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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA E AÇÕES COMUNITÁRIAS


DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO
PROJETO DE EXTENSÃO LIBRAS PARA COMUNIDADE

LIBRAS PARA A COMUNIDADE – I, II e III – 180h


1º período - Nível I

Coordenação Geral: Prof. Melque Lima


Professores:

Ana Cristina Jamile Santos Renan Cohen

Bruna Tryciane Izanete Almeida Ronan Duarte

Erika Figueiredo Walmir Soares Sailloane Alandia


Marceline Guedes Huelison Lucas Tiago Eleazar

MACAPÁ

2018

Projeto LIBRAS para a comunidade libras@unifap.br


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1. O Que é LIBRAS?
2. Os surdos no mundo: da antiguidade aos nossos dias
3. História dos surdos no Brasil
4. Unidade de Educação Inclusiva e suas atribuições
5. Abordagem psicopedagógica da surdez
6. Alfabeto manual e Números
7. Configurações de mãos
8. Gramática da Língua Brasileira de Sinais
9. Parâmetros da língua de sinais
10. Legislação da LIBRAS
11. Pronomes; Cumprimentos Básicos; Calendário; Família; Cores; Frutas;
Bebidas; Alimentos e Verbos.

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O QUE É LIBRAS?

A Língua Brasileira de Sinais LIBRAS é uma língua de modalidade gestual-


visual e, como todas as línguas orais-auditivas, possui uma gramática própria.
Os níveis da LIBRAS serão comparados com os da língua portuguesa e serão
apresentados algumas classes gramaticais, destacando-se pronomes e verbos.
Hoje a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida oficialmente pela
Lei Federal nº. 10.436, de 24 de abril de 2002; e regulamentada pelo Decreto
Federal nº. 5.626, de 22 de Dezembro de 2005.

OS SURDOS NO MUNDO: DA ANTIGUIDADE AOS NOSSOS DIAS

Nas sociedades de cultura primitiva, os povos eram nômades, sobrevivendo da


caça e da pesca. Tudo isto dificultava a aceitação de pessoas deficientes, pois eram
incapazes de buscar sua caça e de sobreviver por si mesmos à agressividade da
vida, essas pessoas mostravam-se dependentes da tribo. Por este motivo, eram
abandonadas em ambientes agrestes e perigosos, o que inevitavelmente contribuía
para sua morte.
Nas culturas posteriores, havia a ideia de os deficientes estarem possuídos por
demônios. Diziam, também, que sem a fala não se desenvolveria o pensamento.
Aristóteles falava que a linguagem era o que dava condição humana ao indivíduo.
Entre os Hebreus predominava a visão bíblica que a deficiência era sinal de impureza
e representação do pecado. Para os Romanos, os surdos que não falavam não
tinham direitos legais, não podiam fazer testamentos e precisavam de um tutor para
todos os seus negócios. Eram considerados incapazes de gerenciar seus atos,
perdiam sua condição de ser humano e eram esteriotipados como pessoas
acometidas de transtornos mentais.
No período da Idade Média e Moderna a igreja católica acreditava que os
surdos não tinham almas. Até o século XVIII, o conceito a respeito da deficiência era
basicamente ligado ao misticismo, ocultismo e a religiosidade, não havendo base
científica para o desenvolvimento de noções realísticas. Durante toda a Idade Média,
famílias, com membros deficientes, escondiam-nos a fim de não sofrerem com a
discriminação da sociedade vigente.
É no século XVI, na Espanha, que encontramos os primeiros educadores

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surdos que passaram a desenvolver possibilidades para que a pessoa com surdez

surdos podiam e deviam receber instrução. Em 1620, Bonet publica a obra


denominada "Reducion de las Letras Y Arte para Enseñar á Hablarlos Mudos" é o
primeiro livro sobre educação de surdos que consiste no aprendizado do alfabeto
manual e da importância da intervenção precoce.
(1712-1789), junto com outros surdos franceses,
Sicard e Clerc foram os primeiros a autilizar a prática de gestos naturais e o alfabeto
manual para nomes próprios ou termos abstratos. Desafiando as dificuldades, ele
ensinou quatro idiomas aos seus alunos. Defendeu a Língua Gestual como sendo a
língua natural/materna dos surdos. Mesmo sendo forte defensor do método gestual,
afirmou que único meio de restituir os surdos à sociedade é eles
aprenderem a se exprimir de viva voz e a ler as palavras sobre os
Evidentemente, uma das
seria a de reintegrar os surdos à sociedade.
É só no fim da Idade Média e início do Renascimento que a deficiência passa a
ser analisada sob a ótica médica e científica. As crianças que recebiam este tipo de
educação e tratamento eram filhos de pessoas que tinham uma boa situação
econômica. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas
origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em
função da sua
Em 1750 surge o método do oralismo, o qual considerava a surdez uma
patologia crônica. Nesse sentido, intervenções clínicas, segundo os médicos e
fonoaudiólogos, podem corrigir a surdez e induzir à fala. Sendo o oralismo parte da
ide
Na idade contemporânea, L'Epp publicou dois livros: uma gramática geral e um
relato detalhado de como havia treinado Jean Massieu (surdo). Massieu se tornou um
famoso professor e começara a enfrentar o oralismo alemão. Jean Marc Gaspard
Itard (1814), médico cirurgião se tornara médico residente do Instituto Nacional de
Surdos Mudos (Paris), para ele as sensações eram a base para o conhecimento
humano e que reconhecia somente a experiência externa como fonte de
conhecimento. Dentro desta concepção era exigida a erradicação ou a "diminuição"
da surdez para que o surdo tivesse acesso a este conhecimento. Para descobrir as

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causas visíveis da surdez: dissecou cadáveres surdos; aplicou cargas elétricas nos
ouvidos dos surdos; usou sanguessugas para provocar sangramentos; furou as
membranas timpânicas de alunos (um aluno morreu por este motivo); fraturou o
crânio de alguns alunos; infeccionou pontos atrás das orelhas dos surdos.
O método do Oralismo, em 1880, foi oficialmente adotado pelo Congresso de
Milão, desde então foram excluídas todas as possibilidades de uso das línguas de
sinais nas instituições ou nas escolas que recebiam surdos. Orientados pelos
professores, as famílias passaram a adotar o método em casa. Seguiram-se anos de
extrema repressão, em que simples gestos eram considerados caminhos para a
língua de Sinais e, portanto, estavam expressamente proibidos. No auge do
oralismo, o surdo que utilizasse sinais era severamente punido. Às vezes tinham as
mãos amarradas, eram impedidos de se encontrarem com outros surdos e até
mesmo sofriam castigos físicos.

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HISTÓRIA DOS SURDOS NO BRASIL

No Brasil, em setembro de 1857, surgiu, na cidade do Rio de Janeiro, a


primeira escola de surdos brasileira a utilizar a língua de sinais, o Imperial Instituto de
Surdos-Mudos, hoje chamado Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). A
iniciativa foi de Eduard Huet, professor surdo que havia se mudado da França para o

influência do oralismo fosse forte, os surdos brasileiros buscaram alternativas para se


comunicarem através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Organizaram-se em
forma de associações para viverem aí a sua língua e cultura. Surgiu desta forma a
sua formação etnolinguística, que anos depois começou a ser estudada e investigada
por pesquisadores e linguístas.
No princípio eram apenas encontros que aconteciam nas escolas ou mesmo
em pontos de encontro. O INES no Rio de Janeiro é um desses famosos lugares.
Surdos de todo o país iam estudar na capital e, a partir dessas reuniões informais,
surgiam algumas lideranças. Na década de 50 surgiram as primeiras associações de
surdos no Brasil que, depois de algum tempo, começaram a se organizar
politicamente.
A história da fundação do Imperial Instituto dos Surdos Mudos do Rio de
Janeiro começou na Europa, mais precisamente no Instituto Nacional de Paris, pois
de lá veio seu fundador. O professor surdo Ernest Huet lecionava neste Instituto e já
havia dirigido o Instituto de Surdos-Mudos de Bourges com a intenção de
estabelecer no Brasil uma escola voltada para o ensino de surdos utilizando o
método de oralização.
Somente na década de 1960, a língua gestual retornou, só que associada ao
oralismo. Isso deu origem ao Bilinguismo, onde o foco era a comunicação total e o
meio para efetivar essa comunicação não era tão evidenciado quanto o objetivo de
efetivá-la.
Nos últimos trinta anos, a investigação científica das línguas gestuais em
muitos países produziu um grande acréscimo de fatos e análises que permitiram tirar
três conclusões primárias:

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1- Os idiomas gestuais são estruturados, por isso são chamados de língua.
Estudos linguísticos mostraram que as línguas gestuais, ao redor do mundo, fazem
uso dos recursos gramaticais necessários e suficientes para expressar toda e
qualquer experiência humana.
2 - Os idiomas gestuais são as manifestações coletivamente elaboradas de
outra modalidade natural, paralela à voz, de expressão de conceitos humanos. É
nessa qualidade que constituem o instrumento de comunicação favorito e o único
que se adapta às pessoas surdas e um papel fundamental no desenvolvimento da
criança surda de nascença ou precocemente ensurdecida, o mesmo papel
insubstituível que as línguas orais desempenham no desenvolvimento de crianças
ouvintes. São também os idiomas "maternos" de um pequeno número de crianças
ouvintes, filhos (as) de pais surdos, que os adquirem espontaneamente mesmo
antes de começaram a adquirir o idioma oral da sociedade em que vivem.
3- Os idiomas gestuais das comunidades surdas não são inimigos da
oralidade. Muito pelo contrário, constituem a melhor maneira, para ambos os lados,
e a mais eficaz que a criança surda profunda tem ao dispor para ter acesso ao
conhecimento das línguas orais da sociedade ouvinte que a rodeia, e das suas
expressões e culturas escritas e literárias.

ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA DA SURDEZ

Ouve-se falar na Surdez ou na Deficiência Auditiva como uma diminuição na


capacidade de ouvir de um indivíduo. Deficiência auditiva é considerada
genericamente como a diferença existente entre o desempenho do indivíduo e a
habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos
pela American National Standards Institute (ANSI -1989).
Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para
detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição). O nome deficiência
auditiva é usado pela medicina para indicar perda de audição ou diminuição na
capacidade de escutar os sons, variando de graus e níveis.
Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a
uma deficiência na audição. Porém, tal expressão, é traduzida como uma deficiência

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no aparelho auditivo que causa a perda da audição do indivíduo. O que prejudica os
surdos, pois eles se veem incluídos num grupo homogêneo e considerados, pela
generalização, deficientes. Para eles, a surdez é um defeito invisível e um fator de
diferença, já que todos possuem uma língua própria pela qual se comunicam e
fazem parte de uma cultura com seus elementos significantes completamente
distintos.
A audição é o sentido que mais nos coloca dentro do mundo e a comunicação
humana é um bem de valor inestimável. É mais aceitável a ideia de surdez numa
perspectiva sociocultural: A surdez é um déficit que causa uma nova experiência
visual no indivíduo inserindo-o em um contexto sóciocultural diferente. Daí a
existência da comunidade, língua e cultura surda.

SURDEZ

Como já foi citada anteriormente, a surdez é invisível.


Costuma-se não perceber a importância da audição em
nossas vidas, a não ser quando começa a nos faltar. A
diminuição da audição (surdez) produz uma redução na
percepção de sons e dificulta a compreensão das palavras.
A dificuldade aumenta com o grau de surdez, que pode ser
leve, moderada, severa e profunda.

GRAU DE SURDEZ

Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus


e níveis na seguinte forma: De 25 a 40 decibéis - surdez leve. De 41 a 55 decibéis -
surdez moderada. De 56 a 70 decibéis - surdez acentuada. De 71 a 90 decibéis -
surdez severa. Acima de 91 decibéis surdez profunda. Nos casos de perda
auditiva de grau leve as pessoas podem não se dar conta que ouvem menos,
somente um teste de audição (audiometria) vai revelar um déficit.
Quando a perda auditiva passa a ser moderada para severa, os sons podem
ficar distorcidos e na conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis
para entender. O som da campainha e do telefone torna-se difíceis para serem

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ouvidos; a pessoa solicita, a todo o momento, que falem mais alto ou que repitam as
palavras.
Recém-nascidos com surdez severa e profunda não se assustam com sons
altos. Crianças com problemas de audição, sem a devida assistência, têm
dificuldades no desenvolvimento da linguagem. Se chegarem à idade escolar sem
que a surdez tenha sido diagnosticada, o aprendizado será difícil, simplesmente
porque essas crianças ouvem mal o que está sendo ensinado.

