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Braz. J . vet. Res. anim. Sci.

,
São Paulo, v.33, n.3, p .170-175, 1996.

Isolamento e identificação da microbiota fúngica e de CORRESPONDENCE TO:


Carlos Eduardo Larsson
Faculdade de Medicina Veterinária e
dermatófitos da pele de eqüinos hígidos e daqueles afetados Zootecnia da USP
Av. Prof. Dr. Orlando Marques de
por dermatofitose* Paiva, 87 - Cidade Universitária
Armando de Salles Oliveira
05508-900 - São Paulo - SP - Brasil
Isolation and identification of fungai microbiota and of
1 - Faculdade de Medicina
dermatophytes irom healthy horses and from dermatophytosis Veterinária e Zootecnia da USP - SP
2 - instituto de Ciências Biomédicas
-affected horses daU S P -S P

Marcia Mayumi ISHIKAWA Ronaldo LUCAS Carlos Eduardo LARSSON


Waldere/, GAMBALE 2; Wilson Roberto FERNANDES 1

RESUMO
Pela inexistência na literatura latino-americana e brasileira de trabalhos que enfoquem a microbiota fúngica de
eqüinos hígidos e as principais espécies de dermatófitos em casos de eqüinos com lesões sugestivas de infecção
dermatofítica do tegumento cutâneo, utilizaram-se 175 eqüinos, de ambos os sexos, tanto de raça definida como
daqueles sem perfeita definição racial, de diferentes idades e que foram reunidos em 2 grupos. O GRUPO I composto
de 133 eqüinos assintomáticos e desprovidos de lesões cutâneas, dos quais, após exame dermatológico, interposição
da Luz de Wood (48 eqüinos), colheram-se, pela técnica do carpete, material que foi semeado em meios de ágar
Sabouraud Dextrose, Mycobiotic ágar, Tricophyton ágar 3, Tricophyton ágar 5 e incubados a 25° e 37°C durante 30
dias. Isolaram-se: Penicillium sp (80,4%), fíhizopus sp (62,4%), Aspergillus sp (41,3%), Fusarium sp (40,6%),
Cladosporium sp (33,1%), Trichoderma sp (21,0%), Mucorsp (18,0%), Epicoccum sp (12,0%), Mycelia sterillia (8,8%),
Rhodotorula sp (7,5%), Neurospora sp (4,5%), Alternaria sp (3,7%), Aureobasidium sp (3,7%), Geotrichum sp (3,0%),
Paecilomyces sp (2,2%), Monascus sp (2,2%), Cephalosporium sp (1,5%), Nigrospora sp (0,7%), Scopulariopsis
brevicaulis (0,7%), Trichosporon sp (0,7%). O GRUPO II foi composto por 42 eqüinos portadores de lesões sugestivas
de dermatofitose que, após terem sido submetidos a exame dermatológico, expostos à luz de Wood (22 eqüinos), tiveram
pelame e crostas submetidos a cultivo micológico, isolando-se em 6 (14,3%) cepas de Dermatophylus congolensis e
em 3 (7,1%) eqüinos houve o crescimento de dermatófitos da espécie Microsporum canis. Dos 70 eqüinos expostos
à radiação ultravioleta observou-se falsa fluorescência em 2 animais.
UNITERMOS: Dermatófitos; Equidae.

INTRODUÇÃO As condições climáticas, geográficas e socioeconômicas


brasileiras propiciam a ocorrência de inúmeras micoses pro­
s levantamentos sobre a microbiota normal dos fundas e superficiais tanto no homem como nos animais.

O grandes animais alé então realizados têm sido estri­


tamente qualitativos (Scott45, 198 8) e demonstram
que a pele e o pelame de herbívoros mono e poligástricos são
verdadeiras fontes de fungos e bactérias. Dentre os fungos já
Enfocando as m icoses superficiais, extremamente fre­
qüentes nos animais domésticos, ou em certos grupos profis­
sionais e em donos contactantes, alguns pesquisadores
brasileiros têm relatado a ocorrência de surtos esporádicos
isolados da superfície corpórea de eqüinos criados em países ou descrito a magnitude de sua ocorrência em serviços, clíni­
europeus e da América do Norte arrolam-se: Absiclia spp, cas particulares, vilas hípicas etc. (Londero22, 1963;
Acremonium spp, Alternaria spp, Aspergillus spp, Fischm an16, 1966; Londero et a!.24, 1970; Proença;
Aureobasidium spp, Candida spp, Cephalosporium spp, Assumpção37, 1979; Gambale et a l.n , 1987). Estes inquéri­
Chaetomium spp, Cladosporium spp, Cryptococcus spp, tos e relatos de prevalência de dermatófitos têm, mais fre­
D iplosporum spp, Fusarium spp, Geom yces spp, qüentem ente, abrangido as m icoses superficiais dos
Helm intosporum spp, Homodendrum spp, M ucor spp, carnívoros domésticos pela sua estreita relação de convivên­
Nigrospora spp, Penicilium sp, Plioma sp. cia com o homem (Proença; Assumpção37, 1979; Gambale et
a l.n , 1987). Todavia, praticamente nada está assentado no
* Trabalho executado sob os auspícios da Fundação de A m paro à Pesquisa do Estado de
Brasil no tocante à microbiota fúngica, normal e patogênica,
São Paulo, com o A uxílio Pesquisa 91/0894-0 e as Bolsas de Iniciação C ientífica 90/4728- de outros espécimes, a exemplo dos eqüinos, tanto os de
5 e 9 2 /1265-0. e apresentado em sessão plenária do 159 Congresso Pan-A m ericano de
C iências V eterinárias, na Cidade do M éxico (D F) em outubro de 1994.

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ISHIKAW A, M .M .; LU C A S, R.; L A R S SO N , C.E.; G A M B A L E , W.; F E R N A N D E S , W.R. Isolam ento e iden tificação da m icro b io ta fú n g ica e de dermatófitos da pele de eqüinos
hígidos e daqueles afetados por derm atofitose. Braz. J. vet. Res. aniin. Sei. São Paulo, v.33, n.3, p. 170-175, 1996.

