlado por outros situações a que a pessoa tem de responder,
observadores. 5 – Os sujeitos podem não dispor controla a ação e decide o modo como as
de linguagem apropriada para transmitir o que necessidades pessoais podem ser satisfeitas.
se passa no seu interior e, além disso, as pessoas 14. O método psicanalítico consiste num conjunto
têm linguagens diferentes para descrever o de processos que visam trazer à consciência das
mesmo fenómeno. 6 – Não se aplica a factos de pessoas os impulsos, complexos, traumas e
natureza fisiológica. 7 – Não se aplica no âmbito frustrações recalcados no seu inconsciente e
da psicologia infantil, da psicologia patológica que lhes provocavam distúrbios
nem da psicologia animal. 8 – Não permite psicoemocionais e comportamentais. Entre os
observar o inconsciente. processos de libertação do inconsciente, o
11. Freud considera a mente humana semelhante a psicanalista pode recorrer à associação livre, à
um iceberg. A parte emersa corresponde ao análise dos sonhos e ao estudo do transfert.
consciente, constituído pelas noções, Este método assenta no pressuposto de que
lembranças, imagens que a pessoa é capaz de uma vez que o sujeito tome consciência do que
evocar e utilizar. A suportar esta parte, existe se passa no inconsciente, as pulsões libertam-se,
uma outra, sob as águas, que Freud compara ao deixando de perturbar a pessoa.
inconsciente. Este é constituído por pulsões, 15. Segundo Watson, o comportamento é um
traumas e desejos socialmente inaceitáveis que, conjunto de respostas que o organismo dá a
aprisionados e recalcados, anseiam manifestar- uma situação. Para este psicólogo, situações e
se, só o podendo fazer sob forma disfarçada. A reações são objetivamente observáveis e existe
pressão que exercem é perturbadora, estando entre ambas uma relação de causa-efeito, o
na origem de distúrbios emocionais. Freud que, uma vez detetada, permite estabelecer leis
valoriza o inconsciente, instância a que não explicativas e preditivas do comportamento.
temos acesso, mas em que residem pulsões 16. O behaviorismo assenta em pressupostos
básicas que, como o eros e o thanatos, positivistas que, fundamentalmente, são os
comandam, sub-repticiamente, toda a nossa seguintes: 1 – A psicologia tem que ser objetiva.
vida psicológica. 2 – Deve estudar o comportamento observável e
12. O aparelho psíquico é uma estrutura que se não a consciência e os seus fenómenos. 3 – O
subdivide em três substruturas que interatuam comportamento reduz-se a respostas objetivas a
umas sobre as outras, mas com papéis estímulos também objetivos. 4 – Entre situação
específicos: id, ego e superego. O id é e reação há relações mecânicas que permitem
constituído por impulsos biológicos como a chegar a leis. 5 – As leis permitem prever e
fome, a sede e o sexo, que exigem satisfação controlar comportamentos. 6 – Não há
imediata. Constitui a base da sobrevivência diferença entre psicologia humana e psicologia
individual e da continuidade da espécie. O animal. 7 – A psicologia deve usar a
superego é formado pela interiorização das experimentação para poder efetuar
regras impostas pelos pais e pela sociedade em generalizações.
geral. O superego tem carácter ideal e é o 17. A inteligência é uma forma de o indivíduo se
fundamento da moral. O ego é um elemento adaptar ao meio ambiente, vivendo em
consciente e tem por função tomar as decisões harmonia com ele. Segundo Piaget, adaptação
quanto à resolução do conflito travado entre o implica dois processos antagónicos mas
id e o superego. Trata-se do elemento racional complementares: a assimilação e a acomodação.
da personalidade. A assimilação consiste na integração dos dados
13. No centro do nosso psiquismo, trava-se um exteriores nas estruturas do sujeito; a
conflito dinâmico entre o id e o superego. O id acomodação, na modificação das estruturas do
representa o que há de mais primitivo no sujeito em função das imposições do meio. O
homem. Centro da líbido, o id só obedece ao primeiro é uma tendência egocêntrica que
princípio do prazer, o que o impulsiona a reduzir conduziria à alteração do mundo exterior,
de imediato as tensões. O superego, que é a pondo-o de acordo com o querer do sujeito.
