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ESPAÇOS VETORIAIS
3.1 Introdução
Produto de dez anos de intensa pesquisa e desenvolvimento, o primeiro
ônibus espacial dos EUA (lançado em 1981) foi uma vitória da engenharia
de controle de sistemas, envolvendo muitas áreas da engenharia - aeronáutica,
química , elétrica, hidráulica e mecânica. Os sistemas de controle de ônibus
espacial são absolutamente críticos para vôo. Ele requer um constante moni-
toramento por computador durante o vôo atmosférico. O sistema de vôo en-
via uma sequência de comandos para a superfície de controle aerodinâmico.
Matematicamente , os sinais de entrada e saída de um sistema de Engenharia
são funções. É importante para as aplicações que essas funções possam ser
somadas e multiplicadas por escalares. Essas duas operações em funções tem
propriedades algébricas que são completamente análogas às operações de soma
de vetor e multiplicação de vetor por escalar no Rq = Por esse motivo, o conjunto
de todas as entradas possíveis (funções) é chamada de um espaço vetorial.
A fundamentação matemática para a engenharia de sistemas repousa sobre es-
paços vetoriais de funções, portanto precisamos estender a teoria de vetores do
Rq de modo a incluir tais funções.
Antes de apresentarmos a sua denição, analisaremos em paralelo dois
objetos: o conjunto formado pelas funções i : R $ R, denotado por I (R)
e o conjunto das matrizes quadradas de ordem q com coecientes reais que
denotaremos por Pq (R).
A soma de duas funções i e j de I (R) é denida como:
100
Com relação a Pq (R) podemos somar duas matrizes quadradas de
ordem q,
D + E = (dlm + elm )q{q
que é um elemento de Pq =
Com relação à multiplicação do escalar pela matriz D 5 R
D = (dlm )q{q
1. i + j = j + k
2. i + (j + k) = (i + j) + k
3. Se j representa a função nula então i + j = i
4. i + (i ) = 0
5. (i ) = ()i
6. ( + )i = i + i
7. (i + j) = i + j
8. 1i = i
1. D + E = E + D
2. D + (E + F) = (D + E) + F
3. Se 0 representa a matriz nula então D + 0 = D
4. D + (D) = 0
5. (D) = ()D
6. ( + )D = D + D
7. (D + E) = D + E
8. 1D = D
101
Observamos que o conjunto das funções bem como o das matrizes, quando
munidos de soma e multiplicação por escalar, apresentam propriedades algébri-
cas comuns. Existem muitos outros exemplos de conjuntos que apresentam as
mesmas propriedades acima. Para não estudarmos separadamente cada con-
junto, estudaremos um conjunto genérico e não vazio, Y , sobre o qual supomos
estar denidas as operações de adição e multiplicação por escalar.
1. Comutatividade: x + y = y + x
2. Associatividade: (x + y) + z = x + (y + z)
3. Vetor nulo: existe um vetor nulo 0 5 Y tal que y + 0 = y para todo y 5 Y
4. Inverso aditivo: Para cada y 5 Y existe y 5 Y tal que y + y = 0
5. Distributividade: ( + )y = y + y
6. ()y = (y)
7. (x + y) = x + y
8. Multiplicação por 1: 1=x = x
Em Rq denimos as operações:
e
x = ({1> {2 > ====={q )
Verica-se sem diculdades, que estas denições fazem do Rq um E. V. (veri-
que).
102
Exemplo 90 O conjunto dos polinômios em {> de grau menor ou igual a q é
denido por :
© ª
Sq = s({) = dr + d1 { + ===== + dq1 {q1 + dq {q Á dr > d1 > ====> dq1 > dq 5 R
({> |) = ({> |)
O conjunto R2 com estas operações não é um espaço vetorial, de fato:
Vamos mostrar que falha a propriedade 5) do E.V.
x + x = = ({1 > |1 ) + ({1 > |1 ) = ({1 > |1 ) + ({1 > |1 ) = ({1 + {1 > 2|1 )
, ( + )x 6= x + x
3.2 Subespaços
Denição 93 Seja Y um espaço vetorial. Dizemos que Z Y é um subespaço
vetorial de Y se forem satisfeitas as seguintes condições:
1. se x , y 5 Z então x + y 5 Z
2. se x 5 Z então x 5 Z para todo 5 R=
103
• as condições da denição garantem que ao operarmos em Z (soma e mul-
tiplicação por escalar) não obteremos um vetor fora de Z= Isto é suciente
para armar que Z é ele próprio um E.V.
