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Instrumentos de fiscalização
Levantamento
O levantamente é instrumento típico realizado antes de uma auditoria propriamente dita, com a
finalidade de conhecer o objeto a ser auditado futuramente e/ou selecionar melhor o escopo e a
extensão da auditoria.
Por exemplo, antes de realizar uma auditoria no Programa de Preços Mínimos do Governo Federal
(Segurança Alimentar), talvez fosse interessante fazer um levantamente na CONAB, que gere o
programa, de modo a conhecê-lo melhor, antes de realizar uma auditoria propriamente dita.
Auditoria
u I – examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua
jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; (auditoria de
conformidade)
u II – avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas,
programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade,
eficiência e eficácia dos atos praticados; (auditoria operacional)
u III – subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro (aposentadoria, reforma, pensão, admissão
de pessoal)
O TCU ainda entende que a análise dos atos sujeitos a registro (aposentadoria, reforma, pensão,
admissão de pessoal) é procedimento típico de auditoria.
Acompanhamentos
A norma prevê que as atividades dos órgãos e entidades jurisdicionadas ao Tribunal serão acompanhadas
de forma seletiva e concomitante, mediante informações obtidas:
u a) da lei relativa ao plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias, da lei orçamentária anual e
da abertura de créditos adicionais;
u b) dos editais de licitação, dos extratos de contratos e de convênios, acordos, ajustes, termos de
parceria ou outros instrumentos congêneres, bem como dos atos sujeitos a registro.
u II – por meio de expedientes e documentos solicitados pelo Tribunal ou colocados à sua disposição;
u III – por meio de visitas técnicas ou participações em eventos promovidos por órgãos e entidades da
administração pública.
Inspeções
Inspeção é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para suprir omissões e lacunas de
informações, esclarecer dúvidas ou apurar denúncias ou representações quanto à legalidade, à
legitimidade e à economicidade de fatos da administração e de atos administrativos praticados por
qualquer responsável sujeito à sua jurisdição.
u A inspeção é um instrumento de fiscalização mais pontual e específico, muito aplicado para o que
chamamos de “sanear o processo”.
Monitoramentos
Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para verificar o cumprimento de suas
deliberações e os resultados delas advindos.
Risco de auditoria
u A) o risco inerente;
u B) o risco de controle; e
u C) o risco
O risco de auditoria é regulado, hoje em dia, pela NBC TA 200, que entrou em vigor depois
da revogação da antiga NBC T 11.
As NBCs como eram conhecidas foram muito modificadas, e a NBC T 11, que tratava
especificamente de auditoria, foi revogada e substituída pelas NBC TA 200 e 300.
Como o trabalho do auditor é baseado em amostras – ele não analisa e nem pode analisar
todos os atos e fatos praticados no seio da empresa - sempre haverá um risco de que algo
não seja percebido e escape do seu controle.
O risco, segundo a NBC TA 200 (e assim como a norma anterior) divide-se em três categorias:
u risco inerente;
u risco de controle;
u risco de detecção.
u O risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação,
saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente
ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer controles
realizados.
Vamos tentar explicar melhor a situação. O risco inerente decorre da própria natureza e das
atividades da empresa que podem ter riscos não considerados, ante a ausência de manuais,
regras ou controles internos efetivos. Ou seja, são situações em que não existem regras ou
controles internos estabelecidos. É o risco inerente.
Já no risco de controle, o controle interno existe, mas ele pode ser falho ou ineficiente, não
prevenindo ou detectando tempestivamente fraudes ou erros relevantes.
Percebam que tanto num caso como no outro, o risco de controle e o risco inerente dizem
respeito à competência da própria entidade auditada. É ela quem deveria instituir controles
internos (para evitar o risco inerente) ou fazê-los eficientes e em funcionamento (para
evitar o risco de controle).
Em várias prefeituras, nós, como auditores do TCU, verificamos que existe um controle
interno criado por determinação legal, com pessoas trabalhando, etc., mas ele não
consegue detectar, por exemplo, falhas gritantes na execução de convênios. É um típico
risco de controle: o controle interno existe, mas não funciona.
Já o risco de detecção diz respeito à pessoa do auditor e à sua competência profissional. Ele
é o risco de que o auditor não consiga detectar distorções significativas em razão de o seu
trabalho se basear em amostras estatísticas.
