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GIRA MUNDO FINLÂNDIA

RELATÓRIO FINAL

PROTAGONISTAS DA TECNOLOGIA

IVANDRO BATISTA DE QUEIROZ

Relatório apresentado como


parte das exigências do Edital
nº 003/2017 de Concessão de
quotas de bolsa do Programa
Gira Mundo Finlândia.

Profª. Drª Irma Kunnari, Profª Marja Laurikainen e


Profª Drª Essi Ryymin.

Prof. Dr. Alexandre Fonseca D’Andrea, Profª Drª


Jamylle Rebouças Ouverney King e Prof. Dr.
Francisco Petrônio Alencar de Medeiros.

Areia, PB
Agosto de 2018

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SUMÁRIO

Página

Abstract ................................................................................................................................... 3

Introdução................................................................................................................................ 4

Metodologia ............................................................................................................................

Resultados e Discussão ...........................................................................................................

Conclusões ............................................................................................................................. 11

Referências ............................................................................................................................

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Anexos ................................................................................................................................... 13

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Abstract

This work aims to encourage the use of communication technologies as a tool for
empowerment and research for students. In addition, to develop the skills of using
communication technologies, we chose to study social networks, instagram, facebook and
what’s app. We conducted a period of studies and training on these social networks with the
young people who would later pass the information to the elderly people. We debate about
the harms of excessive use of social networks and the power of communication and
integration that social networks have; the exchange of experiences between the new and old
generations, in which it is possible to understand the values and culture of another time. This
project was designed to work with the social reality of young people, because we live in an
increasingly virtual society, where the circulation of information is rapid and in which the
accumulation of messages often prevents critical reflection. It is also known that many people
did not have access to these advances, lagging behind in handling and mastering these
technologies.

Keywords: empowerment, students, technologies, pedagogical tools, elderly people.

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Introdução

Em fevereiro de 2018 iniciamos o semestre na Escola Cidadã Integral de Esperança-


PB a disciplina eletiva chamada “Protagonistas da Tecnologia”, como componente da parte
diversificada do currículo. Tínhamos um encontro semanal de uma hora e meia com cerca de
25 jovens inscritos na oficina. Juntamente com o professor de educação física Rafael
Matheus nos propomos a criar uma matéria interdisciplinar que integrasse os conhecimentos
históricos e a educação física, o uso das TIC na educação e o protagonismo jovem como
forma de atuação.
Os objetivos principais de nosso trabalho foram:
- Levar os alunos a refletirem criticamente sobre o uso das tecnologias,
principalmente as redes sociais e outras páginas da internet, quanto à veracidade das
informações (fakenews);
- Alertar os alunos dos perigos do uso exagerado de tais tecnologias e aplicar meios
para se desvencilhar de tais práticas (controlar o tempo de acesso à internet). Inserido nesse
contexto os perigos do sedentarismo para a saúde.
- Apresentar as novas tecnologias para pessoas que não tem esse tipo de acesso ou
possui alguma dificuldade de usá-las, fazendo com que elas possam desenvolver suas
vivências em meio às novidades no meio tecnológico. Na aplicação do projeto convidamos
idosos para participar das oficinas sobre as redes sociais, para que pudessem aprender sobre
tecnologias e para fazer uma troca de experiências entre as gerações.
O projeto foi pensado para trabalhar com a realidade social dos jovens, pois vivemos
em meio a uma sociedade cada vez mais virtual, em que a circulação de informações se faz
rápida e na qual o acúmulo de mensagens impede muitas vezes a reflexão crítica. Sabe-se
também que muitas pessoas não tiveram acesso a esses avanços, ficando para trás em questão
de manuseio e domínio dessas tecnologias (excluídos digitais?). Sabendo disso, o objetivo foi
alcançar as pessoas que não tiveram acesso ou tinham dificuldades para manusear essas
tecnologias, isso tudo através dos nossos alunos, que foram preparados por meio de diversos
encontros para ensinar aos idosos.
Ao planejar o projeto pensamos que os encontros com os idosos seria muito
importante como vivência para os jovens. A preocupação era em torno do diálogo de
gerações, diferenças culturais de época e dos diferentes significados do uso da tecnologia,

