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b 2 b ²−4 ac
√( x+
2a )
=±
√
4 a²
Ou
b b ²−4 ac
x+
2a
=±
4a² √
Até mesmo
b b ²−4 ac
x+ =± √
2a 2a
Obtendo assim a fórmula de Bhaskara
−b ± √ b2−4 ac
x=
2a
É de suma importância ressaltar que toda dedução feita aqui não existia
na época de Bhaskara e que, segundo Garbi (2009), sua dedução na integra
não seria compreendida por um leitor moderno. Toda simbologia e letras
utilizadas na dedução foram inseridas pelo francês Viéte (visto anteriormente) e
que segundo Silva (XXXX) foi desenvolvida por outro francês chamado René
Descartes.
2.1.3 EQUAÇÃO DO TERCEIRO GRAU
Assim como a equação do segundo grau, as equações do terceiro grau
tiveram um acontecimento semelhante. Garbi (2009) em seu livro relata que um
professor de matemática da universidade de Bolonha chamado Scipione del
Ferro foi quem encontrou a forma geral de resolver as equações do tipo
x ³+ px+ q=0, contudo acabou falecendo sem mesmo publicar sua obra, outrora
o mesmo revelou ao seu aluno Antonio Maria Fior tal descoberta.
Querendo ganhar fama pelo conhecimento de seu mestre entrou em
uma certa disputa entre sábios, disputa essa bem recorrente na época, e
escolheu Nicolò Fontana (Mais conhecido como Tartaglia) por seu notório
conhecimento e talento. Com o desafio sendo a resolução de diversos
problemas, Fior planejava propor os problemas cujo somente ele sabia a
resolução que eram as equações do tipo x ³+ px+ q=0. Posteriormente ao
aceitar o desafio de Fior, Tartaglia acaba descobrindo tal ferramenta que seu
adversário tinha adquirido de seu mestre, e debruçado na ameaça acabou
encontrando não só as equações do tipo que Fior tinha em mãos como foi além
e encontrou a fórmula geral do tipo x ³+ px ²+ q=0.
Este acontecimento foi muito importante e ficou conhecido por muitos,
um deles foi Girolamo Cardano que no mesmo momento estava escrevendo a
obra que englobava Álgebra, Aritmética e Geometria: prática arithmeticae
generalis. Garbi (2009) afirma que Cardano pediu a Tartaglia para que
publicasse a sua descoberta, pedido esse que foi negado inicialmente,
entretanto foi aceito após certos apelos de Cardano. Apesar de a descoberta
ser de Tartaglia, foi Cardano quem levou seu nome na equação o que gerou
conflitos entre os dois.
As contribuições deixadas por Tartaglia foram cruciais para o
desenvolvimento da matemática, entretanto após sua conclusão sobre as
resoluções foi gerada uma série de questionamentos que serão vistos no final.
Vale ressaltar que as resoluções foram somente os tipos especiais x ³+ px+ q=0
e x ³+ px ²+ q=0 não a equação geral ax ³+ bx ²+ cx+ d=0, contudo a partir da
equação geral Garbi (2009) admite que possam chegar a qualquer um dos
tipos especiais. Em suposição tem-se x ³+ px+ q=0, tornando x= y +m e
calculando m de modo a anular o termo de segundo grau tem a equação:
a x 3 +b x 2+ cx+ d=0
Se x= y +m, então:
3 2
a ( y +m ) +b ( y +m ) + c ( y +m ) +d =0
Desenvolvendo, temos
ay ³+ y 2 ( b+3 am ) + y ( 3 a m 2+ 2bm+c ) + ( m3 a+b m2 +cm+d ) =0
−b
Fazendo b+ 3 am=0, tem-se m=
3a
E com isso temos uma nova equação do terceiro grau em y que será do
tipo y ³+ py +q=0, e Garbi (2009) confirma que sabendo resolve-la, pode ser
achado o x que é y + m. com isso Tartaglia deu não só a resposta para as
equações do tipo x ³+ px+ q=0 como também chegou a uma resposta geral do