• Qualquer subespaço Z de Y precisa conter o vetor nulo.
• Todo espaço vetorial admite pelo menos dois subespaços: o conjunto for-
mado pelo vetor nulo e o próprio E.V.
Resolução:
vericamos as condições de subespaço: seja x = (0> {2> {3 > {4 > {5 ) 5 Z e
y = (0> |2> |3 > |4 > |5 ) 5 Z
Resolução:
Dados x = ({1 > |1 > }1 ) 5 V e y = ({2 > |2 > }2 ) 5 V
2. x = ({1 > |1 > }1 ) = ({1 > |1 > }1 ) para todo , {1 + |1 + }1 =
({1 + |1 + }1 ) = 0 = 0 e dai x 5 V
104
Observe que, se colocarmos este sistema na forma matricial , temos
5 65 6 5 6
2 4 1 { 0
7 1 1 2 87 | 8 = 7 0 8 (3.2)
1 3 1 } 0
Desta forma, estamos procurando, dentro do E.V. P (3> 1) das matrizes colu-
nas de 3 linhas, aqueles vetores que satisfazem a relação (3.2) isto é, aqueles
vetores solução do sistema. Queremos saber se o comjunto dos vetores solução
é subespaço de P (3> 1). Para isto, teremos que tomar dois vetores-solução:
5 6 5 6
{1 {2
7 |1 8 h 7 |2 8
}2 }2
105
Exemplo 99 Seja Y = R2 e Z = {({> |) 5 R2 @| = 2{}Z é subespaço vetorial
de R2 > pois temos:
1. Para x = ({1 > 2{1 ) e y = ({2 > 2|2 ) 5 Z tem-se x + y = ({1 + {2 > 2(|1 +
|2 )) 5 Z , pois a segunda componente de x+y é igual ao dobro da primeira.
2. x = ({1 > 2{1 ) = ({1 > 2({1 )) 5 Z , pois a segunda componente de x
é igual ao dobro da primeira.
f = 3g
e = 3g
106
µ ¶
d e
Exemplo 105 Seja Y = P2 = e
f g
½µ ¶ ¾
d e
Z1 = > d> e 5 R
0 0
½µ ¶ ¾
d 0
Z2 = > d> f 5 R
f 0
Z = Z1 _ Z2 é um subespaço de Y , pois
½µ ¶ ¾
d 0
Z = >d 5 R
0 0
Z1 = {({> |) 5 R2 ; { + | = 0}
e
Z2 = ({> |) 5 R2 ; { | = 0}
x = (1> 1) 5 Z2
y = (1> 1) 5 Z1
mas x + y = (1> 1) + (1> 1) = (2> 0) 5
@ Z1 ^ Z2 (represente gracamente
esta soma de vetores)
Exemplo 109 Verique se o vetor y = (3> 2> 1) pode ser escrito como uma
combinação linear dos vetores y1 = (1> 1> 1)> y2 = (1> 1> 1)> y3 = (1> 1> 1)=
107
Devemos vericar se existem números d> e> f tais que y = dy1 +ey2 +fy3 >
ou seja,
(3> 2> 1) = d(1> 1> 1) + e(1> 1> 1) + f(1> 1> 1)=
devemos então resolver o sistema
5 65 6 5 6
1 1 1 d 3
71 1 1 8 7 e 8 = 728
1 1 1 f 1
Mas esse sistema tem uma única solução d = 32 > e = 12 e f = 1> portanto
y pode realmente ser escrito como combinação de y1 > y2 e y3 > da forma y =
3 1
2 y1 + 2 y2 + y3 =
y = d1 y1 + d2 y2
(4> 18> 7) = d1 (1> 3> 2)+d2 (2> 4> 1) = (1d1 > 3d1 > 2d1 )+(2d2 > 4d2 > 1d2 ) =
= (d1 + 2d2 > 3d1 + 4d2> 2d1 d2 ) que é equivalente ao sistema:
;
? d1 + 2d2 = 4
3d1 + 4d2 = 18 / d1 = 2> d2 = 3=
=
2d1 d2 = 7
Portanto, y = 2y1 3y2 = Agora mostre que o vetor y = (4> 3> 6) não é
combinação linear dos vetores y1 = (1> 3> 2) e y2 = (2> 4> 1)=
108
3.5 Dependência e Independência Linear
Denição 113 Sejam Y um espaço vetorial e y1 > y2 > ======> yq 5 Y= Dizemos que
o conjunto {y1 > y2 > ======> yq } é linearmente independente (LI), se a equação:
d1 y1 + d2 y2 + ==== + dq yq = 0
implica que
d1 = d2 = === = dq = 0=
No caso, em que exista algum dl 6= 0 dizemos que {y1 > y2 > ======> yq } é linear-
mente dependente (LD).
109
Teorema 115 O conjunto {y1 > y2 > ======> yq } é LD se, e somente se um dos ve-
tores do conjunto for uma combinação linear dos outros.
· ¸ · ¸ · ¸ · ¸
1 2 2 3 3 4 0 0
d1 + d2 + d3 =
3 1 3 0 3 1 0 0
cuja solução é d1 = d3 e d2 = 2d3. =Como existem soluções dl 6= 0> o conjunto
é LD.
Z = {y 5 Y Á y = d1 y1 + d2 y2 + ==== + dq yq }
110
O subespaço Z diz-se gerado pelos vetores y1 > y2 > ===yq => ou gerado pelo con-
junto A, e representa-se por:
Então: [l> m] = R2 .
Solução: Temos:
Exemplo 121 Encontre o subespaço vetorial de S3 gerado por X = {1> w> w2 > 1+
w3 }
Resolução:
note que w3 = (w3 + 1) 1. Assim, dado s(w) = dr + d1 w + d2 w2 + d3 w3 5 S3
podemos escrever
Ou seja, qualquer vetor (polinômio) de S3 pode ser escrito como uma combi-
nação linear dos vetores do conjunto X . Logo S3 = [X ]=
111
Resolução: Temos que D 5 [J] se e somente se existirem d e e 5 R tais que
µ ¶ µ ¶ µ ¶
0 1 0 0 0 d
D=d +e =
0 0 1 0 e 0
Resolução:
3
4 3 43 4 3 4
d 1 1 1 0 d 0
E e F E 2 0 1 1 FE e F E 0 F
[=E F
C f D5Z +, EC 3 1
FE F = E F />
0 1 DC f D C 0 D
g 0 2 3 1 g 0
3 43 4 3 4
1 1 1 0 d 0
E 0 2 3 1 F E e F E 0 F
E FE F=E F/
C 0 0 0 0 DC f D C 0 D
0 0 0 0 g 0
3 43 4 3 4
1 1 1 0 d 0 ½
E 0 1 3@2 1@2 F E e F E 0 F d = f g
E FE F=E F/ 2 2
C 0 0 0 0 DC f D C 0 D 3f
e= 2 +2 g
0 0 0 0 g 0
isto é, 3 4 3 1 4 3 1 4
f
2 g2 2 2
E 3f
+ g2 F E 3 F E 1 F
[=E
C
2 F = fE 2 F + gE 2
D C 1 D C 0
F
D
f
g 0 1
53 1 4 3 1 46
2 2
9E 3 F E 1 F:
sruwdqwr> Z = 9E 2 F E 2 F:
7C 1 D > C 0 D8
0 1
112
3.7 Soma de Subespaços
Denição 124 Sejam Z1 e Z2 dois subespaços vetoriais de Y= Então o con-
junto
Z1 + Z2 = {y 5 Y Áy = z1 + z2 > z1 5 Z1 h z2 5 Z2 }
é um subespaço de Y=
½· ¸¾ ½· ¸¾
d e 0 0
Exemplo 125 Z1 = e Z2 = >onde d> e> f> g 5 R.
½· 0 ¸¾
0 f g
d e
Então Z1 + Z2 = = P2 =
f g
Z1 = {({> |> }) 5 R3 ; { + | + } = 0}
e
Z2 = {({> |> }) 5 R3 ; { = | = 0}
Resolução:
Note que Z2 é de fato um subespaço vetorial de R3 (Verique)
Dado y 5 Z1> y = ({> |> { |) e x 5 Z2 > x = (0> 0> { + | + })
x + y = ({> |> }) = R3
113
Resolução: Se y 5 X , y = ({> |> { |) = {(1> 0> 1) + |(0> 1> 1) logo
X = [(1> 0> 1)> (0> 1> 1)]
Se y 5 Z , y = ({> {> {) = {(1> 1> 1) logo Z = [(1> 1> 1)]
Usando a teoria acima explicada temos que
1. é LI
2. gera Y
Exemplo 132 O conjunto {(0> 1)> (0> 2)}não é base de R2 pois é um conjunto
LD. Se
(0> 0) = d(0> 1) + e(0> 2)
temos d = 2e. Assim para cada valor de e conseguimos um valor para d> ou
seja, temos innitas soluções.
Exemplo 133 Seja Y = R3 então = {(1> 0> 0)> (0> 1> 0)> (0> 0> 1) é uma base
do R3 (verique!).
Exemplo 134 O conjunto = {1> {> {2 > ===> {q } é uma base do espaço vetorial
Sq = De fato:
114
Exemplo 135 Encontre uma base para X + Z onde
© ª
X = ({> > |> }) 5 R3 Á{ + | + } = 0 h
© ª
Z = ({> |> }) 5 R3 Á{ + | = 0 h { } = 0
Resolução: X = [(1> 0> 1)> (0> 1> 1)] e Z = [(1> 1> 1)] ( Já vimos este
exemplo)
Resolução: µ ¶
d e
Para X : D = / f = e portanto, D 5 X se existirem d1 > d2 > d3 5
f g
R tais que µ ¶ µ ¶ µ ¶
1 0 0 1 0 0
D = d1 + d2 + d3
0 0 1 0 0 1
pode-se vericar facilmente que as matrizes
½µ ¶ µ ¶ µ ¶¾
1 0 0 1 0 0
> >
0 0 1 0 0 1
115
Para Z : Como a matriz µ ¶
1 1
0 1
gera Z , ela serve para base de Z
Para X _ Z :
D 5 X _ Z / D = Dw e existe 5 R tal que
µ ¶
D=
0
Exemplo 139 O conjunto = {(1> 2> 1)> (1> 3> 0)} R3 é LI e gera o sube-
spaço
Z = {({> |> }) 5 R3 @3{ | } = 0}= b
Teorema 140 Sejam y1 > y2 > ===yq , vetores não nulos que geram um espaço ve-
torial Y . Então, dentre estes vetores podemos extrair uma base de Y .
116
3.8.2 Dimensão
Seja Y um Espaço Vetorial.
Se Y possui uma base com q vetores, então Y tem dimensão q e anota-se
dim Y = q=
Se Y não possui uma base, ou seja, a base é = ! então glpY = 0
Se Y possui uma base com innitos vetores, então dimY é innita e anota-se
dim Y = 4
Exemplo 149 O conjunto = {(2> 1)> (1> 3)} é uma base do R2 . De fato,
como dim R2 = 2 e os dois vetores dados são LI (pois nenhum vetor é múltiplo
escalar do outro), eles formam uma base do R2 .
