Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
O presente trabalho da área da língua portuguesa, com o tema, problemática do uso da vírgula
em frases Simples, caso alunos da 8ª classe da Escola secundária de Machaze, Distrito de
Machaze, surge no âmbito das exigências para a obtenção do grau de licenciatura em ensino
da língua portuguesa, na UCM. Verifica-se uma grande parte dos alunos da 8ª classe da
escola acima referida, que não obedecem as regras do uso da vírgula sendo ela um recurso
indispensável para a correcta compreensão da mensagem, a sua ausência na frase ou
enunciado não permite uma boa aprendizagem nos mesmos, no que diz respeito a pousa e
entoação, na leitura e na escrita. Este sinal de pontuação é muito importante na frase, mas
suscita mais dificuldades na pontuação. Dai, achamos pertinente discutir sobre ela,
apresentado algumas regras na sua aplicação, como usá-la na mensagem escrita e oral, para
descrever situações diversificadas na comunicação tornando o aluno um cidadão activo e
responsável tanto na escola, como na comunidade onde está inserido.
Por outro lado, pretende tornar o processo de ensino aprendizagem (PEA) cada vez mais
relevante no sentido de colocar os alunos da classe referida acima aptos e capazes de usar a
vírgula em frases simples correctamente e quiçá contribuir em grande nos conteúdos da
disciplina de Português de modo a melhorar a qualidade de acções, tornando deste modo,
cidadãos activas e responsáveis, tomando em consideração que o objectivo primordial do
processo de ensino e aprendizagem é formar o aluno com habilidades para aquisição dos
domínios cognitivo, psicomotor e afectivo.
Tema
1.3. Justificativa
Objectivos Específicos
1.5. Problema
Verifica-se uma grande parte dos alunos da 8ª classe da escola Secundária de Machaze,
distrito do Machaze, que não obedecem as regras da aplicação da vírgula, tanto na escrita,
como na leitura. Ao constatar esta situação na prática, assim como o seu impacto negativo na
formação integral dos alunos, declaramos a existência do seguinte problema:
Quais razoes que fazem com que os alunos não dominem as regras de aplicação da virgula
em frases simples?
O tema acima referenciado, será de grande valia sobretudo porque transmite competência, as
quais norteiam o desenvolvimento do português, seja na fala, na escrita, na comunidade e
sociedade em geral.
4
2.1. A pontuação
Cegalla (2008:428); salienta que os sinais de pontuação possuem três finalidades. A primeira
delas é “assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entonação na leitura) ” a segunda
finalidade é “separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas”. Por fim, a
terceira finalidade é “desfazer qualquer ambiguidade que possa haver na leitura e
comprometa o sentido da frase”. Do ponto de vista sintáctico, porém, o autor não menciona
nenhum critério para o emprego da pontuação.
Cegalla (2008:430) chama a atenção para o facto de que “não há entre os escritores
unanimidade quanto ao emprego dos sinais de pontuação” e ainda admite ser “impossível
adoptar normas rigorosas para tal uso”. Detém-se, portanto, apenas a listar as regras de uso
geral na actual língua escrita.
De todos os sinais na pontuação, a vírgula é que suscita mais dificuldades nos alunos. Por
isso, resolvemos fazer um estudo para saber os motivos e apresentando algumas regras.
5
2.1.2. A vírgula
Para MATOSO (2003:287), ”a vírgula indica uma pequena pausa. É o sinal de pontuação
mais usado, apesar do seu uso ser bastante flexível e subjectivo”.
Na nossa óptica, a vírgula, para além de indicar pequena pausa, assinala uma pequena
inflexão na entoação, isto é, durante a leitura ou a comunicação oral, a vírgula é identificada
da modulação ou o tom da voz. Como não bastasse sem ela seria difícil compreender o
sentido do texto. A própria leitura não poderia também fazer-se com correcção a
expressividade. A falta ou má colocação dela, por exemplo, é suficiente para tornar
incompreensível ou alterar profundamente o sentido de certas frases.
2.1.3. Frase
Para ABAURRE e PORTARA (2006:380); frase simples é aquela que “é constituída por
uma única oração, contendo, portanto, um só verbo conjugado”, (apresenta, assim, apenas
um sujeito e um predicado).
Ex:1 Pedro, João, Elisa e Camila foram a uma festa ontem à noite.
Para marcar qualquer alteração na sequência lógica dos termos de uma oração, quando
estes não estão dispostos conforme a ordem directa.
Ex: Calda Novas, o maior complexo de águas termais, abriga inúmeros turistas.
8
3.1.Observação
3.2. Inquérito
Sendo uma técnica de colheita de dados onde as respostas às perguntas escritas são
igualmente por escrito, podendo as perguntas ser abertas ou fechadas, mas com respostas pré-
9
3.3. Entrevista
A entrevista é mais um instrumento que nos foi bastante valioso, tendo em conta que “trata-
se de um diálogo entre dois ou mais indivíduos a fim de obter informações sobre um
determinado assunto, mediante uma conversa de natureza profissional’’, SEVERINO
(2007:86).