CLASSIFICAÇÃO OU TIPOS DE SURDEZ

QUANTO AO PERÍODO DE AQUISIÇÃO:

CONGÊNITA: Quando uma criança nasce surda a causa pode ser hereditária ou
embrionária. Entre as causas intrauterinas mais frequentes estão a rubéola, sífilis,
toxoplasmose, herpes, alguns tipos de vírus e certos medicamentos usados na
gestante. Neste caso, a surdez pode ser pré-lingual, ocorreu antes da aquisição da
língua.
ADQUIRIDA: Quando a pessoa perde a audição no decorrer da vida. Nesse caso,
a surdez pode ser pré ou pós - lingual, dependendo da sua ocorrência ter se dado
antes ou depois da aquisição da linguagem. As causas mais frequentes da surdez
adquirida são: catarro no ouvido (otite secretora ou otite serosa), infecções agudas
no ouvido (otite média aguda), perturbação timpânica infecções crônicas do ouvido
(otite média crônica), mobilização de um ou mais ossinhos do ouvido. Tumores
benignos que atingem o ouvido interno, ou a área entre o ouvido e o cérebro, podem
causar surdez.

QUANTO À LOCALIZAÇÃO:

CONDUTIVA: Qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto


auditivo externo até a orelha interna (cóclea). A orelha interna tem capacidade de
funcionamento normal, mas não é estimulada pela vibração sonora. Esta
estimulação poderá ocorrer com o aumento da intensidade do estímulo sonoro. Na
maioria pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico.

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SENSÓRIO-NEURAL OU NEUROSSENSORIAL: Ocorre quando há uma
impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da cóclea ou do
nervo auditivo. Os limiares por condução óssea e por condução aérea, alterados,
são aproximadamente iguais. A diferenciação entre as lesões das células ciliadas da
cóclea e do nervo auditivo só pode ser feita através de métodos especiais de
avaliação auditiva. Este tipo de surdez é irreversível.
MISTA: Ocorre quando há uma alteração na condução do som até o órgão
terminal sensorial associado à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O
audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis
normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de
condução aérea.
DISFUNÇÃO CENTRAL OU SURDEZ CENTRAL: Este tipo de surdez não é,
necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas
manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações
sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação
sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).

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ALFABETO MANUAL E NÚMEROS

A B C Ç D E F G

H I J K L M N O

P Q R S T U V W

X Y Z

NÚMEROS CARDINAIS

1 2 3 4 5 6

7 8 9 10

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GRAMÁTICA DA LIBRAS

a) FONOLÓGICO (Fonemas);
b) MORFOLÓGICO (Palavra);
c) SINTÁTICO (Frase);
d) SEMÂNTICO (Significado);
e) PRAGMÁTICO (Uso do significado sentido)

FONEMAS São unidades mínimas visuais e manuais sem significado que se


combinam para formar o sinal / palavra / morfema. Queremas são os 5 (cinco)
parâmetros da LIBRAS:
a) Configuração demãos;
b) Ponto dearticulação;
c) Movimento;
d) Orientação;
e) Expressão facial ecorporal.

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PARÂMETROS DA LÍNGUA DE SINAIS

A configuração de mão é uma determinada forma que a mão assume no


momento em que vai formar um morfema. O ponto de articulação é o lugar onde a
mão predominantemente configurada incide. O movimento surge logo após a mão
configurada atingir o ponto de articulação. A orientação é aposição da mão durantea
trajetória percorrida até o ponto de articulação e seus respectivos movimentos. A
expressão facial e corporal são respectivamente funções de destaque na
significação dos morfemas.

a) Configuração demão:
São as formas que as mãos assumem para sinalizar o que se quer dizer, estas
configurações de mão podem ser usadas na datilologia (alfabeto manual) ou em
outras formas feitas por uma ou duas mãos do emissor ou sinalizador. O sinal pode
ser feito com uma ou com duas mãos e poderá ter a mesma configuração de mão ou
não.