117
3.8.3 Dimensão da Soma de Subespaços Vetoriais
Proposição 150 Seja Y um espaço vetorial de dimensão nita. Se X e Z são
subespaços vetoriais de Y então dim(X + Z ) = dim X + dim Z dim(X _ Z )=
3.8.4 Coordenadas
Seja Y um espaço vetorial gerado e uma base de Y formada pelos vetores
x1 > x2 ==== xq .
y 5 Y sendo
y = {1 x1 + {2 x2 + === + {q xq
Os coecientes {1 > {2 > ==={q são chamados componentes ou coordenadas de y em
relação a base e se representa por :
3 4
{1
E {2 F
[y] = E
C : D
F
{q
Exemplo 151 No R2 consideremos as bases = {(1> 0)> (0> 1)}> = {(2> 0)> (1> 3)}
e = {(1> 3)> (2> 4)}= Dado o vetor y = (8> 6) tem-se:
Exemplo 152 Mostre que os vetores (1> 1> 1)> (0> 1> 1) e (0> 0> 1) formam uma
base de R3 . Encontre as coordenadas de (1> 2> 0) 5 R3 com relação à base
formada pelos vetores acima.
Resolução:
Já sabemos que dim R3 = 3=Então vericamos se os vetores acima são LI.
Os vetores são LI se d1 y1 + d2 y2 + d3 y3 = 0 / d1 = d2 = d3 = 0= Isto é
equivalente a que o sistema:
;
? d1 = 0
d1 + d2 = 0
=
d1 + d2 + d3 = 0
118
cuja solução é d1 = d2 = d3 = 0 , portanto, os vetores y1 > y2 e y3 são LI.
(1> 2> 0) = d(1> 1> 1) + e(0> 1> 1) + f(0> 0> 1) = (d> d + e> d + e + f)
que é equivalente ao sistema:
;
? d=1
d+e =2 / d = 1> e = 1 h f = 2
=
d+e+f=0
y = {1 x1 + ==== + {q xq (3.3)
y = |1 z1 + ==== + |q zq
{q
com as coordenadas do mesmo vetor y em relação à base 0
5 6
|1
9 |2 :
[y] ;0 = 9
7 : 8
:
|q
já que {x1>===> xq } é base de Y> podemos escrever os vetores zl como combinação
linear dos xm , isto é:
;
A
A z1 = d11 x1 + d21 x2 + ==== + dq1 xq
?
z2 = d12 x1 + d22 x2 + ==== + dq2 xq
(3.4)
A
A :
=
zq = d1q x1 + d2q x2 + ==== + dqq xq
Substituindo em (3.3) temos:
y = |1 z1 + === + |q zq = |1 (d11 x1 + d21 x2 + ==== + dq1 xq ) + === + |q (d1q x1 +
d2q x2 + ==== + dqq xq ) =
= (d11 |1 + === + d1q |q )x1 + ===== + (dq1 |1 + === + dqq |q )xq
119
Mas y = {1 x1 + ==== + {q xq , e como as coordenadas em relação a uma base
são únicas, temos:
Em forma matricial
5 6 5 65 6
{1 d11 : d1q |1
7 : 8=7 : : : 87 : 8
{q dq1 dq2 dqq |q
Logo ,se usarmos a notação
5 6
0
d11 : d1q
[L] =7 : : : 8 temos
dq1 dq2 dqq
temos a relação
0
[y] = [L] [y] 0
0
A matriz [L] é chamada matriz mudança de base 0 para a base .
0
Compare [L] com (3.4) e observe que esta matriz é obtida, colocando as
coordenadas em relação a de zl na i-ésima coluna. Note que uma vez obtida
0
[L] podemos encontrar as coordenadas de qualquer vetor y em relação à base
, multiplicando a matriz pelas coordenadas de y na base 0 (supostamente
conhecida).
Exemplo 153 Sejam = {(2> 1)> (3> 4)} e 0 = {(1> 0)> (0> 1)} bases de R2 .
