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BASE BÍBLICA 3.

MORTIFICAÇÃO DAS OBRAS DA CARNE: GL 5:19-21; CL 3:5-9


1. CONHECIMENTO DA VERDADE: JO 8:32 4. CONFISSÃO DOS PECADOS: I JO 1;9
2. EXERCÍCIO DE AUTORIDADE SOBRE DEMÔNIOS: MC 16:17A; MT 12:29 5. DESLIGAMENTO DAS MALDIÇÕES: MT 18:18

TEXTOS BASE I Pd 1:18,19


GL 1:3-4 “sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro,
“Graças a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo que fostes resgatados dos vosso fútil procedimento que vossos pais vos
“O qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, legaram,
segundo a vontade de nosso Deus e Pai.” “Mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula,
o sangue de Cristo,”

O processo de libertação interior ocorre quando a nossa vida é confrontada com a Palavra de Deus, e concordamos com o veredicto que ela dá de nós mesmo,
arrependemo-nos dos nossos feitos. A confissão traz o perdão, desmistifica o passado, permite-nos olhar para o Cordeiro com o coração cheio de gratidão e capacita-nos a
exercer nosso ministério com coragem e amor.
VIDA COM “V” MAIÚSCULO

A vida cristã é caracterizada por duas promessas básicas da parte do Senhor Jesus Cristo: vida eterna e vida abundante.

A primeira refere-se a qualidade de vida que, tendo recebida no ato da conversão, estende-se por toda a eternidade. Este caráter de perpetuidade, de continuidade permanente, é
decorrente da implantação da natureza divina em nós.

E vida abundante é a qualidade de vida que caracteriza-se por plena realização já nos dias de nossa existência. Ela é, como diz Paulo, cheia de justiça, paz e alegria no Espírito Santo,
que torna a pessoa agradável a Deus e aceita pelos homens. (Rm 14:17,18)
Foi essa a verdade exposta por Jesus em João 10:10 “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”

Um dos segredos para experimentar essa abundância de vida está diretamente ligado ao processo de libertação interior, de libertação de traumas, enfim, do equacionamento do
passado diante da Palavra de Deus.

CAÇANDO MINAS EXPLOSIVAS

Exemplificando: durante a guerra do golfo, o Iraque minou extensos territórios conquistados do Kuwait para dificultar a entrada do exército inimigo. Seus esforços foram em vão e a
guerra terminou com a reconquista destes territórios pelos aliados. Contudo, para que efetivamente o Kuwait pudesse reutilizar aqueles terrenos teve que investir recursos
consideráveis em especialistas caça-minas.

As minas deveriam ser localizadas e desativadas. Qualquer falha na operação resultaria em acidentes imprevisíveis. Deixá-las poderiam fazer vítimas inocentes entre a população civil.

Assim é com o cristão. Antes de aceitar a Jesus, Satanás minou seu coração das mais diferentes formas, esperando apenas o momento adequado para detonar essas bombas e
derrubá-lo da fé.

Sua tática atua em duas esferas: destruir o ímpio enquanto ímpio, mediante procedimentos que contrariem as leis divinas, antecipando sobre ele o juízo de Deus. Ou então, utilizar-se
desses mesmos recursos, de forma acusativa, para impedir que o cristão retome o terreno outrora ocupado.

E o processo de desmonte dessas armadilhas se faz mediante confissão para o recebimento de perdão.

MINAS NA VIDA DE PEDRO

Pode-se observar esse princípio na vida do apóstolo Pedro, registrado em Lc 22:31-34. Após acompanhar Jesus por três anos e meio, ele foi alertado pelo Senhor que Satanás havia
pedido para cirandá-lo.

Era de se esperar que, em conformidade com a oração ensinada pelo Senhor, onde diz: “e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal...” (Mt 6:13), Jesus o livraria desta
cilada.

Contudo sua oração intercessora foi: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” Lc 22:32

Ou seja, ele foi alertado pelo Senhor que haveria um limite para este cirandar do Diabo: a manutenção de sua fé, e que só seria possível reverter sua situação mediante uma conversão
específica.

Assim, se Satanás tinha meios para levar a frente seu propósito contra Pedro, por certo ele encontrara uma base legal para fazer esse pedido, pois está escrito em Provérbios 26:2:
“Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu voar, assim a maldição sem causa não encontra pouso”.