instância moral da personalidade, conflitua com Como isso não é possível, e o sujeito só subsiste
os impulsos biológicos, sexuais e agressivos do se adaptado, o sujeito tem que pôr em ação a
id. O ego é o mediador entre ambos. Operando tendência inversa que é modificar-se em função

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dos imperativos externos. O equilíbrio destes no sujeito se inicia no 4.o ou 5.o ano de
dois processos garante, segundo Piaget, uma escolaridade, exercem-se sobre enunciados
adequada adaptação. verbais ou outros símbolos, como as expressões
18. Piaget considera a existência de quatro fatores matemáticas. São estas operações que
fundamentais de desenvolvimento intelectual: 1 assinalam a entrada e o domínio do pensamento
– Hereditariedade. A maturação orgânica é fator formal, também chamado abstrato, conceptual,
básico de toda a evolução. 2 – Experiência física. verbal, representativo, lógico-matemático, etc.
As ações sobre os objetos é que vão originar, 24. António Damásio parte do princípio de que a
depois de interiorizadas, as operações mentais. mente é aquilo que o cérebro faz, o que lhe
3 – Transmissão social. É necessário assimilar o permite pensar que é possível compreender os
que é transmitido por educação. 4 – processos mentais através do estudo do
Equilibração. Os três fatores anteriores devem cérebro.
compensar-se mutuamente, de modo a 25. Damásio põe termo à visão dicotómica corpo-
participarem de forma equilibrada no -mente, defendendo que corpo e mente formam
desenvolvimento. Pretende-se que, em cada uma unidade integrada. A função principal da
fase, o equilíbrio seja progressivamente mente é pensar, mas o pensamento não é
superior. exclusivamente intelectual, apresentando
19. O período sensorial-motor, que vai do também componentes emocionais. Se a emoção
nascimento aos 18-24 meses, é a fase da ação, falhar, embora continue apto a raciocinar
das perceções e dos movimentos, que se abstratamente, o homem é incapaz de se
organizam em esquemas ou estruturas de relacionar socialmente e de tomar decisões
reação ao meio. Ainda não há operação ou acertadas no quotidiano.
pensamento, mas há inteligência. Trata-se de 26. Emoções e sentimentos contribuem para a
uma inteligência prática, manifestada pela nossa tomada de decisões em relação aos
manipulação e uso adequado dos objetos e não problemas colocados pela adaptação ao meio.
por competências representativas ou simbólicas. As emoções, de índole corporal, permitem-nos
20. A função simbólica é a capacidade de produzir reagir prontamente, quando as situações
símbolos e de lidar mentalmente com eles. exigem uma resposta rápida, a executar antes
Surge quando a criança passa da fase sensorial- que a razão tenha tempo e oportunidade de
motora para a da pré-operatividade, intervir. Os sentimentos são de índole racional e
manifestando-se pela linguagem, desenho, facultam respostas ponderadas, selecionadas
imagem mental e jogo simbólico. A presença da entre as que melhor possam resolver os
função simbólica atesta uma nova forma de problemas. Permitindo fazer antecipações e
inteligência, a representativa ou pensamento, previsões, as respostas dadas a nível de
que começa de modo incipiente porque as sentimentos são responsáveis, pois são
operações ainda não são reversíveis. Será decididas atendendo às consequências dos atos
necessário esperar pelos 6-7 anos para que a a efetuar.
criança transite da pré para a operatividade. 27. Os cognitivistas computacionais veem a mente
21. Operação mental é uma ação interiorizada, ou humana semelhante a um computador, em que
seja, a ação que a criança exercia manualmente o cérebro se equipara ao hardware, e os
sobre os objetos é executada no interior e processos mentais, ao software. Funcionam da
intelectualmente. A ação exigia a manipulação mesma forma, havendo, numa e noutro,
de objetos; a operação exige a “manipulação entrada, processamento e saída de informação.
mental” de símbolos ou representações de A mente, como o computador, obedecem a leis
objetos. lógico- -sintáticas, o que lhes permite efetuar
22. Reversibilidade é a capacidade de a criança operações rigorosas de natureza semelhante à
regressar mentalmente ao ponto de partida. É a de cálculos matemáticos.