0
Procuremos inicialmente [L]
z1 = (1> 0) = d11 (2> 1) + d21 (3> 4) = (2d11 + 3d21 > d11 + 4d21 )
4 1
Isto implica que d11 = 11 e d21 = 11
z2 = (0> 1) = d12 (2> 1) + d22 (3> 4)
Resolvendo, d12 =5311 e d22 = 11
2
6
4 3
0 11 11
Portanto, [L] =7 8
1 2
11 11
4 3
5 6 [y]5 para 6y = (5> 8)
Podemos usar esta matriz para5encontrar por6 exemplo,
11 11 5 4
0
[(5> 8)] = [L] [(5> 8)] 0 = 7 87 8=7 8
1 2
11 11 8 1
Isto é, (5> 8) = 4(2> 1) 1(3> 4)
120
Exemplo 154 Considere as bases em R3
= [(1> 0> 1)> (1> 1> 1)> (1> 1> 2)] h ´ = [(1> 0> 0)> (0> 1> 0)> (0> 0> 1)=
0
Encontre L =
Resolução:
(1> 0> 0) = d11 (1> 0> 1) + d21 (1> 1> 1) + d31 (1> 1> 2)
(0> 1> 0) = d12 (1> 0> 1) + d22 (1> 1> 1) + d32 (1> 1> 2) /
(0> 0> 1) = d31 (1> 0> 1) + d23 (1> 1> 1) + d33 (1> 1> 2)
(d11 + d21 + d31> d21 + d31 > d11 + d21 + 2d31 ) = (1> 0> 0)
(d12 + d22 + d32> d22 + d32 > d12 + d22 + 2d32 ) = (0> 1> 0)
(d13 + d23 + d33> d23 + d33 > d13 + d23 + 2d33 ) = (0> 0> 1)
Note que cada linha acima representa um sistema de três equações com três
incógnitas e que a matriz associada a cada um destes sistemas é a mesma e o
que muda são os nomes das variáveis e o segundo membro. Utilizando como
variáveis {> | e } > basta resolvermos o seguinte sistema:
3 43 4 3 4
1 1 1 { d
C 0 1 1 DC | D = C e D
1 1 2 } f
onde d> e> f 5 R. O sistema acima é equivalente a
3 43 4 3 4
1 1 1 { d
C 0 1 1 DC | D = C e D
0 0 1 } fd
cuja solução é dada por { = d e> | = d + e f e } = f d
Tomando (d> e> f) = (1> 0> 0)>obtemos (d11 > d21 > d31 ) = (1> 1> 1)
Tomando (d> e> f) = (0> 1> 0)>obtemos (d12 > d22 > d32 ) = (1> 1> 0)
Tomando (d> e> f) = (0> 0> 1)>obtemos (d13 > d23 > d33 ) = (0> 1> 1). Desta forma
obtemos:
3 4
0 1 1 0
L = C 1
1 1 D
1 0 1
121
0
Um fato importante é que as matrizes [L] e [L] 0 são inversíveis e
³ ´
0 1
[L] = [L] 0
0
Exemplo 155 No exemplo (153 ) anterior podemos obter [L] a partir de [L] 0
Note que [L] 0 é fácil de ser calculada , pois 0 é a base canônica
· ¸
(2> 1) = 2(1> 0) 1(0> 1) 2 3
, [L] 0 =
(3> 4) = 3(1> 0) + 4(0> 1) 1 4
Então 5 6
µ· ¸¶1 4 3
0 2 3 11 11
[L] = =7 8
1 4 1 2
11 11
122
3.11 Oitava lista de exercícios
1) Seja Y = R2 munido com as operações:
a) ({> |) + (v> w) = ({ + v> | + w)> onde u = ({> |) e v = (v> w) pertencem a Y
({> |) = ({> |)> onde 5 R e u = ({> |) 5 Y=
b) ({> |) + (v> w) = ({ + w> | + v)> onde u = ({> |) e v = (v> w) pertencem a Y
({> |) = ({> |)> onde 5 R e u = ({> |) e v = (v> w) pertencem a Y=
Em cada item verique se Y com as operações denidas é um espaço vetorial.
2) Verique se o conjunto Z = {(1> 2> 3)> (1> 3> 1)> (0> 3> 1)> (1> 4> 5)} R3 é
L.I ou L.D.
3) Dado o conjunto Z = {(1> 1> 3)> (1> 2> 1)> (0> 1> 3)> (1> 4> 5)} R3 , extrair
um subconjunto de vetores L.I.