tração como aqueles de esporte e lazer. Raros são os trabalhos dos e daqueles com lesões dermatofíticas, com relação aos
nacionais (Londero22, 1963; Fischman16, 1966) indexados resultados obtidos no exam e m icológico do material
envolvendo o tema. Sabe-se que as dermatofitoses dos eqüinos semeado.
constituem ergodermatoses e antropozoonoses que acometem
com freqüência cavalariços, jóqueis, veterinários, treinadores, MATERIAL E MÉTODO
amazonas etc. Nos prados e vilas hípicas são freqüentes as
descrições do chamado “prurido do jóquei”, modalidade de Utilizaram-se de 175 eqüinos, 98 (56,0%) machos e 77
tinha crural devida ao M. equinum. (44,0%) fêmeas, 123 de raça definida (American Trotter,
Sobre eqüídeos nada se com pulsa da' bibliografia Anglo Argentino, Árabe, Brasileiro de Hipismo,
nacional no atinente à m icrobiota fúngica de anim ais hígi­ Mangalarga, Puro Sangue Inglês, Quarto de Milha, Sela
dos. O conhecimento desta microbiota constitui o primeiro Argentina, Andaluz e Appaloosa), como de 52 animais sem
passo para o estabelecim ento do diagnóstico etiológico e perfeita definição racial (SRD).
da terapia mais adequada para dermatopatias de origem Quanto à distribuição etária, 28 (16,0%) tinham menos de
fúngica. I ano de idade.
No que tange às espécies de fungos patogênicos para Esta amostragem foi dividida em dois grupos, a saber:
eqüinos, Scott46 (1988) arrolou o M. gypseum, T. equinum, T. GRUPO I - Constituído de 133 eqüinos assintomáticos e
mentagrophytes, T. verrucosum, M. equinum e M. canis. desprovidos de lesões cutâneas sugestivas de dermatofitose,
Destes, encontram -se apenas citações, na bibliografia 77 (58,0%) machos e 56 (42,0%) fêmeas, 103 (77,5%) com
brasileira, da ocorrência de tricofitose (pelo T. verrucosum) raça definida (CRD) e 30 (22,5%) sem perfeita definição
e de microsporíase (pelo M. canis), publicados pelos gaú­ racial (SRD), agrupados nas faixas etárias de menos de I ano
chos Londero et al.25 (1967) e Fischm an16 (1966). de idade (25-18,8%), I a 3 anos (23-17,3%), de 3 a 5 anos
O delineamento da microbiota fúngica da pele e do (33-24,8%), de 5 a 7 anos (21-15,8%), de 7 a 9 anos (13-
pelame de animais hígidos tem sido realizado, em nossas 9,8%) e com mais de 9 anos (18-13,5%). Utilizou-se este
condições, pelas técnicas adaptadas de Mariat; Tapia28 grupo para a determinação da microbiota fúngica indígena.
(1966) e Mariat; Adan-Campos27 (1967), que consistem, Nestes animais, após prévia identificação, exames físico e
basicamente, na esfregadura de fragmentos de carpetes dermatológico, interpôs-se a Lâmpada de Wood em 68 ani­
estéreis sobre a pele dos animais em estudo, decalcando, mais e a seguir colheu-se pelo método de Mariat; Adan-
então, em meios de cultivo específicos. Campos27 (1967) material para a semeadura nos meios
O diagnóstico das dermatofitoses dos eqüinos, similar­ específicos. Para tanto, os retalhos estéreis de carpete foram
mente ao descrito para as demais espécies, pode ser executa­ friccionados em faixas paralelas, em ambas as metades lon­
do pela inspeção indireta do pelame e/ou das lesões uti- gitudinais do corpo, iniciando-se pela região da face, pro­
lizando-se da radiação UV (Lâmpada de Wood); exame gredindo pelas regiões cervical, escapular, torácica, lombar,
microscópico direto do pelame e de crostas clarificadas pelo flancos, ilíaca e das ancas. Para cada animal utilizaram-se
KOH (10%); e preferencial e eletivamente, pelo cultivo em cinco retalhos de carpete, que após a colheita foram reem-
meios específicos (Saboraud, Mycosel), acrescidos de impe- brulhados em seus próprios envoltórios alum inizados
dientes de crescimento de contaminantes e suplementados estéreis e levados para semeadura, feita cm laboratório, num
com niacina (T-5), tiamina e inositol (T-3), e em distintas período m áxim o de 4 horas, a contar do m om ento da
temperaturas na dependência da espécie fúngica em sus- colheita.
peição. Em caso de crescimento de dermatófitos procede-se GRUPO II - Constituído de 42 animais portadores de
à identificação taxonômica macro e microscópica pelos lesões sugestivas de dermatofitoses, atendidos “in loco" no
métodos de Rapper; Fewell38 (1965); Arx3 (1970); Lodder21 Serviço de Am bulatório e Hospitalização de Grandes
(1970); Rebell; Taplin39 (1970); Barron5 (1971); McGinnis26 Animais (Setor Eqüinos) das Disciplinas VCM 303 e 500,
(1980); Kreger-Von Rij2h (1984). no Hospital da FMVZ-USP ou em baias de vilas hípicas ou
Levando em consideração os fatos expostos, delineou-se de propriedades visitadas.
o presente trabalho tendo como objetivos: determinar a Destes 42 animais, 21 (50%) eram machos e 21 (50%)
microbiota fúngica na pele e pelame de eqüinos hígidos eram fêmeas, 22 (52,4%) com raça definida e 20 (47,6%)
criados em São Paulo; determinar as espécies de dermatófi­ sem perfeita definição racial. Agrupados nas faixas etárias
tos patogênicos, por meio do cultivo micológico, de material com menos de 1 ano (3-7,1%), de 1 a 3 anos (8-19,0%), de
provindo de eqüinos com lesões sugestivas de infecção fúngi­ 3 a 5 anos (12-28,6%), de 5 a 7 anos (8-19,0%), de 7 a 9 anos
ca; determinar a praticabilidade, sensibilidade, especifici­ (6-14,3%) e com mais de 9 anos (5-12,0%).
dade e concordância da radiação ultravioleta (Lâmpada de Após prévia identificação, anamnese, exames físico e der­
Wood), previamente interposta no pelame de animais hígi­ matológico, procedeu-se de início à interposição da Luz de

REFERÊNCIA 17
ISHIKAW A, M .M.; LU C A S, R.: L A R S SO N , C.E.: G A M B A L E , W.; F E R N A N D E S , W.R. Isolam ento e iden tificação d a m icro b io ta fúngica e de derm atófitos da pele de eqüinos
hígidos e daqueles afetados por derm atofitose. Braz. J. vet. Res. anim. Sei. São Paulo, v.33, n.3, p. 170-175, 19%.

Wood (em 22 animais) e a seguir à colheita de material mento de dermatófitos da espécie Microsporum canis. Nos
(pelame, escamas e crostas) das lesões. O material colhido demais 33 (78,6%), não houve crescimento de nenhuma
foi transportado em placas de Petri estéreis, ao laboratório, espécie de dermatófito.
para num período máximo de 4 horas ser semeado em meios Relativamente à inspeção indireta utilizando-se da luz
próprios de cultivo fúngico. ultravioleta na faixa de 2500 A° (Luz de Wood), realizada
Para os animais dos dois grupos, utilizaram-se os meios em 70 animais, sendo 48 (68,5%) pertencentes ao GRUPO 1
de Sabouraud Dextrose ágar acrescido de cloranfenicol (eqüinos assintomáticos), e 22 (31,5%) daqueles do GRUPO
(DIFCO), Mycobiotic ágar (DIFCO), Tricophyton ágar 3 II (eqüinos com lesões), não houve fluorescência em ne­
(DIFCO) (específico para cepas de T. verrucosum, que nhum dos animais do GRUPO I. Detectou-se positividade
necessitam de tiamina e inositol), Tricophyton ágar 5 em 2 dos animais com lesões cutâneas (GRUPO II), todavia os
(DIFCO) (específico para a espécie T. equinum, que requer cultivos micológicos posteriores não se revelaram positivos
ácido nicotínico), sendo as culturas realizadas em duplicata quanto ao crescimento de dermatófitos.
e, respectivamente, incubadas a 25°C, e também a 37°C, no
caso do Tricophyton 3.
As placas foram mantidas incubadas por 30 dias para DISCUSSÃO
excluir possíveis falsos negativos. Quando do crescimento
fúngico, procedeu-se à identificação taxonômica pelos méto­ Os resultados obtidos nos constituintes do GRUPO I não
dos preconizados por Rapper; Fewell38 (1965); Arx3 (1970); podem ser cotejados pela inexistência de trabalhos similares
Lodder21 (1970); Rebell; Taplin39 (1970); Barron5 (1971); na América Latina. Entretanto, tal cotejamento é possível
McGinnis26 (1980); Kreger-Von R ij19 (1984). com levantamentos realizados nos EUA (Scott; Betinck-
Smith44, 1985; Scott4(\ 1988) e na Finlândia (Aho', 1983).
Neste último, houve a preocupação de quantificar numerica­
RESULTADOS mente os fungos mais freqüentes; assim se pôde constatar, a
despeito de A ho1 (1983) ter usado meios de cultivo diferentes
Os resultados obtidos com a amostragem em tela foram: dos aqui utilizados, que os gêneros Penicillium, Aspergillus,
(JRUPO I - Nos eqüinos hígidos examinados procedeu- Mucor e Fusarium são os mais comuns em pelames de eqüi­
