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KÉCIA DAVINA CIRQUEIRA PORTELA DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO DE CALDEIRA MONITORADO POR


ARDUINO E SENSOR LM35

Cruz das Almas

26 de março de 2019
KÉCIA DAVINA CIRQUEIRA PORTELA DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO DE CALDEIRA MONITORADO POR ARDUINO E


SENSOR LM35

Trabalho de conclusão de curso apresentado á


Universidade Federal do Recêncavo da Bahia
como parte dos requisitos para obtenção do título
de Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - CETEC
BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - BCET

Orientador: Prof. Esp. Carlos Alberto Tosta Machado


Coorientador: Prof. Esp. Cliver da Rocha Silva

Cruz das Almas


26 de março de 2019
KÉCIA DAVINA CIRQUEIRA PORTELA DE OLIVEIRA
PROTÓTIPO DE CALDEIRA MONITORADO POR ARDUINO E SENSOR LM35 / KÉCIA
DAVINA CIRQUEIRA PORTELA DE OLIVEIRA . – Cruz das Almas, 26 de março de 2019-
64 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.

Orientador: Prof. Esp. Carlos Alberto Tosta Machado

Trabalho de Conclusão de Curso –


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - CETEC
BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - BCET, 2018
1. Turbina a vapor. 2. Maquinas térmicas. 3. Propriedades físicas. I. Professor Carlos Tosta..
II. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. III. ANÁLISE FÍSICA DE COMBUSTÍVEIS EM
UM PROTÓTIPO DE TURBINA A VAPOR UTILIZANDO ARDUINO E SENSOR LM 35
KÉCIA DAVINA CIRQUEIRA PORTELA DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO DE CALDEIRA MONITORADO POR ARDUINO E


SENSOR LM35

Trabalho de conclusão de curso apresentado á


Universidade Federal do Recêncavo da Bahia
como parte dos requisitos para obtenção do título
de Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.

Trabalho aprovado. Cruz das Almas, 28 de fevereiro de 2019:

Prof. Esp. Carlos Alberto Tosta Machado


Orientador

Prof. Esp. Cliver da Rocha Silva


Coorientador

Paulo Renato Camera da Silva


Examinador

Cruz das Almas


26 de março de 2019
Agradecimentos

Agradeço a Deus em primeiro lugar, pelo dom da vida e por ter sido a minha força para
enfrentar e superar as dificuldades até o presente momento.
Aos meus pais Alda e José Joaquim por todo esforço e tempo dedicados à minha educação,
pelo incentivo e por me ajudarem na realização desse sonho.A minha irmã Jessica pelos conselhos
e companheirismo.Essa vitória é nossa.
Ao professor Cliver pela orientação e disposição para terminar esse trabalho com êxito.
Ao professor Carlos Tosta por ajudar na elaboração deste trabalho.Bem como a todo corpo
docente e funcionários da UFRB.
Não esquecendo de agradecer ao meu amigo Rodrigo pelo tempo de distração durante
essa caminhada e pelo imenso apoio na execução do trabalho. E também ao meu quinteto:Brisa,
Brunna, Laressa e Larissa por todo companheirismo e amizade.
E também ao Pr. Marcelo e a Familia Bola de Neve, por todo carinho e força que me
proporcionaram nessa etapa da minha vida.
“Aprenda com o ontem,viva o hoje
tenha esperança no amanhã.
O importante é não parar de questionar.“
(Albert Einstein)
Resumo
Com a utilização de máquinas térmicas em larga escala nas indústrias e no cotidiano da sociedade,
devido ao grande desenvolvimento tecnológico, torna-se de extrema importância uma análise
para otimização de tais equipamentos. O presente trabalho têm o intuito de utilizar diferentes
combustíveis para analisar a quantidade de energia dissipada pelo vapor de água em uma caldeira.
Para isso, modelou-se o protótipo de uma caldeira com materiais à preço acessível no mercado.
Para análise de temperatura da saída de vapor, utilizou-se uma prototipação eletrônica formada
pelo microcontrolador Arduíno e o sensor de temperatura LM35.A energia térmica fornecida para
a caldeira foi obtida através da combustão de alguns combustíveis: Etanol, Querosene, Álcool gel
e Álcool 96°. A execução do trabalho, define-se através da contextualização entre teoria e práticas
experimentais, realizadas no Laboratório da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O
desenvolvimento do equipamento passou pelas etapas de modelagem, fabricação do protótipo e
testes operacionais. Após os testes práticos com a caldeira, foram obtidos um mapeamento das
temperaturas de saída do vapor. Seguidamente, realizou-se os cálculos da quantidade de energia
dissipada pela água na caldeira. Dessa forma, em comparação aos combustíveis utilizados, o
querosene teve uma reação mais rápida, proporcionou maior dissipação de energia da água
e elevado consumo de massa de água em relação aos outros combustíveis analisados, devido
ao seu alto poder calorífico,porém oposto ao mesmo, o álcool gel teve resultados inferiores,
possuindo uma reação mais lenta com menor quantidade de energia e baixo consumo de massa
de água. Contudo, após testes práticos com a caldeira foi demonstrado que o poder calorífico é
proporcional a eficiência da reação.

Palavras-chave: Caldeira. Máquinas Térmicas. Combustíveis.Poder calorífico.


Abstract
With the use of large-scale thermal machines in industries and society’s daily life, due to the
great technological development, an analysis for the optimization of such equipment becomes
of extreme importance. The present work intends to use different fuels to analyze the amount
of energy dissipated by water vapor in a boiler. For this, the boiler prototype was modeled
with materials found in the market at an affordable price in the market. For the analysis of the
temperature of the steam outlet, an electronic prototyping formed by the Arduino microcontroller
and the temperature sensor LM35 was used. The thermal energy supplied to the boiler was
obtained by the combustion of some fuels: Ethanol, Kerosene, Alcohol gel and Alcohol 96 °. The
execution of the work is defined through the contextualization between theory and experimental
practices, performed at the Laboratory of the Federal University of Bahia Recôncavo. The
development of the equipment went through the stages of modeling, prototype fabrication and
operational testing. After the practical tests with the boiler, a map of the steam outlet temperatures
was obtained. Next, calculations were made of the amount of energy dissipated by the water
in the boiler. Thus, in comparison to the fuels used, kerosene had a faster reaction, provided
greater energy dissipation of the water and high consumption of water mass in relation to the
other fuels analyzed, due to its high calorific power, but opposite to the same, the alcohol gel
had lower results, having a slower reaction with lower amount of energy and low water mass
consumption. However, after practical tests with the boiler it was demonstrated that the calorific
value is proportional to the efficiency of the reaction.

Keywords: Boiler. Thermal machines. Fuels. Heat power.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Eolípila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 2 – Thomas Savery . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 3 – Thomas Newcomen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 4 – James Watt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 5 – Ciclo de Potencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 6 – Ciclo de Rankine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 7 – Caldeira a vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 8 – Caldeira Flamotubular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 9 – Caldeira vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 10 – Etanol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 11 – Álcool 96ºC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 12 – Abastecimento do avião- QVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 13 – Álcool gel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 14 – Protótipo da caldeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 15 – Base de sustentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 16 – Suporte da caldeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 17 – Barra de aluminio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 18 – Suporte ajustável do sensor LM 35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 19 – Caldeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 20 – Tubo de cobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 21 – Folha de Alumínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 22 – Código LM35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 23 – Sensor de temperatura LM35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 24 – Materiais - Cabo usb, Arduino e Lm35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 25 – Capela de exaustão de gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 26 – Balança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 27 – Termômetro infravermelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 28 – Becker e Pipeta de Pasteur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 29 – Cálice medidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 30 – Extintor de Incêndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 31 – Massa inicial - B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 32 – Temperatura inicial da água - B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 33 – Ensaio D1- Combustão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 34 – Massa final- B1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 35 – Gráfico amostra - A1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 36 – Gráfico amostra- A2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 37 – Grafico amostra- B1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 38 – Grafico amostra - B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 39 – Gráfico amostra - C1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 40 – Gráfico amostra - C2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 41 – Resultado- Amostra D1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 42 – Resultado: amostra D2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Lista de tabelas

Tabela 1 – Amostras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Tabela 2 – Amostras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Tabela 3 – Temperatura inicial da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Tabela 4 – Amostras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Tabela 5 – Resultados A1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Tabela 6 – Resultados A2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Tabela 7 – Resultados B1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Tabela 8 – Resultados B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Tabela 9 – Resultados C1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Tabela 10 – Resultados C2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Tabela 11 – Resultados D1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Tabela 12 – Resultados D2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Tabela 13 – Quantidade de energia dissipada pela água em A1 e A2 . . . . . . . . . . . 59
Tabela 14 – Quantidade de energia absorvida pela água em B1 e B2 . . . . . . . . . . . 59
Tabela 15 – Quantidade de energia absorvida pela água em C1 e C2 . . . . . . . . . . . 60
Tabela 16 – Quantidade de energia absorvida pela água em D1 e D2 . . . . . . . . . . . 60
Tabela 17 – Tabela comparativa de todas as amostras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Lista de abreviaturas e siglas