E essa causa estava na autoconfiança que Pedro tinha em si mesmo ao afirmar que ele jamais negaria a Jesus.
Sua convicção caiu por terra diante de uma criada, quando foi questionado se era discípulo de Jesus, ao que ele negou veementemente (Jo 18:17). E assim se sucedeu por três vezes.
Nesta última, vendo que Jesus olhava para ele, lembrou-se de suas palavras e chorou amargamente arrependido pelo que fez (Lc 22:61,62).

Depois, após a ressurreição do Senhor, e tendo sido confrontado por Ele quanto sua atitude, por três vezes reafirmou seu amor, agora, confessando sua dependência em Cristo:
“Senhor, tu sabes todas as cousas, tu sabes que eu te amo” Jo 21:17b

Tendo sua vida restaurada, ao descer o Espírito Santo sobre os discípulos, Pedro se levantou, e, com uma mensagem poderosa no Senhor, levou mais de cinco mil almas a se renderem
a Cristo.

PECADO: A BASE LEGAL

A grande verdade ilustrada por esse evento na vida de Pedro pode ser assim definido: pecado não confessado constitui-se base legal para Satanás cirandar o cristão.

Nestas circunstâncias resta ao Senhor Jesus permanecer na intercessão em prol do cristão pela manutenção de sua fé, pois somente com a conversão, ou seja, com a confissão para a
remoção dessas pedras de tropeços, o cristão fica apto a fortalecer seus irmãos para que não sejam cirandados como ele foi.

É de se observar que o desejo do Senhor não é por uma fé vacilante, mas por uma vida de vitória em permanente comunhão com Ele: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está,
temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.” (I Jo 1:7)

UM CORAÇÃO COM TUDO NOVO

É fundamental a compreensão do novo nascimento para usufruir-se da libertação interior.


Novo nascimento é o resultado da confissão básica definida em Rm 10:9: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, serás salvo.”

Imediatamente à confissão a pessoa recebe um espírito recriado, um coração novo, de carne, onde está implantado dentro dele a lei divina, em cumprimento a profecia de Ezequiel
37:26-27: “Dar-vos-ei o coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei
que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.”

A partir daí ele está habilitado para viver como um cristão, pois recebeu tudo o que era necessário: “Visto como pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as cousas que
conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude.” II Pd 1:3

CONFISSÃO: VASSOURA DO CÉU

Contudo, logo após a conversão, percebe-se que viver diante de Deus é completamente diferente da vida pela qual se estava habituado. Como diz Paulo: “Aquele que furtava, não furte
mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom,...” Ef 4:28a
Aparentemente essa nova vida consiste em deixar de fazer e começar a fazer. E assim seria se não fosse a presença do acusador de nossos irmãos - o Diabo, e Satanás.
O Diabo é especialista em levantar questões não resolvidas diante do trono da graça para colocar o cristão na defensiva, pois ele sabe, mais que ninguém, que Deus está comprometido
com a Sua própria santidade e justiça.

Isto porque, dentro do plano divino para a restauração do homem, a confissão representa papel fundamental para o completo restabelecimento da comunhão com Deus. É o preceito
ensinado por João: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (I Jo 1: 9).

A confissão implica em duas vertentes básicas: reconhecimento e arrependimento do erro diante de Deus. Quando José se viu diante da possibilidade de cometer adultério exclamou:
“... Como, pois, posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus?” (Gn 39:9). E o filho pródigo, longe do lar, em razão de sua vida dissoluta, “caindo, porém, em si, disse: ...
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei,, Pai, pequei contra o céu e diante de ti;” (Lc 15:17,18)

José reconheceu o erro antes de praticá-lo, não precisando de confissão. Já o filho pródigo errou, e ao cair em si, se propôs, como de fato o fez, a confessar seu pecado a Deus e a seu
Pai.

TRAZENDO TUDO À LUZ

Voltando as palavras de Paulo, e analisando essa questão de furtar, e não furtar, mas trabalhar, para que o cristão seja consciente desta mudança de atitude que deve fazer, tem,
antes, de saber que o furto constitui-se um pecado contra o mandamento de Deus, expresso no decálogo: “não furtarás” (Ex 20:15).

Recapitulando a historia da conversão de um cristão, num determinado dia ele se converte por ouvir que Jesus morreu pelos seus pecados e ressuscitou para a sua justificação (Rm
4:25).

Então ele deixa de furtar, pois a lei de Deus, implantada em seu coração, faz com que suas atitudes sejam mudadas.

