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FILOSOFIA
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA; MITO; TEOGONIA
PROF. BRUNO RAFAEL
01. (PUC/SP) “No caso da Grécia, a evolução intelectual suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se
que vai de Hesíodo (séc. VIII a.C.) a Aristóteles (séc. IV afirmar que a filosofia
a.C.) pareceu-nos seguir, no essencial, duas orientações: a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que,
em primeiro lugar, estabelece-se uma distinção clara entre por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções
o mundo da natureza, o mundo humano, o mundo das e dos anseios humanos, procura consolidar nossas
forças sagradas, sempre mais ou menos mesclados ou crenças e opiniões.
aproximados pela imaginação mítica, que às vezes b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um
confunde esses diversos domínios” (…) (Jean-Pierre Vernant. local ou uma época específica para seu nascimento, o que
Mito e pensamento entre os gregos, 1990). nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é
A partir da citação acima e de seus conhecimentos, pode- também filosófica e exige o trabalho da razão.
se afirmar que, no período indicado, os gregos: c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e
a) Separavam completamente a razão do mito, as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição
diferenciando a experiência humana de suas crenças e pela sociedade, visando educar o ser humano como
irracionais. cidadão.
b) Acreditavam em seus mitos, relacionando-os com d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e
acontecimentos reais e usando-os para entender o mundo justificações racionais que validam ou invalidam suas
humano. crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da
c) Definiram o caráter irracional do ser humano, garantindo verdade revelada pela codificação mítica.
plena liberdade de culto e crença religiosa.
d) Privilegiavam o mundo sagrado em relação ao humano 04. (Uel_Pr) Leia o texto a seguir. O programa do
e natural, recusando-se a misturar um ao outro. esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua
e) Defendiam a natureza como um reino intocável, meta era dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo
tomando o homem como um risco para o bem-estar do saber. [..] O mito converte-se em esclarecimento, e a
mundo. natureza em mera objetividade. O preço que os homens
pagam pelo aumento de poder é a alienação daquilo sobre
02. (UFU_MG) No período clássico, nenhum dos gregos – o que exercem o poder. [...] Quanto mais a maquinaria do
sejam eles historiadores ou filósofos – registra uma pensamento subjuga o que existe, tanto mais cegamente
suposta derivação “oriental” da Filosofia. De fato, a partir ela se contenta com essa reprodução. Desse modo, o
do momento em que nasce, ela representa uma nova esclarecimento regride à mitologia da qual jamais soube
forma de expressão espiritual, com elementos e inflexão escapar. ADORNO & HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento.
únicos. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro:
Sobre o nascimento da filosofia na Grécia e sua relação Jorge Zahar, 1985. p.17; 21; 34.
com o mito, assinale a alternativa INCORRETA. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a crítica à
A) Já em seu início, a filosofia pretende explicar a racionalidade instrumental e a relação entre mito e
totalidade das coisas, sem exclusão de partes ou esclarecimento em Adorno e Horkheimer, assinale a
momentos, tal como registrado na investigação de Tales, alternativa correta.
que buscou o princípio de tudo o que existe. a) O mito revela uma constituição irracional, na medida em
B) A filosofia pretende ser, já em seu início, explicação que lhe é impossível apresentar uma explicação
puramente racional do(s) objeto(s) de sua investigação. convincente sobre o seu modo próprio de ser.
Vale aqui o argumento lógico, a motivação razoável, o b) A regressão do esclarecimento à mitologia revela um
logos. processo estratégico da razão, com o objetivo de ampliar e
C) Os deuses das narrativas antropomórficas são intensificar seus poderes explicativos.
representações, em plano religioso, dos princípios da c) A explicação da natureza, instaurada pela racionalidade
filosofia naturalística, dispostos, segundo metodologia instrumental, pressupõe uma compreensão holística, em
comum, à razão e ao mito. que as partes são incorporadas, na sua especificidade, ao
D) A filosofia é busca pela verdade segundo impostação todo.
teorética, livre de qualquer submissão de natureza d) O esclarecimento implica a libertação humana da
pragmática ou de vantagem prática, exercício de pura submissão à natureza, atestada pelo poder racional de
contemplação. diagnosticar, prever e corrigir as limitações naturais.