Exemplo:

HOJE TRABALHAR

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b) Ponto de articulação:

É o lugar onde a mão predomina, pode estar tocando alguma parte do corpo ou
estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até a cabeça) e horizontal (à
frente do emissor).
Exemplo:

AMANHÃ FEIO

Assim como os pronomes pessoais, os pronomes demonstrativos também


não possuem marca para os gêneros masculino e feminino e por isso, esta ausência
ou neutralidade será representada pelo símbolo @ (arroba).
Exemplo: Sogr@, Gat@.

c) Movimento:
Os sinais podem ter um movimento ou não. O movimento ocorre logo após a
mão predominantemente configurada tocar o ponto de articulação. Não confundir
como sendo a partir da mão configurada ao ponto de articulação.

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Exemplo:

ORGANIZAR INVEJA

d) Orientação:
Os sinais podem ter uma direção. A orientação ocorre dependendo da posição
da mão em relação ao ponto de articulação e o movimento, por exemplo: palma para
baixo, para cima, para dentro, para fora, para direita, para esquerda, etc.

Exemplo:

ALEGRIA CALMA

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e) Expressão facial e corporal:
Muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados acima, em sua
configuração, têm como traço diferenciador também a expressão facial e ou
corporal.

Exemplo:

TRISTE CHATO

LEGISLAÇÃO DA LIBRAS

LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.


Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais
- Libras e dá outras providências.
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua
Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais Libras a forma
de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-
motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de
transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do
Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e
difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e
de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

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Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos
de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos
portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.

Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais,


municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de
Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e
superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrantedos
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislaçãovigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a
modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114º da República.

DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.


Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de
2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de
Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19
de dezembro de 2000.

1) DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINACURRICULAR


Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos
cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e
superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e
privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o
curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o
curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e
profissionais da educação para o exercício domagistério.
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos
de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação
deste Decreto.

2) DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DELIBRAS


3) DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ACESSO
DAS PESSOAS SURDAS ÀEDUCAÇÃO

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4) DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS - LÍNGUA PORTUGUESA

PRONOMES PESSOAIS

EU VOCÊ/TU ELE ELES

PRONOMES POSSESSIVOS

NÓS VÓS MEU/MINHA TEU, TUA/SEU, SUA

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CUMPRIMENTOS BÁSICOS

BOM TUDO BEM

BOM DIA BOA TARDE

BOA NOITE MADRUGADA

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OI DESCULPA TCHAU NOME

SINAL NADA LEGAL OBRIGADA

IDADE LICENÇA ONDE? QUÊ?

COMO? QUANDO? PESSOA

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CALENDÁRIO

AMANHÃ AGORA HOJE

FERIADO ANO FÉRIAS

ANO PASSADO ANO QUE VEM TODO DIA

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SEMANA DOMINGO SEGUNDA

TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA

SEXTA-FEIRA SÁBADO MÊS

JANEIRO FEVEREIRO

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MARÇO ABRIL

MAIO JUNHO

JULHO AGOSTO SETEMBRO

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OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