Mas, por algum motivo, no momento de sua conversão ele não confessou especificamente que furtava. E, ainda que ele nunca mais venha a praticar o ato, o fato é que algum dia ele
furtou na presença de, no mínimo, três testemunhas: Deus, ele próprio e o Diabo. E Satanás não dará descanso no seu processo acusativo enquanto o sangue de Cristo não for
aplicado especificamente sobre esse pecado.

Foi em função dessa consciência que lemos sobre a igreja de Éfeso: “E muitos dos que haviam crido vinham, confessando e revelando os seus feitos. Muitos também dos que tinham
praticado artes mágicas ajuntaram os seus livros e os queimaram na presença de todos; e, calculando o valor deles, acharam que montava a cinqüenta mil moedas de prata. Assim a
palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.” At 19:18-20

Observe que eles detalhavam o que de concreto praticaram. O mesmo ocorreu na igreja de Tessalônica: “porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos entre vós,
e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro.” I Ts 1:9. Ou seja, sabiam, com exatidão, quais ídolos haviam abandonados, podendo nomeá-los.

Esta consciência da aplicabilidade da Palavra de Deus era comum no Antigo Testamento: “Ora, no dia vinte e quatro desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de
sacos e com terra sobre as cabeças, e os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as iniqüidades de seus
pais. E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus, uma quarta parte do dia; e outra quarta parte fizeram confissão e adoraram ao Senhor seu Deus.” Ne
9:1-3

DEIXANDO AS OBRAS MORTAS


Veja que a confissão está intimamente associado a leitura da Palavra de Deus. Por isso somos exortados pelo autor de Aos Hebreus: “Pelo que, como diz o Espírito Santo: Hoje, se
ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação no dia da tentação no deserto.” Hb 3:7-8

E o autor continua de modo veemente: “Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo; antes exortai-vos
uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.” Hb 3:12-13

E é no mesmo livro de Aos Hebreus que encontramos referência sobre o “fundamento de arrependimento de obras mortas” (Hb 6:1). Mais a frente o autor afirma: “quanto mais o
sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?” Hb 9:14

As obras mortas são aquelas realizadas anterior a conversão do indivíduo, feitas durante o tempo de sua ignorância quanto a vontade de Deus (At 17:30), e está ligado ao tempo em
que Deus permitiu que cada um andasse em seu próprio caminho (At 14:16).

Pedro, ao reafirmar a necessidade de andar segundo a vontade de Deus, anota o comportamento que caracterizava a vida antes de conhecer a Deus: “Porque é bastante que no tempo
passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscência, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias (I Pd 4:3). Todas estas atitudes
são fruto de uma vida sem Deus e razão pelas quais Jesus morreu.

PALAVRA DE ADVERTÊNCIA

A suma do que se tem dito até aqui é que todo pecado cometido, mesmo antes da conversão, deve ser confessado para que haja perdão e purificação. Caso não seja feito, constitui-se
em base legal para a acusação do Diabo, o que permite colher derrotas naquela área específica.

Uma palavra de advertência: esse procedimento não deve ser feito como forma de auto-análise, mas fruto de oração respondida: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-
me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.” (Sl 139:23,24)

O processo de libertação produz seus efeitos positivos para quem olha para cima e não para si ou para trás. Foi essa a experiência pela qual passou Isaías, que ao contemplar a glória
de Deus se viu pecador em meio a um povo de impuros lábios (Is 6:1-5).

Por esta razão, tanto àquele que age como conselheiro, quanto àquele que ministra a si mesmo, deve estar cônscio das palavras de Paulo aos Colossenses 3: 1,2: “Se, pois, fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está, assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra.”

Pois o desejo do Senhor é que cada um esteja diante do dEle em santidade: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos
apresentar a ele como virgem pura.” (II Co 11:2)

PROCESSO DE LIBERTAÇÃO

Cristo veio para destruir as obras do Diabo (I Jo 3:8), incumbência que nos foi delegada (Jo 17:17). Assim, conduzir o cristão à confissão, ou ministrar a si mesmo equivale ao
desmonte das obras malignas. Por isso, para que a ministração seja eficaz em sua plenitude, deve atingir todos os aspectos que envolvem a questão, abrangendo cinco pontos
distintos, que devem ser ministrados em seu conjunto:
1. Conhecimento da Verdade: Jo 8:32
2. Exercício de Autoridade sobre demônios: Mc 16:17a; Mt 12:29
3. Mortificação das obras da carne: Gl 5:19-21; Cl 3:5-9
4. Confissão dos pecados: I Jo 1:9
5. Desligamento das maldições: Mt 18:18

1. CONHECIMENTO DA VERDADE

"e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (Jo 8:32)

Todo o processo de libertação inicia-se pelo conhecimento da verdade com base na Palavra de Deus. O Senhor já alertava, pelo profeta, de que seu povo estava sendo destruído por
lhe faltar e por estarem rejeitando o conhecimento (Os 4: 6).

