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CINESIOTERAPIA

PÓS-CIRÚRGICA

PROF. ALBERTO SARKIS


CINESIOTERAPIA EM PÓS-CIRÚRGICOS

DEFINIÇÕES

1. Lesão de tecido mole

A. Exemplos de lesão de tecido mole

 Distensão
 Entorses
 Luxações
 Tendinopatias, etc.

B. Condições Clínicas resultantes de trauma ou


patologia

 Disfunção articular
 Espasmo muscular
 Adesões
 Fraqueza muscular
 Contraturas, etc.

C. Gravidade da lesão tissular

 Lesão grau I
 Lesão grau II
 Lesão grau III
2. Estágios de inflamação e reparo tecidual

Estágio Agudo Estágio subagudo Estágio Crônico


(Inflamatória) (reparo e cicatrização) (Maturação e remodelação)
Alterações vasculares Remoção de estímulos nocivos Maturação do tecido
Exsudação de células e produtos Crescimento de leitos capilares na conectivo
Características

químicos área Contratura do tecido


Formação de coágulo Formação de colágeno cicatricial
Fagocitose, neutralização de Tecido de granulação Remodelamento da cicatriz
irritantes. Tecido muito frágil, facilmente O colágeno alinha-se às
Atividade fibroblástica inicial lesado. sobrecargas

Inflamação Diminuição da inflamação Ausência da inflamação


clínicos
Sinais

Dor antes da resistência do Dor junto com a resistência do tecido Dor após a resistência do
tecido tecido

Controle dos efeitos da Prevenir contraturas e adesões: Restaurar a função:


fisioterapêutico

inflamação Movimento ativo leve gradualmente Alongamento progressivo


Tratamento

Técnicas fisioterapêuticas aumentando na intensidade e Exercícios de fortalecimento


Imobilização amplitude. Exercícios funcionais
Movimento leve e cuidadoso

Fonte: kisner
3. Tratamento no estágio agudo (0 a 4 dias)

Metas

a. Controle da dor, edema e espasmo.


b. Manutenção da integridade e mobilidade dos tecidos
c. Redução do derrame articular se os sintomas
estiverem presentes
d. Manutenção e integridade das áreas associadas

Plano de assistência
a. PRICE (48h)
b. Oscilações articulares leves (Grau I)
c. Dosagem apropriada de movimentos passivos dentro
do limite da dor
d. Contrações rápidas intermitentes (ex. Quad. flash)
e. Punções em derrames
f. Evoluir para exercícios ativos resistidos

Obs1: Alongamentos são contra-indicados na fase


inflamatória

Obs2: Movimento e repouso devem ser dosados.


Movimentos excessivos aumentam os sinais
infamatórios.
4. Tratamento no estágio subagudo (4 a 21 dias)

Metas

a. Controle da dor, edema e derrame articular.


b. Aumentar progressivamente a mobilidade dos tecidos
moles, músculos e articulações.
c. Fortalecer músculos de suporte e relacionados
d. Manter a integridade e função das áreas relacionadas

Plano de assistência
a. Observar a resposta do tecido à progressão do
exercício; diminuindo a intensidade se aumentar à
inflamação.
b. Utilizar talas, splints, órteses se necessário.
c. Progredir a ADM passiva para a ativo-asssistida, para
ativa, respeitando os níveis de dor. Aumentar a
mobilidade cicatricial.
d. Progredir a mobilidade das estruturas relacionadas
e. Inicialmente, progredir os exercícios isométricos
dentro da tolerância do paciente.
f. À medida que ADM, mobilidade intraarticular e
cicatrização melhorem, progrida para exercícios
isotônicos com resistência.
Obs1: Os sinais de inflamação e derrame articular
normalmente diminuem nesse estágio.
Obs2: Algum desconforto poderá ser experimentado
pelo paciente, à medida que o nível de esforço for
aumentando, o que deverá desaparecer em algumas
horas. Os sinais de esforço ou movimento excessivo
são: dor em repouso, fadiga, aumento de fraqueza e
espasmo.
5. Tratamento no estágio crônico (21 o. dia até que
haja movimento funcional sem dor do segmento)

Metas

a. Diminuir a dor devido a contraturas ou adesões.


b. Aumentar a mobilidade dos tecidos moles, músculos
e articulações.
c. Fortalecer músculos de suporte e relacionados
d. Progredir na independência funcional.

Plano de assistência
a. Modalidades terapêuticas apropriadas e alongamento
seletivo de estruturas limitantes.
b. Tecido mole: alongamento passivo e massoterapia
Articulações, cápsulas e ligamentos selecionados:
mobilização articular
Adesões em ligamentos tendões e tecido mole:
massagem transversa profunda.
Músculos: técnicas de inibição ativa e flexibilidade
c. Com a ADM e mobilidade limitadas: exercícios
isométricos em ângulos diferentes. Se a ADM for
boa, optar por exercícios isotônicos e isocinéticos.
d. Progredir o treinamento funcional em decidas e
subidas de degraus ou outras atividades.
e. Continuar treino de força muscular e retorno as
atividades desportivas se for atleta.
Obs1: Não devem existir mais sinais de inflamação. A
progressão dos exercícios devem ser sempre gradual,
evitando-se fadiga demasiada e dor recorrente.
Tratamento cirúrgico das lesões

A. Indicação para a cirurgia

1.Dor intensa devido a trauma de tecido mole ou


deterioração de superfícies articulares.
2. Edema articular crônico
3. Limitação acentuada da mobilidade articular
passiva ou ativa.
4. Instabilidade articular, levando a limitação de
função.
5. Deformidade articular e alinhamento articular
anormal
6. Diminuição ou perda de função para realizar as
AVD´S.

B. Complicações Cirúrgicas

1. Infecção pós-operatória e ou dificuldade cicatricial


2. Distúrbios vasculares pós-operatórios (TVP, etc).
3. Retardo na cicatrização do tecido mole ou ósseo
4. Adesões e contraturas de tecidos moles e
articulações.
5. Falha de implantes cirúrgicos
7. Complicações pulmonares.

C. Considerações para o manejo pré-operatório

1. Avaliação do paciente
2. Orientação ao paciente
D. Problemas, metas e orientações pós-operatórias mais
comuns.
Problemas
1. Dor pós-operatória
2. Edema pós-operatório
3. Complicações circulatórias e pulmonares
4. Rigidez articular e ou limitação no movimento
devido à lesão em tecido mole e imobilização pós-
operatória
5. Atrofia muscular pós-imobilização
6. Perda de força para as atividades funcionais
7. Limitação na sustentação de peso
Metas
1. Diminuição da dor pós-operatória
2. Diminuir ou minimizar o edema
3. Prevenir complicações circulatórias e respiratórias
4.Prevenir rigidez articular residual e melhorar a
ADM
5. Diminuir a atrofia muscular nos segmentos
imobilizados
6. Restaurar força
7. Estimular a deambulação

OBSERVAÇÕES

D. Procedimentos ortopédicos mais comuns

 Ruptura muscular  Osteotomia


 Ruptura tendinosa  Artroplastias
 Lesão ligamentar  Artodeses
 Sinovectomia  outras.

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