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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O presente trabalho da área da língua portuguesa, com o tema, problemática do uso da vírgula
em frases Simples, caso alunos da 8ª classe da Escola secundária de Machaze, Distrito de
Machaze, surge no âmbito das exigências para a obtenção do grau de licenciatura em ensino
da língua portuguesa, na UCM. Verifica-se uma grande parte dos alunos da 8ª classe da
escola acima referida, que não obedecem as regras do uso da vírgula sendo ela um recurso
indispensável para a correcta compreensão da mensagem, a sua ausência na frase ou
enunciado não permite uma boa aprendizagem nos mesmos, no que diz respeito a pousa e
entoação, na leitura e na escrita. Este sinal de pontuação é muito importante na frase, mas
suscita mais dificuldades na pontuação. Dai, achamos pertinente discutir sobre ela,
apresentado algumas regras na sua aplicação, como usá-la na mensagem escrita e oral, para
descrever situações diversificadas na comunicação tornando o aluno um cidadão activo e
responsável tanto na escola, como na comunidade onde está inserido.

Por outro lado, pretende tornar o processo de ensino aprendizagem (PEA) cada vez mais
relevante no sentido de colocar os alunos da classe referida acima aptos e capazes de usar a
vírgula em frases simples correctamente e quiçá contribuir em grande nos conteúdos da
disciplina de Português de modo a melhorar a qualidade de acções, tornando deste modo,
cidadãos activas e responsáveis, tomando em consideração que o objectivo primordial do
processo de ensino e aprendizagem é formar o aluno com habilidades para aquisição dos
domínios cognitivo, psicomotor e afectivo.

A monografia estará dividida em quatro capítulos, no primeiro pode se perceber as causas do


problema, o tema que se pretende desenvolver, a importância que se pretende alcançar. A
abordagem do segundo capítulo faz a indicação do referencial teórico, contém citações de
obras consultadas e opiniões do autor em relação as citações apresentadas. Sendo que no
capítulo três são apresentados os resultados quantitativos e qualitativos alcançados durante a
pesquisa e a conclusão obtida durante e após a análise e interpretação de dados. O quarto e
último capítulo, diz respeito a síntese directa e concisa das confirmações ao longo da análise
e interpretação dos dados.
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Tema

Problemática do uso da vírgula em frase simples, caso alunos da 8ª classe da Escola


Secundária de Machaze, Distrito de Machaze (2016-2017)

1.2. Delimitação do tema

A abordagem do presente projecto circunscreve-se a uma análise exclusiva referente ao


comportamento e pratica dos nossos alunos no uso da pontuação (virgula) na escrita. Ainda
dentro desta abordagem são apresentadas as causas da ma aplicação deste sinal de pontuação
e ideias concretas que possam dar um impacto as anomalias constatadas a nível da escola.

1.3. Justificativa

A vírgula, por constituir um código fundamental para a correcta compreensão da mensagem,


a sua falta não propicia uma boa aprendizagem por parte dos alunos/leitores. Para além de
que, ela faz com que os alunos se comuniquem com os outros, oralmente e por escrito, em
vários contextos relevantes da vida, tais como: família, escola, comunidade e emprego.

Os alunos ou leitores usam a língua portuguesa como um instrumento para compreensão da


realidade, de acesso ao conhecimento e informação, explorando as novas formas de
interacção proporcionadas pela tecnologia de informação, envolvendo-os em actividades
concretas de compreensão, expressão oral e escrita que os levam a usar o que aprendem para
resolver situações reais com que se confrontam no dia-a-dia na escola, na família, no
emprego, na repartição pública, nas diversas associações, no grupo de amigos, entre outros
contextos.

1.4. Objectivos da pesquisa

1.4. 1 Objectivo Geral

-Conhecer as principais causas da dificuldade de uso da vírgula em frases simples.

Objectivos Específicos

-Aplicar a virgula adequadamente;

-Dominar a expressão oral e escrita em situações diversificadas da vida social, cultural,


económica e política;
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-Elaborar frases simples usando adequadamente a vírgula.

1.5. Problema

Verifica-se uma grande parte dos alunos da 8ª classe da escola Secundária de Machaze,
distrito do Machaze, que não obedecem as regras da aplicação da vírgula, tanto na escrita,
como na leitura. Ao constatar esta situação na prática, assim como o seu impacto negativo na
formação integral dos alunos, declaramos a existência do seguinte problema:

Quais razoes que fazem com que os alunos não dominem as regras de aplicação da virgula
em frases simples?