Paulo relata que os eventos do Antigo Testamento como exemplo e para aviso nosso (I Co 10:11), para nos instar à esperança e a glorificar ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo
(Rm 15:4,5), pois “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito,
e perfeitamente preparado para toda boa obra.” (II Tm 3:16)
Assim, o cristão deve ser confrontado com a Palavra de Deus em suas atitudes. Ele deve ser ensinado, repreendido, corrigido e instruído em toda a justiça.

Ao Jesus referir-se ao ministério de João às margens do Jordão, afirmou que aqueles que reconheciam a justiça de Deus se deixavam batizar. A natureza da mensagem de João era
sintetizado pelas palavras: “... Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mt 3:2).

Portanto, reconhecer a justiça de Deus era aceitar o veredicto divino sobre suas obras, arrepender-se e deixá-las, ou seja, deixar-se instruir em toda a justiça.

Quer seja conduzido por um conselheiro, ou conclua por si mesmo que pecou, então está apto ao passo seguinte do processo de libertação. Quanto maior o nível de consciência do seu
pecado mais profundo é a ação redentora do sangue de Jesus, pois “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20b)

2. EXERCÍCIO DE AUTORIDADE SOBRE DEMÔNIOS

"E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios ..." (Mc 16:17a)

"Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? e então lhe saquear a casa" (Mt 12:29)

Paulo, ensinando aos Efésios, diz da ação de um espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:2). E o apóstolo João complementa que “quem comete pecado é do Diabo, por o
Diabo peca desde o princípio” (I Jo 3: 8); e que aquele que vive habitualmente em pecado caracteriza-se por ter uma vida em rebeldia, pois pecado é rebeldia aos mandamentos
divinos (I Jo 3:4).

Contudo, o Maligno não pode tocar os nascido de Deus como ele faz com os que estão no mundo (I Jo 5:18, 19), mas ele fica andando em derredor, buscando alguém a quem possa
tragar (I Pd 5: 8).
Por isso o cristão é chamado a resisti-lo, e ele fugirá, e isso só é possível para com aqueles que se sujeitam a Deus (Tg 4:7).

Assim, por trás de toda tentação existe, em algum grau, direta ou indiretamente, a ação do maligno. A queda no pecado, por sua vez, traz um ganho a obra maligna, a qual deve ser
desfeita imediatamente mediante a confissão.

Só que antes da confissão o conselheiro, em conjunto com o cristão, devem exercer autoridade sobre os demônios repreendendo sua ação nefasta.

Este exercício de autoridade pode ser visto em Zacarias 3, onde relata o dia em que o sumo sacerdote Josué estava diante do anjo do Senhor, com suas vestes sujas e Satanás lhe
opondo.

Antes do anjo tratar com Josué disse: “Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda!...” (Zc 3:1)

A luz do Novo Testamento esta autoridade é delegada a nós. Afinal, para saquear a casa é necessário, antes, amarrar o valente; para conduzir uma ministração de libertação, é preciso
prender toda ação maligna inerente a questão em evidência.

3. MORTIFICAÇÃO DAS OBRAS DA CARNE

"Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as
facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os
que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus." (Gl 5:19-21)

"Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira
de Deus sobre os filhos da desobediência; nas quais também em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas;
8 mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca; não mintais uns aos outros, pois
que já vos despistes do homem velho com os seus feitos," (Cl 3:5-9)

Se por um lado, por trás de todo pecado existe uma ação maligna direta ou indireta, por outro lado, nenhum pecado é cometido sem a vontade de quem o praticou ou seja, sem a ação
da carne do cristão em acordo com a ação maligna.