se à identificação dos gêneros de fungos pertencentes à nos hígidos, mesmo em se tratando de países tão distintos,
microbiota indígena. clim ática e geograficam ente. As diferenças, ao se conside­
Houve crescimento de Penicillium sp em 80,4% das cul­ rar os cinco gêneros mais freqüentes, dizem respeito a
turas, Rhizopus sp em 62,4%, Aspergillus sp em 41,3%, Rhizopus e Cladosporium (Brasil) e Trichothecium
Fusarium sp em 40,6%, Cladosporium sp em 33,1%, (Finlândia).
Trichoderma sp em 21,0%, Mucor sp em 18,0%, Epicoccum sp Quanto ao cotejamento com levantamentos dispostos na
em 12,0%, Mycelia steríllia em 8,8%, Rhodotorula sp em bibliografia am ericana (Scott; Betinck-Sm ith44, 1985;
7,5%, Neurospora sp em 4,5%, Alternaria e Aureobasidium Scott46, 1988), verifica-se que houve coincidência de isola­
sp, ambos em 3,7%, Geotrichum sp em 3,0%, Monascus e mentos de fungos no Brasil e nos EUA, dos gêneros
Paecilom yces, ambos em 3,7%, Circinella e Alternaria, Aspergillus, Cephalosporium , Penicillium,
Cephaslosporium sp, os dois gêneros, em 1,5% e, final­ Fusarium, Cladosporium, Mucor, Rhodotorula, Rhizopus e
mente, os três gêneros restantes, Nigrospora, Scopulariopsis Trichoderma. Neste trabalho, provavelmente a microbiota
e Trichosporon sp, em 0,7% dos cultivos. fúngica isolada reflete a abundância de esporos de fungos no
Não houve crescimento de nenhuma espécie de dermató- ambiente criatório (provindo do solo, feno, grãos de cereais)
fito nas culturas dos 133 animais hígidos. e que, uma vez atingindo o revestimento cutâneo dos eqüi­
(JRUPO II - Dos 42 eqüinos portadores de lesões nos, foram ali mantidos pela eletricidade estática originária
supostamente de etiologia dermatofítica, verificou-se que na do roçar de fômites (rascadeiras, escovas, mantas, arreios,
realidade 6 (14,3%) animais apresentavam quadro derma­ etc.) sobre o pelame (Euzeby et o /.15, 1973; A ho1, 1983).
tológico compatível com infecção bacteriana pelo gênero Ylimaki49 (1981), examinando a microflora em grãos e
Dermatophilus sp. Após a colheita de material para exames, demais ingredientes de rações, na Finlândia, observou que
não só micológico, mas também bacteriológico, pôde-se Alternaria, Cladosporium, Fusarium, Penicillum são os fun­
confirmar o diagnóstico presuntivo de piodermite superficial gos mais comuns em amostras de grãos e que Penicillum,
pelo Dermatophilus congolensis. Mucor e Rhizopus o são em amostras de ingredientes de
Em apenas 3 (7,1%) animais, 2 machos com, respecti­ ração compostos de grãos, misturas alimentares comerciais,
vam en te, 3 e 5 anos de idade, da raça M an g alarg a, e feno e silagem.
I fêmea, Puro Sangue Inglês, com 3 anos, houve o cresci­ Quanto aos gêneros ora isolados, A ho1 (1983) afirmou