CV Caldeira a vapor

CV Caldeira vertical

CF Caldeira flamotubular
Sumário

1 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.1 História e Evolução das máquinas térmicas . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.2 Ciclos termodinâmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2.1 Ciclo de potência: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2.2 Ciclo de Rankine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.3 Caldeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.3.1 Caldeiras a Vapor (CV) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.3.2 Caldeiras Flamotubulares (CF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.3.3 Caldeiras Verticais (CV) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.4 Classificação das Caldeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.4.1 Quanto ao principio de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.5 Combustíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.5.1 Etanol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.5.2 Álcool 96° . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.5.3 Querosene . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.5.4 Álcool gel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.6 Propriedades físicas dos combustíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.6.1 Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.6.2 Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.6.3 Poder calorífico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.6.4 Quantidade de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.6.5 Calor específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

5 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5.1 Componentes e montagem do protótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5.1.1 Mecanismo de sustentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5.1.2 Caldeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.1.3 Tubo de cobre e bocal convergente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.1.4 Folha de alumínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

6 EQUIPAMENTOS DE MEDIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
6.1 Arduino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
6.2 Sensor de temperatura LM35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6.3 Montagem dos equipamentos de medição de temperatura . . . . . . . . 40
6.4 Materiais de Laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6.5 Capela de exaustão de gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6.6 Balança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
6.7 Termômetro Infravermelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
6.8 Becker e Pipeta de Pasteur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
6.9 Cálice medidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.10 Extintor de incêndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

7 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7.1 1ª Etapa experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7.1.1 Medição do volume de combustíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7.2 2ª Etapa experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
7.2.1 Medição da quantidade inicial de água na caldeira . . . . . . . . . . . . . . 46
7.3 3ª Etapa experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
7.3.1 Aferição da temperatura da água utilizando o Termômetro e o sensor Lm35 . 47
7.4 4ª Etapa experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
7.4.1 Combustão dos combustíveis na capela de exaustão . . . . . . . . . . . . 48
7.5 5ª Etapa experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
7.5.1 Medição da quantidade de massa de água final na caldeira . . . . . . . . . 49

8 ANÁLISE DE RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
8.1 Amostra A- Álcool gel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
8.1.1 RESULTADO AMOSTRA A1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
8.1.2 RESULTADO AMOSTRA A2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
8.2 Amostra B- Etanol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
8.2.1 RESULTADO AMOSTRA B1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
8.2.2 RESULTADO AMOSTRA B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
8.3 AMOSTRA C- Álcool 96° . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
8.3.1 RESULTADO AMOSTRA C1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
8.3.2 RESULTADO AMOSTRA C2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
8.4 AMOSTRA D- Querosene . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8.4.1 RESULTADO AMOSTRA D1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8.4.2 RESULTADO AMOSTRA D2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
8.5 Cálculo da quantidade de energia dissipada pela água na combustão das
amostras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
8.5.1 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS A1 E A2 (Álcool gel) . . . . . . . . . . . . 59
8.5.2 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS B1 e B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
8.5.3 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS C1 e C2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
8.5.4 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS D1 e D2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
8.6 Resultados comparativos de todas as amostras . . . . . . . . . . . . . . 61

9 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
9.0.1 Sugestões para trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
15

1 Objetivos

1.1 Objetivo Geral


Analisar as propriedades físicas dos combustíveis em um protótipo de caldeira.

1.2 Objetivos Específicos

• Construir protótipo de caldeira;

• Analisar as características do consumo de massa e da quantidade de calor da água durante


a combustão;

• Examinar as temperaturas de saída do vapor de água na caldeira para cada combustível;

• Analisar a viabilidade econômica de cada combustível.


16

2 Justificativa

O princípio deste trabalho surgiu após a construção do protótipo como requisito avaliativo
de uma das disciplinas do curso. Após a apresentação, notou-se que a turbina construída tinha
potencial para ser explorada em outras finalidades. Decidiu-se então montar um projeto de custo
acessível que possibilitasse uma análise física dos combustíveis,através de um protótipo de
caldeira monitorando o seu comportamento.
17

3 Introdução

Caldeiras são equipamentos utilizados para geração de vapor a uma pressão superior à
pressão atmosférica,cuja aplicação tem sido em larga escala no meio industrial e também na
geração de energia elétrica nas centrais termelétricas. Dessa forma, as funções que necessitam de
fluído no estado gasoso para o seu funcionamento, geralmente têm-se como fluído de trabalho o
vapor de água,têm como componente essencial para sua geração a caldeira.Existem vários tipos
de caldeiras, entre elas ás flamotubulares, verticais e a vapor. As máquinas térmicas tem maior
aplicação em Usinas de açúcar e álcool, indústrias de papel e celulose, usinas de processamento
de lixo e principalmente nos veículos e meios automotivos.(COHEN,2013)
De acordo com Boyce (2011), as vantagens de utilização das máquinas térmicas é que as
mesmas utilizam-se de vapor a alta temperatura e a alta pressão acima da pressão atmosférica,
sendo na grande parte das aplicações industrias até quase 20 vezes maior e nas aplicações para
a produção de energia elétrica de 60 a 100 vezes maior, ou até mesmo 250 vezes mais, porém
possuindo um risco eminente na sua operação. Atualmente, devido ao seu avanço e versatilidade
são as maiores responsáveis pela geração de energia elétrica mundial fornecidas pelo uso de
geradores movidos por turbinas.
Segundo Nascimento (2004) nas centrais termelétricas de geração com ciclo a vapor
utilizam juntamente com as caldeiras as turbina a vapor, com objetivo de produzir eletricidade.
No processo de geração de energia elétrica, as usinas termelétricas são responsáveis por produzir
energia devido a queima de combustível- óleo diesel, carvão, gás natural e biomassa.As centrais
de energia funcionam primeiramente através do aquecimento de uma caldeira com água que
é transformada em vapor que movimenta as pás de uma turbina que por sua vez acionará o
eixo do gerador. Na matriz brasileira, há de se ressaltar que o modelo de produção das usinas
termelétricas adotado é feito predominantemente da queima de combustíveis fósseis, esse tipo
de geração representa aproximadamente um quarto da capacidade do País, só perdendo para a
modalidade hidrelétrica, hoje predominante, com 70% da produção.
Esse trabalho, iniciou-se com a revisão bibliográfica, que dá uma abordagem histórica
do surgimento e evolução das máquinas térmicas, citando os nomes e biografias dos grandes
responsáveis por essa invenção.Ainda faz-se uma breve análise do ciclo ideial para analisar
uma caldeira- Ciclo de Rankine.Em seguida, é feito apresentação dos tipos de vaso de pressão.
Aborda-se sobre os combustíveis utilizados no trabalho e suas propriedades físicas- massa,
densidade, poder calorífico,calor específico e quantidade de energia. No capítulo seguinte,
inicia-se a apresentação dos materiais e métodos, e os procedimentos experimentais exibindo em
seguida a análise de resultados.No final do presente trabalho relata-se as conclusões e referências
bibliográficas levantadas ao longo deste trabalho.
18

4 Revisão Bibliográfica

Neste capítulo serão apresentados os conceitos básicos sobre o surgimento das máquinas
térmicas, o ciclo de Rankini, tipos de caldeiras e combustíveis, com destaque para o etanol,
álcool 96º e querosene. O estudo apresentado neste capítulo ainda retrata as características
termodinâmicas dos combustíveis utilizados no protótipo, como o poder calorífico, e ainda
considerando seus diversos fatores positivos e negativos e seus aspectos econômicos.

4.1 História e Evolução das máquinas térmicas


Desde o início das civilizações, devida a necessidade de evolução o homem , desenvolveu
a capacidade, em adaptar-se aos meios de acordo com as suas necessidades. Dessa forma, houve
a descoberta do fogo, das reações químicas por alquimistas, descobrimento do cobre e das ligas,
surgimento da roda, das máquinas e seus implementos.
No entendimento de Çengel (2009), ao longo do século XIX, o calor era algo que produzia
uma sensação de aquecimento, alcançando o verdadeiro significado físico através da teoria
cinética, que explicava as moléculas como pequenas bolas em movimento aleatório de átomos,
que tem portanto energia cinética. Apesar de que, o conceito do calor, tenha surgido no século
XVIII, a manifestação do movimento das moléculas, foi baseada na teoria do calórico, proposta
pelo químico francês Antonie Lavoisier (1743-1794). Essa teoria, foi logo contestada por outros
estudiosos, pois defendia o calor como um tipo de substância igual a um fluido denominado
calórico - sem massa, incolor, inodoro e capaz de passar de um meio para outro.
Todavia, foi através dos experimentos feitos pelo inglês James P. Joule, publicados em
1843, que finalmente convenceram os céticos de que o calor não era uma substância, colocando
fim na teoria do calórico. (Incropera, 1998)
Embora, tenha sido totalmente descartada na metade do século XIX, essa teoria contribuiu,
para o desenvolvimento da Termodinâmica e da Transferência de calor. Portanto, Joule relatou
que o calor nada mais é uma: “Forma de energia que pode ser transferida de um sistema para
outro em consequência da diferença de temperatura entre eles. "(Çengel,2009, p.5)
Levando em consideração a descoberta do real significado do calor, no primeiro século
A.C., um engenheiro grego, Heron de Alexandría, foi quem utilizou do vapor somente para
movimentar um brinquedo. A “Eolípila” era um aparato, que girava em círculos, á medida que o
vapor escapava dentro dela. No qual, funcionava de acordo como a água se comporta quando
é fervida, se transforma em vapor e expandindo-se em torno de 1700 vezes. Logo após, a essa
invenção outros intelectuais descobriram e testaram outras formas de aproveitar o vapor para
mover maquinários. (Greco)
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 19