e) O esclarecimento se caracteriza por uma explicação
03. (Ueg 2013) O ser humano, desde sua origem, em sua baseada no cálculo, do que resulta uma compreensão da
existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa natureza como algo a ser conhecido e dominado.
e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de
valor por meio dos quais procura orientar seu 05. (Enem/Br) O filósofo reconhece-se pela posse
comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um inseparável do gosto da evidência e do sentido da
momento em sua evolução histórico-social em que o ser ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade,
humano começa a conferir um caráter filosófico às suas esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo
indagações e perplexidades, questionando racionalmente aqueles que pretenderam construir uma filosofia
absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a
medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e
de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o Yang, as duas forças opostas que compõem o universo.
filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber Yin e Yang são escuridão e luz, feminino e masculino, frio
à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso e calor, seco e molhado. (PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos:
neste movimento. MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh Mistry. Trad. de Felipe
Guimarães, 1998 (adaptado). Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22.)
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a
constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza passagem do mito para o logos na filosofia, considere as
por afirmativas a seguir.
a) reunir os antagonismos das opiniões ao método I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos
dialético. seres e das coisas são genealogias que concebem o
b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das nascimento ordenado dos seres; são discursos que
ideias. buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe.
c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que
verdade. afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso,
d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do em geral grandes feitos apresentados como fundamento e
questionamento. começo da história de dada comunidade.
e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em
princípios fundamentais. certa medida, um modo de expressar determinadas
verdades que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência,
06. (Uem/PR) “Para referir-se à palavra e à linguagem, os algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-
gregos possuíam duas palavras: mythos e lógos. ser.
Diferentemente do mythos, lógos é uma síntese de três IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é
ideias: fala/palavra, pensamento/ideia e realidade/ser. reduzido a um conto fictício desprovido de qualquer
Lógos é a palavra racional em que se exprime o correspondência com algum tipo de acontecimento, em
pensamento que conhece o real. É discurso (ou seja, que inexiste relação entre o real e o narrado.
argumento e prova), pensamento (ou seja, raciocínio e Assinale a alternativa correta.
demonstração) e realidade (ou seja, as coisas e os nexos a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
e as ligações universais e necessárias entre os seres). [...] b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Essa dupla dimensão da linguagem (como mythos e c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
lógos) explica por que, na sociedade ocidental, podemos d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
comunicar-nos e interpretar o mundo sempre em dois e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas
registros contrários e opostos: o da palavra solene,
mágica, religiosa, artística e o da palavra leiga, científica, 08. (UEL-PR) “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo
técnica, puramente racional e conceitual.” (CHAUÍ, M. Convite invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não
à Filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 187-188). seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo
A partir do texto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no
01) O mythos é uma linguagem que comunica saberes e mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e
conhecimentos. mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as
02) As coisas próprias do domínio religioso são inefáveis, mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As
ou seja, não podem ser pronunciadas e ditas pela vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e
linguagem humana. organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência
04) O mythos não possui o mesmo poder de humana: a natureza não operou “no começo” de maneira
convencimento e de persuasão que o lógos. diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo
08) O lógos é, ao mesmo tempo, o exercício da razão e seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo
sua enunciação para os seres humanos. agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se
16) O lógos é muito mais do que a palavra, é a expressão reúnem.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego .
das qualidades essenciais do ser, a possibilidade de Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
p.110.)
conhecer as coisas nos seus fundamentos primeiros.
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
07. (Uel-PR) Leia os textos a seguir. a) Para explicar o que acontece no presente é preciso
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de compreender como a natureza agia “no começo”, ou seja,
amplo seio, de todos sede irresvalável sempre. (HESÍODO. no momento original.
Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a
Iluminuras, 1995. p.91.) aceitação de elementos sobrenaturais.
c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres
Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia naturais têm uma explicação natural e esta pode ser
dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, compreendida racionalmente.
que seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos
ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio à naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos está
Terra trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, além da capacidade humana.
entre eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma
garantir morada e sustento aos homens. (A Criação do Mundo. multiplicidade de explicações e nem todas estas
SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: . Acesso em: 1 abr. 2014.) explicações podem ser racionalmente compreendidas.
LISTA DE EXERCÍCIOS DE
FILOSOFIA
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA; MITO; TEOGONIA
PROF. BRUNO RAFAEL
GABARITO: