GET035 - HIDRÁULICA
AULA 1
Sistemas de unidades
Propriedades fundamentais dos fluidos
Lei de viscosidade de Newton
Hidrodinâmica: classificação dos movimentos, regime de escoamento,
equações que caracterizam o movimento dos fluidos (de Bernoulli, da
continuidade)
1 Sistemas de unidades
- MKS
Nesse sistema de unidades, as grandezas fundamentais distância, massa e
tempo possuem, respectivamente as unidades metro (M), kilograma (Kg) e segundo
(s). No sistema MKS algumas grandezas derivadas recebem nomes especiais,
como: força recebe o nome de Newton (N); pressão recebe o nome Pascal (1Pa =
N/m2); energia é Joule (J).
- CGS
No sistema de unidades CGS as unidades fundamentais são: centímetro (C),
grama (G) e o segundo (S). A unidade derivada força é definida como:
2.1 Coesão
Resistência das partículas fluidas às pequenas tensões. Um exemplo simples
e de fácil compreensão do fenômeno de coesão são as gotas formadas na saída de
uma torneira, onde as forças de atrações entre as moléculas de água são maiores
do que as tensões externas. A gota de água cairá da torneira apenas quando a força
peso da gota for maior que a coesão.
2.2 Adesão
Atração entre parte sólida e partículas fluidas. Um exemplo simples e de fácil
compreensão do fenômeno de adesão são as gotas de água que se aderem ao
azulejo. Neste caso, as forças de atração entre a parte sólida (azulejo) e a parte
líquida (molécula de água) são maiores do que as forças de coesão entre as
moléculas de água. As gotas de água aderidas apenas “escorregarão” pelo azulejo
quando a força peso da gota for maior que a adesão.
2.4 Capilaridade
Causada pela adesão entre a parte sólida e a parte líquida associada ao
fenômeno de tensão superficial, já definidos anteriormente.
O fenômeno da capilaridade pode ser facilmente visualizado pelo nível líquido
formado dentro de uma tubulação com pequeno diâmetro interno, de
aproximadamente 3 mm. A Figura 1a ilustra o fenômeno de capilaridade em uma
tubulação preenchida com água. Observa-se nesta figura que, junto às paredes
internas da tubulação, as forças de adesão são maiores que as de coesão, fazendo
com que o nível de água seja côncavo. Já a Figura 1b ilustra a mesma tubulação,
agora preenchida com mercúrio, cuja densidade relativa é de δ = 13,6 (ou seja, o
mercúrio é 13,6 mais pesado que a água). Nesta nova situação, junto às paredes da
tubulação, as forças de coesão do mercúrio são maiores que as de adesão, fazendo
com que a nível de mercúrio seja convexo. Também, nas Figuras 1a e 1b, observa-
se o fenômeno de tensão superficial, junto ao nível líquido, na região central da
seção transversal da tubulação.
995
990
985
980
975
970
965
960
955
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
o
Temperatura ( C)
Figura 3 – Variação da massa específica da água com a temperatura.
Figura 4 – (a) Reservatório com fluido estático; (b) Tubulação transportando fluido
4 Hidrodinâmica
A hidrodinâmica estuda o movimento dos fluidos em condutos livres e
condutos forçados. Os condutos livres caracterizam-se pela atuação da pressão
atmosférica na superfície líquida, além do que o escoamento só ocorre pela ação da
gravidade (de uma cota mais alta para uma outra cota mais baixa). Já os condutos
forçados caracterizam-se pela atuação de uma pressão diferente da pressão
atmosférica em toda a seção interna do conduto, onde o escoamento poderá ocorrer
por gravidade ou por recalque (sistema elevatório).
Classificação dos
movimentos
1: montante
Variado Permanente
2: jusante
v1≠v2
Q1≠Q2, S1≠S2, Q1=Q2
Uniforme Não-uniforme
Q1=Q2, S1=S2,v1=v2 v1≠v2
Q1=Q2, S1≠S2,
Acelerado Retardado
v1<v2
Q1=Q2, S1>S2, Q1=Q2, S1<S2, v1>v2
- Situação ideal
A Figura 9 traz a demonstração experimental da equação de Bernoulli,
considerando líquidos perfeitos, onde despreza-se o atrito entre moléculas líquidas e
entre molécula de água com as paredes da tubulação ou canal (perda de carga
desprezível).
Com isso:
z1 + p1/ ﻻ+ V12/2g = z2 + p2/ ﻻ+ V22/2g = z3 + p3/ ﻻ+ V32/2g
Situação real
A situação real introduz o termo ∆H (perda de carga) para suplantar a questão
da viscosidade μ = 0 (irreal) imposta por Euler. A perda de carga ∆H ou dissipação
de energia ocorre entre o fluido e as paredes e entre as moléculas do fluido. Essa
energia dissipada é perdida em forma de calor do escoamento. A Figura 10 ilustra
que a energia total no ponto 1 é igual à energia total no ponto 2 somada às perdas
de energia no transporte do ponto 1 até o ponto 2, resultando em:
z1 + p1/ ﻻ+ V12/2g = z2 + p2/ ﻻ+ V22/2g +ΔH1→2