4) Dados os vetores u = (1> 2> 3)> v = (3> 2> 1) e w = (3> 2> 7), encontre d e
e tais que w = du + ev
5) Seja Z = {({> |> }) 5 R3 | 2{+3|} = 0}. Mostre que Z é um subespaço
vetorial e encontre uma base para Z=
6) Responda se os subconjuntos abaixo são subespaços de P2 = Em caso
armativo exiba
½· geradores:
¸ ¾
d e
a) Y = com d> e> f> g 5 R e e = f e d = e
½· f g ¸ ¾
d e
b) Y = com d> e> f> g 5 R e e 1 = f + 1
f g
7) Seja Z o conjunto dos polinômios de judx 3 cujos grácos “passam
por (0,0)”; com as operações usuais. Verique se Z é uma subespaço vetorial
de S3 =
O conjunto F[D] = {[ 5 Pq ÁD[ + [D}} das matrizes que comutam
com A, é um subespaço de Pq ?.
O conjunto V = {[ 5 P2 Ághw([) = 0} das matrizes singulares, é um
subespaço de P2
O conjunto Lg = {[ 5 P2 Á[ 2 = [} das matrizes idempotentes, é um
subespaço de P2
8) Sejam Z1 = {({> |> }> w) 5} R4 | { + | = 0 e } w = 0} e
Z2 = {({> |> }> w) 5} R4 | { | } + w = 0}
a) Determine Z1 _ Z2 =
b) Exiba uma base para Z1 _ Z2 =
c) Determine Z1 + Z2 =
d) Z1 + Z2 é soma direta? Justique.
4
e) Z1 + Z2 = R½· ? ¸ ¾
d e
9) Sejam Z1 = com a> e> f> g 5 R d = e e g = f
½· ¸ f g ¾
d e
Z1 = com d> e> f> g 5 R tais que d = f e e = g
f g
subespaços de P (2> 2)> onde P (2> 2) é espaço vetorial das matrizes de ordem
dois por dois=
a) Determine Z1 _ Z2 e exiba uma base.
b) Determine Z1 + Z2 = É soma direta? Z1 + Z2 = P (2> 2)?
123
10) a) Qual seria uma base ”natural” para o espaço Sq ? Dê a dimensão
deste espaço vetorial.
b) Verique se o conjunto Z = {s 5 Sq ; s0 (0) = 0} é um subespaço de
Sq
11) Considere o subespaço de R4 gerado pelos vetores v1 = (1> 1> 0> 0)>
v2 = (0> 0> 1> 1)> v3 = (2> 2> 1> 1) e v4 = (1> 0> 0> 0)=
a) O vetor (2> 3> 2> 2) 5 [y1 > y2 > y3 > y4 ]? Justique.
b) Exiba uma base para [v1 > v2 > v3 > v4 ] = Qual é a dimensão deste espaço?
c) [v1 > v2 > v3 > v4 ] = R4 ? Por quê? s s
12) Sejam = {(1> 0)> (0> 1)}> 1 = {(1> 1)> (1> 1)}> 2 = { 3> 1)> ( 3> 1)}
e 3 = {(2> 0)> (0> 2)} bases ordenadas de R2 =
a) Encontre a matrizes mudança de base:
i) [L] 1 ii) [L] 1 iii) [L] 2 iv) [L] 3 =
b) Quais são as coordenadas do vetor y = (3> 2) em relação à base
i) ii) 1 iii) 2 iv) 3 =
c) As coordenadas de um vetor u em relação à base 1 são dadas por
· ¸
4
[u] 1 =
0
Quais as coordenadas do vetor u em relação à base: i) ii) 1 iii)
2
13) Se 5 6
0
1 1 0
[L]
= 7 0 1 1 8
1 0 1
encontre 5 6 6 5
1 1
a) [v] onde [v]0 =7 2 8 b) [v]0 onde [v] = 7 2 8
3 ½· 3 ¸ ¾
d e
14) Considere o seguinte subespaço de P2 : Z = Ág = 0 .
f g
Sejam
½· ¸ · ¸ · ¸¾
1 1 1 1 1 1
= > >
1 0 1 0 11 0
½· ¸ · ¸ · ¸¾
1 0 1 1 1 0
= > >
1 0 0 0 0 0
a) Detemine [L]
5 6
b) Se [y] = 7 h 8 > determine [y] =
0
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