característica cuja presença atesta que a criança 28. Contra a perspetiva computacional, J. Bruner
já opera intelectualmente com representações, lança, sensivelmente, os seguintes argumentos:
isto é, já pensa de forma lógica. 1 – A perspetiva computacional subverte a
23. Há duas modalidades de operações: as revolução cognitivista, ao enveredar por um
concretas e as formais. As concretas, próprias da reducionismo igual ou ainda maior do que o
criança que frequenta os primeiros anos de behaviorismo, corrente contra a qual se originou
escolaridade, necessitam, para se exercer, do o movimento revolucionário. 2 – A perspetiva
apoio dos objetos. Muito presa ainda ao computacional não abrange todas as dimensões
esquema percetivo, a criança necessita, para da mente humana, que não é apenas sintaxe,
operar, de manipular objetos, contar pelos mas também e principalmente semântica, o que
dedos, apoiar-se em imagens, desenhos, etc. As lhe permite exercer a função de atribuir
operações formais ou abstratas, cuja instalação significados às coisas. 3 – A perspetiva
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computacional tem uma conceção da mente 3. C.
demasiado formal e mecânica, que não engloba 4. B.
os aspetos vivenciais do homem, que vive e foi 5. A.
produzido pela linguagem e outros símbolos 6. D.
específicos de dada cultura. 7. A.
29. Para Bruner, a mente humana é essencialmente 8. A.
uma semântica. Com ela constrói significados 9. A.
para atribuir àquilo com que depara. Estes 10. A.
significados não são arbitrários porque a mente 11. A.
formou-se no decorrer de um período histórico, 12. C.
interagindo com a sociedade e a cultura. Neste 13. A.
desenrolar de interações, a mente foi 14. D.
interiorizando toda uma bagagem de símbolos 15. D.
linguísticos e significados que lhe era 16. A.
preexistente e constituía um património 17. D.
comum, partilhado pela comunidade. É com 18. C.
esta bagagem comum que a pessoa dará sentido 19. A.
às coisas e aos acontecimentos. 20. A.
30. A tendência atual para ver a psicologia como a 21. D.
ciência dos significados explica-se porque se 22. B.
trata de uma ciência que quer conhecer o
homem e este é um ser que cria símbolos com Perguntas de Resposta Curta
que atribui significado a si e ao mundo. Tudo o 1. A psicologia teórica diz respeito a investigações
que se possa saber a respeito de si e do mundo acerca do homem, da sua conduta e dos seus
passa pelo homem que perceciona, interpreta e processos mentais, ou aprofundar conclusões já
transmite pela linguagem as suas impressões. A existentes. A psicologia aplicada põe em prática
existência do mundo, das pessoas, das coisas, as conclusões da psicologia teórica, resolvendo
dos problemas e do homem passa pelo facto de problemas dos vários campos de atividade, de
alguém, o ser humano, dar conta de tudo isso. modo a que o homem se adapte mais facilmente
Compreender o que quer que seja é ao meio e, desse modo, amplie o seu bem-estar.
compreender o modo como alguém o viu e o 2. Mais que fazer investigação, grande parte dos
interpretou, ou seja, o significado ou sentido psicólogos portugueses exerce a sua atividade a
que lhe atribuiu. trabalhar na intervenção. As principais áreas de
31. As narrativas são histórias pessoais contadas atividade são as seguintes: psicologia
pelo sujeito. Segundo Bruner, o psicólogo tem educacional, psicologia do trabalho e das
que as aproveitar porque compreender uma organizações, orientação vocacional e
pessoa não é conhecê-la por fora, mas saber o profissional, psicologia clínica, psicologia forense
que se passa no interior do seu universo mental. e psicologia desportiva.
Ora, só o próprio é que tem acesso a este 3. A psicologia educacional é um ramo da psicologia
universo, só o próprio é que tem uma aplicada que procura intervir a nível familiar,
verdadeira vivência da sua mente, dispondo da escolar e de outras instituições, para que o
linguagem para transmitir o que está mais ensino/aprendizagem efetue melhorias e, assim,
próximo de si do que de mais ninguém. Bruner se promova o desenvolvimento das pessoas em
valoriza as narrativas porque elas não só geral e dos alunos de modo particular.
exprimem a pessoa que narra as vivências, mas 4. Entre as principais funções do psicólogo escolar,
o universo social e cultural em que a pessoa se contam-se as seguintes: 1 – Avaliação das
desenvolveu e construiu a sua história pessoal necessidades educativas do aluno. 2 – Orientação
de vida. Ao narrar, a pessoa serve-se de e aconselhamento escolar e vocacional. 3 –
símbolos, de uma linguagem, de significados Discussão e proposta de medidas que visem a
partilhados com que interpretou as vivências melhoria da ação educativa. 4 – Formação e
que presidiram à formação da sua identidade. aconselhamento familiar. 5 – Intervenção
socioeducativa.