O trabalho do auditor é feito com base em amostragens. O auditor não tem condições de
rever e refazer todos os procedimentos para se certificar de que a administração ou os
funcionários da entidade não cometeram nenhum erro e/ou fraude.
Em estatística, trabalhamos, então, com probabilidades, e não com certezas. O auditor faz
seu trabalho considerando um certo nível de segurança para evitar que distorções não
sejam detectadas.
Mas isso pode acontecer. Se você tem em um copo 3 bolinhas pretas e 7 bolinhas brancas,
você tem 10 bolinhas.
Vamos supor que o auditor queira emitir um parecer sobre a cor das bolinhas do copo. Ele
seleciona uma amostra de três bolinhas e todas as três que ele tira do copo são pretas.
Ele então afirma que no copo só existem bolinhas pretas, o que não é verdade, mas, tendo
em vista que ele obteve 30% da população na amostra, retirar três bolinhas pretas seria um
caso muito raro, abaixo do nível de detecção.
É importante saber que o risco de detecção pode apenas ser reduzido, mas jamais será
eliminado, tendo em vista que o auditor irá sempre trabalhar com estatística, com
probabilidades. Assim, é correto afirmar que sempre existe um risco de detecção em
qualquer auditoria.
“o auditor não é obrigado e não pode reduzir o risco de auditoria a zero, e, portanto, não
pode obter segurança absoluta de que as demonstrações contábeis estão livres de
distorção relevante devido a fraude ou erro (...) isso porque uma auditoria tem limitações
inerentes e, como resultado, a maior parte das evidências de auditoria que propiciam ao
auditor obter suas conclusões e nas quais baseia a sua opinião são persuasivas ao invés de
conclusivas.
A NBC TA 200 informa ainda que “a avaliação dos riscos é antes uma questão de julgamento
profissional que uma questão passível de mensuração precisa”.
Se o controle interno for forte e em bom funcionamento, ele vai diminuir os testes na fase
de execução, porque ele acredita que o risco é baixo. Isso é uma questão de julgamento
profissional.
Se o controle interno, na opinião do auditor, for fraco ou inexistente, ele vai fazer mais
testes na fase de execução. Em qualquer dos casos, a quantidade e extensão dos testes é
assunto afeto à sua competência profissional e, eventualmente, alguma coisa pode passar
sem que o auditor perceba. Isso é o erro de detecção, impossível de ser mitigado, apenas,
reduzido.
Agora que vocês estão craques em risco de auditoria, seguem algumas questões sobre o
assunto (as questões são anteriores a NBC TA 200, mas é possível respondê-las, como
veremos):
(AFRF/2002.1/ESAF) Indique o componente abaixo que não está relacionado com a estrutura de
controle interno de uma entidade.
Comentários:
Foram mencionados diversos tipos de ofícios no tópico anterior, vamos às suas definições,
nos termos do roteiro da Portaria 90/2003:
Papéis de trabalho transitórios são aqueles necessários à auditoria somente por um período
limitado, para:
Todos os demais papéis de trabalho obtidos, não classificados como transitórios, são
considerados como papéis de trabalho permanentes.
Amostragem
Já as seguintes amostras são probabilísticas, uma vez que seus elementos são selecionados
com base em probabilidades conhecidas:
Convém frisar que, para que a análise estatística seja útil ao processo de tomada de decisão,
os dados coletados devem ser apropriados, ou seja, livres de vieses, ambigüidades ou
outros tipos de erro, pois essas deficiências dificilmente poderão ser compensadas, mesmo
pelos mais modernos métodos estatísticos.
Embora a amostragem aleatória simples não seja, necessariamente, a estratégia amostral mais
eficiente e econômica, ela funciona como base para as estratégias mais sofisticadas.
Amostras Estratificadas
Para auxiliar no planejamento eficiente e eficaz da amostra, pode ser apropriado usar
estratificação, que é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual
contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou
similares.
“É que nem bailão: Ninguém fica de fora, mas ninguém fica com dois”
Assim, por exemplo, dependendo da distribuição dos valores a receber, mediante a validação
da totalidade dos saldos do subconjunto (a) 50% de (b); 20% de (c); e 5% de (d), pode-se,
hipoteticamente, encontrar que 80% dos valores de contas a receber são susceptíveis de
validação, examinando 20% da população.
No entanto, pode ser considerada uma ou mais características homogêneas, tais como
gênero, escolaridade, disciplina de formação, etc.