1.6. Hipóteses da pesquisa

1.6.1. Hipotese primaria

-Ensinar a pontuação de maneira aprofundada, desde as classes iniciais (5,6,7) facilitará


compreensão dos alunos nessa matéria.

1.6.2. Hipóteses secundária

-Incentivar aos alunos a prática constante de leitura, ajudará aprendizagem da vírgula;

-Recontar os contos escritos e orais, melhorará aplicação da pontuação referente a pausa e


entoação;

-Elaborar métodos e discutir entre grupo de disciplina em matéria de pontuação (virgula),


melhora aprendizagem dos alunos no uso da virgula;

1.7. Importância do tema na actualidade

Este trabalho surge na linha de perspectiva de melhoramento da qualidade de ensino em


Moçambique, sobretudo no processo de ensino e aprendizagem. Este melhoramento visa,
mostrar a prática de uso da vírgula, para que os alunos possam tornar-se mais efectivas e
condizentes com as situações reais de uso da pontuação com as quais deparamos na
actualidade.

O tema acima referenciado, será de grande valia sobretudo porque transmite competência, as
quais norteiam o desenvolvimento do português, seja na fala, na escrita, na comunidade e
sociedade em geral.
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A pontuação

A pontuação é frequentemente, definida como a respiração de frase e, ainda como de


circulação na escrita. Etimologicamente, pontuar é colocar o ponto, isto é, o acento sobre
aquilo que quer destacar do resto. Foi longo o período de fixação dos sinais de pontuação ate
a sua normalização, decorrente de divulgação de imprensa.

Segundo o Manual da Língua Portuguesa de Murta (1929), a pontuação é uma “arte”,


indispensável num texto escrito, uma vez que é esta que “dirige o leitor, indica-lhe os
lugares onde convém descansar, para tomar a respiração, e quanto tempo devem durar estas
pausas.” O autor refere ainda que a utilização dos sinais de pontuação “concorre muito para
a boa compreensão do que se lê, havendo muitos casos em que o sentido do discurso não
seria percebido se lhe retirassem a pontuação.” (Murta, 1929:333).

A pontuação contribui para eficácia da comunicação que se estabelece entre o autor e o


leitor. O não cumprimento das suas regras pode originar uma compreensão errada do texto ou
mesmo impedir a sua interpretação.

Cegalla (2008:428); salienta que os sinais de pontuação possuem três finalidades. A primeira
delas é “assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entonação na leitura) ” a segunda
finalidade é “separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas”. Por fim, a
terceira finalidade é “desfazer qualquer ambiguidade que possa haver na leitura e
comprometa o sentido da frase”. Do ponto de vista sintáctico, porém, o autor não menciona
nenhum critério para o emprego da pontuação.

Cegalla (2008:430) chama a atenção para o facto de que “não há entre os escritores
unanimidade quanto ao emprego dos sinais de pontuação” e ainda admite ser “impossível
adoptar normas rigorosas para tal uso”. Detém-se, portanto, apenas a listar as regras de uso
geral na actual língua escrita.

De todos os sinais na pontuação, a vírgula é que suscita mais dificuldades nos alunos. Por
isso, resolvemos fazer um estudo para saber os motivos e apresentando algumas regras.
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2.1.2. A vírgula

Segundo BORREGANA (1999:13), “a vírgula marca uma pequena pausa ou suspensão da


voz”.

Para MATOSO (2003:287), ”a vírgula indica uma pequena pausa. É o sinal de pontuação
mais usado, apesar do seu uso ser bastante flexível e subjectivo”.

Enquanto para TEXEIRA (1997:86), “a vírgula separa elementos de uma enumeração ou


substitui um verbo omitido”.

Na nossa óptica, a vírgula, para além de indicar pequena pausa, assinala uma pequena
inflexão na entoação, isto é, durante a leitura ou a comunicação oral, a vírgula é identificada
da modulação ou o tom da voz. Como não bastasse sem ela seria difícil compreender o
sentido do texto. A própria leitura não poderia também fazer-se com correcção a
expressividade. A falta ou má colocação dela, por exemplo, é suficiente para tornar
incompreensível ou alterar profundamente o sentido de certas frases.

2.1.3. Frase

Segundo ABAURRE e PORTARA (2006: 379) 380); a frase é “uma palavra ou uma


sequência de palavras que constitui um enunciado de sentido completo. O início e o fim da
frase são marcados, na fala, por uma entonação característica e, na escrita, por uma pontuação
específica”: a frase começa com letra maiúscula e termina em um ponto. A frase pode ser
constituída por uma ou mais orações.  Uma oração é a unidade gramatical organizada à volta
de um verbo.

2.1.4. Frases Simples

Para ABAURRE e PORTARA (2006:380); frase simples é aquela que “é constituída por
uma única oração, contendo, portanto, um só verbo conjugado”, (apresenta, assim, apenas
um sujeito e um predicado).

Ex.: Os meus pais oferecem-me muitos livros.

Frase simples ou oração (um só verbo conjugado)

2.2.Regras de emprego da vírgula

Segundo PEREIRA (1998:60), há 10 regras de emprego de vírgula que são:


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A vírgula é obrigatória na enumeração de mais de dois elementos:

Ex:1 Pedro, João, Elisa e Camila foram a uma festa ontem à noite.

Ex:2 A sua voz, o seu sorriso e o seu olhar me fascinam.

A vírgula é importante para Separar o vocativo e o aposto:

Ex1: toma-me, ó noite eterna, nos teus braços.

Ex2: vem, Humberto, nós te esperamos.

Ex: Carlos, mande-me notícias quando estiver distante.

Separar o nome de lugar na indicação de datas

Ex1: Vila Real, 10 de Março de 1992

Ex: 2 Goiânia, 23 de Julho de 2009.

Para marcar qualquer alteração na sequência lógica dos termos de uma oração, quando
estes não estão dispostos conforme a ordem directa.

Ex: Com postura e altivez, o palestrante iniciou o seminário.

Para separar o adjunto adverbial deslocado:

Ex: Elas, naquela ocasião, tinham acabado de concluir o curso superior.

Para separar o predicativo do sujeito deslocado:

Ex: Ansiosos, os parentes aguardavam por notícias.

Para Marcar a omissão de um verbo na oração:

Ex: A filha prefere ir ao cinema, o filho ao teatro.

Para separar termos coordenados assindéticos:

Ex: Estudamos matemática, geografia, português, ciências.

Separar conjunções intercaladas e expressões explicativas ou correctivas:

Ex: Há, contudo, muitos funcionários fantasmas.


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A inflação, isto é, a alta dos preços, destrói a economia do país.

Separar o aposto intercalado:

Ex: Calda Novas, o maior complexo de águas termais, abriga inúmeros turistas.
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CAPÍTULO III: MÉTODO LÓGICO DE TRABALHO

Para a realização deste trabalho, baseou-se em método experimental (questionário), achando-


o mais adequado e bastante útil para a obtenção de informações acerca do que os alunos a
respeito da vírgula, como aplicá-la em situações de comunicação escrita e oral. Achando-o
ainda um meio mais rápido e barato de obtenção de informações. Baseou-se também em
entrevista, pois possibilita o auxílio ao entrevistado com dificuldade para responder, bem
como a análise do seu comportamento não verbal, embora apresente limitações, como a de
não garantir o anonimato, mas constitui a técnica mais adequada para pesquisar este tipo de
caso.

3.1.Observação

O método de observação consistiu em assistir aulas e observar diretamente à situação da


produção escrita dos alunos no concernente à problemática de colocação da vírgula nas
frases simples, e nos planos de aulas dos professores da língua portuguesa.

De acordo com VALE (2000:233) a “observação é a melhor técnica de recolha de dados do


individuo em actividade. Com este instrumento de recolha de dados, esperamos encontrar
elementos suficientes para resposta ao problema levantado”. Para além de permitir ver e
ouvir, a observação consiste também em examinar factos ou fenômenos que se desejam
estudar.

Para, MARKON e LAKATOS (2003:190), a “observação ajuda o pesquisador a identificar


e obter provas a respeito dos objectivos que os indivíduos não tem consciência. É um
instrumento vantajoso, pois permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes
comportamentais típicas, por outro lado permite a evidência de dados não constantes do
roteiro da entrevista ou questionário”.

3.2. Inquérito

De acordo com VIEIRA (1999:15), inquérito é ‘‘um instrumento de pesquisa caracterizada


pela presença uma serie de questões sobre determinado tema’’. “Uma das vantagens deste
instrumento de recolha de dados é: permitir a obtenção de informações de um grande
número de pessoas em um tempo relativamente curto”, RICHARDSON (1999:205).

Sendo uma técnica de colheita de dados onde as respostas às perguntas escritas são
igualmente por escrito, podendo as perguntas ser abertas ou fechadas, mas com respostas pré-
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categorizadas; a autora elaborou um formulário de perguntas e respostas aos alunos da 8ª


Classe da Escola Secundária de Machaze, Distrito de Machaze numa amostra de 10%, para
confirmar ou refutar os dados observados, de modo a complementar os dados da entrevista e
observação.

3.3. Entrevista

A entrevista é mais um instrumento que nos foi bastante valioso, tendo em conta que “trata-
se de um diálogo entre dois ou mais indivíduos a fim de obter informações sobre um
determinado assunto, mediante uma conversa de natureza profissional’’, SEVERINO
(2007:86).

Na óptica de GOODE e HATT (1969:236) apud MARCON e LAKATO entende que a


entrevista “consiste no desenvolvimento de prisão, focalização, fidedignidade e validade de
certo acto social como a conversação”.

BIGGS citado por BOGDAN e BIKLEN (1994:136) refere que ‘’boas entrevistas,
caracterizam-se pelo facto de os indivíduos estar a vontade e falar livremente dos seus
pontos de vista’’ é um instrumento que seguramente conduziu ao sucesso da pesquisa.

A entrevista consistiu em conversar livremente sobre o assunto permitindo ao entrevistador


obter informações sobre o problema. Neste contexto a autora entrevistou alunos da 8ª classe,
professores de portugues e os dirigentes locais (o responsáveis pelo sector da Educação),
usando critério intencional de escolha de amostra, no total serão entrevistados 100 alunos da
8ª Classe na Escola Secundária de Machaze no universo de 300 alunos da mesma classe.

3.4. Método Bibliográfico

Segundo Pritchard (1969:349), define-se bibliometria como “[...] todos os estudos que
tentam quantificar processos de comunicação escrita [...]”, o que remete à conotação de
análise estatística das referencias bibliográficas.

Nesse sentido, Vanti (2002) define a bibliometria como “conjunto de métodos de pesquisa
utilizados para mapear a estrutura do conhecimento em um campo científico através de uma
abordagem quantitativa e estatística de diversos dados bibliográficos”.

Para Lacerda, Ensslin e Ensslin (2012), o conceito análise bibliométrica tem como base “a
avaliação quantitativa de determinados parâmetros de um conjunto definido de artigos,
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denominado portfólio bibliográfico. Como parâmetros observáveis, destacam-se os artigos


seleccionados, suas referências, autores, número de citações e periódicos mais relevantes.
Como resultado da análise bibliométrica, tem-se a gestão da informação e do conhecimento
científico sobre um dado assunto”.

Realizou-se a bibliografia a partir de alguns documentos escritos sobre o tema em causa. De


referir que nesta pesquisa bibliográfica recorreu-se a leitura de obras de vários autores, como,
Guia do Professor de Língua Portuguesa (Gomes Aldónio), Guia prático dos verbos
Portugueses (MONTEIRO, Diolinda e PESSOA, Beatriz), não só, através de outras obras,
mas também manuais e dicionários, que tratam sobre o assunto em estudo.

Localização Geográfica do Distrito de Machaze, onde a escola está inserida

Machaze é um distrito mais meridional da província de Manica, em Moçambique, com sede


na povoação de Chitobe. Tem limite, a norte e noroeste com o distrito de Mossurize, a oeste
com o Zimbabwe, a sul com o distrito de Massangena da província de Gaza e com o distrito
de Mabote da província de Inhambane, e a leste com os distritos de Machanga e Chibabava
da província de Sofala.

De acordo com o censo de 2007, o distrito tinha 75 804 habitantes e uma área de 13 112 km²,
daqui resultando uma densidade populacional de 5,8 h/km².

O distrito está dividido em dois postos administrativos: (Machaze e Save) compostos pelas
seguintes localidades:

Posto Administrativo de Machaze: Machaze, Bassane, Chimbia, Chipudje e Mutanda

Posto Administrativo de Save: Save, Matende, Mavissanga e Sambassoca

População e delimitação da amostra

Nesta pesquisa trabalhamos com 65 amostras, dos quais 60 são alunos da 8ª classe e 5
professores (médios e bacharéis). Esta distribuição tem como objectivo escolher diversas
concepções dos alunos pertencentes ao sistema do ensino geral do primeiro ciclo.
Escolhemos esta classe por motivo de ser uma fase média do nível.

A amostra dos alunos foi de 28.1%, de uma população composta por 213 alunos de 8ª classe
correspondente ao universo sendo 106 mulheres.
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Os dados que colhemos foram produzidos por alunos bilíngues com idade mínima de 14
anos.
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CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.0. Análise dos Inquéritos sobre o uso da vírgula em frases Simples

O presente capítulo foi reservado para a apresentação e discussão de dados dos aspectos
constatados referente ao tema em destaque, sem perder de vista o paralelismo existente entre
esta discussão meramente prática e a discussão teórica feita no capítulo anterior.

Para dar foro a nossa pesquisa, elaboramos uma tabela-resumo que consubstancia a
informação dada em cada número com base nos ensaios feitos aos estudantes, ou seja, alunos
da 8ª classe da Escola secundária de Machaze, Distrito de Machaze, no tocante ao uso da
vírgula em frases Simples, facto constatado ao longo das visitas efectuadas naquela escola
aquando da colecta de dados.

Tabela 1: Interpretação dos resultados do inquérito aos alunos

Total de inqueridos = 60 alunos

Questionário 1 Respostas

P % N %
1.Coloque vírgula onde achar conveniente,
justificando o seu emprego.

a)Minha filha não seja precipitada. 10 16.6 50 83.3

b)Aí minha esposa é que não devia ser assim. 15 25 45 75

c)Vai ao bazar Manuel! 15 25 45 75

d)Beira capital da província de Sofala completa mais 6 10 54 90


um ano de categoria de cidade, no dia 20 de Agosto

e)Barada 15 de Maio de 2017 de Agosto próximo 20 33.3 40 66.6

f)Acendeu cigarro cruzou as pernas estalou as unhas 10 16.6 50 83.3


demorou o olhar mana Maria

g)Recordar o passado disse Samora Machel é valorizar 15 25 45 75


o presente

h)Reclamar da sorte não adianta nada. 20 33.3 40 66.6

i)Ficando aí nada verás. 10 16.6 50 83.3


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j)Fatigado aí dormi. 12 20 48 80

k)Mesmo a cega a politica prendeu-me. 12 20 48 80

l)Após duas horas de espera fui afinal atendido. 10 16.6 50 83.3

m)O Alfredo que encontrei ontem regressou da tropa 10 16.6 50 83.3

2. Elabore uma composição sobre as férias. 6 10 54 90

Entretanto, importa-nos apresentar os dados do inquérito que ilustram aquilo que os alunos
têm como pressupostos do tema ora em análise.

Passamos a apresentar as informações obtidas a partir do primeiro questionário dirigidos aos


alunos. As perguntas que constituem praticamente questões relacionadas ao nosso tema.

Neste exercício, procedeu-se à colocação das vírgulas nas frases de modo que tivessem o
sentido. Após isso, os alunos tiveram que efectuar a correcção junto com o Professor.

Chamou-se a atenção dos alunos para contextos em que é possível inserir vírgula dentro do
próprio sujeito pré-verbal, quando este é composto por vários elementos coordenados. Neste
exercício, os alunos manifestaram tantas dificuldades, dado não terem sentido necessidade de
introduzir uma vírgula para demarcar os vários nomes próprios.

Num total de 60 alunos submetidos, menos de 50% necessitaram da inclusão de vírgula, para
isolar as sequências intercaladas inseridas. Neste exercício, houve ainda a preocupação de
explicitar, ainda que oralmente, as escolhas dos alunos. Assim, à medida que os alunos
respondiam, eram igualmente questionados acerca das suas opções, ou seja, por que razão tinham
inserido, ou não, uma vírgula na frase e qual a regra subjacente. Quando surgiam dúvidas
relativamente à colocação, ou não, da vírgula, uma vez que, por vezes, a identificação do sujeito
da frase não era clara, os professores esclareciam as dúvidas.

As aulas não eram consecutivas porque, os alunos poderiam manifestar algum cansaço
relativamente ao tema, os exercícios não eram longos, mas sim claros e concisos.