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para os que eram nativos digitais e os que viveram após o uso das tecnologias de
comunicação. Consideramos que esses encontros seriam enriquecedores na medida em que
trariam para o debate os valores éticos do respeito ao próximo e da valorização das pessoas
idosas.
Metodologia

Inicialmente nós planejamos as ações do projeto no formato de oficinas, com cerca de


25 jovens da ECI Monsenhor José Coutinho da Silva. Os encontros eram semanais, de cerca
de uma hora e meia. As oficinas eram realizadas por nós professores, mas também pelos
próprios alunos, dependendo do conhecimento sobre o assunto. Elegemos as três redes sociais
(facebook, what´s app e instagran) para analisar e estudar seu funcionamento. Pretendíamos
formar o grupo de jovens para que aprendessem as funcionalidades básicas dessas redes
sociais para ao final do curso ensinar também para os idosos.
Dividimos os 25 alunos em três grupos, conforme o nível de conhecimento e domínio
sobre o uso dessas redes, em básico, intermediário e avançado. Os grupos deveriam pesquisar
informações sobre as funções das três redes sociais e repassar para os demais nos encontros.
Pudemos constatar que o trabalho com grandes grupos não funciona, porém em grupos de até
5 pessoas as atividades têm um feedback melhor, principalmente quando a atividade proposta
é bem clara para os alunos(as).

Panfleto informativo convocando os jovens da


escola para participar do projeto.

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No início das oficinas realizamos com os alunos a confecção de cartazes para uma
campanha na escola, de valorização da pessoa idosa. Aproveitamos a oportunidade para falar
sobre os aspectos da comunicação e linguagem específicas da propaganda e do marketing e
do uso nas redes sociais desses recursos. Abordamos a linguagem como uma ferramenta
abrangente e específica ao mesmo tempo, e que a propaganda tem recursos próprios para
atingir o público alvo (tais como frases curtas, bordões e repetição).

Alunos produzem cartazes para a propaganda publicitária de valorização da pessoa idosa.

Desde quando idealizamos a disciplina eletiva, a partir das experiências pedagógicas


no ira Mundo Finlândia no final de 2017, planejei com o professor Rafael um formato que
fosse interativo e dinâmico para os jovens, numa proposta pedagógica dialógica e troca de
experiências entre os alunos e o grupo da terceira idade. Fizemos do grupo de alunos uma
pequena comunidade virtual de aprendizagem, com os quais realizávamos atividades on line
a cada encontro, formamos um grupo de whats app para passar os informes. Pretendemos
envolver toda a escola em nossas atividades virtuais de aprendizagem, a exemplo do
aplicativo #EufaçoEducação, que avalia os professores, a direção, a estrutura física e outros

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aspectos das escolas paraibanas. Ou o uso da hashtag como instrumento de comunicação da
comunidade escolar.

Atividade interativa on line com o site padlet e o uso dos celulares dos alunos:

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Visita do professor Rodrigo (Geografia), falando sobre os usos do celular pelo brasileiro:

Durante a formação selecionamos 3 alunos protagonistas para nos auxiliar nas


formações sobre as redes sociais, um para cada rede social, enquanto os outros ajudariam os
idosos a usar as redes. Pois realizamos a formação primeiro com os alunos, para que estes
depois repassassem para os idosos. Para além da formação queríamos também fazer um
diálogo entre gerações e abordar vários aspectos culturais dos nativos digitais e daqueles que
nasceram antes dessas tecnologias digitais. Assim fizemos debates sobre as formas de
comunicação antes e depois da internet, sobre a sexualidade da terceira idade, costumes e
valores da terceira idade, o que é ser idoso e seu papel na sociedade atual, etc.
Para refletir sobre os avanços dos alunos no processo de ensino aprendizagem
utilizamos o debate, as discussões em sala de aula sobre os temas relevantes, tais como o uso
da tecnologia como ferramenta de transformação e interação social. As metodologias mais
utilizadas foram a sala de aula invertida, pois os alunos precisavam pesquisar sobre as
características e funcionalidades de cada rede social e a aprendizagem por pares e grupos,

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incentivando a sociabilidade entre o grupo e como uma vivência na comunidade através do
contato com os idosos.

