Você está na página 1de 55

CURRÍCULO

TEORIAS DO CURRÍCULO

FACULDADE ESPIRIITO SANTO - FAES


Currículo

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 02

CAPÍTULO I – CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DE ENSINO 03


1. 1 – Visão crítica do currículo 07
1. 2 – Abordagens curriculares 08
1. 2.1- Currículo Acadêmico 08
1. 2. 2- Currículo Humanístico 09
1
1. 2. 3 - Currículo Tecnológico 09
1. 2. 4 - Currículo Reconstrucionista Social 09

CAPÍTULO II - O CURRÍCULO E OS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM 11


2. 1 – Etapas do planejamento curricular 13
2. 2 - Condições para êxito 16
2. 2. 1 - Conteúdos 17
2. 2. 2 – Procedimentos 18
2. 2. 3 - Situação comunicativa 18
2. 2. 4 – Recursos 18
2. 2, 5 – Avaliação 18
2. 2. 6 - Apoio para o desenvolvimento do Projeto 18

CAPÍTULO III - ASPECTOS DIDÁTICOS DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO 19


DE TRABALHO
3.1 - Processos educativos e desenvolvimento de um projeto 19

CAPÍTULO IV - TRABALHANDO COM PROJETO DE INTERVENÇÃO E AS 24


POSSÍVEIS ETAPAS

CAPÍTULO V - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO 30


FUNDAMENTAL( 1º E 2º CICLOS) – O CURRÍCULO NAS SÉRIES INICIAIS

CAPÍTULO VI - CURRÍCULO: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO PARA COMPREENDER 33


A PRÁTICA EDUCATIVA
6. 1 - As principais tendências do currículo e a didática 37
6. 1. 1 - Tendências 37
6. 2 – Currículo: uma contextualização para compreender a prática educativa 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47
Currículo

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Caro(a) graduando(a)

Estamos iniciando os nossos estudos sobre alguns aspectos relacionados à práxis


pedagógica, com os temas Currículo e Planejamento de Ensino que tem como objetivo geral
promover o desenvolvimento da aprendizagem no contexto da pesquisa e prática
pedagógica, evidenciando o planejamento curricular e a formação do educador, respaldado
pelos princípios e fundamentos da educação e dos PCNs do Ensino Fundamental I. 2

Evidenciaremos o percurso sócio-histórico, no auge da industrialização, no início do


século XX, até a pós-modernidade. Abordaremos, também, o estudo do desenvolvimento
educacional dos processos ensino e aprendizagem, práticas educativas, principais teóricos,
etapas do planejamento curricular e os fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais
para o Ensino Fundamental I (1º e 2º ciclos).
Essa disciplina possui 60 horas e encontra-se dividido em seis capítulos, os quais
serão trabalhados em duas aulas, totalizando duas semanas.
Todo material didático dessa disciplina foi organizado com a finalidade de assegurar
e potencializar o seu processo de ensino e aprendizagem, por isso leia todo material
impresso e virtual, atentamente, todos os textos e realize as atividades propostas, a fim de
obter aproveitamento excelente nesse módulo disciplinar. Lembre-se que o Orientador da
Disciplina poderá esplanar sobre o assunto explorando livremente de acordo com a proposta
da disciplina com mídias complementares!.
A vida nos proporciona desafios para enfrentarmos e vencermos os obstáculos e,
assim, conquistarmos o sucesso.
Para tanto, por maior que sejam os desafios, não desista dos seus objetivos.
Desejamos muita compreensão, persistência e realização na continuidade dos
seus estudos!
Currículo

CAPÍTULO I – CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DE ENSINO

Neste capítulo abordaremos o currículo, dando ênfase à importância do mesmo no


planejamento dos processos ensino e aprendizagem.
Assim, o termo currículo surge no âmbito da literatura educacional no início do século
XX, no auge da industrialização. Na atualidade ele vem assumindo lugar de destaque no
conhecimento pedagógico, pois está sendo instrumento para o desenvolvimento do
processo de permanência, transformação e renovação dos conhecimentos historicamente
acumulados e para socializar crianças, jovens e adultos dentro de um contexto que engloba 3

os valores tidos como desejáveis.


Enquanto que na pós-modernidade ele está centrado na lógica, ou seja,
prescrevendo ou antecipando os resultados de ensino. O currículo não fornece receitas
prontas ou meios (atividades, matérias ou conteúdos) que devem ser utilizadas, mas
sinalizam as necessidades dos novos tempos, trazendo a variedade de opções a
heterogeneidade de abordagens e o predomínio de atividades sobre o discurso eloqüente.
- Questionamento dos principais e pressupostos do pensamento social e político,
estabelecidos e desenvolvidos a partir do iluminismo;
- Desconfiança das certezas e afirmações categóricas;
- Desconfiança das pretensões totalizantes do saber do pensamento moderno;
- Críticas às categorias gerais e metas narrativas (explicações únicas e abrangentes);
- Valorização do particular e da diferença;
- Crítica às noções de razão e nacionalidade de que se instituíram em sistemas que o
primem e exploram;
- Questionamento dos valores universais em detrimento dos valores construídos
histórica e socialmente;
- Desconfiança do poder emancipatório da ciência;
- Abalo das certezas do método racional;
- Rejeição de uma consciência unitária, homogênea, centrada;
- E adoção de uma consciência parcial, fragmentada e incompleta;
Numa perspectiva histórica, no final da Segunda Guerra e no início dos anos
cinqüenta surge as preocupações pós-modernas quanto ao currículo. Este período é
marcado por três fatos históricos:
No campo epistemológico, o pós-modernismo nasce ligado aos seguintes questões
1- Início da crise do capitalismo e do socialismo;
2- Transformações políticas, sociais, econômicas e culturais;
3- Expansão das tecnologias informacionais.
Currículo

No âmbito da pós-modernidade, com relação à perspectiva de organização de uma


nova ciência, traz a necessidade de que seja:
- não-determinista;
- não-cartesiana;
- transformativa;
- aberta;
- integração entre ciência e humanismo;
- consideração do particular, do local, do contingente, da incerteza, da dúvida;
4
- dissolução da rígida divisão categórica ou classificação em categorias que
hierarquizam e subordinam.
- o atual movimento deve ser visto como lenta transformação cultural; como uma
mutação nas informações e práticas distintas da modernidade.
A pós-modernidade1 tem aceitação para com o efêmero, o temporal, o descontínuo, e
revelam a impossibilidade de se trabalhar os problemas atuais só com a racionalidade.
Não há metateorias/metanarrativas que lhe dêem um referencial legitimador.
O currículo escolar tem ação direta ou indireta na formação e desenvolvimento do
aluno. Assim, é fácil perceber que a ideologia, cultura e poder nele configuradas são
determinantes no resultado educacional que se produzirá.
A elaboração de um currículo é um processo social, no qual convivem lado a lado os
fatores lógicos, epistemológicos, intelectuais e determinantes sociais como poder,
interesses, conflitos simbólicos e culturais, propósitos de dominação dirigidos por fatores
ligados à classe, raça, etnia e gênero.
Vale destacar que o currículo constitui o elemento central do projeto político-
pedagógico, pois ele viabiliza o processo de ensino e aprendizagem. Contribuindo com esta
análise Sacristán (1999,p.61) afirma que:
O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à
escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a
aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, suposições e aspirações)
e a prática possível, dadas determinadas condições.

Alguns estudos realizados sobre currículo a partir das décadas 1960 a 1970
destacam a existência de vários níveis de currículo: formal, real, oculto. Esses níveis servem

1 A PÓS-MODERNIDADE DESENVOLVE UM PAPEL POSITIVO AO:


- Permitir ao outra voz própria.
- Atribuir direito do ser diferente.
- Não se submeter à lógica geral que elimina a particularidade.
- Concordar com a crítica aos desvios da modernidade.
- Permitir a diversidade qualitativa.
- Revelar uma natureza múltipla, complexa e instável.
- Definir a ciência como obra de indivíduos inseridos no mundo.
- Reconhecer o abalo das certezas.
- Permitir múltiplas interpretações.
Currículo

para fazer a distinção de quanto o aluno aprendeu ou deixou de aprender, suas


características vêm a seguir:

1. CURRÍCULO FORMAL
Refere-se ao currículo estabelecido pelos sistemas de ensino, é expresso em
diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplina de estudo. Este é o que
traz prescritos institucionalmente os conjuntos de diretrizes como os Parâmetros
Curriculares Nacionais.
5
2. CURRÍCULO REAL
É o currículo que se materializa dentro da sala de aula com professores e alunos a
cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino.
3. CURRÍCULO OCULTO
É o termo usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem dos
alunos e o trabalho dos educadores. O currículo oculto representa tudo o que os educandos
aprendem diariamente em meio às várias práticas, atitude, componentes, gestos,
percepções, que vigoram no meio social e escolar. O currículo está oculto porque ele não
aparece no planejamento do professor.
Yurgo Santomé (1995),
considera o “currículo oculto” (“implícito”, “latente”, “escondido” ou
“paralelo”), uma dimensão relacionada com os processos de socialização relativos
às diversas experiências escolares, acadêmicas ou sociais, que traz consigo
valores, cujos princípios influenciam na formação, sem que cheguem,
intencionalmente, a se explicitar como objetivos educativos, propriamente.

Portanto, o currículo não é um elemento neutro de transmissão do conhecimento


social.
Ele está imbricado em relações de poder e é expressão de equilíbrio de interesses e
forças que atuam no sistema educativo em um dado momento, tendo em seu conteúdo e
formas, a opção historicamente configurada de um determinado meio cultural, social, político
e econômico. Segundo Moreira e Silva (1997), a origem do pensamento curricular no Brasil
iniciou-se a partir dos anos 20 e 30 do século XX,
Tendo como parâmetros diferentes teorias, principalmente a dos
estados unidos, sob a influência das idéias de: John Dewey e Kil Patrick.
estes criticavam o currículo tradicional, elitista, e defendiam idéias
progressistas.