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ISHIKAWA, M .M .; LU C A S, R.; L A R S SO N , C .E.; G A M B A L E , W.; F E R N A N D E S , W.R. Isolam ento e iden tificação da m icrobiota fú n g ica e de derm atófitos da pele de eqüinos
hígidos e daqueles afetados por derm atofitose. Braz. .1. vet. Res. anim. Sei. São Paulo, v.33, n.3, p. 170-175, 1996.

que o M ucor é mais freqüente em bovinos e que Percebois et al.33, 1978). Euzeby et a l.'5 (1973), em trabalho
Cladosporium e Penicillium são mais encontrados em cães, levado a cabo em Lyon, na França, abordando os saprófitas,
relativamente aos eqüinos. por eles denominados de pseudodermatófitos, afirmaram
No que tange ao papel patogênico dos fungos ditos sapró- que o gênero Alternaria potencialmente pode proliferar em
fitas, isolados, dentre os três gêneros mais freqüentes lesões escoriativas primárias de pele, produzindo filamentos
(Penicillium, Rhizopus e Aspergillus) no presente levanta­ que modificam a lesão inicial dando-lhes características
mento, verifica-se que o Aspergillus sp pode, em condições clínicas de uma lesão típica de tinha. Afirmaram, ainda, que
experimentais, desintegrar o córtex de pêlos oriundos de mesmo peles norm ais podem se tornar suscetíveis a
bovinos e humanos (English14, 1965). Este mesmo gênero já infecções fúngicas pelas aplicações tópicas intempestivas de
foi isolado de granulomas subeutâneos de bovinos (Davis; corticóides e de antibióticos, que favoreciam todo o poten­
Schaefer12, 1962), e de derm atite papular em suínos cial patogênico dos fungos ditos “inofensivos” para uma
(Tabuchi47, 1963). pele normal.
Dos fungos ditos constituintes da microbiota indígena ora Em 42 eqüinos constituintes do GRUPO II, quais sejam,
isolados (GRUPO I), apenas os gêneros Geotrichum sp e animais com lesões compatíveis com dermatofitose, puderam-
Alternaria sp têm sido incriminados como agentes etiológi- se na realidade isolar, em 6 (14,3%) destes, cepas de
cos de micoses de eqüinos (Santos et a/.43, 1983; Scott46, Dermatophilus congolensis. O primeiro relato de der-
1988). matofilose eqüina na América do Sul data de 1965, tendo
A espécie Geotrichum candidum é um agente micótico sido assinalado na Argentina, por Perez-Catan; Di Rocco34
cosmopolita que tem sido isolado de frutos, legumes, produ­ (1965), em animais provindos dos EUA. No Brasil, a
tos lácteos e do solo. A geotricose em Medicina Veterinária primeira descrição realizada, por Londero et al.25, em 1967,
já foi assinalada em suínos (Morquer et al,29, 1955), bovinos no Rio Grande do Sul, refere-se a um potro crioulo que veio
(Ainswort; Austwick2, 1955), cães (Lincon; Adcock20, 1968) a óbito devido à gravidade do quadro. Londero23 (1976) con­
e eqüinos (Santos eta l.42-43, 1972, 1983; Santos; Camargo40, sidera que os dados referentes à prevalência e aos reflexos
1975; Mos et al.30, 1978; Chengappa et a l.10, 1984). econômicos decorrentes da dermatofitose são esparsos na
