Brasil Seikyo - Edição 2023 - 13/02/2010 - pág.
A2 - Em Dia
Brasil Seikyo - Em Dia
“Mais um dia feliz”
As mães Soka possuem uma vigorosa
canção, na qual se inspiram para superar
com alegria os momentos de adversidade.
É a canção “Mais um dia feliz” da Divisão
Feminina.
Esta canção nasceu na época em que
Tokiko Tada, uma companheira quase irmã
de minha esposa, era coordenadora da
Divisão Feminina. Foi apresentada por
ocasião da convenção realizada em agosto
de 1968 no auditório da Universidade do
Japão, em Tóquio. As vozes sonoras do
Coral Lírios Brancos ainda ecoam em meus
ouvidos. Já se passaram mais de 40 anos,
mas o vigor que essa canção nos transmite
continua o mesmo. [...]Não há fronteiras
para as canções. A melodia de “Mais um
dia feliz”, que as mães do Kossen-rufu
vieram entoando, atravessou os mares e
ecoa nos Estados Unidos da América, no
Brasil, no Panamá, na Coreia do Sul e no
mundo inteiro.
[...]
É luz, é sol, é manhã, mais um dia vem /
Raiando, eu me vou preparando pra lutar /
Levo avante a minha missão, sem
desanimar / Momento alegre sinto, tendo
meus companheiros / Feliz lutando
também...
No verso “tendo meus companheiros /
feliz lutando também” pulsa a disposição
de “lutar junto com os companheiros” e de
“lutar junto com o mestre”. É a disposição
de viver todos juntos pelo grande desejo
do Kossen-rufu que conduz a humanidade
para a paz e felicidade. De forma prática,
essa disposição é a de incentivar a
“pessoa” que está diante de cada um; é
ampliar o diálogo e a amizade de pessoa a
pessoa.
“O Kossen-rufu será realizado pelas mãos
das integrantes da Divisão Feminina.” —
este foi o sentimento do meu mestre
Jossei Toda e é também o meu anseio.
Correspondendo a esse chamado do
mestre, a DF levantou-se com intrépida
coragem. Como heroína do Kossen-rufu
difundiu a Lei Mística para o mundo todo.
[...]
A tarde o sol queima o meu rosto feliz /
Porém, o que, no coração, queima é forte
paixão / Marejando em suor sem fim, sigo
a divulgar / Este Ensino ímpar, base da
nossa vida / Suprema força motriz...
O verso “marejando em suor sem fim”
retrata os esforços para vencer vales e
montanhas no caminho em direção ao
estabelecimento da harmonia familiar. Os
irmãos Ikegami foram deserdados pelo
próprio pai devido à influência de bonzos
maléficos. Nessa ocasião, Nitiren Daishonin
incentivou as esposas deles dizendo que
fossem corajosas nas horas cruciais:
“Tornem-se modelo de mulheres,
alcançando a iluminação nos Últimos Dias
da Lei repleto de maldades”. (As Escrituras
de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 238.)
Yara Falcone dos Santos (1315-3) / pág. 1.

Entre os nossos membros existem
certamente pessoas que enfrentam a
oposição dos familiares em relação à
prática da fé. Certa vez uma integrante da
Divisão Feminina confidenciou-me com
tristeza: “O meu pai ainda não está
praticando...”
Eu respondi de imediato: “Não há
problema algum. Isto se chama
benevolência. É um ato de benevolência
de seu pai. Ele quer que você seja uma
pessoa de profunda benevolência”.
Há casos em que se requer mais tempo
para conquistar a confiança de pessoas
mais próximas. E não se deve criar brigas
nem discórdias familiares só porque
alguém é contra a prática do budismo.
Veja o exemplo do farol. Mesmo que seja
único, ele é capaz de guiar inúmeros
navios por uma rota segura. Da mesma
forma, se houver um único praticante que
leva avante a prática da fé com coragem,
será capaz de conduzir os familiares,
parentes e amigos pela jornada da vida em
direção à vitória.
Não devemos rotular ninguém como
inconvertível ao budismo. De toda forma, a
questão não se encontra nos outros, mas
em nós mesmos. O importante é
tornarmo-nos pessoas de confiança que se
preocupam com os outros, agindo
dignamente como pais, como filhos e
como cônjuges.
O ser humano desenvolve-se por meio do
relacionamento com as pessoas. Isto
ocorre também no seio de uma família. O
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relacionamento é o exercício para polir a si
próprio. Na jornada da vida não há
caminhos fáceis. Porém, a felicidade será
proporcional ao esforço empenhado para
superar as dificuldades. Da mesma forma,
poderá também conduzir os outros para a
felicidade. Isto se chama budismo. Nunca
deixo de pensar na seriedade com que as
mães se esforçam para conquistar a
compreensão de seus familiares. E para
essas devotadas mães poderem se
orgulhar com peito inflado é que construí o
grande castelo Soka.
[...]
A noite vem mas eu não cesso o meu labor
/ Por que parar se meu país só terá de
progredir / Arriscando a vida enfim, hei de
construir / Junto dos companheiros, fiéis
em toda luta / Nação de grande valor...
Mais um ponto que gostaria de frisar é
sobre a “criação de jovens herdeiros”. No
verso “hei de construir [...] nação de grande
valor” está inclusa a criação de jovens
valores que assumirão o futuro. E a chave
da criação desses valores encontra-se em
cada família, isto é, criar os “herdeiros da
prática da fé”. Neste sentido, as integrantes
da Divisão Feminina, por serem o sol da
família, são muito importantes.
Em fevereiro de 1963, escrevi um artigo
intitulado “Dedico à Divisão Feminina”, no
qual destaquei: “Até que se alcance o
Kossen-rufu, espero que as integrantes da
DF mantenham-se inabaláveis na prática
da fé para apoiar o marido e os filhos dos
bastidores do lar”.
Yara Falcone dos Santos (1315-3) / pág. 2.
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A mãe é como o comandante do navio

chamado lar, é o seu timoneiro. Quando
ela leva avante a prática da fé com
coragem e sabedoria, a qualidade de vida
em seu lar vai mudar sem falta para
melhor.

Se o lar se transforma, a vizinhança e a

comunidade ao redor também irão melhor.
Consequentemente, a sociedade e até a
humanidade se transformarão. Essa é a
fórmula da “revolução humana”. Existem
membros da Divisão Feminina que moram
sozinhas e também aquelas que não têm
marido nem filhos. Porém, todas são “mães
do Kossen-rufu” são o “sol da
humanidade”.

Yara Falcone dos Santos (1315-3) / pág. 3.