É relevante destacar que os conteúdos escolares no Brasil, até então, tinham uma
forte ligação com a concepção jesuítica do período colonial em relação à educação, ou seja,
reinava absolutamente o currículo tradicional na primeira metade do século XX.
Currículo

Contudo, as idéias sociológicas de Comte e Durkheim colaboraram para acentuar o


caráter enciclopédico do currículo brasileiro, uma vez que este se tornou mais extenso na
área da Geometria, Matemática e Português nas primeiras séries e enfatizava, ainda mais, a
Educação Moral e Cívica, aliada indispensável para o caminho do progresso com ordem,
próprio do positivismo da época.
A partir da Primeira Guerra Mundial e das grandes crises econômicas no começo do
século XX, que abalaram significativamente a sociedade ocidental moderna a educação
passa a ser proposta como o mais poderoso instrumento de reconstrução social e bem-estar
6
coletivo.
Nesse sentido, o indivíduo passa a ser visto como resultante de múltiplas influências
do ambiente social. Questiona-se a possibilidade do ensino realizar-se somente na sala de
aula, uma vez que o indivíduo é formado à semelhança de seus contemporâneos, e,
consequentemente, a amplitude de desenvolvimento possível do indivíduo só pode ser dada
pela sociedade.
Os avanços e estudos das Ciências Humanas, principalmente em relação ao
desenvolvimento psicobiológico, descrevem a criança como um ser em constante interação
social. A escola é enfatizada como parte fundamental da comunidade e é a comunidade em
si, assim como a sociedade, que deve ser o ambiente privilegiado e o campo de trabalho da
escola.
Todavia, a corrente européia norte-americana propunha que a escola primária não
tivesse como objetivo primordial as matérias de ensino, mas os processos de
desenvolvimento das crianças que deveriam ser estimuladas da melhor maneira possível. A
escola deveria ser viva e ativa, ou seja, rica em atividades comuns à vida das crianças e
realizadas em grupo, de forma socializada.
No entanto, os europeus foram mais formalistas e menos radicais: por eles, a escola
permaneceu um local separado da comunidade. Nela, organizaram os “Centros de
Interesses”, isto é, escolhiam assuntos considerados de interesse da criança, para os quais
eram propostos métodos e materiais de ensino especializado visando transformar a escola
num local belo e atraente. Buscavam também aguçar os sentidos das crianças com
exercícios adequados e planejados previamente.
Entretanto, o Manifesto dos Pioneiros de 1932 representa um marco essencial na
História da Educação, vez que, por intermédio dele, abriu-se uma possibilidade de se
discutir a educação numa perspectiva de Escola Pública, Gratuita e de Boa Qualidade, bem
como a promoção de reformas educacionais.
Em 1920, Antonio de Sampaio Dória tentou acabar com o analfabetismo de São
Paulo. Na Bahia, estudavam-se novas perspectivas em relação ao currículo, promovidas por
Currículo

Anísio Teixeira, ou seja, pela primeira vez, disciplinas escolares foram consideradas
instrumentos de determinados fins. Assim, o currículo foi entendido como o intermédio entre
a escola e a sociedade.
A reforma de Anísio Teixeira, na Bahia, representou algumas das inovações que iriam
mais tarde caracterizar a abordagem escolanovista do currículo e do ensino. Segundo
Moreira (1990, p.68) “Anísio Teixeira defende o currículo centrado na criança e vê a
educação como crescimento e, conseqüentemente, educação como vida”.
Como Dewey, Teixeira define currículo como um conjunto de atividades em que as
7
crianças se engajarão em sua vida escolar. Propõe também que o planejamento curricular
deve centrar-se em atividades envolvendo projetos e problemas.
A reforma de Minas Gerais, organizada por Francisco Campos e Maria Casassanta,
redefiniu o papel da escola elementar. Enfatizou-se que as crianças não eram adultos em
miniatura, isto é, tinham seus próprios interesses e precisavam ser respeitadas e
estimuladas.
Partindo destes pressupostos o currículo na perspectiva do Manifesto dos Pioneiros
tem como finalidade desenvolver na criança as habilidades de observar, pensar, julgar, criar,
decidir e agir.
Na reforma do Distrito Federal, a interação entre escola e sociedade foi mais bem
explorada do que nas reformas anteriores, ou seja, a escola primária, nessa reforma, era
permanente para fins sociais, em contato com a comunidade.
As três reformas apresentadas trouxeram um importante rompimento com a escola
tradicional.
Assim, caro educando a nossa intenção é mostrar para você a necessidade de estar
lendo, refletindo e buscando sedimentar conhecimentos que devem permear a sua ação de
educador critico e reflexivo.

1. 1 - VISÃO CRÍTICA DO CURRÍCULO

Nos anos 70, os brasileiros foram influenciados por vários tipos de abordagens
teóricas, às vezes até contraditórias. De um lado, chegam até nós tanto as correntes
psicológicas, de cunho behaviorista, como a teoria do capital humano, de cunho
funcionalista, proposta pelo economista T. W. Schultz, de Chicago que vinha ao encontro da
preocupação, nos países desenvolvidos, com o gigantismo dos sistemas educacionais no
pós-guerra, que oneravam cada vez mais os cofres públicos.
De outro lado, apareceram na mesma época estudos críticos norte-americanos e
europeus sobre o problema da desigualdade de oportunidades entre os indivíduos
Currículo

provenientes de diferentes classes sociais, ou seja, com distribuição desigual do


conhecimento e com o controle social da transmissão cultural.
A superação do caráter técnico-prescritivo só ocorreu no fim da década de 60 e início
dos anos 70, com uma abordagem mais critica das questões curriculares, denominada
Libertadora, cujo precursor era Paulo Freire.
Para Paulo Freire, citado por Moreira (1990) , a educação deveria conscientizar os
oprimidos acerca da realidade social, capacitando-os a refletir sobre sua vida, suas
responsabilidades e o papel que desempenham diante das injustiças sociais. Para que isso
8
ocorra, propõe superar o currículo tradicional, abstrato, teórico e dissociado do cotidiano.
A partir da década de 80, abordagens etnográficas, sociointeracionistas,
interpretativas, que professam grande desconfiança, e até certo desprezo pelas análises
macrossociológicas, fazem-se cada vez mais presentes, estimulando o aparecimento de
vários estudos sobre o conteúdo escolar e o funcionamento interno das escolas,
proporcionando, assim, uma leitura crítica e transformadora do currículo.
Como podemos perceber, o discurso e a construção curricular no Brasil não se deu
sob uma única ideologia, mas com influência de tendências, objetivos e interesses
diferentes.
Com esse resumo histórico, pode-se perceber a importância de não se desvincular o
currículo da constituição histórica e social.
Um currículo não surge do nada, mas de uma necessidade social e principalmente
econômica.
Para entendermos melhor as ideologias e concepções em relação ao currículo,
recorremos ao texto de McNeil (2001 a,b.c.d). Nesse texto o autor classifica o currículo em
quatro abordagens distintas, que foram sendo construídas ao longo do tempo, tendo como
parâmetro todos os aspectos já citados.

1. 2 - ABORDAGENS CURRICULARES
1. 2.1- Currículo Acadêmico

Dentre as várias orientações curriculares, é a que possui maior tradição histórica.


Para adeptos dessa tendência, o núcleo da educação é o currículo, cujo elemento
irredutível é o conhecimento. Nas disciplinas acadêmicas de natureza intelectual – como
Língua e Literatura, Matemática, Ciências Naturais, Ciências Sociais e Belas–Artes se
encontra o núcleo do conhecimento, o conteúdo principal ou a, matéria de ensino.
Sua abordagem baseia-se, principalmente na estrutura do conhecimento, como
patrimônio cultural, transmitindo às novas gerações. As disciplinas clássicas, verdades
Currículo

consagradas pela ciência, representam idéias e valores que resistiram ao tempo e às


mudanças socioculturais. Portanto, são fundamentais à construção do conhecimento.
Segundo McNeil (2001 c), a finalidade da educação, segundo o currículo acadêmico,
é transmissão dos conhecimentos vistos pela humanidade como algo inquestionável e
principalmente como uma verdade absoluta. À escola cabe desenvolver o raciocínio dos
alunos para o uso das idéias e processos mais proveitosos ao seu progresso.

1. 2. 2- Currículo Humanístico
9
Na ênfase humanista, segundo McNeil (2001 b) a atenção do conteúdo disciplinar se
desloca para o indivíduo. O aluno é visto como um ser individual dotado de uma identidade
pessoal que precisa ser descoberta, construída e ensinada; e o currículo tem a função de
propiciar experiências gratificantes, de modo a desenvolver sua consciência para a libertação e
auto-realização. A educação é um meio de liberação, cujos processos, conduzidos pelos
próprios alunos, estão relacionados aos ideais de crescimento, integridade e autonomia.
A auto-realização constitui o cerne do currículo humanístico. Para consegui-la, o
educando deverá vivenciar situações que lhe possibilitem descobrir e realizar sua
individualidade, agindo, experimentando, errando, avaliando, reordenando e expressando.
Tais situações ajudam os educandos a integrar emoções, pensamentos e ações.