Achamos que deveriam ser os alunos a descreverem as regras de uso da vírgula presentes nos
vários conjuntos de frases do exercício, ao invés dos próprios docentes, visto que os
exercícios eram orientados depois da leccionação das aulas.
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Portanto, os alunos deveriam, no próprio texto, fazer corresponder o símbolo à respectiva regra
de uso da vírgula. Apesar de não se ter criado um símbolo para a regra de ausência de vírgula
entre o sujeito e o predicado, uma vez que não se justificava, houve a preocupação de questionar
os alunos, oralmente, relativamente à não inclusão de vírgula entre determinados constituintes.
Deste modo, reviu-se não só a regra de ausência de vírgula entre sujeito e predicado, mas também
os testes de identificação do sujeito, sempre que surgiam dúvidas.

Nesse exercício percentagem de respostas correctas situa-se entre 16.6% a 33.3%, isto é
abaixo de 50%.

Na composição redigida pelos alunos notaram-se os piores resultados, pois dos 60 alunos
submetidos ao teste apenas 6 conseguiram acertar pontuação. Esta questão obteve, assim, 90% de
respostas incorrectas.

Portanto, poucos conseguiram acertar e grosso número mostrou ter muitos problemas de
colocação da vírgula o que nos leva a concluir que os alunos da referida classe precisam de
muita insistência no tratamento da matéria que fala sobre pontuação, pois, muitos
desconhecem as regras gramaticais, sobretudo, as de uso da vírgula nas frases simples, facto
originário de não aprofundamento dos conteúdos relacionados com o tema nas classes
anteriores e ausência dos mesmos na 8ª classe.

Uma análise dos resultados revela que, apesar de 6 alunos terem acertado a pontuação na
composição, se verificam ainda dificuldades, sobretudo na explicitação das regras de uso da
vírgula. Estes resultados demonstram que é crucial trabalhar as regras de uso da vírgula ao
longo de todo o percurso escolar, de forma faseada e progressiva, insistindo no treino e
consolidação, de forma a colmatarem-se as dificuldades dos alunos no que diz respeito à
pontuação.

Tabela 2: Interpretação dos resultados da entrevista aos Professores de Português

Perguntas
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1. Em que classes começam a ensinar-se essa matéria?

2. Esse conteúdo consta nos programas de ESG1?

3. Os nossos alunos enfrentam muitas dificuldades na aplicação da vírgula na


escrita, a que se deve?

4. Já descobriu estas dificuldades nas suas aulas?

5. Como é tratada esta matéria nos institutos de formação de professores?

6. Como professor da língua portuguesa já apreciou os programas de ensino de


EPC? Como é tratada essa matéria?

7. A língua bantu terá influencia na ma aplicação da virgula? Em que aspecto?

8. Em que classe acha que deveria começar a leccionar-se a pontuação?

9. Os professores discutem em grupo sobre a leccionação dos conteúdos?

De todos os sinais de pontuação, a vírgula é que é mais usada, todavia suscita muitas
dificuldades aos alunos no seu uso. Sendo assim, procuramos recolher algumas opiniões aos
professores sobre as causas desta problemática.

Quando procuramos saber da classe onde essa matéria começa a leccionar-se todos foram
unânimes em dizer que é na 6ª classe, mas parcialmente, isto é, não existe o aprofundamento
na sua leccionação.

No que diz respeito a segunda questão os conteúdos constam no programa da 9ª classe do


currículo actual, estando a contribuir para dificuldades do seu uso na 8ª classe, enquanto
noutras classes do ESG1 não se fala da vírgula.

Os professores dizem ter descoberto a ausência dos conteúdos na 8ª classe, mas receiam
incluir uma matéria que não faça parte do programa de ensino porque correm o risco de não
cumprir em 100% os conteúdos programados pelo Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano.
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Os nossos entrevistados disseram que essa matéria não consta nos programas de ensino dos
institutos de formação dos professores, pois nunca se tratou.

Portanto, sobre a questão da língua bantu dizem não ter influência na má aplicação da
vírgula, mas admitem o uso frequente da língua oral, isto é, os nossos alunos ocupam-se mais
em ouvir e falar o que poderá estar por detrás das dificuldades no uso correcto da vírgula.

E do ponto de vista dos Professores daquela escola, essa matéria deveria começar a leccionar-
se na 5ª classe de maneira aprofundada, isto é, aprofundar os conteúdos da pontuação de
maneira gradual, desde as classes do EPC (5ª, 6ª, 7ª …) facilitará a compreensão dos alunos
nessa matéria.