problema. Para achar a solução, Tartaglia supôs que ela era composta por
duas parcelas. De maneira análoga escreveu que x= A+ B e elevando tudo ao
cubo, temos:
x 3=( A+ B )3
Desenvolvendo chegamos a
x 3= A3 + B3 +3 AB ( A+ B )
Como A + B = x, então
x 3= A3 + B3 +3 ABx
Ou
x 3−3 ABx−( A 3+ B3 ) =0
Por semelhança tem-se que x ³+ px+ q=0, logo
p=−3 AB e q=−( A 3+ B3 )
Traduzindo de forma a que seja conhecida sua soma e produto, temos
− p3 3 3
A ³ B ³= e A + B =−q
27
Dessa feita este problema pode ser resolvido por um método já
conhecido que é a resolução das equações do segundo grau. Isto é
q 2 p 3 3 −q q 2 p 3
A ³=
−q
2
±
√( ) ( )
2
+
3
eB =
2
∓
√( ) ( )
2
+
3
Como x= A+ B, então
√ √( ) ( ) √ √( ) ( )
q 2 p 3 3 −q q 2 p 3
3 −q
x= + + + − +
2 2 3 2 2 3
Esta, enfim, é a chamada fórmula de Cardano. Porventura é de fácil
entendimento que ao olhar esta resolução do método é encontrada somente
uma raiz para a equação. Ora, todas as equações do terceiro grau há somente
uma raiz? Ou este método está incompleto? Segundo Garbi (2009) Tais
questionamentos foram surgindo na época e perpetuou por duzentos anos para
que fosse devidamente esclarecido. O fato é que os problemas apresentados
pelas resoluções das equações do terceiro grau feitas pela fórmula de Cardano
os levou encontrarem números de natureza desconhecida.
Garbi (2009) destaca uma equação x ³−15 x−4=0 que poderia ser
achada suas raízes por dedução (ao olhar pode-se dizer que x = 4 é uma raiz),
mas se aplicada a Formula de Cardano são obtidos números de naturezas
desconhecidas ( x=√3 2+ √−121+ √3 2−√ −121) e foi então que Bombelli percebeu
que os números reais encontravam-se insuficientes que por consequência fez
surgir os números complexos.
Segundo Schuvaab (2013) foi só com François Viète que por meio da
trigonometria desenvolveu um método capaz de encontrar não somente uma,
mas as três raízes da equação do tipo x ³+ px+ q=0 no caso em que na fórmula
de Cardano são encontradas as raízes quadradas de números negativos.
Mediante a equação mencionada acima com os coeficientes p e q pertencentes
aos reais não nulos, Viète faz a substituiçãox=kcosθ, com k > 0 por meio do
método trigonométrico. Transformando em
( kcosθ )3 + p ( kcosθ ) + q=0( I )
Nota-se que se k =0 ocorre quando x=0, então é uma solução cúbica.
Schuvaab afirma que nesse caso q = 0 e as outras duas raízes são as
soluções complexas da equação x ²=− p .
Usando a relação trigonométrica
cos 3 θ=4 co s 3 θ−3 cosθ
Ou
4 co s3 θ−3 cosθ−cos 3θ=0 (II )
Manipulando ( I ) temos
k 3 co s3 θ+ pkcosθ+ q=0
4
Multiplicando tudo por
k³
4p 4q
4 co s3 θ+ 2
cosθ+ 3 =0
k k
Comparando as equações ( I ) e ( II ) é possível identificar
4p 4q
2
=−3 3 =−cos 3θ
k k
Estas últimas equações só terão solução se
4q
p<0 e
| |
k3
≤ 1.
Ou
16 q ²
p<0 e ≤ 1.
k6
−4 p q 2 p 3
Como k ²=
3
temos que o discriminante D=
2
+ ()()
3
≤ 0 (D é
−4 q
cos 3 θ= . Ira ser usado θ1, θ2 e θ3 com seus correspondentes x 1, x 2 e x 3
k³
respectivamente na forma de x=kcosθ
1
θ1= arc cos ( 3 θ )
3
θ2=θ 1+ 120°
θ3 =θ1+ 240° .
Segundo Schuvaab (2013) esta foi a contribuição que François Viete
proporcionou ao mundo sobre a resolução das equações do tipo x ³+ px+ q=0.
BROWN, Jim. Abel and the insolvability of the quintic. (n.d). Disponível em:
http://www.math.caltech.edu/~jimlb/abel.pdf. Acessado em: 25/01/2020.