Tema 6 – A psicologia aplicada em Portugal 5. A psicologia do trabalho e das organizações é uma
área da psicologia que procura melhorar a
Perguntas de Escolha Múltipla eficiência, a satisfação e o bem-estar das pessoas
1. B. no desempenho da sua profissão.
2. B.

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6. Entre as funções do psicólogo organizacional, 13. Psiquiatra e psicólogo clínico distinguem-se pela
contam-se as seguintes: 1 – Seleção de pessoal. 2 formação de base que possuem: antes de se
– Estudo de relações interpessoais. 3 – Deteção especializarem em diagnóstico e tratamento de
de conflitos e tensões entre grupos. 4 – Alívio do problemas psicológicos, o primeiro é licenciado
stress. 5 – Adaptação dos trabalhadores ao em psicologia e o segundo em medicina. Por ser
ambiente físico e às máquinas que utilizam. médico, o psiquiatra pode recorrer a terapias
7. A orientação vocacional e profissional é uma área medicamentosas, enquanto o psicólogo se limita
da psicologia que procura ajudar as pessoas a a técnicas clínicas específicas da psicologia.
decidir-se quanto ao curso superior ou carreira 14. Ser psicanalista implica uma especialização, isto
profissional a seguir. Para ser eficaz, o é, ter uma formação suplementar em
aconselhamento deve ser um processo psicanálise, acessível quer a psiquiatras quer a
prolongado e implicar a participação ativa do psicólogos clínicos.
cliente. 15. Um psicoterapeuta é um especialista da
8. O aconselhamento vocacional é um procedimento psicologia habilitado a diagnosticar e tratar
que se desenrola em quatro fases: 1 – Entrevista, perturbações psicológicas dos clientes.
que incide sobre o meio pessoal, educacional, Psicólogo clínico, psiquiatra e psicanalista, todos
vocacional, gostos, interesses e aspirações do são considerados psicoterapeutas.
cliente. Nos seus objetivos, a entrevista inclui a 16. Os principais processos utilizados em
recolha de dados que permitam selecionar o psicoterapia são as técnicas de modificação
programa de testes a aplicar ao cliente. 2 – Exame comportamental, as técnicas psicanalíticas e as
psicológico, em que se aplicam testes para obter técnicas humanistas centradas na pessoa.
informações acerca dos tipos de inteligência da 17. As técnicas psicanalíticas assentam nos seguintes
pessoa, suas qualidades, competências, pressupostos: 1 – Os distúrbios
motivações, etc. 3 – Encontro, em que, num comportamentais são causados pelos traumas e
diálogo com o cliente, se interpretam e conflitos infantis, recalcados no inconsciente. 2
contextualizam os dados, de modo a que este se – A tomada de consciência dessas causas liberta
vá determinando na sua opção. 4 – Relatório, ou o indivíduo da sua pressão, cessando os efeitos
síntese escrita dos dados recolhidos nas etapas perturbadores.
anteriores e que fundamentam as orientações e 18. As terapias comportamentais são técnicas de
sugestões apresentadas. modificação de condutas inspiradas na
9. A psicologia clínica consiste na aplicação dos aprendizagem por condicionamento. Trata-se de
princípios teóricos da psicologia ao diagnóstico e estabelecer planos específicos de reforço com o
tratamento de problemas emocionais e objetivo de adquirir comportamentos aceitáveis,
comportamentais como, por exemplo, para substituição de outros tidos por
delinquência juvenil, depressão, ansiedade, indesejáveis. As terapias de inspiração
doenças mentais, dependência de drogas, etc. humanista baseiam-se no diálogo entre
10. Também chamada criminal e judiciária, a psicólogo e cliente em que se estabelece uma
psicologia forense consiste na aplicação da relação compreensiva, criadora de um clima
psicologia aos contextos do direito e da justiça, propício à autodeterminação do sujeito quanto
com o objetivo de proteger os direitos do a modificar condutas e adotar novos projetos de
cidadão sem menosprezar os interesses gerais vida. Nas terapias comportamentais, as
da sociedade. estratégias são definidas fora do sujeito,
11. Em que consiste a psicologia desportiva? A enquanto nas humanistas o sujeito é que decide
psicologia desportiva é uma área da psicologia o que e como fazer.