Figura 1 – Eolípila -
Fonte: http://www.wikiwand.com/pt/Eol

As fontes de energia iniciais eram através de métodos mais baratos como a força do
próprio homem, do vento, das correntezas das águas e tração animal. Portanto, a necessidade de
transformação de energia térmica (calor) em algo de utilização com maior eficiência (trabalho),
levou o homem ao longo da história a buscar outras formas para obtê-lo.(BOYCE,2011)
Nesse contexto, durante séculos os mineiros da Cornualha, ganhavam a vida cavando
o solo, á procura de carvão ou minérios de metal, mas eles tinham um grande inimigo, a água
subterrânea. Dessa forma, houve a necessidade de desenvolver uma bomba de sucção de água,
pois a tração animal estava se tornando cara e a força humana não seria viável. (SPROULE, 2012)
Nesse cenário de mudanças, foi a partir dos estudos dos intelectuais da época, surgiu a
idéia de Dennis Papin, inventor da panela de pressão. Posto isso, o filosofo e físico, analisando a
sua criação, percebeu que ao aquecer a água após o ponto de ebulição, formava um vapor que
tendia a levantar a tampa da panela, e para evitar acidentes ou explosões criou uma válvula. Nesse
mesmo pensamento, observou que aquele vapor poderia levantar um pistão, dando início ao
princípio fundamental da máquina a vapor, em 1679. Em vista disso, Dennis Papin foi o grande
inventor das máquinas térmicas. (HOBSBAWM, 1986)
Porém, como a sua invenção não saiu do papel, um engenheiro inglês Thomas Savery,
alavancou essa criação, criando a primeira bomba d’agua do mundo. Embora inovadora, a
máquina era abastecida não por fogo, mas por água aquecida pelo fogo, transformada em vapor
que começou a ser utilizada nas minas de carvão, para a retirada de água, apesar de que, não
era muito eficiente, pois o consumo de energia era grande em comparação ao trabalho que era
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 20

produzido. (PICKERING, et al.,2005)


A figura 2, exibe o motor de Thomas Savery.

Figura 2 – (Motor de Thomas Savery)


Fonte: https://www.famousinventors.org/thomas-savery

Neste ínterim, Thomas Newcomen, por volta de 1712, aperfeiçoou a ideia de Savery,
criando uma máquina mais potente, chamada de “o motor atmosférico”, podendo ser usada
para elevar água e cargas mais pesadas, em minas mais profundas e diminuía os riscos de
explosões.(PICKERING, et al.,2005)

“Sua parte principal era formada de um grande cilindro de ferro, aberto no topo,
posicionado acima da caldeira. Quando a água fervia, o vapor proveniente da
caldeira ocupava todo o cilindro. Embora aberto no topo, o cilindro tinha um
tipo de “tampa” móvel por dentro. Era o pistão, uma placa circular que, revestida
de couro para se encaixar bem no cilindro, ficava livre para movimentar-se
para cima e para baixo. Esse pistão ficava preso a uma haste vertical, e esta por
sua vez, estava presa a uma extremidade da alavanca da bomba, que fazia um
movimento de gangorra. Quando o vapor preenchia o cilindro abaixo do pistão,
o sistema de pesos das hastes da bomba puxava para baixo a outra extremidade
da alavanca. Na extremidade do cilindro, a alavanca levantava e, ao mesmo
tempo, o pistão era puxado para cima e parava na borda do cilindro. Forçar a
alavanca para baixo significa empurrar o pistão para o fundo do cilindro outra
vez. Era quando entrava em cena o método do vácuo. Newcomen, entretanto,
utilizava esse método com uma diferença.” (Sproule, 2012, p.22).
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 21

Porém, ambas possuíam um grande problema: o resfriamento do vapor dentro do cilindro


que consequentemente diminuía a condensação do mesmo. Dessa forma, esses aparatos possuíam
rendimento ainda muito baixo. (SPROULE,1992)
A figura 3, exibe o motor de Thomas Newcomen.

Figura 3 – (Motor de Thomas Newcomen)


Fonte: https://spartacus-educational.com/ThomasNewcomen

James Watt, um jovem escocês, teve em mãos através de um professor da Universidade


de Glasgow, a máquina a vapor de Newcomen. Ao analisar e estudar a máquina em cada detalhe
observou a diminuição do seu rendimento devido à perda de vapor, chegando à conclusão que ela
operava bem por alguns ciclos e depois parava. Nesta perspectiva, procurou uma maneira para
evitar o problema do aquecimento do cilindro dos pistões. A solução foi acoplar um condensador
externo a máquina para evitar a perda constante de energia, assim aumentando o seu desempenho.
(BOYCE, 2011)

“As conexões estavam todas feitas e um peso experimental balançou na extremi-


dade da haste do pistão. Através de um tubo conectado a uma caldeira provisória,
o vapor começou a assoviar dentro do cilindro, bem fechado, com parede dupla,
e que foi se enchendo de vapor. Quando percebeu os sinais de que o vapor
surgira no topo do cilindro, Watt sentiu que havia chegado o grande momento.
Cuidadosamente, desligou a conexão; cuidadosamente também, bombeou ar
para fora do condensador e esfriou-o com água. Dentro dele, formava-se o vácuo
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 22

que sugaria o vapor da parte mais alta do cilindro, criando vácuo também ali, no
cilindro... E então, diante de seu olhar deslumbrado, aconteceu. O peso utilizado
na experiência começou a se mover. Ele se movia para cima, puxado cada vez
mais para perto do cilindro pela haste do pistão a cuja extremidade estava presa.
Ao mesmo tempo, a própria haste ia desaparecendo dentro do cilindro. Ela
estava sendo empurrada para dentro pelo vapor que havia se juntado abaixo do
pistão; vapor este que, como o ar, exercia pressão contra a superfície do pistão e
o impelia para cima, para o vácuo que se formara. E, durante todo o tempo, o
cilindro permanecia quente, graças à “capa de vapor” que se formava em sua
parede dupla. Ele havia conseguido. ”(SPROULE,2012,P.31)

A figura 4, exibe o motor de James Watt.

Figura 4 – (Motor de James Watt)


Fonte: https://www.britannica.com/biography/James-Watt

Dessa forma, James Watt havia mostrado ao mundo como dominar a energia a vapor
suficientemente. O desenvolvimento da indústria e o surgimento do capitalismo alavancou o
aperfeiçoamento da máquina de Watt, levando a humanidade para uma revolução Industrial em
que a máquina a vapor teve outras finalidades. Com o desenvolvimento científico e tecnológico
surgiram novas máquinas e novos motores, até chegar aos dias atuais.

“Em 1882, um empreendedor e inventor, Thomas A. Edson, achou que valeria a


pena vender para a cidade de New York um sistema que levaria energia elétrica
para dentro das casas... Com Edson, nós ultrapassamos o vazio tecnológico
existente entre o tempo de watt e o nosso, atual. A eletricidade tirou o mundo
da Era do Vapor e preparou o caminho para a alta tecnologia do fim do século
20. Mas o próprio sistema de Edison dependia do vapor para gerar eletricidade.
E o mesmo vale para algumas usinas elétricas atuais. James Watt, o mecânico
que moldou nosso passado, continuará a moldar nosso futuro em direção ao
século 21.” (SPROULE,2012,p.60)
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 23

4.2 Ciclos termodinâmicos


Um ciclo termodinâmico se constitui de inúmeros processos repetidos em que começam
e terminam no mesmo estado. No final desses ciclos todas as propriedades são iguais a do início,
elas se conservam. Dessa forma, quando o ciclo termina o sistema não possui nenhuma variação
de estado liquido. (SHAPIRO,et al.,2009).
O balanço de energia em ciclo termodinâmico, é representado pela equação 4.1:

∆Eciclo = Q ciclo − Wciclo (4.1)

Qciclo e Wciclo, são as quantidades líquidas de transferência de energia por calor e


trabalho, em um ciclo, que são representadas pela equação 4.2:

Wciclo = Q ciclo (4.2)

Essa expressão partiu do princípio da conservação de energia, que deve ser cumprida por
todo ciclo termodinâmico, não importando a sequência de processos seguida pelo sistema ou
natureza das substâncias. (VAN WYLEN,et al., 2008)

4.2.1 Ciclo de potência:


Michael J. Moran et al.(2009), definem termodinamicamente os ciclos de potência como
os sistemas que percorrem ciclos e fornecem uma transferência líquida sob a forma de trabalho
para a vizinhança durante cada ciclo. A entrada de trabalho líquido é igual á transferência de
calor líquida para o ciclo. O ciclo é definido pela equação 4.3:

Wciclo = Q entra − Q sai (4.3)

Segundo Michael J. Moran et al.(2009) o Qentra é a transferência de energia por meio de


calor do corpo quente para o sistema e Qsai representa a transferência de calor que sai do sistema
para o corpo frio. Dessa forma, Qentra é maior que Qsai para um ciclo de potência. Dessa forma,
determinam a eficiência térmica como uma grandeza η, definida pela razão entre a quantidade de
calor fornecida pela fonte quente que é convertida em trabalho líquido pela máquina na saída,
Wciclo.A figura 5 exibe o ciclo de potência:

Wciclo
η= (4.4)
Q entra
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 24

Figura 5 – Ciclo de potência


Fonte: (Moran et. al, 2009)

Como a energia se conserva, conclui-se que a eficiência térmica nunca será maior do
que a quantidade total, ou seja, nem toda a energia adicionada ao sistema por transferência de
calor é convertida em trabalho, uma parte é rejeitada para o corpo frio por transferência de calor.
(MICHAEL J. MORAN et. al.(2009).

4.2.2 Ciclo de Rankine


O ciclo termodinâmico ideal utilizado para analisar a caldeira, no qual é o objeto de
estudo desse trabalho, representa o funcionamento de uma termoelétrica de ciclo combinado é
designado por ciclo de Rankine. No ciclo, a água é aquecida e transforma-se em vapor dentro de
uma caldeira a funcionar a uma alta pressão. Quando expandida através de pistões ou turbinas o
trabalho mecânico é feito. O vapor a baixa pressão é então condensado e bombeado de volta para
a caldeira. O funcionamento da turbina a vapor baseia-se no princípio de expansão do vapor,
gerando diminuição na temperatura e energia interna; essa energia interna perdida pela massa de
gás reaparece na forma de energia mecânica, pela força exercida contra um êmbolo.A figura 6
exibe o ciclo de Rankine. (SHAPIRO et al,2005)
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 25

Figura 6 – (Ciclo de Rankine)


Fonte: (Moran, 2013)

Esse modelo é formado por quatro processos internos reversíveis:


• Turbina: A partir da caldeira no estagio um, o vapor, tendo sua temperatura e pressão
elevadas, se expande ao longo da turbina para produzir trabalho, e em seguida é descarregado no
condensador no estágio 2 com pressão relativamente baixa. Desprezando-se a transferência de
calor para as vizinhanças, o balanço das taxas de massa e energia no regime estacionário para um
volume de controle no entorno da turbina é representado por: (SHAPIRO, et al,2005)
W
= h1 − h2 (4.5)
m
• Condensador: Ocorre a transferência de calor do fluido de trabalho para a água de
resfriamento que flui em um circuito separado. O fluido de trabalho se condensa e a temperatura
da água de resfriamento aumenta. No regime estacionário, o balanço das taxas de massa e de
energia para um volume de controle que engloba o lado do condensado do trocador de calor
fornece: (SHAPIRO, et al,2005)

Q sai
= h2 − h3 (4.6)
m
• Bomba: O líquido condensado que deixa o condensador em 3 é bombeador do
condensador para a caldeira a uma pressão mais alta. Consideram-se um volume de controle no
entorno da bomba e admitindo-se que não haja transferência de calor para as vizinhanças, os
balanços de massa e de energia fornecem : (SHAPIRO, et al,2005)

Wb
= h4 − h3 (4.7)
m
• Caldeira: O fluido de trabalho completa um ciclo quando o líquido que deixa a bomba
em 4, que é denominado água de alimentação da caldeira, é aquecido até a saturação e evapora
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 26

na caldeira. Considerando-se um volume de controle envolvendo os tubos e tambores da caldeira


que conduzem a água de alimentação no estágio 4 para o estágio 1, o balanço das taxas de massa
e energia fornece: (SHAPIRO, et al,2005)

Q ent
= h1 − h2 (4.8)
m

4.3 Caldeiras
Caldeiras são dispositivos utilizados para mudar o estado físico da água de líquido para
gasoso, a fim do vapor ser usado em aquecimento e acionamento de máquinas. Utiliza-se do
vapor d’água como fluido de trabalho devido ao alto calor específico e pela ampla disponibilidade
da água no meio industrial. Dessa forma, a caldeira é um tipo de trocador de calor,que produz
vapor, apartir da energia térmica proveniente da combustão de combustíveis.

4.3.1 Caldeiras a Vapor (CV)


Nesse tipo de dispositivo, a água é esquentada e se transforma em vapor na caldeira.
Esse modelo é dos mais antigos, no qual foi criado para retirar a água depositada nas minas de
carvão, permitindo a mineração. Seu projeto teve evolução na época da Revolução Industrial, na
Inglaterra.(BOYCE,2011)
A figura 7, exibe uma caldeira a vapor.

Figura 7 – (Caldeira a vapor)


Fonte:http//www.teccalor.com.br/informacoes/caldeira-vapor.php

4.3.2 Caldeiras Flamotubulares (CF)


As caldeiras flamotubulares também conhecidas como caldeiras compactas, são classifica-
das pela forma que os gases, provenientes da combustão, trocam calor. Nesse modelo de caldeira,
os gases passam pelo interior dos tubos do evaporador, que por sua vez, estão mandrilados nos
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 27

espelhos do tubulão da caldeira, onde o vapor é separado do líquido e colocado na rede de


utilidades.(BOYCE,2011)
A figura 8, exibe uma caldeira flamotubular.

Figura 8 – (Caldeira flamotubular)


Fonte:http://www.wiki.eq.uc.pt/mediawiki/index.php/flamotubular

4.3.3 Caldeiras Verticais (CV)


Nesse tipo de modelo de caldeira, os tubos são colocados nessa posição num corpo
cilíndrico,no qual é fechado nas extremidades formados por placas denominadas espelhos. A
fornalha, nesse tipo de caldeira, fica no corpo cilíndrico, logo abaixo do espelho inferior, e
os gases sobem através de tubos, aquecendo e vaporizando a água que está circundando os
tubos. Caldeiras verticais são utilizadas principalmente para combustíveis de baixo teor de
calo.(WICKERT,2007)
Figura 9, exibe uma caldeira vertical.

Figura 9 – (Caldeira vertical)


Fonte:http//www.teccalor.com.br/informacoes/caldeira-vapor.php
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 28

4.4 Classificação das Caldeiras

4.4.1 Quanto ao principio de funcionamento


A caldeira é um equipamento térmico para geração de vapor, afim de obter água no estado
gasoso, utilizando-se a queima de qualquer tipo de combustível. São utilizadas nos processos
industriais que precisam de altas temperaturas, como as indústrias químicas e petroquímicas e
em diversas áreas industriais.O vapor gerado pela caldeira segue, em alta pressão, pelos tubos do
sistema. O objetivo da caldeira é aquecer a água e gerar esse vapor, utilizando-se duas técnicas:
o tubo de fogo e o tubo de água. No período da Revolução Industrial, quando as caldeiras se
tornaram mais conhecidas, a caldeira com tubo de fogo era a mais utilizada, no qual era montada
com um tanque de água atravessado por canos. Os gases quentes do fogo, feito com carvão ou
madeira, atravessavam os canos para esquentar a água no tanque, gerando o vapor para utilização
nos processos industriais. (COHEN,2013)

4.5 Combustíveis
Em um sistema aberto, a energia térmica é fornecida em forma de calor, geralmente pela
queima de combustíveis, esses que são substâncias a qual tem a capacidade de reagir com o
oxigênio ou com outro comburente, com o objetivo de produzir calor e gases, transformando
energia potencial em energia utilizável. Os combustíveis que serão utilizados para estudo nesse
trabalho são: o etanol, querosene, álcool 96º e álcool Gel, esses que também serão utilizados na
metodologia.

4.5.1 Etanol
O uso do etanol como biocombustível veicular que teve grande expansão no Brasil a
partir de 1975, ganhou um excelente mérito devido à implementação do Proálcool (Programa
Nacional do Álcool) que teve o objetivo de fomentar a produção e o consumo do etanol no Brasil.
O fator primordial para a evolução do etanol está relacionado ao grande potencial da agricultura
de cana-de-açúcar, que proporcionou a comercialização do etanol com preços reduzidos (ALVES,
2008).
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 29

Figura 10 – Combustível etanol


Fonte: https://www.brasilagro.com.br/conteudo/etanol

4.5.2 Álcool 96°


É um excelente solvente, por isso é muito utilizado nos produtos industriais como
um ingrediente de preparo, como: tintas,resinas,plásticos, têxtil,metal-mecânica, condutores,
metalúrgica e entre outros produtos.Não se deve utiliza-lo como desinfetante de instrumentos
cirurgicos e dentários, devido a baixa eficiência contra esporos. O álcool etílico hidratado é
produto da fermentação da cana-de-açucar, que no processo de destilação obtem 96% de álcool e
4 % de água. O álcool puro ou anidro (sem teor de água) é miscível com a gasolina em qualquer
proporção, tendo como resultado um combustível com excelentes características antidetonantes.
(PORTANTIOLO, 2013)

Figura 11 – Álcool 96ºC -


Fonte: http:www.quimidrol.com.brAlcoolEtilico96GL1.pdf
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 30

4.5.3 Querosene
O querosene é um composto produzido pelo fracionamento do petróleo,foi destilado
inicialmente por um geólogo que também se dedicou a medicina, Abraham Gesner. Utilizou-se
um instrumento especialmente projetado, destilou o betume e obteve outros produtos, como um
óleo que poderia ser utilizado em lâmpadas de Argand. Em 1846, Gesner destilou em publico o
betume, que se tornou uma inovação como combustível para lâmpadas e um grande estímulo
para a indústria de refino.Apartir da destilação do betume tinha como resíduo uma cera, na qual
o nome se originou com a combinação de cera e óleo, surgindo o nome kerosene.Atualmente,
é um produto com propriedades nas aplicações de lamparinas e lampiões, é utilizado também
como solvente, utilizado em limpeza e como querosene de avião (QAV), utlizados em turbinas
de aviões a jato. (History Magazine,2007)

Figura 12 – Abastecimento do avião- QVA


Fonte:https://transportemodernoonline.com.br/qvaI

4.5.4 Álcool gel


Utilizado geralmente para a higienização contra as bactérias,foi desenvolvido inicialmente
para a saúde agindo como antisséptico, para diminuir as infecções hospitalares. Atualmente,
foi comprovado sua eficácia contra infecções e bactérias. O produto age na pele eliminando
99,9 % de bactérias e vírus.Segundo a ANVISA, para promover um efeito na antissepsia o
álcool gel deve ter concentração 70 %.Devido ao ser um produto inflamável algumas industrias
produziram o álcool hidratado em gel para queima com 80 % de concentração. O álcool gel é
mais seguro que o álcool líquido devido a presença da viscosidade, que por ventura ao entrar em
combustão diminui o seu espalhamento na superfície onde foi utilizado, o que reduz as chances
de queimadura.(Fogaça,2012)
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 31

Figura 13 – Álcool gel


Fonte:http://www.quimidrol.com.br/limpeza/alcool-gel-antisseptico

4.6 Propriedades físicas dos combustíveis

4.6.1 Densidade
Segundo a Kerschbaum (apud MORAES, 2008, p.14), a densidade é também conhecida
como massa especifica que é determinada pela razão da massa sobre o volume em determinadas
condições de pressão e temperatura. Sendo uma importante propriedade no controle da vazão de
combustíveis no motor. A unidade de medida no Sistema Internacional de medida (SI) g/cm3 ou
g/ml. O aparelho utilizado na medição de densidade é densímetro. Sua fórmula é dada por :

m
D= (4.9)
v

4.6.2 Massa
Massa: É uma grandeza física que mede a quantidade de matéria em um corpo. No
Sistema Internacional de Unidades, a unidade de massa é representada por quilo (Kg). Desde
a antiguidade, que Isaac Newton atribuiu a palavra massa com o significado de quantidade
de matéria, definindo-a como produto do seu volume pela densidade. Porem, Newton tenha
constituído esse conceito, foi Leonhard Euler quem primeiro definiu matematicamente a massa,
fazendo parte da inércia de um corpo, que mede a resistência à aceleração, surgindo o conceito
de força, e determinando a atração gravitacional entre os corpos. (BAIRLEIN, 1991)

F
M= (4.10)
a
Capítulo 4. Revisão Bibliográfica 32

4.6.3 Poder calorífico


É uma propriedade que se relaciona a quantidade de energia interna por unidade de
massa ou de volume, que um combustível libera em sua queima. Assim, quanto maior o
poder calorifico do combustível consequentemente terá uma maior quantidade de energia
interna, e um bom rendimento.Sua unidade de medida no Sistema Internacional de medida é o
(kcal/kg).(SHAPIRO,2005)

4.6.4 Quantidade de energia


É definida como a quantidade de calor que é absorvida ou liberada a um corpo, na reação
do sistema ocorre a variação de temperatura. A equação é representada por:

Q = mcp ∆T (4.11)

4.6.5 Calor específico


É a propriedade definida como a energia necessária para aumentar a temperatura em um
grau de uma unidade de massa de dada substância.Essa propriedade é uma característica de cada
substância e depende do comportamento do material quando exposto a uma fonte de calor e da
temperatura e pressão constante.Sua unidade no Sistema Internacional de medida é J/(kg.K). Sua
fórmula é dada por: (ÇENGEL,2009)

Q
cp = (4.12)
m∆T
33

5 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do trabalho, inicialmente, foi construído um protótipo para representar


uma caldeira no qual opera com água como fluido de trabalho. Posteriormente, foi feito o sistema
de sustentação do vaso de pressão e em seguida a modelagem do equipamento. Por fim, foi
montado o esquema de ligação para o Arduino e o sensor de temperatura LM35. Dessa forma,
após montado todo o sistema da caldeira e o sistema analógico foram realizados os experimentos.

5.1 Componentes e montagem do protótipo


Para a construção do dispositivo foram utilizados materiais facilmente encontrados no
comércio e com custo acessível. A caldeira foi construída para ser um modelo de testes, no
qual são analisadas as temperaturas de saída do vapor em cada combustível, como mencionado
anteriormente. A prototipagem é formada pela base de sustentação e pelo sistema de alimentação
de água.

Figura 14 – Protótipo da caldeira


Fonte: Próprio autor.

5.1.1 Mecanismo de sustentação


• Base: A base da prototipagem é formada por uma taboa branca de MDF com dimensão
de 340X210 mm e 15 mm de espessura. Com o auxilio de uma furadeira foram feitos cinco furos
com 1 mm de diâmetro cada, afim de colocar os parafusos para o sistema de sustentação da
caldeira.
Capítulo 5. MATERIAIS E MÉTODOS 34

Figura 15 – Base de sustentação


Fonte: Próprio autor.

• Suporte da caldeira: É a parte do sistema em que foi fixada a caldeira. Foram utilizadas
um par de abraçadeiras de alumínio com 40 mm e seus respectivos encaixes, utilizou-se um par
de arrebites de alumínio para fixar as abraçadeiras.

Figura 16 – Suporte da caldeira


Fonte: Próprio autor.
Capítulo 5. MATERIAIS E MÉTODOS 35

• Suporte de fixação
É a parte do sistema em que foi utilizada uma barra chata de alumínio de meio metro
de comprimento com 3 mm de espessura. Nela foram feitos três recortes, dois para prender
as abraçadeiras e outro para fazer o suporte do sensor LM 35. Cada suporte foi fixado por 2
parafusos, colocados na direção vertical, ambos os moldes têm tamanhos diferentes, um possui
120 mm de altura e outro mais alto de 130mm de altura, formando um pequeno declive para
facilitar a saída do vapor da caldeira.

Figura 17 – Barra de aluminio utilizada no suporte de fixação -


Fonte: Próprio autor.

• Suporte do sensor LM 35
É a parte do sistema que promove a fixação e proteção do sensor, esse suporte foi realizado
com o intuito minimizar a vibração no dispositivo e consequentemente não influenciar nos
valores dos dados coletados. O material utilizado foi uma barra chata de alumínio, com 145 mm
de comprimento e 50mm de altura a partir da superfície da base. Utilizando a furadeira, fez-se
um furo para que fosse encaixado o sensor.
Capítulo 5. MATERIAIS E MÉTODOS 36

Figura 18 – Suporte ajustável do sensor LM 35


Fonte: Próprio autor.

5.1.2 Caldeira
É a parte principal do sistema. Sua modelagem foi feita com um frasco de desodorante
com capacidade de 140 ml e 40 mm de diâmetro. Iniciou-se a montagem removendo a válvula da
lata de desodorante e reabrindo o orifício de modo que coubesse o tubo de cobre. Para realizar a
vedação, foi utilizada uma resina epóxi, para impedir a saída de água quando a mesma estivesse
funcionando. O vaso de pressão é fixada no par de abraçadeiras, com uma pequena inclinação
para impedir a saída de água ainda no estado líquido.
O campo de observação para o desenvolvimento do presente protótipo faz uma comparação
com o ciclo Rankine, que já foi mencionado anteriormente, cuja água é aquecida e transformada
em vapor dentro de uma caldeira funcionando a uma alta pressão, uma vez que nesse sistema a
água é aquecida no frasco de desodorante, que após a expansão do gás por meio de um sistema
de calor (recipiente de combustão) se adequa para a queima dos combustíveis.
Capítulo 5. MATERIAIS E MÉTODOS 37

Figura 19 – Caldeira.
Fonte: Próprio autor

5.1.3 Tubo de cobre e bocal convergente


Para se fazer a conexão da caldeira com o ambiente externo e ter a saída de vapor, foi
necessário o tubo de cobre. Essa parte do protótipo, tem meio metro de comprimento no qual foi
colocado 15 mm dentro do recipiente da caldeira e 35 mm fora da caldeira, tem 3 mm de diâmetro.
É uma parte móvel do sistema, pois é necessária sua retirada para a caldeira ser preenchida com
água. Além disso, foi feito um arco no tubo para aumentar a condução (superfície de contato) de
calor para a caldeira. Para controlar a saída do jato de vapor foi colocado na extremidade do tubo
uma válvula convergente com 4 mm de diâmetro.