Foi o que aconteceu no Éden. O Diabo instigou a mulher a comer do fruto; ela olhou e desejou e comeu. Por isso Tiago ensina: “Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus;
porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. Cada um, porém é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência,
havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tg 1:13-15)

Portanto, ao reconhecer o pecado, deve tratar com o Maligno, em sua obra, mas também com a carne. Normalmente os textos citados acima aos Gálatas e aos Colossenses são vistos
apenas nos aspectos de atitudes que o cristão deve adotar. Contudo eles devem ser precedidos de um ato declaratório, do tipo: “Em nome de Jesus eu mortifico a minha carne na obra
de:...”

Esta declaração libera a ação do Espírito Santo para realizar o que for necessário para que ela seja um fato na vida de quem a declarou.
Em Colossenses 2:6 está escrito: “Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nele andai,”. O princípio aqui exposto está em acordo com aos Romanos
10:10 “Pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.”

E novamente Paulo faz referência a ele em II Corintios 8:11: “Agora, pois, levai a termo a obra, para que, assim como houve a prontidão no querer, haja também o cumprir segundo o
que tendes.”

O princípio é este: aceitamos Jesus mediante uma confissão que estava de acordo com o que criamos em nosso coração. Assim deve ser o início de toda ação na vida cristã: crer -
confessar - agir de acordo.

Na seqüência do texto aos Colossenses 2:6, é apresentado a seguinte verdade: “no qual também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da
carne, a saber, a circuncisão de Cristo.” (Cl 2:11)

E continua: “e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos. (Cl 2:13)
Observe o seguinte, de acordo com I Jo 1:9, para receber o perdão é necessário que haja confissão dos pecados específicos, logo, neste texto, Cl 2:13, em que cita o perdão sobre os
delitos cometidos, supõe uma anterior confissão, e a associa com a circuncisão de Cristo.

A circuncisão é a operação que corta o excesso da pele que cobre a glande do pênis. É interessante observar que este foi o sinal da aliança de Deus com Abraão, e por conseguinte,
com Israel. Assim, se um sacerdote pedisse demonstração do sinal da aliança, o judeu teria de mostrar seu órgão genital, o que seria um ato de vergonha e constrangimento para
ambos.

Voltando à circuncisão, para que ela fosse realizada, o médico deveria esticar a pele até estar suficientemente distante da glande para permitir o corte. Analogamente, para que Cristo
possa fazer a circuncisão no coração, é necessário que o cristão emita uma declaração sobre a ação da carne em sua vida, exprimindo o desejo de vê-la mortificada, para que o corte
espiritual possa ser efetuado.

Assim, o processo de mortificação da carne inicia-se pela declaração de que ela está morta, e completa-se com a Operação do Espírito de Deus em conjunto com a vontade do homem.
Nessas condições o Espírito Santo movimentará coisas, pessoas e circunstâncias, para que essa declaração seja um fato.

4. CONFISSÃO DOS PECADOS

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (I Jo 1:9)

No Éden, quando Adão foi confrontado pelo seu pecado, culpou a Deus por ter-lhe dado a mulher, e culpou ela também. Esta, por sua vez, culpou a serpente. De modo que a tendência
natural do ser humano é o de lançar a culpa de suas atitudes sobre outro.

Ora, sabendo que o Maligno o induz ao pecado; que a sua carne esta inclinada a aceitar a oferta do Diabo; ele pode sentir-se vítima do sistema, e transferir a culpa ou ao Diabo, ou a
sua carne.

Se bem que é verdade que tanto Satanás quanto a carne são cúmplices com o pecado cometido, o homem pecou por seu próprio desejo.
Paulo identifica a natureza de sua carnalidade como “o pecado que habita em mim” (Rm 7:17), e declara que em seu homem interior tem prazer na lei de Deus, mas em seus membros
outra lei, que o leva cativo à lei do pecado (Rm 7:23), contudo assume integralmente suas atitudes ao afirmar: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
(Rm 7:24).

Este reconhecimento é o ato de confissão, que, de acordo com I João 1:9, tem por conseqüência o perdão, logo se não houver confissão, não há perdão. Por isso disse Davi: “Contra ti,
contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares. Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me
concebeu minha mãe.” (Sl 51:4,5)

5. DESLIGAMENTO DAS MALDIÇÕES

"Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu." (Mt 18:18)

Tendo amarrado o Maligno, mortificado a carne, confessado o pecado, agora é hora de tratar das conseqüências que ele gerou.

Paulo, escrevendo aos Romanos disse: “Porque o salário do pecado é a morte ...” Rm 6:23a. De sorte que todo pecado cometido trás graves conseqüências.