A seqüência é:
A estratificação pode ser útil também se os custos de auditoria são diferentes para cada estrato
(p. ex., entrevistas de contato direto em alguns casos e questionários enviados pelo correio em
outros).
Nessa técnica, as amostras são obtidas por meio não da seleção aleatória de alguns de seus
elementos, mas sim de alguns dos conglomerados que a compõem.
Uma vez selecionados os conglomerados, todos os seus elementos são examinados para
que as estatísticas desejadas sejam obtidas.
Comentários: Para auxiliar no planejamento eficiente e eficaz da amostra, pode ser apropriado
usar estratificação, que é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual
contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares.
– C.
(CESPE) Para aferir o nível de regularidade ambiental e fundiária dos assentamentos do INCRA
em nível nacional, é razoável que se agrupem os assentamentos por estados, sendo
interessante que os grupos de cada estado acabem trazendo uma diversificação em tipo de
atividade - agricultura, exploração florestal, manejo madeireiro e outros - independente das
dimensões dos assentamentos. Para atingir esse objetivo, adéqua-se a estratificação de
amostras.
Comentários fatiados:
“Para aferir o nível de regularidade ambiental e fundiária dos assentamentos do INCRA em nível
nacional, é razoável que se agrupem os assentamentos por estados” (única característica
homogênea: estado, portanto, o estado é o conglomerado)
“sendo perfeitamente possível que os grupos de cada estado apresentem uma diversificação em
tipo de atividade - agricultura, exploração florestal, manejo madeireiro e outros - independente
das dimensões dos assentamentos” (características internas do conglomerado são
heterogêneas).
“Para atingir esse objetivo, adéqua-se a estratificação de amostras (as amostras serão
extraídas de cada estado, parecido com o exemplo de clientes de uma determinada região, a
análise será: no estado X estima-se que Y% são regularizadas). Errada.
Se usar seleção sistemática, o auditor deve determinar se a população não está estruturada de
tal modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão, em particular, da
população.
Por exemplo, se em cada população de vendas realizadas por filiais, as vendas de uma filial, em
particular, ocorrerem somente como cada 100o item e o intervalo de amostragem selecionado
for 50, o resultado seria que o auditor teria selecionado a totalidade ou nenhuma das vendas
da filial em questão.
Tamanho da Amostra
Planejamento da Amostra
Para que a conclusão a que chegou o auditor, utilizando uma amostra, seja corretamente
planejada para aplicação à população é necessário que a amostra seja:
1. representativa da população;
Por outro lado, ao executar procedimentos de comprovação (de substância) sobre faturas
processadas durante o período, o auditor está interessado em aspectos relacionados com os
valores monetários dessas faturas e se esses valores foram, apropriadamente, refletidos nas
informações oficiais da entidade.
O auditor está sujeito ao risco de amostragem nos testes de observância e testes substantivos,
sendo:
Resumo esquemático:
1) Testes de Observância:
2) Testes Substantivos:
• Rejeição incorreta
• Aceitação incorreta
a) Subavaliação de confiabilidade
b) Rejeição incorreta
c) Aceitação incorreta
d) Superavaliação da confiabilidade
e) Avaliação da população
O tamanho da amostra é afetado pelo nível do risco de amostragem que o auditor está
disposto a aceitar dos resultados da amostra. Quanto mais baixo o risco que o auditor estiver
disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra.
Erro Tolerável
Erro tolerável é o erro máximo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda
assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria.
“Erro máximo na população que o Auditor está disposto a aceitar.”
Nos testes substantivos, o erro tolerável é o erro monetário máximo no saldo de uma conta ou
uma classe de transações que o auditor está disposto a aceitar, de forma que, quando os
resultados de todos os procedimentos de auditoria forem considerados, o auditor possa
concluir, com segurança razoável, que as Demonstrações Contábeis não contêm distorções
relevantes.
Se o auditor espera que a população contenha erro, é necessário examinar uma amostra
maior...
Erro real da população < Erro tolerável planejado Tamanhos menores de amostra justificam-
se quando se espera que a população esteja isenta de erros.
Ao determinar o erro esperado em uma população, o auditor deve considerar aspectos como,
por exemplo, os níveis de erros identificados em auditorias anteriores, mudança nos
procedimentos da entidade e evidência obtida na aplicação de outros procedimentos de
auditoria.
a) sistematização
b) materialidade
c) casualidade
d) experiência
e) aleatoriedade