BIGGS citado por BOGDAN e BIKLEN (1994:136) refere que ‘’boas entrevistas,
caracterizam-se pelo facto de os indivíduos estar a vontade e falar livremente dos seus
pontos de vista’’ é um instrumento que seguramente conduziu ao sucesso da pesquisa.
Segundo Pritchard (1969:349), define-se bibliometria como “[...] todos os estudos que
tentam quantificar processos de comunicação escrita [...]”, o que remete à conotação de
análise estatística das referencias bibliográficas.
Nesse sentido, Vanti (2002) define a bibliometria como “conjunto de métodos de pesquisa
utilizados para mapear a estrutura do conhecimento em um campo científico através de uma
abordagem quantitativa e estatística de diversos dados bibliográficos”.
Para Lacerda, Ensslin e Ensslin (2012), o conceito análise bibliométrica tem como base “a
avaliação quantitativa de determinados parâmetros de um conjunto definido de artigos,
10
De acordo com o censo de 2007, o distrito tinha 75 804 habitantes e uma área de 13 112 km²,
daqui resultando uma densidade populacional de 5,8 h/km².
O distrito está dividido em dois postos administrativos: (Machaze e Save) compostos pelas
seguintes localidades:
Nesta pesquisa trabalhamos com 65 amostras, dos quais 60 são alunos da 8ª classe e 5
professores (médios e bacharéis). Esta distribuição tem como objectivo escolher diversas
concepções dos alunos pertencentes ao sistema do ensino geral do primeiro ciclo.
Escolhemos esta classe por motivo de ser uma fase média do nível.
A amostra dos alunos foi de 28.1%, de uma população composta por 213 alunos de 8ª classe
correspondente ao universo sendo 106 mulheres.
11
Os dados que colhemos foram produzidos por alunos bilíngues com idade mínima de 14
anos.
12
O presente capítulo foi reservado para a apresentação e discussão de dados dos aspectos
constatados referente ao tema em destaque, sem perder de vista o paralelismo existente entre
esta discussão meramente prática e a discussão teórica feita no capítulo anterior.
Para dar foro a nossa pesquisa, elaboramos uma tabela-resumo que consubstancia a
informação dada em cada número com base nos ensaios feitos aos estudantes, ou seja, alunos
da 8ª classe da Escola secundária de Machaze, Distrito de Machaze, no tocante ao uso da
vírgula em frases Simples, facto constatado ao longo das visitas efectuadas naquela escola
aquando da colecta de dados.
Questionário 1 Respostas
P % N %
1.Coloque vírgula onde achar conveniente,
justificando o seu emprego.
j)Fatigado aí dormi. 12 20 48 80
Entretanto, importa-nos apresentar os dados do inquérito que ilustram aquilo que os alunos
têm como pressupostos do tema ora em análise.
Neste exercício, procedeu-se à colocação das vírgulas nas frases de modo que tivessem o
sentido. Após isso, os alunos tiveram que efectuar a correcção junto com o Professor.
Chamou-se a atenção dos alunos para contextos em que é possível inserir vírgula dentro do
próprio sujeito pré-verbal, quando este é composto por vários elementos coordenados. Neste
exercício, os alunos manifestaram tantas dificuldades, dado não terem sentido necessidade de
introduzir uma vírgula para demarcar os vários nomes próprios.
Num total de 60 alunos submetidos, menos de 50% necessitaram da inclusão de vírgula, para
isolar as sequências intercaladas inseridas. Neste exercício, houve ainda a preocupação de
explicitar, ainda que oralmente, as escolhas dos alunos. Assim, à medida que os alunos
respondiam, eram igualmente questionados acerca das suas opções, ou seja, por que razão tinham
inserido, ou não, uma vírgula na frase e qual a regra subjacente. Quando surgiam dúvidas
relativamente à colocação, ou não, da vírgula, uma vez que, por vezes, a identificação do sujeito
da frase não era clara, os professores esclareciam as dúvidas.
As aulas não eram consecutivas porque, os alunos poderiam manifestar algum cansaço
relativamente ao tema, os exercícios não eram longos, mas sim claros e concisos.
Achamos que deveriam ser os alunos a descreverem as regras de uso da vírgula presentes nos
vários conjuntos de frases do exercício, ao invés dos próprios docentes, visto que os
exercícios eram orientados depois da leccionação das aulas.
14
Portanto, os alunos deveriam, no próprio texto, fazer corresponder o símbolo à respectiva regra
de uso da vírgula. Apesar de não se ter criado um símbolo para a regra de ausência de vírgula
entre o sujeito e o predicado, uma vez que não se justificava, houve a preocupação de questionar
os alunos, oralmente, relativamente à não inclusão de vírgula entre determinados constituintes.
Deste modo, reviu-se não só a regra de ausência de vírgula entre sujeito e predicado, mas também
os testes de identificação do sujeito, sempre que surgiam dúvidas.
Nesse exercício percentagem de respostas correctas situa-se entre 16.6% a 33.3%, isto é
abaixo de 50%.