Figura 20 – Tubo de cobre


Fonte: Próprio autor.
Capítulo 5. MATERIAIS E MÉTODOS 38

5.1.4 Folha de alumínio


Para diminuir as perdas de calor proveniente da temperatura do ambiente e resistência do
ar mas também com a finalidade de alcançar um maior nível de pressão e temperatura na caldeira,
foi acoplado uma folha de alumínio na parte superior do protótipo, com dimensões de 30x30
milímetros.

Figura 21 – Folha de Alumínio utilizada no isolamento térmico


Fonte: Próprio autor.
39

6 Equipamentos de medida

6.1 Arduino
Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica, atualmente, considerada a de
mais fácil acesso e baixo custo. Inventado em 2005 por Massimo Banzi e David Cuartielles,
foi desenvolvido para um controle de sistema interativo, com a finalidade de receber vários
tipos de sensores e controlar atuadores, além de ser capaz de executar diversos tipos de
processamento, é composta de duas partes: Hardware e o Sofware, formado por uma simples
placa microcontroladora com um ambiente de desenvolvimento para escrever o código para a
placa. (MCROBERTS,2011)
A plataforma de prototipagem eletrônica foi utilizada para fazer a leitura das temperaturas
do vapor, juntamente com o sensor de temperatura LM35. Primeiramente, conectou-se o Arduino
com o cabo MD9 (também utilizado para fazer conecção entre a impressora e o computador) em
seguida utilizando o programa ArduinoIDE, já fornecido pelo site do fabricante, transferiu-se o
código encontrado no site arduino Portugal para o micro controlador. Exposto na figura abaixo:

Figura 22 – Código da programação


Fonte: www.arduinoportugal.pt/lm35/
Capítulo 6. Equipamentos de medida 40

6.2 Sensor de temperatura LM35


O sensor Lm 35 é um dispositivo capaz de ler variáveis físicas e transformá-la em dados.
Juntamente com o mesmo, faz-se necessário o seu uso com um sistema autônomo, o Arduino.
Segundo MARGOLIS (2011),o sensor LM35 é um sensor de precisão que apresenta uma saída
de tensão linear proporcional á temperatura em ele se encontrar no momento, possui sinal de
saída de 10 mV para cada um grau Célsius de temperatura.

Figura 23 – Sensor de temperatura LM35


Fonte: http://www.baudaeletronica.com.br/sensor35.htm

6.3 Montagem dos equipamentos de medição de temperatura


Materiais:

Figura 24 – Materiais - Cabo usb, Arduino , Lm35 e fios condutores -


Fonte: Próprio autor
Capítulo 6. Equipamentos de medida 41

• Lm 35

• Arduino

• Fios condutores

• Mangueira de silicone (protetor de bico de sugador de solda)

Para a montagem do sistema de medição de temperatura, primeiramente foi acoplado


os fios no sensor LM35, e envolto pelo macarrão termoretratil para a sua fixação, em seguida
foi utilizada uma mangueira de silicone para proteção e isolamento térmico do sensor, afim de
evitar perdas de calor para o suporte metálico. Dessa forma, finalizadas as devidas conecções,
iniciou-se o processo de medição de temperatura acoplando o sensor ao suporte da base.

6.4 Materiais de Laboratório


Os procedimentos experimentais foram realizados no Laboratório de Química Analítica
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Para os ensaios do presente trabalho, foram
utilizados materiais de precisão e materiais de segurança.

6.5 Capela de exaustão de gases

Figura 25 – Capela de exaustão de gases -


Fonte : Próprio autor.

É um item de laboratório que tem a função de exaurir vapores e gases presentes em


reações quimicas e combustões perigosas á saúde. A Capela utilizada foi da marca Nalgon,
Capítulo 6. Equipamentos de medida 42

possui estrutura de fibra de vidro, com dutos para exaustão. O exaustor é do tipo centrífugo, com
carcaça em fibra de vidro, possui motor de 110 V ou 220 V e 1700 rpm 1/30 Hp, com interruptor
independente e capacidade de exaustão 10m3/minuto.

6.6 Balança

Figura 26 – Balança
Fonte : próprio autor.

Equipamento da marca Bel Engineering. Possui capacidade de 310g e divisão 0,001g,


fonte de alimentação Bivolt e calibração externa ou interna.

6.7 Termômetro Infravermelho

Figura 27 – Termômetro infravermelho -


Fonte : próprio autor.
Capítulo 6. Equipamentos de medida 43

O dispositivo é um sensor de medição utilizado para aferir a temperatura sem contato


com o corpo ou superfície, devido a radiação emitida pelo o mesmo. Esse tipo de aparelhagem é
caracterizado pela especificação de precisão e cobertura angular. Como todos os instrumentos de
medição o termômetro de radiação também está sujeito a erros, intrumentos mais simples podem
ter erro de medição cerca de ± 2ºC.

6.8 Becker e Pipeta de Pasteur

Figura 28 – Becker e Pipeta de Pasteur -


Fonte : Próprio autor.

Utilizou-se um Becker de vidro borisilicato graduado, com capacidade de 100 ml, para
ter um controle da quantidade de água necessária para o abastecimento da caldeira. Uma pipeta
de Pasteur graduada de polietileno de capacidade de 10 ml foi utilizada para aspirar o liquido até
o interior da caldeira.
Capítulo 6. Equipamentos de medida 44

6.9 Cálice medidor

Figura 29 – Cálice medidor


Fonte: Próprio autor

Utensilio de laboratório utilizado para a medição da quantidade de combustível.Material


de vidro e resistente ao fogo com capacidade de 150 ml e massa 0,118 Kg.

6.10 Extintor de incêndio

Figura 30 – Extintor de Incêndio -


Fonte : próprio autor.

É um cilindro que contém agente extintor sob pressão.Esse equipamento de segurança


para extinguir ou controlar princípios de incêndios devido a queima de materiais inflamáveis no
Laboratório.
45

7 Procedimentos experimentais

Para a realização dos procedimentos experimentais, utilizou o etanol, álcool gel, álcool
96º e querosene como combustíveis. Os ensaios experimentais são compostos por seis etapas,
descritas posteriormente:

• 1ª Etapa- Medição do volume de combustíveis;

• 2ª Etapa- Abastecimento da caldeira e medição da massa inicial de água;

• 3ª Etapa- Aferição da temperatura inicial da água utilizando o termômetro e o sensor


Lm35;

• 4ª Etapa- Combustão dos combustíveis na capela de exaustão e medição da temperatura de


saída dos vapores no protótipo;

• 5ª Etapa- Medição da massa final de água;

• 6ª etapa- Cálculo da quantidade de energia.

7.1 1ª Etapa experimental

7.1.1 Medição do volume de combustíveis


Primeiramente, fez-se a medição da massa e quantidade de combustível. Utilizou-se o
cálice volumétrico de vidro que consta 0,078 Kg e a balança analógica para esse processo.

Tabela 1 – Amostras

Amostras Combustíveis Massa(Kg) Custo/L


A1 Álcool gel 0,078 13,90
A2 Álcool gel 0,078 13,90
B1 Etanol 0,078 2,99
B2 Etanol 0,078 2,99
C1 Álcool 96º 0,078 8,50
C2 Álcool 96º 0,078 8,50
D1 Querosene 0,078 11,45
D2 Querosene 0,078 11,45

A tabela 1 exibe, todas as coletas das amostras de combustíveis, juntamente com a


quantidade dos mesmos que foi padronizada para todos os ensaios - 100 ml, a massa de cada
componente e o custo encontrado no mercado.
Capítulo 7. Procedimentos experimentais 46

7.2 2ª Etapa experimental

7.2.1 Medição da quantidade inicial de água na caldeira

Figura 31 – Massa inicial - B2


Fonte : Próprio autor

Na segunda etapa, iniciou-se o procedimento de medição da quantidade inicial de água na


caldeira. Primeiramente,foi adicionado no reservatório do protótipo água à temperatura ambiente,
logo após,utilizando o Becker e a Pipeta de Pasteur a caldeira que tem massa 0,477 Kg foi
abastecida com 0,197 Kg de água. Esse procedimento experimental foi realizado similarmente
para as demais amostras, como exibe a tabela 2.
Capítulo 7. Procedimentos experimentais 47

Tabela 2 – Amostras

Amostras Massa inicial(Kg)


A1 0,197
A2 0,197
B1 0,197
B2 0,197
C1 0,197
C2 0,197
D1 0,197
D2 0,197

7.3 3ª Etapa experimental

7.3.1 Aferição da temperatura da água utilizando o Termômetro e o sensor


Lm35

Figura 32 – Temperatura inicial da água - B2


Fonte : Próprio autor.

A figura 31 exibe, o valor inicial da temperatura da água da amostra B no termômetro


infravermelho que consta 29,5°C. No sensor LM 35 consta 29,81° C, essa diferença de temperatura
entre os instrumentos é devido ao erro de medição de cada um.O termômetro infravermelho
Capítulo 7. Procedimentos experimentais 48

tem divisão 0,1°C e o sensor LM 35 possui divisão 0,01°C.Esse procedimento foi realizado
similarmente para todas as amostras, como exibe a tabela 3.