Segundo Santos et al.43 (1983), a geotricose no Brasil tem bibliografia brasileira; contudo, destaca que a infecção está
sido assinalada, mormente em eqüinos destinados a práticas amplamente disseminada em eqüinos criados no Rio Grande
esportivas, com periódica assistência veterinária e com exce­ do Sul. Em Minas Gerais, a primeira descrição em eqüinos
lentes trato e manejo. Clinicamente, nos eqüinos, manifesta- coube a Barbosa et al.4 (1970). No Estado de São Paulo, a
se sob a forma de áreas extensas de alopecia, descamação, dermatofitose foi assinalada pela primeira vez por Portugal;
hiperidrose e prurido discretos. O quadro lesional observado Fischman35 (1974). Cinco anos mais tarde, Portugal et al.3b
em 6 animais, por aqueles autores, foi controlado em 2 se­ (1979) relataram três surtos, nos municípios de Presidente
manas de utilização tópica de solução de violeta de genciana Prudente, Tatuí e Martinópolis, envolvendo 7 eqüinos adul­
a 2%, 2 vezes ao dia. tos (3 PSI e 4 Quartos de Milha).
Nos quatro casos em que ora se obteve êxito no isola­ No cotidiano da clínica de eqüinos, com freqüência
mento de Geotrichum sp, os eqüinos não manifestavam diagnosticam-se casos de processos inflamatórios do folícu-
nenhuma lesão cutânea quando da colheita. Todavia, como lo piloso ou com acometimento da derme e do tecido sub-
ressaltaram Santos et al.43 (1983), a utilização de antibióti­ cutâneo adjacentes, processos estes que são denominados,
cos e de quimioterápicos potentes no controle de processos respectivamente, de foliculite e furunculose. A etiopatogenia
infecciosos pode facilmente favorecer a atividade de agentes destes quadros é multifatorial, incluindo bactérias, mor­
oportunistas, a exemplo do Geotrichum sp, conferindo-lhes mente Dermatophilus congolesis e Staphylococcus aureus,
então a possibilidade de exibir suas potencialidades fungos (Trichophyton e M icrosporum sp) e parasitas
patogênicas. (Demodex equi e Pelodera strongyloides). Como fatores
Entre as espécies do gênero Alternaria, comumente predisponentes arrolam-se: traumas mecânicos, devidos,
saprofíticas, a chamada Alternaria tenuis já foi isolada de primária ou secundariamente, a dípteros, calor e umidade e,
lesões papulonodulares disseminadas pela cabeça, tórax e finalmente, condições de manejo deficientes (Scott44, 1985).
membros de eqüinos. Seis casos no presente levantamento referem-se, também, a
Tais lesões histopatologicamente se caracterizaram por eqüinos adultos, alojados em cocheiras com parcas
uma dermatite piogranulomatosa, plena de hifas septadas e condições higiênicas, confirmando-se a possibilidade de
de clamidosporos de Alternaria tenuis (Coles11, 1978). transmissão por meio de vetores animados ou por meio de
Este mesmo gênero tem sido identificado em lesões fômites mal higienizados.
cutâneas de eqüinos, sem contudo ter havido a necessária Com referência aos animais do GRUPO II, não se logrou
comprovação histopatológica (Euzeby et a l, 15, 1973; êxito em obter um número relativamente grande de eqüinos,