Matheus Silva, aluno do 3ºB, promoveu a formação com os alunos sobre o Instagram.

Outros aspecto relevante do projeto foi refletir sobre o acesso à informação com o uso
da internet e outros meios de comunicação. O perigo da fakenews e da sobrecarga de
informações para a memória humana também foram abordados, bem como a perda de
capacidade de raciocínio crítico da maioria das pessoas que têm acesso a essas informações.
O crescimento do sedentarismo e o abuso das tecnologias da comunicação por parte dos
jovens foi tema para aulas de educação física do professor Rafael Matheus.

Resultados e Discussão

No começo do ano promovi um levantamento, uma pesquisa on line sobre aspectos


pedagógicos específicos de História, com alunos do projeto Protagonistas da Tecnologia,
outros alunos da escola e pessoas da comunidade. Cerca de 44 pessoas responderam às dez
perguntas formuladas sobre diversos conceitos de História, entre fato histórico,
personalidades da História do Brasil e formas de se aprender História. O resultado realmente
me surpreendeu em alguns pontos e em outros aspectos a resposta comprovou indícios que já
tínhamos.
Sobre esse levantamento Aprendendo História pudemos obter algumas informações
importantes:
Quando perguntados se já tinham entrado em contato com algum aplicativo de
História, apenas 3 alunos disseram ter contato com algum aplicativo enquanto 28 pessoas não
sabiam ou não tinham entrado em contato com aplicativo desse tipo.

3 apenas sabiam 9
28 nunca usaram

Sobre o uso de aplicativos para aprender História.

Foram perguntados sobre qual a maior dificuldade em aprender História e 6 alunos


deram respostas no sentido de que a prática pedagógica do professor era atrasada ou não fazia
relação com os fatos do passado. Um número significativo também relatou que muitas vezes
o ensino de História é complexo, com conteúdo extenso e muitas informações. Uma
informação que pudemos conferir entre os alunos foi: você aprende mais História em sala de
aula ou pelo youtube? E nos surpreendeu que a maioria (25 alunos) disse aprender mais na
escola e um número considerável (14 alunos) disseram conseguir aprender mais pelo site
youtube. Quando perguntados sobre a importância do filme para aprender História eles foram
enfáticos: 35 alunos responderam que sim o filme é um excelente recurso, enquanto apenas 2
pessoas acham que o filme não ajuda a aprender.
Sobre a formação dos alunos acerca das três redes sociais, realizamos vários
encontros com os alunos e apenas nos últimos encontros foram com os idosos. Então o
projeto promoveu a formação dos jovens para saber utilizar as tecnologias como ferramenta
de busca de informações e inclusão social, através da interação social das mídias e uma
vivência com os idosos para entender como era a sociedade antes da chegada da internet – e
como esse fator influenciou na sociabilidade e na busca por direitos e informação.
A implementação do projeto foi uma tentativa de aproximar as TIC´s (tecnologias da
comunicação e informação) das atividades pedagógicas em sala de aula. No entanto,
reconhecemos que o uso da tecnologia por si não é um fator de melhoria de desempenho dos
alunos, e sim a melhoria da prática pedagógica do professor associada ao uso de tecnologias
para situações específicas de aprendizagem.
Pois cada ferramenta serve a fins específicos, algumas para revisão de conteúdo
(kahoot), outras para construção de conceitos (padlet) e outras para elaboração de conteúdo
(youtube, blogs, sites, etc.). O uso adequado dessas tecnologias pode dinamizar o processo de
ensino aprendizagem, tornando-o mais participativo e colaborativo para os alunos. Assim o
uso dessas tecnologias afeta a forma como o aluno aprende e também a forma como o
professor ensina e planeja suas aulas. Os materiais digitais (vídeos, e-books, aplicativos,

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imagens, etc.) demonstram ser um ótimo recurso para revisão de conceitos trabalhados em
sala de aula e implementação da flipped classroom.
Ao final das ações do projeto na escola obtivemos um resultado satisfatório porque
conseguimos incentivar a autonomia dos alunos através da formação de opinião e senso
crítico no uso das tecnologias e manipulação das informações; conseguimos empoderá-los no
uso das redes sociais como instrumento de comunicação, de participação cidadã e
transformação da sociedade. No final da semestre e da eletiva Protagonistas da Tecnologia o
professor Rafael Matheus fez um vídeo e postou no youtube relatando toda a experiência.