Graças a Deus que “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro, para que aos gentios
viesse a benção de Abraão em Jesus Cristo, a fim de que nós recebêssemos pela fé a promessa do Espírito.” (Gl 3:13,14)

De forma que tendo o pecado sido confessado, foi perdoado, e agora não há mais porque viver com as conseqüências que ele acarretou. Ao declarar: “em nome de Jesus eu me desligo
das maldições decorrentes do pecado ... e me ligo no Senhor e na força de Seu poder.”, permitimos ao Espírito Santo realizar tudo o que for necessário para reverter o quadro de
maldição resultante do pecado cometido.

MODELOS DE ORAÇÕES

Os modelos aqui apresentados servem de guia para o conselheiro conduzir o processo de libertação.

Cumpre observar o seguinte:

• O aspecto mais importante da ministração está no primeiro passo: conhecimento da verdade, como está escrito: “Mas todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz,
pois tudo o que se manifesta é luz.” Ef 5:13. Nestas condições, os demais passos são decorrentes, sobre uma vitória já alcançada.

• Toda a ministração está embasada na autoridade da Palavra de Deus e em obediência aos seus preceitos.

• A sinceridade de uma confissão não se mede pela emotividade imposta a ela, mas pelos resultados decorrentes dela, que são visíveis nos dias subseqüentes

CASO HIPOTÉTICO: - o cristão cometeu pecado de adultério


1. Conhecimento da Verdade: Jo 8:32

Confrontar a vida do cristão com a Palavra de Deus

Ex.: Ex 20:14 - “Não adulterarás”

Objetivo: levá-lo a convicção de pecado

2. Exercício de Autoridade sobre demônios: Mc 16:17a; Mt 12:29

Em nome de Jesus amarro o demônio de adultério. Em nome de Jesus ordeno que saiam todos os seus comandados, juntamente com suas ferramentas de trabalho.
Em nome de Jesus ordeno que seja levado pelos anjos do Senhor o demônio de adultério para o lugar que o Senhor mandar.

Objetivo: Expulsar o demônio que levou-o ao pecado. Como demônios nunca operam sozinhos, ordenar que saiam seus comandados. As ferramentas são: as estátuas, os livros que
tratam dessa matéria, e coisas deste tipo, que os demônios terão de levar junto. Mesmo que num primeiro momento o aconselhado não tenha consciência de quais coisas são, o
Espírito Santo se encarregará de lhe mostrar.

3. Mortificação das obras da carne: Gl 5:19-21; Cl 3:5-9

Em nome de Jesus eu mortifico a obra de adultério em minha carne. Declaro completamente morta e estico a minha carne pedindo que o Espírito Santo circuncide-a
agora em nome de Jesus.

Objetivo: Liberar o Espírito Santo para realizar tudo o que for necessário para cortar na raiz o que produziu o pecado. Ele poderá mover coisas, pessoas ou circunstâncias com esse
propósito.

4. Confissão dos pecados: I Jo 1:9

Em nome de Jesus eu confesso que pequei contra Deus adulterando com fulano (a) de tal. Declaro que pequei por minha única e exclusiva culpa. Tendo confessado,
recebo de Deus o perdão dos pecados e a purificação de toda a iniqüidade.

Objetivo: Receber o perdão pela confissão realizada. A purificação implica em libertação no mais profundo do ser. Se o conselheiro estiver conduzindo a confissão, dar liberdade ao
aconselhado em emitir sua confissão em voz baixa, sem que o conselheiro ouça, para evitar que ele se constranja, mesmo porque que perdoa é Deus. Contudo a confissão não pode
ser feita apenas em pensamento.

5. Desligamento das maldições: Mt 18:18

Em nome de Jesus eu me desligo de toda a maldição decorrente do pecado de adultério e me ligo no Senhor e na força de Seu poder.
Objetivo: Permitir que o Espírito Santo remover, em sua soberania, as conseqüências decorrente do pecado.

PALAVRA FINAL

Nos casos em que esta ministração foi aplicada em seu conjunto dois resultados ocorreram. Um, de imediato, quando a pessoa disse que sentiu como se um jugo tivesse sido tirado de
seus ombros, que está de acordo com Mateus 11:28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.”

O resultado seguinte se deu depois, no dia a dia da pessoa, com circunstâncias sendo alteradas a seu favor, reconciliações produzidas, nova perspectiva da vontade de Deus para com
sua vida, que está de acordo com Colossenses 1:10: “para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no
conhecimento de Deus.”

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 6:23)

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