SERVIÇO DE B IB LIO TE C A E D O C U M EN TAÇ ÃO


FACULDADE DE MEDICINA VETFRíNARIA 173
E ZOOTECNIA DA USP
ISHIK A W A , M .M .; LU CA S, R.; L A R S SO N , C .E.; G A M B A L E , W.; F E R N A N D E S , W.R. Isolam ento e iden tificação da m icro b io ta fúngica c de derm atófitos da pele de eqüinos
hígidos e daqueles afetados por derm atofitose. Braz. J. vet. Res. anim. Sei. São Paulo, v.33, n.3, p. 170-175, 1996.

a despeito das tentativas junto a clínicos autônomos e em lesional, compatível com dermatofitose, em que pese o
serviços veterinários de vilas hípicas. Provavelmente, muitos número reduzido de animais (48 do GRUPO 1 e 22 do
dos casos de dermatofitoses além de sua autolimitação são GRUPO II) em que se lançou mão deste recurso de diagnós­
precocemente submetidos à terapia por tratadores, impedindo, tico, não se detectou fluorescência em nenhum dos casos.
assim, a colheita do material previamente à interposição de Sabe-se que a chamada Luz dc Wood demonstra fluorescência
conduta medicamentosa, tal como freqüentemente se observou em infecções fúngicas “in vivo’’ decorrentes da presença de
ao longo do período de elaboração do presente levantamento. M. canis. M . audouini, T. schoenleinii e M . equinum, graças
Nos isolamentos obtidos, pôde-se identificar e sistemati­ à presença de metabólitos do triptofano produzidos por estes
zar o agente como da espécie Microsporum canis. fungos (Scott45' 46, 1985, 1988). Infelizmente, o exame pela
Entre os dermatófitos zoofílicos, o M. canis tem sido Luz de Wood raramente é positivo quando da interposição
relatado na literatura estrangeira desde 1896 (Bodin6, 1986), em lesões que acometem os chamados grandes animais. No
com freqüências de isolamento variando de 1,26% a 72,5% presente levantamento obteve-se crescimento apenas em 3
(Brocq-Rousseau et al.1, 1927; Carter et al.9, 1970; Takatori casos de dermatófito da espécie M. canis, que fluoresce em
et al.4*, 19 8 1). A despeito de uma aparente alta prevalência cerca de 30% (Kaplan et al,18, 1958), 31,6% (Carman et al.*,
de infecção, em tempos idos, na década de 60, tal modali­ 1979), 44% (Pepin; Austwick32, 1968), 50% (Muller et al.M,
dade de microsporíase era considerada rara (Fischm an16, 1983) ou 64,5% dos casos de microsporíase dos cães e gatos
1966). O primeiro relato brasileiro de infecção eqüina por M. (Dubugras et a l 1922). Neste casos, em particular, também
canis coube a Fischm an16 (1966). que o descreveu em um não se detectou fluorescência. Todavia, para que se alije
eqüino de 7 anos, criado na área suburbana de Santa Maria completamente este exame da estratégia diagnostica é pre­
(RS), em contato com cães, gatos e crianças, que posterior­ ciso que se colecione um número maior de casos para que se
mente desenvolveram lesões de tinha por M. canis. obtenha a necessária representatividade amostrai.
Ainda no Brasil, Santos et al.4' (1992) em investigação
ainda não publicada, realizada com 161 eqüinos, no período
1969-1988, com lesões sugestivas de dermatofitose, iso­ AGRADECIMENTOS
laram em 4 cultivos (25%) 3 cepas de Microsporum equinum
e 1 do gênero Microsporum sp que, infelizmente, não foi E mister que se agradeça aos colegas médicos veterinários
identificada quanto à espécie, nãu se afastando, portanto, a Sebastião de Almeida. Eduardo Lopes Eziliano, André T.
possibilidade de ser também M. canis. Carrascoza, Jorge Teivellis Filho, Thomas Walter Wolff,
No que tange aos resultados da utilização da radiação Luis Alberto Lopes, Luis Alberto Marinho, Ruy Carlos
ultravioleta na inspeção indireta, tanto em animais desprovi­ Vincenzi, que permitiram o acesso aos eqüinos com quadro
dos de lesões cutâneas como naqueles portadores de quadro clínico compatível com dermatofitose.

SUMMARY
Due to the scarcity of reports, in Lafin-American and Brazilian literature, related to fungal microbiota of healthy horses, or
to the main species of dermatophytes in horses showing suggestive lesions of dermatophytic infections, 175 horses
of both sexes and different ages, including purebred horses, crossbreed, or others with no specified breed were divided in
2 groups. Group 1 was constituted by 133 asymptomatic horses without any cutaneous lesions; after dermatologie
examinations, horses were submitted to Wood’s Light (48 horses), samples taken by “carpets technique” and later
cultivated in Agar Sabouraud Dextrose, Mycobiotic Agar, Trichophyton Agar 3, Trichophyton Agar 5, at temperature of
25°C and 37°C during 30 days. The fungal species isolated were Pénicillium sp (80.4%), Rhizopus sp (62.4%),
Aspergillus sp (41.3%), Fusarium sp (40.6%), Cladosporium sp (33.1%), Trichoderma sp (21.0%), Mucor sp (18.0%),
Epicoccum sp (12.0%), Mycelia sterillia (8.8%), Rhodotorula sp (7.5%), Neurospora sp (4.5%), Alternaria sp (3.7%),
Aureobasidium sp (3.7%), Geotrichum sp (3.0%), Paecilomyces sp (2.2%), Monascus sp (2.2%), Cephalosporium sp
(1.5%), Nigrospora sp (0.7%), Scopulariopsis brevicaulis (0.7%) and Trichosporon sp (0.7%). Group 2 was represented by
42 horses presenting suggestive lesions of dermatophytosis, and after being submitted to dermatologie examination
and to Wood’s Light (22 horses), hairs and scales or crusts were then cultured. From these, 6 (14.3%) horses were
positive for fungal growth identified as Dermatophylus congolensis, and from 3 (7.1%) other horses, Microsporum
canis was isolated. Of the 70 equines exposed to Wood’s Light, false fluorescence was found in 2 horses.
UNITERMS: Dermatophytes; Equidae.

174
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