FAMÍLIA

MÃE PAI

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SOBRINH@ AV@ TI@ PRIM@

IRMÃO GENRO NORA SOGR@

CUNHAD@ MADRASTA

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PADRASTO

PADRASTO NAMORAD@

BISAV@ NET@ FILH@

CASAD@ NOIV@ AMANTE PADRINHO/MADRINHA

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BEBÊ MARIDO/ESPOSA

FILH@ ADOTIVO

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CORES

AMARELO BRANCO BEGE

LARANJA LILÁS MARROM

PRETO ROSA ROXO

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VERMELHO VERDE VINHO

OURO PRATA BRONZE

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FRUTAS

AMORA ABACAXI ABACATE

AÇAÍ BANANA ACEROLA

CARAMBOLA CAJU MELÃO

CEREJA CACAU

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COCO CUPUAÇU JACA JAMBO

GOIABA GRAVIOLA KIWI LARANJA

LIMÃO MORANGO MELANCIA MARACUJÁ

MANGA PÊRA PÊSSEGO TANGERINA

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INGÁ UVA

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BEBIDAS

ÁGUA CACHAÇA CAFÉ

CERVEJA CHÁ VINHO

LEITE

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ALIMENTOS

AÇUCAR ARROZ ÓLEO/AZEITE

BOMBOM BOLACHA HOT DOG

BOLO CARNE

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CHOCOLATE CHURRASCO FEIJÃO

FRANGO GELATINA PUDIM

LEITE MACARRÃO

LINGUIÇA MANTEIGA

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OVO PASTEL COXINHA

PIPOCA PIZZA PRESUNTO

QUEIJO SAL SALADA

SANDUÍCHE SOP

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PROFISSÕES

MÉDICO PROFESSOR POLICIAL PSICÓLOGO

SECRETÁRIA PEDAGOGO INTERPRETE

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ADVOGADO BOMBEIRO VENDEDOR

DENTISTA DIRETOR CONSTRUTOR INSTRUTOR

GERENTE ESTAGIÁRIO JUIZ CHEFE

PSIQUIATRA CARTEIRO

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GARÇOM DELEGADO

FONOAUDIÓLOGO FOTOGRAFO VIGILANTE ENGENHEIRO

MOTORISTA COZINHEIRO BANCÁRIO

EMPREGADA FAXINEIRA TÉCNICO COORDENADOR

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POLÍTICO PRESIDENTE GOVERNADOR DEPUTADO

SENADOR PREFEITO

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VERBOS

ACOMPANHAR ACALMAR ACORDAR

ACUSAR ABENÇOAR

ABRIR ENCONTRAR

ACEITAR AFASTAR

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AMAR ANDAR ADIANTAR

AVISAR APRENDER ASSUSTAR

ABRIR BEIJAR BRINCAR CHORAR

COMER COMPRAR CONHECER

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CONTINUAR CONVERSAR CONFIAR

DAR ENSINAR DORMIR ENTENDER

ESCOLHER ESCONDER ESPERAR

FALAR ESQUECER LEMBRAR

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LER MENTIR MUDAR NASCER

RESPEITAR OLHAR PECADO PROVOCAR

PESQUISAR PODER PRECISAR PROCURAR

QUEBRAR QUERER ACONSELHAR RESPONDER

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ROUBAR SABER SENTAR SENTIR

SOFRER TER VIAJAR

VIGIAR VIVER VIR

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REFERÊNCIAS

BUENO, José Geraldo. Surdez, linguagem e cultura. In: Cadernos CEDES, SãoPaulo,
n.46, 1998. p.41 56.

Dicionário Digital do INES, 2ª versão, Rio de Janeiro: INES, 2004.

SKLIAR, Carlos. Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças. In:

.Asurdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação,


1998b. p.7-32.

QUADROS, Ronice. Invertendo epistemologicamente o problema da inclusão: os


ouvintes no mundo dos surdos. São Paulo: Estilos da Clínica, 2000, vol 7. p. 72 - 95.

WRIGLEY, Owen. The politics of deafness. Washington: Gallaudet University Press,


1996.

PERLIN, Gládis T. T. História dos Surdos. Caderno Pedagógico Pedagogia Para


Surdos. Florianópolis: UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina/CEAD),
2002, 107p.

SKLIAR, C. (org.) A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre, RS:


Mediação, 1998.

Revista FENEIS. Ano IV número 14 Abril / junho 2002. Rio de Janeiro: FENEIS,
2002.

Revista de História e Estudos Culturais. AnoIII, nº2, Vol.3, Abril, Maio, Junho de 2006.

CARVALHO, A. P. de, Costa, A. da F. Circulação e Respiração: Fundamentos de


Biofísica e Fisiologia. Rio de Janeiro: FENAME, 1976. Série Cadernos Didáticos.

GANONG, W. F. Fisiologia Médica. São Paulo: Atheneu, 1989.

GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

LEMBO, A., Moísés, H., Santos, T. Ciência: O corpo humano. São Paulo: Moderna,
1992.
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