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Wilson Araújo– Direito Financeiro

Orçamento Público

ARTIGOS DA CF/88

ART. 165, § 7º
Os orçamentos previstos no § 5º, I e II (Fiscal e Investimentos), deste artigo, compatibilizados com o
plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
...reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional:
q Orçamento Fiscal
q Orçamento de Investimentos

CUIDADO

LDO 2012
ART. 17 § 7º
A elaboração e a execução dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social deverão obedecer à diretriz de
redução das desigualdades regionais, de gênero, raça e etnia.
...redução das desigualdades regionais, de gênero, raça e etnia:
q Orçamento Fiscal
q Orçamento da Seguridade Social

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Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e


funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e
aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas
e as sociedades de economia mista."

ESPÉCIES DE ORÇAMENTO
ORÇAMENTO TRADICIONAL OU CLÁSSICO

No plano técnico, o orçamento tradicional, ao lado da utilização da linguagem contábil, adotava


classificações suficientes apenas para instrumentalizar o controle de despesas. Duas eram as
classificações clássicas:
1. por unidades administrativas (isto é os órgãos responsáveis pelos gastos); e
2. por objeto ou item de despesa (pessoal, material etc.).

O orçamento assim classificado é, antes de qualquer coisa, um inventário dos “meios” com os quais o
Estado conta para levar a cabo suas tarefas. É, pois, bastante adequado ao orçamento tradicional o
rótulo de “Lei de Meios”, muito utilizado pelo jargão jurídico.

ORÇAMENTO DE DESEMPENHO OU DE REALIZAÇÕES OU FUNCIONAL

Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o resultado dos gastos e não apenas
com o gasto em si, ou seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o governo faz e não as coisas
que o governo compra”.

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Apesar de ser um passo importante, o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de
um planejamento central das ações do governo.

ORÇAMENTO BASE ZERO – OBZ


ESTRATRÉGIA

O orçamento base zero é um instrumento de planejamento que obriga a demonstração e


fundamentação de cada administrador para os recursos solicitados. Neste tipo de orçamento, todos os
projetos e atividades devem ser detalhados e relacionados obedecendo a uma ordem de importância.

Seus objetivos principais são:


1. planejamento orçamentário para o próximo exercício;
2. obediência ao princípio da economicidade da elaboração do orçamento;
3. estabelecimento de um planejamento estratégico, procurando identificar as necessidades do órgão;
4. acompanhamento sistemático dos programas;
5. planejamento estruturado a longo prazo.

Esse tipo de orçamento foi uma evolução do orçamento tradicional, constituindo-se numa técnica para a
elaboração do orçamento-programa.

ORÇAMENTO PROGRAMA

Orçamento-programa ou orçamento por programas é uma modalidade de orçamento em que, do ponto


de vista de sua apresentação, os recursos financeiros para cada unidade orçamentária vinculam-se
direta ou indiretamente aos objetivos a serem alcançados.

TRADICIONAL X MODERNO

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência
e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público.

Os princípios orçamentários, segundo Sanches (2004, p. 277), são:


Um conjunto de proposições orientadoras que balizam os processos e as práticas orçamentárias, com
vistas a dar-lhes estabilidade e consistência, sobretudo no que se refere e à sua transparência e ao seu
controle pelo Poder Legislativo e pelas demais instituições da sociedade.

APLICABILIDADE

Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.

ORIGEM

4.320/64

Lei 4.320/64
Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do governo, OBEDECIDOS OS PRINCÍPIOS DE UNIDADE,
UNIVERSALIDADE E ANUALIDADE.

UNIDADE OU TOTALIDADE

Princípio orçamentário clássico, segundo o qual o orçamento de cada pessoa jurídica de direito público,
de cada esfera de governo (União, Estados ou Municípios), deve ser elaborado com base numa mesma
política orçamentária, estruturado de modo uniforme e contido num só documento, condenáveis todas
as formas de orçamentos paralelos.

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CONCLUSÃO

Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964, determina existência de
orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, Distrito Federal e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem
integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual – LOA.

UNIVERSALIDADE

Trata-se de um princípio orçamentário clássico, de origem francesa, segundo o qual todas as receitas e
todas as despesas devem ser incluídas na lei orçamentária.

MTO/2015; PÁG. 13

Segundo este princípio, a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e as despesas de
todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
Este princípio é mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, recepcionado e normatizado
pelo § 5o do art. 165 da CF.

CF/88

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:


I - o orçamento fiscal...
II - o orçamento de investimento das empresas...
III - o orçamento da seguridade social,...

4.320/64

LEI 4.320/64
Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no
art. 2.

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EXCEÇÃO

Tributos criados após a elaboração do orçamento e antes do início do exercício financeiro.

CONCLUSÃO

Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964, recepcionado e
normatizado pelo § 5º do art. 165 da Constituição Federal, determina que a Lei Orçamentária Anual de
cada ente federado deverá conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades,
fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público.

ORÇAMENTO BRUTO

O princípio do orçamento bruto, previsto no art. 6º da Lei no 4.320, de 1964, preconiza o registro das
receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.

