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Museu Nacional de Belas Artes - Curso História da Arte IV (século XX)

Professora Vera Beatriz Siqueira


 
 
Aula I – Arte moderna: tradição e ruptura
1. Arte moderna como ruptura
a. Identificação entre arte moderna e inusitado, novo ou estranho: senso-comum
b. Problema da ruptura com o público: incompreensão por parte de um público que
antes estava acostumado com as regras dentro das quais a arte era produzida e
julgada; arte deixa de pertencer ao conjunto de valores culturais partilhados
pela sociedade;
c. Crise da função mimética e do sistema acadêmico: arte deixa de exercer sua
função tradicional de representação da realidade visível; quebra da perspectiva
linear, identificada à representação objetiva do real; modelos artísticos não
resolvem os novos problemas plásticos; a arte perde os espaços de circulação e
institucionalização;
d. Arte como absoluto, intangível: o modelo deixa de ser um conjunto de regras de
composição e criação e passa a ser algo intangível, um belo absoluto que o
artista persegue, mas o qual jamais terá certeza de ter alcançado; modernidade
como uma qualidade abstrata, um ideal a ser perseguido.
2. Primeiros modernos
a. Manet: o uso da tradição e da história da arte; atualização no sentido de moda,
como define Baudelaire; modelo não resolve, acrescenta problemas; não
pretende romper com o passado, mas sim uma forma de articulação entre
modernidade e tradição; choque produzido por suas obras: implode a tradição
ao questioná-la de dentro;
b. Monet: série de pinturas – o tema se transforma em motivo (perde o peso
acadêmico), em exercício de sua sensibilidade e de sua visão; separação entre
imagem e realidade; imagem é algo interior, vem da sensação visual do artista;
pinta a distância entre o artista e a realidade; ninféias: problema novo = escala
real torna-as mais abstratas; questionamento da forma (não se torna a direção
hegemônica das vanguardas posteriores).
c. Cézanne: série não pretende tratar da sensação visual; sistema complexo,
ordem nascente (ao mesmo tempo real e visão do artista); concepção
hiperbólica de arte (inalcançável, absoluto); espécie de invisibilidade = o
fenômeno da aparência, ou do aparecer = momento em que organizamos
perceptivamente o mundo; instabilidade da ordem.
d. Caminhos abertos para a vanguarda século XX: Matisse e Picasso

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