1. 2. 3 - Currículo Tecnológico
Sob a perspectiva tecnológica, ainda segundo McNeil (2001 d), a educação consiste na
transmissão de conhecimentos, comportamentos éticos, práticas sociais e habilidades que
propiciem o controle social.
O comportamento e o aprendizado são moldados pelo externo. Ou seja, ao professor,
detentor do conhecimento, cabe planejar, programar e controlar o processo educativo; ao aluno,
agente passivo, compete absorver a eficiência técnica, atingindo os objetivos propostos.
O currículo tecnológico, concebido fundamentalmente no método, tem, como função,
identificar meios eficientes, programas e materiais com a finalidade de alcançar resultados
predeterminados.
É expresso de variadas formas: levantamento de necessidades, plano escolar sob o
enfoque sistêmico, instrução programada, seqüências instrucionais, ensino prescritivo
individualmente e avaliação por desempenho.
O desenvolvimento do sistema ensino-aprendizagem, segundo hierarquia de tarefas,
constitui o eixo do planejamento do ensino, proposto em termos de uma linguagem objetiva,
esquematizadora e concisa.
Currículo

1. 2. 4 - Currículo Reconstrucionista Social

Conforme McNeil (2001 a) o reconstrucionismo social concebe o homem e o mundo de


forma interativa. A sociedade injusta e alienada pode ser transformada à medida que o homem –
inserido em um contexto, social, econômico, político e histórico – adquire, por meio da reflexão,
consciência crítica par assumir-se sujeito de seu próprio destino.
Por esse prisma, a educação é um agente social que promove a mudança. AA visão
social de educação e currículo consiste em provocar no indivíduo atitudes de reflexão sobre si e
sobre o contexto social em que está inserido. É um processo de promoção que objetiva a 10

intervenção consciente e libertadora sobre si e a realidade, de modo a alterar a ordem social. Na


perspectiva de reconstrução social, agrupam-se as posições que consideram o ensino uma
atividade crítica, cujo processo de ensino-aprendizagem deva se constituir em uma prática social
de posturas e opções de caráter ético que levem à emancipação do cidadão e à transformação
da sociedade.
Sob o norte de emancipação do indivíduo, o currículo deve confrontar e desafiar o
educando perante os temas sociais e situações-problema vividos pela comunidade. Por
conseguinte, não possuem objetivos e conteúdos universais, sua preocupação não reside na
informação, e sim na formação de sujeitos históricos, cujo conhecimento é produzido pela
articulação da reflexão e prática no processo de apreensão da realidade. Enfatizando as
relações sociais, amplia seu âmbito de ação para além dos limites da sala de aula, introduzindo
o educando em atividades na comunidade, incentivando a participação e cooperação.
O reconstrucionista acredita na capacidade do homem de conduzir seu próprio destino na
direção desejada, e na formação de uma sociedade mais justa e equânime. Esse compromisso
com ideais de libertação e transformação social lhe atribui certas dificuldades em uma sociedade
hegemônica e dominadora.
Por sua vez, o planejamento ajuda a alcançar a eficiência do currículo. Isto é, elaboram-
se planos, implanta-se um processo de planejamento a fim de que seja bem feito aquilo que se
faz dentro dos limites previstos para aquela execução.
O planejamento visa também à eficácia. Neste sentido, o planejamento deve alcançar
não só que se façam bem às coisas que realmente importa fazer, porque são socialmente
desejáveis (chamamos isso de eficácia). A eficácia é atingida quando se escolhem entre muitas
ações possíveis aquelas que, executadas, levam à consecução de um fim previamente
estabelecido e condizente com aquilo que se crê.
Além destas finalidades do planejamento, podemos ressaltar uma das grandes funções
que dá ao planejamento um status obrigatório em todas as atividades humanas: é a
compreensão do processo de planejamento como um processo educativo.
Currículo

É evidente que esta finalidade só é alcançada quando o processo de planejamento é


concebido como uma prática que sublinhe a participação, a democracia, a libertação.
Então, o planejamento é uma tarefa vital, união entre vida e técnica para o bem estar do
homem e da sociedade.

CAPÍTULO II - O CURRÍCULO E OS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

A pedagogia, o conhecimento e o currículo são assentados na lógica e no modo


analítico e, para o ensino, são necessárias explicações claras. A forma de ensino é dialógica
11
e prática, requer educadores reflexivos aos valores do intelecto e instigadores da
capacidade crítica dos jovens, homens e mulheres leves, com uma dedicação especial. O
educador fertiliza idéias que se desenvolvem internamente no processo reflexivo, utiliza-se
da narração para estimular o educando a explorar as diversas possibilidades na experiência
do dia-a-dia.
O material didático é estruturado para encorajar a reflexão. O conhecimento é
produzido continuamente por meio de ações reflexivas.
O educador que tem o seu trabalho planejado em função de objetivos bem definidos
deve lançar mão de recursos que, aguçando o interesse do educando, ajudem-no a formar
conceitos sobre situações de vida, muitas vezes complexas ou distintas, no tempo e no
espaço.
O material didático concretiza idéias abstratas, completa a aprendizagem, de forma
duradoura e com maior rendimento.
O material variado serve ao educador e ao educando, um poderoso auxiliar no
processo educativo. É preciso, entretanto, que o seu uso, hoje supervalorizado, esteja
adequado a quem aprende, ao que se ensina e a quem se ensina; não deve, nunca, ser
considerado um fim em si mesmo, por sua beleza ou pela novidade que apresenta.
O educando é participante no processo de criação, planejamento, execução e
avaliação do conhecimento de forma investigativa.
A avaliação é um recurso com função de assegurar a reflexão crítica, essencial para
a transformação contínua da experiência. Não é baseada em notas, mas em metas, tem um
papel construtivo. É mais uma etapa do diálogo da integração que desenvolve saberes
intelectuais e sociais.
O currículo pós-moderno está fundamentado em uma nova relação da teoria e da
prática. São reflexões articuladas num momento histórico, nas variáveis, nos
questionamentos e não nas explicações gerais, uniformes. Não é mais a afirmação do que
é, mas a consideração do que pode ser. O alvo é a construção de um mundo provável.
Currículo

Nesse novo paradigma tudo é “relacional”. O currículo enfatiza e desenvolve o


questionamento de um indivíduo único e privilegiado da história: homem, branco, europeu,
adulto, cristão, ocidental.
O homem pós-moderno é resultante das múltiplas culturas, por isso é multicultural. O
homem cria cultura à medida que reflete seu contexto de vida e dá respostas aos desafios
do mundo atual, cultivando e criando-a no ato de se relacionar, de criticar e de traduzir suas
ações criadoras. É nesse movimento que encontramos a chave para a produção de
conhecimento e da educação, pois o indivíduo se torna promovido e não ajustado à
12
sociedade, passando a ser atraído por um mundo real onde ele é co-responsável e co-
participante em forma de co-administração.
A educação é provocada a uma atitude de reflexão comprometida com a ação. Ação
essa que supõe domínio em relação às categorias de:
- Autoconhecimento;
- Aprendizagem de habilidades básicas;
- Bom nível de relacionamento interpessoal;
- Competência para solucionar problemas;
- Visão de contexto;
- Ação inteligente.
A premissa fundamental dessa ação transformadora é a consideração do homem em
sua totalidade, possibilitando-lhe a liberdade de desenvolver sua própria personalidade tanto
no campo intelectual como no emocional. Tal posicionamento tem influenciado as formas de
currículo, levando à conscientização de novas práticas escolares que dão importância à
evolução pessoal, pois, o humanismo, que neste novo milênio, retorna com força total,
requer este homem dando ênfase às habilidades e competências necessárias para a
realização de sua cultura, como força integradora no amadurecimento de crenças e atitudes
em torno de uma forma democrática de vida.
Segundo Calfee (apud COLL, 2002)
Uma pessoa educada é a que assimilou, que interiorizou, em
suma, que aprendeu o conjunto de conceitos, explicações, habilidades,
práticas e valores que caracterizem uma cultura determinada, sendo
capaz de interagir de modo adaptado com o ambiente físico e social.

A importância do desenvolvimento educacional está nas ações pedagógicas


diferentes que se modelam no currículo.
Assim, um currículo adaptado ao homem pós-moderno contempla:
- Variedade de opções;
- Heterogeneidade de abordagens;
Currículo

- Predomínio das atividades;


- Aprender a escolher;
- Lidar com as diferenças;
- Aprender ativamente.
O currículo, educadores e educandos se mantêm abertos ao mundo/ sociedade a
qual estão inseridos.

2. 1 - ETAPAS DO PLANEJAMENTO CURRICULAR


13

O planejamento consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada,


implicando definição de necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das
possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e
formas de avaliação.
O processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática, de
modo a prever e programar as ações e os resultados desejados, constituindo-se numa
atividade necessária à tomada de decisões.
As instituições e organizações sociais precisam formular objetivos, ter um plano de
ação, meios de sua execução e critérios de avaliação da qualidade do trabalho que
realizam.
Sem planejamento, a gestão corre ao sabor das circunstâncias, as ações são
improvisadas, os resultados não são avaliados.
O planejamento se concretiza em planos projetos, tanto da escola e do currículo
quanto do ensino. Um plano ou um projeto é um esboço, num esquema que representa uma
ideia, um objetivo, uma meta, uma seqüência de ações que irão orientar a prática.
A ação de planejar subordina-se à natureza da atividade realizada. No planejamento
escolar, o que se planeja são as atividades de ensino e de aprendizagem, fortemente
determinadas por uma intencionalidade educativa envolvendo objetivos, valores, atitudes,
conteúdos, modos de agir dos educadores que atuam na escola. Um planejamento eficaz,
ele precisa ser coletivo, ou seja, incluir a participação de todos os envolvidos dentro de suas
funções e atribuições.
Uma importante característica do planejamento é o caráter processual. O ato de
planejar não se reduz à elaboração dos planos de trabalho, mas a uma atividade
permanente de reflexão e ação.
O planejamento é um processo contínuo de conhecimento e análise da realidade
escolar em suas condições concretas, de busca de alternativas para a solução de problemas
e de tomada de decisões, possibilitando a (s) revisão (ões), possibilitando a revisão de
Currículo

decisões para a solução e proposição de reflexões por uma intencionalidade educativa


envolvendo objetivos.
Faz-se necessário ressaltar que o planejamento educacional pode ser caracterizado
como:
Processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e
“quais as maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação
presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da
educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do
indivíduo. (PARRA apud SANT’ANNA et al, 1995, p.14).