Conclusões

Na aplicação do projeto percebemos como os jovens se interessam em aprender com a


tecnologia e como essa pode ser uma ferramenta para melhorar a prática pedagógica,
facilitando a aprendizagem, a comunicação e integração social. Precisamos urgentemente
mudar essas práticas que estão obsoletas, e essa mudança passa pela democratização dos
espaços escolares e da cultura da participação, em detrimento de uma cultura da opressão e
do silenciamento dos alunos e professores.
Apenas formaremos indivíduos livres se nossa prática for democrática e exemplar e
que crie um ambiente livre de quaisquer formas de preconceito e discriminação – sem
machismo, sexismo, homofobia, racismo, discursos de ódio e intolerância. Precisamos
promover o diálogo e o engajamento político, a coesão social como práticas que transformam
a escola e a sociedade.

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Que possamos dar vez e voz aos alunos para que estes tenham uma real autonomia de
interferir no cotidiano escolar, nas metodologias dos professores e até mesmo na forma como
são avaliados. Sempre formando pessoas críticas que valorizem o diálogo, a diversidade de
pensamentos e que sejam responsáveis éticos por suas escolhas.
Sobre outros fatores que interferiram no resultado desse projeto destacamos a falta de
recursos e infraestrutura adequada como falta de computadores com acesso à internet, na
escola. Por conta desse problema outros integrantes do nosso grupo Social E-Warriors do
Gira Mundo equipe II, optaram em elaborar com os alunos vídeos tutoriais para os idosos de
como utilizar as redes sociais e também realizaram visitas ou encontros com os idosos. Nós
optamos pela formação dos jovens e posterior encontro com os idosos, embora reconhecemos
que a criação de vídeos pelos alunos é uma excelente ferramenta.
Consideramos ainda, que para o sucesso desse projeto faz se necessário uma rede, um
network que se expanda para fora da escola, com possíveis parceiros, colaboradores e
financiadores. Envolver a comunidade e trazê-la para a escola. Tivemos pouco tempo (seis
meses) e portanto nosso trabalho ficou um tanto restrito ao âmbito da escola.

Referências

Corado, C., Joyce, B., Laurikainen, M. and Ryymin, E. (eds.) Gira Mundo Finlândia –
Professional Development Certificate Programme -Paraíba, Cohort 1 in Häme University of
Applied Sciences (HAMK), Finland 2017.

HANDSON, Rick. Buddha's Brain: The Practical Neuroscience of Happiness, Love &
Wisdom. Los Angeles, CA, USA. 2009.

LUCENA, Hugo Horácio de. Pensando sobre as contribuições da WEB 2.0 na educação:
Experiências didáticas com o facebook, twitter e google docs.

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Disponível em:
http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/6611/PDF%20-
%20Hugo%20Hor%C3%A1cio%20de%20Lucena.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 28 de fevereiro de 2018.

MAIDA, Carl A. Project- Based Lerning: a critical pedagogy for the twenty-first century.
Policy Futures Education, vol. 9, number 6, Los Angeles, USA, 2011.

SOUZA, Robson P. MOITA, Filomena da M. C. da S. C. Tecnologias digitais na educação -


Campina Grande: EDUEPB, 2011.

ANEXOS

Com o uso do padlet em atividade interativa on line com os alunos, foi perguntado:

Como inserir os idosos na sociedade atual, através das redes sociais e tecnologias da
comunicação?
https://pt-br.padlet.com/ivandrobqueiroz/vs10dc34kvhy

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Através do site https://www.esurveycreator.com fizemos uma pesquisa intitulada
Aprendendo História, na qual perguntamos acerca de vários conceitos históricos e
obtivemos 44 respostas de alunos da escola e fora.

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Vídeo no youtube com os alunos relatando a experiência do projeto:

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https://www.youtube.com/watch?v=nO697r337A8&t=15

Lista de presença de reunião do grupo:

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