Tabela 3 – Temperatura inicial da água

Amostra Termômetro infravermelho(°C) Sensor Lm 35(°C)


A 25,4 24,93
B 29,5 29,81
C 28,8 29,81
D 28,2 27,86

7.4 4ª Etapa experimental

7.4.1 Combustão dos combustíveis na capela de exaustão

Figura 33 – Combustão- 4ª Etapa -


Fonte : Próprio autor.

A figura 23 exibe o 4º procedimento. Na caldeira é acoplado o tubo de cobre e fixada


ao suporte por meio das abraçadeiras.Em seguida, é posicionado o bocal de saída de vapor
em contato com o sensor de temperatura LM35 a uma distância de aproximadamente 10mm,
afim de evitar interferências externas ou influência da fonte de calor que comprometessem os
Capítulo 7. Procedimentos experimentais 49

resultados.Após, adicionou-se a mostra de combustível no recipiente de queima. Dessa forma,


deu-se início ao processo de combustão da amostra de combustível na capela de exaustão e
juntamente iniciando o funcionamento do Arduino através da ativação do Monitor Serial do
programa Arduino IDE no qual os valores de temperatura foram exibidos.
No decorrer da combustão, a temperatura da água no interior da caldeira aumentou
provocando uma expansão e mudança de estado físico do fluido, que foi conduzido por meio do
tubo de cobre até sair vaporizado pelo bocal convergente.O limite adotado para a análise de cada
temperatura no sensor foi 140º C, afim de não danifica-lo cuja temperatura máxima que pode ser
medida é 150ºC. Esse procedimento foi realizado para todas as amostras.

7.5 5ª Etapa experimental

7.5.1 Medição da quantidade de massa de água final na caldeira

Figura 34 – Massa final- B1 -


Fonte : Próprio autor.

Na quinta etapa, após o processo de vaporização na capela de exaustão, o protótipo da


caldeira perde água para o meio externo. Dessa forma, utilizando-se a balança fez-se a medição
da quantidade de massa de água final da caldeira, como exibe a tabela 4.
Capítulo 7. Procedimentos experimentais 50

Tabela 4 – Amostras

Amostras Massa final(Kg)


A1 0,129
A2 0,117
B1 0,091
B2 0,101
C1 0,141
C2 0,135
D1 0,010
D2 0,020
51

8 Análise de resultados

Neste capítulo serão declarados os resultados obtidos das simulações feitas pela prototi-
pagem eletrônica e o sensor LM35, mediante os valores das temperaturas de saída dos vapores
devido a queima dos combustíveis. Também será apresentada nesse capítulo, a quantidade de
energia absorvida pela água no sistema devido a dissipação de energia para a caldeira e o meio
externo.

8.1 Amostra A- Álcool gel

8.1.1 RESULTADO AMOSTRA A1

Figura 35 – Gráfico amostra - A1 -


Fonte : Próprio autor.

Na figura 35, exibe todas as temperaturas da reação do Álcool gel relatadas pelo Sistema
digital do Arduino e o sensor Lm 35. A reação do fluido de trabalho, começou com uma
temperatura de 24,93° C e a massa inicial de água na caldeira 0,198 Kg. Durante o aquecimento
houve agitação intensa da massa de água, proporcionando na saída do tubo de cobre além do
vapor de água, água no estado líquido, esse fenômeno ocasionou instabilidade na medição de
temperatura, gerando pontos flutuantes no gráfico. A reação da vaporização dessa amostra atingiu
141,74°C em 11 minutos, e 0,129 kg de massa final de água na caldeira. A tabela 5 exibe os
resultados da amostra A1.
Capítulo 8. Análise de resultados 52

Tabela 5 – Resultados A1

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,198 0,129 0,069 115,32 11

8.1.2 RESULTADO AMOSTRA A2

Figura 36 – Gráfico amostra- A2 -


Fonte : próprio autor.

Na figura 36, exibe as temperaturas de saída dos vapores na caldeira, transmitidas


pelo Sistema analógico do Arduíno e o sensor Lm 35. A reação da água, iniciou-se com uma
temperatura de 26,39° C e massa 0,197 Kg.Inicialmente, devido ao aumento da temperatura
houve uma elevada agitação das moléculas, tornando-se a saída de vapor e água continuamente
no tubo de cobre. Em seguida, a temperatura de saída do vapor atingiu 143,21°C em 11 minutos,
a variação da massa de água no final do processo foi 0,08 Kg.A tabela 6 exibe os respectivos
resultados da amostra A2 no procedimento experimental.

Tabela 6 – Resultados A2

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,197 0,117 0,08 116,82 11
Capítulo 8. Análise de resultados 53

8.2 Amostra B- Etanol

8.2.1 RESULTADO AMOSTRA B1

Figura 37 – Grafico amostra- B1 -


Fonte : Próprio autor.

Na figura 37, exibe as temperaturas de reação do Álcool gel relatadas pelo Sistema
análogico digital do Arduíno e o sensor Lm 35. A reação do fluido de trabalho, começou com uma
temperatura de 28,81° C e a massa inicial de água na caldeira 0,197 Kg. Mediante o aquecimento
da água, houve agitação intensa da massa do fluido contribuindo para a saída juntamente de água
nos estados líquido e gasoso. A reação da vaporização dessa amostra atingiu 141,67°C em 7
minutos e massa de água final na caldeira 0,091 Kg. A tabela a seguir exibe os resultados da
amostra B1:

Tabela 7 – Resultados B1

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,197 0,091 0,106 112,86 7
Capítulo 8. Análise de resultados 54

8.2.2 RESULTADO AMOSTRA B2

Figura 38 – Grafico amostra - B2 -


Fonte : Próprio autor.

O gráfico, revela as temperaturas da reação da água utilizando, apresentadas pelo Sistema


digital do Arduíno e o sensor Lm 35. A reação iniciou com uma temperatura de 29,81° C e massa
inicial de água 0,197 Kg. Por meio do aquecimento do protótipo houve uma conturbação da
massa de água na forma líquida e vapor no interior da caldeira,que consequentemente acarretou
na válvula convergente a saída de água e vapor continuamente até estabilizar a reação e somente
conter na saída do tubo de cobre água no estado gasoso. A reação da vaporização dessa amostra
atingiu 141,67°C em 6 minutos e a caldeira com massa final 0,095 Kg. A tabela 8, exibe os
resultados.

Tabela 8 – Resultados B2

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,197 0,101 0,096 111,87 6
Capítulo 8. Análise de resultados 55

8.3 AMOSTRA C- Álcool 96°

8.3.1 RESULTADO AMOSTRA C1

Figura 39 – Gráfico amostra - C1 -


Fonte : próprio autor.

O gráfico 39, expõe as temperaturas da água na reação da queima do Álcool 96°C,


atribuídas pelo Arduíno e o sensor Lm 35. A reação, começou aos 27,37°C e massa inicial de
água no sistema 0,197 Kg. Ao final da reação, a caldeira obteve massa final 0,095 Kg em 10
minutos, a uma temperatura de 146,63°C. A tabela 9 exibe os resultados.

Tabela 9 – Resultados C1

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,197 0,141 0,056 119,26 10
Capítulo 8. Análise de resultados 56

8.3.2 RESULTADO AMOSTRA C2

Figura 40 – Gráfico amostra - C2 -


Fonte : próprio autor.

No gráfico 40, detalha as temperaturas de saída da água na reação utilizando o álcool


96°C, lidas pela prototipagem eletrônica. A reação iniciou-se com uma temperatura de 29,81° C
e massa inicial de água na caldeira 0,197 Kg. A vaporização dessa amostra atingiu 143,21°C
em 6 minutos, contendo massa final do fluido de trabalho 0,095 Kg. A tabela abaixo, exibe os
resultados:

Tabela 10 – Resultados C2

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,197 0,135 0,062 113,40 6
Capítulo 8. Análise de resultados 57

8.4 AMOSTRA D- Querosene

8.4.1 RESULTADO AMOSTRA D1

Figura 41 – Resultado- Amostra D1 -


Fonte : Próprio autor.

As temperaturas da água durante a combustão da amostra D1 é exibido pelo gráfico 40. A


reação de vaporização do Querosene, ocorreu abruptamente em 4,6 minutos. A reação iniciou-se
com a temperatura de 30,30° C. Durante o aquecimento houve agitação intensa da massa de água,
proporcionando na entrada do tubo de cobre além do vapor de água, água no estado líquido,
esse fenômeno ocasionou instabilidade na medição de temperatura, gerando pontos flutuantes no
gráfico. Os resultados da amostra D1 são exibidos pela tabela 11.

Tabela 11 – Resultados D1

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo de reação (min)


0,197 0,010 0,184 134,9 4.6
Capítulo 8. Análise de resultados 58

8.4.2 RESULTADO AMOSTRA D2

Figura 42 – Resultado - Amostra D2 -


Fonte : Próprio autor.

O gráfico 42, exibe todas as temperaturas da reação com o Querosene relatadas pelo
Arduino e o sensor Lm 35.A reação de vaporização do fluido de trabalho teve inicio com
temperatura de 27,86° C. Durante o aquecimento houve agitação intensa da massa de água,
proporcionando na entrada do tubo de cobre além do vapor de água, água no estado líquido,
esse fenômeno ocasionou instabilidade na medição de temperatura, gerando pontos flutuantes no
gráfico. A reação teve duração de 7 minutos.