O caráter de processo indica que um plano prévio é um roteiro para a prática, ele 14

antecipa mentalmente a prática, prevê os passos a seguir, mas não pode determinar
rigidamente os resultados, pois estes vão se delineando no desenvolvimento do trabalho,
implicando em permanente ação, reflexão e deliberação dos educadores sobre a prática em
curso. Planejando e registrando o trabalho, os educadores podem curar uma memória que
contribua não só para a sua prática em particular, mas para a possibilidade de troca de
experiências com outros parceiros que também se encontram em sala de aula.
A partir do registro do planejamento das ações futuras e de seus resultados é que
poderemos criar a possibilidade de troca e de diálogo com outras experiências. Ao planejar
não só antecipamos as ações, mas também criamos permanência para a nossa prática/
palavra como educadores/autores. Apropriando-se do hábito de registro e sistematização de
seu trabalho, o educador pode sair do anonimato e colocar a sua experiência acumulada a
serviço da construção de uma pedagogia partilhada por um grupo maior de pessoas.
Esse registro/memória de nossas ações é uma das formas do nosso trabalho.
No decorrer da História, podemos constatar que o homem, através do seu
pensamento (reflexão), desenvolve níveis cada vez mais aprimorados de discernimento,
compreensão e julgamento da realidade, o que lhe favorece uma conduta comprometida
com novas situações de vida. Sendo assim, pelo planejamento, o homem organiza e
disciplina a ação, tornando-a mais responsável, partindo sempre por ações mais complexas,
produtivas e eficazes.
Dessa forma, o objetivo deste texto é explicitar o significado do planejamento em
relação às implicações no contexto de sala de aula, pois as idéias que envolvem o
planejamento são amplamente discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o
exercício da prática de planejar parece ser a compreensão de conceitos e o uso coerente
deles. Para tanto, segue uma seqüência de definições.
Segundo GANDIN (1993: 18, 19)
Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida;
Planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo);
Currículo

Planejar é implantar um processo de intervenção na realidade;


Planejar é agir racionalmente;
Planejar é dar clareza e precisão à própria ação (de grupo, sobretudo);
Planejar é explicitar os fundamentos da ação do grupo;
Planejar é por em ação em conjunto de técnicas para racionalizar a ação;
Planejar é realizar um conjunto de ações, propostas para aproximar uma realidade de
um ideal;
Planejar é realizar que é importante (essencial) e, além disso, sobreviver [...].
15
Nesta perspectiva, analisando as várias definições abordadas anteriormente sobre o
conceito de planejamento, podemos constatar algumas pontuações comuns, entre eles:
 todo o planejamento possui teoria e prática, e este não é neutro, pois
há um objetivo a alcançar e uma realidade a transformar. Assim, o ato de planejar
exige uma tomada de decisão.
 o planejamento é um processo a ser construído, e esta característica
parecer ser a mais importante, pois planejar não é algo estanque, mas uma ação
contínua e globalizante.
Para Padilha (2000, p.30), o ato de planejar é sempre um processo de reflexão, de
tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de
emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de
objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das
avaliações.
Pode-se reafirmar também que planejar, em sentido amplo é um processo que
“visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios
que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes
previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro”, mas
considerando as condições do presente, as experiências do passado, os
aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e
político de quem planeja e com quem se planeja (Padilha, 1998, p.63).

Portanto, planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem
como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos
que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o
acompanhamento e a avaliação da própria ação, pois planejar e avaliar andam juntas.
Em se tratando de planejamento, não podemos nos esquecer do planejamento
curricular, pois é através dele que reiniciamos o “processo de tomada de decisões, sobre a
dinâmica da ação escolar”. E a previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do
aluno (VASCONCELOS, 1995, p.56). Portanto, essa modalidade de planejar constitui um
instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta
Currículo

geral das experiências de aprendizagem que a escola deve – as condições de execução tornam-
se confusa nas situações a seguir:
a) As regras de decisão são imprecisas; Não há políticas nem procedimentos para resolver
problemas e conflitos.
b) Autoridade e responsabilidade estão indefinidas;
c) As atividades não são coerentes com o objetivo; isso pode ocorrer mesmo quando o problema e
o objetivo são coerentes.
d) A previsão de recursos é incoerente com as atividades. Podem ter sido subestimado ou
superestimados.
16
e) A atividade avança muito sem que pelo menos as intenções básicas do projeto estejam
bem definidas.

2. 2 - CONDIÇÕES PARA ÊXITO

A experiência mostra que as seguintes condições afetam positivamente a probabilidade


de sucesso do projeto:

1. Definição do problema e/ou das intenções educativas – Projetos bem sucedidos,


de forma geral, são definidos a partir do problema a ser resolvido e da clareza com que se define
a solução do problema. O mais importante é definir com clareza o objetivo do projeto Uma vez
decidida a realização de um projeto, deve-se discutir exaustivamente como o problema pode ser
resolvido e as características do resultado final que definem o objetivo, ou objetivos do projeto,
Quanto mais se postergam essas discussões e definições, mais difícil se torna a implementação
do projeto.
2. Envolvimento da equipe – Quanto mais o projeto representa um desafio para a
equipe envolvida, sejam as equipes de alunos, ou mesmo de educadores responsáveis pelo seu
desenvolvimento, maior é a probabilidade de que venha a ter sucesso. Projetos bem-sucedidos
criam nas equipes e nas pessoas participantes uma sensação de propriedade: “Este é nosso
projeto, o problema que temos de resolver”.
3. Planejamento – Projetos bem–sucedidos são muito bem planejados. Uma vez que
estabelecidos os planos, no entanto, a equipe tem grande liberdade para executá-los. A
probabilidade de o projeto ter sucesso aumenta se, durante sua implementação, houver um
cronograma bem elaborado de providências e resultados, a partir do qual os participantes
possam controlar o bom andamento dos trabalhos em direção ao objetivo estabelecido.
Outro fator que contribui para o sucesso de um projeto é procurar prever futuros
problemas em sua implantação e se preparar com antecedência para resolvê-los, caso eles
realmente aconteçam. Alguns projetos necessitam de recursos financeiros para sua
implementação: nesse caso, é preciso haver um bom planejamento de custos, levando em conta
Currículo

quanto vai gastar e de onde saíra o dinheiro. A existência de um coordenador é também uma
providência necessária para que um projeto seja bem implementado e atinja o objetivo definido.
São inúmeras as atividades humanas nas quais, atualmente, a idéia de projeto está
colocada como uma nova forma de organizar e realizar as atividades profissionais.
Profissionais dotados de maior autonomia para tomar decisões, valorização do trabalho
em grupo, desenvolvimento de vínculos de solidariedade e aprendizado constante são algumas
das características incentivadas pela realização de projetos de trabalho. Em equipe que trabalha
com vista a realizar um projeto, são importantes a solidariedade e o cuidado com a contribuição
de cada um. A questão não é “quem manda em quem”, mas se o projeto está se tornando 17

realidade.
Portanto, Projeto é uma atividade organizada, que tem por objetivo resolver um
problema, ou resolver uma seqüência de ações articuladas e com o propósito de atingir alguns
objetivos bem definidos. Vejamos, então, a forma da elaboração de projeto de trabalho,
destacando os seguintes procedimentos, apresentados abaixo.

2. 2. 1 - CONTEÚDOS
Tudo aquilo que o professor considerou necessário trabalhar com seus alunos para
alcançar o objetivo previsto, deve atender às necessidades atuais de nossa sociedade com a
finalidade de informar e desenvolver capacidades que possam transformar-se e adaptar-se às
novas realidades deve está adequado ao nível de desenvolvimento do aluno, deve levar em
conta os aspectos epistemológicos da disciplina, a possibilidade de articulação entre os
conteúdos, evitando sobreposição e rupturas nele está contido não só os conceitos e fatos, mas
também valores, normas, atitudes e procedimentos.
O conteúdo deverá ser dividido em:
 fatos – informações necessárias para a construção de um conceito sobre o tema
a ser estudado.
 conceitos – tudo aquilo que nos permite organizar a realidade, envolvendo a
construção ativa das capacidades para operar com símbolos, idéias, imagens e representações,
pressupõe o conhecimento dos fatos que estão envolvidos na construção do conceito, a
Currículo

aprendizagem do conceito ocorre por níveis de compreensão, o que si dá de forma gradual,


necessitando de diferentes situações de aprendizagem que abordem um mesmo conceito, é
graças à diversidade das atividades realizadas que os alunos notam as regularidades e
produzem generalizações.
Exemplo: para compreender o que vem a ser um texto narrativo é necessário que o aluno
tenha contato com esse texto, use-o para contar o que desejar, conheça seu vocabulário, seus
recursos lingüísticos, sua estrutura textual, sua função social. Esse processo se dá por meio de
aproximações cada vez mais abrangentes, até chegar aos conceitos mais gerais. Aqueles que
estão por trás dos conceitos específicos dão o nome de princípios. Em matemática temos o 18

princípio de igualdade, em ciências o da reprodução.


Aprender fatos, conceitos e princípios equivale a entender seus significados e relacioná-
los.

2. 2. 2 – PROCEDIMENTOS

São conteúdos destinados ao desenvolvimento de capacidades que expressam um


saber, fazer, sendo necessário tomar decisões e realizar uma série de ações de forma ordenada
e não arbitrária:
Saber escrever da direita para esquerda, de cima para baixo,
Saber das espaços entre as palavras,
Saber armar uma conta, fazer um resumo, um seminário, um cartaz, etc.
Os procedimentos se referem à atuação dos alunos, não devem ser confundidos com
estratégias elaboradas pelos professores para que os alunos aprendam:
 na conta, para saber armá-la é necessário colocar um número sobre o outro
respeitando o alinhamento das ordens, passar um traço abaixo dos números separando as
parcelas do resultado para então iniciar a operação, a soma deverá ser iniciada pelas unidades.
Um procedimento envolve ações e decisões que se sucedem no tempo e em
determinada ordem e envolvem o conhecimento do conceito. O procedimento não deve ser
confundido com os conteúdos conceituais. Muitas vezes o aluno sabe armar uma conta de
subtração, efetuar o cálculo, mas não sabe em que situações ela deve ser usada.
Valores, normas e atitudes – atitudes envolvem comportamentos e princípios de valor
como compartilhar informações, cooperar, respeitar e preservar o outro e a natureza, interessar-
se pelo que está acontecendo a sua volta.
Currículo

2. 2. 3 - SITUAÇÃO COMUNICATIVA
 Situação onde aquilo que foi apreendido vai ser mostrado à sociedade.
Como – quem – para quem – quando – o quê.