A outra possibilidade que sugerimos aos Professores é incentivar os alunos a recontar os


contos escritos e orais bem como a prática constante de leitura, de modo a melhorar a
aplicação da pontuação referente a pausa e entoação;

Durante os trabalhos desta pesquisa notamos que professores daquela instituição de ensino
planificam as suas aulas de forma isolada, o que implica a estagnação no domínio da matéria.
Elaborar métodos e discutir entre grupo de disciplina em matéria de pontuação (vírgula),
melhora aprendizagem dos alunos no uso da vírgula;

Sendo assim, podemos chegar a um consenso de que algo está a falhar entretanto, nós somos
chamados a tomar em consideração as dificuldades que os alunos levam consigo em relação
ao uso da vírgula.

CAPÍTULO V – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão
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O presente trabalho é um singelo contributo para a melhoria da língua portuguesa em


Moçambique, no que diz respeito ao uso adequado da vírgula, concretamente aos alunos da 8ª
classe da Escola secundária de Machaze, Distrito de Machaze.

Os estudantes da classe referida quase ignoram a utilização e importância da vírgula, criando


graves problemas na comunicação escrita. Como se sabe, a má colocação deste sinal de
pontuação ao sentido pretendido pelo emissor pode levar o receptor a captar a mensagem
distorcida ou ate modificada.

Descoberta a questão, foram entrevistados e questionados professores e alunos


respectivamente, a fim de apurar as causas desta problemática. Os dados dizem-nos que o
problema está ligado a motivos da não leccionação desta matéria pelos professores, pelo facto
da não existir nos programas de ensino do ESG1 e muito menos no EPC. A pouca
experiencia que os alunos possuem nessa matéria adquiriram na 6ª classe, tendo sido
leccionada parcialmente.

A prática constante da língua oral por partes dos alunos da 8ª classe também é a razão desta
problemática, isto é, a maior parte dos alunos desta classe interessa-se em falar e escutar, quer
dizer, a vida está marcada pelo discurso oral, na escola ou em casa, ou ainda, em qualquer
situação de contacto ou conversa directa.

Verifica-se, ainda, que o conteúdo em causa não consta nos programas de ensino dos
institutos de formação. Assim sendo, os problemas do género vão se propagando de geração
em geração.

Finalizando as nossas observações, devemos acentuar o seguinte:

– Para uma colocação adequada da vírgula é indispensável ter noção mais menos perfeita de
período, parágrafo. É de salientar que a pontuação (virgula) contribui para a inteligibilidade
de um texto e para uma boa e expressiva leitura do que o autor escreveu. Segundo FREIRE
(1995:18) não existe padrão uniforme para a pontuação. Em muitos casos, uma e outra
flutuam a mercê de gosto. Oxalá seja sempre o bom gosto e não o capricho ou o mau gosto de
quem escreve.

De tudo que foi analisado, conclui-se que as consequência virão para o aluno, o professor e a
própria comunidade.

Para o aluno: como redigir um enunciado correctamente pontuado?


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Para o professor: como exigir o aluno a ortografia e a boa construção frásica?

Para a comunidade: esse poderá ser futuro quadro para nos servir?

As questões acima indicadas merecem uma atenção especial e uma analise sistemática e
profunda. Pois os nossos alunos não devem se colocar a margem dos PALOP e muito menos
da CPLP, para não dizer do mundo globalizado.

5.2. Recomendações

Recomendamos aos professores da língua portuguesa para que:


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– Se valorizem as regras de pontuação;

– O tema em causa leccione-se duma forma aprofundada até a 12ª classe;

– Os alunos sejam incentivados para a prática constante de leitura;

– Dêem exercícios variados referentes aos ninais de pontuação, em especial a virgula,

– Haja flexibilidade nos programas de ensino de acordo com as dificuldades dos alunos,

– Promovam debates ao nível de grupos de disciplinas da língua portuguesa para planificação


de estratégias e metodologias de ensino para leccionação da matéria em causa,

– A observância da problemática não seja só os professores da língua portuguesa, mas


também doutras disciplinas,

– Recomenda-se, também a quem de direito para se contemple esse conteúdo nos programas
de ensino a partir da 6ª a 12ª classes.

Bibliografia
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ABAURRE, Maria Luiza e PORTARA, Marcela. (2006). Gramática - Texto: análise e


construção de sentido; Moderna; p. 379, 380.

BORREBANA, António Afonso, Gramática Universidade da Língua Portuguesa, Lisboa,


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CARRICO, Lilaz, SOARES, Rosaria, TAVARES, Hélder, Com palavras, Língua


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Apêndices

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