Tabela 12 – Resultados D2

Massa inicial(Kg) Massa final (kg) ∆M (kg) ∆T Tempo (min)


0,197 0,020 0,174 112,9 7

8.5 Cálculo da quantidade de energia dissipada pela água na


combustão das amostras
A energia produzida na queima de cada combustível é dissipada de várias maneiras:
aquecendo a caldeira, o recipiente de combustão e a água. Dessa forma, fez-se o cálculo da
quantidade de energia dissipada pela água das amostras A1,A2,B1,B2,C1,C2,D1 e D2. Nesta
seção serão apresentados os cálculos da quantidade de energia nas respectivas amostras.
Capítulo 8. Análise de resultados 59

8.5.1 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS A1 E A2 (Álcool gel)

Tabela 13 – Quantidade de energia dissipada pela água em A1 e A2

Amostra M1 (kg) M2 (kg) ∆M (kg) c (KJ/Kg.K) T (K) Q (KJ)


A1 0,197 0,129 0,069 4,18 388,32 111,10
A2 0,197 0,117 0,08 4,18 389,82 130,35

Q A1 = mcp ∆T
Q A1 = 0, 069.4, 18.388, 32
Q A1 = 111, 10K J
Q A2 = mcp ∆T
Q A2 = 0, 08.4, 18.389, 82
Q A2 = 130, 35K J
A tabela 13 exibe os resultados da quantidade de energia térmica produzida na combustão
das amostras A1 e A2.Observa-se que existiu um consumo de massa aproximado entre as
amostras.A amostra A2 possuiu maior consumo de massa de água com 0,08 Kg.A quantidade de
energia dissipada pela água foi inferior na amostra A1, com 111,10 KJ.

8.5.2 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS B1 e B2

Tabela 14 – Quantidade de energia absorvida pela água em B1 e B2

Q M1 (kg) M2 (kg) ∆M (kg) c (KJ/Kg.K) T (K) Q (KJ)


Q1 0,197 0,091 0,106 4,18 385,86 170,96
Q2 0,197 0,101 0,096 4,18 384.87 154,44

QB1 = mcp ∆T
QB1 = 0, 106.4, 18.385, 86
QB1 = 170, 96K J
QB2 = mcp ∆T
QB2 = 0, 096.4, 18.384, 87
QB2 = 154, 44K J
A tabela 14 apresenta os resultados amostrais da quantidade de energia térmica produzida
na combustão do Etanol. Observa-se que existiu uma variação do consumo de massa de água, B1
Capítulo 8. Análise de resultados 60

com variação superior ao da amostra B2. A amostra B1 possuiu 170,96 KJ de energia dissipada
para água, enquanto que a amostra B2 possuiu 154,44 KJ de dissipação de energia para a água.

8.5.3 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS C1 e C2

Tabela 15 – Quantidade de energia absorvida pela água em C1 e C2

Q M1 (kg) M2 (kg) ∆M (kg) c (KJ/Kg.K) T (K) Q (KJ)


Q1 0,197 0,141 0,056 4,18 389,82 91,25
Q2 0,197 0,135 0,062 4,18 392.65 101,75

QC1 = mcp ∆T
QC1 = 0, 056.4, 18.389, 82
QC1 = 91, 25K J
QC2 = mcp ∆T
QC2 = 0, 062.4, 18.392, 65
QC2 = 101, 75K J
A tabela 15 exibe os resultados amostrais da quantidade de energia térmica produzida na
combustão do álcool 96°C. Obteve-se nos resultados uma diferença na variação do consumo de
massa entre ambas as amostras de 0,006 kg. A quantidade de energia dissipada para a água nas
amostras C1 e C2, foram respectivamente 91,25KJ e 101,75 KJ.

8.5.4 COMPARAÇÃO DAS AMOSTRAS D1 e D2

Tabela 16 – Quantidade de energia absorvida pela água em D1 e D2

Q M1 (kg) M2 (kg) ∆M (kg) c (KJ/Kg.K) T (K) Q (KJ)


Q1 0,197 0,010 0,184 4,18 407,9 313,72
Q2 0,197 0,020 0,174 4,18 385,9 280,67

QD1 = mcp ∆T
QD1 = 0, 184.4, 18.407, 9
QD1 = 313, 72K J
QD2 = mcp ∆T
QD2 = 0, 174.4, 18.385, 9
QD2 = 280, 67K J
Capítulo 8. Análise de resultados 61

A tabela 16, exibe os resultados amostrais da quantidade de energia térmica produzida na


combustão do querosene.Os resultados apresentam uma diferença de 33,05 KJ na quantidade de
energia entre as amostras D1 e D2. Existiu um consumo de massa aproximado entre as amostras
D1 e D2, respectivamente 0,184 Kg e 0,174 Kg.

8.6 Resultados comparativos de todas as amostras

Tabela 17 – Tabela comparativa de todas as amostras

Q M1 (kg) M2 (kg) ∆M (kg) T (K) Q (KJ) PC(Kcal/Kg) ∆T (min) Custo/litro


A1 0,198 0,129 0,069 388,32 111,10 6425 11 13,90
A2 0,197 0,117 0,081 389,82 130,35 6425 11 13,90
B1 0,197 0,091 0,106 385,86 170,96 7129 7 2,99
B2 0,197 0,101 0,096 384,87 154,44 7129 6 2,99
C1 0,197 0,141 0,056 389,82 91,25 5300 10 8,50
C2 0,197 0,135 0,062 392,65 101,75 5300 6 8,50
D1 0,197 0,010 0,184 407,9 313,72 8300 4,6 11,45
D2 0,197 0,020 0,174 385,9 280,67 8300 7 11,45

Os dados presentes na tabela 17, evidenciam que diferentes combustíveis produzem


diferentes quantidades de energia. Devido as amostras de água estarem próximas da temperatura
ambiente, adotou o calor de 4,18KJ/Kg.K para o cálculo da quantidade de energia dissipada
pela água.A amostra de combustível que forneceu a maior quantidade de energia à água foram
as amostras D1 e D2, com os valores respectivos de 313,72KJ e 280,67KJ em decorrência do
querosene possuir o maior poder calorífico dentre todas as amostras utilizados nos ensaios com
valor 8300 Kcal/kg, devido a estas circunstâncias esse combustível provoca uma reação mais
rápida, realizada em 4,6 minutos da amostra D1 e 7 minutos na reação da amostra D2, possuindo
também maior consumo de massa de água na reação da amostra D1, com 0,184 kg de água.
Diante dos valores explicitados na tabela, a amostra que forneceu à água menor quantidade
de energia foi o álcool 96ºC (C1 e C2) devido ao valor do poder calorífico (5300 Kcal/kg)
ser inferior as demais amostras e o menor consumo de massa de água. Contudo, para que
um combustível seja considerado viável comercialmente é necessário que o mesmo tenha
principalmente potencial para liberar grande quantidade de energia (poder calorífico),esteja
disponível no mercado em quantidade e que possua preço acessível aos consumidores, dentro
dessas características o etanol se mostra mais eficiente em relação a custo/litro com preço de
mercado à R$ 2,99.
As amostras A1 e A2 fizeram a reação de vaporização da água em 11 minutos, possuindo
o maior tempo de reação, nesse sentido, o mesmo tem pouca viabilidade para utilização como
combustível na geração de energia.
62

9 Conclusões

Este trabalho foi de grande relevância para se ter mais conhecimento sobre as máquinas
térmicas e os processos envolvidos no seu funcionamento. O equipamento proposto de uma
turbina a vapor foi utilizado para exemplificar através da geração de energia pela combustão
dos combustíveis, a análise da quantidade de energia dissipada pela água em cada ensaio e
examinar através do mapeamento de gráficos as temperaturas de saída do vapor no protótipo.
Dessa forma, foi possível demonstrar que o poder calorífico é proporcional a velocidade de
reação da vaporização da água, além disso, cumpriu-se todos os objetivos no que diz respeito ao
desenvolvimento e aplicação do protótipo.
O microcontrolador utilizado (Arduino) juntamente com o sensor de temperatura LM
35, superou as expectativas devido a facilidade que traz na programação, montagem e conexão.
Neste caso, ele teve a importante função de converter dados, bem como receber sinais como do
sensor de temperatura. Além disso, foram as bibliotecas existentes e possíveis de serem utilizadas
no Arduino que permitiram um controle eficiente do mesmo. O sensor atendeu as expectativas e
foi uma forma de mostrar uma tecnologia promissora na atualidade.
As diferenças de temperaturas entre o termômetro infravermelho e o sensor LM não
ultrapassaram o valor de 1ºC, esta diferença inclui-se em uma margem segura para análise dos
resultados.
O protótipo tem grande potencial para ser utilizado em exposição de feira de ciências;
como material auxiliar para as aulas de Termodinâmica e Física em Geral; e como um sistema
compacto e barato para geração de energia a partir do vapor d´água.

9.0.1 Sugestões para trabalhos futuros

• Aumentar as dimensões da caldeira, e analisar suas propriedades de reação.

• Utilizar outros combustíveis na reação;

• Inserir um cooler ao protótipo e analisar as rotações por minuto (RPM).


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Referências

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