2. 2. 4 - RECURSOS
 Todo material (aula prática/livros/atividades) previsto pelo professor que vai
ser usado durante o projeto.

19
2. 2, 5 - AVALIAÇÃO
 Avaliação do aluno
 Avaliação do projeto

2. 2. 6 - APOIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


 Bloco de intervenções
 Canteiro (quando necessário)

CAPÍTULO III - ASPECTOS DIDÁTICOS DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO


DE TRABALHO

O papel dos educadores, nesse contexto da pedagogia de projetos, é acompanhar a


elaboração e a implementação dos projetos, procurando verificar, em cada um, quais competências e
habilidades importantes o educando apresenta, ou poderia apresentar, desenvolvendo ao longo da
elaboração, da implementação e da avaliação dos projetos de aprendizagem em que se envolvem.
Assim, cabe aos pesquisadores/educadores:
1- A função de ajudar os educandos a encontrar as informações necessárias para o
desenvolvimento de seus projetos;
2- Os antigos conteúdos disciplinares entram em cena, à medida que se mostrem úteis ou
relevantes para o desenvolvimento do projeto;
3- Seu aprendizado, assim, não se torna algo desvinculado da realidade, que tem que ser
feito mesmo sem saber o porquê, mas passa a ser algo que serve a um propósito claro e definido
Currículo

3.1 - PROCESSOS EDUCATIVOS E DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO

20

Nesta perspectiva, um dos objetivos de pedagogia de projetos é permitir que a


aprendizagem dos alunos tenha um ponto de ancoragem firme nos interesses e nas
necessidades dos alunos, ou seja, na vida dele.
As etapas de elaboração e aplicação de projeto podem ser concebidas a partir da
proposta metodológica da problematização, segundo Berbel (1998, p.133).
A metodologia da problematização permite provocar nos alunos, além
da aquisição de conhecimentos, as associações destes com outros aspectos da
vida em sociedade que interferem diretamente nas relações de trabalho, na
produção utilização e disseminação dos conhecimentos teóricos e práticos e
consequentemente na vida da população como um todo.
Currículo

Portanto, ao trabalhar com a metodologia da problematização, estamos de modo


consciente, desenvolvendo no educando o senso crítico de autonomia, responsabilidade e
principalmente a percepção de se trabalhar de maneira conjunta à teoria e a prática.
Por sua vez, ao planejarmos os procedimentos da pedagogia de projetos, devemos
ter como parâmetros as seguintes etapas:
1ª) Observação da realidade – realiza-se a observação do que ocorre na realidade,
e com isso possibilita-se perceber os aspectos significativos dos problemas que estão
presentes na parte selecionada para o estudo.
21
2ª) Pontos-chave – é a etapa marcada pelo levantamento dos pontos-chaves,
antecipados pela análise dos possíveis fatores associados ao problema selecionado e
também de seus determinantes maiores, quais sejam:
a) Fatores associados ao problema;
b) Fatores que poderiam interferir no problema diagnosticado;
c) Determinantes contextuais do problema
E essa situação ocorre muitas vezes por falta de uma política educacional mais séria
que possa vir ao encontro de uma formação continuada dos educadores. Partindo dessa
reflexão, elegemos os seguintes pontos-chave para o estudo:
3ª) Teorização – busca-se sistematizar as informações técnicas, científicas,
empíricas, oficiais e/ou outros, conforme natureza do problema. Trata-se, analisa-se e
avalia-se as informações coletadas, buscando contribuições para uma possível resolução.
Neste momento, o educador buscará bibliografias referentes aos pontos-chave
levantados, para uma melhor compreensão da prática analisada.
4ª) Hipóteses de solução – consiste na apresentação de propostas para a solução
do problema, de maneira a alterar o quadro existente. Todas as alternativas possíveis
deverão ser explicitadas. Tomamos como exemplo o estar diante de uma problemática
pensarmos em algumas hipóteses de solução:- realizar palestras para toda a comunidade
escolar a respeito da indisciplina e suas conseqüências.- reivindicar aos governantes a
elaboração de política educacional essa relação à formação continuada dos educadores.-
realizar mudanças na metodologia utilizada pelo educador, destacando a importância de se
trabalhar com pedagogia de projetos.
5ª) Aplicação da realidade – a aplicação das alternativas de intervenção na
realidade, possibilita-nos assumir o compromisso de realizar determinadas ações concretas.
Em vista disso, o próximo passo a ser concretizado refere-se à aplicabilidade das
hipóteses de solução na sala investigada.
- A indisciplina da relação família–escola–aluno–professor–comunidade.
- Políticas educacionais e formação do professor.
Currículo

- O repensar da prática pedagógica.Após elencarmos os pontos-chave teremos como


meta obter subsídios para auxiliar o educador na compreensão e encaminhamento imediato
de possíveis soluções para os problemas apresentados.
Assim, ao refletirmos sobre os passos da metodologia da problematização, podemos
entender que, antes de elaborarmos um projeto, é necessária a observação da realidade.
Após os educandos terem escolhido com o educador o problema em questão,
verificarão quais são os pontos-chave do problema, questionando e refletindo sobre os
aspectos a ele relacionados.
22
Logo após, vem à etapa da teorização, sistematização das informações técnicas,
científicas, mediante o uso de instrumentos de pesquisa. Em seguida, serão elaboradas as
hipóteses de solução, quando serão registradas e analisadas todas as alternativas possíveis
“um novo momento de reflexão definirá esta última etapa, inclui novas ações dos estudantes
e professores, agora sobre a realidade” (BERBEL, 1998, p.8).
Neste contexto, para que todo o processo de elaboração do projeto possa atingir
determinado objetivo, é imprescindível pensar e repensar na avaliação, pois a avaliação é
parte essencial na composição do planejamento.
Se o educador não tiver claro como irá avaliar seu educando, acabará fazendo
apenas a verificação de conteúdos apreendidos, ou da sua aprendizagem.
Nesta perspectiva, vale destacar decisões relativas ao planejamento de atividades,
partindo do modelo curricular _ construtivista e aberto_ que é proposto na atual reforma do
Sistema Educativo. Este deixa ao educador a liberdade, o privilégio e a responsabilidade de
planejar as atividades concretas que proporá a seus alunos. Então, naturalmente, não
seremos nós que roubaremos seu profissionalismo.
Para isso, você deve tomar uma série de decisões, como, por exemplo:
Decisões relativas ao plano de atividades
1º A escolha do tema de trabalho.
2º A escolha do tipo de texto.
3º A escolha da atividade concreta.
4º A decisão sobre a forma de agrupar os alunos na atividade.
5º A decisão sobre os procedimentos para ativar conhecimentos prévios.
6º A decisão sobre o processo de realização da atividade, os materiais, as intervenções
do professor e os procedimentos de correção e aperfeiçoamento/ aprofundamento dos
conteúdos que se fizerem necessários.
Essas decisões você toma a partir de critérios diversos.
Critérios para tomar decisões
· As características concretas do grupo de alunos.
Currículo

· Os objetivos educativos do professor em relação aos alunos.


· O nível de conhecimentos prévios dos alunos em relação aos conteúdos/temas
propostos.
· As necessidades comunicativas que surgem na rotina cotidiana da aula, nos temas de
estudos propostos, nas notícias da atualidade, nos interesses dos alunos, etc.
· O nível de conhecimento prévio requerido a cada tipo de tema/ conteúdo.
· As características concretas do tema/conteúdo a ser trabalhado.
· As características concretas do tipo de atividade.
23

Alguns conselhos para serem considerados na escolha das atividades:


1. Se for possível, escolha uma atividade que permita aos alunos trabalhar com materiais
reais: jornais, revistas, livros, cartazes, etc;
2. Escolha a atividade que oportunize o aluno a refletir mais. Lembre-se que o que motiva
mais os estudantes é resolver um problema/ desafio;
3. Escolha a atividade que seja mais aberta, que permita que cada um responda de forma
diferente, conforme suas possibilidades;
4. Escolha a atividade mais complexa e não a mais simples. Não subestime as
possibilidades de seus estudantes;
5. Escolha a atividade que possam ser feitas entre dois ou três alunos. Lembre que o
trabalho conjunto ajuda na aprendizagem;
6. Escolha a atividade que tenha sentido e projeção fora da aula: que trabalhem para
alguém do exterior e para algo útil fora da aula.
Consequentemente, após a reflexão da importância do planejamento no cotidiano,
percebemos que é impossível realizarmos algo sem antes planejar, pois o planejamento consiste
em pensar, refletir, criar estratégias para que possamos intervir na realidade de maneira
consistente e transformadora.
Sendo assim, o planejamento pode ser estruturado da seguinte forma:
1) PLANO DE CURSO – é a distribuição dos assuntos a serem estudados e dos objetivos
a serem gradativamente alcançados em determinados períodos: anuais, semestrais, mensais e
semanais.
Organizado pelo educador, possibilita uma distribuição racional e equilibrada do trabalho
por todo ano letivo. É de muita utilidade, desde que o educador compreenda que o plano é uma
diretriz, um roteiro flexível, que precisa ser revisto periodicamente, para ajustamentos às
possibilidades de realização.
2) PLANO DE UNIDADE – é um plano incluído no plano de curso; é o planejamento para
um determinado período letivo: um a mais meses. Quando as atividades previstas para esse
período estão relacionadas entre si e contribuem para que seja atingido um objetivo final
Currículo

determinado pelos educandos, sendo assuntos a estudar organizados por um tema geral, tem-se
uma unidade de trabalho ou projeto.
3) PLANO DE AULA – é desenvolvido em cada dia de aula, planejando-se
detalhadamente as atividades previstas. O plano diário é a seqüência do planejamento de todas
as atividades de dia letivo.
As primeiras atividades de cada dia de aula são constituídas pelas rotinas de classe,
palestra inicial/introdução e planejamento cooperativo de trabalho a ser desenvolvido com os
educandos.
As rotinas envolvem: a freqüência e a avaliação da freqüência da turma com os 24

educandos; organização da sala, criando um ambiente adequado ao trabalho do dia.


