Você está na página 1de 2

DICIONÁRIO BÍBLICO R.

N CHAMPLIN

CATIVEIRO (CATIVEIROS)

No hebraico varias palavras são usadas para indicar essa idéia, mas as palavras principais são: 1. Golah, «cativo»,
palavra que, em suas várias formas figura por cerca de cento e setenta vezes. 2. Shabah, «cativar», palavra que,
em suas diversas formas aparece por cerca de setenta e duas vezes. Trechos notáveis são: de golah (II Reis
24:15; I Crô. 5:22; Esd. 1:11; Est. 2:6; Jer. 29:16,20,31; Eze. 3:11; 11:24,25; Zac. 6:10; 14:2); de shabah (Deu.
30:3; Jó 42:10; Sal. 14:7; 126:4; Jer. 29:14; 49:6,39; Lam. 2:14; Joel 3:1; Eze. 16:53; Dan. 11:33; Sof. 2:7).
No grego temos as palavras: Aichmalotizo, «tomar à ponta de lança», termo que figura em Luc. 21:24; Rom.
7:23; II Cor. 10:5 e II Tim. 3:6. Aichmalotéo, em Efé. 4:8. Aichmálotosem Luc. 4:18. Zogréo, «apanhar vivo», em
Luc. 5:10 e II Tim. 2:26.
As Escrituras descrevem muitos tipos de cativeiro, a saber:
1. O cativeiro efetuado pelo inimigo, em tempos de guerra ou de paz, mediante o qual pessoas são cativas,
contra a própria vontade. Nos tempos antigos, com freqüência isso envolvia a escravidão (Deu. 28:27-48; Gên.
14:14; Jer. 52:29,30).
2. O cativeiro evangélico dá-se quando o todo poderoso amor de Cristo obtém controle sobre uma pessoa, que
então dedica-se totalmente à inquirição espiritual (II Cor. 10:5).
3. O cativeiro do pecado, quando alguém é oprimido e escravizado pelo poder de Satanás, bem como por suas
próprias corrupções internas, naturais (Rom. 7:23; I Sam. 30:3; II Tim. 2:26).
4. O cativeiro moral, cujo conceito contrário é a vitória sobre o pecado e os vícios. Essa vitória leva o crente ao
progresso espiritual, permitindo-lhe vencer os elementos morais e espirituais prejudiciais, levando tudo a
cativeiro, à vontade do Senhor (II Cor. 10:5), incluindo os próprios pensamentos. Não está em foco alguma
pequena vitória!
5. O cativeiro do mal, que Jesus levou cativo ( Efé. 4:8). Provavelmente, isso significa que as forças satânicas que
escravizam as almas, especialmente aquelas que existem no hades, e ali conservam as almas cativas, por sua vez
foram vencidas e cativadas por Jesus, sendo derrotadas e desativadas. Alguns interpretam isso como a
transferência de almas justas, que viveram antes do ministério terreno de Jesus, para o céu. Seria a transferência
da parte boa do hades (ou paraiso), para o céu. Ver a exposição no NTI, sobre Efé. 4:8, quanto a completos
detalhes.
6. O cativeiro pode ser imposto como retribuição ao mal, de tal maneira que aqueles que levam outros em
cativeiro, haverão de colher segundo semearam, sendo levados em cativeiro (Apo. 13:10). Essa é uma promessa
especial àqueles crentes que sofrerão durante a Grande Tribulação. Os seus opressores, no devido tempo,
serão julgados por Deus.
7. Os males morais levam-nos ao cativeiro à lei do pecado (Rom. 7:23), que em nós opera. Trata-se da
escravização moral, que todos os homens experimentam, e da qual a missão de Cristo tem o intuito de livrar-nos.
8.Vários cativeiros nacionais de Israel são descritos no Antigo Testamento . Temos o cativeiro de Israel no Egito,
bem como o relato da libertação deles, mediante o êxodo. Isso serve de símbolo moral e espiritual do livramento
do pecado e de sua escravizacão, para que o homem possa entrar no mundo dos benditos, na Terra Prometida
espiritual. Artigos separados são apresentados sobre o Cativeiro Babilônico e sobre o Cativeiro Assirio.
9. Cativeiro sob os Romanos. O que sucedeu a Israel, às mãos dos conquistadores romanos, foi a culminação dos
cativeiros e das escravizações de Israel. Muitos milhares de judeus foram massacrados, e muitos outros milhares
foram exilados e escravizados. Josefo diz-nos que, durante o cerco de Jerusalém por Tito, no ano 70 D.C.,
noventa e sete mil judeus foram capturados, e um milhão e cem mil judeus foram mortos. Esse foi um número
DICIONÁRIO BÍBLICO R.N CHAMPLIN
imenso, levando-se em conta a pequenez da nação judaica, de tal modo que quase cada indivíduo sofreu um ou
outro desses horrores. Aqueles que tinham menos de dezessete anos foram vendidos para servir de escravos a

particulares. Muitos outros foram enviados para trabalho forçado nas minas do Egito,—e outros foram enviados
às províncias do império para serem mortos nos teatros, à espada ou pelos animais ferozes. Ver Guerras vi.9,3.
Uma outra devastadora destrui ção da nação judaica ocorreu nos dias do imperador Adriano, em cerca de 132
D.C. Os poucos judeus que tiveram permissão de continuar na Palestina, foram finalmente levados dali, dando
início à grande dispersão, que só foi revertida em nossos próprios dias, após a Segunda Guerra Mundial, quando
da formação do Estado de Israel, em 1948. A partir dessa data, Israel tornou-se novamente uma nação
organizada, conforme os profetas haviam predito. O milagre de Israel inclui o fato de que, a despeito da verdade
que eles não tinham pátria nem território, e estavam espalhados pelo mundo inteiro, Israel foi capaz de preservar
a sua cultura e religião, e portanto, a sua identidade como nação.

O Cativeiro de Israel e as Profecias Bíblicas.

O Antigo Testamento predizia a restauração de Israel à sua terra, no fim dos tempos e que após algum tempo
seguir-se-ia a era milenar (Isa. 11:11). Isso refere-se à segunda restauração. A primeira foi parcial, após o
cativeiro babilônico. Essa segunda e última restauração será a versão da grande dispersão ou diáspora (ver Jer.
16:14,15; Isa. 43:5-7). Seu aspecto definitivo virá após o término dos tempos dos gentios (Luc. 21:24), por
ocasião do segundo advento de Cristo (Mat. 23: 29). Isso envolverá até mesmo a reversão da incredulidade de
Israel (Eze. 36:24-27). Será uma completa restauração nacional, física e espiritual (Rom. 11:25). Ver a exposição
desse último versículo no NTI, quanto a detalhes completos. Então Israel tornar-se-á a cabeça das nações, e um
povo sacerdotal, anunciará a mensagem de Deus a todos os demais povos, em um período de prosperidade e paz
sem-igual (Zac. 3:1-12; Apo. 20:1-10, caps. 21 e 22). Israel, pois, será reenxertada na vinha divina da vida (Rom.
11:23). (IIB HA NTI)

Você também pode gostar