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Difusionismo
Uma corrente teórica que surgiu contrapondo radicalmente o evolucionismo, foi o
difusionismo, que se caracterizou pela anti-unilinearidade, ou seja, não admitia a reta
constante e ascendente cultural defendida pelos evolucionistas e, portanto a cultura para
o difusionismo era um mosaico de traços advindos de outras culturas precursoras com
várias origens e histórias.
Segundo os difusionistas, “o homem originário teria vivido em pequenos grupos
isolados, com o tempo criaram ciclos culturais bem caracterizados, resultantes do
confronto de diferentes grupos com diferentes meios”. A partir dessas ideias nasceram
as primeiras teorias sobre o contato e troca cultural entre sociedades diferentes.
No difusionismo privilegia-se o entendimento da natureza da cultura, em termos de
origem e extensão, de uma sociedade a outra. Para o difusionista, o empréstimo cultural
seria um mecanismo fundamental de evolução cultural, e acreditava-se que as diferenças
e semelhanças culturais eram consequência da tendência humana em imitar e absorver
traços culturais.
Enquanto isso, as teorias evolucionistas começavam a cair no esquecimento devido a
sua tese explicativa de diferenças biológicas, culturais e intelectuais. Nesse contexto, o
evolucionismo de Spencer até então propagado por suas teses pseudocientíficas, dava
lugar a uma nova corrente teórica, a do funcionalismo, no início do século XX, cujo seu
precursor foi o antropólogo Bronislaw Kasper Malinowski, considerado um dos
fundadores da Antropologia Social.
Funcionalismo
O funcionalismo de Malinowski abandonava a mecanicidade da escala evolutiva,
focalizando as culturas diversas em situação, ou seja, a partir de sua própria
contextualização.
Os funcionalistas buscaram explicar os fenômenos em termos das suas funções. Assim,
cada fato social seria determinado por uma ou várias funções, e cada elemento da
cultura destinaria a cumprir uma determinada tarefa dentro de uma estrutura social mais
abrangente.
A abordagem dessa corrente foi criticada por sua tentativa de assimilar as culturas a
organismo, enfatizando o equilíbrio e a estabilidade do todo, de modo que conflitos ou
mudanças eram considerados como anomalias.
Depois disso, mais uma nova corrente antropológica nascia, o estruturalismo.
Estruturalismo de Lévi-Strauss
Claude Lévi-Strauss, fundador da antropologia estruturalista, em meados da década de
1950, foi um renomado antropólogo, professor e filósofo francês, além de ser
considerado um dos grandes intelectuais do século XX.
Sua corrente estruturalista se consolidou a partir de seus estudos sobre os povos
indígenas do Brasil. Os pressupostos dessa corrente teórica foram publicados em duas
de suas principais obras, “As Estruturas Elementares do Parentesco” (1949), e “Tristes
Trópicos” (1955), que o colocaram no cenário mundial.
Lévi-Strauss fez uso da teoria estruturalista francesa, a qual pressupunha que “estruturas
universais” estariam por trás de todas as ações humanas, dando forma às culturas em
suas mais variadas manifestações como linguagem, mitos, e religiões. Com a aplicação
do método estruturalista ao conjunto dos fatos humanos de natureza simbólica,
possibilitou ao pesquisador estudar o “pensamento selvagem”. Lévi-Strauss defendia a
tese de que o “pensamento selvagem” poderia ser encontrado em cada um de nós, com
isso ele distinguiu-se notoriamente dos demais antropólogos que buscavam analisar e
revelar diferenças entre povos e culturas, na maioria das vezes valorativas, enquanto ele
buscava as estruturas universais, chamadas de “estruturas profundas”.
Lévi-Strauss adotou uma postura relativista no estudo de povos e culturas. Suas
pesquisas estavam concentradas nos sentidos profundos das ações humanas e de seus
produtos, na busca pela essência, e não pela aparência. Seu método permitiu
compreender que sociedades tribais relevam notáveis sistemas lógicos, de qualidades
mentais racionais tão sofisticadas quanto às de sociedades até então tidas como
superiores a partir dos pressupostos da corrente evolucionista. Sua teoria desmontava
convicções comumente aceitas de que as sociedades primitivas seriam intelectualmente
pobres e irracionais, e que suas ações e obras, consistiriam de um pobre repertório
cultural. Os pressupostos teóricos desta abordagem foram publicados na “O Pensamento
Selvagem” (1962). Felizmente, sob esses novos pressupostos teóricos, a visão negativa
sobre as tribos primitivas estava fadada a desaparecer.
Conclusão
Existem outras correntes na antropologia que buscam compreender outros aspectos do
homem e sua cultura, como a arte, a economia, a sua história, a política, etc. Não existe
uma linha teórica na antropologia, mas várias, com diferentes concepções e problemas
epistemológicos para serem trabalhados. Principalmente ao adotarmos o relativismo
cultural, em sua totalidade, nos estudos de diferentes civilizações, ignorando os
pressupostos mais básicos que tornam a filosofia moral uma área significativa na
problemática da moralidade universal.
Todas essas sofisticadas abordagens antropológicas em compreender o homem e sua
cultura, resultaram progressos intelectuais em nossa sociedade, é comum, por exemplo,
encontrarmos alguns aspectos culturais na região sudeste provindos do continente
asiático, como a popularização da culinária japonesa, e alguns ensinamentos filosóficos
de origem budista.
Com os avanços nos estudos antropológicos, percebemos que alguns aspectos culturais,
seja por meio da política ou da religião, podem ter aplicações práticas em nossa
sociedade, a diversidade cultural não nos coloca em um lugar privilegiado, mas em um
lugar igualitário onde cada civilização busca componentes de outras para construir uma
sociedade melhor, principalmente para modular os seus princípios éticos e morais.
As trocas de informações entre diferentes povos facilitaram a eliminação de
preconceitos que estavam enraizados (em alguns casos, ainda estão) em nossa sociedade
com relação a distintas civilizações e culturas.
Talvez, o aspecto semelhante mais importante dessas diversas civilizações e culturas, é
a busca pelo saber, aparentemente todos estão engajados em encontrar o nosso lugar
cosmos. A busca em saber o que somos, porque existimos e para onde vamos, é que nos
motiva a seguir em frente.
FONTE: http://climatologiageografica.com/introducao-antropologia/
Leituras Complementares
REIS, Nicoli Isabel dos; “Resenha de BOAS, Franz. Antropologia cultural. Org. Celso Castro.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 109 p.”; portal Scielo, disponível no link:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832004000200015&script=sci_arttext
FONSECA, Dilaze Mirela; PACHECO, Marina Rute; “Difusionismo e Evolucionismo”; site
ant1mcc, disponível no link:
http://ant1mcc.blogspot.com/2009/04/difusionismo-e-evolucionismo.html
SCHWARCZ, Lilia K. Moritz;; “História e Etnologia. Lévi-Strauss e os embates em região de
fronteira”; portal Scielo, disponível no link:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-77011999000100011&script=sci_arttext