A palestra inicial/introdução é importante, para dar aos educandos a oportunidade de se
expressar livremente e dirigir seus interesses para as atividades previstas pelo professor,
sentindo a necessidade de desenvolvê-las. Através desse momento, o educador fez coincidir os
objetivos dos educandos com seus próprios objetivos.
O planejamento cooperativo consiste em:
levar os educandos a estabelecer as atividades que serão
desenvolvidas no dia, de acordo com o que fora previsto pelo educador. planejar
com os alunos contribui para a formação de atitudes, como responsabilidade,
persistência, organização, desenvolvendo o comportamento democrático. faz,
também, com que a turma fique mais interessada no trabalho que ajudou a
planejar, conhecendo os objetivos a atingir, tendo propósitos definidos.

O número de atividades diárias e a duração das mesmas variam de acordo as


possibilidades da turma e do horário escolar.
Ao fim de cada dia letivo, leva-se a turma a avaliar os resultados obtidos em relação as
que fora previsto, verificando-se, então, se todos os objetivos forem atingidos, de modo geral, e
se o trabalho levou cada educando a desenvolver-se quanto à aquisição de conhecimentos e
habilidades e à formação de atitudes. Essa avaliação poderá ser feita através de discussão ou
debate, de questionários orais ou escritos, fazendo-se com que o educando preencha fichas ou
gráfico, individuais ou da turma.

CAPÍTULO IV - TRABALHANDO COM PROJETO DE INTERVENÇÃO E AS POSSÍVEIS


ETAPAS
“O aluno aprende quando se torna sujeito
da sua aprendizagem, quando a escola faz parte do
seu projeto de vida.”
Moacir Gadotti

O projeto é uma estratégia de trabalho em equipe, que favorece a articulação


entre diferentes conteúdos da área do conhecimento e desses com os de outras áreas
do conhecimento, na solução de um dado problema.
Currículo

Conceitos, procedimentos e valores aprendidos durante o desenvolvimento dos


estudos das diferentes áreas podem ser aplicados e conectados, ao mesmo tempo em
que novos conceitos, procedimentos e valores se desenvolvem.
Todo projeto é desenhado como uma seqüência de etapas que conduzem ao
produto desejado, todas elas compartilhadas com os alunos.
Passos :
1. Definição do Tema
Os temas podem ser desde os mais abrangentes ou gerais, até os mais 25

específicos ou circunscritos a determinados fenômenos.


Os temas podem ser tratados de forma a considerar conteúdos da área de
História e Geografia e necessariamente serão utilizados conhecimentos das áreas de
Língua Portuguesa e Matemática.
2. Escolha do Problema
Uma questão toma a dimensão de um problema quando suscita a dúvida,
estimula a solução e cria a necessidade de ir a busca de informações para concluir
sobre a que melhor explica o tema em estudo.
3. Tratamento do Problema
Ao planejar um projeto, o professor precisa delimitar o campo de investigação
sobre o tema, abrangendo conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais
pertinentes e possíveis, considerando as características do ciclo a que o projeto se
destina. É necessário que o professor elabore e apresente aos alunos um roteiro
contendo os aspectos a serem investigados, os procedimentos necessários, as
atividades a serem realizadas e os materiais necessários. É importante, ainda, que se
esclareçam às etapas da investigação e o modo de organização dos dados obtidos.
4. Objetivos
Os objetivos devem ser apresentados aos alunos como norteadores das
investigações que se farão.

5. Fechamento do Projeto
Atividades de fechamento de um projeto devem ter como intenção:
- Reunir e organizar os dados, interpretá-los e responder ao problema inicialmente
proposto, articulando as soluções parciais encontradas no decorrer do processo.
Currículo

6. Avaliação
- Organizar apresentações ao público interno e externo à classe. Dependendo do
tema e do ciclo que realizou o projeto, as apresentações podem incluir elaboração de
folhetos, jornal, cartazes, dramatizações, maquetes, exposições orais e seminários ou
exposição de experimentos.
Existem várias avaliações envolvidas na execução de projetos:
Exemplificando Projeto de Intervenção
- Avaliações voltadas a dar acompanhamento aos grupos que realizam o projeto, 26

que o professor realiza observando as contribuições individuais e resultados parciais dos


grupos. Esse modo de avaliação permite que o professor detecte as dificuldades e ajude
os alunos a superá-las;
- Auto-avaliação durante o projeto; é um instrumento que permite ao professor e
aos próprios alunos conhecerem as dificuldades e as aquisições individuais;
- Avaliação final dos projetos sobre as apresentações feitas pelos grupos, quando
se apreciam as aprendizagens de conteúdos realizadas;
- Avaliação do processo e produtos dos projetos pelos educadores que
participaram direta ou indiretamente, tendo em vista considerar quais aspectos
alcançaram as intenções pretendidas e quais devem ser aperfeiçoados, as causas das
dificuldades e como, de uma próxima vez, será possível prepará-las. Essa avaliação
deve ser registrada, para que não se percam resultados (BRASIL, 2000).
Projeto: Água
Objetivo: Verificar a importância da água para a sobrevivência do planeta.
O aluno deverá descobrir:
. Se existe água nos seres vivos;
. Características diferentes da água;
. Propriedades da água;
. Sua importância para a vida;
. Sua importância para o meio ambiente.
(Esses objetivos poderão ser ampliados de acordo o direcionamento do
professor).

Etapa 1
Currículo

O elemento mais importante para a sobrevivência dos seres vivos é a água.


Vegetais ou animais submetidos a ambientes quentes e secos, sem água, morrem. Mas
por quê?
Faça o teste:
Coloque uma porção de pedrinhas (cascalho) e algumas folhas de alface sobre
uma mesa e observe-as. Qual delas parece ter maior quantidade de água?
Para confirmar essa hipótese, separe dez gramas de pedrinhas e dez gramas de
folhas de alface, usando uma balança. Depois coloque cada amostra ao sol para secar, 27

por cinco dias.


Passado o tempo, verifique quantos gramas tem cada amostra. Anote os dados.
Obs: Poderão ser encontrados dados diferentes de acordo com as condições de
temperatura e de unidade, mas os alunos deverão concluir que os seres vivos
certamente são constituídos de quantidade muito maior de água do que os seres não
vivos.
Outra forma de testar a presença de água nos seres vivos é realizar o
aquecimento, em tubos de ensaio, de amostras de vegetais como alface, tomate,
melancia etc, e de seres brutos como pedrinhas. Os alunos verificarão que nos vegetais
a quantidade de água liberada em forma de vapor é muito maior.

Etapa 2
Por que a água é tão importante para os seres vivos?
O estudo de uma das propriedades da água vai ajudá-lo a aprofundar essa
investigação, Peça aos alunos que providenciem com os colegas os seguintes materiais:
Três copos americanos, um conta-gotas, uma colher (chá), detergente, água, álcool, óleo de
cozinha, anilina, um canudo de refresco, sal e açúcar.
Peça aos alunos que anotem no caderno as observações de cada experimento:
a) Ponha água em dois copos, óleo em outro e álcool no terceiro. Coloque só até a
metade. Acrescente cinco gotas de anilina em cada copo e verifique o que aconteceu com o
corante em cada um dos líquidos. Que diferença você percebeu?
b) Lave os copos usando detergente e enxágüe bem. Ponha água em dois copos até
a metade. Coloque uma colher (chá) rasa de sal no primeiro copo e uma rasa de açúcar no
segundo. Misture e observe.
Aconteceu com o sal e o açúcar o mesmo que ocorreu com o corante? Por quê?
c) Volte a lavar os copos e coloque a água em dois deles. Coloque o canudo em um
dos copos e assopre-o.
Currículo

O que acontece com as bolhas de ar?


No outro copo, adicione dez gotas de óleo e misture bem.
Espere alguns minutos e observe o resultado.
O que ocorreu? Por quê?
OBS.: A água dissolve muitas substâncias. A essa propriedade é dado o nome de
solubilidade.
Embora a água seja chamada de solvente universal, ela não é capaz de dissolver
todas as substâncias.
28

Etapa 3
Um das características da água é que pode ser encontrada na natureza em diferentes
estados físicos.
Quais são esses estados?
Pense e escreva, onde encontramos na natureza os diferentes estados físicos da
água?
a) Coloque um cubo de gelo num copo e observe. O que acontece?
b) Faça o seguinte experimento:
- Quebre alguns cubos de gelo em pedaços pequenos. Coloque-os numa vasilha.
Adicione ao gelo picado duas colheres de sal, mexa bem. Dentro dessa mistura, coloque um
copinho descartável com água até a metade.
- Aguarde por dez minutos e observe.
- O que aconteceu com a água que estava no copinho?
- Á água do copinho representa, agora. Qual mudança de estado físico?
- Como ocorre o ciclo da água na natureza? Pesquise.

Etapa 4
Quando você precisa de água, basta abrir uma torneira e lá está ela. Pronta para ser
consumida!
Você já pensou em quais os caminhos essa água percorre para chegar à sua casa?
Por quantos processos ela passa para chegar limpa à sua casa?
De onde a água é retirada?
Faça uma pesquisa e descubra todo o caminho que a água percorre até chegar às
torneiras das casas.
Interdisciplinaridade:
Currículo

As disciplinas de Geografia e História poderão pedir que os alunos façam um


desenho de um mapa ou uma maquete que demonstre todo o caminho da água, da fonte até
a sua casa passando pela estação de tratamento.
Para isso é necessária uma pesquisa da origem da água e seu percurso.
Na disciplina de Arte, os alunos poderão desenhar e pintar paisagens em que
aparece a água em diferentes estados físicos. E representar também por meio de desenhos
o ciclo da água.