que se ocupa do comportamento e dos 19. A prevenção é um conjunto de processos
processos mentais dos atletas com vista a tendentes a evitar a ocorrência de problemas,
promover o seu equilíbrio e bem-estar, de modo enquanto a remediação consta de processos de
se rem capazes de resolver os conflitos tratamento dos distúrbios já ocorridos. A
ocasionados em situações de prática desportiva. prevenção é voltada para o futuro e visa uma
12. A situação de prática desportiva não se restringe população generalizada. A remediação visa
aos períodos em que os atletas estão em extinguir distúrbios com origem no passado em
competição, abarcando todas as circunstâncias sujeitos particulares.
que os precedem, acompanham ou seguem.
Assim, a situação desportiva inclui os treinos, 20. Exemplos de intervenções de prevenção: 1 –
deslocações, exercícios, ambiente pós- Programas de prevenção de consumo de
competição com o clima de vitória ou de substâncias. 2 – Programas de prevenção de
derrota, as relações interpessoais estabelecidas comportamentos de risco para adolescentes. 3 –
entre companheiros, adversários, dirigentes, Atuações nos contextos empresariais a nível da
treinadores, público, jornalistas, etc. higiene e segurança no trabalho. Exemplos de
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intervenções de remediação: 1 – Problemas com o meio (adaptação) não é reagir de forma
escolares e de aprendizagem. 2 – Problemas passiva ao que nos rodeia, mas estarmos aptos a
relacionais. 3 – Problemas sexuais. 4 – Trauma, resolver as situações com ações escolhidas,
violência ou abuso. 5 – Dependência de decididas e orientadas por nós (autonomia).
substâncias tóxicas. 6 – Problemas de saúde
física. 7 – Problemas no trabalho.
21. No contexto da psicologia aplicada, o
desenvolvimento é um conceito de difícil
definição. Para compreender de que se trata,
podemos lançar mão de alguns indicativos: 1 – É
um processo contínuo e pessoal de mudanças
que ocorre do nascimento até à morte. 2 – É um
processo aberto que se manifesta pela
possibilidade de reformulação constante de
projetos de vida. 3 – É um processo realista a
realizar de acordo com a bagagem de
qualidades, capacidades e competências de
cada um. 4 – É um processo integrado que visa
harmonizar aspetos operacionais com os papéis
sociais que simultaneamente tem de
representar.
22. As competências são o elemento essencial do
desenvolvimento. Promover o desenvolvimento
é um processo de atualização e ampliação de
competências, pelo que se considera que um
indivíduo é tanto mais desenvolvido quanto
mais alargado e operacional for o seu leque de
saberes ou de capacidades.
23. O objetivo geral da psicologia aplicada é
promover o desenvolvimento. Nesse sentido, os
psicólogos desenvolvem ações formativas para
que os indivíduos adquiram ou ampliem todas
as suas potencialidades. Promover o
desenvolvimento é, dito por outras palavras,
proporcionar aos indivíduos os meios que
permitam que as suas potencialidades se
atualizem, tornando-se competências efetivas.
Só deste modo o indivíduo poderá prosseguir
em direção ao topo da hierarquia das
motivações preconizadas por Maslow.
24. Exemplos de intervenções de promoção do
desenvolvimento: 1 – Promoção do
desenvolvimento vocacional, ajudando
adolescentes, jovens e adultos a formular e
reformular projetos de vida. 2 –
Desenvolvimento pessoal e social de alunos em
escolas, através de várias atividades e projetos
como, por exemplo, programas sobre educação
sexual ou sobre metodologias de estudo. 3 –
Intervenção comunitária, nomeadamente
auxiliando pais a desenvolver competências
para melhor lidar com os filhos adolescentes ou
desenvolvendo programas tendo em vista a
melhoria da qualidade de vida dos idosos, entre
outros.
25. Adaptação e autonomia relacionam-se quando
referentes ao ser humano. Estar em harmonia

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