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MANOMETRIA
PRESSÃO
Resultado: imediato
Técnica: Para determinar a pressão utilizam-se manômetros calibrados em mm ou em cm H2O, de coluna hidrostática livre
(tipo Strauss), ou aneróides (tipo Claude) ou eletrônicos digitais. Não consideramos adequada uma avaliação da pressão pela
velocidade de gotejamento, mesmo que calculada em função do diâmetro da agulha. O estado emocional do paciente pode-se
alterar com o ato da punção e interferir na pressão do LCR, provocando falso aumento. Na prática, utiliza-se a hiperventilação
orientando o paciente a realizar sucessivas e espaçadas inspirações profundas até que se consiga estabilização da pressão do
LCR. Este procedimento é dito manobra de Björk.
Tipos de alterações da pressão: Aumentos da pressão intracraniana podem ser de dois tipos:
1) tipo tumor – por aumento de volume do parênquima cerebral, seja por aumento do fluxo sanguíneo
cerebral, edema, tumor, hematoma, abscesso, coleção cística;
2) tipo meningite – por aumento do volume líquido no espaço sub-aracnóideo e/ou nos ventrículos, como
em meningites.
Valores de referência: em condições normais e com o paciente em decúbito lateral, a pressão inicial (PI)
varia entre 5 e 20 cm H2O e o valor da pressão final (PF) é cerca da metade da PI. Na punção LS, em
adultos, o valor da PI pode atingir até 45 cm de H2O, dada a pressão hidrostática adicional determinada
pela coluna de LCR.
OS QUOCIENTES RAQUIDIANOS
A PI, a PF e o volume (V) de LCR retirado entre as duas determinações da pressão servem para o cálculo
dos quocientes. Dois são os quocientes utilizados: o quociente raquidiano (Qr) e o quociente raquidiano
diferencial (Qrd).
Para obter o Qr, o valor da PF é multiplicado por V e o produto obtido é dividido pelo valor da PI.
Assim, temos: Qr = (PF x V) / PI
Para calcular o Qrd, a diferença entre a PI e a PF é dividida por V. Assim, temos: Qrd = (PI – PF) / V
O comportamento do Qrd é inverso ao do Qr: quanto maior o valor do Qr tanto menor o do Qrd, e vice-
versa.
Outro indicador preconizado para estimar a relação entre as pressões inicial e final é o índice de
pressão: (Pi-Pf) / Pi. Este indicador é calculado após a retirada de 7mL de LCR e expressa-se em
valores percentuais.
AS PROVAS MANOMÉTRICAS
A PROVA DE STOOKEY – é a mais utilizada. Uma vez registrada a PI, sem desconectar o manômetro da
agulha de punção, faz-se compressão simultânea de ambas as veias jugulares em duas etapas:
- bloqueio parcial, quando o aumento induzido da pressão é: pequeno; inicia-se após curta
latência; persiste após certo período, cessada a compressão jugular; diminui lentamente (tempo
maior que 30 segundos) nem sempre retornando ao valor da PI, mantendo-se acima dele.
- queda lenta, quando o aumento induzido da pressão é pequeno e/ou diminui lentamente (tempo
maior que 30 segundos).
Particularmente quando são registradas alterações das provas manométricas, deve-se proceder à
contraprova abdominal: comprime-se o abdome de ambos os lados em sentido dos seus flancos por
10 segundos. Esta manobra causa aumento da pressão intra-abdominal, a qual se reflete nos
plexos venosos raquidianos e, por isso, vai ocorrer imediata hipertensão do LCR. Cessada a
compressão, a pressão do LCR volta ao valor inicial em 10-20 segundos. A contraprova, neste caso,
é dita normal. Se não for normal, indica a necessidade de conferir o posicionamento da agulha e, a
seguir, de repetir todas as etapas da prova. Apenas quando a contraprova for normal podem ser
valorizados os resultados alterados da prova manométrica de Stookey.
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