29
Etapa 5
A poluição é um dos grandes problemas do nosso planeta. Faça uma pesquisa sobre
poluição dos rios, lagos e do solo.
O que essa poluição pode causar às plantas e aos animais?
Para responder a essa questão, faça o seguinte experimento:
Poluição do solo
Consiga algumas sementes de feijão e plante-as em copinhos descartáveis com um
pouco de terra. Numere os copinhos com os números de 1 a 3.
Durante uma semana, dê o seguinte tratamento às sementes: regue o copo 1 com
solução de vinagre e água; regue o copo 2 com detergente e água; regue o copo 3 somente
com água.
Quais sementes germinaram?
Quais sementes se desenvolveram?
A que conclusão você chega sobre a ação do vinagre e do detergente sobre as
plantas?
Poluição da água
Consiga três ramos de uma planta aquática chamada elódea. Separe três copos, um
com água, um com detergente e água e outro com vinagre e água.
Dentro de cada copo mergulhe um ramo de elódea. Observe durante uma semana.
Quais os produtos que representam os poluentes na nossa experiência?
Por que são considerados poluentes?
Após uma semana, quais ramos das plantas aquáticas sobreviveram?
A que conclusão você chega?
Interdisciplinaridade
Na disciplina de Português, os alunos poderão criar histórias em quadrinhos sobre
poluição da água; o lixo no meio ambiente; a importância da higiene na saúde das pessoas,
utilizando gibis velhos, que poderão ser recortados e colados numa folha em branco. Esses
Currículo

gibis deverão ser expostos para que outras turmas possam também conhecer os problemas
da poluição.

Etapa 6
O professor apresenta, nessa etapa, um esquema do corpo humano, mostrando
como os nutrientes e o gás oxigênio são distribuídos por todo o corpo para garantir o
crescimento e a manutenção da vida, mas várias substâncias tóxicas são produzidas e
precisam ser mantidas.
30
a) Observe a figura e leia com atenção a função de cada órgão e escreva o caminho
que a água pode fazer por meio desses órgãos, para que eles exerçam cada um das
funções;
b) Explique como o transporte de água no corpo pode estar relacionado à
propriedade de solubilidade da água.
A água que está presente no sangue dissolve os gases, os nutrientes e as
substâncias tóxicas, facilitando o transporte dessas substâncias pelo corpo.
c) Explique sobre a eliminação de água pelo organismo, por exemplo, urina e
transpiração.
A água auxilia na manutenção da temperatura do corpo. Com a evaporação da água
que existe no suor, a temperatura do corpo diminui. Quando estamos suados e nos
abanamos, temos a sensação de frescor. O que acontece é o esfriamento da pele por causa
da evaporação.
Podemos demonstrar também que as plantas transpiram: consiga um vaso de
gerânio ou qualquer outra flor. Cubra com um saco plástico transparente toda a planta e
amarre-o bem. Coloque o vaso ao sol por alguns minutos. Observe.
O que você nota dentro do saco plástico? O que isso significa?

Etapa 7
Após realizar todas as etapas do Projeto, os alunos devem tirar suas conclusões
sobre a importância da água para a sobrevivência dos seres vivos e do planeta, e colocá-las
no papel.
Currículo

CAPÍTULO V - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO


ENSINO FUNDAMENTAL( 1º E 2º CICLOS) – O CURRÍCULO NAS
SÉRIES INICIAIS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais surge como proposta inicial nos anos de 95 e


96, depois de discussão entre docentes de universidades, técnicos de secretarias de
educação, especialistas e educadores, além de encontros organizados pelas delegacias do
MEC.
Podem ser caracterizados como referencial de qualidade para a educação no Ensino 31
Fundamental, funcionando como um auxílio no planejamento das atividades a serem
desenvolvidas na escola. O seu propósito, segundo o MEC (BRASIL, MEC 2000), é apontar
metas de qualidade que ajudem o educando a enfrentar o mundo atual como um cidadão
participativo, autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres. Sua função, ainda de
acordo com o referido Ministério, é orientar e garantir a coerência dos investimentos no
sistema educacional, pesquisa, discussões.
Funcionam como catalisadores de ações na busca de melhoria de vida de todos os
educandos. A proposta, apesar de única para todo o território nacional, reveste-se de
flexibilidade, e as decisões devem ser tomadas de acordo com as peculiaridades regionais e
locais. Não são modelos impositivos e homogêneos, deve-se sempre observar a diversidade
sociocultural e autonomia de educadores e equipes pedagógicas.
Os princípios fundamentais dos PCN são a dignidade da pessoa humana; igualdade
de direitos; participação e co-responsabilidade pela vida social. Trazem os seguintes temas
transversais a serem trabalhados dentro das disciplinas curriculares:
 ÉTICA: busca este tema fomentar reflexões sobre condutas humanas, valores de
igualdade e equidade, relações nas escolas, visto que o currículo não é neutro e
impermeável a valores;
 MEIO AMBIENTE: o tema traz informações sobre a natureza, as relações
estabelecidas a partir dela, reflexões sobre os aspectos socioculturais do assunto, qualidade
de vida;
 PLURALIDADE CULTURAL: cativa o respeito às diferenças, superação da
discriminação e questões de cultura no Brasil;
 SAÚDE: aborda as condições de vida, higiene, o auto cuidado, direito e
responsabilidade sobre a saúde de cada um;
 ORIENTAÇÃO SEXUAL: transmissão de informações, debate sobre crenças e tabus,
também a responsabilidade e o prazer.
Currículo

A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DOS PARÂMETROS CURRICULARES


NACIONAIS é integrar áreas convencionais do conhecimento com a prática da cidadania,
visto que o conhecimento humano é muito importante, porém há também outras questões
urgentes a serem desenvolvidas na escola.
OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS TAMBÉM EXPLICAM a
diferença entre desigualdade social, definindo-a como uma relação de dominação e
exploração produzida no processo econômico e político; e a diferença cultural, cuja pior
expressão é a discriminação. A desigualdade social e a discriminação, articuladas,
32
produzem a chamada exclusão social. Essa exclusão acaba sendo definida como
“impossibilidade de acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade e de
participação na gestão coletiva do espaço público – pressuposto da democracia”. Na prática,
afirmam os PCN, o Brasil é um país regido não por direitos, mas sim por privilégios que se
assentam em discriminações e preconceitos de todos os tipos, produzindo e reproduzindo
conseqüências como aumento constante da miséria, ignorância, evasão escolar, etc.
OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS APRESENTAM DIFERENTES
CONTRIBUIÇÕES, temas-chave, que podem balizar o trabalho com a interculturalidade:
fundamentos éticos que visem à formação dos educandos para uma real democracia;
conhecimentos jurídicos que reforcem os princípios expressos pela Constituição, bem como
os deveres do Estado para com a educação; conhecimentos sociológicos, que analisam a
formação dinâmica da sociedade, conhecimentos antropológicos, que analisam os diversos
grupos sociais e sua constituição histórica; conhecimentos na área da linguagem e
representações que permitem discutir com a ideologia e os diversos discursos interferem na
formação de nossas representações sociais, conhecimentos psicológicos e pedagógicos,
que permitem vislumbrar o quanto a identidade interfere no processo de construção da auto-
estima e conseqüentemente interfere no desempenho do educando; conhecimentos
populacionais, históricos e geográficos que analisam os movimentos migratórios e
ocupacionais, bem como o comportamento atual das populações e que configuram a
ocupação do espaço e acabam por interferir no processo de hibrismo cultural.
O referido documento conclui que a interculturalidade deve ser
ensinada, aprendida, vivida por todos. este trabalho de construção inicia-
se pela constatação de que, sem outro, não podemos saber quem somos
e, no encontro e diálogo entre atores de diferentes culturas, pode-se
construir uma cultura híbrida mais rica e humana.

As áreas de conhecimento constituem importantes marcos estruturados de leitura e


interpretação da realidade, essenciais para garantir a possibilidade de participação do
cidadão na sociedade de uma forma autônoma. Ou seja, as diferentes áreas, os conteúdos
selecionados em cada uma delas e o tratamento transversal de questões sociais constituem
Currículo

uma representação ampla e plural dos campos de conhecimento e de cultura de nosso


tempo, cuja aquisição contribui para o desenvolvimento das capacidades expressas nos
objetivos gerais.
É conveniente esclarecer a escolha da denominação “áreas”. Na concepção da
legislação complementar à Lei Federal nº 5.692/71, os termos “atividades”, áreas de estudo”
e “disciplina” foram usados para definir o tratamento metodológico a ser dado aos
conteúdos, em função das séries em que eram abordados. As atividades eram definidas
como experiências vividas, as áreas de estudo eram constituídas pela integração de áreas
33
afins e as disciplinas eram compreendidas como conhecimentos sistemáticos.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, a opção do termo “área” deu-se em função
de que, no ensino fundamental, um tratamento disciplinar, entendido como
preponderantemente lógico e formal, distancia-se das possibilidades de aprendizagem da
grande maioria dos alunos. Além disso, parte-se de abordagens mais amplas em direção às
mais específicas e particulares. O tratamento dos conteúdos deve integrar conhecimentos
de diferentes disciplinas, que contribuem para a construção de instrumentos de
compreensão e intervenção na realidade em que vivem os alunos.
As áreas de conhecimento abordadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais são:
Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências Naturais, Educação Física,
Arte e Língua Estrangeira. Em todas, buscou-se evidenciar a dimensão social que a
aprendizagem cumpre no percurso de construção da cidadania, elegendo, dessa forma,
conteúdos que tenham relevância social e que sejam potencialmente significativos para o
desenvolvimento de capacidades.
Ao se trabalhar através da utilização dos eixos temáticos, como em qualquer trabalho
docente, deve-se levar em conta aspectos como: a realidade em que se desenvolve o
trabalho, série, o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, sua idade, sua identidade
cultural e social, conceitos, procedimentos e atitudes que devem permear o ensino das
disciplinas das séries iniciais, fazendo com que o processo ensino e aprendizagem ocorram
de forma significativa.
Um dos princípios que os PCN nos traz é a possibilidade de trabalhar de forma
interdisciplinar, superando a visão dicotômica que o estudo disciplinar nos traz, alem de
permitir a contextualização de vários temas estudados no ensino das diferentes disciplinas
que compõem a chamada matriz curricular. O desenvolvimento de um projeto deve trazer
uma visão interdisciplinar em relação ao estudo de determinado assunto comum a diversos
campos do conhecimento humano? Onde? Como você melhoraria este trabalho para que o
mesmo possa atingir a interdisciplinaridade e a contextualização indicada nos PCN’s?
Currículo

CAPÍTULO VI - CURRÍCULO: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO PARA COMPREENDER A


PRÁTICA EDUCATIVA

34
Currículo

35

É nas escolas e nas salas de aula que se verifica, por exemplo, que
64% dos alunos de 5ª série não aprenderam a ler e a escrever, conforme dados do
SAEB, mas é nelas [também] que podem ocorrer mudanças qualitativas no
desenvolvimento da aprendizagem. (LIBÂNEO, 2006, p. 72).