Na composição redigida pelos alunos notaram-se os piores resultados, pois dos 60 alunos
submetidos ao teste apenas 6 conseguiram acertar pontuação. Esta questão obteve, assim, 90% de
respostas incorrectas.
Portanto, poucos conseguiram acertar e grosso número mostrou ter muitos problemas de
colocação da vírgula o que nos leva a concluir que os alunos da referida classe precisam de
muita insistência no tratamento da matéria que fala sobre pontuação, pois, muitos
desconhecem as regras gramaticais, sobretudo, as de uso da vírgula nas frases simples, facto
originário de não aprofundamento dos conteúdos relacionados com o tema nas classes
anteriores e ausência dos mesmos na 8ª classe.
Uma análise dos resultados revela que, apesar de 6 alunos terem acertado a pontuação na
composição, se verificam ainda dificuldades, sobretudo na explicitação das regras de uso da
vírgula. Estes resultados demonstram que é crucial trabalhar as regras de uso da vírgula ao
longo de todo o percurso escolar, de forma faseada e progressiva, insistindo no treino e
consolidação, de forma a colmatarem-se as dificuldades dos alunos no que diz respeito à
pontuação.
Perguntas
15
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é que é mais usada, todavia suscita muitas
dificuldades aos alunos no seu uso. Sendo assim, procuramos recolher algumas opiniões aos
professores sobre as causas desta problemática.
Quando procuramos saber da classe onde essa matéria começa a leccionar-se todos foram
unânimes em dizer que é na 6ª classe, mas parcialmente, isto é, não existe o aprofundamento
na sua leccionação.
Os professores dizem ter descoberto a ausência dos conteúdos na 8ª classe, mas receiam
incluir uma matéria que não faça parte do programa de ensino porque correm o risco de não
cumprir em 100% os conteúdos programados pelo Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano.
16
Os nossos entrevistados disseram que essa matéria não consta nos programas de ensino dos
institutos de formação dos professores, pois nunca se tratou.
Portanto, sobre a questão da língua bantu dizem não ter influência na má aplicação da
vírgula, mas admitem o uso frequente da língua oral, isto é, os nossos alunos ocupam-se mais
em ouvir e falar o que poderá estar por detrás das dificuldades no uso correcto da vírgula.
E do ponto de vista dos Professores daquela escola, essa matéria deveria começar a leccionar-
se na 5ª classe de maneira aprofundada, isto é, aprofundar os conteúdos da pontuação de
maneira gradual, desde as classes do EPC (5ª, 6ª, 7ª …) facilitará a compreensão dos alunos
nessa matéria.
Durante os trabalhos desta pesquisa notamos que professores daquela instituição de ensino
planificam as suas aulas de forma isolada, o que implica a estagnação no domínio da matéria.
Elaborar métodos e discutir entre grupo de disciplina em matéria de pontuação (vírgula),
melhora aprendizagem dos alunos no uso da vírgula;
Sendo assim, podemos chegar a um consenso de que algo está a falhar entretanto, nós somos
chamados a tomar em consideração as dificuldades que os alunos levam consigo em relação
ao uso da vírgula.
5.1. Conclusão
17
A prática constante da língua oral por partes dos alunos da 8ª classe também é a razão desta
problemática, isto é, a maior parte dos alunos desta classe interessa-se em falar e escutar, quer
dizer, a vida está marcada pelo discurso oral, na escola ou em casa, ou ainda, em qualquer
situação de contacto ou conversa directa.
Verifica-se, ainda, que o conteúdo em causa não consta nos programas de ensino dos
institutos de formação. Assim sendo, os problemas do género vão se propagando de geração
em geração.
– Para uma colocação adequada da vírgula é indispensável ter noção mais menos perfeita de
período, parágrafo. É de salientar que a pontuação (virgula) contribui para a inteligibilidade
de um texto e para uma boa e expressiva leitura do que o autor escreveu. Segundo FREIRE
(1995:18) não existe padrão uniforme para a pontuação. Em muitos casos, uma e outra
flutuam a mercê de gosto. Oxalá seja sempre o bom gosto e não o capricho ou o mau gosto de
quem escreve.
De tudo que foi analisado, conclui-se que as consequência virão para o aluno, o professor e a
própria comunidade.
Para a comunidade: esse poderá ser futuro quadro para nos servir?
As questões acima indicadas merecem uma atenção especial e uma analise sistemática e
profunda. Pois os nossos alunos não devem se colocar a margem dos PALOP e muito menos
da CPLP, para não dizer do mundo globalizado.
5.2. Recomendações
– Haja flexibilidade nos programas de ensino de acordo com as dificuldades dos alunos,
– Recomenda-se, também a quem de direito para se contemple esse conteúdo nos programas
de ensino a partir da 6ª a 12ª classes.
Bibliografia
20
GUERRA, João Augusto da Silva, VIEIRA, José Augusto da Silva, Aula Viva, Língua
Portuguesa, Porto, Porto Editora, 1995, 17/18pp
Apêndices