Observação:
Da Receita Tributária, no valor de R$ 10.000 a União deverá transferir R$ 3.000 para Estados e
Municípios.

4.320/64
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.

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UNIVERSALIDADE X ORÇAMENTO BRUTO

Alguns estudiosos, entre eles J. Teixeira Machado Jr., Heraldo da Costa Reis e Lino Martins, entendem
que o princípio da universalidade nada mais é do que o princípio do orçamento bruto.

4.320/64
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento.
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais.

ATENÇÃO

q X = Todas as receitas e despesas em uma única LOA.


q Y = Todas as receitas e despesas na LOA.
q Z = Todas as receitas e despesas na LOA vedada quaisquer deduções.
q UNIDADE = Todas as receitas e despesas em uma única LOA.
q Y = Todas as receitas e despesas na LOA.
q Z = Todas as receitas e despesas na LOA vedada quaisquer deduções.
q UNIDADE = Todas as receitas e despesas em uma única LOA.
q UNIVERSALIDADE = Todas as receitas e despesas na LOA.
q Z = Todas as receitas e despesas na LOA vedada quaisquer deduções.
q UNIDADE = Todas as receitas e despesas em uma única LOA.
q UNIVERSALIDADE = Todas as receitas e despesas na LOA.
q ORÇAMENTO BRUTO = Todas as receitas e despesas na LOA vedada quaisquer deduções.

ANUALIDADE OU PERIODICIDADE

Princípio orçamentário clássico, de origem inglesa, também denominado Princípio da Periodicidade,


segundo o qual o orçamento público (estimativas da receita e fixação da despesa) deve ser elaborado
por um período determinado de tempo. No Brasil necessariamente coincide com o ano civil.

Conforme este princípio, o exercício financeiro é o período de tempo ao qual se referem a previsão das
receitas e a fixação das despesas registradas na LOA. Este princípio é mencionado no caput do art. 2o da
Lei no 4.320, de 1964. Segundo o art. 34 dessa lei, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil (1o de
janeiro a 31 de dezembro).

O princípio da Anualidade, como o próprio nome indica, supõe o período de tempo de um ano, mas não
quer dizer que este coincida com o ano civil. Assim não é em vários países: Alemanha e Grã-Bretanha, de
1º de abril a 31 de março; Estados Unidos e Itália, de 1º de julho a 30 de junho. O mais comum, contudo, é
a coincidência com o ano civil.

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EXCEÇÃO

CRÉDITOS ADICIONAIS COM VIGÊNCIA PLURIANUAL

CRÉDITOS ADICIONAIS

q Suplementares
q Especiais
q Extraordinários
q Suplementares = reforço
q Especiais = nova dotação
q Extraordinários = emergência

Art. 167 - § 2º

Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados,...
..., salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,...
..., caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subseqüente.

Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados,...
..., salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,...
..., caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subseqüente.

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CLAREZA

Princípio orçamentário clássico segundo o qual a Lei Orçamentária deve ser estruturada por meio de
categorias e elementos que facilitem sua compreensão até mesmo por pessoas de limitado
conhecimento técnico no campo das finanças públicas.

Qual foi o Princípio que acabou com as “CAUDAS ORÇAMENTÁRIAS”?

EXCLUSIVIDADE

O princípio da exclusividade é um princípio orçamentário clássico, segundo o qual a lei orçamentária não
conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da despesa.5

EXCLUSIVIDADE – REGRA GERAL

Art. 165, § 8º

A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,...

EXCLUSIVIDADE – EXCEÇÃO 1

Art. 165, § 8º

..., não se incluindo na proibição à autorização para a abertura de créditos suplementares...

EXCLUSIVIDADE – EXCEÇÃO 2

Art. 165, § 8º

..., não se incluindo na proibição à autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei.

AUTORIZAÇÃO NA LOA

Seção III

Da Autorização para a Abertura de Créditos Suplementares

Art. 4o Fica autorizada a abertura de créditos suplementares, restritos aos valores constantes desta
Lei,...

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CAPÍTULO IV

DA AUTORIZAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO E EMISSÃO DE TÍTULOS DA


DÍVIDA AGRÁRIA

Art. 8o Em cumprimento ao disposto no art. 32, § 1o, inciso I, da LRF, ficam autorizadas a contratação das
operações de crédito incluídas nesta Lei, ...

Princípio orçamentário clássico, de caráter formal, conhecido também por Princípio da Discriminação,
segundo o qual a receita e a despesa públicas devem constar do Orçamento com um satisfatório nível
de especificação ou detalhamento, isto é, elas devem ser autorizadas pelo Legislativo não em bloco,
mas em detalhe.

Segundo Giacomoni, (2005, p.82), o princípio da especialização, discriminação ou especificação:

É mais uma das regras clássicas dispostas com a finalidade de apoiar o trabalho fiscalizador dos
parlamentos sobre as finanças executivas. De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas
devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber,
pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação.

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