2
O papel da teoria pedagógica ou de uma teoria curricular é explicitar o que se espera da escola, ou seja,
que saberes, que experiências, que práticas esperam que os alunos interiorizem para fazer uso deles
diante de demandas e de exigências da vida e da sociedade. (LIBÂNEO, 2006, p. 106).
Currículo

36
Currículo

37

3 De acordo com Vorraber Costa, representação é o resultado de um processo de produção de significados pelo
discurso, e não como conteúdo que é espelho e reflexo de uma “realidade” anterior ao discurso que a nomeia.
Representação, então, são noções que se estabelecem discursivamente, instituindo significados de acordo com
critérios de validade e legitimidade estabelecidos segundo relações de poder. (...) são mutantes, não fixas, e não
expressam, nas suas diferentes configurações, aproximações a um suposto “correto”, “verdadeiro”, “melhor”.
(VORRABER, 2005, p. 40-41).
Currículo

38
Currículo

6. 1 - AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO CURRÍCULO E A DIDÁTICA


39

A tendência atual considera imprescindível uma integração entre currículo e didática, que
precisa estar articulada no sentido de favorecer o trabalho docente de forma contextualizada
tornando o ensino e a aprendizagem eficientes.
Currículo

40

6. 1. 1 – TENDÊNCIAS
Currículo

41

O que é currículo? Como podemos defini-lo em algumas expressões?



Currículo

42

Currículo é “um conjunto articulado e normatizado de saberes, regidos por


uma determinada ordem, estabelecida em uma arena em que estão na luta visões
de mundo e onde se produzem, elegem e transmitem representações, narrativas,
significados sobre as coisas e seres do mundo”.

4 As políticas educacionais pressupõem políticas para a escola, e estas devem basear-se em necessidades e
demandas originadas nos contextos concretos de ensino e na aprendizagem das escolas e das salas de aula. Chamo
de políticas para a escola a definição de objetivos sociais e culturais para a escola, as capacidades de formar, as
competências cognitivas e habilidades, os formatos curriculares, as metodologias de ensino, as práticas de
organização e de gestão da escola, as condições profissionais que asseguram os objetivos e os melhores resultados
de aprendizagem, os níveis esperados de desempenho escolar dos alunos. (LIBÂNEO, 2006, p. 82).
Currículo

43
Currículo

44

Esquema para uma teoria do currículo.


Currículo

45

Fonte: SACRISTÁN, Gineno J. O currículo: uma refl exão sobre a prática, Porto Alegre: ArtMed (2000. p. 36).

O conjunto de visões, métodos e linguagens múltiplas que formam o currículo e a


estrutura teórica com a qual trabalhamos o conhecimento e a formação dos alunos.Os docentes
devem ter isto claro ao formularem seus planejamentos e políticas educacionais.
Currículo

46

6. 2 - CURRÍCULO: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO PARA COMPREENDER A PRÁTICA


EDUCATIVA
Currículo

47

5 A concepção liberal de democratização de ensino traz ecos da ideologia do liberalismo: ampliação da escola para
todos. (O que não ocorreu no Brasil até o século XX). Essa concepção tem sua formulação no seio das conquistas da
humanidade – em conseqüência da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, bem como no início da
composição do capitalismo. A expansão da escolaridade afirma como pressuposto que a escola é para todos – é um
direito de todos (art. 227, CF). Mas a escola é um direito de todos não significa dizer que efetivamente é de direito de
todos. A escola que se oferece para todos não está desenraizada das questões sociais. Desta forma, é interessante
pensar que a escola “está” oferecida para todos. No entanto, se as pessoas não têm condições de ter acesso a ela e
de nela permanecer, isto é interpretado como um problema delas. Ou seja, pela ótica liberal, as pessoas não
conseguem galgar os degraus que a escola oferece porque nasceram com incapacidade para tal.
Currículo

48
Currículo

A questão das diferenças e da identidade “é um problema


pedagógico e curricular não apenas porque as crianças e os jovens, em 49
uma sociedade atravessada pela diferença, forçosamente, interagem com
o outro no próprio espaço da escola, mas também porque a questão do
outro e da diferença não pode deixar de ser matéria de preocupação
pedagógica e curricular”.
(SILVA, 2000, p. 92).
Currículo

50


Currículo

 _

51
Currículo

52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRANOVICH, Fanny. O professor não duvide! Dúvida? São Paulo: Gente, 1998.
ANDRÉ, M.E.D.A. Etnografia da prática escolar. 6. ed. Campinas: Papirus, 2001.
ALENCAR, Eunice S. Como desenvolver o potencial criador: um guia para a liberação da
criatividade em sala e aula. Petrópolis: Vozes, 1990.
ARANHA, M. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
BACHELARD, G. Aformação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1966.
BARBOSA, M. Ação educativa perante o fim das certezas: oportunidade para mudar de registro
epiistemológico? Ver. Portuguesa de Educação, Minho, v. 10, n. 2, p. 45-58, 1998.
BERBEL, Neusi Aparecida (Org.). Questões de ensino na Universidade. Conversas com quem
gosta de aprender para ensinar. Londrina: Ed. UEL, 1998.
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Metodologia do ensino no superior: realidade e significado.
Campinas: Papirus, 1994.
BIZZO, Nélio. Ciência fácil ou difícil. São Paulo: ATICA, 2000, http://www.brazcubas.br/
professores/alice/download/texto Is 3.docAcesso em: 31maio2004.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: 5ª a 8ª série. Brasília, 1998. 8v.
Currículo

BRASIL. Sendo. Lei nº 9.394, de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Brasília, 2001.
CAMPOS, M. C. C. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo:
FTD, 1999.
CEDES. Educação Continuada. Cadernos Cedes, nº 36. Campinas, S.P. Cedes, Papirus, 1995.
CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. Campinas/São Paulo, Papirus, 1994.
DELIZOICOV,D.; ANGOTTI, J. A. P. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez,
2000.
ENRICONE, Délcia et al. Valores do processo educativo. Porto Alegre: Sagra, 1992. 53

FERNANDES, Florestan. O Desafio Educacional. São Paulo. Cortez, 1989.


GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1993.
GARCIA, Carlos Marcelo. A formação de professores: novas perspectivas baseadas na
investigação sobre o pensamento do professor, in: NÓVOA, A. Os professores e a sua formação
e Lisboa, Dom Quixote, 1992, pp.51-76.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.
LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Metodologia de trabalho científico: procedimentos básicos,
pesquisa bibliográfica projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4 ed. Ver. E ampl.
São Paulo: Atlas, 2001.
LUCK, H. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teóricos- metodológicos. Petrópolis: Vozes,
1995.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M.E. D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo:
EPU, 1986.
MENEZES, D. A. de C. O coordenador pedagógico e os professores: um relacionamento difícil?
1987,163 p. Dissertação ( Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, Campinas.
MOREIRA, A.F. Currículos e Programas no Brasil. Campinas: Papirus, 1990.
__________; SILVA, T.T. da. (Org.). Currículo, Cultura e Sociedade. 2 ed. São Paulo: Cortez,
1997.
___________, F.B. Currículo, utopia e pós-modernidade. In: ENCONTRO “PERSPECTIVAS DO
ENSINO DE HISTÓRIA”, 2. 1996, São Paulo. Anéis... São Paulo: FEUSP/USP, p.17-33.
OLIVEIRA, N. R. de. Ciências descobrindo o ambiente. Belo Horizonte: Formato, 1991, v. 3.
PADILHA, Paulo R. Pedagogia da participação: relações interculturais na escola. Projeto de
Pesquisa de doutorado. São Paulo. FE-USP, 2000.
______. A metodologia da problematização no ensino superior e sua contribuição para o plano
da práxis. Semina: Ci. Soc. Hum., Londrina, V.17, p.7-17, nov. 1996. Edição Especial.
PERRENOUD, Phippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Lisboa, Dom
Quixote, 1993.
Currículo

RICHARDSON, R.J. et al. Pesquisa Social. 3 ed. Ver. E ampl. São Paulo: Atlas,; 1999.
RUIZ, Á. J. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1996.
SANTO, A.E. Delineamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Loyola, 1992.
SANTOS, Milton. O professor como intelectual na sociedade contemporânea. In: Anais da IX
Euclipe. Águas de Lindóia. V. III, 1998.
SANT’ANNA, F.M. et al. Planejamento de ensino e avaliação. II. Ed. Porto Alegre: Sagra/DC
Luzzatto, 1995.
TORRES, Rosa M. Tendências na Formação Docente nos anos 90. In: Novas políticas
educacionais: críticas e perspectivas. São Paulo: PUC-SP, 1998. 54

WANNA, I.O.A. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático de produção científica.


São Paulo, 2001.
VASCONCELOS, Celso dos S. Para onde vai o professor? Resgate de professor como sujeito
de transformação. 2ª ed. São Paulo. Libertad, 1996.
VIANNA, I.O.A. Metodologia do Trabalho Científico: um enfoque didático de produção científica.
São Paulo, 2001.
ZABALA, Antoni (Org.) Como trabalhar os conteúdos procedimentais em sala de aula. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1999.

Você também pode gostar